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ESTUDO DE CASO NA PRODUÇÃO DE
TINTAS: COMO O SISTEMA DE
INFORMAÇÃO EFICIENTE
IMPULSIONA A COMPETITIVIDADE
Rosineide Nunes (IFRN )
Rodrigo Augusto da Silva Pimentel (IFRN )
IATAANDERSON FABIO ANDERSON (IFRN )
Tallis Rennan Lucas de Medeiros (IFRN )
JOAQUIM MACIEL DA COSTA CRAVEIRO (UFAM )
A gestão da informação aplicada à logística é uma das áreas em que
predomina a necessidade de controles específicos para diminuir os
prejuízos causados por uma administração deficiente. O objetivo deste
artigo é analisar o processo produtivvo de empresa fabricante de
tintas, sediada em Macaíba/RN, para identificar se o Planejamento da
Produção tem sido eficiente, e verificar até onde o Sistema de
Informação Logística contribui para manter a competitividade da
empresa. Foram identificadas oportunidades de melhoria no processo
de fabricação de tinta, com identificação das restrições de capacidade
e a implantação de mecanismos para eliminar a ociosidade no início
da operação, a preservação da quantidade precisa do produto a ser
embalado e redução de desperdícios. Foi avaliada a necessidade de
alterações no arranjo físico, proporcionando melhor alocação e
disponibilização das matérias-primas para o processamento do
produto, além da proposta de inserção de painéis indicadores dos
insumos, de forma a assegurar a precisão na separação e pesagem da
matéria-prima. A empresa foi incentivada a fazer uso das tecnologias
de informação para manter um controle mais efetivo sobre o controle
do processo e rastreabilidade dos lotes, sendo recomendado prosseguir
os estudos com a identificação dos principais parâmetros de qualidade
e fatores que conduzem à maior eficiência no processo produtivo. O
presente estudo permitiu avaliar, de forma aplicada, o papel dos
sistemas de informações gerenciais e as vantagens competitivas
obtidas, com descrição e análise do processo decisório, focado e
embasado em informações corretas e disponíveis em tempo hábil.
Palavras-chave: Planejamento da produção, tintas, sistema da
informação, logística
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
Historicamente, a atividade de produção de tinta é muito antiga. Na pré-história, as
técnicas para conseguir as cores eram, obviamente, bem primitivas. Os primeiros contatos
com as tintas foram na pintura corporal e rupestre, com registro das tarefas em figuras nas
paredes das cavernas com materiais naturais, como argila, extratos vegetais, carvão ou argilas
suspensas em água. As funções das pinturas rupestres eram de linguagem e comunicação,
registro cultural, transmissão de técnicas, representação simbólica, expressão estética e
decorativa (BARROS, 2006)
Com o passar dos séculos e o avanço das tecnologias, foi possível obter muitos
materiais para pintura superficial através de matérias primas sintéticas, limitando o uso de
materiais naturais que necessitavam de muitas técnicas de manipulação e exploração de
recursos naturais para seu beneficiamento, além de haver restrições de disponibilidade para
sua aquisição (SÉQUIN, 2012).
Os produtos destas indústrias são indispensáveis para a preservação de todos os tipos
de estruturas arquitetônicas, inclusive fábricas. A madeira e o metal quando não recobertos
estão passiveis de deterioração, principalmente nas cidades onde a fuligem e o dióxido de
enxofre aceleram a ação deteriorante (KARP, 2005). Além do efeito protetor, as tintas, os
vernizes e as lacas tornam mais atraentes os artigos manufaturados e realçam o aspecto
estético de um conjunto de casas e dos seus interiores.
Nesta perspectiva, insere-se o presente trabalho, com o qual se busca analisar o
processo produtivo de uma fábrica de tintas localizada em Macaíba/RN, para identificar o
nível de eficiência do Planejamento da Produção com relação à demanda, saber até onde o
Sistema de Informação Logística (SIL) contribui para manter a competitividade da empresa e,
além disso, identificar possíveis melhorias em todo o processo de fabricação de tinta.
O estudo de caso concentra-se em apenas uma linha de produto, sendo que a
continuação do trabalho apresentado é oportuna, uma vez que pode ser desenvolvida aos
demais produtos comercializados pela empresa. De forma oportuna, este trabalho apresenta
grande potencial de contribuir com a gestão da empresa, à medida que seja identificada a
melhor forma de utilizar seu sistema de informação, direcionando os recursos
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disponibilizados para o gerenciamento de padrões de consumo, quantitativos de matérias-
primas requeridas no processo e otimização do controle de estoque.
2. Referencial teórico
A aplicação da tecnologia de informação é uma resposta à exigência global de
coordenação e comunicação. O benefício de ter métodos compatíveis para manipular a
informação, definição de dados compartilhados e a mudança de informações com maior
competência dentro ou fora das empresas proporcionaram a oportunidade de se
desenvolverem sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), ou Sistemas de Informação
Gerencial (SIG), que ganharam importância dentro dos sistemas de planejamento e controle
da produção, conforme exposto por VOLLMANN (2006) e REZENDE (2001).
Para Laudon e Laudon (2011), um sistema de informação pode ser definido como um
conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar,
processar, armazenar e distribuir informações, com a finalidade de facilitar o planejamento, o
controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em organizações.
Sendo assim, esses sistemas de informação sobressaem-se por permitirem a ampliação
de unidades organizacionais que atuam das maneiras mais diversas, dispondo diferentes
culturas e podem ser encontrados nos mais variados lugares, gerando um sistema uniforme.
De acordo com vários pesquisadores, o sistema de informação viabiliza a globalização,
reduzindo custos de operação e transação em escala global. Laudon e Laudon (2011) afirmam
que as empresas estão investindo em tecnologia e sistema de informação para atingir seis
importantes objetivos organizacionais: excelência operacional; novos produtos, serviços e
modelos de negócios; relacionamento mais estreito com clientes e fornecedores; vantagem
competitiva; e sobrevivência.
Alinhar a Tecnologia de Informação com os objetivos do negócio vai garantir que a
tecnologia vai servir ao negócio e não o contrário (Laudon, 2011). Para alcançar esse
alinhamento é necessário identificar a estratégia e as metas de seu negócio, transformar essas
metas estratégicas em atividades e processos concretos, definir de que maneira irá avaliar o
progresso em direção às metas do negócio e avaliar o desempenho atual.
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Sabe-se que as empresas com maior taxa de sucesso são as que têm vantagem
competitiva sobre outras, as que conseguem identificar corretamente as condições ambientais
e enfrentar os desafios no mercado, como ilustrado na figura 1.
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Figura 1: Cinco forças competitivas de Porter
Fonte: Laudon (2011)
Segundo Slack et al. (2009), pode-se definir que o objetivo da atividade de
planejamento e controle como “gerenciar as atividades da operação produtiva de modo a
satisfazer a demanda dos consumidores”. Assim, o grande objetivo da atividade em questão é
o atendimento dos anseios do cliente, sendo que esse último é quem vai oferecer as
informações que servirão de base para o desenvolvimento do plano de produção.
Ainda segundo Slack et al. (2009), o Planejamento e Controle da Produção (PCP)
procura apresentar possibilidades para a adequação da capacidade de uma atividade com sua
demanda.
3. Metodologia
A metodologia utilizada foi de estudo de caso, com visita técnica para coleta de
informações através de um formulário pré-definido em cada setor da produção, onde foi feito
um levantamento de todos os dados aqui expostos.
A abordagem metodológica utilizada neste artigo caracteriza-se, quanto à natureza:
como uma pesquisa aplicada, pois buscamos os conhecimentos para aplicar a solução dos
problemas encontrados; quanto à abordagem do problema: pesquisa qualitativa, pois os dados
foram analisados indutivamente; quanto aos objetivos: exploratória, onde foi entrevistado o
gerente de produção com experiência no problema encontrado; quanto aos procedimentos
técnicos: pesquisa bibliográfica e estudo de caso, procurando conhecer detalhadamente o
processo de produção, conseguindo assim encontrar a função gargalo.
A Empresa Concorrentes
Novos entrantes no
mercado
Fornecedores
Produtos substitutos
Clientes
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4. Estudo de Caso
4.1- Caracterização da empresa
O Brasil é um dos cinco maiores mercados para tintas do mundo, conforme dados
apresentados por YAMANAKA (2006). Fabricam-se no país tintas destinadas a todas as
aplicações, com tecnologia de ponta e grau de competência técnica comparável à dos mais
avançados centros mundiais de produção. Uma tinta típica contém: pigmentos (dão a cor),
solventes (servem de veículo, facilitando a aplicação), ligantes ou resinas (ajudam a grudar a
tinta sobre a superfície) e aditivos (possuem diferentes funções melhoradoras) (SÉQUIN,
2012).
A empresa estudada trata-se de uma organização de pequeno porte, que tem por
objetivo atender as necessidades de seus clientes, quanto à qualidade dos produtos,
atendimento e pontualidade na entrega.
Figura 2: Caracterização da empresa
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Fonte: própria dos autores, com informações da Empresa de tintas
Todos os seus produtos seguem padrões técnicos de produção, formalmente
estabelecidos, embora a empresa não tenha ainda obtido certificação em sistemas de gestão. A
empresa dispõe de veículos próprios, sendo: 1 caminhão com capacidade para 10 toneladas, 1
caminhão com capacidade para 4 toneladas e uma Fiori baú para 600 kg. A figura 3 mostra
como estão divididos os setores da empresa.
Figura 03 – Organograma da empresa
Fonte: própria dos autores
4.2 Análises dos resultados
4.2.1 Processo produtivo
A indústria de tintas para revestimentos utiliza um grande número de matérias-primas
e produz uma elevada gama de produtos em função da grande variedade de
produtos/superfícies a serem aplicados, forma de aplicação e especificidade de desempenho,
com forte relevância na proteção estrutural, conforme exposto por UEMOTO (1998).
De modo geral, a tinta pode ser considerada como uma mistura estável de uma parte
sólida que forma a película aderente à superfície a ser pintada em um componente volátil
(água ou solventes orgânicos). Uma terceira parte denominada aditiva, embora representando
uma pequena percentagem da composição, é responsável pela obtenção de propriedades
importantes tanto nas tintas quanto no revestimento.
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A tinta é uma preparação, o que significa que há uma mistura de vários insumos na sua
produção. A combinação dos elementos sólidos e voláteis define as propriedades de
resistência e de aspecto, bem como o tipo de aplicação e custo do produto final.
As matérias-primas básicas para a produção de quase todos os tipos de tintas são
constituídas pelas resinas, pigmentos, solventes e aditivos. A figura 4 apresenta o fluxograma
básico do processo de produção de tintas.
Figura 04 – Fluxograma do processo produtivo da empresa
Fonte: própria dos autores
A indústria de tintas é caracterizada pela produção em lotes, o que facilita o ajuste da
cor e o acerto final das propriedades da tinta.
As tintas aquosas e os seus complementos, utilizados na construção civil, são um
exemplo marcante, pois representam 80% de todas as tintas consumidas por esse segmento de
mercado.
As cargas minerais são particularmente importantes na produção de tintas látex para a
construção civil; sob o ponto de vista quantitativo representam uma parte importante da
composição dessas tintas.
Em tintas industriais, os sistemas aquosos estão adquirindo uma importância
crescente; o primer eletroforético utilizado na pintura original automotiva é um dos exemplos
mais importantes. Algumas tintas de acabamento automotivo também são aquosas.
É importante salientar que em tintas industriais há outras tecnologias concorrentes dos
sistemas aquosos na solução de problemas ambientais, como, por exemplo, tintas em pó,
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tintas de cura por radiação ultravioleta (UV), tintas e vernizes do tipo alto sólidos, entre
outros.
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4.2.2 Processo de fabricação de tintas látex
O processo de produção desse tipo de tintas é mais simples do que o usado na
produção de tintas base solvente. A figura 5 ilustra as etapas, com a identificação dos insumos
e tipos de resíduos, na forma do balanço de massa conforme a metodologia da Produção Mais
Limpa (P+L).
Figura 05 - Fluxograma do processo produtivo.
Fonte: YAMANAKA - Guia técnico ambiental tintas e vernizes - série P+L (2006)
O envasamento é o processo mais demorado da produção, sendo denominado de
gargalo, pois o tempo de fabricação fica em torno de 30 minutos e o tempo médio de
envasamento está em torno de 50 minutos.
A empresa é dividida em três galpões, onde o primeiro está à produção da base e
funciona também como almoxarifado.
No segundo galpão encontram-se as máquinas que realizam a pigmentação, com um
total de 6 máquinas para dar cor à tinta; neste local é feito ainda o envasamento dos galões.
No terceiro galpão está o armazenamento dos produtos acabados.
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Os produtos são identificados pela cor da embalagem, sendo as embalagens de cor
amarela para tintas para uso em ambientes internos, a embalagem de cor azul para produtos a
serem usados em ambientes externos e as embalagens de cor verde para os
impermeabilizantes.
Uma forma de melhoria seria o acréscimo de várias saídas do produto acabado na
máquina de envase, assim a processo não causaria ociosidade no início da operação por se
tratar do gargalo. O uso de uma balança no momento do envasamento garantiria a quantidade
precisa do produto a ser embalado, proporcionando uma pesagem uniforme do produto, que
por sua vez traria redução de desperdício. Essa sugestão já foi analisada com o diretor e a
gerente da empresa, sendo tratada no âmbito do planejamento estratégico.
No setor de preparação do produto base, faz-se necessária a implantação de um layout
que proporcione melhor alocação e disponibilização das matérias-primas para o
processamento do produto. Como também a inserção de painéis indicadores dos insumos,
evitando a possibilidade de riscos de erros momento da separação e pesagem da matéria-
prima. Estas melhorias trariam maior agilidade à produção.
4.2.3 Planejamento e controle da produção
O Planejamento e Controle tem sido eficiente no controle da produção, visto que está
atendendo seus clientes em tempo hábil, não só na produção como também na entrega de seus
pedidos.
A gerente é responsável de encaminhar o que vai ser produzido com base nas
informações do sistema de informação, com o controle de estoque diário podendo assim saber
o que produzir no dia seguinte.
As principais ações de planejamento realizadas no longo, médio e curto prazo são a
aquisição de embalagens que demoram 30 dias para chegar à empresa e os insumos, pois
dependendo do fornecedor o prazo muda de acordo com a distância.
As rotinas do PCP são realizadas depois de analisar o relatório diário para saber qual
produto está com estoque baixo para ser produzido e manter um estoque mínimo de
segurança, visto que o lote é de 20 baldes ou 100 galões. A gerente é a responsável desta
análise e encaminhar para a produção o que vai ser necessário produzir.
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A empresa está implantando o software Kronos, que integra todos os setores da
empresa, com aplicativos que permite conferir estoque e emitir relatório em tempo real na
falta do produto solicitado.
4.2.4 Capacidade produtiva
A organização trabalha com sistema de produção em lotes. Os lotes são de 360 litros,
que equivalem a 20 galões de 18 l ou 100 baldes de 3,6 l. No galpão número 1, estão
instalados os três cilindros misturadores com capacidade total 10.800 l, sendo 3.600 l para
cada um. Deles saem o produto base de todos os outros produtos.
O produto base é conduzido com o auxílio de uma bomba que envia por tubos a base
até o segundo galpão, que recebe o nome de setor de pigmentação, onde será realizado o
processo de criação das cores e em seguida o envaze do produto acabado.
4.2.5 Gerenciamento da demanda
Ao se fazer a previsão da demanda, a gestão dos estoques é sem dúvida a principal
preocupação. Grande parte das empresas precisa fazer seus pedidos de produtos e matérias-
primas antes de conhecer completamente a demanda. A previsão é considerada o período de
nove meses excluindo os meses de sazonalidade.
Como em toda atividade a empresa também passa por períodos de sazonalidade. Nos
meses de outubro, novembro e dezembro a demanda cresce consideravelmente, enquanto que
nos dois meses seguintes, janeiro e fevereiro, a demanda praticamente deixa de existir,
conforme mostra o gráfico ilustrado na figura 6.
Figura 06 - Gráfico de demanda
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Fonte: Empresa de tintas
O software auxilia na previsão usando o método quantitativo. Quanto ao
relacionamento com os clientes, é através de e-mail e telefone e do representante. Não há
clientes prioritários. Também não gerencia estoque de clientes. Não tem informações do
cliente para ter como base para a previsão de demanda, tomando como base nas vendas da
empresa.
Não há prazo mínimo estipulado para atender ao pedido do cliente, pois dependendo
do pedido ele pode sair para a entrega em até um dia, vai depender do estoque de segurança.
4.2.6. Sistema de informação
No início de suas atividades, a empresa de tintas utilizava-se apenas de seu sistema
operacional Windows 7, sendo que todos os seus pedidos e ordens de compras eram
realizados através de e-mail ou por telefone. Atualmente a empresa dispõe de cinco
computadores e uma impressora, sendo apenas estes e os telefones os seus componentes do
sistema de informação.
A partir do recebimento das informações de pedidos via e-mail ou telefone, eram
passadas as ordens para a produção ou estoque, conforme a necessidade, após todo o pedido
ser separado e pronto para transportar emitia assim a nota fiscal, através do emissor de nota
fiscal gratuito NFE. Todo este processamento de informações durava em média dois dias para
ser realizado, quando somado todo este tempo ao processamento das operações, o produto
levava em média três dias para chegar ao cliente.
Nos dias atuais a realidade é outra com relação ao sistema, os componentes de input e
output ainda são os mesmos, contudo o novo software adquirido pela empresa integra ordens
de compras, pedido de cliente, disponibilidade de estoque, dados financeiros e emissão de
nota fiscal. O novo software também auxilia os vendedores que com seus smartphones, na
visita ao cliente, digitam o pedido no sistema e todas as informações são passadas
automaticamente para o departamento de vendas, também auxilia na tomada de decisão, já
que a empresa trabalha com estoque de segurança e precisa saber quanto tem que produzir
diariamente a partir da quantidade vendida.
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Quando questionado pelos entrevistadores, se a empresa trabalha com e-business e
com e-commerce, o empresário afirmou que não, pois para efetivar suas vendas, como citado
acima, a empresa dispõe de cinco vendedores e não pratica suas transações comerciais pela
internet, daí a não existência do e-commerce, quanto ao e-business, também não é utilizado,
pois além de não existir vendas, ele não se relaciona com fornecedores e cliente nem realiza
pesquisas no mercado através da internet. Conforme esquema abaixo registram os inputs,
processamento e outputs do sistema de informação.
Figura 07 – Gerenciamento de entradas e saídas para acompanhamento da demanda
Fonte: Própria dos autores
5. Considerações Finais
Diante de um ambiente altamente dinâmico e competitivo, a empresa vem explorando
seu potencial de melhoria no atendimento ao cliente através do aprimoramento logístico.
Assim, ela começa a examinar sua cadeia de suprimentos e suas atividades de produção e
INPUTS PROCESSAMENTO OUTPUTS
CONTROLE
Cadastro de clientes
Dados do cliente
Endereço de
entrega
Recebimento de pedidos
Detalhamento do
pedido
Forma de
pagamento
Análise do pedido
Separação do pedido
Emissão de nota fiscal
Roteirização
Entrega dos pedidos
FEEDBACK
Tomada de decisão
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distribuição visando obter níveis de excelência e sustentabilidade nos seus produtos,
processos e serviços.
Faz-se necessário, então, criar e utilizar técnicas e procedimentos para o
acompanhamento e controle dos resultados de desempenho da empresa, de forma a obter
informações consistentes para a tomada de decisão e para a alocação otimizada de recursos.
Para obter sucesso, a empresa distribuiu responsabilidades entre os setores da mesma,
com o propósito de envolver os colaboradores envolvidos na cadeia de serviços, direcionando
o trabalho. O esforço coordenado e conjunto no sentido de unir competências e otimizar o
serviço, agregando valor para o cliente final, contribuirá para o aprimoramento da qualidade
no atendimento, tanto nas consultas realizadas quanto na solicitação dos pedidos, nas entregas
e no apoio pós-venda. A agregação dos indicadores num índice final que expressa o nível de
desempenho da organização é importante para a comparação com outras empresas do tipo,
pois o resultado de dita comparação junto às decisões adotadas para melhoria do seu
desempenho poderá garantir a competitividade do negócio, e, portanto, a sua permanência no
mercado.
A empresa pode fazer uso das tecnologias de informação para manter um controle
mais efetivo sobre o controle do processo e rastreabilidade dos lotes, sendo recomendado
prosseguir os estudos com a identificação dos principais parâmetros de qualidade e fatores
que conduzem à maior eficiência no processo produtivo.
Com isso, concluímos que a utilização de sistemas de informações gerenciais pode ser
vantajosa à empresa, permitindo obter grande vantagem competitiva em relação aos
concorrentes, pois o processo decisório estará mais focado e embasado em informações
corretas e disponíveis em tempo hábil.
REFERÊNCIAS
BARROS, Lilian Ried Miller. A cor no processo criativo. São Paulo: Senac-SP, 2006.
KARP, Gerald. Biologia celular e molecular: conceitos e experimentos. Barueri, SP: Manole, 2005.
LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane. Sistemas de Informações Gerenciais. 9ª Ed – São Paulo: Pearson, 2011.
REZENDE, D. A. Tecnologia da Informação aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. São Paulo:
Atlas, 2001.
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SÉQUIN, Margareta. The chemistry of plants: perfumes, pigments and poisons. Cambridge, UK: Royal Society
of Chemistry, 2012.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine; HARRISON, Alan; JOHNSTON, Robert.
Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2009.
UEMOTO, Kai Loh. Influência da formulação das tintas de base acrílica como barreira contra a
penetração de agentes agressivos nos concretos. 1998. Tese de Doutorado.
VOLLMANN, T. E.; BERRY, W. L. F.; WHYBARK, D. C.; JACOBS, R. Sistemas de planejamento e
controle da produção para gerenciamento da cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006.
YAMANAKA, Hélio Tadashi et al. Guia Técnico Ambiental Tintas e Vernizes–Série P+ L. São Paulo:
FIESP, 2006.