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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Mário Antônio Sensi Filho TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Estudo de Controles Gerenciais de Custeio - Um Caso na Empresa Márcia Morelli EPP Administração Financeira BALNEÁRIO PIÇARRAS (SC) 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Mário Antônio Sensi Filho

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Estudo de Controles Gerenciais de Custeio - Um Caso na Empresa Márcia Morelli EPP

Administração Financeira

BALNEÁRIO PIÇARRAS (SC) 2009

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MÁRIO ANTÔNIO SENSI FILHO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ESTUDO DE CONTROLES GERENCIAIS DE CUSTEIO – UM CASO NA EMPRESA

MÁRCIA MORELLI EPP

Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

BALNEÁRIO PIÇARRAS - SC, 2009

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Mero é o significado destas palavras diante da importância que muitas pessoas representaram para mim nessa caminhada, entre elas: Meus pais e irmão por acreditarem em mim, muitas vezes até mais do que eu mesmo acreditei... Suéllen minha namorada, por me incentivar e me apoiar nos desafios que enfrentei... Prof. Edemir, meu orientador, Professor e amigo, que me guiou nessa importante fase da minha vida acadêmica... Claudete minha supervisora de campo, por ter me ensinado muitas lições, tanto na administração quanto na vida... Márcia Morelli, proprietária da empresa onde fiz esta pesquisa, que me proporcionou a oportunidade de aprender muito nessa grande escola que é a empresa Márcia Morelli EPP... Meus amigos, muitos que infelizmente não puderam terminar a graduação e que infelizmente perderemos o contato, mas sempre estarão presentes em boas lembranças nesse tempo que passamos juntos...

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“O que mais surpreende é o homem, pois perde a saúde para

juntar dinheiro, depois perde o dinheiro para recuperar a saúde.

Vive pensando ansiosamente no futuro, de tal forma que acaba

por não viver nem o presente, nem o futuro. Vive como se

nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido”.

(Dalai Lama)

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RESUMO

A controladoria é considerada uma área importante no cenário atual, diante da competitividade globalmente acirrada entre as organizações que precisam ter preços competitivos e conseqüentemente custos operacionais baixos. A pesquisa teve como principal objetivo o estudo e a proposição de controles gerenciais de custeio para o setor financeiro da Márcia Morelli EPP - empresa que atua com artigos para decorações. Na realização da pesquisa foi utilizado o método qualitativo e quantitativo. Em relação à tipologia da pesquisa foi utilizada a pesquisa-diagnóstico com proposição de planos, e para o levantamento dos dados inerentes à pesquisa foram utilizados três componentes: uma entrevista informal semi-estruturada, a análise documental existente na unidade-caso e ainda pesquisa em fontes bibliográficas. Os resultados obtidos foram positivos, pois inicialmente o Acadêmico coletou os dados e mapeou os processos internos por departamento, a partir dessas informações foi feito o estudo e elaborado algumas proposições de controles gerenciais, no item 3.3 da pesquisa, foram propostos melhorias para alguns controles já existentes e para novos relatórios como a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), uma planilha para formação do Preço de Venda e para cálculo do Ponto de Equilíbrio Contábil. A pesquisa também apresentou algumas sugestões como: Mudanças no sistema de remuneração, estudos de viabilidade para mudança do enquadramento tributário e utilizar a contabilidade como fonte de informações de apóio a gestão.

PALAVRAS-CHAVE: controles gerenciais, custeio, gestão

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Mário Antônio Sensi Filho

b) Área de estágio

Administração Financeira

c) Supervisor de campo

Claudete Ponath

d) Orientador de estágio

Profº Edemir Manoel dos Santos, M. Eng.

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Profº Eduardo Krieger da Silva, M. Sc.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão social

Márcia Morelli EPP

b) Endereço

Rua Santo Antônio da Platina, nº 293, Centro, Balneário Piçarras - SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Setor Financeiro

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo Claudete Ponath – Gerente Geral

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Piçarras, 03 de novembro de 2009.

A Márcia Morelli EPP, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do

Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de

Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelo acadêmico MÁRIO

ANTÔNIO SENSI FILHO.

______________________________

Márcia Morelli EPP.

Márcia Morelli

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LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Exemplo de formação do preço de venda com base nos custos ........... 55

Figura 02 – Exemplo de formação do preço de venda pelo custeio meta ................. 56

Figura 03 – Exemplo de ajustamento mercadológico do preço ................................. 57

Figura 04 - Ponto de equilíbrio ou Ponto de Ruptura ................................................ 58

Figura 05 - Fórmula para cálculo do Ponto de Equilíbrio........................................... 59

Figura 06: Fórmula para cálculo do GAF................................................................... 60

Figura 07: Fórmula para cálculo do GAO .................................................................. 60

Figura 08: Fórmula para cálculo do GAT................................................................... 61

Figura 09: Exemplo de símbolos de fluxogramas ...................................................... 63

Figura 10: Imagem do site da Rede de Franquias Imaginarium. ............................... 67

Figura 11: Visão frontla da empresa Márcia Morelli EPP .......................................... 68

Figura 12: do site da marca Tudo é Arte criada pela Márcia Morelli EPP ................. 68

Figura 13: Produto Almofada Abração ...................................................................... 70

Figura 14: Produto Almofada PET Buldogue ............................................................. 71

Figura 15: Produto Door Stop Mão ............................................................................ 72

Figura 16: Produto Fronha Estimação ....................................................................... 72

Figura 17: Produto Porta-pijama Arranca Coração ................................................... 73

Figura 18: Estrutura 1 - Layout da empresa .............................................................. 74

Figura 19: Estrutura 2 - Layout da empresa .............................................................. 75

Figura 20: Fluxo interno de materiais ........................................................................ 76

Figura 21: 1 - Processo de talhação ou corte de tecido ............................................ 78

Figura 22: 2- Processo de serigrafia ou estampa do tecido ...................................... 79

Figura 23: 3- Processo de costura do produto .......................................................... 80

Figura 24: 4 - Processo de enchimento do produto ................................................... 81

Figura 25: Hierarquia organizacional ......................................................................... 82

Figura 26: Extrato bancário da unidade-caso ............................................................ 86

Figura 27: Proposição de planilha eletrônica para DFC ............................................ 91

Figura 28: Proposição de planilha eletrônica para o CPV ......................................... 92

Figura 29: Proposição de planilha eletrônica para DRE ............................................ 94

Figura 30: Proposição de planilha eletrônica para Grau de Alavancagem ................ 95

Figura 31: Proposição da planilha eletrônica para formação do preço de venda ...... 96

Figura 32: Proposição de planilha eletrônica para PEC ............................................ 97

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Principais Alterações da Lei 11.368/07 na Contabilidade ....................... 38

Quadro 02: Exemplo de Balanço Patrimonial ............................................................ 41

Quadro 03: Exemplo de Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ............... 43

Quadro 04: Exemplo de demonstração do Fluxo de Caixa – Regime de Competência

............................................................................................................. 44

Quadro 05: Exemplo de demonstração do Fluxo de Caixa – Comparativo entre os

regimes ................................................................................................ 45

Quadro 06: Exemplo de modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa Indireto ........ 46

Quadro 07: Elementos da formação de preço ........................................................... 56

Quadro 08: Planilha eletrônica MOVIMENTAÇÃO .................................................... 85

Quadro 09: Planilha eletrônica CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA ...... 87

Quadro 10: Itens considerados como Custo Fixo pela unidade-caso ....................... 88

Quadro 11: Planilha eletrônica CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS ............................ 89

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 1.1 Problema e justificativa da Pesquisa ............................................................... 14

1.2 Objetivos do Trabalho ....................................................................................... 15 1.3 Aspectos metodológicos .................................................................................. 16

1.3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................. 16

1.3.2 Contexto e Participantes do Trabalho de Estágio ............................................ 17

1.3.3 Procedimentos e Instrumentos de Coleta de Dados ........................................ 18

1.3.4 Tratamento e Análise de Dados ....................................................................... 18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 20

2.1 Contextualização e aspectos conceituais da administração ........................ 20

2.1.1 Funções do Administrador ................................................................................ 21

2.2 Teorias e áreas da administração .................................................................... 23

2.2.1 Teorias da Administração ................................................................................. 23

2.2.2 Áreas da Administração ................................................................................... 28

2.3 Gestão das organizações ................................................................................. 31

2.3.1 Contabilidade de gestão / Controladoria .......................................................... 33

2.3.2 Sistema de informações contábeis (SIC) ......................................................... 35

2.4 Demonstrativos contábeis ................................................................................ 37

2.4.1 Balanço patrimonial .......................................................................................... 40

2.4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ............................................ 42

2.4.3 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) .......................................................... 43

2.5 Gestão estratégica de custos ........................................................................... 47

2.5.1 Sistemas de custeio ......................................................................................... 48

2.5.2 Metodologia de preço de venda e precificação ................................................ 51

2.5.3 Ponto de Equilíbrio ........................................................................................... 58

2.5.4 Alavancagem de capital ................................................................................... 60

2.6 O uso de fluxogramas para melhoria da gestão (OSM) ................................. 61 2.7 Relatórios Gerenciais ........................................................................................ 63 3. ESTUDO DE CONTROLES GERENCIAIS DE CUSTEIO – UM CASO NA

MARCIA MORELLI EPP .................................................................................... 66

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3.1 Caracterização da organização ........................................................................ 66

3.2 Descrição e levantamento da situação atual .................................................. 73

3.2.1 Mapeamento dos processos da unidade-caso ................................................. 74

3.2.2 Relato do Custeio Atual da Empresa................................................................ 82

3.3 Proposição de Controles Gerenciais de Custeio na empresa Márcia Morelli

EPP ..................................................................................................................... 90 3.4 Algumas sugestões a partir dos estudos realizados para a unidade-caso . 98 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 101 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 102 DECLARAÇÃO ....................................................................................................... 112

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ................................................................... 113

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1 INTRODUÇÃO Vive-se num mundo movido praticamente pelo capitalismo, onde as

organizações são a principal fonte de renda da população e são formadas por

pessoas que buscam atingir um objetivo pelo qual não seriam capazes de alcançá-

los individualmente. CHIAVENATO (2006)

As organizações são sistemas que recebem recursos, transformam, e

retornam a aplicá-los. É um sistema aberto, que em contato com outros, se tornam

dependente de um maior, ou seja, sua cadeia de valor. E, hoje é de suma

importância que estes conceitos estejam internalizados em cada empresa e em seu

empreendedor, pois a valorização e a manutenção desse ambiente é um dever de

todos. CHIAVENATO (1998)

A busca pelos objetivos se faz diante da necessidade ou desejo de cada

membro da organização, sendo assim é um sistema que busca a concretização das

metas empresariais, mediante também, a realização dos objetivos individuais de

seus colaboradores.

A globalização, algo que nos parece tão falado, porém cada vez mais latente

em nossa realidade, tem feito com que muitos paradigmas do movimento capitalista,

tanto na administração e quanto na sociedade fossem superados.

Com isto se torna cada vez mais importante o desenvolvimento e implantação

de meios pelo qual seja possível, estar ativo neste sistema de forma competitiva e

socialmente correta, hoje os gestores podem contar com vários meios de

mensuração do impacto de suas decisões, tanto na organização como no meio

social, são controles que proporcionam ao gestor base na sua tomada de decisões.

O mercado se tornou mais exigente, pois os consumidores estão mais

informados, com isso as decisões exigem mais rapidez e eficácia, mas para que isso

possa acontecer, é necessário ter controles gerenciais que possibilitem agir desta

maneira, para isso é fundamental o investimento nestas ferramentas pelo retorno em

vários aspectos à organização

O controle gerencial de custeio é uma das formas da empresa conhecer sua

realidade econômica e financeira, apurando a liquidez e a rentabilidade, para estar

apta a diagnosticar possíveis problemas ou oportunidades, refletindo diretamente no

serviço ou produto, disponibilizando ao gestor informações para saber a hora correta

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para tomar decisões, e quais as ações corretivas que o resultarão em um retorno

eficaz que possibilite a organização atuar de forma competitiva no mercado, este

controle é formado por informações quantitativas e qualitativas obtidas por meio do

estudo dos fluxos financeiros da organização.

A empresa Márcia Morelli EPP atua no mercado de fabricação de artigos para

decoração, tendo sua única fábrica na cidade de Balneário Piçarras-SC, onde

atende hoje uma rede de franquias com mais de 70 lojas em todo o país e mais um

centro de distribuição próprio para lojas multimarcas e esta em busca da

consolidação da sua marca própria de produtos.

Assim, a necessidade de melhorar seu processo de gestão faz com que se

envidem esforços para delinear controles gerenciais de custeio para tomada de

decisões, exigidas pela rápida expansão que sofreu, possibilitando fabricar produtos

que permitam o retorno financeiro desejado e a mantenha no mercado de forma

competitiva.

1.1 Problema e justificativa da Pesquisa

Com o objetivo de propor a empresa Márcia Morelli EPP controles gerenciais

de custeio que a possibilite atuar de forma competitiva no mercado e que de acordo

com Lakatos (2003) o problema de pesquisa esclarece a dificuldade específica a

qual se defronte e que se pretende resolver por intermédio de pesquisa, o

acadêmico definiu o seguinte problema de pesquisa:

Quais controles gerenciais de custeio podem ser delineados,

a partir dos estudos de custeio realizados, para a empresa Márcia Morelli EPP?

A resolução desse problema de pesquisa pode proporcionar a empresa

Márcia Morelli EPP meios para definição do preço de venda e para cálculo do ponto

de equilíbrio, pois no entender de Hoji (2007, p. 121) “a determinação do preço de

venda é uma das atividades mais importantes de uma empresa”.

Este problema foi escolhido diante da visível deficiência de controles

gerenciais de custeio na unidade-caso, que passou por um período de rápida

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ascensão impulsionado pelo crescimento do seu principal cliente, isso fez com que a

empresa de atuação local se transformasse em uma organização que distribui seus

produtos por todo território nacional, sendo assim, é um tema de suma importância

tanto para empresa, quanto para a universidade, pois estará contribuindo com

informações para demais pesquisas na mesma área.

Em relação à originalidade do trabalho de estágio, pode ser considerada

positiva por não haver registros de com o mesmo propósito no Centro de Ciências

Sociais Aplicadas do Vale do Itajaí, e nenhum estudo como este também havia sido

feito anteriormente na unidade-caso.

Diante da questão viabilidade, não foram encontrados problemas, os custos

da pesquisa foram somente referente ao material de expediente. Quanto à

acessibilidade às informações e as pessoas envolvidas na área também não foram

encontrados problemas, sendo que o trabalho de estágio é de total interesse da

unidade-caso.

1.2 Objetivos do Trabalho

Para resolução do problema de pesquisa, o objetivo geral o qual de acordo

com Lakatos (2003) “esta ligado a uma visão global e abrangente do tema” e no

entender de Richardson (1999, p.62) é “o que se pretende alcançar com a realização

da pesquisa” será a proposição de controles gerenciais de custeio na empresa

Márcia Morelli EPP, para alcançá-lo, tem-se como objetivos específicos:

Mapear e descrever o processo de gestão da unidade-caso.

Levantar os dados e informações de custeio.

Elaborar controles gerenciais de custeio apropriados a empresa.

Propor relatórios de formação de preço de venda, ponto de equilíbrio

Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Fluxo de

Caixa e Ponto de Equilíbrio Contábil.

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1.3 Aspectos metodológicos Este tópico tem por objetivo definir e descrever a maneira utilizada pelo

Acadêmico para a elaboração da pesquisa (métodos e tipologia da pesquisa,

delimitações), bem como a forma de coleta e tratamento dos dados para que os

objetivos do estudo fossem ser alcançados.

1.3.1 Caracterização da pesquisa

Como a pesquisa demandou a coleta informações sobre a gestão da unidade-

caso, ela foi qualitativa, e em relação aos dados dos gastos e das receitas, é

quantitativa. Assim, para Richardson (1999, p.90):

“[...]o método quantitativo representa, em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, conseqüentemente, uma margem de segurança quanto as inferências”

E para Oliveira (2002, p.116) a pesquisa qualitativa é:

“Justifica-se o fato de o tratamento qualitativo de um problema, que pode até ser uma opção do pesquisador, apresentar-se de uma forma adequada para poder entender a relação de causa e efeito do fenômeno e conseqüentemente chegar a sua verdade e razão [...]”

A tipologia adotada neste trabalho de estágio foi à pesquisa-diagnóstico, pela

necessidade de explorar o ambiente e levantar os dados para o estudo, com isso

buscou-se o maior numero de informações necessárias na unidade-caso para

melhor entendê-la, em seguida a proposição de planos para os controles gerenciais

de custeio apropriados.

O Delineamento desta pesquisa ocorreu pelos métodos de pesquisa

descritiva, pesquisa exploratória e estudo de caso.

Por se tratar de uma pesquisa que busca propor uma solução ao um

problema de uma unidade-caso específica, foi utilizado o método de estudo de caso,

o qual de acordo com Gil (1991, p. 59):

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“A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para construção de hipóteses e reformulação de problemas [...]”

Para o melhor entendimento da unidade-caso de maneira geral, a fim de

poder visualizar sua realidade e reais necessidades, foi utilizado o método de

pesquisa descritiva, que de acordo com Oliveira (2002, p. 114) o método de

pesquisa descritivo “possibilita o desenvolvimento de um nível de análise em que se

permite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação e

classificação.

Com o objetivo de se aprofundar nas informações da unidade-caso e

relevantes ao problema, utilizou-se o método de pesquisa exploratória, que de

acordo com Gil (1991, p. 45) é que:

“[...] estas pesquisas tem como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado”.

Desta forma, percebe-se que o mapeamento e a descrição dos processos na

Márcia Morelli EPP caracteriza-se como pesquisa exploratória.

1.3.2 Contexto e Participantes do Trabalho de Estágio

Por se tratar de um estudo de caso, os participantes foram os colaboradores

da Márcia Morelli EPP para melhor entendimento da sua atividade, processos e

trâmites, a fim de propor controles gerenciais a empresa estudada.

O estudo considerou a amostra intencional ou de seleção racional a fim de

assegurar a presença das informações necessárias para o diagnóstico da empresa e

a proposição dos planos, ou controles gerenciais de custeio, de acordo com

Richardson (1999, p. 161), “[...] se o plano possuir características que definam a

população é necessário assegurar a presença do sujeito-tipo. Desse modo, a

amostra intencional apresenta-se como representativa do universo”.

O Acadêmico fez uso da observação participante para coleta dos dados por

estar envolvido nos processos necessários para o estudo e o desenvolvimento da

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pesquisa na unidade-caso, para Lakatos (2001, p.90) esse tipo de observação

“consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo, ele se

incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um membro do

grupo que está estudando e participa das atividades normais dele”.

1.3.3 Procedimentos e Instrumentos de Coleta de Dados

Para efetivação da pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos: uma

entrevista informal semi-estruturada com os colaboradores para melhor

entendimento dos processos desenvolvidos pela empresa, e o entendimento destes

processos pelos colaboradores da área financeira e de gestão, a análise documental

dos controles já exercidos pela empresa, e a pesquisa a fontes bibliográficas.

De acordo com Gil (1999 p.119) a entrevista informal é o tipo “menos

estruturado possível e só se distingue da simples conversação porque tem como

objetivo básico a coleta de dados. E que se pretende com esse tipo de entrevista é a

obtenção de uma visão geral do problema pesquisado”.

Segundo Gil (1999 p. 166) a análise de documentos da empresa ou fontes de

papel “são capazes de oferecer um conhecimento mais objetivo da realidade”.

No entender de Marconi (2002 p.71) a pesquisa bibliográfica tem principal

objetivo “colocar o pesquisados em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou

filmado sobre determinado assunto [...]”.

1.3.4 Tratamento e Análise de Dados

O tratamento e análise dos dados, os quais coletados para a pesquisa por

meio de informações extraídas das entrevistas, da observação feita pelo acadêmico,

da análise documental da empresa e das pesquisas bibliográficas, sendo assim foi

utilizada a técnica de análise de conteúdo que Gil (1999 p.130) define da seguinte

maneira:

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“A técnica de análise de conteúdo vem-se desenvolvendo nestes últimos

anos com a finalidade de descrever, sistematicamente, o conteúdo das

comunicações.”

Em relação aos dados quantitativos, o tratamento e análise foram feitos por

meio de controles, classificações, índices e ilustrações desenvolvidos em planilha

eletrônica por meios dos aplicativos Microsoft® Office Excel® 2007 e o Microsoft®

Office Visio® 2007, ambos são parte integrante do pacote de aplicativos Microsoft®

Office 2007.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo tem por objetivo trazer alguns breves conceitos da Ciência

Social da Administração, suas respectivas teorias que aos poucos foram fazendo

com que a Administração fosse de uma função que objetivava tornar os movimentos

mais eficientes possíveis a fim de aumentar a produção, até hoje, que é uma área

que visa ter uma visão holística de fora da organização e sistêmica para dentro.

Dentre os assuntos tratados, o Acadêmico também aborda as principais

funções de administração e as principais áreas, como Marketing, Recursos

Humanos, e principalmente a Administração Financeira, aonde procurou-se

aprofundar mais a fim de possibilitar ao Acadêmico as informações necessárias para

alcançar os objetivos propostos.

2.1 Contextualização e aspectos conceituais da administração

A sociedade a qual estamos inseridos é composta por várias outras

comunidades, círculos e conseqüentemente organizações ou empresas a qual

resultou de uma maneira das pessoas se organizarem em função de um objetivo

maior, e segundo Chiavenato (1994 p.1):

“As empresas constituem uma das mais complexas e multifacetadas invenções do homem. Sua complexidade e diversidade emergem na medida em que se visualizam as empresas de um modo global e abrangente, tanto do ponto de vista endógeno de suas características internas de diferenciação e integração organizacional, de objetivos e estratégias para atingi-los, de comportamento organizacional, de tipos de participante, de tecnologias utilizadas etc., como do ponto de vista exógeno de seu contexto ambiental envolvido pelos seus domínios”.

Com o passar do tempo, criou-se e deu-se a devida atenção a tarefa de

administração de empresas, a qual mais tarde tornou-se uma função, que por sinal é

muito turbulenta por tratar de fatores contingenciais, tanto dentro como fora das

organizações, e para isso alguns estudiosos desenvolveram teorias que até hoje

servem como fundamento da administração de empresas, Chiavenato (1994 p. 3)

entende que “é interpretar os objetivos propostos pela empresas e transformá-los

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em ação empresarial através de planejamento, de organização, de direção e

controle, a fim de atingir tais objetivos.”

2.1.1 Funções do Administrador

Esta parte do trabalho mostra um pouco de cada função que deve ser

desempenhada por cada gestor, administrador ou gerentes em qualquer ramo de

atividade ou porte da empresa.

Segundo Lacombe (2006 p. 49) “administrar é o ato de trabalhar com e por

meio de pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus

membros”

Planejar: planejar é algo presente dentro das organizações como fora, por isso é de

suma importância que saibamos planejar nossas ações, nossas vidas, os processos,

para Maximiano (2007 p.12) “o processo de planejamento é a ferramenta para

administrar as relações com o futuro. As decisões que procuram de alguma forma,

influenciar o futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões de

planejamento.”

E, para Lacombe (2006 p.49) planejar é “pensar antecipadamente o que se

deseja alcançar e determinar os meios e recursos para se concretizar esse desejo”

Esta função permite ao administrador fazer com que o futuro não seja uma

surpresa e possibilite delinear os caminhos, os meios para que os objetivos

organizacionais sejam alcançados.

Organizar: A organização é um sistema formado por vários processos e pessoas,

estas pessoas têm qualidades e aptidões desenvolvidas para área diversas, e por

incrível que pareça é função do administrador identificar estas aptidões para

direcionar cada pessoa ao setor onde provavelmente desempenhará seu trabalho

com maior eficácia. Para Lacombe (2006 p. 49) organizar é o:

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“processo de identificar, dividir e alocar o trabalho. Isto envolve, identificar, dividir e agrupar o trabalho a ser realizado; definir responsabilidades e autoridades e estabelecer as relações entre os grupos de modo a possibilitar que as pessoas trabalhem eficazmente para atingir os objetivos”.

E ainda Maximiano (2007 p. 12) define:

“Organização é o processo de dispor de recursos em uma estrutura que facilite a realização dos objetivos. O processo de organizar consiste no ordenamento dos recursos, ou na divisão de um conjunto de recursos em partes coordenadas, segundo algum critério ou princípio de classificação”.

Portanto, esta função é a maneira do administrador utilizar com maior

eficácia, os recursos disponíveis na empresa

Dirigir/Liderar: Vivemos na época da valorização do capital humano das

organizações, com isso a liderança desempenhada por cada administrador torna-se

cada vez mais o diferencial, pois é por meio dessa liderança que os resultados da

equipe de trabalho se mostram.

Maximiano (2007 p. 13) afirma que:

“liderança é o processo de trabalhar com pessoas para possibilitar a realização de objetivos. Liderança é um processo complexo, que compreende diversas atividades de administração de pessoas, como coordenação, direção, motivação, comunicação e participação no trabalho em grupo”

E segundo Lacombe (2006 p.49) liderar é “conduzir um grupo, influenciando

seu comportamento, para atingir objetivos e metas de interesse comum do grupo, de

acordo com uma visão do futuro baseada num conjunto coerente de idéias e

princípios”.

O fator com certeza é algo que as organizações vem priorizando em seus

planejamentos, por estar aumentando a dificuldade de se encontrar bons

profissionais e mantê-los na organização.

Controlar: Outra função administrativa, o processo de controlar, é tão importante

quanto o anterior, planejar, pois de nada adianta traçar metas, objetivos e

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estratégias para atingir os mesmos sem estar verificando periodicamente o

andamento dos processos, no entender de Maximiano (2007 p. 12):

“organização é o processo de dispor os recursos em sua estrutura que facilite a realização dos objetivos. O processo de organizar consiste no ordenamento dos recursos, ou na divisão de um conjunto de recursos em partes coordenadas, segundo algum critério ou princípio de classificação.”

E para Lacombe (2006 p. 50) controlar é “assegurar que as atividades da

organização levam-na em direção aos objetivos. Isso envolve: medir o desempenho

compará-lo com o desejado, e tomar medidas corretivas necessárias”.

O controle é tão importante quanto o planejamento, pois vários fatores e

variáveis atuam sobre a empresa e o planejamento desenvolvido, com isso muitas

vezes a empresa se encontra “fora do trilho” para alcançar os objetivos definidos, e o

controle existe exatamente para verificar esse momento e tomar medidas corretivas.

Por isso, a necessidade de delinear relatórios gerenciais que permitam a unidade-

caso, exercer o controle sobre seus atos administrativos.

2.2 Teorias e áreas da administração O acadêmico tem por objetivo neste capítulo trazer um pouco da origem da

administração por meio das teorias, e também as descrever as principais funções de

um gestor, sendo ou não o proprietário da empresa, ações que o administrador deve

ter atuando em qualquer área ou função.

2.2.1 Teorias da Administração

Este capítulo tem como objetivo repassar um pouco de algumas das mais

importantes teorias que nortearam a administração e ainda hoje servem como

fundamentos.

A primeira e mais antiga teoria da administração criada por Henry Fayol

(1841-1925) engenheiro francês, foi a Teoria Clássica, o desenvolvimento desta

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teoria foi baseado na visão anatômica da organização, afirma Chiavenato (1994 p.

10) que Fayol “defendia uma visão anatômica da empresa em termos de

organização formal, isto é, síntese dos diferentes órgãos que compõe a estrutura

organizacional, suas relações e suas funções dentro do todo.” E para Maximiano

(2007 p. 46) define a teoria clássica como um “conceito que permite classificar

outros conceitos e técnicas dentro das funções - planejamento, organização e assim

por diante. É uma idéia simples, mas muito poderosa, que permite estudar a

organização de forma lógica

E, Chiavenato (1994 p. 10) diz que Fayol enxergava as funções da empresa

desta maneira:

técnicas, relacionada à produção de bens ou serviços da empresa;

comerciais, relacionadas à compra, vendas e permutação;

financeiras, relacionada com a procura e gerência de capitais

segurança, relacionada com a proteção e preservação de bens e pessoas.

contábeis, relacionadas com os inventários, registros, balanços, custos e

estatísticas. administrativas, relacionada com a integração de cúpula das outras cinco

funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais

funções da empresa, pairando sempre acima delas.

De acordo com Chiavenato (1994), Fayol defendeu a tese que as funções

administrativas eram regidas por cinco atividades, as quais o administrador teria que

fazer independente do cargo que ocupe na organização, as quais para o autor

referenciado são:

Prever, visualizar o futuro e traçar um programa de ação.

Organizar, constituir o duplo organismo material e social da empresa.

Comandar, dirigir e orientar o pessoal.

Coordenar, ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos.

Controlar, verificar que tudo ocorra de acordo dentro das regras estabelecidas

e as ordens dadas.

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Já o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), buscou enxergar a

organização com uma visão mais formal, criando assim a Teoria da Burocracia,

criando processos que tivessem como objetivo a racionalidade, a eficiência do

contexto organizacional, de acordo com Chiaventato (1994 p. 12) Weber definiu os

seguintes princípios:

Formalização

Divisão do trabalho

Princípio da hierarquia

Impessoalidade

Competência técnica

Separação entre propriedade e administração

Profissionalização do funcionário

Para Maximiano (2007 p.36) Weber acreditava que a teoria era:

“[...]um esquema que procura sintetizar os pontos a maioria das organizações formais e modernas. Weber descreveu as organizações burocráticas como máquinas totalmente impessoais, que funcionam de acordo com as regras que ele chamou de racionais – regras que dependem da lógica e não de interesses pessoais.

O sistema burocrático de Weber era totalmente baseado em técnicas,

procedimentos para que assim a organização pudesse atingir uma padronização no

desempenho dos colaboradores sem misturar os sentimentos e influências pessoais

de cada um deles.

Porém Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão buscou outra maneira de

enxergar a organização, buscou compreende-la como um sistema, composto por

subsistemas que se relacionam afim de um objetivo.

Este sistema recebe recursos do ambiente externo, o processa, e devolve

estes recursos processados ao ambiente, gerando também um retorno ou chamado

feedback.

Para Chiavenato (1998 p.484) “um sistema é um conjunto de objetos unidos

por alguma forma de interação ou interdependência”, ou teorias geral dos sistemas

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veio com um propósito totalmente prático, buscando soluções de aplicações

empíricas.

Com nova visão, fez analogias entre os sistemas celulares e o ambiente

organizacional, levando a crer que os dois utilizavam o mesmo princípio para

sobrevivência.

No entender de Chiavenato (1998 p. 479) Ludwig afirmara que:

“A TGS afirma que as propriedades dos sistemas não podem ser descritas significativamente em termos de seus elementos separados. A compreensão dos sistemas somente ocorre quando estuda os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências e suas partes. A água é diferente do hidrogênio e do oxigênio que a constituem. O bosque é diferente de cada uma de suas árvores.”

E para Maximiano (2007 p. 40) Ludwig definira como conceito desta teoria:

“O ponto de partida do enfoque sistêmico é a idéia de sistema. Sistema é um todo complexo ou organizado; é um conjunto de partes ou elementos que formam todo unitário ou complexo. Um conjunto de partes que interagem e funcionam como todo é um sistema.”

Como fundamentos, a TGS utilizava três premissas descritas por Chiavenato

(1998 p. 479):

a) Os sistemas existem dentro de sistemas. As moléculas existem dentro

das moléculas, as células dentro dos tecidos, os tecidos dentro dos órgãos,

os órgãos dentro dos organismos, e assim por diante. b) Os sistemas são abertos. É uma decorrência da premissa anterior. Cada

sistema, exceto o menor e o maior, recebe e descarrega algo em outros

sistemas, geralmente aqueles que lhe são contínuos. Os sistemas abertos

são caracterizados por um processo de intercâmbio infinito com seu

ambiente, que são nos outros sistemas. c) As funções de seu sistema dependem de sua estrutura. Para os

sistemas biológicos e mecânicos esta afirmação é intuitiva. Os tecidos

musculares e mecânicos, por exemplo, contraem-se porque são

constituídos de uma estrutura celular que permite contrações para poderem

funcionar.

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Com isso, a TGS veio de certa forma revolucionar o sistema tradicional da

administração, fazendo com que as organizações e seus gestores olhassem para

fora e entendesse que fazem parte de um sistema maior que recebe recursos de

fora, os transforma, e os expeli novamente a um sistema maior ou contínuo.

Com o passar do tempo, os conceitos sobre a ciência da administração e da

organização foram mudando, e foi possível notar uma característica marcante nas

organizações, mesmo tendo que controlar tempos e movimentos, ter vários

processos formais e burocráticos e ser um sistema, ela é algo contingencial, a partir

daí nasce a teoria que pode ser considerada mais atual, a Teoria da Contingência,

criada por Lawrence e Lorsch, que além da contingência também se baseia nos

seguintes princípios de acordo com Chiavenato (1998 p. 585):

a) A organização é de natureza sistêmica; ela é um sistema aberto.

b) As Variáveis organizacionais apresentam um complexo inter-

relacionamento entre si e com o ambiente. Isto explica a íntima relação

entre as variáveis externas (com a certeza e estabilidade do ambiente) e

os estados internos da organização (diferenciação e integração

organizacionais), bem como tipo de solução utilizada nos conflitos

interdepartamentais e interpessoais.

c) A estrutura interna da organização representa um conjunto combinado de

três pontos de confrontação: - organização-ambiente; - confrontação para

o grupo; - indivíduo e organização.

A teoria contingencial buscou os pontos fortes das teorias anteriores como o

conceito da formação de sistemas e também uma tendência mais humanística

baseada na escola com ênfase nas pessoas.

Um dos pontos fortes dessa teoria é a percepção da particularidade da

situação de cada organização, Chiavenato (1998 p. 586) afirma que:

“[...] verificou-se também que não existe um tratamento ideal para a organização das tarefas dos indivíduos. ao contrário, o melhor tratamento depende do tipo de trabalho a ser feito. As empresas com metas perfeitamente previsíveis funcionam melhor que uma organização caracterizada por normas altamente formalizadas [...].”

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E, de acordo Lacombe (2006 p. 41) a teoria da contingência aborda que: “as

condições do ambiente causam as transformações no interior das organizações e

não se consegue alto nível de satisfação de sofisticação organizacional com a

aplicação de um só modelo”.

É considerada uma teoria ajustável a organização diante do confronto

organização-ambiente.

2.2.2 Áreas da Administração Nesta seção o Acadêmico buscou descrever parcialmente cada área da administração com seus respectivos objetivos funções principais. 2.2.2.1 Recursos humanos

Esta área da administração é voltada para gerir o bem mais precioso da

organização, as pessoas.

Por meio dessa gestão são criadas e aplicadas às políticas e os

procedimentos que influenciarão no comportamento dos colaboradores dentro e

muitas vezes até fora da própria organização, por isso tem grande responsabilidade

por lidar com esse capital que com certeza faz todo diferencial dentro de uma

empresa.

De acordo com Chiavenato (2006 p.130)

“a ARH é contingencial, ou seja, depende da situação organizacional: o ambiente, da tecnologia empregada pela organização, das políticas e diretrizes, da filosofia administrativa preponderante, da concepção existente na organização acerca do homem e de sua natureza e, sobretudo, da qualidade e quantidade dos recursos humanos disponíveis.”

E no entender de Maximiano (2007 p. 10):

“A função de recursos humanos, ou de gestão de pessoas, tem como objetivos encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização necessita. Isso envolve atividades que começam antes de uma pessoa ser empregada da organização e vão até depois que a pessoa se desliga”

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Por isso os profissionais dessa área antes de tudo devem ter grande empatia

em lidar com pessoas, principalmente devem levar em conta que cada colaborador

antes de tudo é um ser humano que deve ser respeitado, e, além disso, deve ter

suas diferenças respeitadas dentro do seu ambiente de trabalho.

2.2.2.2 Marketing O Marketing serve como ponte para união das demais áreas da organização e

administração conseqüentemente, pois para o seu funcionamento pleno, é

necessária a harmonia entre as demais áreas, tendo como base o conhecimento do

mercado o qual a organização esta inserida e o comportamento do consumidor para

poder entendê-lo e assim seduzi-lo comercialmente, levando a desejar um produto.

Mas para isso o Marketing dispõe de várias ferramentas como a publicidade,

propaganda, matriz BCG e o merchandising

O Marketing é com certeza uma área ajustável tanto a empresa quanto ao

mercado em que a mesma esta inserida, de acordo com Kotler (1998 p.32),

“administração de marketing é o processo de planejamento e execução da

concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços para criar

trocas que satisfaçam metas individualmente e organizacionais”

Para Maximiano (2007 p.8) “o objetivo básico da função de Marketing é

estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes, consumidores,

usuários e público-alvo. Tanto nas organizações lucrativas quanto as não lucrativas

realizam atividades de Marketing.”

E com certeza que tão importante como conhecer o mercado e o consumidor, é

o conhecer a própria empresa e os produtos e serviços que prestam, e com certeza

isso se faz possível por meio dessa área.

2.2.2.3 Administração da produção e operações A administração de produção (empresas industriais) e operações (empresas

prestadoras de serviço) é responsável por um fluxo pelo qual envolve toda cadeia

produtiva, desde a entrada de insumos seja ele qual for, a transformação do mesmo,

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e a entrega do produto ou serviço ao cliente, levando em consideração alguns

fundamentos:

Qualidade do bem ou serviço;

Logística interna e externa adequada;

Baixo custo no processo produtivo e o acompanhamento dos processos

No entender de Martins (2005 p.6) a administração de produção/operações

envolve “atividades, na tentativa de transformar insumos, tais como matérias-primas,

em produtos acabados e/ou serviços, consomem recursos e nem sempre agregam

valor ao produto final.”

E para Slack (1999 p. 29) a produção é:

“[...] central para a organização porque produz os bens e serviços que são a razão de sua existência, mas não é a única nem, necessariamente, a mais importante. Todas as organizações possuem outras funções com suas responsabilidades específicas. Embora essas funções tenham sua parte a executar nas atividades da organização, são (ou devem ser) ligadas com a função produção, por objetivos organizacionais comuns”

Então, ela é basicamente voltada para a atividade da empresa, seja a

produção de bens ou de serviços, visando a excelência nesse processo, resultando

em economia e rapidez para empresa, e qualidade e satisfação do cliente.

2.2.2.4 Administração financeira

Responsável pela liquidez e rentabilidade da organização, a administração

financeira gerencia as finanças da empresa de modo que possibilite a mesma gerar

um lucro líquido cada vez maior, e conseqüentemente, uma maximização no

patrimônio.

Baseada em controles e registros, uma administração financeira correta

possibilita o responsável da área, visualizar a verdadeira situação e possível risco à

organização, fundamental para o planejamento, por lidar com os recursos envolvidos

tanto na atividade organizacional como para qualquer outra.

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Nas pequenas empresas, a função de administrador financeiro não é definida

por estar atribuída a gerencia geral, porém a referida função existe em qualquer

organização independente de seu tamanho, segundo Ross (2000 p. 34):

“o objetivo financeiro básico dos administradores é a maximização da riqueza da empresa. A riqueza da empresa é aquela riqueza pela qual a administração exerce controle efetivo, esta intimamente associada ao crescimento e ao tamanho da empresa”

E para Maximiano (2007 p.9) a função financeira cuida do dinheiro da empresa e:

“tem por objetivo a proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros, o que inclui a maximização no retorno dos acionistas, no caso das empresas. Ao mesmo tempo a função financeira busca manter certo grau de liquidez, para que organização consiga cumprir seus compromissos.”

Assim, para Ross (2000) é a maneira pela qual o administrador ira gerir os

recursos das empresas e chegar ao resultado, ou lucro, desejado.

2.3 Gestão das organizações

Um dos principais papéis do administrador dentro de uma organização é a

gestão dos recursos disponíveis, fazendo isso de maneira eficiente para alcançar

resultados eficazes, porém estes resultados podem ser vagos, se não controlados e

realmente conhecidos, mas primeiramente, os recursos disponíveis devem ser

suficientes e qualificados o bastante, de acordo com Souza (2006, p.2) “muitas

firmas que buscam a excelência empresarial, poderiam lograr um êxito bem maior,

inclusive econômico, se tivesse mais programas de qualificação.”

Ou seja, a gestão empresarial é uma função que vai além dos limites físicos

da empresa, é um sistema aberto e que sofre influência do meio em que atua,

conseqüentemente seus colaboradores também sofrem, inclusive o gestor, por isso,

este programas de qualificação também devem incluir a preocupação com a

qualidade de vida deste colaborador, pois o mesmo passa muitas vezes mais tempo

dentro da organização que fora dela, no entender de Bernardi (2003 p. 35):

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“Os efeitos colaterais e secundários, na perseguição exclusiva dos lucros e no comportamento agressivo, passaram a ser questionados e diagnosticados como indícios de um modelo que apresentava muitas falhas e resultados sociais e ambientais duvidosos. Um novo modelo comportamental/empresarial tornou-se necessário para mudar a natureza dos laços com o ambiente: um modelo simbiótico, sistêmico e holístico”

Com o objetivo de se tornar uma organização competitiva no mercado atual,

Bernardi (2003 p. 34) acredita que qualquer organização deva apresentar as

seguintes características:

Objetivos – maximização dos lucros;

Mudanças – previsibilidade e continuidade do passado;

Motivação – recompensas pela estabilidade e eficiência;

Risco – minimização dos riscos pelo controle.

Cada vez mais, a função das organizações vem despertando para a real

responsabilidade que tem sobre seus colaboradores e todas as pessoas que se

envolvem na mesma, tendo uma visão e interferência holística sobre o meio, pois

utiliza os recursos deste meio em sua atividade operacional, para fabricação de

produtos ou prestação de serviços, Bernardi (2003 p. 35) acredita que para isto

possa se tornar cada vez mais presente e verdadeiro, a organização deve entender:

pertencimento a um todo complexo e inter-relacionado;

mudança como algo normal e inerente ao sistema;

riscos e incertezas como normais no processo;

experiências cujos resultados são difíceis de controlar;

existência de conflitos num ambiente mais livre;

busca do potencial da empresa em vez do lucro imediato;

criação de laços mutuamente lucrativos;

flexibilidade e agilidade;

adaptabilidade.

Compreende-se então que a área de atuação de uma organização,

independente do seu porte é muito ampla, é uma rede de relacionamentos diretos e

indiretos que dependem desse sistema vivo, por isso cada vez mais busca-se

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profissionais com uma visão holística e que compreendam o comportamento

contingencial das empresas

As organizações modernas devem aprender a conviver com as mudanças, e

tirar proveito disso, agregando valor para si, entendendo as mais diversas teorias

para tirar de cada uma algo que realmente se encaixe com a sua realidade,

adotando a percepção ao mercado globalizado, tendo intuição e flexibilidade para

molda-se as novas realidade. (BERNARDI, 2003)

Para que a gestão atinja o âmbito holístico, o administrador ou gestor deve

entender que independente do tamanho da organização, suas atividades podem ser

divididas em três tipos de trabalho (DRUCKER, 2006):

1. operacional: a gestão dos recursos já existentes.

2. alta gerência: são tarefas multidisciplinares que vão desde repensar a

missão da empresa, fixar padrões de desempenho, responsabilidade

social e ambiental até funções cerimoniais.

3. inovador: que busca trazer inovações para organização em que atua.

Para Drucker (2006, p. 5) “a administração é uma disciplina de estudo. Mas é

também gente. Cada realização da administração é realização de um administrador.

Cada deficiência é deficiência de um administrador”.

O sucesso ou fracasso de uma organização é reflexo do Planejamento,

Organização, Direção/Liderança e Controle do gestor, ele não deve executar todas

as tarefas mais importantes, mas deve saber quem às executa, e se a faz de forma

correta.

2.3.1 Contabilidade de gestão / Controladoria

A contabilidade de gestão é o meio que o administrador tem de utilizar dos

recursos da contabilidade para fins de gestão, e não fiscais, de maneira que

números possam refletir a situação da empresa, a realidade, e possibilitando ao

gestor identificar os pontos que devem ser trabalhados.

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Por se tratar de algo relativamente novo no Brasil, a controladoria,

principalmente em empresas de médio e grande porte, aonde tanto o setor como as

funções de controlador são mais definidas, segundo Oliveira (2002 p.13)

“pode-se entender controladoria como o departamento responsável pelo projeto, elaboração, implementação, e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade, com ou sem finalidades lucrativas”

Entende-se assim que a controladoria é uma área que busca por meio do

cruzamento de informações das diferentes áreas de administração pra

implementação de controles e ferramentas que possibilitem assim algumas o

alcance de alguns objetivos definidos por Oliveira (2002 p.13):

Organizar e reportar dados e informações relevantes para os tomadores de

decisões;

Manter permanente monitoramento sobre os controles das diversas

atividades e do desempenho de outros departamentos;

Exercer uma força ou influencia capaz de influir nas decisões dos gestores

da entidade.

Com isso, a área da controladoria em pleno exercício de suas atribuições

pode ser considerada como uma das mais importantes fontes de informações para o

gestor da empresa, por proporcionar a informação desejada, da forma correta na

hora desejada. estas funções são definidas por Oliveira (2002 p.17) como:

Estabelecer, coordenar e manter um plano integrado para o controle das

operações;

Medir a performance entre os planos operacionais aprovados e os padrões,

reportar e interpretar os resultados das operações dos diversos níveis

gerencias;

Medir e reportar a eficiência dos objetivos do negócio e a efetividade das

políticas, estrutura organizacional e procedimentos para o atingimento

desses objetivos

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Prover proteção para os ativos da empresa. Isso inclui adequados controles

internos de seguros;

Analisar a eficiência dos sistemas operacionais

Sugerir melhorias para a redução de custos;

Verificar sistematicamente o cumprimento dos planos e objetivos traçados

pela organização.

Analisar causas de desvios e sugerir correção destes planos dos

instrumentos e sistemas de controle.

Analisar a adequação na utilização dos recursos materiais e humanos da

organização.

Em suma, revisar e analisar os objetivos e métodos de todas as áreas da

organização, sem exceção.

E, para Mosimann (1999 p. 88):

“controladoria tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborar com os gestores em seus esforços de obtenção de eficácia de suas áreas quanto aos aspectos econômicos, por meio da coordenação dos esforços dos gestores das áreas”.

Assim, o profissional da área de controladoria tem que ter suporte de um

sistema integrado de informações ou controles bastante úteis para que possa servir

como fonte de informações a gestão empresarial, mas que isso, mensurar a

eficiência da empresa em todos os processos envolvidos na sua atividade, sempre

propondo algo para melhoria e redução dos custos.

2.3.2 Sistema de informações contábeis (SIC)

A evolução tecnológica tem trazido mudança em todas as áreas,

principalmente no conceito de sistemas dentro das organizações, a visão de uma

organização como um sistema ganhou espaço, com isso foi possível uma maior

compreensão do funcionamento dos processos, elementos integrantes,

principalmente a relação desse sistema com o ambiente externo, para O’Brien

(2006, p. 8) “um sistema não existe em um vácuo; na verdade ele existe e funciona

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em um ambiente que contém outras sistemas. Se um sistema foi componente de um

sistema maior ele é um subsistema e o sistema maior é o seu ambiente”.

Também, se a aplica aos sistemas de informações, neles as entradas são os

dados primários que são processados e transformados em informações na saída,

gerando um retorno ou feedback a organização. (O’BRIEN, 2006)

Então num sistema de informação onde existe a entrada, o processamento e

a saída de informações gerando um retorno, sua principal função é o processamento

de dados para gerar informações.

Já na contabilidade, a utilização de sistemas não só para armazenamentos de

dados, mas para gerar informações necessárias para a fiscalização e para a gestão

das organizações foi o principal objetivo de sistemas que centralizassem e gerissem

as informações contábeis de forma à emitir relatórios, para o contador e/ou o gestor.

Como todo o sistema, o SIC ou Sistema de Informações Contábeis, para

funcionar passa pela as etapas de coleta, processamento, armazenamento,

transformação e distribuição das informações, somente um sistema alimentado com

os dados corretos será capaz de emitir as informações necessárias.

Para Ferreira (2009):

“o Sistema de informação Contábil (SIC) possui aspectos que o diferencia dos demais sistemas de informação, por gerar informações em formatos direcionados pelas diretrizes contábeis, que contribuem de forma relevante para o Sistema de Informações Gerenciais (SIG) e, conseqüentemente para o processo decisório das empresas”.

Mas para que o SIC alcance seu objetivo, é necessário que a pessoa, sendo

ele gestor ou contador, que analise as informações geradas, tenha o conhecimento

necessário para interpretá-las, para que assim possa utilizar como base na tomada

de decisão. (BASTOS 2006)

Ferreira (2009) complementa que “de nada adianta a empresa aplicar

enormes quantidades de recursos financeiros em treinamentos, hardwares e

softwares, sem que as pessoas sejam o principal foco”

Por mais que invistam grandes quantias em tecnologia, sistemas e

equipamentos para melhoria de comunicação e gestão, nunca será obtidos o

resultado que se pretende sem que se invista muito mais nas pessoas, no capital

humano.

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No entender de Laudon e Laudon (1998, p. 297) os objetivos do SIC são:

Monitorar o dinheiro devido à empresa;

Monitorar os débitos da empresa;

Resumir as contas da empresa utilizadas para preparar balanços;

Gerenciar os registros de pagamentos e emitir contra-cheques;

Monitorar as receitas e despesas da empresa;

Monitorar as transações de empréstimos a clientes e outros;

Monitorar os depósitos e pagamento de contas de cheques;

Monitorar a compra e venda de ações.

O SIC busca integrar as obrigações que toda empresa deve cumprir mediante

a legislação, com uma base de informações precisas e de grande valia no processo

de gestão, para que isso ocorra é necessária a combinação de pessoas qualificadas

com a tecnologia correta.

2.4 Demonstrativos contábeis

Os demonstrativos contábeis regidos desde 1976 pela Lei 6.404 e alterados

pela Lei 11.638/07, é um conjunto de informações que as empresas, fiscal e

gerencialmente, precisam ter para auxiliar em sua gestão e no tratamento com

organismos fiscais.

Estas informações refletem todas as movimentações, e a atual situação

financeira e econômica da organização, possibilitando também fazer projeções

sobre estes números, Iudídibus (2000, p. 21) acredita que “relatório contábil é a

exposição resumida de dados colhidos pela Contabilidade. Ele objetiva relatas as

pessoas que utilizam os dados contábeis os principais fatos registrados por aquele

setor em determinado período,”

Em 28 de Abril de 2007, entrou em vigor a Lei nº 11.368/07 sancionada pelo

presidente da república, que trouxe grandes mudanças na contabilidade nacional,

tendo como objetivo principal a adequação das normas contábeis, aos padrões

internacionais.

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Estas modificações trouxeram mais transparência aos relatórios contábeis,

por isso as organizações mais afetadas por essa mudança foram as empresas

enquadradas como Sociedade Anônima, ou S/A, que buscam investimentos nos

mercados interno e externo,

As novas regras também atingiram empresas de pequeno e médio, pois a

Demonstração de Resultado de Exercício, o Balanço Patrimonial e a Demonstração

de Fluxo de Caixa também sofreram alterações.

QUADRO COMPARATIVO DAS ALTERAÇÕE DA LEI 11.638/07 ANTES DA LEI 11.638/07 DEPOIS DA PROMULGAÇÃO DA LEI 11.638/07

Publicação da Doar Publicação da DFC As companhias fechadas com PL inferior a R$ 1 milhão estão desobrigadas a publicar a DOAR

As companhias fechadas com P L inferior a R$ 2 milhões estão desobrigadas a publicar a DFC

Escrituração contábil é efetuada de acordo com os princípios de contabilidade, podendo registrar nos livros contábeis ou em livros auxiliares os ajustes decorrentes da legislação tributária ou de legislação especificam sobre a atividade da sociedade.

A escrituração contábil será efetuada de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Eventuais alterações oriundas da legislação tributárias ou especiais deverão ser mantidas em livros auxiliares.

Os efeitos de ajustes contábeis (com algumas exceções previstas na legislação tributária) serão considerados na base de incidência dos impostos.

Os efeitos de ajustes contábeis decorrentes da mudança de norma contábil não poderão ser considerados na base de incidência dos impostos.

Ativo permanente será dividido em Investimento ativo imobilizado e ativo diferido.

Ativo permanente será dividido em Investimento Imobilizado, intangível e diferido.

PL o será dividido em: capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.

PL será dividido em: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Os prêmios recebidos na emissão de debêntures, bem como as doações e as subvenções para investimento, podem ser registrados como reservas de capital.

Os prêmios recebidos na emissão de debêntures, bem como as doações e as subvenções p/ investimento, devem integrar o resultado do exercício.

Os ativos serão avaliados pelo seu custo ou pelos seus valores de mercado, dos dois o menor.

Os ativos serão avaliados pelo custo ou mercado, dos dois o menor. P/ rubricas específicas é aceita a contabilização pelo valor de mercado.

Os passivos são avaliados de forma conservadora e acrescidos de todos os encargos, juros, multas, correções e valores cambiais.

Os passivos serão avaliados de forma conservadora e acrescidos de todos os encargos, juros, multas, correções, e valores cambiais.

Nas operações de incorporação, fusão ou cisão, os saldos vertidos poderão ser registrados pelos valores contábeis.

Nas operações de incorporação, fusão ou cisão, os saldos somente poderão ser vertidos a valor de mercado.

As controladas devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.

As controladas, grupo que esteja sob influencia e controle comum, devem ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial.

Quadro 01: Principais Alterações da Lei 11.368/07 na Contabilidade Fonte: SANA (2008) – Web Artigos

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A transparência visada por esta nova Lei também favorecerá a economia

brasileira e o sistema tributário, ficando mais fácil a identificação de fraudes nestes

relatórios e reduzindo custos de transações internacionais e de financiamento.

O Quadro 01 aborda os principais pontos da nova lei e faz uma comparação

com os referidos tópicos da Lei 6.04/76. Ressalta-se que alguns desses assuntos,

ainda, merecem discussões e regulamentação pelos órgãos normativos e pela

classe contábil e que o prazo concedido para as organizações se enquadrar as

novas regras é até 31 de dezembro de 2010.

Com o constante aumento no grau de investimentos nas empresas, é normal

que as regras, normas, procedimentos e leis venham a se tornar cada vez mais

rígidas para demonstrar o compromisso e idoneidade das organizações. Na

empresa Márcia Morelli EPP, por ser uma organização, que no momento atual,

ainda não foi alcançada pelas modificações trazidas pela Lei 11.638/07, a qual traz

em seu caput um período de transição, foi adotado para efeitos deste trabalho de

pesquisa as normas e procedimentos em vigor da anterior, ou seja, a Lei 6.404/76.

Em relação aos relatórios contábeis, Almeida (2002 p. 14) relaciona o que e a

quem os demonstrativos devem atender:

Legislação do Imposto de Renda (preparação da declaração de rendimentos

e demais obrigações acessórios).

Relatórios Gerenciais internos.

Acompanhamento orçamentário.

Órgãos governamentais (Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Bolsa de

Valores etc.).

Usuários externos, entre eles: bancos, fornecedores, clientes e os

investidores de uma forma geral.

Para efeito deste estudo e tendo em vista o porte da unidade-caso, adotar-se-

á os modelos previstos pela lei 6.404/76 os quais são:

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Balanço Patrimonial (BP): que reflete todo o patrimônio da organização por

meio dos seus bens, diretos e obrigações. Representa uma “foto” da

organização em determinado momento.

Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE): que tem como objetivo

principal a classificação na organização das contas em: receitas, custos e

despesas de acordo com seu grau de relevância, ou seja: por ordem de

importância a fim de apurar o resultado de um período.

Demonstração de Mutação do Patrimônio Liquido (DMPL) ou Demonstração e Lucros ou Prejuízos acumulados (DLPA): estes

demonstrativos, a DMPL deve ser utilizado por empresas classificadas como

Sociedade Anônima e a DLPA pelas limitadas. Eles objetivam relatar as

alterações no patrimônio líquido da organização.

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC): que visa relatar toda a

movimentação ou fluxo financeiro de um determinado período, seja no

regime de competência, onde os fluxos são contabilizados de acordo com o

período em que foi gerados, independente do seu recebimento, ou por

regime de caixa, ao contrário do anterior, aonde são contabilizados somente

após o recebimento ou pagamento de recursos financeiros.

Notas Explicativas (NE): são como uma forma de informações

complementares dos demais demonstrativos contábeis, são quadros

analíticos que possibilitam uma avaliação mais completa dos resultados de

uma organização, com o objetivo de demonstrar maior transparência para os

investidores.

Porém nesta pesquisa foram utilizados os demonstrativos mais voltados para

relatórios gerenciais, sendo estes o Balanço Patrimonial e a Demonstração do

Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).

2.4.1 Balanço patrimonial

O balanço patrimonial de uma empresa como o próprio nome diz, é um

relatório balanceado de todas as informações patrimoniais e financeiras de uma

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organização, Iudícibus (2000 p. 32) afirma que “o balanço patrimonial reflete a

posição financeira em determinado momento (normalmente, no fim de ano) de uma

empresa”.

E Almeida (2002 p.15) acredita que o Balanço Patrimonial Server para

“fornecer a informação necessário para a preparação da demonstração da posição

financeira de uma empresa em determinada data.”

O Balanço Patrimonial é formado basicamente por três partes, sendo elas

descritas por Almeida (2002 p.15):

Ativo (Direitos): São os bens de valor: aqueles que representam um poder de

compra (caixa), um direito a receber (contas a receber), aqueles que poder ser

vendidos e convertidos em caixa ou contas a receber (mercadorias), aqueles que

oferecem benefício potencial, direitos ou serviços a seu proprietário, presente ou

futuro (edifícios, máquinas, terrenos, despesas antecipadas etc.

Passivo (Obrigações): O passivo significa as obrigações a pagar aos credores:

aqueles que financiam o proprietário da empresa (contas a pagar, empréstimos a

pagar), ou seja, o capital de terceiros.

Patrimônio Líquido: A diferença entre o ativo e o passivo (bens e obrigações –

capital de terceiros) é o patrimônio líquido ou capital próprio. Assim, os totais dos

dois lados de um balanço patrimonial são sempre iguais, pois não importa que

transações ocorram, os ativos de uma empresa são sempre iguais aos direitos dos

credores e dos proprietários.

ATIVO PASSIVO CAIXA 100 PASSIVO CONTAS A RECEBER 200 FORNECEDORES A PAGAR 150 ESTOQUES 300 EMPRÉSTIMOS A PAGAR 250 TERRENO 400 TOTAL DO PASSIVO 400

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

CAPITAL SOCIAL 430 LUCROS ACUMULADOS 170 TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 600 TOTAL GERAL 1000 TOTAL GERAL 1000

Quadro 02: Exemplo de Balanço Patrimonial Fonte: Adaptado de Almeida (2002)

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2.4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Este demonstrativo contábil é um relatório, que utilizada como base, valores

do Balanço Patrimonial, porém tem outro fim, a classificação das contas

verticalmente por ordem de importância, tendo sua principal finalidade a apuração

do resultado da organização (lucro ou prejuízo) em determinado período.

Iudícibus (2000 p. 63) descreve a DRE como um “resumo ordenado das

receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É

apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as

despesas e, em seguida, indica-se o resultado”.

E Almeida (2002 p. 60) acredita que a DRE tem como principal objetivo

“relatar o lucro ou prejuízo apurado pela empresa em determinado exercício social”.

Almeida (2002 p. 60) descreve as contas encontradas no DRE:

Receita Bruta das Vendas de Bens e serviços: as receitas relacionadas com

os objetivos social da sociedade;

Deduções de Vendas, Abatimentos e Impostos: as deduções de vendas,

abatimentos subseqüentes as vendas em função do volume de compras do

cliente, impostos incorridos sobre vendas;

Custo da Mercadoria e Serviços Vendidos: os custos efetivamente incorridos

para realizar a receita bruta;

Despesas com Vendas: as despesas incorridas necessárias para efetuar a

venda;

Despesas Financeiras – Receitas Financeiras: no grupo das despesas

financeiras são classificadas as despesas incorridas com a utilização de

recursos de terceiros. No grupo das receitas financeiras são registradas as

receitas auferidas em função de terceiros utilizarem os recursos da empresa;

Despesas Gerais e Administrativas: salários e encargos sociais com o

pessoal do administrativo, luz, água, telefone e depreciação do imobilizado

administrativo;

Outras Receitas ou Despesas Operacionais: as receitas ou despesas

operacionais que não se enquadram nos outros grupos de contas

operacionais;

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Receitas não operacionais: as receitas auferidas fora do objetivo social da

sociedade;

Despesas não operacionais: as despesas incorridas fora do objetivo social

da sociedade;

Contribuição social;

Provisão para Imposto de Renda;

Participações e contribuições: de empregados, administradores,

debenturistas e etc.

Receita bruta das vendas de bens e serviços X Dedução de vendas, abatimentos e impostos (X) Receita líquida das vendas e serviços vendidos X Custos das mercadorias e serviços vendidos (X) Lucro Bruto X Despesas com vendas (X) Despesas financeiras - Receitas financeiras X ou (X) Despesasa gerais administrativas (X) Outras receitas e despesas operacionais X ou (X) Lucro ou (prejuízo) operacional X Receitas não operacionais X Despesas não operacionais (X) Resultado do exercício antes dos impostos sobre o lucro, das participações e das contribuições X Contribuição social (X) Imposto de renda (X) Participações e contribuições (X) Lucro (ou prejuízo) líquido do exercício X Lucro por ação do capital social X

Quadro 03: Exemplo de Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Fonte: Adaptado de Almeida (2002)

2.4.3 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)

Tão importante quanto ter os recursos financeiros necessários para fazer com

que a empresa opere normalmente, é saber o percurso, a utilização desse precioso

bem, que diante da volatilidade em que o cenário econômico se encontra, se torna

cada vez mais escasso.

Muitas empresas voltam sua atenção para o fluxo financeiro, a fim de

reavaliá-los, porém nem todas estão aptas a ter como analisar as entradas e saídas

financeiras, principalmente as organizações que trabalham com o serviço de

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contabilidade terceirizado e utilizam a Demonstração do Fluxo de Caixa ou (DFC)

somente para fins fiscais, e não como instrumento de gestão e tomada de decisão.

Atualmente existem duas maneiras de apurar os resultados das organizações,

que de acordo com Iudícibus (2000, p. 121) são as seguintes:

Regime de competência

Este é aceito e recomendado pelo Imposto de Renda. Evidencia o resultado

da empresa de forma mais adequada e correta, e suas regras básicas são:

A receita será contabilizada no período em que for grada,

Independentemente do seu recebimento.

A despesa será contabilizada como tal no período em que for consumida,

incorrida, utilizada, independentemente do seu pagamento.

O grande problema deste regime é a inadimplência, pois como uma das suas

regras básicas, mesmo caso o cliente não pague, o valor em questão será incluído

como entrada no fluxo financeiro.

Apuração do Resultado em 19X5

Regime de competênciaToda a receita ganha em 19X5

Toda a despesa incorrida em 19X5

Quadro 04: Exemplo de demonstração do Fluxo de Caixa – Regime de Competência Fonte: Adaptado de Iucídibus (2000)

Regime de caixa Este método ou regime para elaboração do Fluxo de Caixa é mais simples, e

muito utilizada por micro e pequenas empresas, entidades sem fins lucrativos, e etc.

As regras básicas para utilização deste regime são:

A receita será disponibilizada no momento de seu recebimento, ou seja,

quando entrar o dinheiro no caixa (encaixe).

A despesa será contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando

sair o dinheiro do caixa (desembolso).

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Resumindo seria a soma das entradas subtraída da soma das saídas ou

despesas.

Lucro

20.000,00DRE Regime de competência Regime de CaixaReceita(-) Despesa (16000)

4.000,00 2.000,00(10000)

12.000,00

Quadro 05: Exemplo de demonstração do Fluxo de Caixa – Comparativo entre os regimes Fonte: Adaptado de Iucídibus (2000)

A Demonstração do Fluxo de Caixa se baseia na mesma regra do Regime de

Caixa, tornando um relatório em uma ferramenta de gestão e tomada de decisão

(IUDÍCIBUS, 2000).

Esta poderosa ferramenta de gestão que vem se tornando mais comum nas

empresas em geral, é tão importante para empresas que tem capital disponível, pois

assim poderá saber a quantia e a melhor maneira de aplicar este recurso, como

também para organizações que estão com problema de recursos financeiro, estas

terão como saber quanto e quando precisarão de capital, podendo como pesquisar o

crédito mais atrativo (FAVERO, 1997).

Para Iudícibus (2000, p. 122) “a DFC propicia ao gerente financeiro a

elaboração de melhor planejamento financeiro, pois, numa economia tipicamente

inflacionária não é aconselhável excesso de caixa”.

E, Favero (1997, p. 372) complementa que “a importância do fluxo de caixa

acentua-se na medida em que a preocupação da área financeira já não se atém aos

resultados obtidos por políticas isoladas de vendas, compras, produção etc.”.

Por meio deste instrumento, o gestor ou gerente financeiro tem a capacidade

de análise minuciosa da origem e destino dos recursos financeiros da empresa de

forma eficiente, tornando a tomada de decisão rápida e eficaz.

De acordo com Favero (1997, p. 372) existem duas maneiras de se elaborar

uma Demonstração de Fluxo de Caixa:

Fluxo histórico: serve como banco de dados para análise de possíveis

tendências para o planejamento do fluxo futuro

Fluxo projetado: tendo como norte as informações coletadas no fluxo

histórico, o fluxo projetado é a planificação de entradas e saídas futuras de

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dinheiro, possibilitando ao gestor saber quando e quanto terá de capital

sobrando ou faltando.

E Marion (2004) complementa que ele ainda pode ser dividido em direto e indireto:

Modo Direto: tem como objetivo relatar a origem a aplicação de todo o

recurso da organização durante um determinado período, sendo de mais

fácil compreensão para leigos em contabilidade.

Modo Indireto: tem como base mostrar os fluxos financeiros atrelados a

atividade operacional da organização, fazendo ligação entre as contas

operacionais e o capital circulante

SALDO INICIAL XXXXXENTRADAS XXXXXVendas a vista XXXXXRecebimento de vendas a prazo XXXXXRecebimento de juros XXXXXEmpréstimos obtidos XXXXXVends de ativos e outros XXXXX XXXXX

SAÍDAS XXXXXCompras a vista XXXXXFornecedores XXXXXDespesas administrativas, vendas XXXXXTributos XXXXXEmpréstimos XXXXXOutros pagamentos XXXXX XXXXX

SALDO FINAL XXXXX Quadro 06: Exemplo de modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa Indireto Fonte: Adaptado de Favero (1997)

Independente do modo que seja adotado pela organização, é importante que

cada empresa tenha seu fluxo de caixa formalizado, além de resultar numa maior

organização, são informações valiosíssimas, tanto para comprovação, quanto

principalmente para gestão.

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2.5 Gestão estratégica de custos

A palavra custos pode ter diferentes significados para as pessoas,

principalmente entre os consumidores e as empresas, mas, além disso, há

divergências no significado de custos entre as empresas, de acordo com a realidade

de cada uma, custos de acordo com Bruni (2004 p.21) “podem ser definidos como

medidas monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a

fim de atingir seus objetivos.

Contabilmente ou sob a ótica da gestão, essa afirmação pode ser interpretada

de diferentes modos. Para Leone (2000 p.54) custo pode ser definido como “o

consumo de um fator de produção, medido em termos monetários para obtenção de

um produto, de um serviço ou de uma atividade que poderá ou não gerar renda”, e

complementa que “os custos são sacrifícios feitos, e medidos, para a obtenção

desses objetivos“.

A partir destes conceitos entende-se que os custos são os recursos

empregados ou sacrificados pela organização para fabricação de produto ou

prestação de serviço ou atividade, que poderá mais não deverá obrigatoriamente

gerar rendar para a organização.

Segundo Moura (2009) a gestão dos custos é maneira de tornar seu produto

competitivo, ou seja, com o menor custo possível e conseqüentemente o menor

preço a fim de satisfazer seu cliente e aumentar a lucratividade da empresa.

Os custos, porém têm algumas classificações muito peculiares as suas

respectivas aplicações e realidade da empresa, no entender de Bruni (2004 p. 31) os

custos podem ser classificados como:

Diretos ou primários: são aqueles diretamente incluídos no calculo dos

produtos. Consistem nos materiais diretos usados na fabricação dos

produtos e mão-de-obra direta. Apresentam a propriedade de serem

perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Exemplos: aço para fabricar

chapas, salários de operários, etc.;

Indiretos: são difíceis de serem mensurados unitariamente, ou por produto

fabricado, por isso, utilizam-se critérios de rateio, para serem atribuídos de

forma arbitrária aos produtos, de acordo com a realidade de cada

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organização. Exemplos: seguros e aluguéis da fabrica, supervisão de

diversas linhas de produção;

De transformação: igualmente denominados de custos de conversão ou

custos de agregação. Consistem no esforço agregado pela empresa na

obtenção do produto. Exemplos: mão-de-obra direta e custos indiretos de

fabricação.

Já para Leone (2000 p. 55) os custos podem ser classificados em três grupos:

Custos para determinação do lucro e a avaliação do patrimônio: custos

históricos ou reais, custos por natureza, custo fabril, custo primário, custo de

transformação, custo das mercadorias fabricadas e custo das mercadorias

vendidas;

Custos para controle das operações: custos direto e indireto, custos-

padrão, custos estimados e custos pela responsabilidade;

Custos para planejamento e tomada de decisões: Custos fixos, variáveis

e semi-variáveis.

Diante do conceito e classificação de cada autor, é possível visualizar e

entender a aplicabilidade e conceito e classificações do custo para cada empresa,

não existindo um modelo ideal ou padrão para as empresa, mas muitas vezes é

utilizada uma metodologia com um pouco de cada tipo de custo para obtenção de

um resultado satisfatório a organização.

2.5.1 Sistemas de custeio

Conforme dito anteriormente, os custos é o meio pela qual a empresa

identifica os recursos utilizados no seu processo operacional, e estes meios são

classificados como sistemas de custeio, com isso a organização tem a opção de

identificar aquele que mais se encaixe diante de sua realidade produtiva e de

controladoria existente.

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Custeio por departamentalização ou absorção

É um sistema de custeio que pode não ser aplicada unicamente a área

produtiva, mas as administrativas também, Leone (2000 p. 242) entende que “o

custos por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos

da área de fabricação, sejam esses custos definidos como diretos ou indiretos, fixos

ou variáveis, de estruturas operacionais”.

E para Bruni (2004 p. 129) este sistema:

“consiste na melhor identificação e alocação de recursos indiretos de fabricação. O maior problema dos custos indiretos de fabricação em relação a sua alocação aos produtos fabricados. A depender do critério de rateio empregado, diferentes serão as distorções nos resultados”.

A partir dos conceitos apresentados, entendo que este sistema de custeio tem

por principal objetivo facilitar e guiar o rateio dos custos indiretos no processo de

fabricação, que em algumas organizações fica difícil a identificação e alocação

destes dispêndios por não haver delimitações físicas claras ou critérios de rateio

aplicáveis, com isso este sistema traz um dos meios pelo qual o rateio dos custos

incidentes na produção pode ser alocado ao produto fabricado.

Custeio Variável

O custeio variável tem como principal objetivo atribuir aos produtos

fabricados, o preço de fabricação de acordo com os custos variáveis no processo,

matéria-prima, por exemplo, os custos que não são ligados diretamente a produção

do bem ou serviço é classificado como custo fixo e entraria como despesa.

Para Maher (2001, p. 360) “no custeio variável, apenas os custos variáveis de

produção são atribuídos as unidades produzidas, os custos fixos de produção são

considerados despesas do período”.

Custeio por processos

Este sistema é mais bem aplicado a grandes empresas onde há produção em

massa e contínua, empresas realmente de grande porte que trabalham com uma

demanda contínua e a mudança na linha de produção é mínima, de acordo com

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Leone (2000 p. 239):

“na produção por processo, o custo unitário do processo individual relacionado ao período do tempo é a informação desejada. O sistema não informará o custo total unitário alcançado no período, como também poderá oferecer esse dado de custo unitário de cada recuso produtivo”.

E ainda afirma que “o sistema de custeamento por processo adapta-se melhor

as fábricas (ou firmas prestadoras de serviços) que produzem os produtos de modo

contínuo para o atendimento das necessidades do mercado consumidor”.

Para Bruni (2004 p. 149) “quando uma empresa apresenta um processo de

produção estável, no qual os produtos fabricados não apresentam grandes

variações, torna-se usual o emprego do sistema de acumulação de custos pode

processo”. E diz que: “o sistema de custos por processo deve procurar refletir todo o processo físico da produção, criando centros de custos (departamentos, centros de acumulação de dados físicos e de custos). Os números são posteriormente transferidos de um centro para o seguinte, do mesmo modo como a produção transfere o produto fisicamente para outra fase”.

Reafirma-se a idéia inicial da aplicabilidade deste sistema de custeio para

empresas cuja produção não dependa de encomenda e sim da demanda contínua,

esta realidade pode se aplicar em empresas do ramo alimentício e automobilístico,

onde fica claro identificar cada processo envolvido na ação produtiva, facilitando a

identificação do custo unitário de cada produto e alocação do mesmo.

Custeio por ordens de produção

Diferente do sistema de custeio apresentado acima, este não desfruta de uma

produção contínua e sem muitas alterações, o sistema de custeio por ordens de

produção tem como principal característica a fluxo produtivo partindo totalmente do

consumidor, sem grande produção em escala de um mesmo produto, somente

mediante ordem de produção do mesmo.

Bruni (2004 p. 157) afirma que “geralmente, quando o controle dos pedidos ou

encomendas precisa ser feito de forma individualizada, deve-se empregar um

sistema de custos por ordem de produção ou encomenda”.

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E complementa que:

“a soma das ordens de produção em aberto representa o estoque de produtos em processo total. Quando os produtos ou serviços são completados, as ordens são encerradas e os custos são transferidos para o estoque de produtos acabados (produção para estoque), ou para conta de custo dos produtos vendidos (produção sob encomenda), a depender da situação”.

E Leone (2000 p. 247) acredita que:

“para cada produção que esta sendo realizada na fábrica haverá na Contabilidade de custos uma Ordem de Produção (um cartão de custo). A soma dos movimentos em todos os cartões de custos, sejam entrada, de saída ou no saldo, por consolidação, resultará em valores iguais aos totais registrados na conta “Produção em processo”, que funciona com Conta de Controle, Sintética ou Geral”.

2.5.2 Metodologia de preço de venda e precificação

Após a organização ter conhecimento e a classificação dos dispêndios,

independente do sistema de custeio adotado, ela já tem grande parte das

informações necessárias para formação do preço de venda do seu produto, mas

existem vários itens que também interferem nessa decisão, a demanda, a

concorrência e o marketing da empresa. (MARTINS, 2003)

Para que o preço de venda de um produto seja formado, a organização

precisa ter um conhecimento do seu fluxo financeiro, do produto por completo, como

serviço ou produto pode se comportar no mercado, o próprio público-alvo influencia

e muito no preço, por isso uma empresa não deve adotar somente um sistema de

custeio, mas uma política de formação de preços, que envolva todas estas variáveis

internas e externas e uma metodologia de formação de preços, sendo as principais:

Markup, baseado em atividade (ABC), target costing e o RKW.

Markup ou formação de preço baseado em custos

Este sistema de formação de preço atua de dentro da organização para fora,

primeiro é necessário conhecer todo o custo que envolva a produção de um produto,

após isso se aplica uma margem definida pela empresa, chamada de Markup, essa

margem inclui frete, tributos, comissões e etc. (MARTINS, 2003)

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Como este método tem maior ênfase no custo da empresa e nas demais

variáveis internas que podem interferir no preço de um produto, faz com que ele não

tenha uma visão do mercado, e leve isso em consideração, isso pode ser

caracterizada como uma deficiência, para Martins (2003, p. 219) o Markup

“apresenta algumas deficiências, como: não considerar, pelo menos inicialmente, as

condições de mercador, fixar o percentual de cobertura das despesas de forma

arbitrária etc.”.

Reichskuratorium fur Wirtschaftlichkeit ou RKW

Esta técnica de formação de preços surgiu na Alemanha no início do século

XX, por um órgão que visava à regulação dos preços do mercado nacional de

acordo com Martins (2003, p. 220) o RKW “consiste no rateio não só dos custos de

produção como também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a

todos os produtos”.

Após conhecer o custo direto do produto, faz-se o rateio sobre o CIP, e as

demais despesas que envolvam a atividade da empresa, em seguida acrescentasse

a margem de lucro desejada, com isso, o produto tem a função de pagar todas as

despesas inerentes a organização.

Mais uma vez é um sistema de pouco leva e consideração o mercado e as

variáveis externas para formação do preço de venda de um mercado, por isso

dificilmente teria sucesso em uma economia de mercado normal, mesmo se em caso

de monopólio ou se os preços fossem controlados pelo governo. (MARTINS, 2003)

Sistema baseado em atividade ou ABC

Este sistema tem como base a mesma filosofia do RKW, porém os critérios

utilizados para o rateio dos custos e despesas para um produto são feitos de forma

mais racional, são utilizados critérios direcionadores para cada setor dentro da

organização tenha o peso justo no processo de formação de preços.

Para Martins (2003 p. 220):

“Com base no ABC tem a possibilidade de uma alocação mais racional de muitos custos e depeses a todos os produtos. Por isso alguns profissionais chegam a praticar essa alocação com o objetivo de, conhecido o custo mais a despesa global de um produto, determinar então seu preço de venda, bastando para isso adicionar o lucro desejado por unidade”.

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Porém, como os demais sistemas citados acima, o ABC teria maior sucesso

em mercados monopolísticos, pois com ele fica difícil levar em consideração a

demanda de um novo produto, a concorrência e as demais variáveis externas e

inerentes à formação do preço de um produto.

Targeting cost ou Custeio meta

Essa metodologia surgiu no Japão após a segunda guerra mundial, diante da

escassez de recursos disponíveis, a idéia inicial do custeio meta era a redução do

custo do produto final. (ONO, 2003)

Ao contrário do Markup, o Targeting cost ou custeio meta, parte do

consumidor para a empresa, aonde primeiro se conhece o preço de mercado do

produto e então procura-se chegar ao custo ideal para que ele proporcione a

margem de contribuição desejada.

Para Ono (2003, p. 47) o “Target Costing foca o design do produto porque a

maior parte dos custos, cerca de 70-80%, ficam comprometidos neste estágio,

enquanto que apenas 10-20% são incorridos neste estágio”.

Assim como para Sakurai (1997, p. 19) o custeio meta é:

“Um método abrangente de gerenciamento estratégico de custo que envolve a redução de custos durante todo o ciclo de sua ocorrência... com produtos projetados e re-projetados com mais freqüência, os esforços de redução de custos acabam se concentrando no processo de projeto”.

A diferença entre o preço final do produto e seu custo, vai ser a eficiência que

a empresa terá capacidade de ter ao projetar e produzir esse produto, utilizando

recursos de maneira eficiente.

Nesse sistema o preço de um produto passa a ser determinado pela oferta ou

demanda, e não pela necessidade que a empresa tem de cobrir seus custos e

despesas, o mercado dita o preço, um valor comercial dependendo do valor

percebido pelo cliente.

De acordo com Ono (2003, p. 46), esse método “deve ser visto como um

método e processo de planejamento de lucro e gerenciamento de custos, em que

todos os setores da empresa participam, e tem como foco principal os anseios e

necessidades do consumidor”.

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Em meio a um cenário altamente competitivo, que a formação de um preço,

ou alteração do mesmo não pode ser feita baseado em alterações na estrutura da

organização, e sim no fluxo da demanda, o custeio meta passa a ser uma

ferramenta muito forte e um pré-requisito para a diferenciação no mercado, pois

segue esse caminho inverso na determinação do preço de um produto (MARTINS,

2003).

É importante e interessante ressaltar que para a eficácia na utilização dessa

metodologia, a organização deve ter o conhecimento do sistema ABC, por ter em

sua filosofia critérios racionais de rateio para os custos e despesas indiretos.

Para Martins (2003, p. 225) “nada melhor do que conhecer os custos de todas

as atividades para daí se ter condições de verificar quais as atividades que não

adicionam valor e que precisam ter seus gastos reduzidos ou anulados”.

Por se tratar de um sistema de formação de preço com uma visão holística, o

custeio meta ou targeting cost se torna um dos mais eficientes entre os demais

diante da alta competitividade que grande parte das organizações estão expostas,

dificilmente uma empresa terá sucesso no lançamento de um produto, sem que o

seu preço seja determinado pela própria demanda.

Em relação à precificação ou fixação o preço de venda de um produto ou

serviço é necessário adotar uma das metodologias citadas acima ou se for o caso,

buscar pontos de relação entre estes tipos de custeio e a realidade da empresa.

Segundo Beulke (2009, p.6) “[...] os preços tendem a indicar “quais”

produtos/mercadorias/serviços devem ser produzidos e em que quantidades.

Também são determinantes de “como” e “para quem” devem ser produzidos”.

A precificação de um bem ou serviço vai além da mensuração de algo

material, mais é uma maneira de segmentar o mercado em que este produto estará

atuando, e inclusive como ele terá que ser fabricado para que o preço se mantenha

estável.

Para que a organização consiga gerir os preços de venda, é importante que

tenha conhecimento de alguns fatores fundamentais além do custo que esse produto

tem para ser produzido, como por exemplo, a demanda, preço dos concorrentes,

preço de produtos substitutos e o posicionamento estratégico e de marketing que a

empresa adota. (MARTINS, 2003)

Existem duas maneiras mais difundidas para precificação de um produto ou

serviço:

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Formação dos preços com base nos custos da empresa

Como o próprio nome diz a empresa buscar mensurar o custo total de

produção de um determinado produto, e agregar uma margem ou markup para

pagar alguns custos como comissões, tributos, por exemplo, e também remunerar a

empresa por meio do lucro. (MARTINS, 2003)

Este método para precificação é amplamente utilizado por empresas,

principalmente as que não têm conhecimento do mercado em que estão inseridas,

porque de acordo com Martins (2003, p. 219) algumas deficiências desse método

são: “não considerar, pelo menos inicialmente, as condições de mercado, fixar o

percentual de cobertura das despesas de forma arbitrária”.

Figura 01 – Exemplo de formação do preço de venda com base nos custos Fonte: Adaptado de Martins (2003)

Formação do preço de venda pelo custeio meta

Esse sistema é o inverso do citado anteriormente, pois parte do preço de

venda de um determinado produto ou serviço, a partir deste ponto a organização

busca reduzir ao máximo seu custo de produção para que tenha uma margem de

remuneração adequada.

Nada mais é que uma maneira de uma gestão mais apurada dos custos, a fim

bde assegurar que a organização seja mais competitiva, então surge um caminho

inverso diante do cenário competitivo em que as organizações estão inseridas.

(MARTINS, 2003)

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Figura 02 – Exemplo de formação do preço de venda pelo custeio meta Fonte: Adaptado de Martins (2003)

Segundo Martin (2003, p.224) este sistema de precificação segue a seguinte

filosofia, “qual é o custo máximo admissível de um produto para que, dado o preço

de venda que o mercado oferece, consiga-se o mínimo de rentabilidade que se

quer?”.

É notável que a formação de preço de venda com base no custeio meta tem

uma visão mais holística do ambiente organizacional, por considerar uma importante

variável, o mercado, o preço determinado pela oferta e demanda ou por produtos

substitutos e concorrentes.

Porém, seja qual for à metodologia escolhida para fixar o preço de um

determinado produto ou serviço, envolverá alguns elementos ou variáveis que irão

reagir diante do valor, estas variáveis estão relacionadas ao mercado conforme o

quadro abaixo.

Não ocorre oferta Preço Baixo

Valor mínimo do preço Custo do produto/mercadoria/serviço

Elementos de ajuste de preço

Preço dos concorrentes e produtos

similares/substitutos

Características exclusivas ou diferenciados do

produto

Características do mercado

Valor percebido

Não ocorre demanda Preço Alto

Quadro 07: Elementos da formação de preço Fonte: Adaptado de Beulke (2009, p.7)

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Faz-se necessário entender então que a precificação tem que atender as

necessidades da organização e as expectativas do mercado, essa harmonia,

equilíbrio é importante para aceitação do preço.

Figura 03 – Exemplo de ajustamento mercadológico do preço Fonte: Adaptado de Beulke (2009, p.7)

Em alguns casos quando um determinado produto chega a um preço que

aparentemente não seria absorvido pelo mercado, a organização tem ferramentas

que podem mudar essa realidade, pois um dos fatores principais para o cliente é o

valor percebido, e dessa parte, a mercadologia se encarrega. (BEULKE, 2009)

Vale ressaltar que o preço de um produto, ou de um mix, deve sempre

atender uma premissa, o objetivo globais da organização. Para Beulke (2009), estes

objetivos podem ser basicamente três:

Objetivos orientados para o lucro: visa a maximização do lucro ou retorno

da empresa sobre o determinado investimento;

Objetivos orientados para vendas/mercado: tem como objetivo o

incremento nas vendas, participação de mercado ou manutenção da

segmentação;

Objetivos orientados para a concorrência: tem preços de combate para

acompanhar a concorrência ou até mesmo atuar em outras variáveis como

logística e propaganda.

Com isso entende-se que o processo de precificação de um determinado bem

ou serviço vai além de fixar um determinado valor, mas envolve todo o

posicionamento estratégico e mercadológico alvo determinado pela organização, e

existem mais variáveis envolvidas que os custos, despesas e o retorno desejado.

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É um processo complexo, integrado e que requer uma gama de informações

necessárias para avaliar cada item, indo ao encontro dos objetivos da empresa.

2.5.3 Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio ou ponto de ruptura é a relação entre três variáreis

importantes, o custo, volume e lucro, ou seja, quanto que uma organização deve

produzir e vender para cobrir todos os seus custos e despesas incorridos e a partir

desse ponto começar a ter lucro.

Figura 04 - Ponto de equilíbrio ou Ponto de Ruptura Fonte: Adaptado de Iudícibus (2000)

Segundo Iudícibus (2000, p. 196) o ponto de equilíbrio “é exatamente no

momento em que as Receitas Totais alcançaram os custos totais. A partir daí, com

uma unidade a mais que se venda a empresa passa a ter lucro”.

E de para Leone (2000, p. 346) “o ponto de equilíbrio [grifo do autor] é o

ponto de produção e vendas em que os custos se igualam as receitas”

Ou seja, seria o mínimo a ser vendido pela organização para que possa

começar a ter algum retorno, ele pode ser calculado da seguinte utilizando a

seguinte fórmula:

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Figura 05 - Fórmula para cálculo do Ponto de Equilíbrio Fonte: Adaptado de Iudícibus (2000)

A margem de contribuição [grifo nosso] nada mais é que o preço unitário do

produto subtraído pelo custo variável unitário. (IUDÍCIBUS, 2000)

Porém a definição do ponto de equilíbrio pode ser feita de três maneiras

diferentes, pelo cálculo do ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro.

O ponto de equilíbrio contábil [grifo nosso] tem o objetivo de simplesmente

descobrir a quantidade a ser vendida para cobrir todos os custos e despesas

incorridos no período, sem chegar a Marge de lucro ou prejuízo. (IUÍDICIBUS, 2000)

Já o ponto de equilíbrio econômico [grifo nosso] já leva em consideração a

remuneração do capital investido na empresa pelo(s) proprietário(s), uma taxa pré-

definida, ou seja, será o ponto de equilíbrio econômico será o ponto em que a venda

de produtos liquidar as despesas de custos incorridos no período e remunerar o

capital investivo. (IUDÍCIBUS, 2000)

De acordo com Martins (2003, p. 261) “um resultado contábil nulo significa

que, economicamente a empresa está perdendo (pelo menos o juro do capital

próprio investivo)”.

E por último temos o ponto de equilíbrio financeiro [grifo nosso] que busca

uma visão diferente sobre os custos utilizados para esse cálculo, conforme exemplo

citado por Iudícibus (2000, p. 202) “se dentro dos Custos e Despesas Fixas de

$5.000,00 existir uma Depreciação de $1.000,00, sabemos que essa importância

não irá representar um desembolso de caixa”.

Por esse motivo a organização pode atingir seu ponto de equilíbrio financeiro

porém ter um prejuízo contábil, fazendo com que haja divergências entro os valores

do ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro.

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2.5.4 Alavancagem de capital

O cálculo dos graus de alavancagem, seja o financeiro, o operacional ou o

total, são meios que o gestor tem para verificar como que o capital investido na

empresa, seja próprio ou de terceiros, esta sendo revertido em resultados, sejam

eles mais ou menos agressivos.

O Grau de alavancagem financeiro ou GAF é a relação existente entre o

custo do capital de terceiros tomado a uma determinada taxa sobre o retorno que

esse recurso financeiro proporcionará sobre os ativos.

Luxo (2007, p. 114) afirma que “a alavancagem financeira é o efeito de tomar

recursos de terceiros a um determinado custo (taxa de juros) e, aplicando-os em

ativos operacionais a uma determinada taxa de retorno”

O GAF pode ser calculado a partir da seguinte fórmula:

Figura 06: Fórmula para cálculo do GAF Fonte: Adaptado de Luxo (2007)

Já o Grau de Alavancagem Operacional ou GAO se resume na capacidade

do custo fixo alavancar ou impulsionar os resultados da organização, sendo que

quanto maior esse valor, mais volátil a empresa pode ser consideradas.

Para Luxo (2007, p. 119) o Grau de Alavancagem Operacional ou GAO é

baseado “estrutura de custos (despesas) da empresa, apresentando maior

capacidade de alavancar os lucros, [...] logo empresas com estrutura mais elevada

de custos fixos assumem também maiores riscos”.

O GAO pode ser calculado a partir da seguinte fórmula:

Figura 07: Fórmula para cálculo do GAO Fonte: Adaptado de Luxo (2007)

E por último temos o Grau de Alavancagem Total ou GAT que vem para unir

os dois graus de alavancagem trazidos acima, o GAF e o GAO, ou seja, a

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capacidade que a organização tem para maximizar seus resultados, seja pelo capital

de terceiros ou pelo custo fixo, a maximização desses resultados sempre visam

satisfazer o proprietário ou os acionistas correspondendo as taxas de retorno

desejadas

Segundo Luxo (200, p. 120) o GAT “demonstra os efeitos combinados da

alavancagem operacional e da alavancagem financeira. O GAT mostra como uma

dada variação nas vendas afetará o lucro [...]”.

O GAT pode ser calculado a partir da seguinte fórmula:

Figura 08: Fórmula para cálculo do GAT Fonte: Adaptado de Luxo (2007)

Com esses três cálculos o gestor tem a possibilidade de mensurar a volatilidade da sua organização, sendo mais ou menos agressiva de acordo com resultado, lembrando que quando mais volátil for, maior será o risco. 2.6 O uso de fluxogramas para melhoria da gestão (OSM)

Esta área do trabalho visa mostrar a importância da utilização de ferramentas

de representação gráfica para auxilio à gestão, nesse caso os fluxogramas, que

busca de forma muito clara, especificar o fluxo discriminado de um determinado

processo, produto e etc.

O fluxograma permite ao gestor ter uma visão ampla sobre a questão a ser

estudada, tendo em vista todas as variáveis ligadas ao processo, para Oliveira

(2005, p. 252) o fluxograma é “a representação gráfica que apresenta a seqüência

de um trabalho de forma analítica, caracterizando as operações, os processos

responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidas no processo”.

Por meio da elaboração e o estudo dos fluxogramas, se faz possível a análise

e o conhecimento dos mais diversos processos dentro de uma organização, sendo

possível fazer correções e melhorias em determinados processos, além de tudo é

um processo que mesmo necessitando de uma riqueza de detalhes para ser

elaborado, pode e deve ser feito por empresas de todos os portes.

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Os avanços tecnológicos têm feito com que muitas informações sejam

geradas, a representação gráfica, nesse caso o fluxograma, vem para facilitar a

análise se processos críticos, a gestão das empresas se faz dia-a-dia por meio de

uma análise contínua dos processos, buscando sempre a efetividade nos fluxos

(ARAUJO, 2005)

Entre os principais objetivos do fluxograma, Oliveira (2005, p. 253) cita os

principais:

Padronizar a representação dos métodos e os procedimentos administrativos;

Maior rapidez na descrição dos métodos administrativos;

Facilitar a leitura e o entendimento;

Facilitar a localização e a identificação dos aspectos mais importantes;

Maior flexibilidade; e

Melhor grau de análise.

Em relação à tipologia, os fluxogramas podem ser classificados em fluxograma

vertical, fluxograma parcial ou descritivo e fluxograma global ou de coluna.

Fluxograma vertical

Esse tipo de fluxograma tem por principal objetivo o detalhamento de rotinas

simples, que como o próprio nome já diz, de forma vertical por meio de uma ou mais

colunas, com a utilização de símbolos adequados, e que busca basicamente

responder a as questões: por quê? Onde? Quando? Quem? O que? Como?

Quanto? Visando o melhoramento de determinados processos. (OLIVEIRA 2005)

Fluxograma Parcial ou descritivo

O Fluxograma parcial ou descritivo ao contrário do modelo anterior, pois é um

pouco mais complexo, utilizado para descrever rotinas de forma mais detalhada

sendo geralmente utilizado para visualização de trâmites e processos de

documentos, assim acaba envolvendo poucas unidades organizacionais. (OLIVEIRA

2005)

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Fluxograma global ou de coluna

Este tipo de fluxograma é o mais comum entre as organizações, por

demonstrar por meio de sua metodologia com maior clareza os trâmites e processos

de documentos existentes ou que serão implementados e dispões de um maior

número de símbolos para descrever cada processo. (OLIVEIRA 2005)

Figura 09: Exemplo de símbolos de fluxogramas Fonte: Adaptado de Oliveira (2005)

O fluxograma global permite de forma genérica descrever sistematicamente

cada micro processo envolvido em trâmites maiores, seria um desdobramento das

atividades organizacionais a fim de analisá-las e aperfeiçoar-las.

2.7 Relatórios Gerenciais

Antes mesmo de falar de relatórios gerenciais, é de suma importância

ressaltar a função dos controles internos, estes controles são feitos em parte pela

Terminal

Conector

Arquivo

Decisão

Utilizador ou destruidor

do documento

Documento

Informação Oral

Conector de rotina

Conferência

Material

Sentido circulação Documentos Informações Orais

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contabilidade para fins fiscais, e pelas organizações para controles organizacionais

dos mais variados fins.

Os controles internos podem ser definidos como o meio que as organizações

encontram para controlar ou verificar os fatos inerentes ao funcionamento eficaz da

empresa, envolvendo todos os setores, inclusive o controle do patrimônio. FRANCO

(2001).

Nem sempre a organização dispõe de recursos para a elaboração de um

software que possibilite um controle completo por meio de controles, porém outras

ferramentas também podem ser utilizadas com eficiência, que é o caso das planilhas

eletrônicas.

A ligação entre os controles internos e os relatórios de gestão não são mera

coincidência, realmente existe, o relatório de gestão é uma otimização das

informações geradas por um controle interno, resultado num mix de informações

mais num formato mais útil a gestão, que possibilite ao gestor ter a informação

necessária para uma visão do cenário atual e o apóie numa tomada de decisão.

Os relatórios de gestão podem ser gerados a partir uma integração entre a

contabilidade e a gestão, algo que deveria ocorrer sempre, mais infelizmente nem

sempre é possível por motivos variados, para Padoveze (2000, p. 43) essa

integração proporciona que todos “os processos de negócios da empresa possam

ser visualizados em termos de um fluxo dinâmico de informações, que perpassem

todos os departamentos e funções”.

Entre alguns controles internos e relatórios de gestão que podem ser gerados

dentro de uma organização estão os financeiros, esse setor em particular requer

controles mais rígidos, por se tratar diretamente da riqueza monetária da

organização, e o bem necessário para a saúde financeira de qualquer empresa,

sendo assim a gestão destes recursos precisam ser feita da maneira mais

transparente e controlada o possível, por meio destes controles se torna possível ir

além do controle presente, mas também fazer projeções e saber como trabalhar com

um recurso mesmo não estando disponível ainda.

Alguns desses controles financeiros podem ser listados como o fluxo de

caixa, orçamentos e projeções financeiras, todos esses controles utilizados mesmo

de uma forma mais simples já produzem resultados, mas além disso, o controle é

uma premissa para a administração, por isso, o administrador deve ter o controle

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sobre todos os recursos de uma organização, isso não sendo possível, deve dar-se

maior atenção aos mais importantes.

Os controles financeiros são necessários para se traçar os caminhos da

organização, se elaborar um planejamento estratégico, por meio destes controles é

possível entender e gerenciar a ligação existente entre o investimento e o

financiamento. ROSS (1995).

Em relação à área financeira, os controles de custeio se tornam inerentes ao

assunto por estar diretamente ligado aos resultados de uma organização,

principalmente hoje, que o preço não é mais determinado pela empresa, mas sim

por um mercado cada vez mais exigente, com isso a organização tem que adequar

seus custos a fim de chegar ao custo ideal, a partir desse ponto nasce a premissa

de controlar os custos.

De acordo com Padoveze (2002, p. 255) os principais objetivos de um

controle de custeio é fornecer a organização as seguintes informações:

Custo unitário dos produtos e atividades;

Custo por ordem de trabalho;

Custo para formação de preços de venda;

Análises de custos;

Análise de rentabilidade de produtos;

Listas de preços;

Acompanhamento de preços de venda formados e praticados;

Custo-padrão e análise das variações;

Acompanhamento das variações de preços dos insumos.

Os controles e relatórios de gestão têm como foco formar uma base de

informações rápidas e confiáveis ao gestor, de um modo que facilite a agilize sua

tomada de decisão a fim de otimizar o processo chegando a um resultado eficaz.

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3. ESTUDO DE CONTROLES GERENCIAIS DE CUSTEIO – UM CASO

NA MARCIA MORELLI EPP

Nesta seção o acadêmico buscou trazer a história da organização que

escolheu para desenvolvimento da sua pesquisa, descrevendo-a em detalhes da

sua trajetória até o momento atual, para que desta maneira seja possível delinear

relatórios e controles gerenciais de custeio relacionados a realidade da unidade-

caso.

3.1 Caracterização da organização

A unidade-caso desenvolve ainda seu subsistema institucional, por isso o

Acadêmico auxiliou no resgate de seus dados históricos e apresenta a seguir sua

caracterização.

A empresa Márcia Morelli EPP constituiu-se em 2000, quando a proprietária

Marcia Morelli trabalhava com a venda de peças de arte, confeccionadas em batik,

uma técnica muito antiga desenvolvida na Indonésia que utiliza parafina e tinta, em

várias regiões do estado, e numa dessas suas viagens nas quais efetuava as

vendas, foi até Florianópolis visitar uma loja de shopping chamada de Imaginarium,

que vendia artigos para decorações.

A partir desse momento a Márcia conseguiu entrar em contato com os donos

da rede de franquias Imaginarium que na época tinha apenas 5 (cinco) lojas, e

nesse contato firmaram uma parceria.

A empresa foi constituída, na época em caráter totalmente familiar, a Márcia

trabalhava junto ao seu ex-marido e sua cunhada para atender única e

exclusivamente as lojas Imaginarium que não eram muitas, porém como a produção

na época era totalmente artesanal

Com a produto em baixa escala, não foi fácil atender a demanda, com isso a

empresa se viu obrigada a buscar mais mão-de-obra para auxiliá-la nessa produção,

aonde alguns dos funcionários que vieram trouxeram consigo inovações na área da

produção como técnicas de silk-screen ou serigrafia e também na área de gestão. A

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empresa se localiza no município de Balneário Piçarras, Rua Santo Antonio da

Platina, nº 293, Centro, tem uma área de 4.500 m², espaço este que foi se

modificando em função do constante crescimento sofrido pela Imaginarium, que

conseqüentemente refletiu na demanda pelos produtos da Márcia Morelli EPP, em

função disso, pouco recursos e tempo ficava disponível para que fosse possível

elaborar uma outra linha de produtos para atender outros clientes.

Foi possível ver o crescimento da rede de franquias por meio do forte

aumento na demanda que ocorria ano após ano, fazendo com que a empresa

buscasse parcerias como fornecedores.

Figura 10: Imagem do site da Rede de Franquias Imaginarium. Fonte: Coletada pelo Acadêmico (2009).

Hoje, a Márcia Morelli EPP é composta por 20 colaboradores, alguns já

possuem ou estão concluindo uma formação técnica ou superior, continua

fornecendo exclusivamente para a rede de franquias Imaginarium, que hoje tem 70

franquias em todo o país, esta presente em quase todos os estados brasileiros,

inclusive no Amazonas,

A rede Imaginarium também criou um canal de distribuição multimarcas, que

possibilita a venda de seus produtos antes feita somente em franquias, agora em

grandes lojas multimarcas, mas também foi criada uma marca própria, chamada

TUDO É ARTE, que é uma linha de produtos com muito valor agregado por meio da

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arte e inovação a fim de buscar novos mercados, que além de artigos para

decoração, também visa o ramo vestuário.

Figura 11: Visão frontla da empresa Márcia Morelli EPP Fonte: Coletado pelo Acadêmico (2009)

Atualmente a empresa está desenvolvendo um site para auxiliar tanto na

divulgação da sua marca e produtos como futuramente ser uma ferramenta direta de

vendas por meio do e-commerce.

Figura 12: do site da marca Tudo é Arte criada pela Márcia Morelli EPP Fonte: Fornecido pela unidade-caso (2009)

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A unidade-caso já tem sua missão, visão e valores definidos da seguinte

maneira:

Missão

Oferecer um produto que por meio da arte transmita qualidade, inovação,

beleza, sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental, buscando o conforto e

a satisfação do cliente.

Visão

Ser referência regional de uma marca sócio-ambientalmente responsável e

com valor artístico até 2014.

Valores

A Tudo é Arte define os seguintes valores como fundamentais para efetivação

do seu objetivo maior:

Competência;

Criatividade inovadora;

Ética profissional;

Excelência;

Qualidade;

Responsabilidade sócio-ambiental;

Por trabalhar com artigos têxteis, os principais fornecedores da empresa

Márcia Morelli EPP produzem tecidos, como é o caso da Sultextil que trabalha com a

fabricação do Plush, um dos tecidos mais utilizados na confecção dos nossos

produtos como almofadas em geral, a TECEBEM que trabalha com a fabricação de

Malha 100% algodão, a empresa utiliza estes recursos para confecção de fronhas e

artigos para cama.

Além dos fornecedores de tecido, a empresa também conta com a parceria do

fornecedor ECOFABRIL, que trabalha com a fabricação da fibra de poliéster,

material utilizado para o enchimento dos produtos, vale ressaltar que esta fibra é

produzida através do reaproveitamento do PET (Polietileno Tereftalato).

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A unidade-caso tem 26 produtos em linha, todos fornecidos com

exclusividade para a rede de franquias Imaginarium, são produtos voltados para

decoração, porém com um toque de interatividade, que proporciona ao cliente um

produto que decora, e proporciona momentos de alegria e interatividade.

Dentro todos os produtos fabricados, a Acadêmico vai descrever 5 (cinco),

que de acordo com a Gerente da unidade-caso, são os campeões de venda:

Almofada Abração

Este produto esta em linha desde 2002 e foi desenvolvido pela Designer Lilian

Loris que enviou seu projeto a Imaginarium, e a mesma encaminhou a unidade-caso

por trabalhar com os materiais necessários para confecção desse produto.

Desde seu lançamento sempre foi um sucesso de vendas de acordo com a

unidade-caso, e pelos próprios relatórios de curva abc fornecidos pela rede de

franquias.

Essa almofada tem uma variação de cores, sendo azul, preto e rosa, e

também uma variação de tamanho, sendo o grande chamado de Abração, e o

menor chamado de Abracinho.

Mesmo depois de tanto tempo, a própria rede evita tirar esse produto de linha

pelo seu bom desempenho.

Figura 13: Produto Almofada Abração Fonte: Fornecida pela unidade-caso (2009)

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Almofada PET Buldogue

Esse é um dos mais recentes produtos colocado em linha, começou a ser

fabricado em 2009, foi projetado por um Designer da própria rede de franquias e se

trata de uma almofada que tem estampas que demonstram contrastes de cores, o

seu principal chamariz é esse, e também o fato de trazer imagens de animais.

Essa Almofada PET tem algumas variações, sendo a Almofada PET Basse e

Almofada PET Gatinho, todos seguindo o mesmo padrão, só de acordo com o

próprio nome, mudam a principal figura estampada.

Tanto Almofada Buldogue quanto suas variações são produtos que tem

mostrando um ótimo desempenho, também sempre estando no ranking A da curva

ABC fornecida pela Imaginarium.

Figura 14: Produto Almofada PET Buldogue Fonte: Fornecida pela unidade-caso (2009)

Door Stop Mão

Esse produto teve sua idéia inicial originada de um colaborador da própria

unidade-caso, que quando foi enviada a Imaginarium sofreu uma única alteração, a

inclusão do velcro, com isso, um simples peso de porta que inicialmente teve o

conceito de ser uma mão para segurar portas, se tornou algo totalmente interativo.

O Door Stop Mão entrou em linha em 2007 e também sempre esteve

classificado como A na curva ABC fornecida pela rede de franquias, vários

feedback´s de clientes informaram à unidade-caso que poucos são os clientes que

realmente usam o produto como peso de porta, geralmente ficam a mostra sobre

mesas e etc.

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Figura 15: Produto Door Stop Mão Fonte: Fornecida pela unidade-caso (2009)

Fronha estimação

Como o próprio nome já mostra, se trata de uma fronha, uma linha de

produtos que sempre fez muito sucesso de vendas na rede, esse não sendo

diferente, sempre foi preferências dos clientes da rede Imaginarium, entrou em linha

no final de 2007 e foi projetado por um Designer da própria rede de franquias.

Além de ser uma fronha fora do que estamos acostumados, com estampas

diferentes afim de ilustrar um cachorro, também possibilita ao cliente guardar o seu

celular em uma das orelhas desse cachorro que tem um zíper.

Tem como conceito ser um produto que é o melhor companheiro do sono,

fazendo uma analogia ao próprio animal estampado.

Figura 16: Produto Fronha Estimação Fonte: Fornecida pela unidade-caso (2009)

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Porta-pijama Arranca Coração

É o produto mais novo a entrar em linha, desenvolvido também pela rede

Imaginarium visando a época do dia dos namorados, esse porta-pijama, como o

próprio nome mostra, tem a função principal de guardar o pijama, porém é muito

interativo, principalmente por ser um produto voltado para o dia dos namorados, é

importante ressaltar que esse é o menor período com maior numero de vendas.

O Porta-pijama Arranca Coração foi lançado pela Imaginarium junto com

alguns outros produtos que possibilitassem a venda de chocolates, conseguidos

pela própria rede com uma parceria com a empresa produtora dos bombons.

Figura 17: Produto Porta-pijama Arranca Coração Fonte: Fornecida pela unidade-caso (2009)

3.2 Descrição e levantamento da situação atual

Neste capítulo o Acadêmico buscou fazer o levantamento dos dados e

informações inerentes ao estudo para que seja possível descrever a atual situação

da unidade-caso.

Esta análise engloba todas as atividades da organização, inclusive seu layout,

procedimentos e fluxos de informações e materiais.

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3.2.1 Mapeamento dos processos da unidade-caso

Este item deste Capítulo tem a importante função de explicar e ilustrar os

principais mapeamentos dos processos e fluxos dentro de unidade-caso.

A empresa é formada por duas estruturas, conforme a figura a seguir

demonstrada, sendo:

Estrutura 1 - tem 2 (dois) andares, tendo aproximadamente 12.600 m² por andar, no

1º andar desta estrutura é onde esta a serigrafia, o almoxarifado, a área de costura,

estoque de matéria-prima e produtos acabados, tendo uma escada interna na área

de estoque que leva ao 2º andar onde estão localizadas a talhação ou área de corte

de tecido, o escritório da gerência, e uma escada externa que proporciona o acesso

ao escritório da área de compras, criação e financeiro, tendo também um banheiro.

Figura 18: Estrutura 1 - Layout da empresa Fonte: Elaborado pelo Acadêmico (2009)

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Estrutura 2 - tem somente 1 (um) andar, com aproximadamente 11.054 m², este

espaço é distribuído entre a área de enchimento dos produtos, um estoque

intermediário de produtos acabados ligado a área de expedição onde os pedidos são

montados e organizados para serem enviados por transportadora para os devidos

clientes de acordo com os pedidos de venda

Figura 19: Estrutura 2 - Layout da empresa Fonte: Elaborado pelo Acadêmico (2009)

A respeito dos fluxos dos processos, o Acadêmico procurou iniciar pelo fluxo

interno de insumos, o qual se refere aos trâmites iniciais de planejamento de

compras, ou estimativa de vendas, onde por meio desta, a gerente tem a

possibilidade de prever a venda dos próximos 2 (dois) meses de acordo com dados,

no caso de vendas, dos anos anteriores.

Em seguida a ESTIMATIVA DE COMPRAS passa para aprovação do setor

seguinte onde acontecerá a APROVAÇÃO FINANCEIRA, depois de todos os valores

e seus respectivos vencimentos serem analisados, segue para área de COMPRAS

permitindo ao responsável dessa área efetuar as devidas compras de acordo com a

estimativa feita.

Para este processo do cálculo dos insumos necessários para atender a

estimativa a empresa utiliza planilhas eletrônicas que calculam a quantia de cada

material diante do numero de produtos estimados

E, tão importante quanto o processo da compra, é o de conferência do

material comprado, quando esse material chega a empresa é feito uma conferência

tanto da qualidade como da quantidade, se realmente esta conforme com o que foi

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comprado, caso haja diferença ou problema com a qualidade do produto entra-se

em contato com o fornecedor para solução do problema o mais breve possível.

Figura 20: Fluxo interno de materiais Fonte: Elaborado pelo Acadêmico (2009)

Assim, o material ou insumo comprado fica armazenado no Almoxarifado que

desta área quando se trata de tecidos segue para área de Corte ou Talhação, onde

o tecido deverá ser cortado de acordo com cada produto, em seguida é enviado para

serigrafia ou estamparia, que quando pronto é caso necessite é enviado para

costura.

Da costura a maioria dos produtos seguem para o enchimento que após o

termino desse processo retorna para a costura para que seja dado o devido

acabamento e revisão.

O produto pronto segue para o estoque de produtos acabados, onde

permanecerá até a expedição utilizá-lo na montagem de um pedido de venda.

Após o Acadêmico ter detalhado o fluxo interno de materiais de uma maneira

geral, agora irá de aprofundar um pouco mais em casa processo de, começando

pela TALHAÇÃO, ou seja, o corte do tecido, o processo se inicia com a

verificação da peça que será cortada, todo mês os funcionários do setor de corte

2 1 3

4

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recebem uma tabela de produção, onde constam as quantias que deverão ser

cortadas para ir ao encontro da estimativa de compra feita no inicio do fluxo de

materiais.

O próximo passo é quando os funcionários do corte vão até o Almoxarifado

para pegar o tecido que deverá ser cortado, os tecidos utilizados pela empresa

geralmente vem em rolos que pesam em média 16 Kg cada um.

Os funcionários não precisam fazer o cálculo de quantos rolos pegarem para

chegar a quantia cortada, pois as compras são feitas de acordo com a estimativa,

que sempre leva em consideração uma diferença de acordo com a variação do

rendimento do tecido, que geralmente é de 5%, esta margem de segurança se

refere tanto a possíveis defeitos durante ao processo como também a diferença

no rendimento do tecido.

Em seguida é feito o processo de ENFESTO, ou seja, o tecido é estendido na

mesa de corte, a mesa de corte tem 9 metros, geralmente é o tamanho de cada

pedaço de tecido cortado, os talhadores vão estendendo o tecido em camadas ou

folhas, assim chamadas por eles os tecidos cortados.

De acordo com a quantidade de peças a serem cortadas, após isso, eles

desenham ultima parte do tecido estendido o molde do produto para que o corte

seja feito, em seguida é feito o processo de corte.

Como o setor dispõe de uma tabela de produção por estimativa, após o corte

eles fazem a contagem das peças cortadas para que possa ser dado baixo na

respectiva quantia, em seguida eles embalam e armazenam estas peças num

estoque intermediário, em seguida é feita uma limpeza no ambiente.

O processo pode ser visualizado na Figura 7: Processo de TALHAÇÃO OU

CORTE de TECIDO, abaixo apresentado:

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Figura 21: 1 - Processo de talhação ou corte de tecido Fonte: Elaborado pelo Acadêmico (2009)

A SERIGRAFIA é o próximo processo a ser descrito pelo Acadêmico, essa

etapa nada mais é que o processo de estampar o tecido com uma tinta,

particularmente na unidade-caso é a base de água e não causa problemas aos

funcionários, da mesma maneira que a talhação a serigrafia também tem uma

planilha de produção que é emitida de acordo com a estimativa de compras feita,

sendo assim a ordem dos produtos a serem estampados é feita de acordo com a

necessidade de produção.

Após a definição do que realmente será estampado, os estampadores ligam

as mesas térmicas, local onde é feito a estampa, também chamado de berço,

nesse caso é térmico, pois facilita a secagem da tinta no tecido, agilizando o

processo, em seguida os quadro da produto são pegos, e é feita a preparação da

tinta, onde alguns produtos tem uma cor que não vem pronta e é necessário fazer

a mistura das tintas, nessa mistura é anotado a quantia em peso de cada tinta

para que não haja diferença entre as estampas.

Estando tudo pronto na serigrafia, os tecidos cortados são pegos no estoque

intermediário da talhação para que o processo de estampa seja iniciado, após

cada estampa, o próprio funcionário que retira as peças da mesa térmica já

verifica a qualidade da estampa, caso ela esteja dentro dos padrões

1

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estabelecidos pela empresa ela segue para a contagem onde será dado baixa na

tabela de produção, caso contrário a peça é classificado como defeito e é utilizada

para confecção de peças de segunda linha ou até é vendida como retalho.

Em seguida as peças estampadas são embaladas e armazenadas no estoque

intermediário da serigrafia, e para finalizar o processo os quadros e a mesa são

limpos para a retirada do excesso de tinta.

Figura 22: 2- Processo de serigrafia ou estampa do tecido Fonte: Elaborado pelo Acadêmico (2009)

O processo descrito a seguir é o próximo ponto por onde um produto em

processo de produção passa, a COSTURA, esse processo não dispõe da mesma

planilha de produção gerada junto com a estimativa de compras, o motivo é por a

empresa não querer excesso produtos acabados em estoque, sendo assim toda

semana é passado uma lista de produção e a ordem dos produtos é feita de

acordo com o tempo de produção do produto e a necessidade do mesmo.

Somente após a definição do produto a ser costurado, as costureiras podem

fazer os devidos ajustes nas suas máquinas, como a linha, tamanho do ponto e a

agulha, pois cada tecido, cada linha de produto tem regulagens diferentes,

somente após a regulagem das máquinas o processo de costura se inicia.

O processo de acabamento foi colocado separado pois após a costura grande

parte dos produtos vão para o enchimento onde somente depois de cheios é

2

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possível fazer o acabamento, junto ao acabamento cada peça também é

verificada afim de assegurar o padrão de qualidade, caso seja detectado algum

defeito que não possa ser reparado, as peças são classificadas como defeito,

caso contrário segue para a contagem e baixa na tabela de produção.

Mesmo a costura não tendo programação de produção muito longa, as peças

prontas acabam acumulando, pois isso a existência de um estoque intermediário,

onde dali os produtos seguem para o estoque de produtos acabados.

Figura 23: 3- Processo de costura do produto Fonte: Elaborado pelo Acadêmico (2009)

O ultimo processo a ser descrito é o ENCHIMENTO dos produtos, um dos

últimos pontos por onde um produto em produção passa, o ENCHIMENTO.

Assim como a COSTURA não dispõe de uma planilha de produção ligada a

estimativa, a tabela do enchimento segue a demanda mais direta, é feita de

acordo com os pedidos que estão agendados para ser enviados na semana.

O ENCHIMENTO também dispõe de um estoque intermediário, onde o

próprio funcionário do setor recebe e controla o fluxo dos produtos, para que

assim possa fazer o enchimento do produto por ordem de necessidade para

produção, em seguida é feito o abastecimento da máquina com fibra de poliéster.

O processo de ENCHIMENTO é rápido, porém o funcionário deve pesar cada

3

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peça após seu enchimento para que o padrão de qualidade seja mantido, porém

conforme descrito pela entrevistada, após um certo período de tempo, o

funcionário do setor de ENCHIMENTO já consegue seguir um padrão pesando

apenas algumas das peças, agilizando o processo.

Caso a peça esteja fora do padrão estabelecido ele deve encher ou esvaziar

a fim de chegar ao peso ideal do produto para que o mesmo possa ser contado e

armazenado.

Figura 24: 4 - Processo de enchimento do produto Fonte: Elaborado pelo Acadêmico (2009)

Em relação as hierarquia organizacional, o Acadêmico ilustra com a figura a

seguir com um organograma de linha que há uma subordinação geral a gerência,

sendo que a sócia-proprietária no caso sendo a Márcia Morelli assume uma

função de staff tendo total interferência sobre a gerência e os demais

funcionários.

Em seguida temos três grandes áreas onde um funcionário é responsável

para cada um delas, e em seguida temos as áreas ou setores seguintes onde é

possível verificar suas devidas subordinações, é importante ressaltar que além da

gerência e da sócia, á área que pode ser considerada com estratégica ou

intermediária também participa das reuniões para definições de metas e

resoluções de problemas tendo grande peso em suas opiniões.

4

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A gerência é feita apenas por uma funcionária, e conforme citado

anteriormente cada área subseqüente também tem um funcionário responsável

por cada uma delas, a criação a desenvolvimento não tem ligação direta de com

área abaixo da sua linha de subordinação, porém esta em contato

constantemente com as demais áreas, o setor de compras além da funcionária

responsável também é formado pela própria gerência, subordinados a esta área a

existem 9 funcionários, e já na área financeira, existe um funcionário subordinado,

ontem tem somente a função de faturamento dos pedidos recebidos.

Figura 25: Hierarquia organizacional Fonte: Fornecida pela empresa (2009)

3.2.2 Relato do Custeio Atual da Empresa

Neste capítulo o Acadêmico buscou detalhar a realidade do sistema de

custeio de unidade-caso, com o principal objetivo de obter toda as informações

necessárias para que assim fosse possível fazer uma análise das informações,

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controles e relatórios de custeio existentes, a fim de propor melhorá-los ou até

mesmo implantar novos.

Primeiro é importante ressaltar que a Márcia Morelli EPP hoje trabalha

apenas um grande cliente, a rede de Franquias Imaginarium, e seu método atual

veio se estabelecendo de acordo com a própria política de preços da rede.

Ao receber um projeto de um novo produto para orçamento, a unidade-caso

busca orçar todos os materiais relacionados, para ter o custo direto do produto, mas

somente o custo direto de materiais, em relação à mão-de-obra que será utilizada,

não é feito estudo algum, então é somado todos os custos diretos, sobre este total

se acrescenta uma porcentagem referente aos impostos, e uma margem de

contribuição ilusória de geralmente 100%.

Essa margem é utilizada para pagar todo o custo fixo utilizado no

desenvolvimento do produto, os custos com transporte e o lucro, ao ter o possível

preço do produto é feito uma avaliação do preço final que será praticado nas lojas de

franquia, pois é de conhecimento da unidade-caso que a Imaginarium utiliza um

Markup de 2,7 sobre o preço definido.

Por isso é analisado se o preço esta acima do valor de mercado de acordo

com uma pesquisa a produtos similares para que seja feita as devidas alterações.

Atualmente dois profissionais estão envolvidos no processo de formação do

preço de venda, o responsável pelo setor de Criação e Desenvolvimento de

produtos, que faz toda a pesquisa do custo de material que será utilizado, e a

Gerente Geral que com o custo de material direto do produto acrescenta os

impostos, mais a margem de contribuição e analisa o preço final do produto.

As fontes de informações são os custos do material direto, obtidos por meio

de orçamentos com vários fornecedores, a única informação contábil-fiscal utilizada

é o percentual de imposto que esta sendo pago, e os preço de mercado de produtos

similares para fins de comparação, nenhum relatório contábil como Balanço

Patrimonial ou DRE é utilizado nesse processo.

Não é feito o controle do custeio durante o processo de produção, na

TALHAÇÃO por exemplo, os funcionários seguem a planilha de estimativa, porém

não marcam o tempo utilizado para efetuar o corte de um tecido, até porque um

mesmo ENFESTO é utilizado para o corte de mais de um produto.

Na área da SERIGRAFIA também não há controles de tempo/produção,

somente é seguido o cronograma de acordo com a estimativa de produção, nesse

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setor, porém é mais fácil a implantação de um controle de horário, pois os

funcionários estampam um tipo de produto por vez.

No setor de COSTURA de produtos, foi possível notar um controle mais

completo, uma das funcionárias do setor tem a função de preencher uma planilha de

controle do estoque intermediário e também uma outra que em que registra a

produção de cada costureira, com o respectivo tempo gasto para cada produto,

porém esse controle atualmente não é utilizado para fins de custeio, apenas para

verificação da produção. E por ultimo, o setor de ENCHIMENTO dos produtos, este setor como o da

COSTURA tem um controle mais completo, tanto de entrada de saída do estoque

intermediário, como do tempo/produção de cada produto, mas da mesma forma

esse controle ainda não é utilizado para fins de custeio.

Em relação à parte financeira, o responsável por esse setor utiliza algumas

planilhas eletrônicas para auxiliá-lo em seus controles, a primeira é chamada de

MOVIMENTAÇÃO, aonde inseri-se as importâncias a pagar e a receber, como se

fosse uma agenda financeira, podemos visualizá-la abaixo na Figura 18 e na integra

na seção de Anexos – Anexo 01.

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DATA SALDO DATA SALDO

-R$ -R$ -R$ -R$

SULTEXTIL-NF139859xxx ADALVO-1500xxx IMAGINARIO-6901xxxMINATTI-NF3186xxx MINATTI-NF3186xxx IMAGINARIO-6902xxxACEVILLE xxx DEP CLAUDETE (PNEU MASTER NF148149)xxx CENARIO-6903xxxADALVO-1478 xxx SULTEXTIL-NF140859xxx LKR-6904 xxxSULTEXTIL-NF139135xxx TRANS 5500Xxxx CLEVI-6905 xxx

SAQUE xxx IMAGSTAR-6906xxxMARILIA-6907xxxASAF-6908 xxxCARLOS-6909xxx

-R$ -R$ -R$ -R$

01/ja

n

01/fe

v

02/ja

n

02/fe

v

MOVIMENTAÇÃO JANEIRO/2009 MOVIMENTAÇÃO FEVEREIRO/2009

DEBITO CREDITO DEBITO CREDITO

Quadro 08: Planilha eletrônica MOVIMENTAÇÃO Fonte: Fornecida pela empresa

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Essa planilha é abastecida com informações diariamente, e seu principal

objetivo é a mensuração das entradas e saídas por período mensal da unidade-

caso.

No início de cada mês, retira-se o extrato bancário da conta corrente da

empresa, conforme Figura 26, para que toda movimentação financeira que tenha

ocorrido no período do extrato, seja classificado.

Para essa classificação, utiliza-se uma planilha eletrônica chamada de

CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA, essa planilha também pode ser

conferida na íntegra no ANEXO II, cada conta relacionada no extrato recebe uma

classificação, nesse caso um número que fará com que os valores se agrupem em

grupos estabelecidos pela empresa.

Figura 26: Extrato bancário da unidade-caso Fonte: Fornecida pela empresa (2009)

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MÁRCIA MORELLI EPP Emitido em:

Balancete financeiro do mês de: fev/09

Analise Entrada/Sai

daRealizado

SALDO DISPONIVEL INICIAL CódCaixa 81Banco do Brasil S.A 82Caixa Econômica Federal 83

ENTRADAS CódReceita de vendas à vista 11Receita de vendas à prazo 13Receita de serviços 15Receitas financeiras 17Resgate Aplicação 18

CP LP

SAÍDAS OPERACIONAIS Cód #VALOR! XXX XXXCinderela Brinquedos 22 #VALOR! XXX XXXRescisões 30 #VALOR! XXX XXX... ... ... ... ...Impostos sobre funcionários 37 #VALOR! XXX XXXSeguros, sistemas de segurança, aparelhos segurança57 #VALOR! XXX XXXTecido Plush (Sultextil) 58 #VALOR! XXX XXXContribuição Sindical 68 #VALOR! XXX XXX

CONTAS NÃO OPERACIONAIS Cód #VALOR!Aquisição de Imobilizado 71 #VALOR!Venda de bens do imobilizado 72 #VALOR!Contratação de empréstimos 73 #VALOR!Pagamento de empréstimos 74 #VALOR!

SALDO DISPONIVEL FINAL Cód #VALOR!Caixa 91 #VALOR!Banco 1 92 #VALOR!

Teste fecchamento (Saldo deve zero)

Analise Endividamento Repre.

Divida em

Quadro 09: Planilha eletrônica CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA Fonte: Fornecida pela empresa.

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Essa planilha se mostra de suma importância no processo, por esse é o único

instrumento utilizado pela organização para fazer o agrupamento e classificação das

respectivas saídas que existem em cada mês.

Sobre os saques, estes são incluídos normalmente nessa planilha, porém o

uso desse dinheiro também é especificado e deve ser comprovado.

Após ter essas informações prontas e a disposição, o procedimento seguinte

é a utilização da planilha eletrônica chamada de CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS,

aonde todos os gastos agrupados em grupos considerados fixos pela organização

são inseridos nessa planilha, estas informações são retiradas da planilha eletrônica

CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA.

Os seguintes grupos de contas são classificados como custos ou custos fixos

pela unidade-caso:

Retiradas da proprietária Material de limpeza e consumo Salários Administrativo Despesas Gerais Salários Produção Despesas com veículos Salários Criação Contabilidade Salários Geral Entretenimento (aulas capoeira)

Férias e 13o salário Manutenção computadores e sistemas e maquinas

Rescisões Serviços de limpeza/manutenção geral Marcas e Patentes Manutenção Carros

CEDAMB - Medicina do trabalho Seguros, sistemas de segurança, aparelhos segurança

Despesas com alimentação Obras (Manutenção) Impostos sobre funcionários Taxas bancárias, IOF e CPMF, Boletos Demais Impostos (Federal, estadual) Combustível Impostos e taxas Municipais Viagens/Cursos/Feiras Energia Elétrica e água Compra de Equipts/Peças em geral Desenvolvimento novos produtos Contribuição Sindical Telefone, internet e correios Financiamentos, empresitimos e Leasing Material de expediente

Quadro 10: Itens considerados como Custo Fixo pela unidade-caso Fonte: Fornecida pela empresa

Após ter as contas acima relacionadas, os valores são somados chegando ao

custo fixo de cada período, um mês nesse caso, após ter esse valor, dentro da

mesma planilha eletrônica CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS existe outra guia que

esse valor referente ao custo fixo é inserido, e o faturamento do período também.

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Quadro 11: Planilha eletrônica CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS Fonte: Fornecida pela empresa

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro DezembroCusto Fixo ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ########

Vendas ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ########Peças Enviadas ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ######## ########

Repres. 59% 48% 28% 23% 22% 27% 24% 36% 43% 32% 23% 25%Variação % -29,37% 5,63% -1,49% 2,05% 2,85% 7,91% 0,10% 6,97% -6,73% 4,36% 3,23% 24,91%

Média Faturamento XXXMédia CF $ XXX

Média % XXXDesv. Padrão XXX

2008

050000

100000150000200000250000300000350000400000450000500000

Janeiro Maio Setembro Janeiro Maio Setembro Janeiro Maio Setembro Janeiro Maio

2006 2007 2008 2009

Valo

res

Análise Preças enviadas/Faturamento/Custo Fixo

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Então a relação entre o faturamento e o custo fixo considerado pela empresa

é feita, chegando a uma porcentagem de custo fixo, assim chamada pela

organização, então é feita uma médias sobre as 12 ultimas porcentagem de custo

fixo para encontrar o custo fixo que da empresa, e que também será utilizado na

formação do preço de venda.

Conforme é possível visualizar no Quadro 11, essa planilha também é

composta por alguns gráficos, que a organização utiliza para verificar de forma

ilustrativa a variação só do custo fixo ao passar dos meses, e também e variação e

relação do custo fixo, faturamento, e numero de produtos vendidos.

3.3 Proposição de Controles Gerenciais de Custeio na empresa Márcia Morelli EPP

Com a realização do estudo, constatou-se há necessidade de aprimoramento

de alguns controles e relatórios existentes, bem como a proposição de outros

modelos, tanto para gestão quanto para área financeira, conforme descritos abaixo:

Demonstração do Fluxo de Caixa ou DFC

Esse controle de uso pela unidade-caso, como pode ser conferido no ANEXO

II, porém o Acadêmico pode perceber que não havia um agrupamento dessas

contas como CUSTO, DESPESAS e INVESTIMENTOS, por esse motivo essa

separação era feita em outra planilha manualmente. Assim, foi elaborada uma

planilha eletrônica que de acordo com a que atualmente é utilizada pela empresa

Márcia Morelli pudesse automaticamente fazer esse agrupamento das contas.

Algumas contas existentes como “RESCISÕES”, por exemplo, foram divididas

para que seja possível saber se estes valores são referentes aos funcionários da

produção, onde pode ser considerado um custo, ou do administrativo onde o mesmo

valor seria uma despesa.

Em relação aos gastos com água e luz, foi feito um rateio utilizando como

critério a área ocupada pela produção, que foi de 85% da área total, e do setor

administrativo que foi de 15% da área total, dessa maneira a planilha separa esse

valor automaticamente.

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O layout da planilha eletrônica também ficou mais agradável e de mais fácil

visualização da situação das contas do período onde esse controle foi elaborado.

Figura 27: Proposição de planilha eletrônica para DFC Fonte: Elaborada pelo Acadêmico (2009)

Vale destacar que somente a guia onde os resultados das contas são

apurados é que foram alterados, os demais permanecem como antes por terem sido

considerados satisfatórios.

Com essa planilha proposta o Acadêmico acredita ser mais fácil ao gestor

acompanhar a evolução das contas mensalmente e também o responsável pelo

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setor financeiro não terá que classificar as contas de CUSTO manualmente em outra

planilha.

Demonstração do Resultado do Exercício ou DRE

Os resultados da pesquisa, demonstrou pela observação do Acadêmico, pela

entrevista e pelo manuseio dos documentos internos que a empresa Márcia Morelli

ainda não utiliza o DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) para apuração

dos resultados mensais, anuais, ou qualquer que fosse o período desejado, partindo

desse ponto o Acadêmico elaborou um modelo baseado nas classificações das

contas reformuladas conforme a Figura 27.

Essa planilha eletrônica é composta duas guias, uma dela o DRE

propriamente dito, e na outra onde será feito o cálculo dos produtos vendidos no

período ou CPV.

O DRE é preenchido normalmente seguindo a sequência de importância

vertical na qual os itens estão localizados com o objetivo de apurar o resultado,

positivo ou não, do período desejado.

No item CPV o usuário terá que passar para a guia da planilha condizente

com esta conta, nessa planilha como pode ser visto na figura a seguir, existem

alguns campos que devem ser preenchidos a fim de apurar o valor do Custo do

Produto Vendido.

Figura 28: Proposição de planilha eletrônica para o CPV Fonte: Elaborado pelo Acadêmico (2009)

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Para maior entendimento, a seguir descreve-se sobre o conteúdo e esclarece

as nomenclaturas de cada um dos campos da planilha eletrônica para apurar o CPV:

MP = custo da toda a matéria-prima gasta no período de acordo com a

estimativa de produção do período;

MOD = custo da mão-de-obra direta no período, que no caso da empresa

Márcia Morelli pode ser considerado todo o custo da folha de pagamento da

produção conforme Demonstração do Fluxo de Caixa;

CIF>CF = São os custos indiretos de fabricação fixos, ou seja, as despesas

de água de luz alocadas como custo no DFC, ou seja, 85% do gasto total de

acordo com o critério de rateio adotado, nesse campo também inclui-se os

desembolsos com manutenção e seguro do veículo utilizado na produção;

CIF>CV = custos indiretos de fabricação considerados variáveis, nesse

campo aloca-se os o valor de 1% sobre os custos de MP+MOD referente

aos gastos com linha de costura e embalagens que são de difícil

mensuração, este valor soma-se aos desembolsos com combustível do

período;

PP (EI) = custo dos produtos em processos, os valores considerados são o

custo com matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de

fabricação, tanto os diretos quanto os indiretos, porém sem incluir os gastos

com combustíveis;

PP (EF) = com a mesma função do item citado acima, porém este campo

visa apurar o estoque final dos produtos em processo;

PA (EI) = custo do estoque inicial dos produtos acabados, do estoque destes

produtos que pode ser feito por meio da soma da mão-de-obra, matéria-

prima e custos indiretos de fabricação destes produtos;

PA (EF) = custo do estoque final dos produtos acabados, do estoque destes

produtos que pode ser feito por meio da soma da mão-de-obra, matéria-

prima e custos indiretos de fabricação destes produtos;

Após o preenchimento destes campos, consegue-se então apurar o Custo do

Produto Vendido para a apuração do DRE do período correspondente.

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Figura 29: Proposição de planilha eletrônica para DRE Fonte: Elaborada pelo Acadêmico (2009) A planilha é de grande importância para a empresa Márcia Morelli, pois desta

maneira é possível mensurar o resultado e estabelecer um parâmetro para a

distribuição dos lucros.

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Grau de alavancagem, operacional GAO, financeiro GAF e total GAT

Com base em grande parte das informações da planilha eletrônica proposta

para o DRE, o acadêmico elaborou outra planilha para a apuração do grau de

alavancagem da organização para o período determinado.

Dessa maneira torna-se mais fácil verificar a volatilidade da organização, sua

capacidade de converter seu custo fixo em lucros, ou de transformar em resultados

o capital originado de terceiros.

Figura 30: Proposição de planilha eletrônica para Grau de Alavancagem Fonte: Elaborada pelo Acadêmico (2009)

Os valores desta planilha são preenchidos automaticamente como

conseqüência do preenchimento das planilhas do CPV e do DRE, por isso acredita-

se ser uma planilha funcional e que proporciona ao gestor informações importantes.

Formação de Preço de Venda ou PV

Diante do estudo realizado na unidade-caso, também foi possível verificar que

a mesma não faz uso de ferramentas para auxiliar na formação do preço de venda

dos seus produtos. Por isso delineou-se o modelo a seguir demonstrado, por ela

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proporcionar: agilidade no processo, clareza nas informações e o armazenamento

ou histórico dos preços fechados.

Figura 31: Proposição da planilha eletrônica para formação do preço de venda Fonte: Elaborada pelo Acadêmico (2009)

Conforme a figura acima ilustra, é uma planilha eletrônica de fácil

compreensão para ser utilizada, onde na matéria-prima são incluídos todos os

insumos utilizados no produto em questão, o interessante é que os produtos não

precisam ser digitados, em todos os produtos, podem ser cadastrados numa outra

guia chamada CADASTRO, dessa maneira qualquer atualização no preço de um

insumo, já altera todos os produtos relacionados.

No item mão-de-obra, é possível listar todos os terceiros pagos para

elaboração do produto, vale lembrar que somente a parte terceirizada, pois hoje a

empresa ainda não possui um controle eficaz para verificar a mão-de-obra interna

ociosa em determinados períodos, por esse motivo ela entra como custo fixo.

No campo C.I.F., atribui-se um percentual que de acordo com os estudos

realizados e conversa com a Gerente, acredita-se que o ideal seja de 1% por haver

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alguns matérias que se tornam difíceis de serem mensurados por produtos, como é

o caso da linha de costura e também algumas embalagens utilizados no processo

produtivo.

Os campos de Impostos e Frete e Margem de Lucro também são de fácil

entendimento, sendo que todos são em relação ao produto, o campos Mark Up

Imaginarium é para que seja possível visualizar o preço que o produto terá na ponta,

na loja da Imaginarium, apenas aplicando o Mark Up correto.

Dessa maneira a planilha gera o preço de venda do produto, sua respectiva

margem de contribuição e também o preço que o produto será vendido na ponta

diretamente para o cliente final.

Ponto de Equilíbrio Contábil ou PEC

Para proporcionar ao gestor a informação de que se com as vendas do

período em questão, a empresa conseguiu cobrir seus custos fixos e assim ter

condições de monitorar em dias, valores percentuais, quantidades e receitas seu

lucro, apresentou-se o modelo abaixo:

Figura 32: Proposição de planilha eletrônica para PEC Fonte: Elaborada pelo Acadêmico (2009)

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Conforme a Figura 32, a planilha do PEC contem bastante informações,

porém as únicas que deverão ser preenchidas são quatro linhas, onde se informa o

preço de venda do produto, sua margem de contribuição, estas informações podem

ser retiradas facilmente da planilha de formação de preço de venda proposta, a

quantidade de cada produto vendida no período determinado e por ultimo o custo

fixo do período.

As linha de preço de venda e margem de contribuição permanecem iguais de

período para período, a não ser que haja algum tipo de alteração no custo do

produto ou no seu preço de venda. Após ter as informações necessárias, esta

planilha faz o cálculo do ponto de equilíbrio contábil do período pelo mix de

produtos, os cálculos levam em consideração a importância dos produtos pela sua

representatividade de vendas diante do total vendido do período.

O P.E. venda pro prod (uni) informa quanto de cada produto deveria ter sido

vendido para que o ponto de equilíbrio fosse alcançado com o objetivo de cobrir todo

o custo fixo informado. E, no campo resultado do período a planilha informa qual foi

o resultado do mês em questão diante da quantidade vendida de produtos e o

respectivo custo fixo, sendo que este resultado por ser positivo ou negativo, vale

lembrar que a margem além do volume de vendas, a margem de contribuição

também é muito importante para um resultado positivo.

Ressalta-se, que a referida planilha, se for do entendimento da unidade-caso,

pode ser ampliada para cálculos posteriores como: a quantidade necessária para

cobrir futuras necessidades de empréstimos.

3.4 Algumas sugestões a partir dos estudos realizados para a

unidade-caso Mesmo tendo alcançado os objetivos: geral e específicos propostos nesse

trabalho de estágio. Durante a realização do estudo foi possível observar mais

alguns pontos importantes ou algumas sugestões, as quais poderão ser

consideradas pela unidade-caso para que possa ampliar as melhorias propostas na

pesquisa para o seu processo de gestão.

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Diante das melhorias nos controles já existentes e a proposição de novos

relatórios e controles gerenciais de custeio, a unidade-caso pode exigir da

contabilidade informações que lhe sirvam como apoio ao processo de gestão, e não

somente para cálculo de impostos e coisas afins.

Em relação à remuneração dos funcionários da empresa, principalmente do

setor produtivo, poderia ser adotado um sistema de remuneração com uma base fixa

e outra variável, isso proporcionaria a empresa duas grandes vantagens, a primeira

seria que em épocas de poucas vendas, seu custo operacional seria menor, pois

dessa maneira a empresa atrela parte desse custo, ao seu desempenho no

mercado, e a outra é que serviria como estímulo aos funcionários terem metas para

cumprir e serem recompensados por isso.

Notou-se também que a empresa apresenta gastos com energia elétrica

consideráveis, principalmente pela utilização de uma máquina para o enchimento

dos produtos e também de uma mesa térmica na serigrafia, por esse motivo poderia

ser verificado junto à empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica

algum tipo de benefício ou plano alternativo para redução desse custo.

Em relação ao enquadramento tributário, a unidade-caso atualmente é

participante do sistema de tributação do Simples Nacional, acredita-se que poderia

ser realizado um estudo com o objetivo de verificar a viabilidade de mudança desse

enquadramento a fim de ter incentivos e reduções na sua carga tributária.

Atualmente, a empresa Márcia Morelli encontra-se numa situação

mercadológica delicada, pois tem quase toda a sua atividade operacional voltada

para atender um grande cliente, e rede de franquias Imaginarium, por isso é

importante lembrar que novas parcerias poderiam ser firmadas para evitar essa

dependência de uma única fonte.

Uma última sugestão, seria o investimento por parte da unidade-caso em um

software ERP ou Enterprise Resource Planning para possibilitar a empresa Márcia

Morelli EPP um maior controle das suas atividades já que substituiria as planilhas

eletrônicas existentes, diminuindo também a probabilidade de erros, as informações

poderiam ser facilmente integradas e facilitaria o acesso do gestor a vários relatórios

de desempenho da organização.

Vale lembrar que este software também proporcionaria uma descentralização

das funções exercidas pelo colaborador responsável pelo setor financeiro, já que

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atualmente é único responsável tanto pelo abastecimento das informações quanto

pela manutenção das planilhas eletrônicas existentes.

O maior propósito destas sugestões é levantar pontos para possíveis estudos

futuros na mesma unidade-caso e também proporcionar melhorias no seu processo

de gestão e custeio.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Problema de pesquisa escolhido para elaboração do trabalho de estágio

objetivou propor para a empresa Márcia Morelli EPP controles gerenciais de custeio.

Em função dos objetivos específicos delineados, o ponto inicial foi procurar

descrever a situação do custeio atual da unidade-caso para houvesse conhecimento

de sua realidade e assim propor algumas melhorias nos relatórios existentes e

permitir a proposição de novos controles gerenciais de custeio.

Os controles de custeio propostos, proporcionam a empresa estudada um

maior controle tanto sobre os custos relacionados a atividade operacional da

empresa, como também para apoio na formação do preço de venda de produtos e

cálculo do ponto de equilíbrio. Proporciona a organização um conhecimento mais

amplo do seu custo, da sua estrutura e os efeitos deste dispêndio na sua atividade.

A pesquisa é considerada positiva em vários aspectos, pois atingiu seus

objetivos e para a Universidade o trabalho direcionou os conceitos normalmente

atribuídos em pesquisas para organizações de médio e grande porte para as

empresas de pequeno porte, maioria em seu local de atuação. Já, para o Acadêmico

que com toda certeza teve a oportunidade de conhecer melhor a realidade da

administração em uma empresa de pequeno porte, e mais que isso, fazer a

extensão do conhecimento apreendido nas salas de aula, trabalhando a parte de

controladoria e custeio, que tem se mostrado como pré-requisito para organizações

competitivas.

Para a unidade-caso, a pesquisa foi positiva, pelo fato de primeiramente

formalizar vários processos, principalmente os produtivos dentro da organização,

também por expor a vulnerabilidade desta organização em relação aos controles de

custos e gastos e conscientizar os gestores da importância desse tipo de controle.

As proposições feitas têm como principal objetivo fazer com que a Márcia

Morelli EPP se torne cada vez mais competitiva. Devido às limitações de tempo a

parte da pesquisa não pode ser aplicada, porém tanto a unidade-caso quanto o

Acadêmico estão dispostos a implementar as proposições sugeridas.

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APÊNDICES

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APÊNDICE I

(modelo entrevista semi-estruturada)

Data: ____/____/____

Local: Márcia Morelli EPP

Entrevistado:_________________________________________________________

Entrevistador: Mário Antônio Sensi Filho (Acadêmico)

1) Quando o empreendimento iniciou suas atividades?

_________________________________________________________________________________

2) Durante esse período, quais foram as transformações ocorridas?

_________________________________________________________________________________

3)Quais os processos necessários para fabricação dos produtos?

_________________________________________________________________________________

4)Quais os relatórios gerenciais existentes para auxiliar a administração? Estes relatórios são

utilizados de que forma?

_________________________________________________________________________________

5)Em relação ao quadro de funcionários, existe muita rotatividade?

_________________________________________________________________________________

6)Os salários obedecem a um acordo coletivo ou convenção? Qual?

_________________________________________________________________________________

7)Existem controles gerenciais de custeio atualmente? Quais são e como são feitos?

_________________________________________________________________________________

8)A empresa segue alguma metodologia ou política para precificação dos produtos? Qual?

_________________________________________________________________________________

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ANEXOS

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ANEXO I Planilha eletrônica de MOVIMENTAÇÃO

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ANEXO II Planilha eletrônica de CONTROLE DA

MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA

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ANEXO III

DRE da unidade-caso

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DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

A organização Márcia Morelli EPP declara, para os devidos fins, que o estagiário

Mário Antônio Sensi filho, aluno do Curso de Administração do Centro de Ciências

Sociais Aplicadas – CECIESA/Gestão da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

de 09 de Março de 2009 a 03 de Novembro de 2009, cumpriu a carga horária de

estágio prevista para o período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no

Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.

Balneário Piçarras (SC), 03 de Novembro de 2009.

_____________________________________

Claudete Ponath

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

_________________________________________

Mário Antônio Sensi Filho

Estagiário

_________________________________________

Claudete Ponath

Supervisora de campo

_________________________________________

Edemir Manoel dos Santos, M.Eng.

Orientador de estágio

_________________________________________

Eduardo Krieger da Silva, M. sC.

Responsável pelo estágio em Administração