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Estudo de Viabilidade Técnica para
implantação de Conjunto Habitacional
Jardim das Orquídeas – Município de
São Bernardo do Campo.
Relatório RE3 – Apresentação de Estudos de
Concepção para Reassentamento.
Relatório da Etapa 3
Volume Único – Texto e Desenhos
HIS Jardim das Orquídeas - Estrada do Poney
Club, altura do nº 2320.
KE.14.003-RE3-VU-R1| Abril /2015| Revisão 1
Consórcio
1
Estudo de Viabilidade Técnica para
Implantação de Conjunto Habitacional Jardim
das Orquídeas – Município de São Bernardo do
Campo
Relatório RE3 – Etapa 3
Estudos de concepção para implantação do HIS
Jardim das Orquídeas.
Volume Único
Texto e Desenhos
KE.14.003-RE3-VU-R1
ABRIL/2015
Revisão 1
2
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4
2. A ÁREA DE INTERVENÇÃO – DIAGNÓSTICO INTEGRADO ................... 7
2.1. Localização e Acessos ................................................................................. 7
2.2. Estruturas Existentes na Área - Caracterização ............................................ 7
2.3. Diagnóstico Integrado da Área ...................................................................... 9
2.3.1. Diagnóstico Urbanístico ...................................................................... 9
2.3.2. Aspecto Sócio Organizativo e Cobertura de Equipamentos e Serviços11
2.3.3. Infraestrutura de Abastecimento de Água ......................................... 11
2.3.4. Infraestrutura de Drenagem .............................................................. 11
2.3.5. Infraestrutura de Esgotamento Sanitário .......................................... 11
2.4. Diagnóstico Físico - Ambiental .................................................................... 12
2.5. Diagnóstico Jurídico- Fundiário ................................................................... 12
3. ESTUDO DE CONCEPÇÃO PARA O HIS JARDIM DAS ORQUÍDEAS .. 14
3.1. Parcelamento do Solo ................................................................................. 14
4. ESTUDO DE TIPOLOGIAS ....................................................................... 19
4.1. Adaptação a Cadeirante – Atendimento MCMV e Programa Casa Paulista.20
4.2. Estudos de Reassentamento ...................................................................... 21
4.2.1. Cenário 1 .......................................................................................... 22
4.2.2. Cenário 2 .......................................................................................... 24
4.2.3. Cenário 3 – Consolidado .................................................................. 26
4.2.4. Apresentação de Condomínios Residenciais no Cenário 3: ............. 29
5. ANÁLISE DE SUPRESSÃO E COMPENSAÇÃO AMBIENTAL DE FRAGMENTOS VEGETAIS E INDIVÍDUOS ARBÓREOS......................................................... 35
5.1. Caracterização da Vegetação ..................................................................... 36
5.2. Supressão de Fragmento Florestal e Implicações ...................................... 37
5.3. Supressão de Indivíduos Arbóreos e Implicações ...................................... 38
5.4. Orientação para Compensação .................................................................. 40
5.5. Síntese sobre a Supressão Vegetal e a Compensação Florestal ............... 41
6. ESTUDOS DE CONCEPÇÃO DE INFRAESTRUTURA ............................ 47
6.1. Projeto de Concepção de Infraestrutura de Abastecimento de Água .......... 47
6.2. Projeto de concepção de Infraestrutura de Esgoto Sanitário ...................... 50
6.3. Projeto de Microdrenagem do Sistema Viário ............................................. 52
6.4. Análise Preliminar de Terraplanagem ......................................................... 53
7. RELAÇÃO DE DESENHOS ...................................................................... 56
1 Introdução
4
1. Introdução
Este documento tem como objetivo apresentar os estudos de concepção para o HIS
Jardim das Orquídeas, elaborados dentro do âmbito do Estudo de Viabilidade Técnica
para Implantação de Conjunto Habitacional no Jardim das Orquídeas.
A área de provisão proposta atende às demandas provenientes do Programa de
Recuperação de Interesse Social (PRIS Orquídeas – “Reassentamento de
Assentamentos precários das Margens da Represa”) que engloba intervenções voltadas
para a recuperação ambiental e regularização fundiária de aglomerados urbanos
irregulares, considerados assentamentos habitacionais de interesse social
desprovidos de infraestrutura, ocupados por população de baixa renda e localizados em
Áreas de Recuperação Ambiental – ARA 1.
O PRIS fornece a demanda habitacional a ser reassentada no HIS Jardim das Orquídeas,
estimada em 1.170 famílias (ou imóveis) provenientes de oito assentamentos
habitacionais, conforme tabela:
Tabela 1.1: Contabilização de remoções do para o PRIS Orquídeas.
A composição de provisão para reassentamento para o HIS Jardim das Orquídeas,
considerou a demanda proveniente de usos residenciais com inclusão de reserva técnica
(10%), perfazendo um número de total de 1230 Unidades Habitacionais.
Tabela 1.2: Composição de demanda habitacional para a área de reassentamento do HIS Jardim das Orquídeas.
5
O atendimento das demandas provenientes de outros tipos de imóveis e usos (Comerciais
e institucionais) será equacionado parcialmente no parcelamento da gleba de destino da
demanda habitacional do PRIS Orquídeas, e em terrenos/imóveis a serem indicados
futuramente pela PMSBC.
2 Diagnóstico Integrado
7
2. A Área de Intervenção – Diagnóstico Integrado
2.1. Localização e Acessos
A Península do Jardim das Orquídeas tem como limites a Nordeste a Rodovia dos
Imigrantes, e é contornada pela represa Billings.
Figura 2.1: Localização e Demarcação da área de intervenção sobre mapa. Fonte: SIHISB. Acesso em 13.10.2014.
O Polígono destinado à implantação do HIS Jardim das Orquídeas faz parte de um
conjunto de três áreas objeto de Decreto de Utilidade Pública – DUP – pelo município em
2005.
A área de estudos contém o Instituto Social das Irmãs de Maria de Banneux, ISMAB, que
abriga o Complexo educacional “Vila das Crianças”. O ISMAB detém direito de uso do
terreno por 99 anos – benefício que está em vias de contestação jurídica – fato que abriu
precedentes para a devolução de parte da área ao município de São Bernardo do Campo
para a implantação de conjunto Habitacional.
2.2. Estruturas Existentes na Área - Caracterização
Atualmente o acesso é controlado através de portaria, com a sede do ISMAB localizada
na porção frontal da área. Uma via local (com trecho pavimentado) dá acesso à sede do
instituto, e seu prolongamento em terra leva até a porção final do terreno.
8
O local destinado para atendimento de demanda proveniente do PRIS agrega área de
289.308,27 m², das quais serão destinadas 17.588,17 m² para o ISMAB, restando assim a
área de 271.720,10 m², para a implantação do HIS Jardim das Orquídeas.
Figura 2.2: Situação atual da área de intervenção, com localização das principais edificações e estruturas de apoio existentes.
Foto 2.1: Estruturas instaladas na área: Quadra Poliesportiva e reservatório d’água. Vistoria realizada em 31.10.2014.
A área se encontra parcialmente dentro da Cota 747 e da faixa de 50m da APP da
Represa Billings, contendo APPS de córrego e nascente, que totalizam área de 82.194,20
m².
Segundo laudo geotécnico elaborado para o estudo de viabilidade, não foram
identificadas áreas de risco associadas à instabilidade de taludes (escorregamentos) nas
9
encostas e margens de córregos. A área de intervenção situa-se em topo de morrote que
sofreu processo de aterro, gerando grandes trechos planos, com platôs.
Verifica-se a presença de infraestrutura instalada, tanto de drenagem (canaletas de
concreto em bom estado) quanto de abastecimento de água. Foi elaborada leitura da área
de intervenção com a identificação de potenciais a serem explorados, conforme figura a
seguir:
Figura 2.3: Leitura de potenciais a serem explorados na área de intervenção, sobre levantamento planialtimétrico.
2.3. Diagnóstico Integrado da Área
A análise realizada durante a Etapa 2 - Diagnóstico integrado trouxe uma série de
premissas para a realização do estudo de concepção para o HIS Jardim das Orquídeas,
descritas sucintamente a seguir:
2.3.1. Diagnóstico Urbanístico
Recomenda-se eleição da face norte do terreno para a implantação das UH’s, por permitir
as seguintes condições:
10
Maior aproveitamento do potencial paisagístico existente, com exploração de
visuais estabelecidas a partir dos Platôs Central e periféricos.
Maior possibilidade de acesso à margem da represa, com potencial instalação de
usos de lazer e estar, desde que não conflitantes com as diretrizes para a
preservação da área - respeitando os limites da APP e estágios de regeneração da
camada vegetal presente na margem.
Recomenda-se adensamento prioritário dos trechos que apresentam supressão de
vegetação, como os platôs. Para a face sul, por conta de condições
geomorfológicas e ambientais mais restritivas (vegetação em estágios
intermediários de recuperação avançada, maior declividade, maior densidade da
massa vegetal) propõe-se menor adensamento construtivo, com atenção especial
à abertura de platôs e geração de volumes de cortes/aterros, considerando
questões de viabilidade financeira e custos incidentes do empreendimento.
Recomenda-se a aproximação das vias de acesso aos limites de ISMAB (na face
voltada para o córrego), para obtenção de melhor aproveitamento da condição
11
topográfica, gerando menores volumes de aterros que possam incidir sobre o
entorno da nascente.
2.3.2. Aspecto Sócio Organizativo e Cobertura de Equipamentos e Serviços
Recomenda-se consultar as secretarias responsáveis a fim de:
Avaliar o impacto que será gerado com o reassentamento de, no mínimo, 1.230
famílias.
Definir a melhor forma de atendimento da nova demanda.
Obter diretrizes, principalmente em relação ao sistema viário, para elaboração de
projeto na área de reassentamento Jd. das Orquídeas.
2.3.3. Infraestrutura de Abastecimento de Água
Constata-se que a Estrada do Poney Club possui rede de distribuição de água para
abastecimento. Para implantação do conjunto habitacional recomenda-se:
Consultar a Sabesp em relação à vazão requerida, junto com o projeto do sistema
de abastecimento de água proposto a fim de obter diretrizes específicas e
adequações necessárias para viabilidade de atendimento pelo serviço.
Aproveitar o reservatório de água existente na área de estudos, caso seja possível
adequação.
2.3.4. Infraestrutura de Drenagem
No interior da área de estudos existem estruturas (canaletas) que permitem o escoamento
superficial de águas pluviais e seu lançamento na represa. Portanto, recomenda-se:
Avaliar o sistema existente e a possibilidade de adequação desta infraestrutura à
contribuição futura dada pelo conjunto habitacional, verificando também a
necessidade de adoção de novos dispositivos.
2.3.5. Infraestrutura de Esgotamento Sanitário
A Estrada do Poney Club possui rede coletora de esgoto doméstico. Sendo assim,
recomenda-se:
12
Verificar junto à Sabesp quanto as condições operacionais da rede coletora
existente (vazão e profundidade) para averiguar se o mesmo possui condições
para receber o efluente proveniente do novo empreendimento, prevendo-se
adequações estruturais necessárias.
Consultar o responsável pelo Programa Pró Billings a respeito da capacidade
presente no sistema de afastamento de esgoto projetado, com a verificação de
condições para destinação de efluentes gerados pelo empreendimento.
2.4. Diagnóstico Físico - Ambiental
A produção de Habitação de Interesse Social (HIS) em APRM da Billings poderá somente
ocorrer em ZEIS, conforme estabelece a lei municipal nº 6.183/11 que altera a lei nº
5.959/09. Para cumprimento da legislação vigente, o projeto de HIS no Jardim das
Orquídeas deverá atender aos seguintes parâmetros:
Redução da carga de fósforo gerada na bacia correspondente a 135 kg/dia;
Manutenção de 19% de área vegetada observada em imagem de satélite no ano
de 2000;
Coeficiente de aproveitamento básico e máximo iguais a 2,5. Os outros parâmetros
deverão seguir o Plano Diretor do município.
2.5. Diagnóstico Jurídico- Fundiário
Considerando que já foi decidido pela inconstitucionalidade da Lei nº 5693, de 14
de junho de 2007, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, e que há recurso
pendente junto ao STJ e STF, recomenda-se que qualquer alteração legislativa
junto à Lei em questão, apenas considere a diminuição da área concedida, não
devendo ser outorgada nova concessão de direito real de uso ao ISMAB,
mesmo que seja a título de retificação da área de superfície outrora concedida.
3 Estudo de concepção para o HIS Jardim das
Orquídeas
14
3. Estudo de Concepção para o HIS Jardim das Orquídeas
A Etapa de concepção - Etapa 3 - do Estudo de Viabilidade Técnica para implantação do
HIS Jardim das Orquídeas é composta por um projeto de parcelamento do solo que traz a
definição de áreas públicas, privadas e institucionais, com infraestrutura a ser executada
pelo poder municipal; e de três estudos de implantação dos condomínios objeto de Edital
de chamamento público Minha Casa Minha Vida, que compõem três alternativas – ou
cenários- de características distintas. Nos itens que seguem, tais produtos serão
descritos:
3.1. Parcelamento do Solo
O parcelamento do solo para o HIS Jardim das Orquídeas buscou seguir diretrizes
fornecidas pelo Diagnóstico Integrado (ver relatório KE.14.003-RE2-VU-R1) levando em
consideração condicionantes e potenciais físicos e ambientais presentes na área, com o
resguardo do trecho que contêm a nascente do córrego e sua APP, o máximo
aproveitamento dos platôs centrais - antropizados - e menor ocupação de trechos
acidentados do terreno, respeitando os limites de áreas de proteção permanente
presentes no polígono de intervenção.
Outro balizador da concepção foi a adoção de diretrizes fornecidas pelas legislações
municipais: Lei Municipal n. 5959 / 2009 – que dispõe sobre as Zonas Especiais de
Interesse Social (ZEIS), Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado
Popular (HMP), pela Lei Municipal 6222/2011 - que dispõe sobre o parcelamento, o uso e
ocupação do solo em todo o território do município de São Bernardo do campo.
ZEIS, his, hmp_Lei 5959/09
Parcelamento,Uso e
Ocupação do Solo_Lei
6262/12
PARCELAMENTO
Via Local: Leito carroçável (L),
raio(R) e calçadas (CAL)- L= 7,20m /R= 9m/CAL=2.50
Área implantação conj. vert. ≥ 25.000,00 m² -
Quadra máxima 300m (Art 99) 250m
Recuos - Frente 5,00m 5,00m
Recuos - Projeção laje em balanço Até 1,20m (Art 46) Até 1,20m
Recuos - Lateral/FundosH/6 ≥ 3m R≥H/7 ou 3m para
R≥3R = H/7≥3 ou H/6≥3
Estacionamento/Vagas 1 Vaga p/3 UH 2% p/ PNE+ 5% p/ Idosos
1. Largura Acesso Estacionamento 6,00m p/ estacionamenot > 60
vagas
3,00m p/ estacionamento
< 30 vagas
2. Largura Acesso Estacionamento 8,00m p/ estacionamento <
que 60 vagas
5,00m p estacioonamento
> 30 vagas
Estacionamentos - calçada mínima 1,20m -
Áreas livres de uso público 15% 15%
15
Tabela 2.1: Síntese de parâmetros utilizados na concepção do parcelamento na área de intervenção.
O Traçado buscou estabelecer limites entre as áreas de preservação existentes e as
quadras propostas, possibilitando uma diferenciação clara entre áreas públicas e
privadas. O viário e a ciclovia propostos constituem-se como infraestruturas limítrofes da
intervenção, possibilitando usos contemplativos e de lazer, através da ciclovia e áreas
verdes propostas no entorno.
O terreno remanescente do Instituto Social das Irmãs de Maria de Banneux recebe no
projeto um muro de divisa, delimitado por passeios largos seguidos por viário público, que
faz a conexão com a Estrada do Poney Club.
Foram estabelecidas sete quadras para instalação dos condomínios residenciais
destinados à provisão habitacional. O parcelamento reserva áreas verdes públicas e
áreas destinadas aos usos institucional, comercial e de lazer, conforme imagem abaixo:
Figura 3.1: Imagem esquemática do parcelamento da gleba elaborado. Sem Escala.
O parcelamento destinou área equivalente a 30,44% da Gleba para implantação de
equipamentos urbanos ou comunitários, áreas verdes e espaços livres de uso público,
conforme tabela:
ISMAB
3
16
Tabela 3.2: Áreas doadas no parcelamento do solo para o HIS Jardim das Orquídeas.
O Sistema viário do conjunto possui largura de 7,60 metros com raios de concordância de
nove metros entre nas quadras. Os passeios públicos foram desenhados com largura de
2,50 m de comprimento, permitindo implantação das faixas de serviço -infraestrutura
urbana de iluminação, e arborização.
A ciclovia desenhada em projeto possui largura de 2,50m possibilitando fluxo em ambos
os sentidos de deslocamento. Esta estrutura afasta-se do viário periférico na altura da
Área pública de Lazer, permitindo maior contemplação da Paisagem e potencializando
neste trecho associação aos usos de lazer a serem instalados na área verde.
Figura 3.2: Relação estabelecida entre ciclovia e Área Livre pública. Sem escala.
No trecho limítrofe ao terreno do ISMAB o viário comportará as linhas de ônibus que
servem a península, abrigando ponto de parada de coletivo. Em área adjacente ao
acesso ao conjunto será estabelecido um Ponto de Controle Operacional dos Ônibus
urbanos (PCO) que organizará a parada final e retorno dos coletivos urbanos, de acordo
com diretrizes fornecidas pela Secretaria de Transportes e Vias Públicas do município.
4 Estudo de Tipologias
19
4. Estudo de Tipologias
Os edifícios – lâmina propostos acontecem nos projetos a serem detalhados a seguir em
duas tipologias distintas: O modulo com 4uhs e com 6uhs por pavimento tipo, e adaptam-
se às condicionantes do terreno em diferentes situações de implantação, em que podem
gerar edifícios de 5,6,7 ou 8 pavimentos (térreo + 4, térreo +4-1, térreo + 4-2,
respectivamente). As unidades habitacionais apresentam 44,5m² de área útil
Figura 4.1: Esquema explicativo das tipologias consolidadas nos estudos de concepção.
Nos edifícios que possuem 6,7 e 8 pavimentos acesso aos mesmos se dará em dois
momentos: pelo térreo e pelo nível de acesso superior, através de passarela. Tais
variações nos edifícios permitem melhor aproveitamento do terreno e adequação à
topografia local.
Figura 4.2: Esquema de situações de implantação adoradas em projeto.
As edificações possuem corredor externo de circulação que dá acesso às unidades. O
bloco de circulação vertical, é composto por escada e há previsão para área destinada à
instalação de elevador, caso se faça necessário futuramente, em consonância com
20
diretrizes do programa Minha Casa Minha Vida. As técnicas construtivas definidas para a
concepção das tipologias são: bloco de concreto estrutural e laje pré-moldada.
4.1. Adaptação a Cadeirante – Atendimento MCMV e Programa Casa Paulista.
As unidades habitacionais são compostas por dois dormitórios, sala de estar cozinha,
banheiro e lavanderia; perfazendo um total de 44,5m² de área útil; atendendo às
especificações mínimas do Programa Minha Casa Minha Vida.
Todas as unidades atendem à ABNT NBR5090, e respeitam o giro de 180º para
cadeirante em todos os ambientes, que também contam com áreas de transferência e de
aproximação para abertura de portas.
Figura 4.3: Unidade Habitacional adotada. Imagem sem escala.
21
4.2. Estudos de Reassentamento
Para a confecção do Estudo de Viabilidade Técnica para o HIS Jardim das Orquídeas
foram elaboradas três alternativas de implantação de condomínios e edifícios residenciais,
que buscaram obedecer aos seguintes parâmetros mínimos, presentes na Lei específica
de ZEIS, HIS e HMP (LM 5959/2009):
Tabela 4.1: Parâmetros urbanísticos balizadores dos condomínios, nos três cenários elaborados.
Os cenários 1 e 2 apresentam soluções de parcelamento semelhantes, com números
coincidentes de provisão para comércios e áreas institucionais. O cenário 1 traz menor
adensamento (com provisão de demanda mínima requerida) permitindo maior qualificação
de áreas condominiais. O cenário 2, faz o contraponto ao baixo adensamento do cenário
1, buscando o máximo potencial construtivo e aproveitamento do terreno, cumprindo
parâmetros condominiais mínimos. O cenário 3 constitui desdobramento das alternativas
anteriormente descritas, após ponderações pertinentes ao processo de projeto e
solicitações da contratante. A seguir descrevem-se as alternativas de estudo de
ZEIS, his, hmp_Lei 5959/09
Recuos - Frente 5,00m
Recuos - Lateral/Fundos H/6 ≥ 3m R≥H/7 ou 3m para R≥3
Estacionamento/Vagas 1 Vaga p/3 UH
Taxa de Permeabilidade 5%
Afastamento entre blocos 3m
Estacionamentos calçada mínima 1,20m
Espaço uso comum - Lazer 5% lote/gleba (art 49)
Salão condominial mín 20m² ou 0,5m² por UH
Tabela 4.2: Tabela-síntese de provisões efetuadas nos três cenários desenvolvidos.
22
CENÁRIO 1 - TABELA GERAL DE PROVISÃO m²
RESIDENCIAIS 1289
COMERCIAIS 9
RELIGIOSO 0
A. INSTITUCIONAL 2899,95m²
reassentamento elaboradas.
4.2.1. Cenário 1
O cenário 1 traz provisão habitacional de 1289 unidades organizadas em 12 condomínios,
e sete quadras. Em relação ao parcelamento do solo são criadas áreas destinadas à
instalação de comércios e equipamentos institucionais, conforme tabela abaixo:
O presente cenário intervém de forma singela na área de estudo, buscando manutenção e
restauração da cobertura vegetal, e geração de menores volumes de corte e aterro de
terreno. Os doze condomínios neste cenário organizam áreas de lazer e principalmente
áreas verdes generosas, com menor taxa de impermeabilização do terreno.
Tabela 4.3: Tabela geral de provisão para o cenário 1.
Figura 4.4: Implantação do Conjunto. Imagem sem escala.
23
Os edifícios implantados nos condomínios apresentam pavimentos-tipo com 6, 4 e 2
unidades habitacionais; organizadas predominantemente em edifícios de cinco
pavimentos, neste cenário. Em situações pontuais - onde o perfil natural do terreno
propicia instalação de edifícios com acessos por passarela em nível superior e pelo térreo
- são implantadas edificações de 6 (T+4-1) e 7 (T+4-2) pavimentos.
Figura 4.5: Tabela de tipologias, e situações de implantação dos edifícios (5, 6 e 7 pavimentos) e quantitativos para o cenário 1.
24
4.2.2. Cenário 2
O Cenário 2 é executado sobre o mesmo parcelamento que os demais cenários, com
provisão semelhante de áreas institucionais e comerciais. Este cenário busca maior
adensamento populacional e construtivo, com 1487 Unidades Residenciais.
Tabela 4.4: Provisão Geral para o cenário 2.
Figura 4.6: Implantação para o cenário 2.
O cenário 2 mantém a divisão em 12 condomínios apresentada no Cenário 1, explorando
maior adensamento construtivo nas quadras, com maior taxa de ocupação, aumentando a
média de edifícios por condomínio. A movimentação de terra no cenário 2 é mais
expressiva, permitindo trabalhar tipologias com uma maior variedade de situações de
25
implantação: T+4 (5 pavimentos), T+4-1 (6 pavimentos) e T+4-2 (7 pavimentos) E t+4-3 (8
pavimentos).
Ainda trabalhou-se com edifícios conjugados a partir de suas fachadas cegas (em que
não há necessidade de inserir recuos) em situações pontuais (condomínios 9,10,11e 12),
em que o terreno permitia justapor duas situações de implantação distintas, conforme
legenda abaixo:
Figura 4.7: Tabela de tipologias, e situações de implantação dos edifícios (5, 6 e 7 pavimentos) e quantitativos para o cenário 1.
26
4.2.3. Cenário 3 – Consolidado
A alternativa presente no Cenário 3 busca mediar soluções de adensamento
apresentadas nos cenários 1 e 2, mantendo elevada provisão habitacional, ao passo em
que busca maior qualificação de áreas de lazer condominiais. Conforme orientação da
contratante os condomínios são reagrupados em 6 - um condomínio por quadra, com a
fusão de duas quadras inferiores (antigas quadras 6 e 7). Procedeu-se também à
ampliação das áreas comerciais, com os lotes destinados a este fim encravados nas
quadras que contém os condomínios 1, 3 e 4. Desta forma, houve aumento de provisão
de comércios para 31 Boxes destinados a este fim.
Tabela 4.5: Provisão geral para o cenário 3.
Optou-se pelo aumento do número de edifícios acessados a partir de térreos inferiores,
que permitem um maior adensamento no interior das quadras, liberando espaço para o
rearranjo de áreas livres de lazer e áreas de estacionamento. As tipologias adotadas
preveem 4 e 6 unidades habitacionais por pavimento tipo. Estas tipologias foram
trabalhadas nas seguintes situações de implantação: T+4 (5 pavimentos), T+4-1 (6
pavimentos) e T+4-2 (7 pavimentos) conforme quantitativo de blocos e imagens abaixo:
Figura 4.8: Cenário 3 - Tabela de tipologias, e situações de implantação dos blocos (5, 6 e
7 pavimentos) e quantitativos de blocos para o cenário 3.
As tipologias com 2 unidades habitacionais por pavimento – presentes nos cenários 1 e 2
Figura 4.9: Cortes demonstrando distintas situações de acesso aos condomínios a partir dos térreos inferiores. Imagens sem escala.
27
não foram aplicadas neste estudo.
Figura 4.10: Implantação do conjunto.
Nos condomínios foram estabelecidos passeios com largura mínima de 1,50m
configurando rotas acessíveis entre os espaços comuns ao conjunto. Assim, foram
adotadas rampas com declividade máxima de 8,33%, conforme ABNT / NBR 9050, e
espaço previsto para instalação de Elevadores de acesso em todos os edifícios presentes
nos condomínios.
As áreas comuns de lazer e salões condominiais foram propostas de acordo com o
disposto nas legislações municipais supracitadas; os salões condominiais foram alocados
nos pavimentos térreos dos edifícios e subtraídos do cômputo geral de unidades, já que
ocuparão unidades no térreo.
28
Os estacionamentos foram elaborados em conformidade com parâmetros dados pelas leis
5959/09 e 6262/12, com quantidade de vagas atendendo a 1/3 do número de unidades
habitacionais presentes no condomínio.
Para cada condomínio foi calculada a reserva de água necessária, sendo que o volume
total (demanda + vol. de incêndio) foi divido entre reservatórios superiores (por bloco
habitacional) e um reservatório inferior do tipo coluna.
Os acessos aos condomínios são feitos por portarias sem guarita, com controle de
entrada. O número de portarias varia de acordo com a dimensão e morfologia dos
condomínios de forma que utilizou-se preferencialmente o acesso de veículos associado
ao acesso de pedestres, como forma de facilitar o controle. As portarias estão associadas
na maior parte dos condomínios ao ponto de guarda de caçambas de lixo com
capacidade para 1m³, calculadas de acordo com diretrizes fornecidas pela PMSBC. Foi
adotado para o cada condomínio abastecimento de gás a partir de cilindros de GLP P190,
dispostos em abrigos instalados no perímetro externo do conjunto, com o
dimensionamento de 1 cilindro para cada 10 Unidades Habitacionais mais 50% de
reserva.
A seguir será feita breve descrição dos condomínios consolidados na proposta:
29
4.2.4. Apresentação de Condomínios Residenciais no Cenário 3:
Condomínio 1
Figura 4.11: Condomínio 1. Imagem sem escala.
O Condomínio 1 conta com 250 unidades habitacionais, e confronta áreas para a provisão
de Comércios e áreas Públicas de Lazer. Na face sul do terreno predominam cotas
inferiores aquelas presentes no viário, com desníveis que facilitam a implantação edifícios
com 6 pavimentos, explorando o acesso pelos térreos inferiores. Dois platôs principais
são constituídos e recebem edifícios de 5 pavimentos. O desnível entre os platôs permite
a articulação por rampas com declividade máxima de 8.33%.
O acesso às 87 vagas que compõem o estacionamento é articulado ao viário local
através de rampa e leito carroçável de largura igual a 8 metros, e rampa para veículos
com declividade de 20%. Os acessos para pedestres são articulados em quatro pontos ao
longo da quadra, sendo que dois deles são articulados pelas passarelas dos edifícios que
apresentam térreos inferiores de acesso. Abaixo seguem quantitativos de unidades e
itens referentes à infraestrutura predial.
Condomínio 2
O Condomínio 2 adequa-se à topografia do terreno a partir de três platôs principais, que
articulam estacionamentos, áreas de lazer. Os desníveis pouco acentuados influenciaram
uma implantação predominante de edifícios de 5 pavimentos (T+4) e escavação maior no
QUANTITATIVO UHS SALÃO CONDOMINIAL*ÁREA DE LAZER (m²)ESTACIONAMENTO - VAGAS CAÇAMBAS GÁS +RESERVA
CONDOMÍNIO 1 250 2 1191.58m² 87 15 33
30
trecho oeste do terreno, permitindo a implantação na cota 755,00 de edifícios de 6
pavimentos (T+4 -1), com acesso por térreo inferior. Abaixo seguem quantitativos de
unidades e itens referentes à infraestrutura predial.
Figura 4.12: Condomínio 2. Imagem sem escala.
Condomínio 3
A quadra que concentra o condomínio 3 apresenta condição topográfica favorável à
implantação dos conjuntos, por apresentar um platô central predominante na cota 766, e
declives mais acentuados nas bordas, que permitem a implantação de blocos T+ 4 - 1 (6
pavimentos) e T+ 4 - 2 (7 pavimentos). Tal fator contribuiu para o elevado número de
QUANTITATIVO UHS SALÃO CONDOMINIAL*ÁREA DE LAZER (m²)ESTACIONAMENTO - VAGAS CAÇAMBAS GÁS +RESERVA
CONDOMÍNIO 2 208 2 782,30m² 69 12 28
Figura 4.13: Condomínio 3. Imagem sem escala.
31
Unidades Habitacionais presentes no condomínio - 281 - compondo o maior adensamento
entre os demais conjuntos.
Encravado à quadra 3 foi disposto um lote comercial, que conta com 14 Boxes. A
implantação possibilitou o desenho de baias de serviço para carga e descarga, assim
como de estacionamentos para clientes.
Seguem quantitativos de infraestruturas e estruturas de apoio presentes no condomínio 3:
Condomínio 4
Figura 4.14: Condomínio 4. Imagem sem escala.
O condomínio 4 apresenta dois platôs predominantes: um platô central na cota 767, e
outro na cota 770. Este desnível entre platôs permitiu a inserção de edifício de seis
pavimentos, com acessos pelo térreo e pavimento superior (através de passarela),
articulando os dois níveis de implantação. Na borda norte da quadra os declives se
acentuam, permitindo a instalação de edifício de sete pavimentos, que articula o acesso
com o viário existente.
Ainda na face norte, há provisão de comércios na quadra, com instalação de 14 Boxes, e
previsão de vagas para clientes e baia para Carga/descarga.
Condomínio 5
QUANTITATIVO UHS SALÃO CONDOMINIAL*ÁREA DE LAZER (m²)ESTACIONAMENTO - VAGAS CAÇAMBAS GÁS +RESERVA
CONDOMÍNIO 3 281 3 820,2m² 95 17 38
QUANTITATIVO UHS SALÃO CONDOMINIAL*ÁREA DE LAZER (m²)ESTACIONAMENTO - VAGAS CAÇAMBAS GÁS +RESERVA
CONDOMÍNIO 4 224 2 671,8m² 81 13 30
32
O condomínio 5 estrutura-se a partir de platô central, na cota 759,80. Os platôs gerados a
partir de operações de corte (na borda leste) e aterro (na borda oeste) acomodam
edifícios de 5 (T+4) e 6 pavimentos (T+4-1), estes últimos permitem acessos a partir do
térreo inferior e também configuram nível de acesso superior através de passarela. Foi
possível estabelecer rampas de declividade máxima de 8,33% entre os níveis, gerando
rotas acessíveis.
Figura 4.15: Condomínio 5. Imagem sem escala.
A área livre condominial estabelecida está situada no platô central, e por conta de suas
generosas dimensões permite a instalação de diversos usos de lazer, como quadras não
oficiais, playgrounds e equipamentos de ginástica ao ar livre. Seguem quantitativos de
infraestruturas presentes no condomínio:
Condomínio 6
O condomínio 6 está situado em trecho de declividade acentuada que influenciou a
organização da quadra em 4 níveis principais de implantação: Os níveis superiores
abrigam estacionamento, áreas de lazer e os edifícios de 5 pavimentos (Térreo + 4). Os
níveis inferiores abrigam também estacionamento, área de lazer e os edifícios de 6
pavimentos (Térreo + 4 – 1).
QUANTITATIVO UHS SALÃO CONDOMINIAL*ÁREA DE LAZER (m²)ESTACIONAMENTO - VAGAS CAÇAMBAS GÁS +RESERVA
CONDOMÍNIO 5 172 2 467,90m² 61 10 23
33
Figura 4.16: Condomínio 6. Imagem sem escala.
Os edifícios com 7 pavimentos permitem dois níveis de acesso distintos: o térreo, a partir
da rua a sul do loteamento, e o nível superior que acontece por dentro da quadra,
conforme corte do conjunto:
Figura 4.17: Corte transversal do condomínio 6, mostrando as diferentes situações de acesso ao bloco de 6 pavimentos. Imagem sem escala.
A articulação entre patamares de implantação é feita por rampas, escadas e pelos
edifícios que permitem acesso para os níveis superiores (passarelas).de forma que a área
de lazer condominial é ligeiramente superior aos 5% exigidos na LM 5959/2009, e
possibilita instalação de equipamentos de menor dimensão, como playgrounds e
equipamentos de ginástica. Os taludes gerados para a implantação dos blocos obedecem
à razão de 1:1.5.
Seguem quantitativos gerais para o condomínio 6:
ACESSO TÉRREO – A PARTIR
DA RUA
ACESSO SUPERIOR: A PARTIR
DA QUADRA
5 Análise de Supressão e Compensação
Ambiental de Fragmentos Vegetais e
Indivíduos
35
5. Análise de Supressão e Compensação Ambiental de Fragmentos
Vegetais e Indivíduos Arbóreos
Para implantação do HIS Jardim Orquídeas será necessária a supressão de fragmentos
de vegetação, bem como de indivíduos arbóreos isolados, o que implica na geração de
um plano de compensação ambiental para a obtenção da Autorização de Supressão de
Vegetação- ASV do órgão licenciador.
A seguir é apresentado um estudo prévio da área a ser suprimida com sugestões de
compensação ambiental, conforme solicitação da contratante. É importante salientar que
tais análises não substituem o plano de compensação ambiental; recomendando-se, para
fins de aprovação e obtenção de licenciamento, a elaboração de documento específico.
Vale ressaltar que, pelo fato da área de estudo ser de interesse social, HIS e utilidade
pública, algumas medidas de compensação ambiental apresentadas no texto serão
calculadas de acordo com o Decreto Municipal nº17.824 de 2012. No decreto é
apresentada uma tabela no ANEXO I, chamada de fator multiplicador, o qual, através da
multiplicação da quantidade total de mudas por este fator (FM), reduz as proporções de
compensação ambiental para áreas como o Jd. Orquídeas. Segue o quadro a seguir para
visualização:
Tabela 5.1: Fator Multiplicador - FM (Fonte: ANEXO I- Tabela -2 - Decreto Municipal nº17.824/2012).
Fator Multiplicador - FM
Elemento para análise FM
APP 2
Espécie em perigo de extinção 4
Espécie Exótica 1
Espécie Nativa 2
Exemplar Tombado 4
Interesse Social, HIS, utilidade pública e obras destinadas aos serviços
públicos de saúde e educação 0,7
Risco de queda 0,5
36
5.1. Caracterização da Vegetação
A caracterização da vegetação encontrada na área objeto de estudo foi realizada por
meio de vistoria de campo no dia 02 e 03 de outubro de 2014 para a identificação
botânica das espécies e observação dos parâmetros para a supressão e compensação
das mesmas. Segue abaixo a legislação consultada para este projeto:
Resolução CONAMA nº 10/1993;
Resolução Conjunta SMA/IBAMA/SP nº 1/1994;
Resolução SMA nº31/2009;
Decreto Municipal nº 17.824/2012.
Para a elaboração do referido estudo foi utilizado como base as imagens aéreas obtidas
junto ao software Google Earth 2014, base de dados cartográficos da Emplasa, LEPAC e
as matrículas do Jardim das Orquídeas nº 28.948 e 51.698, ambas do 2º Cartório de
Registro de Imóveis. Através deste material foi possível avaliar as Áreas de Preservação
Permanentes (APPs) no entorno de rios e nascentes.
A vegetação típica da região em questão é de Mata Atlântica e, conforme descrição
encontrada no portal do Atlas Sinbiota (www.sinbiota.biota.org.br/atlas), é de influência da
Floresta Ombrófila Densa e suas sub variações. Este tipo de vegetação classificada como
perenifólia e que ocorre em locais com alto índice de precipitação pluviométrica bem
distribuídos durante todo o ano, praticamente sem períodos de seca.
A área de intervenção é caracterizada por plantio de eucalipto que se encontra
abandonado, com vegetação nativa secundária em estágio pioneiro e inicial de
regeneração no sub-bosque. Há também sinais de supressão de vegetação devido à
ocupação de parte do terreno pelo Instituto Social das Irmãs de Maria Banneus (ISMAB) e
início de movimentação de terra (terraplenagem) para possível implantação de
empreendimento. Ressalta-se que esta exposição do solo pode ocasionar em erosão,
lixiviação do solo e assoreamento da margem da represa Billings.
Com relação aos patamares e a drenagem superficial existentes, remanescentes das
obras de instalação de infraestrutura original do ISMAB, foram concluídos em meados de
2009. No entanto, embora nunca terem ocorrido obras de manutenção desses elementos,
37
estes encontram-se atualmente íntegros e sem sinais aparentes de desgaste, rupturas e
erosões.
A seguir, apresenta-se o quantitativo aproximado da área verde, área antrópica e área
brejosa existente na área de estudo:
Tabela 5.2: Quantitativo de área verde, antrópica e brejo (córrego).
Área Antrópica Área Verde Área de Brejo
29,44% 70,18% 0,38%
5.2. Supressão de Fragmento Florestal e Implicações
Para a instalação do HIS Jardim Orquídeas será necessário suprimir alguns indivíduos
arbóreos isolados, fragmentos de vegetação exótica e fragmentos de vegetação nativa
secundária, que se encontram em estágio pioneiro e inicial de regeneração. Vale ressaltar
que de acordo com a Lei nº11.428, de 2006 (Lei da Mata Atlântica), a supressão de
vegetação nativa secundária em estágio pioneiro e inicial de regeneração é permitida,
desde que autorizada pelo órgão estadual competente.
Abaixo segue o quadro com a porcentagem dos fragmentos de vegetação a serem
suprimidos de acordo com o estágio de regeneração:
Tabela 5.3: Porcentagem de fragmento florestal a ser suprimido em relação ao estágio de regeneração
Porcentagem da área a ser suprimida em relação ao estágio de regeneração da vegetação
nativa secundária
Estágio Pioneiro Estágio Inicial
14.652,46m² 17,18% 26.859,61 m² 22,31%
A tabela acima apresenta o valor aproximado do fragmento florestal que será suprimido.
Sendo que, da área total de fragmento florestal de vegetação nativa secundária em
estágio pioneiro de regeneração (85.267,53 m2), aproximadamente 17% será suprimido, e
com relação a área total do fragmento florestal de vegetação nativa secundária em
estágio inicial de regeneração (120.394,62 m2), aproximadamente 22% será suprimido.
38
Além disso, no interior da área do Jardim Orquídeas, na parte mais ao norte (próxima a
represa Billings), existe uma área de 6.992,82 m2 marcada por vegetação exótica
ornamental, que por conta do empreendimento terá a sua área suprimida em 7,02%, o
que corresponde a 490,94 m2.
Tabela 5.4: Porcentagem de vegetação ornamental presente no Jd. Orquídeas
Porcentagem da área a ser suprimida em relação a vegetação exótica
ornamental
Vegetação Exótica Ornamental
490,94 m² 7,02%
A partir destes valores, pode-se dizer que aproximadamente 42.003m2 de área de
fragmento florestal (incluindo vegetação nativa e exótica) será suprimida, o que
corresponde a 13,86% da área total de intervenção do projeto. Esta área a ser suprimida
deverá ser compensada com vegetação nativa típica de Mata Atlântica.
5.3. Supressão de Indivíduos Arbóreos e Implicações
Na Tabela-5.5 a seguir são apresentados os indivíduos arbóreos que estão sujeitos a
supressão durante a instalação do HIS Jd. Orquídeas. O cálculo foi realizado de acordo
com o Decreto Municipal n° 17.824/2012 que dispõe sobre a compensação ambiental
para intervenção em vegetação arbórea e intervenção em APP.
Vale observar que, para o cálculo de compensação dos indivíduos arbóreos isolados de
espécie nativa, deve-se considerar a Decisão de Diretoria da CETESB nº287 de 2013. No
entanto, na área em questão não haverá supressão de indivíduo arbóreo de espécie
nativa.
Tabela 5.5: Cálculo de indivíduos arbóreos a serem suprimidos que deverão ser compensados de acordo com o Decreto Municipal nº17.824/2012.
N º da plaqueta
DAP Nativa
* Pinus/
Eucalipto Morta Compensar
FM - espécie
FM- HIS Qtde
.
1 65,89 x 2 1 0,7 1,4
7 23,35 x 2 1 0,7 1,4
8 12 x 2 1 0,7 1,4
9 20,4 x 2 1 0,7 1,4
10 10,85 x 2 1 0,7 1,4
13 20,28 x 2 1 0,7 1,4
39
14 9,67 x 2 1 0,7 1,4
15 6,37 x 2 1 0,7 1,4
19 7,48 x 2 1 0,7 1,4
20 10,47 x 2 1 0,7 1,4
21 9,92
x 2 1 0,7 1,4
22 16,42 x 2 1 0,7 1,4
24 15,53 x 2 1 0,7 1,4
29 11,27 x 2 1 0,7 1,4
33 10,5 x 2 1 0,7 1,4
34 16,11 x 2 1 0,7 1,4
35 5,6 x 2 1 0,7 1,4
36 8,12 x 2 1 0,7 1,4
37 10,6 x 2 1 0,7 1,4
39 6,21 x 2 1 0,7 1,4
40 12,1 x 2 1 0,7 1,4
41 10,5 x 2 1 0,7 1,4
42 8,12
x
2 1 0,7 1,4
43 26,39 x 2 1 0,7 1,4
44 17,57 x 2 1 0,7 1,4
52 9,64 x 2 1 0,7 1,4
53 14,1 x 2 1 0,7 1,4
56 10,35 x 2 1 0,7 1,4
58 11,14 x 2 1 0,7 1,4
59 33,1 x 2 1 0,7 1,4
60 63,66 x 2 1 0,7 1,4
61 52,2 x 2 1 0,7 1,4
62 46,55 x 2 1 0,7 1,4
63 11,65 x 2 1 0,7 1,4
64 64,62 x 2 1 0,7 1,4
65 45,58 x 2 1 0,7 1,4
66 22,5 x 2 1 0,7 1,4
70 7,99 x 2 1 0,7 1,4
Total = 53,20
Vale ressaltar que, para o cálculo de compensação ambiental no caso dos indivíduos
arbóreos isolados na área em questão, multiplicou-se pelo Fator Modificador – FM 0,7,
definido no Decreto Municipal nº17.824 de 2012 para áreas de Utilidade Pública, HIS e
Interesse Social. O fator modificador para áreas objetos de PRIS, que seria o caso do
Jardim Orquídeas, diminui o número de mudas a ser utilizado na compensação da área
total.
40
Dessa forma, o total de indivíduos arbóreos a ser compensado será de 54 exemplares.
Nota-se que, mesmo suprimindo a vegetação exótica, esta deve ser compensada com
exemplares de vegetação nativa.
Vale ressaltar que não haverá intervenção em APP – Área de Preservação Permanente
para a implantação do HIS Jd. Orquídeas.
5.4. Orientação para Compensação
Fragmento Florestal em Estágio Inicial de Regeneração e Vegetação
Ornamental Exótica
Com relação a compensação ambiental do fragmento florestal em estágio inicial de
regeneração e a vegetação ornamental exótica, é usual estipular para cada 1 hectare, o
plantio de 1.700 mudas, o que corresponde a 6 m2 de área para cada exemplar de muda a
ser plantado. Isto resultaria em aproximadamente 4.559 mudas para compensar a área de
27.350,55m2 (26.859,61 m2 do fragmento florestal em estágio inicial + 490,94m2
vegetação ornamental exótica). Segue abaixo um esquema ilustrativo para demonstrar a
área destinada ao plantio de mudas (figura 1).
Figura 5.1: Esquema de plantio de mudas para fragmento florestal em estágio inicial de regeneração e vegetação ornamental exótica.
A figura acima demonstra um esquema adotado por biólogos e profissionais da área para
estipular de maneira genérica o total de mudas numa compensação de Floresta Ombrófila
Densa. No entanto, é necessária uma definição do órgão licenciador, estadual ou
municipal, para dar as diretrizes sobre a compensação da área quanto a quantidade de
mudas, o local a ser realizado o plantio e a definição da proporção de espécies adotadas.
41
Dessa forma, o valor adequado de área para o plantio de cada muda pode variar para
mais ou para menos dependendo da espécie vegetal a ser plantada, podendo assim
interferir no resultado final do total de mudas.
De qualquer forma, para uma conclusão prévia, pode-se dizer que deverão ser utilizadas
na compensação ambiental do fragmento florestal em estágio inicial de regeneração e da
vegetação exótica ornamental (totalizando 27.350,55m2 de área) aproximadamente 4.559
mudas de vegetação nativa.
Fragmento Florestal em Estágio Pioneiro de Regeneração
De acordo com o Decreto Municipal nº17.824 de 2012, a compensação ambiental do
fragmento florestal em estágio pioneiro de regeneração, é calculada com base na área
total de intervenção, sendo que a área, em metros quadrados, é dividida por 9 (nove), e o
resultado é a quantidade de mudas no local. No entanto, esse valor pode ser modificado
pelo Fator Modificador – FM, conforme disposto na tabela 2 do Anexo I do referido
Decreto, que no caso o FM da área em questão é 0,7, pelo fato da área ser HIS.
Dessa forma, o cálculo da quantidade de mudas a ser utilizada no plantio para compensar
a supressão do Fragmento Florestal em Estágio Pioneiro de Regeneração segue a seguir:
Á𝒓𝒆𝒂 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟏𝟒. 𝟔𝟓𝟐, 𝟒𝟔𝒎𝟐
𝟗⁄ = 𝟏. 𝟔𝟐𝟖, 𝟎𝟓 𝒎𝒖𝒅𝒂𝒔
𝑸𝒕𝒅𝒆. 𝒅𝒆 𝒎𝒖𝒅𝒂𝒔 = 𝟏. 𝟔𝟐𝟖, 𝟎𝟓 𝒙 𝟎, 𝟕 = 𝟏. 𝟏𝟑𝟗, 𝟔𝟒 𝒎𝒖𝒅𝒂𝒔 (𝟏. 𝟏𝟒𝟎 𝒎𝒖𝒅𝒂𝒔)
Obs.: como o valor final não é um inteiro, o valor a ser considerado é 1.140 mudas.
Portanto, o total de mudas utilizadas na compensação ambiental do fragmento florestal
em estágio pioneiro de regeneração (totalizando 14.652,46 m2 de área) é 1.140 mudas de
vegetação nativa.
5.5. Síntese sobre a Supressão Vegetal e a Compensação Florestal
A análise dos pedidos de supressão de vegetação nativa no Estado de São Paulo deve
obedecer ao que determina a legislação vigente, em especial a Resolução SMA 31/2009,
42
a Lei Federal nº 412.750/2012, a Lei Federal nº 11.428/2006 e o Decreto Federal nº
6.660/2008.
A Resolução SMA 31/2009, em específico, dispõe sobre os procedimentos para análise
dos pedidos de supressão de vegetação nativa para parcelamento do solo ou qualquer
edificação em área urbana, e apresenta as condicionantes para o pedido de Autorização
de Supressão de Vegetação - ASV.
Uma das condicionantes apresentadas na resolução é sobre a área mínima a ser
preservada na propriedade, que neste caso, somente será concedida a ASV quando
garantida a preservação da vegetação nativa em área correspondente a, no mínimo, 20%
da área da propriedade.
Além dos 20% de área vegetada a ser preservada na propriedade, deve-se preservar a
área do fragmento florestal presente na área em questão. No caso do fragmento florestal
ser composto por vegetação nativa em estágio inicial de regeneração, preserva-se 30%,
se for composto por fragmento em estágio médio de regeneração, preserva-se 50%, e se
for composto por fragmento em estágio avançado, preserva-se 70%.
Na área objeto de estudo, são apresentados dois estágios de regeneração do fragmento
florestal, sendo eles: estágio pioneiro e inicial. Dessa forma, baseando-se no § 2º do
Art.3º da referida resolução, deverá ser atendida a condicionante aplicada ao estágio de
regeneração mais avançado da área, que neste caso corresponde ao fragmento florestal
com estágio inicial de regeneração.
Conforme foi apresentado nos itens anteriores, será suprimida uma área vegetada de
42.003m2, que corresponde a 14% da propriedade, portanto, o restante da área vegetada
(56%) será preservado. Através da obtenção desses valores, o inciso I do Art. 3º da
Resolução SMA 31/2009, é atendido.
Com relação a preservação do fragmento florestal, será considerada a condicionante de
preservação de 30% da área do fragmento, como explicado acima. Portanto, todos os
fragmentos presentes na propriedade serão considerados para calcular a porcentagem a
ser preservada, o que coincide com a área total vegetada, que corresponde a
212.654,97m2. Sabendo que será suprimida uma área de 42.003m2 do fragmento florestal,
43
então serão preservados 170.651,97m2, o que corresponde a 80% do fragmento florestal.
Dessa forma, o inciso II do Art. 3º da Resolução SMA 31/2009, é atendido. Segue abaixo
uma tabela síntese, apresentando a vegetação a ser suprimida na área e as
condicionantes exigidas na Resolução SMA 31/2009.
Tabela 5.6: Quadro síntese sobre a supressão vegetal e as condicionantes definidas na Resolução SMA 31/2009.
Área total (m²)
% em relação a área da propriedade
% em relação ao fragmento florestal *
Projeto SMA 31/2009 Projeto SMA 31/2009
ÁREA TOTAL DA PROPRIEDADE
305.158,52 - - - -
ÁREA TOTAL DO FRAG. FLORESTAL
212.654,97 70% - - -
ÁREA VEGETADA A SER SUPRIMIDA
42.003,00 14% ≤ 80% 20% ≤ 70%
ÁREA VEGETADA A SER PRESERVADA
170.651,97 56% ≥ 20% 80% ≥ 30%
*Obs.: Fragmento florestal composto por vegetação nativa em estágio inicial de
regeneração.
De acordo com os valores estimados para a supressão vegetal do fragmento florestal em
estágio inicial, pioneiro e vegetação ornamental exótica, mais os indivíduos arbóreos
isolados, deverá ser feita a compensação com aproximadamente 5.753 mudas nativas
típicas de Mata Atlântica. Segue abaixo o quadro ilustrativo com o somatório das áreas de
supressão, mais os indivíduos arbóreos:
Tabela 5.7: Cálculo de mudas para compensar a área total a ser suprimida
Elemento de Supressão Área (m²) Mudas a
Compensar (un.)
Frag. Fl. com vegetação em estágio pioneiro de regeneração
14.652,46 1.140
Frag. Fl. com vegetação em estágio inicial de regeneração
26.859,61 4.478
Frag. Fl. com vegetação ornamental exótica
490,94 81
Ind. arbóreos isolados exóticos - 54
TOTAL = 42.003 5.753
44
Além disso, o Decreto Municipal n° 17.824/2012 que dispõe sobre a compensação
ambiental para intervenção em vegetação arbórea e intervenção em APP deverá ser
rigorosamente atendido no Projeto Executivo de Reposição Florestal a ser elaborado por
equipe técnica qualificada para trabalhos desse gênero.
Para a compensação ambiental propõe-se o plantio compensatório com essências
florestais nativas e típicas de Mata Atlântica, a ser realizado prioritariamente em áreas
públicas municipais. Também são consideradas áreas prioritárias, levando-se em conta o
objetivo e o contexto regional do Projeto, e respeitada a legislação específica, as áreas:
I – relevantes para a conservação de recursos hídricos, em especial aquelas no entorno
de nascentes e olhos d’água, perenes ou intermitentes;
II – com elevado potencial de erosão dos solos e acentuada declividade do terreno;
III – que promovam o aumento da conectividade da paisagem regional;
IV – que ampliem ou melhorem a forma de fragmentos de vegetação nativa;
V – localizadas em Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos
As definições do plantio, como metodologia de restauração, cronogramas e a descrição
de todas as etapas de plantio e manutenção deverão ser elaboradas em um Projeto
Executivo de Reposição Florestal da área, de acordo com o disposto na Resolução SMA
N°32, de 03 de abril de 2014.
Vale ressaltar que, na área de realização do empreendimento HIS Jd. Orquídeas, é
proposta uma área verde, que será utilizada para lazer e/ou contemplação, de
aproximadamente 3.114,86m2. Essa área poderia ser utilizada para compensar em
aproximadamente 520 mudas, considerando área disponível para cada muda de
6m2.Quando for realizada a análise das áreas para a viabilização da compensação, é
importante avaliar essas áreas, já que estas se encontram dentro do próprio
empreendimento.
A compensação ambiental dar-se-á preferencialmente por meio de plantio de mudas de
espécies nativas do Bioma Mata Atlântica no imóvel objeto de intervenção. Na
impossibilidade de efetuar o plantio no imóvel objeto de licenciamento, a compensação
45
ambiental poderá ser executada em áreas privadas dentro do próprio Município, indicadas
pelo requerente, e desde que tenha aprovação do proprietário.
Na impossibilidade do plantio compensatório, comprovada tecnicamente pelo interessado,
a compensação ambiental poderá ser convertida, parcialmente ou em sua totalidade,
visando os interesses de coletividade e os princípios da administração pública, em ordem
de prioridade.
6 Estudos de concepção de Infraestrutura
47
6. Estudos de concepção de Infraestrutura
Os estudos de concepção de infraestrutura a serem detalhados a seguir foram elaborados
a partir da alternativa definida com consolidável - o Cenário 3.
6.1. Projeto de Concepção de Infraestrutura de Abastecimento de
Água
O estudo de concepção do sistema de abastecimento de água foi elaborado com base
nas seguintes normas técnicas, em sua última versão:
NTS 61 – Estudo de Concepção de Sistema de Abastecimento de Água;
ABNT 12.211 – Estudo de Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de
Água;
NBR 12.218 – Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público;
O cálculo das demandas de água do conjunto habitacional foi elaborado com base
nos parâmetros abaixo:
Nº de habitantes/ UH´s = 4
Per capita = 150 l/hab x dia
K1 (coeficiente de vazão máxima diária) = 1,2
K2 (coeficiente de vazão máxima horária) = 1,5
Foram calculadas as demandas médias, máximas diárias e máximas horárias,
cujos resultados estão apresentados na tabela abaixo. Para a área destinada ao uso
institucional foi considerada uma vazão de 0,6l/s, a qual poderá sofrer alteração de acordo
com o uso da área.
Tabela 6.1: – Demandas médias (QM), Máximas Diárias (MD) e Máximas Horárias (MH)
Condomínio UH QM (ls) QMD (l/s) QMH (l/s)
1 250 1,73 2,60 3,12
2 208 1,45 2,17 2,60
3 281 1,95 2,93 3,52
4 224 1,56 2,33 2,80
5 172 1,20 1,80 2,16
6 174 1,21 1,81 2,18
48
Total 1310 9,09 13,64 16,37 Nota: Foi considerada demanda extra para Institucional MD (0.5) e MH (0,6).
Para o dimensionamento das redes e posicionamento do ponto de interligação entre as
redes propostas e as redes existentes da Sabesp, foi consultado o cadastro técnico de
redes da Sabesp.
Com o cadastro técnico existente, as demandas máximas horárias calculadas e as cotas
de implantação do empreendimento, foi elaborada a simulação hidráulica das redes,
utilizando o software de modelagem matemática “WaterCad” da empresa Haestad
Methods. A simulação teve como intuito dimensionar as redes propostas e determinar as
características necessárias no ponto de interligação.
O ponto de interligação entre a rede prevista e a rede existente da Sabesp está localizado
há 250m da rua de entrada do empreendimento, ao norte, onde existe rede de
abastecimento de água com diâmetro igual à 100mm.
É essencial a garantia de pressão mínima de 17mca e disponibilidade de vazão de
16,95l/s no ponto de interligação, pela concessionária. Caso não seja possível, a
concessionária deverá tomar as providências cabíveis, de forma a atender o
empreendimento.
Para o sistema de reservação foi considerada a normas técnica NBR 12.217 – Projeto de
reservatório de distribuição de água para abastecimento público.
Para cada conjunto habitacional foi previsto 1 (um) reservatório metálico apoiado,
interligado ao sistema de distribuição a ser implantado. Esses reservatórios foram
dimensionados para armazenar 60% da demanda de água necessária para o consumo de
1 (um) dia.
Os outros 40% referentes a demanda de água necessária para o consumo de 1 (um) dia,
bem como a reservação técnica para o corpo de bombeiros, será armazenada nos
reservatórios superiores de cada bloco, os quais foram dimensionados de modo a atender
as seguintes normas técnicas:
NBR 5626 – Instalação predial de água fria;
49
IT 22 - Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio
(Tabela 3).
A alimentação dos reservatórios superiores de cada bloco será feita através de
bombeamento da água dos reservatórios inferiores apoiados.
A tabela 6.2 apresenta o volume de reservação inferior e superior para cada condomínio.
Tabela 6.2: Volume de Reservação por Condomínio.
Condomínio Inferior (m³) Superior (m³) Total (m³)
1 100 125 225
2 80 98,5 178,5
3 110 132,5 242,5
4 90 106 196
5 70 84,5 154,5
6 70 86 156
Total 520 632,5 1152,5
Conforme afirmado no diagnóstico integrado, recomenda-se consulta à SABESP para
verificação de adequação da rede existente ao atendimento da demanda a ser instalada
na área.
50
6.2. Projeto de concepção de Infraestrutura de Esgoto Sanitário
O estudo de concepção do sistema de esgotamento sanitário foi elaborado com
base nas seguintes normas técnicas, em sua última versão:
NTS 62 – Estudo de Concepção de Sistema de Esgotamento Sanitário;
ABNT 9648 – Estudo de Concepção de Sistemas de Esgoto Sanitário.
O cálculo das vazões de esgotamento sanitário do conjunto habitacional foi
elaborado com base nos parâmetros abaixo:
Nº de habitantes/ UH´s = 4
Per capita = 150 l/hab x dia
K1 (coeficiente de vazão máxima diária) = 1,2
K2 (coeficiente de vazão máxima horária) = 1,5
Coeficiente de retorno = 0,80
Coeficiente de infiltração = 0,5 l/s x km
Para a determinação do ponto de lançamento e a interligação da rede projetada ao
sistema de esgotamento sanitário existente foi consultado o cadastro técnico de redes da
Sabesp, bem como foram coletadas informações sobre o programa de saneamento Pró-
Billings.
Devido as condições topográficas de implantação do empreendimento foi
necessário prever a implantação de uma estação elevatória de esgotos e uma linha de
recalque. A estação elevatória de esgotos proposta foi enquadrada no Tipo A1, referente
aos projetos padrão da Sabesp, com ponto operacional de vazão igual à 14,28l/s e altura
manométrica de 21mca.
Conforme cadastro técnico da Sabesp, a linha de recalque poderá ser interligada
ao as redes existentes, localizadas na Estrada do Poney Clube. Contudo, a utilização
destas redes para atendimento das contribuições do empreendimento requer um estudo
mais aprofundado, considerando as demais vazões de chegada nessas redes.
51
Desta forma, foi considerada a implantação de um coletor tronco e os estudos e
projetos existentes para a área. Foram propostas duas alternativas de caminhamento
para o coletor tronco proposto, conforme detalhado abaixo:
Alternativa 1 – propõe a implantação de coletor tronco na Avenida Deputado
Carlos Marighella para a interligação da linha de recalque projetada ao coletor
tronco projetado no Pró-Billings;
Alternativa 2 – propõe a implantação de coletor tronco na Estrada do Poney Clube
para a interligação da linha de recalque projetada à estação elevatória de esgotos
projetada no Pró-Billings.
Ressalta-se que a interligação do sistema de esgotamento sanitário do conjunto
habitacional ao sistema existente deverá ser estudada em conjunto com a Sabesp, com a
compatibilização de capacidade de atendimento e do ponto operacional da estação
elevatória, à demanda excedente a ser gerada pela implantação do conjunto habitacional.
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6.3. Projeto de Microdrenagem do Sistema Viário
O Projeto de Microdrenagem do Sistema Viário foi dimensionado considerando período de
retorno de 25 anos, com os seguintes parâmetros:
- Equação de Chuva da Cidade de São Paulo IAG/USP
- Coeficiente de Impermeabilidade de 0,70
- Método Racional (para calcular a vazão de projeto):
Por se tratar de uma área inserida na Represa Billings, o Projeto de Microdrenagem do
Sistema Viário tirou partido da capacidade de escoamento das vias e prevê lançamento
direto à mesma, por meio de escadas hidráulicas acopladas em dispositivos de
amortecimento.
Os dispositivos previstos são:
Guias/Sarjetas/Sarjetões: Tem a função de escoar as contribuições do Sistema
Viário.
Bocas de Lobos Duplas e Triplas: Tem a função de captar as contribuições das
guias/sarjetas/sarjetões.
Ramais de Ø0,50m: Tem a função de interligar bocas de lobos ao sistema principal
de galeria.
Poço de Visita Tipo I: Tem a função de recolher a contribuição dos ramais e
direcionar o escoamento as galerias pluviais.
Galerias Tubulares de Ø0,60 ou Ø,80m: Tem a função de escoar a vazão.
Escadas Hidráulicas: Tem a função de vencer o desnível do terreno e escoar a
vazão até o lançamento.
Dispositivos de Amortecimento: Tem a função de amortecer a velocidade de
lançamento e proteger o terreno natural contra a erosão.
53
6.4. Análise Preliminar de Terraplanagem
A partir da consolidação do cenário 3, procedeu-se à análise da movimentação de terra
dele decorrente. O cálculo dos volumes de corte e aterro considerou dois volumes finais:
Aqueles referentes à infraestrutura pública - necessários para a abertura do viário – e os
volumes decorrentes da movimentação de terra necessária à abertura de platôs para os
condomínios objeto de chamamento.
É importante salientar que tais cálculos foram feitos sem empolamento1, recomendando-
se o aprofundamento das análises, com a elaboração de um perfil geotécnico do solo e o
cruzamento deste com os cálculos de volumes necessários para a implantação do viário e
dos conjuntos, nas etapas posteriores de desenvolvimento do projeto.
Para a abertura das vias públicas do Conjunto Habitacional Jardim das Orquídeas os
volumes resultantes da movimentação de terra são semelhantes, pois o volume de 21.820
m³ para operações de corte é ligeiramente superior ao volume de aterro, que é de 20.626
m³.
Figura 6.1: Representação de volumes de aterro necessários para a implantação de vias e condomínios.
1 Expansão volumétrica do solo ao ser movimentado.
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Figura 6.2: Representação dos volumes de corte para viário e condomínios.
Para a movimentação de terra nos condomínios observa-se variação maior, com maiores
volumes de corte nas quadras que estão localizadas em cotas mais altas, como os
condomínios 3, e 4 e os aterros nos condomínios presentes nas cotas mais baixas como
o condomínio 1 e 6. Tais compensações entre os trechos mais acidentados do terreno
são necessárias para garantir condições adequadas de acesso aos condomínios e blocos
residenciais, assegurando a conexão destes com a área pública projetada.
As variações expressivas de volume entre as quadras permitem que os construtores
amenizem seus custos tanto para importar terra de outras áreas (jazidas) quanto para
descartar volumes excedentes (bota –fora) intercambiando entre si os volumes que se
fizerem necessários, se considerado pertinente no momento da execução da obra.
Tabela 6.3: Síntese de volumes necessários para a constituição dos condomínios.
COND 1 COND 2 COND 3 COND 4 COND 5 COND 6 TOTAIS
ATERRO 25.082 4.462 8.952 7.028 6.644 12.741 64.909
CORTE 7.770 21.509 21.655 18.179 13.126 11.101 93.340
7 Relação de Desenhos
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7. Relação de Desenhos
Segue relação de desenhos deste relatório.
Número Título do Desenho Revisão
KE14003-EV1-URB-01 Estudo de Viabilidade – Cenário 1 – Fl. 01/02 1
KE14003-EV1-URB-02 Estudo de Viabilidade – Cenário 1 – Fl. 02/02 1
KE14003-EV2-URB-01 Estudo de Viabilidade – Cenário 2 – Fl. 01/02 1
KE14003-EV2-URB-02 Estudo de Viabilidade – Cenário 2 – Fl. 02/02 0
KE14003-EV3-URB-01 Estudo de Viabilidade – Cenário 3 – Fl. 01/03 2
KE14003-EV3-URB-02 Estudo de Viabilidade – Cenário 3 – Fl. 02/03 2
KE14003-EV3-URB-03 Estudo de Viabilidade – Cenário 3 – Fl. 03/03 1
KE14003-EV3-ARQ-01 Estudo de Viabilidade Técnica – Fl. 01/07 1
KE14003-EV3-ARQ-02 Estudo de Viabilidade Técnica – Fl. 02/07 1
KE14003-EV3-ARQ-03 Estudo de Viabilidade Técnica – Fl. 03/07 1
KE14003-EV3-ARQ-04 Estudo de Viabilidade Técnica – Fl. 04/07 0
KE14003-EV3-ARQ-05 Estudo de Viabilidade Técnica – Fl. 05/07 0
KE14003-EV3-ARQ-06 Estudo de Viabilidade Técnica – Fl. 06/07 1
KE14003-EV3-ARQ-07 Estudo de Viabilidade Técnica – Fl. 07/07 1
KE14003-EV3-DRE-01 Mapa 01 –Drenagem do Sistema Viário – Fl. 01/03 1
KE14003-EV3-SES-02 Mapa 02 – Sistema de Esgotamento Sanitário – Fl. 02/03 2
KE14003-EV3-SAG-03 Mapa 03 – Abastecimento de Água – Fl. 02/03 2