Estruturas Metálicas - Estudo de viabilidade em edifícios comerciais

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  • 8/19/2019 Estruturas Metálicas - Estudo de viabilidade em edifícios comerciais

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    MÁRCIA LIE ITO 

    ESTRUTURAS METÁLICASESTUDO DE VIABILIDADE EM

    EDIFÍCIOS COMERCIAIS 

    Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Universidade

     Anhembi Morumbi no âmbito doCurso de Engenharia Civil comênfase Ambiental.

    SÃO PAULO2005 

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    MÁRCIA LIE ITO 

    ESTRUTURAS METÁLICASESTUDO DE VIABILIDADE EM

    EDIFÍCIOS COMERCIAIS

    Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado à Universidade

     Anhembi Morumbi no âmbito doCurso de Engenharia Civil comênfase Ambiental.

    Orientador:Prof. Tiago Garcia Carmona

    SÃO PAULO2005 

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     Aos meus queridos pais Hiroshi e Yuriko

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    AGRADECIMENTOS 

     Aos meus colegas de faculdade e serviço que colaboraram na busca de informações

    e contatos para elaboração deste trabalho, em especial aos meus amigos Emerson,

    Penha e Luciano.

     Ao CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço, COSIPA (Companhia

    Siderúrgica Paulista), Açominas e ABCEM (Associação Brasileira da Construção

    Metálica) pelo apoio e materiais fornecidos.

     Aos professores da Universidade Anhembi Morumbi, especialmente ao prof. Tiago

    Garcia Carmona e Dr. Antônio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro que coordenou

    as idéias e orientou na busca de informações para elaboração deste trabalho e a

    professora mestra Jane Luchtenberg Vieira, professor mestre Célio Daroncho e Dr.

    Wilson Shoji Iyomasa sempre nos incentivando e contribuindo com todas as normas

    e conhecimentos para elaboração e formatação deste documento.

     A Construtora Inpar, a Codeme e ao Escritório de arquitetura Roberto Candusso, em

    especial a arquiteta Malu e ao engenheiro Faversani, pelas informações e imagens

    cedidas e ao Fagner por toda a paciência, o incentivo e a colaboração às visitas e

    fotos da obra estudada.

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    RESUMO 

     As edificações tem apresentado sistemas industrializados de construção em váriossegmentos, porém quanto a execução da estrutura, é comum a utilização doconcreto armado. Este trabalho visou apresentar fatores que devem ser analisadosna escolha do método estrutural de estruturas metálicas para construção de prédioscomerciais.

    Os sistemas de estruturas de concreto armado e as estruturas metálicas não devemser comparadas de modo competitivo mas sim a de tirar proveito do melhor de cadaum dos sistemas, portanto, são apresentadas as vantagens proporcionadas com autilização do sistema de estrutura metálica em diversas atividades executadas emuma obra.

    No estudo de caso apresentado neste trabalho, a rapidez da construção emestruturas metálicas não foi a característica que motivou a construtora a optar poreste sistema e sim a redução do consumo de concreto devido a dificuldade delogística de acesso dos caminhões betoneira.

    Palavras Chave: Estruturas Metálicas, Construção em Aço

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    ABSTRACT

    The building have presented industrialized systems of construction in somesegments, how ever the execution of the structure is common the use of the armedconcrete. This work aimed at to present factors that must be analyzed in the choiceof the structural method of metallic structures for construction of commercial building.

    The systems of structures of armed concrete and the metallic structures do not haveto be compared in competitive way but to take off advantage of the best of each oneof the systems, therefore, the proportionate advantages with the use of the system ofmetallic structure in diverse activities executed in a workmanship are presented.

    In the study of case presented in this work, the speed of the construction in metallic

    structures was not the characteristic that motivated the constructor to choose thissystem and yes, the reduction in the concrete consumption because the access ofthe concrete truck mixer was too difficulty and restricted.

    Key Worlds: Metallic structures, Steel building

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    LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    Figura 5.1: Treliças telescópicas apoiadas na mesa superior do perfil. 25 

    Figura 5.2: Balizamento da alvenaria pelos pilares de aço. 26 

    Figura 5.3: Assentamento de alvenaria com blocos de concreto, utilizando barras de

    espera, soldadas nos pilares. 26 

    Figura 5.4: Lajes de painéis armados de concreto celular . 27 

    Figura 5.7: Detalhe da marquise. 43 

    Figura 5.8: Projeto de Montagem, planta da marquise. 46 

    Figura 6.1: Fachada frontal do Hotel Íbis Paulista. 49 

    Figura 6.2: Comparativo de custo entre as estrutura quanto ao tipo. 52 

    Figura 6.3: Comparativo de custo entre as estrutura quanto a fundação. 53 

    Figura 6.4: Comparativo de custo entre as estrutura de aço e convencional,

    considerando as instalações e manutenção de canteiro de obra. 56 

    Figura 6.5: Comparativo de custo entre as estrutura de aço e convencional em

    relação aos itens comuns. 57 

    Figura 6.6: Economia obtida entre as estrutura de aço e concreto armado 59 

    Figura 6.7: Ilustração da laje Steel Deck. 61 

    Figura 6.8: Concretagem de laje Steel Deck. 61 

    Figura 6.9: Cobertura em policarbonato e estrutura metálica. 62 

    Figura 6.10: Execução da estrutura metálica. 63 

    Figura 6.11: Montagem da cobertura em estruturas metálicas. 64 

    Figura 6.12: Ambiente limpo em estrutura steel frame para receber placas de gesso

    acartonado. 64 

    Figura 6.13: Ambiente fachada pré-fabricada GFRC. 65 

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1: Consumo de aço bruto de alguns países ...............................................17 

    Tabela 5.1: Comparativo quanto a administração da obra........................................30 

    Tabela 5.2: Comparativo quanto a Fundação. ..........................................................31 

    Tabela 5.3: Comparativo quanto a execução das lajes.............................................32 

    Tabela 5.4: Comparativo quanto a execução das paredes. ......................................33 

    Tabela 5.5: Comparativo quanto a execução dos revestimentos..............................33 

    Tabela 5.6: Comparativo quanto as Instalações. ......................................................34 

    Tabela 5.7: Comparativo quanto aos prazos de execução. ......................................34 

    Tabela 5.8: Comparativo quanto aos custos financeiros...........................................35 

    Tabela 5.9: Critérios para utilização do aço. .............................................................36 

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    a.C Antes de Cristo

    CET Companhia de Engenharia de Tráfego

    CSN Companhia Siderúrgica Nacional

    FEM Fábrica de Estruturas Metálicas

    GFRC Glass Fiber Reinforced Concrete

    SMT Secretaria Municipal dos Transportes

    SPEM São Paulo Estruturas Metálicas

    PMSP Prefeitura do Município de São Paulo

    PVC Policloreto de Vinila

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    SUMÁRIO

    1  INTRODUÇÃO ...............................................................................................10 

    1.1  Primeiras Evidências da Utilização do Aço................................................10 

    1.2  Construções em Aço dos Séculos 19 e 20.................................................11 

    1.3  Construções em Aço no Brasil ...................................................................13 

    2  OBJETIVOS...................................................................................................17 

    2.1  Objetivo Geral...............................................................................................18 

    2.2  Objetivos Específicos ..................................................................................18 

    3  METODOLOGIA DO TRABALHO.................................................................19 

    4  JUSTIFICATIVA.............................................................................................20 

    5  ESTRUTURAS METÁLICAS .........................................................................22 

    5.1  Vantagens no Uso do Aço ...........................................................................23 

    5.2  Comparação entre Estruturas Metálicas com Estruturas de Concreto

    Armado..........................................................................................................29 

    5.3  Critérios para a Utilização de uma Estrutura de Aço ................................35 

    5.4  Critérios de Viabilidade Econômica............................................................36 

    5.5  Projeto da Estrutura .....................................................................................37 

    5.5.1 Projeto de Engenharia.............................................................................38

    5.5.2 Projeto de Fabricação .............................................................................41

    5.5.3 Projeto de Montagem ..............................................................................45

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    6  ESTUDO DE CASO .......................................................................................49 

    6.1  Apresentação................................................................................................49 

    6.2  Custo das estruturas....................................................................................51 

    6.3  Custo de fundações .....................................................................................52 

    6.4  Custo de alvenarias e revestimentos..........................................................53 

    6.5  Custo de instalações de unidades, equipamentos e manutenção de

    canteiro..........................................................................................................54  

    6.6  Custos comuns.............................................................................................56 

    6.7  Custos financeiros .......................................................................................58 

    6.8  Logistica da obra..........................................................................................59 

    6.9  Fornecimento e montagem da estrutura ....................................................62 

    6.10  Fechamentos internos e externos...............................................................64 

    7  CONCLUSÕES ..............................................................................................66 

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................70 

    APÊNDICE................................................................................................................74 

    ANEXO .....................................................................................................................78 

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    1 INTRODUÇÃO

    No início do século 21, principalmente em regiões desenvolvidas como os Estados

    Unidos, a Europa e o Japão, a utilização de sistemas de estruturas metálicas em

    aço, vem sendo implementada em grande escala, devido às vantagens

    proporcionadas e a boa performance construtiva em vários tipos de edificações.

    Porém, a utilização de aço no Brasil ainda é pequena se comparada com estes

    países, não passa de 5 kg de aço estrutural por habitante. Em média, o consumo na

    Europa é de 20 kg de aço estrutural por habitante e nos Estados Unidos, aproxima-

    se a 30 kg de aço estrutural por habitante (FREITAS, 2005).

    1.1 Primeiras Evidências da Utilização do Aço

     Aproximadamente a 6 mil anos a.C. , em civilizações como as do Egito, Babilônia e

    Índia, encontraram-se as primeiras evidências da obtenção do ferro para fins

    militares, ou como elemento de adorno nas construções, pois era considerado um

    material nobre devido a sua raridade (BELLEI et al., 2004).

    Muito tempo depois, com a Revolução Industrial, em meados do século 19, em

    países mais desenvolvidos como Inglaterra, França e Alemanha, ocorreu um

    aumento da utilização do ferro em escala industrial. Paralelamente, desenvolveram-

    -se progressos na elaboração e conformação deste metal. Em 1830, eram laminadas

    para utilização em trilhos para estradas de ferro e, em 1854, na França surgem os

    perfis de seção I de ferro forjável, peça fundamental na construção civil em aço.

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    Em 1779, foi construída a ponte sobre a Severn em Coalbrokdale, na Ingleterra, que

    foi considerada como a primeira obra importante em ferro. Em 1851, inicia-se a era

    dos grandes edifícios metálicos, com o Palácio de Cristal em Paris, e em Londres,

    em 1872, Jules Saulnier construiu a fábrica de chocolates de Noisiel-Sur-Name.

    Trata-se de um edifício de andares múltiplos, construído sobre quatro pilares da

    antiga ponte sobre o rio Marne, de forma a aproveitar a energia hidráulica do rio.

    Este edifício antecipa alguns elementos estruturais da construção em aço, devido à

    estabilidade lateral do prédio garantida por uma rede de diagonais. O sistema é

    idêntico ao de contraventamento encontrado em construções em estruturas

    metálicas existentes no ano de 2005 (BELLEI et al., 2004).

    1.2 Construções em Aço dos Séculos 19 e 20

    Em 1868, fundador e líder da Escola de Chicago, Willian le Baron Jenney, abriu seu

    escritório de Arquitetura em Chicago e, em 1879, no Leiter Bulding 1, provou suas

    teorias sobre a estrutura de ferro. O Home Insurance Building, projetado por Jenney

    em 1885, apresentou um sistema estrutural pioneiro das modernas estruturas de aço

    do ano 2005. Neste projeto, o peso das paredes era transferido para um vigamento

    de ferro e respectivas colunas embutidas em alvenaria que, por sua vez, só serviu

    de enchimento do vão livre (BELLEI et al., 2004).

    Holaird e Roche construíram, em 1884, o Tocama Building, o primeiro edifício com

    ligações rebitadas que resultaram maior rigidez nas estruturas metálicas, o que não

    era possível de se obter anteriormente com parafusos comuns (BELLEI et al., 2004).

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     As estruturas metálicas construídas em Chicago nos anos de 1890 a 1893,

    apresentavam características típicas como as ligações rebitadas, os

    contraventamentos verticais e janelas salientes.

    Com o salto tecnológico em 1885, as vigas de ferro forjado foram substituídas pelas

    vigas laminadas de aço doce, produzidas pela primeira vez nos Estados Unidos pela

    Carnegie Steel Company. Após essa inovação, a coluna de ferro fundido caiu

    rapidamente na obsolência, bem como os perfis complexos de colunas compostas

    de perfis padronizados, laminados ou caixão.

    Entre 1890 e 1930, devido às condições materiais e intelectuais favoráveis na

    França e na Bélgica, se desenvolveram as primeiras construções em aço de

    edifícios de vários andares. Na França, foram construídas as primeiras estruturas de

    cobertura em ferro forjado, antes das pontes em ferro fundido terem sido construídos

    na Inglaterra. Muitos progressos foram feitos nos métodos de executar ligações nas

    estruturas de aço, quando se fez a transição do rebite para a solda e para os

    parafusos de alta resistência (BELLEI et al., 2004).

    Nos Estados Unidos, a posição de liderança na construção de edifícios altos foiassumida por Nova York, batendo recordes de altura e mérito arquitetônico. Em

    1913 foi construído o Woolworth Tower, com 234 metros de altura e 55 andares. Em

    1929 foi construído o Chrysler Building, com 320 metros de altura e 75 andares e em

    1931 o Empire State, com 380 metros de altura e 102 andares. O maior edifício do

    mundo foi construído em Chicago, o Sears Tower, em 1972 com 109 andares e 445

    metros de altura, projetado por B. Graham, (BELLEI et al., 2004).

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    Em 1973, foram construídas as torres gêmeas do World Trade Center, com 110

    andares e 417 metros de altura no centro de Manhatan que foram alvo de um ataque

    terrorista em 11 de setembro de 2001 e em 2005 o prédio considerado como mais

    alto construído em estrutura metálica foi a Torre Taipei 101 em Taiwan, com 101

    andares e 508 metros de altura, concluída sua construção no final do ano de 2004

    (CAMBRIDGE, 2005).

    1.3 Construções em Aço no Brasil

    Na década de 20, o Brasil começou realmente a desenvolver sua incipiente indústria

    siderúrgica, com a criação da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira. Nesta mesma

    década, considerando-se também a produção de outras pequenas fundições, a

    produção de aço atingiu a casa de 35 mil toneladas. No final da década, já

    alcançava a casa de 96 mil toneladas (BELLEI et al., 2004).

    Em plena segunda guerra mundial, foi fundada a CSN - Companhia Siderúrgica

    Nacional, que entrou em operação em 12 de outubro de 1945, com a finalidade de

    produzir chapas, trilhos e perfis, nas bitolas americanas. Para consolidar o mercado,

    entraram em operação na década de 60 as usinas da Usiminas e Cosipa, para

    produção de chapas, e mais recentemente a entrada da Açominas para produção de

    perfis laminados de abas paralelas. A partir daí, grandes expansões foram

    realizadas no setor siderúrgico, produzindo o Brasil, em 2005, perto de 25 milhões

    de toneladas de aço. O Brasil, que até a década de 70 ainda importava, passou a

    exportar, devido ao baixo consumo interno.

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    Para difundir o uso do aço nas construções, a CSN criou em 1953, como um dos

    seus departamentos, a FEM – Fábrica de Estruturas Metálicas (desativada em

    1998), que iniciou a formação de mão-de-obra especializada, bem como do ciclo

    completo de produção das estruturas metálicas (BELLEI et al., 2004).

    Em 1957, foi construído o Edifício Garagem América, projetado pelo arquiteto Rino

    Levi e Paulo R. Fragoso, trata-se de uma garagem coletiva construída em terreno de

    1024 m², com frente para duas vias públicas, apresentando um desnível de 17 m

    entre a entrada principal, no pavimento térreo, que situa na Avenida 23 de Maio. Foi

    a primeira garagem coletiva de grande proporções construída em São Paulo na

    década de 50 e o primeiro edifício de andares múltiplos pavimentos de estruturas

    metálicas do país fabricado pela FEM.

     Ainda em São Paulo, em 1959, ao lado do Teatro Municipal, ergue-se o Palácio do

    Comércio, primeiro edifício comercial em estruturas metálicas construído no País

    pelo arquiteto Lucjan Korngold e estrutura projetada por Paulo R. Fragoso. Com

    vinte e quatro pavimentos e 73 m de altura, sua montagem foi iniciada em 24 de

    setembro de 1956, com fabricação e montagem pela FEM. A estrutura metálica

    compreende colunas compostas de quatro perfis “L” laminados, chapa de alma e

    chapas de mesa; em alguns casos, de dois perfis “U” interligados por chapas

    reforçadas na alma e por vigas, na sua maioria de perfis “I” laminados, toda a

    estrutura é rebitada e foi executada em noventa e três dias efetivos de trabalho.

    Em 1961, no Rio de Janeiro, é construído o Edifício Avenida Central, pelo arquiteto

    Henrique E. Mindlin e estrutura por Paulo R. Fragoso, com montagem e fabricação

    pela FEM. A estabilidade vertical do edifício é garantida por contraventamentos

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    localizados nas paredes divisórias de lojas e salas, no sentido transversal, e junto

    aos elevadores, no sentido longitudinal. A estrutura está protegida contra incêndio

    pelo revestimento das vigas com concreto, dos pilares internos com tijolos furados e

    dos pilares e vigas externos com asbesto projetado (DIAS, 1999).

    No centro da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1964, foi construído

    o Edifício Santa Cruz, com trinta e três pavimentos para fins comerciais pelo

    arquiteto Jayme Luna dos Santos e estrutura por Paulo R. Fragoso. Foi estruturado

    com aço desde as fundações com fabricação e montagem pela FEM. Foi executada

    em duas etapas: a primeira, iniciada em 4 de abril de 1960, terminado em 20 de

    agosto de 1961, e a segunda, iniciada em 25 de fevereiro de 1962, encerrando-se

    em 8 de março do ano seguinte.

    Em 1965, arquitetado por Affonso Eduardo Reidy e projeto estrutural por Paulo R.

    Fragoso, com fabricação e montagem pela FEM, foi construído no centro do Rio de

    Janeiro o edifício sede do IPERJ, sede de instituição destinada a conceder pensão e

    benefícios de assistência social aos empregados municipais, o edifício tem 24

    pavimentos e 76,5 m de altura.

    Em 1966 é construído o escritório central da CSN, em Volta Redonda, no Rio de

    Janeiro. Nesta obra foram empregados pela primeira vez, forros de bandeja de aço

    perfuradas, revestidas na parte superior com mantas de lãs-de-rocha ensacadas,

    para dar proteção acústica aos ambientes de trabalho. A arquitetura é de Glauco do

    Couto Oliveira com estrutura, fabricação e montagem pela FEM.

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    Projetado por Oscar Niemeyer e estrutura por Paulo Franco Rocha, em 1973 é

    construído em Brasília o edifício Palácio do Desenvolvimento, com estrutura em

    concreto armada até o quarto pavimento e estrutura metálica nos pavimentos

    superiores.

    Em 1979, é construído na Praia da Armação, em Salvador, na Bahia, o Palácio de

    Congressos da Bahia projetado pelos arquitetos Jader Tavares, Oton Gomes,

    Fernando Frank e Márcio Roberto, estrutura de Carlos Emílio Strauch com

    fabricação e montagem pela Fichet. Tem seu sistema estrutural constituído por duas

    grandes treliças que se desenvolvem paralelamente ao eixo longitudinal, distantes

    38,5 m entre si, apoiando-se em duas linhas de quatro torres de circulação vertical

    de concreto armado formando três vãos de 50 m, enquanto as extremidades se

    apóiam, de um lado nas torres e, de outro, nas sobrelevações artificiais do terreno,

    com vãos de 60 a 70 m (DIAS, 1999).

    Foram surgindo em todo o país um grande número de fabricantes, projetistas,

    desenhistas e outros profissionais do ramo e o Brasil chegou, na década de 1970, a

    produzir cerca de 500 mil toneladas de estruturas metálicas, mas totalmente voltada

    para o setor industrial (BELLEI et al., 2004).

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    2 OBJETIVOS

    O Brasil, apesar de ser o sétimo maior produtor em aço do mundo, não apresenta

    níveis de utilização de estruturas metálicas significativos (Tabela 2.1), isto pode ser

    devido a fatores como a não existência de uma cultura voltada para o uso de

    estruturas metálicas (DIAS, 1998).

    Tabela 2.1: Consumo de aço bruto de alguns países

    CONSUMO PER CAPITA DE AÇO BRUTO – 2001

    PaísesConsumo Per Capita de Aço

    Bruto (Kg/hab)

    Japão 557

    EUA 458

     Alemanha 469

    Coréia do Sul 757

    Itália 552

    Espanha 469

    Brasil 105

    México 123

     Argentina 91

    Chile 122

    Fonte: Anuário Estatístico IBS 2001 

     A elaboração deste trabalho visa apresentar as estruturas metálicas incentivando a

    sua utilização como sistema estrutural para edifícios comerciais.

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    2.1 Objetivo Geral

    Este Trabalho de Conclusão de Curso, tem como objetivo geral apresentar os

    sistemas estruturais em aço, conceituando suas principais características para

    aplicações em edifícios comerciais construídos no Brasil.

    2.2 Objetivos Específicos

    Os objetivos específicos deste trabalho são:

    - Apresentar as principais características mecânicas e geométricas dos sistemas de

    estruturas metálicas;

    - Identificar parâmetros para relação custo x benefício em edifícios comerciais;

    - Comparar as vantagens e desvantagens principais de uma estrutura metálica com

    a estrutura de concreto armado;

    - Indicar fatores para o reaproveitamento de materiais e a conseqüente redução no

    impacto ambiental ao utilizar as estruturas metálicas.

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    3 METODOLOGIA DO TRABALHO

    Este Trabalho de Conclusão de Curso, foi baseado em teses de doutorado,

    dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso, livros técnicos,

    catálogos de empresas e sites da Internet.

     A pesquisa, também, foi desenvolvida considerando visitas as obras para verificação

    de sistemas utilizados na atualidade e entrevistas com profissionais e empresas que

    executam obras utilizando sistemas de estruturas metálicas em edificações

    comerciais, citando as vantagens e desvantagens na utilização deste sistema.

    Para realização do estudo de caso, foram realizadas visitas ao local da obra, ao

    escritório de arquitetura que desenvolveu a concepção do projeto, a construtora

    Inpar e correspondências via correio eletrônico com a empresa fabricante daestrutura metálica CODEME.

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    4 JUSTIFICATIVA

    Nas metrópoles brasileiras, a grande maioria das edificações são de concreto

    armado. Apesar de todas as vantagens proporcionadas pela utilização dos sistemas

    em estruturas metálicas são poucas as obras já executadas até o ano de 2005. A

    cultura, assim como nas próprias universidades, a enfatização nas estruturas de

    concreto armado e protendido são maiores em comparação com a cadeira de

    estruturas metálicas (DIAS, 1998).

    Segundo Rezende (2003), a construção em estruturas metálicas apresentou um

    suave crescimento até 1998 e a tendência no aumento de construções em

    estruturas metálicas para os próximos anos é aumentar. Em outros países

    desenvolvidos, de acordo com Dias (1998), o sistema metálico é muito mais

    utilizado, pois é comprovado que adotando este processo construtivo as etapas deconstrução são simplificadas, além de executadas rapidamente em relação ao

    processo convencional em concreto armado. A estrutura é fabricada nas instalações

    metalúrgicas, deixando o canteiro de obras livre, resumindo apenas na montagem da

    estrutura no canteiro de obras, que é feita com equipamentos e mão de obra

    especializada do fabricante.

    Os estoques de cimento, areia e brita no canteiro de obras ficam reduzidos

    consideravelmente além de reduzir, também, a movimentação de pessoas na obra.

    Com a utilização do sistema de estruturas metálicas, o peso próprio da edificação é

    reduzida a 1/5 da estrutura convencional, com este alívio de cargas temos uma

    redução nas fundações (SPEM, 2004).

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     A inexistência de formas para as colunas e vigas, reduz entulhos, bota-foras,

    conseqüentemente uma redução em custos de formas e mão-de-obra. Devido a

    precisão milimétrica de prumo e nível, as argamassas de nivelamento e

    regularização são dispensadas (SPEM, 2004).

    O sistema de estrutura metálica proporciona melhor aproveitamento das áreas úteis,

    reduzindo números de pilares e aumento de vagas na garagem. Todas as

    facilidades construtivas apresentadas, fazem com que um edifício comercial seja

    executado num prazo bastante curto e com estes meses ganhos na execução da

    obra, o retorno financeiro para o cliente representa substancial vantagem (SPEM,

    2004).

    Devido as grandes vantagens apresentadas na utilização do sistema construtivo em

    estruturas metálicas e a tendência em industrializar as etapas de execução das

    obras, o aço tem sido utilizado em grande escala nos países europeus e asiáticos,

    países estes que apresentaram grande desenvolvimento e avanços tecnológicos.

    No Brasil, a grande maioria dos projetistas e engenheiros de estruturas optam pelo

    método tradicional de concreto armado devido ao fator custo da obra, pois, asconstruções em aço ainda possuem custo elevado devido à falta de mão de obra

    especializada e produção da estruturas em si. Estes sistemas apesar de ainda

    apresentarem um custo elevado, proporcionam um prazo de entrega inferior além de

    minimizar os impactos ambientais devido a mínima utilização de madeira e

    proporcionar menos perdas e desperdícios de materiais durante a obra (SPEM,

    2004).

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    5 ESTRUTURAS METÁLICAS

    “A tendência na área de construção é de aumentar a utilização da estrutura metálica,

    ainda carente no Brasil por um fato cultural e histórico” (ANDRADE, 2000).

    Segundo Dias (1999), a utilização de estruturas metálicas é mais antiga que o

    concreto armado. É uma solução largamente utilizada e consagrada nos países

    industrializados, como Inglaterra, Japão, França, Canadá e Estados Unidos, de onde

    vêm os grandes exemplos de edificações construídas em aço.

     A comparação entre os sistemas de estruturas de concreto armado e as estruturas

    metálicas, segundo Andrade (2000) existe para cada tipo de construção, não

    devendo existir uma mentalidade competitiva, mas sim a de se tirar proveito do

    melhor de cada um dos sistemas, podendo ainda as soluções mistas serem as maisproveitosas, onde cada material é adequadamente utilizado num trabalho conjunto.

    Cada caso deve ser examinado tecnicamente, visando o satisfatório resultado custo-

    benefício.

    Em modernas cidades, megalópoles, a disponibilidade e o custo dos terrenos em

    suas áreas mais centrais, passaram a exigir a implantação de edifícios cada vez

    mais altos e para a viabilização destas edificações, com o avanço tecnológico foram

    desenvolvidos esqueletos metálicos, transporte vertical de cargas e pessoas como

    elevadores, escadas rolantes, e de sistemas adequados de utilidades prediais como

    a energia elétrica, água, esgoto, telecomunicações, condicionamento de ar etc

    (SALÉS, 1999).

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    5.1 Vantagens no Uso do Aço

     A utilização de estruturas metálicas na construção civil tem possibilitado aos

    arquitetos, engenheiros e construtores, soluções arrojadas, eficientes e de alta

    qualidade segundo Inaba (2003). A arquitetura em aço sempre esteve associada à

    idéia de modernidade, inovação e vanguarda, traduzida em obras de grande

    expressão arquitetônica e que invariavelmente traziam o aço aparente. Segundo

    Inaba (2003), as vantagens na utilização de sistemas construtivos em aço vão muito

    além da linguagem estética de expressão marcante; redução do tempo de

    construção, racionalização no uso de materiais e mão de obra e aumento da

    produtividade, passaram a ser fatores-chave para o sucesso de qualquer

    empreendimento.

    O sistema construtivo em aço apresenta vantagens significativas sobre o sistema

    construtivo convencional, segundo Inaba (2003), mas a simples comparação entre

    as estruturas metálicas ou de concreto, para cada tipo de construção existiram

    vantagens e desvantagens podendo as soluções mistas serem as mais proveitosas

    (ANDRADE, 2000).

     A tecnologia do aço confere aos arquitetos liberdade no projeto de arquitetura,

    permitindo a elaboração de projetos arrojados e de expressão arquitetônica

    marcante. Devido as seções das colunas e vigas de aço apresentarem seções mais

    esbeltas do que as equivalentes em concreto, resultando em melhor aproveitamento

    do espaço interno e aumento da área útil, fator muito importantes principalmente em

    garagens (INABA, 2003).

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    Quanto a flexibilidade, a estrutura metálica mostra-se especialmente indicada nos

    casos onde há necessidade de adaptações, ampliações, reformas e mudança de

    ocupação de edifícios. Torna mais fácil a passagem de utilidades como água, ar

    condicionado, eletricidade, esgoto, telefonia, informática etc (COSIPA, 2003).

     A empresa SPEM – São Paulo Estruturas Metálicas (2004), verificou que utilizando o

    sistema de estruturas metálicas, as etapas de construção ficaram muito bem

    definidas e simplificadas, além de executadas muito mais rapidamente do que no

    processo convencional em concreto armado, pois a estrutura é executada nas

    instalações do fabricante, deixando o canteiro de obras livre, para a execução das

    fundações. A construção se resume apenas na montagem da estrutura no canteiro

    de obras, que é feita com equipamentos e mão-de-obra especializada, do fabricante.

    Os estoques de cimento, areia e brita no canteiro de obras ficam reduzidos

    consideravelmente. A movimentação de pessoas e materiais no canteiro é

    extremamente reduzida com a conseqüente redução do custo administrativo.

     A estrutura metálica tem peso próprio aproximadamente 1/5 da estrutura

    convencional de concreto armado, o que permite uma redução nas cargas de

    fundações. Esta economia pode ser quantificada em torno de 25%, em condições

    normais, ou mais em casos específicos.

    Como no processo convencional, as lajes podem ser moldadas in loco  ou pré-

    moldadas, o que deve ser analisado caso a caso. A estrutura metálica, permite que

    as formas sejam executadas imediatamente após sua montagem, através de treliças

    telescópios apoiadas diretamente nas abas inferiores ou superiores das vigas

    conforme figura 5.1, ou mesmo utilizando pré-lajes apoiadas diretamente sobre as

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    abas superiores. O uso de pontaletes pode ser dispensado. A inexistência de formas

    para as colunas e vigas, reduz entulhos e bota-foras. Tudo isso imprime maior

    velocidade e facilidade na execução das lajes, reduzindo os custos de formas e

    mão-de-obra (SPEM, 2004).

    Figura 5.1: Treliças telescópicas apoiadas na mesa superior do perfil.

    Fonte: Dias (1998)

     A precisão milimétrica de prumo e nível, permite que a estrutura metálica já sirva

    como referência para se estabelecer o prumo das alvenarias (Figura 5.2). A fixação

    das alvenarias à estrutura metálica é feita com simplicidade, soldando-se nos pilares

    metálicos vergalhões com comprimento de aproximadamente 30 cm, que são

    embutidos entre os tijolos da parede de elevação (Figura 5.3).

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    Figura 5.2: Balizamento da alvenaria pelos pilares de aço.

    Fonte: Dias (1998)

    Figura 5.3: Assentamento de alvenaria com blocos de concreto, utilizando barras de espera,

    soldadas nos pilares.

    Fonte: Dias (1998)

    Como as lajes ficam niveladas com grande precisão, a argamassa de nivelamento

    da parte superior é dispensada e a argamassa de revestimento inferior pode ser feita

    com espessura de até 0,5 cm. No sistema de lajes de painéis de concreto celular

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    (Figura 5.4), ao final, necessitam receber um capeamento de argamassa da ordem

    de 25 a 40 mm de espessura, para maior solidarização, que irá servir também como

    contrapiso (DIAS; 1998).

    Figura 5.4: Lajes de painéis armados de concreto celular .

    Fonte: Dias (1998)

     A economia nesta argamassa de nivelamento e revestimento da laje é considerável.

    Da mesma forma, devido ao prumo, as alvenarias podem ser revestidas com

    argamassa de espessura 0,5 cm, dando acabamento perfeito. Isto faz com que o

    volume de argamassa de nivelamento e revestimento de um edifício, seja reduzido à

    quinta parte do que se gasta no processo convencional, onde é comum se observar

    excesso de argamassa de regularização em paredes externas, de até 10 cm de

    espessura. É importante salientar que utiliza-se a precisão em milímetros na

    estrutura metálica, quando no processo convencional utiliza-se centímetro. Excessos

    na obra, não só trazem como conseqüência a perda de materiais e mão-de-obra

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    desnecessária, como fatalmente, vários metros cúbicos de entulhos gerados na

    obra.

     As escadas são pré-fabricadas e de extrema facilidade de montagem, permitindo o

    seu uso imediato durante a execução da obra, o que dificilmente ocorre na

    construção convencional, onde as formas são elaboradas num processo artesanal

    de carpintaria, demandando tempo a custos elevadíssimos.

    Quando da elaboração dos projetos estrutural, hidráulico, elétrico, ar condicionado,

    telefonia etc, deve-se à localização das passagens de dutos. As vigas metálicas

    podem vir de fábrica com estas passagens, evitando-se improvisações na obra,

    racionalizando o emprego de materiais, evitando-se desperdícios e agilizando sua

    execução.

     As vigas e colunas metálicas, em comparação a outros processos construtivos,

    proporcionam melhor aproveitamento das áreas úteis, reduzindo números de pilares

    e, conseqüentemente, aumentando número de vagas na garagem.

    Todas as vantagens apresentadas anteriormente, além de inúmeras outras que são

    observadas durante o andamento da obra, traduzem sistematicamente em trêsfatores de economia (ANDRADE, 2000):

    •  De mão-de-obra

    •  De materiais

    •  De prazo de construção

    Fabricada em paralelo aos serviços de movimentação de terra e fundações, a

    estrutura metálica tem sua montagem iniciada imediatamente após o término das

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    fundações, dispensando formas, escoramentos e tempo de cura. A execução das

    lajes, fechamento e instalações, simultaneamente, implica em redução no prazo final

    da obra.

     A ocupação antecipada do imóvel tem que ser considerada, através de um estudo

    comparativo de custo X benefício, para cada processo construtivo.

    Segundo a empresa SPEM (2004), todas as facilidades construtivas apresentadas,

    fazem com que um edifício seja executado num prazo bastante reduzido. Os meses

    ganhos, sobre o tempo normal de construção representam substancial vantagem

    para o cliente, à medida que este avanço lhe permite dispor das instalações mais

    cedo que o previsto.

    Logo, o capital investido na construção tem um menor custo. Alem disso, há um

    investimento antecipado deste capital, decorrente da antecipação da exploração do

    imóvel.

    5.2 Comparação entre Estruturas Metálicas com Estruturas de Concreto

    Armado

     Andrade (2000), informa que é quase impossível afirmar que a estrutura metálica

    seja melhor ou pior que a de concreto armado pois para cada caso deverá ser

    examinado tecnicamente, visando o satisfatório resultado custo-benefício.

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    Na tabela 5.1 é apresentado um comparativo entre um edifício de estruturas

    metálicas e de concreto armado quanto a administração da obra.

    Tabela 5.1: Comparativo quanto a administração da obra.

    Edifício Estruturas metálicas  Edifício com estruturas de concreto 

    Na administração da obra 

    Execução em fábrica

    Apenas montada no canteiro 

    Execução predominantemente no canteiro 

    Grande precisão dimensional  Menor precisão dimensional 

    Grande precisão quantitativa dos materiais Maior dificuldade de precisão de

    quantidades 

    Poucos itens de materiais (aço, parafusos,

    eletrodos) (tintas) 

    Maior diversificação de materiais

    (cimento, areia, brita, água, formas de

    madeira, ferros, aceleradores, etc.) 

    Qualidade garantida das matérias primas

    (pelas usinas) 

    Dificuldade de garantia de qualidade -

    maior controle necessário 

    Uniformidade das matérias primas  Variedade dependendo da procedência 

    Pouca quantidade de homens na obra

    (menos problemas trabalhistas) com maior

    qualificação 

    Maior quantidade de pessoal na obra, com

    menor qualificação (mais do dobro ou

    triplo) 

    Canteiro diminuto (material chega pronto no

    tempo certo) 

    Canteiro maior para matérias primas e

    manuseio 

    Simplificação do canteiro (minimização ou

    exclusão de escoramento para forros de laje)

    Canteiro mais completo, existência de

    escoramento com pontaletes 

    Obra seca  Obra com muito uso de água 

    Maior facilidade de fiscalização  Fiscalização mais completa

    Fonte: ANDRADE (2000). 

     A execução da estrutura é realizada na fábrica e montada no canteiro de obra, é um

    sistema industrializado, fazendo com que o desperdício seja sensivelmente reduzido.

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    Na tabela 5.2 são apresentados os benefícios proporcionados pelo uso do sistema

    de estruturas metálicas na fundação.

    Tabela 5.2: Comparativo quanto a Fundação.

    Edifício Estruturas metálicas  Edifício com estruturas de concreto 

    Nas fundações 

    Leveza estrutural  Peso estrutural maior 

    40 a 80 kg/m2 (vigas e colunas)  250 a 350 kg/m2 (vigas e colunas) 

    Menores cargas nas bases  Bases mais solicitadas 

    Volumes menores nos blocos  Maiores volumes 

    Sistemas mais econômicos  Sistemas mais onerosos 

    Fonte: ANDRADE (2000). 

    Devido a leveza estrutural da estrutura metálica, as cargas nas bases de fundação

    são menores proporcionando volumes menores de blocos e sistemas de fundações

    mais econômicos.

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     As lajes são executadas com maior rapidez conforme apresentado na tabela 5.3.

    Tabela 5.3: Comparativo quanto a execução das lajes.

    Edifício Estruturas metálicas  Edifício com estruturas de concreto Nas lajes 

    As fôrmas são apoiadas direto nas vigas

    metálicas podendo ser dispensando o uso de

    pontaletes 

    Necessita maior escoramento para fôrmas 

    Grande rigor nos níveis  Menor rigor nos níveis 

    Liberação antecipada dos pavimentos para

    outras operações 

    Impedimento de trânsito enquanto

    escorado 

    Maior velocidade da construção  Velocidade dependendo da cura do

    concreto das colunas 

    Facilidade de escadas pré-fabricadas Dificuldade na execução de formas para

    escadas 

    Fonte: ANDRADE (2000). 

     A estrutura metálica aceita praticamente qualquer sistema de laje, industrializada ou

    não. Para o cimbramento das fôrmas podem ser empregados sistemas de treliças

    telescópicas como apoios dos caibros e dos compensados. Estas se apóiam

    diretamente sobre as vigas de aço da laje a ser concretada, dispensando o uso de

    pontaletes (DIAS, 1998).

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    Na tabela 5.4 são apresentadas as vantagens proporcionadas quanto a alvenaria ao

    utilizar o sistemas de estruturas metálicas.

    Tabela 5.4: Comparativo quanto a execução das paredes.

    Edifício Estruturas metálicas  Edifício com estruturas de concreto 

    Nas paredes (alvenarias ou outros materiais) 

    Precisão milimétrica  Maior variação dimensional 

    Esquadros e prumos exatos resultando em

    maior perfeição da execução, com tempo

    reduzido 

    Irregularidade de prumos e esquadro,

    aumentando o tempo de execução com

    enchimentos 

    Sensível economia na mão de obra de

    execução 

    Custo de execução mais onerosa em vista

    de imperfeições 

    Fonte: ANDRADE (2000). 

     A nivelação das lajes e prumos são precisas proporcionando economia conforme

    tabela 5.5.

    Tabela 5.5: Comparativo quanto a execução dos revestimentos.

    Edifício Estruturas metálicas  Edifício com estruturas de concreto 

    Nos revestimentos 

    Níveis precisos nas lajes e prumos exatos,

    minimiza massas de revestimento em pisos e

    paredes com economia do peso morto 

    Necessidade de maior espessura de

    revestimento em lajes e paredes 

    Facilita o uso de materiais completares pré-

    fabricados (painéis, forros, etc.) 

    Necessita aplicação de insertes e

    elementos de regulagem na fixação 

    Fonte: ANDRADE (2000). 

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    Na tabela 5.6 é apresentado as facilidades proporcionadas quanto as instalações.

    Tabela 5.6: Comparativo quanto as Instalações.

    Edifício Estruturas metálicas  Edifício com estruturas de concreto 

    Instalações elétricas - hidráulicas - proteção contra fogo e instalação docanteiro 

    Pilares e vigas podem ser furados na fábrica

    ou na obra 

    Dificuldade de execução de furos nas

    colunas e vigas 

    Facilita passagem de tubulações, permite

    alteração nas instalações na obra 

    Impossibilidade de alteração após a

    execução da estrutura 

    Necessita proteções contra fogo mais

    sofisticadas Proteção contra fogo simplificada 

    Fonte: ANDRADE (2000). 

    O sistema de estruturas metálicas otimiza o tempo de execução em várias etapas da

    obra conforme apresentado na tabela 5.7.

    Tabela 5.7: Comparativo quanto aos prazos de execução.

    Edifício Estruturas metálicas  Edifício com estruturas de concreto 

    Prazos 

    Simultaneidade de execução da estrutura e

    fundações 

    Dependência de terminar as fundações

    para iniciar execução da estrutura 

    Avanços da montagem de 3 em 3

    pavimentos Avanços de um em um pavimento 

    Possibilidade de alvenarias acompanharem a

    montagem 

    Dificuldade de execução de paredes

    enquanto a estrutura estiver escorada 

    Fonte: ANDRADE (2000). 

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    Na tabela 5.8 é apresentado que a utilização de estruturas metálicas, reduz o prazo

    de execução, antecipando o uso da edificação proporcionando um retorno financeiro

    antecipado.

    Tabela 5.8: Comparativo quanto aos custos financeiros.

    Edifício Estruturas metálicas  Edifício com estruturas de concreto 

    Custo financeiro 

    Prazos finais reduzidos

    Antecipação de utilização 

    Maiores prazos aumentam os custos 

    Retorno mais rápido e utilização antecipada  - Fonte: ANDRADE (2000). 

     Além das vantagens citadas acima, a utilização do sistema de estruturas metálicas

    proporciona um reaproveitamento das estruturas em aço e a preservação do meio

    ambiente.

    O aço é 100% reciclável e as estruturas podem ser desmontadas e reaproveitadas

    com menor geração de rejeitos. A estrutura metálica é menos agressiva ao meio

    ambiente pois além de reduzir o consumo de madeira na obra, diminui a emissão de

    material particulado e poluição sonora geradas pelas serras e outros equipamentos

    destinados a trabalhar a madeira (COSIPA, 2004).

    5.3 Critérios para a Utilização de uma Estrutura de Aço

     A estrutura de aço é a alternativa mais econômica quando um ou mais requisitos

    listados na tabela 5.9 for necessário ser atendidos (SALÉS, 1999).

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    Tabela 5.9: Critérios para utilização do aço.

    Critérios para utilização da estrutura em aço

    Grandes vãos de pisos 

    Grande altura do edifício

    Baixo peso próprio, considerando solos de baixa qualidade

    Quando um sistema complexo de utilidade deve ser instalado em cada andar

    Grandes esforços nos pilares

    Flexibilidade no layout interno

    Sistemas de escritórios panorâmicos

    Possibilidades de alterar a estrutura

    Redução nos prazos de construção

    Montagem, praticamente sob quaisquer condições meteorológicas

    Tolerâncias restritas nos acabamentos

    Montagem em áreas restritas com pequena área ou sem área de armazenamento

    Fonte: SALÉS (1999). 

    5.4 Critérios de Viabilidade Econômica

    Para Salés (1999), a medida de economia de uma estrutura de aço é expressa pela

    quantidade de aço consumido na estrutura em kg/m² de área de piso ou por m³ de

    volume de construção. Esse peso depende de muitos fatores, como o número de

    andares, as cargas impostas, os espaçamentos de pilares nas duas direções, o tipo

    de estrutura de piso, a altura total dos pisos, o método de enrijecimento ou

    contraventamento da estrutura e a qualidade do aço escolhido.

     A otimização de custos depende, também, da escolha correta dos elementos de

    fechamentos (pisos, paredes, coberturas, sistemas de circulação vertical, etc.)

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    compatíveis com a estrutura de aço. É, portanto, necessário que esses elementos

    preencham certas condições (SALÉS,1999):

    •  sejam constituídos de unidades com um máximo de pré-fabricação, de modo

    a acompanhar a velocidade de montagem que é peculiar às estruturas de

    aço, resultando no encurtamento do prazo global da construção;

    •  sejam leves, de modo a minimizar o peso global do edifício;

    •  sejam adaptáveis a um layout interno flexível e as modificações de seus

    componentes;

    •  sejam projetados de modo a se adaptar às propriedades e às características

    específicas da estrutura de aço;

    •  sejam condizentes com um sistema econômico de proteção ao fogo.

    Para Salés (1999), um projeto cuidadoso de todos esses componentes, permite

    otimizar o custo do edifício como um todo. O sistema estrutural e o layout   das

    instalações são de certa forma interdependentes. Um arranjo amplo e aberto da

    estrutura de aço, facilita a instalação de utilidades e serviços tanto na vertical quanto

    na horizontal.

    5.5 Projeto da Estrutura

    Para Bellei (2004), o projeto das estruturas é a escolha dos arranjos e dimensões

    dos elementos estruturais de forma que as cargas de serviço decorrentes estejam

    dentro de limites aceitáveis.

    Segundo Romano (2003), uma vez adotado o sistema estrutural metálico, deverá

    ser elaborado o projeto estrutural mostrando todas as indicações para locação dos

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    insertos, chumbadores e cargas, plantas e elevações, desenhos unifilares com

    representação esquemática dos perfis componentes e seu posicionamento, detalhes

    típicos de ligações com indicações dos esforços a serem transmitidos, detalhes

    típicos de interfaces e interferências com outros componentes de obra, cortes e

    detalhes executivos dos chumbadores e insertos, lista preliminar de materiais por

    tipo de material e por conjunto estrutural.

    O procedimento para projeto completo da estrutura de uma obra em aço, segundo

    Dias (1998), envolve três atividades distintas, o projeto de engenharia, o projeto de

    fabricação e o projeto de montagem.

    5.5.1 Projeto de Engenharia

    No projeto de engenharia de uma estrutura são definidos os carregamentos e a

    concepção estrutural onde serão discriminados os tipos de perfis a serem utilizados,

    com os comprimentos correspondentes e as características geométricas das seções

    transversais, a caracterização teórica dos vínculos, que deverão corresponder à

    realidade física da estrutura, o cálculo dos esforços atuantes nas seções ou nos

    pontos mais importantes da estrutura, o dimensionamento, o plano de carga nas

    fundações, a estimativa aproximada do consumo de aço, etc. Ao final, são

    elaborados os desenhos de acordo com o nível desejado de projeto, com a

    representação da definição estrutural, por meio de desenhos unifilares elaborados

    por escritórios de engenharia especializados em estruturas metálicas (DIAS, 1998).

    Como exemplo ilustrativo, é apresentado a seguir um desenho de elevação de uma

    marquise, num projeto de engenharia básico é representado na figura 5.5, consiste

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      39

    numa elevação de duas marquises iguais F1 e F2, projetado pela empresa Poliaço,

    onde são indicadas as chapas trapezoidais de aço galvanizado como cobertura, os

    rufos e perfis definidos para a construção da estrutura da marquise.

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        F   i  g  u  r  a   5 .   5  :   D  e  s  e  n   h  o   d  e  e   l  e  v  a  ç   ã  o   d  a  m  a  r  q  u   i  s  e .

       F  o  n   t  e  :   D   i

      a  s   (   1   9   9   8   )

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    5.5.2 Projeto de Fabricação

    No projeto de fabricação é elaborado o detalhamento de todos os elementos

    componentes da estrutura. As peças são mostradas isoladamente ou em conjunto.

    Para uma treliça, por exemplo, são indicados os comprimentos das peças, a

    localização dos furos, os parafusos, as listas de materiais, etc. Toda a representação

    gráfica normalmente vem acompanhada de medidas não-acumuladas e acumuladas,

    critério adotado por muitos fabricantes para obter maior precisão de marcação. Por

    isso, esses desenhos são elaborados sem escala (DIAS, 1998).

    Na figura 5.6 são apresentados o desenho de elevação com as marcações de furos

    para parafuso, comprimento das barras, as cantoneiras e materiais para montagem

    da estrutura e na figura 5.7, a ampliação de um trecho da estrutura da marquise com

    as indicações dos diâmetros para furação, dimensões das peças e especificações de

    um projeto de fabricação executado pela empresa Poliaço.

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         F   i  g  u  r  a   5 .   6  :   P  r  o   j  e   t  o   d  e  e  x  e  c  u  ç   ã  o   d  a

      m  a  r  q  u   i  s  e .

       F  o  n

       t  e  :   D   i  a  s   (   1   9   9   8   )

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    Figura 5.7: Detalhe da marquise.

    Fonte: Dias (1998)

    Nas fábricas de estruturas, os componentes estruturais são produzidos segundo um

    processo industrializado, que se caracteriza pela mecanização e racionalização, com

    conseqüentes ganhos de produtividade, prazos, custos, e menor desperdício de

    material (DIAS, 1998).

     A partir dos desenhos detalhados para fabricação, são preparados os traçados das

    peças, com todas as informações necessárias para a fabricação, tais como: linhas

    de centro, linhas de furação, posicionamentos das furações, linhas de corte

    devidamente cotadas, detalhes das chapas de ligação e das demais chaparias

    envolvidas. Esses detalhes são executados em tamanho real para que na fábrica

    possam servir de moldes para a fabricação.

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    De maneira geral, segundo Dias (1998), as operações típicas no processo de

    fabricação das estruturas metálicas consiste em:

    •  verificar a disponibilidade de estoque, com o abastecimento de matérias-

    primas e o suprimento às linhas de fábrica tais como: o aço, na forma de

    chapas, bobinas e perfis, parafusos, porcas, arruelas, eletrodos, arames, etc;

    •  preparação das chapas para corte racionalizado, pois as chapas são

    comercializadas no mercado nas dimensões-padrão de comprimento, largura

    e espessura pelas usinas siderúrgicas;

    •  traçagem sobre a superfície da chapa com riscadores de giz ou de pedra

    sabão, e marcação dos centros dos furos, mediante puncionamento;

    •  usinagem ou preparação das peças é a seção em que são gerados os cortes,

    recortes, furações, dobramentos, desempenos e ajustes que forem

    requeridos;

    •  pré-montagem ou agrupamento dos componentes de um mesmo sub-

    conjunto, dando forma final às peças da estrutura;

    •  soldagem, esta etapa envolve um grande contingente de soldadores, pois as

    operações são quase sempre muito trabalhosas e demoradas;

    •  acabamento, correção das peças empenadas, esmerilhamento das bordas;

    •  tratamento da superfície e pintura e;

    •  expedição para o local onde a estrutura será montada. Essa operação deve

    ser coordenada com as necessidades da execução da obra, evitando

    estocagens desnecessárias no canteiro ou a remessa de peças em ordem

    não adequada à montagem.

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    5.5.3 Projeto de Montagem

    O projeto de montagem é elaborado pela empresa fabricante e montadora da

    estrutura segundo Dias (1998). Nesse projeto é apresentado uma representação

    mais esquemática, sob a forma de diagramas, mostrando o sistema estrutural, a

    indicação das numerações ou marcas de cada peça, o seu posicionamento e a

    seqüência de montagem, a metodologia de montagem, etc (Figura 5.8).

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    Figura 5.8: Projeto de Montagem, planta da marquise.

    Fonte: Dias (1998)

    Geralmente os desenhos de montagem contém marcas de todas as peças a serem

    montadas, elevações, detalhes, seqüências de montagem, indicações de solda,

    referências, notas, recomendações especiais sobre os procedimentos de montagem,

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    enfim, todas as informações necessárias para que a estrutura seja montada

    rapidamente e sem erro. Em decorrência destas informações, outras providencias

    podem ser tomadas, correlacionadas com o acesso externo e interno à obra,

    implantação do canteiro, estocagem das peças, escolha de equipamentos, execução

    das bases, locação dos chumbadores, programação de embarques prioritários, etc

    (SALÉS, 1999).

    5.6 Estruturas metálicas e o Meio Ambiente

    O aço é 100% reciclável, pode ser indefinidamente reciclado em sua totalidade sem

    perder nenhuma de suas qualidades. Mais da metade do aço produzido na França e

    na União Européia e 40% da produção mundial de aço é obtida de aço reciclado.

    Este índice vem aumentando ano após ano, preservando recursos e o meio-

    ambiente (LEMOINE, 2002).

     A vida útil de qualquer edificação não é ilimitada. Feita com uma pá mecânica, uma

    britadeira ou explosivos, a demolição gera ruídos, poeira, poluição e outros aspectos

    adversos prejudiciais ao ambiente. Estes problemas são evitados com a utilização

    de edificações em aço por serem facilmente desmontáveis, de maneira segura e

    limpa, permitindo despojo seletivo. O baixo peso das estruturas previne a

    deterioração do solo e quando um prédio é demolido, de acordo com Lemoine

    (2002), o peso dos materiais a serem removidos é mais baixo e os custos com aterro

    são reduzidos.

     As estruturas metálicas podem ser desmontadas e reaproveitadas com menor

    geração de rejeitos. É menos agressiva ao meio ambiente pois além de reduzir o

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    consumo de madeira na obra, diminui a emissão de material particulado e a poluição

    sonora geradas pelas serras e outros equipamentos destinados a trabalhar a

    madeira (COSIPA, 2004).

     Apresenta um balanço ecológico positivo, para Lemoine (2002), a análise do ciclo

    vital de uma edificação feita em aço comparada à de uma feita em concreto armado

    revela uma redução de 41% no consumo de água durante a construção. A

    construção em aço faz cair pela metade o movimento de caminhões na locação e

    resulta em menos de 57% de detritos inertes. Ao longo da vida útil da edificação,

    devido a valiosas técnicas de isolamento externo, o aço possibilita economia

    significativa de energia, facilidade de manutenção e adaptabilidade. Ao final de sua

    vida útil, é facilmente reciclável. No total, a economia gerada durante a vida útil de

    uma edificação (i.e. 92% da energia consumida) contribui para um balanço ecológico

    altamente favorável ao aço.

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    6 ESTUDO DE CASO

    6.1 Apresentação

    Construído no ano de 2003, o Hotel Íbis Paulista apresentou desafios quanto a sua

    execução, pois, trata-se de uma obra de média altura, com canteiro bastante

    complicado e localização problemática.

    O prédio de 11 andares e dois subsolos, situado na Avenida Paulista no n.° 2345 em

    São Paulo (Figura 6.1), foi totalmente construído em estrutura metálica com exceção

    da fundação.

    Figura 6.1: Fachada frontal do Hotel Íbis Paulista.Fonte: MENEGHETTI (2005).

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    Segundo Candusso (2005), responsável pelo projeto e coordenação geral, a

    construtora responsável pela obra, realizou dois estudos que comparavam os

    resultados em caso de utilização de aço e de concreto e a estrutura metálica

    apresentou várias vantagens.

     Arquitetonicamente, as colunas de aço ocupam um menor espaço em relação aos

    pilares de concreto armado, implicando em uma redução do número de pilares

    necessários proporcionando, principalmente nas garagens, uma maior área líquida

    para a comercialização, item de extrema importância em edifícios comerciais.

    Em entrevista com Maradei, colaboradora no projeto do Hotel Íbis Paulista, e em

    outras obras, a concepção do projeto em estruturas metálicas, proporcionou

    liberdade de formas, flexibilidade de utilização dos espaços e condições de projetar

    grandes vãos livres e facilidades na utilização de materiais complementares pré-

    fabricados.

    Outro fator decisivo para a concepção do projeto desta obra em estruturas metálicas,

    foi levantado pela construtora Inpar quanto a economia nos prazos de execução da

    obra, pois, a construção transformou-se em uma simples tarefa de montagem edevido a precisão das estruturas, transmitidas aos demais itens como redução de

    insumos para regularização das lajes, revestimentos das alvenarias, esquadrias,

    elevadores, etc.

     A rapidez da construção em estruturas metálicas não foi a característica que motivou

    a construtora Inpar a optar por este sistema, foi procedido uma criteriosa avaliação e

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    análise da obra. Em uma análise superficial, pode-se concluir erroneamente que um

    edifício estrutura em aço tenha o seu custo final superior ao do mesmo edifício

    estruturado convencionalmente , porque o preço da estrutura metálica é superior ao

    preço das estruturas de concreto armado. Não se trata de uma simples substituição

    do sistema estrutural, e sim de uma troca de sistema construtivo, sendo necessário

    aproveitar a alta qualidade do aço e das características das estruturas obtidas a

    partir dele: resistência, leveza, prumo, esquadro, nível, rapidez e principalmente pela

    possibilidade de abordagem industrial com grande planejamento e racionalização do

    processo construtivo.

     A análise foi dividida em 6 etapas, sendo a primeira delas a que se refere aos custos

    das estruturas.

    6.2 Custo das estruturas

    Nesta etapa foram comparadas percentualmente sobre o valor total da obra, o custo

    de lajes, vigas, pilares e os contraventamentos metálicos, com lajes, vigas e pilares

    de concreto armado como pode ser visto na figura 6.2.

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    Figura 6.2: Comparativo de custo entre as estrutura quanto ao tipo.

    Fonte: ARQUIVOS INPAR (2003).

    Considerando o custo total da obra 100%, verificou-se que devido ao custo elevado

    das estruturas metálicas de 29%, nesta etapa foi constatado que a estrutura

    convencional em concreto armado seria mais viável, 10% mais barato que a

    estrutura metálica.

    6.3 Custo de fundações

    O aço é um produto nobre, com uma maior relação carga suportada / peso daestrutura de aço traduzido numa edificação mais leve. Devido as condições

    encontradas do terreno, obteve-se reduções de até 30% no custo das fundações. O

    alivio das cargas de fundações obtido com a utilização de Estrutura Metálica permitiu

    que se utilizassem tubulões a céu aberto. Na figura 6.3 são indicados em

    porcentagens relativas ao custo total da obra os custos para fundações devido as

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    cargas de fundações e proporcionadas pelas estruturas em aço e estruturas de

    concreto armado.

    Figura 6.3: Comparativo de custo entre as estrutura quanto a fundação.

    Fonte: ARQUIVOS INPAR (2003).

    6.4 Custo de alvenarias e revestimentos

     A precisão construtiva da estrutura de aço proporcionou ausência de desvios de

    posição das formas para concretagem, propiciando assim, a economia de mão-de-

    obra e argamassas de retificação de prumo e nivelamento de pisos. Para execução

    da alvenaria, os consumos dos insumos de mão-de-obra e material para

    regularização foram reduzidos.

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    No sistema de estrutura em concreto armado, foi estimado a utilização de

    argamassas de nivelamento com até 8 cm de espessura, para a planificação de

    fachadas e pisos, aumentando o consumo de material e horas de mão-de-obra

    elevando nesta etapa o custo da obra.

    6.5 Custo de instalações de unidades, equipamentos e manutenção de

    canteiro

     As estruturas de aço, como elementos pré-fabricados, se apresentam como

    ferramentas para racionalização do processo construtivo, através de uma concepção

    industrial do ato de construir.

    Os projetos de instalações de dutos (hidráulicos – sanitários, elétricos, telefonia, ar

    condicionado e outros equipamentos) devem estar concluídos antes da elaboração

    do detalhamento de fabrica das estruturas de aço. As passagens para os dutos

    devem ser executados na fábrica, para reduzir custos e evitar a improvisação de

    canteiro pois o terreno é de pequenas proporções impossibilitando este serviço no

    local da obra.

    Pôde-se assim, obter uma economia de 25% no custo das instalações, tanto na

    redução de desperdício como na elevada produtividade decorrente da racionalização

    do processo.

     A aquisição das estruturas metálicas montadas, representou neste estudo uma

    redução na contratação e manutenção de equipes de coordenação e apoioadministrativo, necessários para a execução de uma estrutura convencional, assim

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    como dos custos decorrentes da elevada rotatividade de recursos humanos.

    Contribuem também na redução de custos para manutenção do canteiro, limpeza e

    racionalização da construção, permitindo a aplicação de técnicas modernas de

    administração de materiais, eliminando desperdícios e riscos de desvios

    orçamentários.

    Na figura 6.4 é comparado os custos gerados devido a estrutura, fundação,

    alvenarias e revestimentos, instalações e unidades e manutenção de canteiro

    utilizando construções em aço e em concreto convencional.

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    Figura 6.4: Comparativo de custo entre as estrutura de aço e convencional, considerando as

    instalações e manutenção de canteiro de obra.

    Fonte: ARQUIVOS INPAR (2003).

    No sistema convencional de estrutura de concreto armado, são previstos perdas de

    materiais além de proporcionar desperdícios e entulhos, atingindo valores de 15 a

    20% do valor total da obra.

    6.6 Custos comuns

    Os custos dos demais componentes da edificação, tais como: esquadrias, vidros,

    limpeza, etc., foi denominado como itens comuns que representam 30% dos custos

    diretos de construção.

    Na figura 6.5 é apresentado um comparativo de custo entre as estruturas de

    concreto armado e as estruturas metálicas, considerando os custos comuns.

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    Figura 6.5: Comparativo de custo entre as estrutura de aço e convencional em relação aos

    itens comuns.

    Fonte: ARQUIVOS INPAR (2003).

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    6.7 Custos financeiros

    Para conclusão do estudo comparativo de custos, foram agregados o custofinanceiro referente a mobilização dos recursos aplicados na construção do hotel.

    Entretanto, não é somente a redução de custos que define a viabilidade da utilização

    das estruturas em aço, é necessário que se proceda às quantificações e respectivas

    valorizações dos benefícios que se podem esperar:

    •   Aumento da área líquida construída, proporcionando maior número de quartos e

    vagas de estacionamento de veículos,

    •   Antecipação da ocupação do imóvel permitindo o rápido atendimento às

    condições de mercado, minimizando os riscos do empreendimento,

    •  Giro rápido do capital empregado.

    Na figura 6.6 são apresentados os resultados finais do estudo de comparação de

    custo entre a estrutura de aço e a estrutura convencional em concreto armado onde

    é constatado uma economia de 8% na utilização dos sistemas estruturais metálicos.

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    Figura 6.6: Economia obtida entre as estrutura de aço e concreto armado

    Fonte: ARQUIVOS INPAR (2003).

    6.8 Logística da obra

    Definida a concepção do projeto estrutural, buscaram-se diversas opções

    tecnológicas e sistemáticas construtivas industrializadas para viabilização da obra

    pois o abastecimento de materiais só podia ser realizado no período noturno devido

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    a localização e restrições de acesso impostos pela CET (Companhia de Engenharia

    de Tráfego), SMT (Secretaria Municipal dos Transportes) e PMSP (Prefeitura

    Municipal de São Paulo).

     A localização na Avenida Paulista é ótima do ponto de vista empresarial, mas

    representava um desafio logístico pela dificuldade de acesso para caminhões com

    suprimentos, principalmente as betoneiras, que só poderiam circular entre sete e dez

    horas da manhã.

     A obra poderia ser executada das oito horas da noite até às sete horas da manhã,

    mas a existência de um prédio residencial no terreno ao lado impossibilitou a

    realização dos trabalhos à noite. Dessa forma, se a construtora optasse pela

    estrutura de concreto, os serviços de concretagem poderiam ser realizados apenas

    entre sete e dez horas da manhã devido a Portaria 27 – artigo 2 (Anexo 1), elevando

    os custos e o tempo de execução da obra.

    Segundo o coordenador Faversani (2003), a concretagem de uma laje em estrutura

    convencional de concreto armado demoraria de três a quatro dias e a solução

    encontrada para driblar o problema foi construir o prédio com estrutura metálica, com

    lajes do tipo steel deck (Figura 6.7) que consiste em uma fôrma metálica que suporta

    o concreto e trabalha também como armadura positiva da laje, esta laje substitui a

    armadura de tração, para momentos fletores positivos além de funcionar como

    plataforma de serviço e proteção aos operários que trabalham nos andares

    inferiores, propiciando maior segurança. As lajes foram concretadas aos poucos,

    num período de 3 horas por dia, 15 m³ de concreto bombeado foram lançados por

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    dia, devido as restrições de horário conforme Portaria 27 – artigo 2 (Anexo 1) e a

    impossibilidade de estacionar mais de 1 caminhão devido as dimensões da obra.

    Figura 6.7: Ilustração da laje Steel Deck.

    Fonte: PEGORARO (2005)

    Não foi necessário utilizar escoramentos, muito menos formas, pois, a chapa de aço

    tem esta função inicialmente e após a concretagem substitui a armadura (Figura

    6.8). Sua montagem é realizada independente das condições atmosféricas e permite

    incorporar facilmente canalizações, fios elétricos, bem como tirantes para

    sustentação de forro.

    Figura 6.8: Concretagem de laje Steel Deck.

    Fonte: PEGORARO (2005)

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     Assim foi possível executar antes a estrutura fornecida e montada pela Codeme,

    responsável também pelo projeto estrutural em apenas 75 dias, e concretar as lajes

    aos poucos conforme mencionado anteriormente, seguindo as restrições de horário.

    Com o aço, a obra tornou-se mais rápida e simples, diminuindo consideravelmente

    suas etapas, ao contrário do que exigiria uma obra convencional.

    6.9 Fornecimento e montagem da estrutura

     A empresa responsável pela fabricação e montagem da estrutura de aço (Figura

    6.9), CODEME Estruturas Metálicas, utilizou o aço ASTM A-36 (Aço carbono

    estrutural comum).

    Figura 6.9: Cobertura em policarbonato e estrutura metálica.

    Fonte: MENEGHETTI (2005).

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    Como a estrutura metálica (Figura 6.10) é totalmente pré-fabricada, há uma melhor

    organização do canteiro devido, à ausência de grandes depósitos de areia, brita,

    cimento, madeiras e ferragens, reduzindo também o inevitável desperdício desses

    materiais.

    Figura 6.10: Execução da estrutura metálica.

    Fonte: CBCA (2005).

     As datas de entrega dos conjuntos em estruturas metálicas são combinadas com a

    empresa fabricante de acordo com o andamento da obra. A medida que o prédio é

    construído, a estrutura é entregue na obra em peças e o canteiro de obras é

    utilizado apenas para sua montagem. As peças são erguidas por gruas conforme

    figura 6.11.

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    Figura 6.11: Montagem da cobertura em estruturas metálicas.

    Fonte: CBCA (2005).

    6.10 Fechamentos internos e externos

    O ambiente limpo com menor geração de entulho, ofereceu ainda melhores

    condições de segurança ao trabalhador contribuindo para a redução dos acidentes

    na obra.

    Figura 6.12: Ambiente limpo em estrutura steel frame para receber placas de gesso

    acartonado.

    Fonte: CBCA (2005).

    Para otimização do tempo de execução da obra quanto aos fechamentos internos

    (figura 6.12), e externos, foram utilizadas paredes em drywall fixadas a estruturas

    steel frame e fachada pré-fabricada GFRC (Glass Fiber Reinforced Concrete), um

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    concreto de alto desempenho reforçado com fibra de vidro, mais leve e que permite

    uma espessura menor. A parede possui 9 cm de largura e é constituída por duas

    placas de GFRC, cada uma com 1 cm, e miolo de fibra de lã-de-rocha. As placas já

    possuem o acabamento final (Figura 6.13).

    Figura 6.13: Ambiente fachada pré-fabricada GFRC.

    Fonte: MENEGHETTI (2005).

     A construtora optou pelo banheiro pronto, um monobloco em GFRC. O piso é

    cerâmico nas áreas frias e carpete nos quartos. O forro é em gesso acartonado e as

    esquadrias são de PVC (policloreto de vinila), para proporcionar melhor isolamento

    termoacústico.

     As fundações foram executadas por sistemas de tubulões a céu aberto, pois, foram

    estudados outros tipos de fundações, por exemplo, a hélice contínua que é

    atualmente o sistema mais moderno e seguro, mas a diferença de custo não se

     justificou nesta obra.

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    7 CONCLUSÕES

     As construções de edifícios comerciais requerem uma entrega rápida da obra e

    geralmente apresentam-se em locais de difícil acesso ou intensa densidade

    demográfica, desafiando a logística para entrega de insumos para a realização da

    obra como também a possibilidade de sua estocagem no canteiro de obras.

    Com o avanço tecnológico, as construções estão frequentemente sendo executadas

    em prazos menores com a elaboração de processos industrializados. Banheiros são

    entregues como monoblocos, ou seja, já pronto com revestimentos, instalações

    elétricas e hidráulicas, louças sanitárias, bastando o seu encaixe na estrutura. As

    fachadas com molduras, paredes texturizadas também são entregues em placas

    prontas transformando a obra em um processo somente de montagem.

    Em relação à estrutura, a grande maioria das obras no Brasil, ainda são executadas

    no modo convencional, em estruturas de concreto armado, exigindo um trabalho

    artesanal por parte da marcenaria para montagem de formas, ferreiros para corte e

    dobra das barras de aço, além da montagem das peças (vigas e pilares).

     A estrutura metálica é um dos sistemas que poderia substituir este trabalho artesanal

    de concreto armado, reduzindo o número de pessoas circulando na obra como

    também a quantidade de madeira utilizada para montagem das fôrmas e seu

    escoramento. Há uma maior precisão milimétrica diminuindo gastos com

    argamassas para regularização e nivelamento das paredes, além de aliviar as

    cargas nas fundações. Geralmente, as obras em estruturas metálicas são modulares

    facilitando a ampliação do edifício sem afetar o setor que já se encontra em

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    funcionamento. É um sistema estrutural que possibilita a desmontagem da estrutura

    e montagem em outro local como também reaproveitar o aço proporcionando

    menores impactos ao meio ambiente.

    Os elementos estruturais como colunas e vigas em aço são fabricadas fora da obra,

    chegando prontas bastando executar as ligações soldadas ou parafusadas das

    peças que compõe a estrutura no todo, não dependendo mais das condições do

    tempo para montagem de fôrmas, concretagem e cura para início dos próximos

    pavimentos, reduzindo o tempo de execução da obra.

    Infelizmente a cultura da sociedade é visar benefícios quanto ao custo financeiro,

    onde a estrutura metálica é descartada logo de início por apresentar custos entorno

    de 10% mais caro que a estrutura de concreto armado, sem analisar outros

    benefícios como redução no tempo de execução proporcionando aos investidores

    retorno mais rápido do capital investido, racionalização do processo construtivo,

    reduzindo custos de mão-de-obra e material e possibilitar diversas formas estruturais

    com leveza, vencendo grandes vãos que em projetos arquitetônicos bem elaborados

    traduzem em aspectos de arrojo e modernidade.

    O desenvolvimento e a aplicação da arquitetura não devem ser barrados por

    limitações de cunho histórico ou técnico, como se pode perceber claramente no

    Brasil, onde notadamente tem sido empregado um conservadorismo muito grande

    em termos de processos construtivos. Não se tem o costume de analisar novas

    técnicas e métodos, apenas porque, ilusoriamente, os métodos convencionais são

    mais baratos, ou pelo menos não sofrem a interferência de setores especializados

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    da construção. Esta tradição construtiva, que emprega basicamente o concreto

    como elemento estrutural tem sido tão forte, que mesmo nos casos onde seria

    recomendado o uso da estrutura metálica, usa-se a de concreto com conseqüente

    aumento de custo. Isto tem bloqueado o avanço da estrutura metálica pois cada

    método tem o seu campo de atuação, sem que tenha que bloquear ou prejudicar o

    outro.

    Deve ficar bem claro que o uso da estrutura metálica deve necessariamente estar

    associado a casos onde ela de fato seja economicamente mais viável que outras

    técnicas, caso contrário, corre-se o risco de criar uma nova tradição de uso do aço,

    em detrimento do uso destas outras técnicas. Em nenhum instante deverá ser dita a

    frase “a estrutura metálica é mais barata que a de concreto”, de maneira absoluta,

    mesmo porque, não é verdade, já que para obras simples onde a arquitetura não

    exige o uso da esbeltez do aço ou não seja necessário o uso de grandes vãos,

    balanços e formas de difícil execução em concreto, a estrutura de concreto passa a

    ser economicamente vantajosa.

     Analisando-se financeiramente a estrutura metálica em comparação com a estrutura

    de concreto, mais em nível d