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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS LUCAS DA ROCHA DE MELO ESTUDO DA CAPACIDADE DE ATENUAÇÃO ACÚSTICA DA MANTA RESIDUAL DE ACETATO DE VINILA ETIL (EVA) EM ESCALA ABSOLUTA Cruz das Almas, abril de 2017.

ESTUDO DA CAPACIDADE DE ATENUAÇÃO ACÚSTICA ......calçadista da cidade de Cruz das Almas, a partir de dois métodos distintos. 1.1.2. Objetivos Específicos Identificar propriedades

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

LUCAS DA ROCHA DE MELO

ESTUDO DA CAPACIDADE DE ATENUAÇÃO ACÚSTICA DA MANTA

RESIDUAL DE ACETATO DE VINILA ETIL (EVA) EM ESCALA

ABSOLUTA

Cruz das Almas, abril de 2017.

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LUCAS DA ROCHA DE MELO

ESTUDO DA CAPACIDADE DE ATENUAÇÃO ACÚSTICA DA MANTA RESIDUAL DE

ACETATO DE VINILA ETIL (EVA) EM ESCALA ABSOLUTA

Trabalho de conclusão de curso submetido

à Universidade Federal do Recôncavo da

Bahia sob a orientação do professor

Adelson Ribeiro de Almeida Junior com a

finalidade de cumprir os requisitos para o

grau de Bacharel em Ciências Exatas e

Tecnológicas.

Orientador: Prof. Msc. Adelson Ribeiro de Almeida Junior.

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Cruz das Almas, 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

ESTUDO DA CAPACIDADE DE ATENUAÇÃO ACÚSTICA DA MANTA

DE RESÍDUO DE ACETATO DE VINILA ETIL (EVA) EM ESCALA

ABSOLUTA

Aprovada em: _____/_____/_____

EXAMINADORES:

Prof. Msc. Adelson Ribeiro de Almeida Junior (Orientador)

_________________________________________________

Prof. Msc Ivanoé João Rodowanski

_________________________________________________

Prof. Drª. Jania Betania Alves da Silva

_________________________________________________

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LUCAS DA ROCHA DE MELO

CRUZ DAS ALMAS, 2017

Dedico meu trabalho aos meus pais, aos

meus avós e ao meu primo Luan, que

sempre forneceram todo o apoio necessário

desde o início.

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AGRADECIMENTOS

• Em primeiro lugar, agradeço à Deus por ter sempre me guiado pelos

melhores caminhos e por ter aberto tantas portas para a construção do

meu trabalho.

• À minha mãe Cristiane, que sempre demonstrou interesse e preocupação

com o meu desempenho em geral, fazendo sempre o possível para que

meu esforço fosse melhor aproveitado.

• Ao meu pai, por ter sempre me mostrado por seus meios que o esforço

sempre há de ter bons resultados quando a dedicação vem em primeiro

lugar.

• À minha co-orientadora, Jania, que desde a primeira aula fez despertar

em mim o interesse pela área de materiais.

• Ao meu orientador Adelson, por apresentar soluções quando me via

perdido

• À minha namorada, Hildes, que se fez presente durante a fase mais difícil

ao decorrer do semestre, mostrando-se disponível sempre que precisava

de apoio e compreensiva nos momentos em que não pude dar a devida

atenção, por me incentivar e tornar o fim de minha trajetória no BCET um

caminho menos cansativo de se percorrer

• Aos amigos:

Mabel, por todo o apoio prestado desde o ensino médio até os

dias de hoje, pelos momentos em que pudemos recorrer um ao outro

com problemas da faculdade ter compartilhado momentos de extrema

alegria, Danilo: por sempre ter se mostrado disposto a ajudar sempre

que possível e pelas tantas e inúmeras resenhas, Breno: pelo

companheirismo mesmo não sendo colegas de sala, Tarcio: por fazer

das aulas de física um espaço aberto para resenhas, Guilherme: por toda

a amizade que já ultrapassa os 10 anos, Luan (Vmon): pelas inúmeras

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resenhas, pela minha inserção no projeto, pelos momentos em que

esteve apto à me ouvir (todos), por me abrir os olhos, por me ajudar à

manter o foco quando perdia, pela ajuda com dinâmica e física, por me

ensinar sempre a ter fé por mais difícil que fosse o momento, por ter se

tornado um exemplo a ser seguido, aos professores: por servirem como

exemplos humanistas e profissionais, Évelin: por ter sempre me ajudado

a lidar com situações em que me via sem saída, por sempre me ouvir e

por ter se tornado uma grande companhia pra toda a vida, Juliana: por

ter sido sempre tão atenciosa mesmo em momentos que acabei por me

afastar, Geysa: por nunca ter deixado que o desgaste dos estudos

atrapalhasse nossa amizade.

• À Bibi Calçados pelos resíduos, Pellets e mantas de EVA doados.

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MELO, Lucas da Rocha de, Estudo Absoluto da Capacidade de Atenuação

Acústica do Resíduo de Acetato de Vinila Etil (EVA). 2017. Trabalho de

Conclusão de Curso – Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas –

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, Bahia.

RESUMO

Para controlar a incidência de ruído em localidades onde se observa elevada

concentração de pessoas o método de isolamento acústico em paredes, pisos, portas

e janelas se mostra viável economicamente quando se faz uso de materiais que

tenham facilidade de absorção, deflexão ou difusão do som. O Acetato de Vinila Etil

(EVA), apresenta propriedades estruturais que se assemelham à de materiais

utilizados como isolantes acústicos. O objetivo deste estudo é verificar a eficácia

absoluta de uma manta de resíduos de EVA quanto ao isolamento acústico através

das medições de atenuação do som utilizando um esqueleto cúbico metálico coberto

pelo material polimérico. Além disso, o estudo também visa verificar a influência da

geometria interna de duas colmeias feitas com manta residual de EVA no

abrandamento sonoro em uma caixa de madeira. As medições feitas durante ambas

as etapas de ensaios puderam confirmar a eficácia da manta como isolante acústico,

fornecendo porcentagens máximas de atenuação de 19,3% para a primeira etapa

(confinamento total da fonte sonora pela caixa acústica cúbica de estrutura metálica)

e de 16,38% para a segunda etapa (confinamento total da fonte sonora pela caixa

acústica retangular de compensado). As comparações entre os parâmetros

geométricos internos das colmeias permitiram concluir que as suas respectivas

eficiências comparadas entre si variam de acordo com as frequências analisadas.

Palavras-Chave: Isolamento Acústico; Materiais Poliméricos; EVA; Co-polímero.

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MELO, Lucas da Rocha de, Attenuation Capacity Study of Acoustic Residual Blanket

Vinyl Ethylacetate Residue (EVA) in Absolute Scale 2016. Work Completion of

course - Bachelor of Physical and Technological Sciences - Federal University of

Bahia Reconcave, Cruz das Almas, Bahia.

ABSTRACT

In order to control the incidence of noise in places where there is a high

concentration of these, the method of acoustic insulation in walls, floors, doors and

windows is economically viable when using materials that have an easy absorption,

deflection or diffusion of sound. The Ethyl Vinyl Acetate (EVA), presents structural

properties that resemble that of materials used as acoustic insulation. The objective of

this study is to verify the absolute effectiveness of an EVA residual blanket for acoustic

insulation through sound attenuation measurements using a metallic cubic skeleton

covered by the polymeric material. In addition, the study also aims to verify the

influence of the internal geometry of a membrane made with residual EVA blanket in

the sonorous slowing in a wooden box. Measurements made during both test stages

were able to confirm the effectiveness of the blanket as an acoustic insulation,

providing maximum percentages of attenuation of 19.3% for the first step (confinement

of the sound source by the cubic speaker of metallic structure) and 16, 38% for the

second stage (confinement of the sound source by the rectangular compensated

speaker). The comparisons between the internal geometric parameters of the hives

allowed concluding that their respective efficiencies compared to each other vary

according to the analyzed frequencies.

Keywords: Acoustic Isolation; Polymeric Materials; EVE; Co-polymer.

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Sumário

1. Introdução ....................................................................................................................................... 11

1.1. Objetivos ...................................................................................................................................... 12

1.1.1 Objetivo Geral .......................................................................................................................... 12

1.1.2. Objetivos Específicos ............................................................................................................... 12

2. Revisão Bibliográfica ..................................................................................................................... 13

2.1. Som ......................................................................................................................................... 13

2.2. Tipos de oscilação e Tipos de ondas ...................................................................................... 13

2.3. Ondas longitudinais (ondas sonoras) ..................................................................................... 14

2.4. Velocidade de propagação do som ........................................................................................ 15

2.5. Frequência de ressonância ..................................................................................................... 16

2.6. Transmissão de som através de uma parede oscilante ......................................................... 17

2.7. Ondas estacionárias ............................................................................................................... 17

2.8. Propriedades fisiológicas do som ............................................................................................... 18

2.8.1. Pressão sonora .................................................................................................................... 18

2.8.1.1. Unidade padrão de medida da intensidade auditiva ....................................................... 19

2.8.2. Potência sonora ................................................................................................................... 20

2.8.3. Intensidade do som ............................................................................................................. 20

2.8.3.1. Valor RMS de um Sinal ..................................................................................................... 21

2.8.4. Altura do som ...................................................................................................................... 21

2.8.5.Timbre .................................................................................................................................. 21

2.8.6. Reflexão ............................................................................................................................... 22

2.8.7. Absorção .............................................................................................................................. 22

2.8.8.Transmissão.......................................................................................................................... 23

2.8.9. Refração .............................................................................................................................. 23

2.8.10. Atenuação ......................................................................................................................... 23

2.9. Poluição sonora ...................................................................................................................... 24

2.10.Ruído ..................................................................................................................................... 25

2.10.1. Propagação de um ruído ................................................................................................... 25

2.10.2. Efeitos do ruído ................................................................................................................. 26

2.10.3. Limites legais da poluição sonora no Brasil ....................................................................... 26

2.10.4. Medidas preventivas (Barreiras acústicas)........................................................................ 27

2.10.5. Conforto sonoro ................................................................................................................ 28

2.10.6. Isolamento Acústico .......................................................................................................... 28

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2.10.7. A transmissão e o isolamento do som .............................................................................. 29

2.10.8. Isolamento acústico segundo a norma ISO-140 ................................................................ 31

2.11. Materiais Poliméricos ........................................................................................................... 32

2.11.1 Isolantes acústicos.............................................................................................................. 33

2.11.1.1. Lã de Vidro ..................................................................................................................... 33

2.11.1.2. Vermiculita ..................................................................................................................... 34

2.11.1.3. Espuma Elastomérica ..................................................................................................... 35

2.11.1.4. Fibra de Coco .................................................................................................................. 35

3. Materiais e Métodos ..................................................................................................................... 38

3.1. Materiais ................................................................................................................................ 38

3.2. Métodos ................................................................................................................................. 41

3.2.1. Fabricação das caixas acústicas .......................................................................................... 40

3.2.1.1. Caixa acústica cúbica.........................................................................................................40

3.2.1.2. Caixa acústica retangular ..................................................................................................41

3.2.2. Fabricação das colmeias.......................................................................................................42

3.2.2. Medições............................................................................................................................. 44

3.2.2.1. Primeira etapa de testes...................................................................................................44

3.2.2.2. Segunda etapa de testes...................................................................................................44

4. Resultados e Discussões ................................................................................................................ 47

4.1. Ensaio com a caixa acústica cúbica ............................................................................................ 47

4.2. Ensaio com a caixa acústica retangular ...................................................................................... 48

4.2.1. Etapa sem as colmeias centralizadas .................................................................................. 48

4.2.2. Análise da capacidade atenuante das colmeias (quadrangular e losangular) .................... 49

4.3. Análise Comparativa...............................................................................................................53

6. Conclusões ..................................................................................................................................... 54

7. Referências .................................................................................................................................... 56

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1. Introdução

A concentração urbana e seu crescimento constante são fatores que podem

contribuir para o desconforto sonoro. Estudos científicos relatam que o excesso de

ruído pode provocar perturbações funcionais no organismo e danos relacionados à

saúde de um indivíduo.

O processo de industrialização em algumas regiões do país, aliado à sua

expansão demográfica, têm contribuído para a produção de resíduos (em sua maioria

industrializados). O tratamento inadequado destes resíduos provoca um aumento do

impacto ambiental e dos seres vivos que constituem o meio ambiente.

Decorrente da importância na redução dos impactos negativos causados pelo

crescimento urbano, é notável a preocupação com investimentos nas áreas de

reaproveitamento de resíduos industriais tanto por parte de empresas envolvidas,

como também de entidades governamentais que incentivam a pesquisa.

A reciclagem é um dos principais recursos adotados para reduzir o

direcionamento de resíduos enviados para a deposição em aterros. Por isso uma

atenção científica e tecnológica tem sido dada a assuntos que abordam a reutilização

de novos materiais (MANZINI, 2008).

Os polímeros são compostos formados a partir de sucessivas reações entre

partes menores, os meros, possuem um alto peso molecular e podem ser subdivididos

entre polímeros termoplásticos, termorrígidos e elastômeros.

O EVA, o poli [(etileno)-co-(acetato de vinila)], é uma resina derivada do

petróleo e de característica termoplástica. Setores da indústria que abrangem desde

a fabricação de tatames até a produção de calçados e protetores bucais lidam com o

contínuo descarte do EVA, que em 2012 representou 3% de um total de 6,6 milhões

de toneladas anuais consumidas no Brasil (ABIPLAST, 2013).

Direcionar a utilização do EVA como barreira isolante acústica é uma questão

abordada em um projeto de pesquisa da Universidade Federal do Recôncavo da

Bahia - financiado pela CNPQ e em parceria com a Bibi Calçados - que possui o

objetivo principal de amenizar os problemas relacionados ao crescente despejo de

resíduos no meio ambiente.

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1.1. Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é avaliar a capacidade de atenuação da manta

fabricada a partir de resíduos do Acetato de Vinila Etil (EVA), descartada pela indústria

calçadista da cidade de Cruz das Almas, a partir de dois métodos distintos.

1.1.2. Objetivos Específicos

Identificar propriedades geométricas de colmeias, fabricadas com manta de

Resíduo de EVA, que possam contribuir ou dificultar a acústica;

Estudar o desempenho absoluto quanto ao isolamento acústico da manta

confeccionada com resíduos de EVA a partir do confinamento da fonte sonora

com uma caixa cúbica acústica.

Avaliar o uso de duas colmeias feitas de manta residual de EVA como barreira

acústica em uma caixa retangular de compensado.

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2. Revisão Bibliográfica

2.1. Som

O som é originado por meio de vibrações mecânicas que se propagam no ar

até atingirem o ouvido humano. Essas ondas, denominadas ondas sonoras,

estimulam o aparelho auditivo. Portanto, o som pode ser definido como uma vibração

ou onda mecânica que pode ser ouvida (SALIBA, 2004).

A vibração de um determinado corpo provoca variações na pressão e na

densidade do meio ao seu redor e sensibiliza o ouvido humano (OKUNO et al, 1986).

Os meios em que ocorrem as propagações das ondas sonoras conseguem

retornar facilmente aos seus respectivos estados iniciais assim que a causa

deformadora é interrompida. Tal fato caracteriza um meio elástico (FERNANDES,

2002).

Para que possamos perceber a propagação de um som, faz-se necessário que

esta ocorra dentro de certos limites de rapidez e intensidade. Se as variações ocorrem

entre 20 e 20000 Hz (Hertz), trata-se de um som potencialmente audível, ainda que a

variação de pressão seja ínfima. (IAZETTA, 2010).

As ondas sonoras possuem uma certa extensão ou comprimento de onda (λ),

o qual pode ser definido como a distância mínima em que um ciclo se reinicia. O tempo

mínimo que esse ciclo demora a se formar é denominado período (𝜏). Como a

velocidade é dada pela razão entre a distância e o período (equação 1), temos:

(IAZETTA, 2010).

𝑉 =𝜆

𝜏; (1)

2.2. Tipos de oscilação e Tipos de ondas

Em um meio sólido, as partículas estão regularmente ordenadas e ligadas

umas às outras por meio de forças de ligações elásticas. Nestes corpos podem se

propagar ondas cortantes (ondas transversais) e ondas de pressão (ondas

longitudinais) (STOCCO, 2010).

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Entretanto, nos gases e líquidos, as partículas não dispõem de uma mesma

posição de equilíbrio, podendo se mover livremente. Para meios como este, alterar a

densidade do mesmo significa induzir forças elásticas contrárias que permitem a

transmissão de ondas sonoras. Nesses meios podem se propagar apenas ondas de

pressão (longitudinais) (STOCCO, 2010).

2.3. Ondas longitudinais (ondas sonoras)

As ondas sonoras são do tipo longitudinal de compressão e se propagam

apenas em um meio físico, ou seja, onde há presença de matéria. Com a passagem

da onda, as partículas presentes no meio de propagação vibram, fazendo com que

seja transmitida quantidade de movimento por meio deste movimento e da colisão

entre as partículas (MEDEIROS)

Figura 1: Mecanismo de propagação de uma onda longitudinal (NUSSENZVEIG, 2002).

O movimento de partículas no meio é propagado de diferentes maneiras e

direções. Em um corpo de ensaio, uma onda longitudinal (figura 2) pode ser observada

quando as partículas de massa próximas à superfície são impulsionadas

perpendicularmente à mesma (KRAUTKRAMER, 1977).

As ondas longitudinais são aquelas cujas partículas do meio oscilam na mesma

direção da propagação da onda. Quando o primeiro plano de átomos vibra ao passo

que transfere energia cinética para os planos de átomos seguintes, induzindo assim

uma vibração no meio elástico de propagação (figura 1) (KRAUTKRAMER, 1977).

Figura 2: Forma de propagação de uma onda sonora (FERNANDES, 2002).

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Caso as ligações entre as partículas fossem positivas, todos os planos

defletiriam simultaneamente, entretanto, as ligações são elásticas e a deflexão

acontece de maneira defasada (STOCCO, 2010).

Figura 3: Deslocamento de uma onda longitudinal (INFOESCOLA, 2017).

Em distâncias iguais encontram-se compressões de planos de partículas de

massa (figura 3) e entre eles existem zonas com grandes distâncias entre os planos.

As distâncias entre duas compressões e duas diluições são equivalentes e são

designadas como o comprimento de onda λ (lambda) da onda longitudinal (STOCCO,

2010).

As zonas de compressão e diluição se movem no corpo com certa velocidade,

denominada velocidade de onda longitudinal, que difere para cada tipo de material

(meio) de propagação, portanto se o material for homogêneo, a velocidade será

constante, caso contrário, será variável (STOCCO, 2010).

2.4. Velocidade de propagação do som

Ondas sonoras são propagáveis no ar e em outros meios materiais, portanto

ela não se propaga no vácuo. Quando se trata de uma propagação no ar, as ondas

são consideradas longitudinais, ou seja, a vibração das partículas do meio ocorre no

mesmo sentido de propagação da onda. (FILHO, 2015)

De tal modo, a velocidade de propagação do som em um meio material –

exemplos na tabela 1 - pode ser expressa pela equação (2).

𝑉𝑠𝑜𝑚 =𝑑

𝑡; (2)

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Onde:

𝑉𝑠𝑜𝑚: Velocidade de propagação (m/s);

d: Distância a que o som se propagou (m);

t: tempo que durou a propagação (s).

Tabela 1: Velocidade de propagação do som em diferentes meios materiais (FERNANDES,

2002)

Material

Velocidade de Propagação do

som v/(m/s)

Ar (10 ºC) 331

Ar (20 ºC) 343

Ar (30 ºC) 350

Oxigênio 317

Dióxido de Carbono 250

Água 1480

Borracha 54

Alumínio 4420

2.5. Frequência de ressonância

A frequência de ressonância corresponde a frequência natural de um elemento.

Para esta frequência de excitação, a vibração do sistema terá um valor máximo de

amplitude. Esta frequência depende da direção de deslocamento, bem como da

distribuição de massa e da rigidez do sistema (PAIXÃO, 2002).

Sistemas simples possuem apenas uma frequência natural e apresentam uma

forma de amortecimento, na prática. Sistemas mais complexos apresentam uma

frequência natural fundamental e outras de ordem superior. Na realidade, pode-se

afirmar que existe um sistema contínuo de distribuição de massas e molas, podendo

apresentar um grande número de modos que podem cobrir toda a banda de

frequências (PAIXÃO, 2002).

Um modo ocorre quando a onda, depois de percorrer os subsistemas ao redor,

ela retorna ao seu ponto de partida, viajando em direção igual à anterior e em fase

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consigo mesma, ocasionando uma interferência construtiva e consequentemente

aumentando a sua amplitude (CRAIK, 1981).

Quando dois ou mais corpos vibram com mesma frequência, pode-se afirmar

que eles estão em ressonância. Um corpo sempre vibra em sua frequência natural.

Se um corpo vibra na frequência natural de um segundo corpo, o primeiro induz o

segundo a vibrar e então os dois estarão em ressonância (FERNANDES, 2002).

Se um diapasão é colocado sobre um piano e este piano tem a nota 𝐿á4

excitada, cuja frequência natural é 440 Hz, o diapasão passará a vibrar induzido pela

vibração da corda do piano. (FERNANDES, 2002).

2.6. Transmissão de som através de uma parede oscilante

Em um modelo ideal, desconsidera-se a parcela de onda sonora irradiada pela

vibração da parede. Para se obter resultados que se aproximem da realidade,

substitui-se o modelo ideal por uma placa não flexível que passa a ser representada

por molas e amortecedores (figura 4) (FAHY, 1985), (RECUERO & GIL), (GERGES,

2000).

Figura 4: Transmissão sonora através de uma parede oscilante (PAIXÃO, 2002).

2.7. Ondas estacionárias

Quando há matéria em uma câmara fechada, nela podem ser excitadas

oscilações acústicas estacionárias. Esta matéria pode ter diversos modos de vibração

(também conhecidos como harmônicos), que dependem diretamente da forma e

dimensões da câmara bem como da velocidade do som no meio (KNESEBECK,

1984).

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Se a forma e as proporções das dimensões da câmara são favoráveis, é

possível excitar a vibração apenas de um dos harmônicos. Uma onda sonora

estacionária corresponde a um harmônico puro, dentro de um tubo fechado, conforme

a figura 5 (KNESEBECK, 1984).

Figura 5: Onda acústica estacionária de um tubo gasoso fechado oscilando no segundo harmônico. Os planos VV’

são ventres de pressão enquanto que os planos NN’, nós de pressão (KNESEBECK, 1984)

2.8. Propriedades fisiológicas do som

2.8.1. Pressão sonora

O som é consequência de vibrações ou mudanças de pressão de um “meio

elástico” que são capazes de serem identificadas pelo aparelho auditivo humano.

Neste meio, as partículas retornam à sua posição inicial depois de perturbadas pela

onda. Portanto, a variação de pressão será o mais importante elemento a ser medido,

tomando como situação de referência a pressão atmosférica normal (≈105 Pa)

(CARVALHO, 2009).

A utilização de uma unidade linear (Pascal) conduzia a escalas muito longas e

sabe-se que o ouvido humano responde de forma logarítmica e não linear aos

estímulos sonoros. Por isso a expressão dos valores em de pressão sonora passaram

a ser representados em outra escala denominada decibel (dB) (CARVALHO et al,

2003).

Define-se, então, nível de pressão sonora (Lp) (equação 3):

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𝐿𝑝 = 20𝑥𝑙𝑜𝑔(𝑃

𝑃0); (3)

Onde:

𝑃 – valor da pressão sonora em Pa;

𝑃0 - valor da pressão sonora de referência : 2 × 10−5 Pa.

2.8.1.1. Unidade padrão de medida da intensidade auditiva

Webber e Fechener, dois neurologistas que trabalhavam independentemente

no século XIX, chegaram à uma mesma conclusão de que a relação existente entre o

estímulo e a sensação é uma função logarítmica, ou seja, a sensação cresce com o

logaritmo do estímulo (SALIBA, 2004).

Uma medida foi implementada como submúltiplo do bel, cujo foi criado para

medir a perda de potência em cabos telefônicos. Entretanto, notou-se que 1dB era a

mínima variação de potência sonora que o sistema pudera detectar (Bistafa, 2006).

O decibel é uma medida obtida a partir da razão entre duas quantidades e por

isso é uma grandeza adimensional, semelhante à porcentagem. A definição do decibel

é determinada com o uso do logaritmo (FERNANDES, 2002).

Considerando I0 a menor intensidade física de som audível (10−12 𝑊/𝑚²) e I a

intensidade física do som que se quer medir, o nível sonoro β (em dB) é dado pela

equação 4 (NICOLAU et al, 2001).

𝛽 = 10log (𝐼

𝐼𝑜); (4)

A percepção do volume está relacionada à variação de pressão gerada por uma

onda sonora, ou seja, à sua intensidade.

A gama entre os limites máximo de intensidade (sem danos fisiológicos ou dor)

e os limites mínimo de intensidade audíveis é muito grande. Para uma frequência pura

de 1000 Hz, estes limites vão de 10−12 watt/m² a 1 watt/m², ou seja, a razão de 1

trilhão para 1 (ETELJ, 2017).

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20

2.8.2. Potência sonora

Dentre as propriedades da fonte sonora temos também a potência sonora W

ou energia acústica total emitida pela mesma na unidade de tempo. Esta potência

depende apenas da própria fonte, não sendo relevante o meio onde se propagam as

ondas (NUNES, 2006).

Por meio da medição da potência sonora de uma fonte, podemos determinar a

pressão acústica em ambientes de quaisquer tamanhos, absorção e forma das

paredes envolvidas (NUNES, 2006).

Também a potência sonora se pode analisar em termos de dB, quando se

refere ao nível de potência sonora (𝐿𝑤) (equação 5).

𝐿𝑤 = 10. log (𝑊

𝑊0); (5)

Onde 𝑊0 = 10−12 W/m²

Embora ambos os níveis de pressão sonora e de potência sonora sejam

expressos em dB, os padrões de referências são diferentes. O nível de potência

sonora é a produção integral de energia acústica de uma fonte sonora independente

do meio em que ela se encontra (FERNANDES, 2010).

Enquanto que o nível de pressão sonora depende de fatores do meio em que

a fonte se encontra, tais como: distância da fonte, presença de superfícies refletoras

e outras características do espaço (FERNANDES, 2010).

2.8.3. Intensidade do som

A intensidade com que as ondas sonoras são transmitidas deve ser entendida

fisicamente como a potência transmitida por unidade de área. A intensidade subjetiva

ou percebida é a qualidade que entendemos por som “fraco” e “forte” (CALIXTO et al,

2004).

A intensidade é a potência da energia de vibração sonora com que uma

superfície é atingida. A audição humana pode chegar a detectar ruídos na ordem de

10−12 W/m² (Iida, 2005).

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A intensidade de uma onda pode ser medida pela razão entre a variação de

energia ∆E que atravessa uma superfície perpendicular à direção de propagação pela

área A da superfície na unidade de tempo (CALIXTO et al, 2004).

2.8.3.1. Valor RMS de um Sinal

O critério RMS é muito importante para que o sinal a ser aplicado à saída do

sensor de emissão acústica possa ser avaliado. Esta abordagem pode ser

considerada como uma quantidade física de intensidade de som e está atrelada à

carga aplicada ao sensor fazendo com que o valor seja interessante de ser monitorado

(AGUIAR et al, 2012).

O valor RMS pode ser fornecido pela equação 6 onde T representa o tempo de

integração, N o número de amostras no intervalo T, E é a tensão elétrica do sinal e Ei

a tensão elétrica da amostra i. (AGUIAR et al, 2012).

𝑉𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 = √1

𝑇∫ (𝐸(𝑡))²𝑑𝑡

𝑇

0= √

1

𝑁∑ 𝐸𝑖

2𝑁𝑖=1 ; (6)

2.8.4. Altura do som

A qualidade de um ruído nos leva a considerar se um som é “grave” ou “agudo”.

A frequência de vibração sonora é a propriedade física que nos ajuda a determinar a

qualidade do som. Quanto maior sua frequência, mais ele pode ser classificado como

“agudo”, enquanto que se tiver uma baixa frequência, poderá ser considerado um som

“grave” (CALIXTO et al, 2004).

2.8.5.Timbre

Sua definição oficial pela ASA (American Standard Association) o desagrega

dos conceitos de intensidade e altura: “atributo do sentido auditivo em termos do qual

o ouvinte pode julgar que dois sons similarmente apresentados com a mesma

intensidade e altura, são dissimilares” (RISSET e WESSEL, 1999).

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O timbre se difere dentre as outras características (tais como altura, volume e

duração) que englobam o som, porque este não pode ser associado a apenas uma

dimensão física, não podendo ser especificado quantitativamente pelo sistema

tradicional de notação musical (como são o volume e a altura) (LOUREIRO, 2006).

Se uma nota é tocada com a mesma frequência e intensidade igual em

diferentes instrumentos (piano e violino, por exemplo), é notável a diferença. Isso

ocorre porque seus timbres são diferentes e é ele que nos permite reconhecer a fonte

geradora do som. Tecnicamente, o timbre é a forma com que a onda vibra (NICOLAU

et al, 2001).

2.8.6. Reflexão

Quando a propagação de ondas é interrompida por uma superfície do meio

elástico, ele volta ao meio primitivo, com direção diferente. A este fenômeno,

atribuímos o nome de reflexão (FERNANDES, 2002).

Na reflexão, quando os pontos da barreira entram em choque com a onda

sonora tornam-se uma nova fonte para a onda refletida. Estas ondas são resultadas

da vibração do obstáculo e podem ser favorecidas pelas características físicas e

geométricas do material. A respeito disso, podemos afirmar que a reflexão superficial

é diretamente proporcional à dureza da barreira. (ABEL, 2017).

Concreto, mármore, azulejos, vidro, etc, refletem quase 100 % do som incidente

(ABEL, 2017).

2.8.7. Absorção

A absorção é a capacidade de alguns materiais em não refletir as ondas

sonoras incididas sobre o mesmo. A dissipação da energia sonora depende da

frequência do som: é, habitualmente, grande para altas frequências, e decai para

valores muito pequenos.

A tabela 2 mostra o Coeficiente de absorção para alguns materiais

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Tabela 2: Coeficientes de absorção a determinadas frequências (FERNANDES, 2002).

Material Espessura (cm) Frequência (Hz)

125 250 500 1k 2k 4k

Lã de Vidro Solta 10 0,42 0,66 0,73 0,74 0,76 0,79

Feltro 1,2 0,02 0,55 0,64 0,75 0,80 0,85

Tapete de lã 1,5 0,20 0,25 0,35 0,40 0,50 0,75

Concreto Aparente 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03

Parede de Alvenaria 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07

Vidro 0,18 0,06 0,04 0,03 0,03 0,02

Cortina de Algodão com

muitas dobras

0,07 0,31 0,49 0,81 0,61 0,54

2.8.8.Transmissão

Esta é uma propriedade que permite que o som atravesse de um lado para o

outro, continuando a sua propagação. Quando uma onda sonora atinge uma

superfície, faz com que ela vibre, transformando-a em uma fonte sonora. Assim, a

superfície vibrante passa a gerar som em sua outra face. Portanto, quanto mais rígida

e densa a superfície, menor será a energia transmitida.

2.8.9. Refração

Quando uma onda sonora é incidida obliquamente no meio um, ela mudará de

direção ao penetrar no meio 2, para o caso dos meios apresentarem velocidades

diferentes. Essa alteração na trajetória é devido à variação da velocidade de

propagação que a onda está sujeita. Ao ter sua direção de propagação modificada de

um meio para o outro, a onda terá sua intensidade diminuída. (FISH, 1990, HEDRICK

et al.,1995).

2.8.10. Atenuação

É a perda progressiva da intensidade, à medida que a onda se propaga pelo

tecido. É ocasionada pelos fenômenos de absorção e espalhamento da onda. A queda

da intensidade ocorre em função do coeficiente de atenuação (α) e da profundidade

(x) do tecido como apresentado na equação 7 (TER HAAR, 1986).

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𝐼 = 𝐼0. е−𝛼𝑥; (7)

𝐼: intensidade na profundidade [W/cm²]

𝐼0: intensidade na profundidade zero [W/cm²]

𝛼: coeficiente de atenuação [Np/cm]

𝑥: profundidade [cm]

Na tabela 3 são mostrados valores obtidos para a atenuação do som em alguns

materiais

Tabela 3: Atenuação na transmissão de som em função do tipo e espessura do material

(FERNANDES, 2002).

Material Espessura (cm) Atenuação (dB)

Vidro 0,4 a 0,5 28

Vidro 0,7 a 0,8 31

Chapa de Ferro 0,2 30

Concreto 5 31

Concreto 10 44

Gesso 5 42

Gesso 10 45

Tijolo 6 45

Tijolo 12 49

Tijolo 25 54

2.9. Poluição sonora

A poluição sonora possui características específicas que a difere das outras

formas de poluição. Enquanto as outras se destacam por atingir o meio ambiente (tal

como o ar, a água, os solos e subsolos) de forma direta, na poluição sonora não há o

deslocamento permanente de moléculas ou transferência de matéria, apenas energia

é transferida (FARIAS, 2010).

Essa poluição consiste em um conjunto de compressões e expansões do

espaço onde a onda se propaga a partir da fonte emissora, de forma equivalente a

uma onda num tanque com água (FARIAS, 2010).

Na tabela 4 é possível observar os níveis de pressão sonora exercidos por

diferentes tipos de fontes.

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Tabela 4: Efeitos da poluição sonora e seus respectivos níveis de pressão.

Efeitos Fonte Sonora Nível de Pressão Sonora

(µPa)

Nível de Pressão Sonora

(dB)

Sérios Danos à Audição Lançamento de foguete (Na

Vizinhança ao Lançamento)

200.000.000 140

Danos à Audição e Dor Motor de Jato (25 m de

Distância)

632.245.555 130

Danos à Audição Após

Longa Exposição

Alarme de Ataque Aéreo (5

m)

20.000.000 120

Perigos de Danos à Audição Show de Rock em Local

fechado

6.324.555 110

Perigo à Audição Decolagem de um Jato (300

m)

2.000.000 100

Algum Perigo à Audição Ruído Industrial 632.456 90

Efeitos à Saúde Caminhão a 70 km/h (10 m) 200.000 80

Alguns Efeitos à Saúde

Incômodo Severo

Carro a 60 km/h (10 m) 63.246 70

Incômodo Conversação Normal (1 m) 20.000 60

Alguma Incomodação Conversação Baixa (1 m) 6.325 50

Ambiente Agradável Música de Rádio

Sussurrar

2.000

632

40

30

Silêncio desconfortável Câmara para Medição de

Ruído

20 0

2.10. Ruído

Apesar de parecer um mero problema de desconforto acústico, o ruído, com o

crescimento gradativo dos centros urbanos, passou a constituir um dos principais

problemas ambientais e uma preocupação com a saúde pública (FIORILLO, 1997).

O ruído é definido como um som sem harmonia que, no geral, pode vir a ser

desagradável para a audição humana. Este também pode ser classificado como um

estímulo auditivo que não contém informações úteis para uma dada tarefa em

execução. Entretanto, um ruído pode ser indesejável para uma pessoa enquanto pode

não ser para outra (BISTAFA, 2006).

2.10.1. Propagação de um ruído

Trazendo para a realidade, as ondas sonoras se propagam em todas as

direções, tanto por via aérea como por vias estruturais (figura 6). Em uma sala, por

exemplo, deve ser considerada a transmissão de energia, que ocorre nas arestas da

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geometria do ambiente através das costuras entre paredes, tetos e pisos (JOSSE,

1975; INGELAERE, 2001).

Figura 6: Percurso da Transmissão do Som Através de Ambientes (INGELAERE, 2001)

Quando uma onda sonora incide em um corpo, ela pode ser refletida, absorvida

ou transmitida pelo material constituinte. Em um sistema onde há apenas interação

entre onda e barreira sonora, é ponderável afirmar que não existe diferença relevante

entre absorção – onde a energia é convertida em calor – e transmissão de som – onde

a energia atravessa o material –. Desde que não haja reflexão, transmissão pode ser

considerada um mecanismo de absorção (LONG, 2006).

2.10.2. Efeitos do ruído

Segundo pesquisas, submeter-se a altos níveis de ruídos podem acarretar

grandes problemas de saúde auditiva (consequências diretas), além de complicações

psicológicas, respiratórias, cardíacas, rítmicas, fisiológicas, circulatórias,

comportamentais, de comunicação, concentração e sono (efeitos indiretos) (SANTOS

et al, 2000).

Os piores resultados são decorrentes dos níveis moderados de ruído, ao passo

que lentamente vão provocando estresse entre outros distúrbios. Outros sintomas

como aumento da pressão arterial, paralisação do estômago e do intestino, má

irrigação da pele e impotência sexual, podem surgir (FIORILLO, 1997).

2.10.3. Limites legais da poluição sonora no Brasil

A normatização e estabelecimento de padrões compatíveis com o equilíbrio do

meio ambiente e a qualidade de vida sadia no Brasil é de responsabilidade do

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CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), de acordo com que dispõe o inciso

II do artigo 6º da Lei 6.938/81. (7). Esta resolução utiliza dos padrões estabelecidos

pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e pela NBR (Norma Brasileira

Regulamentar) 10.151.

Segundo a NBR 15, entende-se por Ruído Contínuo para os fins de aplicação

de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. Na tabela abaixo são

exibidos os níveis máximos de ruído que uma pessoa pode suportar, em uma dada

faixa de tempo, representados em dB (decibéis). A medição deve ser executada

próxima ao ouvido do trabalhador sujeito à ação degradante do som. (NR-15 - Ruído

Contínuo e Intermitente, 2014).

Tabela 5 – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente (BRASIL, 2011).

Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição Diária Permissível

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 40 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

2.10.4. Medidas preventivas (Barreiras acústicas)

Para minimizar os efeitos causados por ruídos contínuos, existem medidas

preventivas de controle que podem ser consideradas basicamente de três formas: na

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fonte, na trajetória e no Homem. Quando forem viáveis de forma técnica, as medidas

de controle na fonte e na trajetória deverão ser tratadas com prioridade (SALIBA,

2004).

O controle de ruído na trajetória é comumente feito pela absorção do som por

materiais porosos como a lã de vidro e a cortiça ou então pelo isolamento acústico por

meio de materiais que possuam altos índices de atenuação do som ou perda de

transmissão (SALIBA, 2004).

2.10.5. Conforto sonoro

O conforto só se faz presente quando há um mínimo de esforço fisiológico em

relação ao som para a realização de uma determinada tarefa. Bem estar e harmonia

são sensações características proporcionadas por um ambiente que oferece conforto

acústico. (VIANNA et al 2005).

O entorno, a arquitetura do recinto, o clima (ventilação, pluviosidade),

orientação/implantação (materiais, mobiliário) são as principais variáveis do conforto

acústico (VIANNA et al, 2005).

De acordo com a OMS, o corpo humano pode chegar a suportar até 65 dB sem

que haja danos, mas é a partir de 85 dB passa a ter prejuízos definitivamente

comprometedores. Ruídos abaixo de 55 dB não chegam a caracterizar poluição

sonora, porém caso excedidos, podem vir a causar transtornos (FARIAS, 2010).

Entre 100 e 120 dB pode ocorrer trauma auditivo, o que levaria a surdez. Acima

dessa faixa, temos uma lesão no nervo auditivo, provocando zumbido constante além

de tonturas e aumento do nervosismo. Acima de 140 dB, o tímpano poderá vir a se

romper. (FARIAS, 2010).

2.10.6. Isolamento Acústico

Um isolamento acústico, significa prover uma barreira para um fluxo de energia

sonora. A forma mais adequada de se obter um isolamento, consiste em estabelecer

uma barreira sólida e impermeável na direção da propagação (SHARLAND, 1979).

É importante saber que tudo na natureza possui propriedades acústicas,

diferindo entre si apenas na capacidade de absorver ondas sonoras. Essa atenuação

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acontece devido à conversão de vibrações em energia térmica – Energia esta

desprezível –, dissipando dessa forma a energia sonora que é incidida sobre um corpo

(NAKAMURA, 2006).

Para quantificar a eficiência de uma barreira sonora entre dois ambientes,

devem ser medidos os respectivos níveis de pressão sonora em cada um deles. A

diferença de nível está associada a um dispositivo isolador específico em uma dada

condição de uso e pode ser medida pela equação 8:

𝐷 = 𝐿1 − 𝐿2 = 𝑃𝑇 − 10 log (𝑆

𝑆𝑠�̅�+𝑆𝜏); (8)

Onde L1 e L2 representam os níveis de pressão medidos antes e depois da

colocação do painel [dB], S é a área do painel [m²], e SSᾱ é a área [m²] e o coeficiente

de absorção das superfícies da sala receptora, respectivamente. Esta equação só é

válida para ambientes com perda de transmissão superior a 15 dB (VIVEIROS, 1998).

2.10.7. A transmissão e o isolamento do som

As ondas longitudinais que se propagam no ar, indicam que a vibração das

partículas se dá na mesma direção de propagação da onda. Em vias estruturais,

também pode se encontrar ondas de cisalhamento, torção e flexão (PAIXÃO, 2002).

É indispensável conhecer o espectro do ruído durante o processo de escolha

do material isolante para uma dada aplicação. Saber a respeito deste fator é

importante no que diz respeito aos mecanismos de controle (rigidez, ressonância

massa e coincidência), os quais caracterizam quatro regiões distintas (PAIXÃO,

2002).

A partir do conhecimento de grandezas como a perda de transmissão (equação

9) e a diferença de nível (D) é possível definir as características dos materiais ou

dispositivos a serem utilizados como isolantes para uma aplicação específica

(PAIXÃO, 2002).

𝑃𝑇 = 10 log (1

𝜏); (9)

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Este índice mede a quantidade de energia sonora reduzida na transmissão

através de um elemento construtivo. Quanto menor o valor de 𝜏, mais isolante será a

barreira. A perda de transmissão é uma relação logarítmica entre as energias

transmitidas e incidentes, enquanto que denomina a subtração entre os níveis de

pressão sonora, como a diferença de nível de pressão sonora (GERGES, 2000).

Quanto maior o valor de PT, tem-se uma baixa transmissão de energia

acústica, resultando num melhor isolamento. Para uma alta transmissão, o valor de

PT será baixo, indicando um baixo isolamento (PAIXÃO, 2002).

A diferença de nível de pressão sonora (equação 10) não se baseia somente

em características específicas de um material, dependendo também de outras

características do ambiente de medição, como o volume e sua respectiva absorção

(PAIXÃO, 2002).

𝐷 = 𝑁𝑃𝑆1 − 𝑁𝑃𝑆2; (10)

Colocar uma barreira sólida de forma que ela se oponha ao sentido de

propagação do som é o método mais comum de controlar a transmissão sonora de

uma área para a outra. Apesar de o som não ser bloqueado completamente, é possível

obter valores específicos para a diferença desses níveis sonoros (PAIXÃO, 2002).

Estudar uma onda plana longitudinal propagando-se em uma única direção e

de incidência normal, atuando sobre três meios é a forma mais genérica de se

representar a perda de transmissão de uma parede simples colocada na separação

de dois ambientes. Os três meios consistem no ar (primeiro e terceiro meio de

propagação e um segundo, cuja resistência à passagem do som é bem maior que a

do ar (PAIXÃO, 2002).

Parte da energia gerada no primeiro meio passa ao segundo, enquanto a outra

parte restante da energia é refletida e este mesmo processo pode ser observado entre

o segundo e terceiro meio. Além disso, ainda há a absorção de parte dessa energia

por meio da parede (figura 7) (PAIXÃO, 2002).

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Figura 7: Comportamento das ondas sonoras através de 3 meios

Fonte: Adaptada de Kinsler & Frey (1967), Reynolds (1981) e Gerges (2000).

2.10.8. Isolamento acústico segundo a norma ISO-140

A ISO-140 (Acoustic – Measurement of sound insulation in buildings and of

building elements) é um conjunto de normas técnicas acerca de isolamento acústico

de edificações e seus componentes, que estabelece condições para medir ruídos em

campo (ISO-140, 1995).

A norma ISO 140-3 é constituída de nove itens e sete anexos, e suas principais

recomendações se resumem em:

Item 1 – Descritivo da norma, seus objetivos e utilização.

Item 2 – Faz referência a outras normas utilizadas como base.

Item 3 – Estabelece definições.

Item 4 – Diz respeito aos equipamentos de medição.

Item 5 – Aborda as condições requeridas nas salas e a instalação dos elementos a

serem testados.

Item 6 – Determina os procedimentos de teste e avaliação, geração do campo sonoro,

medição do nível de pressão sonora média, faixas de frequência de medição, tempo

de reverberação e ruído de fundo.

Item 7 – Determina as faixas de acurácia das medidas.

Item 8 – Determina como devem ser expressos os resultados.

Item 9 – Cita como deve ser feita a apresentação dos dados.

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2.11. Materiais Poliméricos

A palavra polímero tem origem grega e significa “muitas partes” (poli: muitas,

mero: partes). Polímeros são moléculas formadas por unidades químicas simples

repetitivas. Portanto, podemos definir polímeros como um conjunto de monômeros

(partes simples de uma cadeia), os quais se repetem sucessivamente (FILHO, 2015).

Dentre suas características, destacam-se sua baixa condutividade térmica e

elétrica, mil vezes menor que os metais, possui baixa massa específica graças à sua

porosidade (ou seja, o espaço entre suas macromoléculas é relativamente grande, o

que lhe confere certa leveza), que são importantes diferenciais em relação aos

materiais cerâmicos e metálicos (FILHO, 2015).

Além disso, os polímeros exigem temperaturas de no máximo 400 ºC em seu

processo de conformação, decorrendo um baixo consumo de energia (FILHO, 2015).

Os polímeros podem ser divididos em termoplásticos, termorrígidos

(termofixos) e elastômeros (borrachas) (FILHO, 2015).

Apesar dos termoplásticos apresentarem uma certa facilidade em sua

reciclabilidade, os polímeros termorrígidos e elastômeros não podem ser reciclados

de forma direta. Não há como refundi-los ou despolimerizá-los. Isto acontece porque

estes materiais são conformáveis plasticamente apenas uma vez durante o seu

processo de fabricação (FILHO, 2015).

O produto final é duro e não amolece mais com o aumento da temperatura. O

aquecimento desse tipo de material acaba promovendo a decomposição do material

antes de sua fusão, sendo assim, polímeros termorrígidos são de difícil reciclagem,

pois quando adquirem sua forma final, apenas etapas de usinagem são possíveis,

tornando sua reciclagem dificultosa (FILHO, 2015).

A utilização de materiais poliméricos se faz presente na construção civil como

atenuantes acústicos e térmicos, visto que apresentam desempenho satisfatório em

suas respectivas funções bem como também possuem resistência satisfatória ao

intemperismo e fatores corrosivos.

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2.11.1 Isolantes acústicos

Atenuantes granulares podem ser vistos como uma alternativa em relação aos

materiais fibrosos e espumas em aplicações residenciais ou industriais (interna ou

externamente). Estes atenuantes combinam boa resistência mecânica com baixo

custo de fabricação (Fahy, 2000).

Os materiais granulares podem ser divididos em duas classes: Granular

inconsolidado (fácil desprendimento de partículas) e consolidado (característica

adquirida com o auxílio de aglutinantes) (Fahy, 2000).

A absorção nos materiais granulares se dá de forma diferente dos fibrosos. Isso

acontece devido à forma com que os grânulos se arranjam, resultando numa

porosidade frequentemente menor e com interconexões mais estreitas entre os poros

(Fahy, 2000).

Os materiais granulares e fibrosos (figura 8) são considerados bons

absorvedores sonoros por permitir a penetração e movimentação das moléculas de ar

em seu interior (BISTAFA, 2006)

Figura 8: Estrutura dos materiais fibrosos e porosos (BISTAFA, 2006).

2.11.1.1. Lã de Vidro

A lã de vidro (figura 9) pode ser considerada como um dos melhores isolantes

térmicos do mundo, isto porque em sua composição, temos sílica e sódio aglomerados

por resinas sintéticas em fornos de alta temperatura. Em função do seu alto grau de

porosidade, a onda sonora ao entrar em contato com a lã é rapidamente absorvida

(ISAR, 2006).

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Dentre suas vantagens, temos: Trata-se de um material leve e de fácil

manuseio, não propaga chamas, não é deteriorável, não favorece a proliferação de

fungos ou bactérias, não é atrativa para roedores e afins (ISAR, 2006).

Além disso, a lã de vidro pode ser comercializada na forma de mantas

aluminizadas, revestidas com feltro para construções metálicas e fibro-cerâmicas para

tubulações e equipamentos submetidos à altas temperaturas (ISAR, 2006).

A lã de rocha tem sua aplicação voltada para forros, divisórias, dutos de ar

condicionados, em tubulações com baixas, médias e altas temperaturas de 50 a 750

ºC. Esse material é composto por fibras originadas de basalto aglomerado com resina

sintética (SALVADOR, 2001).

Quanto às suas principais características, temos o fato de isolar tanto

termicamente quanto acusticamente e ser um produto não corrosivo, imputrescível,

não nocivo à saúde (apesar de ser recomendado o uso de certos equipamentos no

seu manuseio) e não poluente (SALVADOR, 2001).

Figura 9 – Lã de Vidro (Macromadeiras, 2012).

2.11.1.2. Vermiculita

É um mineral advindo da família das micas (aluminosilicato hidratado de ferro

e de magnésio), obtido através da superposição de finas lamínulas, que quando

aquecidas (cerca de 1000 ºC), tem seu volume inicial expandido em até 20 vezes,

deixando um grande vazio em seu interior (ISAR, 2006).

Devido à sua baixa densidade (varia de 80 até 120kg/m³), baixa condutibilidade,

insolubilidade em água, não toxicidade e outras características que conferem uma alta

resistência à ação do tempo, a vermiculita (figura 10) é bastante utilizada na

construção civil em aplicações que abrangem o enchimento de pisos, isolamentos

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termo-acústicos em divisórias, forros, lajes e paredes, corta fogos, câmaras a prova

de som e de fogo, rebocos isolantes, dentre outras (ISAR, 2006).

Comercialmente, podemos encontrar esse isolante na forma de placas e blocos

ou na forma de concreto leve de vermiculita expandida, utilizadas em contra-piso,

rebocos acústicos e como enchimento de qualidade elevada. (ISAR, 2006).

Figura 10 – Vermiculita (Refratil Refratários, 2016).

2.11.1.3. Espuma Elastomérica

A espuma elastomérica (figura 11) um composto de poliuretano poliéster,

protegido contra mofos, fungos e bactérias, indicado para acústicas em escritórios,

auditórios, salas de treinamento, salas de som. No mercado, podemos encontra-lo na

forma de placas de diversas espessuras e dimensões. (HEME, 2006).

Figura 11 – Espuma Elastomérica (Isar, 2016).

2.11.1.4. Fibra de Coco

Esta fibra (figura 12) quando misturada ao aglomerado de cortiça expandido,

torna-se uma excelente barreira para absorção de ondas de baixa frequência, fato

pouco obtido dentre os outros materiais. Sua resistência e durabilidade atendem as

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necessidades técnicas exigidas pelo mercado. É amplamente utilizado para

isolamento térmico e acústico pela sua versatilidade e por ter sua matéria prima

natural e renovável. (SENHORAS, 2006).

Figura 12 – Fibra de Coco (Coquim, 2016).

2.11.1.5. EVA

O EVA é um copolímero de Etileno e Acetato de Vinila formado por cadeias de

sequências aleatórias de polietileno (figura 13), utilizado na indústria calçadista, que

por sua vez gera resíduos. Este composto apresenta características similares às de

alguns isolantes já comercializados, que vão desde a alta resistência ao impacto a

baixa ruptura. Além disso, o EVA também apresenta menor módulo de elasticidade

em relação aos outros isolantes (ZATTERA et al, 2005).

Figura 13 – Acetato de Vinila Etil (EVA) (Vital Dose, 2015).

A Bibi Calçados de Cruz das Almas – Bahia estima um descarte de EVA de

aproximadamente 160 toneladas por mês em seu processo de corte e processamento

de solas e palmilhas de calçados fabricados na empresa. A inserção deste material

no mercado de isolantes acústicos pode ser considerada uma alternativa de redução

do impacto ambiental, bem como também pode tornar ainda mais competitivo o

mercado de isolantes.

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37

De acordo com microscopias realizadas por Vilasboas (2015) em uma

superfície de ruptura da manta residual de EVA evidenciaram a presença de poros e

irregularidades (apontados pelas setas vermelhas na figura 14), caracterizando esta

manta como um material fonoabsorvente. As irregularidades em sua superfície

favorecerão o fenômeno da difusão sonora, que ocorre quando as ondas sonoras se

espalham em seu meio de propagação ao invés de retornarem em linha reta ao meio

primitivo (CAETANO, 2014).

Figura 14 – Manta de EVA Ampliada x33 (VILASBOAS, 2015).

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38

3. Materiais e Métodos

3.1. Materiais

A manta de EVA, cedida pela Bibi calçados, é um aglomerado de partículas,

composta por um resíduo polimérico proveniente da fabricação de solados para

sapatos. Na figura 15 é possível observar como se dá a irregularidade da superfície

da manta (a homogeneidade do material contribui para que a distribuição das

irregularidades sejam menores)

Figura 15 Textura da Manta EVA (Autor, 2016).

O equipamento IP-410 (figura 16, tabela 6) é um aparelho multifuncional, que

pode atuar como decibelímetro, luxímetro, higrômetro e termômetro, foi o

equipamento utilizado para medir os níveis de pressão sonora que atravessaram a

estrutura revestida de EVA tanto na primeira, quanto na segunda etapa de ensaios.

Trata-se de um equipamento em que se recomenda a utilização para fins didáticos,

não sendo adequado para uso profissional, ou aplicações onde é necessária uma

certificação. Na sua função de decibelímetro, dispõe de duas escalas, que vão de 35

a 100 dB e 65 a 130 dB. Além disso, o aparelho dispõe de uma memória de pico para

registrar o valor máximo da medição de pressão sonora bem como também possui

um botão de congelamento de leitura (Hold ). A classe de precisão deste equipamento

é de ± 3,5 dB e sua resolução é de 0,1 dB.

Tabela 6: Características Decibelímetro IP-410 Impac

Caracerísticas Decibelímetro IP-410 Impac

Escala Baixa (Low) 35 a 100 dB

Escala Alta (High) 65 a 130 dB

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Precisão ± 3,5 dB a 94 dB

Resolução 0,1 dB

Frequência 30 Hz a 10 kHz

Curva Ponderação A e C

Microfone Eletreto Fixo

Figura 16 – Decibelímetro Impac IP-410 (AUTOR, 2017).

A emissão de ruído durante a execução dos testes foi realizada por caixas de

som do tipo Hi-fi Speakers Systems for Multimedia 2.0 SP-202 BK (Figura 17) com

potência de 1 W RMS.

Figura 17: Caixa de Som Hi-fi Speakers Systems for Multimedia 2.0 SP 202 BK (VILAS BOAS, 2015)

A fixação das folhas de manta residual de EVA às superfícies da estrutura

metálica utilizada no primeiro ensaio, bem como o processo de fabricação das

colmeias necessitou uma cola (figura 18) recomendada especificamente para colagem

do EVA. A composição da cola pode ser visualizada na figura 18 e na tabela 7

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Figura 18: Cola utilizada na adesão da manta de EVA às superfícies demandadas (AUTOR, 2017).

Tabela 7: Composição e instruções de uso Adesivo Amazonas

Tipo Adesivo Composição Concentração

Sintético

Policropeno, resinas naturais, resinas fenólicas,

antioxidantes, óxidos metálicos e aditivos.

Acetato de etila, acetona, hexano, MEK, SPB e tolueno

10 – 60%

40 – 90%

PU (PVC) Poliuretanos e aditivos.

Acetato de etila, acetona, MEK e tolueno

10 – 60%

40 – 90%

Benzina Borracha natural, resinas naturais e aditivos.

Álcool etílico, hexano e SPB

5 – 20%

70 – 90%

Especial

SBR, NBR, SIS, SBS, agentes vulcanizantes, resinas

naturais, resinas sintéticas e aditivos.

Acetato de etila, acetona, hexano, MEK, SPB e tolueno

10 – 50%

50 – 90%

Instruções de uso: Os materiais a colar devem estar secos, limpos livres de poeiras, graxas.

Se necessário, lixar ou asperar e em seguida aplicar uma camada de Adesivo Amazonas e

deixar secando de 10 a 20 minutos, segundo condições ambientais (umidade/temperatura).

Produto com destinação única e exclusiva para colagens.

Ambas as etapas experimentais foram executadas numa bancada didática de

controle de ruído (figura 19), capaz de gerar frequências que variam da ordem de 0

Hz a 10000 Hz e volume de 0 a 100. O aparato foi fabricado por SILVA (2014) e cedida

pela UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia). O objeto que se encontra

na parte interior ao retângulo em vermelho representa o gerador de frequências da

bancada.

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Figura 19: Bancada Didática de Controle de Ruído (Autor, 2016).

3.2. Métodos

3.2.1. Fabricação das caixas acústicas

3.2.1.1. Caixa acústica cúbica

Primeiramente foi realizada a montagem do esqueleto cúbico (figura 19) de

hastes metálicas, que posteriormente foi revestido pela manta de EVA em 5 de suas

6 faces. Cada folha utilizada para revestir a caixa foi cortada com o auxílio de um

estilete comum e possuiu medida aproximada de 500 mm x 500 mm (250 x 10³mm²).

Estas folhas foram coladas com o auxílio de uma cola específica para EVA.

Optou-se pela utilização de um estilete e não de uma tesoura, pois esta poderia

alterar fisicamente a estrutura da manta na região cortada, enquanto que o estilete é

capaz de fornecer um corte mais limpo, preservando assim a integridade da região de

corte.

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Figura 20 – Esqueleto Cúbico Antes (esquerda) e depois (direita) do EVA (Autor, 2016)

Durante o processo de secagem da cola foi necessária a aplicação de uma

carga para pressionar as faces de EVA e mantê-las aderidas ao esqueleto para

promover uma colagem mais uniforme. A utilização de “calços” também foi importante

para uma melhor pressão localizada devido as irregularidades da superfície da manta.

O tempo mínimo indicado pelo fabricante para a secagem completa da cola é

de 4 horas, mas para conferir uma maior margem de segurança, devido à sua

estrutura superficial irregular, o período de secagem adotado foi estendido para 48

horas.

3.2.1.2. Caixa acústica retangular

A realização da segunda etapa de testes demandou a fabricação de uma caixa

acústica retangular (figura 21) de baixo custo. Suas faces de compensado, com

espessura de 4 mm e dimensões de 1000mm x 330mm x 330mm, e áreas de 0,33 x

106mm² (bases inferiores, superiores e paredes laterais maiores) e 0,1023 x 106 mm²

(paredes laterais menores) foram unidas e vedadas com uma mistura de cola, pó de

serra e água (agente auxiliar no desprendimento da cola da superfície dos dedos).

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Figura 21: Caixa acústica utilizada na segunda etapa de testes (AUTOR, 2017).

3.2.2. Fabricação das colmeias

Para a confecção das colmeias utilizadas (na região central do interior da caixa)

durante a realização do segundo ensaio, o EVA foi cortado em tiras, com o auxílio de

um estilete comum, e em cada uma delas foram feitos cortes para que fosse possível

o encaixe entre si. Seu formato individual se assemelha ao de um pente repleto de

“dentes”. Depois de encaixadas as tiras, a “teia” de EVA foi revestida com uma folha

em cada uma de suas duas faces superior e inferior.

Figura 22: Esquema de encaixe das tiras de EVA para a confecção das colmeias (AUTOR, 2017).

A colagem das tiras se deu com a distribuição de cola em seus extremos (figura

22) para garantir maior uniformidade. Uma aderência adequada para a colagem das

membranas testadas na segunda etapa pôde ser garantida devido a distribuição de

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carregamentos uniformes sobre a superfície da mesa durante o processo de secagem

da cola. Uma carga de aproximadamente 30 kg foi igualmente distribuída em sua

superfície, durante a secagem, sem que esta apresentasse uma deformação possível

de se observar a olho nu.

As colmeias (figura 23) foram produzidas com dimensões (profundidade e

ângulos) diferentes umas das outras. A geometria de seus espaços internos também

variou entre formas de quadrados e losangos. A medida de cada uma delas foi padrão:

310 mm x 330 mm (102,3 x 10³ mm²)

A primeira colmeia (figura 24) foi confeccionada com espaços em forma de

quadrados com lados de 20 mm e profundidade de 30 mm. A segunda colmeia (figura

26 à direita) foi construída com formatos internos de losangos, profundidade de 30

mm e lados de 30 mm cada.

Figura 23: Estruturas A (esquerda) e B (direita) das Teias de EVA (Autor, 2016).

Figura 24 – Formato final da Colmeia quadrangular de EVA (Autor, 2016).

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3.2.2. Medições

3.2.2.1. Primeira etapa de testes

Neste primeiro ensaio, a caixa de som permitiu a passagem de ondas sonoras

em frequências de 2 a 10 kHz (2,4,6,8,10kHz). Na tabela 6 estão representados os

valores obtidos para as condições:

Sem manta, onde a fonte propagadora foi posicionada sobre a bancada de

controle de ruído e sem nenhum tipo de restrição enquanto o decibelímetro foi posto

sobre uma cadeira a 500mm de distância da fonte.

Com manta, onde a fonte sonora foi envolvida pela caixa acústica, de forma

que ambos ficaram sobre a bancada e a fonte ficou no centro da caixa enquanto o

decibelimetro manteve-se sobre a cadeira de mesma forma que a condição anterior

(figura 25).

Figura 25: Bancada Didática de Controle de Ruído Durante a Primeira Etapa Experimental (Autor, 2016).

3.2.2.2. Segunda etapa de testes

No segundo ensaio, foram medidos valores referentes aos níveis de pressão

sonora para as faixas de frequência entre 1 e 5 kHz (variando em 1 kHz de uma

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medição para a outra). Foram adotados dois sistemas de medição distintos, sendo o

primeiro com a caixa aberta, e o segundo com a caixa fechada por uma placa de

compensado idêntica a utilizada para a confecção da caixa.

Posteriormente as colmeias foram colocadas (uma por vez) na parte central da

caixa (figura 26), enquanto a fonte sonora emitia ondas em uma das cavidades

(esquerda) da caixa, e o medidor do nível de potência sonora se encontrava na oposta

pela colmeia (direita). Todos os dados registrados nas tabelas referentes às medidas

executadas na segunda etapa de testes foram resultados de uma média aritmética

entre 3 valores de medidas em momentos diferentes para as mesmas condições.

Figura 26 – Aparato utilizado na segunda etapa de ensaios (Autor, 2017).

Neste meio fechado da caixa acústica, o decibelímetro que fez a leitura do som

que se propaga com uma frequência bem definida, mostra valores similares (de níveis

de pressão) para posicionamentos variados dentro da caixa, portanto, foi mantido o

mesmo posicionamento para todas as medidas feitas nos ensaios.

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4. Resultados e Discussões

4.1. Ensaio com a caixa acústica cúbica

Para os ensaios relativos a caixa estruturada por barras chatas de aço, foram

obtidos os dados evidenciados na tabela 8, onde a primeira coluna indica a frequência

utilizada em cada sistema de medida, a segunda coluna indica as leituras do

decibelímetro para as medidas feitas sem a presença da caixa acústica cúbica,

enquanto que na terceira coluna estão os dados obtidos para o sistema de medição

com a presença do confinamento da fonte sonora. Na última coluna também é

mostrado o percentual atenuado pela estrutura da caixa em relação as medidas com

e sem o confinamento da fonte sonora.

Tabela 8: Percentual de atenuação da caixa cúbica (1ª etapa) (AUTOR, 2017).

Frequência (Hz) Sem manta (dB) Com manta (dB) Atenuação (%dB)

2000 53,6 48,6 9,3

4000 54,0 46,0 14,8

6000 54,8 44,2 19,3

8000 57,1 50,9 10,9

10000 57,3 44,6 22,2

Figura 27: Gráfico Frequência (Hz) x Intensidade (dB) com isolamento (laranja) e sem isolamento (azul)

Ao elevar os valores das frequências analisadas, nota-se que os percentuais

atenuados variam de um valor de entrada para o outro, evidenciando uma atenuação

mais eficiente para a frequência de 6000 Hz. Visto que a amplitude (intensidade)

43,0

45,0

47,0

49,0

51,0

53,0

55,0

57,0

2000 4000 6000 8000 10000

Inte

nsi

dad

e (

dB

)

Frequência (Hz)

Sem Manta

Com Manta

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sonora permanece a mesma durante toda a etapa experimental, a variância dos

resultados pode ser explicada, em função das frequências de ressonância das

paredes da caixa, de acordo com Paixão, (2002), o que pode contribuir construtiva ou

destrutivamente para a atenuação sonora.

Além disso, a partir da análise dos dados, pode-se também afirmar que a

atenuação tende a aumentar continuamente conforme a frequência é aumentada, com

exceção para a frequência de 8000 Hz, que atenua apenas 10,9 % do som emitido.

A considerável redução dos valores lidos pelo decibelímetro após o

confinamento pela caixa cúbica acústica, bem como sua eficiência, no que diz respeito

a absorção de energia emitida pela caixa de som, pode ser explicada pela baixa

rigidez da manta residual de EVA, fator este que é inversamente proporcional à

propriedade reflexiva quanto às ondas sonoras, ou seja, quanto maior a rigidez do

material, mais ondas sonoras ele refletirá dentro do meio de propagação segundo Abel

(2017). Como a manta reflete pouca parcela do som emitido, ela absorverá ondas em

todas as direções, inclusive as refletidas, de forma mais eficaz do que materiais mais

rígidos, de acordo com Abel (2017), como é o caso da caixa retangular de madeira

(que possui rigidez maior que a manta residual de EVA) utilizada no segundo ensaio.

4.2. Ensaio com a caixa acústica retangular

4.2.1. Etapa sem as colmeias centralizadas

A segunda etapa experimental, que consistiu na realização de medidas a

respeito da propagação sonora no interior de uma caixa retangular de madeira,

revelou que, conforme a caixa tem sua tampa fechada, as leituras serão maiores do

que para aquelas medidas feitas sem a presença da tampa superior em quatro das 5

frequências analisadas. Os dados obtidos durante a análise da propagação sonora

ainda sem a manta em formato de colmeia, são mostrados na tabela 9.

Tabela 9: Leitura mostrada no decibelímetro para a propagação do som sem obstáculos

(membranas) (AUTOR, 2017).

Frequência (Hz) Com a tampa superior (dB) Sem a tampa superior (dB)

1000 93,3 83,6

2000 91,6 85,6

3000 90,6 86,2

4000 88,3 84,8

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5000 83,3 92,9

A leitura maior do decibelímetro para a caixa fechada decorre das reflexões

sonoras existentes no interior da caixa de madeira, o que provoca uma maior

incidência de som no aparelho que recebe estes impulsos. O ato de fechar a caixa

promove uma limitação de espaço disponível para que a onda se propague e então

ela será forçada a se propagar naquele mesmo meio até ter sua energia totalmente

dissipada.

4.2.2. Análise da capacidade atenuante das colmeias (quadrangular e

losangular)

Nas tabelas 10 e 11 encontram-se os dados referentes às medidas da primeira

(losangular) e segunda (quadrangular) configurações de colmeia, respectivamente.

Tabela 10: Dados obtidos pelo decibelímetro para a propagação do som com a colmeia

losangular atuando como barreira acústica e suas atenuações em dB para suas respectivas

frequências (AUTOR, 2017).

Frequência (Hz) Sem a tampa

superior (dB)

Com a tampa

superior (dB)

Atenuação sem

a tampa (%dB)

Atenuação com

a tampa (%dB)

1000 78,60 88,91 5,99 4,70

2000 82,11 82,52 4,08 10,22

3000 84,62 80,63 1,83 11,00

4000 80,91 83,40 4,58 5,59

5000 84,54 81,90 9,02 1,68

Tabela 11: Dados obtidos pelo decibelímetro para a propagação do som com a colmeia

quadrangular atuando como barreira acústica e suas atenuações em dB para cada frequência

indicada (AUTOR, 2017).

Frequência (Hz) Sem a tampa

superior (dB)

Com a tampa

superior (dB)

Atenuação sem

a tampa (%dB)

Atenuação com a

tampa (%dB)

1000 80,62 85,00 3,57 8,89

2000 73,42 76,61 14,23 16,38

3000 82,31 87,00 4,51 3,97

4000 78,70 87,10 7,19 1,40

5000 82,80 78,70 10,90 5,52

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Os valores registrados para os testes feitos com a tampa aberta revelam maior

eficiência em atenuar o som, para uma frequência maior ou igual a 3 kHz, do que os

valores para os testes feitos com a caixa fechada. Enquanto que o valor máximo

atenuado é atingido para a frequência de 2 kHz com a tampa da caixa fechada.

Figura 28: Gráfico comparativo, Intensidade (dB) x Frequência (Hz), para medições (utilizando a tampa fechada) com

e sem barreira (AUTOR, 2017).

No gráfico da figura 28, QC representa os dados obtidos para o ensaio com a

colmeia de geometria interna quadrangular com a tampa da caixa fechada e LC

representa a curva obtida para os dados da colmeia de geometria interna losangular

também com a caixa fechada. A curva SC diz respeito às medidas feitas sem barreira

na parte central da caixa. Em ambas as estruturas é possível observar uma alta taxa

de atenuação ao som. Para o intervalo de frequência entre 1 e 2 kHz, a membrana

losangular se mostra mais eficiente, enquanto que para o intervalo de 3 a 4 kHz, a

membrana quadrangular se faz mais efetiva.

Além disso, é também possível observar que para maiores frequências, o valor

indicado no decibelímetro decrescerá, podendo admitir a interpretação de que

conforme aumenta-se a frequência, diminui-se a pressão sonora exercida no aparelho

medidor.

70,00

75,00

80,00

85,00

90,00

95,00

100,00

1 2 3 4 5

Inte

nsi

dad

e (

dB

)

Frequência (kHz)

Manta QC

Manta LC

SC

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Figura 29: Gráfico comparativo, Intensidade (dB) x Frequência (Hz), para medições (utilizando a tampa aberta) com

e sem obstáculos (AUTOR, 2017).

No gráfico mostrado na figura 29, as curvas LS e QS correspondem às medidas

feitas com as colmeias de formato losangular e quadrangular, respectivamente e todas

as medidas para ambas as configurações foram realizadas com a caixa de madeira

aberta. SS corresponde aos valores medidos sem a tampa da caixa e sem a barreira

contrária ao sentido da propagação do som. Os resultados obtidos para uma medição

com a caixa aberta evidenciam um comportamento atenuante melhor definido para a

colmeia de configuração interna losangular na faixa de intervalo entre 2 e 5 kHz. Uma

possível justificativa para a primeira medida não ter seguido o padrão posterior pode

estar relacionada à falta de condições adequadas para a realização dos testes, visto

que o laboratório não dispõe de isolamento acústico e nem um sistema capaz de

amenizar as vibrações advindas do ambiente externo.

Os comportamentos senoidais das curvas de atenuação para as duas barreiras

são explicados pelo comportamento das frequências de ressonância (PAIXÃO, 2002)

de cada uma delas que se dá de forma similar ao que pode se observar nos gráficos

das figuras 28 e 29. A medida que as frequências de propagação do som na caixa se

aproximam da frequência de oscilação da colmeia, esta atingirá o seu valor máximo

de amplitude de vibração (PAIXÃO, 2002), podendo se mostrar mais eficiente para o

estado de ressonância, como também pode acontecer o inverso, pois cada material

reage de forma diferente ao seu estado de vibração ressonante, podendo este

transferir a energia para o segundo meio de propagação ou absorver esta mesma

energia

70,00

75,00

80,00

85,00

90,00

95,00

100,00

1 2 3 4 5

Inte

nsi

dad

e (

dB

)

Frequência (kHz)

Manta LS

Manta QS

SS

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De acordo com Hendriks (2013) as frequências analisadas influenciam

diretamente na sua capacidade de atenuação da barreira (de densidade uniforme ao

longo de sua distribuição) apresentando um desempenho maior para sons com um

comprimento de onda pequeno (altas frequências) e um desempenho mais baixo para

sons com comprimentos de onda maiores (baixas frequências). A nível de

comparação este fator não se repete de acordo com os dados obtidos no presente

trabalho, oscilando entre picos de alta e baixa atenuação de uma frequência para a

outra.

Da mesma forma que a colmeia, em sua frequência de ressonância, pode

transmitir o máximo de energia para o meio onde se encontra o decibelímetro, ela

também pode absorver o máximo de energia sonora, maximizando a sua eficiência

atenuante.

4.3. Análise Comparativa

A nível comparativo juntamente com a primeira etapa experimental utilizando a

caixa cúbica isolando a fonte sonora, foram analisados dados obtidos a respeito da

atenuação sonora de uma caixa de madeira revestida internamente com EVA em um

sistema de medição diferente (tabela 12).

Tabela 12: Resultados obtidos em um ensaio feito com uma caixa acústica de madeira

revestida internamente com EVA (VILASBOAS, 2015).

Frequências (Hz)

Medições Caixa de madeira (dB)

Medições Caixa de Madeira + EVA (dB)

Atenuação (%)

1000

76,82 54,44

29,13

5000

81,80 59,52

27,23

10000

84,08 68,56

18,45

Comparando as frequências analisadas que coincidiram apenas para o valor

de 10000 Hz em ambos os experimentos, pode-se observar que para o confinamento

da fonte sonora com EVA + madeira, em relação às medidas feitas apenas com a

caixa de madeira isolando a fonte sonora, foi obtido um percentual de atenuação de

18,45%, enquanto que para o sistema de medição utilizando o confinamento apenas

EVA, obteve-se um percentual de atenuação de 22,2%. Para a frequência analisada,

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o isolamento em escala absoluta se mostra mais eficiente dadas as condições

analisadas, não podendo afirmar que o mesmo acontece para outras frequências.

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54

6. Conclusões

A análise dos dados referentes à atenuação do som durante a primeira etapa e

segunda etapa de experimentos, mostraram resultados satisfatórios, possibilitando a

continuidade do andamento de pesquisas para o isolamento acústico utilizando

mantas residuais de EVA.

A resistência mecânica observada durante o processo de colagem das

colmeias losangulares e quadrangulares abre a possibilidade de aplicação do material

como isolante acústico para ambientes em que a barreira acústica possa estar sujeita

a esforços de compressão, visto que ela não apresentou deformações durante a

aplicação de esforços em sua superfície.

Além da eficiência atenuante para um ambiente fechado, as configurações de

colmeia também forneceram dados satisfatórios no âmbito da atenuação para um

ambiente aberto, onde as ondas se propagam no espaço com maior liberdade.

A explicação que se atribui para que as eficiências de atenuação sonora

apresentadas por cada barreira tenham diferido para determinadas faixas de

frequência, deve-se à diferença das dimensões dos seus formatos internos.

Como as frequências de ressonância variam para cada colmeia em função da

sua geometria interna, em um estado ressonante, no que diz respeito a transmissão

de energia de um meio para o outro, sua eficiência poderá ser máxima ou mínima,

dependendo da forma e do material da barreira imposta à propagação do som.

Para ambientes em que se tem a propagação de som com frequências bem

definidas, como o da caixa acústica do presente trabalho, pode-se concluir que a

eficácia de uma determinada colmeia só será garantida para uma determinada

frequência, podendo não ser garantida para valores diferentes. Em locais onde o som

não possui frequências bem definidas, não é possível afirmar qual delas obterá melhor

desempenho, visto que o som se propaga de maneira anômala, não tendo um

comportamento bem definido.

O confinamento total da fonte sonora, como o que foi feito para o primeiro

ensaio com manta residual de EVA se mostra a melhor alternativa para atenuar de

forma mais eficiente o som que se propaga em um meio, pois as reflexões sonoras no

interior do ambiente serão minimizadas devido baixa rigidez do EVA.

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Sugestões para trabalhos futuros:

Processar uma cola para EVA mais viscosa e com características próprias do

material, que seja capaz de atender a demanda de uma colagem mais eficaz

entre diferentes planos de mantas, que são caracteristicamente irregulares,

sem que seja necessário a utilização de uma máquina de regulagem térmica

para auxiliar a penetração da cola nas imperfeições da superfície da manta.

Analisar a capacidade de aplicação para a qual o material de estudo pode ser

utilizado de forma a se aproximar ainda mais da realidade.

Analisar e comparar o custo de aplicação da manta residual de EVA com

materiais já utilizados como atenuantes na indústria.

Confeccionar configurações de colmeias com formatos internos de variadas

geometrias.

Estudar o estado de vibração da manta residual, assim como o das colmeias,

em ressonância para definir em quais faixas de frequência sua atenuação é

maior.

Realizar o mesmo experimento com o interior da caixa retangular acústica de

madeira revestido com manta residual de EVA.

Analisar a resistência à compressão da colmeia para diferentes possíveis

aplicações.

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