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José Eliton (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) já foram aliados, integraram o mesmo partido e agora apostam no confronto direto para consolidar candidaturas. Pior para Daniel Vilela (MDB) ANO 31 - Nº 1.630 - R$ 2 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 Página 10 Páginas 4 a 7 POLARIZAÇÃO ESTRATÉGICA “Me preocupo muito mais com o Daniel do que com o Caiado” ENTREVISTA Meirelles busca vice no Nordeste Democrata e obras atrasadas complicam base em Anápolis Página 3 Páginas 8 e 9 Iris Rezende retoma mutirões em Goiânia PREFEITURA LINHA DIRETA Escolas públicas e particulares apostam na inteligência emocional para preparar os estudantes que enfrentarão a difícil maratona do Enem para se dar bem na prova Equilíbrio e autocontrole ESCOLA ESCOLA Mônica Salvador Wildes Barbosa Divulgação Mônica Salvador Divulgação

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José Eliton (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) já foram aliados, integraram o mesmo partido e agora apostam no confronto direto para consolidar candidaturas. Pior para Daniel Vilela (MDB)

ANO 31 - Nº 1.630 - R$ 2GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018

Página 10

Páginas 4 a 7

POLARIZAÇÃOESTRATÉGICA

“Me preocupo muito mais com o Daniel do que com o Caiado”

ENTREVISTA

Meirellesbusca vice no Nordeste

Democrata e obras atrasadas complicam base em AnápolisPágina 3 Páginas 8 e 9

Iris Rezende retoma mutirões em Goiânia

PREFEITURA

LINHA DIRETA

Escolas públicas e particulares apostam na inteligência emocional para

preparar os estudantes que enfrentarão a difícil maratona do Enem

para se dar bem na prova

Equilíbrio e autocontrole

E S C O L AE S C O L A

Mônica Salvador

Wildes BarbosaDivulgação

Môn

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Salv

ador

Divulgação

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CARTA AO LEITOR

A Copa, que tem hora pra começar e dia pra terminar, caminha para o fi m no mesmo instante em que eleição, que começou ninguém sabe quando e nunca termina – porque urna é como ponto no papel que tanto pode ser início quanto conclusão –, levanta poeira. Nesse ponto, quem não estava nada animado com os jogos já dá pinta de que está torcendo, nem que seja um pouquinho. Daquele jeito que o dedo mexe quando uma música toca, sem a gente nem perceber, mas sentindo o remelexo. E quem não queria nem ouvir falar em campanha, nem disfarça mais que está atendo, com uma opinião formada sobre tudo, inclusive sobre nada, mas pronta pro debate se A ou B vai ganhar ou perder.

Copa e eleição não são processos racionais porque o elemento surpresa é o mesmo: o coração. O coração do eleitor é o coração do torcedor e um e outro são tocados pela batida do envolvimento. Não acredito em brasileiro apático com a Seleção em campo, assim como duvido de cidadão indiferente com a realidade à sua volta, em especial a política. As exceções são apenas do tipo que justifi cam a regra, e a regra é, na hora em que uma folha cair ou balão subir, a gente vai junto, no embalo. No futebol, a energia da torcida é contagiante e nem me venham dizer que passa desapercebida pela alma dos atletas. Tudo se comunica no horizonte do espírito esportivo, nacional, futebolístico por excelência. Na eleição, o espírito do eleitor é fustigante, e vai na alma do País, para o bem ou para o mal. Também se comunica: com a energia que nos move como Nação.

O torcedor e o eleitor

Editado e impresso por Rede de Notícia Planalto Ltda-ME - WSC Barbosa Jornalismo - ME

Fundador e Diretor-Presidente Sebastião Barbosa da Silva [email protected]

Diretor de Produção Cleyton Ataídes Barbosa [email protected]

Departamento [email protected] 62 99622-5131

EditoresVassil Oliveira [email protected] Fagner [email protected]

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Repórteres Fabiola [email protected]

Fotografi a Mônica [email protected]

Projeto Gráfi co e DiagramaçãoMaykell Guimarã[email protected]

Email Redaçã[email protected]

Endereço e telefone - Av. T-11, N° 451, 3° andar, salas 303 e 305, Edifício Fabbrica di Pizza - Setor Bueno, Goiânia -GO - CEP: 74.223-070, Goiânia - Goiás CEP 74.223-070- Fone: (62) 3434-1516www.tribunadoplanalto.com.br facebook @TribunadoPlanalto

Fundado em 7 de julho de 1986

Caro leitor, envie sugestões de pautas, críticas, artigos e textos para serem avaliados e publicados. Ajude-nos a fazer a TRIBUNA DO PLANALTO em sintonia

com você. Escreva para: [email protected]

sFrase daemana

Não vamos fazer aliança de qualquer jeito”

Geraldo Alckmin,presidenciável pelo PSDB

Jorge Antônio Monteiro de LimaTrilha sonora: Rita Lee tudo vira bosta! – É hora de combater o mosquito, diz nosso pre-

sidente! Sempre apreciei as varejeiras. Verdinhas, gor-

das, com seu voo distinto de qualquer outro inseto. Pode parar no ar, estática, transcendendo ao vento.

Comparar varejeira com um mero mosquito é maldade tremenda. Até lembrei de ter perdido na infância quase 4 minutos apreciando uma colônia delas almoçando um naco de fezes de meu gatinho vira-latas, o Tigrinho, lá na Praia Grande. Que ale-gria! Toda em algazarra na maior balburdia. Estava meio mole, mais fácil de digerir... Acho que ando lendo muito Manoel de Barros e Augusto dos Anjos.

Mais tarde lendo livros de ciências descobri que elas procriam em tudo que não presta: carniça, fe-zes, feridas... ali elas põem seus ovinhos que rapidi-nho viram lindas mosquinhas, graças a elementos em decomposição. Tem vários nomes: biru, mosca-da-carne, mosca-de-bicheira, mosca-vareja, bero-nha, varejeira, políticos, fi scais e comissionados...

Dizem as más línguas que ela é responsável pelo surgimento de larvas e parasitas, mas isto é intriga da oposição.

Hoje ligo a televisão e as vejo infestando os no-ticiários em sua forma humana. Gente que vive de merda e que procria nela com facilidade só pode ser varejeira!

E são tantos tipos, mas quais são os critérios para dar o título de varejeira a alguém? Primeiro, são pessoas que vivem de status, aparência, vaida-de, no materialismo. Pouco se importam com os ou-tros. Soma-se aí uma boa dose de burrice, desones-tidade, falta de ética, arrogância e estupidez. Enfi m, viver de cagadas. Sejam próprias ou de terceiros.

Um bom exemplo de varejeiras está na política e gestão pública: a incompetência gerencial e admi-nistrativa com a manutenção da recessão, aumento de carga tributária e aumento do valor de serviços como plano de saúde. Tem ainda a alta tributação, as ações que benefi ciam grupos corporativos em detrimento da população.

Há um distanciamento da classe política dos

anseios populares, um cenário de psicose política, um surto repleto de delírios, mania de grandeza e incompetência. São distribuídos problemas à socie-dade, empurrando para baixo o que já esta difícil.

Nossos políticos não sabem nada de planeja-mento econômico. Querem viver na suntuosidade, na vida abastada. São parasitas que procriam em abundância na merda da instituição que virou o es-tado brasileiro. Pagamos tacha absurda para o tra-tamento de esgoto e todo dinheiro é desviado. Ne-nhuma cidade brasileira trata 100% do seu esgoto.

As varejeiras continuam procriando. Lindas, verdinhas, azuis, lambendo cada pedacinho de car-ne podre em pura alegria... Quanto maior a merda, maior o banquete das varejeiras... É nosso subde-senvolvimento.

Infl ação dispara, PIB despenca, problemas no judiciário-bandidos condenados soltos, violência urbana, cultura inexistente, educação falida, saú-de precária. Aliás, o que tem dado certo a não ser o marketing e a oratória na hipocrisia do discurso político? Por aqui pensar dói e fede!

Moscas, varejeiras infestam o país em plena rea-lização, banquete puro e farto... Vivendo como para-sitas do trabalho alheio, pouco se importando com a opinião pública, com a economia, com o futuro.

Mas há varejeiras na população que, omissa, acha graça na merda da atualidade, e que vive feliz no meio de tanta notícia ruim. Pra que viver bem se podemos saborear um naco de excremento? Parasi-tas que votam em bandido, com total identifi cação psicológica com esta categoria.

Projetos de futuras varejeiras, querendo se dar bem, sem esforço, destruindo o bem coletivo para tentar viver de mordomia. Varejeiras...

Jorge Antônio Monteiro de Lima é analista, pesqui-sador em saúde mental, psicólogo clínico, músico e mestre em Antropologia Social pela UFG. Site: jorge-delima.com.br

ARTIGO

As varejeiras

Chamou a atenção o cumprimento entre o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o vereador Jorge Kajuru (PRP), adversários históricos. O encontro teve motivação muito além da política: a inauguração do Centro Estadual de Atenção ao Diabetes (Cead). Causa nobre.

Wildes Barbosa

Pode ser entusiasmo de quem acredita que torcer vale a pena e desistir da política, nunca. Pode ser otimismo de quem acredita no povo e no torcedor tanto quanto confi a no time e na evolução da sociedade, apesar de seus males, de seus políticos, daqueles que sempre jogam contra tudo e todos, e, convém dizer, dos eleitores, digo, os próprios torcedores. Nessa roda viva, que é também roda da esperança, reside a fé. E, nesses dias, nada mais essencial que falar dela. A Romaria de Trindade é exemplo de como somos tudo junto e misturado: coração, razão, força e expressão de nossos sentimentos mais profundos. O Divino Pai Eterno é um guia para a vitória. A vitória na vida aqui, e na vida sem fi m. Torço para que todos tenham uma Copa abençoada, um eleição santifi cada, e que possam se inspirar na gente de Trindade porque, afi nal, se trata da gente.

Torcedores ou eleitores, somos eleitos. Torcedores e eleitores, é disso que somos feitos. Boa leitura.

Vassil Oliveira, editor

GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br2

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Sem novidadeConforme adiantado pela Linha Direta há quatro meses, o ex-delegado geral da Polícia Civil Álvaro Cássio vai disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Faltava apenas se fi liar a algum partido e o escolhido foi o Pros.

Forte O deputado estadual Lincoln Tejota, presidente regional do Pros, espera que ele seja um dos puxadores de voto do partido. O parlamentar reitera que a sigla irá disputar votos em chapa pura neste ano, assim como vários partidos da base.

Poucos O Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais em Goiás realizou, no último fi nal de semana, Assembleia Geral entre os fi liados para discutir ações a serem tomadas em relação ao baixo efetivo que atua em Goiás. Querem realização de novo concurso.

AlívioOs deputados do PSD fi caram aliviados com a decisão do Superior Tribunal Federal (STF) em inocentar o deputado federal Thiago Peixoto de possível fraude na prestação de contas de sua campanha em 2014.

Desandar Pessedistas creem que uma punição por parte do STF atrapalharia a pretensão dos parlamentares, que é a de manter o PSD na base aliada, pois daria força ao presidente da sigla, ex-deputado Vilmar Rocha, que vem conversando com a oposição.

Encontro O Centro de Convenções de Goiânia sedia, nesta terça e quarta, dias 3 e 4 de julho, a 12ª edição da Convenção Brasileira de Hospitais (CBH), o maior encontro da área em todo o País.

ExpectativaA anfi triã do evento será a Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG). Os organizadores esperam visita de mais de 2 mil congressistas que devem chegar na segunda.

Poliafetivas O Conselho Nacional de Justiça proibiu, por meio de portaria, que cartórios registrem uniões poliafetivas (entre 3 ou mais pessoas) em todo o País.

Celebração A proibição foi comemorada pelo deputado federal João Campos (PRB). Ele considerou a decisão como uma “vitória das famílias brasileiras”.

DivinoAlguns pré-candidatos ao governo e também à senador ou deputado já visitaram Trindade durante a Romaria do Divino Pai Eterno neste ano. De todas as siglas.

PrincipalMas o grande encontro ocorrerá mesmo no domingo na Missa Solene da Festa, quando governadoriáveis e senatoriáveis devem se encontrar.

Veterinário EADO Conselho Regional de

Medicina Veterinária de Goiás protocolou, na última semana, ofício no Ministério Público Federal pedindo providências no sentido de se revogar a autorização dos cursos de Medicina Veterinária oferecidos à distância.

Preocupação Presidente do CRMV-GO,

médico veterinário Olízio Claudino da Silva explica que a modalidade não atende as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) por não oferecer condições de formar um profi ssional capaz de atender as demandas da sociedade.

Risco Segundo ele, esse tipo

de modalidade pode expor os animais ao risco de erros médicos-veterinários com maior frequência. Já existem mais de 20 mil vagas em cursos de Medicina Veterinária ministrados em EAD autorizadas pelo MEC.

Antes considerada um forte reduto do governador Marconi Perillo (PSDB), a cidade de Anápolis passou a ser uma grande dúvida para a base aliada, que tem se preocupado com os rumos que o eleitorado da cidade poderá tomar neste ano. Dois pontos principais ligam o sinal de alerta dos coordenadores da pré-campanha da base: a informação de que o senador Ronaldo Caiado (DEM) se venderá como fi lho da cidade na campanha e as obras do governo ou paradas ou não iniciadas na cidade, como o Aeroporto de Cargas e o Anel Viário, por exemplo. Outro problema que poderá surgir é a manutenção de Marconi Perillo (PSDB) e Lúcia Vânia (PSB) como candidatos da base ao Senado, o que poderia gerar um desgaste enorme com o PTB de Demóstenes Torres e do prefeito anapolino Roberto Naves. Por conta disso, a base já articula um fortalecimento das ações no município, visto como decisivo em todas as vitórias de Marconi Perillo desde 1998.

Anápolis preocupa base governista

s

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mídiasociais

Em entrevista a uma rádio pernambucana na última semana, o presidenciável Henrique Meirelles (MDB) afi rmou que irá buscar um vice no Nordeste. O goiano também tem mirado sua metralhadora contra os pré-candidatos

Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL), que tendem a monopolizar a campanha, uma vez que MDB e PSDB patinam nas pesquisas. Já iniciou os ataques com pílulas televisivas.

Nordeste

Inexiste ilegalidade no ato impugnado”

Ao negar liberdade a Lula na última semana

ALEXANDRE MORAES, MINISTRO DO STF

Intensifi cando

Baldy – que aposentou de vez a possibilidade de lançar sua esposa como candidata – continua par-ticipando de eventos do governo, sem, porém, ga-rantir o PP na base. Ele continua afi rmando que a decisão sairá apenas após as convenções.

Incerto

Horas distintasRonaldo Caiado e José Eliton não se encontraram durante o evento de posse do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, no co-mando do Conselho Nacional dos Procuradores-gerais de Justiça, na última semana.

Depois de muito tempo afastados, o prefeito Iris Rezende e a primeira-dama Iris Araújo passaram a ser presença constante em eventos do pré-can-didato do MDB ao governo, Daniel Vilela. Foram a dois na última semana.

Ex-fi liado ao PSDB e neto do ex-deputado federal Fernando Cunha Júnior, um dos fundadores do PSDB em Goiás e homem de confi ança de Marconi Perillo, mesmo no PP não encontraria resistências dentro do ninho tucano para uma vice, por exemplo.

De casa

Nome dLinhaFagner Pinho - [email protected]

iretaTalvez alinhado com a preocupação apresentada pela base aliada em torno de Anápolis, o ministro das Cidades, Alexandre Baldy (PP), já apresentou o nome de Fernando Cunha Neto (foto) como a opção da sigla na cidade. Para a majoritária, claro.

3 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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DANIEL VILELA NÃO ENTROU NO EMBATE, MAS MOSTROU QUE O CASAL IRIS ESTÁ

FECHADO COM ELE

MOVIMENTO 1Dia 20, o senador Ronaldo

Caiado apresenta nas Comis-sões de Constituição e Justiça e Assuntos Econômicos do Se-nado requerimento de convo-cação do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e de convite ao presidente da Caixa, Nel-son Antônio de Souza, para prestarem esclarecimentos sobre o empréstimo de R$ 510 milhões ao governo goiano.

A operação de crédito, enten-de, não cumpre requisitos míni-mos estabelecidos em lei, como a nota de capacidade de pagamen-to defi nida pela União. Explica: Goiás tem nota C no ranking de capacidade de pagamento (CAPAG) do Tesouro Nacional, quando a exigência é que se te-nha notas A ou B para a União autorizar esse tipo de operação.

“A conclusão óbvia é que a Caixa não pode mais emprestar recursos ao Estado de Goiás até que o ente restabeleça sua capa-cidade de endividamento.” Ou-tra irregularidade anotada pelo senador é que a Caixa concedeu empréstimo recebendo como garantia receitas tributárias, no caso, cotas do Fundo de Partici-pação dos Estados (FPE), o que seria proibido pela Constituição.

“Esse empréstimo é ilegal como já foi apontado pelo pró-prio Tribunal de Contas da União. Nós já sabemos que o governo de Goiás tem manti-do uma gestão irresponsável, sem transparências que deixou as contas do Estado numa si-tuação crítica. Mas, o governo federal precisa explicar como pode dar seguimento a um em-préstimo diante de falta de con-dições mínimas legais para o Estado ter direito a esse tipo de operação”, argumenta Caiado.

Dia 25, a Associação Goiana dos Municípios (AGM) divulga

Vassil Oliveira

A semana começou com acirramento público de ânimos

entre Lúcia Vânia (PSB) e Demóstenes Torres (DEM), na base governista. Terminou com o assunto voltando aos bastidores. Ela retomou a decisão de se afastar dos eventos públicos do governo, onde ele ocupa espaço largo. Ele apertou o pé em busca da candidatura ao Senado. A tensão vem de longe, e avançará pelo mês de julho, até as convenções, que terminam em 5 de agosto.

Ganhou relevância ao longo dos dias outra disputa, mais estratégia para ambos os lados, mais agressiva de lado a lado e mais decisiva para todos os goianos: José Eliton (PSDB) X Ronaldo Caiado (DEM). O clima é de radicalização. Quanto mais radicalizam, mais para escanteio fi ca o pré-candidato do MDB, Daniel Vilela (MDB). E menos espaço têm para crescer os outros nomes: Kátia Maria (PT), Weslei Garcia (Psol) e Edson Braz (Rede).

Estrategicamente, Eliton e Caiado buscam se fi rmar como os nomes que verdadeiramente vão decidir a eleição. Fazem a disputa que interessa. Elementar: quanto mais Daniel for visto pelo eleitor como carta fora do baralho, mais a disputa fi ca entre os dois. Enfrentar o emedebista em um eventual segundo turno não interessa nem ao tucano, nem ao democrata. E tem o fator máquina: o apoio dos emedebistas órfãos de candidatura competitiva.

Para entender o peso dos últimos dias na campanha de Goiás, acompanhe a seguir a sequência dos acontecimentos – nada aleatórios. É nos seus movimentos pontuais que o jogo eleitoral se revela. Confi ra também os prováveis desdobramentos e imbricamentos de cada fato, com mais informações e motivações de bastidores. Na medida em que a Copa da Rússia caminha para o fi nal, a eleição ganha novos rumos, e muito mais intensidade.

Nota de Repúdio acusando Ro-naldo Caiado de fazer “manobra eleitoreira” contra a liberação do empréstimo. “É lamentável a tentativa do senador Ronaldo Caiado (DEM) de inviabilizar a operação de crédito entre a Cai-xa e o Governo de Goiás, cuja re-ceita será aplicada no desenvol-vimento econômico e humano dos municípios goianos, dando sequência ao Programa Goiás na Frente, o maior conjunto de investimentos regionais na atualidade no Brasil”, diz a nota.

um contrato com a Caixa para cuidar da folha de pagamento dos funcionários do Estado sem licitação. A licitação deve ocor-rer justamente para evitar que o Estado seja penalizado”, afi rma.

No mesmo dia 26, o secretá-rio de Estado da Fazenda, Manoel Xavier Ferreira Filho, reage: “Essa ação (de Caiado) é eleitoreira, só gera desinformação, e tem como único objetivo atrasar a chegada de benefícios programados pelo governador José Eliton para o Estado, adiando a execução de

seppe Vecci, coloca mais lenha no assunto. “Isso não me parece condizente com quem deseja ser governador, com quem deseja, certamente, o bem, o crescimen-to e o desenvolvimento do Esta-do. Isso é realmente uma visão política estreita e não corrobora novas práticas que a população espera dos políticos”, ataca. “Sin-to que, mais uma vez, Caiado vai contra o crescimento do Estado, vai contra melhorar a qualidade de vida das pessoas em Goiás.”

No evento de lançamento do Centro Estadual de Aten-ção ao Diabetes do País (Cead), Kajuru e Marconi presentes, o governador José Eliton, que durante meses fez ou rebateu críticas de Caiado sempre sem citar o nome, vai direto ao pon-to. E isso, depois de elogiar boa prática de parcerias de Goiânia e Aparecida, cidades adminis-tradas pelo oposicionista MDB, com o Estado na área de saúde.

Eliton: “Lamentavelmente alguns ainda estão presos no seu passado histórico, de coro-nelismo antigo, arcaico. Fiquei perplexo de observar ontem, um senador da República por Goi-ás… e por Goiás, porque, se fosse por outro Estado, eu até enten-deria… mas um senador por Goi-ás trabalhar abertamente contra o Estado de Goiás. E nem teve a vergonha de disfarçar. Eu dou nome aos bois. O senhor sena-dor Ronaldo Caiado foi ontem a Brasília questionar a operação de crédito de R$ 510 milhões que o governo está fazendo. E fazen-do pra quê? Para construir rodo-vias, melhorar infraestrutura, construir equipamentos sociais e médicos como esse aqui que estamos inaugurando hoje. Que situação deplorável, essa.”

Dia 28, em entrevista à Rádio Sagres 730, o presidente da Age-top, agência estadual responsá-

Dia 26, a Comissão de Assun-tos Econômicos aprova o reque-rimento de Caiado. “É dever de um senador da República zelar pelas contas públicas do Estado que ele representa”, pondera. “No fi nal de governo, a gestão atual vai deixar bloqueada cotas do Fundo de Participação dos Es-tados (FPE) sem o aval da União. E por outro lado, nos causa es-tranheza, e o próprio Tribunal de Contas do Estado fez orien-tação contrária, que no fi nal de 2017 Marconi Perillo ampliou

obras importantes para o de-senvolvimento goiano”, diz. A contratação do fi nanciamento, segundo ele, está ancorada em autorização da Secretaria do Te-souro Nacional (STN), por meio do Programa de Ajuste Fiscal (PAF), que monitora periodica-mente o equilíbrio fi nanceiro do Estado. Ainda segundo ele, a STN permite que o Estado contraia fi nanciamento de até R$ 677 milhões no triênio 2017/2019.

Dia 27, o presidente do PSDB de Goiás, deputado federal Giu-

A estratégia

EM ENTREVISTA À RÁDIO SAGRES 730, CAIADO MIROU

JOSÉ ELITON E MARCONI PERILLO

4 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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JOSÉ ELITON: “CAIADO FOI

QUESTIONAR A OPERAÇÃO DE

CRÉDITO DE R$ 51O MILHÕES

(DO GOVERNO COM A CAIXA).

QUE SITUAÇÃO DEPLORÁVEL”

RONALDO CAIADO: “NÓS SABEMOS BEM COMO ESSE DINHEIRO VAI SER USADO... NÃO É PARA OBRA, É PARA GRANDES EMPREITEIRAS... VIABILIZAR CAIXA 2 DE CAMPANHA”

Continua nas páginas 6 e 7

vel pela execução das obras do governo, Jayme Rincón, sobe o tom. “Mais uma vez, o senador está prestando um desserviço ao Estado”, diz. Mais: “Toda vez que ele (Caiado) fala, a gente sabe que vem algo em desfavor do Estado de Goiás”. Segundo Rincón, Caia-do tem “postura caricata”, com ação parlamentar “sempre em benefício próprio, no sentido de se promover, de se projetar”.

“O que ele está fazendo é uma atitude meramente políti-co-eleitoreira, em desserviço ao Estado de Goiás”, atira Rincón. Outro tiro: “O senador Ronaldo Caiado nunca trouxe absoluta-mente nada para Goiás. Se ele, efetivamente, tivesse tido algu-ma ação em benefício do Estado, já teria apontado.” E outro: “Não tem nada concreto, inclusive, não digo de obras, mas de be-nefícios mesmo, de emendas.”

O presidente admite que obras do Estado estão paradas, porém, invertendo eventual cobrança, condiciona a conclu-são delas ao empréstimo. “Esse fi nanciamento está sendo obti-do exatamente para conclusão dessas obras. Não vi o senador, em momento algum, criticar a contratação destas obras, a execução, as formas como elas foram licitadas.” E recorre à ló-gica: “A Caixa não emprestaria o dinheiro para quem não tem condições de pagar.” Citando folha de servidores e fornece-dores, conclui: “O Estado con-tinua cumprindo suas obriga-ções rigorosamente em dia.”

Na sexta-feira, 29, falando igualmente à Sagres 730, Caiado vai para o contra-ataque. Primei-ro, pondera, com calma, que está ali para apresentar sua versão dos fatos. “Não estou aqui bai-xando o nível”, diz. No entanto, dá o seu recado, mirando em Jay-me Rincón: “De forma alguma eu

vim aqui polemizar com o Paulo Preto do Marconi (Perillo)”. Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, é apontado como operador fi nan-ceiro do PSDB. Seu nome apare-ce em denúncias de desvios de verbas em São Paulo nos gover-nos de Geraldo Alckmin, pré-candidato tucano à Presidência.

Caiado reitera seu entendi-mento de que o empréstimo é in-constitucional e aumenta o en-dividamento do Estado, já alto. Aprovar mais esse fi nanciamen-to, afi rma, é irresponsabilidade. E não poupa o banco. “A Caixa passou a ser uma instituição politiqueira”, afi rma. Em mais uma resposta às declarações de que está impedindo a captação de recursos para conclusão de obras e novos investimentos no Estado, atira em José Eliton.

Citando que há cerca de 400 obras paradas em Goiás, o se-nador apresenta folha com um mapa. E fala: “Nós temos aqui uma rodovia que está asfalta-da, que vai de Posse a cidade de Guarani. E depois de Guarani de Goiás nós temos aqui uma estra-

da de terra que vai até o parque estadual de Terra Ronca. Veja bem a prioridade do governo. Ao invés de continuar o asfalto de Guarani até a Terra Ronca, o governador fez uma rodovia paralela a esta que já existe por R$ 65 milhões e essa rodovia só passa na fazenda do governador. Onde é que está a condição de um governador de Estado que prioriza uma obra de interes-se pessoal? E todas as ligações do Nordeste goiano paradas.”

Fala mais: “Como o governa-dor pode dizer que o Ronaldo Caiado está fazendo uma ação politiqueira quando nós sabe-mos bem como esse dinheiro vai ser usado? São para apenas algumas grandes empreiteiras. Esse dinheiro não é para obra, é para grandes empreiteiras. Porque elas vão receber para viabilizar amanhã uma práti-ca, – caixa dois de campanha, – que a Lava Jato já disse que não será admitida no processo eleitoral de 2018. Como sena-dor da República tenho o dever de cuidar do Estado que eu fui

eleito para representar. Devo ze-lar pela saúde fi scal do Estado.“

Na entrevista, Caiado con-fi rma informação de seu aliado Samuel Belchior, que em entre-vista à Sagres 730 afi rmou que os dissidentes emedebistas não vão bater chapa com Daniel Vi-lela na convenção do partido. Sobre uma possível participa-ção do vereador Jorge Kajuru (PRP), de Goiânia, em sua cam-panha, ele revela: a negociação segue em aberto, conduzida por sua esposa, Gracinha Caiado.

MOVIMENTO 2Na quarta-feira, 27, o gover-

no do Estado faz barulho para inaugurar o primeiro Centro Estadual de Atenção ao Diabe-tes do País, batizado de Cead. Investimento de R$ 1,5 milhão, com R$ 400 mil mensais de cus-teio. Presente ao evento, o ve-reador Jorge Kajuru, que é por-tador de diabetes. Adversário conhecido e duro do governo, Kajuru elogia a iniciativa, que é uma de suas principais pautas.

“Essa data representa a maior alegria”, diz, fazendo re-ferência aos seus 57 anos de ida-de. Acrescenta estar feliz “como parlamentar e como cidadão, por fazer parte dessa obra, como criador, e por ter a participação espontânea do governador José Eliton, do secretário Leonardo Vilela, e antes, mesmo com todas as nossas divergências, do ex-go-vernador Marconi Perillo, pen-sando nos quase 1 milhão de pessoas com diabetes em Goiás”.

Kajuru aponta o que consi-dera mais importante, indepen-dente das diferenças ideológi-cas: “Nós soubemos separar os nossos confl itos, as nossas dife-renças ideológicas, e pensamos num projeto que é histórico e que será um legado para o res-to da vida. É o primeiro Centro

de Diabéticos do Brasil, e com certeza será referência para outras capitais nos copiarem.”

“Esse é um dia histórico”, destaca Marconi Perillo, fazen-do referência ao Cead, mas ine-vitavelmente ecoando o outro fato: o ‘reencontro’ com Kajuru, que em 1998 abriu espaço na antiga Rádio K do Brasil para de-núncias e críticas ao PMDB, aju-dando na sua primeira vitória, mas que logo passou a lhe fazer crítica fortes, até se tornar um de seus maiores antagonistas.

Neste contexto, fotos com Kajuru estendendo a mão para cumprimentar um carran-cudo Marconi, com os dois se cumprimentado, e, ainda, com ambos e José Eliton sorrindo, correm pelas redes sociais. O próprio governo trata de divul-gar as imagens, e também ví-deos com discurso positivo do vereador. Capitaliza ao máximo.

Na quinta-feira, 29, uma in-formação fechando o ciclo: na mesma quarta em que posavam juntos para foto, advogados de José Eliton e Jorge Kajuru fe-chavam acordo de conciliação para extinção de ação na Jus-tiça, em que o governador pe-dia R$ 100 mil em indenização por danos morais por conta de postagens do vereador nas redes sociais chamando-o de “poste” e de “litrão”. O acerto foi confi rmado à jornalista Fa-biana Pulcineli, de O Popular.

MOVIMENTO 3Na segunda-feira, 25, a pri-

meira-dama de Goiânia, Iris Araújo, recebe título de cidadã aparecidense em evento com presença dos prefeitos da capi-tal, Iris Rezende, e de Aparecida, Gustavo Mendanha, do ex-pre-feito e ex-governador Maguito Vilela e do deputado federal e pré-candidato a governador Daniel Vilela. Iris também é ho-menageado. O clima é de con-fraternização, contrastando com discurso dos adversários, que apontam azedume na rela-ção entre os Vilela e o casal Iris.

“Aqui hoje vemos o encontro de gerações, eu e Daniel Vilela, representamos a maturidade e a força de um partido que no Estado nunca recuou, e não vai ser agora”, diz dona Iris. Pré-can-didata a deputada federal repre-sentante do município, ela conta ofi cialmente com o aval de todos.

Na terça, 26, o homenageado é Daniel Vilela, com título de ci-dadão goianiense. Mais um mo-mento rico para fotos, com os Vi-lela e o casal Iris outra vez juntos.

Na sexta, 29, mais encon-tro e mais fotos de Daniel, Iris Rezende e Iris Araújo, na retomada dos mutirões pela prefeitura de Goiânia.

do confronto

AO DISCURSAR EM EVENTO, JOSÉ ELITON AFIRMOU QUE CAIADO PREJUDICA GOIÁS

5 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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Vassil Oliveira

As fotos e os eventos em Aparecida e em Goiânia reforçam a

visão de que Iris Rezende está mesmo fechado com Daniel, e não indo em dire-ção a Caiado, como os caia-distas defendem.

Fato relevante por conta das rivalidades históricas, as fotos de Marconi e Eliton com Kajuru viraram troféu para o governo, que usou bem as ima-gens a seu favor. No horizonte governista, Kajuru, mais do que mostrar seu republicanismo com o gesto de reconhecer a boa ação dos adversários, deu discurso de republicanismo a Eliton e Marconi. E a comemo-ração no governo foi maior por considerar que, sendo vitrine e alvo constante de um opositor de grande visibilidade como é Kajuru, passa a ter um antídoto contra eventuais novas críticas.

Há o outro lado: Kajuru cumprimentou, discursou, po-sou para fotos, tudo em evento de interesse social e bandeira sua, como é o Centro Estadual de Atenção ao Diabetes (Cead). Isso passa longe de ter sido co-piado e de ser calado por quem quer que seja. Ele tem persona-lidade e vontade própria. E é co-municador na essência. Gover-no achar que terá vida fácil está mais para ilusão do que para realidade.

Coube à AGM abrir caminho para o governo abrir guerra contra Caiado, com a dualida-de estabelecida: governo que defende Estado X candidato que só pensa no seu projeto. É o discurso dominante dos gover-nistas, é a medida do que acon-tece de fato: a guerra é, acima de tudo, política.

O governo usou a reação do senador ao empréstimo da Cai-xa como oportunidade. Ergueu palanque para levar avante a estratégia que já estava clara: investir na polarização dire-ta de José Eliton com Ronaldo Caiado.

Duas questões de ordem nessa estratégia revelada (leia edição da Tribuna na semana passada)

1) Caiado pode ter razão (Goiás dá conta de mais esse endividamento? Pode de fato fazer o empréstimo?), mas pode perder discurso. Tudo depende-rá de como a população enten-

LEITURA DOS FATOS

FOGO CRUZADO derá o embate. Ou de quem terá mais competência para usá-lo em seu favor: o governo, como desconstrução do democrata; o democrata, para puxar a más-cara do governo, que precisa de dinheiro para governar e – a desconfi ança subentendida –fazer campanha.

2) a história do asfaltamen-to da fazenda pode não ser nova, mas tem força para des-gastar. É ponto vulnerável para José Eliton;

3) a Caiado também interes-sa a polarização. Deixar Daniel morrer pelo caminho é sonho e meta comum.

O MDB de Daniel Vilela é uma máquina de campanha (com capilaridade nos 246 mu-nicípios goianos) cobiçada pelo democrata (Caiado chegou a dizer, ano passado, que para vencer precisaria do MDB, no que conta com ajuda do bloco dissidente, que no entanto não avança dentro da legenda) e te-mida pelos governistas (prin-cipalmente em um eventual segundo turno com Eliton e Da-niel disputando).

A busca da polarização ex-plica, em parte, a decisão do próprio Caiado ir à Rádio Sa-gres 730, na sexta-feira, 29, reba-ter as críticas de Jayme Rincón um dia antes. Na prática, Caia-do estava confrontando José Eliton, que o criticou nominal-mente no meio da semana, e Marconi Perillo, que é a base do seu discurso de mudança e de oposição a 20 anos de poder do ‘tempo novo’.

A polarização é, antes de tudo, um confronto particu-lar entre José Eliton e Ronaldo Caiado. Eliton chegou a vice por fazer parte do DEM. Depois foi para o PSDB.

Um ponto das críticas de Rincón a Caiado chama a aten-ção: o momento em que o pre-sidente da Agetop argumenta que os estrategistas de Caiado estariam se esforçando para mantê-lo sem falar muito. Para o governo, trata-se de fato nega-tivo: Caiado, quando fala, perde eleitores. Para Caiado, questão de estratégia: é líder, portanto não convém aceitar provoca-ções. Ao comparecer à Sagres, isso foi quebrado, independen-te de quem tem razão. Com um detalhe: Caiado estava calmo, falou com segurança, deu seu recado.

O que se vê1) José Eliton tem contra si

o desgaste de 20 anos de poder do grupo liderado por Marconi Perillo. As obras e realizações ajudam, dando consistência ao discurso de que muito foi feito. O sentimento de mudança, en-tretanto, pode jogar de outra forma, no campo subliminar: apesar do reconhecimento aos feitos, prevalecerá o entendi-mento de que é hora de renova-ção. Este é o nó a ser desatado.

2) Caiado tem contra ele os seus estereótipos: não dialoga, não une, não conseguirá go-vernar etc. Por mais que negue, sabe que isso tem peso. Na en-trevista à Sagres 730, ponderou nessa direção, lembrando que diziam que ele não ganharia eleição majoritária, e ganhou, para senador; que não agluti-naria, e aglutinou: tem hoje 11 partidos ao seu lado; que não teria chapa competitiva para deputado, e conta – números seus – com quase 600 nomes para deputado estadual e fede-ral. Não tem resposta na ponta da língua à toa.

3) O maior adversário de Daniel é ele próprio. Daniel vive em estado de ‘se’: se o MDB abraçar seu nome; se conseguir juntar mais partidos e ampliar a aliança; se será ou não capaz de sair da armadilha da pola-rização entre Eliton e Caiado. Sobrevive em compasso de es-pera, até as convenções. A boa nova é que pelo menos um ’se’, se desmancha no ar: está cada vez mais difícil seus aliados convencerem que Iris vai aban-doná-lo.

Saldo da semana Daniel Vilela produziu

poucos fatos, ainda que positi-vos. E só. José Eliton produziu mui-

tos fatos, mostrou que tem ar-mas para a guerra, e muita mu-nição. Ronaldo Caiado, que ti-

nha desacelerado a pré-cam-panha, está na defensiva. Tem pouco a comemorar. A não ser que entre como crédito na con-ta do democrata, por meta atin-gida, a aposta na polarização puxada por Eliton. E que fun-cione, igualmente a seu favor, como investimento futuro, o atos de fé e fotos da terça-feira, 26, e da sexta, 29: a caminhada e a cavalgada de que participou até Trindade, em devoção ao Di-vino Pai Eterno. Kátia Maria, Weslei Garcia

e Edson Braz estão no jogo, mas lá atrás, sem fato novo.

Caiado mantém apoios de partidos. Passa a enfrentar

agora o fogo da desconstrução

Daniel cola em Iris. Terá de fazer a máquina do MDB

mover-se a seu favor para não ser escanteado

José Eliton, ao lado de Marconi Perillo, chama

Caiado para a luta aberta, de olho na polarização

6 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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Anotações de campanha

ANÁLISES E PONDERAÇÕES SOBRE A DISPUTA EM GOIÁS

01 O fato de a senadora Lúcia Vânia (PSB) mandar mensa-gem de radicalização – pode

trocar a base governista por um lugar na chapa para o Senado ao lado de Ronal-do Caiado, ou até desistir da candidatu-ra – não quer dizer que ela está a ponto de romper com a base. Quer dizer que ela quer ver logo resolvida a situação de Demóstenes Torres (PTB). O problema é como resolver o impasse com o PTB. O previsível: por ora, nem Lúcia Vânia vai romper, nem Demóstenes será afastado dos eventos do governo. A tensão conti-nuará até as convenções.

02 No PSD, há interessados em convencer Vilmar Rocha a ser candidato a deputado

federal, esquecendo de vez a candidatura ao Senado. Thiago Peixoto está entre os possíveis nomes para vice de José Eliton.

03 Registre-se: a vice não é prioridade dos partidos. Os partidos querem candida-

tos a deputado federal, principalmente.

04 No PP, o ministro Alexan-dre Baldy, presidente do partido no Estado, faz jogo

cruzado, procurando agradar tanto o presidente Michel Temer – acenando para o pré-candidato a governador do MDB em Goiás, Daniel Vilela – quanto a base governista de José Eliton em Goiás, que tem a preferência de apoio dos de-putados federais da legenda. A questão posta: vai valer a pressão de Brasília ou os interesses de Goiás? É o que de fato importa saber, e o que ninguém, nem

no PP nem fora, sabe responder. Há ain-da a possibilidade de aliança do PP com o DEM de Ronaldo Caiado, porém tida como a menos provável.

05 As cobranças a uma maior participação do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB),

na pré-campanha de Daniel Vilela aten-dem mais às estratégicos de Ronaldo Caia-do e José Eliton do que propriamente a uma questão interna, no MDB. Iris mantém-se fi el ao propósito de 60 anos de vida política: é partidário, logo… seguirá o partido.

06 Nas pesquisas publicadas nas últimas semanas, o que tem chamado a atenção

em todos os comandos de campanha é o desempenho de Kátia Maria, a pré-candi-data do PT ao governo de Goiás. É a sur-presa, para todos. E a avaliação geral é de que ela vai crescer mais. O tamanho do PT na disputa importa para se medir a viabi-lidade do segundo turno.

07 Na base governista de José Eliton é reforçada a tese, le-vada à prática ao longo da

semana, de que é mais estratégico um 2º turno com Ronaldo Caiado do que com Daniel Vilela. Embora os números mos-trem Caiado vencendo José Eliton com boa margem em todos os cenários, o cál-culo é o de que, com Caiado na disputa, José Eliton reverteria a desvantagem ini-cial juntando mais apoios políticos e na sociedade. Pesaria nessa hora – é a ava-liação interna – o perfi l mais conciliador de Eliton. O receio de um embate no 2o. turno com Daniel vai nessa linha: Daniel contaria com o pai, Maguito, e a estrutu-ra do MDB para também arregimentar apoios. E seria a novidade, a mudança na estrutura de poder. Na guerra máquina do governo X máquina emedebista - o choque de máquinas –, o cenário fi caria imprevisível. Ainda sobre o 2º turno: a Daniel também interessa o embate com José Eliton mais do que com Caiado; Caia-do prefere José Eliton por razões óbvias: atrairia o MDB para o seu lado.

08 Vale lembrar: Caiado con-tinua fi rme na tentativa de sedução ao MDB, mas

não espera apoio de Daniel Vilela em um eventual 2º turno. Foi o que deixou claro à Sagres 730 um dos coordenadores da campanha de Caiado, Samuel Belchior, há cerca de duas semanas.

09 O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) é a expecta-tiva de consolidação da

unidade na base aliada e da candidatu-ra de José Eliton, e, ao mesmo tempo, a maior preocupação dos oposicionistas. Assim, vai continuar sendo o maior alvo. Até agora, não por acaso, tanto Caiado quanto Daniel, Kátia Maria e Weslei Garcia, do Psol, têm como foco comum, no discurso, os quatro gover-nos dele e seus 20 anos no poder. Daí o quase consenso em se dizer que esta eleição será plebiscitária sobre o lega-do de Marconi. Isso é problema, mas é também um elogio: a sua marca é a que incomoda e defi ne o rumo do jogo.

10 Na entrevista à Sagres 730, Caiado colocou Marconi na roda de forma pensada. Em

vez de bater boca com Jayme Rincón, ele busca confronto com aquele que justi-fi ca seu discurso de mudança. A ver: a reação de Marconi.

11 Voltando a Iris: seu legado é maior que Goiânia. Está sedi-mentado na História. Para Da-

niel Vilela, é diferencial competitivo de resistência. Iris é o avalista que Daniel tem e que Caiado gostaria de ter para si. Por isso, também será alvo. Estará na eleição de qualquer forma – direta ou indiretamente. Com dona Iris candi-data a deputada federal, ele inevitavel-mente vai agir. No seu tempo.

12 Pesquisas e mais pesquisas eram mais que previsíveis com a proximidade das con-

venções. Isso é sempre estratégia de quem está no governo. Guerrilha. Só é surpresa para uma oposição amadora. Só é problema quando falta estratégia – ou recursos.

13 Na sexta, 29, a TV Record di-vulgou novos números do instituto Real Time Big Data.

Caiado caiu de para 49,3% em dezem-bro, para 37%, e Daniel, de 15,8% para 5%. José Eliton foi de 12,6% para 15%. Kátia Maria tem 3%, e Weslei Garcia, 1%.

14 Ironia do destino? A disputa hoje em Goiás é ‘tempo novo’ X ‘tempo novo’. Ronaldo

Caiado (DEM) está na base do grupo que chegou ao poder em 1998 com Marconi Perillo (PSDB), derrotando Iris Rezende (MDB). José Eliton chegou ao governo com ajuda de Caiado, e se manteve por obra e decisão de Marconi. Hoje, Caia-do lidera uma disputa em que Marconi

e Iris estão em desvantagem. E o MDB, que perdeu para uma oposição unida lá atrás, vai desunido para o combate de outubro, com uma dissidência pre-ferindo arriscar-se a ganhar com um ex-adversário (Caiado) do que perder com um nome próprio.

15 Palavra de ordem em alta: desconstrução. A descons-trução do líder é a constru-

ção do caminho de quem está atrás e quer vencer. Agora começa o jogo pra valer. Agora é que o favoritismo inicial de Ronaldo Caiado será verdadeira-mente testado. Seu teto não é a inten-ção de voto em 40%. Seu teto é a medi-da da sua competência para, depois de alçar voo, seguir voando, e subir mais. O maior problema de quem lidera não é bater no teto, até porque só assim é possível rompê-lo. O maior problema é bater no chão. Despencar.

16 A) Ronaldo Caiado tem pla-no de voo faz tempo. Sua campanha está medida e

focada. Se errou ou não ao responder Jayme Rincón/José Eliton, só o tempo vai dizer.

B) José Eliton está concluindo a estruturação de sua campanha, com marketing e equipe de ação política. Não é amador.

C) Daniel Vilela ainda não defi niu rumo de sua campanha, muito menos equipe. Essa demora incomoda, inter-namente.

D) Weslei Garcia tem discurso de oposição ao governo (PSDB e partidos aliados), às tradicionais forças de opo-sição (MDB à frente, e agora também o DEM) no Estado, e de contraponto ao PT. Está especialmente focado nas redes sociais, neste momento contando sua história de vida como professor no en-torno de Brasília.

E) Kátia Maria passou os últimos dias estruturando sua campanha e vai agir de forma planejada, com militân-cia animada. Na largada, quer deixar claro que tem propostas de verdade e um perfi l que a diferencia nas propos-tas e na ação dos outros candidatos.

F) Edson Braz, da Rede, ainda é um nome se apresentando para a guerra apostando na militância espontânea para puxar a campanha. Um sonho.

17 Para pensar: a disputa polí-tica hoje em Goiás é digital. A guerra analógica fi cou no

tempo.

Vassil Oliveira

7 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

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O PSD fi cará no governo

com toda a certeza. Vilmar Rocha tem seu posicionamento, que nós respeitamos, mas não é individualista. Ele vai fazer o papel de um todo, como presidente do partido. E vai, com toda certeza, acompanhar a maioria”

Tribuna do Planalto A base consegue juntar os cacos, consegue unidade para ir para mais uma eleição depois de 20 anos?

Francisco Oliveira Primeiro, eu entendo que a base es-

teve sempre coesa. Não vamos juntar ca-cos. Nosso vaso está moldado, bem feito e brilhando. É um processo que a gente percebe com muita clareza. Os deputa-dos que estão dentro da base, que fi ze-ram opção para estar com nosso projeto, são 28 na Assembleia e quase que toda a bancada federal. Ou seja, essa base aliada, com seus prefeitos e todo o pro-cesso político, está coesa e unida, não tem uma divergência. E é exatamente para ocupar espaços, mas essa costura da aliança da base aliada como um todo está muito tranquila. Tenho certeza de que ela vai estar aí formatada para bus-car mais uma eleição.

O sr. vê choque na formação da chapa majoritária?

Olha, ainda bem que está dando choque. O ruim é se estivéssemos como a chapa do adversário, que não tem nem nomes para poder completar uma chapa majoritária. Aqui não. Temos três, quatro, cinco nomes brigando por uma vaga de senador, por uma vaga de vice. Ou seja, porque todos os partidos,

Fagner Pinho e Vassil Oliveira

Um dos principais articuladores da base aliada e líder do governo

na Assembleia, o deputado Francisco Oliveira (PSDB) avalia o momento da pré-campanha e do governo de José Eliton (PSDB), que, em sua visão, está em pleno crescimento. Nesta entrevista concedida à Tribuna do Planalto, o parlamentar ainda ala sobre a relação do governo com os deputados e revela que se preocupa mais com Daniel Vilela (MDB) do que com Ronaldo Caiado (DEM) nestas eleições.

todos os políticos, primeiro, acreditam no projeto. Segundo, entendem a serie-dade deste governo. E terceiro, sabem que realmente aqui vai ter uma chapa que vai disputar eleição e vai ganhar as eleições.

Existe a previsão de perda de algum apoio por conta desse choque?

Acredito que não, porque em todos os processos que formatamos chapas ao longo desses anos, a gente sempre con-seguiu. Aí cabe ao governador Marconi, que é maestro em composições, bem como ao nosso governador José Eliton, que na campanha passada foi quem fez essas costuras com todos os partidos na formatação das alianças. José Eliton já tem uma experiência muito grande em relação a isso. Agora, é óbvio, da chapa majoritária sempre vai ter uma disputa maior, mas entendemos que o bom sen-so, a maturidade e essa família que se chama base aliada não é composta ape-nas por um indivíduo. É composta por uma gama de pessoas que compõem essa base dentro de cada partido. E esses que fazem parte de cada partido vão co-brar posição para que estejam também na base, seja ele quem for, “preterido” da chapa, mas também pode ser acomoda-do em outras situações nesse projeto de governo.

Falta essa maturidade em alguns pré-candidatos da base?

Não, de forma alguma. Agora é o mo-mento de todos colocarem seu time em campo. É a hora de todos colocarem as suas postulações para, na hora opor-tuna, fecharem essa chapa. Porque se ninguém está como artilheiro ou joga-dor, se está na reserva, ele não vai estar nem participando do processo. Cada um que está dentro do processo sabe que lá na frente vai ter o afunilamento. Nessa hora vão ter que prevalecer a ma-turidade, o bom senso, o companhei-rismo, o respeito e não o oportunismo, para que todos possam sentar à mesa e achar o caminho na convergência, para que nós possamos sair com uma chapa forte, porque nossa base é muito forte. Temos uma base que, com toda certeza, com unidade, ganhará as eleições. Pode ganhar, inclusive, no primeiro turno.

Entre Demóstenes Torres e Lúcia

Vânia, alguém tem que ceder. Seria um ponto de tensão?

Alguém vai ter que ceder, como também tem uma disputa muito forte para vice-governador. Muitos partidos querem a indicação desse espaço. Ago-ra, exatamente como eu disse, vai ter uma competência agora de dois gran-des maestros que são o governador José Eliton e o governador Marconi para que possam, com essas discussões também com os partidos nacionais, convergir dentro de uma discussão local. Para que se possa ter essa unidade. Esse ponto de tensão existe porque os dois têm essa

vontade de ser senadores nos próximos oito anos. Agora, isso é um processo que vai se resolver no fi nal do mês de julho, começo de agosto. Os dois têm perfi l, os dois têm autoridade para buscar os mandatos. Lúcia Vânia tem uma his-tória prestada ao longo desses quatro mandatos. Demóstenes Torres também tem história, as eleições anteriores nós devemos muito a ele.

A base não está demorando a se movimentar a favor do pré-candidato José Eliton?

De forma alguma. A base está se mo-vimentando há sete anos e meio. José Eliton é vice-governador. Como disse, na eleição passada ele fez todas as cos-turas e alianças com os partidos que compuseram essa base aliada. Ele tem a experiência de conversação com os partidos, o que culminou em sua elei-ção de novo de vice e Marconi a gover-nador. Assumiu o governo agora, depois de ter passado por uma escola muito profunda. Com escola de aprendizado a ser governo, com escola de aprendiza-do a aprender a respeitar e qual o papel do governo e do governante. Isso foi es-cola do José Eliton, e ele aprendeu com quem? Ele aprendeu com o melhor go-vernador do Brasil, aprendeu com o me-lhor político do Brasil, que é Marconi.

A população não estaria cansada de 20 anos de poder?

Você cansa de um poder quando ele não está em sintonia com a população, quando não está em sintonia com aqui-lo que se espera de um governante. Goi-ás saiu da 19ª posição e está hoje entre os oito mais importantes do Brasil. Se pegarmos o PIB, que era de R$ 17 bilhões há 15 anos, e hoje estamos com mais de R$ 200 bilhões, você vê que é um gover-no que cresceu e inovou todos os dias.

Por que as avaliações do governo não refl etem tudo isso?

Olha, hoje, a avaliação do governo está em quase 40%, entre ótimo e bom. Se pegarmos a avaliação dentro do con-texto, estamos batendo 50% de aprova-ção. E vamos chegar ao mês de julho, de-agosto, com 60%. Na minha avaliação, é esse índice que precisamos para ganhar as eleições. As obras estão sendo fi nali-zadas e os prefeitos estão entregando seus benefícios.

“Me preocupo muito mais com o Daniel

do que com o Caiado”

Deputado Estadual

Franciscoliveira

8 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br Entrevista

Fotos: Mônica Salvador

da que estamos fazendo gestão de go-verno não estamos fazendo campanha. Quando começar a campanha, quando começarmos a trabalhar, a partir de ju-lho, quando o exército nosso for às ruas, os nossos 500 candidatos a deputados estaduais, mais de 100 candidatos a fe-derais, os 200 prefeitos dos municípios, seus vereadores, os ex-prefeitos, ex-ve-readores, essa máquina que confi a na base aliada, que confi a nesse projeto, aí sim você vai ver as pesquisas mudarem.

Há uma insatisfação de outros partidos da base em relação ao PSDB especifi camente dentro da Assembleia?

Não, aqui dentro da base aliada não...

O discurso do Simeyzon na semana passada pareceu o contrário...

O discurso do Simeyzon foi em rela-ção ao procedimento de emendas parla-mentares que teve para o PSDB e que os outros deputados da base não tiveram. O que era isso? Quem vir para o PSDB pode ter esse benefício. Estava aberto para os 27 deputados da base aliada. Ob-viamente, o que queríamos? Segurar os deputados do PSDB, garantir uma chapa forte, porque é a chapa do governo, para poder disputar as eleições. Foi colocado assim. Não foram fechadas as portas para ninguém, quem quisesse vir para o partido teria essas garantias, exata-mente para também não perder parla-mentares que buscavam legendas mais fracas para ganhar a eleição. Então, é um processo muito democrático e tran-quilo, e o próprio Simeyzon reconhece e sabe disso.

Isso não pode gerar um desgaste?

De forma alguma. Tenho convicção do discernimento do Simeyzon, inclu-sive ele fez o questionamento e disse mais: “Estou fazendo meu questiona-mento, mas vou registrar presença e vou estar aqui votando. Só fi z um posi-cionamento político”. Ele é muito sério, muito transparente. Ele não manda re-cado, fala sempre na tampa e com since-

ridade. Por isso ele é respeitado na base aliada.

O PSD fi ca no governo? Como fi cará a relação de Vilmar Rocha?

O PSD fi cará no governo com toda a certeza. Vilmar Rocha, com seu posi-cionamento, que nós respeitamos, mas ele não é individualista, ele vai fazer o papel de um todo como presidente do partido e vai, com toda certeza, acom-panhar a maioria com seus posiciona-mentos. Obviamente, o governador e o próprio Marconi vão conciliando tam-bém para ter um bom ajuste e um bom termo, para que a campanha seja tran-quila.

Dentro da Assembleia, o PSDB conseguirá unir a base em torno de um chapão?

Essa é uma discussão que vai caber ao próprio governador e ao ex-governa-dor Marconi. É uma pretensão de todos os deputados do PSDB, alguns outros partidos também têm essa intenção, que são PPS, PSD e PRB. Tem muitos par-tidos que envolvem o chapão, outros não. PTB e PSB, não. É um processo que vai depender muito mais do próprio governo e dos presidentes dos parti-dos para que se converja num chapão. Particularmente, acho que o chapão seria bom para todos nós. Elegeríamos uns 27, 28 deputados num chapão, com muita tranquilidade, e obviamente te-ríamos uma tranquilidade maior para trabalhar uma eleição para deputado estadual, eu que estou no PSDB.

Em 1998, a articulação foi feita dentro do seu gabinete, na Câmara. O que mudou?

Hoje, acho que mudou mais... Temos quase os mesmos adversários, mas te-mos um legado forte. Marconi conse-guiu sair muito bem do governo, não está tendo uma mágoa. Acredito que não vai ter nada para poder arrebentar.

A avaliação dele não está ruim?Não, está batendo 35%, 40% hoje. A

medida que vai chegando mais perto, quem tem mais recall acaba fi cando mais forte. Isso é o processo que já vi em pesquisas. Em 1998, por exemplo, não tínhamos nem muito recall nem muita coisa. Tínhamos uma esperan-ça, alguém que fez um discurso certo. Tínhamos naquele momento, das 40

maiores cidades, tínhamos umas 30 nossas, as maiores. Trabalhamos nes-sas cidades das regiões maiores de fora para dentro. Viemos de Porangatu, vie-mos de Rio Verde, viemos de Mineiros. Dessas cidades que foram as regionais que nos trouxeram para cá.

Hoje tem Goiânia, Aparecida, Formosa, Rio Verde, Catalão, Goianésia.

E quando eu colocar para você que, à exceção de Catalão e Goiânia, que perdemos com índice um pou-co maior, todas as outras cidades ti-vemos 40% e tantos. Ou seja, a nossa militância, as nossas lideranças lá são muito fortes, têm muita força política em cada cidade. Pode ter certeza que, em Formosa, o Tião Carlos vai ter mais votos do que o candidato do Roller. Ele vai dar a vitória para José Eliton lá. Você pega Goianésia, tenho muito respeito pelo Renato, mas a força do Jalles existe lá dentro. Nessas cidades em que não temos os prefeitos, temos a força política de quem já foi ou qua-se ganhou as eleições. Tivemos um ba-que em Catalão, que é uma realidade, um pouco em Aparecida e Goiânia, ponto. Mas em todas elas estamos com 40%. Quando você vai para a avalia-ção eleitoral, a diferença para fechar o bolo é muito pequena para a recei-ta. Aí nós viremos com o interior, com uma massa muito forte. Vamos vir do interior muito bem. Quando viemos do Entorno de Brasília é bem, a gente vem do interior bem. Nessas cidades que você citou, inclusive, vamos bater, ou chegar junto ou perder por muito pouco porque temos uma força gran-de. Rio Verde, o prefeito não está tão bem avaliado e temos forças políticas fortes lá, o Heuler, o Lissauer. Temos hoje a unidade da oposição ao prefei-to ao nosso lado. Essas unidades vão chegar a 40% dos votos. Não temos o prefeito, mas temos a força política. Tem cidades que não temos prefeitos hoje, que perdemos, mas onde as lide-ranças estão melhores que os prefei-tos. É um processo. Essa formatação é que vai conter exatamente essa força política. Catalão, que é uma exceção, mas as outras cidades... Aparecida está redonda. Hoje estamos bem avaliados em Aparecida, em Hidrolândia com o Paulinho. Senador Canedo com Divino tocando obras também. Quem é opo-sição do Divino lá? Vanderlan e Zélio, os adversários que vão estar conosco, Misael... Quando você pega em Goiani-ra, o Carlão está bem. Lá podemos ter difi culdade, porque o Miller foi um grande prefeito. Ali sim podemos ter um diferencial. Mas quando você vai andando nas cidades, conhecendo e mapeando uma por uma... só se for muito incompetente, porque a força é real.

EntrevistaEntre Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, qual é o adversário mais difícil?

Preocupo muito, não porque o outro está em primeiro lugar, mas me preo-cupo com quem tem capilaridade e dis-curso. E o MDB sempre foi nosso adver-sário tradicional. É sempre quem teve mais votos no interior. É sempre quem tem o adversário que polarizou com as nossas candidaturas, em oito eleições. Eu me preocupo muito mais com o Da-niel do que com o Caiado. Até porque nas eleições passadas o Caiado estava em um grande momento. Era candida-to a senador e o Vilmar Rocha, que era um candidato muito menos conhecido, muito mais pesado do que o Caiado, se não fosse o MDB ter estendido apoio ao Caiado, ele teria perdido as eleições. Ou seja, Caiado deve a eleição dele ao Sena-do ao MDB. Razão pela qual, como dis-se, o MDB tem força política.Tanto que deu a eleição de senador a Caiado. É esse MDB que eu tenho medo de enfrentar

O prefeito, se ainda

está andando de cabeça erguida, se é respeitado hoje na cidade, isso se deve ao Programa Goiás na Frente, que é tocado e que está sendo pago pelo governador José Eliton”

nas urnas.

O sr. esteve próximo de Caiado durante muito tempo e ele também permaneceu um período na base. Qual o discurso pode mostrar que Caiado não é a oposição que ele se mostra agora?

Caiado foi base a vida inteira, sem-pre fez parte dessa base. Teve seus des-contentamentos e acabou rompendo com o governo por duas ou três vezes. Agora, o que mais nos fortalece é que temos um discurso sólido, não temos bravata, não temos um discurso vazio. Temos o que mostrar. O governo tem le-gado. Nesse legado, Caiado também fez parte ao longo de muitos anos. Ele tam-bém faz parte da história dessa base aliada. Só que essa base aliada continua forte, continua inovando e continua transformando o Estado. Caiado fez uma opção política e está hoje dispu-tando as eleições. Agora, quem ele tem ao seu lado? Qual a estrutura partidária ou de companheiros para disputar a eleição? Então, o que temos aqui é um projeto político que deu certo, que está dando certo.

Como explicar esse alto índice de intenções de votos para Ronaldo Caiado?

Alto índice de intenções onde? Com 37%? De um eleitorado que ainda não está defi nido? O nosso candidato estava com 3% e já está ba-tendo 17%. Alguém vai perder. A medi-

9 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Page 9: ESTRATÉGICA - Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2018/06/...José Eliton (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM) já foram aliados, integraram o mesmo partido e

O PSD fi cará no governo

com toda a certeza. Vilmar Rocha tem seu posicionamento, que nós respeitamos, mas não é individualista. Ele vai fazer o papel de um todo, como presidente do partido. E vai, com toda certeza, acompanhar a maioria”

Tribuna do Planalto A base consegue juntar os cacos, consegue unidade para ir para mais uma eleição depois de 20 anos?

Francisco Oliveira Primeiro, eu entendo que a base es-

teve sempre coesa. Não vamos juntar ca-cos. Nosso vaso está moldado, bem feito e brilhando. É um processo que a gente percebe com muita clareza. Os deputa-dos que estão dentro da base, que fi ze-ram opção para estar com nosso projeto, são 28 na Assembleia e quase que toda a bancada federal. Ou seja, essa base aliada, com seus prefeitos e todo o pro-cesso político, está coesa e unida, não tem uma divergência. E é exatamente para ocupar espaços, mas essa costura da aliança da base aliada como um todo está muito tranquila. Tenho certeza de que ela vai estar aí formatada para bus-car mais uma eleição.

O sr. vê choque na formação da chapa majoritária?

Olha, ainda bem que está dando choque. O ruim é se estivéssemos como a chapa do adversário, que não tem nem nomes para poder completar uma chapa majoritária. Aqui não. Temos três, quatro, cinco nomes brigando por uma vaga de senador, por uma vaga de vice. Ou seja, porque todos os partidos,

Fagner Pinho e Vassil Oliveira

Um dos principais articuladores da base aliada e líder do governo

na Assembleia, o deputado Francisco Oliveira (PSDB) avalia o momento da pré-campanha e do governo de José Eliton (PSDB), que, em sua visão, está em pleno crescimento. Nesta entrevista concedida à Tribuna do Planalto, o parlamentar ainda ala sobre a relação do governo com os deputados e revela que se preocupa mais com Daniel Vilela (MDB) do que com Ronaldo Caiado (DEM) nestas eleições.

todos os políticos, primeiro, acreditam no projeto. Segundo, entendem a serie-dade deste governo. E terceiro, sabem que realmente aqui vai ter uma chapa que vai disputar eleição e vai ganhar as eleições.

Existe a previsão de perda de algum apoio por conta desse choque?

Acredito que não, porque em todos os processos que formatamos chapas ao longo desses anos, a gente sempre con-seguiu. Aí cabe ao governador Marconi, que é maestro em composições, bem como ao nosso governador José Eliton, que na campanha passada foi quem fez essas costuras com todos os partidos na formatação das alianças. José Eliton já tem uma experiência muito grande em relação a isso. Agora, é óbvio, da chapa majoritária sempre vai ter uma disputa maior, mas entendemos que o bom sen-so, a maturidade e essa família que se chama base aliada não é composta ape-nas por um indivíduo. É composta por uma gama de pessoas que compõem essa base dentro de cada partido. E esses que fazem parte de cada partido vão co-brar posição para que estejam também na base, seja ele quem for, “preterido” da chapa, mas também pode ser acomoda-do em outras situações nesse projeto de governo.

Falta essa maturidade em alguns pré-candidatos da base?

Não, de forma alguma. Agora é o mo-mento de todos colocarem seu time em campo. É a hora de todos colocarem as suas postulações para, na hora opor-tuna, fecharem essa chapa. Porque se ninguém está como artilheiro ou joga-dor, se está na reserva, ele não vai estar nem participando do processo. Cada um que está dentro do processo sabe que lá na frente vai ter o afunilamento. Nessa hora vão ter que prevalecer a ma-turidade, o bom senso, o companhei-rismo, o respeito e não o oportunismo, para que todos possam sentar à mesa e achar o caminho na convergência, para que nós possamos sair com uma chapa forte, porque nossa base é muito forte. Temos uma base que, com toda certeza, com unidade, ganhará as eleições. Pode ganhar, inclusive, no primeiro turno.

Entre Demóstenes Torres e Lúcia

Vânia, alguém tem que ceder. Seria um ponto de tensão?

Alguém vai ter que ceder, como também tem uma disputa muito forte para vice-governador. Muitos partidos querem a indicação desse espaço. Ago-ra, exatamente como eu disse, vai ter uma competência agora de dois gran-des maestros que são o governador José Eliton e o governador Marconi para que possam, com essas discussões também com os partidos nacionais, convergir dentro de uma discussão local. Para que se possa ter essa unidade. Esse ponto de tensão existe porque os dois têm essa

vontade de ser senadores nos próximos oito anos. Agora, isso é um processo que vai se resolver no fi nal do mês de julho, começo de agosto. Os dois têm perfi l, os dois têm autoridade para buscar os mandatos. Lúcia Vânia tem uma his-tória prestada ao longo desses quatro mandatos. Demóstenes Torres também tem história, as eleições anteriores nós devemos muito a ele.

A base não está demorando a se movimentar a favor do pré-candidato José Eliton?

De forma alguma. A base está se mo-vimentando há sete anos e meio. José Eliton é vice-governador. Como disse, na eleição passada ele fez todas as cos-turas e alianças com os partidos que compuseram essa base aliada. Ele tem a experiência de conversação com os partidos, o que culminou em sua elei-ção de novo de vice e Marconi a gover-nador. Assumiu o governo agora, depois de ter passado por uma escola muito profunda. Com escola de aprendizado a ser governo, com escola de aprendiza-do a aprender a respeitar e qual o papel do governo e do governante. Isso foi es-cola do José Eliton, e ele aprendeu com quem? Ele aprendeu com o melhor go-vernador do Brasil, aprendeu com o me-lhor político do Brasil, que é Marconi.

A população não estaria cansada de 20 anos de poder?

Você cansa de um poder quando ele não está em sintonia com a população, quando não está em sintonia com aqui-lo que se espera de um governante. Goi-ás saiu da 19ª posição e está hoje entre os oito mais importantes do Brasil. Se pegarmos o PIB, que era de R$ 17 bilhões há 15 anos, e hoje estamos com mais de R$ 200 bilhões, você vê que é um gover-no que cresceu e inovou todos os dias.

Por que as avaliações do governo não refl etem tudo isso?

Olha, hoje, a avaliação do governo está em quase 40%, entre ótimo e bom. Se pegarmos a avaliação dentro do con-texto, estamos batendo 50% de aprova-ção. E vamos chegar ao mês de julho, de-agosto, com 60%. Na minha avaliação, é esse índice que precisamos para ganhar as eleições. As obras estão sendo fi nali-zadas e os prefeitos estão entregando seus benefícios.

“Me preocupo muito mais com o Daniel

do que com o Caiado”

Deputado Estadual

Franciscoliveira

8 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br Entrevista

Fotos: Mônica Salvador

da que estamos fazendo gestão de go-verno não estamos fazendo campanha. Quando começar a campanha, quando começarmos a trabalhar, a partir de ju-lho, quando o exército nosso for às ruas, os nossos 500 candidatos a deputados estaduais, mais de 100 candidatos a fe-derais, os 200 prefeitos dos municípios, seus vereadores, os ex-prefeitos, ex-ve-readores, essa máquina que confi a na base aliada, que confi a nesse projeto, aí sim você vai ver as pesquisas mudarem.

Há uma insatisfação de outros partidos da base em relação ao PSDB especifi camente dentro da Assembleia?

Não, aqui dentro da base aliada não...

O discurso do Simeyzon na semana passada pareceu o contrário...

O discurso do Simeyzon foi em rela-ção ao procedimento de emendas parla-mentares que teve para o PSDB e que os outros deputados da base não tiveram. O que era isso? Quem vir para o PSDB pode ter esse benefício. Estava aberto para os 27 deputados da base aliada. Ob-viamente, o que queríamos? Segurar os deputados do PSDB, garantir uma chapa forte, porque é a chapa do governo, para poder disputar as eleições. Foi colocado assim. Não foram fechadas as portas para ninguém, quem quisesse vir para o partido teria essas garantias, exata-mente para também não perder parla-mentares que buscavam legendas mais fracas para ganhar a eleição. Então, é um processo muito democrático e tran-quilo, e o próprio Simeyzon reconhece e sabe disso.

Isso não pode gerar um desgaste?

De forma alguma. Tenho convicção do discernimento do Simeyzon, inclu-sive ele fez o questionamento e disse mais: “Estou fazendo meu questiona-mento, mas vou registrar presença e vou estar aqui votando. Só fi z um posi-cionamento político”. Ele é muito sério, muito transparente. Ele não manda re-cado, fala sempre na tampa e com since-

ridade. Por isso ele é respeitado na base aliada.

O PSD fi ca no governo? Como fi cará a relação de Vilmar Rocha?

O PSD fi cará no governo com toda a certeza. Vilmar Rocha, com seu posi-cionamento, que nós respeitamos, mas ele não é individualista, ele vai fazer o papel de um todo como presidente do partido e vai, com toda certeza, acom-panhar a maioria com seus posiciona-mentos. Obviamente, o governador e o próprio Marconi vão conciliando tam-bém para ter um bom ajuste e um bom termo, para que a campanha seja tran-quila.

Dentro da Assembleia, o PSDB conseguirá unir a base em torno de um chapão?

Essa é uma discussão que vai caber ao próprio governador e ao ex-governa-dor Marconi. É uma pretensão de todos os deputados do PSDB, alguns outros partidos também têm essa intenção, que são PPS, PSD e PRB. Tem muitos par-tidos que envolvem o chapão, outros não. PTB e PSB, não. É um processo que vai depender muito mais do próprio governo e dos presidentes dos parti-dos para que se converja num chapão. Particularmente, acho que o chapão seria bom para todos nós. Elegeríamos uns 27, 28 deputados num chapão, com muita tranquilidade, e obviamente te-ríamos uma tranquilidade maior para trabalhar uma eleição para deputado estadual, eu que estou no PSDB.

Em 1998, a articulação foi feita dentro do seu gabinete, na Câmara. O que mudou?

Hoje, acho que mudou mais... Temos quase os mesmos adversários, mas te-mos um legado forte. Marconi conse-guiu sair muito bem do governo, não está tendo uma mágoa. Acredito que não vai ter nada para poder arrebentar.

A avaliação dele não está ruim?Não, está batendo 35%, 40% hoje. A

medida que vai chegando mais perto, quem tem mais recall acaba fi cando mais forte. Isso é o processo que já vi em pesquisas. Em 1998, por exemplo, não tínhamos nem muito recall nem muita coisa. Tínhamos uma esperan-ça, alguém que fez um discurso certo. Tínhamos naquele momento, das 40

maiores cidades, tínhamos umas 30 nossas, as maiores. Trabalhamos nes-sas cidades das regiões maiores de fora para dentro. Viemos de Porangatu, vie-mos de Rio Verde, viemos de Mineiros. Dessas cidades que foram as regionais que nos trouxeram para cá.

Hoje tem Goiânia, Aparecida, Formosa, Rio Verde, Catalão, Goianésia.

E quando eu colocar para você que, à exceção de Catalão e Goiânia, que perdemos com índice um pou-co maior, todas as outras cidades ti-vemos 40% e tantos. Ou seja, a nossa militância, as nossas lideranças lá são muito fortes, têm muita força política em cada cidade. Pode ter certeza que, em Formosa, o Tião Carlos vai ter mais votos do que o candidato do Roller. Ele vai dar a vitória para José Eliton lá. Você pega Goianésia, tenho muito respeito pelo Renato, mas a força do Jalles existe lá dentro. Nessas cidades em que não temos os prefeitos, temos a força política de quem já foi ou qua-se ganhou as eleições. Tivemos um ba-que em Catalão, que é uma realidade, um pouco em Aparecida e Goiânia, ponto. Mas em todas elas estamos com 40%. Quando você vai para a avalia-ção eleitoral, a diferença para fechar o bolo é muito pequena para a recei-ta. Aí nós viremos com o interior, com uma massa muito forte. Vamos vir do interior muito bem. Quando viemos do Entorno de Brasília é bem, a gente vem do interior bem. Nessas cidades que você citou, inclusive, vamos bater, ou chegar junto ou perder por muito pouco porque temos uma força gran-de. Rio Verde, o prefeito não está tão bem avaliado e temos forças políticas fortes lá, o Heuler, o Lissauer. Temos hoje a unidade da oposição ao prefei-to ao nosso lado. Essas unidades vão chegar a 40% dos votos. Não temos o prefeito, mas temos a força política. Tem cidades que não temos prefeitos hoje, que perdemos, mas onde as lide-ranças estão melhores que os prefei-tos. É um processo. Essa formatação é que vai conter exatamente essa força política. Catalão, que é uma exceção, mas as outras cidades... Aparecida está redonda. Hoje estamos bem avaliados em Aparecida, em Hidrolândia com o Paulinho. Senador Canedo com Divino tocando obras também. Quem é opo-sição do Divino lá? Vanderlan e Zélio, os adversários que vão estar conosco, Misael... Quando você pega em Goiani-ra, o Carlão está bem. Lá podemos ter difi culdade, porque o Miller foi um grande prefeito. Ali sim podemos ter um diferencial. Mas quando você vai andando nas cidades, conhecendo e mapeando uma por uma... só se for muito incompetente, porque a força é real.

EntrevistaEntre Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, qual é o adversário mais difícil?

Preocupo muito, não porque o outro está em primeiro lugar, mas me preo-cupo com quem tem capilaridade e dis-curso. E o MDB sempre foi nosso adver-sário tradicional. É sempre quem teve mais votos no interior. É sempre quem tem o adversário que polarizou com as nossas candidaturas, em oito eleições. Eu me preocupo muito mais com o Da-niel do que com o Caiado. Até porque nas eleições passadas o Caiado estava em um grande momento. Era candida-to a senador e o Vilmar Rocha, que era um candidato muito menos conhecido, muito mais pesado do que o Caiado, se não fosse o MDB ter estendido apoio ao Caiado, ele teria perdido as eleições. Ou seja, Caiado deve a eleição dele ao Sena-do ao MDB. Razão pela qual, como dis-se, o MDB tem força política.Tanto que deu a eleição de senador a Caiado. É esse MDB que eu tenho medo de enfrentar

O prefeito, se ainda

está andando de cabeça erguida, se é respeitado hoje na cidade, isso se deve ao Programa Goiás na Frente, que é tocado e que está sendo pago pelo governador José Eliton”

nas urnas.

O sr. esteve próximo de Caiado durante muito tempo e ele também permaneceu um período na base. Qual o discurso pode mostrar que Caiado não é a oposição que ele se mostra agora?

Caiado foi base a vida inteira, sem-pre fez parte dessa base. Teve seus des-contentamentos e acabou rompendo com o governo por duas ou três vezes. Agora, o que mais nos fortalece é que temos um discurso sólido, não temos bravata, não temos um discurso vazio. Temos o que mostrar. O governo tem le-gado. Nesse legado, Caiado também fez parte ao longo de muitos anos. Ele tam-bém faz parte da história dessa base aliada. Só que essa base aliada continua forte, continua inovando e continua transformando o Estado. Caiado fez uma opção política e está hoje dispu-tando as eleições. Agora, quem ele tem ao seu lado? Qual a estrutura partidária ou de companheiros para disputar a eleição? Então, o que temos aqui é um projeto político que deu certo, que está dando certo.

Como explicar esse alto índice de intenções de votos para Ronaldo Caiado?

Alto índice de intenções onde? Com 37%? De um eleitorado que ainda não está defi nido? O nosso candidato estava com 3% e já está ba-tendo 17%. Alguém vai perder. A medi-

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10 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

GOVERNO

PM

PREFEITURA

O tratamento odonto-lógico aos pacientes passa a ser serviço per-

manente no Centro Estadu-al de Referência e Excelência em Dependência Química, em Aparecida de Goiânia (Credeq - Prof. Jamil Issy), da SES – Go-verno de Goiás. Nos dois anos de funcionamento da unida-de, o procedimento acontecia e mediante parceria com a Co-ordenação de Saúde Bucal de Aparecida de Goiânia, vincu-lada à Secretaria Municipal da Saúde. O início da implanta-ção aguarda a assinatura o 2º Termo Aditivo entre a SES-GO e a Comunidade Luz da Vida, res-ponsável pela administração.

Uma das novidades, por exemplo, é que a internação não será mais mensurada por alta, mas por ocupação diária. Ao contrário das outras 22 unida-des de saúde de Goiás, o pacien-te do Credeq – Prof. Jamil Issy realiza tratamento a longo pra-zo, pois dependência química é crônica e requer acompanha-mento. O conceito, assim como os serviços oferecidos pelo Cre-deq – Prof. Jamil Issy, é inovador. Sendo, inclusive, novidade para a própria Rede de Assistência à Saúde.

A entrega de 108 viaturas no início da semana faz parte do Programa Mais Segurança, lançado em abril deste ano, que tem como principal objetivo reduzir ainda mais os indica-dores de criminalidade. Tra-ta-se da primeira remessa de novos veículos, de um total de 583 viaturas para as forças po-liciais do Estado. Em Trindade, nesta sexta-feira (29), as viatu-ras estavam disponíveis para os policiais que permanecem nas bases elevadas, instaladas ao longo das principais aveni-das da cidade.

De acordo com o governa-dor José Eliton, a entrega de viaturas e equipamentos para as forças policiais signifi ca um “grande avanço na construção de um sistema de segurança cada vez mais efi ciente”.

Para o secretário de Segu-rança Pública, Irapuan Costa Júnior, o esforço do Governo de Goiás para valorizar ainda mais as forças de segurança estão surtindo resultados cada vez mais positivos. “A queda nos índices de criminalidade é grande e a população já se sen-te mais segura”, afi rmou.

O primeiro Mutirão de 2018, as grandes frentes de serviços idealizadas pelo prefeito Iris Re-zende ainda na década de 1960 e que reúne administração pú-blica e população, foi aberto ofi -cialmente na última semana, no Jardim Curitiba, região Noroeste de Goiânia.

A solenidade de abertura, que teve hasteamento de ban-deiras ao som do Hino Nacional executado pela Banda da Guar-da Civil Metropolitana, contou com a presença do próprio prefeito Iris Rezende, acompa-nhado da primeira-dama de Goiânia, Dona Íris de Araújo, do presidente da Câmara Munici-pal de Goiânia, Andrey Azeredo, do deputado federal Daniel Vile-la, do deputado estadual Wagner Siqueira, secretários e vereado-res, além de um grande público que veio prestigiar o evento e usufruir dos serviços prestados pelas diversas pastas da admi-nistração municipal.

“Não tínhamos dúvidas do sucesso dessa forma de admi-nistrar, que trazemos conosco desde o primeiro mandato que ocupei como prefeito de Goiâ-nia. O Mutirão é, sobretudo, uma grande festa cívica, é a adminis-tração perto do povo, ouvindo e

atendendo suas demandas, de forma que temos uma grande satisfação em realizá-lo”, afi r-mou o prefeito Iris Rezende du-rante abertura.

A bem sucedida experiência dos mutirões, aplicada na atual gestão, teve treze edições no ano passado e fez mais de 650 mil

atendimentos à população das mais diversas regiões da Capi-tal. Além dos grandes mutirões, a Prefeitura realizou mais oito frentes de serviços, assim cha-mados os pequenos mutirões realizados em estruturas fi xas, como em escolas municipais, por exemplo, com duração de

apenas um dia.Concebido como uma práti-

ca rural e inserido no contexto urbano pelo prefeito Iris Rezen-de durante o seu primeiro man-dato à frente do executivo muni-cipal em 1966, o Mutirão tem se revelado uma importante ferra-menta para o atendimento das demandas da população, já que permite aos moradores serem atendidos próximos às suas re-sidências e na medida exata das suas necessidades.

Todas as secretarias da ges-tão municipal estão presentes no Mutirão da região Noroeste e vão prestar os mais variados serviços públicos à população. Na área da saúde, por exemplo, estão disponíveis serviços de aferição de pressão e exames. A Secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afi rmativas vai emitir documentos pessoais, como car-teira de identidade e de estudan-te, além do aplicativo ID Jovem.

Além dos vários serviços prestados nos estandes, por ocasião do Mutirão uma série de serviços de infraestrutura e limpeza urbana, além de refor-mas de prédios públicos, são executados em toda região con-templada pela grande frente de serviços.

PACIENTES EM RECUPERAÇÃO NO CREDEQ PASSARÃO A TER TRATAMENTO ODONTOLÓGICO NA UNIDADE

dos procedimentos nos últimos 24

meses ocorreram em 2018

42% Pacientes em recuperação no local passarão a contar com mais esta especialidade

Primeira edição ocorreu no Jd. Curitiba, região Noroeste

Novas viaturas nas ruas

Grandes mutirões voltam à Goiânia

Como um serviço contem-porâneo, não há série histórica que aponte os perfi s e o público demandante da unidade. Salvo algumas pouquíssimas unida-des de saúde particular no Bra-sil, nenhum atendimento pú-blico nacional oferece a gama de serviços multiprofi ssionais (médico, psicólogo enfermeiro, nutricionista e assistente social) e terapias de apoio (musicote-rapia, terapia ocupacional, edu-cação física, psicopedagogia) no tratamento à dependência quí-

mica, com foco na pessoa e não na doença.

A Rede Credeq foi criada para atender casos severos da dependência química. Desde de dezembro de 2017, a adminis-tração tem trabalhado para de-mocratizar o acesso do paciente aos seus serviços, uma vez que seus atendimentos decorrem da regulação e dos encaminha-mentos do sistema de saúde. Há seis meses, qualquer unidade de saúde goiana pode direcionar paciente, mediante agendamen-

to da 1ª consulta.Outras medidas têm univer-

salizado o atendimento, como a contratação de ônibus para o transporte dos pacientes, o con-tato direto com as secretarias de saúde dos municípios localiza-dos no raio de 200 quilômetros da sede do CREDEQ, assim como a liberação das 108 vagas de in-ternação apenas para o público adulto.

Desde a inauguração da uni-dade em junho de 2016, o Cre-deq – Prof. Jamil Issy atendeu a 2.584 pacientes, sendo que 1009 na internação (766 homens e 243 mulheres). O acolhimento em 24 meses gerou 481.033 pro-cedimentos, dos quais 203.831 (42,4%) ocorreram em 2018.

A taxa de ocupação média da unidade neste ano é de 96%. Os pacientes foram encaminhados por 161 municípios, dos quais 133 são municípios goianos e 28 de outros 11 estados e o Distrito Federal (BA, ES, MA, MG, MT, PA, PE, RN, RO, SP e TO). A faixa etária prevalente entre os pacientes é entre 20 e 49 anos de idade (80%).

Sorriso tipo Credeq11 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Amor, devoção e fé levam milhões de pessoas à Romaria de Trindade no mês de junho. A festa, que neste ano se encerra no domingo, 1º de julho, tem na Romaria dos Carros de Boi um dos momentos mais bonitos, concorridos e esperados. É quando as centenas de sertanejos, divididos em grupos, chegam a Trindade para receber as bênçãos do Divino Pai Eterno. São sertanejos de todo país, especialmente do interior de Goiás, que deixam suas moradas e passam dias e dias na estrada numa tradicional romaria. Já na cidade e abençoados pelo Pai, os sertanejos desfi lam com seus típicos meio de transportes no carreiródromo, mantendo viva a memória para as futuras gerações.

Romaria raiz

Jogos e brincadeiras popularesDurante as férias de julho, tem programação gratuita para a criançada no Shopping Cerrado, sempre aos domingos, às 15h. Neste próximo é dia de brincadeira e jogos populares. Quem comanda a diversão é grupo Teatro Destinatário, que vai mesclar cirandas, jogos das culturas africana e afro-brasileira. As brincadeiras são acompanhadas por músicas e cantigas, e os jogos não são competições, mas um meio de promover a integração da meninada.

Psicologia acessívelÉ assustador o número de vidas perdidas diariamente para a depressão, ansiedade e suicídio. Preocupa. Todo esforço para ajudar quem precisa é importante. O Instituto Olhos da Alma Sã faz, há mais de duas décadas, um trabalho social que merece ser reconhecido e divulgado. À frente está o psicólogo Jorge Antônio Monteiro Lima, colaborador da Tribuna. Vamos divulgar. Toda quarta tem triagem para a clínica social. É atendimento psicológico com valores acessíveis a quem necessita. Saiba mais: (62) 9.9187-5157. A clínica fi ca no setor Jaó.

Hilda Hilst

bazar

CULTURA

Daniela [email protected]

“Existe uma diferença entre o que você realmente quer e o que o seu espírito mais profundo deseja. E, na vida, o que você pode viver, no seu cotidiano, pode não ter nada a ver com essa verdade mais profunda.” O ensinamento está na obra de Hilda Hilst, escritora brasileira que será a homenageada na 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), de 25 a 29 de julho.

Fãs da autora acabam de ganhar ‘Eu e não outra’, primeira biografi a de Hilda Hilst. Produzido a partir de relatos de fontes próximas e documentos históricos, o livro traz um panorama da vida da escritora desde seu nascimento, em Jaú, até sua morte, na Casa do Sol, em 2004. Trabalho de fôlego das jornalistas Laura Folgueira e Luisa Destri, especializadas em literatura e na obra de Hilda Hilst.

A Orquestra Filarmônica de Goiás estreia a sua quinta turnê nacional nesta quarta, 4, no Teatro Rio Vermelho do Centro de Convenções de Goiânia. Será às 20h30, com entrada gratuita.

Também na quarta tem presença ilustre em Goiânia. Mauricio de Sousa vem apresentar detalhes da primeira Estação Turma da Mônica. Será no Shopping Cerrado, das 10h30 às 12h30.

O Instituto Gustav Ritter está com inscrições abertas até 27 de julho para o Núcleo de Teatro. São oferecidas ofi cinas de tecido acrobático, teatro, teatro musical e interpretação para TV e cinema. Os cursos serão no segundo semestre.Mais: 3201.4688.

Antes, de 17 a 20 de julho, o Programa de Capacitação Técnica também oferece ofi cinas de artes cênicas, música e artes visuais. O programa é parte da caravana da Fundação Nacional de Artes (Funarte) que estará em várias cidades brasileiras nos próximos meses.

Em Goiânia, o Programa da Funarte inclui ainda dois seminários, com os temas ‘Arte e Educação e História da Arte’ e ‘História da Música’. Tem apoio da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás. Mais: www.funarte.gov.br

No tempo seco, a pele sofre. Inspirado no cheirinho das nuts (sozes, sementes e castanhas), o Boticário lançou a Cuide-se Bem Castanhita, linha com loção e creme hidratante para as mãos, body splash, desodorante e sabonete em barra. Experimente!

A Secretaria da Fazenda de Goiás anunciou concurso para auditor fi scal, com salário de mais de R$ 20 mil. Inscrições de 26 de julho a 24 de agosto, com taxa de R$ 200.

Taynara Borges

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10 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

GOVERNO

PM

PREFEITURA

O tratamento odonto-lógico aos pacientes passa a ser serviço per-

manente no Centro Estadu-al de Referência e Excelência em Dependência Química, em Aparecida de Goiânia (Credeq - Prof. Jamil Issy), da SES – Go-verno de Goiás. Nos dois anos de funcionamento da unida-de, o procedimento acontecia e mediante parceria com a Co-ordenação de Saúde Bucal de Aparecida de Goiânia, vincu-lada à Secretaria Municipal da Saúde. O início da implanta-ção aguarda a assinatura o 2º Termo Aditivo entre a SES-GO e a Comunidade Luz da Vida, res-ponsável pela administração.

Uma das novidades, por exemplo, é que a internação não será mais mensurada por alta, mas por ocupação diária. Ao contrário das outras 22 unida-des de saúde de Goiás, o pacien-te do Credeq – Prof. Jamil Issy realiza tratamento a longo pra-zo, pois dependência química é crônica e requer acompanha-mento. O conceito, assim como os serviços oferecidos pelo Cre-deq – Prof. Jamil Issy, é inovador. Sendo, inclusive, novidade para a própria Rede de Assistência à Saúde.

A entrega de 108 viaturas no início da semana faz parte do Programa Mais Segurança, lançado em abril deste ano, que tem como principal objetivo reduzir ainda mais os indica-dores de criminalidade. Tra-ta-se da primeira remessa de novos veículos, de um total de 583 viaturas para as forças po-liciais do Estado. Em Trindade, nesta sexta-feira (29), as viatu-ras estavam disponíveis para os policiais que permanecem nas bases elevadas, instaladas ao longo das principais aveni-das da cidade.

De acordo com o governa-dor José Eliton, a entrega de viaturas e equipamentos para as forças policiais signifi ca um “grande avanço na construção de um sistema de segurança cada vez mais efi ciente”.

Para o secretário de Segu-rança Pública, Irapuan Costa Júnior, o esforço do Governo de Goiás para valorizar ainda mais as forças de segurança estão surtindo resultados cada vez mais positivos. “A queda nos índices de criminalidade é grande e a população já se sen-te mais segura”, afi rmou.

O primeiro Mutirão de 2018, as grandes frentes de serviços idealizadas pelo prefeito Iris Re-zende ainda na década de 1960 e que reúne administração pú-blica e população, foi aberto ofi -cialmente na última semana, no Jardim Curitiba, região Noroeste de Goiânia.

A solenidade de abertura, que teve hasteamento de ban-deiras ao som do Hino Nacional executado pela Banda da Guar-da Civil Metropolitana, contou com a presença do próprio prefeito Iris Rezende, acompa-nhado da primeira-dama de Goiânia, Dona Íris de Araújo, do presidente da Câmara Munici-pal de Goiânia, Andrey Azeredo, do deputado federal Daniel Vile-la, do deputado estadual Wagner Siqueira, secretários e vereado-res, além de um grande público que veio prestigiar o evento e usufruir dos serviços prestados pelas diversas pastas da admi-nistração municipal.

“Não tínhamos dúvidas do sucesso dessa forma de admi-nistrar, que trazemos conosco desde o primeiro mandato que ocupei como prefeito de Goiâ-nia. O Mutirão é, sobretudo, uma grande festa cívica, é a adminis-tração perto do povo, ouvindo e

atendendo suas demandas, de forma que temos uma grande satisfação em realizá-lo”, afi r-mou o prefeito Iris Rezende du-rante abertura.

A bem sucedida experiência dos mutirões, aplicada na atual gestão, teve treze edições no ano passado e fez mais de 650 mil

atendimentos à população das mais diversas regiões da Capi-tal. Além dos grandes mutirões, a Prefeitura realizou mais oito frentes de serviços, assim cha-mados os pequenos mutirões realizados em estruturas fi xas, como em escolas municipais, por exemplo, com duração de

apenas um dia.Concebido como uma práti-

ca rural e inserido no contexto urbano pelo prefeito Iris Rezen-de durante o seu primeiro man-dato à frente do executivo muni-cipal em 1966, o Mutirão tem se revelado uma importante ferra-menta para o atendimento das demandas da população, já que permite aos moradores serem atendidos próximos às suas re-sidências e na medida exata das suas necessidades.

Todas as secretarias da ges-tão municipal estão presentes no Mutirão da região Noroeste e vão prestar os mais variados serviços públicos à população. Na área da saúde, por exemplo, estão disponíveis serviços de aferição de pressão e exames. A Secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afi rmativas vai emitir documentos pessoais, como car-teira de identidade e de estudan-te, além do aplicativo ID Jovem.

Além dos vários serviços prestados nos estandes, por ocasião do Mutirão uma série de serviços de infraestrutura e limpeza urbana, além de refor-mas de prédios públicos, são executados em toda região con-templada pela grande frente de serviços.

PACIENTES EM RECUPERAÇÃO NO CREDEQ PASSARÃO A TER TRATAMENTO ODONTOLÓGICO NA UNIDADE

dos procedimentos nos últimos 24

meses ocorreram em 2018

42% Pacientes em recuperação no local passarão a contar com mais esta especialidade

Primeira edição ocorreu no Jd. Curitiba, região Noroeste

Novas viaturas nas ruas

Grandes mutirões voltam à Goiânia

Como um serviço contem-porâneo, não há série histórica que aponte os perfi s e o público demandante da unidade. Salvo algumas pouquíssimas unida-des de saúde particular no Bra-sil, nenhum atendimento pú-blico nacional oferece a gama de serviços multiprofi ssionais (médico, psicólogo enfermeiro, nutricionista e assistente social) e terapias de apoio (musicote-rapia, terapia ocupacional, edu-cação física, psicopedagogia) no tratamento à dependência quí-

mica, com foco na pessoa e não na doença.

A Rede Credeq foi criada para atender casos severos da dependência química. Desde de dezembro de 2017, a adminis-tração tem trabalhado para de-mocratizar o acesso do paciente aos seus serviços, uma vez que seus atendimentos decorrem da regulação e dos encaminha-mentos do sistema de saúde. Há seis meses, qualquer unidade de saúde goiana pode direcionar paciente, mediante agendamen-

to da 1ª consulta.Outras medidas têm univer-

salizado o atendimento, como a contratação de ônibus para o transporte dos pacientes, o con-tato direto com as secretarias de saúde dos municípios localiza-dos no raio de 200 quilômetros da sede do CREDEQ, assim como a liberação das 108 vagas de in-ternação apenas para o público adulto.

Desde a inauguração da uni-dade em junho de 2016, o Cre-deq – Prof. Jamil Issy atendeu a 2.584 pacientes, sendo que 1009 na internação (766 homens e 243 mulheres). O acolhimento em 24 meses gerou 481.033 pro-cedimentos, dos quais 203.831 (42,4%) ocorreram em 2018.

A taxa de ocupação média da unidade neste ano é de 96%. Os pacientes foram encaminhados por 161 municípios, dos quais 133 são municípios goianos e 28 de outros 11 estados e o Distrito Federal (BA, ES, MA, MG, MT, PA, PE, RN, RO, SP e TO). A faixa etária prevalente entre os pacientes é entre 20 e 49 anos de idade (80%).

Sorriso tipo Credeq11 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Amor, devoção e fé levam milhões de pessoas à Romaria de Trindade no mês de junho. A festa, que neste ano se encerra no domingo, 1º de julho, tem na Romaria dos Carros de Boi um dos momentos mais bonitos, concorridos e esperados. É quando as centenas de sertanejos, divididos em grupos, chegam a Trindade para receber as bênçãos do Divino Pai Eterno. São sertanejos de todo país, especialmente do interior de Goiás, que deixam suas moradas e passam dias e dias na estrada numa tradicional romaria. Já na cidade e abençoados pelo Pai, os sertanejos desfi lam com seus típicos meio de transportes no carreiródromo, mantendo viva a memória para as futuras gerações.

Romaria raiz

Jogos e brincadeiras popularesDurante as férias de julho, tem programação gratuita para a criançada no Shopping Cerrado, sempre aos domingos, às 15h. Neste próximo é dia de brincadeira e jogos populares. Quem comanda a diversão é grupo Teatro Destinatário, que vai mesclar cirandas, jogos das culturas africana e afro-brasileira. As brincadeiras são acompanhadas por músicas e cantigas, e os jogos não são competições, mas um meio de promover a integração da meninada.

Psicologia acessívelÉ assustador o número de vidas perdidas diariamente para a depressão, ansiedade e suicídio. Preocupa. Todo esforço para ajudar quem precisa é importante. O Instituto Olhos da Alma Sã faz, há mais de duas décadas, um trabalho social que merece ser reconhecido e divulgado. À frente está o psicólogo Jorge Antônio Monteiro Lima, colaborador da Tribuna. Vamos divulgar. Toda quarta tem triagem para a clínica social. É atendimento psicológico com valores acessíveis a quem necessita. Saiba mais: (62) 9.9187-5157. A clínica fi ca no setor Jaó.

Hilda Hilst

bazar

CULTURA

Daniela [email protected]

“Existe uma diferença entre o que você realmente quer e o que o seu espírito mais profundo deseja. E, na vida, o que você pode viver, no seu cotidiano, pode não ter nada a ver com essa verdade mais profunda.” O ensinamento está na obra de Hilda Hilst, escritora brasileira que será a homenageada na 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), de 25 a 29 de julho.

Fãs da autora acabam de ganhar ‘Eu e não outra’, primeira biografi a de Hilda Hilst. Produzido a partir de relatos de fontes próximas e documentos históricos, o livro traz um panorama da vida da escritora desde seu nascimento, em Jaú, até sua morte, na Casa do Sol, em 2004. Trabalho de fôlego das jornalistas Laura Folgueira e Luisa Destri, especializadas em literatura e na obra de Hilda Hilst.

A Orquestra Filarmônica de Goiás estreia a sua quinta turnê nacional nesta quarta, 4, no Teatro Rio Vermelho do Centro de Convenções de Goiânia. Será às 20h30, com entrada gratuita.

Também na quarta tem presença ilustre em Goiânia. Mauricio de Sousa vem apresentar detalhes da primeira Estação Turma da Mônica. Será no Shopping Cerrado, das 10h30 às 12h30.

O Instituto Gustav Ritter está com inscrições abertas até 27 de julho para o Núcleo de Teatro. São oferecidas ofi cinas de tecido acrobático, teatro, teatro musical e interpretação para TV e cinema. Os cursos serão no segundo semestre.Mais: 3201.4688.

Antes, de 17 a 20 de julho, o Programa de Capacitação Técnica também oferece ofi cinas de artes cênicas, música e artes visuais. O programa é parte da caravana da Fundação Nacional de Artes (Funarte) que estará em várias cidades brasileiras nos próximos meses.

Em Goiânia, o Programa da Funarte inclui ainda dois seminários, com os temas ‘Arte e Educação e História da Arte’ e ‘História da Música’. Tem apoio da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás. Mais: www.funarte.gov.br

No tempo seco, a pele sofre. Inspirado no cheirinho das nuts (sozes, sementes e castanhas), o Boticário lançou a Cuide-se Bem Castanhita, linha com loção e creme hidratante para as mãos, body splash, desodorante e sabonete em barra. Experimente!

A Secretaria da Fazenda de Goiás anunciou concurso para auditor fi scal, com salário de mais de R$ 20 mil. Inscrições de 26 de julho a 24 de agosto, com taxa de R$ 200.

Taynara Borges

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12 GOIÂNIA, 1º A 7 DE JULHO DE 2018 / www.tribunadoplanalto.com.br

Com o Batalhão de Terminal e o Viagem Mais Segura

reduzimos as ocorrências de roubos em cerca de 70%.

Criamos a Força de Segurança Rural e ampliamos a Patrulha Rural.

Com inteligência e trabalho integrado, os índices de criminalidade

não param de cair.

Colocamos mais

Contratamos mais

novos policiais

novas viaturasnas ruas

novos delegados e mais

583

100

2.500

- 14,21%

homicídios

- 36,36%

latrocínios- 34,55%

roubos

a pedestres

- 38,52%

roubos

a veículos

- 39,14%

roubos

a residências

- 57,90%

roubos

a comércio

É o Governo de Goiás trabalhando por quem mais precisa. E Goiás avançando sem parar.

E M P O U C O T E M P O ,N O V A S A Ç Õ E S .GRANDESRESULTADOS.