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Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 1/23 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Estudo de um motor CC Obtenção de um modelo do seu funcionamento Projeto FEUP 2016/17 -- MIEEC : Manuel Firmino / Sara Ferreira José Carlos Alves / José Nuno Fidalgo Equipa 1MIEEC01_1: Supervisor: Paulo Costa Monitor: Pedro Relvas Estudantes & Autores: Beatriz Pinto [email protected] Francisco Damas [email protected] Hugo Pires [email protected] Marco Teixeira [email protected] Tiago Oliveira [email protected]

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Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 1/23

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Estudo de um motor CC

Obtenção de um modelo do seu funcionamento

Projeto FEUP 2016/17 -- MIEEC :

Manuel Firmino / Sara Ferreira José Carlos Alves / José Nuno Fidalgo

Equipa 1MIEEC01_1:

Supervisor: Paulo Costa Monitor: Pedro Relvas

Estudantes & Autores:

Beatriz Pinto [email protected] Francisco Damas [email protected]

Hugo Pires [email protected] Marco Teixeira [email protected]

Tiago Oliveira [email protected]

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 2/23

Resumo

Este trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular Projeto FEUP com a

finalidade adquirir/aprofundar conhecimentos relativamente a leis básicas dos circuitos

elétricos, ao modelo simples de um motor CC, à medição experimental de grandezas elétricas

e mecânicas. Para atingir esse objetivo utilizamos diversos aparelhos de medida, como

voltímetros e amperímetros ligados a motores com o auxílio de uma breadboard e de uma

fonte de energia. Descobrimos que o modelo de um motor elétrico é diferente do modelo de

uma resistência simples pois existem mais componentes e parâmetros a considerar

(especificados em “2.3.1 – Comparação de Diferentes Resistências com a Resistência de um

Motor CC”), concluindo assim que o motor é mais que apenas uma resistência.

Palavras-Chave

Motores CC; Tensão, Intensidade de corrente; Resistência.

Agradecimentos

Nesta secção do relatório, o grupo aproveita para agradecer ao professor Paulo Costa

e especialmente ao monitor Pedro Relvas por toda a ajuda, conselhos e orientação que nos

foram fornecendo ao longo do período de duração do desenvolvimento deste projeto.

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 3/23

Índice

Lista de Figuras .................................................................................................................... 4

Lista de abreviaturas ............................................................................................................. 5

1. Introdução ...................................................................................................................... 6

2. Motores CC ....................................................................................................................... 7

2.1 Funcionamento de um motor CC ................................................................................. 7

2.2 Estrutura de um motor CC ........................................................................................... 8

2.3 - Estudo de um motor CC ............................................................................................ 9

2.3.1 - Comparação de diferentes resistências com a resistência de um motor CC ....... 9

2.3.2 – Obtenção do modelo de um motor CC ............................................................. 17

4. Conclusões ..................................................................................................................... 22

6. Referências bibliográficas ............................................................................................... 23

6.1 Conteúdos ............................................................................................................ 23

6.2 Figuras ...................................................................................................................... 23

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 4/23

Lista de Figuras

Figura 1: Constituintes de um motor elétrico CC .................................................................. 8

Figura 2: Montagem do circuito com um motor CC utilizado para realizar as medições

referidas .............................................................................................................................. 17

Tabela 1: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições

relativas à resistência 1 ....................................................................................................... 9

Tabela 2: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições

relativas à resistência 2 ....................................................................................................... 10

Tabela 3: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições

relativas à resistência 3 ...................................................................................................... 11

Tabela 4: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições

relativas à resistência 4 ...................................................................................................... 12

Tabela 5: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições

relativas a um motor CC .................................................................................................... 14

Tabela 6: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições

relativas ao motor CC com hélice ....................................................................................... 15

Tabela 7: Valores de tensão e intensidade de corrente, voltagem do motor CC, intensidade do

motor e velocidade do motor registados durante as medições relativas a um motor CC .......... 17

Tabela 8: Valores de divisão dos valores da voltagem do motor pelos da velocidade do motor

e de divisão dos valores da intensidade do motor pelos da velocidade do motor registados

durante as medições relativas ao motor CC ........................................................................ 19

Tabela 9: Valores da velocidade do motor e da multiplicação da constante da força contra-

eletromotriz pelos valores da intensidade do motor registados durante as medições relativas

ao motor CC ....................................................................................................................... 21

Gráfico 1: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada à resistência 1 ............... 9

Gráfico 2: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada à resistência 2 ............. 10

Gráfico 3: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada à resistência 3 ............. 11

Gráfico 4: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada à resistência 4 ............. 12

Gráfico 5: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada a um motor CC ............ 14

Gráfico 6: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada a um motor CC com hélice

........................................................................................................................................... 15

Gráfico 7: Gráfico que compara as retas da velocidade do motor CC em função da voltagem

do motor e da intensidade do motor CC em função da voltagem do motor .......................... 18

Gráfico 8: Intensidade do motor/velocidade do motor em função da voltagem do

motor/velocidade o motor .................................................................................................... 20

Gráfico 9: Produto da intensidade do motor pela constante da força contra-eletromotriz em

função da velocidade do motor ............................................................................................ 21

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 5/23

Lista de abreviaturas

CC - corrente contínua

DDP – diferença de potencial

FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 6/23

1. Introdução

Motores elétricos apresentam-se, cada vez mais afincadamente, como os motores do

futuro. A grande vantagem desta vertente de motores é a dispensa do uso de combustíveis

fósseis. O funcionamento do motor é garantido por um processo que envolve energia elétrica.

Este relatório tem como objetivo aprofundar o conhecimento sobre motores elétricos,

tendo como pilar de todo o trabalho, o estudo do motor CC. O motor de corrente contínua é

um motor elétrico relativamente simples, permitindo que mesmo aqueles que nunca tenham

lidado com engenhos semelhantes, possam ter uma noção básica de motores CC sem grande

esforço.

Uma vantagem de compreender bem tudo aquilo que é inerente a um motor deste género,

é o facto de construirmos uma base sólida para a compreensão dos restantes motores

elétricos existentes no mercado.

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 7/23

2. Motores CC

2.1 Funcionamento de um motor CC

Um motor CC é um dispositivo que converte energia elétrica em energia mecânica.

Um campo magnético constante é gerado pelos ímanes permanentes existentes na

constituição do motor. Quando uma corrente elétrica atravessa um condutor (cargas em

movimento) gera-se uma força eletromagnética que faz com o enrolamento se mova (Lei de

Lorentz). [4]

Quando o enrolamento roda, gera-se uma força contra-eletromotriz, esta força é

proporcional à velocidade de rotação do motor (ev=kω).

Enquanto o condutor gira, as placas do comutador conectam-se com o lado da fonte de

alimentação de polaridade oposta à polaridade do lado da fonte de alimentação ao qual cada

placa se tinha inicialmente conectado. No entanto, durante a rotação vai haver um momento

em que as forças eletromagnéticas serão simétricas uma da outra, logo haverá uma pequena

quebra na rotação da bobina. Para corrigir este acontecimento, podem ser colocadas mais

bobinas (cada uma com o seu comutador) para que existam sempre forças eletromagnéticas

a atuarem no circuito. [1] [2] [3]

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 8/23

2.2 Estrutura de um motor CC

Um motor CC é um motor de corrente contínua constituído por uma fonte elétrica (por

exemplo pilhas), ímanes com pólos diferentes, um comutador, bobinas e escovas.

Os terminais da fonte de alimentação ligam-se às escovas que por sua vez se ligam

às placas do comutador. Os terminais do enrolamento da bobina estão conectados às placas

do comutador. A corrente elétrica circula por uma das escovas, entra por uma das placas do

comutador, passa pela bobina, sai pela outra placa do comutador e retorna à fonte pela outra

escova. [3]

Figura 1: Constituintes de um motor elétrico CC [5]

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 9/23

2.3 - Estudo de um motor CC

2.3.1 - Comparação de diferentes resistências com a resistência de um motor

CC

Tabela 1: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições relativas à

resistência 1

Gráfico 1: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada à resistência 1

y = 0.001x

0

0.001

0.002

0.003

0.004

0.005

0.006

0.007

0 1 2 3 4 5 6 7

Inte

nsi

dad

e (A

)

Tensão(V)

Resistência 1

Resistência 1

Tensão (V) Intensidade (mA)

0,002 0,002

1,034 0,977

2,016 1,858

3,041 2,832

4,06 3,762

5,06 5,1

6,07 6,06

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 10/23

Tabela 2: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições relativas à

resistência 2

Gráfico 2: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada à resistência 2

y = 0.0003x

0

0.0002

0.0004

0.0006

0.0008

0.001

0.0012

0.0014

0.0016

0.0018

0.002

0 1 2 3 4 5 6 7

Inte

nsi

dad

e (A

)

Tensão (V)

Resistência 2

Resistência 2

Tensão (V) Intensidade (mA)

0,00027 0

1,027 0,299

2,009 0,598

3,037 0,903

4,07 1,205

5,06 1,515

6,06 1,807

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 11/23

Resistência 3

Tensão (V) Intensidade (mA)

0,00026 0,01

1,07 4,62

2,051 8,94

3,013 13,32

4,01 17,96

5,1 22,39

6,09 26,99

Tabela 3: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições relativas à

resistência 3

Gráfico 3: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada à resistência 3

y = 0.0044x

0

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

0.03

0 1 2 3 4 5 6 7

Inte

nsi

dad

e (A

)

Tensão (V)

Resistência 3

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 12/23

Tabela 4: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições relativas à

resistência 4

Gráfico 4: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada à resistência 4

y = 1E-05x

0

0.00001

0.00002

0.00003

0.00004

0.00005

0.00006

0.00007

0.00008

0.00009

0.0001

0 1 2 3 4 5 6 7

Inte

nsi

dad

e (A

)

Tensão (V)

Resistência 4

Resistência 4

Tensão (V) Intensidade (mA)

0,0028 0

1,053 0,015

2,031 0,029

3,068 0,043

4,08 0,059

5,08 0,072

6,1 0,088

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 13/23

Através da observação dos gráficos 1 a 4, observamos uma relação de

proporcionalidade direta, aproximadamente, entre as variáveis tensão (V) e intensidade de

corrente (I). I=kV, sendo k uma constante de proporcionalidade diferente para cada conjunto

de valores. Segundo a lei de Ohm, R= 𝑉

𝐼 <=> I =

1

𝑅V. Com isto, sabemos que k=

1

𝑅. Assim,

para cada conjunto de valores descobrimos experimentalmente o valor da resistência de cada

resistência.

Equação que define conjunto de valores de tensão e intensidade relativos à

resistência 1: I=0,001V

logo, R=1

0,001= 1000 Ω

Equação que define conjunto de valores de tensão e intensidade relativos à

resistência 2: I=0,0003V

logo, R=1

0,0003= 3333 Ω

Equação que define conjunto de valores de tensão e intensidade relativos à

resistência 3: I=0,0044V

logo, R=1

0,0044= 227 Ω

Equação que define conjunto de valores de tensão e intensidade relativos à

resistência 4: I=1x10-5 V

logo, R=1

1x10−5 = 100000 Ω

Analisando os valores obtidos, concluímos que para uma mesma tensão, os valores

de intensidade são inferiores quanto maior for o valor de resistência de uma resistência.

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 14/23

Tabela 5: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições relativas a um

motor CC

Gráfico 5: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada a um motor CC

y = 0.0204x + 0.0406

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12

0.14

0.16

0.18

0 1 2 3 4 5 6 7

Inte

nsi

dad

e (A

)

Tensão (V)

Resistência de um motor elétrico

Motor Elétrico

Tensão (V) Intensidade (mA)

0,0005 0,5

0,89 78,6

1,84 97,5

2,82 113,9

3,79 126,8

4,8 133,8

5,8 140,7

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 15/23

Tabela 6: Valores de tensão e intensidade de corrente registados durante as medições relativas ao

motor CC com hélice

Gráfico 6: Intensidade da corrente em função da tensão aplicada a um motor CC com hélice

y = 0.0495x + 0.0361

0

0.05

0.1

0.15

0.2

0.25

0.3

0.35

0.4

0.45

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Inte

nsi

dad

e (A

)

Tensão (V)

Resistência de um motor elétrico (usando uma hélice)

Motor elétrico com hélice

Tensão (V) Intensidade(mA)

0 0,1

0,67 72,5

1,55 115

2,68 172,7

3,52 241,7

5 320

7,5 366,3

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 16/23

A equação relativa a reta do gráfico 5 (I=0,0204V+0,0406) permite calcular um valor

para a resistência associada ao motor. 1

𝑅= 0,0204 <=> R=49,02Ω. A equação relativa a reta

do gráfico 6 (I=0,0495V+0,0361) permite também calcular um valor para a resistência

associada ao motor com hélice. 1

𝑅= 0,0495 <=> R=20,20Ω.

Da comparação dos gráficos 5 e 6 percecionamos um aumento do declive da reta do

gráfico 6 em contraste com o declive da reta do gráfico 5. Isto é uma consequência do

aumento do atrito que se deve à adição de uma hélice ao motor elétrico. O aumento do atrito

causa um aumento da corrente elétrica para uma mesma tensão.

Comparando os gráficos 5 e 6, referentes a um motor CC, com os gráficos 1 a 4,

referentes a resistências simples, podemos constatar que as retas dos gráficos 5 e 6 são do

tipo y=ax+b, sendo b≠0, ou seja estas retas não passam pela origem do referencial. Por outro

lado, as retas dos gráficos 1 a 4 são do tipo y=ax, ou seja passam pela origem do referencial.

O modelo de uma resistência é diferente do modelo de um motor CC, logo a intensidade da

corrente e a tensão não são parâmetros suficientes para avaliar um motor CC. Como

mencionamos inicialmente, o movimento do motor gera uma força contra-eletromotriz. Esta

força é a causa do fenómeno que verificamos acima (retas dos gráficos 5 e 6 não passam

pela origem).

É portanto necessário ter em consideração os restantes parâmetros que afetam um

motor CC, nomeadamente o atrito viscoso (B), binário de inércia (Tb), binário de carga (Tc),

resistência equivalente interna (R) e constante da força contra-eletromotriz (K).

Para conhecer estas grandezas foram realizadas atividades laboratoriais que consistiram

na medição da tensão (voltagem) de um motor CC, intensidade do motor e velocidade do

motor, aplicando uma tensão mais ou menos constante ao circuito. As medições foram feitas

através da utilização do programa Motor Bench. Para esta atividade foram necessários um

Motor CC com encoder, uma fonte de alimentação regulável, um multímetro Arduino como

placa de instrumentação (para leitura do encoder e medida da tensão e corrente), uma placa

de montagem e fios condutores.

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 17/23

2.3.2 – Obtenção do modelo de um motor CC

Figura 2: Montagem do circuito com um motor CC utilizado para realizar as medições referidas

Resultados:

Tabela 7: Valores de tensão e intensidade de corrente, voltagem do motor CC, intensidade do motor e

velocidade do motor registados durante as medições relativas a um motor CC

Voltagem aplicada

(V)

Intensidade da corrente (A)

Voltagem do motor (V)

Intensidade do motor (A)

Velocidade do motor (rad/s)

8971 70 2626 137 7789

8946 91 3491 161 10865

8971 128 4376 189 13875

8971 156 5251 198 17017

8946 186 6109 217 20159

8946 217 6982 237 23104

8946 254 7855 246 26245

8946 287 8728 267 29322

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 18/23

Gráfico 7: Gráfico que compara as retas da velocidade do motor CC em função da voltagem do

motor e da intensidade do motor CC em função da voltagem do motor

Seja:

v - Tensão aplicada ao motor (V - Volt)

R - Resistência interna do Motor (Ω - Ohm)

i - Corrente no Motor (A - Ampére)

K - Constante de forca contra electromotriz (V.s/rad)

ω - Velocidade angular (rad/s)

Tm - Binário produzido pelo motor (N.m)

Tc - Binário de atrito estático (N.m)

B - Constante de atrito viscoso (N.m.s/rad)

J - Momento de inércia (N.m.s/rad)

Sabe-se que:

(1) v = R . i + K . ω

(2) Tm = K . i

(3) Aceleração angular = (𝑇𝑚 − 𝑇𝑐 − 𝐵 .𝜔)

𝐽

0

50

100

150

200

250

300

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000

Inte

nsi

dad

e d

e co

rren

te d

o m

oto

r (A

)

velo

cid

ade

do

mo

tor

(rad

/s)

Voltagem do motor (V)

Motor Speed (rad/s) Motor Current (A)

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 19/23

Para as experiências consideramos sempre casos em regime estacionário onde a aceleração

angular é zero. Logo a (3) passa a:

0 = (Tm -Tc – B . ω)

Logo, não é preciso conhecer J.

Como v = R . i + K . ω <=> 𝑣

𝜔= 𝑅.

𝑖

𝜔+ 𝐾, então através do gráfico

𝑖

𝜔 em função de

𝑣

𝜔, é possível

obter o valor de R e de K, pois na equação que define a reta representa no gráfico 8, os

valores do declive da reta e da ordenada na origem correspondem aos valores de R e K,

respetivamente.

(os valores v/ω foram obtidos através da divisão dos valores de voltagem do motor e de

velocidade do motor apresentados na tabela 7. Por exemplo, o valor 0,337142124 encontra-

se na 1ª entrada da tabela 8, e foi obtido através da divisão dos valores da 1ª entrada da

tabela 7 relativos a voltagem e velocidade do motor. Os valores i/ω resultam da divisão dos

valores de intensidade do motor e velocidade do motor da tabela 7, usou-se o mesmo

raciocínio para obter i/ω e v/ω)

i/ω (As/rad) v/ω (Vs/rad)

0,017588907 0,337142124

0,014818224 0,321306949

0,013621622 0,315387387

0,011635423 0,308573779

0,010764423 0,303040825

0,010257964 0,302198753

0,009373214 0,299295104

0,009105791 0,29766046 Tabela 8: Valores de divisão dos valores da intensidade do motor pelos da velocidade do motor e de

divisão dos valores da voltagem do motor pelos da velocidade do motor registados durante as

medições relativas ao motor CC

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 20/23

Gráfico 8: Voltagem do motor/velocidade do motor em função da intensidade do motor/velocidade do

motor

Através destes dados, obtém-se 𝑣𝜔 = 4,5151

𝑖𝜔 + 0,2557, logo R=4,5151Ω e K= 0,2557

rad/As2.

Tendo agora os valores de R e K, é possível descobrir os valores de Tc e B.

Como 0 = (Tm -Tc – B . ω) e Tm = K . i, então

0 = (Tm -Tc – B . ω) <=> 0 = K.i – Tc – B.ω <=> K.i = B.ω+Tc

Assim, através do gráfico K.i em função de ω é possível obter o valor de B e de Tc,

pois na equação que define a reta representa no gráfico 9, os valores do declive da reta e da

ordenada na origem correspondem ao valores de B e Tc, respetivamente.

y = 4.5151x + 0.2557

0.29

0.295

0.3

0.305

0.31

0.315

0.32

0.325

0.33

0.335

0.34

0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02

Vo

ltag

em d

o m

oto

r/V

elo

cid

ade

do

mo

tor

(Vs/

rad

)

Intensidade do motor/Velocidade do motor (As/rad)

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 21/23

(K.i é obtido multiplicando cada valor correspondente à intensidade do motor, na tabela 7, por

K)

w (rad/s) k.i (rad/s2)

7789 35,0309

10865 41,1677

13875 48,3273

17017 50,6286

20159 55,4869

23104 60,6009

26245 62,9022

29322 68,2719 Tabela 9: Valores da velocidade do motor e da multiplicação da constante da força contra-eletromotriz

pelos valores da intensidade do motor registados durante as medições relativas ao motor CC

Gráfico 9: Produto da intensidade do motor pela constante da força contra-eletromotriz em função da

velocidade do motor

y = 0.0015x + 25.325

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Inte

nsi

dad

e d

o m

oto

r x

Co

nst

ante

da

forç

a co

ntr

a-

elet

rom

otr

iz (

rad

/s2)

Velocidade do motor (rad/s)

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 22/23

K.i= 0,0015ω +25,325.

Assim, obtém-se B= 0,0015 s-1 e Tc= 25,325 rad/s2.

4. Conclusões

Através das atividades experimentais realizadas pelo grupo, foram possíveis extrair

conclusões que estão expressas ao longo do relatório e aqui sucintamente expostas.

Um modelo de uma resistência é diferente do modelo de um motor CC, e por isso uma

resistência e um motor não devem ser avaliados segundo os mesmo parâmetros.

Enquanto que para estudar uma resistência basta conhecer conjuntos de valores de

intensidade de corrente e tensão, para estudar um motor CC é necessário conhecer valores

de intensidade de corrente, de tensão, de velocidade de rotação do motor, de atrito viscoso,

do binário de inércia, do binário de carga da resistência equivalente interna e da constante da

força contra-eletromotriz.

Adicionando uma hélice a um motor, os resultados obtidos são diferentes. Há um aumento

do atrito que conduz a um aumento da corrente elétrica para uma mesma tensão.

Para uma mesma tensão, os valores de intensidade são inferiores quanto maior for o valor

de resistência de uma resistência.

Estudo de um motor CC - Obtenção de um modelo do seu funcionamento 23/23

6. Referências bibliográficas

6.1 Conteúdos

[1] “DC Motor or Direct Current Motor”

Acedido a 18 de outubro.

http://www.electrical4u.com/dc-motor-or-direct-current-motor/

[2] Georgia State University. “DC Motor Operation“

Acedido a 18 de outubro.

http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/magnetic/motdc.html

[3] Learn Engineering. 2014. “DC Motor, How it works?”. Youtube video, 4:49.

Acedido a 18 de outubro.

https://www.youtube.com/watch?v=LAtPHANEfQo

[4] “Lorentz force”

Acedido a 28 de outubro.

https://www.britannica.com/science/Lorentz-force

6.2 Figuras

Figura 1

[5] 2016. DC Motor. Acedido a 20 de outubro.

https://en.wikipedia.org/wiki/DC_motor