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ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO DE UNIDADE DE ESMAGAMENTO DE COCO

MACAÚBA NA BACIA DO RIACHÃO - MG

Airton Schimidt

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Michael Caldeira Silva2

Rodrigo Barbosa Nunes3

Tiago Borges Nunes4

Prof. Ms. Narciso Ferreira dos Santos Neto5

Resumo: Esse artigo tem o objetivo de estudar qual a melhor localização para uma unidade de

esmagamento de coco macaúba na Bacia do Riachão em Minas Gerais. A macaúba é uma

planta nativa encontrada em algumas regiões do Brasil e do seu fruto, o coco, são extraídos

diversos tipos de óleos vegetais de grande utilidade e valor no mercado. 49 comunidades

fazem parte da Bacia do Riachão e através de técnicas de georreferenciamento e do software

TransCAD, procurou-se determinar o melhor local para a instalação do centro de

esmagamento. Foram propostas duas situações, com a instalação de uma e duas unidades de

esmagamento. No cenário onde uma unidade foi definida, sua instalação coincidiu com a

região com maior incidência do coco, o Baixo Riachão.

Palavras-chave: Coco macauba, localização, unidade de esmagamento.

Abstract: The objective of this article is to study the best location for a crushing facility of

macaúba coconut in Riachão area in Minas Gerais. The macauba palm is a native plant found

in parts of Brazil and from its fruit, the coconut, are extracted various types of vegetable oils

of great utility and market value. 49 communities are part of the Riachão area and through

geo-referencing techniques and the software TransCAD, we sought to determine the best

location for the installation of central crushing.

Key words: Macauba coconut, location, crushing facility.

1 INTRODUÇÃO

As riquezas e o potencial econômico de diferentes regiões se concentram,

inúmeras vezes, nas suas características agrícolas, no cultivo natural de frutos e flora de sua

terra e nos recursos peculiares de sua localização, condições geográficas e climáticas.

Inúmeras pesquisas são publicadas no meio acadêmico fornecendo teorias que

exploram novas perspectivas de aproveitamento de recursos naturais com soluções embasadas

cientificamente para problemas do mundo moderno.

Nos dias atuais, são imensamente exploradas as alternativas mercadológicas de

fontes de energia renováveis e matérias-primas mais baratas em sistemas auto-sustentáveis,

em regiões ainda inexploradas ou com estrutura precária para suas atividades.

Entretanto, seus recursos ou viabilidades podem ser pouco ou não explorados

dentro das atividades dos indivíduos locais em suas respectivas regiões devido a barreiras

1 Acadêmico do sétimo período de Administração da Universidade Estadual de Montes Claros-MG.

2 Acadêmico do sexto período de Administração da Universidade Estadual de Montes Claros-MG.

3 Acadêmico do sexto período de Administração da Universidade Estadual de Montes Claros-MG.

4 Acadêmico do sexto período de Administração da Universidade Estadual de Montes Claros-MG.

5 Professor do curso de Administração da Universidade Estadual de Montes Claros-MG

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culturais, geográficas, financeiras ou até mesmo físicas. Questões como tempo, localização e

deslocamento para obtenção e aprimoramento dos recursos, além dos custos necessários à

atividade, devem ser extremamente considerados, avaliados e otimizados para a sua garantia.

Estes empecilhos ou variáveis de risco podem ser abrandados ou extintos graças a

busca de sua viabilidade através do conhecimento técnico-científico, geralmente e

predominantemente, aplicado em ambientes de negócios e na gestão de empresas. Este

conhecimento e suas ferramentas podem ser devidamente adequados às necessidades da

atividade regional.

Neste contexto, a Logística oferece ferramentas de análise, reestruturação e

otimização do fluxo de um processo, localização de instalações, transporte, entre outras

melhorias aplicáveis a gestão da cadeia de suprimentos. Estas podem possibilitar, facilitar e

assim garantir as melhorias estruturais necessárias ao progresso de atividade regional

exploratória dos recursos naturais, garantindo o desenvolvimento econômico local e abrindo

fronteiras de possibilidades para outras operações correlatas.

A proposta deste trabalho é a relação entre a perspectiva dos valores

mercadológicos do coco de macaúba, a atividade regional mineira do Riachão de exploração

de seus recursos e a otimização logística da melhor localização de suas operações.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Descrição da macaúba

A Macaúba, nome científico Acrocomia aculeata, é uma palmeira nativa

encontrada nas regiões nordeste e sudeste do Brasil, além das áreas do Mato Grosso e Mato

Grosso do Sul, predominantemente. Podendo chegar até 15 metros de altura e 30 cm de

diâmetro, a planta é bastante resistente, possuindo bom desenvolvimento nos solos de cerrado

e não é atacada por pragas ou doenças. Apesar de adaptar-se bem a solos arenosos e secos, a

palmeira desenvolve-se melhor em solos férteis. O coco macaúba, também conhecido como

coco-baboso ou coco-de-espinho, possui alto potencial oleaginoso, perdendo apenas para o

dendê. Segundo Lleras e Coradin (1985), uma área com densidade de 200 plantas/ha seria

capaz de produzir 5 t de óleo do tipo oléico-palmítico e 1,4 t de óleo do tipo láurico. Outro

ponto de destaque é que todo fruto da macaúba é aproveitável, desde a casca até a amêndoa. A

castanha seca, por exemplo, possui um alto poder calorífico, sendo indicada para uso como

carvão vegetal.

De acordo com informações obtidas por meio de entrevistas com pesquisadores, ,

as sementes levam de um a dois anos para germinar, em condições naturais. A frutificação da

macaúba acontece após quatro anos e, durante o ano, o amadurecimento estende-se por cinco

meses - de novembro a março. Cada inflorescência produz, em média, 60 frutos.

A macaúba, contudo, apresenta algumas características desfavoráveis. Rettore &

Martins (1983) salientam a maturação irregular dos frutos no cacho. Os frutos devem ser

processados logo após a colheita, uma vez que se degradam rapidamente, apresentando sérios

problemas de perda de qualidade com o armazenamento. A maturação irregular reduz o teor

de óleo no cacho, pois uma colheita única incluiria frutos maduros, semi-maturados e

imaturos.

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Outro ponto não favorável seria com relação às técnicas de colheita. Como as

palmeiras são robustas e apresentam espinhos escuros com cerca de 10 cm de comprimento,

os frutos só podem ser coletados quando caem das árvores de forma natural. Dessa forma, é

impossível garantir que todos os frutos estejam em condições consideradas apropriadas. Para

fins de processamento, o ponto ideal da colheita é identificado como o momento da queda dos

primeiros frutos. Destaca-se a importância de se utilizar frutos cuja casca esteja íntegra. A

polpa exposta e em contato com a umidade do ar é extremamente suscetível ao ataque de

fungos e bactérias, diminuindo o potencial do uso do seu óleo para fins mais nobres.

Geralmente, os frutos danificados são usados para a fabricação de sabão e detergentes. O

sistema de coleta terá de ser otimizado para permitir o rápido beneficiamento do coco,

diferente da forma rudimentar, essencialmente extrativista atual.

Lleras e Coradin (1983) afirmam que o processamento do coco macaúba

apresenta algumas dificuldades, devidas à estrutura e composição do fruto. O transporte do

coco até a usina deve ser feito o mais rapidamente possível e com cuidado para evitar a

ruptura da casca. Dentre os problemas e dificuldades referentes ao aproveitamento industrial

do coco, destacam-se à oferta irregular dos frutos, excessivo grau de deterioração dos frutos

comercializados, colheita de cachos com frutos de maturidade não uniforme e baixos

rendimentos da extração.

2.2 Principais óleos do fruto da Macaúba

Com aumento do consumo mundial de óleos vegetais, que cresce á taxa de 4,8%

ao ano, o fruto da macaúba ganhou posição de destaque. Seja para a produção de biodiesel ou

na industria de produtos manufaturados, como cosméticos e fármacos, a capacidade produtiva

do fruto impressiona, podendo chegar a 30 toneladas por hectare por ano. O coco macaúba

possui de 3 a 6 cm de diâmetro e massa média de 46 gramas, com teor de 20% a 25% de óleo

em sua composição. De acordo com Rettore & Martins (1983), os principais óleos extraídos

do coco macaúba são os seguintes:

●Oléico: corresponde a mais de 50% dos óleos encontrados na casca e na polpa, é

bastante utilizado para a produção de sabões e sabonetes, além de produtos alimentícios e

farmacológicos de uma forma geral, uma vez que fortalece os tecidos, tonifica os nervos e

auxilia na dissolução dos depósitos de colesterol das artérias.

●Láurico: representa mais de 43% do óleo extraído da amêndoa do fruto.

Utilizado como emulsificante na fabricação de shampoos e cosméticos em geral, também

possui grande uso na produção de fármacos, utilizado no tratamento da herpes simples e na

redução da carga viral do HIV.

●Palmítico: segundo tipo de óleo mais encontrado na casca e na polpa, é

amplamente empregado na manufatura de cremes de barbear e formulações de cremes e

emulsões cosméticas.

●Linoleico: terceiro lugar na lista dos óleos extraídos da polpa e da casca do coco

macaúba, tem sido usado na fabricação de margarina, manteiga para bolo, óleos de salada e de

cozinha. Pesquisas indicam que possui ação redutora sobre LDL, colesterol de efeito nocivo

ao organismo.

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Segundo Lleras e Coradin (1985), os óleos da polpa do fruto da macaúba possuem

propriedades saponificantes, sendo ideias para a fabricação de sabão. Na agropecuária, é

utilizado no combate à mosca de chifre e como fixador de inseticidas e defensivos agrícolas.

Ainda de acordo com os autores citados acima, os óleos encontrados na amêndoa

do coco destacam-se por suas características farmacêuticas, sendo utilizado no combate à

doenças respiratórias como a bronquite. Ainda de acordo com os autores citados acima, o óleo

de amêndoa pode ser uma alternativa ao óleo de oliva.

Com relação à produção de biodiesel, o óleo extraído da polpa com maior

potencial para a fabricação é do tipo oléico (53%), seguido do palmítico (19%).

Estudos estão sendo realizados no sentido de viabilizar a utilização comercial da

macaúba. A Embrapa, com apoio do Ministério da Agricultura, tem realizado levantamentos

sobre a ocorrência de maciços nativos de macaúba em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.

Com isso, pretende-se as áreas de maior existência da macaúba, além de fazer o levantamento

produtivo dos maciços identificados. Também estão sendo feitas pesquisas visando o

melhoramento genético e plantio racional da espécie. Assim, pretende-se minimizar as

limitações dessa espécie que possam interferir no sistema de cultivo.

No processo de domesticação da macaúba, estudos sobre os efeitos do uso de

irrigação e adubação vêm sendo desenvolvidos com a intenção de melhorar o cultivo da

espécie nativa.

Além da inexistência de um processo racional e rápido de coleta dos frutos, a

pouca familiaridade com o seu cultivo ou mesmo a falta de interesse de diversos órgão de

pesquisa agrícola, ainda hoje emperram qualquer tentativa de racionalização do plantio da

macaúba.

Desde janeiro de 2011, a lei estadual n°19.485, conhecida como Pró-Macaúba,

institui uma política de incentivo ao cultivo, extração, comercialização, consumo e

transformação da macaúba e demais palmeiras oleaginosas. A lei tem o objetivo de promover

a integração das comunidades que tradicionalmente exploram a macaúba, por meio do

incentivo ao uso e ao manejo racional dessas espécies. Entre as diretrizes, está a criação de

mecanismos para que as comunidades possam utilizar as áreas de reserva legal em suas

propriedades para a coleta dos frutos, além de promover meios de fomento para a plantação

comercial da macaúba, mediante financiamento com recursos das instituições financeiras do

Estado.

A figura abaixo descreve as etapas do processamento industrial do coco macaúba.

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Figura 1: Processamento industrial do coco macaúba

Fonte: CETEC

2.3 Comunidade do Riachão: características e aspecto social

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a produção

extrativista dos frutos da Macaúba está inserida na categoria “8.0 plantas oleaginosas” e a

exploração dos mesmos se concentra nas regiões Nordeste –responsável por

aproximadamente 59% do total da produção (78 ton de sementes) e Sudeste, especificamente

em Minas Gerais , que representa 41% (54 ton de sementes)

O Estado de Minas Gerais possui três grandes regiões de ocorrência de Macaúba:

Alto Paranaíba, Zona Metalúrgica e a Bacia do Riachão (Montes Claros).

No contexto da região da Bacia do Riachão, a Macaúba é considerada importante

tanto do ponto de vista ecológico, pois serve de recurso alimentar para diferentes espécies da

fauna local, além de colonizar áreas degradadas, quanto do ponto de vista cultural, sendo bem

representada na região e utilizada de forma variada no cotidiano da população, como

alimento, fonte de fibra e forragem e também na comercialização de seus frutos in natura.

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A Bacia do Riachão possui 49 comunidades e está dividida em Alto, médio e

baixo Riachão. Estima-se que aproximadamente 2.700 famílias explorem a atividade de coleta

de coco macaúba.

Em Minas Gerais, notadamente nos municípios limítrofes a Belo Horizonte, a

colheita dos frutos é realizada na sua maioria por mulheres e crianças, que se distribuem pelos

campos. Os cocos espalhados são amontoados e transportados até as saboarias em balaios e

carroças.

O extrativismo em populações silvestres é a forma mais comum de obtenção deste

recurso na região. Essa atividade é realizada por agricultores de subsistência (extratores

ocasionais, não formais) que vivem na área de ocorrência natural da espécie. Estes

agricultores apresentam renda igual ou inferior a média local, dependendo deste e de outros

recursos sazonais tanto para consumo próprio como para garantir sustentabilidade econômica.

Via de regra, não há investimentos em manejo, sendo o extrativismo uma atividade esporádica

e ilegal e, apesar de serem importante fonte de renda, são insuficientes para melhorar as

condições socioeconômicas das comunidades.

Os extratores não são formalmente organizados ou registrados e exercem a

atividade de forma ilegal, uma vez que o extrativismo dos frutos de Macaúba, assim como de

outras espécies nativas em ambiente natural, depende de licenciamento ambiental (ver Código

Florestal – Lei 4.771/65).

A falta de recursos financeiros da comunidade extrativista aliada à alta

disponibilidade da Macaúba em ambiente natural, o acesso facilitado a estas, bem como a

baixa taxa de germinabilidade e de crescimento da bocaiúva são fatores que interferem no

estabelecimento de sistemas produtivos. Desta forma, o fruto colhido das palmeiras tão cotado

na produção de biodiesel, cosméticos, dentre outros acaba sendo utilizados para o consumo

doméstico – na produção de sorvetes, licores, farinha e vitaminas- ou comercializados

ilegalmente nas feiras, mercados etc.

2.4 A Logística e a localização de instalações

A Logística pode ser definida, de acordo com as normas do Council of Logistics

Management (1996), como “processo de planejamento, implantação e controle do fluxo

eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de

origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes”.

Assim, de acordo com Ballou (2006), o objetivo ou a missão da Logística ou do

gerenciamento da cadeia de suprimentos é “colocar os produtos ou serviços certos no lugar

certo, no momento certo, e nas condições desejadas, dando ao mesmo tempo a melhor

contribuição possível para a empresa.”

O estudo da localização de instalações em Logística pode ser considerado uma das

melhores ferramentas para a gestão da cadeia de suprimentos. A decisão de localização de

uma instalação consiste na definição ótima de seu posicionamento geográfico que objetiva,

primordialmente, a redução de custos logísticos dentro da cadeia de suprimentos.

Para Ballou (2006), a localização de instalações na rede é o principal problema

estratégico de logística e cadeia de suprimentos. De acordo com Almeida (1999), “o que se

procura determinar em problemas de localização de instalações é a quantidade e a localização

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ideal destas unidades de forma a atender da melhor maneira possível um conjunto de usuários,

cuja localização é conhecida.”

No histórico do estudo da localização, encontramos o seu começo edificado em

teorias de economistas rurais e geógrafos regionais. De acordo com Nazario (2001), Alfred

Weber, em 1909, estudou a melhor localização de uma fábrica para minimizar a distância em

relação a pontos de suprimento e demanda. Antes disso, conforme Azzoni (1982) apud

Nicolay (2003), “estudos de localização agrícola iniciaram no começo do século XIX

baseados na preocupação da distribuição agrícola.”

Conforme Ballou (2006), os problemas de localização podem ser segregados nas

seguintes categorias:

Força direcionadora: determinada por fator fundamental que é mais

importante que os demais;

Número de instalações: objetiva a localização de uma instalação ou de

uma rede onde os custos com transporte são o fator mais importante;

Descontinuidade das escolhas: explora cada uma das localizações

possíveis ao longo de um espaço contínuo ou pesquisa entre opções viáveis de acordo

com sua razão;

Grau de agregação de dados: agrupa da melhor forma lógica possível as

várias opções de configurações de projeto e as agrega de forma racional para obter um

processo pratico de localização.

Horizonte de tempo: envolve método estático, para a localização com

base em dados de um período único ou método dinâmico, para planejamento de

localização em multiperíodos ou por muitos anos.

Existem diferentes procedimentos, metodologias e cálculos matemáticos

atualmente desenvolvidos com o auxílio computacional através de softwares logísticos que

aplicam algoritmos para decisão de localização de instalação única ou de instalações

múltiplas.

Nicolay (2003) apresenta em seu trabalho alguns modelos de algoritmos utilizados

para a decisão de localização:

a)Localização em Plano: pretende obter resultado com suposição de inexistência

de restrições de percurso e uma linha reta como menor distância entre dois pontos. O plano de

coordenadas bi-dimensionais é utilizado através de duas métricas: Euclidiana e Metropolitana.

A métrica euclidiana utiliza a geometria do teorema de Pitágoras. A métrica Metropolitana

utiliza a matemática dos módulos em um sistema de coordenadas cartesianas.

b)Método de Hakimi (1964): basea-se na existência de um ponto mínimo em uma

rede que minimiza a soma ponderada das distâncias mais curtas de todos os vértices a este

ponto, e estes podem vir a ser um dos vértices da rede.

c)Métodos Exatos: de acordo com Nicolay (2003), “referem-se àqueles

procedimentos com capacidade de garantir uma solução matematicamente ótima para o

problema de localização ou, pelo menos, uma solução de acurácia conhecida.” Exigem

elevado processamento de dados para os cálculos.

Um dos métodos apresentados por Nicolay (2003), como exemplo de método

exato é a Abordagem de Múltiplo Centro de Gravidade. Segundo ele,

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Este método baseia-se na obtenção do melhor local para uma

instalação dentro de uma rede levando-se em consideração o

menor custo de transporte para a instalação intermediária

localizada entre os pontos de origem e de destino. Em caso de

localização múltipla, a localização por centro de gravidade exata

pode ser utilizada e será encontrado um conjunto de

conglomerados ótimos. Esse método baseia-se no processo

computacional onde as primeiras opções obtidas devem ser re-

inseridas como novos dados no programa para um novo

processamento. Novas localizações por centro de gravidade podem

ser encontradas para os conglomerados revisados. O processo

continua até que não haja mudanças adicionais nos resultados,

quando aquele conjunto de conglomerados tem o seu centro

determinado.

Métodos Matemáticos Heurísticos - O problema da P-Mediana: consiste em

encontrar, para uma dada rede específica, R=(X,A) com |X| = n vértices, um subconjunto Xp

onde Xp ⊂ X, com P vértices, que minimizem a expressão Z. Para demonstrá-lo, devemos

levar em consideração o seguinte :

- Wi = peso correspondente do ponto i (bens demandados, recursos

enviados, população etc).

- (Xi , Yi) = coordenadas do ponto i

- (Xp , Yp) = coordenadas desconhecidas do ponto central P, a determinar

- Dip = distância euclidiana do ponto i ao ponto central P

- N = numero de pontos servidos

Então. temos a seguinte expressão:

Os p vértices encontrados representam os locais onde serão colocados os pontos

de serviços, ou facilities, de modo que a soma da demanda de todos os vértices da rede a estes

p ponto seja a menor possível.

é a distância de um ponto ao conjunto onde

é o peso do vértice X.

Seja D = [ dij] uma matriz simétrica (nxn) que dá uma distância mínima entre os

vértices Xi e Xj. O centro de gravidade, ou a 1 – mediana, da rede R é o vértice r1 que

pertence a X tal que, para qualquer outro vértice, Xj pertence a X.

Então, para solucionar o problema vale encontrar soluções, onde:

De acordo com Bezerra (1995):

Na literatura, problemas de localização são tratados pela teoria dos

grafos. Tais problemas são conhecidos como problema dos centros

e problemas das medianas. Em ambos os casos, o objetivo é a

localização de facilidades ao longo de uma rede viária definida por

um grafo. De acordo com o objetivo desta localização, caracteriza-

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se o problema como sendo um problema de locação de centros ou

de medianas.

No problema dos centros, o objetivo é minimizar a distância até o

ponto mais crítico a ser atendido. No problema das medianas, o

objetivo é minimizar a soma da distância de cada um dos vértices à

facilidade mais próxima, ponderada por um fator de demanda. A

esta localização ótima chama-se de Mediana do grafo.

Um dos algoritmos apresentados por Bezerra (1995) para tratamento de problemas

de localização pelas medianas é o algoritmo das p-medianas de TEIZ e BART.

2.5 A Logística e o Sistema de Informação geográfica – SIG

A tecnologia da informação disponibiliza equipamentos, sistemas ou softwares,

para obtenção de soluções geográficas ou espaciais com base em dados georeferenciados. Tais

sistemas de informação geográfica obtém seus dados de fontes Sistema de Posicionamento

Global –GPS (“Global Positioning System”), Sensoreamento Remoto e Sistema de

Informações Geográficas –GIS (“Geographic Information System”) para elaboração de

mapas, análise espacial de fenômenos ou como banco de dados de armazenamento, consulta e

recuperação de informações espaciais.

Nestes sistemas, dados os objetos geográficos são referenciados por suas

coordenadas e atributos que se referem às informações ou características dos objetos em uma

região.

Para Câmara e Queiroz (2001) “o termo Sistemas de Informação Geográfica (SIG)

é aplicado para sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos e

recuperam informações não apenas com base em suas características alfanuméricas, mas

também através de sua localização espacial.”

De acordo com Aronoff (1989) apud Câmara e Queiroz (2001), SIG é “um

conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados para armazenar e manipular

dados georeferenciados.”

Para Santos (2006) “os sistemas de informações geográficas, SIG, são uma das

ferramentas que auxiliam na escolha do local, pois apresenta uma grande capacidade em

armazenar, exibir e manipular dados espacialmente distribuídos.”

Assim, Câmara e Queiroz (2001) indicam como principais características de SIGs:

Inserir e integrar, numa única base de dados, informações espaciais

provenientes de dados cartográficos, dados censitários e cadastro

urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de

terreno;

Oferecer mecanismos para combinar as várias informações,

através de algoritmos de manipulação e análise, bem como para

consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de

dados georeferenciados.

Desta forma, os dados e o controle das informações dos SIGs alimentam

algoritmos utilizados nos problemas de localização e nas soluções disponíveis.

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2.6 TransCAD

O TransCAD é um sistema utilizado para armazenar, mostrar, gerenciar e analisar

dados de transporte, combinando um SIG e um sistema de modelagem de capacidades de

transporte em uma plataforma integrada (SIG-T). Trabalhando com todos os modais de

transporte, este sistema, quando aplicado a modelos de roteamento e logística, pode ser

utilizado por diferentes setores (públicos ou privados) em aplicações tais como:

Operações de coleta e entrega;

Planejamento da distribuição;

Manutenção de facilidades1/oportunidades (Facility maintenance);

Coleta e entrega porta-a-porta;

Varrição de ruas ou remoção de neve;

Cálculo de distâncias percorridas.

Segundo seu fabricante este sistema apresenta métodos de resolução que se

baseiam na clássica heurística de "Economias" desenvolvida por Clarke & Wright (1964),

para roteirização de pontos, e na heurística do Problema do Carteiro Chinês Misto, sugerida

por Edmonds e Johnson (1973), melhorada por Frederickson (1979) e Christofides et

al. (1984), e também usada por Gendreau, Laporte & Zhao no Windy Postman Problem, em

roteamento de arcos (Melo, 2000).

Segundo a Modelle Logística (2011) e engenharia O TreansCAD é uma poderosa

ferramenta computacional para o planejamento, gerenciamento e análise de redes e sistemas

de transporte, acoplada a um sistema de informações geográficas (GIS) que lhe permite uma

combinação de competências para mapeamento digital, gestão de base de dados

georreferenciados e apresentação gráfica. Possibilita a construção de redes de simulação com

qualidade cartográfica, criação e personalização de mapas, além de vários tipos de análises

espaciais.

O TransCAD, de acordo com a Modelle Logística (2011), simula o

comportamento agregado do tráfego e é adequado para a análise de grandes redes, como

malhas rodoviárias ou urbanas. Possui recursos para definição de links unidirecionais,

proibição de movimentos em interseções e atributos como velocidade e capacidade de tráfego,

permitindo, por exemplo, a reprodução fiel do plano de circulação de um município. O

software possui, ainda, ferramentas para a solução de problemas logísticos, como roteirização

de veículos e localização de instalações físicas (centros de distribuição, unidades fabris, etc.).

3 METODOLOGIA

Como fonte de coleta de dados acerca dos aspectos e especialidades da macaúba

foi utilizada a pesquisa bibliográfica através de livros, teses, artigos científicos e dissertações.

Entrevistas com pesquisadores também foram utilizadas em busca de informações no que

tange a coleta de características da região do Riachão, seus aspectos culturais e sociais.

1 Local ótimo para localização de uma instalação, levando-se em consideração as variáveis impostas.

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A base digital da região da bacia do Riachão foi obtida através do Departamento

de Geoprocessamento da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a base

composta pelas comunidades presentes na região do riachão foi fator indispensável para o

georreferenciamento das unidades de esmagamento do coco macaúba.

Foi utilizado o software TransCAD que proporcionou a construção de uma rede

de dados geográficos capaz de gerar informações que identificam os pontos de localização nas

comunidades da região do Riachão. O TransCAD além de armazenar, exibir e manipular

dados espacialmente distribuídos, também mostra resultados acerca da distância percorridos

pelos caminhões de coleta aos pontos de esmagamento.

O TransCAD possui procedimentos e ferramentas para solucionar problemas de roteirização e

programação, sendo eles: definição de rotas de entrega, zoneamento, redistritamento, locação de

instalações, rotas de transporte público urbano, coleta de lixo, roteamento, transporte semipúblico

e possibilidade de uso de diferentes unidades de medida, inclusive o sistema métrico. As rotinas de

caminhos mínimos, fornecidas pelo software, permitem minimizar distâncias, tempo, custo, ou

qualquer outra variável. A caixa de ferramentas padrão do TransCAD inclui, além das rotinas já

mencionadas, rotinas que auxiliam a solução dos problemas de transportes mais importantes,

permitindo a criação de tabelas de distância, modelagem dos fluxos de zona para zona,

minimização dos custos de distribuição e espera em terminais, etc. (ROSE, 2001, p. 10)

Através do TransCAD foi utilizado o procedimento de minimização de distância

com o objetivo de verificar possíveis facilidades (localizações) para instalação das unidades

de esmagamento do coco macaúba.

4 RESULTADO E ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta de dados, chegou-se a um total de 49 comunidades pertencentes à

área do Riachão. Essas localidades foram georreferenciadas, efetuando-se marcação de seus

pontos na base da comunidade fornecida pelo Departamento de Geoprocessamento da

Universidade Estadual de Montes Claros. A figura 2 ilustra o mapa resultante do

georreferenciamento da região.

Figura 2: Pontos georreferenciados da Bacia do Riachão.

Fonte: Dados da pesquisa.2011

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Para se chegar a uma localização ótima da unidade de esmagamento, foi usado o

software TransCAD®, versão 4.5 da Caliper Corporation. Com 49 pontos georrefenciados, o

programa foi usado para calcular as possíveis facilidades de localização a partir da função

matriz custo (cost matrix), minimizando as distâncias.

Com a execução do programa foi possível determinar as melhores opções para a

localização de unidades de esmagamento de coco macaúba na comunidade do Riachão.

Através da matriz de custo pronta, foram estipuladas duas opções de facilidades, com a

escolha da localização de uma e duas unidades, respectivamente.

4.1 Resultados

A seguir, são descritas as duas situações propostas para a instalação da unidade de

esmagamento, é importante salientar que a localização ótima da unidade de esmagamento leva

em consideração a redução do deslocamento dos catadores até os locais de esmagamento

através da localização das comunidades, e não é considerada como relevante a existência de

estradas e nem das capacidades de produção de cada região.

Situação 1: Na caixa de diálogo Facilidade de localização do TransCAD foi

determinada a localização de uma facilidade. A localização determinada pelo programa está

representada pela figura 3.

Figura 3: Ilustração de uma facilidade gerada pelo TransCAD.

Fonte: Dados da pesquisa. 2011.

Quando é escolhida a localização de apenas uma facilidade, o local indicado foi a

região do Baixo Riachão, próximo às localidades de Canabrava, Baixão e Capão do Espinho.

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Essa região em específico apresenta a maior incidência do coco macaúba na Bacia do

Riachão, concluindo-se, portanto, que a localização da unidade atenderia a um maior nível de

produção.

Simulação 2: Com a escolha de localização de duas facilidades, o programa

indicou a instalação da unidade nos locais apresentados na figura 4.

Figura 4: Ilustração de duas facilidades geradas pelo TransCAD.

Fonte: Dados da pesquisa. 2011.

Para a instalação de duas facilidades, a primeira localidades escolhida fica

próxima às comunidades de Fernão Dias e Riachão. O segundo local para a instalação da

unidade seria nos arredores de Ermidinha e Pau D’óleo. A localização das unidades estariam

localizadas a fim de minimizar a distância entre os pontos de coleta do coco e o centro

esmagamento. Como citado anteriormente, pelo caráter altamente perecível dos seus óleos e

para aumentar o seu potencial de aproveitamento, o transporte deve ser feito de forma ágil. A

instalação das unidades em pontos estratégicos aumentaria a eficácia do processo de produção

como um todo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral do artigo foi a definição de uma localização ótima de uma

unidade de esmagamento de coco macaúba na região da Bacia do Riachão. Atualmente mais

de 2.700 famílias estão envolvidas, direta e indiretamente, na exploração da atividade. Os

óleos vetais extraídos do coco macaúba são considerados finos, com grande valor de mercado.

Dentre as mais diversas utilizações, inclusive a produção de biocombustíveis, esses óleos vêm

ganhando destaque na indústria farmacêutica e cosmética.

Para uma extração eficaz e mais proveitosa dos óleos, o tempo é um fator

essencial. O intervalo entre a coleta de coco e seu esmagamento deve ser o mais breve

possível a fim de assegurar um melhor aproveitamento do material.

Sob essa perspectiva, a pesquisa procurou identificar qual seria o melhor local

para a unidade de esmagamento, de forma a beneficiar todas as comunidades envolvidas na

exploração da atividade. Através de análise feita pelo software TransCAD, foram

determinadas duas situações, com a instalação de uma e duas facilidades. No cenário onde

apenas uma facilidade foi estipulada, essa área coincidiu com a região de maior produção do

coco macaúba, chamada de Baixo Riachão. Quando foram determinadas a localização de duas

facilidades, o TransCAD indicou dois pontos que possibilitariam uma melhor eficiência, com

a redução efetiva entre o deslocamento dos catadores até o local de esmagamento.

A atividade de exploração do coco macaúba possui um grande potencial de

crescimento e tem sido alvo de incentivos governamentais. Além de significar um

crescimento na economia da região em um futuro próximo, essa atividade, atualmente, é a

principal fonte de renda de milhares de famílias. Assim, a localização da unidade de

esmagamento é um fator de vital importância e precisa ser considerado para um melhor

desenvolvimento da atividade.

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