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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA CAMILA DE AZEVEDO SOUZA ESTUDO DE CASO DA RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE JARDIM DO SERIDÓ/RN. CAICÓ, RN 2016

ESTUDO DE CASO DA RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA … · existentes entre escola e família. Metodologicamente o trabalho ... Com base na importância dessa parceria entre escola

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Page 1: ESTUDO DE CASO DA RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA … · existentes entre escola e família. Metodologicamente o trabalho ... Com base na importância dessa parceria entre escola

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

CAMILA DE AZEVEDO SOUZA

ESTUDO DE CASO DA RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE JARDIM DO SERIDÓ/RN.

CAICÓ, RN 2016

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CAMILA DE AZEVEDO SOUZA

ESTUDO DE CASO DA RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE JARDIM DO SERIDÓ/RN.

CAICÓ, RN

2016

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Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de

Ensino Superior do Seridó -

CAMILA DE AZEVEDO SOUZA

Souza, Camila de Azevedo.

Estudo de caso da relação entre escola e família

em duas escolas públicas de Jardim do Serídó-RN /

Camila de Azevedo Souza. - Natal: UFRN, 2016.

44f: il.

Orientador: Me. Djanní Martinho dos Santos

Sobrinho.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO.

1. Escola. 2. Família. 3. Ensino e aprendizagem.

I. Sobrinho, Djanní Martinho dos Santos. II. Título.

RN/UF/BS-Caicó CDU 37.062

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CAMILA DE AZEVEDO SOUZA

ESTUDO DE CASO DA RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE JARDIM DO SERIDÓ/RN.

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio grande do Norte como requisito parcial para a obtenção de grau em Licenciatura no curso de Pedagogia. Orientador: Prof. Me. Djanní Martinho dos Santos Sobrinho

CAICÓ, RN 2016

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CAMILA DE AZEVEDO SOUZA

ESTUDO DE CASO DA RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE JARDIM DO SERIDÓ/RN.

Monografia apresentada como requisito para à obtenção do título de Licenciado

em Pedagogia, pelo Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, ao Departamento de Educação – DEDUC.

Prof. Me. Djanni Martinho dos Santos Sobrinho (Orientador)

Profª Ma. Suenyra Soares Nóbrega Examinador

Profª Ma. Fabiana Érica de Brito Examinador

Aprovada em: ______ de _______________ de 2016.

CAICÓ-RN 2016

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, a minha família e a todos aqueles que

contribuíram para que eu chegasse até aqui.

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AGRADECIMENTOS

Quero, com o coração cheio de alegria, agradecer primeiramente a Deus

que durante esta longa e árdua caminhada sempre me ajudou com seu braço forte e

o seu amor.

Minha base, minha essência, minha família. Estes me dão a força diária, os

conselhos essenciais e o amor incondicional. Gratidão por ter tido nesta longa

jornada o apoio dos meus familiares que são exemplo de luta e vitória em minha

vida.

Agradeço principalmente ao meu tesouro, minha rainha, minha mãe, que me

educou com amor, carinho e soube me dar a educação necessária para lutar pelos

meus sonhos e objetivos com humildade e dignidade. A você mãe, toda gratidão e

amor do mundo.

A educação vem do berço e neste berço sempre tive uma pedagoga que foi

meu exemplo para que até aqui eu chegasse. A minha tia Alcione Souza, agradeço

por todas as vezes que me ajudou com seus conhecimentos que só vieram a

enriquecer ainda mais minha caminhada acadêmica.

Gratidão aos meus mestres, meus professores, os degraus do conhecimento

nos quais pude ter toda firmeza para percorrer a caminhada com sabedoria e

competência. Hoje me sinto preparada, uma grande profissional, porque tive

grandes professores.

De uma forma especial e carinhosa agradeço ao meu orientador, Djanní

Martinho dos Santos Sobrinho, pois tive o prazer de conviver e de muito aprender.

Um ser humano de um coração gigante, um profissional que possui conhecimentos

admiráveis. Quisera eu tê-lo para sempre como meu orientador, mas como não

posso, levarei comigo todos os momentos que juntos passamos, morará

eternamente em meu coração.

Aos meus amigos, jóias preciosas, que sempre me deram força e

acreditaram no meu potencial, agradeço de todo coração pelo apoio e carinho.

E por fim, gratidão a todos que suportaram meus defeitos e contribuíram

para que eu pudesse concluir mais uma etapa da minha vida com êxito. Retribuirei

colocando-os em minhas orações diárias.

A todos, o meu sincero obrigada!

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RESUMO O presente trabalho monográfico, intitulado “Estudo de caso da relação entre escola e família em duas escolas públicas de Jardim do Seridó/RN” tem por objetivo abordar a importância da parceria que se faz necessária entre escola e a família no contexto educacional, bem como, discutir o quanto a ausência dos pais na escola, pode ser prejudicial para seus filhos. Deste modo, procura-se elencar situações em que a ausência familiar existe, o porquê que acontece esse distanciamento e até que ponto os alunos são afetados no processo de ensino e aprendizagem. O interesse da pesquisa surgiu durante a caminhada acadêmica e com base nas experiências proporcionadas pelos estágios, ou seja, a partir disso fui instigada a realizar um estudo a fim de compreender o cotidiano escolar e as relações existentes entre escola e família. Metodologicamente o trabalho consistiu em pesquisa com autores como Pereira (2013), Picanço (2012), Freire (1975) e outros que discutem acerca da importância da escola e da família no contexto educacional. Além disso, utilizou-se também a realização de questionários, pesquisa documental e registro fotográfico. Portanto a partir disso foi destacado que a escola e família desempenham papeis importantes na educação e que ambas devem caminhar em união almejando sempre o sucesso escolar. Palavras-chaves: Escola. Família. Educação. Ensino e Aprendizagem.

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ABSTRACT This monograph, entitled "Case Study of the relationship between school and family in two public schools in Jardim do Seridó / RN" aims to address the importance of school and family establish partnerships in the educational context and discuss how the absence of parents at school, can be harmful to children. Thus, looking to list situations where the family absence exists, why it happens this gap and to what extent students are affected in the teaching and learning process. The research interest arose during the academic hiking and based on the experiences provided by stages, that is, from that was prompted to carry out a study in order to understand the daily school and the relationship between school and family. Methodologically the work consisted of research with authors such as Pereira (2013), Shrike (2012), Freire (1975) and others argue about the importance of school and family in the educational context. It also used up the completion of questionnaires, documentary research and photographic record. So from that it was highlighted that the school and family play important roles in education and that both must walk in unity always aiming for success in school. Keywords: School. Family. Education. Teaching the Learning.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Infraestrutura da escola Estadual Antônio de Azevedo Maia ............... 16

Quadro 02: Infraestrutura da escola Municipal Calpúrnia Caldas de Amorin ........... 18

Quadro 03: Formação dos docentes que atuam na EJA e 6º Ano do regular .......... 19

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Médias bimestrais de uma turma de 5º Ano do Ensino Fundamental ..... 35

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12

CAPÍTULO 1: CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES EDUCATIVAS ................ 14

1.1 Compreendendo o ontem e o hoje das escolas .............................................. 14

1.2 Estruturação e organização das escolas ........................................................ 16

1.3 Perfil docente e discente ................................................................................. 19

CAPÍTULO 2: ACOMPANHAMENTO ESCOLAR: UM DEVER DA ESCOLA E DA

FAMÍLIA .................................................................................................................... 24

2.1 Escola e família: uma análise inicial ................................................................ 24

CAPÍTULO 3: CONEQUÊNCIAS DECORRENTES DA AUSÊNCIA DOS PAIS NA

ESCOLA .................................................................................................................... 32

3.1 O que constatamos? ....................................................................................... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 41

APÊNDICES

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INTRODUÇÃO

Tendo em vista que se faz necessário que a escola e a família sejam unidas

para que então o processo de ensino e aprendizagem ocorra com tranquilidade e se

obtenha resultados positivos, é importante que se reflita dentro da realidade

educacional brasileira como essa relação está sendo construída nos dias atuais.

Sabe-se que a primeira educação vem de casa e que é importante que os

pais se preocupem e participem da educação escolar de seus filhos, porém, diante

dos fatos e observações do cotidiano de algumas escolas, que inclusive são objetos

de pesquisa deste trabalho, percebe-se que a família encontra-se ainda distante do

cotidiano escolar e que se faz necessário parar para analisar a existência e os

motivos dessa ausência e se a mesma afeta no desenvolvimento escolar de nossas

crianças.

Deste modo, a escola e a família devem ser parceiras, para que juntas

busquem soluções a fim de garantir um desempenho positivo e uma aprendizagem

significativa para os alunos.

É importante destacar também que identificar problemas é necessário,

porém, é preciso pensar em possiblidades que venham a favorecer o processo de

ensino e aprendizagem, bem como valorizar aqueles que acompanham seus filhos

diariamente.

Com base na importância dessa parceria entre escola e família no processo

de ensino e aprendizagem, surgiu o interesse em desenvolver um estudo de caso

em duas escolas do município de Jardim do Seridó/RN, com o intuito de analisar

como funciona a relação das instituições com os pais e de que maneira a

participação, ou não, destes afetam na aprendizagem dos alunos.

Neste sentido, o presente trabalho ainda tem como objetivos identificar qual

relação existente entre acompanhamento familiar e aprendizado, tendo como foco

as duas escolas que são objetos de pesquisa, e identificar a consequências

decorrentes da ausência dos pais na escola. Para tanto utilizamos pesquisa

bibliográfica com autores como Freire (1975), Picanço (2012), Oliveira (2010) dentre

outros, registro fotográfico da faixada das escolas, pesquisa documental onde

tivemos como subsidio o Projeto Político Pedagógico das referidas escolas,

questionários nos quais foram realizadas com quatro professores do ensino

fundamental I que no texto estão representadas como: D1, D2, D3 e D4. Assim

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como também realizamos um questionário com duas mães que estão identificadas

por M1 e M2.

O referido trabalho monográfico está dividido em três capítulos. Em termos

de organização, o primeiro capítulo abordará o contexto histórico das duas escolas,

intituladas como Escola Municipal Calpúrnia Caldas de Amorin e Escola Estadual

Antônio de Azevedo Maia.

O segundo capítulo discute a relação que deve existir entre escola e família

tendo como instrumento de pesquisa as entrevistas a fim de uma aproximação com

a realidade escolar. Como também enfatiza o papel da família no processo de

ensino e aprendizagem.

O terceiro capítulo aborda as consequências advindas da ausência dos pais

na escola, enfocando a analise da realidade de duas séries distintas que são o 3º e

5º ano do ensino fundamental.

Nas considerações finais enfatiza-se a importância atribuída à relação

existente entre e escola e família para o processo de ensino e aprendizagem. Neste

sentido, observamos que a ausência familiar ainda é uma realidade, ausência no

sentido de não haver preocupação com o desempenho dos alunos, e que se faz

necessário alertar os pais do seu papel na educação de seus filhos.

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CAPÍTULO 1: CARATERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES EDUCATIVAS

O presente capítulo abordará o contexto histórico das duas escolas que

serão objetos de pesquisa deste trabalho. A primeira intitulada de Escola Estadual

Antônio de Azevedo Maia e a segunda, Escola Municipal Calpúrnia Caldas de

Amorin. O mesmo compreenderá informações básicas e importantes sobre ambas

as escolas, contendo o perfil dos docentes e discentes, afim de uma compreensão

de como as instituições funcionam e qual a proposta pedagógica que norteia o

trabalho docente.

1.1 Compreendendo o ontem e o hoje das escolas

A Escola Estadual Antônio de Azevedo (Figura 1), foi criada no dia 08 de

Agosto de 1910, através do Decreto n° 225, do governo do Estado do Rio Grande do

Norte, que autorizou o funcionamento da mesma anteriormente denominada de

Grupo Escolar Antônio de Azevedo.

A partir de 1928 a escola passou a funcionar em sede própria, num prédio

de propriedade da Secretaria de Educação.

Em 1975, por força do Decreto de nº 6.632, de 26 de março do governo do

estado, o Grupo Escolar Antônio de Azevedo e o Ginásio Normal de Jardim do

Seridó, que havia sido criado pela Lei de nº 873 de 31 de dezembro de 1952, e

renomeado para Ginásio Estadual, pelo Decreto 5.261 de 12 de fevereiro de 1970,

são transformados na Escola Estadual Antônio de Azevedo.

Figura 1: Faixada da escola Estadual Antônio de Azevedo Maia

Fonte: Acervo da escola

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A escola Estadual Antônio de Azevedo Maia está localizada á Praça Doutor

José Augusto n° 220, Centro, na cidade de Jardim do Seridó.

A escola tem como patrono Antônio de Azevedo Maia que nasceu na

Paraíba, em 1742, sendo filho mais velho do casal: Antônio de Azevedo I e de

Josefa Maria Valcácer de Almeida. Tinha traços do seu espírito progressista e de

uma influência benéfica, tendo fundado o Povoado “CONCEIÇÃO DO AZEVEDO”,

atual Jardim do Seridó. Pertencia às nobres famílias Azevedo e Maia de Portugal. O

mesmo não possui autorretrato pelo fato de que na época ainda não havia sido

criada a máquina fotográfica e na cidade de Jardim do Seridó onde residia, não

havia pintores.

A outra instituição de ensino que constitui a base empírica da pesquisa foi a

escola Municipal Calpúrnia Caldas de Amorin (Figura 2) que foi criada pelo Decreto

Municipal nº 507, de 20 de dezembro de 1989, visando atender a demanda de vagas

na zona urbana de Jardim do Seridó-RN para ministrar o Ensino de 1º Grau, hoje,

Ensino Fundamental.

Figura 2: Faixada da escola Municipal Calpúrnia Caldas de Amorin

Fonte: Acervo da escola (2016)

A Escola está situada na Av. Dr. Fernandes, número 447, localizada no

Centro do município de Jardim do Seridó – Estado do Rio Grande do Norte. Atua no

ensino Fundamental, do 1º ao 9º ano, funcionando no turno diurno, e Educação de

Jovens e Adultos Multisseriado no turno noturno, atendendo I a IV período,

atendendo a 433 alunos no ano corrente, sendo estes provenientes das zonas rurais

e urbanas do município.

A instituição foi nomeada como Escola Municipal “Professora Calpúrnia

Caldas de Amorim” (Figura 3), considerado os méritos profissionais da referida

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professora que, durante décadas, exerceu o magistério com devoção e abnegação,

preparando várias gerações jardinenses para o exercício da cidadania.

Figura 3: Professora Calpúrnia Caldas de Amorin

Fonte: Acervo da escola (2016)

Calpúrnia Caldas de Amorin era do brejo paraibano, irmã de Tabelião

Sebastião Guilherme Caldas que residia na cidade de Jardim do Seridó e por este

motivo a mesma resolveu morar em Jardim. Esposa de Olavo Freire, foi uma mulher

bastante importante na educação, vinda de família inteligente, na época atuou como

professora no grupo escolar Antonio de Azevedo Maia onde ajudou na educação

com empenho e doação. Após anos de dedicação à educação de Jardim, Calpúrnia

Caldas foi morar na cidade de Caicó onde também atuou na area da educação como

professora também com muita dedicação.

1.2 Estruturação e organização das escolas

A Escola Estadual Antônio de Azevedo Maia, possui uma área de 930m2,

espaço que está totalmente construído. No ambiente interno, a mesma conta com

(Quadro 1):

QUADRO 1: Infraestrutura da escola Estadual Antônio de Azevedo Maia

AMBIENTE QUANTIDADE

SALA DE AULA 08

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SALA DE VIDEO 01

SALA MULTIFUNCIONAL 01

BIBLIOTECA 01

DIRETORIA 01

SALA DOS PROFESSORES 01

SALA DE COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA 01

BANHEIROS 06

DEPÓSITO 01

COZINHA 01

Fonte: Elaboração da autora (2016)

A estrutura física é composta ainda por um almoxarifado e um palco que

acompanha a estrutura original do prédio construído em 1928 e que por muito tempo

foi o local onde se realizavam as atividades teatrais da escola e as festas da cidade.

O palco foi preservado com abertura para uma sala de aula, conservando espaço

para a realização das atividades inerentes a arte e a cultura quando necessário.

Todas as salas possuem capacidade para acomodar 40 alunos. Das 08

salas de aula, 03 estão totalmente climatizadas e, 01 parcialmente. As salas de

vídeo, de reunião, a sala do UCA e mais educação, a multifuncional e a biblioteca

também já estão dotadas de ar condicionados. As outras 04 salas de aula ainda

possuem ventiladores de parede.

A biblioteca dispõe de espaço e materiais didáticos para serem utilizados

tanto pelos alunos como pelos professores. As salas de aula são amplas e arejadas.

A sala de vídeo também é ampla e bem equipada quanto a aparelhos tecnológicos e

espaço.

A escola não dispõe de espaço para desenvolver as atividades esportistas e

educação física tendo que recorrer ao Ginásio de Esportes da prefeitura municipal

ou a quadra poliesportiva de outra escola do Estado existente na cidade que muitas

vezes dificulta o trabalho do profissional bem como o aprendizado dos alunos. A

escola conta com equipamentos tecnológicos modernos que favorecem

aprendizagem dos alunos, bem os professores podem utilizar como recurso didático.

Quanto à questão da acessibilidade, a rampa de entrada da escola não

atende as prescrições técnicas e faltam corrimãos na entrada da mesma. A

sinalização é precária tanto no interior como no exterior do prédio, não existem

sinalização tátil, visual ou sonora.

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O material pedagógico e de comunicação disponível na sala multifuncional

são os disponibilizados pelo Ministério de Educação e que se mostra bastante

limitado dificultando o desenvolvimento dos trabalhos do professor junto ao aluno. O

mobiliário escolar está adequado as necessidades existentes na escola, no entanto

a mesma não dispõe de cadeira de rodas para as eventualidades.

No tocante a outra instituição de ensino “Escola Municipal Calpúrnia Caldas

de Amorin”, no ambiente interno a mesma possui (Quadro 2):

QUADRO 2: Infraestrutura da escola Municipal Calpúrnia Caldas de Amorin

AMBIENTE QUANTIDADE

SALAS DE AULA 10

DIRETORIA 01

SECRETARIA 01

SALA DE SUPERVISÃO 01

SALA DOS PROFESSORES 01

SALA MULTIFUNCIONAL 01

BIBLIOTECA 01

SALA DE INFORMÁTICA 01

BANHEIROS 03

COZINHA 01

SALA DE COORDENAÇÃO DO MAIS EDUCAÇÃO 01

Fonte: Elaboração da autora (2016)

A escola conta ainda com um pátio interno onde no intervalo é utilizado

pelos alunos, bem como os professores também utilizam para desenvolver diversas

atividades.

O espaço oferecido pela escola é bastante amplo, porém, algumas salas são

pequenas para o número de alunos e outras não são acessíveis para alunos que

possuem alguma necessidade especial pelo fato de que estas ficam no primeiro

andar e o único acesso são escadas e isto influencia negativamente na

aprendizagem dos alunos visto que está em um ambiente pequeno com um número

grande de pessoas gera desconforto e, por conseguinte causa desconcentração

durante as aulas e as escadas impedem que os alunos estudem nas salas

localizadas no primeiro andar. Apenas três salas de aula são climatizadas, as outras

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possuem ventiladores. A sala dos professores, supervisão, diretoria, multifuncional e

informática também são climatizadas.

Com relação às atividades físicas, a escola também não possui quadra de

esportes tendo que recorrer ao Ginásio de Esportes da prefeitura municipal ou a

quadra poliesportiva de outra escola do Estado existente na cidade que muitas

vezes dificulta o trabalho do profissional bem como o aprendizado dos alunos.

1.3 Perfil docente e discente

De acordo com o Projeto Politico Pedagógico, o quadro geral da escola

Antônio de Azevedo Maia é composto de 26 professores, todos aprovados em

concurso público que cumprem uma jornada de 30 horas de trabalho semanal.

A escola sempre primou pela formação mínima exigida do docente para o

exercício da função e hoje a escola não dispõe de nenhum professor que não tenha

nível superior.

Com relação ao quadro de professores, 08 leciona no fundamental regular

do 1° ao 5° ano; 06 no 6° ano do fundamental regular, nas 05 turmas do ensino

fundamental na modalidade de jovens e adultos, IV e V períodos e 01 no III período.

Dos oito professores do ensino fundamental I, sete são formados em

pedagogia, um é formado em história, mas está concluindo o curso de pedagogia.

Os professores disciplinas específicas da EJA ( IV e V períodos ) e do 6°

ano do regular, possuem as seguintes habilitações (Quadro 3):

QUADRO 3: Formação dos docentes que atuam na EJA e 6º ano do regular.

DISCIPLINA FORMAÇÃO

Português Letras com especialização em história;

Ciências Historiador com especialização em história

do Nordeste e cursando biologia;

Geografia Geógrafo com mestrado em desenvolvimento

e meio ambiente;

Educação Física Formado em educação física

Fonte: Elaboração da autora (2016)

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Com base nas informações contidas no quadro 3, identificamos que existe

uma professora que possui carga horária bastante fragmentada, e que ensina

Português, Arte e Ensino Religioso e è formada em Geografia, com especialização

em Linguagem e Educação e a professora do III período da EJA que é formada em

letras.

Percebe-se que professores lecionando em áreas que não condizem com

sua formação é uma realidade presente no cenário educacional brasileiro e que

tanto a referida escola tem consciência por relatar no PPP, como o governo do

estado vem procurando medidas para melhorar a educação.

Houve concursos no ano de 2014 e agora em 2015 onde foram abertas

1.400 vagas para professores e especialistas em educação, atendendo justamente a

lei 9394/96 – LDB, onde no artigo Art. 62º onde diz que:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

Ou seja, aborda justamente que o profissional precisa ter formação

necessária para exercer a docência.

Quanto ao atendimento educacional especial, a escola não dispõe de um

profissional especifico para este fim. O aluno fica sobre a responsabilidade do

coordenador pedagógico que é formado em História e Pedagogia, com

especialização em supervisão escolar e formação de professor numa perspectiva

interdisciplinar e das duas supervisoras, ambas formadas em pedagogia.

A falta de profissional preparado prejudica no processo de aprendizagem

dos alunos com necessidades especiais e é direito os mesmos ter estes

profissionais qualificados onde consta na lei nº 9.394/96 art. 59:

Os sistemas de Ensino assegurarão aos educando com necessidades especiais: III. Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.

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Ou seja, é necessário ter professores especializados para atendimento

especializado, bem como, os professores de ensino regular devem estar

capacitados para assim integrar os alunos com necessidades especiais nas classes

comuns.

Com relação aos discentes, segundo o PPP a escola apresenta um quadro

bastante diversificado no que diz respeito as condições sócio econômicas do

alunado: no turno matutino, o alunado é na sua quase totalidade, mais de 80%,

filhos de profissionais do setor terciário, policiais, entregadores, professores,

marceneiros, auxiliares de marcenaria, pintores, soldadores, armadores, balconistas,

moto taxistas, agentes penitenciários comerciários e pequenos comerciantes

trabalhadores de facções de costura, famílias onde as mulheres trabalham para

compor a renda familiar.

É raro, embora existam alunos de família situada na faixa da pobreza.

Predomina entre os pais um nível de participação razoável, mais identificado com o

ensino médio, no entanto, existem pais que não se empenham no ensino dos filhos,

ficando omissos aos problemas que são gerados no percurso escolar destes e só no

final do ano aparecem na escola para exigir a aprovação dos mesmos, isso

influencia de forma negativa nos estudos destes alunos que passam a ver a escola

não como um local de aprendizagens, de descobertas, mas como um espaço de

aprovação espontânea, fazendo com que esses alunos percam o interesse pelos

estudos.

Existe na escola, um número razoável de alunos com dificuldades de

aprendizagem, são alunos com necessidades especiais relacionadas a déficit

cognitivo, lenta coordenação motora, hiperatividade e deficiências físicas que se não

determinam os processos psíquicos, influem muito negativamente para torna-los

mais lentos ou conflituosos e segundo o PPP (2015), é uma preocupação dos

professores que não tem formação para lidar com as situações do cotidiano e com o

comportamento destes alunos.

No turno noturno, o quadro é mais heterogêneo. São na maioria

trabalhadores nas áreas da indústria, agricultura e da transformação e do comércio

marcenaria, cerâmica, calçados, queijaria, entregadores de supermercados,

comerciários, pintores, empacotadores, vendedores, etc., Há também um número

exorbitante de jovens que não trabalham e são sustentados pela família.

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A outra instituição de ensino como constitui a pesquisa, de acordo com o

PPP (2015), apresenta um quadro geral de 24 professores aprovados em concurso

público para cumprir uma jornada de 30 horas e trabalho semanal.

Dos 24 professores, 21 estão em sala de aula e o restante se encontra

readaptado desempenhando outras funções dentro do ambiente escolar. Quanto a

formação, 11 professores são formados em pedagogia, 5 em letras, 3 em geografia,

2 em história, 1 em matemática e um bolsista do IEL (Instituto Euvaldo Lodi) que se

encontra cursando Química.

Quanto ao atendimento educacional especial, a escola conta com uma

profissional formada em Pedagogia que não especifica para este fim mas procura

sempre aprender e oferecer um melhor aprendizado aos alunos.

No que diz respeito aos discentes, na escola tem predominância de filhos

de agricultores, mas atende filhos de comerciantes, operários, funcionários públicos,

empresários, funcionários de empresas, profissionais liberais e autônomos.

Em relação o nível socioeconômico segundo o PPP (2015) a maioria das

famílias é de baixa renda, sobrevivendo de serviços informais que não geram uma

renda fixa ou a garantia dos direitos trabalhistas como Carteira de Trabalho

assinada. Outro dado que demonstra a renda desta comunidade é o número

considerável de famílias atendidas por programas sociais, relatados na ficha de

matrícula como: Bolsa Família1, Bolsa alimentação2, SCFV (Serviço de Convivência

e Fortalecimento de Vínculos), dentre outros.

Grande parcela da comunidade escolar segue a religião Católica Apostólica

Romana, observando-se também alguns Evangélicos. O que caracteriza uma

diversidade religiosa na escola. De acordo com a realidade brasileira na qual a

Escola Municipal “Profª Calpúrnia Caldas de Amorim” está inserida verifica-se,

dentre as já citadas, outras características sociais que refletem no processo de

ensino e aprendizagem como a violência, a desigualdade social, a inversão de

valores, que muitas vezes acaba refletindo na convivência dos alunos de maneira

negativa. Ou seja, tanto o convívio como aprendizado é comprometido dificultando o

1 O Bolsa Família é um programa federal destinado às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, com

renda per capita de até R$ 154 mensais, que associa à transferência do benefício financeiro do acesso aos direitos sociais básicos - saúde, alimentação, educação e assistência social. 2 O Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde: “Bolsa Alimentação” instituído pela Medida

Provisória n.º 2.206-1 de 6 de setembro de 2001, é um instrumento de participação financeira da União na complementação da renda familiar para melhoria da alimentação e destinas e à promoção da melhoria das condições de saúde e nutrição de crianças e mulheres gestantes.

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progresso dos alunos quando deveria ser o contrário. Como diz Paulo Freire (1975,

p. 77):

É na escola que se aprende a conviver e, um dos lugares onde se aprende a interpretar o mundo. É o espaço onde as regras e as leis regulam a convivência, o diálogo, a interação, onde se constrói as relações pessoais”.

Assim, a escola precisa ser um espaço onde existe harmonia, respeito e

interação para que de fato a aprendizagem aconteça e proporcione aos alunos

conhecimento e crescimento.

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CAPÍTULO 2: ACOMPANHAMENTO ESCOLAR: UM DEVER DA ESCOLA E DA

FAMÍLIA

O presente capítulo abordará o papel da escola e da família no processo de

ensino e aprendizagem e a importância de ambas no contexto educativo. Para tanto,

traremos relatos de pais, professores e supervisores que desempenham um papel

essencial na educação dos alunos, sendo de extrema relevância apurar o olhar

voltado para a realidade do cotidiano.

2.1 Escola e família: uma análise inicial

Considerando que a escola e a família são dois agentes importantes no

processo de ensino e aprendizagem, faz-se necessário compreender o papel que

cada uma desempenha na vida dos educandos.

A escola tem como função preparar o aluno para o exercício da cidadania

ensinando os valores éticos e morais para viver em sociedade. Como ressalta o

artigo 22 da LDB 9394/96:

A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Ou seja, é dever do Estado proporcionar ao educando formação necessária

de modo a prepará-lo para exercer o seu papel enquanto cidadão, onde deve estar

inserido neste processo tanto o contexto cultural como o saber, sendo a escola

assim um ambiente de construção do conhecimento.

Visto que a família também exerce um papel importante no desenvolvimento

do educando, é preciso esclarecer que a participação dos pais na educação de seus

filhos é essencial para que o aprendizado aconteça de forma significativa. Desta

forma, a função da família é sim garantir que o aluno esteja matriculado,

acompanhá-lo durante o processo de ensino aprendizagem, bem como participar

das atividades em que a escola necessita contar com o apoio dos pais e/ou

responsáveis.

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O envolvimento dos pais no processo escolar de seus filhos é determinante,

visto que o aluno tem um convívio diário maior com a família e por isso esta pode

contribuir ajudando e acompanhando de maneira assídua. Sobre isso Picanço

(2012, p. 2) nos diz que:

A intervenção dos pais na educação dos filhos é indiscutivelmente essencial. Dar apoio e cuidados adequados ao filho é uma responsabilidade bastante exigente. Muitas vezes, os pais estão preocupados/envolvidos com os outros problemas (profissionais, pessoais, económicos, financeiros) que se esquecem de dar atenção aos seus filhos, o que leva muitas vezes a um afastamento entre pais e filhos, e é precisamente isso que não se quer.

De fato, o distanciamento dos pais só prejudica seus filhos e essa falta de

atenção muitas vezes é percebida dentro de sala de aula, principalmente quando o

aluno não vai bem no seu desenvolvimento e rendimento escolar. Então, é preciso

que os pais se façam presentes no processo de escolarização de seus filhos.

Essa importância da família no contexto escolar e o compromisso desta com

o processo de escolarização dos educandos estão positivados também na LDB

9394/96 no artigo 12 quando diz que a família deve participar da vida escolar dos

filhos para que haja um bom desenvolvimento educacional e que a escola deve está

sempre criando formas de se comunicar e informar como anda o desempenho

escolar dos filhos.

Deste modo a família,

(...) é vulgarmente considerada o núcleo central do desenvolvimento moral, cognitivo e afetivo, no qual se “criam” e “educam” as crianças, ao proporcionar os contextos educativos indispensáveis para cimentar a tarefa de construção de uma existência própria. Lugar em que as pessoas se encontram e convivem, a família é também o espaço histórico e simbólico do qual se desenvolve a divisão do trabalho, dos espaços, das competências, dos valores, dos destinos pessoais de homens e mulheres. A família revela-se, portanto, um espaço privilegiado de construção social da realidade em que, através das relações entre os seus membros, os factos do quotidiano individual recebem o seu significado. (Diogo, 1998, p.37).

Diante da compreensão do papel que a escola e a família desempenham no

processo de ensino e aprendizagem, é perceptível que ambas são agentes

importantes e que a separação das mesmas pode vir a prejudicar a vida escolar dos

educandos. Neste caso, torna-se essencial que a escola procure sempre manter

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contato, bem como tente envolver a família no processo de ensino e aprendizagem

para que haja respeito e ajuda mútua como diz Tavares e Nogueria (2013, pg. 51):

Como a escola é uma instituição que se propõe a formar cidadãos, torna-se necessário construir uma relação de diálogo, onde exista entre família e escola uma troca de saberes. E como em qualquer relação é necessário que exista compreensão. É necessário que uma instituição saiba escutar a outra, e, principalmente, respeitar e compreender as ideias, crenças e valores diferentes, tornando-se complementares, integradoras.

Assim, a escola necessita ser um ambiente promotor de diálogo e troca de

saberes, onde a família seja parceira nas decisões e nos trabalhos a serem

desenvolvidos, com respeito e compreensão de ambas as partes.

Em se tratando da questão de que a escola e família precisam estar em

consonância tanto no diálogo como nas decisões, torna-se essencial construir uma

relação harmônica visando fortalecer ainda mais o processo de ensino e

aprendizagem.

Sabe-se que a escola e a família necessitam dessa parceria no universo do

aprendizado, porém, atualmente percebe-se que muitas instituições de ensino do

Brasil, vêm enfrentando dificuldades em caminhar junto à família para que realmente

o aprendizado se torne uma parceria e seja efetivado com sucesso.

Nesse contexto, questionamentos surgem a respeito do distanciamento dos

pais para com as instituições e principalmente a ausência que se torna cada vez

mais comum com relação ao acompanhamento do rendimento escolar dos filhos e

sua evolução no processo de aprendizagem.

Assim, não identificamos distanciamento acerca do tema em nossa base

empírica, pois durante a realização dos questionários com pais, professores e

supervisores foi perceptível que a ausência da família existe e que esta prejudica o

rendimento escolar dos educandos.

Com base nos questionários realizados com professores nas duas escolas

que foram objetos de pesquisa deste trabalho, foi constatado que existe ausência

por parte de muitos pais e que mesmo que tenha casos onde a família seja limitada

em questão de tempo ou até mesmo em não saber ajudar por não saber ler, pode

contribuir incentivando para que o desempenho dos alunos não seja prejudicado, ou

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seja, o aluno necessita saber a importância do aprendizado e que para conseguir se

desenvolver necessita ter compromisso com os estudos.

Encontramos relatos de que atualmente, esse distanciamento entre a família

e a escola é uma realidade dura para se enfrentar e que tem se tornado angustiante

principalmente porque a instituição necessita ter apoio e contribuição dos pais para

que os alunos não sejam prejudicados quanto ao rendimento escolar.

Nesse contexto, interrogamos os professores acerca da realidade

educacional, tendo como foco o acompanhamento escolar por parte da família para

com o aprendizado dos educandos, os docentes responderam que:

É uma turma que os pais estão sempre presentes. Tenho contato com os pais praticamente todos os dias na escola. Existe uma exceção que é um pai que usa droga e que não acompanha o aprendizado dos filhos. E isso atrapalha o desempenho do aluno. (sic). D1 A turma são 34 alunos e pouquíssimos pais acompanham seus filhos e não se compromete com o aprendizado dos mesmos e isto me deixa angustiada e preocupada. (sic). D2 Esse ano, nessa turma do 1º ano a grande maioria dos pais procuram saber e cobrar a respeito dos estudos dos filhos. O ano passado na turma que eu lecionava não havia presença dos pais. E é angustiante quando não conseguimos ter um contato com os pais. Vejo que existe uma preocupação maior dos pais quanto a transição dos filhos da educação infantil para o ciclo de alfabetização. (sic). D3 Os pais acompanham de forma assídua e sempre ligam pra saber como está o desempenho dos filhos. (sic). D4

Diante das respostas dos docentes, percebe-se uma diversificação. O D1

relatou que os pais estão sempre presentes, porém, não hesitou em expor que

existe um aluno que não tem acompanhamento e que inclusive relatou a situação do

pai que vive nas drogas e que atrapalha o aprendizado do aluno. E de fato, uma

criança que não tem a atenção que necessita da família acaba sendo prejudicada no

seu desenvolvimento e desempenho escolar.

Já o D2 afirmou que pouquíssimos são os pais que se preocupam com o

desempenho escolar dos filhos e disse ainda que se sente angustiada e

preocupada. E essa preocupação advém justamente do fato de que a turma não

progride por existir um número grande alunos que apresentam dificuldades no

aprendizado.

O D3 fez questão de colocar em sua fala que nesse ano de 2016 está sendo

privilegiada com uma turma onde os pais são atenciosos, porque já lecionou em

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turmas onde a participação da família na aprendizagem era mínima e isso se

tornava angustiante. A mesma falou ainda que existe uma preocupação maior dos

pais na transição da educação infantil para o ciclo de alfabetização. Ou seja, quando

os alunos passam do ciclo da alfabetização para o fundamental 2, a preocupação já

diminui segundo a experiência da professora.

O relato da D4 vai ao encontro do que diz Picanço (2012, p.41):

A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos tem apresentado um papel importante no desempenho escolar. O diálogo entre a família e a escola, tende a colaborar para um equilíbrio no desempenho escolar.

Assim, a participação dos pais é fundamental para que o desempenho do

aluno seja positivo. Quando a família e a escola caminham juntas existe então um

equilíbrio no desempenho escolar dos alunos.

É perceptível que o acompanhamento dos pais é essencial para o

aprendizado dos filhos e que diferente da docente 1 onde só havia uma exceção, a

D2 relatou que grande parte dos alunos da sala que leciona não tem

acompanhamento dos pais e que a situação é preocupante.

Faz-se necessário que a família se aproxime da escola, participe das

atividades solicitadas e esteja sempre acompanhando o desenvolvimento dos filhos.

Nesse contexto Picanço (2012, p. 40) menciona que:

A importância da participação ativa da família com a escola tem sido alvo de diversos estudos, tendo em conta fatores como o comportamento dos alunos em sala de aula e os problemas de adaptação.

É perceptível o quanto a participação da família é importante e pode trazer

benefícios à escola e aos alunos. Diante das discussões acerca de família e escola

também interrogamos os pais, visto que são importantes na busca pela

compreensão de tal ausência, pois possuem total responsabilidade sobre seus

filhos.

Com base nos questionários aplicados, foi perceptível que existem tanto pais

presentes que demonstra sempre preocupação, como pais ausentes, e estes

raramente vão à escola. Em um dos relatos, uma mãe falou que na classe do filho

acontecem confusões e a maioria dos pais sequer vão à escola ou participam das

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reuniões para saber como está o comportamento do filho e ver no que pode ajudar.

Segundo a mesma, pouquíssimos são os pais que aparecem nas reuniões

bimestrais.

Um fato que chamou atenção, é que uma das mães relatou ser presente na

educação do filho, mas disse que se sentia triste por ver que muitos alunos são

jogados como se fossem objetos e a escola um depósito.

Nesse sentindo, concordamos com Tavares (2013, p. 1), quando o mesmo

enfatiza que:

A família tem deixado suas crianças à revelia nas escolas públicas e privadas, se omitindo de suas funções e obrigações. E, com isso, a escola assumiu a função da família e esta passou a ter um papel mais tímido e omisso no dever de educar, esquecendo-se que ela é a base de toda a nossa formação e também do nosso caráter.

Ou seja, existe uma falta de responsabilidade por parte de algumas famílias

em assumir suas funções e obrigações, deixando a cargo somente da escola o deve

de educar.

A mesma falou ainda que hoje em dia a educação é o bem mais precioso

que um pai pode oferecer a um filho e que é justamente por esse motivo que ela

procura ser participativa e ajudar no que for necessário.

Quando questionamos a mães se havia diferença a participação da família

na vida escolar dos filhos, as mesmas responderam:

Com certeza. Tem crianças que não vão bem nos estudos e muitas vezes os pais não procuram saber de nada e o professor não dá conta de tudo sozinho. (sic). M1 Fundamental. Porque a gente entra no convívio dos filhos e fica ciente de tudo que está acontecendo para orientar e ajudar no que for necessário. (sic). M2

Percebe-se nas falas, que existe uma preocupação e não é somente com os

próprios filhos, mas também, com a escola como um todo. Enquanto a M1 relata que

existem crianças que muitas vezes não tem um desempenho bom e os pais não se

importam deixando apenas para o professor a preocupação, a M2 enfatiza a

importância de ajudar no que a escola precisar.

Nota-se então que ambas as mães tem consciência da importância em

participar do processo de ensino e aprendizagem dos filhos e sabem que

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infelizmente muitos pais agem e pensam de forma diferente, se eximindo da

responsabilidade e deixando a cargo somente da escola a educação dos filhos.

Neste contexto, Santos e Toniosso (2014, p. 127), nos diz que:

A família desempenha um papel de grande importância no desenvolvimento do indivíduo, já que será a principal transmissora das condutas e valores que permearão o comportamento do ser que com ela convive.

Podemos perceber que a família desempenha um papel essencial para o

aprendizado dos educandos e que os relatos acima colocados foram de mães

presentes, mais estas não deixam de perceber o quanto existem crianças que são

carentes de atenção e acompanhamento da família e que isso reflete no

aprendizado e rendimento escolar das crianças.

Considerando também o papel da escola neste processo, não podemos

esquecer do papel do supervisor pedagógico que desempenha uma função

primordial. Assim, Rosa e Santana (2013, p.50) menciona que:

O papel do supervisor escolar é importante entre os professores, os alunos e os pais para que problemas relacionados à aprendizagem e a determinados comportamentos possam ser mediados de maneira efetiva e qualitativa.

Percebe-se então que o supervisor assume a função de ajudar os alunos,

sendo mediador do conhecimento, bem como auxilia na construção da relação

escola e família.

Sabe-se que é papel da escola estabelecer vinculo com a família, tendo

como mediador desta relação o supervisor que deve sempre construir uma relação

harmoniosa pensando justamente no êxito do processo de ensino e aprendizagem.

De acordo comas observações realizadas nas escolas, pôde-se perceber

que o trabalho do supervisor é importante para que exista uma boa relação entre a

escola e família sendo ele o mediador dos conflitos e comportamentos relacionados

aos alunos e a sua aprendizagem.

Diante de todos os questionários e diálogos realizados, vimos que a

ausência existe e de fato prejudica o desempenho e rendimento escolar dos alunos.

Ocasiona estresse e preocupação aos profissionais da educação, pois se veem

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comprometidos com o processo de ensino e aprendizagem mais necessitam da

ajuda participação dos pais.

Deste modo, a ajuda da família contribui para que a educação seja um

sucesso e não um fracasso e assim mude vidas, prepare os alunos para serem

cidadãos de bem e realmente contribuam para a sociedade com saberes e

qualificações profissionais.

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CAPÍTULO 3: CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES DA AUSÊNCIA DOS PAIS NA

ESCOLA

O referido capítulo discutirá as consequências oriundas da ausência dos

pais nas escolas, que constituem nossa base empírica. Além disso, aborda os

problemas que a falta de compromisso da família trazem para os alunos e por sua

vez para o processo de ensino e aprendizagem.

3.1 O que constatamos?

Sabe-se que família desempenha um papel fundamental no crescimento da

criança, visto que a mesma assume um papel de mediadora entre esta com a

sociedade. Como foi observado nos capítulos anteriores, existe um impacto muito

grande na vida escolar quando a família se ausenta do seu papel, deixando somente

a responsabilidade de educar a cargo da escola.

É importante estar ciente do papel que a família e escola desempenham. E

que estes são essenciais no processo de ensino e aprendizagem. Percebe-se que é

comum a família se ausentar do papel que lhe é destinado e como consequência o

comportamento da criança muda, o rendimento escolar enfraquece e o ensino passa

a acontecer de maneira negativa.

De acordo com Picanço (2013, P. 45):

O papel dos pais no estudo dos filhos é fundamental, senão o mais importante, porque o acompanhamento sistemático, metódico e constante permite que as crianças e jovens tenham uma organização e desempenho muito mais coerentes e lógicos, pois o apoio parental é fulcral para o “crescimento” académico, a criança sente-se “protegida” e acompanhada.

Desta forma, é perceptível a importância da participação dos pais na vida

escolar dos filhos tanto na escola, como no acompanhamento em casa, pois, o aluno

se sente seguro e protegido.

Existe uma grande preocupação com relação a participação dos pais na

escola. Claro que são inúmeros os fatores que levam os pais a se distanciarem da

escola como, por exemplo, a falta de tempo, a falta de conhecimento, a falta de

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consciência da importância que exerce na educação dos filhos, porém, é necessário

compreender que essa ausência prejudica os alunos em seu rendimento escolar,

nas atividades que são realizadas, ocasionando também indisciplina, repetência,

desinteresse, evasão e dentre tantos outros problemas que tem angustiado muitos

educadores.

Sabe-se que se a ausência dos familiares de fato vier a acontecer, o

processo de ensino e aprendizagem dos alunos é afetado e acaba gerando uma

preocupação por partes dos profissionais que estão envolvidos neste processo.

Muito tem se discutido sobre parceria entre escola e família e é nesse

momento que a instituição precisa procurar medidas para trazer os pais a escola,

mas, é importante ressaltar que a família precisa ter consciência do seu papel na

vida escolar dos filhos e que também ajude a escola, para que realmente a

educação aconteça com sucesso e assim passe longe do fracasso.

Neste sentido, segundo Oliveira (2010, p. 30):

O professor não é e nunca poderá substituir os pais/a família do aluno/filho. Ele é um profissional que trabalha com a criança e não somente com o filho daquela ou esta família. É apenas aquela pessoa a mais na vida do aluno e que, por um determinado período desta vida escolar, irá ajuda-la a perceber o que ela é, sua importância na sociedade em que está inserida e a construir sua identidade como cidadão. Entretanto, é fundamental que para esta etapa da vida da criança aconteça de maneira tranquila e satisfatória, a escola e família estejam unidas em busca de um único objetivo: a otimização do processo de aprendizagem da criança.

Ou seja, pode-se perceber que tanto a escola como a família são

importantes no processo de aprendizagem do aluno. E o professor é o mediador

entre o aluno e conhecimento, ficando sob responsabilidade dos pais dar a

educação e atenção necessária para que o desempenho seja satisfatório.

Compreende-se então que o ambiente escolar é prejudicado a partir do

momento que a família transfere o dever de educar totalmente para a instituição

eximindo-se de suas responsabilidades e obrigações.

Com efeito, como já mencionados anteriormente, diversos fatores são

resultantes da falta de compromisso da família para com o aprendizado dos filhos.

Dentre os eles os mais comuns são: evasão, repetência e as dificuldades no

processo de alfabetização.

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Na contemporaneidade, a escolas tem se tornado alvo de evasão. Embora

várias medidas sejam tomadas diariamente, as dificuldades ainda são enormes. Os

educadores se preocupam com alunos que apresentam comportamentos

inadequados e por sua vez um desempenho negativo.

Os motivos e consequências estão atrelados principalmente a fatores

culturais e sociais, cabendo também à escola assumir um papel de tentar trazer a

família para o convívio dos alunos e propor essa parceria, sempre lembrando a

importância que os pais tem no processo de aprendizagem.

Outro fator causado pela ausência familiar é a repetência. A mesma advém

de inúmeras causas, fator social, financeiro e a falta de acompanhamento e

incentivo por parte dos pais.

Com relação ao fator financeiro, sabe-se que nem todos os alunos vivem em

condições econômicas favoráveis e muitos dependem dos programas do governo.

Ou seja, a partir do momento que o estudante chega a sala de aula com fome, ou

até mesmo sem tomar banho, pode comprometer o processo de ensino e

aprendizagem.

No caso da ausência de acompanhamento e incentivo por parte dos pais

que é o fator que nos interessa na pesquisa, o aluno que não apresenta um bom

desempenho escolar, necessita em sua maioria de atenção e cobrança para que

exista uma responsabilidade maior com os estudos e a repetência não venha a

acontecer.

Partindo da realidade, onde o aluno passa a grande parte do seu dia em sua

residência, é importante ter um tempo para aprofundar o conteúdo estudado na

escola. Como afirma Nascimento (2012, p. 1):

A família é o alicerce para que a formação das crianças e adolescentes seja construída de maneira sólida, isto é, de forma que eles consigam conviver segundo os parâmetros da sociedade (de cultura, regras, respeito, etc).

Assim, o apoio da família é importantíssimo para o desenvolvimento do

educando, bem como para evitar problemas como a própria repetência.

Vale salientar que de acordo com as orientações, a repetência só deve

acontecer a partir do 4º ano do ensino fundamental, mas, o acompanhamento da

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família é necessário em qualquer série/ano escolar para que o processo de

aprendizagem dos alunos seja positivo e por sua vez evolua.

Deste modo, não se pode esquecer que a escola, assim como a família,

também precisa fazer sua parte para que os números de repetência diminuam. É

necessário procurar soluções e não se entregar ao fracasso.

Mais uma vez, como muito se vem discutindo, é notável a necessidade da

escola e família caminharem juntas para que problemas como evasão, repetência,

dentre outros, sejam sanados com eficácia. A esse respeito, Fornari (2010, p. 113)

corrobora que:

Com efeito, a educação não é entendida como um direito cuja responsabilidade é imposta exclusivamente a um determinado órgão ou município, mas que deve ser compartilhado por todos, ou seja, pela família, comunidade e sociedade em geral.

É necessário que a família, a comunidade e a escola construam um vinculo

para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça de modo a favorecer os

alunos.

De acordo com a pesquisa realizada na Escola Calpúrnia Caldas de Amorin,

no do 5º ano, foi constatado que grande parte dos alunos possuem desempenho

negativo e consequentemente reflete nas notas como será mostrado no gráfico a

seguir (Gráfico 1).

GRÁFICO 1: Médias Bimestrais de uma Turma de 5º ano do Ensino fundamental

Elaboração da autora (2016)

Q

T

D

D

E

A

L

U

N

O

S

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De acordo com o gráfico 1, é perceptível o quanto o desempenho dos alunos

se encontra fraco. A maioria das notas é entre 21 a 40 pontos, quando a média

bimestral que precisa ser atingida para que o discente não corra risco de repetência

são 6,0. De uma turma de 31 alunos, apenas 12 alunos obtiveram êxito no primeiro

bimestre, o que representa menos de 50% de total dos estudantes.

O gráfico nos permite elencar duas hipóteses diante dos resultados

apresentados: a falta de compromisso dos alunos e possivelmente a pouca atenção

dos pais que segundo a professora da turma, não se preocupam muito com o

desempenho negativo de seus filhos e que a situação é delicada.

Ou seja, novamente torna-se ainda mais necessário à presença dos pais

neste momento onde o desempenho dos alunos encontra-se negativo e as notas

comprovam que não existe esforço por partes dos mesmos por mais que a

professora articule meios para que a realidade não seja esta.

E por último, não menos importante, um dos fatores que tem angustiado e

dificultado os professores no cotidiano escolar: as dificuldades no processo de

alfabetização.

Sabe-se que o processo de alfabetização é a fase onde a criança entra em

contato com o mundo letrado e começa a compreender a importância da leitura e da

escrita para sua vida. Soares (2003, p. 80) nos diz que alfabetização é:

[...] Tomando-se a palavra em seu sentido próprio como o processo de aquisição da “tecnologia da escrita”, isto é, do conjunto de técnicas – procedimentos, habilidades necessárias para a prática da leitura e da escrita: as habilidades de codificação de fonemas em grafemas e de decodificação de grafemas em fonemas, isto é, o domínio do sistema de escrita (alfabético, ortográfico); [...] habilidades de uso de instrumentos de escrita (lápis, caneta, borracha, corretivo, régua, de equipamentos como máquina de escrever, computador...), habilidades de escrever ou ler seguindo a direção correta na página (de cima para baixo, da esquerda para a direita), habilidades de organização espacial do texto na página, habilidades de manipulação correta e adequada dos suportes em que se escreve e nos quais se lê – livro, revista, jornal, papel sob diferentes apresentações e tamanhos (folha de bloco, de almaço, caderno, cartaz, tela do computador...). Em síntese: alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita.

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A alfabetização é um processo de fundamental importância na vida escolar

do aluno principalmente por que é nesta fase que o domínio da leitura, bem como da

escrita e dos números se iniciam e tudo que é apreendido durante o ciclo de

alfabetização (1º a 3º ano) auxilia os educandos nas séries posteriores.

Neste processo a avaliação torna-se necessária e é o principal instrumento

que o professor utiliza para analisar o processo de ensino e aprendizagem. Neste

sentido, Jussara Hoffaman (2013, p. 24) diz que:

A avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação, essa, que nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade, e acompanhamento de todos os passos do educando na sua trajetória de construção do conhecimento. Um processo interativo, por meio do qual os educandos e educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar no ato próprio da avaliação.

Ou seja, a avaliação é um instrumento importante para os educadores e

educandos quando é um processo interativo em que ambos aprendem sobre si

mesmos e sobre a realidade.

Em se tratando do processo de alfabetização nas séries de 1º a 3º ano, a

avaliação é realizada através de relatório, isso significa que o aluno não é avaliado

por nota durante o processo de alfabetização. Porém, a família não deve esquecer

que o seu papel em acompanhar, cobrar, orientar e incentivar o filho não muda, visto

que todos os alunos necessitam dominar a leitura, a escrita e as noções básicas de

matemática para a partir de então, ter um bom desempenho da 4º série em diante.

Ou seja, as crianças que não conseguem avançar no processo de

alfabetização acabam sendo prejudicadas quando necessitam dominar leitura,

escrita e noções básicas de matemática para adquirir mais conhecimentos.

Ainda no decorrer da pesquisa foi constado um caso de uma criança que se

encontra no 3º ano do Ensino fundamental, cujo pai é envolvido com tráfico de

drogas. Sobre isso a docente relatou:

O aluno apresenta dificuldade, é extremamente dependente do professor, não consegue realizar nada sozinho, não participa da aula, demonstra apatia e é desligado. Também não consegue escrever nada a não ser rabiscos, bolinhas e não retira atividade da lousa. Não se relaciona com os colegas e é bastante isolado. Tem uma grande necessidade de fazer caligrafia, agora apresenta

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um bom comportamento em sala, porém, só se levanta e sai do lugar com incentivo do professor. O mesmo necessita de reforço paralelo, ele não consegue ler e não tem a participação diária da família na escola. (sic). Professora X.

É perceptível, segundo a docente, que o aluno apresenta dificuldade no

processo de alfabetização e tem um desempenho lento. Ou seja, deveria ter apoio

total da família e como relatado, não existe acompanhamento diário e isso acaba

prejudicando ainda a criança que se torna totalmente dependente da professora e

somente da escola.

Deste modo, nota-se mais uma vez que a ausência da família afeta o

processo de ensino e aprendizagem e consequentemente gera angustia no

educador que necessita do auxilio dos pais para que o aprendizado seja efetivado

com sucesso.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na sociedade atual muito se tem discutido acerca da relação escola e

família. Ambas possuem uma importância relevante no processo de ensino e

aprendizagem.

A escola tem como função preparar o aluno para exercer sua cidadania e

assim atuar no mercado de trabalho, a família tem o papel de orientar, educar e

incentivar os filhos na construção de um caminho digno onde a escola seja o

principal alicerce desse caminho.

Neste sentido, percebe-se que em se tratando de educar, a participação da

família neste processo é essencial justamente porque é no seio familiar que a

criança aprende os valores e as regras para viver em harmonia e com dignidade.

Nesta perspectiva, analisando a realidade educacional brasileira,

infelizmente ainda existe um distanciamento dos pais para com a escola e que por

sua vez reflete no desempenho dos filhos.

Durante a realização da pesquisa, foi possível identificar que embora exista

dificuldade no processo de ensino e aprendizagem, estes se tornam mais fáceis de

resolver e encontrar soluções quando a família está junto da escola.

A realidade é que muitos pais trabalham para obter o sustento diário, porém,

mesmo com toda essa responsabilidade e outras ocupações, é preciso encontrar

formas de não colocar somente para a escola o dever de educar. Como diversos

autores já apresentados neste trabalho refletem a escola sozinha não consegue

caminhar nessa empreitada de tantas dificuldades e problemas que necessitam de

soluções.

Porém, um fato importante que não podemos deixar de mencionar, é que se

as escolas percebem que existe distanciamento da família, a mesma tem o dever de

procurar meios que possam propiciar a aproximação desses pais no cotidiano e na

vida escolar dos filhos.

A questão não é somente culpar ou julgar os pais no momento que estão

afastados. É certo que é dever da família acompanhar os filhos no aprendizado,

mas, a escola é essencial para ser mediadora neste processo e assim tentar mostrar

a estes pais que a educação é o caminho que os alunos têm para chegar ao

sucesso profissional e por consequência, ao sucesso pessoal.

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Diante dessa realidade, percebe-se que muitos educadores têm procurado

meios de ir até os pais dos alunos e numa tentativa carregada de esperança e

motivação, oferecer uma aprendizagem prazerosa e que contribua significativamente

no desempenho escolar dos educandos.

Desse modo, é perceptível que fechar os olhos para os problemas não é a

solução. E o objetivo deste trabalho foi justamente pesquisar e por sua vez perceber

se a ausência familiar existe de fato e principalmente as consequências que a falta

de acompanhamento por parte dos pais trazem para o aprendizado dos alunos.

Visando este objetivo, a pretensão da pesquisa foi contribuir para a

sensibilidade do olhar das pessoas, de maneira a incentiva-las no que diz respeito à

importância da educação e que principalmente a mesma não somente é constituída

de profissionais mais também pela comunidade que é o alvo principal deste

processo.

Com base nesta realidade, pode-se concluir que a ausência da família é

uma realidade que muitas escolas enfrentam, porém, somente reclamar desta

ausência é tempo perdido. É preciso correr atrás destes pais que se fazem

ausentes, insistir e mostrar que os filhos precisam do apoio e acompanhamento

durante essa longa jornada de erros e acertos, durante essa longa caminha de

aprendizado e troca de saberes.

As soluções são encontradas no dia a dia, pois cada caso é um caso e nós

estamos aqui não para trazer soluções prontas e sim para alertar que a educação é

o caminho para o sucesso. E que esse sucesso depende de nossas atitudes e acima

de tudo da consciência de cada um sobre o papel que deve exercer.

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REFERÊNCIAS

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DIOGO, J, M. L. Parceria Escola – Família – A caminho de uma Educação Participada. Colecção Escola e Saberes, Porto Editora, Porto, 1998. FORNARI, Liamara T. Reflexão acerca da reprovação e evasão escolar e os determinantes do capital. Revista Espaço pedagógico, Passo fundo, v. 17, n. 1, p. 112-124, jan./jun. 2010. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. HOFFMANM, Jussara. Avaliação, mito e desafio, uma perspectiva construtivista. 32 ed. Porto Alegre, Mediação, 2003. NASCIMENTO, Elaine Cristina do S. O não acompanhamento familiar e sua relação com o comportamento e aprendizagem dos alunos. Recife – PE, p. 1, jun. 2012. Disponível em: <http://www.profala.com/arteducesp201.htm> Acesso em: 10 maio 2016. OLIVEIRA, Rejane P. Escola, desempenho, família: relações que se constroem. Porto Alegre, p. 1 - 36, 2010. PEREIRA, Jaciane de Melo. Família e escola - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Caicó, 2013. PICANÇO. Ana Luísa B. A relação escola e família - As suas implicações no processo de ensino-aprendizagem. Lisboa, p. 1 – 117, 2012. PPP. Escola Estadual Antônio de Azevedo Maia. Jardim do Seridó/RN, 2016. PPP. Escola Municipal Calpúrnia Caldas de Amorin. Jardim do Seridó/RN, 2015. ROSA, Aparecida S.; SANTANA, Monaliza A. A importância do supervisor pedagógico na organização escolar. Centro universitário de Patos de Minas, Perquirere, p. 46 – 58, 2013. SANTOS, Luana R. dos; TONIOSSO, Pedro J. A importância da relação escola-família. Cadernos de educação: ensino e sociedade, Bebedouro, p. 122 – 134, 2014.

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SOARES, M. Letramento e escolarização. In: UNESP. Cadernos de formação: Alfabetização. São Paulo: UNESP, 2003. p. 79-98. TAVARES, Camila M. M.; NOGUEIRA, Marlice de O. Relação família-escola: possibilidades e desafios para a construção de uma parceria. Revista formação@docente, Belo Horizonte, vol. 5, n. 1, p. 43-57, 2013. TAVARES, Ricardo W. A diferença entre uma escola e um deposito de estudantes. Folha dirigida, p. 1, 2013.

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APÊNDICE

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES

1. Sabemos que a educação dos alunos é responsabilidade da escola e

também da família. Diante da realidade educacional que vivemos onde

muitos pais se encontram distantes da escola, como avalia o

acompanhamento escolar dos pais para com seus filhos?

2. Existe um número maior de pais presentes ou ausentes?

3. Com relação aos alunos em que os pais que não realizam um

acompanhamento escolar sistemático, o rendimento escolar dos discentes

é prejudicado?

4. Quando o (a) senhor (a) percebe que um pai se ausenta do

acompanhamento escolar do seu filho?

5. Como a escola procura trazer os pais pra instituição?

APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO PARA OS PAIS

1. Sabemos que a educação dos alunos é responsabilidade não somente da

escola como também da família. Diante dessa importância da escola e a

família caminharem juntas, como o (a) senhor (a) acompanha seus filhos

na escola?

2. Você se considera uma mãe/pai presente na educação do seu filho? Por

quê?

3. Para o (a) senhor (a) a presença dos pais na escola faz diferença no

processo de ensino aprendizagem?

4. Como os pais podem se tornar parceiros da escola e propiciar o ensino de

qualidade para os filhos?