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Centro Universitário de Caratinga Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação Mestrado Acadêmico ESTUDO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS TERAPÊUTICAS DO LASER DIODO VISÍVEL E DO LED NO TRATAMENTO DO FOTOENVELHECIMENTO INDUZIDO EM CAMUNDONGOS JULIANA BITTENCOURT E XAVIER Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto- Orientador Profª. Drª. Lamara Laguardia Valente Rocha- Co-Orientadora Caratinga- Minas Gerais- Brasil Novembro/2010. Dissertação apresentada ao Centro Universitário de Caratinga, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, para obtenção do título de Magister Scientiae.

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Centro Universitário de Caratinga

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação

Mestrado Acadêmico

ESTUDO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS TERAPÊUTICAS DO

LASER DIODO VISÍVEL E DO LED NO TRATAMENTO DO

FOTOENVELHECIMENTO INDUZIDO EM CAMUNDONGOS

JULIANA BITTENCOURT E XAVIER

Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto- Orientador

Profª. Drª. Lamara Laguardia Valente Rocha- Co-Orientadora

Caratinga- Minas Gerais- Brasil

Novembro/2010.

Dissertação apresentada ao Centro

Universitário de Caratinga, como

parte das exigências do Programa de

Pós-Graduação em Ciências da

Reabilitação, para obtenção do título

de Magister Scientiae.

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JULIANA BITTENCOURT E XAVIER

ESTUDO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS TERAPÊUTICAS DO

LASER DIODO VISÍVEL E DO LED NO TRATAMENTO DO

FOTOENVELHECIMENTO INDUZIDO EM CAMUNDONGOS

Caratinga- Minas Gerais- Brasil

Novembro/2010.

Dissertação apresentada ao Centro Universitário

de Caratinga-UNEC, como parte das exigências

do Programa de Pós-Graduação em Ciências da

Reabilitação, para obtenção do título de Magister

Scientiae.Orientador: Prof. Dr. Marcus Vinícius

de Mello Pinto. Co-orientadora: Profª. Drª.

Lamara Laguardia Valente Rocha.

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JULIANA BITTENCOURT E XAVIER

ESTUDO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS TERAPÊUTICAS DO

LASER DIODO VISÍVEL E DO LED NO TRATAMENTO DO

FOTOENVELHECIMENTO INDUZIDO EM CAMUNDONGOS

APROVADA: 09 de novembro de 2010

________________________________ ______________________________

Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto Profª. Drª. Lamara L. Valente Rocha

Orientador Co-Orientadora

__________________________________

Prof. Dr. Sebastião David dos Santos Filho

Examinador externo

Dissertação apresentada ao Centro

Universitário de Caratinga, como

parte das exigências do Programa de

Pós-Graduação em Ciências da

Reabilitação, para obtenção do título

de Magister Scientiae.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me dar força, determinação e discernimento.

Ao meu orientador Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto e à minha co-orientadora Prof.ª

Drª. Lamara Laguardia Valente Rocha pelo profissionalismo, compreensão, ensinamentos e

por acreditarem neste trabalho e me apoiarem em todos os momentos.

Aos meus pais, Jairo e Dione, e aos meus irmãos, Rodrigo e Lucas pelo apoio e carinho

incondicionais. Por serem os alicerces nos momentos difíceis durante esta caminhada.

Ao meu namorado Anderson, ao Prof. Lacerda, à Viviane e Terezinha pelo companheirismo e

por não medirem esforços e por estarem ao meu lado e acreditarem em mim.

Aos amigos Maria Eugênia Corrêa, Rodrigo Bicalho e Elcinéia Tavares pelo apoio durante a

execução do trabalho.

Ao Jésus, técnico do Centro de Estudos de Biologia (CEB), por estar sempre disposto a ajudar

e por tratar os animais com cuidado e profissionalismo.

A todos, que direta ou indiretamente contribuíram de alguma forma para que meu objetivo

fosse alcançado, expresso meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

ESTUDO COMPARATIVO DAS RESPOSTAS TERAPÊUTICAS DO LASER DIODO

VISÍVEL E DO LED NO TRATAMENTO DO FOTOENVELHECIMENTO

INDUZIDO EM CAMUNDONGOS

O bronzeamento, por ser interpretado por muitos como sinônimo de beleza e saúde, tem

contribuído para exacerbar os efeitos cumulativos do sol tanto na epiderme quanto na derme.

Sendo assim, tem-se aumentado a busca por tratamentos eficazes à fim de reduzir os sinais do

envelhecimento extrínseco. Baseando-se neste fato, o presente trabalho apresentou como

objetivo comparar duas modalidades terapêuticas, sendo elas o LED e o LASER para o

tratamento do fotoenvelhecimento induzido em camundongos BALB-c. Para a realização do

experimento foram utilizados, inicialmente, 40 animais sendo estes divididos em quatro

grupos: grupo controle (irradiado com lâmpada isenta de RUV), grupo UV (submetido à

exposição à RUV e sem tratamento), grupo UV+LED (submetido à exposição à RUV e

tratados com LED) e grupo UV+LASER (submetido à exposição à RUV e tratados com

LASER). A avaliação da histomorfometria foi realizada através de imagens capturadas e

avaliadas por sistema de captura de imagens. Através dos resultados da análise concluiu-se

que o protocolo adotado foi capaz de induzir o processo de fotoenvelhecimento sendo

possível evidenciar hiperceratose, hipergranulose, acantose e espongiose na camada

epidérmica. Na derme observou-se redução no número de fibras colágenas, aumento na

quantidade de substância fundamental amorfa (SFA), do infiltrado inflamatório e no número

de fibrócitos/fibroblastos. O LED demonstrou melhores resultados no tratamento da pele

fotoenvelhecida visto que apresentou efeitos satisfatórios tanto na derme quanto na epiderme.

Já o LASER foi capaz de agir de forma significativa apenas na derme.

Palavras-chave: fotoenvelhecimento, Luz Emitida por Diodo (LED), LASER.

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ABSTRACT

COMPARATIVE STUDY OF THERAPEUTIC RESPONSES OF VISIBLE LASER

DIODE AND LED IN THE TREATMENT OF INDUCED PHOTOAGING IN MICE.

Tan, being interpreted by many people as synonymous with beauty and health, have

contributed to exacerbate the cumulative effects of the sun both in the epidermis and dermis.

Thus, we have increased the search for effective treatments to reduce the signs of extrinsic

aging. Based on this fact, this study showed the objective of comparing two therapeutic

modalities, which were LED and LASER in the treatment of photoaging induced in BALB-c

mice. To perform the experiment we used 40 BALB-c male mice which are divided into four

groups: control group (irradiated with light free of UV), UV group (subjected to UVR and

untreated), UV+LED group (subjected to UVR and treated with LED) and UV+LASER group

(Subjected to UVR and treated with LASER). The evaluation of histomorphometry was

performed using images captured and evaluated by image capture system. Through the results

of the analysis concluded that the protocol adoped was able to induce the process of

photoaging and possible evidence, hypergranulosis, acanthosis and spongiosis in the

epidermal layer. In the dermis there was a reduction in the number of collagen fibers,

increasing the amount of SFA, the inflsmmstory infiltrate and the number of

fibrocytes/fibroblast. The LED has shown better results in the treatment of photodamaged

skin as presented satisfactory results in both the dermis and epidermis. Since the LASER was

able to take significant action only in the dermis.

Keywords: photoaging, light emitting diode (LED), LASER.

.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Sistema Tegumentar............................................................................................15

FIGURA 2: Desenho esquemático de um melanócito e o processo de melanogênese............21

FIGURA 3: Representação esquemática do processo de formação de rugas..........................25

FIGURA 4: Características macroscópicas da pele fotoenvelhecida.......................................26

FIGURA 5: (A) Esquema representativo da estrutura e componentes de um LED; (B)

Dispositivo de um LED e cavidade reflectora, observados ao microscópio.....................................30

FIGURA 6: Coerência da luz LASER....................................................................................34

FIGURA 7: Colimação da luz LASER...................................................................................34

FIGURA 8: Monocromaticidade da luz LASER....................................................................34

FIGURA 9: Resposta tecidual à luz LASER..........................................................................38

FIGURA 10: Profundidade de penetração dos comprimentos de onda na pele......................39

FIGURA 11: Balança de precisão (A); Mensuração do peso dos animais (B).......................42

FIGURA 12: Fotomiografias de camundongos BALB-c submetidos à dose única de

RUV.........................................................................................................................................44

FIGURA 13: Fotomiografias de camundongos BALB-c submetidos à dose única de RUV

com diferentes tempos de irradiação....................................................................................... 44

FIGURA 14: Indução do fotoenvellhecimento de camundongos BALB-c com lâmpadas de

radiação ultravioleta B (UVB) da marca Philips TL40W/ 12RS (à esquerda).Irradiação dos

camundongos BALB-c do grupo controle (G1) com lâmpada Philips 25 W isenta de radiação

ultravioleta (à direita)...............................................................................................................47

FIGURA 15: Óculos para proteção individual e mensuração da temperatura da lâmpada de

RUV..........................................................................................................................................47

FIGURA 16: Fotorejuvenescimento de camundongos BALB-c com uso de LED.................48

FIGURA 17: Fotorejuvenescimento de camundongos BALB-c com LASER diodo visível da

marca Dentoflex, modelo quasar, comprimento de onda 632,8 nm, 90 J.................................49

FIGURA 18: Procedimento cirúrgico para obtenção da pele do dorso dos animais (A);

inclusão do material (B)............................................................................................................50

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FIGURA 19: Fotomiografias da pele do dorso de camundongos BALB-c, adquiridas durante

a sétima semana de experimento, pertencentes ao grupo controle assim como aos grupos

submetidos à RUV e tratados ou não.......................................................................................54

FIGURA 20: Secções da pele do dorso dos camundongos BALB-c pertencentes ao grupo

controle assim como aos grupos submetidos à RUV tratados ou não com LED ou LASER ,

sacrificados após sete semanas de experimento. Barra: 6,95µm; Aumento de 40X...............59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Fototipos de pele (Fitzpatrick).............................................................................20

Tabela 2. Classificação de Glogau: Grupos de Fotoenvelhecimento...................................29

Tabela 3: Ação da LEDterapia X comprimento de onda......................................................33

Tabela 4: Grupos experimentais utilizados no estudo...........................................................41

Tabela 5. Protocolo adotado para fotoenvelhecimento.........................................................45

Tabela 6. Protocolo adotado para o tratamento dos grupos experimentais...........................48

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Valores médios da espessura da epiderme nos diferentes grupos de camundongos

BALB-c submetidos ou não ao fotoenvelhecimento com Radiação Ultravioleta e tratados ou

não com LASER ou LED (n=38).............................................................................................60

Gráfico 2- Valores médios do número de queratinócitos e da presença de queratina nos

diferentes grupos de camundongos BALB-c submetidos ou não ao fotoenvelhecimento com

Radiação Ultravioleta e tratados ou não com LASER ou LED (n=38)....................................61

Gráfico 3- Valores médios da quantidade de Substância fundamental amorfa (SFA), de

colágeno e núcleos de células nos diferentes grupos de camundongos BALB-c submetidos ou

não ao fotoenvelhecimento com Radiação Ultravioleta e tratados ou não com LASER ou LED

(n=38).......................................................................................................................................63

Gráfico 4- Valores médios de células do infiltrado inflamatório nos diferentes grupos de

camundongos BALBc submetidos ou não ao fotoenvelhecimento com Radiação Ultravioleta e

tratados ou não com LASER ou LED (n=38)..........................................................................64

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO..................................................................................................................12

2- OBJETIVOS

2.1- Objetivos Gerais.......................................................................................................14

2.2- Objetivos Específicos................................................................................................14

3-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1- Constituição da pele................................................................................................15

3.2-Lesões de pele relacionadas ao fotoenvelhecimento..............................................22

3.3- Radiação ultravioleta, fotoenvelhecimento e envelhecimento cronológico........23

3.4-Luz Emitida por Diodo (LED)................................................................................29

3.5- LASER.....................................................................................................................33

4- METODOLOGIA

4.1- Grupos experimentais e número de animais..........................................................40

4.2- Projeto piloto.............................................................................................................42

4.3- Indução do fotoenvelhecimento...............................................................................45

4.4- Fotorejuvenescimento...............................................................................................47

4.5- Sacrifício e análises histológicas...............................................................................49

4.6- Análise macroscópica................................................................................................50

4.7- Análise histopatológica..............................................................................................50

4.9- Histomorfometria......................................................................................................51

4.10- Análise estatística.....................................................................................................51

5- RESULTADOS

5.1- Análise macroscópica.................................................................................................52

5.2- Análise histopatológica...............................................................................................55

5.3- Análise histomorfométrica.........................................................................................60

6- DISCUSSÃO......................................................................................................................66

7- CONCLUSÃO...................................................................................................................77

8-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................78

9- ANEXO I............................................................................................................................85

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1- INTRODUÇÃO

O sol é a principal fonte emissora de radiação ultravioleta (RUV), sendo a intensidade

desta dependente não apenas do horário do dia, como também de fatores geográficos. A

incidência da RUV tem aumentado nas últimas décadas em decorrência da destruição da

camada de ozônio, conseqüente à poluição ambiental. Com isso, aumentou-se o risco do

fotoenvelhecimento em pessoas continuamente expostas a este tipo de irradiação. Devido a

este fato, estes indivíduos apresentam maior predisposição ao envelhecimento extrínseco.

Desta forma, tem-se observado um aumento na demanda de pacientes à procura do

melhor tratamento para os sinais de fotoenvelhecimento como flacidez cutânea, manchas e

rugas.

O fotoenvelhecimento, também denominado envelhecimento extrínseco, é causado

pela exposição a fatores ambientais principalmente à RUV. Dentre as características

histológicas características desta afecção cutânea podem ser citadas a desorganização das

fibras elásticas e redução de colágeno na matriz extracelular acarretando, assim,

comprometimento da propriedade viscoelástica da pele.

Para o reparo de tais lesões dermatológicas tem-se utilizado, na prática clínica, algumas

modalidades terapêuticas como a Luz Emitida por Diodo (LED) e Luz Amplificada por

Emissão Estimulada de Radiação (LASER) de alta intensidade.

A LEDterapia baseia-se na ativação das mitocôndrias acarretando um incremento na

síntese de trifosfato de adenosina (ATP) e, conseqüentemente do metabolismo celular. Tal

processo pode ser evidenciado nos fibroblastos que, por sua vez, aumentam a produção de

colágeno. Esta reação é importante para o tratamento do fotoenvelhecimento visto que dentre

as alterações histológicas características da pele fotoenvelhecida destaca-se a destruição de

fibras colágenas. A estimulação das mitocôndrias presentes em fibroblastos também pode ser

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evidenciada com a utilização da LASERterapia de baixa intensidade, como o LASER diodo

visível de 632,8 nm, no processo de cicatrização de feridas cutâneas.

Apesar de ambas as modalidades apresentarem efeitos confirmados na produção e

organização de fibras colágenas na cicatrização de feridas, tais estudos relacionados com o

fotorejuvenescimento ainda são precários.

Não há na literatura estudos nos quais o LASER diodo visível de 632,8 nm seja

utilizado no tratamento do fotoenvelhecimento. Na prática clínica utilizam-se LASERs de

custo mais elevado como o Q-switched Nd:YAG. Porém, se considerarmos que o LASER

diodo visível seja amplamente utilizado no processo de cicatrização de feridas assim como no

reparo de lesões tendíneas, seria válido pesquisar o seu efeito no tratamento do

fotoenvelhecimento, pois nestes três casos, há a necessidade de uma maior produção de fibras

colágenas e, de fato tanto na regeneração tendínea quanto no reparo tecidual este resultado já

é confirmado.

A NASA desenvolveu o LED como alternativa de substituição do LASER.

Sendo assim, desde a introdução do LED como luz terapêutica, muitos debates têm sido

realizados com foco nas diferenças e similaridades com o LASER. Vários estudos têm

demonstrado a eficácia da LEDterapia na cicatrização de feridas, porém a literatura ainda é

escassa em trabalhos comparativos destas duas modalidades terapêuticas, principalmente no

que se refere ao fotorejuvenescimento.

Considerando os efeitos fisiológicos tanto do LED quanto do LASER de baixa

intensidade no aumento do número de fibroblastos e conseqüentemente da síntese de colágeno

e, sabendo que uma das alterações histológicas características do fotoenvelhecimento é a

destruição de fibras colágenas, o que confere à pele um aspecto enrugado, seria interessante a

comparação destas duas modalidades terapêutica no tratamento da pele fotoenvelhecida

através da indução do fotoenvelhecimento em camundongos

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2-OBJETIVOS

2.1- Objetivo geral

Induzir fotoenvelhecimento induzido por RUV em camundongos BALB-c e tratá-los

visando fotorejuvenescimento de pele com a utilização de LED (Luz Emitida por Diodo)

com comprimento de onda de 660 nm e com LASER diodo visível de 632,8 nm.

2.2- Objetivos específicos

Induzir fotoenvelhecimento em camundongos BALB-c através da exposição destes

animais à radiação ultravioleta.

Tratar um grupo de camundongos BALB-c utilizando LED com comprimento de onda de

660 nm e, outro grupo com LASER diodo visível de 632,8 nm.

Avaliar por aspectos anatomopatológicos e histomorfométricos o fotoenvelhecimento

induzido por RUV.

Avaliar e comparar por aspectos histopatológicos e histomorfométricos a eficiência da

LEDterapia e LASERterapia.

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3- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1- Constituição da pele

A pele é o maior órgão do corpo humano correspondendo a 12% do seu peso seco total.

É constituída por duas camadas, a epiderme, camada mais superficial formada por tecido

epitelial e, a derme, formada por tecido conjuntivo (FIGURA 1). Estas, por sua vez, estão

separadas através de uma estrutura denominada lâmina basal, visível apenas ao microscópio

eletrônico (GUIRRO & GUIRRO, 2007).

A classificação das estruturas da pele, no entanto é controversa. Autores como

Montagner & Costa (2004) consideram que esta seja dividida em três camadas (epiderme,

derme e hipoderme) e não em duas como descrito por Guirro & Guirro (2007).

FIGURA 1: Sistema Tegumentar

Compilado de: Bear MF, Connors BW, Paradiso MA 2002. Neurociências-Desvendando o Sistema

Nervoso. Porto Alegre 2ª ed. Artmed Editora. Disponível em: <http://www.mundo

vestibular.com.br/content_images/sistema_tegumentar.gif>. Acesso em: 06 maio 2010.

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De acordo com Haake & Holbrook (2005), a epiderme é um epitélio escamoso

estratificado que, por sua vez, caracteriza-se por uma constante ceratinização, ou seja, é

renovado continuamente dando origem a anexos como folículo piloso, unhas e glândulas

sebáceas. Segundo estes mesmos autores, os ceratinócitos, também denominados

queratinócitos, são as células encontradas em maior quantidade na epiderme e, de acordo com

a diferenciação e propriedades mitóticas destas, ocorrerá a divisão da epiderme em camadas

(germinativa, espinhosa, granulosa e córnea). A ceratinização, por sua vez, dependerá de

fatores extrínsecos (relacionados ao meio) e intrínsecos (genéticos).

Os queratinócitos, além de serem responsáveis pela divisão da epiderme em camadas,

produzem uma proteína responsável pela impermeabilidade cutânea, denominada queratina. A

atividade mitótica da epiderme inicia-se na sua camada mais profunda, denominada camada

germinativa ou basal, e à medida que os queratinócitos migram em direção à superfície,

sofrem diferenciação dando origem às demais camadas (SOUSA & VARGAS, 2004).

As células da camada basal apresentam citoplasma escasso e núcleos grandes. A

espinhosa, por sua vez, é subdividida em cinco a dez camadas e apresenta células maiores que

as basais caracterizadas por grande quantidade de citoplasma. A camada granulosa possui de

uma a três fileiras de células com abundante citoplasma e, por sua vez, são maiores que as da

camada espinhosa. A camada córnea é a mais superficial, e sua espessura varia de acordo com

a região anatômica, sendo mais espessa nas palmas e plantas (SOUSA E VARGAS, 2004).

A camada germinativa ou basal é responsável pela constante renovação da epiderme,

fornecendo células para substituir aquelas que são perdidas na camada córnea. A camada

espinhosa é constituída por células com aspecto espinhoso, responsável pela sua

denominação. Suas células têm importante função na manutenção da coesão das células da

epiderme e conseqüentemente, na resistência ao atrito. A camada granulosa apresenta células

com citoplasma caracterizado por conter grânulos de querato-hialina ou de melanina. A

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camada córnea é constituída por vários planos de células mortas e intimamente ligadas. A

partir do momento em que seu citoplasma é substituído por uma proteína fibrosa denominada

queratina, estas células mortas são referidas como corneificadas que, não só protegem o

organismo contra a invasão de agentes externos, como também restringem a perda de água

(GUIRRO & GUIRRO, 2007).

Guirro & Guirro (2007) relatam ainda a existência da camada lúcida que, por sua vez,

não é visível com facilidade. Porém, quando visível, tem o aspecto de uma linha clara,

brilhante e homogênea. É constituída por várias camadas de células, achatadas e intimamente

ligadas, das quais a maioria apresenta limites distintos e perde todas as suas inclusões

citoplasmáticas, exceto as fibrilas de queratina e algumas gotículas de eleidina. Esta é

transformada em queratina assim que as células desta camada tornam-se parte da camada

córnea.

Além dos queratinócitos, a epiderme é constituída por outros tipos celulares, sendo eles

os melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. Os melanócitos são responsáveis

pela produção de um pigmento acastanhado denominado melanina que, por sua vez é

transferido para os queratinócitos. Vale ressaltar que a melanina é de extrema importância na

proteção cutânea contra a RUV. As células de Langerhans, por sua vez, são importantes na

imunidade celular, enquanto que as de Merkel relaciona-se à função sensorial (GUIRRO &

GUIRRO, 2007).

A derme localiza-se abaixo da epiderme e é considerada o principal constituinte da

pele sendo responsável por sua flexibilidade, elasticidade e estiramento. Em condições

normais, é considerada a camada mais importante em relação ao comportamento mecânico da

pele. É constituída por abundante tecido conjuntivo, sendo o colagenoso e o elástico os

principais. Apresenta vasos sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas, folículos pilosos e

glândulas sebáceas. Vale ressaltar ainda que esta camada cutânea é organizada em duas

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regiões: papilar, a mais superficial constituída por tecido conjuntivo frouxo, e reticular, a mais

profunda constituída por tecido conjuntivo denso (GONÇALVES & CAMPOS, 2009 ;

GUIRRO & GUIRRO, 2007; UITTO et al., 2005;).

Além das fibras elásticas e colágenas, encontra-se na derme a substância fundamental

amorfa (SFA) sendo esta representada por um gel viscoso constituído por

glicosaminoglicanas, proteoglicanas e glicoproteínas adesivas que formam um arcabouço

entrelaçado e ligado às fibras e a receptores celulares denominados integrinas (JUNQUEIRA

& CARNEIRO, 1999).

Batistela et al. (2007) relatam que a espessura da pele assim como as suas propriedades

viscoelásticas dependem tanto da quantidade de material elástico e colágeno presentes na

derme, quanto da organização estrutural dos mesmos. De acordo com estes mesmos autores,

por apresentar um comportamento viscoelástico, a pele, ao sofrer uma deformação

temporária, através da aplicação de forças externas, tende a não retornar imediatamente ao seu

estado inicial sendo que tal característica acentua-se na pele envelhecida. Segundo Gonçalves

& Campos (2009), o comportamento elástico está relacionado com a presença e disposição

das fibras de elastina, já o comportamento viscoso deve-se à presença de fibras colágenas.

Existem nove tipos diferentes de colágeno na pele humana, porém o colágeno tipo I é

encontrado em maior quantidade em relação aos demais, correspondendo aproximadamente a

80% do total. O colágeno tipo III, por sua vez, é predominante na pele humana durante o

período fetal. A produção primária de tais proteínas na derme ocorre através de células

denominadas fibroblastos (BATISTELA et al., 2007; FISHER et al., 2008).

Na derme humana jovem, os fibroblastos apresentam uma conformação achatada e

encontram-se dispersos. Por outro lado, na pele envelhecida, estes encontram-se colapsados,

com citoplasma escasso (FISHER et al., 2008).

As fibras colágenas apresentam como principal função fisiológica, a propriedade de

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tensão da pele, através da qual a mesma possa servir como órgão protetor a traumas externos.

São sintetizadas a partir da secreção de procolágeno que, por sua vez, é convertido em

colágeno, através da ação de enzimas extracelulares denominadas colagenases (UITTO et al.,

2005). De acordo com estes mesmos autores, os colágenos formados, a partir de ligações

cruzadas são transformados em fibras colágenas.

De acordo com Batistela et al. (2006), a fibra colágena é o principal componente

responsável pela resistência da pele, sendo que a diminuição do colágeno tipo I é

caracterizado pela redução da espessura da derme tornando-a mais vulnerável à agressões.

As fibras elásticas representam 1 a 2% do peso seco total da derme. Um dos seus

principais constituintes é a elastina, sendo esta sintetizada por células musculares lisas e por

fibroblastos (UITTO et al., 2005). De acordo com estes autores, os tecidos ricos em elastina

geralmente contêm enzimas proteolíticas denominadas elastases, capazes de degradar as fibras

elásticas.

Kim et al. (2008) ressaltam a importância do conhecimento sobre a enzima elastase

devido ao fato desta não ser específica. Para eles, apesar de ser a única enzima capaz de

degradar a elastina, participa também na degradação de outros componentes como colágeno,

proteoglicanas e queratina.

A hipoderme, de acordo com Rusenhack (2006), é a camada mais profunda da pele

sendo também conhecida como tecido subcutâneo. Esta, por sua vez, é constituída por células

de gordura e apresentam espessura variável. Dentre as funções conferidas a esta camada

cutânea destacam-se a proteção mecânica, regularidade do relevo corporal e isolamento

térmico.

De acordo com Guirro & Guirro (2007), a hipoderme permite a contração muscular sem

que haja alterações no relevo cutâneo. Tal fato ocorre devido à conexão pouco resistente entre

esta camada cutânea e as fáscias musculares.

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Magalhães e Hofmeister (2004) relatam que a coloração da pele depende

fundamentalmente de duas cores: a proporcionada pela melanina e a dos pigmentos

sanguíneos hemoglobina e oxiemoglobina. A pigmentação melânica está diretamente

relacionada à maior ou menor tolerância de um indívíduo à exposição solar e, é determinada

geneticamente. Baseando-se nestas características a pele pode ser dividida em fototipos

descritos por Fitzpatrick, como pode ser observado na tabela 1:

Tabela 1: Fototipos de pele (Fitzpatrick)

I. Sempre queima, nunca bronzeia

II. Sempre queima, bronzeia pouco

III. Bronzeia muito, queima pouco

IV. Bronzeia sempre, nunca queima

V. Altamente pigmentada

VI. Negro

FONTE: Adaptado de Kede & Sabatovick, 2004. Dermatologia Estética.

De acordo com estes mesmos autores, as peles escuras, por possuírem maiores

concentrações de melanina, apresentam maior resistência em ambientes com altas

concentrações de radiação ultravioleta do que as peles claras. Além deste fato, as peles mais

claras apresentam índices aumentados de infecções em decorrência aos danos agudos

causados pela exposição à RUV.

Jimbow et al. (2005) relatam que a cor normal da pele humana está relacionada ao

tamanho, forma, tipo e cor dos melanossomas, assim como à sua distribuição nos melanócitos

e queratinócitos .

Os melanossomas são organelas elipsoidais altamente organizadas que contêm

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melanina guardada no interior de uma vesícula e a depositam em uma matriz interna

filamentosa e/ou microvesiculosa. Os melanócitos, por sua vez, possuem as organelas

necessárias, como o retículo endoplasmático rugoso e complexo de Golgi, para a síntese da

enzima melanogênica, a tirosinase, que é incorporada nos melanossomas. Os melanócitos

epidérmicos são capazes de transportar os melanossomas maduros através de seus dendritos

para os queratinócitos vizinhos. Após a transferência dos melanossomas para os

queratinócitos, eles são circundados por uma membrana, tornando-se lisossomas secundários

(FIGURA 2). Na pele branca, os melanossomas são relativamente pequenos e formam grupos

no interior de lisossomas secundários. Isso é chamado de complexo melanossômico. Contudo,

na pele negra, os melanossomas são maiores em comprimento (0,7 a 10 µm) e em diâmetro

(0,3µm) e, quando são transferidos para os queratinócitos, permanecem isolados, ou seja, não

se agregam (JIMBOW et al.,2005).

FIGURA 2: Desenho esquemático de um melanócito e o processo de melanogênese

Compilado de: <http://esteticaitu.blogspot.com> Acesso em :11 maio 2010.

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3.2- Lesões de pele relacionadas ao fotoenvelhecimento

Antes de abordarmos as características macroscópicas e microscópicas de uma pele

fotoenvelhecida, é necessário a descrição de alguns termos utilizados em dermatopatologia.

No presente trabalho serão citados alguns termos macroscópicos, sendo eles: ceratose

ou queratose solar, rítides, poiquilodermia, reticulado tangiectásico e melasma

Ceratose ou queratose solar é uma lesão pré-maligna comum em áreas fotoexpostas de

pessoas idosas ou em adultos de meia idade de pele clara. São lesões máculo-papulosas,

recobertas por escamas secas, endurecidas, de superfície áspera, de cor amarelo a castanho

escura, podendo confluir formando placas (SIMIS & SIMIS, 2006). De acordo com Robins et

al. (1996), mácula refere-se a uma área circunscrita de qualquer tamanho , caracteristicamente

plana e geralmente diferenciada da pele circundante por sua coloração. Denomina-se pápula,

segundo estes mesmos autores, uma área sólida e elevada com até 5 mm de largura.

Rítide é o termo utilizado como sinônimo de ruga. De acordo com Guirro & Guirro

(2007), as rugas ocorrem devido à diminuição das fibras elásticas, presentes no tecido

conjuntivo, aliada à rigidez gradual do colágeno.

A poiquilodermia solar é caracterizada por reticulado telangiectásico nas faces laterais

do pescoço e região infra-hióidea sendo comumente encontrada em pessoas de pele clara

(SIMIS & SIMIS, 2006). As telangiectasias são manchas vásculo-sanguíneas caracterizadas

por dilatação de pequenos vasos sanguíneos e linfáticos (BARROS, 2009).

Melasma é uma zona de hipercromia facial. Manifesta-se sob a forma de máculas

irregulares e mal definidas, afetando bilateralmente as bochechas, as têmporas e a fronte. Esta

hipercromia pode ser acentuada através da exposição à luz solar, sendo muito comum durante

a gravidez (MURPHY & MIHM, 1996).

Dentre os termos microscópicos abordados no presente estudo, podem ser citados:

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acantose, hiperceratose e hipergranulose.

Acantose refere-se à hiperplasia da epiderme, ou seja, consiste no aumento do número

de células da epiderme, que se mostra espessada. A hiperceratose, por sua vez, é o aumento da

espessura da camada córnea, geralmente associada a uma anormalidade qualitativa da

queratina. Já a hipergranulose, é o aumento do número de células na camada granulosa

(GUEDES & FURTADO, 2000; MURPHY & MIHM 1996).

3.3 - Radiação ultravioleta, fotoenvelhecimeto e envelhecimento cronológico

O sol é a principal fonte geradora de radiação ultravioleta, sendo que esta corresponde

a menos de 9% do espectro eletromagnético que chega à superfície da Terra (SILVA, 2008).

A radiação ultravioleta (RUV) divide-se em três faixas: UVC (100-290nm), UVB

(290- 320nm) e UVA (320 a 400nm), sendo que cada uma difere de acordo com os efeitos

biológicos que causam (GUARATINI et al., 2007). Simis & Simis (2006) relatam que a

maior parte do UVC é absorvida pela camada de ozônio.

A poluição atmosférica tem sido responsável pela destruição da camada de ozônio e,

como conseqüência, tem favorecido ao aumento nos níveis de RUV incidentes na superfície

da Terra. A incidência de radiação ultravioleta B (RUV-B) está diretamente relacionada com

danos na pele, propiciando, desta forma, um aumento no interesse de prevenção contra tais

danos (HWANG et al.,2006).

Dentre os danos cutâneos causados pela RUV podem ser citados o eritema calórico, a

queimadura solar, o fotoenvelhecimento, a fotossensibilidade e o câncer de pele. A

fotossensibilidade pode causar reações fotoalérgicas e fototóxicas. No primeiro tipo de reação

citada, ocorre a ativação do sistema imune, ou seja, a luz solar promove reações entre as

substâncias alergênicas e as proteínas da pele gerando uma resposta imunológica e, como

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conseqüência, a produção de anticorpos específicos. Já as reações fototóxicas ocorrem quando

uma substância fotoreativa é exposta à radiação solar com o conseqüente desenvolvimento de

eritemas, edemas, esfoliações e hiperpigmentação (RAMOS et al., 2005).

A energia da radiação solar depende do comprimento de onda, sendo mais evidente

em comprimentos de ondas menores. Por outro lado, se considerarmos a capacidade de

penetração da RUV, esta será maior em comprimentos de ondas maiores, como é o caso da

radiação UVA. Desta forma, quanto menor a quantidade de energia, maior a capacidade de

permeabilidade, acarretando maiores alterações estruturais a nível dérmico (FLOR et al.,

2007).

O fotoenvelhecimento está diretamente relacionado com as mudanças

comportamentais associadas a uma maior exposição solar visando uma valorização estética

através do bronzeamento. Para isso, muitas pessoas recorrem à exposição à RUV tanto natural

quanto artificial. Além deste fato a prática de atividades ao ar livre, associada à utilização de

indumentárias que permitem uma maior exposição de áreas do corpo como face e membros,

sem a devida proteção com o uso de filtros solares, têm contribuído para o aumento no

número de casos de envelhecimento cutâneo (SOUSA et al., 2004).

É válido destacar que apesar dos efeitos deletérios e cumulativos da RUV, esta é capaz

de propiciar benefícios ao indivíduo desde que a exposição aos raios solares ocorra dentro dos

horários de menor incidência de RUV. Além deste fato é necessário uma correta utilização de

filtros solares e indumentárias especiais. A formação de vitamina D é um fato comprovado

dos benefícios advindos da RUV e pode ser uma alternativa para a profilaxia e tratamento do

raquitismo, desde que haja uma conscientização do indivíduo quanto aos riscos do excesso de

exposição (PINTO & XAVIER, 2011).

O envelhecimento da pele pode ser classificado em dois tipos: envelhecimento

intrínseco ou cronológico e envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, sendo que em

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ambos os tipos, a propriedade viscoelástica da pele encontra-se comprometida graças às

alterações estruturais, principalmente nas fibras elásticas, que ocorrem na derme

(GONÇALVES & CAMPOS, 2009).

Hachiya et al. (2009) relatam que a pele fotoenvelhecida caracteriza-se ainda por

desorganização das fibras elásticas e redução de colágeno na matriz extracelular.

O envelhecimento intrínseco ocorre de forma lenta e gradual, caracterizado

principalmente por atrofia progressiva da pele. Além disso, observam-se diminuição da

extensibilidade e elasticidade (FIGURA 3). O fotoenvelhecimento, por sua vez, ocorre devido

à exposição prolongada a fatores ambientais, principalmente à RUV, superpondo-se ao

envelhecimento intrínseco. As alterações cutâneas características deste tipo de

envelhecimento ocorrem de forma mais agressiva, caracterizando-se por uma pele manchada,

áspera, dura, amarelada e espessa. A pele jovem e não agredida pelo sol, por outro lado,

apresenta-se uniformemente pigmentada, com textura macia e sem manchas (FIGURA 4)

(BATISTELA et al., 2006).

FIGURA 3: Representação esquemática do processo de formação de rugas. Observa-se uma redução na

quantidade de fibras de colágeno assim como na quantidade de fibroblastos.

Compilado de: http:www.dermatopatologia.com/pele/default.asp. Acesso em 11 de maio de 2010.

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FIGURA 4: Características macroscópicas da pele fotoenvelhecida.

FONTE: <http://www.dermatologia.net/novo/base/index.shtml> Acesso: 6 de maio 2010.

O fotoenvelhecimento é caracterizado por muitas alterações histológicas. Observa-se

adelgaçamento da camada espinhosa na epiderme assim como achatamento da junção dermo-

epidérmica. As células de Langerhans diminuem em número e função, resultando em perda da

imunidade cutânea. Os queratinócitos envelhecidos tornam-se resistentes à apoptose,

tornando-se susceptíveis às mutações do DNA. Ocorre também diminuição do número de

melanócitos.O metabolismo do colágeno sofre alterações com a idade. Observa-se um

declínio na sua produção e aumento na sua degradação (MONTAGNER & COSTA, 2009).

As alterações visíveis na pele devem-se a reações fotobiológicas que ocorrem devido à

penetração da radiação no tecido cutâneo que, por sua vez, podem ocorrer de forma direta,

quando a RUV entra em contato direto com o DNA celular, ou, indireta, quando há a

produção de radicais livres e esses interagem com o DNA ( MONTAGNER & COSTA,

2009).De acordo com Timares et al. (2006), para que tal fato ocorra, é necessária a absorção

da RUV por receptores biológicos denominados cromóforos.

De acordo com Batistela et al. (2007), o envelhecimento cutâneo, em especial o

fotoenvelhecimento relaciona-se diretamente com o tipo de pele, assim como aos hábitos do

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indivíduo. Pessoas de pele mais clara, apresentam maior predisposição ao envelhecimento

extrínseco mais precocemente se comparadas com pessoas de pele negra, por exemplo. O uso

de filtros solares, assim como a correta utilização dos mesmos, são fatores que devem ser

estimulados independente do fototipo da pele.

Vale ressaltar que a fotoproteção é importante visto que os efeitos deletérios da RUV

são cumulativos e irreversíveis, sendo estes capazes de desenvolver reações bioquímicas ao

longo dos anos (SOUZA et al., 2005). Porém, de acordo com estes autores tem-se observado

um aumento no número de casos de fotoenvelhecimento assim como de melanoma cutâneo

em indivíduos que utilizam protetores solar sendo tal processo denominado “paradoxo da

fotoproteção”. Este fato se justifica pela falta de conscientização quanto à forma correta de

aplicação do fotoprotetor assim como a necessidade de reaplicação do mesmo durante a

exposição solar. Sendo assim, muitas pessoas, por sentirem mais protegidas ao utilizarem um

protetor solar, abusam da exposição sem considerar os cuidados necessários para a eficácia de

tais produtos.

A penetração da RUV nas duas camadas cutâneas dependerá do comprimento de onda.

A radiação UVB (290-320nm) é mais absorvida na epiderme e derme superficial, enquanto

que o UVA (320-400nm) atinge tanto a epiderme quanto a derme profunda (KWON et al.

2005; MONTAGNER & COSTA, 2009). Desta forma, segundo estes mesmos autores, serão

encontradas alterações histológicas em ambas as camadas cutâneas. Na epiderme observa-se

diminuição da espessura da camada espinhosa seguida por achatamento da junção dermo-

epidérmica. Ocorre ainda uma redução no número de melanócitos assim como das células de

Langerhans, podendo ocorrer ainda mutações no DNA de queratinócitos envelhecidos, fator

este relacionado com o risco de carcinogênese.

A redução no número de células de Langehans somado às alterações do DNA de

queratinócitos contribui para um efeito imunossupressor, visto que tais células objetivam

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defender a pele contra agentes agressores (JUCHEM et al., 1998). Desta forma, aumenta-se a

predisposição ao desenvolvimento de infecções, efeitos neoplásicos e até mesmo o

fotoenvelhecimento.

A derme, por sua vez, será caracterizada, histologicamente, por desorganização das fibras

colágenas assim como por dilatação dos vasos sanguíneos tornando-se tortuosos (PINNELL,

2003). Fisher et al. (2009) relatam que a pele fotoenvelhecida caracteriza-se ainda por

destruição das fibras de colágeno, assim como por declínio na produção das mesmas.Em seu

artigo, os referidos autores relatam que a desintegração destas fibras deve-se à ativação de

enzimas denominadas metaloproteinase de matriz (MMPS). Estas enzimas, na pele saudável,

trabalham com o objetivo de garantir o equilíbrio entre produção e degradação de colágeno.

No entanto, esta homeostasia é rompida a partir do momento em que ocorre um aumento na

produção deste tipo de enzima.

As fibras elásticas, por sua vez, também serão alteradas, tornando-se encurtadas e mais

espessas. As mudanças estruturais em ambos os tipos de fibras, em conjunto, serão

responsáveis pelas mudanças na propriedade viscoelástica da pele, o que ocasiona a formação

de rugas (NISHIMORI et al., 2001).

Além das alterações histopatplógicas observadas na pele fotoenvelhecida, de acordo

com Gonçalves e Campos et al. (2009), observa-se também um aumento exacerbado da perda

transepidérmica de água, acarretando, desta forma,uma maior vulnerabilidade à agentes

externos e desidratação.

Antes de iniciar o tratamento para fotoenvelhecimento, é necessário que o especialista

seja capaz de avaliar o grau de dano solar. Esta avaliação apresenta como objetivo buscar as

alterações pigmentares, o número de ceratoses solares ou epiteliomas ou mesmo outros tipos

de câncer, o grau de rítides, ou rugas, induzidas pelo sol e a presença ou ausência de

poiquilodermia. Para isto, Glogau desenvolveu uma classificação para o fotoenvelhecimento

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que, por sua vez, é útil na avaliação do dano actínico, demonstrada na tabela 2

(MAGALHÃES & HOFMEISTER, 2004).

Tabela 2. Classificação de Glogau: Grupos de Fotoenvelhecimento

Grupo 1: Leve (usualmente entre 20-35 anos)

Sem queratoses

Poucas rugas

Sem cicatrizes

Pouca ou nenhuma maquiagem habitual

Grupo 2: Moderada (usualmente entre 35-50 anos)

Ceratoses actínicas iniciais – leve descoloração amarelada da pele

Rugas iniciais – linhas paralelas ao sorriso

Poucas cicatrizes

Pouca maquiagem

Grupo 3: Avançada (usualmente entre 50-65 anos)

Ceratoses actínicas – descoloração amarelada óbvia com telangiectasias

Rugas – presentes em repouso

Cicatrizes de acne moderadas

Usa maquiagem sempre

Grupo 4: Severa (usualmente entre 60-75 anos)

Ceratoses actínicas e câncer cutâneo ocorreram

Rugas- muita flacidez e rugas de origem actínica, gravitacional e dinâmica

Cicatrizes acnéicas severas

Usa maquiagem sempre, que não cobre, mas “emplastra”.

FONTE: Kede e Sabatovick., 2004. Dermatologia Estética

3.4- Luz Emitida por Diodo (LED)

O LED é composto por um diodo semicondutor que, ao ser energizado emite luz.

Geralmente a luz é monocromática e sua cor está diretamente relacionada ao material

semicondutor empregado. É utilizado, na área da saúde, como uma terapia não ablativa no

processo de rejuvenescimento da pele fotoenvelhecida. Trata-se de uma modalidade segura na

qual os comprimentos de onda são absorvidos na pele e utilizados no reparo do tecido, através

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de um processo denominado fotobiomodulação (BAEZ et al., 2007; MARTINS et al., 2007).

A constituição do LED é baseada em uma estrutura emissora de luz geralmente com

uma área de secção quadrada entre 0,18 mm² e 0,36 mm². Tal estrutura é formada por um

material semicondutor como, por exemplo, o Fosfeto de Arseneto de Gálio (GaSP) ou Fosfeto

de Gálio (GaP) e, por sua vez, é rodeada por uma cavidade refletora sendo esta responsável

pela reflexão direcionada da luz. Esta estrutura é ainda envolta por uma cápsula de resina

epóxi que não apenas a protege como também permite a dispersão da luz emitida, o que pode

ser evidenciado, esquematicamente, na figura 5 (CAVALCANTE et al., 2005; MARTINS et

al., 2007).

FIGURA 5: (A) Esquema representativo da estrutura e componentes de um LED; (B) Dispositivo de um

LED e cavidade refletora, observados ao microscópio.

Compilado de: < http://www.forumpcs.com.br> Acesso em: 26 jmaio 2010.

A LEDterapia é o termo utilizado para definir a aplicação do LED à saúde. Este

procedimento tem ganhado espaço principalmente na fisioterapia dermatofuncional assim

como na medicina estética devido aos resultados obtidos no tratamento não apenas do

fotoenvelhecimento como também na cicatrização de feridas, na terapia para acne e na queda

de cabelo. No entanto, é válido ressaltar que para cada tipo de tratamento é adotado um

comprimento de onda específico dentro do espectro eletromagnético que varia de 405 nm

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(azul) a 940 nm (vermelho) (KHOSHNEGAR et al.,2010).

Para que o LED tenha sua ação bem sucedida é necessária a ocorrência de reações

fotobioquímicas sendo estas dependentes da absorção de fótons por cromóforos moleculares

ou fotoaceptores. Para que ocorra a ativação de um determinado cromóforo é necessária a

utilização de doses e comprimentos de onda específicos (WEISS et al., 2005).

De acordo com Weiss et al. (2005), dentre os mecanismos envolvidos na

fotobiomodulação inclui a ativação de transferência de energia na mitocôndria. Tal fato deve-

se à absorção da luz por moléculas específicas localizadas na membrana mitocondrial.

Segundo estes autores, a luz absorvida causa mudanças conformacionais na membrana de tais

organelas favorecendo o incremento de energia e, consequentemente a atividade celular.

Os fibroblastos sofrem o processo acima descrito sendo evidenciado um aumento na

produção de colágeno que, por sua vez, é necessário ao processo de rejuvenescimento cutâneo

(GERONEMUS et al., 2003). Estes mesmos autores realizaram um experimento com culturas

de fibroblastos de pele humana e, observaram que além do aumento na síntese de fibras

colágenas, observa-se uma redução das metaloproteinases de matriz (colagenases), sendo

estas responsáveis pela degradação do colágeno. Desta forma, conclui-se que a soma destes

dois efeitos, aumento na síntese de colágeno e redução das proteínas que o destroem, serão

responsáveis por resultados satisfatórios no tratamento do fotoenvelhecimento pelo uso da

terapia com LED.

Experimentos com LED vermelho (670 nm) na cicatrização de feridas induzidas em

modelo experimental, realizados por Erdle et al. (2008) , demonstraram efeitos satisfatórios

devido aos mecanismos já mencionados. A cicatrização nada mais é que o preenchimento da

região lesada por tecido conjuntivo, ou seja, colágeno. Sendo assim, tanto no

fotorejuvenescimento com LED quanto na cicatrização de feridas, o processo será o mesmo.

Tais achados vão de encontro com trabalhos desenvolvidos por Agnol et al. (2009) e Whelan

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et al. (2003).

A National Aero Space Agency (NASA) nos Estados Unidos foi a primeira a estudar os

efeitos da fotobiomodulação através da utilização do LED sendo observada, pelos cientistas, a

ocorrência de regeneração tecidual de forma mais rápida e intensa, mesmo no espaço, onde se

esperava que este processo devesse ocorrer de forma mais lenta. Sendo assim, tais estudos

evidenciaram a eficiência do LED nos processos de estimulação celular (DIAS et al., 2009).

De acordo com Trelles et al. (2007), o LED com comprimento de onda de 415 nm

(azul) geralmente é utilizado para o tratamento de acne, o comprimento de onda de 633 nm

(vermelho), por sua vez, é útil para uma grande variedade de situações assim como o

comprimento de onda de 830 nm. A luz azul de 415 nm apresenta uma ação fotodinâmica

endógena sobre as porfirinas naturais existentes no Propionibacterium acnes, denominadas

coproporfirina III e protoporfirina 9 , causando deste modo, a destruição da bactéria através

da apoptose mediada por um processo oxidativo. Já a luz vermelha é importante para o

processo de cicatrização de feridas por estimular o fator de crescimento de fibroblastos.

O LED tem sido ainda amplamente utilizado da Terapia Fotodinâmica (TFD) para o

tratamento do fotorejuvenescimento cutâneo. De acordo com Pinto e Silva (2011) esta

modalidade terapêutica baseia-se em três fatores essenciais: droga fotossensibilizante, fonte

de luz LED ou LASER e a presença efetiva de oxigênio. O agente fotossensibilizante

utilizado possui afinidade pelas células displásicas induzindo, assim, citotoxidade com

conseqüente morte celular seletiva. Porém, tal processo só ocorre quando esta substância é

ativada por uma luz específica e em presença de oxigênio.

Pinto et al. (2009), utilizou a TFD para o tratamento de inflamação granulomatosa

induzida em ratos Wistar através da combinação do LED com o fotosensibilizador azul de

metileno. Ao final do experimento este tipo de terapia mostrou-se eficiente na resolução do

processo inflamatório.

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Carvalho et al. (2009) utilizaram o LED de 850 nm como tratamento coadjuvante da

fibromialgia. De acordo com estes autores, este comprimento de onda ao interagir com o

tecido, resulta na produção de beta-endorfinas e controle da produção de prostaglandinas,

resultando na diminuição da intensidade da dor e até mesmo analgesia.

A tabela 3 representa as aplicações da LEDterapia de acordo com cada comprimento

de onda.

Tabela 3: Ação da LEDterapia X comprimento de onda

Comprimento

de onda

Azul (415 nm) Vermelho (670 nm) Infra-vermelho

(850 nm)

Efeitos

Bactericida

(tratamento da

acne)

Vasodilatador,

cicatrizante,

Rejuvenescimento

Antiinflamatório,

analgesia.

3.5-LASER

LASER é um acrônimo de “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation”,

ou seja, “Luz Amplificada por Emissão Estimulada de Radiação”. Esta modalidade

terapêutica, por sua vez, diferencia-se de outras fontes luminosas por possuir características

únicas: monocromaticidade, coerência e colimação (GENOVESE, 2000).

Monocromaticidade significa que a emissão da luz LASER será caracterizada por um

mesmo comprimento de onda, sendo desta forma, uma luz pura, com uma única cor. A

coerência refere-se à uniformidade de suas ondas, estando sempre em fase no tempo e no

espaço. A colimação, por sua vez, relaciona-se ao paralelismo de seus feixes (AGNE, 2007).

Tais características estão representadas nas figuras 6, 7e 8.

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34

FIGURA 6: Coerência da luz LASER.Comprimentos de onda coerente no tempo e espaço (A).

Comprimentos de onda incoerentes no tempo e espaço (B).

Compilado de: NEVES et al. (2005) .

FIGURA 7: Colimação da luz LASER. A luz natural é divergente ao contrário que a luz LASER é

paralela ao tubo onde é produzida.

Compilado de: NEVES et al. (2005)

FIGURA 8: Monocromaticidade da luz LASER (possui apenas um comprimento de onda),

enquanto que a luz branca comum possui vários comprimentos de onda, portanto várias cores.

FONTE: Adaptado de NEVES et al.( 2005)

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Os LASERs podem ser divididos em categorias de acordo com sua potência. As

categorias I e II referem-se à potência muito baixa e emitem luz vermelha visível. Não

produzem aquecimento nem efeitos na pele, porém, podem produzir lesões oculares quando

incidida diretamente sobre os olhos e de forma prolongada. Estes tipos de LASERs são

utilizados nos leitores de código de barras, leitores de CD e impressoras a LASER e não

possuem aplicações terapêuticas (AGNE, 2007).

Os LASERs pertencentes às categorias IIIA e IIIB apresentam potência média,

geralmente inferior a 50 mW, com luz vermelha visível ou infravermelha invisível sendo

utilizados na fisioterapia e conhecidos como LASERterapia de baixa intensidade. Nesta

classificação, o feixe não apresenta efeito térmico apreciável e não causam lesões cutâneas se

aplicados corretamente. No entanto, assim como os pertencentes às categorias I e II, são

perigosos quando atingem os olhos tanto de forma direta quanto por reflexão tornando o uso

de óculos adequados para proteção (AGNE, 2007).

Já na categoria IV, estão incluídos aqueles de potência elevada e, por sua vez, são

utilizados em processos cirúrgicos para coagulação ou corte, para o tratamento de tumores e

para cauterização em oftalmologia. Tais equipamentos são de uso e manuseio médicos. O

efeito térmico da radiação LASER sobre os tecidos é a base do denominado LASER cirúrgico

(AGNE, 2007).

OS LASERs emitem luz tanto de maneira contínua quanto em pulsos. Os raios de onda

contínua (OC), ao contrário dos pulsados, não são capazes de atingir o pico instantâneo. Dessa

forma, a natureza da interação LASER-tecido é geralmente diferente quando comparados os

tipos contínuos e pulsados de alta energia. Dentre os LASERs de onda contínua encontrados

na dermatologia podem ser citados os LASERs de argônio (azul/verde), argônio com corante

bombeado (pumped dye), neodymium: ytrium-aluminium-garnet (Nd:YAG) e CO²

(infravermelho longo). Estes são utilizados na área médica e são consagrados para a

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realização de vaporização tecidual e coagulação. Alguns LASERs pulsados comportam como

se fossem LASERs contínuos por produzirem pulsos em freqüência rápida e com pequena

energia por pulso sendo denominados LASERs de onda quase contínua (OQC) que

apresentam as mesmas funções dos contínuos. Como exemplo deste tipo, podem ser citados

os de vapor de cobre (verde/amarelo) e os KTP. Já os LASERs pulsados de alta energia

podem induzir uma fototermólise seletiva, um processo no qual a lesão térmica é confinada

microscopicamente aos sítios de absorção cutânea, como vasos sanguíneos e células

pigmentadas. Os LASERs de corante pulsado tunable (amarelo,585 nm), rubi e Nd:YAG Q-

switched (infravermelho curto, 1.064 nm e verde ,532 nm) são exemplos de LASERs

pulsados (HERD et al.,2005).

Os feixes de LASER, ao atingirem o tecido, podem desencadear três efeitos distintos:

efeitos fototérmicos, que derivam diretamente do calor; efeitos fotoquímicos, derivados de

reações fotoquímicas originais ou induzidas por fotossensibilizantes; efeitos fotomecânicos,

que resultam de expansão térmica extremamente rápida, ondas de pressão e ondas de choque.

Estes três modelos de interação do LASER freqüentemente coexistem, mas um ou dois

geralmente são dominantes. Tais efeitos dependem da transferência de energia do LASER

para o tecido, porém, para que esta transferência ocorra é necessário que haja uma ressonância

entre o comprimento de onda do LASER e a cor da molécula alvo (cromóforo) (HERD et al.,

2005).

O efeito fototérmico ocorre quando o cromóforo absorve a energia com o comprimento

de onda correspondente e, a energia luminosa se converte em calor capaz de destruir o alvo

atingido. Quando a expansão térmica ocorre de forma extremamente rápida é capaz de

produzir ondas acústicas e destruição fotomecânica do tecido que a absorveu. Estes dois tipos

de efeitos descritos são os mais comumente utilizados na prática da cirurgia cutânea com a

utilização de LASERs de alta intensidade (PATRIOPA, 2007).

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Quanto ao efeito fotoquímico, a energia absorvida pode atuar de duas maneiras:

estimulando a liberação de substâncias pré-formadas, como a histamina, serotonina e

bradicinina ou, modificando as reações enzimáticas normais, tanto no sentido de excitação

quanto de inibição. Além deste fato, a radiação LASER exerce um estímulo na produção de

ATP no interior das células, originando e promovendo a aceleração das mitoses. Vale ressaltar

que o efeito fotoquímico é o princípio básico da terapia fotodinâmica visto que se baseia em

uma reação química após a absorção da luz por agentes fotossensibilizantes (endógenos ou

exógenos) (GUIRRO & GUIRRO, 2007; PATRIOTA, 2007).

O tipo de reação resultante da interação LASER-tecido dependerá ainda da intensidade

do aparelho. LASER de alta intensidade, no qual se observa níveis de potência e energia

relativamente altos além de características altamente colimadas ou focalizadas, podem

facilmente acarretar reações fototérmicas nos tecidos, inclusive com efeitos ablativos ou

explosivos. Por outro lado, a LASERterapia de baixa intensidade baseia-se em reações não-

térmicas (BAXTER, 1998).

De acordo com Guirro & Guirro (2002), os estratos biológicos representam uma

barreira à penetração da radiação LASER. Devido à complexa estrutura dos estratos cutâneos

o feixe de LASER pode sofrer quatro processos nos diferentes estratos cutâneos: a reflexão, a

absorção, a transmissão e a difusão. A penetração da radiação LASER será tanto maior quanto

maior for o comprimento de onda (FIGURA 9).

Normalmente, a reflexão ocorre na interface dos diferentes estratos. Tal fato ocorre

devido à diferença de índice de reflexão entre os mesmos. A absorção, por sua vez, será

responsável pelo desencadeamento de um processo bioquímico ou bioelétrico. O tipo de

LASER utilizado está diretamente relacionado com a absorção da radiação pelos diferentes

tecidos, uma vez que cada tecido absorve diferentes comprimentos de onda. Isso ocorre, pois

cada comprimento de onda possui um fototropismo positivo para determinados tecidos.

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Assim, o LASER de Hélio-neônio (HeNe) é absorvido por tecidos preferencialmente

vermelhos. A transmissão refere-se ao percurso da radiação nos diferentes estratos. Já a

difusão ocorre pelas moléculas, fibras ou células no interior dos estratos. É dependente das

dimensões das partículas que formam o estrato em relação com o comprimento de onda em

que se emite a radiação (GUIRRO & GUIRRO, 2007).

Para que exista efeito clínico é necessário que a luz seja absorvida pelo tecido. A luz

que sofre reflexão, transmissão ou dispersão não apresenta nenhum efeito. A unidade de

medida utilizada para a energia absorvida é Joules/cm² (J/cm²) e é conhecida como densidade

de energia ou fluência. A absorção da luz LASER pelo tecido relaciona-se diretamente com a

quantidade de cromóforo existente e também com o comprimento de onda correspondente às

características de absorção daquele cromóforo. A água, a melanina e a hemoglobina são os

principais cromóforos endógenos da pele. O principal cromóforo exógeno é a tinta de

tatuagem (PATRIOTA, 2007).

FIGURA 9: Resposta tecidual à luz LASER.

FONTE: Selected Readings in Plastic Surgery, 2003.

A absorção, assim como a dispersão, define a profundidade de penetração da energia

do LASER na pele. A dispersão geralmente é mínima na epiderme sendo maior na derme

devido à presença de fibras colágenas que dispersam a energia. A dispersão é inversamente

LUZ

Reflexão

Transmissão

Dispersão

Absorção

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proporcional ao comprimento de onda, ou seja, quanto maior o comprimento de onda mais

profunda é a penetração da energia do LASER (FIGURA 10). Sendo assim, comprimentos de

onda entre 300 e 400 nm dispersam mais e penetram menos. Por outro lado, comprimentos de

onda entre 1000 e 1200 nm dispersam menos e penetram mais (PATRIOTA, 2007).

FIGURA 10: Profundidade de penetração dos comprimentos de onda na pele.

Compilado de: SIMUNOVIC, Z; TROBONJACA, T. (2000) Lasers in Medicine and Dentistry-Basic Scienc

andu p-to-date Clinical Aplication of Low Energy-Level Laser Therapy.

A radiação tecidual com fontes de luz de baixa intensidade.

Dentre os LASERs de baixa intensidade utilizados na área da saúde para o tratamento de

afecções cutâneas destaca-se, atualmente, o diodo visível de 632,8 nm denominado

antigamente como HeNe . Este, por sua vez foi o primeiro LASER utilizado na dermatologia,

objetivando, principalmente, a cicatrização de feridas, porém, foi substituído pelo diodo

visível mantendo-se o mesmo comprimento de onda e os mesmos efeitos biológicos. Era

composto por uma combinação destes dois tipos de gases nobres, sendo tal mistura

constituída por 90% de hélio e 10% de neônio. Dentre os efeitos fisiológicos provenientes

deste comprimento de onda podem se citados o aumento no número de fibroblastos e,

conseqüentemente de fibras colágenas, regeneração dos vasos sanguíneos a partir dos já

existentes, aumento da velocidade de crescimento de nervos seccionados e aumento do ritmo

de divisão celular. (GENOVESE, 2000).

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Estudos realizados por Júnior et al. (2006) evidenciaram aumentos da

neovascularização e da proliferação fibroblástica em feridas tratadas em ratos Wistar com

LASER de baixa intensidade.

Outro ponto a ser destacado, além do aumento na produção de colágeno é a sua

organização sendo que esta característica, de acordo com Arruda et al. (2007) deve-se,

provavelmente, ao fato de que a terapia LASER de baixa intensidade possa causar um sinal na

matriz extracelular, produzindo mudanças nas estruturas fibrilares. Este seria um fator

importante não apenas no processo de cicatrização de feridas como também no

fotorejuvenescimento.

Assim como o LED, o LASER atua à nível mitocondrial propiciando um incremento

na produção de energia, sendo tal fato evidenciado nos fibroblastos garantindo, desta forma,

uma maior produção de fibras de colágeno (TAFUR & MILLS ,2008).

4-METODOLOGIA

4.1- Grupos Experimentais e número de animais

Foram utilizados, inicialmente, 40 camundongos machos BALB-c, provenientes do

Biotério Central da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mantidos no Biotério

Central do Centro Universitário de Caratinga (UNEC). Os animais com idade a partir de oito

semanas e com pesos iniciais entre 19 ± 26,4g foram mantidos em vinte gaiolas com dois

animais cada, sendo supridos com água e alimento à vontade, acondicionados à temperatura

ambiente entre 22-24ºC, com ciclo de luz de 12 horas (claro-escuro).

Os animais foram divididos em quatro grupos, conforme especificado na tabela 4:

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Tabela 4: Grupos experimentais utilizados no estudo

Grupos experimentais Número de animais (n)

Grupo controle n= 8

Grupo UV n=10

Grupo UV+LED n=10

Grupo UV+LASER n=10

Total n=38

Os animais do grupo controle foram submetidos apenas à exposição à lâmpada isenta

de RUV, marca Philips 25 W. O grupo UV refere-se aos camundongos submetidos apenas à

RUV sem qualquer tipo de tratamento. Nos grupos UV+LED e UV+LASER estão incluídos

os animais submetidos à RUV e tratados respectivamente com LED e LASER. Foram

excluídos 2 animais do grupo controle, pertencentes à mesma gaiola, devido à lesões cutâneas

no dorso dos mesmos em decorrência de lutas entre eles.

Todos os animais foram pesados e submetidos à tricotomia do dorso semanalmente,

incluindo o grupo controle. Para a mensuração do peso, foi utilizada uma balança de precisão

da marca MARTE® (FIGURA 11).

Para a realização do experimento, o presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética

do Centro Universitário de Caratinga (UNEC), com protocolo número 041/10.

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FIGURA 11: Balança de precisão (A); Mensuração do peso dos animais (B).

4.2- Projeto piloto

Antes do início do experimento, foi realizado um piloto com sete camundongos

BALB-c para testar diferentes tempos de irradiação com RUV, a fim de se encontrar a dose

eritematosa mínima (DEM) com a utilização da lâmpada Philips TL 40W/12RS. De acordo

com Goettsch et al. (1998), a DEM é a menor dose de irradiação ultravioleta capaz de causar

eritema na pele de 24 a 72 horas após irradiação.

A realização do piloto tornou-se necessária, pois não dispúnhamos de radiômetro para

a mensuração da intensidade da lâmpada e, o protocolo no qual nosso estudo se baseou para a

indução do fotoenvelhecimento, foi realizado com ratos sem pêlo Hos:HR-1. Em nosso

experimento foram utilizados camundongos BALB-c, pois, estudos realizados por Goettsch et

al. (1998) e Carneiro et al. (2007) demonstraram resultados satisfatórios na indução do

fotoenvelhecimento com a utilização destes animais. Sendo assim seria interessante testarmos

os efeitos da RUV na pele do dorso dos camundongos utilizados através da exposição a

diferentes tempos de irradiação.

É válido ressaltar que, de acordo com Agne (2007), o teste de Saidman deve ser

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utilizado para verificar a DEM, porém no presente experimento, não foi possível a execução

deste teste pela dificuldade encontrada para a imobilização dos animais. Sendo assim, este foi

mais um motivo que levou à realização do projeto piloto

Os animais foram divididos da seguinte forma: R1 foi apenas tricotomizado sem

exposição à RUV, sendo considerado o animal controle. Os demais foram tricotomizados e

irradiados, sendo o animal R2 durante 3 minutos, R3 durante 5 minutos, R4 durante 7 minutos

e 30 segundos, R5 durante 15 minutos, R6 durante 30 minutos e R7 durante 1 hora

(FIGURAS 12 e 13).

Foram realizadas análises macroscópicas através da observação de eritema na pele do

dorso dos animais.

A temperatura das lâmpadas de RUV foi mensurada através de um termômetro da

marca Standard Light Red Non-Contact Thermometer CE, modelo IR 88, número 06146236,

sendo encontrada a temperatura de 31⁰C.

De acordo com as características macroscópicas obtidas nos animais pertencentes ao

piloto, a DEM foi observada no animal exposto à RUV durante 7 minutos e 30 segundos, indo

de encontro com relatos de Oosten et al. (2000). De acordo com estes autores, comparando-se

as lâmpadas FS40 e Philips 40W/TL12, constatou-se que esta última induz o mesmo efeito

biológico na pele de ratos com a metade da dose necessária com a lâmpada FS40.Segundo

Molen et al. (2002), 1DEM com a lâmpada FS40 corresponde a 15 minutos de irradiação,

então, 1DEM com a lâmpada Philips 40W/TL12, corresponde a metade, ou seja, 7 minutos e

30 segundos, confirmando os resultados encontrados no piloto.

De acordo com Purim et al. (2010), os distúrbios cutâneos dependem do tipo de pele e

tempo de exposição solar, em conjunto com as características raciais e imunogenéticas. Como

a DEM é a menor quantidade de RUV capaz de causar eritema após 24 a 72 horas, quanto

maior for o tempo de exposição, maior será a DEM.

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FIGURA 12: Fotomiografias de camundongos BALB-c submetidos à dose única de RUV. A-

Ausência de eritema em R2 72 horas após a irradiação durante 3 minutos; B- Ausência de eritema em

R3 72 horas após a irradiação durante 5 minutos; C e D- Presença de eritema em R4 72 horas após a

irradiação durante 7 minutos e 30 segundos (setas).

FIGURA 13: Fotomiografias de camundongos BALB-c submetidos à dose única de RUV com

diferentes tempos de irradiação. A-R5 (à direita) irradiado durante 15 minutos demonstrando eritema

72 horas após a irradiação. À esquerda animal controle (R1); B- R6 irradiado durante 30 minutos

evidenciando-se eritema com formação de crosta 72 horas após a irradiação. C- R7 (à direita) irradiado

durante 1 hora com sinal de eritema e crosta 48 horas após a irradiação se comparado com R1 (à

esquerda); D- Fotofobia demonstrada em R7. Os sinais de eritema estão sendo demonstrados através

das setas.

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4.3- Indução do fotoenvelhecimento

Os animais dos grupos UV, UV+LED e UV+LASER foram submetidos à RUV através

da exposição do dorso previamente tricotomizado a duas lâmpadas de radiação ultravioleta B

(UVB) da marca Philips TL40W/ 12RS (ANEXO 1).

É importante destacar que antes do início do experimento, as lâmpadas permaneceram

ligadas durante 100 horas, pois de acordo com Goettsh et al. (1998) nas primeiras 100 horas

de uso, ocorre variação da intensidade de irradiação. De acordo com estes mesmos autores, os

animais deveriam permanecer a uma distância de 25 cm das lâmpadas.

A indução do fotoenvelhecimento foi realizada em um período de sete semanas através

da modificação do protocolo adotado por Tanaka et al. (2009). Na primeira e segunda semana

os animais foram irradiados três vezes na semana durante um minuto. Na terceira semana, a

irradiação ocorreu também três vezes, porém com duração de dois minutos. Na quarta

semana, foram realizadas três sessões de três minutos cada. Na quinta semana, a duração da

irradiação aumentou para quatro minutos sendo realizadas duas sessões. Na sexta e sétima

semanas foram realizadas sete sessões com duração de 3 minutos cada (Tabela 5).

Tabela 5. Protocolo adotado para indução do fotoenvelhecimento.

Semanas Número de sessões Duração

Primeira 3 1 min

Segunda 3 1 min

Terceira 3 2 min

Quarta 3 3 min

Quinta 2 4 min

Sexta 7 3 min

Sétima 7 3min

Adaptado de Tanaka et al. (2009).

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Pode-se observar, através do protocolo adotado, que o mesmo baseia-se em variações

no tempo de exposição dos animais à RUV no decorrer do experimento, porém os tempos

utilizados foram sempre inferiores a 7 minutos e 30 segundos, referente à 1DEM. Tal fato é

importante, pois, segundo Goettsch et al. (1998), doses sub-eritematosas de RUV são capazes

de causar alterações microscópicas como hiperqueratose e processo inflamatório, necessárias

para a indução do fotoenvelhecimento. De acordo com estes mesmos autores, a utilização de

altas doses de RUV acima de 1DEM pode causar desconforto nos animais aumentando o nível

de estresse o que dificultaria e execução do trabalho. Sendo assim, tornou-se viável a

utilização de um protocolo cuja sessão de RUV não ultrapassasse o tempo equivalente a

1DEM que corresponde a 7 minutos e 30 segundos.

A exposição dos animais ocorreu individualmente, sendo que cada animal permaneceu

em um Becker de vidro. Os animais do grupo controle foram irradiados com lâmpada isenta

de RUV, marca Philips 25W, seguindo o mesmo protocolo dos demais animais para controlar

possíveis fatores de estresse (FIGURA 14 A e 14 B).

Para proteção individual do pesquisador foram utilizadas luvas, jaleco e óculos de

proteção (FIGURA 15 A).

A temperatura das lâmpadas de RUV foi mensurada através de um termômetro da

marca Standard Light Red Non-Contact Thermometer CE, modelo IR 88, número 06146236,

sendo encontrada a temperatura de 31⁰C (FIGURA 15 B).

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FIGURA 14: Indução do fotoenvelhecimento em camundongos BALB-c com lâmpadas de RUV

da marca Philips TL40W/ 12RS (A). Irradiação dos camundongos BALB-c do grupo controle

(G1) com lâmpada Philips 25 W isenta de radiação ultravioleta (B).

FIGURA 15: Óculos para proteção individual (A) e termômetro para mensuração da lâmpada de

RUV (B).

4.4- Fotorejuvenescimento

O tratamento para fotorejuvenescimento iniciou-se a partir da quinta semana de

irradiação com UVB. O grupo UV+LED foi submetido a sessões de nove minutos com a

utilização de LED vermelho, comprimento de onda de 660 nm, força 30 W, marca LED

Technologies. O grupo UV+LASER, por sua vez, foi tratado com LASER diodo visível da

marca Dentoflex, modelo Quasar, comprimento de onda de 632,8 nm, 90 J, sendo que cada

sessão apresentou duração de um minuto (Tabela 6).

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Tabela 6: Protocolo adotado para o tratamento dos grupos experimentais

Semanas Tratamento com LED Tratamento com LASER

5ª semana 2X na sem/duração 9 min 2X na sem/duração 1 min

6ª semana 4X na sem/duração 9 min 4X na sem/duração i min

7ª semana 4X na sem/duração 9 min 4X na sem/duração 1 min

Os animais tratados com LED foram colocados em um recipiente de vidro com as

seguintes dimensões: 18cm de comprimento, 12cm de largura e 9cm de altura , sendo

colocado um animal no interior do recipiente em cada sessão (FIGURA 16).

FIGURA 16: Fotorejuvenescimento de camundongos BALB-c com uso de LED

Para a realização das aplicações com LASER, os camundongos foram imobilizados por

meio de preensão manual e foram irradiados através da técnica de varredura (FIGURA 17).

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FIGURA 17: Fotorejuvenescimento de camundongos BALB-c com Laser diodo visível da marca

Dentoflex, modelo quasar, comprimento de onda 632,8 nm, 90 J (A e B).

4.5- Sacrifício e análises histológicas

O sacrifício dos animais ocorreu 24 horas após o término do protocolo. Inicialmente os

camundongos foram anestesiados via subcutânea com solução de cloridrato de xilazina

(Rompum ® – Bayer) 10 mg/kg e quetamina (Ketalar®) 25 mg/kg. Após serem posicionados

na tábua de sacrifício, a pele da região dorsal foi retirada utilizando-se uma pinça e uma

tesoura cirúrgica (FIGURA 18-A). Posteriormente os camundongos foram sacrificados por

overdose de anestésico.

O material foi incluído em fixador formalina de Carson durante 24 horas e,

posteriormente em álcool 70%. Após tais procedimentos foram realizados a desidratação,

diafanização e inclusão em parafina (FIGURA 18-B). Posteriormente, os materiais receberam

cortes de 5 µm utilizando-se micrótomo da marca EK Micro 1 (Eikonal do Brasil-

Instrumentos ópticos e científicos Ltda) para a confecção das lâminas histológicas e

subseqüente coloração com hematoxilina-eosina (HE).

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FIGURA 18: Procedimento cirúrgico para obtenção da pele do dorso dos animais (A);

inclusão do material (B).

4.6- Análise macroscópica

A pele do dorso dos animais pertencentes aos grupos experimentais foi analisada

macroscopicamente durante as sete semanas de experimento. Esta análise baseava-se em

determinar a ocorrência de eritema ou hiperpigmentação com o protocolo adotado.

4.-Análise histopatológica

A análise histopatológica foi realizada através das lâminas histológicas de fragmentos

da pele do dorso dos camundongos BALB-c pertencentes aos grupos experimentais, coradas

com HE. Foram analisadas ambas as camadas cutâneas.

A avaliação da epiderme baseou-se na análise do número de núcleos dos queratinócitos

assim como na disposição dos mesmos nas diferentes camadas epidérmicas. A espessura desta

camada e a quantidade de queratina também foram avaliadas.

A integridade das fibras de colágeno e sua organização foram alguns aspectos

analisados na derme. Vale ressaltar que a quantidade de SFA, a distribuição dos fibrócitos e

fibroblastos e a presença de infiltrado inflamatório também foram avaliados.

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51

4.9-Histomorfometria

A histomorfometria foi realizada no Laboratório Multifuncional do Mestrado em

Ciências da Reabilitação do UNEC, através de imagens capturadas e avaliadas por sistema de

captura de imagens. Foram realizadas captura de quinze campos aleatórios de cada lâmina

histológica com câmera digital (Samsung ES10) em microscópio Ken-a-vision 2103, com

objetiva de 40X. As imagens foram gravadas em CD e submetidas à contagem de células no

programa IMAGE PRO-PLUS avaliando os seguintes critérios: queratina, núcleo de

queratinócito, substância fundamental amorfa (SFA), fibra de colágeno, fibrócitos/fibroblastos

e infiltrado inflamatório. A contagem das estruturas mencionadas foi realizada por um

programa de análise de imagens empregando-se uma grade com 176 pontos por campo,

totalizando 2640 pontos por animal. Foram realizadas também as medidas da espessura da

epiderme em três pontos distintos para cada foto, totalizando 45 medidas por animal.

4.10-Análise Estatística:

Para análise estatística foi utilizado o software Sigmastat Statistical Analysis System,

versão 1.0 (Jandel Scientific). Foram aplicados análise de variância e o teste t-student e

quando indicados os métodos não paramétricos de comparações múltiplas pelos métodos

Student Newman-Keuls e Dunn, com significância em p˂ 0,05. As medidas foram

apresentadas como média ± desvio padrão.

5-RESULTADOS

Antes da descrição dos resultados, é importante ressaltar que os animais pertencentes

aos quatro grupos estudados (grupo controle, grupo UV, grupo UV+LED e grupo

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UV+LASER) apresentaram ganho de peso. Os pesos iniciais encontravam-se entre 19± 26,4g

e, ao final do experimento, os camundongos apresentaram pesos entre 24,97± 34,68 g.

5.1- Análise macroscópica

Foram realizadas análises macroscópicas da pele do dorso dos camundongos BALB-c

do grupo controle assim como dos grupos submetidos à RUV com ou sem tratamento com

LED ou LASER.

As peles dos dorsos dos animais pertencentes ao grupo controle mantiveram coloração

normal e homogênea durante as sete semanas de experimento (Figura 19A). No grupo

submetido à RUV e sem tratamento, foi evidenciada a presença de eritema difuso e intenso na

última semana podendo ser evidenciado nas áreas delimitadas na figura 19B. Nos grupos

irradiados e tratados tanto com LED quanto com LASER foi observada uma coloração

próxima à encontrada no grupo controle, porém, em algumas regiões foram observados

eritema focal e discreto no grupo tratado com LED e, focal leve no grupo tratado com

LASER. Tais grupos apresentam estas regiões delimitadas nas figuras 19C e 19D.

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53

FIGURA 19

Fotomiografias da pele do dorso de camundongos BALB-c, adquiridas durante a sétima

semana de experimento, pertencentes ao grupo controle assim como aos grupos

submetidos à RUV e tratados ou não.

A- Animal controle. Observa-se coloração normal e homogênea.

B- Animal submetido apenas à RUV. Presença de eritema difuso e intenso evidenciado

através das áreas delimitadas.

C- Animal submetido à RUV e tratado com LED. Presença de eritema focal discreto melhor

visualizado nas áreas delimitadas.

D- Animal submetido à RUV e tratado com LASER. Através da delimitação pode-se

evidenciar eritema focal e leve.

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54

FIGURA 19

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55

5.2- Análise histopatológica

Foram analisados fragmentos de pele retiradas do dorso dos camundongos BALB-c

pertencentes ao grupo controle assim como aos grupos submetidos à RUV e tratados ou não.

No grupo controle é possível observar a presença de tecido cutâneo com aspecto

normal havendo a manutenção da integridade de ambas as camadas. Na epiderme podem ser

visualizados os núcleos de queratinócitos em diferentes formas, sendo esta característica

importante para a divisão deste epitélio em camadas ou estratos. De acordo com a camada, as

células apresentam formas diferentes e, os núcleos acompanham o formato das mesmas.

Sendo assim, na região basal encontram-se células cilíndricas com núcleos alongados e, na

região mais superficial estão presentes células pavimentosas. Sendo assim, a epiderme pode

ser classificada como epitélio de revestimento estratificado pavimentoso queratinizado, pois a

sua classificação baseia-se no número de camadas constituintes assim como na forma das

células mais superficiais. É importante ressaltar ainda a presença de delgada camada de

queratina no corte histológico analisado. Observando-se a espessura da epiderme, pode-se

concluir que se trata de uma pele fina devido à localização anatômica da mesma.

Ainda no grupo controle observa-se que a epiderme repousa sobre uma camada de

tecido conjuntivo, a derme, sendo esta última constituída por uma variedade de tipos celulares

com predomínio de fibrócitos e fibroblastos. Estas células são responsáveis pela produção de

fibras de colágeno que, por sua vez, por apresentarem característica acidófila são coradas pela

eosina. Nos cortes histológicos analisados, apresentam-se íntegras, orientadas em várias

direções e organizadas em duas camadas: a derme papilar, mais superficial, próxima à

epiderme e, a derme reticular, mais profunda. A derme papilar é constituída por tecido

conjuntivo frouxo sendo observado fibras de colágeno finas. Já a derme reticular apresenta

fibras de colágeno grossas sendo formada por tecido conjuntivo denso. Os fibroblastos

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56

apresentam núcleo claro, grande, de forma ovóide, já os fibrócitos, por sua vez, apresentam

núcleo menor, alongado e mais escuro. Ambos os tipos celulares encontrados na derme, em

condições normais, como no grupo controle analisado, apresentam-se dispostas adjacentes às

fibras de colágeno, seguindo a orientação das mesmas. Entre tais fibras encontra-se a SFA em

imagem negativa. Algumas destas características podem ser observadas na figura 20A.

Analisando-se as lâminas dos animais submetidos à RUV e não tratados pertencentes ao

grupo UV, são observadas alterações histopatológicas em ambas as camadas cutâneas (Figura

20B). Na epiderme é possível evidenciar hiperplasia difusa caracterizando um quadro de

acantose, resultando, desta forma, em um aumento da espessura desta camada. Observa-se,

ainda, a ocorrência de hiperceratose, ou seja, está ocorrendo um espessamento do estrato

córneo associado a um aumento qualitativo da queratina (20B e 20E). Na análise da figura

20E pode-se observar, ainda, hipergranulose facilitando, deste modo, a visualização de grãos

de querato-hialina. Células de queimadura solar também são encontradas nas diferentes

camadas da epiderme.

Na derme, as fibras de colágeno encontram-se em quantidade reduzida,

desorganizadas e fragmentadas. Observa-se SFA em imagem negativa. Encontram-se núcleos

de fibrócitos e fibroblastos além de outros tipos celulares provavelmente relacionados à

presença de infiltrado inflamatório.

Nos animais submetidos à RUV e tratados com LED observa-se a epiderme menos

espessa, se comparado com o grupo UV além de uma menor quantidade de núcleos de

queratinócitos. A camada de queratina apresenta-se delgada assim como observado no grupo

controle.

Na derme, as fibras de colágeno encontram-se em maior quantidade se comparadas às

do grupo UV, além de apresentarem uma melhor organização em toda a extensão da camada

dérmica acompanhadas pela presença de fibrócitos e fibroblastos. A SFA, em imagem

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57

negativa, aparece em menor quantidade em relação aos grupos controle e UV. Observa-se

ainda a presença de glândula sebácea e folículo piloso (Figura 20C).

No grupo submetido à RUV e tratado co LASER observou-se benefícios da fototerapia

principalmente na derme. Esta camada apresenta fibras colágenas, SFA em imagem negativa,

fibrócitos e fibroblastos que, por sua vez, encontram-se organizados ao longo do eixo

longitudinal das fibras colágenas sendo que estas últimas apresentam-se bem orientadas. Em

relação à epiderme, observa-se manutenção tanto da acantose quanto da hiperceratose

desencadeados pela RUV (Figura 20D).

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58

FIGURA 20

Secções da pele do dorso dos camundongos BALB-c pertencentes ao grupo controle

assim como aos grupos submetidos à RUV tratados ou não com LED ou LASER ,

sacrificados após sete semanas de experimento. Barra: 6,95µm; Aumento de 40X.

A- Animal controle. Evidenciam-se ambas as camadas cutâneas com aspectos normais sendo

elas a epiderme (Ep) e a derme (Der). Presença de delgada camada de queratina (Que). Na

epiderme observa-se a presença de núcleos de queratinócitos cilíndricos (NCq) e

pavimentosos (NPq). A derme é constituída por tecido conjuntivo frouxo (TCF) na sua

porção mais superficial e, tecido conjuntivo denso (TCD) na região mais profunda. Nesta

camada pode-se evidenciar ainda a presença de fibrócitos (F) e fibroblastos (Fib), substância

fundamental amorfa (SFA) e núcleo de outras células (NOC).

B e E- Animal submetido à RUV e sem tratamento. Presença de alterações histopatológicas

em ambas as camadas. Observa-se aumento de núcleos de queratinócitos (NQ) assim como na

espessura da epiderme (Ep). Nesta camada evidencia-se ainda aumento qualitativo da

queratina (Que), hipergranulose podendo-se visualizar grãos de querato-hialina (GQH) e

células de queimadura solar (CQS). Na derme (Der) encontam-se fibras de colágeno (FC)

desorganizadas e fragmentadas, fibroblastos (Fib), substância fundamental amorfa (SFA) e

núcleo de outras células (NOC).

C- Animal submetido à RUV e tratado com LED. Observa-se os benefícios da fototerapia em

ambas as camadas cutâneas Presença de epiderme (Ep) menos espessa se comparada ao grupo

UV e delgada camada de queratina (Que). O número de queratinócitos encontra-se reduzido

(NQ). Na derme (Der) encontram-se fibras de colágeno (FC) organizadas, fibroblastos (Fib)

e reduzida quantidade de substância fundamental amorfa (SFA).

D- Animal submetido à RUV e tratado com LASER. Os benefícios da fototerapia podem ser

evidenciados apenas na derme (Der). Nesta camada encontram-se fibras de colágeno (FC),

substância fundamental amorfa (SFA) em quantidade reduzida, fibrócitos (F) e fibroblastos

(Fib). A espessura da epiderme (Ep) manteve-se aumentada assim como a quantidade de

queratina (Que).

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59

FIGURA 20

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60

5.1- Análise Histomorfométrica

Os resultados obtidos na morfometria estão representados nos gráficos 1 ao 4 nos

quais encontram-se registrados as médias referentes à espessura de epiderme, número de

queratinócitos, presença de queratina, substância fundamental amorfa (SFA), fibras de

colágeno, fibrócitos/fibroblastos e infiltrado inflamatório.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

180,00

CONTROLE UV UV+LED UV+LASER

Méd

ia d

a E

sp

essu

ra (

um

)

Gráfico 1- Valores médios da espessura da epiderme nos diferentes grupos de camundongos

BALB-c submetidos ou não ao fotoenvelhecimento com Radiação Ultravioleta e tratados ou

não com LASER ou LED (n=38).

* Diferença significativa para Controle X UV (P= 0,0000122 ). Comparação Múltipla pelo Método de Dunn.

○ Diferença significativa para Controle X UV+LASER (P= 0,0101 ) Teste t Student

■ Diferença significativa para UV X UV + LASER e UV X UV+LED (P= 0,0000122 ). Comparação Múltipla

pelo Método de Dunn

A espessura da epiderme apresentou variações significativas em algumas das

comparações realizadas e os resultados encontram-se no gráfico 1. Observa-se aumento

significativo na espessura da epiderme no grupo submetido à radiação ultravioleta sem

tratamento (123,7±38,57) em comparação ao grupo controle (37,7±7,06). Ambas as

modalidades de fototerapia foram capazes de reduzir a espessura da epiderme, pois se

encontraram diferenças estatisticamente significantes nos valores médios deste parâmetro em

relação aos grupos UV+LED (54,6±15,06) e UV+LASER (59,9±25,83) com o grupo UV

* ○

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61

(123,7±38,57). Porém a terapia com LED (54,6±15,06) demonstrou resultados compatíveis

aos encontrados no controle (37,7±7,06) não havendo, portanto, diferença estatisticamente

significante entre tais grupos. Por outro lado, é possível evidenciar diferença estatística entre a

média das espessuras da epiderme encontradas no grupo controle (37,7±7,06) em relação ao

grupo UV+LASER (59,9±25,83), sugerindo que a LASERterapia, apesar de possibilitar uma

diminuição na espessura da epiderme, esta não ocorreu dentro de valores compatíveis com a

normalidade.

0

100

200

300

400

500

600

CO

NT

RO

LE

UV

UV

+L

ED

UV

+L

AS

ER

CO

NT

RO

LE

UV

UV

+L

ED

UV

+L

AS

ER

número de queratinócitos queratina

Va

lore

s m

éd

ios

/26

40

po

nto

s

Gráfico 21- Valores médios do número de queratinócitos e da presença de queratina nos

diferentes grupos de camundongos BALB-c submetidos ou não ao fotoenvelhecimento com

Radiação Ultravioleta e tratados ou não com LASER ou LED (n=38).

Através da análise do gráfico 2, observa-se diferença significativa quanto ao número

de queratinócitos, entre o grupo controle (85,8±20,5) e o grupo submetido somente à radiação

ultravioleta (387,3±105,8), sendo que os animais pertencentes a este último grupo

apresentaram aumentado o número destes tipos celulares. Observa-se ainda uma diferença

1 * Diferença significativa para Controle X UV e Controle X UV+LASER (P= 0,00000317 ) .Comparação Múltipla pelo Método de Dunn.

■ Diferença significativa para UV X UV+LED (P= 0,00000317 ) Comparação Múltipla pelo Método de Dunn) □ Diferença significativa para Controle X UV e Controle x UV+LASER (P= 0,00153 ). Comparação Múltipla pelo Método de Dunn.

● Diferença significativa para UV X UV+LED (P= 0,00153 ) .Comparação Múltipla pelo Método de Dunn

◄ Diferença significativa para UV+ LED X UV+LASER (P= 0,00153 ). Comparação Múltipla pelo Método de Dunn.

*

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62

estatisticamente significante entre o grupo controle (85,8±20,5) e o grupo tratado com

LASER (181,4±75,3), ou seja, os animais submetidos a este tipo de tratamento não obtiveram

redução do número de queratinócitos induzido pela RUV a níveis semelhantes aos que se

observam nos controles. Por outro lado, quando comparados o grupo UV (387,3±105,8), e o

grupo submetido à radiação ultravioleta e tratado com LED (134±26,9), evidencia-se que

neste último houve redução no número de queratinócitos em relação ao primeiro, havendo

assim diferença significativa.

Já em relação à presença de queratina, pode-se observar diferença estatisticamente

significante entre o grupo controle (139,5±52,4), em relação ao grupo submetido à radiação

ultravioleta e tratado com LASER (244,3±75,2), assim como em relação ao grupo UV

(248,7±80,8). Com base nestes dados, evidencia-se que o LASER não foi capaz de reduzir a

quantidade de queratina mantendo–a semelhante à do grupo submetido apenas à radiação

ultravioleta, pois entre estes grupos não foi encontrada diferença significativa. Por outro lado,

entre o grupo UV (248,7±80,8) e o grupo UV+LED (161,8±53,9), encontrou-se diferença

significativa sugerindo que o LED é capaz de reduzir a hiperceratose. Quando ambos os

grupos tratados com fototerapia são comparados observa-se diferença significativa, sugerindo

que o LED (161,8±53,9) seja capaz de causar maior redução na quantidade de queratina, o

que não pôde ser observado com o grupo tratado com LASER (244,3±75,2).

No gráfico 3 encontram-se registrados os resultados da histomorfometria relativos a

presença de substância fundamental amorfa (SFA), colágeno e fibrócito/fibroblasto.

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63

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Co

ntr

ole UV

UV

+L

ED

UV

+L

AS

ER

Co

ntr

ole UV

UV

+L

ED

UV

+L

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ntr

ole UV

UV

+L

ED

UV

+L

AS

ER

SFA Colágeno Fibrócito/fibroblasto

Va

lore

s m

éd

ios

/26

40

po

nto

s

Gráfico 3- Valores médios do número de pontos quantificados para Substância fundamental

amorfa (SFA), colágeno e núcleos de células nos diferentes grupos de camundongos BALB-c

submetidos ou não ao fotoenvelhecimento com Radiação Ultravioleta e tratados ou não com

LASER ou LED (n=38).

* Diferença significativa para Controle X UV; Controle X UV+LED; Controle X UV+LASER (P=

0,000000000997 ) .Comparação Múltipla pelo método de Student Newman-Keuls

○ Diferença significativa para UV X UV+LED; UV X UV+LASER (P= 0,000000000997 ) .Comparação

Múltipla pelo método de Student Newman-Keuls

□ Diferença significativa para Controle X UV (P= 0,000000000446) Comparação Múltipla pelo método de

Student Newman-Keuls

● Diferença significativa para UV X UV+LED e UV X UV+LASER (P= 0,000000000446) .Comparação

Múltipla pelo método de Student Newman-Keuls

■ Diferença significativa para UV X UV+ LED e UV X UV+LASER (P= 0,000159 ). Comparação Múltipla

pelo Método de Dunn

Sobre a SFA pode-se dizer que houve diferença estatisticamente significante entre o

grupo controle (675±82,2) e os outros três grupos (UV: 562,4±130,1; UV+LED: 362±84,9;

UV+LASER: 278,9±89), sendo que o grupo controle apresenta maior quantidade deste

componente do tecido conjuntivo em relação aos demais grupos. Porém, ao se comparar o

grupo UV (562,4±130,1) com os grupos tratados tanto com LED (362±84,9) quanto com

LASER (362±84,9), observa-se que estes dois últimos grupos apresentam redução

significativa de SFA.

* ○

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Considerando a quantidade média de colágeno, ainda no gráfico 3, constatou-se que o

grupo UV (725,6±94,3) apresentou menor quantidade desta proteína fibrosa em relação aos

demais grupos. Comparando-se o grupo UV (725,6±94,3) com os grupos tratados (UV+LED:

1137,2±109,8; UV+LASER: 1089,1±99,2) observa-se que em ambos houve um aumento de

fibras colágenas. Quanto aos fibrócitos e fibroblastos encontrados na derme, pode-se

evidenciar ausência de diferença significativa no número destes tipos celulares na comparação

do grupo controle com os demais grupos experimentais. No entanto, maior quantidade de

fibrocitos/fibroblastos foi identificada tanto no grupo UV+LED (76,1±32,7) quanto

UV+LASER (49±31,1) na comparação com o grupo UV (16,6±10,6).

Outro aspecto considerado no material biológico analisado foi a presença de infiltrado

inflamatório. Estes resultados encontram-se representados no gráfico 4.

Gráfico 4- Valores médios de células do infiltrado inflamatório nos diferentes grupos de

camundongos BALBc submetidos ou não ao fotoenvelhecimento com Radiação Ultravioleta e

tratados ou não com Laser ou LED (n=38).

* Diferença significativa para Controle X UV (P= 0,000248 ) .Comparação Múltipla pelo Método de Dunn

○ Diferença significativa para UV X UV+LED; UV X UV+LASER (P= 0,000248 ) .Comparação Múltipla pelo

Método de Dunn.

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

CONTROLE UV UV+LED UV+LASER

Infiltrado inflamatório

valo

res m

éd

ios/2

640p

on

tos

*

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65

A partir da análise do gráfico 4, observa-se um aumento significativo no número de

infiltrado inflamatório no grupo UV (20±5,42) em relação aos demais grupos (controle:

0,375±0,518; UV+LED: 1,1±1,1; UV+LASER: 0,8±0,789), sugerindo que ambas as

modalidades terapêuticas utilizadas para o tratamento do fotoenvelhecimento apresentam

resultados satisfatórios compatíveis com os encontrados no grupo controle.

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66

6- DISCUSSÃO

Através da análise macroscópica da pele do dorso dos animais pertencentes aos grupos

experimentais, foi possível observar a presença de eritema difuso e intenso no grupo UV na

última semana de experimento, mesmo utilizando um protocolo cujos tempos de irradiação

eram compatíveis com doses suberitematosas. Isto se deve aos efeitos cumulativos da RUV

no processo de envelhecimento extrínseco. Sendo assim, até mesmo a exposição em pequenas

doses, porém de forma crônica, é o suficiente para propiciar sinais de fotoenvelhecimento

(YANO et al.,2002).

Cestari et al. (2007) descreve o uso de lâmpadas de RUV para o tratamento de

algumas dermatoses como a psoríase. De acordo com estes autores, apesar do uso benéfico

destas fontes artificiais de RUV, nestes casos específicos, podem ocorrer efeitos adversos. Em

longo prazo a RUV pode causar fotoenvelhecimento, câncer de pele não-melanoma e

imunossupressão em animais. Além destes fatores pode ser evidenciado eritema similar ao

desencadeado pela exposição solar excessiva além de queimaduras graves. O eritema

observado nos animais do grupo UV no presente estudo é coerente com os relatos destes

autores.

Através das análises histopatológicas e histomorfométricas foi possível evidenciar nos

animais submetidos à RUV sinais característicos de fotoenvelhecimento como, por exemplo,

redução no número de fibras colágenas e na quantidade de SFA que, por sua vez, podem ser

comprovados por outros estudos. Desta maneira, como descrito por Lee et al. (2007), a RUV

é responsável não apenas pela redução na quantidade de fibras colágenas como também pela

fragmentação das mesmas, sendo este dado coerente com os nossos resultados.

Esta diminuição das fibras colágenas da Matriz Extracelular (MEC) ocorre devido à

soma de três fatores: ativação das metaloproteinases de matriz (MMPs) que, por sua vez, são

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67

enzimas responsáveis pela degradação do colágeno; bloqueio das enzimas inibidoras das

MMPs (TIMPS- tissue inhibitors of MMPS) garantido, desta forma, uma ação contínua das

MMPs e, sinalização inibitória da função fibroblástica proveniente de fragmentos das fibras

colágenas contribuindo, assim, para a deficiência na reposição de tais estruturas (ALMEIDA

et al.,2008; FISHER et al.,2004; VARANI et al.,2004).

Varani et al. (2002) afirmam que quando os fibroblastos dérmicos são incubados em

contato com fragmentos de colágeno tipo I in vitro, através de uma mistura com

metaloproteinase de matriz da pele humana ou MMP-1 (colagenase intersticial), observa-se

uma redução na síntese de procolágeno tipo I. Tal fato sugere que a presença de colágeno

danificado possa agir sobre as células capacitadas na produção desta estrutura causando um

declínio em suas funções. Fligiel et al. (2003), por sua vez, realizou um estudo in vivo sendo

mais uma vez confirmado que fragmentos de colágeno na derme causam inibição dos

fibroblastos aí existentes.

A redução na quantidade de SFA, em decorrência da exposição crônica à RUV,

demonstrada no presente trabalho pode ser justificada por Guirro & Guirro (2007). Estes

autores afirmam que a RUV propicia a formação de radicais livres responsáveis pela

despolimerização do ácido hialurônico que, por sua vez, é um tipo de glicosaminoglicano

encontrado na SFA.

A importância dos glicosaminoglicanos não se restringe à sustentação e transporte

molecular. Atuam também na produção do colágeno pelos fibroblastos, bem como no seu

arranjo tridimensional (GUIRRO & GUIRRO, 2007). Baseando-se neste fato, a

despolimerização do ácido hialurônico seria responsável pela diminuição da quantidade de

SFA e de fibras de colágeno assim como pela desorganização das fibras existentes.

Estudos realizados por Dai et al. (2007) evidenciaram a ocorrência de uma

remodelação da matriz extracelular dérmica durante o processo de fotoenvelhecimento.

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Segundo estes autores, a RUV crônica induz a perda de ácido hialurônico na derme,

contribuindo, deste modo, com o processo de quiescência de fibroblastos.

Na epiderme dos camundongos pertencentes ao grupo UV foi possível evidenciar

ainda a presença de células de queimadura solar, aumento no número de queratinócitos e de

queratina, hiperplasia epidérmica difusa e hipergranulose. Estas alterações histopatológicas

podem ser confirmadas por diferentes autores (Mc GREGOR & HAWK, 2005; INOMATA et

al., 2003; GOETTSH et al., 1998).

Segundo Mc Gregor e Hawk (2005), as células de queimadura solar provavelmente

possam derivar de queratinócitos danificados pela RUV e assemelham-se as células

apoptóticas, com citoplasma se tornando hialino e, com freqüência, eosinofílico com núcleo

picnótico, às vezes desaparecendo prematuramente. Estes mesmos autores relatam que este

tipo celular aparece, tipicamente, na epiderme inferior, frequentemente adjacente a células de

aparência completamente normal. Posteriormente, tais células se movem para a região

superior em direção ao estrato córneo. Tais relatos são compatíveis aos resultados

demonstrados em nosso estudo.

Inomata et al. (2003) demonstraram, em seus estudos, aumento na quantidade de

metaloproteinases de matriz tipos 2 e 9 (MMPS-2 e MMPS-9). De acordo com estes autores,

tais enzimas são responsáveis pela degradação dos colágenos tipos IV e VII sendo estes os

componentes principais da membrana basal presente na junção derme-epidérmica. Sendo

assim, a degradação destes tipos de colágeno resulta em uma alteração estrutural da

membrana basal causando o desenvolvimento de hiperplasia difusa das células epidérmicas,

pois, de acordo com Burgeson (2005) uma das funções da membrana basal é servir como

substrato para a migração programada e para as interações seletivas da camada germinativa

durante o desenvolvimento.

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Goettsh et al. (1998) afirmam que uma das alterações histopatológicas observadas em

animais expostos à RUV é a hipergranulose, sendo este um resultado demonstrado em nosso

estudo.

Segundo Guirro & Guirro (2007), nos queratinócitos presentes na camada granulosa

estão contidos não apenas querato-hialina como também melanina. Baseando-se neste fato, os

resultados advindos da análise histopatológica das lâminas coradas com hematoxilina-eosina

dos animais pertencentes ao grupo UV, aqui apresentados, demonstram possível acúmulo de

grãos de querato-hialina associados à melanina.

Pathak et al. (2005) relatam que o envelhecimento extrínseco, ao contrário do

intrínseco, é caracterizado por um aumento no número de melanócito. Para estes autores, a

exposição crônica à luz solar induz a produção de melanina pelos melanócitos assim como a

ativação ou proliferação de tais células. Estudos realizados por tais autores evidenciaram que

biópsias pareadas da pele de braços de oito doadores com idades entre 28 e 80 anos

apresentam um aumento duas vezes maior na densidade numérica de melanócitos nas áreas

expostas se comparado às áreas não-expostas. É válido ressaltar que os melanócitos das áreas

expostas eram mais ativos melanogenicamente do que os das áreas protegidas, explicando o

maior grau de pigmentação visível.

Tal ativação da produção de melanina pela RUV provavelmente deve ter ocorrido nos

animais do presente estudo. Acredita-se que este fato poderia ser comprovado se houvesse

uma extensão do processo de RUV para mais de sete semanas, quando poderia ser observada

a presença de melasma na pele dos camundongos pertencentes ao grupo UV, visto que o

processo de melanogênese ocorre após a formação de eritema, sendo este último um achado

macroscópico evidente na sétima semana de experimento.

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A hiperceratose observada no presente trabalho é uma reação protetora desencadeada

pelo organismo em resposta aos efeitos deletérios causados pela RUV (PINTO & XAVIER,

2011; TOFFETI & OLIVEIRA, 2006).

Através das análises histopatológica e histomorfométrica dos animais submetidos à

RUV e tratados tanto com LED quanto com LASER, foi possível evidenciar que ambas as

modalidades terapêuticas foram capazes de propiciar melhora nos efeitos deletérios causados

pela radiação ultravioleta. Porém o LED apresentou melhores resultados, visto que os efeitos

de fotorejuvenescimento puderam ser evidenciados tanto na derme quanto na epiderme

enquanto o LASER apresentou atuação satisfatória apenas na derme.

De acordo com DeHoratius et al. (2007), os efeitos advindos do LED são oriundos do

processo de fotobiomodulação que, pode ser observado nos fibroblastos e também nos

queratinócitos. Tais células apresentam suas atividades moduladas ao entrarem em contato

com o feixe de LED. Sendo assim, para o tratamento do fotorejuvenescimento, os fibroblastos

são induzidos ao aumento de sua função resultando em um incremento na síntese de fibras de

colágeno. Já a proliferação de queratinócitos, induzida pela RUV, será reduzida propiciando

uma diminuição na espessura da epiderme, assim como na quantidade de queratina como o

observado em nosso trabalho.

Barolet (2008) relata que o LED não apenas estimula os fibroblastos como também

inibe a enzima responsável pela degradação das fibras de colágeno, denominadas

metaloproteinases de matriz.

Baez et al. (2007), realizaram um estudo com treze pacientes com o objetivo de

avaliar a redução dos sinais clínicos do fotoenvelhecimento através da percepção destes após

cinco semanas de tratamento com a combinação de diferentes comprimentos de onda de LED,

sendo eles 633 e 830 nm. Ao final do experimento foi constatado que o LED apresentou uma

boa resposta de acordo com relatos das pacientes sendo que 50% relataram melhora moderada

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e 25%, melhora leve Outro fator relatado pelas pacientes e que merece atenção é o fato do

LED ser uma terapia indolor, o que facilita a adesão ao tratamento.

Apesar da análise dos resultados do trabalho desenvolvido por Baez et al. (2007)

terem sido baseados em fotografias, sendo este um dado macroscópico, e na percepção das

pacientes, a ação satisfatória do LED neste experimento confirma a ação da fototerapia em

mecanismos celulares e teciduais que podem ser evidenciados no tratamento da pele

fotoenvelhecida aqui apresentados.

Nossos resultados demonstraram que além do aumento das fibras de colágeno, a

LEDterapia promoveu aumento no número de fibroblastos, ou seja, além de estimular os

fibroblastos já existentes antes do tratamento, também foi capaz de estimular a proliferação

dos mesmos. Este achado vai de encontro com relatos de Rinald (2008) que, por sua vez,

afirma que o efeito fotoquímico da luz parece permitir a conversão do difosfato de adenosina

(ADP) em trifosfato de adenosina (ATP) garantindo, deste modo, o fornecimento de energia

para a célula, o que é fundamental para a multiplicação celular.

Em seu artigo, Barolet (2008) afirma que a ação do LED seja importante tanto no

tratamento quanto na prevenção da pele fotoenvelhecida por promover aumento na quantidade

de fibras de colágeno. Minatel et al.(2009) também relatam a importância da LEDterapia na

síntese de novas fibras colágenas . Esta afirmação vai de encontro com nossos resultados.

Lee et al. (2007), assim como no presente trabalho, observou através de um estudo

com 112 pacientes com sinais de fotoenvelhecimento, aumento no número de fibras de

colágeno associado a uma redução na quantidade de substância fundamental amorfa (SFA)

após tratamento com LED. Estes mesmos autores explicam que à medida que novas fibras

colágenas são formadas, estas substituem a matriz dérmica previamente deteriorada pela

RUV.

Através da análise histopatológica realizada no presente estudo foi observado não apenas

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um aumento na quantidade de fibras colágenas como também uma melhor organização das

mesmas. Estudos realizados por Lee et al. (2007) com LED para a promoção do

fotorejuvenescimento cutâneo, confirmam tais resultados.

Embora o LASER diodo visível de 632,8 nm não seja utilizado na prática clínica para o

tratamento da pele fotoenvelhecida, os resultados demonstraram que o mesmo foi capaz de

estimular a produção de fibras de colágeno, o que é relevante para o processo de

fotorejuvenescimento. Este tipo de LASER, por ser de baixa intensidade, normalmente é

utilizado no tratamento de feridas por diferentes autores como Simões et al.(2009) e Pinto et

al.(2009b), porém, para que ocorra o processo de cicatrização de feridas, é necessário a

estimulação de fibroblastos para a produção de colágeno, e esta ação é coerente com os

achados aqui apresentados.

Pinto et al. (2009b), realizou tratamento com LASER diodo visível de 632,8 nm em

um paciente com úlcera na região do calcâneo e no hálux durante seis semanas, totalizando 10

sessões. Ao final do experimento constatou-se redução significativa das úlceras a partir da

terceira sessão, acompanhada de diminuição do quadro álgico.

Como o LASER diodo visível de 632,8 nm não demonstrou ação satisfatória na

epiderme ao ser comparado aos efeitos do LED, a utilização deste tipo de fototerapia parece

não ser vantajosa.

Porém, os LASERs utilizados hoje na medicina estética para o tratamento do

fotorejuvenescimento são mais modernos e sofisticados em relação ao LASER diodo visível.

No entanto, é válido ressaltar que estes LASERs modernos, como por exemplo o CO² LASER

e o erbium:yttrium-aluminum-garnet (Er:YAG;2930 a 2940 nm), ao contrário daqueles de

baixa intensidade, são ablativos e em decorrência do aquecimento do tecido podem ocasionar

danos térmicos residuais como descrito por Trelles (2006).

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Na prática clínica, os LASERs ablativos são considerados padrão-ouro no tratamento

de fotorejuvenescimento (IZIKSON, 2008). Por serem de alta intensidade, causam uma

destruição proposital da epiderme e da porção superior da derme papilar desencadeando a

neoformação de células epidérmicas. O aspecto macroscópico resultante do tratamento com

estes LASERs é satisfatório, porém, Doherty et al. (2009) apontam algumas questões que

devem ser consideradas. Para estes autores, o desgaste total da epiderme e de parte da derme

pode ocasionar complicações como infecções, edema, eritema e despigmentação. Além deste

fato, o paciente necessita de um longo período de recuperação, sendo este, geralmente

superior a um mês. Tratam-se, desta forma, de pontos negativos desta modalidade terapêutica

que não são evidenciados na terapia com LED.

Estes efeitos adversos conseqüentes ao uso de LASERs ablativos , a insatisfação dos

pacientes quanto ao desconforto pós-tratamento somado à busca por procedimentos mais

seguros e que ofereçam um período reduzido de recuperação aliado a um

fotorejuvenescimento efetivo, têm motivado os pesquisadores a estudar com mais empenho as

terapias não-ablativas como o LED (LEE et al.,2007).

Existem LASERs considerados não-ablativos utilizados no processo de

fotorejuvenescimento como o 1,450-nm Diode Laser e 1450 nm Erbium Glass Laser. Na

realidade estes produzem calor, mas apresentam um processo de resfriamento (FOURNIER et

al.,2001; TANZI et al.,2003). De acordo com estes autores, tem-se observado melhora

macroscópica na pele de pacientes submetidos a estes LASERs, porém fica uma incógnita: até

que ponto o resfriamento ocasionado é capaz de evitar lesões ablativas? Este questionamento

é válido, pois Lupton et al.(2002), ao realizarem um estudo experimental com vinte e quatro

pacientes do sexo feminino, com idades de 31 a 69 anos, com sinais de fotoenvelhecimento,

observaram melhora leve a moderada tanto na análise macroscópica quanto histológica com a

utilização do Erbium Glass Laser . Estes autores relatam a ocorrência de eritema transitório e

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edema imediatamente após o uso da LASERterapia. Sendo assim, baseando-se nestes

achados, a utilização do termo não-ablativo, para este tipo de LASER, é controversa em

decorrência dos efeitos adversos evidenciados no estudo citado.

Segundo Fatemi et al. (2002), o conceito “rejuvenescimento não-ablativo”

provavelmente envolva algum dano epidérmico subclínico, visto que uma hora após o

tratamento da pele fotoenvelhecida com Nd:YAG 1320nm LASER, foi observado edema de

células basais da epiderme. Neste mesmo experimento, três horas após a LASERterapia, foi

demonstrado através de biópsias da pele, microtrombose, vasodilatação, esclerose da parede

dos vasos e infiltrado inflamatório, sendo tais achados equivalentes aos de Lupton et al.

(2002).

Vale ressaltar ainda, que tais LASERs apresentam custo elevado, assim como os

LASERs ablativos amplamente utilizados na medicina estética, o que requer um dispêndio

financeiro elevado por cada sessão.

De acordo com Whelan et al. (2001), o LASER apresenta algumas características que

tornam seu uso problemático, sendo que um dos fatores é a impossibilidade de combinar

diferentes comprimentos de onda simultaneamente, como ocorre com a LEDterapia. Outro

fator a ser considerado, segundo estes autores, é que a colimação característica do LASER faz

com que a emissão da luz ocorra de forma pontual, não sendo possível o tratamento de áreas

extensas. O LED, por sua vez, garante o tratamento de grandes áreas sendo que tal fato deve-

se não apenas ao modelo do equipamento, como também à divergência do foco luminoso.

Vale ressaltar ainda o baixo custo do LED se comparado ao LASER. Considerando as

características acima mencionadas, a NASA desenvolveu o LED como uma alternativa efetiva

de substituição ao LASER (WHELAN et al., 2001).

Agnol et al. (2009) compararam estas duas modalidades terapêuticas na cicatrização de

feridas diabéticas induzidas em ratos. De acordo com estes autores, era esperado que o

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LASER, por ser pontual e monocromático, fosse mais específico na estimulação de

cromóforos, desta forma, apresentaria resultados melhores. Porém foi constatado que ao final

das primeiras 168 horas tanto o LED quanto o LASER apresentaram efeitos semelhantes no

reparo tecidual. Porém, nas primeiras setenta e duas horas a terapia com LED demonstrou

melhores resultados. Foi constatado que apesar da especificidade do LASER em relação aos

cromóforos, o LED estimula vários cromóforos simultaneamente, garantindo uma série de

eventos bioquímicos. Sendo assim, através destes argumentos, justifica-se os melhores

resultados, encontrados em nosso estudo, advindos da LEDterapia em comparação à

LASERterapia no rejuvenescimento da pele fotoenvelhecida.

Agnol et al. (2009) registraram ainda diminuição do infiltrado inflamatório e aumento

de fibrócitos/fibroblastos tanto pelo LED quanto pelo LASER em úlceras de ratos diabéticos.

Este efeito da fototerapia também foi encontrado nos resultados apresentados no modelo

experimental aqui utilizado.

Barolet (2008) relata que os radicais livres são os principais causadores da inflamação

subclínica, porém, o processo inflamatório pode ocorrer devido a uma série de fatores. Pode

resultar da oxidação de enzimas produzidas pelos mecanismos de defesa do corpo em resposta

à exposição a um fator traumático como a radiação ultravioleta. Para este autor, a LEDterapia

é um tratamento inovador para as lesões causadas pelo sol devido à sua possibilidade em

conter tais mediadores inflamatórios. Isto é possível através da inibição da enzima

cicloxigenase (COX) e consequentemente, bloqueando a produção de prostaglandina.

DeLand et al. (2007) demonstraram a diminuição do processo inflamatório por ação

do LED no tratamento das reações adversas tanto na derme quanto na epiderme resultantes da

radioterapia como eritema, desidratação cutânea, prurido e descamação. Tais efeitos adversos,

de acordo com estes autores, ocorrem devido a um processo inflamatório resultante da

formação de radicais livres. Observa-se, no entanto, que estes sinais clínicos apresentados

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pelo paciente submetido à radioterapia são semelhantes aos encontrados em uma pele

fotoenvelhecida. Baseando-se neste fato, justifica-se a eficiência da LEDterapia na redução do

processo inflamatório durante o tratamento da pele fotoenvelhecida demonstrada em nosso

estudo.

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7- CONCLUSÃO

Com base nos resultados encontrados, conclui-se que o protocolo adotado foi capaz de

induzir fotoenvelhecimento em camundongos BALB-c submetidos à radiação ultravioleta

visto que nestes animais foram evidenciadas, através das análises macroscópica,

histomorfométrica e histopatológica, alterações cutâneas típicas do processo de

envelhecimento extrínseco.

Dentre as modalidades terapêuticas utilizadas para o tratamento do fotoenvelhecimento

o LED demonstrou melhores resultados se comparado com o LASER diodo visível de

632,8nm, pois foi capaz de atuar tanto na derme quanto na epiderme melhorando o aspecto de

ambas as camadas. O LASER, por sua vez, apresentou resultados satisfatórios apenas na

derme. Sendo assim a LEDterapia mostra-se mais vantajosa devido não apenas aos resultados

encontrados como também em decorrência do seu baixo custo e por ser capaz de tratar áreas

extensas em menor tempo se comparado ao LASER.

Além deste fato, o LED pode ser uma alternativa de substituição aos LASERs

ablativos e “não-ablativos” que necessitam de um dispêndio financeiro elevado associado a

um maior período de recuperação podendo resultar em complicações pós-tratamento.

Já o LASER diodo visível se 632,8 nm não podem substituir os LASERs modernos por

não agirem de forma satisfatória na camada epidérmica.

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9- ANEXO 1- Manual descritivo da lâmpada Philips TL40W/12 RS SLV

Product Features

• Emit radiation for therapeutic and other applications

Application

• Phototherapy in dermatology (psoriasis, SUP)

• Meteorological testing equipment

• These lamps produce UV-B radiation which is harmful to human skin and eyes. They are

therefore only available

for medical and industrial applications

System

• Compact, single-ended lamps have the same lamp caps and can operate on the same

universal ballasts as compact,

single-ended lamps for general lighting

• Tubular lamps can be operated in normal switch-start as well as pre-heat rapid-start systems

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TL/12