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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM ASSISTENCIAL CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE UMA FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA CÁLCULO DE INDICADORES DE QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ESTUDO METODOLÓGICO Autora: Vitoria Regina Souza Pinto Orientadora: Prof.ª Dr.ª Simone Cruz Machado Ferreira Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde Niterói, dezembro de 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE UMA FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA

CÁLCULO DE INDICADORES DE QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM

ESTUDO METODOLÓGICO

Autora: Vitoria Regina Souza Pinto

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Simone Cruz Machado Ferreira

Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde

Niterói, dezembro de 2014

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CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE UMA FERRAMENTA

COMPUTACIONAL PARA CÁLCULO DE INDICADORES DE

QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

ESTUDO METODOLÓGICO

Dissertação apresentada ao

Programa de Mestrado Profissional

em Enfermagem Assistencial da

Escola de Enfermagem Aurora de

Afonso Costa da Universidade

Federal Fluminense como requisito

para a obtenção do Grau de Mestre.

Linha de pesquisa: O Contexto do

Cuidar em Saúde

Autora: Vitoria Regina Souza Pinto

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Simone Cruz Machado Ferreira

Niterói, dezembro de 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE UMA FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA

CÁLCULO DE INDICADORES DE QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM

ESTUDO METODOLÓGICO

Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde

Autora: Vitoria Regina Souza Pinto

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Simone Cruz Machado Ferreira

Banca: Prof.ª Dr.ª Simone Cruz Machado Ferreira – UFF

Profª. Dr.ª Margarethe Maria Santiago Rego – UFRJ Dr. João Luiz Fernandes – HUAP/UFF

Suplentes

Prof.ª Dr.ª Ana Karine Ramos Brum – UFF

Prof.ª Dr.ª Graciele Oroski Paes – UFRJ

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P 659 Pinto, Vitoria Regina Souza. Construção e análise de uma ferramenta computacional

para cálculo de indicadores de qualidade da assistência de enfermagem / Vitoria Regina Souza Pinto. – Niterói: [s.n.], 2014.

103 f.

Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial) - Universidade Federal Fluminense, 2014. Orientador: Profª. Simone Cruz Machado Ferreira.

1. Sistemas de informação em saúde. 2. Indicadores de

qualidade em assistência à saúde. 3. Processos de enfermagem. 4. Gestão da qualidade total. I. Título.

CDD 658.4038011

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“Qualquer coisa que vale a pena fazer,

vale a pena medir”.

Peter Copezio & Debora Morehouse

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais que, mesmo na

simplicidade do interior do Estado de

Minas Gerais, tiveram a visão de sempre

me incentivar em relação ao estudo, à

cultura e ao meu desenvolvimento

pessoal.

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Simone Cruz Machado Ferreira pelos

ensinamentos, carinho e contribuições tão valiosas ao me

conduzir neste novo aprendizado, e por acreditar na importância

do conteúdo desta pesquisa desde o início.

Ao meu esposo, Américo, de uma forma toda especial, que esteve

ao meu lado apoiando com seu carinho, compreensão,

cumplicidade e amizade nos momentos de empolgação, de

nervosismos e ataques de estresse, tornando minha caminhada

mais suave.

Aos meus filhos, familiares e amigos por entenderem os

momentos de ausências e pelos incentivos, ajuda e força nos

momentos críticos.

Aos enfermeiros das clínicas médicas, feminina e masculina, do

HUAP, participantes desta pesquisa, pela generosidade e

contribuições na construção deste estudo.

Às minhas colegas de turma, que caminharam ao meu lado, pelo

compartilhamento dos momentos de tensão e alegria, apoio e

ajuda de diferentes formas.

Aos professores do Mestrado Profissional e Assistencial, que nos

conduziram, compartilharam ensinamentos e experiências com

paciência, dedicação e palavras de incentivo.

E a DEUS, por todas as oportunidades que se apresentaram

nesta trajetória.

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Créditos profissionais

- Revisão de Português: Laïkos Serviços

- Tradução para o Inglês: Laïkos Serviços

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RESUMO

Trata-se de um estudo que tem como objeto a elaboração de uma ferramenta computacional para coleta de dados e cálculo de indicadores, para avaliação da qualidade da assistência de enfermagem, que permitirá fazer análise de causa e

consequência, e caracterizar o nível de atuação da enfermagem, identificando aspectos positivos ou negativos da assistência que vem sendo prestada ao paciente, com o objetivo de melhorá-la. Objetivos: Desenvolver uma ferramenta

computacional para mensuração de indicadores de qualidade da assistência de enfermagem; identificar os indicadores de qualidade da assistência de enfermagem na ótica dos enfermeiros das clínicas médica feminina e masculina,

estabelecendo articulação com os indicadores do manual de indicadores de enfermagem do Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar (NAGEH); construir uma ferramenta computacional para o registro das ocorrências relacionadas à

assistência de enfermagem e cálculo dos indicadores de qualidade de enfermagem; analisar os resultados dos testes com a ferramenta, a partir dos dados coletados nas clínicas médicas. Método: Trata-se de uma pesquisa

metodológica, que se refere às investigações dos métodos de obtenção, organização e análise de dados, para a elaboração, avaliação dos instrumentos e técnicas. Após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa com o CAAE nº

21758113.9.0000.5243, se deu a coleta de dados com a técnica de entrevista semiestruturada, realizada no período de fevereiro a maio de 2014, com os enfermeiros das clínicas médicas de um hospital universitário. Para este estudo o

caminho metodológico foi constituído de cinco fases: revisão bibliográfica, entrevista com os participantes da pesquisa, organização dos dados, análise dos dados, estruturação da planilha e teste do protótipo impresso e eletrônico nas

clínicas médicas. Resultados: Os dados obtidos com a entrevista evidenciaram os indicadores que poderiam ser elaborados, medidos e controlados nas clínicas médicas de acordo com a visão dos enfermeiros. Também possibilitou o registro

de outras informações e impressões acerca do trabalho e da gestão do cuidado desenvolvida nas clínicas, com a evidência de que a qualidade do cuidado decorre da avaliação das três dimensões: estrutura, processo e resultado. Na

ótica dos enfermeiros, os três indicadores de qualidade da assistência de enfermagem, prioritários para serem medidos e monitorados, compondo a ferramenta computacional proposta neste estudo foram: incidência de úlcera de

pressão, incidência de queda e incidência de flebite. Conclusão: O uso de uma ferramenta computacional de indicadores possibilitará, através da construção de um aplicativo WEB, pelo setor de Gerência e Tecnologia e Informação do

Hospital, o armazenamento dos dados referentes aos processos de assistência de enfermagem, e o mesmo ficará disponível para que a avaliação dos resultados dessa assistência seja realizada em tempo real, e o gerenciamento das

informações possa ser compartilhado entre diretor de enfermagem, gerentes e coordenadores da assistência, educação permanente e núcleo da segurança do paciente.

Descritores: Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde; Processos de Enfermagem; Sistemas de Informação em Saúde; Gestão de Qualidade Total.

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ABSTRACT

This is a study that has as its object the development of a computational tool for data collection and calculation of indicators, to assess the quality of nursing care, that will allow the analysis of cause and consequence, and to characterize the

level of performance of nursing, identifying positive or negative aspects of care that is being provided to patients in order to improve it. Objectives: Develop a computational tool to measure quality of nursing care indicators; identify indicators

of quality of nursing care in the perspective of nurses in female and male medical clinics, establishing liaison with indicators of the manual of indicators nursing of the Support Center for Hospital Management (NAGEH, in Portuguese); build a

computational tool for documenting events related to nursing care and calculation of nursing quality indicators; analyze test results with the tool, from the data collected in medical clinics. Method: It is a methodological research, which refers

to investigations of obtaining methods, organization and analysis of data for the preparation, evaluation of tools and techniques. After approval by the Ethics Committee on Research with CAAE No 21758113.9.0000.5243, the data was

collected by semi-structured interview technique, performed in the period from February to May 2014, with the nurses of medical clinics of a university hospital. For this, the methodological study consisted of five phases: literature review,

interviews with participants, data organization, data analysis, spreadsheet structuring, test of the printed and electronic prototype in medical clinics. Results: The data obtained from the interview shows the indicators that could be

developed, measured and controlled in medical clinics according to the view of nurses. Also enabled the recording of other information and impressions about the work and care management developed in clinics, with evidence that the quality of

care results from the evaluation of three dimensions: structure, process and outcome. In the view of nurses, the three priority indicators of quality of nursing care to be measured and monitored, making the computational tool proposed in

this study were: pressure ulcer incidence, incidence of falls and incidence of phlebitis. Conclusions: The use of a computational tool of indicators by building a web application will allow the storage of data on nursing care processes, by the

management, Technology and Information sector of the Hospital, which will be available for the evaluation the results of this assistance performed in real time, and will allow the management of information can be shared between the director

of nursing, managers and coordinators of care, continuing education and patient safety center. Keywords: Quality Indicators, Health Care; Nursing Process; Health Information

Systems; Total Quality Management.

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LISTA DE ABREVIATURAS

AGHU Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BVS Biblioteca Virtual em Saúde

CBA Consórcio Brasileiro de Acreditação

CCOS Comissão Conjunta de Acreditação de Organização de Saúde

CEPE Comissão de Educação Permanente

CMF Clínica Médica Feminina

CMM Clínica Médica Masculina

CQH Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar

DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

FNQ Fundação Nacional de Qualidade

GTI Gerência de Tecnologia e Informação

HUAP Hospital Universitário Antônio Pedro

IBQN Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear

MPEA Mestrado Profissional Enfermagem Assistencial

NAGEH Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar

NIR Núcleo de Internação e Regulação

OMS Organização Mundial de Saúde

ONA Organização Nacional de Acreditação

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

PGAQS Programa de Garantia e Aprimoramento de Qualidade em Saúde

PICC Cateter central de Inserção Periférica

PNHOSP Política Nacional de Atenção Hospitalar

PNIIS Política Nacional de Informação e Informática em Saúde

PNSP Programa Nacional de Segurança do Paciente

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

REHUF Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais

SD Serviço Diurno

SGIS Subcomitê de Governança de Informação em Saúde

SIH Sistema de Informação Hospitalar

SIS Sistema de Informação em Saúde

SN Serviço Noturno

SNIS Sistema Nacional de Informação em Saúde

SUS Sistema Único de Saúde

UFF Universidade Federal Fluminense

UPP Úlcera por Pressão

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TIC Tecnologias de Informação e Comunicação

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fluxograma de apresentação das etapas que

sucederam a revisão bibliográfica. Niterói, RJ, 2013

46

Figura 2 Fluxograma ilustrativo da etapa de revisão

bibliográfica. Niterói, RJ, 2013

48

Figura 3 Fluxograma ilustrativo da etapa do processo de coleta

de dados/pesquisa. Niterói, RJ, 2013

49

Figura 4 Fluxograma ilustrativo do processo de análise dos

dados da pesquisa. Niterói, RJ, 2014

51

Figura 5 Ficha técnica do indicador incidência de queda de

paciente do Hospital Universitário Antônio Pedro.

Niterói, RJ, 2014

63

Figura 6 Ficha técnica do indicador incidência de úlcera por

pressão. Niterói, RJ, 2014

64

Figura 7 Ficha técnica do indicador incidência de flebite.

Niterói, RJ, 2014

65

Figura 8 Fluxograma representativo do processo de

estruturação da planilha. Niterói, RJ, 2014

67

Figura 9 Visão da tela da planilha de coleta de dados do

arquivo Excel. Niterói, RJ, 2014

68

Figura 10 ABA MÊS da planilha de coleta de dados do arquivo

Excel. Niterói, RJ, 2014

69

Figura 11 ABA Ano da planilha de coleta de dados do arquivo

Excel que processa a consolidação mensal dos

dados. Niterói, RJ, 2014

72

Figura 12 ABA Índice da planilha de coleta de dados do arquivo

Excel que processa a consolidação dos indicadores

assistenciais de enfermagem. Niterói, RJ, 2014

73

Figura 13 Visão da tela do site do Programa Compromisso com

a Qualidade Hospitalar que apresenta o comparativo

relativo ao índice de queda entre os hospitais

participantes. Brasil, 2013

75

Figura 14 Gráfico das médias e índice dos indicadores de

queda, flebite e úlcera por pressão dos hospitais

participantes do Programa Compromisso com a

Qualidade Hospitalar. Brasil, 2013

76

Figura 15 ABA Gráfico que apresenta o índice de flebite da

clínica médica masculina do Hospital Universitário

Antônio Pedro. Niterói, RJ, jun.-out. 2014

77

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Figura 16 ABA Gráfico que apresenta o índice de queda da

clínica médica masculina do Hospital Universitário

Antônio Pedro. Niterói, RJ, jun.-out. 2014

78

Figura 17 Fluxograma representativo do processo do teste de

protótipo nas clínicas médicas do Hospital

Universitário Antônio Pedro. Niterói, RJ, 2014

79

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Perfil dos enfermeiros participantes da pesquisa. Niterói, RJ,

2014

53

Quadro 2 Indicadores citados pelos enfermeiros de forma livre que

avaliam a qualidade da assistência. Niterói, RJ, 2014

56

Quadro 3 Indicadores do manual NAGEH mais relacionados por grau

de prioridade pelos participantes da pesquisa. Niterói, RJ,

2014

60

Quadro 4 Justificativas dos enfermeiros ao escolherem os indicadores

do Manual NAGEH. Niterói, RJ, 2014

61

Quadro 5 Comparativo dos indicadores obtidos pela livre proposição

dos enfermeiros e os obtidos pelo grau de prioridade

relacionados no Manual NAGEH. Niterói, RJ, 2014

62

Quadro 6 Comparativo de indicadores dos hospitais participantes do

Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar. Brasil,

2013

74

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SUMÁRIO

RESUMO vii

ABSTRACT viii LISTA DE ABREVIATURAS ix LISTA DE FIGURAS x

LISTA DE QUADROS xii 1 INTRODUÇÃO 15 1.1 Questões norteadoras 18

1.2 Objetivos 18 1.2.1 Objetivo geral 18 1.2.2 Objetivos específicos: 18

1.3 Justificativa e relevância 18 2 CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL 21 2.1 Política de informação e informática em saúde no SUS 21

2.2 A busca da qualidade no contexto do HUAP 25 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 28 3.1 Avaliação da qualidade em saúde 28

3.2 Indicadores de qualidade 33 3.3 Manual NAGEH 38 4 METODOLOGIA 41

4.1 Caracterização do estudo 41 4.2 Local do estudo 41 4.3 Participantes da pesquisa 43

4.4 O percurso metodológico 43 4.5 Análise dos dados 44 4.6 Aspectos éticos da pesquisa 44

5 O MOVIMENTO DA PESQUISA NAS CINCO FASES DO PERCURSO METODOLÓGICO

46

5.1 Revisão bibliográfica 46

5.2 Entrevista com os participantes e organização dos dados 49 5.3 Análise dos dados e resultados 51 5.3.1 Perfil dos participantes 52

5.3.2 Indicadores propostos pelos enfermeiros 54 5.3.3 Definição dos indicadores para a ferramenta 62 5.4 Estruturação da planilha/produto 67

5.4.1 Aba 1: Aba “mês” de coleta de dados identificada pelos meses do ano

69

5.4.2 Aba 2: Aba “ano” de consolidação dos dados mensais

identificada com o nome ano

72

5.4.3 Aba 3: Aba “índice” de consolidação dos indicadores identificada com o nome índice

73

5.4.4 Aba 4: Aba “gráfico” de consolidação dos indicadores em forma de gráficos

77

5.5 Teste do protótipo impresso e eletrônico nas clínicas

médicas/ produto

79

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 81

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7 REFERÊNCIAS 84

APÊNDICES 92 Apêndice 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 92

Apêndice 2. Relação de artigos selecionados na revisão

bibliográfica

94

Apêndice 3. Instrumento de coleta de dados: roteiro de entrevista 96

Apêndice 4. Indicadores da assistência listados no Manual

NAGEH

98

Apêndice 5. Indicadores da assistência listados no Manual NAGEH indicados pelos enfermeiros segundo grau de prioridade

99

ANEXOS 100 Anexo I. Parecer Consubstanciado do CEP 100 Anexo II. Memorando da Diretoria de Enfermagem para o GTI 103

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1. INTRODUÇÃO

Este estudo está vinculado à linha de pesquisa O contexto do cuidar em

saúde do Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial (MPEA), e o objeto

é a elaboração de uma ferramenta computacional para coleta de dados,

entendendo que o cálculo de indicadores vai favorecer a avaliação da qualidade

técnica da assistência de enfermagem. A finalidade da ferramenta é caracterizar o

nível de atuação da enfermagem, identificando aspectos positivos e negativos da

assistência que vem sendo prestada ao paciente, com o objetivo de melhorá-la.

O interesse inicial por esse tema está relacionado com os objetivos da

direção de enfermagem do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), que vem

desenvolvendo esforços para que estratégias sejam criadas para avaliação e

monitoramento da assistência prestada, com vistas a uma gestão de qualidade e

segurança do paciente.

O processo de construção dos indicadores de qualidade da assistência de

enfermagem no HUAP iniciou-se em fevereiro de 2011, por solicitação da diretoria

de enfermagem, que entendia que a utilização de indicadores iria permitir o

monitoramento, avaliação da qualidade da assistência e identificação de

estratégias para a sua melhoria. Este é um trabalho que a Comissão de Educação

Permanente (CEPE) do HUAP, da qual participo desde 2008, tem grande

interesse que seja desenvolvido no hospital, pois, através dele poderemos avaliar

a qualidade da assistência de enfermagem prestada na instituição, rever os

processos de trabalho e necessidades de treinamentos, e assim investir na

capacitação contínua dos profissionais em uma busca constante de melhorias.

Para que toda a equipe de enfermagem do HUAP entendesse e se

envolvesse com a importância do trabalho que seria desenvolvido, a primeira

ação da CEPE foi fazer uma palestra sobre o tema Indicadores de Qualidade na

Enfermagem. Ao longo do ano de 2011, por um tempo, os membros da CEPE, os

gerentes de enfermagem e coordenadores da assistência tiveram reuniões

semanais, com o propósito inicial de listar os indicadores adequados para cada

setor ou gerência. Nesta fase do processo, foi percebida a dificuldade dos

enfermeiros em construir e selecionar os indicadores de cada área, sendo

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elencado por eles um número muito grande de indicadores, e todos considerados

como muito importantes. Diante do impasse de quais indicadores seriam

importantes e de como poderiam ser coletados dados para calcular tantos

indicadores, esse trabalho ficou parado por um período, mas sempre era

lembrado pela Diretoria de Enfermagem e CEPE. Dessa forma, continuamos, em

paralelo a outros trabalhos, a discussão sobre a importância de trabalharmos com

indicadores na gestão de enfermagem.

Por meio de busca sistemática na literatura sobre o tema, foi possível

perceber a evolução das metodologias de gestão pela qualidade, bem como de

uma crescente necessidade de coletar, tabular e analisar dados a fim de

identificar desvios e racionalizar processos1. Observou-se também que os

hospitais que implantaram o sistema de gestão por indicadores utilizaram

ferramenta informatizada, e a mesma constituiu-se em facilitadora no processo de

coleta e tratamento dos dados para calcular os indicadores determinados.

Os trabalhos pautados em medidas de avaliação ou indicadores que

monitoram a qualidade em saúde têm sido cada vez mais requeridos, tanto por

fontes pagadoras quanto por órgãos acreditadores nacionais e internacionais,

impondo-se como real necessidade para os profissionais de saúde que se

inquietam diante dos novos desafios2. Nesta perspectiva, cada vez mais os

gestores de saúde estão preocupados com a qualidade assistencial prestada nas

unidades de saúde do país, considerando que as exigências dos cidadãos se

tornam maiores, pois se encontram mais conscientes de seus direitos e com

melhor nível de informação.

Partindo da premissa que a análise comparativa de indicadores de

resultado dos cuidados de saúde constitui importante instrumento para o

monitoramento do desempenho dos prestadores de serviços, sobretudo daqueles

que prestam cuidado hospitalar3, entendemos que o uso de indicadores de

qualidade para nortear ações no plano de gestão das unidades de saúde é muito

valioso.

Neste trabalho, entende-se indicadores de qualidade como medidas

usadas para ajudar a diagnosticar uma situação existente, avaliar mudanças ou

tendências durante um período de tempo, e avaliar qualitativamente e

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quantitativamente, as ações de saúde executadas4. Na seleção dos indicadores

para esta pesquisa usamos o Manual de Indicadores de Enfermagem do Núcleo

de Apoio à Gestão Hospitalar (NAGEH)5, ano 2012, que está fundamentado na

metodologia de avaliação empregada no Programa Compromisso com a

Qualidade Hospitalar (CQH).

Vale ressaltar que a elaboração de indicadores destaca-se como uma

estratégia para aferir a qualidade assistencial, e a aplicação desses indicadores

possibilita comparações, internas e externas, das instituições em relação aos

seus processos de trabalho, subsidiando, dessa forma, a avaliação dos serviços e

a tomada de decisão por parte dos gestores. Portanto, devem ser de fácil análise

e interpretação e, ainda, compreensíveis para todos os usuários da informação.

Assim, o alcance das metas de melhoria da qualidade e do desempenho de

uma instituição requer que a gestão de processos seja baseada em dados,

informações e análises confiáveis6. Dados são sinais que não foram processados,

correlacionados, integrados, avaliados ou interpretados de qualquer forma7,

contudo, é ressaltado que os dados constituem a matéria prima para a

informação8.

Entende-se que pela integração e interpretação de vários dados e

informações o conhecimento é obtido7 e transformado em indicadores, cuja

finalidade é medir a produção de programas e serviços, bem como estabelecer

metas a serem alcançadas para o bem-estar da população9. Para que os

resultados possam ser monitorados, permitindo que as informações possam ser

geradas e trabalhadas de forma contínua, a utilização de uma ferramenta da

computação, que possibilita o processamento das informações, desde a captura

do dado até a sua transformação em indicadores disponíveis à gerência, de uma

forma organizada e sistematizada, irá interferir no modo de atuação dessa

gerência, com vistas a melhorar a qualidade do atendimento da assistência

prestada.

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18

1.1 Questões norteadoras

Neste movimento de reflexão acerca da importância da utilização de

indicadores de qualidade da assistência de enfermagem, na gestão do serviço e

na prática diária do trabalho dos enfermeiros, surgiram os seguintes

questionamentos:

Quais seriam os indicadores assistenciais priorizados pelos enfermeiros da

clínica médica do HUAP?

Como os indicadores poderiam ser mensurados de forma clara e

fidedigna?

De que maneira a ferramenta possibilitará o cálculo e a monitorização dos

indicadores de qualidade da assistência de enfermagem?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Desenvolver uma ferramenta computacional para mensuração de

indicadores de qualidade da assistência de enfermagem.

1.2.2 Objetivos específicos:

Identificar os indicadores de qualidade da assistência de enfermagem na

ótica dos enfermeiros das clínicas médica feminina e masculina,

estabelecendo articulação com os indicadores do Manual NAGEH;

Construir uma planilha informatizada para o registro das ocorrências

relacionadas à assistência de enfermagem e cálculo dos indicadores;

Analisar os resultados dos testes com a ferramenta a partir dos dados

coletados nas clínicas médicas.

1.3 Justificativa e relevância

A busca pela qualidade, tão exigida hoje nos hospitais, pode ser auxiliada

através da implantação de programas de qualidade e desenvolvimento de um

sistema de coleta de dados específicos para monitoramento desses hospitais10.

No entanto, para que esse processo tenha sucesso, algumas questões têm que

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19

ser trabalhadas nas instituições. Primeiro, será necessário que toda a instituição

esteja envolvida e comprometida. Segundo, o uso de ferramentas, como

indicadores de qualidade, pode ajudar no controle de processos e no

planejamento de ações estratégicas para a tomada de decisão9-11.

As instituições, ao adotarem indicadores como ferramenta gerencial para

aferir a qualidade do cuidado de enfermagem, devem construir uma cultura de

avaliação, preconizando uma orientação educativa, com o olhar voltado para a

melhoria contínua da assistência prestada12.

A gestão da produção da informação assistencial é parte importante dos

processos de gestão da qualidade da assistência e não deve ser tratada como

uma tarefa menor e isolada, pois depende e impacta sobre todas as atividades

desenvolvidas no hospital, por isso a importância da valorização da informação11.

Contudo, deve-se considerar a realidade de cada país e instituição, as

variações culturais e da prática clínica, a disponibilidade dos sistemas de

informação e a capacidade dos sistemas de saúde e dos hospitais para

implementar programas de monitoramento da qualidade que sejam efetivos13.

Utilizar recursos da tecnologia de informação através do desenvolvimento de

software permite aplicativos para capturar, transferir e transformar dado em

informação. É de responsabilidade de todos os envolvidos neste processo, a

coleta, organização, distribuição e disponibilização da informação14-16. E cabe

exclusivamente aos enfermeiros estabelecer quais dados são essenciais para os

registros eletrônicos relativos à assistência de enfermagem17, no caso específico,

registros que venham a gerar indicadores de qualidade que possam embasar as

ações de melhoria contínua nos processos da assistência de enfermagem18-19.

Nessa perspectiva, depreende-se que uma ferramenta de computação

pode ajudar no processamento das informações geradas no processo de trabalho

das instituições de saúde, principalmente da enfermagem, considerando que, em

seu trabalho, produz informações importantes para os gestores assistenciais e

administrativos. Certamente, os indicadores quando consolidados de forma

sistemática e fidedigna, através de um processo informatizado, em que são

manuseados com facilidade e precisão, vão gerar números, tendências e

comparações com o que for definido como benchmark dos processos, e serão

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importantes aliados dos gestores para subsidiar as tomadas de decisão13,17,20-23 e

cumprir metas de segurança, objetivando um cuidado que seja seguro, eficaz e

eficiente.

Entendemos, portanto, que a proposta de desenvolvimento de uma

ferramenta computacional será importante, pois também poderá ser um dos elos

de comunicação entre as equipes de enfermagem e o trabalho gerencial, de modo

a garantir que o fluxo das informações venha das equipes executoras (da ponta

para o nível gerencial) de maneira uniforme e padronizada. E, por consequência,

permitirá que seja criado um banco de dados que poderá ser utilizado e

consultado por profissionais de saúde, com acompanhamento das informações

mês a mês, desde a coleta dos dados até a análise dos resultados obtidos.

Vale ressaltar que esta ferramenta permitirá que os enfermeiros gerentes e

coordenadores da assistência possam avaliar a qualidade da assistência, tomar

decisões e acompanhar o processo de trabalho, baseados em uma tecnologia da

informação que possibilitará análises compatíveis com referenciais adequados,

melhorando a qualidade das decisões e ações gerenciais. Existe ainda a

possibilidade de que, através da identificação das necessidades, poderão realizar

interferências nos processos de trabalho e programar ações preventivas e

corretivas de melhoria nas unidades de internação em parceria com a educação

permanente/continuada da enfermagem do HUAP.

Para o ensino e pesquisa, possibilitará que professores planejem seu foco

de estudo às necessidades dos pacientes internados, baseados em referenciais

reais e atualizados, disponibilizados através de um instrumento válido, articulando

interesses práticos e teóricos com as demandas do serviço e dos pesquisadores.

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2. CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL

2.1 Política de informação e informática em saúde no SUS

Desde a década de 1980 os sistemas de informação, em paralelo ao

desenvolvimento da informática, vêm ganhando importância nas diversas esferas

da sociedade e das instituições, mas foi na década de 1990 que de fato

aconteceu a implantação desses sistemas voltados para a gestão da assistência

a pacientes.

Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS)24, em 1988, e a sua

regulamentação, em 1990, a prestação de serviços de saúde foi descentralizada

para a esfera municipal, o que fez aumentar as necessidades e as demandas de

informação para gestão do setor. Houve, então, o redimensionamento da área de

informação em saúde e a reestruturação dos sistemas existentes, com melhor

utilização dos recursos informacionais disponíveis. A própria Lei Orgânica do SUS

(Lei n. 8080, de 19 de setembro de 1990) previu essa necessidade, traduzida pela

instituição do Sistema Nacional de Informação em Saúde (SNIS), quando no Art.

47 dispõe: O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e

municipais do SUS, organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de

informações em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo

questões epidemiológicas e de prestação de serviços.

A política de informação e informática25 se insere no SUS, quando no

capítulo II da lei nº 808024 encontra-se no artigo 7º os princípios que norteiam as

ações e os serviços que integram o SUS. Destacam-se aqui os princípios

relacionados com a política de informação e informática em saúde: integralidade

de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e

serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso

em todos os níveis de complexidade do sistema; direito à informação, às pessoas

assistidas, sobre sua saúde; divulgação de informações quanto ao potencial dos

serviços de saúde e sua utilização pelo usuário; descentralização político-

administrativa, com direção única em cada esfera de governo; e organização dos

serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

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Em 2003, o Ministério da Saúde definiu a elaboração da política de

informação e informática em saúde como um de seus objetivos setoriais

prioritários, e durante a 12ª Conferência Nacional de Saúde, realizada de 7 a 11

de dezembro de 2003 e publicada em 2004, foi deliberada uma proposta de

Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS), Nesta ocasião,

foi debatida a elaboração e a implementação de políticas articuladas de

informação, de modo a reforçar a democratização da informação, articulando e

integrando o SUS com sistemas de base de dados municipais, estaduais e

federal, para a produção de informações de interesse para a população25.

Em 2005, como subsídio à Conferência Nacional de Comunicação,

Informação e Informática em Saúde, aconteceu o Seminário Nacional de

Comunicação Informação e Informática em Saúde em Brasília (DF), que debateu

sobre a política de informação em construção, a fim de estabelecer um pacto

nacional pela democratização e qualidade da comunicação e informação em

saúde26.

A intenção de construir uma política nacional de informação de saúde é

que ela seja utilizada pelos três níveis de governo (União, Estados e Municípios),

de forma descentralizada, com uma coordenação central, para garantir que os

vários sistemas, nacional e privado, possam trocar informações entre si

(interoperabilidade), tendo como objetivo fornecer conhecimento em saúde a

setores governamentais de todos os níveis. Com a informação disponibilizada, e

com dados de qualidade, tem-se como avaliar e revelar a realidade dos serviços

prestados25.

A PNIIS tem como propósito: promover o uso inovador, criativo e

transformador da tecnologia da informação. E, dessa maneira, melhorar os

processos de trabalho em saúde, resultando em um sistema nacional de

informação em saúde articulado para produzir informações e gerar conhecimento

a todos. E, através da ampliação de acesso das informações, garantir ganhos em

eficiência e qualidade dos serviços, contribuindo para a melhoria da situação de

saúde da população26.

Ao entendermos que o sistema de saúde necessita de informações que

permitirão o conhecimento, o acompanhamento e a avaliação constante da

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situação em saúde, é possível concluir que o Sistema de Informação em Saúde

(SIS) é parte dos sistemas de saúde, integrando suas estruturas organizacionais.

E uma de suas atribuições é a organização da produção das informações,

possibilitando o acompanhamento dos processos, assim como o monitoramento e

avaliação das ações executadas e o impacto destas sobre a situação saúde27. O

SIS tem como propósito transformar dados em informações, subsidiando os

gestores nas suas decisões28.

Desde a revolução apresentada pelo advento da internet e com o avanço

das tecnologias de informação, foi exigido do Estado uma modernização e

flexibilização na condução de seus trabalhos e serviços, de forma a tornar-se

mais eficiente, moderno e integrado. Daí a importância da interoperabilidade

tecnológica para a integração de sistemas de redes, troca de dados entre

sistemas, considerando também a existência de um legado de sistemas,

plataformas de hardware e software instalados29.

Assim sendo, o Ministério da Saúde publicou, em 31 de agosto de 2011, a

Portaria nº 207330 que regulamenta e define o uso de padrões de

interoperabilidade e informação em saúde no âmbito do SUS, nos níveis

Municipal, Distrital, Estadual e Federal e para os sistemas privados e do setor de

saúde suplementar. Em 2012 publicou a Portaria nº 1583, de 19 de julho de

201231, visando o cumprimento da Lei nº 12.527 que versa sobre a lei de acesso

à informação.

A interoperabilidade dos SIS tem destaque na PNIIS, pois se pretende ter

mais transparência e segurança das informações através do uso de recursos de

informática. Em 18 de outubro de 2012, a minuta da portaria que regulamenta o

uso de padrões de interoperabilidade para a troca de informações entre os SIS do

SUS, foi colocada para consulta pública para contribuições e, em janeiro de 2013,

para as deliberações da reunião do Subcomitê de Governança de Informação em

Saúde (SGIS)32. Este documento propõe a efetivação da PNIIS objetivando uma

melhor governança no uso dos recursos de informática, possibilitando um avanço

na qualidade dos serviços com benefícios à coletividade no que se refere à

democratização da informação e da comunicação em saúde33. Assim, espera-se

que a PNIIS possa promover a sustentabilidade de políticas públicas nacionais,

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24

com ênfase no compartilhamento da informação como estratégia para promover a

descentralização do processo decisório32.

Informações estratégicas são disponibilizadas através do SUS para que os

gestores possam avaliar e planejar as tomadas de decisões, como os indicadores

de saúde; informações de assistência à saúde no SUS (internações hospitalares,

produção ambulatorial, imunização e atenção básica); rede assistencial

(hospitalar e ambulatorial); morbidade por local de internação e residência dos

atendidos pelo SUS; estatísticas vitais (mortalidade e nascidos vivos); recursos

financeiros, informações demográficas, epidemiológicas e socioeconômicas34.

O Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) é disponibilizado pelo

Ministério da Saúde, através do Departamento de Informática do Sistema Único

de Saúde (DATASUS), onde são processados os registros do atendimento do

paciente internado35. De um modo geral, a avaliação de serviços de saúde utiliza

indicadores gerados a partir desse sistema de informação para balizar as

decisões dos serviços de saúde36.

No contexto hospitalar, os sistemas de informações são considerados base

para a gestão; a aplicabilidade de um sistema de informação no cotidiano de

trabalho dos profissionais de saúde é notável, e deve servir de suporte para as

decisões no âmbito da gestão. Espera-se que a informatização promova

transformações no cotidiano dos profissionais de saúde, contribuindo para uma

maior efetividade da informação, visto a sua importância no processo de trabalho

de gerenciamento e avaliação37.

Nesta perspectiva, o relatório de pesquisa apresentado pelo Comitê Gestor

de Internet no Brasil sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação

nos estabelecimentos de saúde brasileiros, TIC Saúde 2013, mostra que quase a

totalidade das instituições de saúde utiliza computadores (94%) e internet (91%)

em suas atividades, mas apresentam algumas lacunas significativas, como

equipamentos obsoletos e baixa velocidade de conexão com a internet, aliados a

uma insuficiência de treinamento e capacitação das equipes para o uso de

tecnologias. Mostra também que o déficit de infraestrutura é maior nos

estabelecimentos responsáveis pela área da atenção básica. Aponta que entre os

médicos (86%) e enfermeiros (90%) existe a percepção sobre o impacto positivo

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25

causado pelo uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no

ambiente de trabalho, tanto nos processos, procedimentos e resultados

alcançados, levando à melhoria da eficiência dos processos e na qualidade do

atendimento38.

A gestão da produção de informação assistencial é parte importante dos

processos de gestão da qualidade da assistência11, por serem geradas a partir

dos registros dos profissionais que atuam diretamente com o paciente na gestão

do cuidado. Os registros realizados pela equipe de enfermagem fornecem

informações sobre a assistência prestada, e asseguram a comunicação entre os

membros da equipe de saúde, garantindo a continuidade das informações entre

os plantões e profissionais, sendo os registros indispensáveis para a

compreensão do paciente de uma forma global39.

O sistema de informação constitui um suporte para que as instituições

possam atingir metas e objetivos, sendo considerado um instrumento de apoio

para a gestão e avaliação da assistência ao paciente. Umas das contribuições da

informatização para a gestão estão relacionadas à monitorização de indicadores

de qualidade e segurança, ou seja, à coleta, armazenamento, recuperação e

análise crítica dos dados13.

2.2 A busca da qualidade no contexto do HUAP

No HUAP, o Programa de Gestão pela Qualidade Total foi uma iniciativa

que começou em 1997, a partir da necessidade de dotar o hospital com uma

gestão moderna baseada em princípios de qualidade. Para isso foram abordados

os aspectos da qualidade, desde os métodos e processos de funcionamento, até

a organização normativa e a capacidade de seu pessoal. Este programa ficou sob

a orientação do Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear (IBQN)40.

Para definir os objetivos do programa, a formulação do planejamento

estratégico, e os processos críticos para determinação de diretrizes e priorização

das ações, todos os níveis de diretores e chefias da área técnica e administrativa,

assim como professores das faculdades de ciências médicas foram envolvidos e

participaram de cursos, workshops e comissões. Foi elaborado um cronograma

para o desenvolvimento em cinco anos. Após a avaliação dos processos críticos

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foram construídos planos de ação, com o objetivo de viabilizar a estratégia de

tornar a instituição um centro de excelência para o ensino, a pesquisa e a

assistência41. A metodologia proposta pelo IBQN apoiava-se em três elementos

básicos: a satisfação do cliente, a gerência de processo e a gestão estratégica de

qualidade.

Por várias razões, que não serão analisadas aqui, o projeto Programa da

Qualidade Total não progrediu além do diagnóstico situacional, mas desde essa

época permaneceu a filosofia para a melhoria da qualidade da assistência,

buscando sempre uma gestão baseada na qualidade dos serviços.

Atualmente, no HUAP, aponta-se a necessidade de reestruturação de

metas e ações obedecendo às diretrizes estabelecidas pelo Decreto nº 7.082, de

27 de janeiro de 2010, que instituiu o Programa Nacional de Reestruturação dos

Hospitais Universitários Federais (REHUF)42.

Dentre as diretrizes estabelecidas pelo REHUF, destaca-se a melhoria dos

processos de gestão, e como propostas de ações relacionadas a ela se tem:

a) A melhoria nos processos de trabalho para gerir com qualidade, segurança

e de forma humanizada a atenção prestada à clientela interna e externa;

b) A implantação de um novo modelo de gestão administrativa;

c) A revisão da estrutura organizacional do HUAP;

d) A implantação do novo sistema informatizado de gestão hospitalar,

Aplicativo de gestão para hospitais universitários (AGHU);

e) A certificação do HUAP no modelo de Acreditação Hospitalar da

Organização Nacional de Acreditação (ONA).

A gestão atual do HUAP tem se mostrado sensível e interessada na efetiva

avaliação e melhoria contínua da qualidade e segurança do cuidado ao paciente.

Desta forma, vem buscando, desde 2011, por meio do programa de Acreditação e

Certificação do Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços de

Saúde, que utiliza os padrões, propósitos e elementos de mensuração

estabelecidos pela Joint Commission International, desenvolver um processo de

avaliação do hospital para melhorar a segurança e a qualidade do cuidado ao

paciente, garantir um ambiente seguro e trabalhar, constantemente, para reduzir

os riscos ao paciente e aos profissionais.

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27

Após a realização dessa avaliação, foi elaborado pelos componentes da

instituição credenciada pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), um

relatório detalhado do processo diagnóstico organizacional da instituição aos

gestores do HUAP. A partir dessas observações, a direção do hospital sentiu

necessidade de adequar-se, antes, às exigências da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), visto ser esta uma pré-condição para iniciar o

processo de acreditação, e uma melhor reestruturação do serviço de pessoal,

para dar prosseguimento ao processo de acreditação.

A partir de junho de 2014, o HUAP criou o núcleo de segurança do hospital,

composto por uma equipe multiprofissional, com vistas a atender a Portaria

MS/GM nº 529, de 1º de abril de 201343, e desenvolver uma cultura de qualidade

e segurança institucional.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Avaliação da qualidade em saúde

A partir da década de 1950, no período pós-guerra, a preocupação com a

qualidade, advinda do contexto industrial, se intensifica, e estudiosos e

estatísticos passam a se dedicar mais ao estudo deste tema. Neste contexto,

destaca-se a publicação de livros sobre essa temática, com a introdução

sistemática dos métodos e práticas de gestão de qualidade, sendo enfatizada a

trilogia de J. M. Juran, que compreende três processos: o planejamento, o

controle e a melhoria da qualidade44. Tem destaque também a metodologia de

administração de William Edward Deming, implementada no Japão com ênfase na

qualidade total.

Esse movimento de avaliar a qualidade também começa ocorrer nos

serviços de saúde, e no Brasil iniciou há mais de 50 anos, com referências a

estudos sobre a aplicação de métodos de controle estatísticos. É possível afirmar

que a evolução do tema “Qualidade na área da saúde” toma força no Brasil a

partir de 1970, quando o Ministério da Saúde publicou normas e portarias sobre

esta temática45.

Neste trabalho, a ênfase em avaliação está ligada ao processo de melhoria

da qualidade. Avaliar pode ser entendido como diagnosticar uma realidade e a

partir daí estabelecer as medidas de intervenção para melhorar os processos de

trabalho46.

Os conceitos de qualidade, de gestão e gerenciamento são

tradicionalmente analisados sob a abordagem de Avedis Donabedian47, autor de

grande referência quando se trata do tema avaliação em serviços de saúde.

Segundo esse autor, avaliar é manter os serviços de saúde monitorados

continuamente para detectar e corrigir precocemente os desvios dos padrões, e

assim aperfeiçoar e desenvolver os serviços avaliados. Para ele, a qualidade do

cuidado decorre da avaliação da assistência através de três dimensões: estrutura,

processo e resultado48, ressaltando que para se compor uma atividade

assistencial são necessários indicadores que avaliem o aspecto dessa

assistência49.

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29

A estrutura prioriza os requisitos básicos para a um atendimento de

qualidade na assistência prestada. Envolve desde a estrutura física,

disponibilidade de equipamentos até a capacitação dos indivíduos. Nessa

dimensão são observados os recursos físicos, humanos, materiais e financeiros50-

51.

O processo corresponde às atividades desenvolvidas entre os profissionais

de saúde e os pacientes. Implica-se na inter-relação entre o prestador e o

receptor do cuidado. Envolve a organização da assistência desde os processos

de relacionamento administrativo, assistencial, educativo e pesquisa, a

documentação dos processos, treinamento dos profissionais, rotinas e o uso de

indicadores para tomada de decisões de gestores e gerentes e as auditorias

internas50-51.

O resultado, por sua vez, é a qualidade final da assistência prestada, ou

seja, a consequência da assistência prestada, permitindo uma comparação com

outras referências e a análise comparativa com outros serviços e instituições50-51.

Alguns anos depois, Donabedian ampliou esses princípios, e afirmou que a

qualidade do cuidado de saúde é definida por sete atributos, denominados “Sete

Pilares da Qualidade”, quais sejam: eficácia, efetividade, eficiência, otimização,

aceitabilidade, legitimidade e equidade52. Portanto, a qualidade da assistência não

é avaliada somente através do desenvolvimento técnico ou da prática da

assistência, mas também através desse conjunto de atributos.

Desde os estudos de Donabedian, em 1989, sobre a garantia de qualidade

e com o apoio da Organização Mundial da saúde (OMS), que conceitos sobre

qualidade passam a ser mais difundidos e métodos para monitorar e avaliar a

qualidade técnica da atenção à saúde passam a ser mais discutidos53

Com o reconhecimento do sucesso do movimento da qualidade no Japão,

pelos norte-americanos, e com a valorização da teoria da qualidade de Deming, o

tema da qualidade ganha projeção, surgindo uma nova filosofia para o

desenvolvimento de uma cultura da qualidade, denominada como Gestão da

Qualidade Total50.

Se no início dos anos 1980 a qualidade era centrada na dimensão técnica,

ou seja, na capacidade dos profissionais da saúde em desempenhar práticas

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30

assistenciais adequadas ao conhecimento técnico cientifico, no final dessa

década, o foco são os processos gerenciais, como a certificação de qualidade e a

acreditação institucional. E já nos anos 1990, em um terceiro momento, é

valorizada a visão do paciente na avaliação da qualidade, sobre a ótica técnica e

organizacional das instituições que oferecem o serviço de saúde, priorizando a

satisfação do paciente, com ênfase na humanização e valorização das relações

entre os profissionais e os pacientes53.

Desde a década de 1990 as instituições de saúde vêm, gradativamente,

desenvolvendo esforços e estratégias para aderir aos programas de avaliação da

qualidade e conseguirem a certificação, com a preocupação de garantir uma

assistência com qualidade54. Neste período, a OMS passou a considerar a

acreditação como componente estratégico para a melhoria de qualidade na

América Latina, sendo realizado, em Brasília, o Seminário Nacional sobre

Acreditação, com a apresentação do Manual de Acreditação elaborado pela

Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Este manual serviu de

instrumento para que o processo de acreditação fosse mais difundido nas

instituições de saúde55.

Acreditação é um processo no qual uma entidade, geralmente não

governamental, avalia a instituição de saúde para determinar se ela atende a uma

série de requisitos (padrões) criados para melhorar a segurança e a qualidade do

cuidado e tem se consolidado como excelente metodologia de avaliação de

qualidade dos serviços de saúde em todo o mundo56.

A partir de 1994 iniciou-se o Programa de Qualidade do Ministério da

Saúde com o intuito de promover a cultura de avaliação da qualidade. No ano

seguinte, este assunto passou a ser mais discutido, sendo criado o Programa de

Garantia e Aprimoramento de Qualidade em Saúde (PGAQS). Em São Paulo foi

criado o Programa CQH, que busca monitorar os indicadores de saúde dos

hospitais particulares e, posteriormente, também de hospitais do Estado.

Em 1997 foi criado o CBA no Rio de Janeiro, e foi estabelecida a avaliação

e certificação de serviços de saúde como estratégia prioritária do Ministério da

Saúde, dando-se início ao Projeto Acreditação Hospitalar45, tendo por finalidade o

desenvolvimento de avaliações e ações de aprimoramento da qualidade. No

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31

mesmo ano o CBA, tendo como assessoria a Joint Commission realiza um

seminário para a elaboração de um programa nacional de acreditação hospitalar.

Assim, foi lançado em 1998, o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar e, em

1999, foi criada a ONA com o objetivo de criar o sistema de avaliação para a

certificação dos serviços de saúde57.

A acreditação enquanto método de avaliação externa da qualidade dos

serviços de saúde visa assegurar a excelência dos procedimentos médicos e

garantir a segurança das ações de saúde. Ela afeta todas as partes envolvidas no

sistema, desde os profissionais da área técnica, passando pela área

administrativa, até os usuários do sistema. A solicitação da avaliação para iniciar

o processo de acreditação é feita pelo diretor da instituição, por decisão

voluntária, e nesse período é verificada a conformidade da estrutura, dos

processos e dos resultados comparados com os padrões pré-estabelecidos. Tem

caráter educativo e as principais vantagens são a segurança para os pacientes e

profissionais, a qualidade da assistência e melhoria contínua, o uso de

instrumentos e ferramentas para gerenciamento54.

Instituições acreditadas têm o reconhecimento público sobre a adequação

das suas práticas de gestão aos padrões de qualidade, referendados por

entidades nacionais e/ou internacionais, com o objetivo principal de melhoria da

qualidade dos serviços prestados48.

Nesta busca contínua pela qualidade, pode-se afirmar que os conceitos de

qualidade nos serviços de saúde vêm evoluindo e novos parâmetros são

adicionados44 e conceitos de qualidade passaram a ser relacionados com a

segurança do paciente, sendo a segurança considerada como mais um atributo

da qualidade do cuidado50.

Desde 1999, quando foi publicado, pelo Instituto de Medicina dos Estados

Unidos, o documento “Errar é humano: construindo um sistema de saúde mais

seguro”, a preocupação com a segurança do paciente passou a ser uma tônica,

com a constatação do grande número de pacientes que morriam nos hospitais

americanos em razão dos danos causados durante a prestação dos cuidados. Em

2002, na 55ª Assembleia Mundial da Saúde ficou adotado o lema “Qualidade da

atenção: segurança do paciente”, para que fosse despertada a atenção ao

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32

problema da segurança. Em 2004, foi criada Aliança Mundial para a Segurança

do Paciente para que esse tema fosse discutido internacionalmente. Em 2007,

durante a 27ª Conferência Sanitária Pan-Americana, foi priorizado para os

Estados-Membros, através de resolução, a segurança do paciente e a qualidade

da atenção nas políticas de saúde e programas setoriais, com a promoção de

uma cultura organizacional e pessoal de segurança do paciente e da qualidade

dos cuidados prestados58.

No Brasil, desde 2007, com a mobilização da OPAS/OMS em parceria com

a Anvisa, o tema segurança do paciente já faz parte da agenda política do

governo. A partir de 1º de abril de 2013 foi instituído o Programa Nacional de

Segurança do Paciente (PNSP), por meio da Portaria MS/GM nº 52943, para

monitorar e prevenir danos na assistência à saúde e, assim, contribuir para a

qualificação do cuidado em saúde, em todos os estabelecimentos de daúde do

território nacional, quer públicos, quer privados.

No artigo 3º da portaria supramencionada, é definido como um dos

objetivos específicos do PNSP a promoção e apoio a implementação de

iniciativas voltadas à segurança do paciente, por meio dos Núcleos de Segurança

do Paciente nos Estabelecimentos de Saúde, que deverá, entre tantas ações,

desenvolver uma cultura de segurança do paciente, como o estímulo a uma

prática assistencial segura; o envolvimento do cidadão na sua segurança; a

inclusão do tema no ensino; e o incremento de pesquisa sobre o tema.

Desse modo, políticas e programas vêm sendo implantadas pelo Ministério

da Saúde para contribuir com o PNSP, tendo sido recentemente instituída,

através da Portaria nº 3.390, de dezembro de 2013, a Política Nacional de

Atenção Hospitalar (PNHOSP)59, que estabelece as diretrizes para a

reorganização do componente hospitalar da Rede de Atenção à Saúde, cujo

capítulo III, que trata dos eixos estruturantes sobre as responsabilidades das

esferas de gestão, estabelece os mecanismos de controle, regulação,

monitoramento e avaliação das ações realizadas no âmbito hospitalar, por meio

de indicadores de desempenho e qualidade.

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33

3.2 Indicadores de qualidade

A busca da qualidade em saúde é definida como o grau de conformidade

com padrões e critérios estabelecidos, e para medir quantitativamente as

variações nos comportamentos desses critérios e padrões é que utilizamos os

indicadores de qualidade52.

Os indicadores de qualidade permitem avaliar se o nosso processo está

bom, ruim ou no nível do nosso objetivo. Apoiam-se em fórmulas básicas da

estatística e podem variar desde uma simples contagem direta de casos até o

cálculo de proporções, razões, taxas ou índices60. É através da aplicação das

fórmulas, por meio dos dados coletados, que o valor é obtido, sendo utilizado

como subsídio para o planejamento das ações, análise de programas e

treinamentos, ou mesmo para o gerenciamento da rotina de trabalho.

Podemos abordar o sentido e aplicabilidade dos indicadores da qualidade

retrocedendo às noções de medida, padronização e qualidade. As medidas são

parâmetros que já eram encontradas na história antiga. Grandes construções na

Mesopotâmia com seus palácios, e no Egito com suas pirâmides, já implicavam

que seus blocos de pedra tivessem dimensões que fossem controladas para

serem encaixadas corretamente. Também a padronização está ligada a

necessidade de comunicação do homem, com o som assumindo significados

específicos, como no nascimento da escrita; com a escrita cuneiforme dos povos

sumérios e os hieróglifos dos egípcios61.

Trazendo esses conceitos para época mais recente, medida, padronização

e qualidade foram utilizadas na revolução industrial, quando máquinas passaram

a ser construídas em série, e as peças tinham que ter a mesma dimensão

(medida), definidas do mesmo modo (padronização), e não poderiam apresentar

defeitos (qualidade). Esse processo foi se desenvolvendo e passando a ser mais

crítico para a indústria, principalmente na 2ª Grande Guerra, pois foi exigida da

indústria uma mobilização para o desenvolvimento e produção de armamento,

canhões, tanques, aviões e carros de guerra entre outros, onde partes desses

produtos eram construídas em um local, e montados em outros. A necessidade

que todos os componentes tivessem suas características, físicas, químicas e

dimensionais padronizadas, e com parâmetros mínimos de qualidade, passou a

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ser imperiosa.

Assim, foram desenvolvidos diversos modos de controle para que a gestão

da qualidade do produto final fosse eficiente. A partir daí, com a necessidade da

indústria em desenvolver a produção de produtos em série, ou seja, com as

mesmas características, foram surgindo soluções para a gestão dos processos.

Atualmente podemos encontrar gestão de processos em todas as atividades de

nosso dia a dia, sem que percebamos, e indicadores de qualidade são utilizados

pelas empresas particulares e estatais para avaliar a eficiência e a qualidade de

produtos e serviços.

Um indicador pode ser definido como um sensor que auxilia a verificar se

os objetivos propostos foram alcançados ou não47. A Joint Comission International

entende indicador como uma medida utilizada para determinar, através do tempo,

o desempenho de funções, processos e resultados de uma instituição62.

Indicador, também é definido como um valor quantitativo realizado ao longo

do tempo, que permite obter informações sobre características, atributos e

resultados de um serviço, sistema ou processo63.

Portanto, os indicadores de qualidade são unidades de medida que

chamam a atenção para que processos específicos nas instituições devam ou não

sofrer revisões e reavaliações45. E são considerados como informações que

permitem descrever, classificar, ordenar, comparar ou quantificar de maneira

sistemática aspectos de uma realidade e que atendam às necessidades dos

tomadores de decisões64.

O indicador tem como componentes63:

a) O valor numérico (relação matemática);

b) O referencial comparativo, que é um valor arbitrado ou convencionado para

o indicador, utilizado como padrão de comparação;

c) As metas, que são os índices arbitrados para os indicadores, a serem

alcançados num determinado período de tempo;

d) A fórmula de obtenção do indicador que determina como o valor numérico

(índice) é obtido.

Os indicadores podem ser de estrutura, processos e resultados52. De estrutura

entendem-se, fundamentalmente, os aspectos de estrutura físico-funcional,

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equipamentos, segurança e qualificação de pessoal52. Alguns exemplos são:

distribuição de técnicos e auxiliares de enfermagem x leito, distribuição de

enfermeiros x leito, horas de treinamento de profissionais de enfermagem, taxa de

absenteísmo de enfermagem, média de permanência, taxa de rotatividade de

enfermagem50-51.

Os indicadores de processos baseiam-se na inter-relação entre

profissionais de saúde e o receptor dos cuidados. Correspondem à organização e

sistematização das atividades de assistência pela definição e controle dos

processos críticos, por meio do estabelecimento da padronização das rotinas52.

Exemplos são: incidência de queda do paciente, incidência de úlcera por pressão,

incidência de flebite, incidência de não conformidade da administração de

medicamentos, incidência de extubação não programada, perda de sonda

nasogastroenteral, incidência de obstrução de cateter venoso central, taxa de

acidente de trabalho de profissionais de enfermagem50-51.

Já a dimensão dos resultados corresponde ao que se espera de um

determinado processo, de seu desempenho, qualidade ou produção, implicando o

monitoramento dos processos, a partir do estabelecimento de indicadores.

Permite a identificação de oportunidades de melhoria ou correções, no caso da

ocorrência de desvios em relação aos objetivos52. Exemplos desse tipo de

indicador são: taxa de mortalidade, taxa de ocupação, taxa de infecção hospitalar,

satisfação do cliente/paciente, média de permanência50-51.

Para ser aceitos e definidos como bom, os indicadores devem possuir

algumas características ou atributos, isto é, são exigidos alguns requisitos do

indicador52, tais como:

a) Disponibilidade/mensurabilidade: facilidade de obtenção dos dados para

cálculo do indicador;

b) Confiabilidade: devem ser capazes de reproduzir os mesmos resultados se

medido por diferentes pessoas em diferentes meios e diferentes épocas,

quando aplicados em condições similares;

c) Validade: é a capacidade de medir o que se pretende. Deve ser sensível e

especifico, isto é, se refletir as características de outro fenômeno deixa de

ter validade;

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d) Simplicidade: facilidade de ser compreendido. Significa facilidade de

cálculo a partir de informações básicas, quanto mais simples de buscar,

calcular e analisar, maior a chance e oportunidades de utilização;

e) Discriminatoriedade: deve ter o poder de refletir diferentes níveis

epidemiológicos ou operacionais, mesmo entre áreas com particularidades

distintas;

f) Sensibilidade: deve ser capaz de distinguir as variações ocasionais de

tendências do problema numa determinada área;

g) Abrangência: deve sintetizar o maior número possível de condições ou

fatores diferentes que afetam a situação que se quer descrever;

h) Objetividade: deve ter um objetivo claro, aumentando a fidedignidade do

que se busca;

i) Baixo custo: baixo custo de obtenção, pois indicadores com altos custos

financeiros inviabilizam sua utilização rotineira, sendo deixados de lado;

j) Utilidade: os processos de coleta e processamento dos dados

disponibilizam um enorme arsenal de informações que devem ser

utilizados para a tomada de decisão;

k) Rastreabilidade: facilidade de identificação da origem dos dados, seu

registro e manutenção;

l) Comparabilidade: facilidade de ser comparado interno e externamente

(benchmarking).

Sendo uma ferramenta de gestão, ele deve ser sempre analisado à luz da

estrutura onde está sendo coletado e tratado. O gestor não pode perder de vista

características que o referencial pré-definido (benchmark utilizado) talvez não

possua. As ações podem ser tratadas para que se tenha a melhoria contínua dos

processos, sempre planejando as ações de forma que possam ser executadas.

Os gestores de enfermagem tem que definir os indicadores de qualidade que

efetivamente podem ser aplicados, sem, no entanto, buscar soluções fáceis para

gerar indicadores burocráticos, com metas fáceis de serem atingidas. Na

enfermagem eles devem ser construídos com participação dos enfermeiros, de

modo que a coleta da informação seja consensual e com os objetivos conhecidos.

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Ao selecionarmos os indicadores que queremos trabalhar, fazemos a

montagem de sua ficha técnica, em que seguimos uma sequência de itens que

devem ser observados, para que possam mostrar clareza e objetividade ao que

se pretende medir, devemos medir o que tem relevância, significado e utilidade.

Esta ficha deve ser cuidadosamente especificada, de maneira a proporcionar uma

padronização para obtenção do indicador desejado e, consequentemente,

possibilitar uniformidade de entendimento no serviço e obter resultados

confiáveis, para serem utilizados nas comparações internas e externas.

A ficha técnica de um indicador deve conter52:

a) Nome do indicador;

b) Objetivo do indicador ou meta;

c) Fórmula do indicador;

d) Tipo do indicador;

e) Fonte de informação (local onde de onde é retirada a informação);

f) Método da coleta;

g) Frequência; nº de vezes que será medido em determinado período;

h) Responsável: pela produção e coleta dos dados, pelos limites de acesso

ao dado e pela análise e divulgação;

i) Fatores explicativos da variação no indicador: podem ser fatores

relacionados ao paciente, aos profissionais e à organização.

O trabalho com indicador é o primeiro passo para evidenciar as ações de

uma instituição. Daí a necessidade de mantermos as séries históricas e uma

quantidade de indicadores que de fato sejam efetivos e meçam os riscos,

produtividade, qualidade e custo, e o mais importante, que os resultados obtidos

sejam divulgados pelos gestores e gerentes65.

Podemos finalizar afirmando que a criação de indicadores é de suma

importância para avaliarmos a qualidade, pois podem ser usados nos diferentes

momentos do ciclo de gestão, permitindo o diagnóstico, o monitoramento, a

avaliação da execução, a revisão do planejamento, a correção dos desvios, a

avaliação dos resultados e impactos verificados. Proporciona a identificação de

oportunidades de melhoria dos serviços e mudanças positivas em relação ao

alcance da qualidade a um custo razoável47.

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3.3 Manual NAGEH

O NAGEH5 é um subgrupo do programa CQH, que é formado por

profissionais de diferentes hospitais e visa estimular a troca de informação e

melhoria da qualidade dos serviços, por meio da criação, padronização e

validação de indicadores. Desenvolve atividades voltadas para a melhoria da

gestão hospitalar, e tem o objetivo de fazer a mensuração e a comparação

coletiva dos indicadores de enfermagem nos serviços de saúde.

O Programa CQH foi criado em 1991, inspirado nos trabalhos da Comissão

Conjunta de Acreditação de Organização de Saúde (CCOS) dos Estados Unidos,

e mantido pela Associação Paulista de Medicina e pelo Conselho Regional de

Medicina de São Paulo, e tem como finalidade avaliar a qualidade dos serviços

prestados aos usuários dos hospitais de São Paulo e outros da Federação,

baseado no registro, na análise de dados, na aferição da adequação dos serviços

em conformidades com suas normas e critérios. A adesão das instituições a esse

programa é voluntária.

Este programa tem como missão contribuir para a melhoria contínua da

qualidade do atendimento nos serviços de saúde mediante metodologia

específica de avaliação e monitoramento dos indicadores. Atualmente integram o

programa cerca de duzentos e dois hospitais.

Esta é uma metodologia difundida pela Fundação Nacional de Qualidade

(FNQ), que mantém um convênio com o CQH e, juntas, atuam na área de saúde

e hospitalar. Fundamenta-se em monitorar os indicadores institucionais, na

autoavaliação e na realização de visitas aos hospitais participantes. A

monitorização dos indicadores é realizada a partir do recebimento mensal dos

resultados de indicadores enviados pelos hospitais participantes. Esses

resultados são analisados estatisticamente e elaborados relatórios que,

trimestralmente, são enviados às instituições participantes.

O Manual de Indicadores de Enfermagem NAGEH5 encontra-se na sua

segunda edição. Coordenadoras do núcleo, junto com diretores e gerentes de

enfermagem de estabelecimentos de saúde envolvidos com este programa,

participaram do projeto de revisão dos indicadores existentes e da inclusão de

novos indicadores. O manual apresenta as fichas técnicas detalhadas de

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indicadores de enfermagem, sendo que quinze são relacionados a aspectos

assistenciais e dez são relacionados à gestão de pessoas. E, em anexos,

encontramos a Escala de Braden, Escore de risco e Escala de classificação de

flebite, e também as orientações para os gestores que tem interesse que sua

instituição participe do Grupo de Indicadores de Enfermagem do NAGEH, com as

respectivas fichas de termo de participação, identificação do estabelecimento

hospitalar e o fluxograma de participação.

Os indicadores assistenciais relacionados neste manual servirão de base

teórica, no sentido de subsidiar o processo de escolha dos indicadores da

assistência pelos sujeitos dessa pesquisa, pois os mesmos já se encontram

validados por vários hospitais que participam desse programa.

A seguir, estão listados os indicadores da assistência propostos neste

manual que determinam a incidência de:

1) Queda de paciente

2) Extubação não planejada de cânula endotraqueal

3) Saída não planejada de sonda oro/nasogastroenteral para aporte

nutricional

4) Úlcera por pressão - unidade de internação adulto

5) Úlcera por pressão - unidade de terapia intensiva adulto

6) Lesão de pele

7) Erro de medicação

8) Quase falha relacionada ao processo de administração de medicação

9) Flebite

10) Perda de cateter central indicador

11) Perda de cateter venoso central

12) Extravasamento de contraste

13) Extravasamento de droga antineoplásica em pacientes em atendimento

ambulatorial

14) Extravasamento de droga antineoplásica em pacientes internados

15) Instrumentais cirúrgicos com sujidade.

Assim, de acordo com as coordenadoras responsáveis pela elaboração

desse manual, a premissa básica desse documento é nortear o caminho a ser

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percorrido pelas instituições, baseando-se no emprego de uma mesma

metodologia, para monitorização dos indicadores através de revisões sistemáticas

e periódicas para garantir a manutenção do processo5.

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41

4. METODOLOGIA

4.1 Caracterização do estudo

Trata-se de uma pesquisa metodológica, que é definida como aquela que

se refere às investigações dos métodos de obtenção, organização e análise dos

dados, tratando da elaboração, validação e avaliação dos instrumentos e

técnicas66.

Também é definida como o estudo que se refere à elaboração de

instrumentos de captação ou de manipulação da realidade67, neste sentido, pode-

se afirmar que no presente estudo, busca-se a elaboração de uma ferramenta

para a coleta e análise de dados com a finalidade de calcular os indicadores de

qualidade da assistência de enfermagem, aqui entendido como uma planilha

informatizada. Nesta pesquisa, foi apreendida a ótica dos enfermeiros sobre os

indicadores da qualidade de assistência de enfermagem e utilizou-se para tal

movimento a abordagem qualitativa, pois para estabelecer o grau de prioridade

dos indicadores foi trazida a subjetividade dos enfermeiros expressa de forma

objetiva na ferramenta.

A pesquisa qualitativa se preocupa com a realidade que não pode ser

medida, procura compreender e explicar a dinâmica das relações sociais,

estabelecendo um vínculo com o mundo objetivo e a subjetividade68. Neste

estudo, a abordagem qualitativa se justifica, quando o envolvimento dos

enfermeiros no processo de construção da planilha se faz necessário, para

implicá-los e inseri-los como sujeitos no processo de gestão do cuidado.

4.2 Local do estudo

Esta pesquisa foi realizada no Hospital Universitário Antonio Pedro

(HUAP), tendo como cenário as clínicas médicas, masculina e feminina, situadas

respectivamente no 6º e 7º andar do referido hospital.

A estrutura organizacional do hospital é hierarquicamente composta por um

diretor geral médico, com três diretorias; diretoria administrativa, médica e de

enfermagem.

A diretoria de enfermagem, por sua vez, é constituída pelo diretor de

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enfermagem e seu assistente; seis gerentes de enfermagem, que são

responsáveis por áreas específicas e afins; cinco supervisores de enfermagem

que atuam nos finais de semana, feriados e no período noturno, e ainda é

assessorada pela comissão de educação permanente e comissão de feridas.

Subordinados hierarquicamente dos gerentes, temos os enfermeiros

coordenadores da assistência, que são responsáveis pela organização,

supervisão e avaliação das unidades na parte assistencial e administrativa. Em

seguida, temos os enfermeiros plantonistas, distribuídos em seis plantões de doze

horas, que atuam na assistência direta ao paciente com uma equipe de técnicos e

auxiliares de enfermagem sob a sua responsabilidade.

Quanto à estrutura funcional, as clínicas médicas funcionam de forma

ininterrupta, com 20 leitos, distribuídos em cinco enfermarias, com diferentes

especialidades, e possui uma equipe de enfermagem composta por um

enfermeiro coordenador, seis enfermeiros plantonistas, e grupos de três a quatro

técnicos e/ou auxiliares de enfermagem por plantão. A escala de plantão é de 12

horas de trabalho por 60 horas de descanso, divididas em dois turnos, serviço

diurno (SD) e serviço noturno (SN). Os pacientes internados são procedentes do

ambulatório e emergência do HUAP, cujo processo de internação é coordenado

pelo Núcleo de Internação e Regulação (NIR).

Quanto à estrutura física, as duas enfermarias de clínica médica são

semelhantes, com posto de enfermagem, sala pequena de preparo de medicação,

sala de curativo e guarda de material, separadas das enfermarias por dois

corredores. Possui cinco enfermarias, sendo três compostas com quatro leitos,

uma com cinco e uma com três leitos, todos com camas elétricas, com suas

respectivas mesas de cabeceira. Um banheiro comum grande no fim do corredor,

com boxes para chuveiros elétricos e vasos sanitários separados, porém não

possuem barras de segurança. As enfermarias possuem janelas com tela

protetora, algumas com película para proteção do sol, e todas têm ventilador de

teto.

Cada clínica médica possui um computador conectado à internet e a

intranet, e são utilizados para consultas e preenchimento de admissão e alta pelo

secretário administrativo, equipe médica e equipe de enfermagem.

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43

As clínicas médicas foram escolhidas pela semelhança no processo

assistencial e gerencial quanto à demanda e complexidade do cuidado prestado,

com pacientes internados de média e alta complexidade. Também porque estão

submetidas à mesma coordenação de gerência de enfermagem. É um local de

atuação de vários profissionais de saúde, equipes médicas e seus residentes,

equipes de enfermagem e seus residentes, equipe de nutrição, assistente social,

professores da escola de medicina e de enfermagem e respectivos alunos de

graduação e pós-graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF).

4.3 Participantes da pesquisa

Participaram desse estudo 14 enfermeiros, sendo um gerente de

enfermagem, responsável pelas duas clínicas; dois enfermeiros coordenadores da

assistência, um de cada clínica; e onze enfermeiros plantonistas.

Como critério de inclusão, selecionamos servidores ativos do quadro

permanente (estatutários) e do processo seletivo (temporários), que atuam nas

unidades de clínica médica. A inclusão deles no estudo se fez por estarem ativos

e pertencerem efetivamente à escala mensal das clínicas médicas no período da

coleta de dados, sem que o momento disponibilizado para a entrevista

comprometesse suas obrigações profissionais. A aceitação em participar da

pesquisa se deu mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

No período da realização das entrevistas, de março a maio de 2014, foi

excluído um enfermeiro que estava afastado de suas atribuições para tratamento

de saúde.

4.4 O percurso metodológico

Para este estudo o caminho metodológico foi constituído de cinco fases:

1ª Fase: Revisão bibliográfica

2ª Fase: Entrevista e organização dos dados

3ª Fase: Análise e Resultados dos dados

4ª Fase: Estruturação da planilha

5ª Fase: Teste do protótipo da ferramenta computacional em modelo

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impresso e eletrônico nas clínicas médicas.

Por tratar-se de uma pesquisa metodológica, o detalhamento de cada fase

se deu no capítulo a seguir, com a utilização de representação gráfica acerca de

cada uma, com os elementos que significam o movimento no percurso e a sua

respectiva descrição. Assim, neste caminho é também apresentada a análise dos

dados referente ao perfil dos participantes e de sua escolha no que se refere à

prioridade dos indicadores.

4.5 Análise dos dados

A análise dos dados é o momento em que se devem estabelecer

articulações entre o conteúdo encontrado como resultado da pesquisa e a

fundamentação teórica do estudo, no sentido de atingir os objetivos com base nas

questões norteadoras. Nesse estudo foram obtidos dados através da questão

aberta e da questão fechada.

Após a coleta dos dados discursivos, inicia-se a análise dos mesmos

utilizando a seguinte estratégia: preparação e descrição do material bruto, ou

seja, consiste na transcrição das entrevistas na íntegra. Depois, a redução dos

dados, na qual os dados são agrupados de acordo com os pontos de

convergência. A seguir, o processo de codificação, que consiste na atribuição de

categorias a partes dos discursos bem circunscritas, que apresentam unidades

conceituais69. Da análise dos dados encontrados de forma estruturada, emergiu o

perfil dos participantes e suas escolhas no que se refere à prioridade dos

indicadores nas clínicas médicas. Enfatizando que foi realizada a tabulação dos

dados obtidos, o que possibilitou a sua interpretação.

4.6 Aspectos éticos da pesquisa

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética e Pesquisa do Hospital

Universitário, em 15/11/2013, sob o parecer nº 458.862, registro CAAE:

21758113.9.0000.5243, de acordo com a Resolução nº 466/2012.

A coleta de dados iniciou-se após assinatura do TCLE pelos participantes

da pesquisa (Apêndice 1), após esclarecimentos quanto aos objetivos, à garantia

do seu anonimato, à participação voluntária e autorização do uso de gravador de

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áudio.

Ao término da pesquisa os conteúdos referentes às entrevistas serão

armazenados em arquivo, de modo seguro e sigiloso por cinco anos e após este

período serão destruídos.

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5. O MOVIMENTO DA PESQUISA NAS CINCO FASES DO

PERCURSO METODOLÓGICO

5.1 Revisão bibliográfica

Figura 1. Fluxograma de apresentação das etapas que sucederam a revisão bibliográfica. Niterói, RJ, 2013

Fonte: Pinto VRS, 2014

A busca bibliográfica para este estudo teve por objetivo identificar a

produção científica sobre gestão e avaliação da qualidade na assistência de

enfermagem, baseada em indicadores de qualidade gerados por um sistema

informatizado, tendo como questão de pesquisa: a utilização de uma ferramenta

computacional para geração de indicadores de qualidade pode auxiliar a gerência

na avaliação da qualidade da assistência?

Os descritores utilizados foram: indicadores de qualidade em assistência à

saúde, gestão de qualidade total, processos de enfermagem e sistemas de

informação em saúde. A busca ocorreu através do cruzamento entre dois

descritores por vez, utilizando o operador booleano AND, sendo mantido

constante o descritor indicadores de qualidade em assistência à saúde. Realizou-

se a seleção dos artigos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/BIREME) nas

bases de dados MEDLINE e LILACS, nos meses de maio e junho de 2013.

Estabelecemos como critério de inclusão: artigos publicados nos últimos

dez anos (2003 a 2013), nos idiomas português, espanhol e inglês, indexados nas

Pesquisa

bibliográfica

Questão de

pesquisa

Identificação

de produção científica

Manual

NAGEH

Sistema

informatizado;Avaliação;

Qualidade;

Indicadores

Indicadores

assistenciais NAGEH

Fundamentação

teórica do estudo

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47

bases de dados acima mencionadas. E definimos como critério de exclusão:

monografias e relatórios de pesquisa, artigos que não estivessem disponibilizados

on-line no formato completo e os repetidos.

Através destas pesquisas nas bases de dados, MEDLINE e LILACS, com o

cruzamento dos descritores indicadores da qualidade em assistência à saúde e

gestão da qualidade total foram encontrados 961 artigos; com o cruzamento dos

descritores indicadores da qualidade em saúde e processos de enfermagem,

encontramos 221 artigos; e com o cruzamento dos descritores indicadores da

qualidade em saúde e sistemas de informação em saúde, encontramos 349

artigos.

Com a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão mencionados acima,

os artigos ficaram reduzidos a 93, no primeiro cruzamento de descritores; 56, no

segundo cruzamento; e a 71, no terceiro cruzamento.

A partir das leituras dos resumos e textos encontrados, foram selecionados

18 artigos, conforme ilustra o fluxograma abaixo.

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Figura 2. Fluxograma ilustrativo da etapa de revisão bibliográfica. Niterói, RJ, 2013

Fonte: Pinto VRS, 2014

Ao analisar os 18 textos selecionados na busca bibliográfica, sintetizados

em um quadro analítico (Apêndice 2), podemos afirmar que os autores concordam

que, nos dias atuais, a utilização de recursos computacionais que permitem

operacionalizar a implantação de um sistema de informação é de suma

importância para qualificar os processos de trabalho, implicando na melhoria da

gestão da qualidade da assistência prestada ao paciente.

Alguns artigos evidenciam as vantagens que os sistemas de informações

podem proporcionar à gestão do trabalho, tanto na área administrativa como na

assistencial, através do monitoramento dos processos e avaliação das ações.

Tornando-se, dessa forma, uma ferramenta de apoio com o objetivo de melhorar

e promover a qualidade da assistência.

GESTÃO DA QUALIDADE

TOTAL

SISTEMAS DE

INFORMAÇÃO EM SAÚDE

961 ARTIGOS 349 ARTIGOS

93 71

5 10

BVS / BIREME

INDICADORES DE QUALIDADE EM SAÚDE

AND

PROCESSOS DE

ENFERMAGEM

221 ARTIGOS

APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE INCLUSÃO/ EXCLUSÃO

56

ESTUDOS SELECIONADOS

3

18 TEXTOS SELECIONADOS

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49

Desta forma, a fundamentação teórica do estudo foi construída a partir dos

conteúdos dos artigos selecionados nesta busca bibliográfica. Entretanto, para

melhor apropriação de conceitos aplicados, foram utilizados livros, como também

o Manual de Indicadores de Enfermagem NAGEH, que apresenta as fichas

técnicas detalhadas de indicadores de enfermagem, que são relacionados a

aspectos assistenciais e à gestão de pessoas.

5.2 Entrevista com os participantes e organização dos dados

Figura 3. Fluxograma ilustrativo da etapa do processo de coleta de dados/pesquisa.

Niterói, RJ, 2013

Fonte: Pinto VRS, 2014

A coleta de dados iniciou-se após aprovação do projeto de pesquisa pelo

Comitê de Ética e foi realizada através de encontros com cada enfermeiro, após

contato prévio, para que pudéssemos marcar dia e horário mais adequados para

as entrevistas. Os encontros aconteceram nas dependências do hospital, em local

reservado, nos meses de março a abril de 2014. Cada entrevista durou em média

de vinte a trinta minutos, sendo entrevistados 14 enfermeiros.

Foi utilizada como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada,

sendo desenvolvida com base em um roteiro (Apêndice 3), previamente

elaborado.

A entrevista semiestruturada é uma técnica de coleta de dados que tem

foco em um objetivo, e é indicada para estudar um fenômeno com uma população

Coleta de

dados/

pesquisa

Entrevista

semiestruturada

Perf il dos

participantes

Questão

aberta

Questão

fechada

Escolha livre

dos

indicadores

Escolha de 03

indicadores

de acordo

Manual

NAGEH

Organização

dos

dados

coletados

Leitura da

questão

aberta

Tabulação

dos dados

questão

aberta e

fechada

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50

específica: grupo de professoras, de alunos, de enfermeiras63.

As entrevistas iniciaram-se com uma breve exposição do projeto de

pesquisa, depois foi realizada uma explicação sobre a avaliação da assistência de

enfermagem utilizando indicadores de qualidade, com a apresentação, por

escrito, da definição de indicadores de qualidade.

O roteiro desenvolvido para a entrevista foi constituído de três partes. A

primeira parte refere-se ao perfil dos participantes, em que eles responderam

perguntas que geraram dados de identificação e informações sobre o tempo de

formação e exercício profissional, tempo de experiência com uso de indicadores

de qualidade, tempo de atuação na instituição, e nível de qualificação profissional.

A segunda parte foi constituída por uma questão aberta que gerou um

relato verbal, sendo utilizado, neste momento, o gravador, devidamente

autorizado pelos sujeitos.

A terceira parte foi constituída por uma questão fechada, na qual

evidenciou quais os indicadores do Manual NAGEH são prioritários para a clínica

médica na ótica dos enfermeiros. Assim, os indicadores do manual foram

apresentados, listados em uma tabela (Apêndice 4), e foi solicitado aos sujeitos

participantes que atribuíssem um grau de prioridade a esses indicadores, e que

fosse justificada de forma livre e escrita, a escolha dos três com maior prioridade.

Após as entrevistas passou-se para o momento de organizar os dados

obtidos. Para a organização dos relatos das entrevistas, os registros foram

mantidos em ordem cronológica, através do nº e data da entrevista. Após a

transcrição de cada entrevista, foi realizada uma leitura flutuante de todo material

transcrito, no sentido de deixá-lo preparado para iniciar a fase de análise.

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5.3 Análise dos dados e resultados

Figura 4. Fluxograma ilustrativo do processo de análise dos dados da pesquisa. Niterói, RJ, 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

A análise dos dados foi realizada por etapas, conforme fluxograma acima,

para definir os indicadores a serem medidos na ferramenta computacional,

pautados na experiência profissional dos enfermeiros dessas clínicas. Inicia com

leitura criteriosa desse material, com intuito de saber quais seriam os três

indicadores de qualidade da assistência de enfermagem, na ótica dos

enfermeiros, que poderiam ser medidos e controlados na clínica médica, de modo

a contribuir com a melhoria da assistência de enfermagem.

A quantidade de três indicadores definidos inicialmente para teste da

ferramenta fundamenta-se na afirmativa de que é melhor ter poucos indicadores e

acompanhá-los, do que ter muitos, exigindo processos muito complexos para

aferi-los70.

Também foi possível estabelecer, neste movimento de análise, os

indicadores do manual NAGEH que os enfermeiros consideram prioritários para

serem utilizados na clínica médica, incluídos na ferramenta computacional. Essa

fase será detalhada nos itens a seguir.

Análise dos

dados e Resultados

Perfil dos participantes

Indicadores

propostos pelos participantes

Indicadores do

Manual NAGEH por grau de

prioridade

Cruzamento dos

indicadores propostos pelos

participantes de

forma livre com os do Manual NAGEH,

escolhidos por grau de prioridade

Definição de

três indicadores

para a planilha

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5.3.1 Perfil dos participantes

Dos 14 enfermeiros que participaram desta pesquisa, todos possuem

vínculo de servidor estatutário; três são do sexo masculino, o que mostra uma

predominância do sexo feminino, característica dessa classe de profissionais já

comprovada.

Em relação à idade temos um equilíbrio, pois todas as faixas etárias

estabelecidas nesta pesquisa estão contempladas, sendo que a faixa etária

predominante é a faixa de 41 a 45 anos.

Os enfermeiros trabalham por turnos, sendo que três estão no turno

matutino, de 7 horas às 13 horas; seis no plantão diurno, de 7 horas às 19 horas;

e cinco no plantão noturno, de 19 horas às 7 horas. Quanto ao perfil profissional,

nove possuem especialização, dois são mestres e três estão cursando o

mestrado. A análise identificou que apenas um enfermeiro é formado há menos

de cinco anos, todos os outros possuem mais de cinco anos de formados e sete

atuam na instituição há menos de seis anos.

No que tange à experiência de já ter trabalhado com indicador, somente

um informa e relata experiência efetiva com indicadores, seis nunca trabalharam e

sete informam que trabalham ou já trabalharam, mas possuem pouca experiência.

Desse panorama, percebemos que as clínicas médicas apresentam uma

pequena renovação no quadro de servidores enfermeiros, com a presença de

enfermeiros mais novos e com pouco tempo na instituição, visto que duas

enfermeiras tem um ano na instituição e duas com menos de um ano, dois com

mais de vinte anos e oito entre três e quinze anos.

A maioria dos participantes não tem experiência, ou tem pouca, na

avaliação da assistência de enfermagem utilizando indicadores de processos de

enfermagem, mas possuem conhecimento sobre os temas indicadores e

segurança do paciente, como ficou evidente no discurso dos enfermeiros durante

a entrevista.

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Quadro 1. Perfil dos enfermeiros participantes da pesquisa. Niterói, RJ, 2014

Sexo Feminino 11

Masculino 3

Faixa etária

<30 anos 1

31 a 35 anos 3

36 a 40 anos 2

41 a 45 anos 4

46 a 50 anos 2

> 50 anos 2

Turno de trabalho

Matutino 3

Plantão diurno 6

Plantão noturno 5

Titulação acadêmica

Especialização 9

Cursando mestrado 3

Mestrado 2

Tempo de formação profissional

< 5 anos 1

5 a 10 anos 4

11 a 15 a nos 3

16 a 20 anos 3

21 a 25 anos 1

26 a 30 anos 1

>30 anos 1

Tempo de atuação na instituição

< 1 ano 2

1 ano 2

2 a 5 anos 2

6 a 9 anos 1

10 anos 2

11 a 15 anos 3

21 a 25 anos 1

26 a 30 anos 1

Tempo de experiência com uso de indicadores

Não tem experiência 6

1 ano 2

2 anos 1

4 anos 1

5 anos 1

06 a 10 anos 3 Fonte: Pinto VRS, 2014

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5.3.2 Indicadores propostos pelos enfermeiros

Os dados obtidos com a entrevista evidenciaram os indicadores que

poderiam ser elaborados, medidos e controlados na clínica de acordo com a visão

dos enfermeiros. E possibilitou o registro de outras informações e impressões

acerca do trabalho e da gestão do cuidado desenvolvida nas clínicas, como a

evidência de que a qualidade do cuidado decorre da avaliação das dimensões

estrutura, processo e resultado, como preconizado por Donabedian47.

No início das entrevistas, os enfermeiros deixam as suas impressões sobre

a avaliação da assistência através de indicadores de qualidade. Alguns se

mostram céticos, e alguns concordam que é importante o envolvimento de todos

com o trabalho com indicadores, para que se consiga ir em frente e possamos

avaliar a assistência de enfermagem prestada nas clínicas.

[...] eu não vejo como fazer aqui, tenho experiência no outro trabalho. Não é fácil na hora que você vai aplicar. O grande problema é esse envolvimento, primeiro tem que abraçar a ideia, e mesmo que ele abrace, se não tiver envolvimento... (entrevista 12)

[...] falar em indicadores, tem que sentar, pensar, tem que olhar pra planilha, analisar números, confrontar esses números com a assistência, trazer esses números de volta, repensar estratégias de mexer essa assistência, confrontar os profissionais que não se ajustam a esse trabalho, repensar estrategicamente como você vai trabalhar esses números, com esses profissionais. (entrevista 03)

[...] você tem que ter algum tipo de motivação que não está somente ligada à gestão maior, que é importante sim, mas uma motivação em você produzir alguma coisa de qualidade no trabalho que você está executando, se comprometer com isso, então esse trabalho precisa ser feito a médio e longo prazo, juntos com esses enfermeiros. No sentido de mostrar a eles a importância do trabalho para a assistência, mas também para eles, em termos de novidade. (entrevista 03)

Neste sentido, autores afirmam que é essencial o envolvimento dos

profissionais da instituição, e o conceito de qualidade deve estar incorporado na

missão da instituição e na vontade política dos profissionais que nela atuam12-45.

E a participação destes na definição do que se quer medir e o porquê medir, de

acordo com os princípios da qualidade, é essencial71. É ressaltada, a importância

de conscientização de toda a equipe de saúde quanto ao valor das ações, que o

cuidar é a essência da profissão de enfermagem, e o comprometimento, a

cooperação e a dedicação dessas equipes deverão levar a melhoria contínua da

assistência49.

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No entanto, a maioria dos entrevistados relacionou os indicadores que

consideravam importantes com as interferências das dimensões estrutura e

processos na assistência prestada, como recursos humanos, área física e o tipo

de paciente atendido na clínica médica.

Com o foco da qualidade no gerenciamento de recursos humanos, a falta

de pessoal, o absenteísmo, assim como a rotatividade deles, é percebido pelos

enfermeiros como mais um problema gerencial72.

Nesta perspectiva, foram destacados os trechos das entrevistas que

demonstraram que os enfermeiros percebem as dificuldades da realidade atual do

hospital e chamam a atenção para a falta de recursos humanos:

[...] o recurso humano profissional é deficitário para que eles possam fazer, na verdade, a assistência mais adequada. (entrevista 01)

[...] lembro do paciente do leito seis, pra mobilizar, ele só tinha dificuldade com as pernas, mas eu sozinha, e eu não sou pequenininha, eu não conseguia, ele era pesado e não era gordo, só pesado, isto reflete também essa questão de quantitativo de pessoal. (entrevista 02)

[...] eu acho que reflete a questão até do quantitativo de pessoal para a gente estar podendo argumentar com isso junto à gerência e à direção do hospital. (entrevista 02)

[...] a gente não tem um grupo fixo, só as enfermeiras são fixas, tendo que treinar, retreinar, treinar e retreinar e isso acaba sendo muito auê, e agora, então, que o pessoal está faltando, fim do contrato, é pouca gente prá muita coisa. O pessoal trabalha com um sistema de contrato que muda a cada dois anos. (entrevista 04)

[...] o número de funcionários, ainda mais agora que estamos em um processo de transição. Então a gente depende da mão de obra, depende de cálculo de pessoal, realmente é uma clínica em que ficam pacientes graves, que necessitam de cuidados integrais, necessita do técnico o tempo todo vigiando. (entrevista 07)

[...] a falta de profissionais; às vezes o número de funcionários não é suficiente, tem falta, que prejudicam a assistência. (entrevista 08)

[...] é que a gente tem uma constante renovação, né? E isso leva a um recomeço, e este recomeço, reiniciar o aprendizado, potencializa as falhas (entrevista 11)

[...] a busca constante pela qualidade, se não tiver investimento tanto financeiro como de pessoal, se não tiver pessoal. (entrevista 13)

Quanto à estrutura, ficam evidenciados os problemas relativos à área

física, que mostram que os estabelecimentos de saúde necessitam de

reestruturação das normas das instalações físicas de segurança e cuidado ao

paciente e colaborador54. O Governo Federal atua quando publica, em nível

nacional, as normas, portarias e Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC)

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relativas a este tema, através de auditorias e ações da Vigilância Sanitária.

Quanto à estrutura física os enfermeiros apontaram:

[...] a própria estrutura física aqui deve ser levada em consideração, que interfere na qualidade da assistência, pela não visualização do paciente no momento mais imediato, você não é multipresente. (entrevista 11)

[...] as enfermarias foram adequadas parcialmente para atender esses pacientes, gera um grande estresse, e em alguns momentos uma assistência que poderia ser de alta qualidade, de excelência em um hospital universitário, fica prejudicada por essa deficiência de espaço (entrevista 11)

[...] porque a estrutura da unidade não permite que você tenha uma visão no todo, então é uma enfermaria que você só vai ver se entrar, você não olha pra enfermaria e tá todo mundo ali, são divididas, é péssimo para você fazer um controle. (entrevista 04)

[...] eu tive que arrastar a cama do paciente, tive que tirar a poltrona, onde caberia quatro pacientes eu tenho cinco camas, com camas encostadas na parede, tinha que ter acesso ao paciente. (entrevista 13)

Neste movimento de análise, no qual as dificuldades de pessoal e estrutura

física foram evidenciadas, foi possível identificar nas falas dos enfermeiros os

indicadores que eles consideram prioritários para avaliar a assistência de

enfermagem nas clínicas médicas. Neste momento os enfermeiros elencaram 16

indicadores relacionados com a estrutura, processos e resultados; como

apresentado no quadro a seguir:

Quadro 2. Indicadores citados pelos enfermeiros de forma livre que avaliam a qualidade da assistência. Niterói, RJ, 2014

Indicadores Nº enfermeiros

1. Risco de queda 12 2. Úlcera de pressão 11

3. Flebite 06 4. Perda de sonda nasoenteral 04

5. Tempo de acesso venoso 04

6. Nº de funcionários de plantão 04 7. Erro de medicação 02

8. Administração correta de medicação 02 09. Efeitos adversos relacionados à medicação e hemoderivados 02

10. Incidência de lesão de pele 01 11. Tempo de acesso venoso 01

12. Nº de aceitação da dieta 01 13. Infecção por cateter vesical 01

14. Nº de pacientes com precaução de contato 01 15. Tempo de permanência de sonda vesical 01

16. Nº de pacientes graves na enfermaria 01 Fonte: Pinto VRS, 2014

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Analisando o quadro acima, verificamos que os três indicadores mais

citados e considerados prioritários para a clínica médica foram: o risco de queda,

úlcera por pressão e incidência de flebite.

No que tange à úlcera por pressão, os entrevistados relacionaram a

importância desse indicador com o perfil dos pacientes internados na clínica

médica: acamados, idosos, debilitados. Os trechos das entrevistas a seguir

mostram essa preferência.

[...] Mas tem a questão da úlcera, que é superimportante, é um reflexo, quando sobe aqui é um reflexo de que a clínica fica mais pesada. (entrevista 02)

[...] acho que devido a permanência de pacientes idosos na enfermaria, associada à possibilidade pela patologia, a idade, correlacionando a impossibilidade de se mobilizar de forma correta, levantar da cama, caminhar. (entrevista 01)

[...] ela dá uma avaliação tanto da qualidade da assistência de enfermagem, quanto de diferentes cuidados, e principalmente a qualidade da assistência que é prestada pela enfermagem fora daquilo que está prescrito (entrevista 04)

[...] úlcera de pressão, porque inclusive até utilizamos a escala de Braden, esse indicador é muito importante, apesar disso a gente já anda trabalhando, inclusive até muitas úlceras já foram fechadas, né, por conta dessa preocupação, desse empenho. (entrevista 05)

[...] incidência de paciente com úlcera por pressão, aí poderia relacionar com mudança de decúbito. (entrevista 07)

[...] úlcera de pressão pelas características de nossa clínica, idosos, acamados, debilitados, pacientes neurológicos, desnutridos, com fatores de riscos para o desenvolvimento da úlcera, (entrevista 08)

[...] eu acho também controle de úlcera, aqui não é tão implementada, mas tem, né, escala de Braden. Aqui tem, agora tá até bem, mas tem um perfil de pacientes acamados (entrevista 09)

[...] outro ponto interessante é a prevenção de úlceras por pressão, evitar que o paciente apareça com úlceras, mantê-lo com a pele mais íntegra possível, para não piorar o quadro geral do paciente, evoluir para uma sepse, este é um outro ponto. (entrevista 10)

[...] eu acho que o primeiro, que já está em prática aqui, que é a escala de Braden, que é avaliar o risco de úlcera de pressão. A gente estava dando continuidade, está meio disperso, eu acho que é a primeira. (entrevista 12)

[...] úlcera por pressão, eu acho muito para nossa realidade, eu acho que um indicador que vai ser difícil de colocar em prática, de repente que seja mais fácil de você mensurar, não é uma coisa que acontece toda hora. (entrevista 13)

O uso do indicador incidência de úlcera por pressão possibilita a

identificação das áreas e pacientes com maior risco, propiciam orientações de

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medidas de intervenção para inibir o desenvolvimento das úlceras durante a

internação e, dessa forma, podem subsidiar o processo de gestão e avaliação das

ações de enfermagem, voltados para os pacientes que apresentam risco. Quando

o indicador aponta níveis baixos de incidência de úlceras por pressão podemos

associar que o cuidado de enfermagem é bom12.

Queda do Paciente:

[...] este indicador é importante pelo perfil dos pacientes internados na clínica médica, diversas patologias, diversas especialidades, pacientes idosos. (entrevista 01)

[...] por uma característica da clientela, muito idoso, a gente percebe que alguns até querem e vão ter autonomia para sair do banheiro, do banho. Acontece, não muito no leito, acontece fora, que é a mesma coisa. (entrevista 02)

[...] o indicador de queda nem sempre está relacionado à questão da idade do paciente, mas muito ao estado geral desse paciente, tanto pode ser paciente idoso, jovem ou adulto, esse indicador exige uma avaliação do estado físico, mas uma avaliação que exige que o enfermeiro vá a beira do leito, converse com o paciente, sinta subjetivamente, perceba o nível de consciência, para, a partir daí, traçar um diagnóstico em relação à possibilidade ou não de queda, portanto, um diagnóstico que é feito no contato direto com esse paciente. (entrevista 03)

[...] a gente tem pacientes cardiológicos, quase todos fazem uso de diuréticos, e aí o banheiro é longe, levantam a noite correndo, apressado para urinar, aí nisso acabam tendo o risco de cair, existe um grande número de doentes que fazem uso de medicações controladas: rivotril, aminoptilina e aí de manhã tá sempre sonolento, e pela questão da idade mesmo. Os pacientes com síndrome demencial, se a gente der mole e deixar a grade abaixada, ele levanta do leito e acaba caindo. (entrevista 04)

[...] os funcionários teriam mais cuidados evitando que eles passassem por isso. Visto que fatos como esse, não são notificados, ou são subnotificados. (entrevista 05)

[...] risco de queda, existem muitos pacientes idosos, com risco de queda. (entrevista 08)

[...] Paciente com perfil idoso, né, nem sempre deambula efetivamente, com alteração de marcha, se a gente não fica de olho, realmente caem, sem falar do delírio, pertinente por conta da faixa etária, nem sempre fica com acompanhante. (entrevista 09)

[...] eu acho, assim, o risco em relação à segurança dos pacientes. É o risco de queda de acidentes, é, assim, a gente tem pacientes com dificuldade de deambulação, geralmente, assim, acontece algumas vezes, e a gente não notifica, sabe, com o rigor que deveria ser, da minha parte eu procuro deixar registrado no prontuário. (entrevista 12)

No caso de queda de pacientes, a análise dos resultados desse indicador

permite a identificação das áreas e dos grupos com maior risco e mostram a

necessidade de investimento nas medidas preventivas e de monitoramento para

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minimizar o problema12.

Flebite:

O uso desse indicador é legitimado através do grande número de acessos

vasculares realizados diariamente nos serviços de saúde, e o grande potencial de

risco para complicações sistêmicas, com avanço para sequelas, podendo

ocasionar a morte. De acordo com estudiosos pode ser considerada tanto como

um evento adverso, levando em consideração seus riscos, ou como um erro, caso

de uma flebite química, pois podem ser evitados2.

[...] a questão de infecção por flebite. Pacientes ficam internados por um período muito longo, ficam com acesso vascular periférico durante um período extenso também. Acho que esse controle também vai melhorar o processo de trabalho e diminuir os riscos de infecção e a permanência do paciente na clínica médica. (entrevista 01)

[...] o indicador de flebite também fala diretamente de uma qualidade que normalmente não está prescrita, mas ela é da presença da enfermagem à beira do leito, nas vinte e quatro horas, observando esse acesso venoso periférico, independente desta programação que é feita pela enfermagem para 72 horas, troca do dispositivo e dos equipos, por exemplo, então, um paciente com flebite pode desenvolver na primeira, na segunda hora, como pode desenvolver em três dias, mas se não tiver uma atenção e apenas uma observação no momento que se vai fazer esta troca, a flebite já pode ter evoluído, com um complicador muito grande para a saúde desse paciente. (entrevista 03)

[...] flebite, aqui embora não seja muito frequente, mas a quantidade de antibióticos, enfim, podem causar flebite. (entrevista 08)

[...] a maioria tem medicações venosas, muitas vezes com medicação vesicante, irritativas, enfim. (entrevista 09)

Em todas as entrevistas pudemos observar uma preocupação dos

enfermeiros com a segurança dos pacientes, pois, sempre que podiam,

relacionavam o indicador com infecção hospitalar, risco de queda, eventos

adversos, erros de medicação relacionados à prescrição médica, à distribuição da

medicação, letra do médico, erro de dosagem e erro de administração desse

medicamento, necessidade de treinamento, alta rotatividade de funcionários do

processo celetista, a característica da clínica de ter prescrições com muitos

antibióticos. Sendo o indicador erro de medicação citado algumas vezes.

Como o desenvolvimento das atividades relacionadas ao controle e

garantia de uma assistência segura ainda não está bem estabelecido, a equipe de

enfermagem não tem a cultura de notificação dos eventos, e entendem a

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notificação de ocorrência e as não conformidades como uma punição e não como

um instrumento de melhoria73.

[...] eu acho assim, o risco em relação à segurança dos pacientes. É o risco de queda de acidentes, a gente tem pacientes com dificuldade de deambulação, geralmente acontece algumas vezes, e a gente não notifica, sabe, com o rigor que deveria ser, da minha parte eu procuro deixar registrado no prontuário. (entrevista 12)

[...] Outro indicador muito importante que estou lembrando agora é sobre vigilância de efeitos adversos a medicações e hemoderivados, que não é feito aqui com tanto empenho, é também muito importante, mas nem sempre você vai saber se é realmente efeito adverso, resta sempre aquela dúvida, às vezes fica claro, mas às vezes não. (entrevista 05)

Estudos afirmam a importância de se viabilizar e disponibilizar a notificação

desses eventos adequadamente, de forma simples e assegurando a

confiabilidade das informações, de preferência através de um sistema

informatizado12.

Após este movimento de reflexão, os enfermeiros identificaram através do

instrumento desta pesquisa (Apêndice 5) quais os indicadores do Manual NAGEH

poderiam ser elaborados, medidos e controlados na clínica médica, sinalizando o

grau de prioridade estabelecido. O quadro abaixo apresenta os três indicadores

considerados prioritários pelos enfermeiros da clínica médica a partir dos

indicadores deste manual.

Quadro 3. Indicadores do manual NAGEH mais relacionados por grau de prioridade pelos participantes da pesquisa. Niterói, RJ, 2014

Indicadores Nº de enfermeiros Grau de prioridade

Incidência de Úlcera por pressão 10 Grau muito alto

3 Grau alto

Incidência de Flebite 9 Grau muito alto

3 Grau alto

Incidência de Risco de queda 8 Grau muito alto

4 Grau alto Fonte: Pinto VRS, 2014

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Quadro 4. Justificativas dos enfermeiros ao escolherem os indicadores do Manual NAGEH. Niterói, RJ, 2014

INDICADOR INCIDÊNCIA DE ÚLCERA POR PRESSÃO

JUSTIFICATIVAS

Evidencia a dificuldade com pessoal, qualitativamente e quantitativamente (Entrevista 02) Grande número de pacientes acamados (Entrevista 04) Os pacientes acamados ficam internados por tempo prolongado (Entrevista 05) Diminuir risco de infecção relacionado a lesões, assim como tempo de internação do paciente (Entrevista 07) Pacientes idosos, desnutridos, oncológicos (Entrevista 08) Elevado índice de pacientes acamados (Entrevista 09) Perfil (idade, patologia, tempo de permanência (Entrevista 11 e 14) Melhoramos muito depois que fizemos a escala de Braden, é necessária uma continuidade mais rigorosa (Entrevista 12) Pacientes com longo tempo de internação, idosos, desnutridos e ou acometimento renal (Entrevista 14)

INDICADOR INCIDÊNCIA DE QUEDA

JUSTIFICATIVAS

Devido a inúmeras patologias correlacionadas à idade e indevida estrutura física (Entrevista 01) Violência que pode ser evitada (Entrevista 03) Grande número de idosos / uso de alguns medicamentos que aumentam o risco de queda (Entrevista 04) Para evitar danos a saúde (Entrevista 05) Pelas características da clientela (idade, patologia), apresentam risco maior de queda (Entrevista 08) Paciente idoso ou muito debilitado, problemas neurológicos (Entrevista 10) Estrutura física, enfermaria (Entrevista 11) Pacientes desorientados e ou idosos (Entrevista 14)

INDICADOR INCIDÊNCIA DE FLEBITE

JUSTIFICATIVAS

Por tempo prolongado de permanência do paciente e o uso de antibiótico (Entrevista 01) Agressão. Violência que pode ser evitada (Entrevista 03) Diminuir infecção hospitalar relacionada a dispositivo de medicação (Entrevista 07) Pacientes idosos, administração de medicamentos vesicantes (Entrevista 08) Uso elevado de medicações venosas, inclusive vesicantes (Entrevista 09) Muitos pacientes com acesso em uso constante de medicações (Entrevista 14)

Fonte: Pinto VRS, 2014

Ressaltamos que os indicadores propostos pelos enfermeiros, de forma

livre, foram coincidentes com aqueles indicados por eles, quando da solicitação

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da escolha baseada no Manual NAGEH, apresentados na questão fechada.

5.3.3 Definição dos indicadores para a ferramenta

Ao compararmos os indicadores propostos livremente pelos enfermeiros com

os dados obtidos com os indicadores escolhidos do Manual NAGEH, verificamos

que os indicadores selecionados foram os mesmos, a saber:

Quadro 5. Comparativo dos indicadores obtidos pela livre proposição dos enfermeiros e os obtidos pelo grau de prioridade relacionados no Manual NAGEH. Niterói, RJ, 2014

LIVRE PROPOSIÇÃO DOS ENFERMEIROS

MANUAL NAGEH

INDICADORES Nº ENF INDICADORES Nº ENF / GRAU DE

PRIORIDADE

Risco de queda 12 Risco de queda

08 Enfermeiros com grau muito alto,

04 Enfermeiros com alto grau na questão fechada

Úlcera de pressão 11 Úlcera de pressão

10 enfermeiros com grau muito alto

03 enfermeiros com grau alto

Flebite 06 Flebite 09 enfermeiros grau muito alto 03 enfermeiros com grau alto

Fonte: Pinto VRS, 2014

De acordo com os enfermeiros das clínicas médicas, foram escolhidos os

indicadores que farão parte da planilha: incidência de risco de queda, de úlcera

por pressão e incidência de flebite.

No HUAP existe um padrão do impresso de indicadores de outra natureza,

usados em outras unidades do hospital, assim, utilizamos esse mesmo padrão

para as fichas técnicas dos indicadores aqui elencados; que serão apresentados

a seguir.

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Figura 5. Ficha técnica do indicador incidência de queda de paciente do Hospital Universitário Antônio Pedro. Niterói, RJ, 2014

Observações:

Entende-se por queda um evento não intencional que resulta no

deslocamento do paciente para o chão ou para um nível mais baixo em relação à sua posição inicial.

Considerar avaliação de risco realizada em todos os pacientes internados de

acordo com escala padronizada na instituição.

Referências:

Compromisso com a qualidade hospitalar – CQH. Manual de

indicadores de enfermagem NAGEH/CQH. 2. ed. São Paulo:

APM/CREMESP, 2011 Fonte: HUAP, 2014

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Figura 6. Ficha técnica do indicador incidência de úlcera por pressão. Niterói, RJ, 2014

Observações:

As UPP são definidas como uma lesão localizada na pele e/ou tecido no tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea,

resultante de pressão isolada ou pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento.

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65

Número de casos novos de pacientes com UPP é o nº de pacientes novos

que apresentam UPP e não o nº de úlceras novas que esses mesmos pacientes possam apresentar

As escalas de risco servem para pontuar justamente o risco de uma

população e têm grande importância ao constituírem estratégias para diminuir a incidência de formação de UPP, por meio da priorização de pacientes e intervenções preventivas eficazes.

Referências:

Compromisso com a qualidade hospitalar – CQH. Manual de

indicadores de enfermagem NAGEH/CQH. 2. ed. São Paulo:

APM/CREMESP, 2011

Fonte: HUAP, 2014

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66

Figura 7. Ficha técnica do indicador incidência de flebite. Niterói, RJ, 2014

Observações:

Flebite consiste em um processo inflamatório na parede da veia, associado ao eritema, com ou sem dor, edema, endurecimento do vaso ou cordão

fibroso palpável, com ou sem drenagem purulenta. Recomendação:

1- Inspecionar o local da inserção do cateter e a evolução dos sinais a cada seis horas e cada administração de medicação e/ou troca de soro.

2- Retirar o acesso venoso periférico imediatamente após a detecção de

sinais de processo inflamatório no local da punção.

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67

Referências:

Compromisso com a qualidade hospitalar – CQH. Manual de

indicadores de enfermagem NAGEH/CQH. 2. ed. São Paulo:

APM/CREMESP, 2011

Fonte: HUAP, 2014

5.4 Estruturação da planilha/produto

Figura 8. Fluxograma representativo do processo de estruturação da planilha. Niterói, RJ, 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

Nesta fase, a estruturação da planilha foi construída utilizando o programa

Microsoft Office Excel®, versão 2010, que é um editor de planilhas produzido pela

Microsoft para computadores que utilizam o seu sistema operacional, Microsoft

Windows, além de computadores Macintosh da Apple Inc. e dispositivos móveis

como o Windows Phone, Android ou o IOS. Seus recursos incluem uma interface

intuitiva e a criação de capacitadas ferramentas de cálculo e de construção de

Estruturação daPlanilha

Indicadores Propostos

Construção do conjunto de planilhas em

Excel

Definição dos requisitos para colher os dados

ABA 1 (MÊS)Dados

registrados

pelos enfermeiros

plantonistas

Aplicação das fórmulas

matemáticas para

estabelecer médias

Aplicação dos resultados dos cálculos das

médias nas fórmulas dos

indicadores

ABA 2 (ANO)Resultado média mês dos dados

básicos

ABA 3 (ÍNDICE)Resultados dos

índices dos

indicadores com as metas.

Relatório e Gráficos

Ferramenta computacional para

teste

ABA 4(GRÁFICO)

Consolidação

em forma de gráficos

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68

gráficos. O Excel é um dos mais populares aplicativos de computador até hoje. É,

com grande vantagem, o aplicativo de planilha eletrônica dominante, disponível

para essas plataformas e o tem sido, desde a versão 5 de 1993, com a sua

inclusão como parte do Microsoft Office74.

Neste estudo, a ferramenta computacional está constituída de um conjunto

de planilhas, composto de três abas, cada uma com sua função precípua, que foi

construída com o intuito de facilitar a discriminação perceptiva dos dados e, dessa

forma, otimizar sua operabilidade nas situações de trabalho. Com a ferramenta

evita-se que os dados colhidos tenham significados com marcas de

individualidade de cada enfermeiro, já que é um instrumento de uso comum. O

modo de registro é único, sem alternativas para estilos pessoais. O conteúdo dos

indicadores permite compreender a função que essas anotações assumem no

contexto de atividades dos enfermeiros64.

Figura 9. Visão da tela da planilha de coleta de dados do arquivo Excel. Niterói, RJ, 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

Aba Mês Aba Ano Aba Índice

Aba Gráfico

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69

A ferramenta computacional tem como estabelecer uma medição

sistemática para analisar os dados coletados e buscar identificar a origem do

desvio e preparar um plano de ação para correção do desvio. O sistema de

monitoramento permitirá o processo de avaliação, a comparação entre serviços,

setores, instituições e poderá estabelecer metas de melhoria e objetivar a sua

realização.

A utilização da ferramenta se dá quando selecionamos as abas da

esquerda, na parte inferior, identificadas com o nome dos meses, no total de

doze, uma para cada mês do ano. Estas abas “mês” são utilizadas para a coleta

dos dados com o registro dos dados pelos enfermeiros plantonistas.

5.4.1 Aba 1: Aba “mês” de coleta de dados identificada pelos meses do ano

Figura 10. ABA MÊS da planilha de coleta de dados do arquivo Excel. Niterói, RJ, 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

SETOR PLANILHA DE COLETA DE DADOS PARA CÁLCULO DE INDICADORES ASSISTENCIAIS

CMM HUAP

Nº DE LEITOS: JUNHO

20 2014

DIAS / PLANTÃO

<--------------------------------->

REFERÊNCIAS

1 2 3 ..... 28 29 30 31TOTAL

MÊS

MÉDIA

DIA

DIAS

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN 30

Nº de pacientes internados 15 14 13 14 17 17 ... ... 19 19 19 19 19 19 521 17,4 JUNHO

Nº de pacientes acamados 5 5 4 4 4 4 ... ... 7 7 7 7 7 6 158 5,3ESD

ESN

Nº de integrantes equipe de

Enf.5 4 5 4 6 3 ... ... 5 4 5 4 6 6 138,0 4,6

5,20

4.00

Nº de paciente com cateter

venoso periférico no plantão5 5 4 4 5 5 ... ... 9 9 10 10 10 11 250 8,33

Nº de aparecimento casos

novos de Flebite no plantão0 1 0 1 0 0 ... ... 0 1 0 1 0 1 8 0,27

Nº de quedas de pacientes 0 0 0 0 0 0 ... ... 0 0 0 0 0 0 0 0,00

Queda do leito / Maca 0 0 0 0 0 0 ... ... 0 0 0 0 0 0 0

Queda no Banheiro 0 0 0 0 0 0 ... ... 0 0 0 0 0 0 0

Queda na Enfermaria/

Corredor0 0 0 0 0 0 ... ... 0 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 0 0 0 0 ... ... 0 0 0 0 0 0 0

Nº de aparecimento de

casos novos de paciente

com Úlcera por pressão

(UPP)

0 0 0 0 0 0 ... ... 0 0 0 0 0 0 0 0,00

Nº de pacientes admitidos

com UPP0 0 0 0 0 0 ... ... 0 0 0 0 1 0 1 0,03

Nº de pacientes expostos ao

risco de adquirir UPP0 0,00

OBS: Não preencher linha/colunas cinza.

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70

Nesta aba da planilha temos a descrição de todos os dados que devem ser

coletados no final de cada plantão, que se apresentam através de linhas da

coluna referências.

A planilha é constituída de células, que constam o número de dias do mês

correspondente. São duas colunas para cada dia, divididos para registro dos dois

plantões (SD, SN).

No término dos dias do mês, na primeira coluna (Total mês), há a

consolidação dos dados no mês, com o Total, calculado com fórmula específica

para cada tipo de registro (cada linha). E, na segunda coluna (Média Dia), há a

consolidação dos dados no mês, com a Média, calculada com fórmula específica

para cada tipo de registro (cada linha).

A coluna denominada Referências traz diversos aspectos relacionados ao

processo de trabalho de enfermagem, com enfoque assistencial, que são os

elementos que constituem as fórmulas para calcular os três indicadores

focalizados na planilha. Logo, para calcular os indicadores propostos,

necessitamos desses dados que serão transformados em informação, gerando

um valor numérico, ao qual se atribui um significado.

Cada indicador proposto foi analisado com a aplicação dos quesitos da

ficha técnica, e verificados se poderiam ser medidos, isto é, se teríamos os dados

para aplicar na fórmula do indicador proposto. Neste movimento, foi observado

que o indicador incidência de úlcera de pressão, não poderá ser medido neste

momento, pois, não possui um dos atributos52 exigidos para ser aceito e definido

como bom: disponibilidade/mensurabilidade, ou seja, facilidade de obtenção dos

dados para cálculo do indicador; o dado necessário para compor o denominador

da fórmula: número de pacientes expostos ao risco de adquirir úlcera. Para a

coleta desse dado, o enfermeiro precisa utilizar e aplicar a escala de Braden, na

avaliação diária dos pacientes internados nas clínicas, o que ainda não está

implantado no hospital.

Por esta razão, o último item da coluna Referências da ABA 1 e 2, Nº de

pacientes expostos ao risco de adquirir úlcera, e o último item da ABA 3,

incidência de úlcera por pressão, encontram-se escurecidos, cor cinza, e com a

observação abaixo que não deverá ser preenchido. Estratégias estão sendo

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pensadas, junto com a Comissão de Feridas, Núcleo de Segurança do Paciente e

CEPE para que, em breve, este dado possa ser colhido. Mas foi considerado

importante que os itens “número de aparecimento de casos novos de pacientes

com úlcera por pressão no plantão” e “número de pacientes admitidos com úlcera

por pressão” fossem inseridos na planilha, para que tivéssemos dois indicadores

numéricos relacionados à úlcera por pressão e, assim, mais informações para

avaliar situações relacionadas a esse evento.

Quanto ao indicador de incidência de queda foi considerado que seria

importante verificarmos qual seria o local onde estas quedas estão ocorrendo

mais: das camas, das macas, no banheiro, nos corredores e outros. Sendo

também considerado que inseríssemos o item “número de integrantes da equipe

de enfermagem em cada plantão”, devido ao relato constante dos enfermeiros na

entrevista sobre o quantitativo pequeno dos recursos humanos. Essas

informações traduzidas em números nos possibilitará uma avaliação mais

completa da situação das clínicas no momento da análise de cada indicador.

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5.4.2 Aba 2: Aba “ano” de consolidação dos dados mensais identificada

com o nome ano

Figura 11. ABA Ano da planilha de coleta de dados do arquivo Excel que processa a consolidação mensal dos dados. Niterói, RJ, 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

Nesta aba “Ano” estão intrinsecamente indexadas as planilhas dos meses,

e registram os dados finais de cada mês, seja em média/mês ou um total mês,

automaticamente. Esses dados são necessários para o cálculo de cada indicador,

pois integrarão o coeficiente ou o denominador das fórmulas dos indicadores

propostos. Nesta aba os dados colhidos pelos enfermeiros já se transformam em

informações, proporcionando um acompanhamento mensal dos resultados.

SETOR: CMM

HUAP

CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS MENSAIS PARA OS INDICADORES DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

2014

REFERÊNCIA

MÊS

MÉDIA / ou

TOTALJAN ..... JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Nº de pacientes internados 0 .... 521 571 588 560 591 0 0 404,3

Nº de pacientes acamados 0 .... 158 172 168 203 209 0 0 129,9

Média de integrantes equipe de Enf. Dia 0 .... 5,2 5 6 6 6 0 0 4,0

Média de integrantes equipe de Enf. Noite 0 .... 4,0 4 4 4 4 0 0 2,9

Nº de paciente com cateter venoso periférico

no plantão0 .... 250 204 253 260 260 0 0 175,1

Nº de aparecimento casos novos de Flebite

no plantão0 .... 8 7 3 3 7 0 0 4,0

Nº de quedas de pacientes 0 .... 0 2 0 0 0 0 0 0,3

Queda do leito / Maca 0 .... 0 0 0 0 0 0 0 0,0

Queda no Banheiro 0 .... 0 1 0 0 0 0 0 0,1

Queda na Enfermaria/ Corredor 0 .... 0 1 0 0 0 0 0 0,1

Outros 0 .... 0 0 0 0 0 0 0 0,0

Nº de aparecimento de casos novos de

paciente com Úlcera por pressão (UPP)0 0 0 2 0 4 0 0 0 0,9

Nº de pacientes admitidos com UPP 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0,3

Nº de pacientes expostos ao risco de adquirir

UPP0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0

Fórmulas

Incidência de flebite =(nº de casos de flebite/nº de pacientes-dia com acesso venoso periférico)*100

Incidência de queda de paciente =((nº de quedas/(nº de pacientes/dia) )*1.000

Incidência de úlcera por pressão - Paciente

adulto - Clínica

= (nº de casos novos de pacientes com UP em um determinado período/nº de

pessoas expostas ao risco de adiquirir UP no período)* 100

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5.4.3 Aba 3: Aba “índice” de consolidação dos indicadores identificada com

o nome índice

Figura 12. ABA Índice da planilha de coleta de dados do arquivo Excel que processa a consolidação dos indicadores assistenciais de enfermagem. Niterói, RJ, 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

Nesta aba da planilha será concluída a consolidação dos valores dos

indicadores. É onde se encontram, nas linhas, os nomes dos indicadores

escolhidos para compor a ferramenta. É aqui que identificamos o valor de cada

indicador, calculado por sua fórmula específica, a partir dos dados consolidados

na “Aba Ano”.

Assim, podemos fazer uma análise mensal do comportamento do

indicador, pois é aqui que temos identificado a meta para cada indicador, e

verificar a evolução dos mesmos através dos gráficos e relatórios gerados todo

mês.

HUAP

SETOR INDICADORES ASSISTENCIAIS DE ENFERMAGEM

CMM 2014

DIAS META ANUALMÉDIA

HUAPJAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Incidência de

flebite0,24 2,33 N/A N/A N/A N/A N/A 3,20 3,43 1,19 1,16 2,69 N/A N/A

Incidência de

queda de paciente0,66 0,07 N/A N/A N/A N/A N/A 0,00 0,35 0,00 0,00 0,00 N/A N/A

Incidência de

úlcera por

pressão - Paciente

adulto - Clínica

0,43 N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

Fórmulas

Incidência de flebite=(nº de casos de flebite/nº de pacientes-dia com acesso venoso periférico)*100

NAGEH 2013 = Hospitais gerais e selados variaram de 0,13 a 0,31 - Mediana = 0,24

Incidência de

queda de paciente

=((nº de quedas/(nº de pacientes/dia) )*1.000

NAGEH 2013 = Hospitais gerais e selados variaram de 0,10 a 1,25 - Mediana = 0,66

Incidência de úlcera

por pressão -

Paciente adulto -

Clínica

= (nº de casos novos de pacientes com UP em um determinado período/nº de pessoas expostas ao risco de adiquirir UP

no período)* 100

NAGEH 2013 = Hospitais gerais e selados = variaram de 0 a 1,4 - Mediana = 0,43 - Taxa de incidência de 0 a 14% na

literatura internacional

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74

A meta para cada indicador, neste estudo, foi determinada a partir da

avaliação dos dados disponibilizados no site do CQH, através do Grupo de

Indicadores de Enfermagem do Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar NAGEH,

aqui apresentada no quadro abaixo.

Quadro 6. Comparativo de indicadores dos hospitais participantes do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar. Brasil, 2013

Fonte: Site www.cqh.org.br, 2013

O quadro acima foi construído a partir das informações do trabalho do

CQH, considerando as referências obtidas no site deste programa, sendo

analisados os hospitais participantes do programa, selados e não selados (com

selo de qualidade ou não), dos tipos incluídos (geral e psiquiátrico), de naturezas

pública e privada e portes (até 50 leitos e mais que 50 leitos).

Para chegarmos a média estipulada para os indicadores escolhidos para a

ferramenta computacional, ou seja, queda, flebite e úlcera por pressão, buscamos

a cada mês o indicador do hospital que se encontra na mediana dos hospitais do

programa CQH, no ano de 2013. Conforme demonstrado, no site do CQH, no

gráfico abaixo:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

ÍNDICE (2) 0,66 0,62 0,66 0,72 0,74 0,70 0,78 0,44 0,87 0,59 0,67 0,53 0,61

HOSPITAIS (3) 55,9 45 46 47 56 56 60 59 60 66 61 56 59

ÍNDICE (2) 0,24 0,15 0,28 0,26 0,25 0,27 0,25 0,24 0,22 0,28 0,25 0,24 0,23

HOSPITAIS (3) 49,2 37 40 40 47 51 54 55 57 57 50 50 52

ÍNDICE (2) 0,43 0,32 0,53 0,39 0,54 0,46 0,51 0,50 0,34 0,32 0,73 0,18 0,28

HOSPITAIS (3) 44,8 32 35 37 44 48 49 50 52 51 46 48 46

Comparativo de Indicadores dos Hospitais Participantes do Programa e Grupos do CQH

HOSPITAIS PARTICIPANTES DO PROGRAMA E GRUPOS DO CQH; SELADO E NÃO SELADO CQH; TIPO TODOS; NATUREZA TODAS; PORTE TODOS;

QUEDA

FLEBITE

ÚLCERA POR PRESSÃO

INTERNAÇÃO ADULTO

MEDIANAS E HOSPITAIS CQH (5)MÉDIA (4) REFERÊNCIAIQ (1)

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75

Figura 13. Visão da tela do site do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar que apresenta o comparativo relativo ao índice de queda entre os hospitais participantes. Brasil, 2013

Fonte: Site www.cqh.org.br, 2013

Observando o gráfico acima, para indicador de queda, no mês de janeiro

de 2013, podemos notar que em função da dispersão existente, houve hospitais

com índice zero e hospitais com índices muito altos; o CQH referencia o indicador

do hospital que está na mediana dos hospitais.

Assim, mês a mês identificamos a mediana dos indicadores dos hospitais,

como mostra a linha (2), ÍNDICE, no quadro seis (6). Para estabelecermos a meta

inicial a ser atingida pelas clínicas médicas, fizemos o cálculo da média das

medianas registradas mês a mês para cada indicador selecionado neste estudo.

Desse modo, na coluna MÉDIA (4), na linha ÍNDICE, encontra-se o valor médio

assumido como a meta a ser atingida para cada indicador. Demonstramos na

Figura 14 a evolução dos indicadores do Quadro 6 na forma de gráfico.

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Figura 14. Gráfico das médias e índice dos indicadores de queda, flebite e úlcera por pressão dos hospitais participantes do Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar. Brasil, 2013

Fonte: Site www.cqh.org.br, 2013

Este gráfico apresenta a evolução dos indicadores mês a mês e as médias

equivalentes (reta pontilhada) servem de referência na análise de evolução dos

índices. Pode ser observado que as curvas do índice de queda no mês de julho a

setembro apresentam significativos desvios e o de úlcera por pressão apresentam

desvios em relação à mediana média estabelecida em novembro. Por outro lado,

o índice de flebite tem um comportamento estável em relação à média durante

todo o ano.

A análise da evolução dos indicadores definidos neste trabalho permitirá a

verificação de como estão os processos de enfermagem selecionados e permitirá

a comparação com os índices do HUAP, para sabermos como estamos e, assim,

com mais embasamento, definirmos uma meta para o hospital.

Na realidade, pretendemos que no HUAP possamos, através da formação

de um banco de dados com os indicadores, fazer a análise gerencial dos

processos para a tomada de ações e ajustes em relação aos diversos processos

de trabalho e quando detectarmos desvios significativos, aplicarmos planos de

correção e melhoria.

0,62

0,66

0,720,74

0,70

0,78

0,44

0,87

0,59

0,67

0,53

0,61

0,15

0,280,26 0,25

0,270,25 0,24

0,22

0,280,25 0,24 0,23

0,32

0,53

0,39

0,54

0,46

0,51 0,50

0,340,32

0,73

0,18

0,28

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

IND

ICA

DO

RE

S

ÍNDICE QUEDA

MEDIA QUEDAS

ÍNDICE DE FLEBITE

MÉDIA FLEBITE

ÍNDICE DE ÚLCERA

DE PRESSÃOMÉDIA ÚLCERA

PRESSÃO

0,66

0,43

0,24

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77

5.4.4 Aba 4: Aba “gráfico” de consolidação dos indicadores em forma de

gráficos

Nesta aba da planilha teremos os dados já consolidados transformados em

gráficos, o que ocorrerá sistematicamente mês a mês. Nas figuras 15 e16, abaixo,

temos a aba índice transformada em gráfico.

Figura 15. ABA Gráfico que apresenta o índice de flebite da clínica médica masculina do Hospital Universitário Antônio Pedro. Niterói, RJ, jun.-out. 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

No caso do gráfico acima, temos a evolução dos índices de flebite de

acordo com os dados colhidos na clínica médica masculina nos meses de junho a

outubro 2014 (linha azul). A linha vermelha representa a meta que queremos

alcançar inicialmente, tendo como referência o valor médio dos indicadores

medianos dos hospitais que participam do NAGEH. A linha verde, por sua vez,

representa a média dos índices dos indicadores da CMM/HUAP.

Ao analisarmos este gráfico podemos observar a evolução do indicador

flebite, e notamos que o mesmo apresenta-se muito alto em relação à meta

estipulada para este indicador.

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Figura 16. ABA Gráfico que apresenta o índice de queda da clínica médica masculina do Hospital Universitário Antônio Pedro. Niterói, RJ, jun.-out. 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

Da mesma forma, temos o gráfico índice de queda de paciente, acima, de

acordo com os dados colhidos na clínica médica masculina nos meses de junho a

outubro 2014 (linha azul). A linha vermelha representa a meta que queremos

alcançar inicialmente, tendo como referência o valor médio dos indicadores

medianos dos hospitais que participam do NAGEH. A linha verde, por sua vez,

representa a média dos índices dos indicadores da CMM/HUAP.

Ao analisarmos este gráfico podemos observar que o indicador de queda

da CMM/HUAP apresenta-se com média do índice muito mais baixa que a meta

estipulada para este indicador.

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79

5.5 Teste do protótipo impresso e eletrônico nas clínicas médicas/ produto

Figura 17. Fluxograma representativo do processo do teste de protótipo nas clínicas médicas do Hospital Universitário Antônio Pedro. Niterói, RJ, 2014

Fonte: Pinto VRS, 2014

O teste do protótipo foi realizado após o término da estruturação da

planilha no modelo Excel. O modelo da ferramenta foi, inicialmente, entregue a

cada setor (clínica médica feminina e masculina) no modelo impresso e instalado

o modelo eletrônico nos computadores das clínicas, na presença dos enfermeiros

coordenadores da assistência.

Todos os enfermeiros dessas clínicas foram contatados por esta

pesquisadora e receberam orientações quanto à utilização e funcionamento da

planilha Excel, assim como deveriam ser anotados/registrados os dados, item a

item.

No final de cada mês, com o resultado mensal obtido de cada item e com o

cálculo dos indicadores efetivados, foram realizadas reuniões com toda a equipe

de enfermagem nas passagens de plantão, para divulgação dos resultados e

análise do comportamento de cada indicador.

Durante essas reuniões pudemos demonstrar o resultado através dos

gráficos (Figura 15 e 16), nas quais foram observados alguns pontos:

Em relação ao indicador flebite notamos que se encontra acima da meta

objetivada, sendo visível um pico nos meses de junho e julho, sendo apontado

pelos enfermeiros que esse período coincidiu com a uma diminuição da equipe de

enfermagem, com a saída dos técnicos de enfermagem antigos, devido ao

término do contrato temporário, e a chegada dos novos contratados, que

aconteceu exatamente entre maio e julho. As escalas estavam constituídas de

Teste do

Protótipo

impresso e

eletrônico

nas

clínicas

médicas

Apresentação

do

protótipo

impresso aos

enfermeiros

Treinamento dos

enfermeiros

plantonistas no

uso da planilha

em excel quanto

ao entendimento

da sistemática de

funcionamento da

ferramenta

Preenchimento

da

Planilha pelos

enfermeiros

de

plantão e

registro dos

dados na

versão

eletrônica

Divulgação dos

resultados da

análise do

comportamento

dos indicadores

mês a mês para

equipe de

enfermagem das

clínicas médicas

Encaminhamento

do modelo do

protótipo de

Ferramenta ao

GTI para a

adequação ao

sistema do HUAP

e implantação na

intranet nas

clínicas médicas

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técnicos de enfermagem inexperientes e pouco treinados, em um setor em que a

maioria dos pacientes são idosos, em uso de muitas medicações venosas,

algumas vesicantes, apresentando uma rede venosa de difícil acesso. Após essa

análise inicial verifica-se que é necessário implementar treinamentos para a

equipe envolvendo CCIH, enfermeiros coordenadores e plantonistas. Uma das

sugestões foi investirmos em cursos de atualização em cateter central de inserção

periférica (PICC) para os enfermeiros.

Em relação ao indicador de queda, a análise mostrou que este se encontra

abaixo da meta estabelecida. Dessa forma, temos evidências que para o ano de

2015 poderá ser diminuída a meta estipulada para este indicador. O que não

significa que poderemos ficar despreocupados, visto que pode ter havido

subnotificações neste período.

Assim, tivemos sugestões de ações de melhoria para os eventos que

apresentaram distorções, como também reconhecimento dos aspectos positivos

evidenciados na assistência.

Após o teste e aprovação da ferramenta para coleta de indicadores de

qualidade da assistência de enfermagem, foi solicitado, pelo diretor de

enfermagem, através de memorando (Anexo 2) à Gerência de Tecnologia e

Informação (GTI), a inclusão da ferramenta computacional em linguagem de

programação para implantação nas clínicas médicas e posteriormente em outras

unidades do hospital.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A necessidade de se ter parâmetros objetivos para avaliar a qualidade da

assistência de enfermagem se constituiu na mola propulsora para o movimento de

reflexão inserido neste estudo, e concomitante a isso, a inquietação em viabilizar

uma maneira que favorecesse a coleta dos dados, sem que mais uma vez boas

iniciativas fossem diluídas e apagadas pelo discurso da sobrecarga de trabalho, e

pelas dificuldades encontradas no contexto assistencial em que esta prática

acontece.

Atualmente, quando se pensa em avaliar e, consequentemente, em

mensurar a qualidade da assistência de enfermagem, imediatamente nos

reportamos ao cálculo de indicadores, que traduzem, por meio de seus valores

numéricos, aspectos referentes à estrutura, aos processos e aos resultados.

Aspectos estes que nos remetem às condições para realizar o trabalho de

enfermagem numa determinada realidade, e a maneira como o processo ocorre

no dia a dia e isto se relaciona a procedimentos realizados em conformidade com

a descrição dos protocolos, segurança do paciente e melhoria da qualidade. Tudo

isso culmina com resultados que se referem, por exemplo, a menor tempo de

internação, baixo índice de infecção relacionada à assistência à saúde, dentre

outros.

Nesta perspectiva, este estudo tem como objetivo a construção de uma

ferramenta computacional para a mensuração de indicadores de qualidade da

assistência de enfermagem, que permite fazer a análise de causa e consequência

para obtenção de uma melhoria contínua da assistência. Entretanto, o sucesso da

utilização da ferramenta depende da coleta dos dados nas unidades de

internação, o que compete aos enfermeiros. Assim, não bastava a elaboração de

algumas planilhas com variáveis corretas, para que uma vez lançados valores

numéricos os indicadores fossem calculados. Primeiramente, foi preciso envolver

os enfermeiros, levando-os ao entendimento que os indicadores podem auxiliar

no controle dos processos assistenciais, na estruturação de um banco de dados

confiável e útil para a tomada de decisões, e também comprometê-los no

processo de alimentação de dados, na ferramenta computacional, para o cálculo

de indicadores.

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Assim, através deste trabalho que está acontecendo nas clínicas médica

feminina e masculina do HUAP, e que tem como uma das referências o Manual

NAGEH, foram identificados, inicialmente, os três indicadores prioritários para

compor esta ferramenta, que são incidência de queda, flebite e úlcera por

pressão.

A maioria dos participantes tem pouca ou nenhuma experiência na

utilização de indicadores de processos para avaliar a assistência de enfermagem,

mas possuem conhecimento sobre temas relacionados à qualidade em saúde e

segurança do paciente. A escolha dos indicadores prioritários realizada pelos

enfermeiros demonstra uma preocupação com a assistência e com os eventos

adversos relacionados. Também chamam a atenção os problemas referentes à

estrutura, levantados por eles, que emergiram durante a coleta de dados, e que

foram trazidos à tona neste movimento de reflexão acerca da qualidade da

assistência de enfermagem.

Hoje, é inegável a importância e relevância dos sistemas de informação,

utilizados em todas as áreas da gestão do trabalho em saúde. Estes sistemas

permitem, no contexto institucional, que as informações sejam disponibilizadas de

forma organizada e possam ser compartilhadas e transformadas em apoio à

gestão do trabalho em saúde. Para que isso possa tornar-se uma realidade, há

necessidade de investimentos na realização de programas participativos e

motivacionais para sensibilização e conscientização dos profissionais.

Um dos grandes desafios que os profissionais da área de saúde enfrentam

é a avaliação dos resultados da assistência prestada, sendo imprescindível a

adoção de indicadores para monitorar a qualidade dos serviços prestados, que

permita que a qualidade do atendimento seja monitorada, para a comparação de

indicadores das unidades de um mesmo hospital e entre diferentes hospitais.

A proposta desse estudo foi a construção de uma ferramenta

computacional que viabilizasse a mensuração de indicadores da assistência de

enfermagem, propiciando uma avaliação objetiva e fidedigna de sua qualidade, e

que se constituísse em apoio para a gerência do cuidado. A ferramenta

computacional proporciona a otimização do tempo para a análise dos dados

coletados, e possibilita a formulação de propostas de estratégias para a melhoria

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da qualidade.

Pretende-se que a utilização da ferramenta computacional possibilite o

armazenamento dos dados referentes aos processos de assistência de

enfermagem, e que o mesmo fique disponível para que se possa fazer a

avaliação dos processos dessa assistência. Essas informações devem ser

compartilhadas entre vários níveis de gerência, como o diretor de enfermagem,

gerentes de área, coordenadores da assistência, educação permanente e Núcleo

de Segurança do Paciente, possibilitando decisões fundamentadas em dados

reais e sistemáticos que traduzam a realidade da qualidade da assistência

prestada.

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91

72. Kurcgant P, Tronchin DMR, Melleiro, Castilho V, Machado VB, Pinhel I, et al.

Indicadores de qualidade e a avaliação do gerenciamento de recursos humanos

em saúde. Rev esc enferm USP. 2009;43(Esp 2):1168-73.

73. Franco JN, Barros BPA, Vaidotas M, D’Innocenzo M. Percepção dos

enfermeiros sobre os resultados dos indicadores de qualidade na melhoria

da prática assistencial Rev. bras. enferm. 2010;63(5):806-10.

74. Martelli R. Excel 2010. São Paulo: Senac; 2010.

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92

APÊNDICES

Apêndice 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Mensuração de indicadores de qualidade da assistência de

enfermagem com planilha informatizada: uma pesquisa metodológica

Pesquisador Responsável: Vitoria Regina Souza Pinto

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: UFF- Mestrado

Profissional em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora de

Afonso Costa

Orientadora: Profª Drª Simone Cruz Machado Ferreira

Telefones para contato: (21) 2629- 9373 (21) 99609-9677

E-mail: [email protected]

Voluntário:

_________________________________________________________________

Idade: ____anos R.G. ______________________________

O(A) Senhor(ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa

“Mensuração de Indicadores de Qualidade da Assistência de Enfermagem

com Planilha Informatizada: Uma Pesquisa Metodológica”, de

responsabilidade da pesquisadora Vitoria Regina Souza Pinto. A importânc ia

desse estudo consiste em elaborar um instrumento para coleta e análise de dados

com a finalidade de mensurar os indicadores de qualidade da assistência de

enfermagem, entendido como uma planilha informatizada. Assim, a pesquisa

apresenta os seguintes objetivos: desenvolver um procedimento de coleta de

dados, os quais serão inseridos e analisados numa planilha informatizada para

mensuração de indicadores de qualidade da assistência de enfermagem;

identificar as situações que ocorrem na assistência de enfermagem para ser

possível determinar os indicadores de processo da qualidade da assistência;

construir uma planilha informatizada para coleta dos dados da assistência de

enfermagem; elaborar o procedimento operacional padrão (POP) para

preenchimento dos dados na planilha.

Esse tipo de estudo é chamado de pesquisa metodológica, pois se refere

às investigações dos métodos de obtenção, organização e análise de dados, com

elaboração de instrumentos, que neste caso será a planilha informatizada. Para

identificar os eventos que determinam os indicadores da assistência de

enfermagem serão realizados encontros com os enfermeiros gerentes de área,

coordenadores de assistência e plantonistas que atuam nas clínicas médicas do

Hospital Universitário Antonio Pedro.

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93

Quanto aos benefícios, espera-se que realmente se alcance a possibilidade

concreta de estabelecer no hospital uma forma de medir a qualidade da

assistência de enfermagem, intervir nas dificuldades detectadas e explicitar

objetivamente os índices de qualidade.

Este projeto foi submetido à Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade

de Medicina da UFF, sendo aprovado sob o nº de CAAE: 21758113900005243 e

parecer 458.862 de 06/12/2013.

Solicitamos que a entrevista possa ser gravada, e caso tenha alguma

dúvida relacionada a sua participação como voluntário da pesquisa e queira

quaisquer esclarecimentos poderá entrar em contato com a pesquisadora

responsável pelos telefones acima relacionados. É preciso afirmar e deixar claro

que a sua participação é voluntária e que este consentimento poderá ser retirado

a qualquer tempo, sem prejuízos à sua situação de trabalho. Também, é

garantida a confidencialidade das informações geradas e a privacidade do sujeito

da pesquisa, isto quer dizer que sua identidade não será revelada e não haverá

nenhuma quebra de sigilo em relação às situações de trabalho utilizadas na

pesquisa.

Eu,__________________________________________, RG nº ______________,

declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto

de pesquisa acima descrito.

________________________________________________

Assinatura do Voluntário

________________________________________________

Assinatura do Pesquisador

Niterói. ___ de ____________ de 2014

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94

Apêndice 2. Relação de artigos selecionados na revisão bibliográfica

3 PRIMEIROS

AUTORES TÍTULO ANO REVISTA

Priscilla Izabella Fonseca Barros de Menezes, Maria D’

innocenzo

Dificuldades vivenciadas pelo enfermeiro na utilização de indicadores de processo

2013 Rev Bras Enferm.

Joseph Restuccia, Alan

B Cohen, Jedediah N Horwitt3

Hospital implementation of

health information technology and quality of care: are they related?

2012

BMC Med

Inform decis Mak

Cláudia Cristina Salimon, Denise

Evazian

Informática na gestão de indicadores de assistência

nutricional

2012 J. Health Inform

Luis Hernan Contreras

Pinochet

Tendências de tecnologia de

informação na gestão da Saúde 2011

O Mundo

da saúde SP

Juliana Nogueira Franco, Brícia Pompeu Amaral Barros, Marina

Vaidotas, Maria D’Innocenzo³

Percepção dos Enfermeiros sobre os resultados dos

indicadores de qualidade na melhoria da prática assistencial

2010 Rev Bras Enferm

REBEN

Lilian Lestingi Labbadia, Maria D´Innocenzo, Rosana Rodrigues

FigueiraFogliano

Sistema informatizado para gerenciamento de indicadores da assistência de enfermagem

do Hospital São Paulo

2010 Rev Esc Enferm

USP

Carla Simone Duarte de Gouvêa, Claudia Travassos

Indicadores de segurança do

paciente para hospitais de pacientes agudos: revisão integrativa

2010 Cad.

Saúde Publica

Heloisa Helena Ciqueto Peres, Diná de Almeida

Lopes Monteiro da Cruz, Antônio Fernandes Costa Lima

Desenvolvimento de Sistema Eletrônico de Documentação

Clínica de Enfermagem estruturado em diagnósticos, resultados e intervenções

2009

Rev Esc

Enferm USP

Gladys Amélia Véles

Benito, Ana Paula Licheski

Sistemas de informação

apoiando a gestão do trabalho em saúde

2009 Rev Bras

Enferm

Diego de Faria Magalhães Torres, Hermes Cupolillo

Simões

Indicadores de qualidade e o processo decisório nos hospitais universitários do Rio de Janeiro

2009 RAS

Continua...

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95

...continuação.

3 PRIMEIROS

AUTORES TÍTULO ANO REVISTA

Gisela Maria Schebella

Souto de Moura, Beatriz Cavalcanti Juchem, Maria Lúcia Rodrigues

Falk

Construção e implantação de dois indicadores de qualidade assistencial de enfermagem

2009 Rev

Gaucha de Enferm

Daisy Maria Rizatto Tronchin,

Marta MariaMelleiro,

Paulina Kurcgant

Subsídios teóricos para a construção e implantação de indicadores de qualidade em

saúde

2009 Rev

Gaucha de Enferm

Patrícia Treviso, Flávio

Henrique Brandão, David Saitovitch

Construção de Indicadores em

Serviços de Saude 2009 RAS

Olímpio J. Nogueira V. Bittar, Adriana Magalhães

Hospitais de Ensino: Informações para monitoramento

2008 RAS

Eliana Ofelia Llapa Rodríguez, María Elena

Echevarría Guanilo, Luciana Magnani Fernandes

Informática em enfermagem:

facilitador na comunicação e apoio para a prática

2008 Inves Educ

Enferm

Denise Schout, Hillegonda Maria Dutilh

Novaes

Do registro ao indicador: gestão da produção da informação

assistencial nos hospitais

2007 Ciencia &

Saúde

Coletiva

Maria D'Innocenzo,

Nilce Piva Adami, Isabel Cristina Kowal Olm Cunha

O movimento pela qualidade nos serviços de saúde e enfermagem

2006 Rev. Bras

enferm

Eliane Marina Palhares

Guimarães, Yolanda Dora Martinez Évora

Sistema de informação: instrumento para a tomada de

decisão no exercício da gerência

2004 Ci. Inf.,

Brasília

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96

Apêndice 3. Instrumento de coleta de dados: roteiro de entrevista

Instrumento n°: _______________ Data_______________ Folha _____

Instrumento para Coleta de Dados Roteiro de Entrevista

Dados de Identificação:

Setor que presta cuidados: ( ) CMF ( ) CMM

Turno de trabalho ( ) SD ( ) SN

Faixa etária: ( ) < 30 anos ( ) 30/35 anos, ( ) 36/40 anos, ( ) 41/45 anos, ( ) 46/50 anos, ( ) > 51 anos

Tempo de formação profissional: __________________

Tempo de exercício profissional: __________________ Tempo de experiência com uso de Indicadores Qualidade: __________________

Tempo de atuação na Instituição: __________________

Pós-Graduação: ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Mestrando

( ) Doutorado ( ) Outro. Especificar Área: ___________________________________________

Indicador de Qualidade:

Indicadores de qualidade são números que refletem características de um

processo, que possam ser mensuradas, tratadas e comparadas com padrões

internos e externos, e servem como guia para monitorar e avaliar as condições

importantes relativas à qualidade dos processos. No ambiente hospitalar serve

para aferir as ações de saúde e avaliar a qualidade dos serviços prestados aos

usuários do hospital. Portanto os indicadores são utilizados como ferramenta que

auxilia na vigilância da qualidade e na identificação de oportunidades de melhoria.

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97

Questões:

1) ABERTA:

No contexto atual do HUAP, em sua opinião quais são os três indicadores da

assistência de enfermagem que podem ser elaborados, medidos e controlados na

clínica médica, de modo a contribuir com a melhoria da assistência de

enfermagem?

2) FECHADA

Dos quinze indicadores da assistência de enfermagem apresentados, determine,

em sua opinião, quais os indicadores são os mais prioritários para a clínica

médica. (Utilizar a escala de abaixo).

OBS:

Todos os indicadores tem a mesma importância. Os indicadores assistenciais

apresentados, aplicados à clínica médica podem ter graus de prioridades

diferentes na ótica dos enfermeiros.

Dê sua justificativa sucinta para os três que você considera mais prioritário.

GRAU DE PRIORIDADE

1 NÃO SE APLICA

2 GRAU BAIXO

3 GRAU MÉDIO

4 GRAU ALTO

5 GRAU MUITO ALTO

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98

Apêndice 4. Indicadores da assistência listados no Manual NAGEH

INDICADOR GRAU DE PRIORIDADE

GRAU JUSTIFICATIVA

Incidência de queda de paciente

Incidência de extubação não planejada de cânula endotraqueal

Incidência de saída não planejada de sonda oro/nasogastroenteral para aporte nutricional

Incidência de lesão de pele

Incidência de flebite

Incidência de extravasamento de droga antineoplásica em pacientes internados

Incidência de perda de cateter venoso central

Incidência de úlcera por pressão (UP) - unidade de internação adulto

Incidência de úlcera por pressão (UP) -

unidade de terapia intensiva adulto

Incidência de erro de medicação

Incidência de quase falha relacionada ao

processo de administração de medicação

Incidência de extravasamento de

contraste

Incidência de extravasamento de droga

antineoplásica em pacientes em atendimento ambulatorial

Incidência de perda de cateter central de

inserção periférica

Incidência de instrumentais cirúrgicos com sujidade

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99

Apêndice 5. Indicadores da assistência listados no Manual NAGEH

indicados pelos enfermeiros segundo grau de prioridade

Indicadores

Grau 5

Grau 4

Grau 3

Grau 2

Grau 1

Total

1 Úlcera de pressão – paciente internado

10 enf.

03 enf

01 enf

2 Flebite 09 enf.

03 enf.

02 enf.

- -

3 Queda 08 enf.

04 enf.

01 enf.

01 enf.

-

4 Lesão de pele 08 enf.

03 enf.

01 enf.

01 enf.

01 enf.

5 Erro de medicação 08

enf.

- 06

enf.

- -

6 Saída não planejada de

SNE

05

enf.

06

enf.

01

enf.

02

enf.

-

7 Quase falha na

administração de medicamentos

02

enf.

04

enf.

05

enf.

03

enf.

-

8 Extravasamento de droga antineoplásica - paciente internado

01 enf.

01 enf.

01 enf.

07 enf.

04 enf.

9 Perda de cateter venoso central

- 02 enf.

06 enf.

04 enf.

02 enf.

10 Perda de Cateter Central (CCIP)

- 02 enf.

01 enf.

01 enf.

10enf.

11 Extubação cânula endotraqueal

- 01 enf.

02 enf.

08 enf.

03 enf.

12 Instrumentais com sujidade - - - 05

enf.

09

enf.

13 Úlcera por Pressão - UTI

adulto

- - - - 14

enf.

14 Extravasamento de droga

antineoplásica ambulatorial

- - - - 14

enf.

15 Extravasamento contraste -

paciente internado

- - - - 14

enf.

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100

ANEXOS

Anexo I. Parecer Consubstanciado do CEP

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101

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102

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103

Anexo II. Memorando da Diretoria de Enfermagem para o GTI

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Produto da Dissertação de Mestrado

SETOR PLANILHA DE COLETA DE DADOS PARA CÁLCULO DE INDICADORES ASSISTENCIAIS

CMM HUAP

Nº DE LEITOS: OUTUBRO

20 2014

DIAS / PLANTÃO

<-----------------------------> REFERÊNCIAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 TOTAL

MÊS MÉDIA

DIA

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

Nº de pacientes internados

17 17 18 18 18 18 18 18 20 20 19 19 19 19 19 19 20 20 20 20 19 19 19 19 20 20 20 20 20 20 591 19,7

Nº de pacientes acamados

6 7 7 7 5 5 7 7 8 8 9 9 9 9 5 5 6 6 6 6 6 6 6 6 7 7 6 6 8 8 209 7,0

Nº de integrantes equipe de Enf

8 4 5 4 6 6 5 4 6 4 7 4 7 4 6 4 8 4 8 4 5 4 5 4 6 4 5 3 5 3 153,5 5,1

Nº de paciente com cateter venoso periférico no plantão

5 6 10 10 10 10 10 10 8 8 6 6 6 8 11 11 9 9 9 10 12 12 12 12 11 14 9 9 7 7 260 8,67

Nº de aparecimento casos novos de Flebite no plantão

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7 0,23

Nº de quedas de pacientes

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

Queda do leito / Maca

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Queda no Banheiro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Queda na Enfermaria/ Corredor

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Continua...

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...continuação

SETOR PLANILHA DE COLETA DE DADOS PARA CÁLCULO DE INDICADORES ASSISTENCIAIS

CMM HUAP

Nº DE LEITOS: OUTUBRO

20 2014

DIAS / PLANTÃO <---------------------------->

REFERÊNCIAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 TOTAL

MÊS MÉDIA

DIA

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

Nº de aparecimento de casos novos de paciente com Úlcera por pressão (UPP)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

Nº de pacientes admitidos com UPP

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

Nº de pacientes expostos ao risco de adquirir UPP

0 0,00

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SETOR PLANILHA DE COLETA DE DADOS PARA CÁLCULO DE INDICADORES ASSISTENCIAIS

CMM HUAP

Nº DE LEITOS: OUTUBRO

20 2014

DIAS /

PLANTÃO

<----------------> REFERÊNCIAS

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

TO

TA

L

S

DIA

DIA

DIAS

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

31

Nº de pacientes internados

19 19 17 17 17 17 16 17 20 19 20 20 20 19 20 20 20 20 19 19 19 19 20 20 20 20 20 20 20 20 19 18 591 19,7

OUTUBRO

Nº de pacientes acamados

7 7 6 6 6 6 6 6 7 7 6 6 6 6 8 8 8 8 6 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 6 6 209 7,0 ESD

ESN

Nº de integrantes equipe de Enf

6 4 5 4 5 4 5 3 5 3 8 4 8 4 6 4 8 4 5 4 5 4 5 4 6 4 6 4 5 4 5 4 153,

5 5,1 6,17 4,07

Nº de paciente com cateter venoso periférico no plantão

8 8 8 8 8 8 8 10 9 9 8 8 8 10 6 6 7 7 6 5 5 5 5 6 7 10 8 8 8 8 9 9 260 8,67

Nº de aparecimento casos novos de Flebite no plantão

0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 7 0,23

Nº de quedas de pacientes

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

Continua...

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...continuação

SETOR PLANILHA DE COLETA DE DADOS PARA CÁLCULO DE INDICADORES ASSISTENCIAIS

CMM HUAP

Nº DE LEITOS: OUTUBRO

20 2014

DIAS /

PLANTÃO

<----------------> REFERÊNCIAS

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

TO

TA

L

S

DIA

DIA

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

SD

SN

Queda do leito / Maca

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Queda no Banheiro

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Queda na Enfermaria/ Corredor

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nº de aparecimento de casos novos de paciente com Úlcera por pressão (UPP)

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

Nº de pacientes admitidos com UPP

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

Nº de

pacientes expostos ao risco de adquirir UPP

0 0,00

OBS: Não preencher linha/colunas cinza.

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HUAP

SETOR INDICADORES ASSISTENCIAIS DE ENFERMAGEM

CMM 2014

DIAS META

ANUAL MÉDIA HUAP

JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Incidência de flebite 0,24 2,33 N/A N/A N/A N/A N/A 3,20 3,43 1,19 1,16 2,69 N/A N/A

Incidência de queda de paciente 0,66 0,07 N/A N/A N/A N/A N/A 0,00 0,35 0,00 0,00 0,00 N/A N/A

Incidência de úlcera por pressão - Paciente adulto -

Clínica 0,43 N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A N/A

Fórmulas

Incidência de flebite =(nº de casos de flebite/nº de pacientes-dia com acesso venoso periférico)*100

NAGEH 2013 = Hospitais gerais e selados variaram de 0,13 a 0,31 - Mediana = 0,24

Incidência de queda de paciente =((nº de quedas/(nº de pacientes/dia) )*1.000

NAGEH 2013 = Hospitais gerais e selados variaram de 0,10 a 1,25 - Mediana = 0,66

Incidência de úlcera por pressão - Paciente adulto -

Clínica

= (nº de casos novos de pacientes com UP em um determinado período/nº de pessoas expostas ao risco de adiquirir UP no

período)* 100

NAGEH 2013 = Hospitais gerais e selados = variaram de 0 a 1,4 - Mediana = 0,43 - Taxa de incidência de 0 a 14% na literatura internacional

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HUAP

SETOR INDICADORES ASSISTENCIAIS DE ENFERMAGEM

CMM 2014

ÍNDICE DE FLEBITE

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

3,20

3,43

1,19 1,16

2,69

0,00 0,00

0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24

2,33 2,33 2,33 2,33 2,33 2,33 2,33 2,33 2,33 2,33 2,33 2,33

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

ÍNDICE DE FLEBITE

META ANUAL

MÉDIA HUAP

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HUAP

SETOR INDICADORES ASSISTENCIAIS DE ENFERMAGEM

CMM 2014

ÍNDICE DE QUEDA