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Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências Departamento de Biologia Vegetal Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas: caso de estudo da pedreira da Secil, no Outão Tese orientada por: Prof. Doutor Manuela Carolino Prof. Doutor José Miguel Barea Ana Catarina da Silva Afonso Doutoramento em Biologia (Microbiologia) 2011

Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

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Universidade de Lisboa

Faculdade de Ciências

Departamento de Biologia Vegetal

Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras

revegetadas:

caso de estudo da pedreira da Secil, no Outão

Tese orientada por: Prof. Doutor Manuela Carolino

Prof. Doutor José Miguel Barea

Ana Catarina da Silva Afonso

Doutoramento em Biologia (Microbiologia)

2011

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Agradecimentos

Este trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia através

da bolsa de doutoramento SFRH/BD/3216/2000.

À Prof. Manuela Carolino por ter aceite a orientação deste trabalho e pelo

entusiasmo, incentivo e apoio que sempre manifestou durante estes anos de

trabalho em conjunto.

Ao Prof. José Miguel Barea por ter aceite a orientação deste trabalho, pela

oportunidade de desenvolver o meu trabalho na Estación Experimental del

Zaídin, CSIC, Granada, Espanha e pelo apoio que manifestou desde o início

deste trabalho.

À Secil – Cal e Cimento S.A., em particular ao Eng.º Abreu e Eng.º Almeida

Barbosa, por ter permitido a realização deste trabalho e pelas facilidades

concedidas durante a implementação dos ensaios em viveiro, a colheita das

amostras e o desbaste dos pinheiros.

À Prof. Cristina Cruz pelo seu interesse, pela variada bibliografia

disponibilizada e as produtivas discussões sobre micorrizas e azoto do solo.

À Prof. Otília Correia e Prof. Amélia Martins Loução por terem impulsionado a

realização deste trabalho nas suas várias fases de desenvolvimento.

À Prof. Cristina Branquinho e Dra. Manuela Veloso pela oportunidade de

desenvolver as minhas competências profissionais, pelos conselhos e palavras

de encorajamento para terminar esta etapa.

À Dr.ª Nuria Ferrol por todo o seu apoio na resolução dos problemas técnicos

da parte molecular, sem o qual não teria sido possível terminar os trabalhos em

Granada.

I

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II

À Prof. Rosário Azcón y ao Dr. Juan Manuel Ruiz pelo apoio e incentivo que

sempre demonstraram por este trabalho e por me terem acolhido no seu

laboratório.

A todos os meus amigos e companheiros de casa, Carlos, Almu, Rosita, Astrid,

Ivan, Pablejo y Cecilia, Diana, Adriana, Alejo, Javi, Jabi, Chiqui, Manuel, Sónia,

Paqui, pela companhia, alegria, apoio e por tudo o que me ensinaram que

tornou as minhas estadias em Granaá inesquecíveis.

A todos os que em troca de um piquenique na pedreira do Outão se sujeitaram

a trabalhos realmente forçados Graça, Herculana, Ana Corrêa, Sérgio, João,

Ana Júlia, Sofia.

Ao Pedro Pinho, à Patrícia Silva e Alice pelas produtivas discussões sobre

estatística.

À Alice Maria por tantas boleias e boa companhia no terreno inóspito da

pedreira e à Maria Alice que muito me ajudou no laboratório e no campo,

trabalhar com ela sempre foi uma delícia.

À Patrícia, Luís, Ana Luísa e Adelaide por todo o apoio e boa influência para

levar este trabalho a bom porto.

Às minhas amigas Nucha, Irina, Rita e Vanessa que sempre me apoiaram,

encorajaram e quando necessário, chamaram-me à razão.

À minha prima Anabela e ao meu tio Zézinho, pelas infindáveis discussões

sobre tudo e nada, e à minha tia Lurdes pela sua enorme paciência e o seu

carinho.

Aos meus sobrinhos Gabriel, Francisco, David, Tomás e Rafael porque com um

sorriso, um abraço ou apenas com a sua presença conseguem iluminar os

meus dias.

Aos meus pais e às minhas irmãs pelo apoio, pela compreensão, pelo

incentivo, enfim por tudo.

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Índice

ÍNDICE DE FIGURAS...................................................................................... VII

ÍNDICE DE TABELAS ...................................................................................... XI

LISTA DE ABREVIATURAS E UNIDADES ................................................... XIII

RESUMO ........................................................................................................... 1

ABSTRACT ....................................................................................................... 3

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO......................................................................... 5

1.1. As comunidades microbianas do solo......................................................... 5

1.1.1. Importância e função ecológica ...................................................................................... 5

1.1.2. Caracterização da comunidade microbiana do solo....................................................... 6

1.2. Os microrganismos na recuperação de ecossistemas................................ 9

1.2.1. Avaliação da qualidade do solo .................................................................................... 11

1.2.2. Microrganismos promotores do crescimento vegetal ................................................... 24

1.2.3. A pedreira do Outão – um caso de estudo................................................................... 27

CAPÍTULO 2. ÂMBITO DO TRABALHO...................................................... 29

2.1. Enquadramento do trabalho...................................................................... 29

2.2. Objectivos ................................................................................................. 30

2.3. Esquema do trabalho ................................................................................ 30

2.3.1. Alterações na qualidade do solo provocadas pelo desbaste selectivo de pinheiros ... 31

2.3.2. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo sob a influência de indivíduos de Olea europaea adjacentes aos pinheiros desbastados .............. 33

2.3.3. Efeito da adição de estirpes microbianas no crescimento de espécies vegetais utilizadas na revegetação de pedreiras, em condições de viveiro ......................................... 34

CAPÍTULO 3. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................... 37

3.1. Local de estudo......................................................................................... 37

3.1.1. Pedreira do Outão......................................................................................................... 37

3.2. Efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros................................... 40

3.2.1. Desenho experimental .................................................................................................. 40

3.2.2. Manuseamento das amostras ...................................................................................... 40

3.2.3. Análises “in situ”............................................................................................................ 41

3.2.4. Análises laboratoriais.................................................................................................... 42

3.2.5. Análise estatística ......................................................................................................... 46

III

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3.3. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros............................ 47

3.3.1. Desenho experimental .................................................................................................. 47

3.3.2. Manuseamento das amostras de solo .......................................................................... 47

3.3.3. Dados climáticos ........................................................................................................... 48

3.3.4. Indicadores físico-químicos........................................................................................... 48

3.3.5. Indicadores microbianos ............................................................................................... 50

3.3.6. Indicadores de diversidade microbiana ........................................................................ 51

3.3.7. Análise estatística ......................................................................................................... 54

3.4. Utilização de microrganismos promotores do crescimento vegetal ........... 55

3.4.1. Locais de isolamento e características dos solos testados .......................................... 55

3.4.2. Amostragem, isolamento e selecção de estirpes bacterianas...................................... 56

3.4.3. Desenho experimental das experiências de inoculação de plântulas .......................... 57

3.4.4. Parâmetros do crescimento vegetal ............................................................................. 59

3.4.5. Análise estatística ......................................................................................................... 60

CAPÍTULO 4. RESULTADOS ....................................................................... 63

4.1. Efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo . 63

4.2. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo................................................................................................................... 73

4.2.1. Dados climáticos ........................................................................................................... 74

4.2.2. Indicadores físico-químicos........................................................................................... 75

4.2.3. Indicadores microbianos ............................................................................................... 76

4.2.4. Extracção de ADN......................................................................................................... 82

4.2.5. Indicadores de diversidade microbiana ........................................................................ 85

4.3. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo dos indivíduos de Olea europaea adjacentes ........................................... 87

4.3.1. Indicadores físico-químicos........................................................................................... 87

4.3.2. Indicadores microbianos ............................................................................................... 88

4.3.3. Indicadores de diversidade microbiana ........................................................................ 93

4.4. Utilização de microrganismos promotores do crescimento vegetal ........... 95

4.4.1. Isolamento das estirpes bacterianas ............................................................................ 95

4.4.2. Experiência # 1 – inoculação de plântulas de pinheiro com estirpes bacterianas (crescimento no substrato utilizado no processo de revegetação da pedreira do Outão). .... 96

4.4.3. Experiência # 2 – inoculação de plântulas das espécies autóctones com estirpes bacterianas, em condições de viveiro..................................................................................... 98

CAPÍTULO 5. DISCUSSÃO ........................................................................ 102

5.1. Efeito imediato do desbaste na qualidade do solo .................................. 102

5.2. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo................................................................................................................. 115

IV

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5.3. Efeito do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo dos indivíduos de Olea europaea adjacentes ....................................................... 125

5.4. Utilização de microrganismos promotores do crescimento vegetal......... 131

CAPÍTULO 6. CONCLUSÃO ...................................................................... 138

CAPÍTULO 7. BIBLIOGRAFIA ................................................................... 142

APÊNDICE 1 – MÉTODOS DE EXTRACÇÃO DE ADN DO SOLO.............. 160

APÊNDICE 2 – MEIOS DE CULTURA.......................................................... 162

V

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VI

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Índice de figuras

Figura 1.1 – Modelo para selecção dos indicadores para o conjunto mínimo de parâmetros (Adaptado de Karlen et al., 2003). ................................................ 14

Figura 1.2 – Modelo conceptual para prever o sucesso de processos de recuperação (Adaptado de Garten Jr e Ashwood, 2004). ................................ 18

Figura 2.1 – Representação esquemática da evolução dos indicadores da qualidade do solo ao longo do tempo de recuperação do ecossistema degradado. A linha cinzenta tracejada representa as condições ideais, semelhantes às encontradas num local não perturbado. A linha cinzenta sólida representa os indicadores associados à comunidade microbiana, com um desenvolvimento inicial rápido até alcançar o valor que o ecossistema pode suportar. A linha azul representa os indicadores físico-químicos os quais têm uma evolução mais lenta. ................................................................................ 32

Figura 3.1 – Figura ilustrativa do resultado da exploração mineira na pedreira da Secil. ........................................................................................................... 38

Figura 3.2 – Representação esquemática dos patamares da pedreira da Secil.......................................................................................................................... 39

Figura 3.3 – Representação do esquema de amostragem utilizado na determinação do efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo. ............................................................................................ 40

Figura 3.4 – Representação do esquema de amostragem utilizado na determinação do efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo. ............................................................................................ 47

Figura 4.1 – Dados microclimáticos obtidos no patamar P1 da pedreira da Secil durante os meses de Abril a Junho de 2003. ................................................... 64

Figura 4.2 – Conteúdo do solo em água registado nas amostras do patamar P1 da pedreira da Secil durante os meses de Abril a Junho de 2003. Os valores apresentados são médias ± erro padrão. , , , ,– pinheiros controlo; , , , – pinheiros desbastados. .................................................................. 65

Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses após o desbaste selectivo de pinheiros. Os valores apresentados são médias (n=3) e erro padrão. – Taxa de respiração; – Biomassa microbiana; P1C, P2C, P3C, P4C – pinheiros controlo; P1D, P2D, P3D, P4D – pinheiros desbastados................................. 66

Figura 4.4 – Actividade das enzimas fosfatase, -glucosidase e do complexo das celulases do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses após o desbaste

VII

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selectivo de pinheiros. Os valores apresentados são médias e erro padrão. – fosfatase, – -glucosidase e – celulase; P1C, P2C, P3C,

P4C – pinheiros controlo; P1D, P2D, P3D, P4D – pinheiros desbastados....... 69

Figura 4.5 – Análise de componentes principais da avaliação do efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo. – Solo pinheiro controlo; – Solo pinheiro desbastado. ............. Error! Bookmark not defined.

Figura 4.6 – Biomassa da comunidade microbiana no solo sob P. halepensis em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão. ...................................................................................... 77

Figura 4.7 – Quantificação da actividade da enzima fosfatase no solo sob P. halepensis em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão. ......................................................... 78

Figura 4.8 – Quantificação da actividade da enzima desidrogenase no solo sob P. halepensis em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão. ......................................................... 79

Figura 4.9 – Integração dos dados da monitorização da qualidade do solo sob P. halepensis, utilizando análise de componentes principais P1D0 2002 (), 2003 () e 2004 (); P1D40 2002 (), 2003 () e 2004 (); P3D0 2002 (), 2003 () e 2004 (); P3D40 2002 (), 2003 () e 2004 ()........................ 81

Figura 4.10 – Perfis de RISA das amostras de 2002 obtidos com os dois métodos de extracção de ADN testados. I – método Zhou e colaboradores (1996); II – método Ultra Clean™ Soil DNA Kit (Mo Bio Labs, Inc., Califórnia, EUA). ................................................................................................................ 83

Figura 4.11 – Perfis de ARDRA das amostras de 2002. Géis de poliacrilamida (19:1 acrilamida: bis-acrilamida) a 6%, TAE 1×, 4 H e 100 V........................... 84

Figura 4.12 – Perfis de RISA obtidos para as amostras do P1 no ano de 2002. Gel de poliacrilamida (19:1 acrilamida: bis-acrilamida) a 6%, TAE 1×, 16 H e 150 V. ............................................................................................................... 85

Figura 4.13 – Dendograma obtido a partir dos perfis de RISA para as amostras de P. halepensis. Distância igual a 1 – coeficiente de Pearson e associação feita através de UPGMA................................................................................... 86

Figura 4.14 – Biomassa da comunidade microbiana no solo sob O. europaea em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão. ...................................................................................... 89

Figura 4.15 – Quantificação da actividade da enzima fosfatase no solo sob O. europaea em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e

VIII

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D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão.......................................................... 90

Figura 4.16 – Quantificação da actividade da enzima desidrogenase no solo sob O. europaea em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias (n=4) ± erro padrão.................................... 91

Figura 4.17 – Integração dos dados da monitorização da qualidade do solo sob O. europaea, utilizando análise de componentes principais. P1D0 2002 (), 2003 () e 2004 (); P1D40 2002 (), 2003 () e 2004 (); P3D0 2002 (), 2003 () e 2004 (); P3D40 2002 (), 2003 () e 2004 (). ...................... 92

Figura 4.18 – Dendograma obtido a partir dos perfis de RISA para as amostras de O. europaea. Distância igual a 1 – coeficiente de Pearson e associação feita através de UPGMA. ......................................................................................... 94

Figura 4.19 – Taxa de crescimento relativo em altura e diâmetro basal em plântulas de P. halepensis, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi a marga da pedreira do Outão (pobre em nutrientes). Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. * – p < 0,05................................................... 96

Figura 4.20 – Altura e diâmetro basal de plântulas de P. halepensis, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi a marga da pedreira do Outão (pobre em nutrientes). Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. * – p < 0,05. ................................................................................................................. 97

Figura 4.21 – Taxa de crescimento relativo em altura e diâmetro basal em plântulas de espécies autóctones, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi turfa. Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. * – p < 0,05........................................................................................................................ 100

Figura 5.1 – Taxa de respiração do solo ao longo do ano (Adaptado de Tang et al., 2005a). ..................................................................................................... 106

IX

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X

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Índice de tabelas

Tabela 1.1 – Exemplos de indicadores da qualidade do solo e dos processos que afectam (Adaptado de Karlen et al., 1997; van Eekeren et al., 2010). ...... 13

Tabela 3.1 – Lista de espécies vegetais utilizadas no processo de revegetação na pedreira da Secil. Nomenclatura de acordo com Franco (1971 – 1984). .... 38

Tabela 3.2 – Densidade e dimensões dos pinheiros dos patamares P1 e P3 da pedreira em 2002, antes do desbaste selectivo de pinheiros. Os valores apresentados são médias ± desvio padrão (Dados de Nunes et al., não publicado)......................................................................................................... 39

Tabela 3.3 – Tratamentos utilizados no ensaio em viveiro em plântulas de P. halepensis e em indivíduos das espécies autóctones...................................... 58

Tabela 4.1 – Correlação entre os indicadores da qualidade do solo e os principais factores da análise de componentes principais, na avaliação do efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros. TR – taxa respiração; BM – biomassa microbiana; AF – actividade fosfatásica; AG – actividade -glucosidásica; AC – actividade celulásica; CA – conteúdo em água. .............. 73

Tabela 4.2 – Dados climáticos obtidos pela Estação Meteorológica de Setúbal. Os dados de Inverno correspondem aos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro. Mar. – Março, Fev. – Fevereiro. ...................................................... 74

Tabela 4.3 – Comparação dos dados obtidos na Estação Meteorológica de Setúbal e na pedreira da Secil (P3). Os dados são referentes ao ano de 2003.......................................................................................................................... 75

Tabela 4.4 – Indicadores físico-químicos da qualidade do solo sob P. halepensis em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão.......................................................... 76

Tabela 4.5 – Correlação entre os indicadores da qualidade do solo e os principais factores da análise de componentes principais, para o solo sob a influência de P. halepensis. BM – biomassa microbiana; AD – actividade desidrogenase; AF – actividade fosfatase; MO – matéria orgânica. ................ 81

Tabela 4.6 – Indicadores físico-químicos da qualidade do solo sob O. europaea em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão. ...................................................................................... 88

Tabela 4.7 – Correlação entre os indicadores da qualidade do solo e os principais factores da análise de componentes principais, para o solo sob a

XI

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influência de O. europaea. BM – biomassa microbiana; AD – actividade desidrogenase; AF – actividade fosfatase; MO – matéria orgânica.................. 93

Tabela 4.8 – Pesos secos e proporção raiz/parte aérea de plântulas de P. halepensis, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi a marga da pedreira do Outão (pobre em nutrientes). Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. * – p < 0,05................................................................................... 99

Tabela 4.9 – Parâmetros de crescimento das plântulas de espécies autóctones, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi turfa. Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. Para cada espécie vegetal e em cada coluna, os valores com letras diferentes são significativamente diferentes (p < 0,05 teste de Dunnett). A experiência teve uma duração de 131 dias. TCRcr – taxa de crescimento relativo em comprimento do ramo. .................. 101

Tabela 6.1 – Resumo das hipóteses colocadas no Capítulo 2 – Âmbito do trabalho relativo ao estudo da comunidade microbiana do solo da pedreira em processo de revegetação. .............................................................................. 140

XII

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Lista de abreviaturas e unidades

AC – actividade celulásica

ADN – ácido desoxirribonucleico

AF – actividade fosfatase

AG – actividade -glucosidase

ARDRA – “amplified ribossomal DNA restriction analysis”

ARN – ácido ribonucleico

BM – biomassa microbiana

C – carbono

ºC – grau Celsius

D0 e D40 – parcela controlo e com 40% de desbaste selectivo de pinheiros da pedreira do Outão

FAME – fatty acid methyl ester

g – centrifuga

g – grama

h – hora

INT – 2-p-iodophenyl-3-p-nitrophenyl-5-tetrazolium chloride

INTF – iodonitrotetrazolium formazan

L – litro

M – molaridade

ml – mililitro

mm – milímetro

MO – matéria orgânica

N – nitrogénio, azoto

nm – nanómetro

XIII

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XIV

P – fósforo

P1 e P3 – patamar 1 e 3, respectivamente, da pedreira do Outão

PCR – “polimerase chain reaction”

rADN – ADN ribosomal

RISA – “ribossomal intergenic spacer analysis”

S – enxofre

S.E.R.I.S. & P.W.G. – Society for Ecological Restoration International Science & Policy Working Group

THAM – tris(hidroximetil)aminometano

TR – taxa respiração

TCR – taxa de crescimento relativo

TCRalt – taxa de crescimento relativo em altura

TCRcr – taxa de crescimento relativo em comprimento do ramo.

TCRdb – taxa de crescimento relativo em diâmetro basal

UPGMA – unweighted pair group method using arithmetic averages

V – volts

g – micrograma

m – micrómetro

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Resumo

A implementação de projectos de revegetação permite a recuperação de

ecossistemas perturbados pela actividade humana, e a protecção dos solos

dos processos de degradação, como a erosão. A comunidade microbiana do

solo é considerada a base de todos os ecossistemas terrestres, dadas as suas

funções ecológicas e relações com o coberto vegetal. A caracterização da

comunidade microbiana do solo é importante para definir a sua capacidade

para sustentar vegetação. Por outro lado, a adição de microrganismos capazes

de disponibilizar nutrientes essenciais às plantas pode estimular o

desenvolvimento vegetal e o estabelecimento da comunidade vegetal.

Este trabalho teve com local de estudo a pedreira do Outão, situada no Parque

Natural da Arrábida, e o seu principal objectivo foi o estudo da comunidade

microbiana do solo da pedreira em processo de revegetação. Estabeleceram-

se ensaios para determinar: o efeito imediato e a curto prazo do desbaste

selectivo de pinheiros na qualidade do solo; o efeito a curto prazo do desbaste

selectivo de pinheiros na qualidade do solo sob os indivíduos de Olea europaea

adjacentes; o efeito da adição de inóculos microbianos no crescimento de

plântulas de Pinus halepensis e de espécies autóctones.

Os resultados obtidos indicam que a resposta da comunidade microbiana do

solo a alterações no ecossistema, climáticas ou nutricionais, é detectável numa

escala de tempo curta – dias a semanas. O desbaste altera o tamanho e

actividade da comunidade microbiana do solo sob a influência dos pinheiros

desbastados, mas essas alterações desvanecem-se ao longo do tempo. O

desbaste selectivo de pinheiros não teve efeito significativo a curto prazo nas

características microbiológicas do solo sob a influência de O. europaea. A

inoculação de bactérias de vida livre incrementa o crescimento das plântulas de

P. halepensis, mas não das espécies autóctones. A ocorrência de efeito da

adição de bactérias de vida livre no crescimento das plântulas depende da

combinação bactéria/espécie vegetal utilizada.

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Palavras-chave: comunidade microbiana do solo, desbaste selectivo de

pinheiros; qualidade do solo, revegetação de pedreiras; rizobactérias

promotoras do crescimento vegetal.

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Abstract

The implementation of revegetation practices allows the recovery of

ecosystems damaged due to human activity, and protects the soils from

degradation processes, like erosion. The soil microbial community is considered

the basis of all terrestrial ecosystems, given its ecological functions and

relationship with vegetation. Characterization of soil microbial community is

important to establish the soil capacity to sustain vegetation. Moreover, the

inoculation of micro-organisms capable of providing plant nutrients can

stimulate plant growth and establishment of plant communities.

The present study was carried out in a limestone quarry currently operating

inside Arrábida Natural Park. The main aim of this work was to study the soil

microbial community in the quarry revegetation process. Experiments were

established to determine: the immediate and short-term effect of pine thinning

on soil quality, the short-term effect of pine thinning on soil quality of the

adjacent individuals of Olea europaea, and the effect of bacterial inoculation on

Pinus halepensis and native species seedling growth.

The results indicate that the soil microbial community response to nutrient and

climatic changes in the ecosystem is detectable on a short time scale - days or

weeks. Thinning changes the size and activity of soil microbial community of

thinned pines, but these changes fade over time. Pine thinning doesn’t have an

effect on the soil microbial community of O. europaea. Inoculation of free-living

bacteria increases the growth of P. halepensis seedlings, but doesn’t have an

effect on the growth of native species seedlings. The benefits of free-living

bacteria inoculation depends on the combination of tree species/ micro-

organism used.

Keywords: quarry revegetation; pine thinning; soil quality; soil microbial

community; plant growth promoting rhizobacteria.

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Capítulo 1. Introdução

1.1. As comunidades microbianas do solo

1.1.1. Importância e função ecológica

A comunidade microbiana do solo é considerada a base de todos os

ecossistemas terrestres, dado o papel que os microrganismos desenvolvem na

formação do solo, no estabelecimento do coberto vegetal e na transformação

da matéria orgânica (Mummey et al., 2002). Os processos mediados pela

comunidade microbiana afectam diversos serviços providenciados pelos

ecossistemas terrestres, nomeadamente a produção agrícola e florestal, a

reciclagem de resíduos e de gases com efeito de estufa (Barrios, 2007;

Coleman et al., 2004; Schimel e Gulledge, 1998; van Eekeren et al., 2010).

Aumentar a produtividade agrícola e florestal para satisfazer as necessidades

de uma população mundial em crescimento não é um problema recente. No

passado, a solução encontrada foi a utilização de fertilizantes e pesticidas

aliada a práticas agrícolas e florestais intensivas (FAO, 2010). Actualmente, os

problemas ambientais, como a poluição das águas superficiais e subterrâneas,

e os custos económicos associados a estas práticas agrícolas exigem uma

nova solução (Adesemoye et al., 2008; Richardson, 2007). A manipulação da

comunidade microbiana do solo pode contribuir para a resolução desta questão

de duas formas distintas. Por um lado, a comunidade microbiana do solo é

responsável por virtualmente todo o processo de decomposição da matéria

orgânica do solo e, consequentemente, pode aumentar a fertilidade do solo

(Coleman et al., 2004). Por outro lado, as interacções entre plantas e

microrganismos na rizosfera podem incrementar significativamente o

crescimento e a saúde dessas plantas, nomeadamente através do aumento da

eficiência da aquisição de nutrientes (Richardson et al., 2009).

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Capítulo 1

A decomposição de resíduos orgânicos é um importante serviço do

ecossistema desempenhado pela comunidade microbiana do solo (Coleman et

al., 2004). Este serviço permite resolver duas questões ambientais: o

tratamento dos resíduos orgânicos produzidos nas actividades antropogénicas

e a utilização de fertilizantes químicos para repor os nutrientes retirados do solo

pela produção agrícola e florestal. A comunidade microbiana do solo também

tem um papel importante na regulação global dos gases com efeito de estufa,

pela sua função na sequestração de carbono no solo e na produção de metano

e óxidos de nitrogénio (Schimel e Gulledge, 1998).

1.1.2. Caracterização da comunidade microbiana do solo

O tamanho, a composição e a actividade da comunidade microbiana do solo

são influenciados pelas condições ambientais do habitat ocupado (Atlas e

Bartha, 1998; Singh e Mukerji, 2006). As condições ambientais do solo,

nomeadamente o pH e a disponibilidade em nutrientes, água e oxigénio,

resultam de complexas interacções entre as partículas do solo, a componente

biótica (plantas, microrganismos e fauna) e as condições climáticas (Coleman

et al., 2004). No caso dos microrganismos as interacções com o ambiente

ocorrem numa micro-escala (Dechesne et al., 2003). Por exemplo, as

partículas do solo, cujo tamanho pode variar entre alguns m e mm, possuem

extensas superfícies para o desenvolvimento microbiano (Coleman et al.,

2004). A relação entre a comunidade microbiana e as condições físico-

químicas do solo está na origem da distribuição espacial heterogénea e em

mosaico apresentada pela comunidade microbiana no solo (Coleman et al.,

2004; Dechesne et al., 2003; Klironomos et al., 1999).

Estudar a comunidade microbiana do solo na micro-escala é particularmente

difícil, em grande parte devido ao tamanho dos microrganismos e à

heterogeneidade estrutural do solo (Dechesne et al., 2003). Não obstante estas

dificuldades, há evidências de que a biomassa da comunidade microbiana e os

nutrientes do solo, entre outras variáveis bióticas e abióticas, apresentam uma

estrutura espacial em escalas inferiores ao metro (Klironomos et al., 1999). Em

particular, a comunidade microbiana apresenta pequenos locais com elevada

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Introdução

actividade rodeados por uma extensa matriz com actividade intermédia

(Klironomos et al., 1999).

A ocorrência de locais de elevada actividade microbiana está associada à

presença de matéria orgânica (Goberna et al., 2007a). Como as plantas são as

principais fontes de matéria orgânica do solo, pela produção de exsudados

radiculares, folhada e raízes senescentes (Grayston et al., 1996; Valé et al.,

2005), elas podem servir como ponto de referência à ocorrência destes locais

(Goberna et al., 2007a; Klironomos et al., 1999). A rizosfera, ou seja o solo sob

a directa influência das raízes das plantas (até cerca de 4 mm de distância da

raiz), é caracterizada por albergar uma comunidade microbiana com elevado

número de microrganismos e elevadas taxas de actividade. O tamanho e a

diversidade funcional desta comunidade são determinados pela quantidade e

composição dos exsudados radiculares libertados pela planta (Dilkes et al.,

2004; Cullings et al., 2005; Clayton et al., 2008). Em solos com reduzido

conteúdo em matéria orgânica, a comunidade microbiana, localizada fora da

rizosfera, apresenta menores números de microrganismos e predominam os

microrganismos de crescimento lento, os quais devem ter apenas 2 a 3

divisões celulares por ano (Coleman et al., 2004).

As comunidades microbianas do solo podem ser constituídas por vírus,

árqueas, bactérias, fungos, algas e protozoários (Atlas e Bartha, 1998). A

relação entre a diversidade e a função da comunidade microbiana no solo

ainda não é totalmente conhecida, no entanto assume-se que a biodiversidade

influencia a estabilidade, a produtividade e a resiliência do ecossistema

(Torsvik e Øvreås, 2002). O estudo da biodiversidade microbiana do solo não

pode ser encarado do mesmo modo que a biodiversidade vegetal ou animal

(Anderson, 2003; Torsvik e Øvreås, 2002). Em geral, o estudo da

biodiversidade vegetal ou animal requer a determinação de parâmetros como o

número de indivíduos de cada espécie e/ou o número total de espécies

existentes num determinado local (Kent e Coker, 1994; Krebs, 1989).

Se considerarmos que uma grama de solo pode conter até 10 biliões de

microrganismos e milhares de espécies microbianas, rapidamente nos

apercebemos da magnitude do trabalho necessário para a determinação do

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Capítulo 1

número total de espécies microbianas de um solo (Anderson, 2003; Rosselló-

Mora e Amann, 2001). O facto da maioria dos microrganismos do solo serem

incapazes de crescer em meio de cultura torna a determinação do número de

espécies mais complicada. Pois, do ponto de vista taxonómico, para se

identificar uma espécie bacteriana é necessário a descrição do fenótipo, e

consequentemente o crescimento dos organismos em meios de cultura

(Anderson, 2003; Rosselló-Mora e Amann, 2001). Por este motivo, há autores

que defendem que a biodiversidade do solo deve ser focada em grupos

funcionais de microrganismos, como por exemplo os microsimbiontes

(micorrizas, fixadores de N2), os decompositores (degradação de celulose ou

lenhina) ou os envolvidos em transformações elementares (nitrificantes,

desnitrificantes) (Barrios, 2007).

A relação entre a diversidade microbiana e a função ecológica tem sido

estudada através de estudos que avaliam a diversidade taxonómica em

conjunto com a diversidade dos genes envolvidos na função e a actividade das

enzimas do solo (Torsvik e Øvreås, 2002). É de se esperar que haja alterações

na diversidade microbiana associada a alterações das condições ambientais,

dado que os diferentes microrganismos reagem de forma distinta às condições

ambientais (Klironomos et al., 1999; Torsvik e Øvreås, 2002). A quantificação

das actividades microbianas pode ser mais útil para compreender a função do

solo, do que saber o número de microrganismos ou de espécies aí presentes

(Barrios, 2007; Caldwell, 2005).

A diversidade genética é um dos factores que determina a diversidade

funcional da comunidade microbiana, e inclui um elevado grau de redundância

funcional, ou seja inclui diferentes espécies capazes de efectuar a mesma

actividade metabólica (Anderson, 2003; Ekschmitt e Griffiths, 1998; Torsvik e

Øvreås, 2002). As condições ambientais são o outro factor que determina as

actividades microbianas do solo. Em locais com reduzidos níveis de oxigénio,

como o interior dos agregados, é possível que ocorram processos

fermentativos ou respiração anaeróbica com nitrato como aceitador final de

electrões. Por outro lado, em locais com bom arejamento, como as superfícies

dos agregados, poderemos ter a decomposição da matéria orgânica associada

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Introdução

ao processo de respiração aeróbia (Coleman et al., 2004). Em geral, a

actividade microbiana é determinada através de procedimentos laboratoriais

em condições óptimas para a actividade pretendida e não nas condições que

realmente existem no solo (Tabatabai, 1994). Esta situação surge devido a

dificuldades metodológicas em determinar as actividades microbianas in situ e,

portanto, a maioria dos estudos existentes retratam o potencial de actividade

máxima da comunidade microbiana (Caldwell, 2005; Tabatabai, 1994).

1.2. Os microrganismos na recuperação de ecossistemas

As actividades antropogénicas, tais como a produção agrícola e florestal, a

extracção de minério, a construção de acessibilidades e habitações, etc.,

provocam alterações significativas nos ecossistemas (García e Hernandez,

1997; Garten Jr. e Ashwood, 2004; Jonhston e Crossley Jr., 2002). Os

principais problemas resultantes da degradação dos ecossistemas são: a perda

de produtividade agrícola e florestal, a perda de biodiversidade vegetal e

animal, a erosão do solo e a deterioração da qualidade da água. Actualmente a

perda de biodiversidade é uma questão relevante pelo seu envolvimento nos

serviços dos ecossistemas (Pereira et al., 2010). A estratégia para manter ou

evitar a perda de biodiversidade deve passar pela recuperação dos

ecossistemas degradados. O processo de recuperação permitirá que estes

ecossistemas sejam capazes de suster vida selvagem ou produção agrícola e

florestal, e evita a transformação de habitats naturais em campos agrícolas

e/ou florestais (Ngugi et al., 2011; Sayer et al., 2004).

Uma vez terminada a intervenção humana a maioria destes ecossistemas seria

naturalmente capaz de atingir um nível de desenvolvimento semelhante à zona

não perturbada (Cullen et al., 1998; Ruiz-Jaen e Aide, 2006). Contudo, este

processo natural de recuperação pode demorar até centenas de anos, o que

constitui demasiado tempo para lidar com os problemas ambientais actuais e

por isso torna imperativo a intervenção humana (Correia et al., 2001; Cullen et

al., 1998). Existem diferentes tipos de processos de recuperação de

ecossistemas, como restauração ecológica e reabilitação ecológica (“ecological

restoration and ecological rehabilitation”), no entanto, todos eles passam pela

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Capítulo 1

implementação de coberto vegetal (Cortina et al., 2006) e têm como objectivo

final o estabelecimento de um ecossistema auto-sustentável (Ruiz-Jaen e Aide,

2005).

O solo é uma componente importante dos ecossistemas terrestres e os

processos mediados pela comunidade microbiana afectam diversos serviços

providenciados por estes ecossistemas (Barrios, 2007; Coleman et al., 2004;

Schimel e Gulledge, 1998; van Eekeren et al., 2010). Portanto, conhecer e

aprofundar a microbiologia do solo é indispensável para uma recuperação

sustentável dos ecossistemas (Garten Jr. e Ashwood, 2004; Ruiz-Jaen e Aide,

2005).

A avaliação do sucesso dos projectos de recuperação de ecossistemas tem

sido efectuada, regra geral, considerando apenas indicadores relativos às

comunidades vegetais e propriedades físico-químicas do solo, como por

exemplo: erosão do solo, cobertura e diversidade vegetal (Cullen et al., 1998;

Montoro et al., 2000; Mummey et al., 2002; Muzzi et al., 1997). Contudo, o

estabelecimento de uma comunidade microbiana do solo funcional é crucial

para o desenvolvimento da estrutura do solo e a reactivação dos ciclos

biogeoquímicos (Allen, 1989). Logo, para determinar a sustentabilidade de

qualquer ecossistema é necessário considerar a comunidade microbiana do

solo (Garten Jr. e Ashwood, 2004; Ruiz-Jaen e Aide, 2005).

A comunidade microbiana tem sido utilizada em diversos estudos de

monitorização e recuperação de ecossistemas. Diversas propriedades e

características microbianas, entre as quais a biomassa da comunidade

microbiana, a respiração basal e diversas actividades enzimáticas,

demonstraram ser capazes de evidenciar o estado de degradação dos solos

(Garcia e Hernandez, 1997) e o efeito da adição de suplementos orgânicos na

recuperação destes solos (Bastida et al., 2007; Pascual et al., 2000; Rós et al.,

2003). Izquierdo e colaboradores (2005) utilizaram diversas actividades

enzimáticas associadas a parâmetros físico-químicos para descrever o efeito

do processo de revegetação de uma mina de extracção de niquel-crómio-

cobalto em clima subtropical. Enquanto, Mummey e colaboradores (2002)

demonstraram que os perfis de ácidos gordos da comunidade microbiana

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Introdução

(FAME – fatty acid methyl ester), podem ser utilizados como indicadores do

progresso do processo de recuperação.

Os solos degradados sujeitos a climas áridos ou semi-áridos, como acontece

nos ecossistemas mediterrânicos, caracterizam-se por uma fraca resiliência

aos efeitos do uso insustentável do solo (Pascual et al., 2000). O declínio na

percentagem de cobertura vegetal, frequentemente devido a práticas agrícolas

ou a actividade de extracção de minério, associado às condições climáticas

(Verões quentes e secos e Invernos moderadamente frios e húmidos) agrava

os processos de erosão e salinização dos solos (García e Hernandez, 1997;

Pascual et al., 2000). Esta situação conduz a uma diminuição da fertilidade do

solo, nomeadamente no nível de matéria orgânica, o que dificulta o

estabelecimento de novo coberto vegetal e consequentemente a recuperação

natural do ecossistema (García e Hernandez, 1997; Pascual et al., 2000).

A comunidade microbiana do solo pode ser manipulada de forma a incrementar

o estado nutricional das plantas (Caravaca et al., 2002; Clemente et al., 2004;

Rao e Tak, 2002; Requeña et al., 2001). Os microrganismos simbiontes têm

sido os mais utilizados como tratamento em processos de recuperação de

ecossistema para incrementar a taxa de sobrevivência das plantas

transplantadas (Caravaca et al., 2002; Clemente et al., 2004; Rao e Tak, 2002;

Requeña et al., 2001). A adição de fungos micorrízicos pode conferir diversos

benefícios à planta, em particular o incremento do seu conteúdo nutricional

(Barea et al., 2002). Herrera e colaboradores (1993) demonstraram a

importância de utilizar fungos micorrízicos como tratamento num programa de

recuperação de ecossistemas mediterrânicos. As espécies bacterianas

capazes de fixar o azoto atmosférico e de formar simbioses com as plantas

(Rhizobium sp. e Frankia sp.) são outro exemplo de microrganismos aplicados

durante processos de recuperação de ecossistemas (Requeña et al., 2001).

1.2.1. Avaliação da qualidade do solo

No início da década de 1990 começaram a surgir as preocupações mundiais

referentes à sustentabilidade dos recursos naturais. No caso do solo, a

revolução agrícola após a 2ª Guerra Mundial (utilização de fertilizantes,

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Capítulo 1

pesticidas e práticas agrícolas intensivas) permitiu um aumento na

produtividade nunca antes visto. Contudo, não foram tomadas as medidas

necessárias para manter a produtividade agrícola e a qualidade ambiental a

longo-prazo (Karlen et al., 1997). O termo qualidade do solo surge para dar

resposta às questões ambientais relativas à sustentabilidade do solo,

particularmente em relação à produção agrícola (Janvier et al., 2007; Karlen et

al., 1997). Actualmente, a qualidade do solo é reconhecida mundialmente como

o principal factor que determina a produtividade e qualidade das culturas

agrícolas (van Eekeren et al., 2010).

Diversas definições de qualidade do solo têm sido propostas desde a década

de 90 (Karlen et al., 1997; van Eekeren et al., 2010). A Associação Americana

da Ciências do Solo (Soil Science Society of America) define qualidade do solo

como a aptidão de um solo específico de funcionar, dentro dos limites dos

ecossistemas naturais ou com gestão, suster a produtividade vegetal e animal,

manter ou melhorar a qualidade da água e do ar, e suportar a saúde humana e

habitação (Karlen et al., 1997). Esta é uma definição abrangente, amplamente

aceite e que pode ser empregue em diversos tipos de solo com diferentes usos

(Doran e Zeiss, 2000; Gil-Sotres et al., 2005; Janvier et al., 2007). Na União

Europeia a definição utilizada diz que: A qualidade do solo é uma determinação

da habilidade do solo em providenciar serviços sociais e do ecossistema,

através da sua capacidade de realizar as suas funções e responder a

influências externas (Tóth et al., 2007).

Diversos autores e a Associação Americana das Ciências do Solo defendem

que a avaliação da qualidade do solo deve ser baseada na função do solo

(Karlen et al., 1997; Kelting et al., 1999; van Eekeren et al., 2010). Após a

identificação da função do solo, esta deve ser definida em termos de processos

e características físicas, químicas e biológicas (Karlen et al., 1997). Por

exemplo, se a função do solo é manter a produtividade florestal então o solo

tem que: (i) promover o crescimento radicular; (ii) providenciar água e

nutrientes; (iii) promover as trocas gasosas entre o solo e a atmosfera; (iv)

promover a actividade biológica do solo (Kelting et al., 1999). Na Tabela 1.1

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Introdução

estão descritos alguns dos indicadores utilizados na avaliação da qualidade do

solo e a sua relação com os processos do solo.

Tabela 1.1 – Exemplos de indicadores da qualidade do solo e dos processos que afectam (Adaptado de Karlen et al., 1997; van Eekeren et al., 2010).

Parâmetro analisado Processo biológico

Infiltração Potencial de lixiviação e escorrência, eficiência do uso de água pela planta, potencial de erosão

Agregação Estrutura do solo, resistência à erosão, infiltração, emergência das culturas

pH Disponibilidade de nutrientes, mobilidade e absorção de pesticidas, actividade biológica, grupos funcionais dominantes

Matéria orgânica Ciclo de nutrientes, retenção de pesticidas e água, estrutura do solo, produtividade

Biomassa microbiana Actividade biológica, ciclo de nutrientes, capacidade de degradação de pesticidas

Formas de N Disponibilidade para as culturas, potencial de lixiviação, taxas de mineralização e imobilização

A qualidade do solo deve ser avaliada através de um conjunto mínimo de

parâmetros (MDS – Minimum Data Set) que inclua as características físicas,

químicas e biológicas do solo (Figura 1.1) (Doran e Zeiss, 2000; Karlen et al.,

2003). O estabelecimento de indicadores e dos seus limites críticos que

descrevam o funcionamento sustentável do solo é necessário para a

implementação da legislação adequada (Arshad e Martin, 2002; Page-

Dumroese et al., 2000; Ritz et al., 2009). Contudo, é amplamente aceite que

não é possível estabelecer um conjunto de indicadores que possa ser aplicado

a todos os tipos de solo e independentemente do seu uso, dadas as

características intrínsecas dos solos (Arshad e Martin, 2002; Karlen et al.,

2003).

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Capítulo 1

Consequentemente, na literatura científica vamos encontrar muitos estudos

que avaliam a qualidade dos solos com diferentes conjuntos de parâmetros e

diferentes modos de análise dos resultados (Bending et al., 2004; Gardi et al.,

2002; Paz-Jímenez et al., 2002; Ramos et al., 2010; Sepp et al., 2005; USDA-

DNRCS, 1999; van Eekeren et al., 2010; Zornoza et al., 2007).

Objectivos do processo de gestão

Função do solo Função do solo Função do solo

Figura 1.1 – Modelo para selecção dos indicadores para o conjunto mínimo de parâmetros (Adaptado de Karlen et al., 2003).

1.2.1.1. Indicadores físico-químicos

As características físico-químicas são úteis na determinação do estado

ecológico do solo (Ritz et al., 2009). Alguns autores argumentam que não são

suficientemente sensíveis e que só apresentam diferenças significativas

quando há alterações drásticas no solo (Filip, 1998; Gil-Sotres et al., 2005). No

entanto, para os agricultores e produtores florestais, os principais utilizadores

desta ferramenta, estas são as características com que lidam e que melhor

compreendem. Adicionalmente, é possível fazer estas determinações no

campo, por mão-de-obra não especializada e utilizando equipamentos simples

(Seybold e Herrick, 2001; USDA-DNRCS, 1999). Alguns dos indicadores físico-

químicos mais utilizados são: a densidade de partículas, a textura, a

estabilidade dos agregados, a matéria orgânica, o pH, e a concentração de

nutrientes (Gardi et al., 2002; Kelting et al., 1999; USDA-DNRCS, 1999).

A estrutura do solo é a designação dada à organização especial das partículas

no solo (Coleman et al., 2004; Hillel, 2003). Contudo, este termo expressa um

IndicadorIndicador Indicador Indicador Indicador

Conjunto mínimo de parâmetros (MDS)

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Introdução

conceito qualitativo e não existe um método objectivo capaz de medir

efectivamente a estrutura do solo (Hillel, 2003). A estrutura do solo determina a

porosidade total e o tamanho e forma dos poros do solo, afecta a retenção e a

passagem de líquidos, incluindo a infiltração e o arejamento do solo, e as

propriedades mecânicas do solo, as quais afectam numerosos processos como

a germinação e a erosão (Coleman et al., 2004; Hillel, 2003).

A densidade de partículas, a textura e a estabilidade dos agregados são

parâmetros utilizados para descrever a estrutura do solo, porque são atributos

do solo que dependem da sua estrutura (Hillel, 2003; USDA-DNRCS, 1999). A

densidade de partículas é definida pelo rácio entre o peso seco do solo

(massa) e o seu volume, o qual inclui o volume das partículas e o espaço dos

poros. Esta característica é dependente da textura do solo e da disposição

espacial das partículas do solo. Nos solos com densidade de partículas

elevadas poderá haver restrições ao crescimento das plantas (USDA-DNRCS,

1999).

O termo textura refere-se à medição precisa da distribuição dos tamanhos das

partículas do solo e as proporções entre as várias gamas de tamanho de

partículas que compõem o solo. Esta característica é expressa em

percentagem de partículas de limo, argila e areia presentes no solo. A textura

do solo tem uma influência significativa no comportamento físico e mecânico do

solo e em todas as propriedades relacionadas com o conteúdo e movimento da

água (por exemplo retenção da água) (Coleman et al., 2004; Hillel, 2003;

Pansu e Gautheyrou, 2006).

As partículas do solo encontram-se agrupadas em unidades estruturais

compostas, designadas de agregados. Estes agregados variam em tamanho e

complexidade, podendo ir desde as partículas primárias de argila até

agregados com diversos centímetros constituídos por minerais e matéria

orgânica (Coleman et al., 2004; Hillel, 2003). A estabilidade dos agregados

expressa a resistência dos agregados do solo à acção de forças destrutivas,

quer sejam forças aplicadas por sistemas mecânicos (por exemplo, durante a

lavoura) ou pela água (Hillel, 2003). O procedimento clássico e ainda o mais

15

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Capítulo 1

prevalente para testar a estabilidade dos agregados do solo à água é o método

de crivagem molhada (Hillel, 2003; Seybold e Herrick, 2001).

A estabilidade dos agregados do solo resulta da ocorrência de diversos

agentes de ligação, os quais podem actuar em diferentes escalas (Jastrow et

al., 1998). As raízes das plantas, as micorrizas e a comunidade microbiana do

solo são componentes importantes na formação e degradação dos agregados

do solo e actuam em diferentes escalas (Edgerton et al., 1995; Hillel, 2003;

Jastrow et al., 1998). As raízes muito finas têm um efeito directo na

estabilidade dos macroagregados, através da formação de uma rede que

fisicamente comprime os agregados entre si, enquanto que as micorrizas têm

um maior efeito indirecto pela estimulação da comunidade microbiana (Jastrow

et al., 1998). A comunidade microbiana e as plantas libertam composto

mucilaginosos que actuam como cimento entre as partículas, no entanto estes

compostos são transitórios e passíveis de decomposição microbiana (Edgerton

et al., 1995; Hillel, 2003).

O conteúdo em matéria orgânica de um solo reflecte o seu potencial de

fertilidade, dado que a mineralização desta matéria orgânica vai disponibilizar

compostos inorgânicos para a flora e os microrganismos (Karlen et al., 1997;

Pansu e Gautheyrou, 2006). A matéria orgânica do solo é composta por uma

variedade de compostos com diferentes características químicas e

disponibilidade física, as quais associadas às condições climáticas determinam

a sua taxa de decomposição (Rovira e Vallejo, 2007). Portanto, diferenças na

quantidade e composição da matéria orgânica podem modificar drasticamente

as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (Pansu e Gautheyrou,

2006).

A imobilização resulta da retenção de nutrientes pelos microrganismos e do

processo de transformação da matéria orgânica em substâncias húmicas, isto é

compostos orgânicos de difícil degradação pelos microrganismos. Estas

substâncias húmicas são classificadas em três grupos de acordo com a sua

solubilidade: os ácidos húmicos, os ácidos flúvicos e humina. Estes compostos

correspondem a cerca de 60 a 70% do carbono do solo, constituindo um

importante reservatório de C para a biosfera, também servem como fertilizantes

16

Page 33: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Introdução

para a flora (Pansu e Gautheyrou, 2006). Estes compostos afectam a

capacidade de retenção de água, a estabilidade dos agregados e a capacidade

de troca catiónica do solo. A sua capacidade de ligação a outras moléculas

orgânicas afecta a actividade, persistência e degradação de pesticidas e

enzimas (Pansu e Gautheyrou, 2006; Tabatabai, 1994).

A determinação do pH é um dos parâmetros mais utilizados para caracterizar o

solo, provavelmente devido à facilidade de implementação do seu protocolo

(USDA-DNRCS, 1999). O pH do solo é uma medida da acidez ou alcalinidade

de uma solução que está em equilíbrio com o solo. A pressão de CO2, a

presença de iões metálicos e a quantidade de água disponível são os factores

mais determinantes do pH do solo (Pansu e Gautheyrou, 2006; USDA-DNRCS,

1999). A produção de exsudados radiculares pelas plantas determina o pH do

solo rizosférico (Grayston et al., 1996).

O pH do solo é considerado um indicador da fertilidade do solo, dada a

influência que tem na solubilidade dos elementos e na actividade microbiana.

Do ponto de vista agronómico, o pH do solo mais favorável à maioria das

culturas situa-se entre 5,5 e 7. É nesta gama de pH que a maioria dos

nutrientes tem maior solubilidade e é favorável às actividades microbianas

(principalmente associadas a bactérias) que contribuem para disponibilizar

azoto, enxofre e fósforo. Existem diversos métodos de determinação do pH,

tais como colorimétrico e potenciométrico, e alguns permitem efectuar

medições in situ. O método mais utilizado é a potenciometria em condições

laboratoriais padronizadas (Pansu e Gautheyrou, 2006; USDA-DNRCS, 1999).

A determinação dos níveis totais e das fracções disponíveis dos elementos

essenciais à nutrição vegetal, nomeadamente o azoto, fósforo e potássio, é

uma das abordagens utilizadas para determinar a fertilidade do solo (Caravaca

et al., 2003; Chodak e Niklinska, 2010; Garten Jr e Ashwood, 2004; Izquierdo et

al., 2005; Maestre et al., 2003). Esta estratégia providencia o conteúdo em

nutrientes do solo, mas não dá qualquer indicação sobre o funcionamento dos

ciclos biogeoquímicos. No entanto, esta quantificação é importante para

determinar o risco de poluição do ambiente e da produtividade (Pansu e

Gautheyrou, 2006). Uma vez determinados os níveis de nutrientes óptimos

17

Page 34: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 1

para cada cultura é possível saber se há ou não necessidade de suplementar o

solo com fertilizantes e ou matéria orgânica (Deng e Tabatabai, 2000; Whalen

et al., 2001).

Para cada elemento existem métodos específicos para a determinação da sua

quantidade total e das diversas formas iónicas que podem surgir no solo

(Stevenson e Cole, 1999). Garten Jr. e Ashwood (2004) propõem um modelo

conceptual para determinar a probabilidade de sucesso do processo de

recuperação do solo num campo de treino militar nos E.U.A., baseado nos

níveis iniciais de carbono e azoto (Figura 1.2).

Figura 1.2 – Modelo conceptual para prever o sucesso de processos de recuperação (Adaptado de Garten Jr e Ashwood, 2004).

Para o azoto (N) as determinações mais comuns são: o N total, N orgânicos e

inorgânico (nitrato, nitritos e amónio). A determinação do N total quantifica a

componente orgânica e inorgânica do N do solo. Estes compostos constituem

as reservas a curto e longo prazo para a nutrição vegetal, ou seja o azoto que

está directa ou potencialmente disponível. Contudo esta metodologia não

permite expressar a diversidade de formas de N, a qual varia consoante o tipo

de vegetação, actividade microbiana e condições climáticas (Pansu e

Gautheyrou, 2006).

18

Page 35: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Introdução

A quantificação dos diversos componentes inorgânicos envolve um passo de

extracção seguido da sua quantificação. O procedimento mais simples para a

extracção envolve a agitação do solo numa solução de cloreto de potássio. A

quantificação pode ser efectuada através de métodos de titulação

colorimétricos, espectrofotometria de absorção ou utilizando eléctrodos

específicos. Existem sistemas portáteis, nomeadamente com eléctrodos

específicos, que permitem efectuar determinações das diversas formas

inorgânicas de N do solo in situ (McNeill e Unkovich, 2007; Pansu e

Gautheyrou, 2006; Stevenson e Cole, 1999).

O termo fósforo (P) total engloba todas as formas de P existentes no solo, ou

seja orgânico, inorgânico, insolúvel e disponível. O ciclo de imobilização e

mineralização do fósforo no solo é influenciado pelo pH, o potencial redox, a

presença de enzimas, de microrganismos e as condições climáticas. Existem

diversos métodos para a determinação do fósforo total do solo, em todos estes

métodos é necessário destruir a matriz para garantir a solubilização da

componente insolúvel. Esta abordagem não providencia qualquer informação

sobre os mecanismos que modificam as formas de fósforo no solo. Alguns

métodos permitem isolar e quantificar os diferentes reservatórios do fósforo no

solo (Bünemann e Condron, 2007; Pansu e Gautheyrou, 2006; Stevenson e

Cole, 1999).

1.2.1.2. Indicadores biológicos

A comunidade microbiana é responsável pela maioria dos processos que

ocorrem no solo (Ritz et al., 2009). Portanto, é necessário determinar o seu

tamanho e a sua actividade para alcançar uma compreensão completa dos

fluxos de nutrientes nos ecossistemas, naturais ou com gestão pelo Homem

(Carter et al., 1999; Franzluebbers et al., 1999; Horwarth e Paul, 1994). Este

parâmetro é utilizado em sistemas agrícolas para avaliação do efeito de

diferentes práticas agrícolas, por exemplo lavoura e incorporação de resíduos

agrícolas (Biederbeck et al., 2005; Spedding et al., 2004).

Face a outros parâmetros descritivos da matéria orgânica total do solo, a

biomassa da comunidade microbiana do solo é considerada um parâmetro com

19

Page 36: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 1

maior sensibilidade, maior taxa de transformação (“turnover”) e uma resposta

mais rápida a alterações nas condições ambientais, sendo possível medir essa

resposta numa escala temporal entre dias a anos (Bardgett et al., 2005;

Biederbeck et al., 2005; Carter et al., 1999). A quantidade e qualidade da

matéria orgânica, o pH e as condições ambientais, como a temperatura e a

humidade do solo, são os principais factores que determinam a variação

temporal da biomassa da comunidade microbiana do solo (Grayston et al.,

1996; Wardle, 1998).

Dois dos métodos mais utilizados para determinar o tamanho da biomassa da

comunidade microbiana envolvem a fumigação do solo com clorofórmio, o

método da fumigação – extracção e o da fumigação – incubação. A diferença

entre estes dois métodos está nos passos posteriores à fumigação. No primeiro

é efectuada a extracção dos componentes solúveis e comparação com os

solos fumigados. No segundo método há um passo de incubação que permite o

desenvolvimento da comunidade microbiana e esse crescimento pode ser

medido através da produção de CO2 (Franzluebbers et al., 1999; Jenkinson e

Powlson, 1976; Rowell, 1994). Outro método também muito utilizado é o da

extracção de ácidos gordos (FAME – fatty acid methyl ester), o qual permite

obter o tamanho da comunidade microbiana, o rácio entre biomassa bacteriana

e biomassa fúngica, e também permite uma medida da biodiversidade da

comunidade microbiana (Mummey et al., 2002).

O estudo da biodiversidade das comunidades microbianas do solo ainda

constitui um desafio, apesar dos avanços nas técnicas de análise molecular

(Anderson, 2003; Barrios, 2007; Torsvik e Øvreås, 2002). Por exemplo, a

quantificação do número total de espécies da comunidade microbiana é uma

tarefa muito complicada senão impossível. Por um lado, porque não existe um

método universal para a quantificação dos diferentes tipos de microrganismos

(por exemplo para bactérias e fungos) (Barrios, 2007). Adicionalmente, a

identificação das espécies bacterianas é um processo complexo, moroso e

impraticável para o elevado número de espécies que podem ocorrer no solo

(Anderson, 2003; Torsvik e Øvreås, 2002). Por fim, seria necessário ter em

20

Page 37: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Introdução

consideração as alterações normais na composição da comunidade microbiana

como resposta às alterações ambientais (Anderson, 2003).

Os métodos moleculares mais utilizados baseiam-se na técnica de amplificação

de Ácido Desoxirribonucleico (ADN), o método da reacção em cadeia da

polimerase (PCR – Polymerase Chain Reaction), e utilizam um método de

cromatografia para a separação e/ou identificação dos fragmentos

amplificados. A informação obtida vai variar consoante a técnica utilizada. Uma

análise baseada em ADN providencia apenas informação do potencial genético

sem dar qualquer informação referente à actividade. A utilização de técnicas

baseadas em Ácido Ribonucleico (ARN) e proteínas dá indicações relativas às

actividades presentes. Há técnicas que identificam as estirpes presentes e

outras que avaliam perfis, sem identificação das espécies (Hill et al., 2000;

Ranjard et al., 2000; Torsvik e Øvreås, 2002).

A análise dos perfis de ácidos gordos (FAME) é outra estratégia para avaliar a

diversidade da comunidade microbiana do solo. Estas moléculas estão

presentes nas membranas celulares de todos os organismos vivos. No entanto,

existem alguns ácidos gordos que são específicos de um organismo ou grupo

de organismos, por exemplo há ácidos gordos específicos para bactérias e

outros específicos para fungos (Hill et al., 2000). Mummey e colaboradores

(2002) utilizaram a análise de perfis de ácidos gordos (FAME) para avaliar a

diversidade microbiana de um solo e consequentemente o progresso de

recuperação de uma superfície mineira. Esta estratégia permitiu distinguir dois

solos recuperados e um solo não perturbado, e evidenciar que o local

recuperado há mais tempo é o que mais se aproxima do solo não perturbado.

A actividade da comunidade microbiana do solo é frequentemente determinada

através da respiração do solo e/ou de actividades de enzimas específicas

(Allen e Schlesinger, 2004; Bastida et al., 2007; Garcia et al., 2002; Goberna et

al., 2007a). Existem outros métodos para a determinação da actividade da

comunidade microbiana do solo, como a taxa de incorporação de timidina e/ou

leucina (Lucas-García et al., 2004; Rincón et al., 2006), mas são utilizados com

menor frequência.

21

Page 38: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 1

A taxa de respiração do solo é utilizada como medida da actividade e do

tamanho da comunidade microbiana (Kutsch et al., 2001; Tarrasón et al.,

2010). Este parâmetro traduz a quantidade de CO2 libertado pelo solo num

determinado espaço de tempo. Os diversos procedimentos existentes para

efectuar esta determinação variam em complexidade, na possibilidade de fazer

determinações in situ e no método de quantificação de CO2 (Bekku et al., 1997;

Hanson et al., 2000). Os dispositivos mais modernos para determinações no

campo possuem uma câmara com circulação de ar fechado e o CO2 é

determinado pela quantidade de luz infravermelha absorvida (PP Systems,

1993, 2000). Em condições laboratoriais, o método mais utilizado é o da

respiração induzida por substratos (SIR). Este método pode ser utilizado para

estimar quais as fontes de carbono que estão a ser utilizadas pela comunidade

microbiana (Wang et al., 2003).

A maior vantagem da utilização da taxa de respiração do solo é a possibilidade

de efectuar as determinações in situ, sem perturbar a estrutura do solo. Esta

abordagem permite uma descrição mais fiel da realidade. No entanto, como

todos os grupos de seres vivos presentes no solo libertam CO2, não é possível

distinguir as contribuições dos vários grupos de organismos sem perturbar a

estrutura do solo. A distinção entre a contribuição da comunidade microbiana e

da contribuição do sistema radicular tem sido amplamente estudada e estima-

se que, durante a época de crescimento das plantas, o sistema radicular seja

responsável por 75% do CO2 libertado (Hanson et al., 2000).

Em condições laboratoriais, o processo de preparação da amostra de solo é

capaz de remover completamente as raízes e a microfauna. Contudo, o

processo de preparação da amostra altera a estrutura e as condições físico-

químicas do solo, o que conduz a diferenças na taxa de respiração do solo. Há

vários factores que afectam a respiração microbiana, como a temperatura, a

água no solo, a matéria orgânica e a presença de contaminantes (Conant et al.,

2004).

As actividades enzimáticas presentes no solo são o resultado da resposta da

comunidade microbiana e das raízes aos nutrientes disponíveis e às suas

necessidades metabólicas (Caldwell, 2005). As enzimas no solo podem

22

Page 39: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Introdução

encontrar-se no interior ou no exterior das células, quando no exterior podem

estar livres, associadas a restos das células ou ligadas a ácidos húmicos. Dada

a dificuldade em separar as enzimas intracelulares das extracelulares, os

ensaios utilizados na quantificação das suas actividades englobam todas as

componentes (Burns, 1982; Dick e Tabatabai, 1993). Contudo, alguns autores

defendem que as enzimas extracelulares livres e associadas a restos celulares

têm uma contribuição irrelevante dada a presença de inibidores e de enzimas

que degradam proteínas (Dick e Tabatabai, 1993; Nannipieri et al., 1996).

A lista de enzimas possíveis de analisar no solo é bastante extensa. No

entanto, o número de enzimas utilizadas para descrever a actividade da

comunidade microbiana restringe-se às desidrogenases, como indicadoras da

actividade geral da comunidade, e enzimas específicas envolvidas nos ciclos

do C, N, P e S. A maioria dos métodos utilizados para medir as actividades

destas enzimas utiliza um substrato específico para essa enzima, o qual será

transformado num produto que absorve num comprimento de onda específico.

O ensaio é efectuado em laboratório em condições óptimas para a actividade

enzimática e portanto, reflecte o potencial máximo desse solo e não a

actividade que realmente ocorre (Caldwell, 2005; Dick e Tabatabai, 1993;

Tabatabai, 1994).

As fosfatases têm um papel fundamental na mineralização de fósforo orgânico

do solo, pois catalizam a hidrólise dos compostos orgânicos que contêm fósforo

e libertam iões fosfato (García et al., 2000; Tabatabai, 1994). Estas enzimas

são produzidas por bactérias, fungos e plantas (Tabatabai, 1994). Estas

enzimas têm um papel fundamental na nutrição vegetal, pois as plantas

aumentam a produção de fosfatases quando existe pouco fósforo disponível

(Richardson et al., 2009). Há autores que defendem que a determinação da

actividade da enzima fosfatase do solo reflecte a quantidade de fósforo

disponível, havendo uma relação inversa entre a actividade enzimática e a

quantidade de fósforo disponível (Dilly, 1999).

As desidrogenases estão envolvidas na transferência de electrões,

nomeadamente na cadeia respiratória dos microrganismos aeróbios, e portanto

a actividade destas enzimas é considerada como uma medida da actividade

23

Page 40: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 1

metabólica em geral (Pepper e Gerba, 2004). As desidrogenases encontram-se

maioritariamente no interior das células e, portanto, o aumento da sua

actividade no solo é atribuído ao aumento da biomassa da comunidade

microbiana (Benitez et al., 2000; García et al., 2002).

1.2.2. Microrganismos promotores do crescimento vegetal

A utilização de microrganismos na agricultura é uma prática antiga, e no caso

da inoculação de culturas leguminosas com Rhizobium sp. já é uma prática

comum (Bashan, 1998). Actualmente, existe um grande interesse na aplicação

de microrganismos benéficos quer em sistemas agrícolas (Niranjan-Raj et al.,

2005) quer em sistemas florestais (Brunetta, 2006). Este renovado interesse

está relacionado com a necessidade de aumentar a produtividade,

principalmente dos sistemas agrícolas, e minimizar as consequências nefastas

para o ambiente (Lucy et al., 2004).

Existem diversos termos e definições associados aos microrganismos capazes

de promover o crescimento vegetal. O termo mais utilizado é o de

Rizobactérias Promotoras do Crescimento Vegetal (PGPR – Plant Growth

Promoting Rhizobacteria), o qual se refere a bactérias rizosféricas cujo

metabolismo produz compostos capazes de promover directa ou

indirectamente o crescimento das plantas (Bashan, 1998). Esta definição exclui

as micorrizas, por serem fungos, e o Rhizobium sp., por ser endófito. Outras

definições que podemos encontrar são biofertilizantes, biopesticidas e

bioestimulantes. Estas definições referem-se ao modo como os organismos

actuam e promovem o crescimento das plantas e não especificam o tipo de

organismo envolvido. Os biofertilizantes têm como função incrementar

directamente a nutrição vegetal, incluem as micorrizas e as bactérias fixadoras

de N2. Os biopesticidas promovem o crescimento vegetal pela produção de

compostos que inibem o desenvolvimento de organismos fitopatogénicos,

estão incluídas diversas espécies de Bacillus. Os bioestimulantes incrementam

o crescimento vegetal através da produção de hormonas vegetais, por

exemplos espécies de Pseudomonas. É muito frequente e desejável que o

microrganismo escolhido para promover o crescimento vegetal tenha

24

Page 41: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Introdução

capacidade de o fazer de diferentes modos, ou seja ser simultaneamente

biofertilizante e biopesticida por exemplo (Fuentes-Ramirez e Caballero-

Mellado, 2005).

1.2.2.1. Mecanismos de promoção do crescimento vegetal

Os mecanismos bacterianos de promoção do crescimento vegetal incluem a

fixação biológica do azoto atmosférico (N2), síntese de hormonas vegetais,

alívio dos stress ambientais, sinergismo com outras interacções planta/

microrganismos, inibição da síntese de etileno, aumento da disponibilidade de

nutrientes, tais como fósforo, ferro e oligonutrientes, e incremento do

crescimento por composto voláteis (Avis et al., 2008; Bashan, 1998; Fuentes-

Ramirez e Caballero-Mellado, 2005).

1.2.2.2. Bactérias fixadoras de azoto atmosférico de vida livre

A fixação biológica do azoto atmosférico é considerada uma fonte renovável de

azoto para a agricultura (Niranjan-Raj et al., 2005). Este metabolismo requer a

presença do complexo enzimático da nitrogenase e uma elevada quantidade

de energia. A síntese e actividade da enzima nitrogenase nas bactérias são

reguladas por uma série de factores ambientais: quantidade de amónio

disponível, pressão parcial de oxigénio ambiental, disponibilidade em

molibdénio e vanádio, o rácio C/N das fontes de C e N consumidas e a

intensidade luminosas nas bactérias fotossintéticas. Outros factores que

afectam a fixação de azoto atmosférico são a temperatura e a disponibilidade

em ferro (O'Hara et al., 2002).

Os genes nif, os quais codificam o complexo enzimático da nitrogenase, estão

presentes em diversos géneros bacterianos, por exemplo Rhizobium sp.,

Azotobacter sp. ou Pseudomonas sp. Esta diversidade genética vai traduzir-se

em diferentes habitats ocupados. Por exemplo, o metabolismo de fixação do

azoto atmosférico é estritamente anaeróbio e, no entanto, as espécies

bacterianas com este metabolismo podem ser aeróbias, microaerofílicas ou

anaeróbias estritas (Kennedy et al., 2004).

25

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Capítulo 1

Tradicionalmente, a pesquisa e aplicação de bactérias fixadores de azoto

atmosférico centra-se nas espécies simbiontes, em particular no género

Rhizobium. Esta escolha baseia-se na importância que as leguminosas têm na

agricultura e nas vantagens da simbiose. A capacidade de estabelecer uma

simbiose é uma vantagem competitiva para os inóculos microbianos, sendo

necessário introduzir uma menor quantidade de inóculo para obter o efeito

desejado. Adicionalmente, a simbiose garante uma maior eficiência na nutrição

vegetal e maior consistência nos resultados da aplicação destes

microrganismos (Bashan, 1998; Niranjan-Raj et al., 2005; Zahran, 1999).

Contudo, a grande desvantagem da utilização de simbiontes é que o seu efeito

se encontra restrito a algumas espécies vegetais. A utilização de espécies

bacterianas fixadoras de azoto atmosférico e de vida livre é uma alternativa

viável à utilização de simbiontes (Niranjan-Raj et al., 2005). Alguns autores

sugerem pesquisar bactérias endófitas, ou seja capazes de infectar e crescer

no interior do tecido radicular (Iniguez et al., 2004).

1.2.2.3. Bactérias solubilizadoras de fosfato

A comunidade microbiana do solo pode utilizar fontes orgânicas e inorgânicas

para obter o fósforo necessário ao seu metabolismo. Os mecanismos

envolvidos na utilização destas duas fontes são distintos. A produção de

fosfatases é o principal mecanismo para aproveitamento de fontes orgânicas.

Enquanto, a produção de ácidos orgânicos é a principal estratégia para retirar

os iões fosfato das formas inorgânicas (Bünemann e Condron, 2007;

Richardson, 2007; Richardson et al., 2009).

Existem duas estratégias principais de manipulação dos microrganismos do

solo para incrementar a disponibilidade em fosfato: (i) estimular a comunidade

indígena e (ii) adicionar microrganismos específicos (Richardson, 2007). A

comunidade microbiana é muito eficiente na obtenção de fosfato para

satisfazer as suas necessidades nutricionais. Portanto, a adição de compostos

orgânicos ou a aplicação de práticas agrícolas que favoreçam a comunidade

microbiana vai permitir uma maior mobilização do fósforo. A comunidade

microbiana vai incorporar o fósforo disponível na sua biomassa e dada a sua

26

Page 43: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Introdução

rápida transformação, este acabará por ficar disponível para as plantas

(Richardson, 2007; Richardson et al., 2009).

Recentemente, tem aumentado o interesse em adicionar microrganismos

específicos que aumentem a eficiência do uso de fertilizantes por parte das

plantas (Adesemoye et al., 2008, 2009; Richardson, 2007). As espécies

microbianas predominantemente utilizadas têm sido Pseudomonas, Bacillus,

Penicillium e Aspergillus. Contudo, a inconsistência nos resultados da

aplicação destes microrganismos em condições de campo tem impedido a sua

utilização generalizada. Existem diversos factores que podem explicar esta

inconsistência dos resultados, por exemplo problemas no processo de selecção

dos microrganismos para inóculo ou no modo de introdução e estabelecimento

do inóculo (Richardson, 2007).

1.2.3. A pedreira do Outão – um caso de estudo

O plano de recuperação paisagística das pedreiras de marga e calcários do

Outão, Setúbal (empresa SECIL – Cal e Cimento S.A.) teve início em 1982 e o

seu principal objectivo tem sido a diminuição do impacte visual negativo

provocado pela actividade mineira (Correia et al., 2001; http://www.secil.pt).

Em 1997, iniciou-se o acompanhamento científico da reflorestação da pedreira

de calcários com o projecto PRAXIS/PCNA/C/BIA/180/96, desenvolvido pelo

Centro de Ecologia e Biologia Vegetal em a colaboração com a SECIL (Correia

et al., 2001). Os resultados obtidos indicam que o processo de reflorestação

em curso contribui para a diminuição do impacte visual e da erosão do solo, e

cria condições microclimáticas favoráveis ao estabelecimento de espécies

vegetais autóctones. No entanto, verificou-se que em relação aos solos a

evolução é comparável à que se observa em pedreiras sem qualquer

intervenção humana após o final da exploração, ou seja, muito lenta.

Os estudos relacionados com a comunidade microbiana do solo desta pedreira

visaram apenas a comunidade de fungos micorrízicos. Estes estudos

demonstraram que a perturbação destes solos altera a densidade de

propágulos micorrízicos mas não a sua capacidade de colonizar plantas

27

Page 44: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 1

28

mediterrânicas (Correia, 2006). Adicionalmente, estes estudos demonstraram

que o efeito da inoculação de fungos micorrízicos no crescimento das plantas

depende da combinação espécie vegetal/ espécie de fungo micorrízicos

utilizado (Clemente et al., 2004; Correia, 2006).

Existe também evidência da necessidade de desenvolver algumas estratégias

e técnicas de gestão, que promovam a redução da competição intraespecífica

observada entre os indivíduos de Pinus halepensis (espécie pioneira de

crescimento rápido) e da competição interespecífica verificada entre P.

halepensis e as espécies esclerófilas (alfarrobeira, zambujeiro, medronheiro)

(Correia et al., 2001). Consequentemente, em Janeiro de 2002 foi iniciado um

programa de gestão da revegetação da pedreira, em que se pretendia reduzir a

competição intra- e interespecífica entre as espécies vegetais. Para alcançar

este objectivo propôs-se um desbaste selectivo de pinheiros, de forma a

permitir o desenvolvimento das espécies vegetais nativas e o acelerar dos

estádios da sucessão ecológica.

Dois anos após a implementação do programa de gestão da revegetação da

pedreira foram encontrados efeitos positivos no crescimento, densidade e

recrutamento de espécies lenhosas e herbáceas espontâneas. Adicionalmente,

os efeitos foram mais pronunciados no patamar com a vegetação mais jovem,

sugerindo que uma intervenção precoce terá maiores benefícios sobre o

desenvolvimento da comunidade vegetal. Os resultados obtidos indicam que o

desbaste selectivo de pinheiros pode ser uma importante ferramenta para

estimular o processo de sucessão (Nunes et al., não publicado).

Os efeitos do programa de gestão da revegetação da pedreira na microbiologia

do solo são descritos no presente trabalho.

Page 45: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 2. Âmbito do trabalho

2.1. Enquadramento do trabalho

O principal objectivo de um projecto de recuperação de um ecossistema

degradado, como é o caso da exploração de pedreiras, é o estabelecimento de

uma comunidade vegetal sustentável, promovendo a valorização de áreas de

valor paisagístico e ecológico. Por este motivo, o sucesso dos projectos de

recuperação de ecossistemas degradados é tradicionalmente avaliado

recorrendo a características do coberto vegetal, tal como o crescimento dos

indivíduos plantados (S.E.R.I.S. & P.W.G., 2004).

Contudo, o desenvolvimento e o estabelecimento da comunidade vegetal serão

condicionados, em certa medida, pelas condições edáficas, nomeadamente

pela disponibilidade em nutrientes. Dadas as funções ecológicas da

comunidade microbiana do solo e as suas relações com o coberto vegetal,

devemos ter em consideração esta comunidade durante o planeamento ou

gestão de um projecto de recuperação de ecossistemas degradados (Mummey

et al., 2002).

Estes ecossistemas degradados com processos de recuperação

implementados, constituem uma oportunidade de investigação de diversos

conceitos ecológicos, nomeadamente a resiliência, a heterogeneidade em

mosaico (“patch dynamics”), a relação entre o coberto vegetal e a comunidade

microbiana do solo (“linking aboveground with belowground”), e a relação entre

a diversidade biológica e as funções do ecossistema. As elevadas taxas de

transformação da comunidade microbiana do solo têm o potencial para

permitirem experiências científicas com resultados concretos para a

recuperação dos serviços do ecossistema.

A caracterização da comunidade microbiana do solo é importante quer para

definir a capacidade desse solo de sustentar uma vegetação como para avaliar

29

Page 46: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 2

se a recuperação está a decorrer na direcção desejada. Por outro lado, a

adição de microrganismos capazes de disponibilizar nutrientes essenciais às

plantas pode estimular o desenvolvimento vegetal e o estabelecimento da

comunidade vegetal.

2.2. Objectivos

Este trabalho teve fundamentalmente como local de estudo a pedreira de

calcários do Outão, Secil situada no Parque Natural da Arrábida. O seu

principal objectivo foi o estudo da comunidade microbiana do solo da pedreira

em processo de revegetação.

Tendo presente este objectivo geral, desenvolveram-se estudos subordinados

aos seguintes objectivos específicos:

1. Avaliar as alterações na qualidade do solo provocadas por desbaste

selectivo de pinheiros;

2. Determinar o efeito do desbaste selectivo de pinheiros nas

características do solo sob a influência de indivíduos de espécies vegetais

autóctones adjacentes aos pinheiros desbastados;

3. Avaliar o efeito da adição de estirpes microbianas, descritas como

promotoras de crescimento de plantas, no crescimento de espécies

vegetais utilizadas na revegetação de pedreiras, em condições de viveiro.

2.3. Esquema do trabalho

Neste trabalho utilizar-se-á o termo solo para designar o substrato colocado

nos patamares da pedreira durante o processo de revegetação, dado que

permite o crescimento das plantas (Soil Science Society of America, 2011).

Este substrato é o resultado da extracção e empilhamento do solo original da

pedreira. Para se proceder à extracção da pedra é necessário remover

completamente o solo original. Após a sua remoção, o solo original é

empilhado até ser utilizado no processo de revegetação e durante este período

30

Page 47: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Âmbito do trabalho

31

(que pode ser de diversos anos) está sujeito aos processos erosivos (Correia,

2006; Relatório PRAXIS/PCNA/C/BIA/180/96).

Importa referir que neste trabalho empregar-se-ão os termos “efeito imediato” e

“efeito a curto prazo” para referir uma escala de tempo de meses e anos,

respectivamente. Sabemos que as escalas de tempo seleccionadas, de meses

a anos, são adequadas ao estudo da microbiologia e da vegetação mas

representam um período ínfimo no processo de evolução de um solo, o qual

pode demorar centenas de anos.

2.3.1. Alterações na qualidade do solo provocadas pelo

desbaste selectivo de pinheiros

A qualidade do solo pode ser definida como a habilidade de providenciar

serviços sociais e do ecossistema, através da capacidade de realizar as

respectivas funções e responder a influências externas (Tóth et al., 2007).

A hipótese proposta é que o desbaste selectivo de pinheiros tem um efeito

imediato nas condições microclimáticas e no conteúdo nutricional do solo. O

desbaste altera as condições microclimáticas do solo, aumentando a amplitude

térmica e a exposição à chuva. O aumento da quantidade de raízes

senescentes constitui um aumento nutricional, o qual favorece o

desenvolvimento da comunidade microbiana do solo e consequentemente a

qualidade do solo.

Na Figura 2.1 encontramos uma representação esquemática da evolução

esperada dos indicadores da qualidade do solo ao longo do período de

recuperação do ecossistema.

O efeito imediato do desbaste foi registado ao longo de 2 meses (Abril e Maio

de 2003) com amostragens regulares de dados microclimáticos e

caracterização da microbiologia do solo. Os parâmetros microclimáticos

recolhidos no local por uma estação microclimática foram: a temperatura e

humidade atmosféricas, a temperatura do solo e a radiação. Adicionalmente, foi

determinado o conteúdo em água das amostras de solo. Para a caracterização

da microbiologia do solo quantificou-se o tamanho e a actividade da

Page 48: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 2

comunidade microbiana do solo. O tamanho da biomassa da comunidade

microbiana do solo foi quantificado pela determinação “in situ” da taxa de

respiração do solo e pelo método da fumigação com clorofórmio. A actividade

da comunidade microbiana do solo foi avaliada pela determinação das enzimas

fosfatase, -glucosidase e o complexo enzimático da celulase.

Figura 2.1 – Representação esquemática da evolução dos indicadores da qualidade do solo ao longo do tempo de recuperação do ecossistema degradado. A linha cinzenta tracejada representa as condições ideais, semelhantes às encontradas num local não perturbado. A linha cinzenta sólida representa os indicadores associados à comunidade microbiana, com um desenvolvimento inicial rápido até alcançar o valor que o ecossistema pode suportar. A linha azul representa os indicadores físico-químicos os quais têm uma evolução mais lenta.

A monitorização do efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na

qualidade do solo foi efectuada para responder às seguintes questões: O efeito

do desbaste selectivo de pinheiros no conteúdo nutricional do solo altera-se ao

longo do tempo? Uma vez terminada a mineralização das raízes senescentes

pode haver uma diminuição no conteúdo nutricional do solo? A idade da

vegetação, neste caso dos pinheiros, determina a comunidade microbiana do

solo e, consequentemente, a sua resposta ao desbaste selectivo de pinheiros?

Diversos estudos indicam que há um aumento da comunidade microbiana com

o aumento da idade do coberto vegetal (Costa et al., 1998; Edgerton et al.,

1995; Izquierdo et al., 2005; Segal e Mancinelli, 1987; Sharma et al., 2000;

Sparling et al., 2003), o que poderá traduzir-se numa diferente resposta para o

mesmo tratamento.

32

Page 49: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Âmbito do trabalho

33

Para avaliar as alterações na microbiologia do solo, provocadas pelo desbaste

selectivo de pinheiros a curto prazo, foi utilizada uma estratégia de

monitorização envolvendo indicadores físico-químicos e microbianos com

amostragens anuais desde 2002 até 2004. As amostragens efectuaram-se no

final da primeira semana de Primavera (Março) sem chuva, por forma minimizar

os efeitos climáticos nos resultados obtidos. A percentagem de agregados

hidroestáveis do solo foi o indicador físico empregue. Os indicadores químicos

utilizados foram o pH e a matéria orgânica do solo. Como indicadores

microbianos utilizaram-se medidas do tamanho e da actividade da comunidade

microbiana do solo, e da estrutura da comunidade bacteriana do solo.

A quantificação da biomassa microbiana, pelo método da fumigação com

clorofórmio, foi empregue como medida do tamanho da comunidade

microbiana do solo. As actividades das enzimas fosfatase e desidrogenase

foram utilizadas como medidas da actividade da comunidade microbiana do

solo. A estrutura da comunidade bacteriana do solo foi determinada através da

técnica de RISA – rDNA Intergenic Spacer Analysis.

2.3.2. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros

na qualidade do solo sob a influência de indivíduos de

Olea europaea adjacentes aos pinheiros desbastados

O desbaste selectivo de pinheiros pode afectar directa ou indirectamente a

comunidade microbiana do solo sob a influência das espécies autóctones

adjacentes. O efeito directo resultaria da sobreposição das rizosferas ou do

movimento horizontal dos nutrientes pelo solo. O efeito indirecto resultaria da

melhoria no crescimento das espécies autóctones resultante da diminuição da

competição interespecífica observada entre P. halepensis e as espécies

autóctones.

Para testar esta hipótese foram recolhidas amostras de solo sob a influência

indivíduos de O. europaea adjacentes aos pinheiros amostrados na avaliação

do efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo.

As amostras de solo rizosférico de ambas as espécies vegetais, P. halepensis

e O. europaea, foram recolhidas, tratadas e analisadas simultaneamente.

Page 50: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 2

A monitorização da qualidade do solo foi efectuada de acordo com a descrita

para avaliar os efeitos a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros. Foram

utilizados indicadores físico-químicos e microbianos, e recolhidas amostras

anualmente.

2.3.3. Efeito da adição de estirpes microbianas no

crescimento de espécies vegetais utilizadas na

revegetação de pedreiras, em condições de viveiro

Estudos realizados anteriormente nesta pedreira demonstraram a necessidade

de promover as taxas de crescimento das espécies vegetais para melhorar o

sucesso da revegetação (Clemente et al., 2004; Correia et al., 2001).

Adicionalmente evidenciaram que as plantas estão sujeitas a quantidades

limitadas de nutrientes no solo durante as fases iniciais do processo de

revegetação (Clemente et al., 2004). Os microrganismos do solo podem

influenciar a nutrição das plantas: directamente pelo aumento da

disponibilidade de nutrientes; ou indirectamente através da promoção do

crescimento da planta, nomeadamente da raiz (Richardson et al., 2009).

A hipótese colocada foi se a adição de estirpes bacterianas com capacidade

metabólica para incrementar a disponibilidade de nutrientes do solo teria um

efeito positivo no crescimento das plântulas das espécies vegetais utilizadas no

processo de revegetação. Para testar esta hipótese foram seleccionados dois

grupos de microrganismos: bactérias fixadoras de azoto atmosférico de vida

livre (Azotobacter spp.) e bactérias solubilizadoras de fosfato (Pseudomonas

spp.). Estes dois grupos têm sido descritos como promotores do crescimento

vegetal, dada a sua capacidade de incrementar a disponibilidade de nutrientes

no solo, em particular o azoto e o fósforo (Belimov et al., 1995; Nautiyal, 1999).

As estirpes microbianas testadas foram isoladas de três locais distintos: solo da

vegetação natural, onde existe a maior diversidade microbiana; solo de uma

pedreira recuperada naturalmente, na qual têm que existir os microrganismos

essenciais aos ciclos biogeoquímicos; e solo do patamar mais antigo da

pedreira revegetada, que representa o local com maior diversidade na pedreira

que estamos a estudar. As estirpes foram isoladas utilizando meios de cultura

34

Page 51: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Âmbito do trabalho

35

selectivos para cada grupo. No grupo de fixadores de azoto atmosférico foram

seleccionadas as estirpes com o crescimento mais rápido, e no grupo das

bactérias solubilizadoras de fosfato foram seleccionadas as estirpes que

solubilizaram maior quantidade de fosfato nos três meios de cultura testados

contendo fosfato insolúvel.

As estirpes microbianas foram testadas em plântulas de pinheiro de Alepo (P.

halepensis), dado que esta é uma espécie de crescimento rápido muito

utilizada em processos de recuperação de ecossistemas degradados, e em

plântulas de alfarrobeira (Ceratonia siliqua), zambujeiro (Olea europaea var.

sylvestris) e medronheiro (Arbutus unedo), dado que estas espécies são

espécies autóctones e utilizadas em projectos de recuperação de ecossistemas

Mediterrânicos. Para avaliar o efeito das estirpes microbianas foram medidos

diversos parâmetros de crescimento vegetal, nomeadamente a altura e o

diâmetro do caule dos indivíduos das espécies vegetais referidas.

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36

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Capítulo 3. Material e Métodos

3.1. Local de estudo

3.1.1. Pedreira do Outão

O Parque Natural da Arrábida, localizado a 50 km ao sul de Lisboa, é dominado

pela Serra da Arrábida e o seu ponto mais elevado tem uma altitude de 500 m.

O clima caracteriza-se por ser Mediterrânico sub-húmido, com uma

precipitação média anual de 747 mm e 16 ºC de temperatura média anual. O

coberto vegetal da região é um exemplo bem preservado de um maquis, no

qual dominam as plantas semi-decíduas de Verão e as esclerófilas nas fases

iniciais e finais da sucessão natural, respectivamente (Catarino et al., 1982;

Clemente, 2002). Os solos são normalmente esqueléticos, devido ao relevo, e

entre os afloramentos rochosos de calcários e dolomias predominam os solos

Mediterrânicos vermelhos (“terra rossa”) ou amarelos e os solos calcários

vermelhos (Pedro, 1991). Esta região caracteriza-se pela abundância em

inertes de interesse para a construção, como os calcários dolomíticos,

siliciosos e calcários brancos compactos e cinzentos (Santos, 1995).

O complexo fabril que a Secil – Cal e Cimento S.A. possui no Outão (38º 27-30’

N, 8º 55’-9º 02’ W) integra uma das maiores fábricas de cimento existentes em

Portugal e uma das maiores pedreiras de calcários da região. O complexo fabril

ocupa uma área de 482,7 ha, que corresponde a cerca de 4% da área do

Parque Natural da Arrábida e dos quais são explorados cerca de 84 ha para a

extracção de calcários (http://www.secil.pt; Santos, 1995).

A exploração dos recursos mineiros da pedreira de calcários tem vindo a ser

efectuada do topo para a base, originando na encosta da serra uma série de

terraços de rocha nua com uma largura máxima de 20 m, separados entre si

por escarpas quase verticais com 20 m de altura (Figura 3.1).

37

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Capítulo 3

Figura 3.1 – Figura ilustrativa do resultado da exploração mineira na pedreira da Secil.

A reflorestação dos patamares da pedreira de calcários começou em 1983 no

terraço mais antigo e tem vindo a acompanhar o desenvolvimento da

exploração, ou seja a vegetação é colocada logo após a cessação da

exploração do patamar, existindo um intervalo de três anos entre a revegetação

de cada terraço. Neste processo utilizaram-se espécies esclerófilas

Mediterrânicas (nativas) e de crescimento rápido (introduzidas) (Tabela 3.1)

(Correia et al., 2001; http://www.secil.pt; Santos 1995).

Tabela 3.1 – Lista de espécies vegetais utilizadas no processo de revegetação na pedreira da Secil. Nomenclatura de acordo com Franco (1971 – 1984).

Espécies nativas Espécies introduzidas

Arbutus unedo L. Medronheiro Pinus halepensis Miller Pinheiro de Alepo

Ceratonia siliqua L. Alfarrobeira Pinus pinea L. Pinheiro manso

Olea europaea Zambujeiro var. sylvestris Brot

Lygos monosperma (L.) Piorno Heywood

Quercus coccifera L. Carrasco Spartium junceum L. Giesta

Juniperus phoenicea L. Zimbro

Pistacia lentiscus L. Aroeira

Phillyrea angustifolia L. Lentisco

Quercus faginea Lam. Carvalho-cerquinho

Myrtus communis L. Murta

Phillyrea latifolia L. Aderno

38

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Material e Métodos

Os trabalhos desenvolvidos nesta tese foram realizados em dois patamares da

pedreira, nos quais foi implementado o desbaste selectivo de pinheiros: no

primeiro patamar (P1), revegetado em 1983 e que se encontra a 335m de

altitude; e no terceiro patamar (P3), revegetado em 1989 e que se encontra a

300m de altitude (Figura 3.2).

Figura 3.2 – Representação esquemática dos patamares da pedreira da Secil.

Os dois patamares seleccionados para a implementação do desbaste selectivo

de pinheiros diferem no tempo de revegetação, o que se traduz em diferenças

no coberto vegetal. Os pinheiros do patamar P1 apresentam maior altura e

copas mais largas que os pinheiros do patamar P3 (Tabela 3.2). No entanto, o

patamar P3 tem uma maior densidade de pinheiros que o patamar P1.

Tabela 3.2 – Densidade e dimensões dos pinheiros dos patamares P1 e P3 da pedreira em 2002, antes do desbaste selectivo de pinheiros. Os valores apresentados são médias ± desvio padrão (Dados de Nunes et al., não publicado).

P1 P3

Densidade (pinheiros.m-2) 0,2 ± 0,1 0,9 ± 0,4

Altura (m) 5,4 ± 1,1 3,6 ± 0,9

Diâmetro basal (m) 0,19 ± 0,04 0,10 ± 0,02

Área da copa (m2) 12,4 ± 3,5 4,3 ± 0,8

39

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Capítulo 3

3.2. Efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros

3.2.1. Desenho experimental

A avaliação do efeito imediato do desbaste selectivo dos pinheiros nas

características microbianas e microclimáticas do solo efectuou-se no patamar 1

da pedreira da Secil. Neste local seleccionaram-se, quatro indivíduos de P.

halepensis para serem desbastados e outros quatro indivíduos para servirem

de controlo e, em cada indivíduo, recolheram-se três amostras de solo (cores

com 8 cm de diâmetro e 15 cm de profundidade) a meia distância entre o

tronco e o limite da copa (Figura 3.3). Estas amostras analisaram-se de forma

independente, e a sua recolha efectuou-se 5, 14, 21, 35, 48 e 63 dias após o

Figura 3.3 – Representação do esquefeito imediato do desbaste selectivo

desbaste selectivo de pinheiros.

ema de amostragem utilizado na determinação do de pinheiros na qualidade do solo.

3.2.2. Manuseamento das amostras

mperatura de 4 ºC para o

laboratório, procedeu-se à homogeneização e crivagem dos solos, de forma a

Após recolha das amostras e transporte à te

obter partículas com um diâmetro inferior a 2 mm. As amostras foram

armazenadas a 4 ºC até se proceder à sua análise, a qual decorreu nos dias

seguintes à recolha das amostras.

40

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Material e Métodos

41

3.2.3.1. Condições microclimáticas

Seleccionaram-se, aleatoriamente, um pinheiro cortado e um pinheiro controlo,

nos q ica, a meia distância entre o

limite exterior da copa e o tronco. Durante o decorrer da experiência, a

A taxa de respiração do solo foi determinada utilizando o sistema “Soil

Respi , U.K.), constituído por uma

câmara de respiração de solo (SRC-1) e uma sonda de temperatura do solo

solo.

Num sistema fechado homogéneo, podemos assumir:

× [Volume câmara/ Área

olo]

de respiração é calculada através da melhor relação quadrática obtida

ntre os valores de concentração de CO2 no interior da câmara (SRC-1) e o

tempo desde o início da medição. A concentração de CO2 é determinada

3.2.3. Análises “in situ”

uais se instalou uma estação microclimát

temperatura e a humidade relativa do ar, a temperatura do solo e a radiação

foram monitorizados continuamente através de sensores ligados a um sistema

de registo de dados (“data logger” HOBO, Onset, Massachusetts). A radiação,

a temperatura e a humidade do ar foram medidas a 50 cm do solo. A

temperatura do solo foi medida a 5 cm de profundidade.

3.2.3.2. Taxa de respiração do solo

ration System” (PP Systems, Hertfordshire

(STP-1) acopladas a um analisador de gás ambiental para CO2 (EGM-4).

Este sistema determina a respiração do solo medindo a taxa de aumento de

CO2 no interior da câmara fechada (SRC-1) colocada na superfície do

Tx. Respiração = [(CO2 t final – CO2 t inicial)/ tempo]

s

A taxa

e

através do sistema IRGA (Infra Red Gas Analyser), no qual temos uma fonte de

luz infra-vermelha com comprimento de onda a 4,26 m e um sensor para

fotões com o mesmo comprimento de onda. À medida que o ar existente na

Page 58: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 3

câmara (SRC-1) passa na célula de detecção as moléculas de CO2 presentes

absorvem a luz infra-vermelha emitida, provocando um decréscimo no feixe de

radiação. Este decréscimo é detectado pelo sensor e será proporcional à

concentração de CO2 do ar.

A operacionalidade do sistema (EGM-4 CO2 Analyzer acoplado com a SRC-1

Soil Respiration Chamber e a STP-1 Soil Temperature Probe) efectuou-se de

acordo com as especificações do fabricante (PP Systems, 1993; PP Systems,

3.2.4.1. Conteúdo em água do solo

cubação das amostras a

80ºC até obtenção de pes de

aproximadamente 10 g de cada o e

adaptou-se o método

descrito por Rowell (1994). Neste método, a destruição das paredes celulares

dos microrganismos do solo é alcançada saturando a atmosfera com gases de

2000). Os resultados expressaram-se em g CO2/ m2/ h.

3.2.4. Análises laboratoriais

O conteúdo em água do solo determinou-se por in

o constante. Procedeu-se à pesagem

amostra de solo para um recipiente metálic

incubaram-se as amostras a 80 ºC durante 48 horas. Findo este período, as

amostras foram transferidas para um exsicador para alcançarem a temperatura

ambiente. Pesaram-se as amostras à temperatura ambiente. Repetiram-se o

período de incubação a 80 ºC e a pesagem das amostras à temperatura

ambiente até se obter um peso constante. A diferença entre o peso inicial e o

peso final corresponde ao conteúdo em água da amostra de solo. Para cada

amostra as determinações efectuaram-se em triplicado.

3.2.4.2. Biomassa microbiana

Para a determinação da biomassa microbiana do solo

clorofórmio. Após a líse celular, os constituintes celulares libertados são

extraídos do solo e quantificados. O azoto celular solúvel é estimado e está

presente numa quantidade proporcional à biomassa microbiana presente

inicialmente no solo.

42

Page 59: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Material e Métodos

43

das e as outras duas serviram de controlo. A fumigação

foi efectuada num exsicador, no qual se colocaram as amostras e um copo com

cloreto de potássio (2

M) e agitando-se durante 30 minutos num agitador orbital. De seguida,

Para cada amostra pesaram-se quatro réplicas de 25 g de solo, duas das

réplicas foram fumiga

50 ml de clorofórmio livre de etanol. Com o auxílio de uma bomba de vácuo,

acoplada a um sistema de frascos lavadores com carvão activado para impedir

danos do clorofórmio, procedeu-se à extracção do ar do exsicador. A extracção

do ar do exsicador provoca a libertação de gases de clorofórmio. As amostras

fumigadas ficaram expostas aos gases de clorofórmio durante 24h, à

temperatura ambiente e protegidas da luz. Findo este período retiraram-se os

gases de clorofórmio, com o auxilio da bomba de vácuo.

Procedeu-se à extracção da matéria orgânica solúvel de todas as réplicas,

fumigadas e não fumigadas, adicionando-se 100 ml de

determinou-se a quantidade de N reactivo à ninidrina em 2 ml da solução

extraída de cada amostra. Para tal adicionou-se 1 ml de reagente de ninidrina

(0,8 g de ninidrina, 0,12 g de hidridantina, 30 ml de dimetilsulfóxido e 10 ml de

tampão acetato de lítio) e incubou-se num banho de água a ferver durante 25

minutos. Depois adicionou-se 20 ml de etanol (50%) e leu-se a absorvência a

570 nm num espectrofotómetro. Elaborou-se uma curva de calibração

utilizando padrões de leucina com concentrações de 0; 2,5; 5; 7,5; 10 e 15 g

N/ml, os quais foram analisados da mesma forma que as amostras. Para os

cálculos utilizou-se a equação seguinte:

100

solo do água %-100 25

mlNinidrina reactivo-N μg TotalVolume

100

solo do água % 25 ml 100TotalVolume

mlNinidrina reactivo-N μg fumigadas não réplicasfumigadas réplicas

seco solo gNinidrina reactivo-N μg

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Capítulo 3

Dada a dificuldade em determinar com precisão uma medida absoluta da

biomassa da comunidade microbiana do solo e, consequentemente a

proporção de N – reactivo à ninidrina, é frequente utilizar factores de conversão

descritos por outros autores (Rowell, 1994). No presente ensaio utilizou-se o

factor de conversão descrito por Rowell (1994), no qual o valor de g N-

reactivo à Ninidrina/ g solo seco é multiplicado por 31, e os resultados

expressaram-se em g C-biomassa/ g de solo seco. As análises efectuaram-se

m duplicado, com duas réplicas fumigadas e duas réplicas não fumigadas,

alinas deste fenol têm uma cor amarela.

Para ada

uma delas em tubos de 15 ml de volume. Adicionou-se 4 ml de tampão

e p-nitrofenil

fosfato (0,05 M). Procedeu-se à sua agitação e posterior centrifugação a 10000

e

para todas as amostras.

3.2.4.3. Actividade da enzima fosfatase (fosfomonoesterase)

Para o cálculo da actividade da enzima fosfatase do solo adaptou-se o

protocolo descrito por Tabatabai (1994). Este método determina a quantidade

de p-nitrofenol libertado pela actividade do conjunto de enzimas fosfatases,

quando o solo é incubado numa solução de p-nitrofenilfosfato sódico. A

determinação colorimétrica da quantidade de p-nitrofenol é possível devido ao

facto de que soluções alc

cada amostra pesaram-se 4 réplicas de 1 g de solo e colocou-se c

universal modificado (pH 6,5) e 1 ml de solução de p-nitrofenil fosfato (0,05 M)

a três das réplicas. Ao controlo adicionou-se apenas o tampão universal

modificado. Após uma agitação vigorosa dos tubos, procedeu-se à sua

incubação em banho de água a 37 ºC durante 1 h. Findo este período,

adicionou-se 1 ml de cloreto de cálcio (0,5 M) e 4 ml de hidróxido de sódio a

todos os tubos e ao tubo controlo juntou-se 1 ml da solução d

g durante 10 minutos. Registou-se a absorvência do sobrenadante a 405 nm.

Elaborou-se uma curva de calibração utilizando padrões de p-nitrofenol com

concentrações de 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 80 e 100 g p-nitrofenol/ml, os

quais foram analisados da mesma forma que as amostras após o período de

incubação a 37 ºC. Os resultados expressaram-se em g p-nitrofenol/ h/ g solo

seco.

44

Page 61: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Material e Métodos

45

es alcalinas deste fenol terem uma cor amarela.

Para cada amostra pesaram-se 4 réplicas de 1 g de solo para tubos de 15 ml

de vo ado (pH 6,0) a todas

a 3500 rpm durante 10

minutos. Registou-se a absorvência do sobrenadante a 405 nm. Elaborou-se

ou-se 3 ml da solução de

substrato (7 g de sal de carboximetilo sódico (“carboxymethyl sodium salt”) em

1000 três das

réplicas. Ao controlo adicionou-se apenas o tampão acetato. Após uma breve

3.2.4.4. Actividade da enzima -glucosidase

Para o cálculo da actividade da enzima -glucosidase do solo adaptou-se o

protocolo descrito por Tabatabai (1994). Este método determina a quantidade

de p-nitrofenol libertado pela actividade da enzima -glucosidase, quando o

solo é incubado numa solução de p-nitrofenil--d-glucosideo. A determinação

colorimétrica da quantidade de p-nitrofenol é possível devido ao facto de que

soluçõ

lume. Adicionou-se 4 ml de tampão universal modific

as réplicas e 1 ml de solução de p-nitrofenil--d-glucosideo (0,05 M) a três das

réplicas. Agitou-se os tubos e procedeu-se à sua incubação em banho de água

a 37 ºC durante 1 h. Findo este período, adicionou-se 1 ml de cloreto de cálcio

(0,5 M) e 4 ml de tampão THAM (pH 12; 0,1 M) a todos os tubos e ao tubo

controlo juntou-se 1 ml da solução de p-nitrofenil--d-glucosideo (0,05 M).

Agitou-se os tubos e procedeu-se à sua centrifugação

uma curva de calibração utilizando padrões de p-nitrofenol com concentrações

de 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 80 e 100 g p-nitrofenol/ml, os quais foram

analisados tal como as amostras após a incubação. Os resultados

expressaram-se em g p-nitrofenol/ h/ g solo seco.

3.2.4.5. Actividade do complexo enzimático CM-celulase

Para o cálculo da actividade do complexo enzimático CM-celulase do solo

utilizou-se o método adaptado de Mersi & Schinner (1996). Este método

determina a quantidade de açúcares redutores formados pela degradação

enzimática do substrato CM-celulose (carboximetilo celulose) a pH 5.

Para cada amostra pesaram-se 3 réplicas de 2 g de solo e colocou-se cada

uma delas em tubos de 15 ml de volume. Adicion

ml de tampão acetato) e 3 ml de tampão acetato (1 M pH 5,5) a

Page 62: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 3

agitação dos tubos, procedeu-se à respectiva incubação em banho de água a

50 ºC durante 24 h. Findo este período, adicionou-se 3 ml da solução de

substrato ao tubo controlo e agitou-se brevemente todos os tubos

Rapidamente, procedeu-se à sua centrifugação a 3000 rpm durante 4 minutos.

Diluiu-se 1 ml de sobrenadante em 9 ml de água destilada. Num tubo de ensaio

tegração dos

dados de todos os parâmetros analisados foi efectuada recorrendo a uma

As análises estatísticas efectuaram-se no

software SPSS para Windows, versão 14.

juntou-se 1 ml do sobrenadante diluído com 1 ml do reagente A (16 g de

carbonato de sódio anídrico e 0,9 g de cianeto de potássio dissolvidos em 1000

ml de água destilada) e 1 ml do reagente B (0,5 g hexacianoferrato (III) de

potássio em 1000 ml de água destilada). Agitou-se vigorosamente e incubou-se

num banho de água a ferver durante 15 minutos. Terminado este período

arrefeceram-se os tubos num banho de água durante 5 minutos e

seguidamente adicionou-se 5 ml do reagente C (1,5 g de sulfato de amónio

férrico, 1g de dodecilsulfato de sódio, 4,2 ml de ácido sulfúrico concentrado e

perfazer para 1000 ml com água destilada). Esperou-se 60 minutos à

temperatura ambiente e registou-se a absorvência a 690 nm. Elaborou-se uma

curva de calibração utilizando padrões de glucose com concentrações de 0;

2,5; 5; 7,5; 10; 12,5 e 15 g glucose, aos quais se efectuou o mesmo

procedimento utilizado para as amostras após ao período de incubação a 50

ºC. Os resultados expressaram-se em g glucose/ h/ g solo seco.

3.2.5. Análise estatística

Para os dados relativos ao impacte a curto prazo do desbaste selectivo de

pinheiros, utilizou-se uma análise Nested – ANOVA, considerando que os

diferentes indivíduos constituíam um factor agrupado dentro do factor desbaste

de pinheiro e o tempo foi considerado um factor aleatório. Quando não se

verificaram os pressupostos da ANOVA, transformaram-se os dados utilizando

a função logarítmica ou a da raiz quadrada. A correlação entre os pares de

variáveis foi calculada recorrendo ao coeficiente de Pearson. A in

análise de componentes principais.

46

Page 63: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Material e Métodos

47

, e uma em que 40% dos indivíduos

de P. halepensis existentes foram desbastados (D40). Em cada uma das

arcelas, seleccionaram-se quatro indivíduos de P. halepensis e os indivíduos

de O. europaea var. sylvestris que lhes estivessem mais próximos, para

trabalho (2.2). Em todos os indivíduos, num total de 32, colheu-se uma amostra

(cores com 8 cm de diâmetro e 15 cm

de profundidade), retiradas a meia distância entre o tronco da árvore e a

Figura 3.4 – Representação do esquema de amostragem utilizado na determinação do efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo.

3.3.2. Manuseamento das amostras de solo

O transporte das amostras para o laboratório decorreu a 4 ºC e no próprio dia

da recolha. No dia seguinte, procedeu-se à homogeneização e crivagem das

3.3. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros

3.3.1. Desenho experimental

Em dois patamares da pedreira da Secil (Ponto 3.1.1. Pedreira do Outão),

elegeram-se duas parcelas das estabelecidas no projecto de desbaste

selectivo de pinheiros: uma que serviu como controlo dado que nenhum

indivíduo de P. halepensis foi cortado (D0)

p

alcançar, respectivamente, o primeiro e segundo objectivos propostos neste

composta por três sub-amostras de solo

extremidade da copa (Figura 3.4).

Page 64: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 3

amostras de forma a obter partículas com um diâmetro inferior a 2 mm. As

amostras para as análises físico-químicas e biológicas foram armazenadas

4ºC até se proceder à sua análise. As amostras para as análises moleculares

foram armazenadas a -20 ºC. O processo de homogeneização demorou no

máximo dois dias e todas as análises biológicas realizaram-se nas duas

semanas seguintes à recolha das amostras.

3.3.3. Dados climáticos

utilizados para a caracterização das condiçõ

a

Os dados es climáticas

o período

nos patamares 3 e 5

ncentração de iões H+. Esse sinal

é convertido em unidades de pH por um potenciómetro.

Retirou-se 10 g de solo, ao qual se adicionou 10 ml de água destilada e

(nomeadamente média anual das temperaturas máxima e mínima, temperatura

média anual e a precipitação total anual) da pedreira da Secil, para

entre Março de 2001 e Fevereiro de 2004, foram recolhidos na Estação

Meteorológica de Setúbal pelo Instituto de Meteorologia. Para o ano de 2003

foram analisados dados recolhidos de sensores instalados

da pedreira de calcários (nomeadamente temperatura máxima, temperatura

mínima e precipitação total anual).

3.3.4. Indicadores físico-químicos

3.3.4.1. pH

Neste trabalho utilizou-se um eléctrodo de vidro com membrana selectiva, o

qual gera um sinal eléctrico proporcional à co

seguidamente agitou-se durante 30 minutos a 28 ºC. Após um período de 96

horas à temperatura ambiente (aproximadamente 24 ºC) determinou-se o pH

na suspensão do solo com o eléctrodo micropH 2001 (Crison Instruments, S.A.,

Barcelona, Espanha). A calibração e a operação do eléctrodo efectuaram-se de

acordo com as especificações do fabricante. Para cada amostra as

determinações efectuaram-se em triplicado.

48

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Material e Métodos

49

A matéria orgânica do solo determinou-se por perda de ignição. Procedeu-se à

pesagem de aproximadamente 10 g de cada amostra de solo para um cadinho

mostras à temperatura

ambiente. A diferença entre o peso inicial e o peso final corresponde ao

r Kemper & Rosenau (1986). Este

método simula o efeito da chuva na estabilidade dos agregados com 1 a 2 mm

e diâmetro do solo, mergulhando sistematicamente as amostras de solo em

água.

Após a secagem do solo à temperatura ambiente, crivaram-se as amostras

s copos metálicos com água por

copos metálicos, pr

hexametafosfato de sódio (concentração de 2 g/L). Agitaram-se mais uma vez

va pesagem. As análises efectuaram-se em triplicado.

3.3.4.2. Matéria orgânica do solo

de porcelana. As amostras foram incubadas a 600 ºC durante 8 horas. Findo

este período, as amostras foram transferidas para um exsicador para

alcançarem a temperatura ambiente. Pesaram-se as a

conteúdo em matéria orgânica da amostra de solo. Para cada amostra as

determinações efectuaram-se em triplicado.

3.3.4.3. Percentagem de agregados hidroestáveis do solo

Para a determinação da percentagem de agregados hidroestáveis do solo (1-2

mm) adaptou-se o procedimento descrito po

d

utilizando os crivos de 2 mm e de 1 mm e conservou-se a fracção retida no

crivo de 1 mm. Desta fracção, pesaram-se 4 g de solo e colocaram-se as

amostras num copo com fundo em malha inferior a 1 mm. De seguida,

colocaram-se os copos com as amostras sobre um tabuleiro com areia húmida

durante 10 minutos. Adicionou-se 25 ml de água destilada a um copo metálico,

o qual foi previamente pesado. Colocaram-se os copos com as amostras no

aparelho (Ibide), que as submerge e emerge do copo metálico, durante 3

minutos. Findo este período substituiu-se o

eviamente pesados, com 25 ml da solução de

as amostras até que no copo com malha ficou apenas material não

desagregante. Posteriormente colocaram-se todos os copos metálicos na

estufa até que o resíduo ficou totalmente seco. Após esta secagem, deixou-se

que os copos metálicos atingissem a temperatura ambiente e procedeu-se a

uma no

Page 66: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 3

Realizou-se o cálculo da percentagem de agregados hidroestáveis utilizando a

seguinte equação:

Peso solo água = Peso copo com solo e água – Peso copo vazio

Peso solo Na(PO4)6 = Peso copo com solo Na(PO4)6 – Peso copo vazio – 0,05g

3.3.5. Indicadores microbianos

3.3.5.1. Biomassa microbiana

A quantificação da biomassa microbiana do solo efectuou-

100

água em solo Peso PONa em solo Peso

PONa em solo Peso % eisHidroestáv Agregados

64

64

se tal como foi

descrito anteriormente (3.2.4.2).

3.3.5.2. Actividade da enzima fosfatase (fosfomonoesterase)

3.3.5.3. Actividade da enzima desidrogenase

Para o cálculo da actividade da enzima desidrogenase do solo adaptou-se o

rotocolo descrito por Benítez e colaboradores (2000). Este método utiliza sais

de tetrazolium como aceitadores de electrões artificiais, os quais quando são

formam um composto de cor

vermelha. Este composto é extraído utilizando o solvente apropriado e

quantificad m espectrofotómetro.

A quantificação da actividade da enzima fosfatase (fosfomonoesterase) do solo

efectuou-se tal como foi descrito anteriormente (3.2.4.3).

p

reduzidos pelas enzimas desidrogenase

o colorimetricamente, utilizando u

50

Page 67: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Material e Métodos

51

volume. Adicionou-se 0,3 ml de água e 0,2 ml

de INT (a 0,4%) a três das réplicas. Ao controlo adicionou-se apenas 0,5 ml de

tubos, os mesmos foram fechados e procedeu-se à sua

incubaç te

período, adicionou-se 5 ml de acetona a todos os tubos e agitou-se

o sobrenadante a 490

nm. Elaborou-se uma curva de calibração utilizando padrões de INTF com

g INTF/ml, os quais foram analisados

da me ação à temperatura

ambiente. Os resultados expressaram-se em g INTF/ h/ g solo seco.

olo

foram testados três protocolos adaptados dos métodos descritos por Tsai e

escrição

completa do protocolo utilizado encontra-se no Apêndice 1 – Métodos de

Para cada amostra pesaram-se 4 réplicas de 1 g de solo e colocou-se cada

uma delas em tubos de 15 ml de

água. Após agitar os

ão à temperatura ambiente, protegido da luz, durante 20 h. Findo es

vigorosamente durante 1 minuto. Depois efectuou-se a sua centrifugação a

10000 g durante 10 minutos. Registou-se a absorvência d

concentrações de 0, 5, 10, 20, 45 e 90

sma forma que as amostras após o período de incub

3.3.6. Indicadores de diversidade microbiana

3.3.6.1. Extracção do ADN do solo

Na primeira fase do processo de optimização da extracção de ADN do s

Olson (1991), Zhou e colaboradores (1996) e Martin-Laurent e colaboradores

(2001). A descrição completa dos protocolos utilizados encontra-se no

Apêndice 1 – Métodos de extracção de ADN do solo.

Numa segunda fase, foram testados dois sistemas de purificação de ADN ao

protocolo seleccionado, o método adaptado de Zhou e colaboradores (1996).

Os sistemas de purificação testados foram as Colunas Microcon® YM-100

(Millipore, Bedford, MA) e as Colunas Sepharose 4B (Sigma). A descrição

completa dos protocolos utilizados encontra-se no Apêndice 1 – Métodos de

extracção de ADN do solo.

Na fase final do processo de optimização utilizou-se o kit de extracção de ADN

“Ultra Clean™ Soil DNA Kit” (Mo Bio Labs, Inc., Califórnia, EUA). A d

extracção de ADN do solo.

Page 68: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 3

3.3.6.2. ARDRA – Amplified Ribossomal DNA Restriction Analysis

iadoras, locais

conservados localizados nas extremidades 5’ e 3’ do gene 16S rADN de E. coli

amostras, sujeitaram-se os tubos de PCR a uma

naturação inicial a 95 ºC durante 5 minutos,

seguido de 30 ciclos de desnaturação a 94 ºC durante 45 s, hibridação a 55 ºC

duran

passo de extensão final a 72 ºC durante 5 minutos.

es: 10 l de produtos de PCR,

1l de enzima HaeIII, 1,5 l de tampão e 2,5 ml de água destilada estéril.

A técnica de ARDRA consiste na digestão enzimática, com enzimas de

restrição que reconheçam sequências de 4 pares de base, do gene 16S rADN

e posterior separação dos fragmentos obtidos.

Para a amplificação do ADN usou-se, como sequências inic

27f (5’ GAG AGT TTG ATC CTG GCT CAG 3’) e 1495r (5’ CTA CGG CTA CCT

TGT TAC GA 3’). A amplificação do ADN, a partir da diluição apropriada para

cada amostra, ocorreu num volume final de 25 ou 50 l com as seguintes

condições: sequências iniciadoras a 0,5 M, dNTPs a 125 M, tampão

concentrado 1×, cloreto de magnésio 2,5 mM e 0,5 U de Taq polimerase. Antes

da aplicação do ADN das

exposição de 45 s à luz ultravioleta para degradar qualquer ADN contaminante.

Para a amplificação do ADN empregou-se um termociclador (Perkin-

Elmer/Cetus DNA Thermal Cycler) com as seguintes condições de

amplificação: um passo de des

te 45 s e extensão a 72 ºC durante 1 minuto e 15 s, e de seguida um

A digestão enzimática dos fragmentos amplificados de ADN ocorreu num

volume final de 15 l com as seguintes condiçõ

Incubaram-se as amostras a 37 ºC durante 4 horas. A separação dos

fragmentos obtidos efectuou-se no mini-sistema vertical de electroforese

(Pharmacia) utilizando géis de poliacrilamida (19:1 acrilamida: bis-acrilamida) a

6%, em tampão TAE concentrado 1×, durante 4 horas e com uma corrente de

100 V.

3.3.6.3. RISA – Ribossomal Intergenic Spacer Analysis

A técnica de RISA consiste na amplificação da região entre os genes 16S e

23S rADN e posterior separação dos fragmentos obtidos. Existem evidências

52

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Material e Métodos

53

Para a análise da comunidade bacteriana do solo utilizando a técnica RISA

ação do ADN das amostras, sujeitaram-se os tubos de PCR a uma

exposição de 45 s à luz ultravioleta para degradar qualquer ADN contaminante.

Para (Perkin-

istema PROTEAN II

de que esta região difere quer em tamanho quer em sequência entre diferentes

espécies. Dado que muitas bactérias possuem várias cópias do operão rADN

subsiste a possibilidade de utilizar esta técnica para identificar ou distinguir

diferentes estirpes bacterianas (Gürtler & Stanisich, 1996).

usou-se, como sequências iniciadoras, locais conservados localizados nas

extremidades 5’ e 3’ da região entre os genes 16S e 23S rADN de E. coli

LSrADN (5’ CCG GGT TTC CCC ATT CGG 3’) e SSrADN (5’ TGC GGC TGG

ATC CCC TCC TT 3’). A amplificação do ADN, a partir da diluição apropriada

para cada amostra, ocorreu num volume final de 25 l com as seguintes

condições: sequências iniciadoras a 0,5 M, dNTPs a 125 M, tampão

concentrado 1×, cloreto de magnésio 2,5 mM e 1 U de Taq polimerase. Antes

da aplic

a amplificação do ADN empregou-se um termociclador

Elmer/Cetus DNA Thermal Cycler) com as seguintes condições de

amplificação: um passo de desnaturação inicial a 95 ºC durante 5 minutos; 30

ciclos compostos por um período de desnaturação a 94 ºC durante 45 s, um

período de hibridação a 55 ºC durante 45 s e um período de extensão a 72 ºC

durante 1 minuto e 15 s; um passo de extensão final a 72 ºC durante 5 minutos.

A separação dos fragmentos amplificados efectuou-se no s

Vertical Electrophoresis Cells (BioRad, Hemel Hempstead, U.K.) utilizando géis

de poliacrilamida (19:1 acrilamida: bis-acrilamida) a 6 %, em tampão TAE

concentrado 1×, durante 16 h e com uma corrente de 150 V.

3.3.6.4. Coloração e digitalização géis de poliacrilamida

Para a visualização das bandas de ADN nos géis de poliacrilamida utilizou-se o

protocolo de coloração por nitrato de prata descrito por Bassam e

colaboradores (1991). Colocou-se o gel de poliacrilamida numa solução de

ácido acético a 10% durante 20 minutos. Findo este período, retirou-se a

solução de ácido acético, a qual se reservou. Lavou-se o gel em água destilada

por 2 minutos. Repetiu-se este passo mais duas vezes. Em seguida colocou-se

Page 70: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 3

o gel numa solução de nitrato de prata (2 g de nitrato de prata e 3 ml de

formaldeído a 37% e 2000 ml de água ultrapura) durante 30 minutos. Concluído

este período, descartou-se a solução de nitrato de prata e lavou-se

rapidamente com água destilada. Em seguida colocou-se, até cobrir o gel, a

solução de carbonato de sódio (60 g carbonato de sódio, 3 ml de formaldeído a

37 % e 100 l de tiosulfato de sódio a 10 mg/ml em 2000 ml de água ultra pura)

o e

coloco

tic Averages).

e esperou-se até ao aparecimento das bandas de ADN. Quando se considerou

que o gel estava suficientemente corado descartou-se rapidamente a solução

de carbonato de sódio e adicionou-se a solução de ácido acético utilizada

anteriormente. Após 15 minutos, descartou-se a solução de ácido acétic

u-se o gel em água destilada durante 15 minutos.

Para a digitalização de todos os géis corados utilizou-se o sistema Gel Doc

(BioRad, Hemel Hempstead, U.K.). Na subsequente análise para determinação

do tamanho dos fragmentos de ADN obtidos utilizou-se o software Quantity

One (BioRad, Hemel Hempstead, U.K.).

3.3.7. Análise estatística

Analisaram-se os dados relativos à avaliação da qualidade do solo aplicando

uma análise de variância (Repeated Measures ANOVA), com excepção dos

dados da diversidade das comunidades microbianas e da percentagem de

agregados hidroestáveis. Os dados referentes à percentagem de agregados

hidroestáveis foram analisados através de uma análise de variância (ANOVA 2-

way). Para avaliar o efeito do desbaste selectivo de pinheiros na diversidade da

comunidade microbiana efectuou-se um dendograma. A distância (D), entre as

diferentes amostras, foi calculada utilizando a expressão D = 1 - coeficiente de

Pearson. O coeficiente de Pearson foi calculado considerado apenas a

presença/ausência de bandas de ADN. O método de aglomeração utilizado foi

o UPGMA (Unweighted Pair Group Method using Arithme

Em ambas as análises de variância efectuadas, utilizou-se o teste Tukey HSD

para as comparações pos-hoc e considerou-se um nível de significância de

p0,05 em todas as análises e testes. Quando não se verificaram os

54

Page 71: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Material e Métodos

55

formação dos dados utilizando a função

logarítmica ou da raiz quadrada permitiu a satisfação destes pressupostos.

eira

rão (Correia

ualquer actividade mineira desde 1975. A vegetação desenvolveu-

se por regeneração natural e sem qualquer intervenção do homem. Estudos

de cobertura total e de diversidade,

o que indica que ainda se encontra num estado inicial de evolução (Correia et

desc em Ponto 3.1.1. Pedreira do Outão.

pressupostos da ANOVA, a trans

Empregou-se uma análise de componentes principais para integrar os dados

obtidos de todos os parâmetros analisados e conseguir uma apreciação global

do efeito do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo.

Todas as análises estatísticas efectuaram-se no software SPSS para Windows,

versão 14.

3.4. Utilização de microrganismos promotores do

crescimento vegetal

3.4.1. Locais de isolamento e características dos solos

testados

Foram escolhidos três locais distintos dentro do Parque Natural da Arrábida: (i)

a vegetação natural (VN) e dois locais correspondendo a diferentes processos

de revegetação, (ii) uma pedreira com recuperação natural (PN) e uma pedr

com recuperação artificial (PA).

O local VN caracteriza-se pela ocorrência de um maquis mediterrânico,

dominado por arbustos esclerófilos e plantas semi-decíduas de ve

et al., 2001; Pedro, 1991). O local PN é uma pedreira de calcários que não

apresenta q

efectuados revelaram que a população vegetal, que aí se desenvolveu, tem

uma composição florística semelhante à vegetação natural envolvente (VN). No

entanto, apresenta valores mais reduzidos

al., 2001). O local PA corresponde ao patamar P1 da pedreira do Outão,

rito anteriormente

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Capítulo 3

3.4.2. Amostragem, isolamento e selecção de estirpes

bacterianas

Em cada local (VN, PN e PA), recolheram-se amostras de solo da região sobre

a influência da copa e da rizosfera de três árvores distintas. Em cada uma das

efectuou-se este

O m o para o isolamento de estirpes fixadoras de azoto

atmosférico foi o meio de Manitol Agar (Apêndice 2 – Meios de cultura).

ridos para caixas de GYA (Apêndice 2 – Meios de

cultura) para obtenção de culturas puras. Os isolados cresceram nos meios de

árvores seleccionadas, foram recolhidas três sub-amostras de solo (com 8 cm

de diâmetro e 15 cm de profundidade) e homogeneizadas numa amostra

composta. As amostras de solo foram crivadas (crivo <2 mm) e armazenada à

temperatura de 4 ºC até à sua utilização. Prepararam-se as suspensões dos

solos através da adição de soro fisiológico estéril na proporção de 1:10 (massa:

volume) às amostras de solo, e posterior agitação durante uma hora num

agitador orbital à temperatura ambiente. Para cada amostra de solo,

prepararam-se diluições decimais sucessivas. As estirpes bacterianas foram

isoladas através da transferência de alíquotas de 100 l da diluição 10-4 das

suspensões de solo de cada uma das amostras para caixas de Petri contendo

o meio de cultura apropriado. Para cada amostra

procedimento em triplicado.

eio de cultura escolhid

Incubaram-se as caixas de Manitol Agar inoculado a 25 ºC e na escuridão até

ao surgimento de colónias, normalmente 2 a 5 dias. Diversos isolados, cujas

colónias tinham características macroscópicas de Azotobacter spp. (colónias

brancas mucosas), foram transferidos para caixas de GYA (Apêndice 2 – Meios

de cultura) para obtenção de culturas puras. As estirpes mais abundantes de

cada local (VN, PN, PA) foram seleccionadas para serem utilizadas como

inóculo nas experiências com plântulas em viveiro.

O meio B de King (Apêndice 2 – Meios de cultura) foi utilizado para isolar as

estirpes de Pseudomonas spp. Incubaram-se as caixas de B de King inoculado

a 25 ºC e na escuridão até ao surgimento de colónias, normalmente 2 dias.

Diversos isolados, cujas colónias tinhas características macroscópicas de

Pseudomonas spp. (colónias com pigmento verde – amarelo fluorescente sob

luz ultravioleta), foram transfe

56

Page 73: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Material e Métodos

57

utilizadas como inóculo nas experiências com plântulas em viveiro.

Este estudo foi constituído por duas experiências de inoculação de plântulas

seleccionadas. As plântulas com 2 anos de idade foram transplantadas para

vasos de 5 L contendo a mesma marga que é utilizada para cobrir os

cultura PVK (Nautiyal, 1999), NBRIP (Nautiyal, 1999) e GL (Sylvester-Bradley

et al., 1982) para detectar a sua capacidade de solubilizar fosfato mineral

(Apêndice 2 – Meios de cultura). As estirpes de cada local (VN, PN, PA) com

maior capacidade de solubilização de fosfato foram seleccionadas para serem

utilizadas como inóculo nas experiências com plântulas em viveiro.

Foram seleccionadas uma estirpe fixadora de azoto e uma estirpe

solubilizadora de fosfato de cada local (VN, PN, PA), totalizando três estirpes

fixadoras de azoto e três estirpes solubilizadoras de fosfato, para serem

Previamente à sua inoculação nas plântulas, as estirpes cresceram em GYB

(Apêndice 2 – Meios de cultura) durante 48 h à temperatura de 25 ºC e

protegidas da luz solar, num agitador orbital. Para efeitos de inoculação os

tratamentos contendo estirpes fixadoras de azoto foram denominados de N2

seguido do local de isolamento da estirpe (N2-VN; N2-PN; N2-PA). De igual

modo, os tratamentos contendo estirpes solubilizadoras de fosfato foram

denominados de P seguido do local de isolamento da estirpe (P-VN; P-PN; P-

PA).

3.4.3. Desenho experimental das experiências de inoculação

de plântulas

em condições de viveiro. Estas duas experiências diferiram nas espécies

vegetais utilizadas, nos inóculos microbianos testados e nos solos utilizados. O

modo de produção e aplicação do inóculos microbiano e as condições de

crescimento das plântulas foram semelhantes nas duas experiências.

3.4.3.1. Experiência # 1 – plântulas de pinheiro

A espécie vegetal testada foi P. halepensis. As plântulas de P. halepensis com

6 meses de idade cresceram em vasos contendo turfa não esterilizada durante

aproximadamente 18 meses antes da inoculação com as estirpes bacterianas

Page 74: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 3

patamares da pedreira, de forma a simular as condições da pedreira. Durante a

transplantação as plântulas de pinheiro foram inoculadas com as estirpes

bacterianas correspondentes e com o controlo (cinco réplicas por tratamento).

Tabela 3.3

Para inocular as plântulas manteve-se uma pequena porção de turfa, a rodear

o sistema radicular, à qual foi adicionado 10 ml do inóculo bacteriano

correspondente (uma suspensão densa da cultura em fase exponencial de

crescimento em GYB) ou 10 ml de meio GYB estéril no tratamento controlo. As

plântulas foram atribuídas aleatoriamente a cada tratamento. Os vasos das

plântulas foram distribuídos aleatoriamente numa parcela de um viveiro ao ar

Os acrónimos dos diferentes tratamentos encontram-se discriminados na

.

Tabela 3.3 – Tratamentos utilizados no ensaio em viveiro em plântulas de P. halepensis e em indivíduos das espécies autóctones.

Tratamento Microrganismos adicionados

Controlo Sem adição de microrganismos

N2-VN o natural Fixador de azoto isolado do solo da vegetaçã

P-VN Solubilizador de fosfato isolado do solo da vegetação natural

N2P-VN Mistura dos dois inóculos da vegetação natural

N2-PN Fixador de azoto isolado do solo da pedreira com recuperação natural

P-PN Solubilizador de fosfato isolado do solo da pedreira com recuperação natural

N2P-PN Mistura dos dois inóculos da pedreira com recuperação natural

N2-PA Fixador de azoto isolado do solo da pedreira com recuperação artificial

P-PA Solubilizador de fosfato isolado do solo da pedreira com recuperação artificial

N2P-PA Mistura dos dois inóculos da pedreira com recuperação artificial

58

Page 75: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Material e Métodos

livre, e estiveram sujeitos às condições ambientais naturais e regados quando

59

necessário.

3.4.3.2. Experiência # 2 – plântulas de espécies autóctones

cies ve unedo

(designadas de espécies autóctones). As plântulas com 2 anos de idade foram

com dois

(també plântulas das

s autócto

inoculadas com 100 ml do inóculo bacteriano correspondente (uma suspensão

da cultura l de

meio GYB estéril no tratamento controlo. As plântulas foram atribuídas

ente a

mente n

condições ambientais naturais e regados quando necessário.

3.4.4. Parâmetros do crescimento vegetal

A altura e o diâmetro basal das plântulas de P. halepensis foram registados

uatro vezes durante o decorrer do ensaio. No final do ensaio separam-se as

.

O número de folhas novas ou ramos novos foi calculado subtraindo o valor

inicial ao v icial).

As espé getais testadas foram C. siliqua, O. europaea e A.

inoculadas tratamentos bacterianos (N2P-VN e N2P-PN) e com o

controlo m com cinco réplicas por tratamento). As

espécie nes foram mantidas em vasos de 3 L contendo turfa e

densa em fase exponencial de crescimento em GYB) ou 10 m

aleatoriam cada tratamento. Os vasos das plântulas foram distribuídos

aleatoria uma parcela de um viveiro ao ar livre, e estiveram sujeitos às

q

folhas, o caule e as raízes e foram secos a 80 ºC, para determinação dos

pesos secos. Para as plântulas das espécies esclerófilas autóctones, todos os

parâmetros analisados foram registados no início e no final da experiência,

nomeadamente a altura e o diâmetro basal. Os números totais de folhas e de

ramos foram determinados nas plântulas de C. siliqua. Nas plântulas de O.

europaea e de A. unedo foram seleccionados três ramos nos quais se

determinou o comprimento do ramo, o número total de folhas e de

ramificações

alor final (Número de folhas novas = # Folhas final – # Folhas in

Para a determinação da altura e do diâmetro basal das plântulas foram

utilizados, respectivamente, uma régua e uma craveira digital. Estes dados

Page 76: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 3

foram transformados numa taxa de crescimento relativo (TCR) através da

seguinte equação adaptada de Šesták et al. (1971):

X1 – medida em altura (TCRalt) ou em diâmetro basal (TCRdb) inicial,

1000

t

X1 Ln - X2 Ln TCR

X2 – medida em altura (TCRalt) ou em diâmetro basal (TCRdb) final,

ay. Foram testados dois factores cada um com três níveis. O

primeiro factor considerado foi o local de isolamento da estirpe bacteriana, com

ara as comparações pos-

hoc.

Os dados da taxa de crescimento relativo obtidos na primeira experiência foram

analisados factor com 10

íveis. A cada nível correspondeu um tratamento diferente. Utilizou-se o teste

de Dunnett para as comparações pos-hoc. Todos os dados da segunda

ay. Foi

t – tempo em dias entre as duas medidas.

Os resultados são expressos em cm×cm-1×d-1×10-3. Para a experiência com as

plântulas de pinheiro o período de crescimento considerado foi de 155 dias. Na

experiência com as plântulas autóctones o período de crescimento considerado

foi de 131 dias.

3.4.5. Análise estatística

Os dados de crescimento em altura e diâmetro basal monitorizados na primeira

experiência foram analisados recorrendo a uma ANOVA RM (Repeated

Measures) 2-w

os níveis VN (vegetação natural), PN (pedreira com recuperação natural) e PA

(pedreira com recuperação artificial), e o segundo factor foi o tipo de estirpe

bacteriana, com os níveis N2 (fixadores de azoto), P (solubilizadores de

fosfato) e N2-P (aplicação em simultâneo de fixadores de azoto e

solubilizadores de fosfato). Utilizou-se o teste Tukey HSD (Honest Significant

Difference) ou LSD (Least Significant Difference) p

recorrendo a uma ANOVA 1-way. Foi testado um

n

experiência foram analisados recorrendo a uma ANOVA 1-w

60

Page 77: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Material e Métodos

61

tt para as

comparações pos-hoc.

Todas as análises estatísticas efectuaram-se utilizando o software SPSS para

utilizando a função logarítmica ou a da

considerado um factor com três níveis. Utilizou-se o teste de Dunne

Windows, versão 17. Considerou-se um nível de significância de p 0,05 em

todas as análises de variância e testes para comparações pos-hoc. Quando

não se verificaram os pressupostos da normalidade ou da homogeneidade das

variâncias, transformaram-se os dados

raiz quadrada.

Page 78: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

62

Page 79: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4. Resultados

4.1. Efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros na

qualidade do solo

Os dados a seguir apresentados foram obtidos no ensaio estabelecido para

avaliar o efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do

solo. Este ensaio decorreu no patamar P1 da pedreira do Outão (Ponto 3.1.1.

Pedreira do Outão), ao longo de dois meses, com determinações regulares de

dados microclimáticos e de qualidade do solo. Foram avaliadas características

físico-químicas do solo e o tamanho e a actividade da comunidade microbiana

do solo.

Na Figura 4.1 estão representados os dados microclimáticos relativos ao

patamar P1. Para este ensaio foram estabelecidas duas estações

microclimáticas (uma sobre um pinheiro controlo e outra ao lado de um pinheiro

desbastado) nas quais a temperatura e humidade do ar foram determinadas a

50 cm de altura e a temperatura do solo foi determinada a 5 cm de

profundidade.

Os dados microclimáticos obtidos evidenciam um maior efeito do desbaste

selectivo de pinheiros na média diária da temperatura do solo do que na

temperatura e humidade do ar. Este efeito é mais evidente na segunda metade

do período de monitorização, na qual se observa um aumento gradual da

temperatura do ar acompanhado por um decréscimo da humidade do ar.

Durante o período de monitorização as médias diárias das temperaturas do ar

e do solo tendem a ser superiores no solo do pinheiro desbastado. É de

salientar que no 50º dia, quando ocorre uma descida acentuada na

temperatura do ar acompanhada por uma subida da humidade do ar, a

temperatura do solo do pinheiro controlo desce mais acentuadamente que a do

pinheiro cortado.

63

Page 80: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

Figura 4.1 – Dados microclimáticos obtidos no patamar P1 da pedreira da Secil durante os meses de Abril a Junho de 2003.

A variação do conteúdo em água do solo (Figura 4.2), ao longo do tempo, sob

a influência dos pinheiros desbastados é análoga entre os diferentes indivíduos

amostrados e segue um padrão semelhante ao registado na humidade relativa

do ar. Nos solos sob a influência dos pinheiros controlos existe uma maior

variabilidade entre os indivíduos no conteúdo em água do solo, em particular,

no 48º dia onde se esperaria uma descida da percentagem de água do solo

devido às temperatura e humidade do ar registadas.

5

10

15

20

25

30

25

ura

do s

C)

olo

(º20

10

15

Tem

pera

tC

)T

empe

ratu

ra d

o ar

20

40

60

0 10 20 30 40 50 60 70

Tempo (dias)

Hum

idad

80

e do

ar

( 100

120

%)

Controlo Cortados

Tempo (dias após o desbaste)

Desbastados

64

Page 81: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

65

Figura 4.2 – Conteúdo do solo em água registado nas amostras do patamar P1 da pedreira da Secil durante os meses de Abril a Junho de 2003. Os valores apresentados são médias ± erro padrão. , , , ,– pinheiros controlo; , , , – pinheiros desbastados.

A análise estatística revelou um efeito significativo (p=0,005) do tempo, o que

signific

signific

esmo nível de

sp se inalterada nos

a que durante o período de monitorização houve uma variação

ativa no conteúdo em água das amostras de solo. Contudo, como a

interacção entre este factor e o factor desbaste também tem um efeito

tados.

nteve o m

iração. No 48º dia o nível da respiração do solo manteve-

pinheiros P2C e P4C, e houve um incremento nos solos relativos aos pinheiros

significativo (p=0,001) concluímos que o efeito do tempo não é igual nos

inheiros controlos e nos desbasp

Na Figura 4.3 estão representados os dados da quantificação da taxa de

respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo, sob a copa e

rizosfera, dos indivíduos de P. halepensis estudados.

Nos solos relativos aos pinheiros do grupo controlo regista-se um decréscimo

da taxa de respiração do solo até ao 21º dia, quando atingem o seu valor

mínimo, seguido de um aumento dos níveis de respiração ao 35º dia, com a

excepção do solo relativo ao pinheiro P1C que ma

re

Page 82: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

0

150

300

450

600

750

900

Bio

ma

ssa

mic

rob

ian

a

( g

C-m

ic/ g

de

so

lo s

eco

)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

(g C

O2 / m

2/ h)

P1C P2CT

axa

de

resp

iraçã

o

66

0,0

0,2

0,4

0,6

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resp

iraçã

o

CO

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1,0 Ta

xa(g

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0

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450

Bio

ma

ssa

mic

ro(

g C

-mic

/ g d

e s

600bia

na

olo

se

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900

o) P1D P2D

0

r so

l

150

300

450

Bio

ma

ssa

mic

( g

C-m

ic/ g

de

600

750

900

ob

ian

a

o s

eco

)

5 14 21 35 48 63

Tempo (dias)

5 14 21 35 48 63

Tempo (dias)

0,0

0,2

0,8

Ta

xaã

o

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resp

iraç

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2/ h)

1,0

1,2P3D P4D

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0,2

0,4

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Ta

xa d

e re

spira

ção

(g C

O2 / m

2/ h)

0

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150

300

450

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Bio

ma

ssa

mic

rob

ian

a

g C

-mic

/ g d

e s

olo

se

co) P3C P4C

Tempo (dias após desbaste) Tempo (dias após desbaste)

Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses após o desbaste selectivo de pinheiros. Os valores apresentados são médias (n=3) e erro padrão. – Taxa de respiração; – Biomassa microbiana; P1C, P2C, P3C, P4C – pinheiros controlo; P1D, P2D, P3D, P4D – pinheiros desbastados.

Page 83: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

67

1C e P3C. No final da monitorização, em todos os solos junto aos pinheiros

do grupo controlo houve uma diminuição na taxa de respiração, com a

excepção do solo sob o pinheiro P1C. Apesar das diferenças observadas na

variação temporal da respiração do solo de cada pinheiro, a análise estatística

evidencia uma variação significativa (p=0,034) da taxa de respiração do solo ao

longo do período de monitorização.

Nos solos relativos aos pinheiros desbastados a variação inicial da taxa de

respiração do solo é semelhante à dos pinheiros do grupo controlo, com um

decréscimo até ao 21º dia e um aumento do nível de respira o 35º dia. No

b a influência

o

olo

dade

P

ção a

48º dia registou-se uma descida da taxa de respiração nos solos relativos aos

pinheiros desbastados, com a excepção do solo relativo ao pinheiro P4D que

apresenta um nível de respiração mais elevado. No final da monitorização o

nível de respiração registou um aumento na maioria dos solos so

dos pinheiros, com a excepção do solo relativo ao pinheiro P4D que diminuiu

cerca de 67%.

A análise estatística da biomassa da comunidade microbiana evidencia

diferenças significativas entre os indivíduos (p=0,000) estudados e na

interacção entre os factores tempo e desbaste (p=0,000), o que indica que a

variação do tamanho da comunidade microbiana ao longo do tempo não é igual

nos solos de pinheiros desbastados e não desbastados.

Os solos dos pinheiros do grupo controlo, com a excepção do solo sob o

pinheiro P4C, possuem valores de biomassa da comunidade microbiana muit

semelhantes entre si, ao longo do período de monitorização. Apesar do s

relativo ao pinheiro P4C apresentar valores de biomassa da comuni

microbiana mais elevados, todos os solos relativos aos pinheiros do grupo

controlo variam de forma similar ao longo do tempo. Observa-se uma tendência

de diminuição da biomassa até ao 35º dia, seguida de um ligeiro aumento no

48º dia e nova diminuição no final do período de monitorização.

tam uma ligeira descida até ao 21º dia. No 35º dia há um aumento

Nos solos relativos aos pinheiros desbastados observamos alguma

variabilidade entre os indivíduos no início da monitorização. No entanto, todos

eles apresen

Page 84: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

ou manutenção da biomassa da comunidade microbiana, seguido de uma

descida ao 48º dia e uma ligeira recuperação no final da monitorização.

Curiosamente, no 48º dia, quando o conteúdo em água do solo atinge o valor

mínimo (Figura 4.2), todos os solos relativos aos pinheiros desbastados sofrem

uma diminuição da biomassa da comunidade microbiana enquanto que nos

solos sob os pinheiros do grupo controlo observa-se uma ligeira subida. Na

ada solo apresenta quer no modo como

variam ao longo do tempo. No entanto, a maioria destes solos apresenta no

uma elevada variabilidade na actividade da enzima fosfatase. Contudo, estes

grupo controlo

(p=0,001 e coeficiente Pearson= 0,371) e aos do grupo desbastados (p=0,028

taxa de respiração do solo observa-se uma tendência semelhante, mas as

alterações são menos evidentes. Com efeito, apenas nos solos sob a influência

dos pinheiros desbastados existe uma correlação positiva significativa entre a

biomassa da comunidade microbiana do solo e o conteúdo em água do solo

(coeficiente Pearson= 0,567 e p=0,000).

A quantificação da actividade da enzima fosfatase do solo, representada na

Figura 4.4, mostra uma grande variabilidade nos solos sob os pinheiros do

grupo controlo, quer nos valores que c

final do estudo uma actividade enzimática semelhante à apresentada

inicialmente. Efectivamente, apenas o solo relativo ao pinheiro P1C possui uma

actividade enzimática final superior à inicial.

Nos solos sob a influência de pinheiros desbastados também encontrámos

solos apresentam uma tendência para um aumento da actividade enzimática,

dado que apresentam uma actividade enzimática no final do período de

monitorização superior à actividade inicial, com a excepção do solo relativo ao

pinheiro P1D.

Os dados obtidos indicam que existe uma correlação significativa fraca entre a

actividade da fosfatase (determinada no valor do pH do solo) e a biomassa da

comunidade microbiana nos solos relativos aos pinheiros do

e coeficiente Pearson= 0,250). Nos solos sob a influência de pinheiros

desbastados também se obteve uma correlação semelhante entre a fosfatase e

a respiração do solo (p=0,003 e coeficiente Pearson= 0,346).

68

Page 85: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

69

Figura 4.4 – Actividade das enzimas fosfatase, -glucosidase e do complexo das celulases do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses após o desbaste selectivo de pinheiros. Os valores apresentados são médias e erro padrão. – fosfatase, – -glucosidase e – celulase; P1C, P2C, P3C, P4C – pinheiros controlo; P1D, P2D, P3D, P4D – pinheiros desbastados.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

g gluc

P4C

ose/ h/ g de solo seco

0

60

120

180

240

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olo

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2,0

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NP

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60

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solo

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8,0

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P2D

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0,0

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P4D

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lo s

eco P3D

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0

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5 14 21 35 48 63

Tempo (dias)

g p-

N

5 14 21 35 48 63

Tempo (dias)

0,0

2,0

olo seco

Tempo (dias após desbaste) Tempo (dias após desbaste)

Page 86: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

A análise estatística efectuada revelou um efeito significativo do factor

desbaste (p=0,009) sobre a actividade da enzima fosfatase. Em todas as

actividades enzimáticas analisadas observou-se um efeito significat o factor

pinheiro aninhado no factor desbaste (p=0,001 na actividade fosfatásica,

p=0,000 na actividade -glucosidásica e p=0,044 no complexo celulásico).

Indicando que existem diferenças significativas entre os pinheiros pertencentes

ao mesmo grupo.

Os níveis de actividade da enzima -glucosidase no solo dos pinheiros do

ivo d

grupo controlo são muito semelhantes entre si ao longo do período de

monitorização, com excepção dos 21º e 63º dias, nos quais o solo do pinheiro

P4C tem um valor superior. Nestes solos parece existir uma tendência para um

aumento desta actividade enzimática ao longo do tempo, dado que todos eles

apresentam uma actividade final superior à inicial.

Os solos relativos aos pinheiros desbastados exibem uma grande variabilidade

nos valores de actividade da en -glucosidase e na sua variação temporal

até ao 35º dia, em que estes solos convergem para o mesmo valor de

actividade enzimática. Nos solos relativos aos pinheiros P1D e P4D ocorre um

ligeiro aumento da actividade enzimática no 48º dia e ocorre a manutenção

desse valor até ao final da monitorização. No solo relativo ao pinheiro P3D

observa-se uma manutenção da actividade enzimática até ao final da

monitorização e no solo relativo ao pinheiro P2D ocorre um decréscimo da

actividade seguido de uma recuperação no final da monitorização.

Nos solos sob a influência de ambos os grupos de pinheiros observa-se uma

correlação significativa fraca entre as actividades das enzimas fosfatase e -

glucosidase, sendo ligeiramente mais forte no grupo dos desbastados (p=0,001

e coeficiente Pearson= 0,425) do que no controlo (p=0,001 e coeficiente

Pearson= 0,371). Na actividade da enzima -glucosidase verificou-se um efeito

significativo (p=0,010) da interacção entre o factor desbaste e o factor tempo, o

que pode significar que os solos relativos aos dois grupos de pinheiros

zima

variaram de forma diferente ao longo do tempo.

70

Page 87: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

71

ctivid

dade enzimática no 48º dia, o qual decresce no final da

monitorização para um nível semelhante ao inicial.

eguiu um decréscimo desse

mesmo valor. Os solos dos pinheiros do grupo desbastados parecem ter uma

, inversa e

fraca com o conteúdo em água do solo (p=0,009 e coeficiente Pearson= -

Os valores de a ade do complexo celulásico não variam muito entre os

solos de pinheiros do grupo controlo, com a excepção do solo do pinheiro P4C

que nas duas últimas amostragens apresenta valores de actividade superiores

aos restantes. Os solos dos pinheiros P1C e P2C apresentam uma actividade

enzimática praticamente constante em todo o período estudado. Os solos de

ambos os pinheiros P3C e P4C têm um decréscimo na actividade enzimática

ao 14º dia e mantêm esse valor até ao 35º dia. Ambos os solos apresentam um

aumento na activi

Nos solos relativos aos pinheiros desbastados parece haver uma tendência

para uma diminuição da actividade do complexo celulásico até ao 21º dia,

quando a maioria dos solos apresenta o valor mínimo. Todos os solos relativos

aos pinheiros desbastados recuperaram ou ultrapassaram o nível inicial de

actividade enzimática até ao 48º dia, ao qual se s

maior variabilidade nos valores que cada amostra apresenta e no modo como

variam temporalmente, quando comparado com o grupo controlo.

Os dados dos solos relativos aos pinheiros do grupo controlo indicam que

existem correlações fracas e significativas entre a actividade do complexo

celulásico e a biomassa da comunidade microbiana (p=0,001 e coeficiente

Pearson= 0,397), e a actividade da enzima fosfatase (p=0,004 e coeficiente

Pearson= 0,339). Nos solos relativos aos pinheiros desbastados a actividade

do complexo celulásico apenas tem uma correlação significativa

0,304). A análise estatística evidenciou um efeito significativo do tempo sobre

esta actividade enzimática (p=0,033).

Na Error! Reference source not found. encontra-se representada a

integração dos dados obtidos durante a avaliação do efeito imediato do

desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo, utilizando uma análise de

componentes principais.

Page 88: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

Esta análise evidenciou que apenas no 48º dia existe uma clara diferença entre

as amostras dos solos sob os pinheiros do grupo controlo e os solos sob a

influência dos pinheiros desbastados. Nos solos relativos aos pinheiros do

grupo controlo somente as amostras dos 48º e 63º dias não se sobrepõem com

as amostras iniciais do 5º dia, indicando uma clara diferença na comunidade

microbiana do solo no período de tempo monitorizado. Nos solos relativos aos

pinheiros desbastados as amostras recolhidas nos 21º, 48º e 63º dias

encontram-se afastadas das amostras iniciais do 5º dia. As amostras do 21º dia

encontram-se afastadas das amostras do 5º dia no sentido positivo do eixo YY

(Factor 2), enquanto as amostras dos 48º e 63º dias estão separadas no

s variáveis analisadas na determinação do efeito

imediato do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo e os

sentido oposto do mesmo eixo.

T14

Figura 4.5 – Análise de componentes principais da avaliação do efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade do solo. – Solo pinheiro controlo; – Solo pinheiro desbastado.

As correlações entre a

T5T5

T5

T5 T14T14

T14

T14T21

T21 T21

T21

T21 T21T35

T35T35

T35

T48T48

T48

T48

T63

T63T63

T63

T5

T5 T21

T5

T5

T14 T14

T21T35

T35

T14

T35T35

T48

T48

T48

T48

T63

T63T63

T63

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3

Factor 1: 35,60%

-3

-2

-1

0

Fac

tor

2: 2

5,27

%

1

2

3

72

Page 89: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

principais factores, obtidas na análise de componentes principais, estão

representadas na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Correlação entre os indicadores da qualidade do solo e os principais factores da análise de componentes principais, na avaliação do efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros. TR – taxa respiração; BM – biomassa microbiana; AF – actividade fosfatásica; AG – actividade -glucosidásica; AC – actividade celulásica; CA – conteúdo em água.

73

ão

na qualidade do solo

do solo. Este ensaio decorreu nos patamares P1 e P3 da pedreira do Outão

Todos os indicadores microbianos têm uma correlação negativa com o Factor

1, sendo a actividade da enzima fosfatase aquele que apresenta a correlaç

mais forte. O Factor 2 tem uma forte correlação positiva com o conteúdo em

água do solo e uma correlação negativa com a biomassa da comunidade

microbiana e a actividade do complexo enzimático das celulases, no entanto

estas são mais fracas que a primeira. A actividade do complexo enzimático das

celulases tem uma correlação, com a mesma intensidade e o mesmo sinal,

com os dois principais factores obtidos. A biomassa da comunidade

microbiana, por outro lado, tem uma correlação com os dois factores de

intensidade semelhante, mas com sinais diferentes.

4.2. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros

Os dados a seguir apresentados foram obtidos no ensaio estabelecido para

avaliar o efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade

-0,52-0,01-0,050,650,020,91Factor 2

-0,52-0,69-0,82-0,60-0,590,09Factor 1

ACAGAFTRCA BM

-0,52-0,01-0,050,650,020,91Factor 2

-0,52-0,69-0,82-0,60-0,590,09Factor 1

ACAGBM AFTRCA

Page 90: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

(Ponto 3.1.1. Pedreira do Outão) com amostragens anuais desde 2002 até

2004. Foram avaliadas características físico-químicas do solo, o tamanho, a

actividade e a estrutura da comunidade microbiana do solo.

4.2.1. Dados climáticos

observamos que o período entre Março de 2002 e Fevereiro de 2003 foi o

recipitação.

Quando comparamos os dados obtidos, em 2003, na Estação Meteorológica de

Os dados climáticos obtidos pela Estação Meteorológica de Setúbal

evidenciam um ligeiro aumento das médias anuais da temperatura média,

mínima e máxima com o decorrer do tempo. Na precipitação total anual

período com maior precipitação (Tabela 4.2). Por outro lado, os dados mostram

que o Inverno anterior ao desbaste selectivo de pinheiros (Inverno de

2001/2002) foi o mais frio e seco, enquanto que o primeiro Inverno após o

desbaste selectivo de pinheiros (de 2002/2003) foi o mais quente e com mais

p

Tabela 4.2 – Dados climáticos obtidos pela Estação Meteorológica de Setúbal. Os dados de Inverno correspondem aos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro. Mar. – Março, Fev. – Fevereiro.

Temperatura mínima média

(ºC)

Temperatura média (ºC)

Temperatura máxima média

(ºC)

Precipitação total (mm H2O)

Inverno 2001/02 5,4 ± 1,2 11,0 ± 1,4 18,8 ± 3,9 97,0

Inverno 2002/03 7,3 ± 1,2 11,7 ± 1,0 20,6 ± 2,2 374,8

Inverno 2003/04 6,4 ± 0,7 11,2 ± 0,5 20,2 ± 1,3 240,8

10,5 ± 3,9 16,1 ± 4,7 23,1 ± 5,1 538,5Mar.01 – Fev.02

Mar.02 – Fev.03 11,1 ± 3,7 16,5 ± 4,2 28,2 ± 6,2 954,7

Mar.03 – Fev.04 11,5 ± 4,3 17,1 ± 5,1 30,6 ± 9,2 774,5

Setúbal com os dados obtidos na estação colocada no patamar P3 da pedreira

do Outão, verificamos que a média anual da temperatura máxima em Setúbal é

74

Page 91: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

75

total anual variam

entre 875 a 997 mm de H2O e apresentam um comportamento semelhante ao

, com o valor da estação de Setúbal o mais

baixo.

dicadores físico-químicos

s resultados re lis ,

sob a influência da e da os ind os de

o e de s) e enta la 4.4.

superior, em 9 ºC, às médias obtidas na pedreira da Secil (Tabela 4.3). As

médias anuais da temperatura mínima rondam os 12 ºC, sendo o valor da

estação de Setúbal o mais baixo. Os valores de pluviosidade

observado na temperatura mínima

Tabela 4.3 – Comparação dos dados obtidos na Estação Meteorológica de Setúbal e na pedreira da Secil (P3). Os dados são referentes ao ano de 2003.

2003 P3 Setúbal

Média anual da Temperatura máxima (ºC) 19,8 30,7

Média anual da Temperatura mínima (ºC) 12 11,5

Pluviosidade total anual (mm de H2O) 997 875

4.2.2. In

O ferentes aos in

copa

dicadores físic

rizosfera, d

o-químicos ana

ivídu

ados no solo

P. halepensis

(pinheiros control sbastado stão repres dos na Tabe

Page 92: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

Tabela 4.4 – Indicadores físico-químicos da qualidade do solo sob P. halepensis em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão

P1 P3 Pinus halepensis Ano

D0 D40 D0 D40

2002 7,97 ± 0,03 7,87± 0,03 8,10 ± 0,01 8,00 ± 0,01

pH 2003 8,09 ± 0,03 8,04 ± 0,02 8,07 ± 0,02 8,08 ± 0,02

2004 8,11 ± 0,03 8,16 ± 0,04 8,09 ± 0,03 8,07 ± 0,02

2002 6,64 ± 0,37 7,66 ± 0,86 7,05 ± 0,52 5,45 ± 0,42

Matéria orgânica (%) 2003 8,20 ± 1,01 7,42 ± 1,02 7,68 ± 0,49 7,73 ± 0,14

2004 6,29 ± 0,53 5,92 ± 0,66 5,75 ± 0,14 5,94 ± 0,63

A. hidroestáveis (%) 2004 44,3 ± 4,6 75,7 ± 8,6 73,1 ± 9,5 66,7 ± 5,3

lid o solo registaram-se valores

s do patamar P1

pH e, no caso particular da parcela D40,

as diferenças ao longo dos anos foram significativas (p=0,003 e p=0,046). Na

arcela D0 do patamar P1 apenas o valor de 2004 é significativamente maior

(p=0,012) do que o valor de 2002. Nas parcelas do patamar P3 observaram-se

sem diferenças significativas ao

or mais

patamar P1 observamos uma descida

sucessiva da matéria orgânica do solo. No entanto, em nenhuma das parcelas

se verificaram diferenças significativas ao longo do tempo. No final da

monitorização da qualidade do solo apenas a parcela D40 do patamar P1 tinha

uma percentagem de agregados hidroestáveis significativamente superior

(p=0,044) à respectiva parcela D0.

4.2.3. Indicadores microbianos

Os resultados referentes à biomassa da comunidade microbiana do solo sob a

influência da copa e da rizosfera de P. halepensis, apresentam-se na Figura

Durante o período de monitorização da qua ade d

de pH próximos de 8 em todas as parcelas. Nas parcela

verificou-se um aumento sucessivo do

p

variações mais pequenas nos valores de pH

longo do tempo.

A percentagem de matéria orgânica do solo variou entre 5,45 e 8,20. Todas as

parcelas, com excepção da parcela D40 do patamar P1, tiveram o val

elevado em 2003. Na parcela D40 do

76

Page 93: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

77

lor

obtido na respectiva parcela controlo, D0. Contudo, esta diferença não é

es ific (p=0,358). N anos seguintes, 2003 e 2004, as

duas parcelas do P1 exibem comunidades microbianas com biom

elhante, dado que n rc significativo

=0,001) do valor da bi s ni bi 2 .

parce n nt n d

a comunidade microb

enta g ção do as é

statisticamente significativa.

Os resultados obtidos na determinação da actividade da enzima fosfatase no

s (Figura 4.7) evidenciam um efeito

significativo do patamar (p=0,000) sobre a actividade da comunidade

4.6. Podemos observar que no patamar P1, em 2002, o valor da biomassa da

comunidade microbiana da parcela D40 é, aproximadamente, o dobro do va

tatisticamente sign ativa os

assa

sem a pa ela D40 se verificou um decréscimo

(p omas a da comu dade micro ana de 200 para 2003

No patamar P3 a la D0 ão aprese a variação os valores e biomassa

d iana, ao longo do período de tempo estudado, e a

parcela D40 apres uma li eira varia ao longo tempo, m esta não

e

Figura 4.6 – Biomassa da comunidade microbiana no solo sob P. halepensis em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão.

solo sob os pinheiros controlo e desbastado

microbiana do solo. No patamar P1 obtivemos resultados semelhantes aos

descritos para a biomassa da comunidade microbiana. Em 2002, a parcela D40

Tempo

Bio

mas

sa M

icro

bian

a M

ic/ g

sol

o se

co)

(g

C-

2002 2003 2004

200

300

400

500

600P1D0 P1D40 P3D0 P3D40

0

100

2002 2003 2004

Page 94: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

tem uma actividade enzimática aproximadamente duas vezes superior ao da

respectiva parcela controlo, D0, mas esta diferença não é estatisticamente

significativa. Nos anos seguintes, as parcelas apresentam potenciais de

actividade enzimática semelhantes, dado o decréscimo significativo (p=0,024)

ocorrido na parcela D40 de 2002 para 2003.

As parcelas do patamar P3 apresentam valores e alterações temporais na

actividade da enzima fosfatase semelhantes, com uma descida em 2003 e a

Figura 4.7 – Quantificação da actividade da enzi fatase no solo sob P. halepensis em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – trolo e D40 – 40% de pinheiros

o.

e

recuperação em 2004, mas sem diferenças estatisticamente significativas.

ma fos con

desba

stados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrã

Na Figura 4.8 estão representados os resultados obtidos na quantificação da

actividade da enzima desidrogenase no solo sob a influência da copa

rizosfera dos pinheiros controlo e desbastados.

0

0

0

0

0

500

600

700

2002 2003 2004

10

20

30

40

P1D0 P1D40

Tempo

P3D0 P3D40

Act

ivid

ade

Fos

fata

se

(g

p-ni

trof

enol

/ h/ g

sol

o se

co)

2002 2003 2004

78

Page 95: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

79

tificação da actividade da enzima desidrogenase no solo sob P. halepensis em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40%

e pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão. A análise estatística efectuada revelou um efeito significativo do tempo na

actividade da enzima desidrogenase da comunidade microbiana do solo, sendo

o ano de 2002 significativamente diferente de 2003 e de 2004 (p=0,001 e

p=0,000, respectivamente).

No patamar P1 constatamos que a relação entre as parcelas D0 e D40 é

semelhante à observada nos indicadores microbianos descritos anteriormente.

Em 2002 a parcela D40 é significativamente (p=0,037) superior à parcela D0 e

decresce significativamente (p=0,031) no ano seguinte, não existindo

diferenças significativas entre as duas parcelas nos anos de 2003 e 2004.

Quando comparamos as parcelas D40 de patamares verificamos

que, nos anos estudados, a parcela do patamar P1 é significativamente

P.

Figura

Figura 4.8 – Quan

d

ambos os

superior à parcela do patamar P3 (p=0,000, p=0,001 e p=0,001 em 2002, 2003

2004). Os valores da actividade da enzima desidrogenase, nas duas parcelase

do patamar P3, são semelhantes ao longo do tempo considerado não existindo

de do solo sob indivíduos de

halepensis, efectuada através da análise de componentes principais (

.9), evidencia as diferenças existentes entre as amostras da parcela P1 D40

de 2002 e as restantes amostras. As parcelas D0 e D40 do patamar P1 estão

qualquer diferença significativa entre elas.

A integração dos dados da avaliação da qualida

4

Act

ivid

a(

de D

esid

roge

nase

g

INT

F/ h

/ g s

olo

seco

)

P3D0 P3D40

Tempo

15

20

25

30P1D0 P1D40

10

0

5

2002 2003 2004 2002 2003 2004

Page 96: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

claramente separadas ao longo do eixo do XX (Factor 1) em 2002. No entanto,

nos anos seguintes há uma sucessiva sobreposição destas parcelas, de tal

forma que em 2004 a sobreposição das parcelas é quase total e ambas se

encontram próximas às amostras da parcela D0 de 2002.

As parcelas do patamar P3 apresentam um resultado semelhante às do

patamar P1. Em 2002 as parcelas D0 e D40 encontram-se separadas e nos

anos seguintes observamos uma aproximação entre as parcelas. É de salientar

que as amostras da parcela D0 se distribuem ao longo do eixo YY (Factor 2) e

que este mesmo eixo separa as amostras da parcela D40 pertencentes aos

diferentes anos. Quando consideramos mostras da parcela P3D40 do as a

mesmo ano, a maior separação é feita segundo o eixo XX (Factor 1).

Podemos verificar que as parcelas D0 e D40 dos diferentes patamares

encontram-se separadas em 2002, havendo apenas uma ligeira sobreposição

entre a parcela P1D0 e P3D40. No ano seguinte, o eixo do XX (Factor 1)

separa claramente as amostras pertencentes a cada um dos patamares e no

último ano as parcelas encontram-se sobrepostas, não havendo diferenças

entre os patamares.

80

Page 97: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

81

a Tabela 4.5 estão representadas as correlações entre os indicadores da

qualidade do solo e os principais factores resultantes da análise de

componentes principais, nos indivíduos de P. halepensis.

Os indicadores microbianos (a biomassa da comunidade microbiana e as

actividades das enzimas desidrogenase e fosfatase) têm uma forte correlação

positiva com o Factor 1 ou seja uma amostra com valores elevados nestes

indicadores está representada na extremidade positiva do eixo. É de notar que

a biomassa da comunidade microbiana tem uma correlação ligeiramente

superior às duas actividades enzimáticas, que apresentam o mesmo valor de

correlação.

Tabela 4.5 – Correlação entre os indicadores da qualidade do solo e os principais factores da análise de componentes principais, para o solo sob a influência de P. halepensis. BM – biomassa microbiana; AD – actividade desidrogenase; AF – actividade

Figura 4.9 – Integração dos dados da monitorização da qualidade do solo sob P. halepensis, utilizando análise de componentes principais P1D0 2002 (), 2003 () e 2004 (); P1D40 2002 (), 2003 () e 2004 (); P3D0 2002 (), 2003 () e 2004 (); P3D40 2002 (), 2003 () e 2004 ().

N

-0,21

-0,75

pH

-0,930,170,17-0,16Factor 2

0,320,870,870,91Factor 1

MOAFADBM

-0,21

-0,75

pH

-0,930,170,17-0,16Factor 2

0,320,870,870,91Factor 1

MOAFADBM

Pinus halepensis

-2 0 2 4 6

Factor 1: 60,30%

-3

1

-2

-1

0

Fac

tor

2: 1

9,94

%2

P1D40 2002

P1D0 2002

Page 98: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

fos

Fa

ação

ram (dados não apresentados).

onalidade branca. O

ADN genómico obtido não se encontrava degradado e foi possível proceder à

fatase; MO – matéria orgânica.

Os dois indicadores físico-químicos utilizados estão correlacionados com

factores diferentes. O pH do solo tem uma correlação negativa forte com o

Factor 1 e a matéria orgânica do solo tem uma correlação negativa forte com o

ctor 2, ou seja a representa ma amostra ao longo do eixo é

inversamente proporcional aos níveis destes indicadores na amostra.

4.2.4. Extracção de ADN

O primeiro método de extracção de ADN do solo testado foi adaptado de Zhou

e colaboradores (1996). Este método permitiu extrair uma grande quantidade

de ADN genómico com uma tonalidade castanha embora sem degradação.

Contudo, a presença de inibidores da enzima Taq Polimerase só permitiu a

amplificação do ADN de algumas amostras. Os dois métodos de purific

ção de u

testados diminuíram a quantidade de contaminantes, dado que as amostras

perderam a tonalidade castanha. Mas, as dificuldades em amplificar todas as

mostras de ADN prosseguia

Quando se aplicou o “Ultra Clean™ Soil DNA Kit” (Mo Bio Labs, Inc., Califórnia,

EUA) às amostras em estudo obteve-se uma menor quantidade de ADN,

comparativamente ao método anterior, mas com uma t

sua amplificação sem recorrer a outros meios de purificação. Os dois métodos

de extracção de ADN testados também apresentaram diferenças no ADN

amplificado (Figura 4.10).

82

Page 99: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

83

e bandas distintas

e com maior intensidade, quando comparado com o método adaptado de Zhou

ciado à inibição da reacção de amplificação, quando

realizada num volume final de 50 l, tornou muito difícil a obtenção da

uantidade de ADN necessária para efectuar a digestão com enzimas de

restrição.

Na Figura 4.11 estão representados os resultados preliminares obtidos com a

técnica de ARDRA. Podemos observar que os perfis de bandas obtidos nas

diversas amostras são muito semelhantes, havendo apenas uma banda que

não aparece em todas as amostras.

Figura 4.10 – Perfis de RISA das amostras de 2002 obtidos com os dois métodos de extracção de ADN testados. I – método Zhou e colaboradores (1996); II – método Ultra Clean™ Soil DNA Kit (Mo Bio Labs, Inc., Califórnia, EUA).

Em particular na técnica de RISA, verificamos que, para a mesma amostra,

com o kit de extracção de ADN obtemos um maior número d

et al. (1996) (Figura 4.10).

A técnica de ARDRA revelou ser mais morosa e dispendiosa do que o

inicialmente previsto. Apesar das medidas tomadas (uso de câmara de fluxo

laminar e radiação ultravioleta, ver Apêndice 1 – Métodos de extracção de ADN

do solo), a ocorrência de contaminações durante a amplificação do ADN foi

frequente. Este facto asso

q

I II

Page 100: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

e RISA origina perfis com um elevado número de bandas diferentes,

nas amostras estudadas o número de bandas presentes nos perfis obtidos

da a complexidade dos perfis observados

P1 P1 P3 P3

Pinus halepensis Olea europaea

Figura 4.11 – Perfis de ARDRA das amostras de 2002. Géis de poliacrilamida (19:1 crilamida: bis-acrilamida) a 6%, TAE 1×, 4 H e 100 V. a

A ocorrência de contaminações durante a amplificação do ADN também foi

habitual durante a análise de RISA, tal como sucedeu na técnica de ARDRA.

Porém, o mesmo não se verificou em relação à inibição da reacção de

amplificação do ADN. A quantidade de ADN amplificado necessário para

proceder à análise de RISA é inferior à necessária para a análise de ARDRA, o

que permitiu a obtenção de ADN amplificado para todas as amostras em

estudo.

Dados os resultados obtidos nos testes preliminares das duas técnicas, a

caracterização da diversidade microbiana do solo efectuou-se utilizando

apenas a técnica de RISA.

A técnica d

variou entre 11 a 87, num total de 202 bandas. Ocasionalmente, ocorre uma

banda comum a todas as amostras, tal como se observa na Figura 4.12, onde

estão representados os perfis de RISA obtidos para as amostras do patamar

P1 recolhidas em Março de 2002. Da

84

Page 101: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

85

ão são evidentes padrões de bandas comuns entre os indivíduos

pertencentes à mesma parcela.

iente de Pearson, e a associação feita através de

UPGMA) revelou uma elevada diversidade associada à estrutura das

n

O. europaea P. halepensis

Parcela D0

O. europaea P. halepensis

Parcela D40

Figura 4.12 – Perfis de RISA obtidos para as amostras do P1 no ano de 2002. Gel de poliacrilamida (19:1 acrilamida: bis-acrilamida) a 6%, TAE 1×, 16 H e 150 V.

4.2.5. Indicadores de diversidade microbiana

A análise estatística efectuada (dendograma elaborado considerando a

distância igual a 1 – coefic

comunidades microbianas do solo, sob a influência da copa e da rizosfera de

pinheiros controlo e desbastados. Na Figura 4.13 está representado o

dendograma obtido após a determinação da distância (3.3.7) entre as várias

amostras. Podemos observar que o par de amostras mais semelhante entre si

tem uma distância superior a 0,6, o que indica que as amostras de solo têm

mais diferenças entre si do que semelhanças.

Page 102: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

04P1D004P1D004P1D004P1D0

04P1D4004P1D4004P1D4004P3D0

04P1D4002P3D4002P3D4002P3D4002P1D4004P3D4004P3D40

02P3D4002P1D4004P3D4004P3D4004P3D0

04P3D004P3D0

02P1D4002P1D002P1D002P1D0

02P1D4002P1D0 I

II

III

0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Distância (D = 1- Pearson r)

Figura 4.13 – Dendograma obtido a partir dos perfis de RISA para as amostras de P. halepensis. Distância igual a 1 – coeficiente de Pearson e associação feita através de UPGMA.

As amostras de solo sob a influência de P. halepensis pertencentes à parcela

lativa

patam as em

m que haja

D40 do patamar P1 são as que apresentam maiores diferenças entre si

re mente à estrutura da comunidade, pois apresentam mais semelhanças

com amostras de outras parcelas do que entre si. As amostras das parcelas do

P3, recolhid

2004, formam um grupo (III) separado das restantes amostras, se

ação entre as amostras de 2002

ar P1 e uma amostra da parcela controlo do patamar

uma clara separação entre as parcelas com e sem desbaste. Os grupos I e II

são mais próximos entre si do que em relação ao grupo III. O grupo (II) é

constituído por três das quatro amostras da parcela D40 do patamar P3 de

2002 e uma amostra da correspondente parcela do patamar P1. As restantes

amostras formam o grupo I e não aparentam estar associadas em função das

parcelas ou patamares a que pertencem.

O efeito do tempo na estrutura das comunidades microbianas das amostras do

patamar P1 é notório. Além da evidente separ

86

Page 103: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

87

2004 em grupos diferentes (grupos I e II e grupo III, respectivamente),

também verificamos que as diferenças observadas entre as amostras dos

ímicas do solo, o tamanho, a actividade e a estrutura da comunidade

microbiana do solo.

01) de 2003 para 2004.

e

indivíduos da parcela D40 em 2002 não ocorrem nas amostras de 2004. É de

notar que as amostras do patamar P1 de 2002 estão mais próximas das

amostras do patamar P3, na sua maioria recolhidas em 2004, do que das

amostras do mesmo patamar retiradas em 2004.

4.3. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros

na qualidade do solo dos indivíduos de Olea europaea

adjacentes

Os dados a seguir apresentados foram obtidos no ensaio estabelecido para

determinar o efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros na

qualidade do solo sob a influência de O. europaea. Este ensaio decorreu nos

patamares P1 e P3 da pedreira do Outão (Ponto 3.1.1. Pedreira do Outão) com

amostragens anuais desde 2002 até 2004. Foram avaliadas características

físico-qu

4.3.1. Indicadores físico-químicos

Na Tabela 4.6 estão representados os resultados referentes aos indicadores

físico-químicos analisados no solo sob a influência da copa e da rizosfera dos

indivíduos de O. europaea.

Em todas as parcelas se registaram valores de pH próximos de 8. As parcelas

do patamar P1 comportaram-se de modo semelhante, com um aumento

significativo (p=0,000) do pH de 2002 para 2003 e uma ligeira descida em

2004. Nas parcelas do P3 verificou-se um decréscimo significativo do pH de

2002 para 2003 (p=0,008 na D0 e p=0,003 na D40) e apenas na parcela D40

se verifica um aumento significativo (p=0,0

Page 104: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

Tabela 4.6 – Indicadores físico-químicos da qualidade do solo sob O. europaea em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão.

P1 P3 Olea europaea Ano

D0 D40 D0 D40

2002 7,93 ± 0,02 7,90 ± 0,01 8,09 ± 0,01 8,09 ± 0,01

pH 2003 8,09 ± 0,02 8,10 ± 0,01 7,98 ± 0,01 7,97 ± 0,01

2004 8,05 ± 0,03 8,05 ± 0,02 8,05 ± 0,01 8,11 ± 0,01

2002 5,14 ± 0,34 5,21 ± 0,24 6,94 ± 0,75 6,72 ± 0,44

Matéria orgânica (%) 2003 5,26 ± 0,58 7,30 ± 0,58 6,56 ± 0,34 6,57 ± 0,79

2004 3,25 ± 0,65 4,83 ± 0,50 5,47 ± 0,43 4,36 ± 0,24

idroestáveis (%)

A. h 2004 62,3 ± 5,8 69,7 ± 3,9 57,8 ± 4,4 71,1 ± 1,6

matéria orgânica do solo variou de forma similar nas

parcelas de cada patamar. Nas parcelas do patamar P1 a percentagem de

matéri 3, mas apenas na parcela D40

4 da parcela D40 é significativa

4.3.2. Indicadores microbianos

As parcelas do patamar P3 apresentaram, em 2002, valores de pH

significativamente (p=0,001 na D0 e p=0,000 na D40) superiores aos das

parcelas do patamar P1. Em 2003, a situação inverteu-se e as parcelas do

patamar P1 apresentaram valores de pH significativamente (p=0,011 na D0 e

p=0,006 na D40) superiores às parcelas do patamar P3.

A percentagem de

a orgânica aumentou de 2002 para 200

esse aumento foi significativo (p=0,006), e diminuiu significativamente em 2004

(p=0,009 e p=0,001, D0 e D40 respectivamente). No patamar P3 observamos

uma descida da percentagem de matéria orgânica ao longo do tempo, contudo

somente a diferença entre 2003 e 200

(p=0,003).

Para a percentagem de agregados hidroestáveis na O. europaea obtivemos um

efeito significativo (p=0,036) do desbaste, sendo D0 significativamente

diferente de D40, no entanto, entre as parcelas pertencentes ao mesmo

patamar não existem diferenças estatisticamente significativas.

88

Page 105: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

89

O.

europaea estão representados na Figura 4.14.

O. europaea em dois 40 – 40% de pinheiros

desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão.

0 regista um valor de biomassa da comunidade microbiana

paea.

Os resultados referentes à quantificação da biomassa da comunidade

microbiana do solo, sob a influência da copa e da rizosfera, de indivíduos de

Figura 4.14 – Biomassa da comunidade microbiana no solo sob patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D

A análise estatística revelou um efeito do patamar (p=0,000) na biomassa da

comunidade microbiana do solo. Durante o período de monitorização as

parcelas do patamar P1 apresentaram valores de biomassa da comunidade

microbiana semelhante, não havendo diferenças significativas quer entre as

parcelas quer ao longo do tempo. No patamar P3 a parcela D0 apresenta

alguma variação temporal, atingindo o seu valor máximo em 2003, enquanto a

parcela D4

constante. Ambas as parcelas do patamar P3 não apresentam diferenças

significativas.

Na Figura 4.15 estão representados os resultados obtidos na quantificação da

actividade da enzima fosfatase no solo de indivíduos de O. euro

Tempo

P1D0 P1D40 P3D0 P3D40

100

150

250

350

400

Bio

mas

sa M

icro

a (

g C

-so

lo

co)

bian se 300

Mic

/ g

200

0

50

2002 2003 2004 2002 2003 2004

Page 106: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

P3D0 P3D40

500

600P1D0 P1D40

Act

ivid

ade

Fos

fata

se

g p-

nitr

ofen

ol/ h

/ g s

olo

seco

)

0

100

200

300

400

2002 2003 2004

(

2002 2003 2004

Tempo

Figura 4.15 – Quantificação da actividade da enzima fosfatase no solo sob O. europaea em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desba ) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias ± erro padrão.

Podemos observar que a actividade da enzima fosfatase decresce ao longo do

tempo na parcela D0 do patamar P1, sendo o valor de 2004 significativamente

e

n ão,

alores de actividade enzimática semelhantes e com uma

stados

inferior (p=0,004) ao de 2002. Por outro lado, na parcela D40 do mesmo

patamar verificamos uma diminuição significativa (p=0,001) da actividad

e zimática em 2003 e um ligeiro aumento em 2004. No patamar em quest

em 2002, o valor da actividade enzimática da parcela D40 é superior ao da

parcela D0, mas esta diferença não é estatisticamente significativa. No patamar

P3 observamos que, em ambas as parcelas, há uma diminuição da actividade

da enzima fosfatase ao longo do tempo. Contudo, apenas na parcela D0 ocorre

uma diminuição significativa (p=0,031) de 2002 para 2003.

Os resultados obtidos na quantificação da actividade da enzima desidrogenase,

representados na Figura 4.16, são semelhantes aos descritos para a actividade

da enzima fosfatase, em particular no patamar P3. As parcelas do patamar P3

apresentam v

diminuição ao longo do tempo, sem que existam diferenças significativas.

90

Page 107: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

91

) ±

Podemos observar que as amostras pertencentes à parcela P1D40 de 2002

iação

o longo do eixo XX (Factor 1) em 2002 e nos anos seguintes a variação é

maior ao longo do eixo YY (Factor 2), havendo uma maior sobreposição entre

as amostras destes anos. Por outro lado, as amostras da parcela P1D40

Figura 4.16 – Quantificação da actividade da enzima desidrogenase no solo sob O. europaea em dois patamares (P1 e P3) e em duas parcelas (D0 – controlo e D40 – 40% de pinheiros desbastados) ao longo do tempo. Os valores apresentados são médias (n=4erro padrão.

Na parcela D40 do patamar P1 observamos uma diminuição significativa

(p=0,022) em 2003 da actividade da desidrogenase, com a manutenção desse

valor em 2004. Na parcela D0 do mesmo patamar constatamos que a

actividade enzimática se mantêm de 2002 para 2003 e só em 2004 diminui,

sem que se verifiquem diferenças estatisticamente significativas.

Na Figura 4.17 está representada a integração dos dados da avaliação da

qualidade do solo sob a influência de indivíduos de O. europaea, recorrendo à

análise de componentes principais.

são as que mais se distanciam das restantes amostras, no entanto há uma

clara sobreposição das amostras da respectiva parcela D0. Efectivamente,

apenas em 2003 existe uma separação entre a parcela D0 e D40 do patamar

P1, nos restantes anos verifica-se uma clara sobreposição entre as parcelas. É

de salientar que as amostras da parcela P1D0 apresentam uma maior var

a

2002 2003 2004

P3D0 P3D40

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

2002 2003 2004

P1D0 P1D40

Ase

ct

ivid

ade

Des

idro

gena

(g

INT

F/ h

/ g s

olo

seco

)

Tempo

Page 108: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

podem ser agrupadas em função do ano, com as amostras de 2003 e 2004

mais próximas entre si e as de 2002 mais afastadas.

O. 04

Nas amostras do patamar P3 existe alguma sobreposição entre as parcelas D0

correlações entre cada uma das duas actividades enzimáticas e o Factor 1 são

Olea europeae

Figura 4.17 – Integração dos dados da monitorização da qualidade do solo sobeuropaea, utilizando análise de componentes principais. P1D0 2002 (), 2003 () e 20(); P1D40 2002 (), 2003 () e 2004 (); P3D0 2002 (), 2003 () e 2004 (); P3D40 2002 (), 2003 () e 2004 ().

e D40 nos vários anos estudados e também podemos constatar que as

amostras de 2004 se encontram separadas dos outros anos, sendo as

amostras da parcela P3D40 as que mais se afastam. Convém realçar que o

eixo XX (Factor 1) consegue separar as amostras pertencentes aos diferentes

patamares, tanto em 2002 como em 2004.

Os resultados da análise de componentes principais dos dados do solo sob a

influência dos indivíduos de O. europaea indicam que os indicadores

microbianos têm uma forte correlação negativa com o Factor 1 (Tabela 4.7). As

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2

Factor 1: 52,71%

-3

-2

Olea europaea

2

-1Fac

tor

2:

0

1

20,1

8%

P1 2002

P3 2002

92

Page 109: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

93

na e o Factor 1.

pais fac O.

de fos

anto,

da

-se representado na Figura 4.18. Nesta figura,

odemos verificar que o par de amostras mais semelhante entre si tem uma

parcelas com e sem desbaste.

muito semelhantes entre si, e qualquer uma delas é mais forte do que a

correlação entre a biomassa da comunidade microbia

Tabela 4.7 – Correlação entre os in qualidade do solo e os princitores da análise de componentes ara o solo sob a influência de

europaea. BM – biomassa microbiana; AD – actividade desidrogenase; AF – actividafatase; MO – matéria orgânica.

O pH do solo tem uma forte correlação positiva com o Factor 1, no ent

esta correlação é mais fraca do que qualquer uma das correlações entre este

factor e os indicadores microbianos. A matéria orgânica é o único indicador

qualidade do solo com uma forte correlação positiva com o Factor 2.

4.3.3. Indicadores de diversidade microbiana

dicadores da principais, p

0,25

0,60

pH

0,950,170,070,13Factor 2

0,18-0.90-0,91

O dendograma obtido a partir dos perfis de RISA das amostras dos indivíduos

de O. europaea encontra

p

distância superior a 0,65, o que é indicativo de uma grande diversidade nas

comunidades microbianas das amostras em estudo. O grupo que mais se

distancia dos restantes, o grupo IV, é constituído pelas amostras do patamar

P1 de 2004, indicando que a estrutura da comunidade microbiana destas

amostras tem mais semelhanças entre si do que com as restantes amostras.

Não se observando uma distinção entre as

-0,77Factor 1

MOAFADBM

0,25

0,60

pH

0,950,170,070,13Factor 2

0,18-0.90-0,91-0,77Factor 1

MOBM AD AF

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Capítulo 4

Figura 4.18 – Dendograma obtido a partir dos perfis de RISA para as amostras de O. europaea. Distância igual a 1 – coeficiente de Pearson e associação feita através de UPGMA.

O grupo I é constituído por todas as amostras do patamar P3 e por uma

amost 0 do patamar P1.

efeito do desbaste na estrutura da comunidade microbiana do solo apenas é

evidente nas amostras de 2002 dos indivíduos das parcelas do patamar P1,

dado que apenas estas parcelas se encontram em grupos distintos (grupos II e

III). O efeito do tempo também é notório nas amostras do patamar P1. Por um

ra recolhida em 2002 de um indivíduo da parcela D

Neste grupo parece haver uma tendência para as amostras do patamar P3 se

associarem em função do ano de amostragem e formarem dois subgrupos.

Curiosamente, a amostra da parcela D0 do patamar P1 de 2002 está associada

às amostras de 2004 do patamar P3.

As restantes amostras retiradas em 2002 dos indivíduos da parcela D0 do

patamar P1 formam o grupo II, o qual é mais semelhante ao grupo I do que aos

restantes grupos. As amostras da parcela D40 do patamar P1 de 2002 formam

um grupo homogéneo, o grupo III, que se encontra à mesma distância do grupo

I e II.

O

04P1D4004P1D4004P1D0

04P1D4004P1D4004P1D004P1D004P1D0

02P1D4002P1D4002P1D4002P1D4002P1D002P1D0

02P3D4002P3D002P3D0

04P3D4004P3D4004P3D40

02P1D002P3D4002P3D4002P3D002P3D0

04P3D40

04P3D004P3D0

02P3D4002P1D0 I

II

III

IV

0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Distância ( D = 1- Pearson r)

94

Page 111: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

95

s,

as

4.1. Isolamento das estirpes bacterianas

stirpes Pseudomonas sp.

os a sua capacidade de solubilizar fosfato. A estirpe de cada local (PN,

VN e PA) com maior capacidade de solubilizar fosfato foi seleccionada para as

lado, há uma clara separação entre as amostras recolhidas em 2002 (grupos II

e III) e as de 2004 (grupo IV) e por outro lado as diferenças observadas entre

as parcelas em 2002 já não se observam em 2004.

Os resultados obtidos parecem indicar que o desbaste selectivo de pinheiro

em 2002, alterou a estrutura das comunidades microbianas do solo das

parcelas do patamar P1. Havendo um afastamento da parcela D40 em relação

à parcela D0, a qual era mais semelhante às parcelas do patamar P3. Por outro

lado, os resultados obtidos parecem indicar que as co nidades microbian

dos solos das parcelas do patamar P1 em 2004 estão m

mais afastadas das parcelas do patamar P3.

4.4. Utilização de microrganismos promotores do

crescimento vegetal

mu

ais próximas entre si e

4.

Todas as colónias de bactérias fixadoras de azoto, obtidas em cada uma das

amostras de solo, eram morfologicamente semelhantes. As colónias mais

abundantes em cada caixa de meio de manitol foram seleccionadas para obter

culturas puras. A maior parte das colónias que cresceram no meio B de King

não apresentaram o pigmento que confere fluorescência sob luz ultravioleta,

característica para a identificação de e

As colónias classificadas como sendo Pseudomonas sp. apresentaram elevada

diversidade nas suas características morfológicas. As colónias mais

abundantes das caixas de meio de B de King foram seleccionadas para obter

culturas puras. Isolámos 7, 8 e 9 estirpes de PN, VN e PA, respectivamente, e

testám

experiências de inoculação de plântulas.

Page 112: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

4.4.2. Experiência # 1 – inoculação de plântulas de pinheiro

com estirpes bacterianas (crescimento no substrato

utilizado no processo de revegetação da pedreira do

dos os tratamentos, a adição de

inóculos bacterianos conduziu a um aumento da TCRalt, quando comparado

inoculação em simultâneo das duas estirpes isoladas do solo da pedreira

naturalmente recuperada (PN), observou-se uma diferença significativa na

altura e diâmetro basal em plântulas de P. halepensis, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes tratamentos (para

escrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi a marga da pedreira do Outão (pobre em nutrientes). Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. * – p < 0,05.

Outão).

A inoculação com as estirpes bacterianas seleccionadas alterou o crescimento

das plântulas de pinheiro, com dois anos de idade, a crescerem em condições

semelhantes às do processo de revegetação da pedreira do Outão.

Os resultados obtidos evidenciaram um efeito significativo na TCRalt (p=0,030),

mas não na TCRdb (p=0,230). Em quase to

com o controlo. No entanto, apenas com a adição do inóculo N2P-PN, a

TCRalt (p = 0,017, Dunnett test) (Figura 4.19). Por outro lado, a adição de

inóculos bacterianos não teve qualquer efeito significativo na TCRdb.

3

4

5

en

t

Figura 4.19 – Taxa de crescimento relativo em

d

0

1

2

C N2 P N2P N2 P N2P N2 P N2P

Tratamento

Ta

xa d

e c

resc

imo

re

lativ

o

Altura Diâmetro basal

-1×

10

-3)

*

-1×

d(c

cm

VN PN PA

96

Page 113: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

97

O loca

estirpes bac

plântulas de

basal e altura, verificou-se um efeito significativo da interacção entre os

factores loc mento da estirpe bacteriana e tempo (p=0,023 e p=0,002,

nos de ). O

l, de onde foram retiradas as amostras de solo para o isolamento das

terianas, teve um efeito significativo no padrão de crescimento das

pinheiros (Figura 4.20). Nos dois parâmetros analisados, diâmetro

al de isola

respectivamente), o que significa que as plântulas inoculadas com estirpes

isoladas de diferentes locais tiveram um crescimento diferente ao longo do

tempo de monitorização.

Figura 4.20 – Altura e diâmetro basal de plântulas de P. halepensis, com dois aidade e inoculadas com diferentes tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3substrato utilizado foi a marga da pedreira do Outão (pobre em nutrientes). Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. * – p < 0,05.

12

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Time (days)

14

16

18

20

22

N2 P N2P

14

16

18

20

22

Altu

ra (

cm)

VN PN PA

12

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Time (days)

0,2

0,3

0,4

0,5

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Tempo (dias)

0,2

0,3

0,4

0,5

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Tempo (dias)

Diâ

met

ro b

asal

(cm

)

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Capítulo 4

As plântulas inoculadas com estirpes isoladas do solo de VN tiveram maior

crescimento em altura durante o segundo período monitorizado (entre T44 e

T86), enquanto que o maior crescimento em diâmetro basal verificou-se nos

últimos 69 dias. As plântulas inoculadas com estirpes isoladas de PN tiveram

um maior aumento em altura durante o último período monitorizado (T86 a

T155), mas o seu maior aumento em diâmetro basal ocorreu durante o

segundo período de monitorização. As plântulas inoculadas com estirpes

bacterianas isoladas do solo de PA aumentaram mais em altura e em diâmetro

basal durante os últimos 69 dias (entre T86 e T155) (Figura 4.20).

Verificou-se que o factor tipo de estirpe inoculada teve um efeito significativo na

altura das plântulas de P. halepensis (p=0,019). Observou-se que o

crescimento em altura das plântulas inoculadas simultaneamente com os dois

tipos de estirpes de duas estirpes (N2P) foi significativamente diferente do

crescimento das plântulas inoculadas apenas com a estirpe fixadora de azoto

(N2) (p=0,014, Tukey’s HSD). Em geral, a inoculação em simultâneo dos dois

tipos de estirpe (N2P) foi mais eficiente em promover o aumento da altura das

plântulas, do que apenas a inoculação da estirpe fixadora de azoto (Figura

4.20).

No final da experiência (155 dias), as plântulas de pinheiro inoculadas com

estirpes bacterianas isoladas dos solos VN e PA não apresentaram diferenças

na biomassa dos seus componentes (folhas, raízes e caule), quando

comparadas com o controlo (Tabela 4.8). Contudo, as plântulas inoculadas

com estirpes bacterianas isoladas de solos de PN (N2-PN, P-PN e N2P-PN) e

inoculadas simultaneamente com as duas estirpes bacterianas isoladas de

solos de PA (N2P-PA) apresentaram maiores pesos secos que as plântulas

com tratamento controlo.

4.4.3. Experiência # 2 – inoculação de plântulas das espécies

As três espécies autóctones testadas tiveram diferentes respostas aos mesmos

tratamentos de inoculação com bactérias de vida livre.

autóctones com estirpes bacterianas, em condições de

viveiro

98

Page 115: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

99

diferenças é significativa.

Os res

diferente da

TCRalt, foi possível observar uma ligeira diminuição desta taxa com a

inoculação bacteriana. A TCRdb foi menor nas plântulas inoculadas do que nas

Tabela 4.8 – Pesos secos e proporção raiz/parte aérea de plântulas de P. halepensis, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi a marga da pedreira do Outão (pobre em nutrientes). Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. * – p < 0,05.

Tratamento Raízes Caule Folhas Proporção raiz/ parte aérea

As plântulas de C. siliqua e A. unedo inoculadas simultaneamente com as duas

estirpes isoladas do solo de VN (N2P-VN) apresentaram um ligeiro aumento da

TCRdb em relação ao respectivo controlo (Figura 4.21). Por outro lado, as

mesmas plântulas de C. siliqua mostraram uma pequena diminuição de TCRalt

enquanto as plântulas de A. unedo apresentaram um aumento deste

parâmetro, quando comparadas com as respectivas plântulas controlo.

Contudo, nenhuma destas

ultados mostram que as plântulas de O. europaea tiveram uma resposta

s outras plântulas autóctones à adição de inóculos bacterianos. Na

plântulas controlo. Contudo, estas diferenças não foram significativas (Figura

4.21).

C 3,00 ± 0,54 0,90 ± 0,38 2,15 ± 0,49 1,07 ± 0,11

N2-VN 2,43 ± 0,63 0,63 ± 0,19 1,87 ± 0,61 1,10 ± 0,20

P-VN 2,33 ± 0,15 0,56 ± 0,05 1,72 ± 0,13 1,04 ± 0,08

N2P-VN 2,74 ± 0,54 0,67 ± 0,19 2,11 ± 0,50 1,02 ± 0,06

N2-PN 3,56 ± 0,63 1,05 ± 0,27 2,83 ± 0,63 0,99 ± 0,09

P-PN 3,47 ± 0,62 1,07 ± 0,25 2,59 ± 0,60 0,99 ± 0,08

N2P-PN 4,68 ± 1,72 0,97 ± 0,32 2,71 ± 0,80 1,23 ± 0,09

N2-PA 2,60 ± 0,46 0,54 ± 0,06 1,65 ± 0,09 1,19 ± 0,22

P-PA 2,74 ± 0,45 0,72 ± 0,19 1,90 ± 0,36 1,09 ± 0,07

N2P-PA 3,41 ± 0,49 0,93 ± 0,21 2,63 ± 0,63 1,03 ± 0,09

Page 116: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 4

C. siliquaA. unedo

3

4

Figura 4.21 – Taxa de crescimento relativo (TCR) em altura e diâmetro basal em plântulas e espécies autóctones, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes

tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi turfa. Os valores

ndo comparadas com o

controlo (Tabela 4.9). A inoculação com as estirpes bacterianas não teve

d

apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. * – p < 0,05.

Nas plântulas de A. unedo verificou-se um efeito significativo dos tratamentos

no número total de folhas novas, o qual não se verificou no parâmetro

percentagem de folhas novas. Quando estas plântulas foram inoculadas

simultaneamente com as duas estirpes isoladas de PN (N2P-PN), observou-se

uma diminuição no número de folhas novas, qua

qualquer efeito nos outros parâmetros determinados para avaliar o crescimento

das plântulas autóctones (Tabela 4.9).

C N2P-VN N2P-PN

0

1

2P-

2

TC

R

(cm

×cm

-1×

10

-3)

-1×

d

C N VN N2P-PN

O. europ

0

1

2

3

4

-VN

en

aea

C N2P N2P-PN

Tratam to

TC

R

(cm

×1

×cm

-1×

d-1

0-3

)

Altura Diâmetro basal

100

Page 117: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Resultados

101

Tabela 4.9 – Parâmetros de crescimento das plântulas de espécies autóctones, com dois anos de idade e inoculadas com diferentes tratamentos (para descrição ver Tabela 3.3). O substrato utilizado foi turfa. Os valores apresentados são médias (n=5) ± erro padrão. Para cada espécie vegetal e em cada coluna, os valores com letras diferentes são significativamente diferentes (p < 0,05 teste de Dunnett). A experiência teve uma duração de 131 dias. TCRcr – taxa de crescimento relativo em comprimento do ramo.

Espécies Tratamento N.º ramos

novos TCRcr

(cmcm-1d-110-3) N.º folhas

novas por ramo

C 1,20 ± 0,20 a 0,56 ± 0,36 a 0,93 ± 3,12 a

Arbutus unedo N2P-VN 2,60 ± 1,21 a 0,17 ± 0,16 a -1,67 ± 1,82 a

N2P-PN -0,60 ± 0,40 a 0,30 ± 0,11 a -7,80 ± 2,08 b

C 0,87 ± 0,47 a 0,00 ± 2,35 a

Olea europaea N2P-VN 0,57 ± 0,20 a -5,93 ± 2,32 a

N2P-PN 0,98 ± 0,77 a 6,20 ± 11,69 a

Espécies Tratamento N.º ramos

novos

N.º folhas novas

C 1,60 ± 0,93 a 4,20 ± 2,08 a

Ceratonia siliqua N2P-VN 2,00 ± 0,84 a 3,80 ± 1,59 a

N2P-PN 1,20 ± 0,49 a 3,60 ± 2,84 a

Page 118: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

102

obiana do

solo como uma componente do processo de revegetação. A caracterização da

comunidade microbiana do solo permitiu o

electivo de pi iros no pro ecupe lo. Adi ,

vi que a o da c microb

través da ino de m s de eleccio

crementar o crescimento da plântulas no p

5. i o e na qual ade do s

s condições máticas e do ecossi ema, nome

ibilidade de água e nutrientes, são factores que

eterminam o lvime unidade microbiana (Atlas e Bartha,

998). O desbaste selectivo de pinheiros provoca alterações significativas

nestas condições a curto prazo, tendo sido descritos, entre outros efeitos, um

umento da temperatura do solo e uma diminuição da matéria orgânica do solo

(Nunes et al., não publicado; Ryu et al., 2009). Este trabalho demonstrou que a

resposta da comunidade microbiana do solo a alterações no ecossistema,

climáticas ou nutricionais, pode ser visível numa escala de tempo curta, de dias

(Error! Reference source not found.). Adicionalmente, os resultados obtidos

evidenciam que o tamanho e a actividade da comunidade microbiana do solo

variam significativamente entre os diferentes indivíduos de P. halepensis

(Figura 4.3, Figura 4.4).

O aumento da temperatura do solo (medida a 5 cm de profundidade) e da sua

amplitude diária, observado neste trabalho como resultado do desbaste

selectivo de pinheiros foram os esperados (Figura 4.1). Pois, noutro estudo

efectuado em paralelo, observou-se que a copa dos pinheiros reduz em mais

de 50% a radiação solar que atinge a superfície do solo e consequentemente o

Capítulo 5. Discussão

Este trabalho demonstrou a relevância de incluir a comunidade micr

evidenciar o efeit do desbaste

s nhe cesso de r ração do so cionalmente

este estudo e denciou manipulaçã omunidade iana do solo,

a culação icrorganismo vida livre s nados, pode

in s utilizadas rocesso de

revegetação.

1. Efeito mediato d desbast id olo

A cli nutricionais st adamente a

temperatura e dispon

d desenvo nto da com

1

a

Page 119: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

desbaste selectivo de pinheiros conduz a um agravamento das condições

adversas de verão (Nunes et al., não publicado). A diferença de 10 ºC

inc metabólica da comunidade microbiana

a água do solo (Breshears et al., 1997) e, consequentemente,

para a diminuição do conteúdo em água do solo. A disponibilidade de água é

a sua

deslocação pelo solo, particularmente as bactérias (Coleman et al., 2004).

s controlo e nos desbastados. Efectivamente, quando

entre o 50º e o 60º dia ocorre um episódio de chuva (Figura 4.2), os solos dos

observada entre o solo dos pinheiros desbastados e o dos controlos, é

suficiente para rementar a taxa

associada à rizosfera das plantas herbáceas existentes no solo sobre a

influência da copa dos pinheiros desbastados. As plantas herbáceas têm um

sistema radicular pouco profundo, em relação às espécies arbóreas, e neste

local, dada a reduzida presença de folhada, a sua rizosfera constitui a principal

fonte de carbono para a comunidade microbiana do solo (Coleman et al., 2004;

Goberna et al., 2007a).

Este aumento da temperatura do solo poderá contribuir para o aumento da

evaporação d

essencial para o metabolismo da comunidade microbiana do solo e para

Contudo, os resultados obtidos (Figura 4.2) indicam que a quantidade de água

absorvida pelas raízes e interceptada pela copa dos pinheiros deve ser

semelhante à perdida por evaporação pelo aumento da temperatura do solo,

estando de acordo com outros trabalhos efectuados em solos com clima

mediterrâneo (Maestre et al., 2003; Maestre e Cortina, 2004).

Alterações significativas do conteúdo em água do solo durante o decorrer deste

estudo eram previsíveis, dadas as condições climáticas observadas. Este

ensaio decorreu durante a Primavera, mas na segunda metade do ensaio

registou-se um aumento sucessivo da temperatura do ar e condições

semelhantes às observadas durante o Verão (Figura 4.1). Adicionalmente, os

dados obtidos sugerem que estas alterações no conteúdo em água do solo não

foram iguais nos pinheiro

pinheiros controlo e desbastados apresentam diferentes respostas.

Esta diferença poderá ser explicada pelo agravamento das condições

meteorológicas, nomeadamente da temperatura do solo a qual atingiu o seu

máximo ao 50º dia. O aumento da radiação e das temperaturas do ar e do solo

103

Page 120: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

contribuiu para o aumento da evaporação da água do solo (Breshears et al.,

1997) e consequentemente, todos os indivíduos dos solos dos pinheiros

desbastados apresentaram o valor mínimo no conteúdo de água do solo. Por

outro lado, os solos dos pinheiros controlo apresentaram uma descida menos

acentuada e valores de conteúdo de água do solo ligeiramente mais elevados e

com maior variação entre os indivíduos, possivelmente resultado da sombra

providenciada pela copa. Nos dias seguintes, houve uma diminuição da

temperatura do ar e do solo e um aumento da percentagem de humidade do ar

(Figura 4.1), o que possibilitou uma ligeira recuperação do conteúdo em água

do solo nos pinheiros desbastados. Nos solos dos pinheiros controlo

continuamos a observar uma diminuição, o que seria de esperar pois os

tar associadas a

diferenças na copa, quer em forma quer em número de folhas, as quais

consideram

que a respiração radicular é responsável pela principal contribuição para a

pinheiros têm uma copa capaz de interceptar a água da chuva (Shachnovich et

al., 2008) e podem ter um sistema radicular pouco profundo que recolhe a água

dos primeiros 30 cm de solo (Breshears et al., 1997). As plantas herbáceas e

arbustivas ocorrem em reduzido número no solo sob a influência da copa dos

pinheiros (Correia et al., 2001; Nunes et al., não publicado), no entanto também

contribuem para a intercepção e captação da água da chuva.

Este trabalho evidenciou que os indivíduos de P. halepensis sujeitos ao mesmo

tratamento apresentam diferenças significativas no conteúdo em água do solo.

Nos solos dos pinheiros controlo, estas diferenças podem es

permitem diferenças na intensidade luminosa que alcança o solo, ou diferenças

na taxa de crescimento, as quais podem originar diferentes necessidades

hídricas. Nos pinheiros desbastados as diferenças observadas podem ser

devidas à presença de plântulas ou ervas, as quais já se encontravam debaixo

da copa do pinheiro ou se estabeleceram após o desbaste.

A taxa de respiração do solo engloba a contribuição da respiração dos

diferentes organismos do solo (fauna, fungos e bactérias) e das raízes (Han et

al., 2007; Hanson et al., 2000). Adicionalmente, diversos autores

respiração do solo (Högberg et al., 2001; Tang et al., 2005a, 2005b). De acordo

com um estudo efectuado numa floresta de coníferas, a interrupção do fluxo

104

Page 121: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

dos produtos de fotossíntese para a raiz conduziu a uma redução da respiração

do solo ao fim de poucos dias e manteve-se nos meses seguintes (Högberg et

al., 2001). Portanto, seria de esperar que nos solos dos pinheiros desbastados

a taxa de respiração do solo fosse menor do que nos pinheiros controlo. Esta

diferença não se observou (Figura 4.3).

Os resultados obtidos na taxa de respiração do solo podem resultar da

conjugação de duas situações. Por um lado, a morte do sistema radicular

conduz a um aumento da disponibilidade em matéria orgânica do solo, pois as

raízes senescentes são uma importante fonte de matéria orgânica do solo

(Coleman et al., 2004). Poderemos supor que este aumento da quantidade de

matéria orgânica disponível permita um aumento da actividade metabólica da

comunidade microbiana do solo e, consequentemente, um aumento da taxa de

respiração do solo. Em alguns estudos efectuados em florestas de coníferas

(P. ponderosa, P. contorta ssp. latifolia, P. radiata) foi descrito um aumento

significativo da taxa de libertação de dióxido de carbono do solo sujeito ao

desbaste selectivo de pinheiros (Chatterjee et al., 2008; Pérez-Batallón et al.,

2001).

no mecanismo de

respiração celular. Adicionalmente, as plantas herbáceas e arbustivas que se

Esta situação diminuiu as diferenças entre os pinheiros controlo e desbastados

Esta hipótese é apoiada pela ocorrência de correlações significativas entre a

taxa de respiração do solo e a actividade das enzimas fosfatase e -

glucosidase (Coeficiente de Pearson de 0,346 e 0,234, p<0,01 e p<0,05,

respectivamente), no solo sob a influência dos pinheiros desbastados. Como

estas actividades enzimáticas estão envolvidas na mineralização da matéria

orgânica, disponibilizando grupos fosfato e fontes de carbono para o solo

(Tabatabai, 1994), esta correlação positiva sugere que os nutrientes resultantes

destas actividades enzimáticas estão a ser utilizados

encontravam em reduzido número debaixo da copa do pinheiro (Correia et al.,

2001; Nunes et al., não publicado) também contribuem para a taxa de

respiração do solo.

A aproximação do final da época de crescimento dos pinheiros controlo terá

contribuído para uma diminuição da taxa de respiração do solo (Figura 5.1).

105

Page 122: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

e, consequentemente, não se observou um efeito significativo do desbaste

selectivo de pinheiros sobre a taxa de respiração do solo. Diversos estudos

demonstram que durante a época de crescimento activo das plantas há um

aumento da taxa de respiração do solo e durante o resto do ano a taxa de

respiração do solo mantêm-se num nível inferior (Högberg et al., 2001; Kutsch

et al., 2001; Lee et al., 2003; Tang et al., 2005a). A época de crescimento dos

local do presente ensaio caracteriza-se por um reduzido

conteúdo em matéria orgânica e reduzida presença de plantas herbáceas e

pinheiros termina entre Maio e Junho, no entanto, a ocorrência de temperaturas

do ar elevadas durante a Primavera pode determinar que a época de

crescimento termine mais cedo (Schiller e Cohen, 1995).

Época de crescimento

Tax

a de

res

pira

ção

(g C

O2/

m2 / h

)

Tempo (dias)

Figura 5.1 – Taxa de respiração do solo ao longo do ano (Adaptado de Tang et al., 2005a).

Uma possível explicação será que as condições climáticas observadas,

aumento da temperatura do ar e diminuição da humidade do ar, podem

provocar uma inibição da fotossíntese nos pinheiros controlo (Taiz e Zeiger,

1991). Esta diminuição na produção de fotossíntese conduz a uma diminuição

na quantidade de carbono transportado para a raiz (Högberg et al., 2001; Jones

et al., 2004, 2009) e consequentemente uma diminuição na taxa de respiração

do solo. Dado que o

arbustivas (Correia et al., 2001), é de se esperar que a maioria da comunidade

microbiana do solo seja dependente dos produtos de fotossíntese dos pinheiros

e árvores adjacentes (Coleman et al., 2004; Jones et al., 2004).

106

Page 123: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

Nos pinheiros desbastados, as células do sistema radicular são obrigadas a

utilizar as suas reservas nutricionais que serão reduzidas, por estarmos no final

da época de crescimento (Högberg et al., 2001). Esta diminuição no

metabolismo vegetal reflecte-se numa diminuição da taxa de respiração das

células vegetais e num decréscimo na produção de exsudados radiculares, o

qual conduz a uma diminuição no metabolismo da comunidade microbiana e da

taxa de respiração do solo (Coleman et al., 2004; Jones et al., 2004).

No entanto, tal como noutros trabalhos, o crescimento vegetal não é capaz de

explicar a totalidade da variabilidade da respiração do solo (Kutsch et al.,

001). A temperatura e humidade do solo são outros dois factores descritos na

literatura como determinantes da taxa de respiração do solo (Conant et al.,

2004; Tang et al., 2005a). Num estud plantação de Pinus

ponderosa com clima mediterrâneo, Tang e colaboradores (2005a) descrevem

a temperatura e humidade do solo como sendo os factores que explicam a

maioria da variação diária e sazonal da taxa de respiração do solo. Conant e

colaboradores (2004) descrevem um aumento da respiração do solo com o

aumento da temperatura e da humidade do solo, e salientam que em condições

de humidade reduzida, o efeito do aumento da temperatura na taxa de

respiração do solo é menor.

2

o efectuado numa

O facto dos solos dos pinheiros desbastados apresentarem uma maior variação

a taxan de respiração, durante as últimas amostragens, suporta a hipótese de

um controlo por factores climáticos. O aumento da taxa de respiração do solo

observado na última amostragem, na maioria dos pinheiros desbastados,

poderá ser explicado por um episódio de chuva e melhoria das condições

edáficas. Entre o 48º e o 63º dia, as condições climáticas permitiram um ligeiro

aumento no conteúdo em água do solo dos pinheiros desbastados, o qual não

se observou nos pinheiros controlos. Este aumento do conteúdo em água em

associação com as temperaturas quentes, poderá explicar o aumento da

respiração do solo mais evidente nos pinheiros desbastados. Estes episódios

de chuva durante a época seca podem não ser suficientes para alterar a

humidade do solo, mas conduzem a um aumento significativo da respiração do

solo (Tang et al., 2005a).

107

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Capítulo 5

Os resultados deste ensaio evidenciam que a biomassa da comunidade

microbiana do solo variou significativamente entre os indivíduos de P.

halepensis sujeitos ao mesmo tratamento. A determinação da biomassa da

comunidade microbiana do solo foi efectuada nos primeiros 15 cm de

profundidade e foi excluída a folhada. Este resultado era expectável, dada a

possibilidade de existirem diferenças nas condições microclimáticas e nos

nutrientes disponíveis entre os diferentes indivíduos de pinheiros. A humidade

do solo é uma das características microclimáticas que determina a variação da

massa da comunidade microbiana do solo dos

pinheiros desbastados têm uma variação temporal distinta da biomassa da

vés da fotossíntese, para a raiz e consequentemente

biomassa da comunidade microbiana do solo (Wardle, 1998), e, tal como foi

acima descrito, o factor pinheiro teve um efeito significativo sobre este

parâmetro. Por outro lado, a quantidade e qualidade das fontes de carbono

disponíveis, provenientes dos exsudados radiculares, varia entre diferentes

espécies vegetais, entre indivíduos de diferentes idades e depende de factores

ambientais, entre os quais a temperatura, água disponível e intensidade

luminosa (Clayton et al., 2008; Grayston et al., 1996).

Adicionalmente, os resultados obtidos neste ensaio indicam que podem ocorrer

diferenças significativas entre a biomassa da comunidade microbiana do solo

dos indivíduos desbastados e a dos indivíduos controlo em alguns dos tempos

de amostragem, e/ou a bio

comunidade microbiana do solo dos pinheiros controlo. A evolução temporal da

biomassa da comunidade microbiana do solo dos pinheiros desbastados é

distinta da biomassa da comunidade microbiana dos pinheiros controlo,

nomeadamente nas três últimas amostragens (Figura 4.3). No entanto, no 48º

dia temos uma diferença significativa entre a biomassa da comunidade

microbiana do solo dos pinheiros desbastados e a dos pinheiros controlo.

Nas primeiras três amostragens observa-se que a biomassa da comunidade

microbiana do solo apresenta ao longo do tempo um ligeiro decréscimo no solo

dos pinheiros controlo e um decréscimo mais acentuado nos pinheiros

desbastados. No solo dos pinheiros desbastados, esta diminuição pode ser

explicada pelo facto do desbaste interromper o transporte do carbono,

sintetizado nas folhas atra

108

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Discussão

suspender a libertação de exsudados radiculares, o que diminui a matéria

orgânica disponível para a comunidade microbiana do solo (Dilkes et al., 2004;

Jones et al., 2004). Posteriormente, com a morte das células do sistema

radicular, há libertação de compostos celulares para o exterior e um aumento

da matéria orgânica disponível (Bardgett et al., 2005; Cullings et al., 2005).

Alguns autores sugerem que as células do sistema radicular podem subsistir

até um mês após o corte de abastecimento de produtos da fotossíntese, se o

corte for feito no início da época de crescimento (Högberg et al., 2001). Os

resultados obtidos estão de acordo com o descrito por Zeller e colaboradores

(2008), os quais descreveram uma diminuição inicial da biomassa da

comunidade microbiana do solo e um aumento deste parâmetro passados dois

meses.

Em simultâneo, observou-se um aumento da temperatura do solo, o qual pode

incrementar a taxa de crescimento dos microrganismos (Atlas e Bartha, 1998) e

explicar o aumento da biomassa da comunidade microbiana do solo observado

nicos

aumentando a disponibilidade de matéria orgânica (Eaton, 2001), o que

na maioria dos pinheiros desbastados, do 21º dia para o 35º dia. O aumento

sucessivo da temperatura do solo observado entre o 35º dia e o 48º dia

conduziu a uma diminuição do conteúdo em água do solo, e causou a

diminuição da biomassa da comunidade do solo sob a influência dos pinheiros

desbastados. Desde o 21º dia até ao 48º dia, a temperatura do solo dos

pinheiros desbastados foi de 9 ºC e de 6 ºC nos pinheiros controlo. A resposta

positiva da biomassa da comunidade microbiana do solo ao ligeiro aumento do

conteúdo em água do solo, verificado na última amostragem nos pinheiros

desbastados, suporta a hipótese da água ser o factor que condiciona o

desenvolvimento da comunidade microbiana no final da monitorização. No

entanto, há autores que sugerem que a chuva arrasta compostos orgâ

associado ao aumento da temperatura e do conteúdo em água, verificados na

última amostragem, conduz ao aumento da biomassa da comunidade

microbiana do solo observado nos pinheiros desbastados.

A biomassa da comunidade microbiana do solo sob a influência dos pinheiros

controlo apresenta correlações positivas significativas, ainda que fracas, com

109

Page 126: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

as três actividades enzimáticas determinadas, a actividade das enzimas

fosfatase, -glucosidase e do complexo celulásico (Coeficiente de Pearson=

0,371; 0,269; 0,397 p<0,001; 0,022; 0,001, respectivamente). Este resultado

está de acordo com o esperado, indicando que a principal fonte de enzimas no

solo dos pinheiros controlo são os microrganismos em crescimento (Tabatabai,

1994).

Por outro lado, a biomassa da comunidade microbiana do solo sob a influência

dos pinheiros desbastados apresenta uma correlação positiva e significativa

com o conteúdo em água do solo (Coeficiente de Pearson= 0,567 p<0,000) e

com a actividade da enzima fosfatase (Coeficiente de Pearson= 0,259

p<0,028). Este resultado sugere que apenas a actividade da enzima fosfatase

está associada à comunidade microbiana e que a disponibilidade em matéria

u-se uma tendência

orgânica e em água serão os factores a limitar o crescimento microbiano nos

solos dos pinheiros desbastados.

Dadas as limitações em matéria orgânica do local em estudo, poderemos supor

que a maioria da comunidade microbiana do solo esteja associada à rizosfera

dos pinheiros (Coleman et al., 2004). Portanto, o conteúdo em água da

rizosfera poderá ser um factor a limitar o desenvolvimento microbiano. Este

conteúdo em água da rizosfera é afectado não apenas pelas necessidades

hídricas da planta, mas também pela capacidade da planta de captar água nas

zonas mais profundas do solo. Quando se desbasta os pinheiros a água

retirada das zonas mais profundas do solo deixa de estar disponível,

contribuindo para a diminuição do conteúdo em água do solo.

Os resultados obtidos no decorrer deste ensaio evidenciaram que a actividade

da enzima fosfatase do solo varia significativamente entre os diferentes

indivíduos de P. halepensis de cada tratamento (controlo e desbaste) (Figura

4.4). Adicionalmente, estes resultados demonstraram que o desbaste teve um

efeito positivo significativo sobre a actividade da enzima fosfatase do solo. Nos

solos sob a influência de pinheiros desbastados observo

para um aumento da actividade enzimática ao longo do tempo e, em todas as

amostragens, a média da actividade da enzima fosfatase dos solos sob a

110

Page 127: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

influência dos pinheiros desbastados foi superior à média dos solos sob a

influência dos pinheiros do grupo controlo.

Diversos estudos evidenciam que o aumento da quantidade de matéria

orgânica disponível no solo conduz a incrementos da actividade da enzima

fosfatase desse mesmo solo. Estes estudos foram realizados em condições

laboratoriais e/ou de campo, e com a adição de diferentes compostos

scentes constituem uma importante fonte de

matéria orgânica do solo (Coleman et al., 2004), o desbaste selectivo de

A comunidade

microbiana é um dos principais produtores de enzima fosfatase do solo (Dick e

orgânicos, tais como glucose, palha ou lamas activadas (Dilly e Nannipieri,

2001; García-Gil et al., 2004; Nannipieri et al., 1978, 1983). O desbaste

selectivo de pinheiros inicialmente poderá conduzir a uma diminuição da

matéria orgânica disponível no solo rizosférico, pois provoca a eliminação do

transporte de produtos de fotossíntese para a raiz e esta é a principal fonte dos

exsudados radiculares (Jones et al., 2004, 2009). No entanto, com a morte das

células radiculares, haverá um incremento na quantidade de raízes

senescentes. Como as raízes sene

pinheiros deverá proporcionar um incremento da quantidade de matéria

orgânica do solo, sob a influência dos pinheiros desbastados, e

consequentemente o efeito positivo observado sobre a actividade da enzima

fosfatase do solo.

Os dados obtidos no presente ensaio sugerem que a comunidade microbiana é

responsável pelo aumento da actividade da enzima fosfatase no solo, pois

verificou-se uma correlação significativa entre a biomassa da comunidade

microbiana do solo e a actividade da enzima fosfatase.

Tabatabai, 1993; Tabatabai, 1994) e no presente ensaio poderá ter contribuído

para o aumento da actividade da enzima fosfatase para o solo de duas

maneiras.

Por um lado, o incremento da matéria orgânica disponível, resultante das

raízes senescentes, estimula a comunidade microbiana a libertar a enzima

fosfatase para o solo para efectuar a mineralização desta matéria orgânica

(Dick e Tabatabai, 1993; Krämer e Green, 2000; Nannipieri et al., 1983).

111

Page 128: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

Por outro lado, no final do período de monitorização de dois meses,

observámos uma diminuição da biomassa da comunidade microbiana, a qual

pode estar associada à ocorrência de líse das células microbianas (Rowell,

como glucose ou compostos fenólicos. Por outro lado, vai

dos pinheiros controlo na variação desta actividade enzimática ao

do de

monitorização. Diversos estudos evidenciam que em condições de reduzida

1994). A líse destas células microbianas ao permitir a libertação das enzimas

fosfatase intracelulares vai aumentar o número de enzimas livres no solo (Dick

e Tabatabai, 1993; Krämer e Green, 2000). Como as plantas também são

importantes produtores da enzima fosfatase do solo podemos assumir que a

líse das células radiculares também contribui para o incremento da enzima

fosfatase presente no solo (Krämer e Green, 2000; Ticconi e Abel, 2004).

As actividades das enzimas -glucosidase e celulase são frequentemente

utilizadas para descrever o funcionamento do ciclo do C no solo, dado o papel

que desempenham na decomposição da celulose (Bandick e Dick, 1999;

Izquierdo et al., 2005; Tian et al., 2010; Trasar-Cepeda et al., 2008; Zimmer,

2005). Diversos estudos descrevem uma relação entre a actividade da -

glucosidase e o conteúdo em matéria orgânica do solo (Bandick e Dick, 1999;

Caravaca et al., 2002; Dilly e Nannipieri, 2001; Roldán et al., 2003; Tian et al.,

2010). Contudo, as diferentes componentes da matéria orgânica têm diferentes

efeitos na actividade da enzima -glucosidase. Por exemplo, a presença de

açúcares simples,

inibir a actividade enzimática (Dilly e Nannipieri, 2001; Tian et al., 2010). A

adição de adubos orgânicos, como lamas activadas ou produtos resultantes de

compostagem, promove um incremento da actividade desta enzima a médio e

longo prazo (Bandick e Dick, 1999; Caravaca et al., 2002; Roldán et al., 2003).

Seria de esperar um aumento da actividade da enzima -glucosidase como

resposta à morte das células radiculares e do seu conteúdo celular. Os

resultados obtidos sugerem que os solos dos pinheiros desbastados diferem

dos solos

longo do tempo (Figura 4.4). Os resultados obtidos não indicam que houve este

aumento nos pinheiros desbastados no final dos dois meses de monitorização.

Este resultado pode estar relacionado com as reduções na humidade no solo e

na biomassa da comunidade microbiana observadas no final do perío

112

Page 129: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

humidade do solo há uma redução na actividade enzimática, que pode estar

associada a uma diminuição na comunidade microbiana do solo (Criquet et al.,

2002; Dilly e Nannipieri, 2001; Geisseler et al., in press; Sardans e Peñuelas,

2005).

As celulases são as enzimas extracelulares responsáveis pela decomposição

da celulose e são maioritariamente produzidas por fungos (Zimmer, 2005). Um

estudo efectuado em solos agrícolas mostra que o aumento da actividade da

celulase devido à adição de adubos orgânicos surge após o aumento da

actividade da enzima -glucosidase (Geisseler et al., in press). Os resultados

obtidos no presente trabalho indicam que não há um efeito imediato do

desbaste sobre a actividade da celulase. Este resultado pode ser devido ao

facto da produção destas enzimas ser inibida pela presença de fontes de

carbono mais simples. Portanto, só haverá produção destas enzimas quando

as fontes de carbono provenientes do conteúdo celular do sistema radicular

forem totalmente consumidas. Adicionalmente, tal como no caso da enzima -

glucosidase, este resultado pode estar relacionado com as reduções na

humidade no solo e na biomassa da comunidade microbiana observadas no

final dos dois meses de monitorização.

Todas as actividades enzimáticas do solo determinadas no presente ensaio

apresentaram diferenças significativas entre os indivíduos de P. halepensis

sujeitos ao mesmo tratamento (controlo e desbaste). Este era um resultado

esperado, pois diversos autores descrevem uma elevada variabilidade

associada às determinações das actividades das enzimas do solo (Bandick e

Dick, 1999; Criquet et al., 2002; García e Hernández, 1997).

Adicionalmente, a biomassa da comunidade microbiana do solo pode ter

contribuído para esta variabilidade. Como a comunidade microbiana do solo é

um dos principais produtores de enzima fosfatase (Krämer e Green, 2000;

Nannipieri et al., 1983; Tabatabai, 1994) será de esperar que diferenças na

biomassa da comunidade microbiana do solo se reflictam na quantidade de

enzimas produzidas. Logo, a variabilidade observada na biomassa da

comunidade microbiana do solo no presente ensaio (efeito imediato do

113

Page 130: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

desbaste selectivo de pinheiros) também pode ter contribuído para a

variabilidade das actividades enzimáticas.

A integração de todos os resultados obtidos, através da Análise de

Componentes Principais, evidencia que o efeito das condições climáticas sobre

a Primavera, devido ao aumento da

oleman et al.,

explicar não ter ocorrido aumento da biomassa microbiana.

a qualidade do solo é mais pronunciado que o efeito do desbaste. Os

resultados obtidos evidenciam que as amostras do 48º e do 63º dia são

distintas das restantes amostras, independentemente do tratamento. Apenas

no 48º dia há uma diferença entre as amostras dos solos dos pinheiros

desbastados e solos dos pinheiros controlo (Error! Reference source not

found.).

A disponibilidade em nutrientes e as condições climáticas, nomeadamente a

temperatura e a precipitação, são factores que condicionam o desenvolvimento

da comunidade microbiana dos solos calcários de ecossistemas mediterrâneos

(Garcia et al., 2002; Geisseler et al., in press; Sardans e Peñuelas, 2005;

Šnajdr et al., 2008). Estes solos são caracterizados como tendo reduzidos

níveis de nutrientes e no Verão estão sujeitos a elevadas temperaturas e

reduzida precipitação. Muito autores defendem que a comunidade microbiana

do solo tem maior actividade durante

temperatura, disponibilidade em água e em nutrientes libertados durante a

época de crescimento das plantas (Criquet et al., 2004; Garcia e Hernández,

1997; Goberna et al., 2007b; Monokrousos et al., 2004).

O desbaste selectivo de pinheiros pode ter um efeito imediato na qualidade do

solo através do aumento da matéria orgânica disponível, resultante da

decomposição das raízes senescentes (Bardgett et al., 2005; C

2004; Cullings et al., 2005). No entanto, a morte das células do sistema

radicular não ocorre imediatamente após o desbaste, estas células podem

subsistir durante um mês após o corte (Högberg et al., 2001; Zeller et al.,

2008). Portanto, os benefícios relacionados com o aumento da disponibilidade

nutricional podiam ter ocorrido nas três últimas amostragens realizadas no

presente trabalho. No entanto, foi nesta altura que as condições climáticas se

agravaram com uma diminuição pronunciada da água disponível, o que pode

114

Page 131: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

Este ensaio demonstrou que a comunidade microbiana do solo é capaz de

responder a estímulos externos num curto espaço de tempo.

nnock e van Kessel, 1997; Pietikäinen e Fritze, 1995). Neste ensaio,

5.2. Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros

na qualidade do solo

O desbaste selectivo de pinheiros pode, a curto ou médio prazo, conduzir a

uma diminuição das capacidades nutricionais do ecossistema (Bååth et al.,

1995; Pe

de avaliação do efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros, a

monitorização anual da qualidade do solo permitiu distinguir o solo das

parcelas sujeitas ao desbaste e das parcelas controlo no primeiro ano de

amostragem. No entanto, como esta distinção não se observa nos anos

seguintes, podemos depreender que o efeito do desbaste selectivo de

pinheiros sobre as características do solo desvanece ao longo do tempo.

O desbaste e a interacção entre os factores desbaste e tempo tiveram um

efeito significativo sobre o pH do solo sob a influência de P. halepensis

(pinheiros controlo e desbastados). Este resultado indica que o efeito do

desbaste está dependente do factor tempo. Com efeito, as parcelas com e sem

desbaste não apresentaram diferenças significativas entre si em nenhum dos

tempos de amostragem, apenas as parcelas sujeitas ao desbaste

apresentaram diferenças significativas ao longo do tempo (Tabela 4.4). O

desbaste selectivo dos pinheiros podia ter conduzido a diferenças na cobertura

vegetal, na produção de folhada e de exsudados radiculares, o que influência o

pH do solo (Coleman et al., 2004; Grayston et al., 1996). No entanto, como não

se observaram diferenças entre as parcelas, este efeito não foi verificado.

A mineralização da folhada produzida por P. halepensis conduz a uma

acidificação do solo superficial (Andrés e Ojeda, 2002). Como o desbaste

diminui a quantidade de folhada, produzida pelo pinheiro, seria de esperar um

aumento do pH do solo nas parcelas sujeitas ao desbaste, o que

115

Page 132: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

corresponderia a um retorno ao pH original do solo (neste caso superior a 8)

(Correia, 2006; Correia et al., 2001).

No trabalho de Correia e colaboradores (2001) observou-se que o pH do solo

diminuía com o aumento do tempo da revegetação, havendo uma aproximação

circundant eria de esperar que as parcelas controlo

apr para o aumento do pH do solo. Este aumento

ento

do pH (García e Hernández, 1997; García et al., 2002).

ana

processo de desbaste utilizado no presente ensaio removeu a parte aérea e

dos valores de pH do solo do patamar P1 aos valores da vegetação natural

e. Portanto, não s

esentassem uma tendência

do pH poderá estar relacionado com a competição intraespecífica observada

entre os indivíduos de P. halepensis e a competição interespecífica observada

entre P. halepensis e as espécies esclerófilas (alfarrobeira, zambujeiro,

medronheiro) (Correia et al., 2001). Esta situação vai diminuir o crescimento

das espécies vegetais em questão, nomeadamente o desenvolvimento da

copa, e conduzir a uma diminuição da capacidade fotossintética dos indivíduos

e da produção de exsudados radiculares e de folhada. Esta diminuição conduz

a um efeito semelhante a uma diminuição da cobertura vegetal, a qual, nos

solos calcários com clima mediterrâneo, pode estar associado a um aum

A percentagem de matéria orgânica do solo variou significativamente durante o

período de monitorização, mas apenas no patamar P3 (Ponto 3.1.1. Pedreira

do Outão), no qual as amostras recolhidas em 2003 são significativamente

diferentes das amostras recolhidas em 2004 (Tabela 4.4). Não se verificou

qualquer efeito significativo do factor desbaste sobre a percentagem de matéria

orgânica do solo sob a influência de P. halepensis.

Diversos trabalhos efectuados em florestas de coníferas indicam que, entre três

a quatro anos após o desbaste, ocorre um decréscimo significativo do conteúdo

em matéria orgânica do solo das parcelas sujeitas ao desbaste, em

comparação com os valores dos solos de florestas sem manipulação hum

(Bååth et al., 1995; Pennock e van Kessel, 1997; Pietikäinen e Fritze, 1995).

Nos trabalhos citados, todas as árvores das parcelas estabelecidas foram

cortadas e deixadas no local após o desbaste, e estes resíduos constituem

uma fonte de matéria orgânica do solo (Coleman et al., 2004). Pelo contrário, o

116

Page 133: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

todos os resíduos do desbaste. Esta estratégia conduz à perda de uma

importante fonte de matéria orgânica do solo, dado que neste local o solo tem

um reduzido conteúdo nutricional (Correia et al., 2001). Portanto, poderiam

ara a acumulação da

matéria orgânica do solo a longo prazo (Bastida et al., 2007; Bonmatí et al.,

ia de P. halepensis. Em

particular no patamar P1, a parcela sujeita ao desbaste apresentou um

ocorrer diferenças significativas no conteúdo em matéria orgânica do solo mais

rapidamente. No entanto, este efeito não se verificou.

Os incrementos na quantidade de raízes senescentes e no número de plantas

herbáceas e arbustivas estabelecidas (Nunes et al., não publicado) são dois

factores que podem ter contribuído para a manutenção da percentagem de

matéria orgânica no solo sob a influência de P. halepensis. A decisão de se

deixar o sistema radicular do pinheiro desbastado no local permitiu a

decomposição de uma quantidade acrescida de raízes. Por outro lado, os

primeiros resultados florísticos indicam que o desbaste selectivo de pinheiros

favorece o desenvolvimento de espécies arbustivas e herbáceas nativas

(Nunes et al., não publicado), o que deverá contribuir a longo prazo para a

acumulação de matéria orgânica do solo. Diversos estudos efectuados em

solos degradados com clima mediterrâneo semi-árido indicam que o aumento

do crescimento vegetal é o efeito mais importante p

2000; Caravaca et al., 2003; García et al., 2000; Ros et al., 2003).

Os resultados obtidos neste ensaio, para avaliação do efeito a curto prazo do

desbaste selectivo de pinheiros, indicam que a interacção entre os factores

desbaste e patamar teve um efeito significativo sobre a percentagem de

agregados hidroestáveis do solo sob a influênc

aumento significativo em relação à parcela controlo (Tabela 4.4). Este não era

o resultado esperado dado que a antecipada diminuição da matéria orgânica,

devido à perda da folhada, em conjunto com o aumento da amplitude térmica

observado (Nunes et al., não publicado) favorecem a diminuição da

percentagem de agregados hidroestáveis (Cerdà, 1998).

O efeito positivo do desbaste sobre a percentagem de agregados hidroestáveis

poderá resultar dos aumentos em compostos húmicos e da comunidade

fúngica, resultantes da mineralização do sistema radicular do pinheiro

117

Page 134: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

desbastado. Adicionalmente, o aumento da densidade de herbáceas nativas

nestas parcelas (Nunes et al., não publicado) contribui para o aumento da

estabilidade dos agregados, através do estabelecimento de micorrizas e da

produção de exsudados radiculares e de raízes finas (Cerdà, 1998; Hillel,

2003). Este resultado vem reforçar os dados obtidos no conteúdo em matéria

orgânica do solo, os quais apontam para uma contribuição importante da

fontes de carbono facilmente degradáveis, o que permite um aumento da

ilidade de fontes de

carbono, mas também porque as condições meteorológicas verificadas no

decomposição do sistema radicular e do estabelecimento de herbáceas

nativas.

Neste ensaio, para avaliação do efeito a curto prazo do desbaste selectivo de

pinheiros, a biomassa da comunidade microbiana do solo variou

significativamente ao longo do período de monitorização (entre 2002 e 2004) e

entre os dois patamares amostrados. Não se observou um efeito significativo

do desbaste sobre este parâmetro, mas a interacção entre os factores

desbaste e tempo teve um efeito significativo. Tendo-se observado que apenas

nas parcelas sujeitas ao desbaste houve diferenças significativas da biomassa

da comunidade microbiana do solo ao longo do período de monitorização, em

particular entre o ano de 2002 e os restantes anos (Figura 4.6).

A morte do sistema radicular do pinheiro vai incrementar a quantidade de

biomassa da comunidade microbiana do solo (Coleman et al., 2004; Pietikäinen

e Fritze, 1995). Logo, era esperado um efeito significativo do desbaste selectivo

de pinheiros sobre a biomassa da comunidade microbiana do solo, o que não

se verificou. No presente ensaio, os resultados obtidos dois meses após o

desbaste selectivo de pinheiros indicam que o solo, sob a influência de P.

halepensis, da parcela do patamar P1 sujeita ao desbaste apresenta uma

comunidade microbiana com quase o dobro da biomassa da comunidade da

parcela controlo, porém esta diferença estatisticamente não é significativa.

Adicionalmente, o aumento da biomassa da comunidade microbiana poderia ter

sido mais elevado não só pelo aumento da disponib

Inverno anterior à amostragem (ocorrência de pouca precipitação) favorecem o

118

Page 135: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

metabolismo aeróbio da comunidade microbiana, o qual permite um maior e

mais rápido desenvolvimento da população.

No entanto, após se esgotarem as fontes nutricionais provenientes da

decomposição do sistema radicular do pinheiro desbastado há um retorno da

biomassa da comunidade microbiana para valores que o ecossistema seja

capaz de suportar. Tal como foi referido anteriormente, ensaios efectuados em

florestas de coníferas descrevem um decréscimo significativo da biomassa da

comunidade microbiana e do conteúdo em matéria orgânica do solo, em

te

selectivo de pinheiros, não se detectou qualquer diminuição significativa da

comunidade significativa. E, consequentemente, não coincidiu com o tempo da

primeira amostragem.

comparação com o solo de florestas sem intervenção humana, entre três a

quatro anos após o desbaste (Bååth et al., 1995; Pennock e van Kessel, 1997;

Pietikäinen e Fritze, 1995). No presente ensaio, dado que os resíduos do

desbaste deixados no local foram mínimos e que o solo deste local se

caracteriza por baixos níveis nutricionais (Correia et al., 2001), seria de esperar

que o decréscimo biomassa da comunidade microbiana do solo ocorresse num

menor período de tempo.

Contudo, no presente trabalho de avaliação do efeito a curto prazo do desbas

biomassa da comunidade microbiana do solo das parcelas sujeitas ao

desbaste, em comparação com as parcelas controlo. Estes resultados reforçam

os dados obtidos nas percentagens de matéria orgânica e de agregados

hidroestáveis, os quais sugerem que a presença dos sistemas radiculares das

árvores vizinhas e o aumento da densidade de herbáceas nativas nestas

parcelas (Nunes et al., não publicado) permitem a produção de fontes de

carbono e consequentemente a manutenção da biomassa da comunidade

microbiana nestes solos.

É de referir que o solo, sob a influência de P. halepensis, da parcela D40 do

patamar P3 não apresentou um aumento na biomassa da comunidade

microbiana do solo na primeira amostragem como ocorreu no patamar P1. É

possível que a comunidade microbiana do patamar P3, por ter uma menor

biomassa, demore mais tempo para alcançar uma diferença de tamanho da

119

Page 136: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

Os resultados obtidos na monitorização da actividade da enzima fosfatase, em

estão de acordo com os descritos anteriormente em condições laboratoriais

(Nannipieri et al., 1978, 1983) e em solos agrícolas (García-Gil et al., 2004). Em

a enzima fosfatase com o aumento do tempo de

revegetação está de acordo com trabalhos anteriormente descritos de

Na amostragem inicial, o solo dos pinheiros desbastados do patamar P1

resposta à adição de suplemento orgânico, neste caso o sistema radicular do

pinheiro cortado, a comunidade microbiana teve um aumento de biomassa e da

actividade da enzima fosfatase (Figura 4.7). Uma vez esgotado o suplemento

nutricional, os níveis de biomassa da comunidade microbiana e da actividade

da enzima fosfatase regressam aos valores iniciais, os quais reflectem as

características da comunidade microbiana que esse solo é capaz de manter

(García-Gil et al., 2004; Nannipieri et al., 1983).

Neste trabalho, para avaliar o efeito a curto prazo do desbaste selectivo de

pinheiros, observou-se um efeito significativo do patamar na actividade da

enzima fosfatase nos solos sob a influência de P. halepensis, e de um modo

geral os valores do patamar P3 foram inferiores aos do patamar P1. Este

aumento da actividade d

monitorização de pedreiras sujeitas a processos de revegetação (Izquierdo et

al., 2005; Sharma et al., 2000). Como a actividade da enzima fosfatase pode

ser incrementado quando se observam concentrações limitantes de fósforo

disponível, alguns autores consideram-no um indicador do fósforo disponível no

solo (Dilly, 1999; Nannipieri et al., 1978). O aumento da actividade da enzima

fosfatase no solo do patamar P1 poderá estar associado à maior quantidade de

fósforo disponível necessária para o crescimento vegetal, pois quanto maior for

o tamanho da vegetação (em número e dimensão), maior deverá ser a

quantidade de fósforo disponível para suster essa vegetação (Fardeau, 1996).

apresentou uma actividade da enzima desidrogenase significativamente

superior à da parcela controlo. No ano seguinte sofreu um decréscimo

significativo e não se observou qualquer diferença entre a parcela controlo e a

parcela sujeita ao desbaste, esta situação manteve-se na terceira amostragem

(Figura 4.8). Esta variação temporal da actividade da enzima desidrogenase da

parcela sujeita ao desbaste poderá ser explicada por um aumento da

120

Page 137: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

actividade da comunidade microbiana como resposta ao aumento da

disponibilidade em fonte de carbono, proveniente das raízes do pinheiro.

Estes resultados são suportados pelos resultados obtidos num ensaio

laboratorial efectuado por Saviozzi e colaboradores (2002). No ensaio

efectuado em laboratório mostraram que a adição de suplementos orgânicos a

um solo degradado conduziu a um aumento da actividade da enzima

desidrogenase, mas estes valores diminuíram ao longo do tempo,

provavelmente devido à diminuição da quantidade de fontes de carbono

facilmente degradáveis (Saviozzi et al., 2002). Como as enzimas

desidrogenase têm um papel importante na oxidação da matéria orgânica

e na actividade da enzima fosfatase do solo são semelhantes aos obtidos para

controlo em 2003 como para as parcelas sujeitas ao desbaste. Estes

(Tabatabai, 1994) e estão envolvidas em reacções que produzem ATP (García

et al., 2000; Pepper e Gerba, 2004), então quando existe matéria orgânica

disponível e se verifica um aumento da biomassa da comunidade microbiana é

de esperar que haja um aumento da actividade destas enzimas.

No entanto, quando consideramos os estudos efectuados em condições de

campo para estudar o efeito da adição de suplementos orgânicos na actividade

da enzima desidrogenase do solo os resultados podem ser bastante diferentes.

Alguns estudos descrevem um aumento na actividade da enzima

desidrogenase nos primeiros anos (Rós et al., 2003) ou mesmo dez anos após

a aplicação dos suplementos orgânicos (Pascual et al., 2000). Por outro lado,

García-Gil e colaboradores (2004) não obtiveram qualquer diferença

significativa entre os solos tratados e o controlo nas amostragens efectuadas

nove e trinta e seis meses após a aplicação do suplemento orgânico. No

presente estudo, os resultados obtidos na biomassa da comunidade microbiana

a actividade da enzima desidrogenase, reforçando as inferências retiradas que

o efeito do desbaste selectivo de pinheiros desvanece ao longo do tempo.

Por outro lado, observou-se uma tendência para os solos do patamar P3

apresentarem valores de actividade da enzima desidrogenase inferiores aos

solos do patamar P1 (revegetado há mais tempo), sendo esta diferença

significativa tanto para os solos sob a influência de P. halepensis das parcelas

121

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Capítulo 5

resultados estão de acordo com um estudo efectuado numa mina (de cobre,

cobalto e níquel) com clima subtropical, no qual observaram um incremento

significativo da actividade da enzima desidrogenase com a idade da vegetação

e (Bending et

al., 2004; Gil-Sotres et al., 2005; Hofman et al., 2003; Izquierdo et al., 2005;

A integração dos resultados obtidos nos diversos parâmetros, através da

(Izquierdo et al., 2005). Num ensaio efectuado numa pedreira de calcário na

Índia, também se observou um aumento sucessivo da actividade da enzima

desidrogenase ao longo dos primeiros cinco anos após a revegetação do local

(Sharma et al., 2000).

É amplamente aceite que as propriedades bioquímicas do solo são indicadoras

da qualidade do solo (Doran e Zeiss, 2000; Gil-Sotres et al., 2005; Izquierdo et

al., 2005; Karlen et al., 1997, 2003). No entanto, ainda não existe um consenso

quanto ao número e parâmetros a analisar, e o modo como devem ser

utilizados (Gil-Sotres et al., 2005). Existem numerosos estudos que avaliam a

qualidade do solo, utilizando diferentes conjuntos de parâmetros físicos,

químicos e biológicos do solo e diferentes estratégias de anális

Spedding et al., 2004). Contudo, cada indicador é afectado de forma diferente

pelas condições ambientais e representa apenas um aspecto do ecossistema

do solo (Gil-Sotres et al., 2005; Winding et al., 2005).

Diversos autores defendem que a integração de diferentes propriedades

bioquímicas do solo é o melhor modo de descrever a complexidade do sistema

do solo (Doran e Zeiss, 2000; Gil-Sotres et al., 2005). Por esta razão aplicou-se

uma análise de integração dos dados obtidos, recorrendo à técnica de Análise

de Componentes Principais (ACP). A aplicação desta análise permitiu confirmar

as principais deduções retiradas da análise estatística dos parâmetros

separadamente, e permitiu evidenciar diferenças que não tinham sido

perceptíveis na análise dos parâmetros individualmente.

técnica de ACP, evidenciou uma separação entre as amostras da parcela

sujeita ao desbaste e as amostras da parcela controlo em 2002. No entanto,

este efeito não se observou nos anos seguintes (Figura 4.9). Este resultado

consolida a principal evidência da análise dos parâmetros microbianos, que o

desbaste selectivo de pinheiros tem um efeito sobre a qualidade do solo que

122

Page 139: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

desvanece ao longo do tempo. Era esperado que o desbaste selectivo de

pinheiros tivesse um efeito a curto ou médio prazo sobre a qualidade do solo,

pois o sistema radicular do pinheiro desbastado constitui uma fonte de carbono

e energia para a comunidade microbiana do solo, o que permite um aumento

da biomassa da comunidade microbiana e das suas actividades enzimáticas

(García-Gil et al., 2004; Pietikäinen e Fritze, 1995; Ros et al., 2003).

Após o esgotamento da fonte de nutrientes, neste caso o sistema radicular do

microbiológicas do solo

ao longo do tempo. Sendo que os locais revegetados à mais tempo

com uma composição

mais diversa (estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo) e consequentemente

pinheiro, é de se esperar que os valores de biomassa e actividade da

comunidade microbiana do solo regressem a níveis que o ecossistema seja

capaz de suportar (Atlas e Bartha, 1998; García-Gil et al., 2004; Nannipieri et

al., 1983). Os resultados obtidos apontam para um regresso às condições

observadas nas parcelas controlo em apenas dois anos. Visto que, no solo sob

a influência de P. halepensis, se observa uma clara sobreposição entre as

amostras das parcelas controlo e as amostras das parcelas sujeitas ao

desbaste recolhidas em 2004, de ambos os patamares.

Diversos estudos descrevem que a revegetação de um local degradado

promove um aumento significativo das características

apresentam os valores mais próximos dos encontrados no solo não perturbado

adjacente (Izquierdo et al., 2005; Mummey et al., 2002; Sharma et al., 2000;

Sparling et al., 2003). Portanto, seria de esperar que as amostras de solo

recolhidas do patamar P1 apresentassem uma comunidade microbiana do solo

com maior biomassa e actividade que as amostras recolhidas do patamar P3. A

quantidade de matéria orgânica disponível pode ser o principal motivo para as

diferenças na qualidade do solo. Locais com processos de revegetação mais

antigos devem ter uma vegetação com maior cobertura,

com maior quantidade de matéria orgânica a entrar no solo, quer através da

folhada quer através dos exsudados radiculares e raízes senescentes

(Coleman et al., 2004; Garcia e Hernández, 1997).

Os resultados obtidos na avaliação do efeito a curto prazo do desbaste

selectivo de pinheiros sugerem que o processo de recuperação do solo da

123

Page 140: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

pedreira do Outão está a decorrer a uma velocidade reduzida. Por um lado, as

parcelas controlo não apresentam diferenças significativas ao longo do período

de monitorização, o que sugere que alcançaram uma fase estacionária. Por

outro lado, ao longo do período de monitorização desvanecem as diferenças

entre os patamares, os quais diferem em 6 anos na data de revegetação. Estes

resultados estão de acordo com os resultados descritos por Sparling e

colaboradores (2003), nos quais ocorrem diferenças significativas nas

as que apresentaram

maior variabilidade na estrutura da comunidade microbiana e não estão

. Portanto, é possível que

ocorram alterações na estrutura da comunidade microbiana do solo sem

características dos solos de locais com recuperação recente (vegetação com 1

a 10 anos). Mas, quando comparam solo com maior tempo de recuperação

(vegetação com 18 a 40 anos) as diferenças nas características do solo

desvanecem.

Os resultados da análise da estrutura da comunidade microbiana do solo são

um pouco divergentes dos obtidos na avaliação da qualidade do solo. As

amostras que apresentaram maiores valores de biomassa e actividade da

comunidade microbiana do solo (P1D40 2 meses) foram

separadas das restantes amostras. Apenas a comunidade microbiana das

amostras dos pinheiros desbastados do patamar P3 de dois meses apresentam

uma estrutura diferente das amostras dos pinheiros controlo correspondentes.

No final do período de monitorização verifica-se uma clara diferença entre a

estrutura das comunidades bacterianas dos dois patamares, sem que haja no

entanto diferenças entre pinheiros desbastados e pinheiros controlo (Figura

4.13).

A relação entre a diversidade e estrutura da comunidade microbiana do solo e

a sua função ecológica ainda não está totalmente compreendida (Giri et al.,

2005; Torsvik e Øvreås, 2002). A diversidade genética é um dos factores que

determina a diversidade funcional da comunidade microbiana, e inclui um

elevado grau de redundância funcional, ou seja inclui diferentes espécies

capazes de efectuar a mesma actividade metabólica (Anderson, 2003;

Nannipieri et al., 2003; Torsvik e Øvreås, 2002)

existirem alterações na actividade enzimática do solo, ou vice-versa.

124

Page 141: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

Os resultados obtidos mostram uma elevada variabilidade entre as amostras

sujeitas ao mesmo tratamento (controlo e desbaste). Esta questão pode estar

relacionada com a representatividade das amostras. Pode ser necessário

efectuar várias extracções e amplificação de ADN para obter uma amostra

representativa da estrutura da comunidade microbiana do solo. Alguns autores

indicam que mesmo após 10 extracções de ADN da mesma amostra continuam

a obter novas estirpes bacterianas (Giri et al., 2005).

Os resultados obtidos sugerem que há um pequeno desfasamento temporal

entre as alterações na estrutura e ocorrência de diferenças nas actividades da

comunidade microbiana do solo. A comunidade bacteriana dos pinheiros

desbastados do patamar P3 poderá estar numa fase de latência de

O desbaste selectivo de P. halepensis foi implementado durante um processo

funcional

crescimento. Por outras palavras, as estirpes da comunidade bacteriana

adaptadas às novas condições ambientais começam a desenvolver-se e a

sobrepor-se em relação aos restantes membros da população, sem que

tenham tido tempo para proliferar significativamente.

Concluindo, quer a avaliação da qualidade do solo quer a determinação da

estrutura da comunidade bacteriana do solo, evidenciam que o efeito do

desbaste selectivo de pinheiros é temporário.

5.3. Efeito do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade

do solo dos indivíduos de Olea europaea adjacentes

de gestão da revegetação da pedreira em estudo, o qual tinha como objectivo,

entre outros, a diminuição da competição interespecífica entre as espécies

vegetais estabelecidas no processo de revegetação (Nunes et al., não

publicado). Neste ensaio pretendeu-se avaliar o efeito do desbaste selectivo de

pinheiros na qualidade do solo dos indivíduos de O. europaea adjacentes. A

diminuição da competição interespecífica traduzir-se-á numa melhoria da taxa

de crescimento das plantas autóctones e consequentemente na quantidade e

qualidade dos exsudados radiculares (Dilkes et al., 2004; Hutsch et al., 2002).

Estes exsudados radiculares determinam o tamanho e a diversidade

125

Page 142: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

da comunidade microbiana do solo (Dilkes et al., 2004; Cullings et al., 2005;

Clayton et al., 2008). Como não foi observável qualquer distinção entre as

parcelas sujeitas ao desbaste e as parcelas controlo, podemos depreender que

qualquer alteração na taxa de crescimento de O. europaea não teve efeito

mensurável na qualidade do solo.

Os resultados obtidos no presente ensaio evidenciam que, nos solos sob a

influência de O. europaea, a evolução do pH do solo ao longo do período de

funcionamento, mas são

neutralizados pela capacidade tampão do solo.

ade de plantas e a resposta das

árvores às condições climáticas. A produção de exsudados é um importante

estado fisiológico et al., 2004, 2009). A densidade das

pla ntas, +

monitorização varia significativamente entre patamares (Tabela 4.6). As plantas

podem alterar o pH da rizosfera por diversos mecanismos, entre os quais a

libertação de exsudados radiculares e a respiração radicular (para uma revisão

ver Ehrenfeld et al., 2005; Hinsinger et al., 2003). Contudo, a capacidade

tampão do solo será o principal factor a determinar alterações no pH, tendo os

solos calcários a maior capacidade tampão e maior resistência a alterações de

pH (Hinsinger et al., 2003; Xu e Conventry, 2003). Portanto, é possível que as

plantas tenham os mecanismos de acidificação em

As diferenças encontradas entre os dois patamares podem estar relacionadas

com diferenças na idade da vegetação, densid

mecanismo de controlo do pH da rizosfera e é influenciado pela idade e o

de cada planta (Jones

ntas pode ter influenciado a quantidade de água tomada pelas pla

factor que influencia o fluxo de iões H e consequentemente o pH do solo

(Hinsinger et al., 2003). O ano anterior à amostragem de 2003 foi o que

apresentou maior precipitação anual (Tabela 4.2) e a quantidade de água

disponível é um dos factores determinantes do pH do solo, pela sua influência

nas reacções químicas e trocas iónicas (Pansu e Gautheyrou, 2006).

Nos solos sob a influência de O. europaea observou-se uma tendência para

uma diminuição da matéria orgânica do solo ao longo do tempo, em particular

nas parcelas P1D0 e P3D40, nas quais a diminuição observada foi significativa

(Tabela 4.6). A diminuição da matéria orgânica nas parcelas controlo reforça a

ideia de que a competição intra- e interespecífica observada nas espécies em

126

Page 143: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

estudo está a afectar o desenvolvimento das plantas (Correia et al., 2001). Em

particular, a sua capacidade de produção de exsudados radiculares e folhada,

os principais contributos das plantas para a matéria orgânica do solo (Coleman

et al., 2004).

Nas parcelas sujeitas ao desbaste esta diminuição da matéria orgânica não

ativamente a percentagem

de agregados hidroestáveis do solo sob a influência de O. europaea (Tabela

nto das

micorrizas associadas, através do aumento do fluxo de carbono para a

está de acordo com o esperado. Pois tal como foi acima referido seria de

esperar que o desbaste selectivo de pinheiros diminuísse a competição

interespecífica, o que resultaria numa melhoria na taxa de crescimento das

plantas autóctones e consequentemente na quantidade e qualidade dos

exsudados radiculares (Dilkes et al., 2004; Hutsch et al., 2002).

Adicionalmente, esta melhoria na taxa de crescimento poderia favorecer quer a

comunidade de fungos micorrízicos associados a estas plantas quer a

comunidade microbiana da rizosfera, o que contribuiria para um aumento da

matéria orgânica do solo (Barea et al., 2005; Jones et al., 2009).

O desbaste selectivo de pinheiros aumentou signific

4.6). As raízes das plantas, as micorrizas e a comunidade microbiana do solo

são componentes importantes na formação dos agregados do solo (Edgerton et

al., 1995; Hillel, 2003; Jastrow et al., 1998). A explicação mais provável para

este resultado será um maior desenvolvimento do sistema radicular e/ou da

comunidade micorrízica associada aos indivíduos de O. europaea. Esta

espécie forma simbioses com fungos endomicorrízicos, os quais produzem

glomalina, uma proteína descrita como componente importante na formação de

agregados hidroestáveis (Jastrow et al., 1998). A melhoria na taxa de

crescimento de O. europaea resultante do desbaste selectivo de pinheiros (5º

Relatório de progresso do protocolo entre a Secil e o Centro de Ecologia e

Biologia Vegetal/FFCUL) pode ter estimulado o desenvolvime

micorriza.

Os dados obtidos (Figura 4.14, Tabela 4.6) sugerem que a comunidade

microbiana não esteve envolvida neste incremento da percentagem de

agregados hidroestáveis, pois não se observou qualquer efeito do desbaste

127

Page 144: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

sobre a biomassa da comunidade microbiana do solo sob a influência de O.

europaea. A nossa hipótese é que a biomassa da comunidade microbiana do

solo sob a influência de O. europaea poderia beneficiar do desbaste por duas

vias: directamente através do movimento dos nutrientes disponibilizados pelas

raízes do pinheiro; ou indirectamente pelo aumento de exsudados radiculares

no tenha sido

transferido preferencialmente para a comunidade micorrízica associada e não

o descrito por outros autores, em processos de revegetação com

diferentes climas e tipos de solo (Costa et al., 1998; Edgerton et al., 1995;

disponíveis resultantes da diminuição da competição interespecífica. A

ausência de um aumento inicial da biomassa da comunidade microbiana após

o desbaste selectivo de pinheiros sugere que o movimento horizontal de

nutrientes no solo é reduzido. E, portanto, o efeito do desbaste está limitado ao

solo ocupado pela rizosfera do pinheiro desbastado.

O aumento da taxa de crescimento dos indivíduos de O. europaea, resultante

da diminuição da competição interespecífica, poderá ter incrementado a

quantidade de exsudados radiculares (Dilkes et al., 2004; Hutsch et al., 2002).

No entanto, é possível que este acréscimo na fonte de carbo

ter beneficiado significativamente a restante comunidade microbiana do solo.

Na preparação de todas as amostras de solo retirou-se todas as raízes visíveis,

dado que as endomicorrizas formam um denso micélio junto às raízes é

possível que a sua contribuição para a biomassa de comunidade microbiana

tenha sido subestimada.

A biomassa da comunidade microbiana do solo sob a influência de O.

europaea variou significativamente entre os dois patamares, havendo um

aumento ao longo do tempo de revegetação (Figura 4.14). A introdução e

estabelecimento de plantas num processo de revegetação favorece o

estabelecimento subsequente de plantas ruderais, e o aumento do crescimento

vegetal traduz-se num aumento da matéria orgânica e da biomassa da

comunidade microbiana do solo (García et al., 2002). O aumento da biomassa

da comunidade microbiana do solo ao longo do tempo de revegetação está de

acordo com

Segal e Mancinelli, 1987; Sharma et al., 2000; Sparling et al., 2003).

128

Page 145: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

No presente trabalho, de avaliação do efeito do desbaste selectivo de pinheiros

no solo das oliveiras adjacentes, observou-se um decréscimo significativo da

actividade da enzima fosfatase ao longo do tempo (Figura 4.15). Esta

diminuição poderá resultar da estratégia da comunidade microbiana à

diminuição do substrato, a matéria orgânica, a qual também diminuiu

significativamente. A produção das fosfatases é regulada pela presença do seu

substrato (Tabatabai, 1994), havendo um aumento da sua produção com o

aumento da matéria orgânica do solo (García-Gil et al., 2004; Nannipieri et al.,

1978, 1983). Havendo uma diminuição de substrato é previsível que a

comunidade microbiana do solo diminua a produção enzimática para níveis

mais reduzidos ou que deixe de produzir a enzima (Burns, 1982).

xima. Portanto, a explicação mais provável para um

decréscimo neste parâmetro é uma diminuição na quantidade de enzimas.

as do solo

do que o patamar P3 (com vegetação mais recente). Este resultado está de

Adicionalmente, será de esperar um aumento da transformação (“turnover”)

destas enzimas, ou seja aumento da utilização destas enzimas como fonte de

nutrientes.

No solo, sob a influência de O. europaea, observou-se uma tendência para

uma diminuição da actividade da enzima desidrogenase ao longo do tempo,

sendo o decréscimo observado na parcela sujeita ao desbaste do patamar P1

de 2002 para 2003 significativo (Figura 4.16). A quantificação destas enzimas é

feita nas condições de pH, temperatura e substrato óptimas, ou seja as que

permitem a actividade má

Estas enzimas estão maioritariamente localizadas no interior das células

(Garcia et al., 2002), mas não foi observado qualquer decréscimo na biomassa

da comunidade microbiana do solo. Logo, poderemos supor que houve uma

diminuição no metabolismo microbiano do solo. É de salientar que os

resultados obtidos na actividade da enzima fosfatase apontavam para o mesmo

fenómeno.

A integração dos dados obtidos, através de ACP, evidencia uma clara diferença

nas características microbiológicas do solo sob a influência de O. europaea dos

dois patamares (Figura 4.17). Com o patamar P1 (com vegetação mais antiga)

a apresentar valores mais elevados nas características microbiológic

129

Page 146: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

acordo com estudos efectuados em processos de revegetação, nos quais os

locais com maior tempo de revegetação apresentam características

microbiológicas do solo com valores mais elevados (Izquierdo et al., 2005;

Mummey et al., 2002; Sharma et al., 2000; Sparling et al., 2003).

O efeito do desbaste selectivo de pinheiros nas características microbiológicas

do solo sob a influência de O. europaea não é evidente. Apenas nas amostras

de 2003 do patamar P1 há uma separação entre as parcelas controlo e as

parcelas sujeitas ao desbaste. No entanto, parece haver uma tendência ao

longo do tempo para uma separação entre as parcelas controlo e as parcelas

sujeitas ao desbaste. Esta tendência pode significar que os efeitos do aumento

da taxa de crescimento de O. europaea nas características microbiológicas do

solo, através de alterações na quantidade e qualidade dos exsudados

radiculares, pode levar mais tempo do que o período de tempo considerado

neste ensaio (2 anos) (Dilkes et al., 2004; Hutsch et al., 2002).

et al., 2004, 2009), as quais provocaram

alterações na estrutura da comunidade bacteriana do solo. No entanto, estas

A análise da estrutura da comunidade microbiana do solo, tal como os

resultados anteriores, também evidencia uma diferença entre os dois

patamares (Figura 4.18). Nas amostras do patamar P3 não se observaram

alterações na estrutura da comunidade bacteriana do solo, quer em relação ao

desbaste quer em relação ao tempo de amostragem. No patamar P1 observou-

se uma clara diferença entre as amostras retiradas dois meses após o

desbaste e as retiradas 26 meses após o desbaste. E nas amostras retiradas

dois meses após o desbaste, verificou-se uma diferença entre as estruturas

das comunidades da parcela controlo e da parcela sujeita ao desbaste. Estes

resultados obtidos no patamar P1 parecem confirmar a hipótese colocada. O

desbaste selectivo de pinheiros conduziu a alterações na produção de

exsudados radiculares (Jones

diferenças não se mantiveram, pois 26 meses após o desbaste não há

qualquer diferença na estrutura da comunidade bacteriana das diferentes

parcelas (controlo e sujeita ao desbaste).

130

Page 147: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

Concluindo, o efeito directo do desbaste selectivo de pinheiros nas

características microbiológicas do solo está restrito à área de influência do

sistema radicular dos pinheiros desbastados.

5.4. Utilização de microrganismos promotores do

crescimento vegetal

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da inoculação de bactérias do solo

no crescimento de plântulas de espécies vegetais frequentemente utilizadas na

revegetação de áreas degradadas do Mediterrâneo. Este trabalho constitui uma

primeira fase para a obtenção de inóculos microbianos que possam contribuir

no processo de revegetação. Por este motivo, os inóculos escolhidos devem

incrementar o crescimento de diversas espécies vegetais. Por essa razão

decidiu-se utilizar bactérias de vida livre com capacidade potencial de melhorar

a disponibilidade de nutrientes no solo.

omenech et al., 2004; Heinonsalo et

al., 2004) e na recuperação ambiental (Rodríguez-Echeverría e Pérez-

Fernández, 2005). Diversos estudos têm testado a eficácia da adição de

O aumento da disponibilidade em nutrientes do solo beneficia o crescimento

das espécies vegetais e poderá favorecer o processo de revegetação. Uma vez

que durante as fases iniciais deste processo a quantidade de nutrientes no solo

disponíveis para as plantas é reduzida (Clemente et al., 2004). A aplicação de

bactérias de vida livre para melhorar a disponibilidade de nutrientes no solo e,

consequentemente, promover o crescimento vegetal pode ser uma alternativa a

outros tipos de adubos orgânicos (Elkoca et al., 2008). Outra vantagem da

aplicação de bactérias de vida livre é que todas as espécies vegetais podem

beneficiar das suas actividades não sendo necessário o estabelecimento de

uma ligação simbiótica, como acontece no caso do Rhizobium sp. Foi dada

especial atenção à origem dos inóculos microbianos, os quais foram isolados

de diferentes locais dentro do Parque Natural da Arrábida.

As rizobactérias promotoras do crescimento vegetal (“PGPR – Plant Growth

Promoting Rhizobacteria”) têm sido aplicadas na agricultura (Belimov et al.,

1995; Khalid et al., 2004), na silvicultura (D

131

Page 148: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

estirpes de PGPR na promoção da sobrevivência e/ou crescimento de

plântulas de pinheiros utilizadas em processos de florestação (Brunetta, 2006;

Lucas-García et al., 2004; Probanza et al., 2001; Rincón et al., 2006). Os

resultados descritos nestes estudos são contraditórios. Alguns autores

(Brunetta, 2006; Lucas-García et al., 2004; Probanza et al., 2001) e outros não

obtiveram qualquer efeito benéfico (Rincón et al., 2006).

A reduzida percentagem de tratamentos eficazes na promoção do crescimento

). Existem diversos

descreveram efeitos positivos resultantes da adição de estirpes PGPR

Os valores das taxas de crescimento relativo obtidos no presente estudo são

semelhantes aos descritos em outros estudos, apesar das plântulas utilizadas

terem menor altura e diâmetro basal (Figura 4.19) (Lucas-García et al., 2004;

Rincón et al., 2006). Tal como era esperado, as taxas de crescimento relativo

(TCR) obtidas no presente estudo são mais elevadas que as TCR

determinadas em indivíduos de P. halepensis com 20 anos de idade (Nunes et

al., não publicado).

de plantas observada no presente estudo é semelhante aos 6% descritos por

Brunetta (2006) num trabalho com plântulas de Pinus taeda. A aplicação em

simultâneo das duas estirpes isoladas da pedreira recuperada naturalmente

(N2P-PN) teve um efeito significativo no crescimento das plântulas de pinheiro

(Figura 4.19). Contudo, quando as estirpes foram adicionadas separadamente

não se obteve qualquer efeito no crescimento das plântulas de pinheiro. Este

resultado sugere a ocorrência de um efeito sinérgico entre as duas estirpes, a

fixadora de azoto e a solubilizadora de fosfato isoladas da pedreira

recuperadas naturalmente. Em diversos trabalhos são descritos efeitos

sinérgicos entre diferentes PGPR inoculados na mesma planta, tais como

bactérias e micorrizas (Requeña et al., 1997; Vázquez et al., 2000) ou fixadoras

de azoto e solubilizadoras de fosfato (Belimov et al., 1995

mecanismos que podem explicar o efeito sinérgico. Um mecanismo possível é

que uma das estirpes forneça os nutrientes necessários para o crescimento da

segunda estirpe, a qual pode assim produzir os metabolitos que estimulam o

crescimento vegetal (Bashan, 1998).

132

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Discussão

A adição em conjunto das duas estirpes isoladas da pedreira recuperada

naturalmente (N2P-PN) teve um efeito significativo na taxa de crescimento

relativo, mas não teve qualquer efeito na biomassa das plântulas de pinheiro

(Figura 4.19, Tabela 4.8). Este resultado sugere que o efeito da inoculação das

estirpes bacterianas está relacionado com a produção de composto

semelhantes a hormonas vegetais e não com o aumento de nutrientes no solo

(Lucas-García et al., 2004). As hormonas vegetais, tais como as auxinas e as

giberelinas, podem ter vários efeitos no crescimento e morfogénese vegetais,

Existem numerosos microrganismos capazes de produzir compostos

bacterianas isoladas de diferentes locais

têm diferentes padrões de crescimento (Figura 4.20). Este resultado pode estar

inclusivamente em alguns casos podem inibir o desenvolvimento de

determinados órgãos (Barazani e Friedman, 1999; Taiz e Zeiger, 1991). Esta

característica pode ser a razão pela qual a aplicação de filtrados de culturas

bacterianas, capazes de produzir hormonas vegetais e/ou ou seus reguladores,

pode provocar diferentes respostas em distintos parâmetros do crescimento

vegetal (Gutiérrez-Mañero et al., 2001).

semelhantes a hormonas vegetais (Barazani e Friedman, 1999; Bloemberg e

Lugtenberg, 2001), incluindo estirpes dos géneros Pseudomonas e Azotobacter

(Fiorelli et al., 1996; Gutiérrez-Mañero et al., 2003; Patten e Glick, 2002;

Salmeron et al., 1990). Serão necessários testes adicionais para confirmar se

as estirpes bacterianas testadas neste trabalho são capazes de produzir

hormonas vegetais. No entanto, se estas estirpes estivessem a aumentar a

quantidade de nutrientes disponíveis para as plantas, então seria de esperar

um aumento em diversos parâmetros do crescimento vegetal, nomeadamente

a biomassa. Este tipo de efeito é evidente quando fertilizantes químicos ou

adubos orgânicos são aplicados para aumentar a disponibilidade de nutrientes

e observa-se um aumento em vários parâmetros do crescimento vegetal,

nomeadamente a altura e o rendimento (Adesemoye et al., 2008, 2009;

Caravaca et al., 2003; Larchevêque et al., 2006; Rincón et al., 2006; Roldán et

al., 1996).

Os resultados deste trabalho também evidenciaram que as plântulas de P.

halepensis inoculadas com estirpes

133

Page 150: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

relacionado com diferenças fisiológicas entre as estirpes. A comunidade

microbiana indígena do solo em geral possui característica adaptativas que

permitem a sua sobrevivência, o seu crescimento e actividade metabólica

naquele habitat (Atlas e Bartha, 1998). Os locais seleccionados para o

isolamento das estirpes bacterianas diferem na composição florística da sua

vegetação e nas características físico-químicas do solo (Correia et al., 2001).

Portanto, é possível que as estirpes tivessem diferentes características

adaptativas que expliquem as diferentes respostas à sua inoculação no mesmo

solo. As estirpes isoladas da vegetação natural podem ter uma taxa de

crescimento mais elevada que as estirpes isoladas da pedreira recuperada

naturalmente, e consequentemente conseguem produzir um efeito no

crescimento das plântulas mais cedo. Outra possível explicação para esta

diferença na resposta pode ser a sua adaptação às condições existentes nos

vasos, nomeadamente o reduzido nível nutricional. Neste ensaio o vaso foi

preenchido maioritariamente com a marga utilizada para cobrir os patamares

naturalmente (N2P-PN) se tenha tornado uma vantagem adaptativa

quando as raízes começaram a colonizar este solo pobre em nutrientes. E

da pedreira revegetada, sendo este substrato caracterizado por reduzidos

níveis nutricionais (Correia et al., 2001).

Os inóculos microbianos têm que crescer na rizosfera das plantas inoculadas

até que a sua população tenha um tamanho suficientemente grande para

provocar um efeito no crescimento vegetal (Bashan, 1998). A hostilidade do

ambiente no solo é um obstáculo ao estabelecimento das células bacterianas

adicionadas e contribui para o rápido declínio do tamanho da sua população

(van Veen et al., 1997). A ocorrência de um efeito significativo (Figura 4.19)

demonstra que a quantidade de bactérias adicionada foi suficiente para

assegurar o estabelecimento das células inoculadas. Dado que as plântulas de

pinheiro foram colocadas a crescer em vasos com solo pobre em nutrientes é

possível que a combinação das actividades metabólicas (fixação de azoto

atmosférico e solubilização de fosfato) das duas estirpes isoladas da pedreira

recuperada

consequentemente estas estirpes foram capazes de se estabelecer em número

suficiente na rizosfera da plântula de pinheiro.

134

Page 151: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

No entanto, a quantidade de inóculo necessária para produzir um efeito pode

diferir entre diferentes estirpes microbianas, porque a sua resposta às

condições do solo depende das suas características genéticas e fisiológicas

(van Veen et al., 1997). Deste modo é possível que as comunidades

microbianas do solo e da rizosfera do pinheiro tenham impedido o

estabelecimento das estirpes bacterianas de alguns dos tratamentos. Rincón e

colaboradores (2006) sugeriram esta hipótese como motivo pelo qual não se

observou qualquer efeito resultante da inoculação de microrganismos PGPR,

para os quais a sua eficácia como PGPR tinha sido descrita anteriormente

(Probanza et al., 1996, 2001). Outra hipótese possível é que as actividades

observadas em condições laboratoriais, neste caso a fixação de azoto

atmosférico ou solubilização de fosfato, sejam inibidas pelas condições do

microcosmo ou não sejam suficientes para produzir um efeito mensurável no

crescimento vegetal.

A actividade dos microrganismos é influenciada pelas condições do ambiente

que os rodeia (Atlas e Bartha, 1998). As condições ambientais na rizosfera, tais

como o pH e as fontes de carbono disponíveis, são determinadas pela espécie

vegetal e o estado fisiológico de cada indivíduo (Grayston et al., 1996). Em

alguns trabalhos, as estirpes bacterianas capazes de produzir hormonas

vegetais em meio de cultura não foram capazes de promover o crescimento

vegetal em condições laboratoriais e de campo (Gutiérrez-Mañero et al., 2003;

Khalid et al., 2004). Quando a avaliação da capacidade de uma estirpe

bacteriana em promover o crescimento vegetal é efectuada em condições de

microcosmo é possível minimizar as diferenças entre as condições laboratoriais

e as de campo. Logo, aumenta a probabilidade dessa estirpe ser eficaz em

condições de campo (Lucy et al., 2004). Este foi o motivo pelo qual se testou a

capacidade das estirpes bacterianas em promover o crescimento das plântulas

de pinheiro em condições de microcosmo semelhantes às condições do

processo de revegetação. Por outras palavras, tentou-se simular as condições

climáticas, edáficas e de regime hídrico que ocorrem durante as fases iniciais

do processo de revegetação.

135

Page 152: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 5

As diferentes espécies vegetais Mediterrânicas (autóctones) utilizadas neste

trabalho responderam de modo distinto à inoculação do solo com os mesmos

inóculos bacterianos (Figura 4.21). A ocorrência de uma interacção específica

entre a espécie vegetal e a estirpe microbiana é um resultado esperado quando

se aplicam inóculos de simbiontes microbianos (Bashan, 1998; van der Heijden

et al., 1998). Tal como foi referido anteriormente, escolheram-se inóculos

microbianos de vida livre para minimizar as interacções entre as espécies

vegetais e as estirpes microbianas. Este objectivo não foi alcançado, dão que

nenhuma das espécies vegetais autóctones teve uma resposta significativa à

inoculação do solo com as estirpes microbianas seleccionadas. A tendência

negativa observada nas plântulas de O. europaea pode ser uma consequência

da utilização de estirpes de Pseudomonas na inoculação do solo. Outros

estudos descrevem efeitos negativos resultantes da aplicação de estirpes de

Pseudomonas como inóculos microbianos (Heinonsalo et al., 2004; Probanza

et al., 1996). As estirpes de Pseudomonas podem produzir HCn, o qual altera o

um efeito significativo em alguns dos parâmetros

avaliados, mas não em todos. Face a este resultado, surge a questão de quais

os parâmetros que devem ser utilizados para determinar o crescimento

metabolismo respiratório da raiz e consequentemente reduz o crescimento

vegetal (Schippers et al., 1990). Adicionalmente, estas estirpes podem ser

patogénicas de O. europaea, tal como é a estirpe de Pseudomonas savastanoi

(Rugini et al., 2005).

O período de queda foliar em A. unedo está descrito como ocorrendo na

Primavera (Gratani e Crescente, 1997). O efeito significativo da inoculação das

estirpes bacterianas na queda foliar em A. unedo (Tabela 4.9) pode ser

explicado por uma alteração no balanço das hormonas vegetais (Taiz e Zeiger,

1991). Existem diversos mecanismos internos que podem ser responsáveis

pela queda foliar, incluindo a produção de hormonas vegetais. Assim sendo, é

possível que as estirpes bacterianas inoculadas tenham produzido compostos

semelhantes a hormonas vegetais ou induzido alterações nos mecanismos

normais de regulação da planta.

Os resultados obtidos neste trabalho demonstraram que inocular o solo com

estirpes bacterianas pode ter

136

Page 153: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Discussão

vegetal? A elevada variabilidade observada em alguns dos parâmetros

utilizados pode ser considerada uma característica que impeça a sua utilização

como indicador do crescimento vegetal. Alguns trabalhos realizados na

produção de plântulas de espécies arbóreas, particularmente pinheiro e

eucalipto, aplicam o Índice de Qualidade de Dickson (DQI) o qual integra

diversos parâmetros vegetais (Brunetta, 2006; Gomes et al., 2003). Brunetta

(2006) afirma que as plântulas com os valores mais elevados de DQI são as

melhores para plantar em condições de campo. Do ponto de vista do processo

de florestação, poderá ser mais desejável uma planta com maior sistema

radicular do que crescimento em altura. Dado que um sistema radicular bem

desenvolvido é importante para o estabelecimento e a nutrição da planta

(Caravaca et al., 2005).

Concluindo, este trabalho demonstrou que a adição de microrganismos pode

incrementar o crescimento das plântulas. Contudo, a ocorrência de benefícios

vai depender da combinação espécie vegetal/ microrganismo utilizada.

137

Page 154: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

138

monitorização.

A distribuição espacial da comunidade microbiana e da sua actividade

no solo são heterogéneas e os indivíduos do coberto vegetal constituem

um factor de variabilidade.

Na avaliação do efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros na

qualidade de solo, o tamanho e a actividade da comunidade microbiana do solo

variaram significativamente entre os diferentes indivíduos de P. halepensis.

A disponibilidade em matéria orgânica e em água são factores que

limitam o crescimento e actividade da comunidade microbiana destes

solos.

O efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros na qualidade de solo,

evidenciou correlações significativas entre a taxa de respiração do solo e as

actividades enzimáticas e entre a biomassa da comunidade microbiana e o

conteúdo em água do solo.

Capítulo 6. Conclusão

Este trabalho contribuiu para o estudo da comunidade microbiana do solo de

uma pedreira em processo de revegetação (Tabela 6.1).

As principais conclusões deste trabalho foram:

A resposta da comunidade microbiana do solo a alterações no

ecossistema, climáticas ou nutricionais, é detectável numa escala de

tempo curta – dias a semanas.

A avaliação regular de dados microclimáticos e de qualidade do solo, ao longo

de dois meses após o desbaste selectivo de pinheiros, evidenciou que os

indicadores analisados variaram significativamente ao longo do período de

Page 155: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Conclusão

O desbaste alterou o tamanho e actividade da comunidade microbiana

do solo sob a influência dos pinheiros desbastados, mas estas alterações

a .

A avaliação da qualidade do solo, ao longo de dois anos após o desbaste

.

de P. halepensis sobre as

A int valiação da qualidade do solo, ao longo de

te não tem um efeito directo nas características microbiológicas

A av

dois anos após o desbaste selectivo de pinheiros, não evidenciou diferenças

A in

influê

pinheiros, evidencia a diferença entre as amostras dos dois patamares ao

desvanecem o longo do tempo

selectivo de pinheiros, apenas evidenciou diferenças entre pinheiros

desbastados e pinheiros controlo na primeira amostragem

O efeito da idade dos indivíduos

características microbiológicas do solo desvanece ao longo do tempo, ao

final de um ano.

egração dos dados obtidos na a

dois anos após o desbaste selectivo de pinheiros, evidencia uma aproximação

entre as amostras dos dois patamares (diferença de 6 anos) ao longo do

tempo.

O desbas

do solo sob a influência de O. europaea.

aliação da qualidade do solo sob a influência de O. europaea, ao longo de

entre a parcela sujeita ao desbaste e a parcela controlo.

A idade dos indivíduos de O. europaea tem um efeito significativo no

tamanho e na actividade da comunidade microbiana do solo.

tegração dos dados obtidos na avaliação da qualidade do solo sob a

ncia de O. europaea, ao longo de dois anos após o desbaste selectivo de

longo do tempo.

A inoculação de bactérias de vida livre seleccionadas incrementa o

crescimento das plântulas de P. halepensis.

139

Page 156: Estudo da microbiologia dos solos em pedreiras revegetadas ... · Figura 4.3 – Taxa de respiração e biomassa da comunidade microbiana do solo no patamar P1 ao longo de 2 meses

Capítulo 6

A in

natu

plânt

A ino

de c

autó

oculação conjunta das duas estirpes isoladas da pedreira recuperada

ralmente incrementou a taxa de crescimento relativo em altura das

ulas de pinheiro.

A ocorrência de efeito da adição de bactérias de vida livre seleccionadas

no crescimento das plântulas depende da combinação bactéria/espécie

vegetal utilizada.

culação de estirpes bacterianas não teve um efeito significativo nas taxas

rescimento relativo em altura e diâmetro basal das plântulas das espécies

ctones.

Tabela 6.1 – Resumo das hipóteses colocadas no Capítulo 2 – Âmbito do trabalho relativo ao estudo da comunidade microbiana do solo da pedreira em processo de revegetação.

Hipóteses Respostas

Efeito imediato do desbaste selectivo de pinheiros

Altera as condições microclimáticas do solo Sim Favomicro necessita de confirmação

rece o desenvolvimento da comunidade biana

Possivelmente sim,

Efeito a curto prazo do desbaste selectivo de pinheiros

Alteração do conteúdo nutricional do solo ao longo do tempo

Sim

A idade da vegetação determina a comunidade Sim

microbiana do solo

Relanfirmação

Efeito do desbaste selectivo de pinheiros nas oliveiras adjacentes

ção entre função e estrutura da comunidade Possivelmente não, necessita co

Transporte directo de nutrientes Não

Melhoria no crescimento Possivelmente sim, necessita de confirmação

Adição de inóculos bacterianos no crescimento vegetal

Incremento no crescimento vegetal Sim

Incrementos na nutrição vegetal necessita confirmação

Efeito independente da espécie vegetal Não

Possivelmente não,

140

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141

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160

Apêndice 1 – Métodos de extracção de ADN do solo

Tris-HCl pH 8, 100 mM Na-EDTA pH 8, 100 mM tampão fosfato sódico pH 8,

30 minutos, a 37 ºC e com agitação a 225

centrifugação a 10 000 rpm durante 10 minutos, recolheu-se o sobrenadante

e 50 l de SDS. Procedeu-se à sua agitação e nova

de 2 ml. A cada tubo adicionou-se 250 l de PEG 6000 (40%) e 75 l de

Terminado este período, centrifugaram-se as amostras a 13 000 rpm durante

destilada estéril e adicionou-se o mesmo volume

olume da amostras em etanol

00%, a -20 ºC) e incubou-se a -20 ºC durante 30 minutos. De seguida

centrifugou-se a 14 000 rpm durante 30 minutos, a 4 ºC. Descartaram-se os

sobrenadantes e lavou-se o ADN com 350 l etanol (70%, a -20 ºC). Depois de

uma centrifugação a 10 000 rpm durante 10 minutos, retirou-se todo o

Métodos de extracção de ADN

1 – Método descrito por Zhou e colaboradores (1996)

Para cada amostra pesou-se 250 mg de solo e colocou-se cada uma delas em

tubos de 2 ml de volume. Adicionou-se 1 ml de mistura de extracção (100 mM

1,5 M cloreto de sódio e CTAB a 1%) e 10 l de proteinase k (100 mg/ml).

Incubaram-se as amostras, durante

rpm. Findo este período juntou-se 200 l de SDS (10%) e incubou-se, durante

2h, a 65 ºC com agitação por inversão a cada 20 minutos. Após uma

das amostras. Ao depósito que ficou no fundo do tubo, adicionou-se 400 l de

mistura de extracção

incubação a 65 ºC durante 10 minutos. Depois de uma centrifugação a 10 000

rpm durante 10 minutos, repartiram-se os sobrenadantes obtidos por dois tubos

acetato de potássio (5 M) e incubou-se a -20 ºC durante 1h e 30 minutos.

15 minutos e descartaram-se os sobrenadantes. Ressuspenderam-se as

amostras em 500 l de água

da solução clorofórmio: álcool isoamílico (24:1). Centrifugou-se a 10 000 rpm

durante 5 minutos e recolheu-se o sobrenadante. Adicionou-se 1/10 do volume

da amostra em acetato de sódio (3 M) e 2,5× o v

(1

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Apêndice 1 – Métodos de extracção de ADN do solo

sobrenadante e deixou-se secar o depósito. Ressuspendeu-se o ADN em 50 l

de TE e conservaram-se as amostras a -20 ºC.

it (Mo Bio Labs, Inc., Califórnia, EUA)

em 250 mg de solo de

acordo com as especificações do fabricante (Mo Bio Labs, Inc., Califórnia,

com as especificações do fabricante (Millipore, Bedford, MA).

2 – Método Ultra Clean™ Soil DNA K

Para todas as amostras efectuou-se uma extracção

EUA).

Purificação de ADN

1 – Método das colunas Microcon® YM-100 (Millipore, Bedford, MA)

Para todas as amostras efectuou-se a purificação dos 50 l de ADN de acordo

2 – Método das colunas Sepharose 4B (Sigma)

Colocou-se aproximadamente 1 cm de lã de vidro em forma de rolha no fundo

de uma seringa de 1 ml. Encheu-se a seringa com Sepharose 4B e centrifugou-

se a 1 100 g durante 5 minutos. Repetiu-se este processo até se obter uma

coluna com 4 cm de altura. Lavou-se a coluna, adicionando TE seguido de uma

centrifugação a 1 100 g durante 5 minutos. Para a purificação das amostras

adicionou-se 100 ml de ADN em TE e centrifugou-se a 1 100 g.

161

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162

pêndice 2 – Meios de cultura

15 g de agar

1000 ml de água destilada

ve a 121 ºC durante 15 minutos.

20 g de glucose

5 g de extracto de levedura

10 g de glicerol

1,5 g de hidrogenofosfato de potássio

1,5 g de sulfato de magnésio septahidratado

18 g de Bactoagar

1000 ml de água destilada.

Esterilização em autoclave a 121 ºC durante 15 minutos.

A

Meio Glucose Yeast Agar

20 g de glucose

5 g de extracto de levedura

Esterilização em autocla

Meio Glucose Yeast Broth

1000 ml de água destilada

Esterilização em autoclave a 121 ºC durante 15 minutos.

Meio B de King

20 g de proteose peptona

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Apêndice 2 – Meios de cultura

Meio Manitol

sfato de potássio

e magnésio

to de sódio

Esterilização em autoclave a 121 ºC durante 15 minutos.

Meio PVK (Nautiyal, 1999)

0,2 g de cloreto de sódio

0,1 g de sulfato de magnésio septahidratado

0,2 g cloreto de potássio

ra

o de manganês hidratado

do

stilada

durante 15 minutos.

15 g de manitol

0,5 g de hidrogenofo

0,2 g de sulfato d

0,1 g de sulfato de cálcio

0,2 g de clore

15 g de agar

1000 ml de água destilada

10 g de glucose

5 g de fosfato de cálcio

0,5 g de sulfato de amónio

0,5 g de extracto de levedu

0,002 g de sulfat

0,002 g de sulfato de ferro septahidrata

15 g de bactoagar

1000 ml de água de

Esterilização em autoclave a 121 ºC

163

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Apêndice 2 – Meios de cultura

164

Nautiyal, 1999)

xta hidratado

ésio septahidratado

o de amónio

justou-se o pH para 7. Esterilizou-se o meio efectuando uma autoclavagem a

121 ºC durante 15 minutos.

Meio GL (Sylvester-Bradley et al., 1982)

a

6,8 e 7.

tássio a 10 %

e cloreto de cálcio a 10 %.

preparadas em autoclave a 121 ºC

soluções ao meio de

cultura e distribuiu-se por caixas de Petri estéreis.

Meio NBRIP (

10 g de glucose

5 g de fosfato de cálcio

5 g de cloreto de magnésio se

0,25 g de sulfato de magn

0,2 g cloreto de potássio

0,1 g de sulfat

15 g de bactoagar

1000 ml de água destilada

A

10 g de glucose

2 g de extracto de levedur

15 g de agar

1000 ml de água destilada

Ajustou-se o pH para um valor entre

Soluções necessárias:

50 ml de solução de hidrogenofosfato de po

100 ml de solução d

Esterilização do meio e das soluções

durante 15 minutos. De seguida adicionaram-se ambas as