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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LEANDRO IMHOF ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA EMPRESA KIMAK IND. E COM. DE MÁQUINAS KNIHS LTDA. Balneário Camboriú 2008

ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

LEANDRO IMHOF ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA EMPRESA KIMAK

IND. E COM. DE MÁQUINAS KNIHS LTDA.

Balneário Camboriú

2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

LEANDRO IMHOF ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA EMPRESA KIMAK

IND. E COM. DE MÁQUINAS KNIHS LTDA.

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Ênfase em Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Orientador: Prof. Roberto Hering MSc.

Balneário Camboriú

2008

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LEANDRO IMHOF

ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA EMPRESA KIMAK

IND. E COM. DE MÁQUINAS KNIHS LTDA.

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Ênfase em Gestão

Empreendedora da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário

Camboriú.

Área de Concentração: Logística da Produção

Balneário Camboriú, 2 de Dezembro de 2008.

___________________________________

Prof. Roberto Hering MSc

Orientador

____________________________________

Profª. Sara J. G. Dos Anjos

Avaliadora

___________________________________

Prof. Maklany Felipe

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário: Leandro Imhof

Área de Estágio: Logística da Produção

Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Marlon Knihs

Professor orientador: Roberto Hering MSc

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs Ltda.

Endereço: Rua Joaquim Zucco, nº 697, Bairro Nova Brasília, Brusque/SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Logística da Produção

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Marlon Knihs

Diretor

Carimbo do CNPJ da Empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Brusque, 2 de Dezembro de 2008.

A empresa Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs Ltda., pelo presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os

dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pelo acadêmico Leandro Imhof.

_________________________________

Marlon Knihs

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Dedico este trabalho à minha

família.

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“De tanto ver triunfar as nulidades;

De tanto ver prosperar a desonra;

De tanto ver crescer a injustiça.

De tanto ver agigantarem-se os poderes

nas mãos dos maus, o homem chega a

desanimar-se da virtude, a rir-se da

honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Rui Barbosa

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todos os momentos, sempre me guardando e protegendo.

A meus pais, pelos ensinamentos e pelo homem que hoje me tornei.

À minha namorada, pelo apoio e compreensão nos momentos ausentes.

Aos amigos que me acompanharam nesta jornada.

Aos professores, por compartilharem conosco seu conhecimento.

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RESUMO

Este trabalho teve como enfoque estudar a logística de produção da empresa Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs, abordando o estudo da movimentação de materiais, layout e fluxo de produção, buscando-se identificar os pontos fortes e fracos da empresa. O objetivo geral definido é analisar o processo produtivo na empresa Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs. Para sua realização, foram traçados os seguintes objetivos específicos: descrever e mapear o processo produtivo; desenhar o fluxo da produção; delinear o layout da empresa; descrever o fluxo de materiais; identificar os pontos fracos na empresa. A modalidade da pesquisa foi classificada como pesquisa exploratória, através do método estudo de caso, com delineamento qualitativo. Participou da pesquisa a amostra de funcionários que estão lotados no setor de produção da Kimak, sendo os dados coletados através de entrevista semi-estruturada junto aos funcionários, observação do acadêmico, material bibliográfico e dados da empresa. A pesquisa apontou que os principais pontos fracos que estão gerando gargalos são: falta de mão-de-obra qualificada, elevado turn-over, falta de comprometimento dos funcionários, reduzido espaço físico, sistema de informações deficiente, controle de estoque impreciso, recebimento de materiais, processo de jateamento. Palavras-chave: Setor de Produção; Máquinas; Fluxo de Operações.

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ABSTRACT

This work was to study the logistics focus the company's production Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs, approaching the study of the handling of materials, layout and flow of production, seeking to identify the strengths and weaknesses of the company. The overall objective is to analyze the defined production process in the company Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs. For their achievement, were outlined the following specific objectives: to describe and map production process, designing the flow of production, design the layout of the company, describing the flow of materials, identifying the weaknesses in the company. The method of study was classified as exploratory research, as a case study, with design quality. He participated in the survey sample of employees who are crowded in the industry's production Kimak, and the data collected through semi-structured interviews with the officials, the observation scholarly, bibliographic material and the company's data. The research showed that the main weak points that are creating bottlenecks are: lack of labor-qualified, high turn-over, lack of involvement of employees, reduced physical space, information system inadequate, imprecise inventory control, receiving materials, process of blasting. Key-words: Industry production; machines; flow from operations.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Características das empresas competitivas ................................. 23

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Modelo de entrada e saída da produção ........................................ 22

Figura 2: Tipos de processos ........................................................................ 28

Figura 3: Simbologia do fluxograma vertical ................................................. 40

Figura 4: Máquina Tubotest AT-W ................................................................ 58

Figura 5: Meadeira ........................................................................................ 59

Figura 6: Organograma da empresa ............................................................. 60

Figura 7: Corte a laser ................................................................................... 61

Figura 8: Puncionadeira CNC com reposição ............................................... 62

Figura 9: Corte com plasma .......................................................................... 63

Figura 10: Guilhotina ..................................................................................... 64

Figura 11: Material a processar ..................................................................... 66

Figura 12: Fluxograma de operações ............................................................ 67

Figura 13: Fluxograma vertical atual de informações para o cliente ............. 69

Figura 14: Fluxograma vertical proposto de informações para o cliente ....... 70

Figura 15: Resumo das operações quanto ao processo de informações

para o cliente .................................................................................................

71

Figura 16: Fluxograma vertical atual da posição de pedido .......................... 73

Figura 17: Fluxograma vertical proposto da posição de pedido .................... 74

Figura 18: Resumo de posição de pedidos ................................................... 75

Figura 19: Fluxograma atual de orçamento para os clientes ....................... 77

Figura 20: Fluxograma proposto de orçamento para os clientes .................. 78

Figura 21: Resumo do orçamento para os clientes ....................................... 79

Figura 22: Fluxograma atual de fabricação do produto ................................. 81

Figura 23: Fluxograma proposto de fabricação do produto ........................... 83

Figura 24: Resumo da fabricação do produto ............................................... 85

Figura 25: Iluminação da empresa ................................................................ 86

Figura 26: Layout da empresa ....................................................................... 88

Figura 27: Gaveteiros .................................................................................... 89

Figura 28: Vista da entrada da empresa ....................................................... 90

Figura 29: Recebimento de materiais ............................................................ 92

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÀO ........................................................................................ 15

1.1 Tema ....................................................................................................... 15

1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 16

1.3 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 16

1.3.1 Objetivo geral ......................................................................................... 16

1.3.2 Objetivos específicos .............................................................................. 16

1.4 Justificativa .............................................................................................. 16

1.5 Contextualização do ambiente de estágio .............................................. 17

1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 21

2.1 Administração da produção ..................................................................... 21

2.1.1 Sistemas de produção ............................................................................. 30

2.1.1.1 Produção em fluxo .................................................................................. 31

2.1.1.2 Produção intermitente ............................................................................. 32

2.1.1.3 Produção por projeto ............................................................................... 33

2.2 Planejamento e Controle da Produção ................................................... 33

2.3 Produção enxuta ..................................................................................... 34

2.4 Just in time .............................................................................................. 37

2.5 Fluxograma ............................................................................................. 39

2.6 Qualidade ................................................................................................ 41

2.7 Logística da produção ............................................................................. 43

2.8 Movimentação de materiais .................................................................... 44

2.9 Layout ...................................................................................................... 47

2.9.1 Layout posicional ..................................................................................... 50

2.9.2 Layout por processo ................................................................................ 51

2.9.3 Célula híbrida de processo/produto ou celular ........................................ 51

2.9.4 Layout por produto .................................................................................. 53

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................... 54

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3.1 Tipologia de pesquisa.............................................................................. 54

3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 54

3.3 Instrumentos de pesquisa........................................................................ 55

3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 56

3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 56

4 RESULTADOS OBTIDOS ...................................................................... 57

4.1 Setor de produção ................................................................................... 57

4.2 Fluxo de produção ................................................................................... 64

4.3 Layout da empresa .................................................................................. 86

4.4 Fluxo de materiais ................................................................................... 90

4.5 Pontos fortes e pontos fracos na área de produção ............................... 91

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 94

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 95

APÊNDICE .............................................................................................. 97

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1 INTRODUÇÃO

A distribuição de máquinas, matéria-prima e homens em uma

organização refletirá impactos diretos na capacidade de produção e nos

resultados de todas as empresas.

De nada adianta a empresa investir em maquinário de alta tecnologia, em

uma estrutura física ampla, bem ventilada e iluminada se o layout de máquinas,

localização e fluxo das operações não estiver de acordo com a movimentação

física de matéria-prima e fluxo dos processos, que acarretará em movimentação

desnecessária, retrabalho e tempo perdido com produtos que não seguem um

fluxograma logístico coerente com o tipo de layout determinado.

O layout, que envolve a disposição de máquinas, corredores para

movimentação de materiais e funcionários, deve ser minuciosamente analisado,

decidindo-se onde colocar as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da

produção, determinando a forma e aparência da operação produtiva. Também

determina a maneira segundo a qual os recursos transformados – materiais,

informação e clientes – fluem através da operação.

De outro modo, a movimentação de materiais também é fundamental na

otimização do processo logístico, que envolve desde a entrada da matéria-prima

até a saída do produto para o cliente final ou estoque.

Neste sentido, este trabalho teve como enfoque estudar a logística de

produção da empresa Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs,

abordando o estudo da movimentação de materiais, layout e fluxo de produção,

buscando-se identificar os pontos fortes e fracos da empresa.

1.1 Tema:

Analisa-se que quanto mais eficiente o processo logístico de produção,

menores serão os gargalos de produção, a demora quanto à movimentação dos

produtos, além da falta de estoques, falta de organização, iluminação, entre

outros aspectos.

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1.2 Problema de pesquisa:

Quais os pontos deficientes encontrados na área de produção da empresa

Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs que estão gerando gargalhos e

atrasos em aproximadamente 20% do total de pedidos, com uma média de 2 a 3

dias no prazo de entrega?

1.3 Objetivos da pesquisa:

1.3.1 Objetivo geral:

Analisar o processo produtivo na empresa Kimak Indústria e Comércio de

Máquinas Knihs.

1.3.2 Objetivos específicos:

Descrever e mapear o processo produtivo.

Desenhar o fluxo da produção.

Delinear o layout da empresa.

Descrever o fluxo de materiais.

Identificar os pontos fracos na empresa.

1.4 Justificativa:

Dada sua importância, a logística vem ganhando um espaço cada vez

maior nas organizações; ela está presente em todas as ações dos departamentos

das empresas, sendo que através dela, busca-se cada vez mais a satisfação do

cliente e a redução de custos.

Neste sentido, Bowersox e Closs (2001) afirmam que é interessante como

certas empresas utilizam sua competência logística para obter vantagem

competitiva, proporcionando aos clientes um serviço superior, passando a ser

visto como fornecedores preferenciais e parceiros ideais.

E isto acontece com empresas de todos os portes, bastando que tenham a

visão logística centrada em processos que eliminem desperdícios e ociosidade, e

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o foco final no cliente. Percebe-se que a logística surgiu no século passado, e

nessas décadas sua importância tem sido visível e um fator de vantagem

estratégica para as organizações.

1.5 Contextualização do ambiente de estágio:

A empresa Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs Ltda. está

localizada na Rua Joaquim Zucco, nº. 697, na cidade de Brusque, em Santa

Catarina.

A empresa Kimak foi fundada no dia 01 de abril de 1988 com objetivo de

prestação de serviços de manutenção mecânica em equipamentos e máquinas

utilizadas nas indústrias têxteis da cidade de Brusque e municípios da região,

com pouco maquinário e empregados, pois contava principalmente com a

experiência de anos no ramo de manutenção que possuíam seus sócios

fundadores.

A empresa aos poucos foi ficando conhecida no mercado, mas a princípio

somente lhe eram concedidos serviços que apresentavam certa complexidade,

que já haviam sido rejeitados por outras empresas e as equipes de manutenções

internas das empresas não haviam conseguido executar ou achavam melhor não

realizá-lo.

Além destes serviços, a empresa também era procurada para fabricação

de peças para máquinas, tubulações metálicas, chaminés, tanques, exaustores

etc., sendo que para poder produzi-los, muitas vezes necessitava terceirizar

serviços junto a outras empresas do ramo metalúrgico da cidade e região,

buscando a elaboração de certas operações nos respectivos materiais para as

quais não possuía maquinário suficiente ou adequado.

Também partiu para o ramo de fabricação de máquinas. Seu primeiro

equipamento destinava-se aos laboratórios têxteis e químicos, o qual teria como

finalidade a realização de testes de tingimento e lavagem em amostras de

tecidos, malhas e meadas de fios, pois o mercado possuía somente

equipamentos similares importados, o que proporcionou uma boa aceitação do

produto no mercado. Ao longo do tempo a empresa desenvolveu outros

equipamentos para laboratório, outros modelos para testes de tingimento, de

resistência ao suor, atrito, lavação.

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Por volta de 1990, iniciou-se a fabricação de máquinas para realização de

tingimentos em malhas, estes agora para serem utilizados na produção e não nos

laboratórios das empresas e, posteriormente, também para tingimentos de

tecidos mistos e sintéticos, sendo que chegou a desenvolver modelos para

produção em grande escala de tingimento de tecidos com capacidade de 40 a

600 Kg. de tecido. Nesta época, o ramo têxtil encontrava-se em grande expansão

na região, o que proporcionou uma grande procura por estes tipos de máquinas,

levando este segmento a tornar-se o “carro-chefe” da empresa.

Esta evolução na produção fez com que aos poucos a empresa fosse

investindo em maquinário e instalações, o que levou a empresa a transferir sua

sede social para outro local e com área construída de aproximadamente 3.000m².

Nos últimos anos, o ramo têxtil na região apresenta-se mais instável,

levando a uma redução significativa nas vendas das máquinas de tingimento,

também acompanhada do surgimento de concorrentes no mercado. O mercado

de máquinas de laboratório manteve-se, e foram lançados novos modelos de

equipamentos para laboratório.

Sentindo que aos poucos o mercado de máquinas de tingimento estava

decaindo, a empresa apostou no segmento de terceirização de serviços, a partir

de uma parceria com uma empresa italiana, também do ramo de fabricação de

máquinas para tingimento, empresa esta que possuía um mercado mais refinado

de clientes aqui no Brasil, dos quais se pode citar, por exemplo, a Vicunha Têxtil

e a Pettenatti.

Esta parceria tinha como base uma empresa constituída aqui no Brasil,

com sócios italianos e brasileiros, que importa desta empresa italiana parte das

máquinas e terceiriza junto a Kimak a fabricação e montagem das demais peças

necessárias à sua montagem e as vendem no mercado brasileiro, principalmente

nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No segmento de terceirização, novas parcerias foram feitas, adquirindo

novos equipamentos e ampliando para a realização de serviços de corte e dobra

em chapas e montagens de partes de máquinas para outras indústrias

metalúrgicas da região.

Para não ficar apenas vinculada ao ramo metalúrgico, adquiriu um

equipamento de corte com jato d’água, que além de cortar chapas metálicas,

também pode estender sua utilização para realização de corte dos mais

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diversificados materiais, tais como vidro, granito, cerâmica, madeira, acrílico,

borracha, e muitos outros.

Em 2005, a empresa já contava com um maquinário de alta qualidade, que

serve como referência de modelo para várias outras empresas do segmento.

Existe puncionadeiras CNC, viradeiras CNC, guilhotinas, calandras, plasma CNC,

máquinas de corte a jato d’água, máquina a laser, prensas viradeiras, entre

outras.

Tendo esse maquinário disponível e funcionários qualificados para operá-

los, a KIMAK presta serviços de corte e dobra dos mais variados materiais,

variando de chapas de aço a vidro e porcelanato. Sendo que a máquina de corte

a jato d’água possui a maior variação de materiais, tendo dentre eles: madeira,

borracha, plástico, mármore, titânio, fibra de vidro, acrílico etc.

Com avançada tecnologia, a Kimak oferece a todos os segmentos de

mercado, a prestação de serviços de corte que trabalha com água em altíssima

pressão, que combinada com a adição de abrasivo, corta materiais planos na

forma desejada.

A partir de 2006, instalou-se na empresa uma equipe para a fabricação de

painéis elétricos, cubículos, carenagens e mesas de comando, que podem ser

fabricados de acordo com projetos e especificações técnicas de cada cliente.

Para conseguir desenvolver os projetos exclusivos e personalizados para cada

cliente, a empresa conta com profissionais qualificados envolvidos com a melhor

forma de atender a cada cliente.

Continuando com investimentos voltados à terceirização, construiu um

novo galpão com aproximadamente 2.000m², que não se encontra concluído,

mas já em condições de uso que está sendo utilizado única e exclusivamente

para prestação de serviços de corte e dobra.

Neste galpão também foi instalada uma ponte rolante, com capacidade

aproximada de cinco toneladas, para facilitar a carga, descarga e manuseio de

materiais, já que a grande maioria são chapas metálicas e de peso significante

para a força humana.

Atualmente, a empresa conta em seu quadro funcional com 104

colaboradores.

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Os principais clientes atendidos pelas empresas pertencem ao setor têxtil,

e são: Dalila Têxtil, Têxtil Farbe, MCS Group, DOUAT Cia. Têxtil, HJ Malhas,

Lunelli Têxtil, Malharia Brandili, Malhas Malwee.

1.6 Organização do trabalho

A primeira parte do trabalho apresenta a introdução, o tema da pesquisa,

bem como a identificação dos objetivos a serem cumpridos, a justificativa e a

apresentação da empresa Kimak Indústria e Comércio de Máquinas Knihs Ltda.,

objeto deste estudo.

O segundo capítulo apresenta o embasamento teórico de autores da área

de Produção e Logística, com foco em sistemas de produção, logística da

produção, movimentação de materiais e layout, que direcionaram o trabalho para

sua realização.

O terceiro capítulo refere-se à metodologia utilizada para a coleta,

apresentação, e caracterização da pesquisa, definindo o delineamento que foi

utilizado.

O quarto capítulo apresentou os resultados da pesquisa, através dos

dados coletados pelo acadêmico com a realização de entrevista, bem como a

análise dos dados e possíveis sugestões para a empresa.

O quinto capítulo apresentou as considerações finais do acadêmico acerca

do estudo realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos que foram

alcançados durante o decorrer do trabalho.

Por fim, foram apresentadas as referências bibliográficas dos autores

citados no decorrer do trabalho.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta os principais temas abordados neste trabalho

referente à área de Administração da Produção e Logística.

2.1 Administração da produção:

A administração da produção é o setor da empresa que transformará os

insumos e matérias-primas em produtos processados ou produtos finais. Envolve

basicamente a função de transformação ou beneficiamento de um bem.

Para Brown et al. (2005), a administração da produção está preocupada

com as atividades que permitem a uma empresa, e não apenas parte dela,

transformar os insumos básicos (materiais, energias, exigências dos clientes,

habilidades, finanças etc.) em produtos para o cliente final.

As empresas necessitam de matéria-prima para suprir o processo de

produção, buscando transformá-los, a fim de atender às necessidades de seus

clientes com produtos de alta qualidade.

Na visão de Martins e Laugeni (2006), a administração da produção tem

como objetivo a gestão das atividades desenvolvidas por uma empresa visando

atender seus objetivos de curto, médio e longo prazos que se inter-relacionam,

muitas vezes, de forma extremamente complexa.

Assim, desempenhará atividades, na tentativa de transformar insumos, tais

como matérias-primas, em produtos acabados e/ou serviços, e consumindo

recursos que nem sempre agregam valor ao produto final.

Para Chase, Jacobs e Aquilano (2006), a administração da produção é o

projeto, a operação e a melhoria dos sistemas que criam e distribuem os

principais produtos e serviços de uma empresa, localizada na área funcional da

empresa com responsabilidades claras de administração de linha.

Explicam Slack et al. (1997) que as organizações precisam organizar

eficazmente seus inputs (entradas) de recursos, da mesma forma que ocorre na

produção de bens e serviço, havendo dois significados distintos para a produção:

a produção como função, significando a parte da organização que produz os

bens e serviços para os consumidores externos da organização; e a produção

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como atividade, significando qualquer transformação de recursos de input para

produzir bens e serviços, seja para clientes internos ou externos.

No entendimento de Brown et al. (2005), a organização utiliza diferentes

tipos de insumos (transformacionais, como fábrica, prédios, máquinas e

equipamentos), assim como insumos menos tangíveis, mas importantes

(aprendizagem, conhecimento tácito e experiência). A figura a seguir apresenta

as atividades importantes da área de produção.

Figura 1: Modelo de entrada e saída da produção.

Fonte: Adaptado de Brown et al. (2005, p.11).

A administração da produção é o resultado das empresas industriais, que

será transformar seus produtos para atender às necessidades de seus clientes.

Mas, esse resultado somente será alcançado com a otimização das funções de

Insumos da

transformação:

- Capital

- Tecnologia

- Energia

- Know-how

- Experiência

A oferta do produto/serviço

completo acabado ao cliente:

Existem elementos tangíveis e intangíveis combinados os efeitos físicos e psicológicos e benefícios para o cliente na transação final. As operações de serviços e produção tornaram-se vinculadas.

Transformação dos

insumos, agregando

valor em todo o

processo, de

insumos básicos até

produtos e serviços

acabados

ENTRADA TRANSFORMAÇÃO SAÍDA

FEEDBACK

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23

movimentação de estoques, logística, processamento de informações e

administração do escritório.

E essa otimização de funções deverá estar alinhada com as vantagens

competitivas que as empresas possuem.

As empresas somente sobrevivem à forte concorrência que enfrentam de

empresas nacionais e internacionais através da elaboração de vantagens

competitivas. Todas as atividades que compõem o núcleo da produção precisam

sustentar a estratégia da empresa.

As empresas que buscam manterem competitivas no longo prazo terão

como característica a alta produtividade. Segundo Martins e Laugeni (2006), o

número de atividades que não agregam valor ao produto deverá ser reduzido a

praticamente zero. Essas empresas deverão apresentar as características

destacadas no quadro a seguir.

Organização da produção

Focada na alta produtividade. As atividades que não

agregam valor são eliminadas. A filosofia de fazer certo

desde a primeira vez é levada a extremos. Os refugos e

retrabalhos não são admitidos. Os métodos de trabalho

têm mecanismos para a prevenção de problemas. Os

níveis de estoques são baixíssimos, pois o just in time

está em toda parte, e os componentes são entregues

diretamente nas linhas de fabricação e/ou montagem.

As fábricas são extremamente limpas e organizadas, em

decorrência da aplicação sistemática do housekeeping.

Projeto dos produtos e

dos processos

Os projetos dos produtos são desenvolvidos juntamente

com os processos onde serão fabricados. A engenharia

simultânea é aplicada em larga escala, passando a ser

lugar-comum em todas as empresas. A atenção aos

objetivos dos clientes guia o projeto, e a utilização de

técnicas como o desdobramento da função qualidade e

a análise de falhas asseguram maior qualidade e

confiabilidade aos produtos.

Layout É o elemento determinante. Os novos projetos

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contemplam áreas muito reduzidas para estoques de

matérias-primas e produtos acabados, e não há

previsão de áreas para retrabalho. Até mesmo as áreas

reservadas para os produtos em processo são

reduzidas, pois as linhas são balanceadas de forma a

permitir um fluxo contínuo e sem acúmulo em

determinados pontos do processo. Os gargalos existem,

mas serão facilmente administrados.

Comunicação visual

A comunicação visual está cada vez mais presente nas

fábricas e escritórios. As informações sobre produção,

produtividade, objetivos atingidos e a atingir,

porcentagem de refugos etc. estão dispostas em

quadros espalhados por todas as instalações, para

serem lidos, analisados e criticados por todos os

colaboradores. A era dos gerentes que guardam as

informações para deter o poder está chegando ao fim.

Posto de trabalho

O posto de trabalho é projetado tendo em vista os

conceitos da ergonomia, procurando o conforto, bem-

estar e segurança dos colaboradores. O ambiente de

trabalho, além de extremamente limpo, conta com

floreiras, jardins, verdadeiras salas de estar, com

poltronas, cafezinho, jornais do dia, revistas etc., tudo

no meio das máquinas, ao lado de corredores com o

trânsito de empilhadeiras e outros meios de transporte

interno.

Compromisso com o meio

ambiente

As empresas devem ser ecologicamente corretas, isto é,

não poluidoras. São certificadas nos termos da ISO

14000 ou normas correspondentes. A preocupação em

trabalhar com materiais recicláveis está presente em

todas elas. Há ainda uma contabilização dos custos

sociais e ambientais, como também a utilização de

tecnologias adequadas, tendo em vista as necessidades

humanas e a preservação do meio ambiente.

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25

Gestão do conhecimento

A empresa é marcada por uma administração em que o

conhecimento não está centralizado na figura no chefe

de seção, mas compartilhado com todos os

colaboradores. A prioridade não é a simples produção

massificada, mas a produção em que os conhecimentos

são aplicados para melhorar o desempenho.

Quadro 1: Características das empresas competitivas.

Fonte: Adaptado de Martins e Laugeni (2006).

As organizações necessitam de uma vantagem operacional competitiva

que as diferencie da concorrência.

De acordo com Chase, Jacobs e Aquilano (2006), o desenvolvimento de

suas capacidades pode ser de três tipos:

• as capacidades baseadas no processo são derivadas de atividades que

transformam material ou informações e tendem a fornecer as vantagens ao longo

dessas dimensões competitivas padronizadas, como custo baixo e alta qualidade;

• as capacidades de produção baseadas no sistema (coordenação) sustentam

tais vantagens competitivas como lead time curtos de entrega, uma variedade

ampla de produtos e serviços, a habilidade de personalizar sobre a demanda e

desenvolvimento rápido de novos produtos. Essas capacidades requerem amplo

envolvimento por todo o sistema operacional;

• as capacidades operacionais baseadas na organização envolvem a habilidade

de dominar novas tecnologias, projetar e introduzir novos produtos, e trazer

novas instalações on line de forma significativamente mais rápida do que seus

concorrentes. Uma vez que são mais difíceis de copiar, essas capacidades estão

entre as mais poderosas no arsenal operacional.

Para que uma vantagem competitiva baseada na organização resista ao

tempo, as estratégias baseadas na produção devem ser dinâmicas ou mudar

com o tempo. As invenções e beneficiamentos contínuos devem ser o núcleo das

organizações da produção mais eficazes, e não podem ficar paradas enquanto

seus concorrentes tentam alcançá-las.

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Aquelas que conseguem consistentemente criar meios novos e eficazes de entregar valor aos clientes ficarão à frente do grupo. Embora os indivíduos aprendam e se adaptem facilmente (pelo menos alguns indivíduos fazem isso), o mesmo raramente acontece com as organizações. Elas devem ser estruturadas e moldadas de maneira a facilitar o aprendizado e a mudança (CHASE; JACOBS; AQUILANO, 2006, p.51).

As estratégias que combinam as capacidades operacionais existentes com

outras novas, de forma inovadora, são consideradas fonte de vantagem

competitiva.

Também a escolha do processo de transformação determina o que a

empresa vende em termos de capacidades e como ela pode competir. Poderá

haver mais de um tipo de processo sendo usado na mesma empresa, mas

sempre haverá um processo central dominante que apóia melhor a empresa no

mercado.

Conforme Brown et al. (2005), a escolha do processo fornecerá indicações

importantes e essenciais sobre como determinada empresa compete e o que

pode ou não fazer. Existem cinco tipos básicos de escolha de processo:

• Processos por Projeto: em ambientes de manufatura por projeto, a natureza

dos produtos em geral é de grade porte e complexa. Os projetos dos produtos

realizados na manufatura por projeto são basicamente exclusivos por não serem

repetidos da mesma forma exata. A característica distintiva entre a manufatura

por projeto e a manufatura por tarefa (job shop) é que, durante o processo de

conclusão, o produto na manufatura por projeto tende a ser fixo. A programação

de projetos tende a ser realizada em um programa de conclusão por etapas, em

que cada fase de conclusão será diferente e separada dos outros estágios

subseqüentes ou paralelos. Nos ambientes de manufatura, isso vincula a escolha

do processo (projeto) ao tipo de layout de posição fixa.

• Processos por Tarefa (job shop): na manufatura, os processos por tarefas são

usados para pedidos exclusivos ou para atender a requerimentos muito simples,

semelhantes à manufatura por projeto. Entretanto, a diferença é que o produto

muitas vezes pode ser movido durante a fabricação. A exclusividade percebida

em geral é um fator importante para a manufatura por tarefa (job shop). O volume

é muito pequeno e, como ocorre com a manufatura por projeto, os produtos

tendem a ser exclusivos em termos de projetos; sendo pouco provável que se

repitam no curto prazo e improvável haver investimento em tecnologia dedicada a

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um produto específico. O planejamento detalhado evoluirá em torno das

necessidades de sequenciamento de cada produto, capacidades de cada centro

de trabalho e prioridades de pedidos; por causa disso, a programação é

relativamente complicada, em comparação à fabricação por linha repetitiva.

• Processos em Lote: à medida que o volume começa a aumentar, em termos

de um único produto, o processo se desenvolverá na manufatura em lote. A

dificuldade com esse tipo de manufatura é que muitas vezes se perde o foco

competitivo, pois a gerência está direcionada para otimizar as condições do lote

em detrimento do atendimento ao cliente. O processo em lote é muito difícil de

administrar, e a chave é mapear a gama de produtos em termos de suas

características de ‘tarefa’ ou ‘linha’. A produção em lote pode ser organizada em

termos similares aos dos produtos acabados ou por grupos de processos

comuns. Como ponto de partida, cada produto precisa ser determinado por seu

volume; focado em células de trabalho que serão dispostas de modo que

volumes grandes e pequenos possam ser separados. Na manufatura em lote, os

operadores precisam realizar uma série de funções, e a flexibilidade é

fundamental, pois permite que os operadores passem para várias estações de

trabalho quando e conforme for necessário.

• Processo em Linha: um processo em linha torna-se mais apropriado à medida

que o volume de determinado produto aumenta, levando a maior produtividade

do que em volumes de lotes pequenos. Cada estágio de fabricação será diferente

do próximo; o valor e o custo são adicionados a cada estágio da fabricação até

que o produto seja concluído. A linha é dedicada a um produto específico (com

possíveis variações de modelos) e a introdução de novos produtos que são

significativamente diferentes do produto anterior é difícil ou mesmo impossível de

obter em um processo de fabricação em linha. Os tempos de processo de

operação individuais devem ser curtos – para satisfazer às expectativas de

entrega. É possível obter vantagem competitiva com a simplificação do

planejamento e o controle da produção, e as tarefas propriamente ditas também

devem ser simplificadas para cada estação de trabalho. Na produção em linha,

deve haver apenas quantidades muito pequenas de trabalho em processo: onde

existir, representará um carregamento de linha mal balanceado e é considerado

um sinal de necessidade de melhoria. O fluxo e o controle de materiais são

fundamentais, e os estoques devem ser evitados.

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• Processos Contínuos: usado quando um processo pode ou deve ser

executado o dia inteiro e todos os dias do ano, continuamente. O volume do

produto em geral é muito alto, e o processo está dedicado a fabricar somente um

produto. Muitas vezes, é necessário um grande investimento em uma fábrica

dedicada. Muita automação tende a ser evidente, e a contribuição da mão-de-

obra é no sentido de policiar em vez de ser altamente qualificada como parte

integral do processo geral.

A seleção do processo irá se basear na decisão estratégica em se

escolher tipos de processos de produção que devem existir na fábrica.

As operações de manufatura, conforme figura 2, estão classificadas em

três grandes tipos de estruturas de processo, onde cada categoria depende em

grande parte do volume de itens a produzir.

Figura 2: Tipos de processos.

Fonte: Adaptado de Davis, Aquilano e Chase (2001, p.74).

Essas três categorias costumam ser referidas como processo de projeto,

processo interrmitente e processo de fluxo em linha. Em produção, são

identificadas estas categorias distintas, mas que devem ser contínuas.

De acordo com Chase, Jacobs e Aquilano (2006), os processos são

classificados com base em como os mesmos são projetados, e podem ser

classificados com base no que os mesmos fazem. No nível mais baixo, os tipos

de processos fazem o seguinte:

Projeto Intermitente Fluxo em linha

Job shop Em lotes Linha de montagem

Contínuo

Volumes de produto

Baixos Altos

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• processos de conversão: incluem exemplos como transformar minério de ferro

em chapas de aço, ou fazer com que todos os ingredientes listados na caixa de

pasta de dente se transformem em pasta de dente;

• processos de fabricação: incluem exemplos como transformar matéria-prima

em alguma forma específica (por exemplo, transformar chapa de metal em pára-

choque de automóveis, ou moldar ouro em uma coroa para um dente);

• processos de montagem: incluem exemplos de como montar um pára-choque

em um carro, colocar tubos de pasta de dente em uma caixa, ou afixar uma coroa

dentária na boca de alguém;

• processos de testes: não são, estritamente falando, processos fundamentais,

mas são tão amplamente mencionados como sendo atividades isoladas que são

contempladas neste momento por uma questão de totalidade.

Ainda para os autores Chase, Jacobs e Aquilano (2006), os processos

podem também ser classificados segundo a estrutura de fluxo de processo, que

se refere a como uma fábrica organiza o fluxo de material utilizando uma ou mais

das tecnologias de processo listadas anteriormente. As principais estruturas de

fluxo do processo são:

• job shop: a produção de lotes pequenos de um número grande de produtos

diferentes, onde a maioria necessita de um conjunto ou uma seqüência diferente

de etapas de processamento. Gráficas comerciais, fabricantes de aeronaves,

oficinas de máquinas-ferramentas e fábricas que fazem circuitos integrados sob

encomenda, são exemplos desse tipo de estrutura;

• lotes: essencialmente, um job shop padronizado. Esse tipo de estrutura é

geralmente empregado quando um negócio tem uma linha relativamente estável

de produtos, cada uma das quais sendo produzida em lotes periódicos, para

pedidos de clientes ou para estoque. A maioria desses itens segue o mesmo

modelo de fluxo pela fábrica. Exemplos incluem equipamento pesado,

mecanismos eletrônicos e produtos químicos especiais;

• linha de montagem: a produção de peças discretas que andam de estação de

trabalho para estação de trabalho em um ritmo controlado, seguindo a seqüência

necessária para fabricar o produto. Exemplos incluem a montagem manual de

brinquedos e de eletrodomésticos, e a montagem automática (chamada de

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inserção) de componentes em um circuito integrado. Quando outros processos

são empregados em uma linha junto com a montagem, isso é normalmente

chamado de uma linha de produção;

• fluxo contínuo: a conversão ou o processamento adicional de materiais não

diferenciados como o petróleo, produtos químicos ou a cerveja. Como nas linhas

de montagem, a produção segue uma seqüência predeterminada de etapas, mas

o fluxo é contínuo e não discreto. Tais estruturas são altamente automatizadas e,

na realidade, constituem uma máquina integrada que precisa ser operada 24

horas por dia para evitar paradas e start-ups caros.

Buscado atender às necessidades dos consumidores com produtos ou

serviços, as empresas necessitam cada vez mais de esquemas de distribuição

rápidos e eficazes, com vários depósitos de produtos acabados junto aos

mercados consumidores, ou esquemas de entrega extremamente ágeis, pois o

prazo de entrega é fator essencial na decisão de comprar.

2.1.1 Sistemas de produção:

Os sistemas de produção são utilizados por todas as empresas, que

adequarão o sistema ao tipo de produção e de produtos. Um sistema de

produção utiliza os recursos para transformar as entradas em alguma saída

desejada. As entradas podem ser de matérias-primas, um cliente ou um produto

acabado de um outro sistema.

Na visão de Moreira (1998), sistema de produção é o conjunto de

atividades e operações inter-relacionadas envolvidas na produção de bens (no

caso de indústrias) ou serviços.

Os sistemas têm a facilidade de serem divididos em subsistemas, sendo

cada subsistema relacionado com os outros. Consiste em certo número de partes

e em um conjunto de regras de operação. É dinâmico, enquanto meio de

processar algo; cada nível se completa em si mesmo, como um sistema de

aquecimento central que contém um sistema de controle de calor (MOREIRA,

1998).

Ainda segundo Moreira (1998), distinguem-se no sistema de produção

alguns elementos constituintes fundamentais, que são:

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• insumos: são os recursos a serem transformados diretamente em produtos,

como as matérias-primas; os recursos que movem o sistema, como a mão-de-

obra, o capital, as máquinas e equipamentos, as instalações, o conhecimento

técnico dos processos, entre outros;

• processo de conversão: muda o formato das matérias-primas ou muda a

composição e a forma dos recursos. Salienta-se que em serviços não há

propriamente transformação, a tecnologia é mais baseada em conhecimento do

que em equipamentos;

• sistema de controle: consiste em uma designação genérica que se refere ao

conjunto de atividades que visa assegurar que programações sejam cumpridas,

padrões seguidos, além de recursos usados de forma eficaz, e que a qualidade

desejada seja obtida. Ele promove a monitoração dos três elementos do sistema

de produção; insumos, processo e produtos e/ou serviços.

De acordo com Arnold (1999), o tipo específico de sistema de controle da

produção usado varia de empresa para empresa, mas todos devem

desempenhar as funções precedentes. Entretanto, a importância relativa dessas

funções dependerá do tipo de processo de produção. Os processos de produção

podem ser classificados em três categorias: produção em fluxo; produção

intermitente e produção por projeto.

2.1.1.1 Produção em fluxo:

A produção em fluxo relaciona-se com a fabricação de um grande volume

de produtos padronizados.

Na visão de Arnold (1999), se as unidades são distintas, o processo é

geralmente denominado produção repetitiva, e se as mercadorias são fabricadas

em um fluxo contínuo, o processo denomina-se produção contínua. Há quatro

características principais da produção em fluxo:

• os caminhos são fixos, e os centros de trabalho organizados de acordo com o

caminho. O tempo necessário para realizar o trabalho em um centro de trabalho é

quase o mesmo de qualquer outro centro de trabalho na linha;

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• os centros de trabalho dedicam-se à produção de uma variedade limitada de

produtos similares. O maquinário e as ferramentas são especialmente projetados

para fabricar produtos específicos;

• os materiais fluem de uma estação de trabalho para outra usando alguma

forma de transporte mecânico. Existe pouco acúmulo no estoque de produtos em

processo, e os tempos de processamento são baixos;

• a capacidade é fixada pela linha.

Este tipo de sistema de produção tem como objetivo planejar o fluxo de

trabalho e garantir que o material correto seja alimentado na linha de produção,

haja vista que o trabalho flui de uma estação de trabalho para outra.

2.1.1.2 Produção intermitente:

A produção intermitente caracteriza-se por variações no projeto do

produto, conforme as exigências de processo e nas quantidades de pedidos.

Para Arnold (1999), esse tipo de produção tem as seguintes

características:

• o fluxo de trabalho na fábrica é variado e depende do projeto de um produto

em particular. À medida que os pedidos vão sendo processados, levarão mais

tempo em uma estação de trabalho que em outra. Assim, o fluxo de trabalho não

é equilibrado;

• o maquinário e os trabalhadores devem ser flexíveis o suficiente para realizar

esse trabalho variado. O maquinário e os centros de trabalho são geralmente

agrupados de acordo com a função que desempenham;

• os tempos de processamento são geralmente longos. Programar para que o

trabalho chegue exatamente quando necessário é difícil, o tempo que uma ordem

exige em cada centro de trabalho varia e o trabalho acumula-se em frente aos

centros de trabalho, causando longas demoras no processamento. O estoque de

produtos em processo é frequentemente grande;

• a capacidade exigida depende da mistura específica de produtos que estão

sendo fabricados e é difícil predizê-la.

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2.1.1.3 Produção por projeto:

O sistema de produção por projeto envolve a criação de uma unidade ou

de um pequeno número delas.

Destaca Arnold (1999) que, como o desenho de um produto é muitas

vezes executado e alterado à medida que o projeto se desenvolve, há uma

coordenação muito próxima entre os departamentos de produção, marketing,

compras e engenharia.

2.2 Planejamento e Controle da Produção:

Através do planejamento e controle da produção é que os administradores

irão determinar o que vai ser produzido, quanto vai ser produzido, de que

maneira, com quais recursos e em qual período de tempo, conforme a demanda

previsionada ou os pedidos dos clientes.

Destaca Chiavenato (2005, p.102) que “o PCP planeja e programa a

produção e as operações da empresa, bem como as controla adequadamente

para tirar o melhor proveito possível em termos de eficiência e eficácia”.

O planejamento e controle de produção é responsável pelo bom

andamento da produção, de modo que não falte matéria-prima durante o

processo, e o mesmo flua de forma adequada, pois analisa a quantidade de

insumos que serão necessários, acionando ao setor de comprar o que deverá ser

adquirido.

Na visão de Slack et al. (1997, p.345) “um equilíbrio adequado entre

capacidade e demanda pode gerar altos lucros e clientes satisfeitos, enquanto o

equilíbrio errado pode ser potencialmente desastroso”.

Assim, o PCP é responsável pelo acompanhamento do abastecimento de

material e medir o desempenho de pessoas e equipamentos, ele também baseia-

se na estimativa da procura futura, envolvendo programação e controle dos

colaboradores, de materiais e de recursos de capital, objetivando produzir a

quantidade e qualidade desejáveis de maneira eficiente.

No entendimento de Erdmann (2000), a programação é a determinação de

quando e onde cada operação deve ser realizada e a determinação de datas de

início e término de cada evento ou operação. Possui os seguintes níveis:

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• a nível de planejamento da produção ocorre a determinação das datas nas

quais os produtos devem ser vendidos ou terminados;

• a nível de emissão de ordens há o planejamento de quando as ordens devem

ser iniciadas e quando devem ser completadas;

• a nível da liberação faz-se o planejamento da seqüência na qual as diferentes

operações são programadas.

Conforme Erdmann (2000), planejamento e programação podem assumir

diferenças: a primeira poderá estar ligada às projeções gerais e de longo prazo,

enquanto a segunda refere-se a horizontes mais restritos. Assim, o planejamento

e controle da produção determinam: o que vai ser produzido; quanto vai ser

produzido; como vai ser produzido; onde vai ser produzido; quem vai produzir; e

quando vai ser produzido.

Explica Chiavenato (2005), que a finalidade do PCP é aumentar a

eficiência e a eficácia do processo produtivo da empresa. Portanto, tem uma

dupla finalidade: atuar sobre os meios de produção no sentido de aumentar a

eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam plenamente

alcançados a fim de aumentar a eficácia. Para atender a essa dupla finalidade, o

PCP tem a função de planejar a produção e controlar seu desempenho, bem

como, deve também monitorar e controlar o desempenho da produção em

relação ao que foi planejado, corrigindo eventuais desvios ou erros que possam

surgir no decorrer das operações.

Slack et al. (1997, p.57) afirmam que “Planejamento e Controle é a

atividade de decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção,

assegurando, assim, a execução do que foi previsto”.

2.3 Produção Enxuta:

Sistemas de produção enxuta exigem aperfeiçoamentos constantes para

aumentar a eficiência e reduzir as perdas. A Toyota criou um sistema que

estimula os funcionários a experimentarem em seu ambiente, pesquisando

métodos melhores sempre que as coisas davam errado. A Toyota organiza todas

as operações como experimentos e ensina aos funcionários em todos os níveis

como utilizar o método científico de solução de problemas.

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O Sistema de Produção da Toyota é um método racional de fabricar

produtos pela completa eliminação de elementos desnecessários na produção,

com o propósito de reduzir os custos. A idéia básica neste sistema é produzir os

tipos de unidades necessárias no tempo necessário e na quantidade necessária.

Com a realização deste conceito, podem ser eliminados intermediários e os de

produtos acabados, então desnecessários (SLACK et al., 1997).

Na visão de Monden (1984), embora a redução de custos seja a meta

mais importante do sistema, ele tem que alcançar três outras submetas em

ordem, para garantir seu objetivo original, e devem incluir:

• controle de quantidade, que envolve a capacidade do sistema em adaptar-se

às flutuações diárias e mensais da demanda em termos de quantidade e

variedades;

• qualidade assegurada, o que garante que cada processo será suprido

somente com unidades boas para os processos subseqüentes;

• respeito à condição humana, o qual deve ser cultivado enquanto o sistema

utiliza o recurso humano para atingir seus objetivos de custos.

Essas três metas não podem existir independentemente ou serem obtidas

independentemente sem influenciarem uma com a outra ou com a meta original

da redução de custos, haja vista que todas fazem parte de um mesmo processo.

Erdmann (2000) destaca que o lean manufacturing consiste em um

sistema de procedimentos e métodos que em conjunto conferem uma estrutura

enxuta e ágil à organização, na direção da flexibilidade e da competitividade.

Algumas áreas potencialmente importantes dentro do lean manufacturing são o

desenvolvimento do produto, os fornecedores, a fábrica e de certa forma o

serviço pós-venda:

• desenvolvimento do produto: a competitividade é hoje afetada pelo

desenvolvimento e melhoria dos projetos de produtos muito mais do que em

outras épocas;

• cadeia de fornecedores: avaliação da participação do fornecedor no

desenvolvimento do produto (%); participação de componentes single-sourcing

(que não são buscados mundialmente, em %; nível de estoque no fornecedor

(em dias); número de fornecedores por fábrica;

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• a fábrica: entre algumas das características de uma fábrica que trabalhe em

regime lean, podem-se citar as seguintes:

a) poucas pessoas circulando entre as estações de trabalho;

b) funções concentradas na agregação de valor;

c) desprezo pelas funções indiretas (pois suas causas deixam de existir);

d) defeitos são identificados quando surgem e são eliminados na fonte;

e) a fábrica é flexível e os operários reagem com rapidez (prevalece uma visão

do todo);

f) trabalho em grupo.

• atendimento aos clientes: para que o atendimento seja eficiente é importante

o estabelecimento de uma relação de confiança com os clientes através de um

atendimento técnico e personalizado (especialmente para produtos de maior

valor). Diante de todo esse perfil criado para uma organização lean, pode-se

concluir que os elementos desse sistema enxuto seriam:

a) a organização antecede a automação;

b) eficiência dos canais de comunicação;

c) delegação de responsabilidades;

d) trabalho em equipes;

e) empresas como experiência social/coletiva;

f) eliminação sistemática de causas de falhas;

g) melhoria constante do produto e do processo;

h) parceria com fornecedores;

i) ciclos de vida do produto curtos;

j) a organização como um todo deve estar orientada para o cliente.

Para Ritzman e Krajewski (2004), existem quatro princípios fundamentais

no Sistema Toyota de Produção:

1) Todas as tarefas precisam ser completamente especificadas em termos de

conteúdo, seqüência, aplicação no tempo e resultado. O detalhe é importante,

caso contrário não há base para melhorias.

2) Toda relação cliente-fornecedor precisa ser direta. Assim, é necessário

especificar, sem margem de dúvida, as pessoas envolvidas, a forma e a

quantidade dos bens a serem fornecidos e dos serviços a serem prestados, o

modo como as solicitações são feitas por cada cliente e o tempo previsto para

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atender às solicitações. As relações cliente-fornecedor podem ser internas (de

funcionário para funcionário) ou externas (de empresa para empresa).

3) A trajetória para todo produto e serviço que deve ser simples e direta. Isto é,

bens e serviços não fluem para a próxima pessoa ou máquina disponível, mas

para uma pessoa ou máquina específica. Com esse princípio, os funcionários

podem determinar, por exemplo, que existe um problema de capacidade em certa

estação de trabalho e, então, analisar como resolvê-lo. Os primeiros três

princípios definem o sistema em detalhe, especificando como os funcionários

trabalham, interagem e projetam os fluxos de atividades. Essas especificações

são, na realidade, hipóteses a respeito do modo como o sistema deveria operar.

4) Qualquer melhoria do sistema precisa ser feita de acordo com o método

científico, envolvendo a formulação clara de uma hipótese.

Para os autores Ritzman e Krajewski (2004), a hipótese precisa ser

testada, então, sob uma variedade de condições. Esses quatro princípios,

aparentemente simples, são difíceis de serem duplicados.

Assim, as organizações que os implementaram de modo bem sucedido

têm obtido as vantagens de um sistema de produção enxuta adaptável a

mudanças.

2.4 Just in Time:

O JIT permite que sejam feitas melhorias em relação aos custos, aos

tempos de reposição e à qualidade. A verdadeira operação de JIT não emprega

estoques de segurança, uma vez que eles são passíveis de desperdício.

Na visão de Baily et al. (2000), o JIT é uma filosofia que busca a

eliminação de desperdício na produção, associada ao planejamento das

compras, onde o foco é produzir o suficiente para suprir o próximo processo

evitando os gargalos. Desta forma, não se encontram estoques excedentes e

tudo funciona como um relógio. Como o giro dos estoques está vinculado à

rentabilidade da empresa, quanto mais ele girar, melhor será o resultado final da

organização.

O JIT tem o conceito de “puxar” a produção, contrastando com o sistema

tradicional, que ‘empurra’ os produtos fabricados, antecipando a demanda. A

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abordagem convencional, é baseada em um controle estatístico do estoque que

sugere o reabastecimento somente quando os níveis de estoque estão

relativamente baixos (CHRISTOPHER, 1997).

O JIT incorpora várias técnicas de produção, tais como: nivelamento de

carga, balanceamento de linha, fluxo de uma peça, pequenos lotes, redução do

tempo de set up e uso do takt time. O número de operadores necessários para

atender à necessidade do pedido pode ser facilmente calculado. Nesse enfoque,

programação enxuta é simplesmente uma questão de determinar o takt time de

pedido e então dimensionar o número necessário de operadores para atingir as

exigências de processamento dentro do takt time.

Fundamentam Ritzman e Krajewski (2004) que em vez de acumular um

estoque de reserva, os usuários dos sistemas JIT mantêm estoques com

tamanho de lote o mais reduzido possível. Lotes pequenos apresentam três

vantagens, que são:

• reduzem o estoque cíclico, o estoque maior que o estoque de segurança

mantido durante o intervalo de colocação de pedidos. O estoque cíclico médio é

igual à metade do tamanho do lote: à medida que o tamanho do lote diminui, o

mesmo ocorre com o estoque cíclico. Reduzir o estoque cíclico diminui o tempo e

o espaço envolvidos na fabricação e na manutenção do estoque;

• lotes de pequeno tamanho ajudam a diminuir os tempos de espera. Uma

diminuição do tempo de espera, por sua vez, reduz o estoque de material em

processo, porque o tempo total de processamento em cada estação de trabalho é

maior para lotes grandes do que para lotes pequenos. Um outro motivo é que um

lote grande muitas vezes tem de esperar mais tempo para ser processado na

próxima estação de trabalho enquanto a estação finaliza o trabalho em outro lote

grande. Além disso, se forem descobertos itens com defeito, lotes grandes

provocarão atrasos maiores, porque todo o lote precisará ser inspecionado, para

identificar todos os itens que precisarão de retrabalho;

• lotes pequenos ajudam a obter uma carga uniforme do sistema operacional.

Lotes grandes exigem muito tempo de processamento nas estações de trabalho

e, portanto, complicam a programação. Lotes pequenos podem ser combinados

mais eficazmente, permitindo que os programadores utilizem as capacidades de

modo mais eficiente. Alem disso, lotes pequenos permitem que as estações de

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trabalho façam a produção de diversos modelos, reduzindo a duração da linha de

espera para a produção.

Conforme Ballou (2006), pode-se manter estoques maiores do que o

necessário para conseguir vantagens de descontos associados a maiores lotes

de compra ou transporte. Quando essas situações acontecem, o método JIT leva

a resultados similares aos de outras técnicas de controle de estoques.

A essência do JIT é que o número exato de componentes chegará a uma

estação de trabalho exatamente na hora exigida pelo JIT, o suprimento de

materiais corresponderá exatamente à demanda de materiais em termos de

quantidade e tempo.

2.5 Fluxograma:

O fluxograma representa o fluxo ou a seqüência normal de qualquer

trabalho, produto ou documento e também é conhecido como gráfico de

procedimentos, gráfico de processos, fluxo de pessoas e papéis, ou fluxo de

documentos.

Para Cury (2000), os símbolos utilizados no fluxograma têm por finalidade

colocar em evidência a origem, processamento e destino da informação.

Através do fluxograma, pode ser percebido os movimentos de papéis entre

pessoas e unidades da organização e tem, sempre, um início e um fim.

Para a análise de processo, recorre-se a uma representação esquemática

do mesmo; as atividades mencionadas, porém, devem ser mostradas por

símbolos e classificadas de acordo com as definições que se seguem.

Conforme Oliveira (2004), os símbolos mais comuns utilizados no

fluxograma vertical são apresentados na figura 3:

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Simbologia Significado

Análise ou operação

Transporte

Arquivo definitivo

Execução ou inspeção

Permanência temporária ou passagem

Arquivo provisório

Demora ou atraso

Figura 3: Simbologia do fluxograma vertical.

Fonte: Adaptado de Oliveira (2004).

Após o levantamento detalhado de todos os fatores que intervêm no

processo, fica a critério do planejador fazer uma análise do que se faz, onde é

feita a operação, quando se faz, quem faz o trabalho, como é feito, determinar a

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possibilidade de eliminar, combinar, melhorar os eventos ou mudar a seqüência,

o lugar, a pessoa, a fim de corrigir as irregularidades.

2.6 Qualidade:

A qualidade é um dos critérios de desempenho da produção de uma

empresa e há uma crescente conscientização de que bens e serviços de alta

qualidade podem dar a uma organização considerável vantagem competitiva.

Boa qualidade reduz custos, refugos e devoluções e, mais importante, a

qualidade gera consumidores satisfeitos.

De acordo com Slack et al. (1997), o controle da qualidade também se

dedica ao processo de melhoria contínua. O sistema de qualidade deve definir e

cobrir todas as facetas da operação de uma organização, identificando e

atendendo às necessidades e exigências de consumidores, design,

planejamento, compras, manufatura, embalagem, estocagem, entrega e serviço,

acompanhados das atividades relevantes inerentes a essas funções. Lida com

organização, responsabilidade, procedimentos e processos.

Conceitua Harding (1992) que a qualidade é aquilo que atende ou supera

as expectativas dos consumidores, a um custo que represente valor para os

mesmos. Um sistema de produção eficiente pode propiciar à empresa resultados

positivos.

Se a função produção for eficaz, deve usar eficientemente seus recursos e produzir bens e serviços de maneira que satisfaça a seus consumidores. Além disso, ela deve ser criativa, inovadora e vigorosa para introduzir formas novas e melhoradas de produzir bens e serviços. Se a produção puder fazer isso, ela proporcionará à organização os meios de sobrevivência em longo prazo porque dá a ela uma vantagem competitiva sobre seus rivais comerciais (SLACK et al., 1997, p.33).

Quando se percebe que existe uma lacuna entre a qualidade esperada

pelo consumidor e a apresentada pela empresa, constata-se uma não

conformidade à especificação, o que significa produzir um produto ou

proporcionar um serviço conforme o que está especificado no projeto. De acordo

com Slack et al. (1997), conformidade à especificação significa produzir um

produto ou proporcionar um serviço conforme o que está especificado no projeto.

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Esta especificação definiu exatamente o que estará incluído no produto ou

serviço.

Para Davis, Aquilano e Chase (2001) destacam sete ferramentas básicas

que podem auxiliar os gerentes na organização, na apresentação e na análise

dos dados gerados, que são:

• fluxogramas de processos: apresentam cada um dos passos requeridos para

produzir um produto ou serviço. São geralmente representados por retângulos, as

esperas ou os inventários são representados por triângulos invertidos, e os

pontos de decisão por losangos. As linhas conectando estas atividades

representam a direção do fluxo no processo;

• listas de verificação: são utilizadas para registrar a freqüência com que os

problemas e/ou erros ocorrem;

• cartas de controle: apresentam dados plotados em função do tempo. A

representação visual de dados em uma carta de controle permite a fácil

identificação de pontos ou padrões incomuns, que possam ter significado

gerencial;

• diagrama de dispersão: são utilizados para determinar se existe ou não uma

relação entre duas variáveis ou características de produto;

• diagramas de Causa e Efeito: buscam identificam todas as causas potenciais

para a reincidência de um defeito ou uma falha. Primeiramente, são identificadas

as causas principais. Então, para cada causa, pergunta-se “Por quê?” até que a

causa-raiz da categoria seja identificada;

• histogramas e Gráficos de Barras: apresentam a variação de dados de forma

visual. Um gráfico de barras é utilizado para apresentar dados nominais, isto é,

que podem ser contados em vez de medidos. Os histogramas são utilizados para

apresentar dados contínuos, dados que podem ser medidos;

• Diagramas de Pareto: são gráficos de barras especializados. A freqüência da

ocorrência de itens é organizada em ordem decrescente e, geralmente, adiciona-

se uma linha de percentual acumulado, a fim de facilitar a determinação de como

as categorias se acumulam. Os diagramas de Pareto podem auxiliar no

estabelecimento de prioridades para a ação gerencial, focando a atenção

naquelas categorias de variáveis que ocorrem com maior freqüência.

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Apesar do empenho da empresa na busca de soluções para evitar as

falhas que eventualmente venham a ocorrer, a partir do processo produtivo, elas

ocorrem. A empresa não pode ignorar que sempre poderá ocorrer falha no

processo e máquinas que enfrentam adversidades do dia-a-dia.

2.7 Logística da produção:

A interface de logística com aquisição e manufatura é realçada

incorporando-se um conceito conhecido como projeto para a logística nas fases

iniciais de desenvolvimento do produto.

Destacam Martins e Laugeni (2006) que a logística empresarial é parte

integrante da administração das operações, e constitui um conjunto de técnicas

de gestão da distribuição e transporte dos produtos finais, do transporte e

manuseio interno às instalações e do transporte das matérias-primas necessárias

ao processo produtivo.

Na visão de Bowersox e Closs (2001), é por meio do processo logístico

que os materiais fluem pelos sistemas de produção de uma nação industrial e os

produtos são distribuídos para os consumidores pelos canais de marketing. A

complexidade de toda a cadeia logística é extraordinária.

Christopher (1997) destaca que a cadeia de suprimentos representa uma

rede de organizações, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes

processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que

são colocados nas mãos do consumidor final.

Assim, os conceitos de logística e de cadeia produtiva são distintos. O

fator de diferenciação se dá no produto do ciclo de cada um deles. Em função do

tipo de empresa, relativamente à sua característica mais marcante, existem

diferentes tipos de cadeias produtivas e ciclos logísticos.

Segundo Chase, Jacobs e Aquilano (2006), este conceito envolve a

consideração dos custos de aquisição de materiais e de distribuição durante a

fase de projeto do produto. Dada a forte ênfase na minimização do estoque e no

manuseio nas cadeias de suprimento eficientes, a forma que o produto é

projetado e o projeto dos componentes e dos materiais em si podem ter um

impacto significativo no custo de entrega do produto, bem como, as exigências de

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embalagem e transporte do produto precisam ser incorporados no processo do

projeto.

Buscado atender às necessidades dos consumidores com produtos ou

serviços, as empresas necessitam cada vez mais de esquemas de distribuição

rápidos e eficazes, com vários depósitos de produtos acabados junto aos

mercados consumidores, ou esquemas de entrega extremamente ágeis, pois o

prazo de entrega é fator essencial na decisão de comprar.

Na visão de Tubino (1997), a função de produção consiste em todas as

atividades que diretamente estão relacionadas com a produção de bens e

serviços.

Já para Harding (1992), a atividade central com a qual a administração

está relacionada é o processo de produção, que está relacionado com todas as

decisões, atividades, restrições, controles e planos que permitem que sejam

convertidas aquelas entradas e saídas.

A função de produção não compreende apenas as operações de

fabricação e montagem, mas também as atividades de armazenagem,

movimentação, entre outras.

Na visão de Christopher (1997), uma vez que o gerenciamento logístico é

um conceito orientado para o fluxo, com o objetivo de integrar recursos ao longo

de todo o trajeto que se estende desde os fornecedores até os clientes finais, é

desejável que se tenha um meio de avaliar os custos e o desempenho deste

fluxo.

2.8 Movimentação de materiais:

A movimentação de materiais está constantemente presente nas

organizações, que devem manusear os insumos até o estoque ou diretamente à

produção, movimentação dos materiais em transformação e por fim, dos produtos

acabados.

Ressalta Moura (1998) que a movimentação de materiais está

relacionada com o deslocamento de matérias-primas e produtos acabados e com

a armazenagem (estocagem, separação de pedidos, embalagem, expedição), o

suprimento das matérias-primas e a distribuição dos produtos acabados.

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A movimentação de materiais consiste na preparação, colocação e

posicionamento de materiais, a fim de facilitar sua movimentação e estocagem.

Todas as atividades que se relacionam com o produto, com exceção das

operações de processamento e inspeção, são da movimentação de materiais.

O manuseio de materiais dentro de um armazém ou área de estocagem é uma atividade típica de mão-de-obra intensiva, pois grande parte do manuseio de materiais no mundo inteiro é realizada manualmente, ou, no máximo, por processo semi-automatizado. O layout das mercadorias, a extensão da utilização de equipamentos e o grau de automação são, todos, fatores que se refletem no custo do manuseio de materiais. Conseguir a melhor combinação de todos esses fatores é o objetivo do projeto de manuseio de materiais (BALLOU, 2006, p.411).

No entendimento de White apud Ballou (2006) o projeto do sistema de

manuseio de materiais evoluiu ao longo de cinco estágios de desenvolvimento.

Para o autor, as dimensões básicas do manuseio de materiais são a

movimentação, a estocagem e o controle de materiais, e sua evolução é

apresentada a seguir:

• manuseio manual de materiais caracterizado por um alto grau de atividade

humana;

• manuseio de materiais assessorado por dispositivos mecânicos como correias

e empilhadeiras industriais para a movimentação dos materiais;

estantes/prateleiras, estruturas de estocagem e carrosséis para estocagem, e

interruptores e solenóides para o controle do equipamento;

• manuseio automatizado caracterizado pelo uso de veículos guiados,

paletizadores automatizados, equipamento automatizado de estocagem e

retirada, e a identificação automatizada do material;

• integração das ‘ilhas’ de automação de maneira a criar sinergia entre as

variadas atividades de manuseio de materiais;

• manuseio inteligente dos materiais por meio da utilização de inteligência

artificial e de sistemas especialistas relacionados.

Uma eficiente movimentação de materiais envolve movimentar menos,

estocar menos e controlar menos. Com isso, adotam-se práticas de Just in Time

e estoques reduzidos.

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Salientam Ackerman e LaLonde apud Ballou (2006) que as principais

formas pelas quais é viável reduzir os custos do manuseio de materiais são:

redução das distâncias percorridas, aumento do tamanho das unidades

manuseadas, busca de oportunidades na roteirização da separação de pedidos

ou da estocagem e melhoria da utilização cúbica.

De acordo com Ballou (2006), o sistema de manuseio de materiais deveria

ser escolhido de maneira a se constituir parte integral das atividades do sistema

de estocagem.

Ou seja, ele não é necessariamente o ponto de partida do projeto do

sistema de estocagem, nem seu ponto final, mas deve ser levado em

consideração os esboços preliminares do projeto final, tais como o layout, a

natureza e o índice de carga do sistema refletem diretamente na escolha do

equipamento.

Uma decisão que coincide com o dimensionamento do armazém é a da escolha do sistema de manuseio de materiais a ser usado. Seleções normais incluem um sistema manual, um sistema de empilhadeira e paletes, um sistema de correias transportadoras, um sistema de estocagem e retirada automatizadas, ou alguma combinação desses sistemas. A escolha entre eles pode ter início com uma análise financeira semelhante à usada na seleção do tipo de armazém. A escolha precisa basear-se em considerações subjetivas como risco, flexibilidade e obsolescência (BALLOU, 2006, p.412).

Vários são os tipos de estruturas destinadas à arrumação, localização e

segurança dos materiais armazenados que facilitam os administradores na

guarda dos produtos, conforme as especificações das mercadorias.

Assim, os equipamentos de movimentação de material devem ser

secionados de maneira que atendam às necessidades da empresa em todo o

armazém.

A movimentação de material, quanto à execução de suas operações,

deverá considerar os seguintes fatores, conforme Banzato et al. (2003):

• dimensão, peso e tipo de embalagens dos materiais;

• distância entre pontos de carga e descarga, incluindo vias de acesso às áreas

de circulação;

• método adequado às operações: manual, mecanizado ou combinado.

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O dimensionamento de equipamentos mecânicos deve estar voltado para

sua máxima utilização e flexibilidade, sendo selecionado em função de seus

custos totais e não somente do investimento inicial ou dos custos de

manutenção, dentro de uma determinada padronização.

Ainda para Banzato et al. (2003), os equipamentos de movimentação de

material são divididos genericamente em duas categorias:

• viatura automotora: equipamento montado sobre rodas com propulsão

própria, apto a utilizar diretamente ou por adaptação, diferentes acessórios ou

implementos. Como viaturas automotoras estão incluídos: empilhadeiras,

guindaste automotor, carro pórtico, trator de armazém;

• equipamento industrial: equipamento montado sobre rodas, monotrilhos,

vigas, colunas e/ou rodízios, com movimentação de carga manual, motorizado ou

por ação da gravidade. Como equipamentos industriais estão incluídos:

empilhadeira manual, ponte-rolante e pórtico, talha, elevador de material,

transportadores de rodízios, transportadores de esteira, carros de tração manual.

Provavelmente o veículo de movimentação interna mais utilizado é a

empilhadeira mecânica com garfos. É normalmente utilizada em conjunto com

estrados e paletes.

2.9 Layout:

Um layout eficiente deverá ter como objetivo a melhor utilização da mão-

de-obra, a melhor utilização e eficiência do trabalho empregado e a melhor

supervisão dos responsáveis.

Para Dias (1995), o layout é a integração do fluxo típico de materiais, da

operação dos equipamentos de movimentação, combinados com as

características que conferem maior produtividade ao elemento humano; isto para

que a armazenagem de determinado produto se processe dentro do padrão

máximo de economia e rendimento.

O layout deve ser estabelecido a partir do estudo planejado do sistema de

informações relacionado com a distribuição de móveis, equipamentos e pessoas

pelo espaço disponível, da forma mais racional possível.

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O layout físico e o processo de transformação empregados pelas

organizações são fatores críticos para a administração estratégica de operações,

haja vista que, tanto o layout como o processo de transformação de processos

oferecem indicações expressivas sobre o que a organização pode fazer, assim

como o que não pode fazer (BROWN et al., 2005).

As decisões sobre layout resultam na determinação da disposição de

departamentos, de grupos de trabalho dentro dos departamentos, de estações de

trabalho, de máquinas e de locais dentro de uma instalação de produção.

Não existe um critério para se avaliar a adequação de um layout a determinada atividade, tudo depende da meta a ser atingida e dos fatores que influem no fluxograma típico para a atividade considerada. Assim, em alguns casos, pode interessar mais a redução máxima da movimentação interna; em outros, o custo mínimo da estocagem ou, ainda, a estocagem máxima independente do custo, para atender a certos picos ou regimes anormais de vendas (DIAS, 1995, p.138).

De acordo com Chase, Jacobs e Aquilano (2006), o objetivo é dispor esses

elementos de tal forma a garantir um fluxo tranqüilo de trabalho em uma fábrica

ou uma configuração específica de tráfego, para os casos de organização de

serviço. No geral, as entradas para uma decisão sobre o layout são as seguintes:

• a especificação dos objetivos e dos critérios correspondentes que serão

usados para avaliar o projeto. A quantia de espaço necessário e a distância que

deve ser percorrida entre os elementos em um layout, são critérios básicos

comuns;

• estimativas da demanda do produto ou do serviço no sistema;

• os requisitos de processamento em termos do número de operações e da

quantia de fluxo entre os elementos no layout;

• as necessidades de espaço para os elementos no layout;

• a disponibilidade de espaço dentro da instalação em si, ou se for uma

instalação nova, as possíveis configurações de construção.

São encontrados em ambientes de fabricação e serviços quatro tipos

básicos de layout de instalações: layout posicional ou de posição fiXa; layout por

processo; uma mistura de layouts por processo e produto, com base em células

de trabalho; e layout por produto.

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Destaca Banzato et al. (2003), que os princípios do layout de um

armazém são:

• primeiro, deve-se desenvolver o plant-layout do local. Incluir a utilização atual

do local, fluxo de tráfego, contratos locais, estacionamento e planejamento de

expansão. Considerar a utilização do local, incluindo expansão futura, retornos

dos veículos, estacionamentos, acesso público às vendas do armazém, entrada

de funcionários e assim por diante;

• maximizar a utilização efetiva da metragem quadrada e cúbica. Isto significa

maximizar a capacidade de utilização cúbica e estocagem de item, fornecendo

vãos suficientes de separação primária para manter uma semana de vendas,

projetando amplo espaçamento de colunas, combinando tipos de vãos com os

perfis de mercadoria e de velocidade e desenvolvendo um esquema de mudança

flexível aos produtos devidamente projetados;

• racionalizar o fluxo de trabalho dentro da instalação. Trabalhar para reduzir e

eliminar gargalos e minimizar a distância de viagem e o tempo. Minimizar fluxos

cruzados e fluxos de retorno. Localizar as funções com base nos requisitos de

espaço e níveis de atividade. Projetar a orientação das estanteiras de modo que

diminuam o tempo de viagem e as rotas de percurso e fluxo de guarda;

• minimizar as movimentações. Deve-se elaborar um layout da instalação para

reduzir o número de vezes que um produto é movimentado. Sempre que um

produto é tocado, seus custos aumentam;

• minimizar as movimentações. Projeção de um fluxo eficiente. Planejar para

minimizar atrasos e interferências. Fornecimento de docas adequadas de

recebimento e de expedição e largura suficiente nos corredores;

• considerar a economia dos equipamentos de movimentação de materiais.

Desenvolver e avaliar uma variedade de opções. Maximizar primeiramente as

aplicações de equipamentos convencionais, utilizando também sistemas mais

automatizados de movimentação de materiais. Deve-se fazer a justificativa de

custos em diversos níveis e selecionar aquela alternativa que seja a mais

apropriada;

• levar em consideração o planejamento de expansão. Ter uma abordagem

preparada para a expansão. Desenvolver um plano de expansão que leve em

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consideração os requisitos futuros e que seja baseado no melhor pensamento do

gerenciamento da instalação;

• manter flexibilidade no projeto. Não se fixar num enfoque preconcebido.

Manter a mente aberta para considerar suas opções. Considerar flexibilidade e o

mais que puder nos seus sistemas de estocagem e de separação. Sempre

manter a expansão futura em mente ao desenvolver projetos;

• considerar a segurança do prédio em seu projeto final. Restringir as entradas

e projetar o layout de forma que as operações-chave sejam visíveis. Considerar

áreas separadas para produtos pequenos ou de maior valor e utilizar guardas

e/ou sistemas de segurança, conforme necessário.

A alteração de um layout já existente se faz necessária de acordo com a

necessidade de cada empresa, ou seja, há vários fatores que influenciam na

necessidade de alteração do layout de um armazém para que se tenha um

armazém mais eficiente no que se refere à armazenagem e movimentação.

2.9.1 Layout posicional:

Nesse tipo de arranjo físico os recursos transformados não se movem

entre os recursos transformadores.

Explicam Davis, Aquilano e Chase (2001) que o equipamento de

manufatura é movimentado até o produto, e não o contrário.

De acordo com Brown et al. (2005), um layout posicional é usado nos

casos em que um produto pode ser pesado, volumoso ou frágil, e torna-se

necessário os operadores entrarem com contato com o produto propriamente

dito. Assim, o produto é completado no local e não e movido até ser concluído,

sendo o produto completado em uma área específica e focalizada.

Fundamentam Corrêa e Corrêa (2007) que o arranjo físico posicional

caracteriza-se pelo material a ser processado pela operação (ficar estacionário

por impossibilidade, ou por inviabilidade ou por inconveniência de fazê-lo mover-

se entre as etapas do processo de agregação de valor). Como o objeto da

operação fica estacionado, são os recursos que se deslocam até ele.

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2.9.2 Layout por processo:

No layout por processo, os setores de uma fábrica têm atividades

específicas ou máquinas exclusivas agrupadas.

O modelo de layout de processo é chamado de posição fixa, devido ao

seu volume ou seu peso, pois o produto permanece em um só local.

Para Chase, Jacobs e Aquilano (2006), o layout por processo, também

chamado de layout funcional ou de job shop é um formato no qual equipamentos

ou funções similares são agrupados, como todos os tornos em uma área e todas

as máquinas de estampagem em outra.

No entendimento de Slack, Chambers e Johnston (2002), esse tipo de

arranjo físico é assim chamado porque as necessidades e conveniências dos

recursos transformadores que constituem o processo na operação dominam a

decisão sobre o arranjo físico.

Na linha de produção, uma peça que está sendo trabalhada percorre, de

acordo com a seqüência estabelecida de operações, área por área onde as

máquinas corretas estão localizadas, para cada operação.

Na manufatura, isso permite o desenvolvimento de uma gama ou variedade de produtos. As máquinas não são dispostas de uma forma seqüencial específica. Portanto, o produto não se move em uma seqüência específica, mas vai para um centro de máquinas conforme e quando for necessário para determinado produto (BROWN et al., 2005, p.85).

Este tipo de layout é utilizado em empresas que fabricam peças em

pequenos lotes, e para produzir uma ampla gama de peças em tamanhos e

formatos diferentes.

2.9.3 Célula híbrida de processo/produto ou celular:

Um layout utilizado pelas empresas é agrupar máquinas ou atividades em

torno de uma célula de trabalho focalizada de uma família de produtos.

Para Brown et al. (2005), na fabricação, as máquinas ou atividades estão

agrupadas para melhor apoiar a manufatura de determinada família de produtos

ou para fornecer um grupo de serviços semelhantes. Destaca-se que a variedade

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de produtos ou serviços em torno de determinado grupo ou célula de trabalho

pode ser bem grande, mas a natureza essencial do produto continuará

semelhante e garantirá uma célula própria, diferente das células de outras

famílias de produtos.

Na visão de Chase, Jacobs e Aquilano (2006), um layout de tecnologia de

grupo ou celular agrupa máquinas dissimilares em centros de trabalho ou células

para trabalharem em produtos que têm formatos e necessidades de

processamento similares.

Um layout de tecnologia de grupo é parecido a um layout do processo no sentido de que as células são projetadas para desempenharem um conjunto específico de processos, e é parecido a um layout do produto no sentido de que as células são dedicadas a uma gama limitada de produtos. A tecnologia de grupo também se refere à classificação de peças e ao sistema de codificação usado para especificar os tipos de máquinas que são colocadas nas células (CHASE; JACOBS; AQUILANO, 2006, p.192).

Pode-se perceber que o arranjo físico celular é uma tentativa de trazer

alguma ordem para a complexidade de fluxo que caracteriza o arranjo físico por

processo. Exemplos de arranjo físico celular, conforme Slack, Chambers e

Johnston (2002) incluem:

• algumas empresas manufatureiras de componentes de computador: a

manufatura e a montagem de alguns tipos de peças para computadores podem

necessitar de alguma área dedicada à produção de peças para clientes em

particular que tenham requisitos especiais como, por exemplo, níveis mais altos

de qualidade;

• área de produtos específicos em supermercados: alguns clientes usam o

supermercado apenas para comprar lanches, salgadinhos, refrigerantes, iogurtes

etc. para consumo, por exemplo, em seu horário de almoço. Estes, em geral, são

localizados junto, de forma que o cliente que está apenas comprando seu almoço

não necessite procurá-los pelo supermercado todo;

• maternidade em um hospital: clientes que necessitam de atendimento em

maternidade formam um grupo bem definido que pode ser tratado em conjunto;

eles têm probabilidade pequena de necessitar de cuidados de outras partes do

hospital ao mesmo tempo em que requerem cuidados específicos de

maternidade.

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Esse tipo de arranjo físico busca aumentar as eficiências de um arranjo

físico funcional tentando, entretanto, não perder muito de sua desejável

flexibilidade.

2.9.4 Layout por produto:

No layout por produto, as máquinas são dedicadas a um grupo específico

ou a uma gama muito limitada de produtos semelhantes, sendo que cada estágio

da fabricação é diferente do seguinte.

De acordo com Corrêa e Corrêa (2007), nos arranjos físicos por produto

ou em linha há certo nível de conexão entre as diferentes etapas de um processo

agregador de valor. Essa conexão é alta em linhas de montagem, mas chega a

seu máximo em operações que trabalham com processo em fluxo contínuo.

O layout do tipo por produto é aquele em que os processos de trabalho

ou de equipamento estão dispostos de acordo com etapas progressistas pelas

quais o produto é feito.

Segundo Brown et al. (2005), à medida que os produtos sofrem alterações,

ou que as pessoas se deslocam, conforme as exigências do processo, ocorre a

movimentação sem restrições. Não existe um fluxo padrão especificado, e cada

produto terá suas exigências de processos específicas e passará para cada

grupo de máquinas, quando e onde necessário.

Explicam Chase, Jacobs e Aquilano (2006), que o layout por produto,

também chamado de layout de fluxo, é onde os equipamentos ou os processos

de trabalho são dispostos de acordo com as etapas progressivas da produção.

Na área de produção, o caminho para cada peça é uma linha reta.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste capítulo é apresentada a tipologia e métodos de pesquisa,

população e amostra e instrumentos de coleta de dados e análise e apresentação

dos resultados obtidos através da pesquisa.

3.1 Tipologia de pesquisa:

A modalidade da pesquisa foi classificada como pesquisa exploratória,

com delineamento qualitativo.

Em relação à análise exploratória, para Gil (1991), essas visam

proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-la mais

explicita ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como

objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.

A metodologia deste trabalho foi uma pesquisa exploratória, conforme os

passos descritos na fundamentação teórica, embasados conforme autores da

área de Administração de Produção e Operações e Logística da Produção.

O estudo utilizou o método qualitativo, pois se baseou em entrevista

realizada junto aos funcionários da empresa no setor de produção (Apêndice),

observações e análise documental (análises e sugestões). Na visão de Roesch

(2007, p.154) “a pesquisa qualitativa e seus métodos de coleta e análise de

dados são apropriados para uma fase exploratória da pesquisa”.

Roesch (1996) ressalta que a pesquisa qualitativa e seus métodos de

coleta e análise dos dados são utilizados para a fase exploratória da pesquisa,

pois vão permitir ao pesquisador uma melhor análise dos processos da empresa.

Se o propósito da pesquisa implica medir relações entre variáveis (associação ou

causa-efeito), ou avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, recomenda-se

utilizar preferentemente o enfoque da pesquisa quantitativa.

3.2 Sujeito do estudo:

O universo desta pesquisa foram os funcionários da empresa Kimak

Indústria e Comércio de Máquinas Knihs, envolvendo todo o corpo funcional. A

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empresa possui 104 funcionários em seu quadro funcional, sendo que 47

funcionários estão lotados no setor de produção.

Neste sentido, a amostra foi composta dos funcionários do setor da

produção, e possui os seguintes cargos: gerente de produção; supervisor de

produção, desenhista, almoxarifes, operadores.

3.3 Instrumentos de pesquisa:

Nesta pesquisa foram coletados dados de fontes primárias e secundárias.

Conforme Roesch (2007), dados primários são construídos diretamente pelo

pesquisador através de entrevista, questionários, testes, observações, entre

outros; sendo apontado como os dados que não estão disponíveis para consulta

ou que anteriormente não foram coletados e tratados. Enquanto os dados

secundários são dados que não foram criados pelo entrevistador, pois já existem

em forma de arquivos, bancos de dados, índices e relatórios.

A coleta de dados foi realizada através de material bibliográfico,

observação direta, análise e pesquisa dentro da empresa com os colaboradores,

comparando a relação da teoria com a prática, através de entrevistas.

Assim, os dados primários foram coletados através de entrevista semi-

estruturada com os funcionários e a observação participante do acadêmico.

Nas entrevistas semi-estruturadas buscou-se coletar os dados e

informações para mapear todo o processo produtivo da empresa, movimentação

de materiais, fluxo de materiais e layout da produção, haja vista que a análise dos

pontos fracos só foi possível a partir da apresentação dos dados.

Os métodos de observação têm suas vantagens, por estar avaliando a

pessoa diretamente, mas têm seus inconvenientes, pois elas podem sentir

ameaças à sua privacidade e ao se sentirem observadas não demonstram seu

comportamento.

Explica Gil (1999, p.110):

A observação apresenta como principal vantagem, em relação a outras técnicas, a de que os fatos são percebidos diretamente, sem qualquer intermediação. Desse modo, a subjetividade, que permeia todo o processo de investigação social, tende a ser reduzida e o principal inconveniente da observação está em que a presença do pesquisador pode provocar alterações no comportamento dos observados, destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo resultados

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pouco confiáveis. As pessoas, de modo geral, ao se sentirem observadas, tendem a ocultar seu comportamento, pois temem ameaças à sua privacidade.

Nas entrevistas semi-estruturas, Roesch (1996) esclarece que o grau de

estruturação de uma entrevista em uma pesquisa depende do propósito do

entrevistador. Assim, na entrevista o entrevistado tem liberdade de expor suas

idéias sem se ater a um questionário com respostas fechadas.

3.4 Análise e apresentação dos dados:

Após a coleta dos dados, esses foram tratados e interpretados através da

análise bibliográfica e a análise das respostas obtidas através das entrevistas,

que consiste em uma série de operações que visam estudar e analisar uma ou

várias situações para descobrir as circunstâncias sociais e econômicas com as

quais podem estar relacionados.

Os dados foram apresentados através de fluxogramas, figuras e

relatórios, comparando-se a teoria com a prática da pesquisa.

3.5 Limitações da pesquisa:

Não houve limitação para a realização deste trabalho, visto que a empresa

disponibilizou todas as informações que se tornaram necessárias.

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4 RESULTADOS OBTIDOS

Neste capítulo são apresentados os resultados coletados através da

pesquisa, a fim de responder aos objetivos específicos traçados.

4.1 Setor de Produção:

O setor de produção da Kimak tem como foco principal a fabricação de

máquinas para laboratório têxtil, realizando os serviços de corte, dobra, solda,

torno e montagem.

A empresa possui em sua linha de produção os seguintes equipamentos

de laboratório: testes de tingimento, testes de solidez, secagem, meadeira,

misturadores.

Na linha de máquinas com foco para testes de tingimento, produz:

• AT1-S: é um equipamento de laboratório para ensaios de tingimento em

amostras de tecido, malhas e fio em meadas.

• AT1-SW: equipamento de dupla utilização, podendo ser utilizado para ensaios

de tingimento e também para ensaios de solidez à lavagem em amostras de

tecidos, malhas e fios em meadas, atendendo às normas DIN S4010, AATCC 61

e ISO 105 – C 03.

• AT-HT: aparelho para ensaios e lavação com amostras do tipo tecido, meada

ou malha.

• Jigger: aparelho para provas de tingimento em laboratório de fibras naturais,

sintéticas ou mistas até 100ºC. O tingimento é feito pela passagem do tecido

plano no banho por repetidas vezes.

• Foular vertical de bancada: aparelho usado para tingimento, acabamento e

impregnação. Possui velocidade variável de 0-15m/min, com indicador digital de

velocidade, indicador de pressão, acionamento pneumático e sistema enrolador.

Na linha de equipamentos para teste de solidez, a empresa fornece as

seguintes máquinas:

• Aparelho Tubotest AT-W: aparelho do tipo Tubotest, modelo ATW, para

provas de lavação em laboratório até 90ºC. Aparelho totalmente construído em

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aço inox. Composto de um tanque com água, aquecido através de três

resistências imersas, e de um eixo horizontal rotativo, onde os recipientes

(canecas) são afixados sob sistema de mola. A figura a seguir ilustra as

características da máquina:

Figura 4: Máquina Tubotest AT-W.

Fonte: Fornecido pela Kimak (2008).

• Aparelho Infrared AT1 – SW.

• Crockmeter: aparelho para testes de solidez à fricção em conformidade com

norma DIN S4021. Totalmente construído em aço inox.

• Pespirômetro: equipamento para trabalhos em laboratório em temperatura de

até 220ºC.

Os equipamentos para teste de secagem são:

• Estufa com circulação: equipamentos para trabalhos em laboratório em

temperatura de até 200ºC.

• Estufa com gaveta lateral.

• Rama: equipamentos para trabalhos em laboratórios em temperatura de até

220ºC.

A meadeira é um aparelho para elaboração de meadas de fios com

capacidade de elaborar até sete meadas ao mesmo tempo, de acordo com a

figura 5.

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Figura 5: Meadeira.

Fonte: Fornecido pela Kimak (2008).

A meadeira é construída em aço carbono com pintura eletrostática, sendo

que as partes e aspa que fica em contato com o fio é construída em aço inox.

Por fim, os misturadores de pasta são equipamentos para fixação em

paredes com velocidade fixa ou variável de acordo com a necessidade do cliente.

O setor de produção é formado por 36 colaboradores, divididos entre

diversos cargos, conforme figura a seguir.

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Figura 6: Organograma da empresa.

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

A empresa possui um gerente que administra o setor de produção, além

de três supervisores, sendo um responsável pela montagem e os outros

responsáveis pelo corte e dobra das peças. No setor operacional estão os

operadores das máquinas e auxiliares da empresa, que totalizam 32 funcionários.

O maquinário da empresa é composto pelas seguintes máquinas:

• corte a laser: é um processo rápido e silencioso, ideal para chapas finas de

metal, madeira, plástico, vidro e cerâmica. Com um mínimo de desperdício e sem

distorções. Ao utilizar o laser tem-se um corte de altíssimo nível de precisão e

acabamento, o que permite realizar tarefas muito delicadas;

Gerência

Supervisor da produção

Operacional

Administração

Faturamento Orçamento Desenho PCP

Recebimento

Expedição

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Figura 7: Corte a laser.

Fonte: Fornecido pela empresa.

• dobradeira: instrumento para dobrar as chapas para fazer os painéis;

• puncionadeira: a tecnologia da puncionadeira é sempre utilizada onde furos e

conformações necessitam ser produzidos em alta velocidade. Qualquer redução

nos estágios do processo são de suma importância para aumento da

produtividade e redução de custos. As puncionadeiras CNC (Comando Numérico

Computadorizado) com reposição são comandadas através de sistema CNC,

permitindo execução de serviço com precisão em chapas de até 13mm de

espessura. É utilizado, por exemplo, para fabricação de um cesto para máquinas

onde escoa-se água e oferece suporte ao tecido.

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Figura 8: Puncionadeira CNC com reposição.

Fonte: Fornecido pela empresa (2008).

• corte com água: corta as chapas de aço inox com mais espessura, além de

ser utilizado também para cortar cerâmica. O processo de corte com água não

apresenta limitações quanto ao material a ser cortado, uma vez que se trata de

corte mecânico. Outros aspectos referem-se à concentração de energia, precisão

e diâmetro reduzido do jato, aliado ao fato de que este não apresenta a queima

das superfícies. Ele pode ser utilizado em materiais finos ou delicados ou

espessos e duros, de pequenas e grandes dimensões. Esse tipo de corte causa o

mínimo de perda de espaço entre as peças a serem cortadas, com isso,

possibilita o máximo de aproveitamento;

• corte com plasma: utilizado também para cortar chapas de ferro. Este

processo utiliza um arco elétrico concentrado que funde o material através de um

feixe de plasma e alta temperatura. Todos os materiais condutores podem ser

cortados. Os gases de plasma são ar comprimido, azoto, oxigênio ou hidrogênio

para o corte de aços ligados macios e ricos, alumínio, cobre e outros metais e

ligas;

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Figura 9: Corte com plasma.

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

• calandra: o processo de calandragem é utilizado para a confecção de filmes

planos, chapas e laminados que são posteriormente termoformadas dando

origem a produtos para a indústria de embalagens alimentícia, farmacêutica,

automobilística e outras. A principal vantagem é obter um material com

espessura constante e com um excelente acabamento. Este processo consiste

em extrusar o Composto de PVC, formando um cordão ou uma fita que será

depositado em um sistema de cilindros aquecidos que formam a calandra.

Dependendo da tecnologia utilizadas as calandras podem ter números diferentes

de cilindros. Normalmente, a calandra tem quatro rolos de tamanhos distintos,

que giram a velocidades ligeiramente diferentes para formar os filmes, chapas ou

laminados. É utilizado para fazer tanques, por exemplo;

• guilhotina: serve para cortas as chapas. Destina-se à obtenção de formas

geométricas, a partir de chapas submetidas à ação de pressão exercida por

punção ou uma lâmina de corte. Quando o punção ou a lâmina inicia a

penetração na chapa, o esforço de compressão converte-se em esforço

cisalhante (esforço cortante) provocando a separação brusca de uma porção da

chapa. No processo, a chapa é deformada plasticamente e levada até a ruptura

nas superfícies em contato com as lâminas. A figura a seguir ilustra este

conceito.

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Figura 10: Guilhotina.

Fonte: Fornecido pela Kimak (2008).

A empresa trabalha em dois turnos, em jornadas semanais de 90

horas/semana, sendo que a máquina de corte a laser e a puncionadeira

trabalham em três turnos.

4.2 Fluxo de produção:

A compra de matéria-prima, dos insumos e serviços é feita somente

quando o PCP aciona o responsável por compras, haja vista que a empresa

mantém um estoque reduzido, que não supre a demanda da produção.

A empresa é conhecida no mercado pela qualidade e tecnologia em seus

produtos, que tem início com um eficiente e criterioso desenvolvimento de

fornecedores, incluindo os novos parceiros comerciais. O princípio deste

processo torna-se fundamental para o estabelecimento de um relacionamento

duradouro.

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Primando por um processo de produção em que haja zero defeitos e não

ocorram retrabalhos, a empresa beneficia mensalmente de 30 a 40 toneladas de

aço, a fim de atender à demanda de pedidos.

O PCP (Planejamento e Controle da Produção) é elaborado na medida em

que os pedidos entram, pois é o pedido quem aciona a produção.

Os clientes interagem com a empresa a fim de obter informações técnicas

dos produtos, posição de pedidos e a realização de orçamentos ou efetivação do

pedido (venda).

Caso a venda seja concretizada, há a possibilidade de ser com orçamento

imediato, para os casos de vendas de pequenos valores que não comprometem

a produção, ou vendas maiores, que sofreram processos diferentes caso seja

com material Kimak, ou utilizado material de outros fornecedores. Nessa

situação, a produção dependerá do estoque e do setor de compras para ser

iniciada.

A produção é controlada por um software específico, chamado de IVGR,

que serve como supervisão, em que é controlada a produtividade por

hora/máquina e hora/funcionário.

O mesmo software também controla os estoques da empresa de matéria-

prima e insumos que suprem a produção, onde é necessário fazer a alimentação

de dados quanto às retiradas e entradas manualmente. Qualquer esquecimento

acaba gerando relatórios imprecisos quanto às quantidades mantidas em estoque

de produtos.

A empresa mantém também um estoque de matérias-primas e insumos de

outros fornecedores (terceiros), que é controlado em uma planilha do Microsoft

Excel de maneira manual.

Os estoques de produtos próprios da empresa e os estoques de terceiros

são controlados separadamente devido aos prazos de entrega/fabricação serem

diferentes e no caso de produtos de terceiros ter que serem realizadas cotações

e previsto o ponto de pedido e prazo de entrega.

A figura a seguir apresenta os materiais já separados pelo almoxarife para

início da produção, conforme pedidos dos clientes.

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Figura 11: Material a processar.

Fonte: Fornecido pela Kimak (2008).

O software da empresa possui deficiências em relação aos desenhos das

máquinas, com campos que comportam poucas informações, gerando deficiência

na produção e possíveis defeitos.

No módulo do orçamento, não há detalhamento das informações

negociadas entre o vendedor e o cliente, não havendo campos para

detalhamentos técnicos do produto. Isso gera divergências no produto acabado

solicitado pelo cliente.

A seguir está ilustrado o fluxo de operações da empresa.

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Venda

Com Orçamento?

Material Kimak?

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Produção

Desenhista (F)

PCP (G)

Programador (H)

Almoxarife (I)

PCP (L)

Expedição (K)

Expedição (N)

Faturamento (M)

Cliente

Vendedor (O)

Almoxarife (P)

Programador (H)

Vendedor (E)

PCP (Q)

S

Desenhista (B)

Imediato?

Vendas de pequenos valores que podem ser feitas imediatamente sem comprometer a produção.

N

N

Encarregado Produção(R)

Produção

PCP (L)

Encarregado Produção(K)

Encarregado Produção (N)

Faturamento (M)

Cliente

S

Orçamento

Orçamento mínimo?

Vendedor (D)

Cliente

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Programa- ção efetiva?

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Desenhista (B)

Programador (C)

Vendedor (D)

Cliente

S

CLIENTE

O que quer?

Cliente Gerente (A)

PCP (A)

Cliente

Vendedor (A)

Informações Técnicas

Posição de Pedidos

Orçamentos Ou Vendas

Figura 12: Fluxograma de operações.

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

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Conforme fluxograma apresentado anteriormente, destaca-se que o processo

pode ser iniciado de três maneiras: a primeira com o cliente solicitando informações

técnicas; a segunda com a solicitação de posição de pedidos; e a terceira com pedido de

orçamento ou vendas.

No primeiro caso, o cliente busca a empresa e fim de obter informações técnicas,

o cliente é encaminhado para o gerente (A), que o atende e lhe fornece todas as

informações necessárias.

Opção B Recebe desenhos e deixa aptos para programação e envia desenhos para

setor de programação.

Opção C Determina quantidade de tempos e

materiais e encaminha resumo a Vendas.

Opção D Lança tempos e custo materiais

planilha e envia orçamento para o cliente.

Opção E Abrir O.S., emitir relatórios e

etiquetas e enviar processo ao PCP.

Opção F Emite desenhos e os adiciona ao

processo e envia para etapa seguinte.

Opção G

Programa tempos de máquinas e envia processo p/Desenho.

Opção A Atende o cliente e recebe e fornece todas as informações necessárias.

Opção H Faz programação CNC e envia par

etapa seguinte.

Opção I Separa materiais e baixa-os nas O.S.

e envia para etapa seguinte.

Opção J Coloca em produção conforme

programação PCP

Opção K Conferências de peças e envia O.S.

para PCP.

Opção L Fecha O.S. com lançamentos de

Horas e envia faturamento

Opção M Emite NF, boletos e aciona

transportadora.

Opção N Entrega produto para transportadora

ou cliente.

Opção O Emite Check list e envia para almoxarife e para desenho.

Opção P Ao receber materiais faz relação e

envia programação.

Opção Q Junta todo processo, faz

programação de tempo e passa processo para encarregado

Opção R Atende o cliente e se encarrega de

todo o processo.

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Fluxograma vertical atual

Passo N°.

Tempo (min)

Distância (m)

OP

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DELAY

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Descrição dos Passos (O que) Onde Quem Por que Quando Como Quanto

1 3 x Atende o cliente Produção Gerente A 2 12 x Obter todas as informações necessárias

3 5 x Verifica quais necessidades são supridas pela empresa

4 15 x Fornecer todas as informações solicitadas

5 5 x Oferecer serviços e produtos da empresa Vendas Vendedor A

Possível orçamento

Visita do cliente Orçamento

Agregar visita do cliente a uma nova venda

Figura 13: Fluxograma vertical atual de informação para o cliente.

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Resumo

Atividade N° de

Passos Tempo (min)

Distância

(m)

Operação

4 35

Transporte 0 0 0,00

Inspeção 1 5

Atraso 0 0

Armazen. 0 0

Processo: Produção Assunto: Informações técnicas Início: Recepção do Cliente Final: Solicitação de orçamento

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Conforme figuras anteriores, em relação ao primeiro processo, propõe-se

que o gerente produção e vendas atendam ao cliente juntos, a fim de lhe

esclarecer possíveis dúvidas (Gerente A) e verificar quais as necessidades que o

cliente possui (Vendedor A).

A segunda situação ocorre quando o cliente solicita a posição de seus

pedidos junto ao setor de produção. Neste momento, o responsável verifica junto

ao PCP qual a posição de seu pedido.

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Figu

ra 1

6: F

luxo

gram

a at

ual d

a po

siçã

o de

ped

ido

s.

Font

e: E

labo

rado

pel

o ac

adêm

ico.

Res

umo

Ativ

idad

e N

° de

Pas

sos

Tem

po (

min

) D

istâ

ncia

(m)

Ope

raçã

o

3 5

Tran

spor

te

0 0

0,00

Insp

eção

1

5

Atra

so

0 0

Arm

azen

. 0

0

Pro

cess

o:

Pro

duçã

o

Ass

unto

: P

osiç

ão d

e pe

dido

s

Iníc

io:

Rec

epçã

o do

Clie

nte

Fi

nal:

D

ata

da e

ntre

ga d

o pe

dido

Page 75: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

74

Flux

ogra

ma

verti

cal p

ropo

sto

Pas

so

N°.

Te

mpo

(m

in)

Dis

tânc

ia

(m)

OP

TRA

N

INS

P

DE

LAY

STO

RE

D

escr

ição

dos

Pas

sos

(O

que

)

Ond

e Q

uem

1 2

x

Ate

nde

o cl

ient

e

Pro

duçã

o E

ncar

rega

do d

a pr

oduç

ão

2 1

x

Ver

ifica

o p

edid

o

3

1

x

C

onsu

lta o

PC

P

4

4 10

x

Con

sulta

Ger

ente

de

prod

ução

5 2

x

Info

rma

ao c

lient

e a

data

da

entr

ega

do p

edid

o

Figu

ra 1

7: F

luxo

gram

a pr

opos

to d

a po

siçã

o d

e pe

dido

s.

Font

e: E

labo

rado

pel

o ac

adêm

ico.

Pro

cess

o:

Pro

duçã

o

Ass

unto

: P

osiç

ão d

e pe

dido

s

Iníc

io:

Rec

epçã

o do

Clie

nte

Fina

l:

Dat

a da

ent

rega

do

pedi

do

Res

umo

Ativ

idad

e N

° de

Pas

sos

Tem

po (

min

) D

istâ

ncia

(m)

Ope

raçã

o

3 5

Tran

spor

te

0 0

10,0

0

Insp

eção

2

5

Atra

so

0 0

Arm

azen

. 0

0

Page 76: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

75

R

ES

UM

O

M

ELH

OR

IA

ATU

AL

PR

OP

OS

TO

D

IFE

RE

A %

RO

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A

de

Pas

sos

Tem

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(min

) D

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ncia

(m

) N

° de

P

asso

s T

empo

(m

in)

Dis

tânc

ia

(m)

de

Pas

sos

Tem

po (

min

) D

istâ

ncia

(m

)

Ope

raçã

o 3

5 0

3 5

0 0

0

0

Tran

spor

te

0 0

0 0

0 10

0

0

10

00

Insp

eção

1

5 0

2 5

0 10

0

0

0

Atra

so

0 0

0 0

0 0

0

0

0

Arm

azen

amen

to

0 0

0 0

0 0

0

0

0

Func

ioná

rios

4

2

(50)

Fi

gura

18:

Res

umo

da p

osi

ção

de

pedi

dos.

Font

e: E

labo

rado

pel

o ac

adêm

ico.

Page 77: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

76

Quanto ao fluxograma vertical da posição de pedidos, atualmente a

empresa realiza a consulta no sistema de informações, que apresenta

informações imprecisas, sendo a data da entrega do pedido do cliente informada

de maneira errônea. Assim, além da consulta realizada junto ao sistema, sugere-

se que o encarregado confirme a data da entrega junto ao gerente de produção,

que verificará se que a programação está sendo cumprida conforma planejada.

A seguir é apresentado o processo de envio de orçamento ao cliente.

Page 78: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

Pas

so

N°.

Te

mpo

(m

in)

Dis

tânc

ia

(m)

OP

TRA

N

INS

P

DE

LAY

STO

RE

D

escr

ição

dos

Pas

sos

(O

que

)

Ond

e Q

uem

P

or

que

Qua

ndo

Com

o Q

uant

o

1 2

x

Ate

nde

o cl

ient

e

Ven

das

Ven

ded

A

2 12

x

O

bter

toda

s as

info

rmaç

ões

nece

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ias

3 5

x

Ver

ifica

se

Orç

amen

to é

min

imo

4

15

x

Sim

. Pas

se p

ara

o pa

sso

( 13

)

P

rogr

am

Coo

rd S

5

15

x

Não

. Det

er c

omo

será

qua

ntif

tem

pos

de M

aq a

os d

esen

hos

6 1

x

Ver

ifica

se

a pr

ogra

m. é

efe

tiva

7 1

x

não

segu

e pa

sso

( 1

1

)

8

1 3,

00

x x

S

im. R

eceb

e de

senh

os e

dei

xa a

ptos

par

a pr

ogra

maç

ão

D

esen

B

9 1

12,0

0

x

Env

ia d

esen

hos

para

o s

etor

de

prog

ram

ação

10

1

12,0

0

x

rece

be o

s de

senh

os d

o de

senh

ista

P

rogr

am C

11

1

x

Det

erm

ina

a qu

antid

ade

de te

mpo

s e

mat

eria

is

12

1

x

D

eter

min

a a

quan

tidad

e de

tem

pos

e m

ater

iais

Cor

Pro

g C

13

1

4,00

x

Env

ia p

ara

o V

ende

dor

D

14

1 5,

00

x

R

eceb

e da

Pro

gram

ção

Ven

das

Ven

ded

D

15

1

x

La

nça

tem

pos

e cu

stos

dos

mat

eria

is n

a pl

anilh

a

16

1

x

Env

ia o

orç

amen

to p

ara

o cl

ient

e

Figu

ra 1

9: F

luxo

gram

a at

ual d

e or

çam

ento

par

a o

s cl

ient

es.

Font

e: E

labo

rado

pel

o ac

adêm

ico.

Pro

cess

o:

Ven

das

A

ssun

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Orç

amen

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Iníc

io:

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Clie

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Fi

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umo

Ativ

idad

e N

° de

Pas

sos

Tem

po (

min

) D

istâ

ncia

(m)

Ope

raçã

o

10

50

Tran

spor

te

5 5

36,0

0

Insp

eção

2

6

Atra

so

0 0

Arm

azen

. 0

0

Page 79: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

78

Pro

cess

o:

Ven

das

Ass

unto

: O

rçam

ento

Iníc

io:

Rec

epçã

o do

Clie

nte

Fina

l:

Env

ia o

Orç

amen

to

Pas

so

N°.

Te

mpo

(m

in)

Dis

tânc

ia

(m)

OP

TRA

N

INS

P

DE

LAY

STO

RE

D

escr

ição

dos

Pas

sos

(O

que

)

Ond

e Q

uem

1 1

x

Ate

nde

o cl

ient

e

Ven

das

Ven

ded

A

2 2

x

Obt

er to

das

as in

form

açõe

s ne

cess

ária

s

3

3

x

V

erifi

ca s

e O

rçam

ento

é m

inim

o

4 4

x

Sim

pas

se p

ara

o pa

sso

( 13

)

P

rogr

am

Coo

rd S

5

5

x

N

ão. D

eter

com

o se

rá q

uant

if te

mpo

s de

Maq

aos

des

enho

s

6

5

x

V

erifi

cqa

se a

pro

gram

. é e

fetiv

a

7

1

x

o se

gue

pass

o (

11

)

8 1

2,00

x

x

Rec

ebe

dese

nhos

e d

eixa

apt

os p

ara

prog

ram

ação

Des

en B

9

1 5,

00

x

E

nvia

des

enho

s pa

ra o

set

or d

e pr

ogra

maç

ão

10

1 8,

00

x

re

cebe

os

dese

nhos

do

dese

nhis

ta

Pro

gram

C

11

1

x

D

eter

min

a a

quan

tidad

e de

tem

pos

e m

ater

iais

12

1

x

Det

erm

ina

a qu

antid

ade

de te

mpo

s e

mat

eria

is

C

or P

rog

C

13

1 4,

00

x

E

nvia

par

a o

Ven

dedo

r D

14

1

5,00

x

Rec

ebe

da P

rogr

amçã

o

V

enda

s V

ende

d D

15

1

x

Lanç

a te

mpo

s e

cust

os d

os m

ater

iais

na

plan

ilha

16

1

x

E

nvia

o o

rçam

ento

par

a o

clie

nte

Figu

ra 2

0: F

luxo

gram

a pr

opos

to d

e or

çam

ento

par

a os

clie

ntes

.

Font

e: E

labo

rado

pel

o ac

adêm

ico.

Res

umo

Ativ

idad

e N

° de

Pas

sos

Tem

po (

min

) D

istâ

ncia

(m)

Ope

raçã

o

10

18

Tran

spor

te

5 5

24,0

0

Insp

eção

2

8

Atra

so

0 0

Arm

azen

. 0

0

Page 80: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

79

R

ES

UM

O

M

ELH

OR

IA

ATU

AL

PR

OP

OS

TO

D

IFE

RE

A %

RO

TIN

A

de

Pas

sos

Tem

po

(min

) D

istâ

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(m

) N

° de

P

asso

s T

empo

(m

in)

Dis

tânc

ia

(m)

de

Pas

sos

Tem

po (

min

) D

istâ

ncia

(m

)

Ope

raçã

o 10

50

0

10

18

0 0

(6

4)

0

Tran

spor

te

5 5

36

5 5

24

0

0

(33)

Insp

eção

2

6 0

2 8

0 0

33

0

A

traso

0

0 0

0 0

0 0

0

0

Arm

azen

amen

to

0 0

0 0

0 0

0

0

0

Func

ioná

rios

4

2

(50)

Figu

ra 2

1: R

esum

o do

orç

amen

to p

ara

os c

lient

es.

Font

e: E

labo

rado

pel

o ac

adêm

ico.

Page 81: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

80

No fluxo de operações em relação aos envio de orçamento ao cliente, a

sugestão é a redução de tempo para a efetivação do processo, a fim de tornar a

operação mais rápida.

Outra operação realizada pela empresa é a efetivação do pedido do cliente

e a fabricação do produto, conforme fluxogramas a seguir.

Page 82: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

Pro

cess

o:

Ven

das

Ass

unto

: P

rodu

ção

Iníc

io:

Efe

tivaç

ão d

a ve

nda

Fina

l:

Ent

rega

do

prod

uto

ao c

lient

e

Res

umo

Ativ

idad

e N

° de

Pas

sos

Tem

po (

min

) D

istâ

ncia

(m)

Ope

raçã

o

22

2550

Tran

spor

te

3 23

10

0,00

Insp

eção

3

27

Atra

so

0 0

Arm

azen

. 0

0

Page 83: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

82

Pas

so

N°.

Te

mpo

(m

in)

Dis

tânc

ia

(m)

OP

TRA

N

INS

P

DE

LAY

STO

RE

D

escr

ição

dos

Pas

sos

(O

que

)

Ond

e Q

uem

P

or

que

Qua

ndo

Com

o Q

uant

o

1 2

x

Ate

nde

o cl

ient

e

Ven

das

Ven

ded

A

2 12

x

O

bter

toda

s as

info

rmaç

ões

nece

ssár

ias

3 5

x

Ver

ifica

r se

o o

rçam

ento

é im

edia

to

4

5 6,

00

x

S

im. P

assa

da a

s in

form

açõe

s ao

enc

arre

gado

da

prod

ução

P

rodu

ção

5

1

x

N

ão. P

asse

par

a o

pass

o 23

.

6 20

2,

00

x

R

ealiz

a co

nfer

ênci

as d

e pe

ças

e en

via

OS

par

a P

CP

7

6

x

Fe

cha

OS

com

lanç

amen

tos

de h

oras

e e

nvia

fatu

ram

ento

8

13

3,00

x

x

Fatu

ram

ento

em

ite N

F, b

olet

o e

acio

na tr

ansp

orta

dora

Fa

tura

men

to

9

5 12

,00

x

E

ntre

ga p

rodu

to p

ara

tran

spor

tado

ra o

u cl

ient

e

10

2

x

Ver

ifica

r se

o m

ater

ial é

Kim

ak

P

rodu

ção

11

1

x

Não

. Seg

ue o

pas

so 2

3.

12

13

5,00

x

Sim

. Ven

dedo

r ab

re O

S, e

mite

rel

atór

io e

etiq

ueta

s e

envi

a pr

oces

so a

o P

CP

V

enda

s V

ende

d

13

15

4,00

x

Pro

gram

a te

mpo

s de

máq

uina

s e

envi

a pr

oces

so p

ara

dese

nho

14

1 12

,00

x

E

mite

des

enho

s e

os a

dici

ona

ao p

roce

sso

e en

via

para

eta

pa s

egui

nte

D

esen

hist

a

15

1

x

Faz

prog

ram

ação

CN

C e

env

ia p

ara

etap

a se

guin

te

P

rogr

amad

or

16

20

13,0

0 x

Sep

ara

mat

eria

is e

bai

xa-o

s na

s O

S e

env

ia p

ara

etap

a se

guin

te

A

lmox

arifa

do

17

2

x

C

oloc

a em

pro

duçã

o cf

e pr

ogra

maç

ão P

CP

Enc

. P

rodu

ção

18

2400

15

,00

x

Fa

bric

ação

do

prod

uto

19

5 20

,00

x

E

nvio

do

prod

uto

pron

to p

ara

expe

diçã

o

20

2

x

Exp

ediç

ão c

onfe

re a

peç

a e

envi

a O

S p

ara

PC

P

21

2

x

Fe

cha

OS

com

lanç

amen

to d

e ho

ras

e en

via

fatu

ram

ento

PC

P

22

S

egue

pas

sos

(8) e

(9)

23

5

x

E

mite

cke

ck-li

st e

env

ia p

ara

alm

oxar

ifado

e p

ara

dese

nho

V

ende

dor

24

3

x

R

eceb

e de

senh

os e

os

adic

iona

ao

proc

esso

, e e

nvia

par

a et

apa

segu

inte

Des

enhi

sta

25

22

3,00

x

Rec

ebe

mat

eria

is e

faz

rela

ção

e en

via

prog

ram

ação

Alm

oxar

ife

26

5

x

Fa

z pr

ogra

maç

ão C

NC

e e

nvia

par

a et

apa

segu

inte

Pro

gram

ador

27

13

5,

00

x

A

bre

OS

, em

ite r

elat

ório

e e

tique

tas

e en

via

proc

esso

ao

PC

P

V

ende

dor

28

6

x

Ju

nta

todo

o p

roce

sso,

pro

gam

ação

de

tem

po e

pas

sa p

ara

enca

rreg

ado

P

CP

29

Seg

ue p

asso

s (1

6), (

17),

(18)

, (19

), (2

0), (

21),

(22)

Figu

ra 2

2: F

luxo

gram

a at

ual d

e fa

bric

ação

do

prod

uto.

Font

e: E

labo

rado

pel

o ac

adêm

ico.

Page 84: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

83

Pro

cess

o:

Ven

das

A

ssun

to:

Orç

amen

to

Iníc

io:

Rec

epçã

o do

Clie

nte

Fi

nal:

E

nvia

o O

rçam

ento

Res

umo

Ativ

idad

e N

° de

Pas

sos

Tem

po (

min

) D

istâ

ncia

(m)

Ope

raçã

o

22

2483

Tran

spor

te

3 18

10

0,00

Insp

eção

3

13

Atra

so

0 0

Arm

azen

. 0

0

Page 85: ESTUDO EXPLORATÓRIO DO PROCESSO PRODUTIVO NA …siaibib01.univali.br/pdf/Leandro Imhof.pdf · Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa:

84

Pas

so

N°.

Te

mpo

(m

in)

Dis

tânc

ia

(m)

OP

TRA

N

INS

P

DE

LAY

STO

RE

D

escr

ição

dos

Pas

sos

(O

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Conforme figuras anteriores, percebe-se que a fabricação demanda de

uma série de operações, e a proposta seria a redução de tempos, o que vem a

ser possibilitado com a precisão das informações geradas pelo sistema de

informações.

4.3 Layout da empresa:

O layout da empresa foi se adequando para suprir todo seu fluxo de

atividades.

Assim, a empresa está instalada em um galpão, com iluminação média,

devido à altura do galpão, o que dificulta a iluminação chegar ao chão da fábrica

com luminosidade adequada. Não há como baixar as luzes ou criar pontos mais

baixos de iluminação devido à movimentação de materiais feita pela ponte

rolante.

A Figura 25 mostra o galpão da empresa.

Figura 25: Iluminação da empresa.

Fonte: Fornecido pela empresa (2008).

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Apesar da limpeza ser feita diariamente, existe sujeira no chão da fábrica e

nas máquinas verifica-se poeira e limalha de aço.

A temperatura é ambiente, ocorrendo ventilação com a abertura de portas

e janelas. Em dias muito quentes, a produtividade dos funcionários tende a cair

devido ao calor que fica dentro da fábrica.

Quanto aos ruídos, esses ocorrem em altos níveis por causa das

máquinas, e também pelo espaço físico ser reduzido.

A umidade também varia conforme o clima, apesar de não interferir na

qualidade do produto ou nas matérias-primas.

A empresa Kimak utiliza o layout por processo, que possui como

característica o agrupamento de todas as operações de um mesmo processo ou

tipo de processo. Todo corte a laser é feito em uma área, dobras em outra,

materiais puncionados ainda em outro local etc.

Explica Cury (2000), no layout pelo processo ou funcional, as máquinas

são agrupadas de acordo com a natureza da operação que é executada.

Na visão de Martins e Laugeni (2006), no layout por processo ou funcional

todos os processos e os equipamentos do mesmo tipo são desenvolvidos na

mesma área e também operações ou montagens semelhantes são agrupadas na

mesma área. O material se desloca buscando os diferentes processos.

A razão pode ser que seja conveniente para a operação mantê-los junto,

ou que dessa forma a utilização dos recursos transformadores seja beneficiada.

Isso significa que, quando produtos, informações ou clientes fluírem através da

operação, eles percorrerão um roteiro de processo a processo, de acordo com

suas necessidades. Diferentes produtos ou clientes terão diferentes

necessidades e, portanto, percorrerão diferentes roteiros através da operação.

As vantagens encontradas nesse tipo de layout são:

• facilita a utilização do equipamento;

• adapta-se a uma variedade de produtos e seqüências de operações;

• aceita demanda intermitente;

• presta-se a incentivo individual, elevando seu desempenho;

• permite continuidade de produção no caso de quebra de máquinas,

escassez de material, falta de pessoal etc.

A figura a seguir apresenta o layout da empresa kimak Ind. e Com.

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Conforme o layout da empresa, o estoque de materiais fica ao centro da

empresa, funcionando como um pulmão. O problema ocorre devido ao galpão ter

os setores abertos, o que facilita a retirada de materiais sem o almoxarife tomar

conhecimento.

A figura a seguir apresenta os gaveteiros, que são os locais onde as

chapas são armazenadas.

Figura 27: Gaveteiros.

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Quanto à circulação, os espaços dos corredores e entre as máquinas varia

entre 2m e 2,5m, buscando também proporcionar segurança aos funcionários e

facilidade na movimentação de materiais.

A figura a seguir mostra a empresa, onde as divisões são feitas pelas

próprias máquinas.

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Figura 28: Vista da entrada da empresa

Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

A opção da empresa em utilizar um galpão aberto, sem paredes, foi buscar

melhor movimentação dos materiais.

4.4 Fluxo de materiais:

À medida que os pedidos entram no setor de produção, o PCP é

programado.

A empresa não possui ponto de pedidos das matérias-primas, sendo

essas adquiridas quando solicitadas pelo PCP. Existe uma baixa quantidade

mantida em estoque de aço e chaparia, com a finalidade de suprir algum tipo de

assistência técnica às máquinas após entregues aos clientes e dentro do prazo

de garantia.

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Após a compra de materiais junto aos fornecedores, os produtos são

estocados em gaveteiros e na produção, sendo que alguns são alocados perto

das máquinas em que serão beneficiados.

Dentro da empresa, os produtos são manuseados pela Ponte Rolante,

Empilhadeira e paleteira (Jacaré).

Como o estoque encontra-se ao centro do galpão, ou seja, no meio da

produção, assim que o material é recebido do fornecedor ele é direcionado para a

máquina específica, aguardando a programação.

4.5 Pontos fortes e pontos fracos na área de produção:

Após a realização da pesquisa pôde-se observar que os principais pontos

fortes da empresa é a ausência de ociosidade de funcionários, pois todos

interagem nos processos e exercem papel importante.

Por outro lado, são observados como pontos fracos a falta de mão-de-obra

qualificada, havendo dificuldades na seleção e contratação de funcionários que

possuem experiência na área e conhecimentos técnicos no segmento industrial.

Por esse motivo, é desencadeado o segundo ponto fraco observado, que é

o elevado turn-over de funcionários, que acabam não se adaptando ao trabalho e

ao treinamento.

O treinamento na função e a precisão de cada atividade exercida é de

extrema importância para o funcionário, a fim de evitar acidentes, e para a

empresa, buscando minimizar erros, desperdícios, retrabalho, e a garantia de sua

qualidade.

O terceiro ponto encontrado é a falta de comprometimento dos

funcionários, principalmente em relação aos controles internos da empresa que

não são cumpridos, materiais movimentados em que não é dada baixa no

controle, peças danificadas durante o processo de produção que não são

informadas, haja vista que deverão sair novamente do estoque, gerando

desperdício de material, pois o controle de estoque não planeja a aquisição de

materiais para suprir peças defeituosas, e falta de precisão nos relatórios de

estoque.

O quarto ponto fraco destacado encontra-se na falta de espaço físico, haja

vista que a empresa foi crescendo, o mix de produtos foi ampliado, novas

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máquinas foram adquiridas e o galpão da empresa acabou ficando pequeno para

a movimentação de materiais.

O quinto ponto fraco é o sistema de informações da empresa, que não foi

adaptado às necessidades atuais da empresa.

O sistema de controle de estoques apresenta deficiências que geram

problemas de falta de materiais não previstas, devido à falta de precisão das

informações geradas pelo sistema.

O recebimento de materiais é feito de maneira precária, sem conferências

ou dada a entrada dos produtos conforme código de barras. A recepção não

possui um computador para que o funcionário possa conferir o pedido feito com a

quantidade entregue. A figura a seguir ilustra esta realidade da empresa.

Figura 29: Recebimento de materiais.

Fonte: Fornecido pela empresa (2008).

Outro problema ocorre quando algum material é tirado e não comunicado

ao almoxarife, desta forma acontecem furos no estoque. Isso ocorre devido ao

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almoxarifado ser no centro da fábrica, e não em uma área fechada e com

facilidade de ser controlado.

Outro gargalo na produção, considerado um dos principais, é o Jato de

microesferas, pois 80% da produção é jateada, e como só se pode fazer uma

peça por vez, esse processo requer muito tempo e acaba atrasando outras que

requeiram o mesmo processo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em função da grande concorrência no mercado mundial, as empresas

devem reduzir seus custos, e esta redução deve ser substancial, que cause

grandes diferenças no valor da venda do produto, ou seja, as organizações

buscam reinventar, reaprender e dar resultado, maximizando a eficiência das

atividades na cadeia produtiva da empresa, gerando alta qualidade dos produtos

e reduzindo custos, que hoje é uma das principais metas da empresa.

A eficiência da produção somente é alcançada quando todos os

processos fluem de maneira perfeita, não havendo gargalhos, retrabalho,

controles precisos e funcionários comprometidos.

Nesse sentido, o trabalho foi realizado no setor de produção da empresa

Kimak Ind. e Com. de Máquinas Knihs Ltda., localizada na cidade de Brusque.

Percebe-se que a empresa possui um fluxo de pedidos constante, mas que

devido a problemas de falta de comprometimento, sistema de informações

deficiente, controle de estoque com retiradas de materiais não informadas ao

almoxarife, acabam por gerar atrasos na produção, o que vem a acarretar em

níveis de satisfação baixo de seus clientes.

Sugere-se à empresa a implantação de um software mais preciso, com

módulos que forneçam informações a todos os funcionários envolvidos, além de

informações compartilhadas.

Outro ponto é a realização de treinamentos aos funcionários em diversas

áreas, a fim de desenvolvê-los e engajá-los às metas da empresa, buscando

comprometer os colaboradores e reduzir a rotatividade.

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APÊNDICE 1

Roteiro da entrevista

1. Quais os principais produtos produzidos pela empresa?

2. Quais os principais serviços?

3. Quais os principais cargos da área da produção?

4. Quais as atividades desempenhadas por cada cargo?

5. Quais as principais máquinas no setor de produção?

6. Quais os setores da empresa?

7. Qual o volume de produção mensal da empresa?

8. Como o trabalho é planejado?

9. Existe ociosidade dos funcionários?

10. Qual a jornada de trabalho semanal?

11. A empresa utiliza algum software para controle da produção? Caso sim,

como ele funciona, quais os principais módulos? Caso não, seus controles

são manuais?

12. A empresa utiliza algum software para controle de estoque? Caso sim,

como ele funciona, quais os principais módulos? Caso não, seus controles

são manuais?

13. Quais as deficiências que o sistema de informações da empresa possui?

14. Quais os pontos fortes do controle de estoques atual da empresa?

15. Quais os pontos fracos do controle de estoques atual da empresa?

16. De que forma o PCP é montado? Com base em pedidos ou em média de

vendas? Sistema puxado ou empurrado?

17. Como é classificada a iluminação da empresa?

18. E os ruídos?

19. Sujeira?

20. Temperatura agradável? Tem ventilação?

21. Por que os estoques não atendem de maneira eficiente a demanda da

produção?

22. Como os produtos são manuseados dentro da empresa?

23. Qual a distância do estoque até a produção? Como esses produtos são

movimentados?