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1 1. INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (OMS) define estabilidade farmacêutica como a capacidade do produto farmacêutico de manter a suas propriedades químicas, físicas, microbiológicas e biofarmacêuticas dentro dos limites especificados durante todo o seu prazo de validade. (ALLEN, 2007). A estabilidade dos fármacos é influenciada por fatores ambientais relacionados com a temperatura, a umidade, a luz e outros fatores inerentes ao próprio _______________________________________________________________________________ ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS STABILITY STUDY OF DRUGS Gaspar Henrique SALES¹; Pedro Marcos FRUGERI². RESUMO Introdução: O presente trabalho tem como tema o estudo de estabilidade de fármacos. O estudo de estabilidade de fármaco é um importante parâmetro para se avaliar a integridade química, física, microbiológica, terapêutica, segurança, qualidade e eficácia dos fármacos. Surgiu interesse neste estudo o fato de alguns fármacos apresentarem instabilidade e consequentemente afetarem o seu efeito terapêutico frente à recuperação de paciente. Sem mencionar que o estudo da estabilidade dos fármacos é que determina o seu prazo de validade o qual permite observar a sua eficiência quando da sua aplicação. O objetivo foi demonstrar a importância da realização do estudo da estabilidade de fármacos e os fatores e de outros relacionados ao próprio produto como propriedades físicas e químicas, forma farmacêutica, processo de fabricação e tipos de embalagens, conforme Resolução nº 1 de 29/07/2005 / ANVISA. A metodologia deste estudo foi através de pesquisa bibliográfica e de campo, onde foi analisada com a pomada sulfaguanidina a qual continha sulfaguanidina, BHT, vaselina líquida e vaselina sólida. A pesquisa baseou nos autores. Os resultados confirmaram o prazo de validade das condições de armazenamento do pomada pesquisa. Além da comprovação da estabilidade do fármaco este estudo também visa não somente o seu prazo de validade, mas a importância na área econômica, a comercialização e o custos dos mesmos. Palavras-Chave: Estabilidade; fármacos; validade; eficácia. ABSTRACT Introduction: The present work has as its theme the study of drug stability. The drug stability study is an important parameter to evaluate the chemical, physical, microbiological, therapeutic, safety, quality and efficacy of the drugs. The interest in this study was the fact that some drugs present instability and consequently affect its therapeutic effect against patient recovery. Not to mention that the study of drug stability is that it determines its shelf life which allows to observe its efficiency when it is applied. The objective was to demonstrate the importance of the study of the stability of drugs and the factors and other factors related to the product itself as physical and chemical properties, pharmaceutical form, manufacturing process and types of packaging, according to Resolution nº 1 of 29 / 07/2005 / ANVISA. Materials and methods: The methodology of this study was through bibliographical and field research, where it was analyzed with the sulphaguanidine ointment which contained sulfaguanidine, BHT, liquid vaseline and solid petroleum jelly. The research based on the authors like. Results: The results confirmed the shelf-life of the ointment storage conditions. Conclusion: In addition to confirming the stability of the drug, this study also aims not only at its expiration date, but at the importance in the economic area, the commercialization and the costs thereof. Keywords: Stability; drugs; shelf life; efficiency.

ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

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Page 1: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

1

1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde

(OMS) define estabilidade farmacêutica

como a capacidade do produto farmacêutico

de manter a suas propriedades químicas,

físicas, microbiológicas e biofarmacêuticas

dentro dos limites especificados durante

todo o seu prazo de validade. (ALLEN,

2007).

A estabilidade dos fármacos é

influenciada por fatores ambientais

relacionados com a temperatura, a umidade,

a luz e outros fatores inerentes ao próprio

_______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

STABILITY STUDY OF DRUGS

Gaspar Henrique SALES¹; Pedro Marcos FRUGERI².

RESUMO

Introdução: O presente trabalho tem como tema o estudo de estabilidade de fármacos. O estudo de estabilidade

de fármaco é um importante parâmetro para se avaliar a integridade química, física, microbiológica, terapêutica,

segurança, qualidade e eficácia dos fármacos. Surgiu interesse neste estudo o fato de alguns fármacos

apresentarem instabilidade e consequentemente afetarem o seu efeito terapêutico frente à recuperação de

paciente. Sem mencionar que o estudo da estabilidade dos fármacos é que determina o seu prazo de validade o

qual permite observar a sua eficiência quando da sua aplicação. O objetivo foi demonstrar a importância da

realização do estudo da estabilidade de fármacos e os fatores e de outros relacionados ao próprio produto como

propriedades físicas e químicas, forma farmacêutica, processo de fabricação e tipos de embalagens, conforme

Resolução nº 1 de 29/07/2005 / ANVISA. A metodologia deste estudo foi através de pesquisa bibliográfica e de

campo, onde foi analisada com a pomada sulfaguanidina a qual continha sulfaguanidina, BHT, vaselina líquida e

vaselina sólida. A pesquisa baseou nos autores. Os resultados confirmaram o prazo de validade das condições de

armazenamento do pomada pesquisa. Além da comprovação da estabilidade do fármaco este estudo também visa

não somente o seu prazo de validade, mas a importância na área econômica, a comercialização e o custos dos

mesmos.

Palavras-Chave: Estabilidade; fármacos; validade; eficácia.

ABSTRACT

Introduction: The present work has as its theme the study of drug stability. The drug stability study is an

important parameter to evaluate the chemical, physical, microbiological, therapeutic, safety, quality and efficacy

of the drugs. The interest in this study was the fact that some drugs present instability and consequently affect its

therapeutic effect against patient recovery. Not to mention that the study of drug stability is that it determines its

shelf life which allows to observe its efficiency when it is applied. The objective was to demonstrate the

importance of the study of the stability of drugs and the factors and other factors related to the product itself as

physical and chemical properties, pharmaceutical form, manufacturing process and types of packaging, according

to Resolution nº 1 of 29 / 07/2005 / ANVISA. Materials and methods: The methodology of this study was

through bibliographical and field research, where it was analyzed with the sulphaguanidine ointment which

contained sulfaguanidine, BHT, liquid vaseline and solid petroleum jelly. The research based on the authors like.

Results: The results confirmed the shelf-life of the ointment storage conditions. Conclusion: In addition to

confirming the stability of the drug, this study also aims not only at its expiration date, but at the importance in

the economic area, the commercialization and the costs thereof.

Keywords: Stability; drugs; shelf life; efficiency.

Page 2: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

2

produto como suas propriedades físicas e

químicas, as substâncias ativas e

excipientes farmacêuticos, formação e

composição farmacêutica, modo de

fabricação, e referente as embalagens

utilizadas quanto as propriedades do

material utilizado nas mesmas. (BRASIL,

2005)

Quando se estuda a estabilidade dos

fármacos, de acordo com Leite (2006) este

tem como objetivo garantir sua integridade

química, física, microbiológica, terapêutica

e toxicológica e da forma farmacêutica

dentro do especificado, sempre ressaltando

a influência dos fatores ambientais em

função do tempo que os fármacos podem

sofrer. (LEITE, 2006).

A estabilidade é composta por

propriedades física, química,

microbiológica, terapêutica e toxicológica.

Quanto aos ensaios de estabilidade

dividem-se em estudo acelerado, de

acompanhamento e de longa duração.

Segundo a OMS a estabilidade

farmacêutica pode ser definida como a

capacidade do fármaco manter sua

propriedades químicas, físicas,

microbiológicas, dentro dos limites

específicos durante todo o seu prazo de

validade, potencia, qualidade e pureza.

(MEIRELLES, 2018).

A importância da determinação da

estabilidade de medicamentos está

relacionada com a saúde pública de um

país, já que a perda da estabilidade de um

medicamento leva a perda do efeito

terapêutico. Diante da importância da

estabilidade de todo fármaco, como deve

agir todo fabricante e comerciante para que

assegure que os fármacos não se tornem

medicamentos instáveis atingido o

destinatário final. Sabe-se que quando um

fármaco perde a sua estabilidade perde o

seu efeito terapêutico ou a sua degradação

tóxica. (OLIVEIRA, 2001).

O presente trabalho tem como

objetivo demonstrar a importância da

realização do estudo da estabilidade de

fármacos e de outros fatores relacionados

ao próprio produto como propriedades

físicas e químicas, forma farmacêutica,

processo de fabricação e tipos de

embalagens, conforme Resolução nº 1 de

29/07/2005 / ANVISA. (BRASIL, 2005).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Os antibióticos são substâncias

desenvolvidas a partir de fungos, bactérias

ou materiais sintéticos. A principal

finalidade do antibiótico é combater

microrganismos causadores de infecções

(CHAMBERS; SANDE, 1996).

Ao longo da evolução da

humanidade, são vários os relatos de

tentativas do uso de substâncias com o

intuito de tratar lesões e inibir dores de

forma geral (LIVEMORE;

WILLIAMS,1996).

Page 3: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

3

A descoberta dos antibióticos, na

década de 1920, por Alexander Fleming

(1881 – 1955) é considerada uma das

principais conquistas da humanidade, pois

além de aumentar significativamente a

expectativa de vida contribuiu para a

medicina moderna como precursor para

descoberta de novos medicamentos. Nos

anos seguintes à descoberta dos

antibióticos, principalmente nas décadas de

40 a 70, ocorreu um grande aumento na

produção e disponibilização de novos

antibióticos no mercado, no entanto, nos

últimos 30 anos a produção de antibióticos

sofreu uma queda em razão, destes novos

fármacos, apresentarem menos resistência

ao combate e controle de micro-organismos

(COATES, 2002).

É de conhecimento que o uso

indiscriminado de antibióticos contribui

para o surgimento de bactérias que se

ajustam às mudanças em seu ambiente e

desenvolvem mecanismos de resistência

que inativam ou limitam a efetividade

destes antibióticos. Quando os primeiros

medicamentos começaram a ser

comercializados, tinha-se a ideia de que as

doenças infecciosas estavam controladas

entretanto, o uso excessivo destes

compostos contribuiu para a proliferação de

cepas resistentes de bactérias tanto na

medicina humana quanto veterinária

(BARRETT, 2005).

2.1 Sulfonamidas

É uma classe de antibiótico com

bastante aplicação terapêutica também

destinados para tratamentos na linha

humana como na linha veterinária para

animais de grande porte e aves para o abate.

Esta classe é conhecida desde 1940, quando

então, mais de 150 compostos têm sido

usados. Conhecido como sulfas, são

classificados como antimicrobianos

bacteriostáticos sintéticos que possuem

ação contra diversos agentes patológicos.

Na medicina, os mais utilizados dentro

deste grupo são: sufadiazina,

sulfadimetoxina,sulfaguanidina e sulfatiazol

(SARMAH; MEYER; BOXALL, 2006).

Estes compostos são constituídos de

um anel benzênico, um grupo amina (-NH2)

e um grupo sulfonamida (-SO2NH2), sendo

que os grupos amina (Figura 1) e

sulfonamida devem estar na posição “para”,

um em relação ao outro e assim apresentar

propriedades antibacterianas (SARMAH;

MEYER; BOXALL, 2006).

Figura 1: Estrutura geral de uma

sulfonamida.

Fonte:(SARMAH, 2006)

Atualmente essa classe de medicamentos,

em particular a sulfaguanidina sódica, tem

Page 4: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

4

sido mais aplicada para controle de doenças

como infecções gastrointestinais e

respiratórias. A sulfaguanidina sódica

apresenta uma ação local significativa, em

razão da sua baixa absorção intestinal, e

tem sido utilizada na medicina no

tratamento de infecções entéricas

(MOHAMED, 2003).

Com registros de acidentes graves,

surgem medidas regulatórias para registro e

acompanhamento dos medicamentos

comercializados. Exemplo a ser citado,

conforme Mirco e Rocha (2007) a

Talidomida, considerado um sedativo

confiável na época para evitar náuseas em

mulheres grávidas, onde o fabricante não

relatou haver nenhum efeito adverso quanto

ao seu uso, o fármaco se alastra por todo o

mundo e, de vez de se tornar um fármaco

em prol da saúde das mulheres durante a

gestação, se tornou uma catástrofe,

originando a formação de focomelia nas

mulheres grávidas, consequentemente

fazendo com que gerassem crianças com

deformidades, com membros superiores e

inferiores menores. (MIRCO, ROCHA,

2007).

Diante da necessidade de controle e

monitoramento internacional de

medicamentos, em 1968 foi criado um

projeto de pesquisa da Organização

Mundial de Saúde (OMS) dando inicio,

assim, a prática eficiência da

farmacovigilância, onde a OMS conceitua

farmacovigilância como a ciência relativa a

identificação, avaliação e prevenção dos

efeitos adversos ou qualquer outro efeito

adverso que possa surgir relacionados a

medicamentos. De acordo com a Agência

Nacional de Vigilância (ANVISA, 2002) há

a exigência de comprovação da estabilidade

e a determinação de prazo de validade de

produtos farmacêuticos através de registros.

A comercialização de medicamentos no

Brasil depende da aprovação da ANVISA

por meio da avaliação técnica dos estudos

de estabilidade farmacêutica apresentada e

realizada conforme procedimentos técnicos

definidos no guia para realização de

estabilidade publicada pela agência.

(LEITE, 2006)

O estudo da estabilidade do fármaco

é importante para avaliar a qualidade,

segurança e eficácia exigida para o registro

de medicamentos. Além disso, tem-se a

preocupação com a saúde pública, pois a

degradação do fármaco pode acarretar em

perda da sua eficácia ou a produção de

substâncias toóxicas que podem ser

administradas ao paciente. (ORIQUI,

2012).

Alguns países publicaram

resoluções e guias para a determinação do

estudo de estabilidade de fármacos. No

Brasil vigora o guia contido na Resolução

nº 1 de 2005 da ANVISA.

Para Meireles (2014) o registro de

um fármaco e, após a sua comercialização é

Page 5: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

5

preciso que a empresa responsável pelo

registro tenha concluído os estudos de

estabilidade acelerada e os ensaios de

longa duração estejam em execução.

(MEIRELES, 2014).

2.2 Cinética Química

Para determinar a estabilidade e o

prazo de validade de medicamentos, os

estudos se baseiam nas cinéticas de reação,

ou seja, no estudo da velocidade de

degradação e como essa velocidade é

influenciada pela concentração dos

excipientes e fármacos que estão presentes

nas formulações e por fatores como

pressão, luz, umidade e temperatura

(NUDELMAN, 1975; PRISTA et al, 1990).

As reações de degradação em

formulações ocorrem com velocidades

definidas e são de natureza química, para

considerar a estabilidade química de um

produto farmacêutico, é preciso conhecer a

ordem e as velocidades de reação. A

expressão da velocidade da reação é uma

descrição da concentração do fármaco com

relação ao tempo. (ANSEL e colaboradores

(1999).

A estabilidade de fármacos e

medicamentos podem ser afetadas por

vários fatores. Alguns fatores que exercem

grande influência na estabilidade dos

produtos farmacêuticos são a temperatura,

umidade, luz, gases atmosféricos,

embalagem, entre outros. A temperatura é o

mais importante dentre os fatores

ambientais envolvidos na degradação de

produtos farmacêuticos, uma vez que, na

maioria dos casos, a velocidade de

degradação química aumenta com o

aumento da temperatura e não existe um

acondicionamento capaz de protegê-los dos

efeitos do calor (KOMMANDABOYANA

e RHODES, 1999).

A umidade é outro fator ambiental

que exerce grande influência na

estabilidade de produtos farmacêuticos.

Não só os fármacos higroscópicos são

sensivelmente degradados pela umidade

relativa (UR) do ar, mas também fármacos

não higroscópicos sofrem fenômenos de

alteração, principalmente quando a umidade

é associada aos efeitos da temperatura. A

umidade pode promover reações de

hidrólise e afetar a cinética de degradação

de fármacos com ácido ascórbico, aspirina,

vitamina A e cloridrato de ranitidina. A

umidade também exerce influência na

estabilidade de medicamentos sólidos ou

semissólidos. A influência deste fator, no

entanto, pode ser reduzida pela utilização

de embalagens impermeáveis ou pela

adição de saches com dessecante ao

recipiente de acondicionamento. (MIRCO,

2007).

2.3 Luz

A luz é outro fator ambiental que em

determinados comprimentos de onda pode

Page 6: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

6

fornecer a energia necessária para

desencadear reações de degradação tais

como oxidação e redução, rearranjo de

anéis, polimerização, rupturas de ligações,

isomerizações e racemizações e promover a

instabilidade farmacêutica. A utilização de

embalagens âmbar, resistentes à luz, pode

minimizar os efeitos da luz sobre produtos

farmacêuticos (NUDELMAN, 1975).

2.4 Gases Atmosféricos

Dentre os gases atmosféricos, o

oxigênio é o que tem maior participação

nos processos de degradação química de

fármacos. A degradação química

promovida pela oxidação pode ser reduzida

pela remoção do ar contido no interior do

recipiente de acondicionamento, seja por

seu preenchimento total com o produto ou

pela substituição do oxigênio por nitrogênio

(FIGUEIREDO e LAPORTA, 2003).

2.5 Material de Embalagem

Outros fatores que podem

influenciar na estabilidade de um

medicamento são os componentes da

embalagem primária do produto. Segundo o

Lachman, embalagens defeituosas podem

comprometer a estabilidade da maioria dos

medicamentos. Consequentemente é

essencial que a escolha dos materiais de

embalagem, para um determinado produto,

possa ser feita exclusivamente após uma

avaliação adequada da influência desses

materiais sobre a estabilidade do produto e

sobre a eficácia do recipiente em proteger o

medicamento durante o armazenamento

prolongado sob condições ambientais

variáveis de temperatura, umidade e luz. Os

materiais usados mais frequentemente como

componentes de recipientes para

preparações farmacêuticas são o vidro, o

plástico, o metal e a borracha.

(LACHMAN, 2001).

Dentre os fatores que alteram a

estabilidade de fármacos existem os fatores

intrínsecos e extrínsecos. Os fatores

intrínsecos consiste em interações entre

fármacos, interações entre fármacos e

solventes ou excipientes, pH do meio,

tamanho das partículas, qualidade da

embalagem, condições nas quais o fármaco

pode sofrer hidrolise, oxidação, fotólise.

Em relação aos fatores extrínsecos se tem

as condições de estocagem, transporte, no

qual o fármaco pode sofrer alterações

devido à temperatura, luminosidade, ar e

umidade. (LEITE, 2006).

Quanto à classificação os estudos da

estabilidade são classificados em acelerado,

em longa duração e de acompanhamento.

Em relação a aceleração é quando projetado

para acelerar a degradação química ou

mudanças físicas de um produto em

condições forçadas de armazenamento. Se

diz de longa duração quando é projetada

para verificação das características físicas,

químicas, biológicas e microbiológicas de

Page 7: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

7

um produto farmacêutico durante e

opcionalmente depois do prazo de validade

esperado sob as condições ambientais de

temperatura e umidade. O estudo de

acompanhamento é realizado para verificar

que o produto farmacêutico mantém as

características físicas, químicas, biológicas

conforme os resultados obtidos nos estudos

de estabilidade de longa duração. Os

resultados serão usados para estabelecer ou

confirmar o prazo de estabelecer ou

confirmar o prazo de validade e recomendar

condições de armazenamento. (BRASIL,

2005)

A partir desses estudos é possível

determinar o prazo de validade. O material

de embalagem e as condições de

armazenamento e transporte de

medicamentos. (FIGUEIREDO, 2003)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizado um estudo de revisão

de literatura e de pesquisa de campo sobre a

estabilidade de fármacos.

Os materiais utilizados foram:

Ácido clorídrico 1 M;

Água purificada;

Azul de bromotimol SI;

B.H.T.

Cloridrato de N-naftiletilenodiamino

0,1%;

Etanol;

Hidróxido de sódio 0,1 M;

Hipoclorito de sódio;

β-naftol SR;

Nitrito de sódio 0,1%;

Nitrito de sódio SR;

Padrão de sulfaguanidina;

Sulfamato de amônio 0,5%.

Sulfaguanidina sódica.

Vaselina líquida.

Vaselina sólida.

Câmara de estabilidade acelerada.

Fonte: Próprio Autor (2018)

3.1 Preparo da Pomada

Preparo da pomada a base de

sulfaguanidina sódica.

- Em uma batedeira doméstica, foi

adicionado 312 g de vaselina líquida, 14,92

g sulfaguanidina sódica e 1 g BHT,

posteriormente o material foi mantido em

agitação até completa dissolução dos

compostos.

- Em seguida, foram adicionados 322 g de

vaselina sólida e a mistura foi mantida em

agitação por mais 15 minutos (Figura 2)

Figura 02 - Preparo da pomada a base de

sulfaguanidina sódica

Fonte: Próprio Autor (2018)

Page 8: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

8

- A pomada obtida foi envazada em

bisnagas metálicas de 15 g (43 unidades)

(Figura 3)

Figura 03 - forma farmacêutica semissólida

desenvolvida.

Fonte: Próprio Autor (2018)

- O teor de sulfaguanidina sódica foi

analisada imediatamente após a

manipulação (tempo t0) e posteriormente

colocadas em câmara climática de

estabilidade acelerada ( Figuras 4, 5 e 6 ).

A tabela 01, mostra o período que a

forma farmacêutica semissólida ficou

exposta a umidade relativa e a temperatura

controlada.

Figura 04 - Parte interna da câmara de

estabilidade acelerada onde as pomadas

foram testadas.

Figura 05 - Parte interna da câmara de

estabilidade acelerada onde foi colocado a

pomada manipulada

.

Fonte: Próprio Autor (2018)

Figura 06 - Parte externa da câmara de

estabilidade acelerada.

Fonte: Próprio Autor (2018)

Fonte: Próprio Autor (2018)

Page 9: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

9

Tabela 1: Variações de temperatura e

umidade no estudo de estabilidade

acelerada

T Temp.

ºC

U.R. Duração

mínimo

Frequência de

análises

RE

398

/04

40 ±

2ºC

ou

50 ±

2ºC

75 ±

5%

ou

90 ±

5%

6 meses

ou

3 meses

0,1,2,3 e 6

ou

0,1,2 e 3

U.R. : Umidade Relativa

Fonte: Próprio Autor (2018)

As amostras de pomadas envasadas

foram acondicionadas na câmara de

estabilidade (temperatura de 40 ± 2ºC e

umidade relativa de 75 ± 5% ). As amostras

foram analisadas no tempo (t0 – inicial),

tempo t1 – um mês na câmara de

estabilidade, t2- dois meses na câmara de

estabilidade, t3 – três meses na câmara de

estabilidade e t4- 180 dias na câmara de

estabilidade.

3.2 Estudo da variação da concentração

de sulfaguanidina sódica na câmara de

estabilidade.

Preparo do padrão primário de

sulfaguanidina sódica para o doseamento

físico químico da pomada.

Pesou-se, exatamente, 0,02 g de

padrão de sulfaguanidina sódica, transferiu-

se para um balão volumétrico de 200 mL,

adicionou-se 50 mL de ácido clorídrico 1 M

e completou-se o volume com água

destilada. Homogeneizou-se. A partir da

solução obtida, pipetou-se 5 mL e

transferiu-se para balão volumétrico de 100

mL. Homogeneizou-se. Adicionou-se 7,5

mL de ácido clorídrico 1 M e completou-se

o volume com água destilada. Transferiu-se

uma alíquota de 10 mL para um balão

volumétrico de 50 mL, acrescentou-se 2 mL

de nitrito de sódio 0,1% e aguardou-se por

2 minutos. Adicionou-se 2 mL de sulfamato

de amônio 0,5% e aguardou-se por 2

minutos. Adicionou-se 2 mL de cloridrato

de N-naftiletilenodiamino 0,1% e aguardou-

se por 15 minutos.

3.3 Preparo da amostra de pomada para

análise de sulfaguanidina sódica.

Pesou-se exatamente uma massa da

pomada contendo o equivalente de 0,02 g

de sulfaguanidina sódica, transferiu-se para

um funil de separação e adicionou-se 90

mL de clorofórmio, posteriormente,

adicionou-se 150 mL de solução de HCl

1M em três porções de 50 mL, após a

adição de cada porção, agitou-se a mistura ,

deixou o sistema em repouso e após a

separação das fases, transferiu-se as

porções aquosas (150 mL) para um balão

volumétrico de 200 mL e completou-se o

volume com água destilada.

Homogeneizou-se. A partir da solução

obtida, pipetou-se 5 mL e transferiu-se para

balão volumétrico de 100 mL.

Page 10: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

10

Homogeneizou-se. Adicionou-se 7,5 mL de

ácido clorídrico 1 M e completou-se o

volume com água destilada. Transferiu-se

uma alíquota de 10 mL para um balão

volumétrico de 50 mL, acrescentou-se 2 mL

de nitrito de sódio 0,1% e aguardou-se por

2 minutos. Adicionou-se 2 mL de sulfamato

de amônio 0,5% e aguardou-se por 2

minutos. Adicionou-se 2 mL de cloridrato

de N-naftiletilenodiamino 0,1% e aguardou-

se por 15 minutos.

A partir das soluções obtidas

(amostra e padrão), mediu-se as

absorvâncias no comprimento de onda 545

nm, utilizando a solução de HCl 1 M para o

branco em um espectrofotômetro. Calculou-

se quantidade de sulfaguanidina na amostra

a partir das leituras obtidas.

3.4 Cálculos Da Concentração De

Sulfaguanidina Sódica Nas Amostras

% = Abs a x mp x Pp

Abs p x ma

Abs a: absorbância da amostra

Abs p: absorbância da padrão

mp: massa de padrão pesada em g

ma: massa de amostra pesada em g

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A ANVISA, na Resolução RE n.

398/2004, estabelece um período de vida

útil tentativo de 24 meses quando a

substância ativa é considerada estável (não

facilmente degradável e nenhuma mudança

significativa foi observada); os dados de

apoio mostraram que para formulações

similares foi atribuída uma vida de

prateleira de 24 meses ou mais. De acordo

com a Resolução RE n. 1/2005, por ocasião

do registro do medicamento, esse prazo de

validade provisório de 24 meses poderá ser

concedido se aprovado o relatório de estudo

de estabilidade de longa duração de 12

meses ou se aprovado o relatório de estudo

de estabilidade acelerado de seis meses

acompanhado dos resultados preliminares

de estudo de longa duração, estes podem

garantir a vida útil superior ao previamente

estabelecido, mas as empresas precisam se

sentir bastante seguras em relação aos

parâmetros dos estudos a que foram

submetidos os produtos para garantir esse

período extra. (ORIQUI, 2012)

Para Gil (2010) no estudo de longa

duração este deve ser realizado em

condições normais de armazenamento, com

o objetivo de se confirmar dados obtidos no

estudo acelerado e determinação do prazo

de validade do produto farmacêutico. As

análises são realizadas inicialmente durante

24 meses, porém é facultado ao o fabricante

prosseguir os estudos a fim de prolongar o

prazo de validade, mediante a manutenção

dos limites de aceitação. (GIL, 2010).

Page 11: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

11

Tabela 2: Resultados do estudo da

estabilidade acelerada para a pomada

contendo a sulfaguanidina sódica.

Tempo Teor de sulfaguanidina

sódica (%)

t0 início 98,82± 0,41

t1 30 dias 98,61± 0,12

t2 60 dias 98,57± 0,33

t3 90 dias 98,77±0,27

t4 180 dias 99,02±0,29

Fonte: Próprio Autor (2018)

A tabela 02, mostra os resultados

dos estudos realizados em condições

forçadas de armazenamento. Este tipo de

estudo demonstrou empiricamente e com

grande probabilidade de acerto o que

ocorreria no produto farmacêutico quando

este é submetido a condições normais de

armazenamento por longo período de

tempo. Nos resultados obtidos, é possível

verificar pouca variação nos resultados

físico-químicos de doseamento da

sulfaguanidina sódica na pomada. As

variações apresentadas estão dentro da faixa

específica de variação de 5 % entre os

resultados.

De acordo com o MS (2002) o

estudo da estabilidade do fármaco no estado

acelerado induz o aumento da velocidade de

degradação química e/ou alterações físicas

no produto farmacêutico pela utilização de

condições drásticas de armazenamento,

com o propósito de monitorar as reações de

degradação e estimar o prazo de validade,

durante um período de seis meses. O estudo

de estabilidade é uma maneira de assegurar a

manutenção dos parâmetros de qualidade dos

produtos enquanto forem fabricados pela

empresa, verificando a manutenção das

características mediante um controle de

mudanças. Portanto, com o início do processo

de fabricação, o produto não poderá sofrer

variações sem a avaliação do impacto das

mudanças na estabilidade do medicamento.

(MS, 2002).

Assim, de acordo com Oliveira

(2001) a instabilidade de um fármaco

sempre foi uma preocupação e um requisito

inerente à produção de fármacos. Hoje, este

problema está reduzido pelo avanço das

tecnologias e da industrialização, mas ainda

existe a preocupação quanto a produção em

larga escala, pois não é possível prever a

utilização imediata dos fármacos. A

instabilidade compromete a garantia do

fármaco quanto a sua qualidade, sua

segurança e sua eficácia terapêutica. Com

isto, os registros na ANVISA levam à

formulação de exigências, o que representa

um atraso para a aprovação do registro

sanitário. Este atraso acarreta juízos à

população e também a Indústria.

(OLIVEIRA, 2001).

Page 12: ESTUDO DE ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS

12

5. CONCLUSÃO

Os estudos de estabilidade devem

garantir que a identidade, efetividade,

potência, pureza dos produtos

farmacêuticos devem ser preservadas,

dentro dos limites específicos, durante todo

o período de validade incluindo o período

de utilização pelo paciente.

Os procedimentos estabelecidos pela

legislação sanitária brasileira e diretrizes

internacionais, os procedimentos, critérios e

condições de armazenamento para a

realização do estudo estabilidade.

A comprovação da estabilidade, a

determinação do prazo de validade dos

produtos farmacêuticos, a comercialização

e validação técnica devem ser través de

registros exigidos pela Agência de

Vigilância Sanitária.

Os estudos de estabilidade acelerado

quando realizados em paralelo com os

estudos de longa duração mostram as

influencias causadas pela temperatura e

umidade, permitindo uma avaliação

metódica da estabilidade, já a estabilidade

acompanhada é útil para avaliar o perfil de

estabilidade por longo tempo. Esses estudos

em si, demonstram mais que um resultado

para determinar o prazo de validade do

medicamento, mas também podemos

verificar o quanto esses produtos são

influenciados por agente externos e internos

e por quanto tempo eles ainda serão

seguros, eficaz e de qualidade para o uso.

Conforme mostrado na tabela 2, foi

possível verificar que a formulação

desenvolvida passou neste quesito de

estabilidade.

6. REFERÊNCIAS

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