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THATIANA SOUZA MAFRA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ESTUDO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO NO CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS DA PERDIGÃO AGROINDUSTRIAL S/A Administração Geral ITAJAÍ, (SC) 2008 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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THATIANA SOUZA MAFRA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ESTUDO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO NO CENTRO DE SERVIÇOS

COMPARTILHADOS DA PERDIGÃO AGROINDUSTRIAL S/A

Administração Geral

ITAJAÍ, (SC)

2008

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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THATIANA SOUZA MAFRA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO - TCE

ESTUDO DOS INDICADORES DE

DESEMPENHO NO CENTRO DE SERVIÇOS COMPARTILHADOS DA PERDIGÃO

AGROINDUSTRIAL S/A

Trabalho de conclusão de curso desenvolvido para o Estágio Supervisionado do curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008

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Agradeço primeiramente aos meus pais que tanto me apoiaram e de tudo fizeram para que eu chegasse até aqui. Agradeço a Deus, pois sem ele nada teria suportado, ao meu namorado e também às minhas irmãs e amigos.

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“Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrários!”

Madre Paulina, 1940.

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Thatiana Souza Mafra

b) Área de estágio

Administração Geral

c) Supervisor de Campo

Jair Bondicz

d) Orientador de estágio

Antônia Egídia de Souza

e) Responsável pelo estágio em Administração

Eduardo Krieger da Silva, Msc

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social

Perdigão Agroindustrial S/A

b) Endereço

Rua Jorge Tzachel nr. 475

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Gestão Centro de Serviços Perdigão

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome do cargo do orientador de campo

Jair Bondicz

Gerente de Relacionamento com Cliente

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 27 de outubro de 2008.

A Empresa Perdigão Agroindustrial S/A, pelo presente instrumento, autoriza

a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho

de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelo (a)

acadêmico (a) Thatiana Souza Mafra.

____________________________________

Responsável pela empresa

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RESUMO

O desafio de criar valor sustentado no ambiente de negócios é a atual discussão dos executivos. Encarar esse desafio atingindo metas, aprimorando processos é algo indispensável. Nesse sentido, utilizar medidas de desempenho tornou-se um imperativo para as empresas, pois o que não é medido não é gerenciado. Neste contexto, a proposta do trabalho foi estudar os indicadores de desempenho existentes no Centro de Serviços Perdigão e comparar com modelos conhecidos pela empresa, que são o Balanced Scorecard e o Prêmio Nacional da Qualidade. A tipologia da pesquisa caracterizou-se como pesquisa-diagnóstico e como abordagem usou-se a qualitativa. Para coleta de dados aplicou-se entrevistas semi-estruturadas com responsáveis pelo gerenciamento dos indicadores e feita observação durante a aplicação, além disso, utilizaram-se dados secundários. A análise dos dados identificou os indicadores e foi possível comparar com os modelos teóricos apresentados na revisão teórica. Os resultados apontam que para realizar modificações e estruturar os indicadores dentro de um dos modelos é necessário investir a longo prazo.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão estratégica; Indicadores de desempenho; pesquisa-

diagnóstico.

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LISTA DE ILUSTRAÇOES

Figura 1 - Estratégias deliberadas e emergentes ...................................................... 19 Figura 2 – A estrutura de fluxo do Sistema Gestão da Qualidade ............................. 27

Figura 3 – Modelo de excelência em gestão do PNQ ............................................... 28 Figura 4 – Modelo do BSC ........................................................................................ 30

Figura 5 – Visão Perdigão ......................................................................................... 38 Figura 6 – Estrutura do Centro de Serviços Perdigão ............................................... 39

Quadro 1 – Estratégias genéricas de Porter ............................................................. 21

Quadro 2 – Modelo Balanced Scorecard................................................................... 32 Quadro 3 – Comparativo entre indicadores do BSC e indicadores da ISO. .............. 33

Quadro 4 - Diferença entre bens e serviços .............................................................. 34 Quadro 5 – Indicadores do CSP ................................................................................ 42

Quadro 6 – Indicadores do CSP voltados à perspectiva de Clientes. ....................... 45 Quadro 7 – Indicadores do CSP voltados à perspectiva de Processos. ................... 48

Quadro 8 – Indicadores do CSP voltados á perspectiva de desenvolvimento e de pessoas. .................................................................................................................... 50

Quadro 9 – Indicadores do CSP voltados à perspectiva de Finanças e de Resultados. ............................................................................................................... 52

Quadro 10 – Adaptado de Norton e Kaplan (2004) ................................................... 56 Foto 1 – Centro de Serviços Compartilhados ............................................................ 40

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SUMÁRIO

EQUIPE TÉCNICA ...................................................................................................... 5

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ............................................................ 6

RESUMO ..................................................................................................................... 8

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA E JUSTIFICATIVA .......................................................... 12 1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO .................................................................................. 13 1.3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ............................................................................. 13 1.3.1 Caracterização da Pesquisa .................................................................... 14 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa ...................................................... 14 1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados ................................. 14 1.3.4 Tratamento e análise dos dados ............................................................. 15

2 REVISÃO TEÓRICA .............................................................................................. 17

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E ASPECTOS CONCEITUAIS DA ADMINISTRAÇÃO ..................... 17 2.2 GESTÃO ESTRATÉGICA ...................................................................................... 18 2.2.2 Indicadores de desempenho ................................................................... 21 2.3 GESTÃO EM SERVIÇOS ...................................................................................... 33

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO.............................................. 37

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA............................................................................... 37 3.1.1 Histórico................................................................................................... 37 3.1.2 Visão, Missão e Valores .......................................................................... 37 3.1.3 Estrutura da empresa .............................................................................. 38 3.1.4 Centro de Serviços Compartilhados ........................................................ 39 3.2 RESULTADOS DA PESQUISA .................................................................................... 40

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 57

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 59

ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO APLICADO ............................................................... 64

DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO ................................................. 65

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ..................................................................... 66

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1 INTRODUÇÃO

Alguns eventos podem ser destacados para justificar um olhar mais atento

para as ferramentas de gestão. Crescimento mundial em especial os países

emergentes, como China, Índia, Rússia e Brasil (BRIC), contribuindo para o aumento

da concorrência. Alerta para algumas doenças que poderiam afetar o comércio

mundial, exemplo gripe aviária.

Porém, passadas as turbulências, principalmente em relação à gripe aviária,

o mercado do agronegócio retornou o seu crescimento principalmente no ramo de

aves e suínos na Europa e na Ásia, com destaque a China e a Rússia. Diante disso,

o Brasil como não foi tão fortemente afetado pela crise, é candidato a aumentar

significativamente sua produção e também aumentar suas vendas no exterior.

Neste contexto, as organizações têm buscado estabelecer estratégias que

possibilite enfrentar a concorrência e obter vantagens competitivas. Além de

estabelecer estratégias as empresas têm buscado medir o desempenho. Diante

disso, as ferramentas de gestão auxiliam cada dia mais as empresas.

Pode-se afirmar que uma organização que acompanha e controla seu

desempenho, estará sempre alerta aos seus pontos fortes e fracos, e

conseqüentemente poderá obter mais rentabilidade. Os indicadores são ferramentas

que influenciam neste controle, pois medem o desenvolvimento e acompanham os

principais processos da organização.

Uma organização preocupada e empenhada nos resultados dos indicadores

assume um compromisso com o desenvolvimento dos processos, sucessivamente o

corte de custos inapropriados e ainda uma melhoria nos processos.

Com indicadores, os gestores podem avaliar o desempenho e observar o

gargalo existente na empresa e tomar decisões mais acertadas. Isso leva a

satisfação das unidades que dependem das atividades do centro de serviços

compartilhados; maior arranjo e consistência nas informações gerenciais para

tomada de decisão; e eficiência com eficácia.

Dentro deste contexto, a proposta do estágio foi realizar um estudo sobre

indicadores de desempenho e propor soluções para o Centro de Serviços

Compartilhados da Perdigão Agroindustrial S/A, localizada na cidade de Itajaí - SC,

onde os indicadores são considerados importantes para o desenvolvimento

organizacional.

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O centro de serviços compartilhados é uma junção das principais atividades

em uma só unidade da organização, trazendo velocidade as operações e servindo

principalmente aos parceiros internos. Seu principal objetivo é o baixo custo

administrativo; atividades realizadas em menos tempo e com maior qualidade;

visando sempre as necessidades das unidades usuárias deixando-as que se foquem

em suas atividades principais.

A empresa foco do estágio é uma das maiores empresas de agronegócio na

America latina, comemorou em 2008, 74 anos de história iniciando em Videira – SC.

Na busca pela excelência, conquistou a confiança dos consumidores com uma

variada linha de produtos que trazem com a marca a qualidade e inovação a preços

acessíveis. Está sempre preocupada com a satisfação de seus clientes internos e

externos. Voltada ao ramo do agronegócio especificamente aves e suíno. A

Perdigão possui profissionais excelentes e está cada dia mais alerta com a

concorrência, sempre envolvida com o desenvolvimento e crescimento

organizacional, e sempre destinando seus processos a suas estratégias

organizacionais. Agora está expandindo seu mercado para a área de lácteos, com a

aquisição de empresas como a Batavo e a Eleva.

1.1 Problema de Pesquisa e Justificativa

O Centro de Serviços Perdigão foca sua atividades baseada na excelência

dos serviços prestados as outras unidades. A gestão visa medir o desempenho,

tanto diariamente quanto mensalmente. Em função disso, com o estudo proposto a

empresa busca identificar quais indicadores são realmente necessários e quais

deverão ser inseridos no conjunto já existente sempre visando os modelos

apresentados neste trabalho.

Os indicadores escolhidos por algumas empresas podem ter sidos copiados

por algum modelo já existente, sem metodologias, sem nenhuma base, nem

estrutura para a escolha dos mesmos, talvez sem o questionamento de sua

eficiência em auxiliar a tomada de decisão. É nesse aspecto que se estabelece o

problema de pesquisa. Nesse sentido, a pergunta que se faz é a seguinte:

O Centro de Serviços Compartilhados Perdigão, utiliza os indicadores

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necessários para seu desenvolvimento continuo?

Para que o estudo fosse realizado a Perdigão auxiliou nas informações

necessárias, pois os indicadores podem contribuir para o desempenho da empresa.

Os indicadores estão presentes no dia-a-dia desta organização e um estudo mais

detalhado poderá facilitar na tomada de decisão. Pode-se destacar também que o

presente trabalho foi importante para o aprendizado. Além de ser um estudo

inovador, pois o Centro de Serviços Compartilhados ainda não realizou um estudo

aprofundado em seus indicadores de desempenho. Cabe ressaltar que a acadêmica

trabalha no departamento responsável pelas mensurações dos indicadores de

desempenho, nesse sentido o acesso as informações necessárias foram facilitadas.

1.2 Objetivos do trabalho

O objetivo geral do trabalho é realizar um estudo dos indicadores de

desempenho existentes no Centro de Serviços Compartilhados.

Os objetivos específicos apontam ao objetivo geral nas seguintes etapas:

Mapear os indicadores existentes.

Analisar como a empresa está aplicando estes indicadores.

Identificar o grau de importância destes indicadores para a tomada de

decisão.

Propor sugestões se necessário.

1.3 Aspectos Metodológicos

Este tópico tem como objetivo descrever como foi realizado o trabalho de

estágio em questão. Segundo Kerlinger (1976, p. 335), os aspectos metodológicos

“inclui maneiras de formular problemas e hipóteses, métodos de observação e coleta

de dados, a mensuração de variáveis e técnicas de análises de dados”.

Sintetizando pode-se dizer que os aspectos metodológicos permitirão conduzir a

pesquisa.

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1.3.1 Caracterização da Pesquisa

Em um trabalho de estágio escolher a tipologia é o primeiro passo. Desse

modo, utilizou-se no presente trabalho a pesquisa diagnóstico que segundo Roesch

(1999, p. 77) “apresenta um conjunto de técnicas e instrumentos de analise que

permitem não só o diagnostico, como também a racionalização dos sistemas”.

Levantar, analisar e trazer sugestões acarreta melhorias nos processos, como

conseqüência um desenvolvimento organizacional

A abordagem escolhida foi à qualitativa em função das características do

estudo e de ser apenas seis responsáveis pelo gerenciamento dos indicadores.

Abordagem qualitativa consiste em entender, compreender e descrever os fatos em

profundidade. Além disso, é adequada para estudos descritivos (MARTINS e

THÓPHILO, 2007).

A pesquisa também tem caráter descritivo que de acordo com Cervo e

Bervian (2002, p.55) „[...] observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou

fenômenos (variáveis) sem manipulá-las.”, e em analise documental, que segundo

Richardson (1999) trabalha sobre documentos e estudos/analises de fatos sociais.

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

Segundo Barbetta (2006, p.15) “população é o conjunto de elementos para

os quais desejamos que as nossas conclusões fossem validas – o universo do nosso

estudo. Uma parte destes elementos é dita uma amostra”. Para esta pesquisa foi

necessário entrevistar os gerentes das áreas: Relacionamento com Cliente (que

incluem as áreas de Service Desk; Apoio a Vendas, Controles Internos e

Suprimentos), Finanças, Controladoria, Recursos Humanos, Tecnologia da

Informação, e Gestão; por serem, no momento da pesquisa, responsáveis pelo

gerenciamento dos indicadores de desempenho.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

Para realizar a pesquisa foram utilizadas fontes primárias e secundárias.

Segundo Malhotra (2001) os dados primários têm como objetivo pesquisar e

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solucionar o problema em pauta, já os secundários são para coletar informações

diferentes do problema em questão. Durante a coleta dos dados secundários e

primários foram recolhidos relatórios existentes, e aplicadas entrevistas com os

responsáveis pelas áreas respectivamente. Para Roesch (1999, p. 158) “entrevistas,

observação e uso de diários, são técnicas mais utilizadas na pesquisa de caráter

qualitativo”; sempre analisando os dados bibliográficos e estatísticos.

Neste trabalho foram feitas entrevistas semi-estruturadas para chegar a

informações mais precisas, que para Roesch (1999) são entrevistas realizadas com

questões abertas para que as respostas sejam variadas e sem um padrão, e que

comportam ao entrevistador entender e recolher as perspectivas dos entrevistados.

Além da aplicação de entrevistas, foi realizada observação participante.

Para Roesch (1999, p.161) “ocorre quando o pesquisador tem permissão para

realizar sua pesquisa na empresa e todos sabem a respeito de seu trabalho. Seu

principal objetivo é conseguir aceitação e confiança do pessoal”.

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

Os dados coletados durante as entrevistas foram analisados e estruturados,

visando maior compreensão e melhor visão para completar os objetivos deste

trabalho.

Para Lakatos & Marconi (2007 p. 169) “a análise é a tentativa de evidenciar

as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores [...] sendo

realizada em três níveis: Interpretação, explicação e especificação”.

Durante a analise deparou-se com opiniões expressadas de formas

diferentes, mas que chegam ao mesmo objetivo. Para Roesch (1999) o pesquisador

deve ao final da coleta de dados deve organizar a quantidade imensa de notas de

pesquisa e de depoimentos, para depois interpretá-los.

Em função da pesquisa ter tido abordagem qualitativa a técnica de análise

de dados mais indicada foi a análise de conteúdo, pois permitiu “entender e

captar a perspectiva dos respondentes [...] o nível de emoção dos respondentes, a

maneira como organizam seus pensamento, seu mundo, sobre o que está

acontecendo, suas experiências e percepções básicas” (ROESCH 1999, p.169). Em

síntese, a análise de conteúdo permitiu,de forma , sistemática e objetiva descrição o

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conteúdo das entrevistas que permitiu a inferência de conhecimentos relativos ao

tema proposto.

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2 REVISÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão apresentados os principais conceitos que contribuirão

para a condução do estágio.

2.1 Contextualização e aspectos conceituais da administração

A administração sempre fez parte da evolução do homem e foi estudada

com mais ou menos intensidade no decorrer dos séculos. Mas só a partir dos

estudos de grandes autores que passou a ser considera uma ciência e obteve

grandes avanços, proporcionando melhoria continua nas organizações

proporcionando maior produção, menores custos e conseqüentemente maiores

lucros.

A Administração Cientifica iniciou em meados do século vinte, com o

engenheiro americano Frederick W. Taylor que apresentou os princípios da

administração. No site do Conselho Federal de administração (2007) tem uma

informação que , em 1911, Taylor anunciou o livro considerado como a "bíblia" da

administração: Princípios da Administração Científica, que o fez um best-seller no

mundo.

Segundo Chiavenato (2001, p. 57) Administração Cientifica iniciada por

Taylor teve como maior preocupação “eliminar o desperdício e elevar os níveis de

produtividade através da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial”.

Depois surgiu Fayol, que nos trouxe as cinco funções da administração: planejar,

organizar, comandar, coordenar e controlar.

A partir daí, muitas foram às mudanças de pensamentos, pesquisas, várias

visões foram criadas por estudiosos, empresários para aprimorar o estudo

administração.

Na visão de Koontz (apud SILVA ,1982 p.18), “administração é a arte de

realizar coisas com e por meio de pessoas em grupos formalmente organizados”.

Para Drucker (apud BEATTY, 1998), o administrador constitui objetivo, organiza,

estimula e comunica, avalia e cresce pessoas.

Em ultima instância o papel do administrador é planejar, organizar,

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comandar e controlar, isso em uma visão tradicional. Porém, em função da

complexidade do ambiente o administrador passou a se preocupar em definir e

implementar estratégias.

2.2 Gestão estratégica

Para que uma empresa supere seus concorrentes é preciso estabelecer

estratégias competitivas. Dito isso, percebe-se que os gestores das empresas

começam a se voltar aos resultados, pois o mercado está cada vez mais competitivo

e turbulento. Estabelecer estratégias torna-se nesse caso um diferencial para

aquelas empresas que são focadas no cliente.

Para tanto, a gestão estratégica direciona os esforços para obter vantagens

competitivas. Esses esforços levam as empresas a serem visionárias, ou seja, que

competem no “oceano azul”. O oceano azul significa “o espaço do mercado

desconhecido [...] caracterizam por espaços de mercado inexplorados, pela criação

de demanda e pelo crescimento altamente lucrativo” (KIM e MAUBORGNE, 2005

p.4),

Em ultima instância pode-se argumentar que os gestores precisam estar

atualizados com os novos paradigmas do mercado, “as companhias devem ser

flexíveis para responder rapidamente às mudanças competitivas e de mercado”

(MINTZBERG et al, 2006, p.34).

Uma estratégia leva a organização a ter uma defesa e saber usar seus

pontos fortes, “a estratégia é vista como a construção de defesas contra as forças

competitivas, ou como a descoberta de posições no setor onde as forças são mais

fracas” (PORTER, 1989, p.41). A empresa que desconhece seus fatores críticos de

sucesso acaba sem aproveitá-los, e deixam de competir no mercado.

Além disso, é possível dizer também que:

A estratégia é capaz de desenvolver um plano de ação que inclui o posicionamento da empresa, de modo que suas capacidades proporcionam a melhor defesa contra as forças competitivas; e/ou a influenciarão no equilíbrio das forças, através de manobras estratégicas , melhorando, dessa forma, a posição da empresa; e/ou a antecipação de mudanças nos fatores subjacentes às forças e da reação da empresa a essas alterações, na esperança de explorá-las de modo favorável, através da escolha de uma estratégia adequada ao novo equilíbrio competitivo antes de seus conhecimento pelos concorrentes (PORTER, 2006, p.41).

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Na visão de Porter (1989, p.63) “estratégia é criar uma posição exclusiva e

valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades”, e para Hamel e Prahalad

(1997, p. 207) “a meta não é simplesmente fazer o benchmarking dos produtos e

processos de um concorrente e imitar seus métodos, mas desenvolver uma visão

independente”.

Uma estratégia bem desenvolvida leva a organização a ser flexível e

previsível, controlando seus resultados. De acordo com Mintzberg et al. (2006),

estratégia também pode ser definida como um plano, uma rota, um curso, de ação

conscientemente elaborada para guiar a organização através do tempo.

Segundo Mintzberg et al. (2006) pode-se dizer, ainda, que a estratégia deve

conter: objetivos claros e decisivos; manter a iniciativa observando os pontos fracos

e as ameaças da organização antes delas acontecerem; concentração para estar

relacionada com a realidade e os objetivos da empresa; flexível com as mudanças

organizacionais; liderança coordenada e comprometida com todos os objetivos e

metas estabelecidas com a estratégia; surpresa, sendo rápida em relação aos seus

concorrentes; e por fim ter segurança, ser bem estruturada e adequada à sua

missão e objetivos

Além disso, os autores defendem que a estratégia pode ser emergente ou

deliberada como pode ser visualizada na figura 1.

Figura 1 - Estratégias deliberadas e emergentes Fonte: Mintzberg , Lampel e Ahlstrand, et al. 2000, p.19.

A figura 1 mostra, que as intenções plenamente realizadas são chamadas de

estratégias deliberadas; as irrealizadas de não realizadas, e as emergentes de

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estratégias realizadas que não eram pretendidas. Com base no modelo apresentado

pode-se argumentar que as estratégias pretendidas nem sempre são realizadas em

função das contingências do ambiente, e quando isso ocorre, é necessário lançar

mão da estratégia emergente.

Para fim de melhor explicar o modelo proposto pelo autor, destaca-se que a

estratégia emergente pode ser definida como: “um meio não para criar uma

estratégia, mas para programar uma estratégia já existente”, explorando aquelas que

a empresa já possui. Já a estratégia deliberada “nas quais intenções que existiam

previamente foram realizadas [...] um padrão seja pretendido exatamente como

realizado” (MINTZBERG et al.2006, p.25).

Assim algumas estratégias acabam sendo atingidas ou não, dependendo do

comprometimento dos estrategistas e da organização durante a formulação da

estratégia:

A gestão estratégica tem a sua operacionalização por meio da gestão por competências da empresa [...] o desenvolvimento de competências gerenciais se propõe a mobilizar, fortalecer ou promover competências organizacionais, para efetivar estratégias emergentes ou deliberadas (CANOVAS e BITTENCOURT, 2006, p.9).

Além disso, a gestão estratégica deve levar em consideração a cultura da

organização observando seus colaboradores, adaptando as estratégias para em

seguida direcioná-la, “a efetividade da organização resulta da capacidade de

articular o seu direcionamento estratégico com as competências da empresa, dos

grupos e as competências individuais” (CANOVAS e BITENCOURT, 2006, p.9).

Ao observar essas características da estratégia, Porter (1989) levanta três

tipos básicos de estratégia competitiva, a liderança em custos, a de diferenciação e

de enfoque, esta de enfoque ainda é subdividida em enfoque no custo e em enfoque

de diferenciação.

Levando isso em consideração Porter (1989) descreve os pontos chaves de

cada uma, a liderança no custo total tem por objetivo o baixo custo de seus produtos

e serviços. A estratégia de diferenciação tem por objetivo principal produzir seus

produtos e serviços diferentes das concorrentes e focando na agregação de valor,

sempre buscando as necessidades e satisfação dos clientes.

A terceira estratégia a de enfoque está relacionada à escolha de um

segmento específico, onde o mercado considere algo incomum. Esta estratégia

possui dois enfoques o de custos e de diferenciação.

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Cabe dizer que “o enfoque nos custos explora diferenças no comportamento

dos custos em alguns segmentos; enquanto o enfoque na diferenciação explora as

necessidades especiais dos compradores de certos segmentos” (PORTER, 1989,

p.13), no quadro 1 é possível identificar os tipos de estratégias definidas pelo autor.

Custo mais Baixo Diferenciação

Alvo Amplo Liderança de Custo Diferenciação

Alvo estreito Enfoque no CustoEnfoque em

Diferenciação

Vantagem CompetitivaEs

cop

o C

om

pet

itiv

o

Quadro 1 – Estratégias genéricas de Porter Fonte: PORTER 1989, p.10.

Uma empresa deve focar uma das duas estratégias, para fim de direcionar

toda a organização ao mesmo objetivo, ou ainda levar a organização de forma mais

simples e clara. Empresas voltadas a área de serviço devem considerar primordial

as estratégias, pois este segmento de mercado exige um diferencial competitivo

estruturado para atrair e fidelizar seus clientes.

Ao ensejo da conclusão deste item cabe ressaltar que a função dos gestores

é elaborar e implementar estratégia competitiva que assegure o êxito da empresa.

Acrescenta-se a isso a necessidade de um monitoramento continuo dos resultados,

para executar as constantes adaptações da empresa, exigido pelas mudanças no

ambiente.

2.2.2 Indicadores de desempenho

Levando-se em conta o que foi dito acima se percebe que a partir da

implementação de estratégias as empresas precisam construir métricas que permita

o acompanhamento das ações realizadas. Nesse sentido, deve-se dizer que os

indicadores são indispensáveis para a tomada de decisão e para o controle das

ações estratégicas. Os indicadores de desempenho conforme sustenta Prado (2007,

p. 56):

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São utilizados para avaliar como cada processo contribui e atingi os resultados traçados no planejamento, visando o melhor desempenho da organização, permitindo avaliar a eficácia dos processos da empresa e identificar oportunidades de melhoria.

Os indicadores são consideráveis para um melhor acompanhamento das

atividades e processos da organização, além de mostrar se a organização está

crescendo. O acompanhamento das atividades faz com que a empresa tenha uma

autocrítica e aprimore cada vez mais seus processos.

Segundo Ohashi e Melhado (2008) os indicadores têm como principais

objetivos propiciar a satisfação dos clientes; estabelecer metas e respeitá-las;

fornecer padrões de valores onde devem ser comparados; tem também como

objetivo acompanhar os resultados de desempenhos; mostrar problemas e auxiliar

em determinar as áreas prioritárias para soluções e sucessivamente equipar a

gestão para os planos de ação.

Indicadores, não são apenas uma evolução em valores dos processos, mas

sim um acompanhamento para a melhoria continua e para o crescimento

organizacional. Nesse sentido, argumenta-se que na literatura encontram-se vários

tipos de indicadores, para efeito deste trabalho dar-se-á ênfase a dois tipos: os da

qualidade e do Balanced Scorecard.

2.2.2.1 Indicadores da qualidade

Em um ambiente mutável e de múltiplas ofertas, na qual o cliente vê-se

obrigado a escolher entre as diversas marcas, produtos e serviços que mais lhe

atraem em termos de custo/benefício, a qualidade é algo indispensável. Para Kotler

e Armstrong (1998, p.416) “uma das principais formas de diferenciar uma empresa

de serviço é o fornecimento de uma qualidade consistentemente superior à dos

concorrentes”.

O cliente, ao adquirir um produto ou um serviço, está em busca de uma

solução para algum problema ou a um desejo seu, então é preciso inspirá-lo a

comprar, identificando o que realmente é importante para ele e, principalmente,

pensando como ele. Segundo Araujo (2001, p.211) qualidade “pode ser definida

como a busca pela perfeição com a finalidade de agradar clientes cada vez mais

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conscientes das facilidades de consumo e variedades de empresas a oferecer

produtos”.

De acordo com Araujo (apud JURAN, 2001) para se atingir a qualidade

deve-se acordar metas a serem atingidas, atribuir planos de ação em cima destas

metas, estabelecer seus responsáveis, e ainda recompensar os resultados

alcançados. Para uma empresa a qualidade é indispensável, tanto para o mundo

competitivo de hoje quanto para a fidelização de seus já atraídos clientes, “a regra

geral é: manter-se atualizado relativamente às necessidades, exigências, anseios e

desejos do consumidor, que estão se modificando muito rapidamente” (CONTADOR,

1995, p.50).

Pode-se afirmar que uma organização que não se preocupa com a

qualidade fica, cada dia mais, desatualizada com os desejos e necessidades de

seus clientes, e sendo talvez desconsiderada na hora da escolha.

Nas palavras de Hargreaves (2001, p.14):

O serviço de qualidade refere-se primeiramente a plena satisfação do cliente, sendo que para alcançar este objetivo à empresa prestadora de serviço deverá concentrar-se profundamente nas necessidades e nos desejos do mesmo, criando um serviço que atenda ou exceda as expectativas do comprador.

A qualidade influencia tanto na atração de clientes quanto na sua fidelização.

Um cliente será sempre cliente quando fica satisfeito com o serviço/produto

comprado, portanto “as necessidades do cliente devem ser detectadas pela

organização, e que a alta administração deve prover os recursos necessários para

que haja a execução e entrega do produto” (PRANCIC e TURRIONI, 2001, p.5). Mas

vale ressaltar que a satisfação não é a única qualidade positiva que a empresa deve

ter, mas também é necessário ir além, ou seja, exceder as expectativas, para que o

cliente volte a comprar/utilizar seus produtos e serviços.

Uma organização empenhada no desenvolvimento contínuo está sempre

buscando novos talentos e novas oportunidades, cuidando assim de seu ambiente

interno e externo. E com o mercado cada dia mais competitivo, além desta busca

contínua, uma administração bem estruturada é algo indispensável. Controlar,

organizar, planejar, comandar e coordenar as atividades do dia-a-dia faz com que a

tomada de decisão, fique mais rápida e com uma margem mínimo de erro.

Com as atividades lideradas com mais agilidade e habilidades, a empresa

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poderá reduzir custos na prestação dos serviços, para Campos (2004, p. 3)

“aumentar a produtividade é produzir cada vez mais e/ou melhor, com cada vez

menos”.

Para a liderança das atividades, os indicadores acabam se tornando uma

direção, onde cada gestor consegue acompanhar e traçar um plano de ação em

cima dos resultados, sucessivamente controlando a equipe em cima de metas e

objetivos da organização.

Uma organização que controla seus resultados está voltada a qualidade. De

acordo com Campos (2004, p.109) “toda sua administração deve estar voltada para

a qualidade, que é a busca continua da satisfação das necessidades dos clientes”.

A busca pela qualidade está ocupando a maior parte do tempo dos líderes,

nas quais ferramentas são utilizadas para se alcançar um melhor desempenho,

“qualidade é a ausência de falhas” (JURAN, 1990, p. 11).

A qualidade está voltada para o cliente objetivando a sua total satisfação.

Segundo Gil (1993) qualidade é ter eficiência, atender as normas e padrões

estabelecidos trabalho em equipe, em parceria, com balanceamento operacional,

sem deixar de mencionar a cultura, tradição, e comportamento. Para Douchy (1992,

p.42) qualidade nada mais é do que uma tarefa para todos na organização “fazer

bem na primeira vez e assegurar o espírito de equipe, para reduzir os defeitos e

melhorar a satisfação”. Sem qualidade uma organização não alcança o mercado e

sucessivamente não se desenvolve.

Com esse mercado cada vez mais competitivo, a satisfação do cliente deve

ser total, ou além do esperado. De acordo com Campos (2004, p. 14) “qualidade

total são todas aquelas dimensões que afetam a satisfação das necessidades das

pessoas e, por conseguinte a sobrevivência da empresa”.

A qualidade total ganhou ênfase no Japão, nesse sentido Campos (2004, p.

13) coloca que o “controle de qualidade total é um sistema administrativo

aperfeiçoado no Japão, a partir das idéias americanas ali introduzidas logo após a

segunda guerra mundial [...] é um dos estudos e condução do controle de

qualidade”. O cliente sempre será visto nestes objetivos de qualidade, e os

colaboradores de uma organização também estarão envolvidos “a qualidade total

está completamente direcionada para o consumidor; e pela abrangência do conceito,

envolve a todos na organização” (PALADINI, 1994, p.1).

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“O TQC na abordagem japonesa, é a conjunção de métodos gerenciais que

são difundidos a todas as pessoas da empresa com o desenvolvimento de um clima

que conduza à emoção no trabalho” (CAMPOS, 2004, p.169).

A qualidade leva uma organização a ser conceituada no mercado, a atrair

novos clientes por ser indicado pelas pessoas (marketing viral). Neste mercado os

clientes fazem parte de 100% do faturamento de uma organização, onde se deve

não só atraí-los, mas também fidelizá-los. As empresas devem observar a qualidade

total de seus produtos e serviço, colocando políticas e procedimentos para

determinados processos, sempre controlando o desenvolvimento desta qualidade.

Oliveira (1998, p.429) comenta que “[...] controlar tem por finalidade fazer com que

os resultados obtidos com a realização das operações estejam, tanto quanto

possível, próximos dos resultados esperados”. Continuando com esta linha de

pensamento Juran (1990) descreve que o controle da qualidade avalia o

desempenho real, depois compara com as metas estabelecidas e agi sobre a

diferença.

Portanto, controlar (não só a qualidade, mas a todos os processos) é algo

importante, para que seus gestores ou líderes obtenham o real desempenho da

organização. Os indicadores podem servir como um guia para as atividades diárias

dos líderes de uma organização.

Em razão do movimento pela qualidade surge uma série de propostas que

possibilite a mensuração dos resultados alcançados, uma dessas propostas foi a

ISO 9000 cuja finalidade segundo Melo (2007, p.15):

E um conjunto de normas e diretrizes internacionais para sistemas de gestão de qualidade. Desde sua primeira publicação, em 1987, ela tem obtido reputação mundial como base para estabelecimentos de sistemas de gestão de qualidade.

Especificamente falando sobre a “International Organization for

Standardization” – Organização Internacional para Normalização Técnica, a mais

conhecida ISO é voltada a estabelecer procedimentos direcionados para a qualidade

das empresas. Voltada à total satisfação dos clientes, a ISO pode ser considerada

ferramenta para se chegar a padrões internacionais de qualidade.

A ISO 9000 fora editada pela primeira vez em 1987, segundo Carpinetti,

Miguel e Gerolamo (2007, p.10) “a ISO lançou a primeira edição das normas da serie

ISO 9000, baseada em experiências anteriores [...] e em 2000 lançou a ultima

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versão onde editou novos requisitos para a qualidade”.

Para Carpinetti, Miguel e Gerolamo (2007) a ISO é voltada ao cliente; a

liderança; ao envolvimento de pessoas; abordagens dos processos e ainda uma

sistêmica para os gestores; voltada para a melhoria continua, para a tomada de

decisão baseada em fatos e ainda benefícios mútuos nas relações com os

fornecedores.

Para as normas da ABNT NBR 9001:2001, a empresa deve ter alguns

requisitos básicos tais como: requisitos gerais, que inclui identificar processos e

determinar a seqüência; de documentação tais como manuais, controle de

documentos, controle de registros; comprometimento da direção; foco no cliente;

políticas de qualidade; planejamento, responsabilidades, autoridades e

comunicação; gestão de recursos (todos os recursos, inclusive o de pessoal e de

infra-estrutura); realização dos produtos (com planejamento, processos relacionados

a satisfação do cliente, projeto e desenvolvimento do planejamento de acordo com a

satisfação do cliente, etc.); controle nas aquisições do produtos; medição analise e

melhoria (auditorias, indicadores, etc.); analise de dados (levantados no item

anterior); controle de produtos fora da qualidade e melhorias continuas com ação

preventiva e corretiva (MELLO et.al, 2007 p. 65).

Soma-se a isso cabe ressaltar que os benefícios da ISO 9001 “fornecem

disciplina; contém os fundamentos de um bom sistema da qualidade e oferece um

programa de marketing, talvez sem igual no mundo dos negócios” (DEARING, 2007,

p. 10).

Disciplina, pois exige da organização que contenha aspectos da qualidade,

que passando pela auditoria será solicitado à ação corretiva imediata caso não

possua. Contém os fundamentos de um bom sistema de qualidade, ou seja, a

empresa deve entender e satisfazer os clientes, controlando os problemas com

ações corretivas imediatas.

E por fim, que oferece um programa de marketing, talvez sem igual no

mundo dos negócios através de profissionais, pois as organizações com o certificado

estão diretamente ligadas a auditores, certificadores, consultores, entre outros

grupos de profissionais (DEARING, 2007, p. 10).

Segundo a norma ISO uma empresa deverá conter um sistema de gestão

para facilitar o alcance à qualidade. A figura 2 mostra como funciona o fluxo um

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sistema de gestão da qualidade.

Figura 2 – A estrutura de fluxo do Sistema Gestão da Qualidade Maranhão, 2006, p.58

Maranhão (2006) destaca alguns pontos negativos da ISO. Os principais

pontos destacados são de a empresa não possuir uma disciplina própria; não possui

um marketing próprio; com a ISO a empresa tem muitas exigências e sobrecarga

das despesas, entre outras descritas na reportagem. Destacando a parte de a

empresa não possuir um marketing próprio vai de encontro ao beneficio descrito

anteriormente, isso mostra que é relativo ao o que a empresa precisa em sua idade

organizacional, onde cada qual avalia as opções e verifica qual que mais se encaixa

com sua estratégia.

Observando este processo de identificar quais indicadores a empresa deve

implementar , o PNQ – Premio Nacional de Qualidade – que segundo Cardoso,

Sanches e Turrini (2003, p.2) “busca promover o vasto entendimento dos requisitos

para alcançar a excelência do desempenho e, portanto, a melhoria da

competitividade” (CARDOSO, SANCHES e TURRINI, 2003, p.2).

O modelo PNQ destaca alguns critérios de excelência que devem ser

observados na escolha dos indicadores para se alcançar a qualidade: liderança,

estratégias e planos, cliente, sociedade, informações e conhecimento, pessoas,

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processos e resultados, mostrados na figura 3.

Figura 3 – Modelo de excelência em gestão do PNQ Fonte: Cardoso, Sanches e Turrini, 2003, p.3.

Este modelo apresenta a organização interagindo com os ambientes

internos e externos. Neste contexto os clientes são considerados dimensões do

ambiente da organização que contribuem para os resultados. A liderança é

responsável pelas diretrizes e valores organizacionais para manter o ótimo

desempenho da empresa. As estratégias e planos como sendo as atividades dos

líderes de direcionar e propor planos de ação para a organização e o seu

desempenho interno e externo. A sociedade é definida como o processo que

interage positivamente ao meio externo de forma ética e transparente. As pessoas e

os processos que estão diretamente ligados ao desempenho organizacional é o

caminho para se chegar aos resultados. E os resultados como sendo o caminho

para se orientar a organização a seus objetivos (CARDOSO, SANCHES e TURRINI,

2003).

Exemplos de indicadores relacionados à perspectiva de liderança são

normas publicadas no prazo, ou planos de ação publicados no prazo. Na perspectiva

estratégias e planos pode-se citar como indicador o percentual de estratégias

elaboradas dentro do prazo. Na perspectiva de clientes, um exemplo de indicador é

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o percentual de satisfação. Na perspectiva sociedade pode ser considerado como

indicador o percentual de funcionários interagindo com ações sociais. Na perspectiva

informações e conhecimento destaca-se o índice de treinamentos efetuados. Na

perspectiva pessoas tem-se como exemplo de indicador do índice de rotatividade

por área. Na perspectiva de processos tem-se como exemplo o índice de chamadas

atendidas antes de 30 segundos. E na perspectiva de resultados o índice de

processos efetuados corretamente.

Indicadores de qualidade já foram formados até hoje para uma melhor

gestão organizacional, destes modelos, além do já apresentado PNQ, também será

abordado o BSC – Balanced Scorecard – no próximo tópico.

2.2.2.2 Balanced Scorecard

As empresas estão, cada vez mais empenhadas na mensuração de suas

atividades. Kaplan e Norton (2004) comentam que o Instituto Nolan Norton fez um

estudo em 1990 sobre indicadores, levantaram que a maioria das empresas

considerava indicadores obsoletos, sendo limitadas aos sistemas tradicionais de

avaliação de desempenho (levavam apenas dados financeiros e contábeis). Neste

estudo surgiu o conhecido “Balanced Scorecard”, com indicadores além dos

descritos acima, ligados ao cliente, inovação e aprendizado interno; e interligados as

estratégias de suas empresas. Os autores também complementam (2004, p.8) que

“os executivos podem agora avaliar ate que ponto suas unidades de negócios geram

capacidades internas e os investimentos necessários em pessoal, sistemas e

procedimentos visando a melhorar o desempenho futuro”.

Esta ferramenta está focada na melhoria continua dos processos das

empresas. Onde cada qual avalia qual indicador deve ser acompanhado de acordo

com sua necessidade. Segundo Coutinho e Kallás (2005, p.3) o balanced scorecard

“é uma ferramenta que materializa a visão e a estratégia da empresa por meio de

um mapa coerente com objetivos e medidas de desempenho”. Algumas

simplesmente analisam tudo ou os macros processos, sempre verificando se está de

acordo com suas estratégias organizacionais, e em conseqüência as atualizam

constantemente. Para Nortan e Kaplan (2004, p.10) “o balanced scorecard” fornece

a estrutura necessária para a tradução da estratégia em termos operacionais.

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O modelo BSC possui quatro componentes em seu modelo, que para Kaplan

e Norton (2004) são os de perspectiva financeira; do cliente; dos processos internos

e do capital humano (aprendizado e crescimento) construindo indicadores

equilibrados na organização, conforme indica a figura 4.

Figura 4 – Modelo do BSC Fonte: Kaplan e Norton, 2004, p.33.

Este modelo mostra que os indicadores financeiros têm como objetivo

analisar os custos com intuito de maximizar o lucro. Segundo Kaplan e Norton (2004,

p.26) estes indicadores “normalmente estão relacionados à lucratividade – medida,

por exemplo, pela receita operacional, o retorno sobre o capital empregado ou, mais

recentemente, o valor econômico agregado”, alguns exemplos destes indicadores

são lucratividade, ciclo de caixa e despesas operacionais.

Os de perspectiva do cliente mensuram a cartela de clientes novos e já

existentes com uma busca incessante de mantê-los e atraí-lo com satisfação; que

para Kaplan e Norton (2004, p.26) “entre as medidas essenciais de resultado estão à

satisfação, retenção e aquisição de novos clientes; a lucratividade dos clientes e a

participação em contas nos segmentos-alvo”. Alguns exemplos desta perspectiva

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são índice de satisfação do cliente, retenção de clientes e a lucratividade por

mercado e cliente.

Os indicadores direcionados a perspectiva dos processos internos levam em

consideração o desempenho das atividades internas direcionando ao caminho da

excelência. Para Kaplan e Norton (2004, p.27) estes indicadores “estão voltados

para os processos internos que terão maior impacto na satisfação do cliente e na

consecução dos objetivos financeiros da empresa”. Os autores ainda descrevem um

exemplo do dia a dia empresarial onde se utiliza o BSC com esta perspectiva uma

empresa pode entender que necessita aprimorar um processo para prever as

vontades e necessidades dos clientes, ou oferecer novos serviços aos quais os

clientes atribuíram grande valor. Podem-se considerar indicadores de processos

internos tais como qualidade, tempo de respostas, novos processos, etc.

Por fim a perspectiva do capital humano, que sempre busca um clima

organizacional de satisfação para com seus colaboradores e também o crescimento

e desenvolvimento dos funcionários com o objetivo de sustentar os processos

internos, ou seja, “identifica a infra-estrutura que a empresa deve construir para

gerar crescimento e melhoria a logo prazo“ (KAPLAN E NORTON, 2004, p.27), tais

como capacidade dos sistemas, desempenho e capacidade dos funcionários e

investimentos. “A estrutura reforça a disciplina em torno da implementação da

estratégia desafiando os executivos a traduzirem cuidadosamente suas estratégias

em objetivos, medidas, metas, e iniciativas sob as quarto perspectivas” (NIVEN,

2005, p. 29).

Com estas perspectivas ficam mais fáceis às escolhas dos indicadores de

acordo com os objetivos da organização, algumas empresas adotam todas as

perspectivas, de acordo com suas necessidades. Para Niven (2005) a empresa não

deve ultrapassar de cinco indicadores por perspectiva.

Para melhor descrevê-los Basso e Pace (2003, p.16) descrevem que

“medidas de aprendizado e crescimento são causadoras de medidas de processos

internos, que por sua vez produzem medidas da perspectiva dos clientes, que por

sua vez dão origem aos resultados financeiros (ou medidas financeiras)”.

Os autores ainda apresentam que as quatro perspectivas do Balanced

Scorecard têm uma relação de causa e efeito entre os objetivos e estratégias da

empresa; e quando se tem um mapa com estes elos fica mais fácil de acompanhar e

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traçar planos de ação “o mapa estratégico é a representação visual da estratégia,

[...] cada empresa adapta o mapa estratégico ao seu conjunto específico de

objetivos estratégicos” (KAPLAN e NORTON, 2004, p.6).

Para Coutinho e Kallás (2005, p.3) “as empresas que implantam o BSC são

consideradas organizações focadas na estratégia”. Considerando esta afirmação

uma organização precisa ter essas estratégias bem definidas e estruturadas, Kaplan

e Norton (2004, p. 5) colocam que “a estratégia de uma organização descreve como

ela pretende criar valor para seus acionistas, clientes e cidadãos“. E além de ser

direcionada a estratégia, para que os indicadores BSC sejam eficazes, é necessário

que também esteja direcionado aos gargalos da empresa. Segundo Nortan e Kaplan

(2004, p.05) “a organização deve medir os poucos parâmetros críticos que

representam sua estratégia para a criação de valor em longo prazo”. Com isso as

empresas conseguem crescer constantemente.

Para a implantação do BSC a empresa poderá seguir o modelo abaixo

(quadro 2) de Niven (2005) e sempre observando que os indicadores devem se

interligar entre as perspectivas:

Quadro 2 – Modelo Balanced Scorecard Fonte: Norton e Kaplan (apud NIVEN, ano 2005, p18)

Os indicadores são significantes para o crescimento organizacional, e medir

os pontos críticos parece ser a melhor escolha. Mas, é também necessário observar

a evolução destes indicadores na perspectiva escolhida, “os altos executivos

deverão estabelecer metas que, se alcançadas, transformarão a empresa”

(COUTINHO e KALLÁS, 2005, p.3).

Destes dois modelos apresentados, e para uma melhor absorção o quadro 3

mostra uma comparação entre eles.

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Quadro 3 – Comparativo entre indicadores do BSC e indicadores da ISO. Adaptado de Norton e Kaplan, 2004; Cardoso, Sanches e Turrini, 2003.

O analise e escolha de um destes modelos de indicadores leva a

organização a caminhar para a qualidade e a excelência empresarial, pois após a

escolha do modelo, a empresa conseguirá selecionar indicadores fortes mais

facilmente.

2.3 Gestão em Serviços

Os indicadores são muito utilizados em empresas de serviços. Os serviços

principalmente no Brasil estão ocupando um grande espaço na economia. Segundo

Lovelock (2004) os serviços iniciaram em 1970, com estudos de alguns acadêmicos.

Mas apenas em 1990 que estes estudos criaram ênfase nos cursos de

administração e marketing.

È importante destacar que, na visão do autor citado as primeiras pesquisas

sobre serviços tinham como objetivo diferenciá-los dos bens “concentrando-se

particularmente em quatro diferenças genéricas a intangibilidade, heterogeneidade,

perecibilidade do resultado e simultaneidade de produção e consumo” (LOVELOCK,

2004, p.16).

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A organização deve observar que os serviços não são algo que os clientes

pegam analisam e decidem se compram ou não, Kotler e Armstrong (1998, p.413)

descrevem serviço como sendo “um ato ou desempenho essencialmente intangível

que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte na posse de nenhum bem”,

sucessivamente a empresa deve planejar passo a passo para que no final ocorra o

que o cliente especificamente quer. Las Casas (2006, p.89) descreve que “os

serviços oferecidos por uma empresa devem ser cuidadosamente planejados e,

acima de tudo, oferecidos com qualidade”.

Mas além do serviço uma organização também faz bens e produtos, esta

diferença será abordada no quadro 4.

Quadro 4 - Diferença entre bens e serviços Fonte: Cobra, 1993, p. 6

A administração de serviços caracteriza-se por buscar incessantemente o

erro zero na prestação dos mesmos, como o objetivo básico o sucesso do

empreendimento, buscando sempre a satisfação de seus clientes.

As empresas e seus líderes estão cada dia mais preocupados com a

satisfação dos clientes, que resulta na apreensão com o desempenho dos negócios.

O desempenho destas empresas estão diretamente ligados ao processo de tomada

de decisão, que está cada dia mais fácil com os softwares que aparecem no

mercado e ou modelos para se ter como base. Todos estão ligados a um objetivo

principal, as informações gerenciais para a decisão.

Para tomada de decisão um líder deve averiguar todas as informações

gerenciais antes de qualquer coisa, segundo os autores Amboni e Andrade (2007,

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p.129) “a tomada de decisão é um processo continuo que permeia toda atividade

empresarial”.

Estas informações levam a sobrevivência da empresa, pois acontece um

acompanhamento dos processos e levantamento de soluções. Douchy (1992, p.49)

coloca uma pergunta interessante de “como assegurar a sobrevivência de minha

empresa dentro de 5, 10, 20, anos ou mais?”. Será necessária que a melhoria

continua seja uma espécie de obsessão, que reduzirá o mau funcionamento, a

redução de custo e a satisfação dos clientes.

Uma organização que busca essas informações e que controla seu

desempenho estará sempre alerta aos seus pontos fortes e fracos, e

sucessivamente está propensa a sobreviver mais que as outras concorrentes.

Uma organização com a melhor posição no mercado procura cada dia mais

envolver-se com o controle dos processos, direcionadas para o desenvolvimento e

crescimento organizacional, ligando suas atividades as suas estratégias

organizacionais.

Para isso toda e qualquer organização deve acompanhar os seus

resultados. Para Gil (1993, p. 69) “o desempenho e a produtividade organizacional

necessitam a todo o momento de medição; ou em nível de benchmark, em outras

entidades, ou em nível histórico, contra o passado empresarial”, ou seja, através de

indicadores, volumetria de processos e visitas a outras empresas.

Exemplificando assim a real importância do controle dos processos e o

levantamento dos resultados. Douchy (1992, p.125) coloca que “para atingir o

objetivo fixado para a resolução de um problema, é imperativo medir, medir, e medir

sempre para melhor compreender o fenômeno”. Procurando medir e mostrar a

realidade da organização obtendo assim uma boa base para avaliação.

Cada organização deverá observar seus primeiros passos, suas ações e

melhorias contínuas. Douchy (1992, p. 43) descreve também que uma gestão de

qualidade tem-se cinco conceitos chave: que uma empresa deve definir as suas

exigências e responsabilidades (as funções dos empregados de todos os níveis, das

outras unidades da organização, os objetivos da empresa, as relações com os

clientes e fornecedores); cobrá-las através de indicadores, levantando os recursos

necessários para este acompanhamento, atribuindo às metas e o know-how que

poderá ser trazido pelas pessoas; implantar o „defeito zero‟ que significar fazer certo

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da primeira vez, prevendo os defeitos, ou gargalos dos processos da empresa;

reduzir os custos desnecessários depois de ter levantado e por fim colocar em

prática todos os outros processos descritos acima. Com isso a empresa ficará mais

organizada tanto para seus colaboradores quanto para seus clientes e fornecedores.

Isso contempla as informações sobre a ISO 9000 e o BSC, que buscam a melhoria

continua e a qualidade na empresa.

Algumas desvantagens no controle dos resultados são apontadas por

Oliveira (1998), como a lentidão e/ou insuficiência nas informações, sistemas

complicados, planos mal elaborados e implantados, estrutura organizacional

inadequada, entre outros.

Pode-se concluir que indicadores são mais que medidores de desempenho,

são auxílios para a tomada de decisão e controle organizacional. Segundo Douchy

(1992, p.83) “sorte pode ajudar, mas somente a medida e análise sistemática e

rigorosa dos resultados das não-conformidades são as condições para descobrir as

causas”. Visto que uma vez começado a medir, todos ficarão propensos a se

esforçar e dar o melhor de si.

As organizações obtêm uma evolução com estes controles e medidores para

tomada de decisão e uma espécie de termômetro para as melhorias dos processos

constantes.

Além de acompanhar e controlar os processos, a empresa deverá aplicar

métodos de correção eficientes, “identificar problemas, falhas e erros que se

transformam em desvios do planejado, com a finalidade de corrigi-los e de evitar sua

reincidência” (OLIVEIRA, 1998, p. 429) dessa forma os líderes da organização,

podem observar o gargalo existente e trabalhar em cima disso diariamente ou

mensalmente. Alem disso do ponto de vista de Prado (2007, p. 56) “as ações

corretivas servem para transformar problemas em chances de sucesso”.

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3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Neste capítulo será abordado a caracterização da empresa e os resultados

da pesquisa.

3.1 Caracterização da empresa1

Nesta seção tem como objetivo a apresentação da empresa do presente

estudo.

3.1.1 Histórico

A Perdigão Agroindustrial S/A, fundada no dia 18 de agosto de 1934, em

Videira, na região Meio-Oeste de Santa Catarina, dedica-se à produção de

alimentos, com destaque para produtos congelados e resfriados à base de carne de

aves e suínos, massas prontas (pizzas, lasanhas, tortas, nhoques e outras) e

vegetais, disputando a liderança do mercado nacional em todos esses segmentos.

De uma pequena casa comercial tornou-se um símbolo de sucesso no

mundo corporativo e uma das maiores empresas de alimentos do mundo,

recentemente entrou no mercado de lácteos, fortalecendo sua presença no

segmento de produtos refrigerados com marcas como Batavo e Eleva, e com a

fusão aumentou seu quadro de funcionários que hoje chega em 55.000 (Grupo

Perdigão).

3.1.2 Visão, Missão e Valores

A perdigão possui a missão de “participar da vida das pessoas, oferecendo

alimentos saborosos, de alta qualidade e a preços acessíveis, em qualquer lugar do

mundo”.

Sua visão é que até o ano de 2020 a empresa cresça e se expanda as

operações de forma globalizada; seja uma empresa de melhor escolha em qualquer

lugar, tornando-se de classe mundial e ainda coloca que o trabalho de hoje da

perdigão faz um mundo de amanhã melhor, como mostra a figura 5.

1 Todos os dados deste tópico foram fornecidos pela gerência do relacionamento com o cliente.

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Figura 5 – Visão Perdigão Fonte: Website da Perdigão

As diretrizes estratégicas são a obsessão pela eficiência e um bom

desempenho; eficiência na gestão, com uma liderança incontestável em custos;

fortalecer a marca para estar mais próximo de seus consumidores; a

internacionalização, como intuito de ser uma empresa de classe mundial; e as

pessoas como sendo o maior patrimônio da empresa, investindo no desenvolvimento

de seus talentos para o crescimento organizacional.

Seus valores são confiabilidade, com intuito de ser confiável ético e

transparente; qualidade, tendo obsessão pela qualidade, inovação e segurança

alimentar; participação, com objetivo de todos os colaboradores para ser a melhor

empresa de alimentos; simplicidade resolvendo problemas de forma rápida e pratica,

e tendo simplicidade operacional; pessoas, defendendo o espírito de equipe e

trabalhando de forma comprometedora; eficiência, valorizando a eficiência e a

lucratividade; e ainda a responsabilidade sócio-ambiental, tendo um papel

importante com agente local nas localidades em que a empresa atua.

3.1.3 Estrutura da empresa

A Perdigão possui como estrutura a Diretoria, seguida da Gerência

Executiva, depois Gerencia, Coordenação e Lideranças de áreas. Como o referido

trabalho aborda os indicadores do centro de serviços compartilhados, a figura 6 nos

mostra o organograma do centro.

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Figura 6 – Estrutura do Centro de Serviços Perdigão Fonte: Elaborado a partir de dados secundários

Na empresa perdigão os principais fornecedores utilizados são os de

embalagens; de Serviços (limpeza, lavagem de roupa, vigilância, etc.); de

medicamentos; de grãos, entre outros.

Os principais concorrentes da Perdigão são a Sadia S/A, Seara Alimentos

S/A, recentemente comprada pela Cargill; e a empresa Aurora Alimentos.

3.1.4 Centro de Serviços Compartilhados

Em 2005, a Perdigão criou o CSP - Centro de Serviços Perdigão, para

executar as atividades transacionais do grupo. Concebido com a missão de realizar

com excelência a prestação de serviços, permitindo que as demais áreas da

empresa foquem seus esforços e recursos em suas atividades principais. Com sede

administrativa na Rua Jorge Tzachel 475 na cidade de Itajaí tem cerca de 700

funcionários, possui ainda equipes alocadas em “postos avançados” nas situações

onde a presença física se faz necessária (Centro de Serviços Avançados), foto da

empresa na foto 1.

O centro de serviços compartilhados Perdigão (CSP) tem como missão

“realizar com excelência a prestação de serviços dos processos de apoio ao

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negócio, a um grupo diversificado de clientes, possibilitando que estes foquem seus

esforços e recursos em suas atividades principais”, e como visão “Ser reconhecido

pelo mercado como um Centro de Excelência na prestação de serviços dos

processos de apoio ao negócio”.

Foto 1 – Centro de Serviços Compartilhados

O Centro de Serviços Compartilhados Perdigão – CSP - teve como

principais motivos de implantação a redução de custos operacionais; o aumento da

produtividade; economia de escala e de investimentos em tecnologia; maior

acuracidade e consistência nas informações disponibilizadas; padronização de

processos e unificação de políticas e procedimentos; níveis de serviço, com a

criação de papéis e responsabilidades entre clientes (outras unidades) e o CSP;

melhoria nos pontos de controle; maior agilidade e qualidade no apoio aos clientes;

e unidades investindo tempo e esforço em atividades de maior valor agregado.

3.2 Resultados da Pesquisa

Para obter as informações necessárias à condução da pesquisa, foram

realizadas entrevistas com os gestores das áreas responsáveis pelo gerenciamento

dos indicadores, além de consultar relatórios existentes na empresa e realizado

observação participante. As questões para a entrevista foram elaboradas de acordo

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com base na revisão teórica.

3.2.1 Mapeamento dos Indicadores de desempenho

O primeiro objetivo proposto neste trabalho é o de mapear os indicadores

existentes no centro de serviços Perdigão para chegar ao objetivo principal. Para

isso os gestores disponibilizaram relatórios da empresa em que foram extraídos os

indicadores existentes. Ainda em meio à entrevista foram comentados e

devidamente estruturados os indicadores para a apresentação neste trabalho.

No CSP - Centro de Serviços Perdigão existem as áreas de Relacionamento

com Cliente, Recursos Humanos, Controladoria, Financeiro, Sistemas e Gestão.

Nestas diversas áreas cada gestor é responsável por seus indicadores, onde

acontece a “reciclagem e o acompanhamento mensal” (entrevista 1).

A partir das entrevistas pode-se destacar que a “reciclagem” significa que as

áreas devem uma vez por ano reformular os indicadores, e que para a elaboração os

gestores levantam os principais processos ou mais novos processos para

acompanhamento. Vale ressaltar que dois entrevistados argumentam que para

reformular os indicadores a empresa utiliza os processos principais, mas que seja de

relatórios automáticos, ou seja, de fácil acesso nos sistemas existentes.

É oportuno dizer também que para os entrevistados estes indicadores são

levantados diariamente, mas são repassados a alta gerência mensalmente com os

totais recebidos e os totais efetuados retirando assim o percentual atingido (essa

informação será detalhada por indicador no capitulo da análise dos indicadores), e

no final do ano são avaliados a evolução dos resultados.

Os gestores disponibilizaram todos os seus relatórios mensais, no quais foi

possível recolher todos os indicadores existentes. Estes indicadores são

consolidados em um único relatório para acompanhamento do gerente geral do

centro e futura apresentação á diretoria, localizada no Coorporativo Perdigão, na

cidade de São Paulo.

O quadro 5 mostra todos os indicadores existentes nestas áreas sendo que

os relatórios de resultados destes indicadores são emitidos de forma manual –

através de controles em planilhas e intranet – e também através de relatório do

sistema SAP – processos feitos através de transações do sistema.

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Quadro 5 – Indicadores do CSP Fonte: Elaborado a partir de dados secundários

Estes relatórios são cobrados pela gerência geral em forma de percentuais

atingidos, e quando possuem os relatórios em mãos, os mesmos apenas analisam, e

caso tenha percentuais exageradamente negativos elaboram planos de ação.

Os indicadores foram elaborados pelos gestores em relação as principais

atividades executadas por cada área. Conforme, mencionado em duas entrevistas

alguns dos indicadores escolhidos foram para acompanhar processos com muita

demanda ou com um grau de importância dos clientes, o restante foram

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simplesmente incluídos. A escolha é verificada pela gerencia geral e aprovada para

um ano de acompanhamento dos resultados.

Estes indicadores acompanhados pelos gestores são enviados para a

consolidação em uma única planilha de resultados. Um ponto a ser mencionado é

que os indicadores levantados são os divulgados na apresentação mensal á diretoria

em São Paulo, em que existem muitos outros que os analistas e coordenadores

utilizam apenas para controle de processos e que não é necessária a divulgação

para as diretorias envolvidas.

3.2.2 Análise dos Indicadores

Os indicadores do Centro de serviços Perdigão estão estruturados por área

e cada área possui um gerente, que é responsabilizado pelo acompanhamento e

levantamento dos resultados.

Para efeito da análise dos indicadores, é necessário observar que durante

as entrevistas todos informaram que conhecem a norma ISO 9000 e modelo do

Prêmio Nacional da Qualidade, e dos seis entrevistados cinco possuem

conhecimento aprofundado do modelo BSC.

O mais citado foi o modelo Balanced Scorecard, considerado o mais

acessível por todos os entrevistados. Com isso o primeiro passo é analisar todos os

indicadores da empresa, e direcioná-los a se atingir os resultados esperados.

Com o presente estudo observa-se que é em cima do Centro de Serviços

compartilhados da Perdigão, que as diretrizes estão mais bem direcionadas. Neste

caso analisando estas informações e os indicadores da empresa, recomenda-se que

a empresa inclua indicadores voltados a gestão, a sua liderança que orientam ser

incontestável em custos; indicadores também direcionados a fortalecer a marca, a

internacionalização, e por fim a pessoas.

Observando também os valores da Perdigão, a empresa precisa de

indicadores – ainda não existentes – de inovação e sócio-ambiental, e outros como

de segurança, participação, lucratividade, simplicidade e rapidez, qualidade e

eficiência.

Os seis entrevistados consideram o uso de indicadores importante para a

tomada de decisão. Mas vale ressaltar, que um dos entrevistados comenta que

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utilizar um modelo específico de indicadores, não se adaptaria completamente ao

CSP, pois ainda está em “desenvolvimento constante” (entrevista 1), ou seja, com

projetos e fusões de empresas compradas pela Perdigão em andamento que

causam grandes mudanças de processos e atividades. Porém, foi comentado que a

adaptação dos modelos seria interessante, pois facilitaria a gestão do centro em

continuar com suas atividades de constantes melhorias.

Ao apurar os relatórios e as entrevistas, fica evidenciado que os indicadores

do CSP foram estruturados de acordo com as necessidades dos responsáveis, e em

alguns destes sem nenhum critério específico. Após esta apuração pode-se apontar

as perspectivas que se adéquam, tanto do modelo Balanced Scorecard quanto do

modelo do Prêmio Nacional da Qualidade, mesmo que ao criarem estes indicadores

os responsáveis não tiveram este objetivo de fazer para cada uma das perspectivas.

Pode-se verificar melhor esta análise através quadro 6, que é melhor

apresentada em quadros subdivididos por perspectiva e modelo.

Vale ressaltar que muitos dos indicadores do Centro são acompanhados

mensalmente e de forma a se ter um percentual, ou seja, se mede o total feito no

mês, os feitos de acordo com a meta, e dividindo-se se consegue o percentual, que

é o divulgado para a diretoria.

Analisando em primeira instancia as perspectivas de clientes, a empresa

possui 6 indicadores. Como os clientes são considerados estratégicos para a

manutenção e crescimento no mercado, a empresa poderia avaliar as atividades que

envolvem estas necessidades e exigências dos clientes e tentar aproximar-se mais

atribuindo indicadores de, por exemplo: satisfação, retenção, de novos clientes,

participação no mercado, etc. mencionados por Norton e Kaplan.

Análise BSC e PNQ Indicador Objetivo Medida

1. Tabelas de Preço Processadas* (Apoio a Vendas)

Medir a quantidade de tabelas de preço publicadas dentro do prazo necessário para atender as negociações efetuadas pela Área Comercial.

Total de tabelas solicitadas dividido pela quantidade atendida no prazo

2. Liberações de vendedores no Service Desk** (Apoio a Vendas)

Medir a quantidade de vendedores que utilizaram o 0800 para enviar pedidos, mensurando assim, os que tiveram problemas nos Palm´s e Internet Sales.

Total de solicitações dividido pela quantidade de liberações no prazo

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3. Ajustes das Metas de Vendas (Apoio a Vendas)

Medir a eficiência com que as metas são incluídas/ajustadas no SAP, para que a Área Comercial tenha os valores disponibilizados em tempo hábil para planejamento das vendas.

Total de solicitações dividido pela quantidade de incluídas/ajustadas no prazo

4. Atualização de Vendedores no Sistema de RVV (Apoio a Vendas)

Medir as modificações na Força de Vendas, considerando os prazos estabelecidos, possibilitando a Área Comercial a distribuição das metas e acompanhamento das vendas.

Total de solicitações dividido pela quantidade de efetuadas no prazo

5. Quantidade Faturas M.E (Apoio a Vendas)

Medir a eficiência e o volume

de contratos incluindo no SAP,

para que a Área Comercial

tenha os volumes disponibilizad

os em tempo hábil para a

concretização da meta.

Total

6. Análises de Crédito de Clientes (Financeiro)

Medir a quantidade de solicitações de alterações e ou concessão de limite de crédito a clientes.

Total

Quadro 6 – Indicadores do CSP voltados à perspectiva de Clientes. Elaborado a partir de dados secundários

Ao analisar os objetivos, percebe-se que o centro de serviços não possui um

indicador que meça principalmente a satisfação e/ou participação de seus principais

clientes, os internos – unidades que dependem dos serviços prestados pelo centro.

Ressalta-se que o CSP possui 6 indicadores e mesmo neste caso, ainda não tem

um indicadores direcionados a estes pontos.

Observando estas exigências, o CSP tem como foco principal os serviços de

qualidade, e este objetivo deve ser considerado para impulsionar a elaboração dos

indicadores. A empresa já elaborou os indicadores necessários levando este ponto

como foco, pois possuem 51 indicadores voltados aos seus processos, estes que

estão destacados no quadro 7.

Análise BSC e PNQ

Indicador Objetivo Medida

1. Pagamentos de Títulos por meio eletrônico (Financeiro)

Medir a quantidade de títulos pagos através de programa de pagamentos gerado eletronicamente.

Total

2. Total de NF's Lançadas (Financeiro)

Medir a quantidade de faturas

lançadas e o tempo de liberação Total de Notas Fiscais dividido pela

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das mesmas. quantidade lançada no prazo

3. Baixa de Títulos de Contas a Receber (Financeiro)

Medir a quantidade de títulos

baixados e o tempo de

processamento.

Total de títulos baixados; e Total de

títulos baixados dividido pela

quantidade baixada no prazo

4. Sav´s e Pequenas Despesas - Total (Financeiro)

Medir a quantidade de solicitações

de reembolsos analisados e

registrados no SAP.

Total

5. Sav´s e Pequenas Despesas reprovadas (Financeiro)

Medir a quantidade de solicitações

de reembolsos analisados e

reprovados.

Total

6. % Sav´s e Pequenas Despesas reprovadas (Financeiro)

Medir o percentual de solicitações

de reembolsos analisados e

reprovados.

Total de Solicitações Antecipadas

de Viagens dividido pela quantidade

reprovada

7. Lançamentos de Doc. Fiscais (Financeiro)

Medir a quantidade de solicitações

de lançamentos manuais

encaminhados ao financeiro.

Total de solicitações de lançamento

dividido pela quantidade de

lançamentos no prazo

7. Abertura de Chamados TI (Service Desk)

Medir demandas de solicitações de

duvidas, serviços e incidentes

Total de chamados dividido pela

quantidade de chamados fechados

no prazo

8. Chamados atendidos 1°Nível (Service Desk)

Medir índice de eficiência nas

resoluções (duvidas, serviços e

incidentes)

Total de chamados dividido pela

quantidade de chamados fechados

em primeiro contato

9. Chamados atendidos 2°Nível*** (Service Desk)

Medir índice de eficiência nas

resoluções (duvidas, serviços e

incidentes)

Total de chamados dividido pela

quantidade de chamados fechados

em segundo contato

10. Perfis de Acesso ao SAP Liberados (Controles Internos)

Medir a quantidade de solicitações

de novos perfis da Perdigão

Total de solicitações dividido pela

quantidade de atendidas no prazo

11. Ajustes de Perfis de Acesso ao R/3 (Controles Internos)

Medir a quantidade de solicitações

de ajustes em perfis da Perdigão

Total de solicitações dividido pela

quantidade efetuada no prazo

12. Atualização de Normas (Controles Internos)

Medir a quantidade de solicitações

de ajustes em normas da Perdigão Total

13. Criação Usuários (Controles Internos)

Medir a quantidade de novos

usuários nos sistemas Total

15. Exclusão/Bloq./Desbloq. Usuários (Controles Internos)

Medir a quantidade efetuada Total

16. Manutenção de Usuários (Controles Internos)

Medir a quantidade de manutenção

de usuários nos sistemas Total

17. Manutenção de Perfis/Funções (Controles Internos)

Medir a quantidade de manutenção

de perfis/funções nos sistemas Total

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18. Criação de Perfis (Controles Internos)

Medir a quantidade de novos perfis

de acessos a usuários nos sistemas Total

19. Controles/Usuários (Controles Internos)

Medir a quantidade de licenças

incluídas para evolução de novas Total

20. Criação/Lib. de Grupos/Pastas/Trans. Arquivos (Controles Internos)

Medir a quantidade efetuada Total

21. Lançamentos Contábeis Manuais (Controladoria)

Medir a representatividade/esforço

dos lançamentos manuais sobre o

total de registros contábeis

Total de registros dividido pela

quantidade efetuada no mês

22. Cálculos de custos extras efetuados (Controladoria)

Medir a quantidade/esforço para

atendimento das solicitações Total

23. Total ligações Recebidas (Service Desk)

Medir demandas de solicitações de

duvidas, serviços e incidentes Total

24. Total ligações Atendidas (Service Desk)

Medir índice de eficiência Total de ligações dividido pela

quantidade atendida

25. Pedidos Colocados (Apoio a Vendas Service)

Medir demanda de vendedores

com problemas e/ou sem Palm Total

26. Ajustes em pedidos (Apoio a Vendas Service)

Medir retrabalho (tanto pelo

vendedor quanto pelo Service) Total

27. CAPs* (Apoio a Vendas Service)

Medir quantidades de alterações

de CAPs (Controle de Atividade

Promocional)

Total

28. Total de Solicitações (Cadastro Service)

Medir demanda de solicitações Total

29. Ligações atendidas (Cobrança Service)

Medir índice de eficiência Total de ligações dividido pela

quantidade atendida

30. Ligações efetuadas (atendidas) (Cobrança Service)

Medir clientes/vendedores contatos Total

31. Abertura de Chamados RH (RH Service)

Medir demandas de solicitações de

duvidas, serviços e incidentes Total

32. % Fechados em 1º nível RH** (RH Service)

Medir índice de eficiência nas

resoluções (duvidas, serviços e

incidentes)

Total de chamados dividido pela

quantidade de chamados fechados

em primeiro contato

33. Itens dos Pedidos de Compra (Suprimentos)

Medir demanda de itens de

materiais/serviços Total

34. Pedidos Emergenciais Quantidades (Suprimentos)

Medir quantidade de compra feitas

sem cotação

Total de pedidos dividido pela

quantidade de pedidos sem cotação

– emergenciais

35. % Pedidos Medir a variação entre pedidos Total de pedidos normais dividido

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Emergenciais x Normais Perdigão (Suprimentos)

com cotação e sem cotação da

empresa Perdigão

pela quantidade de pedidos

emergenciais

36. % Pedidos Emergenciais x Normais Batavo (Suprimentos)

Medir a variação entre pedidos

com cotação e sem cotação da

empresa Batavo

Total de pedidos normais dividido

pela quantidade de pedidos

emergenciais

37. Demandas de TI Encerradas (Tecnologia da Informação)

Medir a quantidade de demandas

concluídas no período

Total de demandas em aberto

dividido pela quantidade feita no

mês

38. Demandas represadas (Tecnologia da Informação)

Medir a quantidade de demandas

que ainda não foram atendidas

Total de demandas em aberto

39.Total fixações cereais (Suprimentos)

Medir quantidade de entrada de

cereais em depósitos Total

40. Cessões de Crédito (Suprimentos)

Medir quantidades de pagamentos

de cereais efetuados Total

41. Contratos Jurídicos Novos (Suprimentos)

Medir quantidades de contratos

cadastrados Total

42. Gestão de Contratos Jurídicos Ativos (Suprimentos)

Medir quantidades de contratos

ativos Total

43. Processos de Importações concluídos (Suprimentos)

Medir quantidades de importações

concluídas Total

44. Gestão de importação em andamento (Suprimentos)

Medir quantidades de documentos

de importação em aberto Total

45. Notas Desbloqueadas (Suprimentos)

Medir quantidade e motivo das notas com divergências

Total

46. Férias Canceladas e/ou Reprocessadas (RH)

Medir o desempenho de célula de férias.

Total

47. Diferenças de Folha de Pagamento (RH)

Medir o desempenho dos erros de pagamento

Total

48. Intimações Fiscais em aberto (Controladoria)

Intimações com atendimento em andamento

Total

49. Intimações Fiscais Fechadas (Controladoria)

Intimações concluídas/atendidas Total

50. Intimações Fiscais Criadas (Controladoria)

N° total/absoluto de intimações recebidas

Total

51. Notas de devolução Batávia*** (Apoio a Vendas)

Medir a quantidade de notas enviadas e processadas no prazo estipulado, cujo resultado fornece ferramentas para corrigir os desvios e buscar diminuir o prazo entre a emissão e o lançamento.

Total

Quadro 7 – Indicadores do CSP voltados à perspectiva de Processos. Elaborado a partir de dados secundários

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Na perspectiva de processos a empresa possui 51 indicadores, porém

Norton e Kaplan (2004) aconselham que o número de indicadores deve ficar entre 5

e 10, para que a empresa possa analisar os resultados, cobrar e/ou fazer ações

corretivas.

Outro ponto observado é em relação aos objetivos destes diversos

indicadores. Conforme colocado no quadro, a maioria deles estão direcionados a

apenas medir os resultados e não com objetivos como: medir capacidade produtiva,

eficiência, inovação, etc. Nesta perspectiva cabe aos responsáveis identificar os

processos internos críticos para as quais a empresa alcance a excelência, ou seja,

indicadores voltados a processos que terão maior impacto na satisfação dos seus

interessados (acionistas, clientes, etc.).

A perspectiva de desenvolvimento e de pessoas, o centro possui 18

indicadores direcionados ao desempenho geral e não especificamente aos setores

especificados no quadro 8.

Análise BSC e PNQ

Indicador Objetivo Medida

1. Quadro Pessoal Corporativo (CSP)

Demonstrar a evolução do

quadro de pessoal Total

2. Estagiários (CSP)

Demonstrar a evolução do

quadro de estagiários Total

3. Cotações Coletivas (Suprimentos)

Medir produtividade por

funcionário.

Total de cotações dividido pelo

número de funcionários

4. Aprendiz (CSP)

Demonstrar a evolução do

quadro de aprendizes. Total

5. Terceirizados* (CSP)

Demonstrar a evolução do

quadro de terceiros. Total

6. Afastados (CSP) Demonstrar a movimentação do número de afastados.

Total

7. Quadro Total CSP (CSP)

Demonstrar a evolução do

quadro geral. Total

8. Funcionários Transferidos (p/ outras unidades) (CSP)

Demonstrar a movimentação

das transferências. Total

9. 10° Hora (Ocorrências) (CSP)

Demonstrar/Medir o número de

ocorrências de 10ª horas. Total

10. Oportunidade de Treinamento s/ TLT (CSP)

Demonstrar as realizações de Total

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treinamento.

11. Banco de Horas (CSP) Demonstrar os valores de horas depositados no banco

Total

12. Consulta Terminal de AA (média por funcionário) (CSP)

Demonstrar o número de

consultas realizadas no

Terminais de Auto Atendimento.

Total de funcionários dividido

pelo total de consultas nos

terminais

13. Horas Extras (CSP)

Demonstrar os valores pagos a

título de horas extras na folha

de pagamento

Total

14. Turnover – Rotatividade (CSP)

Medir a movimentação de

pessoal. Total

15. Reclamatórias/ Acidentes (CSP)

Demonstrar o número de

reclamatórias. Total

16. Movimentação de Pessoal Processadas (RH)

Demonstrar a volumetria de processos

Total

17. Férias Canceladas e/ou Reprocessadas (RH)

Medir o desempenho de célula

de férias. Total

18. Diferenças de Folha de Pagamento (RH)

Medir a performance dos erros

de pagamento. Total

Quadro 8 – Indicadores do CSP voltados á perspectiva de desenvolvimento e de pessoas. Elaborado a partir de dados secundários

Esta perspectiva no modelo BSC identifica a infra-estrutura e as

capacidades da empresa para originar progresso e melhoria a longo prazo, e que a

empresa não tem indicadores completamente direcionados a eles, tais como

capacidade dos sistemas, desempenho e capacidade dos funcionários,

investimentos.

No centro de serviços existem apenas os de produtividades e pessoas,

extinto neste caso, indicadores de sistemas inovação, investimentos, etc. Em

resumo a empresa poderá identificar indicadores voltados ao capital da informação e

capital organizacional, por já possuir muitos indicadores voltados ao capital humano.

No modelo do PNQ ainda existem indicadores direcionados a estratégias e

planos, onde não se adaptaria ao centro de serviços, pois segue uma estratégia

imposta para toda a empresa pela matriz em São Paulo, e conforme comentado em

entrevista 1 „o centro está em constantes melhorias e inclusões de novos processos‟.

Análise BSC

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Indicador Objetivo Medida

1. Gastos Orçados (CSP)

Planejamento dos gastos para fins de orçamento e avaliação de viabilidade perante as operações da organização.

Total

2. Gastos Realizados (CSP)

Acompanhamento mensal dos

gastos em confronto com o

orçamento, para fins de gestão

e adequação dos mesmos em

relação aos resultados globais.

Total

3. Gastos sobre a R.O.L. (CSP)

Indica o percentual da Receita

líquida que está comprometido

compulsoriamente com as

operações do CSP. É o principal

indicador de performance

financeira, visando identificar

oportunidades de aumento de

produtividade.

Total de gastos realizados

dividido pelo R.O.L previsto no

mês

4. Proporção do Quadro CSP x Corporativo (CSP)

Acompanhamento do equilíbrio

de recursos entre o CSP e

áreas corporativas que estão no

escopo de processos atendidos

pelo Centro.

Total quadro CSP dividido pelo

total do corporativo

5. Inadimplência c/ Grandes Redes (Todas as Empresas) (Financeiro)

Medir a inadimplência

consolidada da empresa

incluindo as grandes redes

Total no mês

6. Inadimplência c/ Grandes Redes (Perdigão) (Financeiro)

Medir a inadimplência da

Perdigão Agroindustrial

incluindo as grandes redes

Total no mês

7. Clains R$ (Apoio a Vendas)

Medir valores gastos por erros operacionais

Total

8. Clains CSP R$ (Apoio a Vendas)

Medir valores gastos por erros

operacionais do CSP Total

9. *Caps Pontuais Pendentes Perdigão e Batavo Carne - MR$ (Finan0eiro)

Medir a quantidade de Acordos

Comercial Pontuais pendentes

da Perdigão Agroindustrial

Total

10. *Caps Pontuais Pendentes Batávia - MR$ (Financeiro)

Medir a quantidade de Acordos

Comercial Pontuais pendentes

da Batávia

Total

11. Notas de devolução descontadas sem baixa - MR$ (Financeiro)

Medir a quantidade e valores

pendentes de Nfs de Devolução

já descontada pelos clientes no

pagamento, porém ainda não

lançadas no SAP.

Total

12. Pedidos Emergenciais (MR$) (Suprimentos)

Medir valores de compras Total

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efetuadas sem cotação

13. Divergências (R$) (Suprimentos)

Medir valores economizados

entre divergências de notas

fiscais e pedidos de compra

Total

14. Total das importações no mês MR$ (Suprimentos)

Medir valores gastos com

importação Total

15. Total das importações em Drawback MR$ (Suprimentos)

Medir valores economizados

com impostos de produtos para

exportação cuja matéria prima

foi importada

Total

16. Demurage R$ (Suprimentos)

Medir custos excedentes com

armazenagem na importação Total

17. Índice de Economia de importação (Suprimentos)

Medir economia sobre as

importações de matéria prima

que são exportadas

Total

21. Títulos Protestados Perdigão (Financeiro)

Medir a quantidade de

protestos encaminhados ao

SERASA para verificação de

custos e para uma correção e

adequação dos processos

Total

22. Títulos Protestados Batavo* (Financeiro)

Medir a quantidade de

protestos encaminhados ao

SERASA para verificação de

custos e para uma correção e

adequação dos processos

Total

23. % Inadimplência s/ Grandes Redes (Cobrança Service)

Medir eficácia das cobranças Total

Quadro 9 – Indicadores do CSP voltados à perspectiva de Finanças e de Resultados. Elaborado a partir de dados secundários

A perspectiva financeira que, vale ressaltar não possuir especificamente no

modelo PNQ (sendo identificado na perspectiva de Resultados), está com 23

indicadores espalhados pelo centro especificados no quadro 9. Estes indicadores

são financeiros, mas alguns não estão sendo utilizados pela gerencia responsável

com o objetivo de redução de custos, alguns apenas analisam os montantes, caso

ocorra uma variação grande é cobrado reverter o quadro e tentar mudar esses

números.

Outro ponto é que o centro de serviços foi criado para centralização das

atividades, reduzindo quadro, tempo, custos, e ao mesmo tempo aumentando a

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qualidade. Neste caso, a perspectiva é importante para o ramo da unidade Perdigão

analisada, o centro de serviços, pois ela acompanha os resultados financeiros dos

processos.

Por fim, nestes quadros estão todos os indicadores do CSP, separados de

acordo com as perspectivas dos modelos. Ainda foram incluídos: as áreas

responsáveis pela atividade e pelo acompanhamento, os objetivos de cada um e o

modo como é mensurado.

3.2.2 Importância dos indicadores

A análise dos relatórios e das entrevistas permite afirmar que os indicadores

de desempenho foram estruturados no inicio da implantação do Centro de Serviços

e vem sendo novamente elaborado todo semestre pelos gestores responsáveis de

acordo com a necessidade de tomada de decisão.

Além disso, foi possível observar claramente o grau de importância que os

gestores das áreas atribuem a esses indicadores, principalmente para a tomada de

decisão. Dos seis gestores entrevistados, um comentou que a mensuração dos

indicadores é utilizada apenas para uma volumetria – descrito pelo mesmo, que são

números para acompanhar somente o crescimento dos processos executados pela

área.

Enquanto os outros cinco gestores comentaram que os indicadores são

importantes para prestação de contas das atividades exercidas aos clientes, pois

verifica percentuais de erros que ocorrem nas atividades, funcionando como

termômetro do desempenho; e que resgata a idéia de que a qualidade é a ausência

de erros e falhas.

Para os gestores a tomada de decisão influencia principalmente na

diminuição dos FTEs e no quadro de pessoal, que conforme comentado na

entrevista os FTEs (Full-Time Equivalent) é o tempo de execução de uma

determinada atividade executada nas unidades da Perdigão. A diminuição dos

mesmos executa o principal objetivo do centro de serviços perdigão: aprimorar os

processos e diminuir os custos, focado, no caso dos chamados FTEs, na diminuição

do tempo na execução dos processos.

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Outro aspecto comentado em relação a importância dos indicadores é que

se utiliza os resultados mensais para melhorias nos processos. Como as atividades

das filiais e unidades de negócio são direcionadas ao centro, com isso eles têm

como objetivo aprimorar e diminuir os custos da execução, mas com a essência de

permanecer com qualidade e sem erros. Com isso os funcionários têm como objetivo

analisar e observar suas atividades para ter um desempenho 100% positivo.

3.2.3 Propostas

O centro de serviços compartilhados ainda não possui um modelo de

indicador estruturado, conforme informações coletadas durante as entrevistas.

Dos modelos apresentados neste trabalho, o PNQ foi comentado na

entrevista 1 como sendo “não interessante”. Inclusive, durante a entrevista 2, foi

discutido que por causa do modelo PNQ não possuir, especificamente a perspectiva

financeira, não seria interessante ao CSP utilizá-lo para direcionar as escolhas de

seus indicadores. Considerando que o principal objetivo do centro de serviços é a

concentração de atividades para redução de custos, ou seja, é necessário um

modelo que possua uma perspectiva financeira.

Outra ação a ser enfrentado, é a escolha dos indicadores que mais

influenciam no desempenho do centro, neste caso escolher entre 5 a 10 indicadores

por cada perspectiva existente. Conforme proposta abaixo:

Perspectiva Objetivo Medidas Metas Planos de

Ação/ Iniciativa

Clientes

Medir a eficiência com que as metas são incluídas/ajustadas no SAP, para

que a Área Comercial tenha os valores disponibilizados em tempo hábil para

planejamento das vendas.

Ajustes das Metas de Vendas

(Apoio a Vendas) - -

Clientes Medir a quantidade de solicitações de alterações e ou concessão de limite de

crédito a clientes.

Análises de Crédito de Clientes

(Financeiro) - -

Clientes

Medir a quantidade de tabelas de preço publicadas dentro do prazo necessário para atender as negociações efetuadas

pela Área Comercial.

Tabelas de Preço Processadas*

(Apoio a Vendas) - -

Clientes A incluir um direcionado a Satisfação

de Clientes - - -

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Clientes A incluir um direcionado ao mercado - - -

Processos Medir a quantidade de faturas lançadas

e o tempo de liberação das mesmas. Total de NF's Lançadas

(Financeiro) - -

Processos Medir a quantidade de títulos baixados

e o tempo de processamento. Baixa de Títulos de Contas

a Receber (Financeiro) - -

Processos A incluir um direcionado ao setor de

Financeiro - área Contas a Pagar - - -

Processos A incluir um direcionado ao setor de

Financeiro - área Operações Financeiras

- - -

Processos Medir o desempenho de célula de

férias. Férias Canceladas e/ou

Reprocessadas (RH) - -

Processos A incluir um direcionado ao setor de

RH - área Benefícios - - -

Processos A incluir um direcionado ao setor de

RH - área de Recrutamento e Seleção - - -

Processos A incluir um direcionado ao setor de RH - área de Apoio Administrativo

- - -

Processos Medir a quantidade de demandas que

ainda não foram atendidas Demandas represadas

(Tecnologia da Informação) - -

Processos A incluir um direcionado ao setor de TI

- área Desenvolvimento - - -

Processos Medir a representatividade/esforço dos lançamentos manuais sobre o total de

registros contábeis.

Lançamentos Contábeis Manuais (Controladoria)

- -

Processos Intimações concluídas/atendidas Intimações Fiscais

Fechadas (Controladoria) - -

Processos Medir índice de eficiência da área Total ligações Atendidas

(Service Desk) - -

Processos Medir demanda de itens de

materiais/serviços Itens dos Pedidos de Compra (Suprimentos)

- -

Processos Medir a quantidade de manutenção de

perfis/funções nos sistemas

Manutenção de Perfis/Funções (Controles

Internos) - -

Processos

Medir a quantidade de notas enviadas e processadas no prazo estipulado, cujo resultado fornece ferramentas para corrigir os desvios e buscar

diminuir o prazo entre a emissão e o lançamento

Notas de devolução Batávia***

(Apoio a Vendas) - -

Financeiro

Indica o percentual da Receita líquida que está comprometido

compulsoriamente com as operações do CSP. É o principal indicador de performance financeira, visando

identificar oportunidades de aumento de produtividade.

Gastos sobre a R.O.L. (CSP)

- -

Financeiro Medir a inadimplência consolidada da empresa incluindo as grandes redes

Inadimplência c/ Grandes Redes (Todas as

Empresas) (Financeiro) - -

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Financeiro Medir valores gastos por erros

operacionais do CSP Clains CSP R$ (Apoio a

Vendas) - -

Financeiro

Acompanhamento do equilíbrio de recursos entre o CSP e áreas

corporativas que estão no escopo de processos atendidos pelo Centro

Proporção do Quadro CSP x Corporativo (CSP)

- -

Financeiro Demurage R$ (Suprimentos) Demurage R$ (Suprimentos)

- -

Aprendizado Medir produtividade por funcionário Cotações Coletivas

(Suprimentos) - -

Aprendizado Demonstrar as realizações de

treinamento Oportunidade de

Treinamento s/ TLT (CSP) - -

Aprendizado Demonstrar a volumetria de processos Movimentação de Pessoal

Processadas (RH) - -

Aprendizado Medir o desempenho de célula de

férias Férias Canceladas e/ou

Reprocessadas (RH) - -

Aprendizado Medir a performance dos erros de

pagamento Diferenças de Folha de

Pagamento (RH) - -

- A ser incluído/atribuído pela empresa (responsáveis)

Quadro 10 – Adaptado de Norton e Kaplan (2004) Fonte: Elaborado com base nos dados primários e secundários

A proposta apresentada no quadro 10 fundamenta-se no fato do CSP

necessitar de indicadores mais estruturados para facilitar o seu desenvolvimento,

diminuição de custos e aprimoramento dos processos. Observa-se que fora proposto

um indicador para cada coordenação do centro, pois o produto do CSP é serviços,

neste caso, indicadores voltados a este ponto é necessário.

Por possuírem tantos indicadores na perspectiva de processos, a escolha

deveria ser direcionada a medição das principais atividades executadas pela

empresa, para direcioná-los a resultante de aprimorar e diminuir as atividades e/ou

pessoas. É importante que os responsáveis direcionem a reformulação para a

melhoria continua, para a tomada de decisão e para diminuição dos FTEs (Full-Time

Equivalent).

Outro ponto no quadro 10 são as metas e planos de ação, cada responsável

deverá observar os resultados e direcionar planos de ação para os objetivos do

centro. Juran (1990) escreveu que para se atingir a qualidade deve-se acordar

metas a serem atingidas, atribuir planos de ação em cima destas metas, e

estabelecer seus responsáveis.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com as constantes mudanças no ambiente organizacional as empresas,

para se manterem no mercado competitivo, passaram a buscar novas maneiras de

implementar e medir as estratégias, pois em um passado não muito distante para

medir seu desempenho tinham como medida de desempenho os indicadores

voltados apenas a finanças. Hoje, já existe uma necessidade de medir outras

variáveis.

Com isto os responsáveis pelo gerenciamento dos indicadores têm um papel

importante no desenvolvimento e acompanhamento, principalmente na atribuição de

metas e planos de ação. Embora os responsáveis não tivessem estruturado os

indicadores em primeiro momento, eles estão dispostos, após este presente estudo,

a aplicar um modelo adaptado.

Pelo estudo apresentado, considera-se que um modelo auxilia na gestão

empresarial e na forma de acompanhar em tempo real, caso prefira, os resultados e

desempenhos da empresa. Diante disto, este trabalho também teve como objetivo

mostrar que é possível a aplicação de um modelo de indicadores utilizável e

adaptável ao centro de serviços compartilhados Perdigão.

A empresa perdigão está preparada para dar inicio ao modelo Balanced

Scorecard, mas prefere que seja aprimorado de acordo com as suas necessidades

conforme proposta apresentada no capítulo anterior. Os indicadores são sugeridos

de 5 a 10, e na perspectiva de processos a empresa acredita ser necessário a

inclusão de pelo menos 1 para cada coordenação, de cada gerência que gera cerca

de 16 indicadores.

Este tema fora escolhido pela empresa ter real necessidade de um modelo

para estruturar seus indicadores, reavaliando-os e reformulando se necessário para

facilitar suas tomadas de decisão. É importante para a empresa este presente

estudo, pois se consegue trazer ao ambiente empresarial as teorias mais visionárias

e clássicas; ou seja, estruturadas e estudas para poder implantar melhorias

propostas com fundamentação.

Este trabalho é importante para aprimorar os estudos voltados a gestão

empresarial, principalmente gestão voltada para resultados. Este estudo possui dois

modelos de indicadores que é possível observar os indicadores de um empresa e

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verificar os reais resultados. Um estudo como esse traz melhoria continua para a

empresa, o estudante com teorias interligadas a práticas empresariais de gestão, e

para a universidade que inclui mais um estudo de administração geral em seu

histórico.

Outra proposta de estudo é um estudo do envolvimento dos colaboradores

da empresa perante os indicadores e resultados de desempenho da empresa. Em

uma visão sistêmica, vale à pena observar que é importante fazer um Trabalho de

conclusão de curso sobre assuntos de desempenho, com ele pode-se aprender e

desenvolver um tema que muitas vezes abre portas na empresa, além de oferecer

conhecimento.

A atividade de planejamento, estabelecer metas e iniciativas estratégicas

define metas de desempenho desejadas, e o mercado competitivo atual define ponto

de desempenho que deverá ter as novas iniciativas estratégicas.

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ANEXOS

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ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO APLICADO

1 – Você conhece os indicadores do CSP?

2 – Você conhece os indicadores de sua área?

3 – Você considera os indicadores importantes?

4 – Quais indicadores você usa qual o objetivo dos mesmos?

5 – Quais indicadores Você conhece?

De acordo com a resposta:

6 – Sobre o modelo x, você utilizaria ou já utiliza algum ponto dele?

7 – Você implantaria o modelo como um Todo?

8 – Sobre o modelo y, você utilizaria ou já utiliza algum ponto dele?

9 – Você implantaria o modelo como um Todo?

10 – Qual destes modelos se aplicaria melhor ao Centro de Serviços Perdigão?

Explique o por que,

Perguntas criadas durante as entrevistas:

11 – Qual o objetivo de o CSP ser criado?

12 – Quem implantou e quais os critérios para a implantação dos indicadores

existentes?

13 – O centro de Serviços está preparado para um modelo de indicadores?

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DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

A organização cedente de estágio Perdigão Agroindustrial S/A declara, para

os devidos fins, que a estagiária Thatiana Souza Mafra, aluna do Curso de

Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA/Gestão da

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 26/05/2008 a 27/11/2008, cumpriu a

carga horária de estágio prevista para o período, seguiu o cronograma de trabalho

estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.

Itajaí, 27 de outubro de 2008.

Jair Bondicz

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Thatiana Souza Mafra

Estagiário

Jair Bondicz

Supervisor de campo

Prof. Antônia Egídia de Souza

Orientador de estágio

Prof. Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelos Estágios em Administração