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ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO PARA AS
USINAS SUCROALCOOLEIRAS DA
REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO
MINEIRO - MG
Juliene Barbosa Ferreira (UFU )
Noezia Maria Ramos (UFU )
ODILON JOSE DE OLIVEIRA NETO (UFU )
PRISCILA APARECIDA PEREIRA SILVA (UFU )
O presente trabalho utiliza da teoria clássica de estudo de localização
para analisar os principais fatores que influenciam na tomada de
decisão e atraem o capital privado a alocar um investimento produtivo
em uma região em detrimento das ddemais. Assim, a proposta deste
trabalho é identificar quais são os fatores mais relevantes na decisão
de localização das usinas sucroalcooleiras instaladas na Região do
Pontal do Triângulo Mineiro. A metodologia de pesquisa
fundamentalmente descritiva, realizando revisão teórica, conceitos e
dados acerca do estudo de localização e informações sobre o setor
sucroalcooleiro no Brasil e na região delimitada. Utilizou-se também
de pesquisa de dados secundários. Os dados apresentados quanto ao
custo de terra, produção agrícola e pastagens permite afirmar que o
Triângulo Mineiro tem fatores locacionais decisivos para a instalação
de uma usina sucroalcooleira. Verificou-se que o custo da terra para
produção de cana de açúcar na região é menor que em outros estados
tradicionais, além de confirmar que existe área de cultivo disponível e
ainda uma infraestrutura básica que atende ao setor.
Palavras-chaves: estudo de localização, setor sucroalcooleiro, fatores
locacionais.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. Introdução
Segundo o IBGE (2012), o Brasil é líder no ranking da produção de cana de açúcar, tendo
como maiores produtores os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso
do Sul e Mato Grosso. Minas Gerais ocupou o segundo lugar, tendo o Triangulo Mineiro e
Alto Paranaíba, como os detentores da maior produção do estado.
O presente estudo concentra-se nas linhas de trabalhos da Teoria da Localização, a qual
propõe a escolha racional de um local ótimo para se alocar uma unidade produtiva. A escolha
por um local está atrelada à Teoria da Localização que busca discorrer sobre os principais
fatores que impulsionam ou atraem o capital privado a alocar um investimento produtivo em
uma região em detrimento das demais.
Por isso, o objetivo deste trabalho, é, à luz da Teoria Clássica da Localização, compreender
quais seriam os fatores mais relevantes na decisão de localização das usinas sucroalcooleiras
instaladas na Região do Pontal do Triângulo Mineiro. Portanto, os objetivos específicos
propostos para este estudo foram: apontar as usinas da região considerando o tempo de
operação; avaliar a expansão de fronteira agrícola como fator; analisar custo da terra; analisar
a disponibilidade de mão-de-obra na região; e, avaliar a disponibilidade de serviços
relacionados à manutenção de máquinas, transporte, armazenamento e infraestrutura.
Para isso, o trabalho foi dividido em quatro etapas além dessa introdução, sendo: apresentado
no item dois as teorias de localização e as características do setor sucroalcooleiro; a
metodologia adotada para construção deste trabalho é apresentada no item três; no item quatro
analisa-se e discute os resultados para entendimento dos fatores decisórios para as usinas se
instalarem na região e por fim, o item cinco apresenta as considerações finais.
2. A localização e o setor sucroalcooleiro
Para estudo de localização existem duas abordagens teóricas importantes e pode-se dizer
complementares: a Teoria Clássica da Localização, que apresenta como principal
característica a busca pela minimização dos custos e maximização das receitas e a Teoria
Contemporânea da Localização que valoriza as inovações, a flexibilidade, a competitividade
do setor, o investimento em Pesquisa & Desenvolvimento e a busca pela mão de obra
qualificada. Para este trabalho será considerado a abordagem da Teoria Clássica.
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A Teoria Clássica da Localização possui como fundamento as premissas da teoria da
produção, enquanto a Teoria Contemporânea da Localização fundamenta-se principalmente
nos autores da Economia Regional e da Nova Geografia Econômica (PARAVIDINO et. al.,
2011).
Os principais fatores de localização industrial que compõem a Teoria Clássica podem ser
resumidos em custo de transporte de matéria-prima e produtos acabados, custo de mão-de-
obra e fatores aglomerativos e desaglomerativos, além desses, outros fatores são apresentados
no Quadro 01.
Quadro 01 – Fatores locacionais tradicionais
Disponibilidade e custo dos transportes Proximidade e dimensão dos mercados consumidores
Disponibilidade e custo da mão-de-obra Clima da região e qualidade de vida
Disponibilidade e custo de água e energia Disponibilidade e custo de terrenos
Proximidade e suprimento de insumos materiais Topografia
Remoção de esgotos ou resíduos Custo de construção, montagem e manutenção Fonte: Adaptado de Barquete apud Barbiere, 1995.
A decisão por uma localização para as instalações envolve uma sequência que vão desde
escolhas quanto a um país, uma região, uma comunidade ou um local estratégico. A primeira
decisão deve ser se a instalação será localizada internacional ou domesticamente. Em seguida
em qual região dentro do país escolhido a instalação deve estar localizada. Tal decisão
regional envolve escolhas entre algumas regiões nacionais ou entre diversas regiões dentro de
uma área geográfica menor (GAITHER et al, 2002).
A decisão referente à comunidade tem fatores adicionais que afetam na escolha da
localização: serviços comunitários e impostos, atitudes e incentivos para criação de novas
instalações, disponibilidade e custos locais, impacto ambiental, serviços bancários e
preferências administrativas. Feitas as análises, é o momento da escolha do local estratégico,
observando tamanho e custo de cada local, proximidade e sistemas de transporte e indústrias
ou serviços relacionados, disponibilidade de serviços públicos e materiais de suprimentos e
restrições de zoneamento (GAITHER et al, 2002). Conforme o Quadro 02.
Quadro 02 – Ilustração da hierarquia das decisões de localização
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Custos de transporte;
Impostos e incentivos;
Custos e disponibilidades de insumos matérias e humanos;
Legislação e incentivos fiscais regionais;
Legislação trabalhista (estabilidade, flexibilidade);
Protecionismo;
Infra-estrutura interna de utilidades e serviços;
Potencial de mercado.
Acesso a mercados;
Custos e disponibilidade de insumos materiais e humanos;
Legislação de incentivos fiscais;
Atitude da comunidade;
Disponibilidade de locais; custo do espaço;
Infra-estrutura local de utilidades e serviços;
Fatores referentes à qualidade de vida.
Acesso à infra-estrutura de transporte;
Acesso a mercados locais;
Características do endereço (ambiente físico e de negócio);
Infra-estrutura microlocal de utilidades e serviços;
Custo de espaço; disponibilidade para expansão;
Impostos territoriais;
Incentivos locais (fiscais e outros);
Fatores referentes à qualidade de vida.
Local estratégico Endereço
País ou Região do país
Nível Hierárquico Decisão Fatores principais
Sub-região
Comunidade Cidade
Fonte: Adaptado de Corrêa e Corrêa, 2005.
Gaither et al, (2002) também aponta fatores que afetam a decisão de localização, conforme
apresentado no Quadro 03, classificando a importância em relação a alguns fatores que
interferem na escolha de localização para diferentes tipos de instalações. As atividades de
mineração, agricultura e manufatura pesada tem instalações que precisam de alto capital e que
são dispendiosas para construir. Essas instalações normalmente tendem a se localizar próximo
às fontes de matéria-prima e não de seus mercados, minimizando os custos de transporte das
entradas e saídas (GAITHER et al, 2002).
O Quadro 03 mostra que existe uma hierarquia de decisões, e como é a relação dos fatores
que as afetam em referência às unidades de operação: i) proximidade das fontes qualificadas
de suprimento; ii) proximidade da mão-de-obra (fontes de insumos); iii) proximidade dos
insumos; iv) ambiente físico e de negócios; v) comunidade; e vi) globalização. Assim, o autor
aponta 11 fatores de discussão de localização relacionando-os com a atividade ou tipos de
instalação. A letra “A” significa que nesse tipo de instalação é fator decisivo; a letra “B”
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indica um fator de média importância para determinado tipo de atividade e por fim, a letra
“C”, que aponta pouca ou nenhuma importância do fator de decisão de escolha de localização
para determinado segmento.
Quadro 03 – Importância Relativa dos Fatores de Localização em Diferentes Instalações
Fator que afeta a decisão quanto à localização
Mineração, lavra,
manufatura
pesada
Manufatura
leve
P&D manufa-
tura High-
tech
Armaze-
namento
1.Proximidade de concentrações de clientes e cidadãosC C B B
2.Disponibilidade e custos de mão-de-obraB A B B
3.Atratividade da comunidade para recrutar profissionaisC B A C
4.Grau de organização e terrenosA A C B
6.Proximidade de instalações de transporte A B C A
7.Custos de transporte das entradas A B C A
8.Custos de transporte das saídas B B C A
9.Disponibilidade e custos de serviços públicos A B C C
10.Proximidade de matérias-primas e suprimentos A B C C
11.Restrições de zoneamento e impacto ambiental A B C C
B B B5.Custos de construção A
Observação: A=muito importante, B=importante, C=menos importante
Fonte: Gaither, 2002. p. 183.
Davis et al (2001) também apresentam uma abordagem de estudo de localização, envolvendo
quais fatores são relacionados a um determinado nível de atuação de uma empresa. Os
autores separam a avaliação de mercado em macro e micro análise, onde a primeira se refere à
avaliação de regiões de mercado, sub-regiões e comunidades alternativas e, a micro fornece
uma abordagem quantitativa para determinar onde colocar uma instalação, com base na
minimização dos custos totais de transporte entre o local em que são produzidos os bens e
onde eles são consumidos.
É possível verificar pelo quadro 4 que a decisão principal a ser tomada pela empresa envolve
a região, o que está diretamente ligado ao fato de ser ou não uma multinacional. O primeiro
critério de decisão em caso de internacionalização está relacionado ao potencial de mercado e
aos custos operacionais. Em caso de uma empresa nacional em expansão para outros estados,
os critérios envolvem os custos operacionais como, custo de transporte, custo de matéria
prima, custo e disponibilidade de mão de obra. E os casos de pequenas empresas ou
microempreendedores, têm como critérios de decisão fatores mais pontuais e mais
direcionados ao mercado consumidor.
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Quadro 04 – Pesquisa de planta
Critérios Selecionados
de Decisão
Divisão de operação Potencial de mercado
Divisão de planejamento Participação no mercado
Custos operacionais
Divisão operacional Custos de transporte (mercado, matérias-primas)
Taxa comercial Impostos (estaduais)
Compras Custos de matéria-prima
Relações industriais Custo e disponibilidade de mão-de-obra
Divisão de operação Acesso a mercado/materiais
Compras comerciais Custo de materiais
Relações industriais Custo e disponibilidade de mão-de-obra
Propriedade Impostos (locais)
Disponibilidades de serviços públicos
Disponibilidade de áreas
Amenidades da comunidade
Divisão operacional Acesso à rede de transportes
Engenharia Características da área
Imposto sobre propriedade Impostos (propriedade)
Disponibilidade de serviços públicos
Terras e custos de aquisição
Custos de construção
ÁREA
Quadro de diretores (Aprovação final da área)
Comunidade – Área (Autoriza a divisão de contratos a iniciar negociações legais com a comunidade – e
com o proprietário – pela terra – área)
REGIÃO DO
MERCADO
Unidades de DecisãoDecisão
Principal
SUB-REGIÃO
COMUNIDADE
Fonte: Adaptado de Davis; Aquilano; Chase, 2001.
Analisando a teoria de estudo de localização apresentada é possível fazer um paralelo com o
estudo aqui proposto que está direcionado ao setor sucroalcooleiro. Nesse sentido, para o setor
sucroalcooleiro, os fatores a serem considerados são: proximidade de matérias-primas e
suprimentos, custos de transportes das saídas, custos de transportes das entradas, restrições de
zoneamento, impacto ambiental e proximidade de instalações de transporte. O Quadro 05
mostra que as decisões do setor são direcionadas às sub-regiões que considera como critérios
selecionados de decisão, o custo de transporte, os custos de matéria-prima e o custo e
disponibilidade de mão-de-obra.
Dado que o objetivo é analisar os principais fatores de decisões de localização para o setor
sucroalcooleiro no Pontal do Triângulo Mineiro, faz-se importante apresentar o setor.
2.2. Setor Sucroalcooleiro
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A CONAB analisa que a expansão da área cultivada tem comportamento diferenciado na
extensão brasileira. O maior percentual de aumento foi constatado na Região Sudeste, com
96,38% do total da nova área, representando 357.183 hectares, concentrados principalmente
em São Paulo, com aumento de 246.011 hectares e Minas Gerais 106.640 hectares. O Centro-
Oeste também teve significativa representatividade na expansão, aumentando em 188.396
hectares a área de plantio, compreendida por 115.792 hectares de Goiás e, 65.347 hectares por
Mato Grosso do Sul. Com menor proporção, mas também importante no setor sucroenergético
aparece a região Sul, com o Paraná plantando 50.066 hectares de novas lavouras. A soma
desse crescimento atinge um total de 618.056 hectares de plantio de cana-de-açúcar a mais
para a próxima safra, compreendida pelo período de 2012/13. Em consequência de tal
aumento em área de cultivo, podemos observar no Gráfico 01 que o volume de cana moída,
segue paralelamente esta evolução de plantio, ampliando a produtividade no país.
Gráfico 01 – Evolução da área plantada e produtividade da cana-de-açúcar no Brasil
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
1948/49
1951/52
1954/55
1957/58
1960/61
1963/64
1966/67
1969/70
1972/73
1975/76
1978/79
1981/82
1984/85
1987/88
1990/91
1993/94
1996/97
1999/00
2002/03
2005/06
2008/09
.Mil
ha
res
de
t
SAFRA
Fonte: Dados extraídos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2010)
Para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil aparece no cenário
mundial como líder na produção de etanol e açúcar provenientes da cana-de-açúcar. Tal
posição é decorrente da grande disponibilidade de terras próprias ao cultivo da cana, sem que
ocorra o agravamento na produção de outros alimentos, tecnologia de produção e estrutura
compatível à distribuição (BRASIL, 2010).
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De acordo com Guimarães (2011) o estado de Minas Gerais já possui 0,5% do território de
cana-de-açúcar no Brasil, sendo 70% na região do Triângulo Mineiro, que sofreu um aumento
de 129,44% na área de plantio. As informações apresentadas SIAMIG (2012) mostram que o
Triangulo Mineiro é a região de Minas Gerais onde se concentram o maior número de usinas
no estado. Na região estavam instaladas, em 2003, 8 usinas, e 14 seriam instaladas a partir
deste ano, o que corresponde em sua totalidade, a 53,66% das unidades no estado. Em 2008,
este cenário havia sofrido mudanças, 15 já estavam instaladas e 19 seriam instaladas a partir
deste ano, passando a corresponder a 60,71% das unidades.
Figura 01 – Localização das usinas no estado – Ano: 2003
Fonte: SIAMIG-SINDAÇÚCAR (2012).
A figura diferencia a situação das usinas pelas dos símbolos, na cor vermelha são as unidades
instaladas com informações e de cor verde as que o sindicato não tem informações sobre, de
amarelo, as unidades novas em 2008/2009 e, de azul, usinas que estariam prontas a partir de
2008.
Figura 02 – Localização das usinas no estado – Ano 2008
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Fonte: SIAMIG-SINDAÇÚCAR (2012).
As figuras mostram de forma clara que o Triângulo Mineiro vem sofrendo um aumento
representativo no que tange a investimentos neste setor com a ampliação significativa no
número de unidades instaladas e projetadas.
Mediante informações da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG
(2013), a região do Pontal, tem 850 mil hectares potencialmente utilizáveis para lavouras com
solo mais vermelhos bem estruturados. A vegetação é predominantemente de cerrado com
63% de relevo plano, 33% ondulado e 4% montanhoso e clima tropical semi-úmido, estação
chuvosa no verão e seca no inverno. Ainda conforme dados de FIEMG (2013) a região é
servida pelo complexo hidroviário Tietê-Paraná através do porto de São Simão e, cortada
pelos rios Grande e Paraná.
3. Metodologia
A metodologia de pesquisa teve como fundamento a pesquisa descritiva, incluindo: realização
da revisão teórica dos autores, conceitos e dados acerca do principal tema abordado na
pesquisa, o estudo de localização e, acerca disso o levantamento de informações sobre o setor
sucroalcooleiro no Brasil e na região de estudo já delimitada.
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Os dados de fontes secundárias foram buscados em sites e levantamentos de periódicos de
instituições respeitadas no que tange ao fornecimento de informações necessárias à pesquisas
como o AGRIANUAL, a CONAB, o MAPA, o CANASAT, a EMBRAPA, a FIEMG,
GEOMINAS, IBGE, o SEBRAE, o SIAMIG, a UDOP (União dos Produtores de Bioenergia)
e a ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar).
4. Análise dos resultados
Como o objetivo deste trabalho é analisar os fatores de decisão para localização das usinas
sucroalcooleiras na região do Pontal, verificou-se que no estado de Minas Gerais houve uma
expansão da produção de cana-de-açúcar de 188% no período de 2003 a 2011. Para o estado
de São Paulo observou-se um aumento na produção de 55%. Nos estados do Centro-Oeste o
Mato Grosso do Sul apresentou um crescimento de 320% e Goiás o índice foi de 253%,
conforme apresentado na Tabela 01.
Tabela 01 – Produção de cana-de-açúcar nos principais estados produtores
UF PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR (em toneladas)
2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12*
MG 18.786.524 20.945.805 24.324.538 29.153.432 36.460.100 44.208.400 49.923.400 56.013.600 54.149.100
SP 206.513.656 225.188.102 241.222.574 265.379.217 299.322.300 342.910.800 362.664.700 361.723.300 320.610.300
Sudeste 232.233.700 256.455.856 273.607.042 300.867.968 343.684.300 395.094.500 419.857.700 423.799.500 380.380.100
%** 97,01% 95,98% 97,05% 97,89% 97,70% 97,98% 98,27% 98,57% 98,52%
MS 8.805.710 9.700.048 9.037.916 11.635.093 14.662.200 20.755.000 23.297.800 33.476.700 37.002.200
MT 14.352.164 15.078.253 12.342.929 13.059.354 15.645.000 16.109.900 14.045.600 13.661.200 13.701.500
GO 13.041.053 14.005.856 14.568.007 16.140.042 21.055.400 29.645.200 40.092.500 46.206.800 45.998.900
C.
Oeste 36.198.927 38.784.157 35.948.852 40.834.489 51.362.300 66.510.100 77.435.900 93.344.700 96.702.600
%** 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
PR 28.594.395 28.736.337 24.522.773 32.118.523 40.217.600 44.200.100 45.502.800 43.321.100 42.150.400
Sul 28.688.231 28.814.334 24.580.749 32.210.442 40.346.200 44.320.100 45.551.300 43.403.100 42.235.400
%** 99,67% 99,73% 99,76% 99,71% 99,68% 99,73% 99,89% 99,81% 99,80%
Brasil 357.110.883 381.447.102 382.482.002 428.816.921 501.536.300 571.809.800 604.513.700 632.905.300 588.915.000
%*** 81,23% 82,23% 85,24% 85,70% 85,21% 87,06% 88,59% 87,60% 87,21%
* Previsão em setembro/2011
** Representação da produção dos Estados em relação à produção das regiões
*** Representação da produção dos Estados em relação à produção brasileira
Fonte: AGRIANUAL (2012)
Tabela 02 – Área colhida de cana-de-açúcar nos principais estados produtores
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UF PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR (em hectares)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*
MG 303.043 334.658 349.104 430.922 496.890 608.250 715.628 746.527 791.554
SP 2.817.604 2.951.804 3.084.752 3.284.681 3.505.065 4.538.198 4.691.255 5.034.240 4.357.010
Sudeste 3.340.536 3.517.364 3.666.508 3.931.461 4.203.115 5.362.104 5.622.175 5.995.527 5.331.635
%** 93,42% 93,44% 93,65% 94,51% 95,21% 95,98% 96,17% 96,42% 96,57%
MS 120.534 130.970 136.803 152.747 191.577 252.544 323.901 399.408 475.000
MT 196.684 206.829 205.961 206.298 219.217 218.873 245.666 222.248 234.803
GO 164.861 176.328 196.596 232.577 278.000 400.400 515.608 573.205 687.468
C. Oeste 482.424 514.587 539.858 591.622 688.794 871.817 1.085.175 1.194.861 1.397.271
%** 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
PR 373.839 399.527 404.520 432.815 538.931 594.585 617.510 625.885 649.910
Sul 422.732 447.940 453.673 483.246 592.438 649.445 654.077 661.819 682.650
%** 88,43% 89,19% 89,17% 89,56% 90,97% 91,55% 94,41% 94,57% 95,20%
Brasil 5.371.020 5.631.741 5.805.518 6.152.929 6.692.472 8.141.228 8.598.440 9.080.769 8.647.236
%*** 74,04% 74,58% 75,41% 77,04% 78,14% 81,23% 82,68% 83,71% 83,21%
* Previsão em agosto/2011
** Representação da área plantada nos Estados em relação às regiões
*** Representação da área plantada nos Estados em relação à brasileira
Fonte: AGRIANUAL (2012)
Observa-se, portanto, corroborado pela Tabela 02, que há um aumento significativo na
produção em Minas Gerais e de sua área plantada. Se considerarmos apenas o Pontal do
Triângulo Mineiro, verificou-se um aumento da área cultivada de cana-de-açúcar, na média de
808.407%, conforme pode ser observado na Tabela 03.
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Tabela 03 – Área cultivada de cana-de-açúcar no Pontal do Triângulo Mineiro
MUNICÍPIOS ÁREA CULTIVADA (hectares)
2003/2004 2004/2005 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012
Cachoeira Dourada 0 0 526 118 382 469 614 1.037 1.070
Campina Verde 0 1.103 2.309 2.734 3.230 5.200 9.657 10.269 10.131
Capinópolis 2.068 2.068 3.849 4.598 7.679 8.523 10.130 10.278 10.089
Carneirinho 0 102 132 594 1.592 5.276 7.016 7.284 7.627
Comendador Gomes 684 684 703 758 1.638 2.867 3.746 4.364 5.254
Conceição das Alagoas 15.746 19.526 24.504 29.498 41.022 46.028 48.150 47.378 49.135
Fronteira 3.505 3.744 4.041 4.383 4.785 5.468 5.429 5.066 4.564
Frutal 8.860 11.656 15.428 20.468 33.373 54.625 59.392 61.698 64.775
Gurinhatã 0 0 0 0 0 4 3.481 4.352 4.720
Ipiaçú 0 0 2.899 4.622 5.347 5.501 6.400 6.346 6.237
Itapagipe 0 0 0 2.906 5.293 9.124 12.639 13.308 14.410
Ituiutaba 2.661 2.661 6.485 2.818 9.966 15.022 21.657 21.741 22.320
Iturama 0 19.499 24.187 26.752 28.828 30.902 31.878 31.831 31.785
Limeira do Oeste 0 2.028 3.278 7.854 11.662 19.089 24.267 25.002 25.717
Pirajuba 5.048 6.291 8.204 10.442 13.647 15.818 15.974 15.217 15.598
Planura 1.090 1.563 2.310 33.837 6.973 5.878 8.916 9.252 9.325
Santa Vitória 0 0 0 1 220 4.075 14.390 23.247 29.273
São Francisco de Sales 0 431 431 1.122 8.432 11.678 14.000 13.542 14.517
TOTAL 39.662 71.356 99.286 153.505 184.069 245.547 297.736 311.212 326.547
Fonte: CANASAT (2012).
Um fator apontado na literatura que justifica a instalação das usinas na região é a oferta de
matéria-prima. Já se observou um aumento da produção e da área plantada, alem disso as
Tabelas 04 e 05 mostram a expansão da fronteira agrícola para cana de açúcar.
A cana-de-açúcar é cultivada na maioria das vezes em áreas que anteriormente, foram
ocupadas por culturas como a soja e café, e alguns produtores incumbidos de sua produção,
atualmente realizam a prática do arrendamento de suas terras. O que se observa é um aumento
da área de cana-de-açúcar em detrimento das outras culturas e um aumento da produção,
ocorrido também em razão de ganhos com produtividade, conforme pode ser observado na
Tabela 04.
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Tabela 04 – Produção dos principais produtos agrícolas cultivados em Minas Gerais
PRODUÇÃO AGRÍCOLA EM MINAS GERAIS (em toneladas)
SAFRA
Algodão em
pluma Arroz Feijão Milho Soja Sorgo Cana
2003 32.100 191.600 5.268.000 5.327.300 2.332.500 193.500 18.786.524
2004 47.800 212400 453800 6000400 2659200 264100 20.945.805
2005 53.048 256.200 566.000 6.172.300 3.021.600 224.200 24.324.538
2006 32.490 198.875 536.600 5.280.800 2.482.500 172.900 29153.432
2007 37.875 187.000 503.500 6.256.800 2.567.900 155.200 36.460.100
2008 29.700 143.500 566.100 6.629.100 2.536.900 225.300 44.208.400
2009 22.400 128.300 599.300 6.543.487 2.673.700 270.900 49.923.400
2010 21.900 115.100 623.700 6.083.600 2.871.542 304.800 56.013.600
2011* 46.896 83.300 608.700 6.507.900 2.948.293 364.900 54.149.100 * Previsão feita em agosto/2011
Fonte: AGRIANUAL (2012)
Tabela 05 – Área cultivada pelos principais produtos agrícolas cultivados em Minas Gerais
ÁREA COLHIDA EM MINAS GERAIS (em hectares)
SAFRA
Algodão em
pluma Arroz Feijão Milho Soja Sorgo Cana
2003 35.200 89.100 448.400 1.269.100 873.600 7.500 303.043
2004 49.300 94400 436300 1346500 1065800 93000 334.658
2005 54.200 111.400 433.700 1.359.700 1.119.100 96.300 349.104
2006 30.400 92.500 459.200 1.371.700 1.060.900 77.900 430.922
2007 32.528 85.008 413.600 1.398.500 930.400 72.200 496.890
2008 20.600 67.500 420.600 1.339.400 870.000 90.300 608.250
2009 15.300 57.700 420.700 1.290.400 914.400 91.900 715.628
2010 15.000 53.200 419.600 1.192.300 1.019.000 101.300 746.527
2011* 34.000 40.800 406.900 1.202.000 1.045.494 125.400 791.554 * Previsão feita em agosto/2011
Fonte: AGRIANUAL (2012)
Cabe destacar que a área de expansão direta do setor sucroalcooleiro não compreende a região
Amazônica, entretanto o cultivo da cana-de-açúcar em áreas anteriormente destinadas a
pecuária, empurram a fronteira agrícola1 para as áreas da floresta, o que desencadeia sua
destruição.
A Tabela 06 mostra que as áreas de pastagem vêm diminuindo de forma vertiginosa. Quando
observamos os últimos 20 anos, isso é evidente. Em 1985, a área de pastagem no Brasil era de
178 milhões de hectares para 158 milhões em 2006. Essa redução veio de forma gradativa
apresentando uma defasagem de 0,85% entre 1985 e 1996. Esta perda de área foi mais
acentuada depois de 1996, chegando em 2006 com uma diferença negativa de 10,66%, o que
representa aproximadamente toda a redução de pastagem ocorrida no período em observação.
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Tabela 06 – Área de pastagem nas regiões avaliadas
SUL SUDESTE C. OESTE BRASIL
1985
Pastagem natural 15.153.974 25.450.753 28.990.728 104.497.629
% Total 71,29% 60,58% 48,97% 58,62%
Pastagem plantada 6.101.393 16.560.364 30.214.561 73.765.288
% Total 28,71% 39,42% 51,03% 41,38%
Total 21.255.367 42.011.117 59.205.289 178.262.917
1996
Pastagem natural 13.679.844 17.324.514 17.443.631 78.048.452
% Total 66,10% 45,86% 27,79% 43,92%
Pastagem plantada 7.016.705 20.452.535 45.320.240 99.651.978
% Total 33,90% 54,14% 72,21% 56,08%
Total 20.696.549 37.777.049 62.763.871 177.700.430
∆ 85/96
Pastagem natural -9,73% -31,93% -39,83% -25,31%
Pastagem plantada 15,00% 23,50% 49,99% 35,09%
Total -2,63% -10,08% 6,01% -0,32%
2006
Pastagem natural 10.815.667 10.853.454 13.731.190 57.316.457
% Total 69,28% 39,38% 23,46% 36,10%
Pastagem plantada 4.795.062 16.707.689 44.787.025 101.437.408
% Total 30,72% 60,62% 76,54% 63,90%
Total 15.610.729 27.561.143 58.518.215 158.753.865
∆ 96/06
Pastagem natural -20,94% -37,35% -21,28% -26,56%
Pastagem plantada -31,66% -18,31% -1,18% 1,79%
Total -24,57% -27,04% -6,76% -10,66% Fonte: EMBRAPA (2012)
Outro fator apresentado na literatura é o custo da terra. Conforme a Tabela 07, o estado de
Minas Gerais apresenta preços inferiores aos demais estados de produção sucroalcooleira,
sendo que São Paulo tem uma valorização de 148% e Paraná de 77% em relação ao estado
mineiro. Os demais estados produtores em questão se encontram com preços abaixo de Minas
Gerais, como é o caso de Goiás, com um percentual de -18%, Mato Grosso -49% e Mato
Grosso do Sul -20%. Entretanto, não se verifica uma disponibilidade da terra para cultivo da
cana-de-açúcar nesses estados.
Tabela 07 – Preço médio da terra por estado
UF PREÇO MÉDIO DA TERRA POR ESTADO
jul./ago.2006 mai./jun.2007 jul./ago.2008 mai./jun.2009 mai./jun.2010 mai./jun.2011
SP 9.496 11.347 12.031 12.050 12.327 14.516
GO 2.529 3.086 3.828 4.087 4.709 5.577
MT 1.788 1.951 2.480 2.468 2.582 3.411
MS 2.677 3.284 4.174 3.968 4.077 4.899
PR 6.339 6.961 8.959 9.274 9.140 10.703
MG 3.383 3.989 4.842 5.075 5.336 6.371 Fonte: AGRIANUAL (2012)
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Tabela 08 – Maior e menor preço da terra nos principais estados produtores
UF PREÇO DA TERRA (R$/HA) 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
GO Terra agrícola de alta produtividade 6.028 6.784 4.380 4.131 5.137 6.239 6.967 8.000 9.000
Terra agrícola de alta produtividade 9.419 10.354 6.453 6.218 6.682 8.236 9.417 10.983 12.300
MT Terra agrícola para cana-de-açúcar 1.362 1.663 1.514 1.514 2.042 2.778 3.433 3.525 4.050
Terra agrícola de alta produtividade 5.479 8.413 6.215 5.950 7.230 9.066 9.267 10.333 12.000
MS Terra agrícola de alta produtividade 6.169 6.983 4.980 4.899 7.142 8.369 8.050 7.800 8.000
Terra agrícola de alta produtividade 9.903 12.475 8.231 7.724 7.213 8.940 9.217 9.917 11.833
MG Terra agrícola de alta produtividade 566 592 595 587 716 1.396 1.700 2.133 2.767
Terra agrícola de alta produtividade 6.458 8.202 8.311 8.191 9.201 13.455 13.500 14.250 16.000
PR Terra agrícola com cana-de-açúcar 5.310 7.858 6.930 7.411 8.157 8.500 8.967 9.500 9.833
Terra agrícola de alta produtividade 16.807 15.801 11.812 11.389 15.426 23.763 24.250 23.500 26.050
SP Terra agrícola com baixa produtividade 6.085 7.713 5.844 6.302 6.823 6.546 6.500 7.433 9.500
Terra agrícola de alta produtividade 10.468 11.436 12.048 13.238 20.000 20.495 20.500 22.167 28.667
Fonte: AGRIANUAL (2012)
Além da disponibilidade da matéria prima e do custo da terra para plantio, existe o fator
relacionado à mão de obra e a disponibilidade de infraestrutura de maquinas e equipamentos.
No caso da mão-de-obra, com a ampliação das fronteiras da cana para o Estado de Minas
Gerais, inicia-se um processo de migração de trabalhadores para as usinas instaladas no
Triângulo Mineiro, que buscam melhores condições de vida e também oportunidades de
trabalho.
Somado a isso, tem-se um contexto nacional propulsor ao engrandecimento do contingente de
trabalhadores temporários no campo, que historicamente tem alterado a estruturação
populacional da região. Segundo Staduto et al (2004), existem dois motivos para a expansão
da mão-de-obra temporária na atividade agropecuária brasileira, a partir da década de 1960: o
primeiro seria a criação do Estatuto do Trabalhador Rural (ETR, Lei 4.214 de 02/03/1963),
que surtiu nos empregadores rurais o desejo de se eximirem ao máximo dos direitos previstos
pelo ETR, fazendo com que estes restringissem o número de trabalhadores agrícolas
residentes em suas fazendas; e o segundo, a especialização da atividade agrícola nas diversas
regiões do país. Esta teria gerado por sua vez a especialização de culturas e atividades em
diferentes áreas, culminando na descontinuidade da produção no território nacional e na
utilização da mão-de-obra temporária. A partir de então, ao se tratar das lavouras de cana-de-
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açúcar, essa mão-de-obra caracterizou-se fundamentalmente por migrações, principalmente
no sentindo Nordeste e/ou Norte de Minas para as demais áreas da região Sudeste.
No que tange a disponibilidade de fornecedores de máquinas e equipamentos para o setor
sucroalcooleiro, segundo Siqueira e Reis (2013), a região do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba apresenta um número muito limitado de empresas fornecedoras. Os principais
fornecedores praticamente se localizam nas cidades paulistas de Ribeirão Preto e Piracicaba.
Siqueira e Reis (2013) analisaram os fatores de competitividade da agroindústria
sucroalcooleira para a região do Triangulo Mineiro confirmaram que a disponibilidade de
matéria prima e o preço da cana de açúcar são fatores favoráveis à competitividade, enquanto
a disponibilidade de empresas fornecedoras de maquinas e equipamentos e manutenção é
baixa, sendo um item desfavorável, conforme mostra o Quadro 8.
Fator Controlabilidade Avaliação
INSUMOS CF CG QC I
Indicador
(MF, F, N, D,
MD)
Peso
Disponibilidade de cana -de-açúcar X X MF 0,4
Disponibilidade de máquinas e equipamentos de manutenção
industriais X MD 0,1
Preço da cana-de-açúcar X MF 0,3
Disponibilidade de mão de obra X F 0,2
Quadro 8 – Avaliação do Determinante de Competitividade Insumo da Agroindústria do Açúcar
no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba
Obs.: CF: Controlável pela firma; CG: Controlável pelo Governo; QC: Quase controlável; I: Não controlável; MF: Muito
Favorável; F: Favorável; N: Neutro; D: Desfavorável; MD: Muito Desfavorável.
Fonte: Siqueira e Reis, 2011.
Considerações Finais
A luz das teorias de localização tradicionais é possível verificar que a região do Pontal é
favorável à instalação das indústrias sucroalcooleiras.
O primeiro fator a ser ressaltado é o aumento do numero de usinas na região visto que com a
expansão o aumento de unidades sucroalcooleiras representou aproximadamente 65% das
presentes na região, englobando as que estão em fase de projeto. De acordo com as teorias
analisadas é cabível verificar que os fatores relacionados à teoria clássica se apresentam de
forma mais clara.
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O custo da terra e sua disponibilidade servem de fator decisório na escolha da região a ser
instalada uma indústria do setor canavieiro. Minas Gerais apresenta preço médio da terra
menor que os principais produtores da região abrangente na pesquisa. No que diz respeito à
região Centro-Oeste, estes preços são um pouco maiores, contudo são estados com menor
abertura à cana-de-açúcar devido ao predomínio da criação de gado e o cultivo de grãos.
A indústria canavieira, por ser uma atividade de cultivo de terras e manufatura pesada,
consome grandes quantidades de terras, principalmente para o cultivo de sua matéria-prima, a
cana-de-açúcar. Isso faz com que a disponibilidade de terra se sobressaia na decisão da
localização de instalação, pois tratamos de estados com grande potencial. Contudo tal
demanda por área de alta produtividade, ocasiona-se o desenvolvimento de fronteira agrícola.
A fronteira agrícola está presente em Minas Gerais na forma que a produção de culturas
típicas no estado não apresentam, desde a alavancagem do setor sucroenergético,
crescimentos consideráveis de produção e de tamanho de plantação. As pastagens em uma
década, a região Sudeste sofreram uma redução de 27,04% na área destinada à pecuária.
Por outro lado, a produção de cana e a área cultivada, estão em franca expansão. De maneira
linear, se compararmos o volume de produção em Minas Gerais de 2003 até 2012, houve um
crescimento de 188% no volume da produção, aumentado a área cultivada em 161,2%. Este
aumento supera as estatísticas de produção nacional, que atingem acréscimo de 64,91% nas
toneladas produzidas e, 61% de hectares.
Os fatores como mão-de-obra e empresas fornecedoras de maquinas e equipamentos não
desmerecem o potencial local para instalação das usinas, uma vez que a maior necessidade de
mão de obra não exige mão de obra qualificada, sendo composta por migrantes nordestinos. E
no que tange aos fornecedores de máquinas e equipamentos, a proximidade com o estado de
São Paulo facilita a prestação desse serviço na região do Pontal do Triangulo Mineiro.
Referências
AGRIANUAL. São Paulo: AgraFNP, 2012. Anual.
BARQUETTE, S. Fatores de Localização de Incubadoras e Empreendimentos de Alta
Tecnologia. Ciência e Tecnologia, v. 42, n. 3, p. 101-113, set. 2002.
BRASIL. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira –
Safra 2012/13. Brasília – DF: Conab, 2012. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/
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Agroenergia – 2010. Brasília, DF: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
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CANASAT. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/laf/canasat/>. Acesso em: 15. ago.2012.
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