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Estudo Setorial Indústria Madeireira de Santa Catarina

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    FICHA TCNICA

    GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Lucia Gomes Vieira Dallagnello Secretrio de Estado do Desenvolvimento Econmico

    Sustentvel Amir Hamad Diretor de Desenvolvimento Econmico

    Mrcia Helena Neves Gerente de Desenvolvimento Econmico

    CONSELHO DELIBERATIVO DO Sebrae/SC Alcantaro Corra Presidente do Conselho Deliberativo

    Srgio Alexandre Medeiros Vice-Presidente do Conselho Deliberativo

    ENTIDADES Federao da Agricultura e Pecuria do Estado de Santa Catarina FAESC

    Federao das Associaes de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina FAMPESC Federao das Associaes Empresariais de Santa Catarina FACISC

    Federao das Cmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina FCDL Federao das Indstrias do Estado de Santa Catarina FIESC

    Federao do Comrcio do Estado de Santa Catarina FECOMRCIO Agncia de Fomento do Estado de Santa Catarina BADESC

    Banco do Brasil S.A. BB Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul BRDE

    Caixa Econmica Federal CAIXA Fundao Centros de Referncia em Tecnologias Inovadoras CERTI

    Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico Sustentvel SDS Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAE

    Servio Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI/DRSC Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

    DIRETORIA EXECUTIVA DO Sebrae/SC

    Carlos Guilherme Zigelli Diretor Superintendente Anacleto Angelo Ortigara Diretor Tcnico

    Srgio Fernandes Cardoso Diretor Administrativo Financeiro

    ORGANIZAO Ricardo Monguilhott de Brito Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo UAC

    Roberto Tavares de Albuquerque Coordenador do Ncleo da Indstria UAC Claudio Ferreira Analista Tcnico UGE

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    CONSULTORIA TCNICA

    GAPE ASSESSORIA COMERCIAL LTDA. Marcos Durval Sabota Breda Diretor administrativo

    Daniel Marques de Lucena, Msc. Responsvel tcnico Gustavo Gallo Economista Analista tcnico de dados secundrios

    Davi Wazlawick Analista tcnico de dados secundrios Elmo Tambosi Filho, Dr. Consultor tcnico de dados secundrios

    Mara Denise Brum Analista tcnica de dados primrios Jean Carlos Schroder Analista tcnico de dados primrios Paulo Queiroz Pesquisador de levantamento qualitativo

    Joo Luis Pasquali Savi Pesquisador de levantamento qualitativo Alexandre Moura Suporte e gesto de dados

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    SUMRIO

    INTRODUO ______________________________________________________________ 9 I. APRESENTANDO O ESTUDO SETORIAL _________________________________________ 9 II. PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC ___________________________________________ 9 III. O SETOR ECONMICO DA INDSTRIA MADEIREIRA DE SANTA CATARINA ___________ 10 RESUMO EXECUTIVO _______________________________________________________ 13 I. PANORAMA DO SETOR ____________________________________________________ 13 II. VISO DOS ESPECIALISTAS _________________________________________________ 16 III. VISO DO EMPRESRIO ___________________________________________________ 19 IV. PANORAMA DE NOVOS MERCADOS _________________________________________ 23 V. PROSPECO DE NOVOS MERCADOS ________________________________________ 25 CAPTULO I - PANORAMA DO SETOR __________________________________________ 27 1 CONSIDERAES PRELIMINARES ______________________________________ 33 1.1 APRESENTAO ____________________________________________________ 33 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO _______________________________________________ 35 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO __________________________________________ 35 1.3.1 Tipo de pesquisa ____________________________________________________ 35 1.3.2 Critrios de anlise __________________________________________________ 36 1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE ______________________________________ 37 1.5 CONTEXTO ATUAL __________________________________________________ 39 2 DADOS MACROECONMICOS _________________________________________ 41 2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ____ 41 2.2 PRINCIPAIS DADOS DEMOGRFICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ________ 42 3 PANORAMA DA ATIVIDADE MADEIREIRA _______________________________ 44 3.1 PANORAMA MUNDIAL DA ATIVIDADE ___________________________________ 44 3.1.1 Produo e consumo mundial _________________________________________ 46 3.1.2 Principais pases produtores, exportadores e importadores __________________ 46 3.1.3 Outros dados relevantes do setor no mercado internacional _________________ 46 3.2 PANORAMA BRASILEIRO DA ATIVIDADE _________________________________ 47 3.2.1 Importncia da atividade na economia nacional ___________________________ 47 3.2.2 Principais indicadores setoriais ________________________________________ 49 3.2.3 Perfil empresarial do setor ____________________________________________ 51 3.2.4 Mo de obra empregada na atividade ___________________________________ 52 3.2.5 Produo do segmento ______________________________________________ 53 3.2.6 Investimentos realizados e previstos ____________________________________ 54 3.2.7 Principais polos produtores e consumidores nacionais ______________________ 56 3.2.8 Importao e exportao _____________________________________________ 57 3.3 PANORAMA CATARINENSE DA ATIVIDADE _______________________________ 59 3.3.1 Importncia da atividade na economia catarinense ________________________ 59 3.3.2 Principais indicadores setoriais ________________________________________ 59 3.3.3 Participao catarinense no mercado nacional ____________________________ 61 3.3.4 Perfil empresarial do setor ____________________________________________ 62

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    3.3.5 Mo de obra empregada na atividade ___________________________________ 62 3.3.6 Investimentos realizados e previstos ____________________________________ 63 3.3.7 Principais polos produtores e consumidores catarinenses ___________________ 65 3.3.8 Importao e exportao _____________________________________________ 65 4 POLOS SETORIAIS DO ESTUDO ________________________________________ 67 4.1 CARACTERSTICAS REGIONAIS DO SETOR DE MADEIRA DE SANTA CATARINA ____ 67 4.1.1 Coordenadoria regional Meio Oeste ____________________________________ 68 4.1.2 Coordenadoria regional Oeste _________________________________________ 68 4.1.3 Coordenadoria regional da Serra Catarinense _____________________________ 69 4.2 APRESENTAO DO SETOR DE MADEIRA ________________________________ 70 4.2.1 Polo Setorial das Indstrias Madeireiras da Regio Meio Oeste _______________ 70 4.2.2 Polo Setorial Madeireiro do Oeste Catarinense ____________________________ 71 4.2.3 Polo Setorial das Indstrias de Madeira da Serra Catarinense ________________ 71 4.3 NMERO DE EMPRESAS POR POLO _____________________________________ 72 4.4 EMPREGOS GERADOS POR POLO _______________________________________ 74 4.5 MDIA SALARIAL POR POLO ___________________________________________ 75 4.6 COMPARATIVO DE VAF, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE ECONMICA E

    COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE ______________________________ 76 4.7 COMPARATIVO DE EXPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE

    ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________________ 78 4.8 COMPARATIVO DE IMPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE

    ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________________ 79 5 TENDNCIAS DA ATIVIDADE __________________________________________ 80 5.1 TENDNCIAS DA ATIVIDADE EM NVEL INTERNACIONAL, NACIONAL E

    ESTADUAL _________________________________________________________ 80 5.2 OPORTUNIDADES DE MERCADO _______________________________________ 82 5.3 AMEAAS DE MERCADO _____________________________________________ 83 5.4 OUTROS DADOS RELEVANTES AO SETOR _________________________________ 84 REFERNCIAS _____________________________________________________________ 87 ANEXOS _________________________________________________________________ 90 ANEXO A - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL MEIO OESTE E QUANTIDADE DE

    EMPRESAS POR CIDADE ______________________________________________ 90 ANEXO B - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL OESTE E QUANTIDADE DE EMPRESAS POR

    CIDADE ___________________________________________________________ 91 ANEXO C - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL DA SERRA CATARINENSE E QUANTIDADE

    DE EMPRESAS POR CIDADE ___________________________________________ 93 ANEXO D - LISTA DE POLOS DO ESTUDO NOVA ECONOMIA@SC _____________________ 94 CAPTULO II - VISO DOS ESPECIALISTAS _______________________________________ 97 1 CONSIDERAES PRELIMINARES _____________________________________ 101 1.1 APRESENTAO ___________________________________________________ 101 2 ASPECTOS METODOLGICOS ________________________________________ 101 2.1 TIPO DE PESQUISA _________________________________________________ 101 2.2 CARACTERIZAO DOS SUJEITOS DE PESQUISA __________________________ 102

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    2.3 COLETA DOS DADOS ________________________________________________ 103 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ___________________________________________ 104 3 ANLISE DOS DADOS _______________________________________________ 104 3.1 CENRIO DO MERCADO DE PRODUTOS DE MADEIRA EM SANTA CATARINA ____ 105 3.1.1 Perspectivas de crescimento _________________________________________ 105 3.2 NECESSIDADES, DIFICULDADES E CONCORRNCIA DO SETOR EM SANTA

    CATARINA ________________________________________________________ 107 3.2.1 Dificuldades e ameaas enfrentadas pelo setor __________________________ 107 3.2.2 Situao da concorrncia do setor _____________________________________ 109 3.3 OPORTUNIDADES PARA O SETOR DE PRODUTOS DE MADEIRA DE SANTA

    CATARINA ________________________________________________________ 110 3.3.1 Oportunidades de Mercado para o setor de produtos de madeira ___________ 111 3.3.2 Expectativas de mercados consumidores para o setor de produtos de madeira _ 112 3.3.3 Percepo do empresrio sobre o setor de produtos de madeira ____________ 114 3.4 A SITUAO DOS ASPECTOS DA LOGSTICA PARA O SETOR DE PRODUTOS DE

    MADEIRA DE SANTA CATARINA _______________________________________ 116 3.4.1 Infraestrutura logstica do setor de madeira _____________________________ 116 4 CONSIDERAES FINAIS ____________________________________________ 118 ANEXOS ________________________________________________________________ 122 ANEXO A - ROTEIRO SEMIESTRUTURADO - FORMADORES DE OPINIO _______________ 122 CAPTULO III - VISO DO EMPRESRIO ________________________________________ 125 1 CONSIDERAES PRELIMINARES _____________________________________ 129 1.1 APRESENTAO ___________________________________________________ 129 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO ______________________________________________ 130 2 ASPECTOS METODOLGICOS ________________________________________ 130 2.1 TIPO DE PESQUISA _________________________________________________ 131 2.2 POPULAO E AMOSTRA ____________________________________________ 131 2.3 COLETA DOS DADOS ________________________________________________ 132 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ___________________________________________ 132 3 ANLISE DOS DADOS _______________________________________________ 132 3.1 ANLISE DAS CARACTERSTICAS SOCIOECONMICAS DAS EMPRESAS _________ 133 3.1.1 Descrio da atividade econmica _____________________________________ 134 3.1.2 Regio, municpio e polo das empresas _________________________________ 136 3.1.3 Incio das atividades das empresas ____________________________________ 138 3.1.4 Nmero de colaboradores das empresas _______________________________ 140 3.1.5 Classificao de faturamento por porte das empresas _____________________ 142 3.1.6 Gnero dos entrevistados ___________________________________________ 143 3.1.7 Grau de escolaridade dos entrevistados ________________________________ 144 3.2 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: DEMANDAS

    ATENDIDAS _______________________________________________________ 146 3.2.1 Mercados consumidores atendidos ____________________________________ 146 3.2.2 Gnero dos clientes ________________________________________________ 148 3.2.3 Faixa etria dos respondentes ________________________________________ 149

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    3.2.4 Classe social dos respondentes _______________________________________ 151 3.2.5 Principais razes de compra dos clientes finais ___________________________ 153 3.2.6 Fatores que influenciam as vendas ____________________________________ 155 3.2.7 Influncia sazonal de consumo _______________________________________ 157 3.2.8 Meses de variao sazonal ___________________________________________ 159 3.2.9 Prospeco de clientes finais _________________________________________ 162 3.2.10 Pesquisas de satisfao com clientes finais ______________________________ 163 3.2.11 Tipos de pesquisa de satisfao com clientes finais _______________________ 164 3.2.12 Grau de satisfao dos clientes finais __________________________________ 165 3.2.13 Frequncia da pesquisa de satisfao __________________________________ 167 3.3 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: CADEIA DE

    PLAYERS E CONJUNTURA DA ATIVIDADE ________________________________ 168 3.3.1 Canais de venda para acesso a clientes _________________________________ 169 3.3.2 Regio de origem dos clientes finais ___________________________________ 171 3.3.3 Regio de origem dos fornecedores ___________________________________ 174 3.3.4 Regio de origem dos concorrentes____________________________________ 177 3.3.5 Nvel de concorrncia do mercado ____________________________________ 180 3.3.6 Percepo sobre o mercado __________________________________________ 181 3.3.7 Estgio atual da empresa: crescimento, estabilidade ou declnio _____________ 182 3.3.8 Taxa anual de crescimento em faturamento ou vendas na empresa __________ 184 3.3.9 Taxa anual de declnio em faturamento ou vendas na empresa ______________ 186 3.3.10 Prticas de crescimento utilizadas na empresa ___________________________ 188 3.3.11 Motivos de estabilidade/declnio em faturamento ou vendas na empresa _____ 190 3.3.12 Tipos de inovao desenvolvidas na empresa ____________________________ 192 3.3.13 Impacto das inovaes na empresa ____________________________________ 194 3.3.14 Problemas ou desafios enfrentados pelo respondente _____________________ 195 3.3.15 Aes de acesso a novos mercados na empresa __________________________ 198 3.3.16 Resultados obtidos nas vendas com aes de acesso a novos mercados _______ 200 3.3.17 Oportunidades de novos mercados para a empresa _______________________ 202 3.3.18 Expectativas estratgicas da empresa __________________________________ 204 3.4 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE LOGSTICA DAS EMPRESAS ______________ 206 3.4.1 Modelos logsticos _________________________________________________ 207 3.4.2 Natureza da compra de mercadorias das empresas _______________________ 209 3.4.3 Dificuldades com fornecedores locais __________________________________ 211 3.4.4 Poder de barganha da empresa em relao a fornecedores _________________ 213 3.4.5 Movimentao da produo na empresa _______________________________ 215 3.4.6 Canais de fornecedores da empresa ___________________________________ 217 3.4.7 Meios de intermediao das compras na empresa ________________________ 218 3.4.8 Quantidade de fornecedores na empresa _______________________________ 220 3.4.9 Quantidade de clientes na empresa ___________________________________ 223 3.4.10 Meios de transporte utilizados na logstica de compra da empresa ___________ 225 3.4.11 Meios de transporte utilizados na logstica de venda e entrega da empresa ____ 227 3.4.12 Gesto de estoque na empresa _______________________________________ 228 3.4.13 Software de logstica _______________________________________________ 230 3.4.14 Cadeia logstica da empresa __________________________________________ 232

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    3.4.15 Sugestes de melhorias na infraestrutura e logstica da empresa ____________ 234 3.4.16 reas da empresa com necessidade de investimentos _____________________ 236 4 CONSIDERAES FINAIS ____________________________________________ 238 4.1 SNTESE DE RESULTADOS ____________________________________________ 238 4.1.1 Perfil das empresas ________________________________________________ 238 4.1.2 Percepo do Mercado Atual demandas atendidas ______________________ 239 4.1.3 Percepo do Mercado Atual cadeia de players e conjuntura da atividade ____ 240 4.1.4 Anlise das Caractersticas de Logstica das Empresas _____________________ 242 ANEXOS ________________________________________________________________ 244 ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ________________________________ 244 CAPTULO IV - PANORAMA DE NOVOS MERCADOS ______________________________ 253 1 INFORMAES PRELIMINARES _______________________________________ 259 1.1 APRESENTAO ___________________________________________________ 259 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO ______________________________________________ 260 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO _________________________________________ 260 1.3.1 Tipo de pesquisa ___________________________________________________ 260 1.3.2 Critrios de anlise _________________________________________________ 261 2 LIMITAES DE PESQUISA ___________________________________________ 262 3 PANORAMA NACIONAL _____________________________________________ 262 4 PANORAMA DAS REGIES DO BRASIL _________________________________ 263 5 PANORAMA DOS ESTADOS __________________________________________ 266 5.1 ESTADO DE MINAS GERAIS ___________________________________________ 266 5.2 ESTADO DE SANTA CATARINA ________________________________________ 269 6 CONSIDERAES FINAIS ____________________________________________ 272 REFERNCIAS ____________________________________________________________ 274 CAPTULO V - PROSPECO DE NOVOS MERCADOS _____________________________ 275 1 CONSIDERAES PRELIMINARES _____________________________________ 277 1.1 APRESENTAO ___________________________________________________ 279 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO ______________________________________________ 280 2 ASPECTOS METODOLGICOS ________________________________________ 280 2.1 TIPO DE PESQUISA _________________________________________________ 280 2.2 POPULAO E AMOSTRA ____________________________________________ 281 2.3 COLETA DOS DADOS ________________________________________________ 282 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ___________________________________________ 282 3 ANLISE DOS DADOS _______________________________________________ 282 3.1 ANLISE DAS CARACTERSTICAS SOCIOECONMICAS DAS EMPRESAS _________ 283 3.1.1 Regio e municpio das empresas _____________________________________ 284 3.1.2 Descrio da atividade econmica _____________________________________ 286 3.1.3 Incio das atividades das empresas ____________________________________ 287 3.1.4 Nmero de colaboradores das empresas _______________________________ 289 3.1.5 Porte e classificao das empresas ____________________________________ 291

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    3.1.6 Gnero dos entrevistados ___________________________________________ 293 3.1.7 Escolaridade dos entrevistados _______________________________________ 294 3.2 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: DEMANDAS ___ 296 3.2.1 Mercados atendidos ________________________________________________ 297 3.2.2 Canais de vendas __________________________________________________ 299 3.2.3 Origem dos principais clientes ________________________________________ 301 3.2.4 Produtos adquiridos do setor madeireiro _______________________________ 302 3.2.5 Canais de compra para produtos da indstria madeireira __________________ 304 3.2.6 Frequncia de contratao de fornecedores da indstria madeireira _________ 306 3.2.7 Quantidade de fornecedores da indstria madeireira _____________________ 308 3.2.8 Satisfao em relao aos produtos ou servios de fornecedores da cadeia

    madeireira _______________________________________________________ 310 3.2.9 Aspectos da cadeia madeireira que necessitam de melhoramentos __________ 312 3.3 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DEMANDADAS PELAS EMPRESAS DA

    AMOSTRA ________________________________________________________ 314 3.3.1 Aprimoramentos em reas/setores nas empresas pesquisadas ______________ 315 3.3.2 Necessidades de aprimoramentos por produtos e servios nas empresas ______ 317 3.3.3 Regio dos fornecedores da cadeia madeireira ___________________________ 320 3.3.4 Investimentos em produtos/matria-prima da cadeia madeireira no ano de

    2012 ____________________________________________________________ 322 3.3.5 Contato com fornecedores de Santa Catarina ____________________________ 324 3.3.6 Aquisio de produtos e servios da cadeia madeireira com fornecedores

    catarinenses ______________________________________________________ 326 3.3.7 Interesse das empresas em trabalhar com fornecedores catarinenses da

    indstria madeireira ________________________________________________ 329 3.3.8 Tipos de fornecedores ______________________________________________ 331 3.4 ANLISE DA DEMANDA POTENCIAL INTERESSADA EM NEGCIOS COM

    fornecedores da indstria MADEIREIRA ________________________________ 334 3.4.1 Estrato da demanda potencial por grupo e atividade econmica _____________ 334 3.4.2 Estrato da demanda potencial versus interesse em produtos e servios _______ 337 4 CONSIDERAES FINAIS ____________________________________________ 340 4.1 SNTESE DE RESULTADOS ____________________________________________ 340 4.1.1 Caractersticas Socioeconmicas das empresas __________________________ 340 4.1.2 Caractersticas de mercado das empresas: aspectos das demandas atendidas __ 341 4.1.3 Caractersticas da demanda __________________________________________ 341 ANEXOS ________________________________________________________________ 344 ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ________________________________ 344

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    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    INTRODUO

    I. APRESENTANDO O ESTUDO SETORIAL

    Este documento fruto da parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento

    Econmico Sustentvel de Santa Catarina e o Servio de Apoio s Micro e Pequenas

    Empresas de Santa Catarina Sebrae/SC, para a realizao de uma robusta anlise

    econmica intitulada Estudo Setorial da Indstria Madeireira de Santa Catarina. O

    trabalho faz parte da anlise de doze setores econmicos no contexto Catarinense, os

    quais se dividem em quarenta e sete polos industriais, que subsidia informaes para o

    Programa NovaEconomia@SC.

    II. PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC

    O Programa Nova Economia@SC uma parceria do Servio de Apoio s Micro e

    Pequenas Empresas de Santa Catarina Sebrae/SC, com o Governo do Estado de Santa

    Catarina, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico

    Sustentvel SDS, que visa aumentar a competitividade da economia e dos polos

    industriais catarinenses.

    Alm do Projeto Polos Industriais, o programa Nova Economia@SC conta com

    outros projetos: Juro Zero, Polos de Economia Verde e Desenvolvimento Territorial.

    O Projeto de Fortalecimento de Polos Industriais tem como objetivo promover

    a inovao das micro e pequenas empresas, agrupadas em 47 polos setoriais regionais

    de setores industriais estratgicos do estado de Santa Catarina, objetivando ganhos de

    qualidade e produtividade e a insero dessas empresas em novos mercados.

    O Setor da indstria madeireira um dos polos industriais selecionados do

    Programa Nova Economia@SC, conforme discriminado na Tabela 1.

  • 10

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    Tabela 1 - Lista de setores estudados e quantitativo de polos por setor

    Setores estudados Nmero de polos por setor

    Alimentos e Bebidas 4

    Confeco de Vesturio e Acessrios 11

    Calados e Artefatos de Couro 2

    Produtos de Madeira 3

    Produtos de Borracha e de Plstico 2

    Construo Civil 3

    Eletrometalmecnico 9

    Mveis 6

    Tecnologia da Informao e Comunicao 4

    Joias e Semi Joias, Bijuterias e tica 1

    Nutico 1

    Higiene Pessoal, Cosmticos e Perfumaria 1

    Total 47 Fonte: Elaborado pela empresa gape Consultoria Ltda.

    III. O SETOR ECONMICO DA INDSTRIA MADEIREIRA DE SANTA CATARINA

    O referido estudo buscou reunir informaes de mercado sobre o cenrio

    econmico recente e atual das empresas catarinenses com atividades na cadeia

    produtiva da madeira em trs polos industriais (Indstrias Madeireiras da Regio Meio

    Oeste, Madeireiro do Oeste Catarinense, Indstria de Madeira da Serra Catarinense)

    definidos neste estado, descritos a seguir, no Captulo 1. O perodo para sua completa

    realizao, iniciada em outubro do ano de 2012, teve durao de 18 meses.

    A anlise de um setor econmico representa a iniciativa e o esforo em buscar

    informaes que representem e expliquem um determinado contexto econmico em

    uma regio, zona, distrito, atividade ou campo de ao. Para efeitos do presente

    estudo, as atividades do setor em pauta so descritas em mbito regional, estadual e

    nacional, envolvendo o esforo de pesquisa de cinco levantamentos complementares,

    descritos como captulos ou etapas deste Estudo Setorial e correspondem aos

    seguintes ttulos:

    I. Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina II. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa

    Catarina

  • 11

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    III. Viso do Empresrio do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina IV. Panorama de Novos Mercados para o Setor da Indstria Madeireira de

    Santa Catarina V. Prospeco de Novos Mercados para Produtos da Indstria Madeireira

    de Santa Catarina

    O primeiro captulo Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa

    Catarina contempla um estudo exploratrio de dados secundrios, extrados de fontes

    de informaes oficiais brasileiras, tais como da RAIS, IBGE e AliceWeb. Trata-se da

    coleta e organizao de informaes, opinies publicadas de instituies de classe e

    outros estudos setoriais para fins comparativo e descritivo do cenrio do setor de

    calados em Santa Catarina.

    O segundo captulo Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira

    de Santa Catarina vai alm, complementando o primeiro com um levantamento

    qualitativo com a realizao de entrevistas em profundidade, observando a opinio

    dos representantes das entidades de classe e empresrios deste setor no estado de

    Santa Catarina. A ideia que a opinio de onze especialistas descreva a atual

    conjuntura do setor, apontando os desafios, problemas enfrentados pelo

    empresariado, oportunidades e capacidades da cadeia de mercado.

    Uma vez que a etapa anterior buscou profundidade de informaes pela

    discusso de contedo qualitativo, o Captulo III Viso do Empresrio do Setor da

    Indstria Madeireira de Santa Catarina caracteriza o mercado catarinense de

    empresas da cadeia produtiva da indstria madeireira em um levantamento

    quantitativo descritivo, observando a opinio de 159 gestores de empresas espalhados

    pelos trs polos deste estado. Nessa etapa so tratadas informaes de perfil

    socioeconmico destas empresas, a percepo do mercado e aspectos logsticos

    concernentes a cada natureza produtiva da amostra.

    Os Captulos IV - Panorama de Novos Mercados para o Setor da Indstria

    Madeireira de Santa Catarina e V - Prospeco de Novos Mercados para Produtos da

    Indstria Madeireira de Santa Catarina respectivamente, somam foras para explicar

    os mercados potenciais de entrada para empresas catarinenses do setor madeireiro.

    Estes possveis novos mercados so apontados pelos entrevistados nos captulos II e III

    e observados em um estudo exploratrio de dados secundrios para quantificao de

  • 12

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    indicadores econmicos de crescimento (captulo IV), seguido por um levantamento

    quantitativo descritivo com empresas destes mercados potenciais (captulo V). Nesta

    ltima parte, a pesquisa prioriza a descrio de dois mercados, Santa Catarina e Minas

    Gerais, os quais somam 392 entrevistas. Esta ltima etapa limita-se a analisar estes

    dois mercados geogrficos, por entender, no decorrer do estudo, como os mais

    promissores e viveis para fomento, sem descartar quaisquer outras possibilidades em

    mbito nacional.

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    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    RESUMO EXECUTIVO

    O Estudo do Setor madeireiro de Santa Catarina busca a compreenso do

    contexto econmico do setor por meio de cinco levantamentos complementares.

    Apresenta-se a seguir, a sntese das principais concluses acerca dos resultados

    encontrados.

    I. PANORAMA DO SETOR

    A Indstria Madeireira representa uma atividade econmica importante com

    diversas inter-relaes com outros setores da economia. Neste tipo de indstria temos

    uma sucesso de operaes, iniciando pela extrao, o armazenamento, o tratamento

    qumico e modelagem. O resultado final desta indstria enquanto produto pode ser

    muito variado, tais como mveis, tbuas para construo civil, celulose para a

    fabricao do papel, entre outros derivados da madeira. A indstria madeireira um

    setor muito forte em pases como o Canad, Estados Unidos, Alemanha, Brasil e

    Indonsia, tendo estes dois ltimosparte de sua produo baseada em florestas

    tropicais.

    O comrcio internacional de produtos florestais cresce a taxas superiores s de

    produo. Em 2011, as exportaes globais de madeira serrada de conferas, segundo

    a FAO (Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao), atingiram 95

    milhes de m3 (metros cbicos) e um valor monetrio de 13 bilhes de dlares. No

    mercado mundial da madeira, o destaque no primeiro semestre de 2012 foi a China

    com consumo de 1,4 bilhes de dlares, segundo dados da Random Lengths

    (publicao especializada no mercado internacional de produtos de madeira).

    No Brasil este setor industrial possui nmeros interessantes, como contabilizar

    R$ 16.399.103.000,00 de Receita Lquida de Vendas de atividades industriais em 2010,

    representando 0,93% do total brasileiro que foi de R$ 1.771.564.814.000,00. No ano

    de 2011 o nmero de empresas no segmento era de 30.106, segundo o Ministrio do

    Trabalho e Emprego (MTE), que geravam mais de 202 mil empregos diretos. Neste

    particular, ressalte-se que a Regio Sul possui o maior contingente de empresas, 46,3%

  • 14

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    do total de empresas. Ainda sobre a mo de obra empregada, pode-se constatar que

    82,28% so do sexo masculino, e o salrio mdio pago era de 02 salrios mnimos, para

    91,79% dos trabalhadores. Em se tratando de mercado internacional, no ano de 2012,

    as exportaes brasileiras somaram mais de 1,8 bilhes de dlares, ao passo que as

    importaes mais de 177 bilhes de dlares, tendo um dficit de quase de 175 bilhes

    de dlares. Em se tratando de nmeros, este setor em nosso estado possui 4.758

    empresas, que geram mais de 38 mil dos empregos diretos no ano de 2011.

    Com relao Santa Catarina o setor de produo de madeira de florestas

    plantadas para fabricao de papel e celulose, em 2009, respondeu por 11,4% do total

    brasileiro. No que tange ao segmento de produo de madeira para outras finalidades,

    nosso Estado contribuiu com 19,5% do total brasileiro, naquele ano. As exportaes

    catarinenses no referido ano somaram mais de 570 milhes de dlares e as

    importaes cresceram 145% entre 2005 e 2009. Santa Catarina ocupa a 4 posio

    nacional na exportao de produtos florestais, e detm 11% da floresta nacional das

    espcies de pinus e eucalipto. Em 2010 o Valor Bruto da Produo Industrial

    catarinense foi de mais de 2,37 bilhes de reais e a Receita Lquida de Venda (RLV) de

    2,4 bilhes de reais.

    O tema investimentos, para o setor da madeira de Santa Catarina, abordado

    pelo programa REFLORESC do Governo do estado, que em parceira com a EPAGRI e

    cooperativas de produtores, tem o propsito de reflorestar um milho de hectares,

    ampliando renda, gerando empregos e fixando o produtor rural. Sobre valores, a

    previso de 1,5 bilho ao longo de 20 anos, alm da postergao do recolhimento do

    ICMS por igual perodo.

    Neste estudo particularmente, so coletados dados acerca de trs polos

    destaques no setor madeireiro: Serra Catarinense, Meio Oeste e Oeste. Desta coleta

    alguns indicadores so construdos com o intuito de permitir uma anlise comparativa

    entre os mesmos. No indicador de nmero de empresas, os polos que mais tinham

    empresas foram a Regio da Serra Catarinense e a Regio Oeste, primeiro e segundo

    lugares respectivamente. Com relao ao quantitativo de empregos a segunda posio

    alterou, ou seja, ficou com a Regio do Meio Oeste, 35,45% do total dos polos

    estudados. No tocante remunerao, o maior salrio mdio pago foi o da regio da

  • 15

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    Serra Catarinense. No ano de 2011, o Estado de Santa Catarina arrecadou um Valor

    Adicionado Fiscal (VAF)1 de mais de R$ 116 bilhes, sendo que para o setor Madeireiro

    no mesmo ano o VAF foi de mais de R$ 1,0 bilho, o equivalente a 1,02% da

    participao neste importante indicador. No comparativo entre Polos, o mais

    expressivo VAF total (nos CNAE deste estudo) o da Serra Catarinense, com 50% de

    participao no total catarinense. Com relao ao comrcio internacional no Estado,

    temos uma exportao do setor de mais de 400 milhes de dlares, e uma importao

    de mais de 26 milhes de dlares. Em ambos os indicadores o primeiro e segundo

    lugares esto muito prximos, diferena percentual de 1,11%, ficando para o Polo da

    Serra Catarinense e o Polo da regio do Meio Oeste, nesta ordem.

    Sobre as tendncias deste setor, constata-se que duas bases impulsionam o

    mercado produtor: construo civil e consumo de papel. No primeiro encontra-se o

    produto das serrarias, a madeira para caixaria. No segundo o resultado da produo da

    celulose, utilizada na produo dos mais diversos tipos de papel, incluindo aqueles

    destinados produo de embalagens. Em ambas as situaes haver a ampliao do

    plantio de novas florestas, motivada pela necessidade de atender s demandas

    apontadas. Nesta seara esto as oportunidades de mercado, que h algum tempo vm

    demonstrando a necessidade da diversificao e da agregao de valor ao produto

    final. Um destes produtos a moldura, que se produzida de pinus, quase que

    exclusivamente exportada, neste particular a cidade de Brao do Norte destaca-se.

    Em se tratando de Santa Catarina as empresas esto preparadas para

    aproveitar estas oportunidades de negcios, que perpassam a produo de madeira

    para produo de energia, produo de celulose, madeira para caixaria, MDF, MDP e

    produo de mveis. Entraves para o crescimento existem e so os mesmos para o

    cenrio econmico nacional, tais como logstica deficitria, acesso a recursos

    financeiros e problemas de falta de mo de obra, acrescidos das exigncias complexas

    e de difcil atendimento na esfera ambiental.

    1 Valor Adicionado Fiscal um indicador econmico-contbil utilizado pelo Estado para calcular o ndice

    de participao de uma regio no repasse de receita do Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte e de Comunicao para um determinado ano civil.

    Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

  • 16

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    Nos prximos 20 anos o comrcio de madeira serrada dever crescer 3% ao

    ano, por conta das presses sobre as fontes de suprimento, em especial as espcies

    tropicais. A celulose poder alcanar uma mdia de 4,1% ao ano, por conta do

    aumento da demanda, especialmente da China. Outros produtos de madeira crescero

    mais, mveis de madeira e materiais de construo de madeira, com 5,6% e 6,2% ao

    ano.

    II. VISO DOS ESPECIALISTAS

    O setor de Produtos de Madeira apresenta uma particularidade interessante

    apontada nas entrevistas em profundidade realizadas com especialistas do setor em

    Santa Catarina. Estes apontam que, dada a condio do setor madeireiro e de

    produtos de madeira, existe uma interseco econmica natural ao setor da

    Construo Civil, gerando uma complementaridade entre ambos. Isto ocorre porque, o

    setor madeireiro supre e fornece a madeira amplamente utilizada em construes, e o

    setor de construo civil como um todo, especialmente os servios especializados tais

    como a colocao de aberturas (portas e janelas), de forros fomenta a venda da

    madeira e de seus derivados.

    Neste aspecto, a opinio da maioria dos especialistas destaca o crescimento do

    setor madeireiro, associado facilitao na obteno de crdito por parte do poder

    pblico com o intuito de dar acesso moradia para as camadas mais carentes da

    populao, materializado pelo programa Minha Casa Minha Vida. Outro fator

    apresentado para a expanso associa-se explorao do mercado externo,

    principalmente o europeu e o estadunidense, fruto da restrio da oferta no perodo

    ps-crise econmica vivenciada nestes mercados, impulsionando a busca por matrias

    produzidas em outros pases, e tambm do Brasil.

    Em contrapartida, a estabilidade do mercado fruto em parte da utilizao de

    outras matrias-primas na Construo Civil, com destaque alvenaria, e a utilizao de

    madeiras importadas pelo setor moveleiro nacional. Em suma o mercado cresce, mas

    no igualmente, levando-se em conta a oferta de produtos e servios. Sofrem maior

  • 17

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    intervenincia da concorrncia, aquelas empresas que ofertam produtos que

    competem com os importados de baixo custo e/ou alta qualidade e inovao.

    No que tange a percalos ou problemas enfrentados, o setor madeireiro

    apresenta como maior destaque a escassez de mo de obra para produo. A

    legislao vigente, tanto trabalhista (inadequada e antiquada s necessidades do setor)

    quanto tributria (eleva o custo de produo) e neste setor especialmente, a legislao

    ambiental (excesso de exigncias e dificuldade de obteno), so apontadas como

    dificuldades estruturais para o empresariado, visto o descompasso destas em relao

    s demandas do setor produtivo local e nacional. A soma destes fatores incorre em

    perda de competitividade do produtor catarinense e brasileiro.

    A concorrncia neste setor expande proporcionalmente associada ao

    crescimento do setor. A concorrncia indireta, ou seja, aquela que desloca o poder de

    compra de um produto/servio, par outro completamente diferente, debatida no

    estudo, sugerindo que o setor automobilstico exerce esse tipo de concorrncia

    especialmente na questo da fcil obteno de crdito para compra, quando

    comparado compra de um imvel, cuja dificuldade maior.

    A deslealdade no meio empresarial sinnimo de informalidade, conforme

    revelam os entrevistados, visto que a reduo dos custos advinda desta impacta

    diretamente aos empreendedores que atuam dentro das normas vigentes, via de

    regra, quanto menor o custo maior a chance de ofertar baixo preo. Por outro lado a

    concorrncia beneficia o setor, pois esta incita a constante busca pela elevao

    qualitativa da produo, e a diferenciao do produto final perante aquele oferecido

    pelos competidores. A concorrncia transcende as fronteiras nacionais, sendo que o

    destaque neste aspecto so competidores provenientes do mercado chins, que tm

    adentrado ao mercado brasileiro com produtos mais baratos que os brasileiros e com

    bons nveis de qualidade.

    Para enfrentar esta concorrncia, convertendo a ameaa em oportunidade com

    intuito de expandir o mercado, destaca-se a necessidade da busca perene pela

    agregao de valor ao produto oferecido ao consumidor. Conclui-se, pela viso dos

    especialistas entrevistados, que a automao do setor e a busca pela certificao

    nacional das madeiras locais so pontos chave para a gerao de competitividade. O

  • 18

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    investimento em tecnologia e a aplicao desta em prol da eficincia produtiva so

    destacados como oportunidades para a expanso do setor madeireiro no mbito

    estadual.

    A busca por novos mercados outra necessidade debatida pelos especialistas,

    sendo esta dividida entre mercado nacional e mercado externo. O primeiro tem

    destaque devido expanso da construo civil no mbito domstico, fator que

    impulsiona o setor madeireiro, ao passo que o mercado externo citado como

    oportunidade de abertura de novos mercados consumidores para o empresariado

    catarinense, sendo que a expanso para a Amrica Latina, Amrica do Norte e Europa

    so as opes de maior viabilidade ao empresariado local.

    Outro fator pontuado pelo grupo a necessidade de rever os conceitos da

    indstria madeireira catarinense com vias de convergir esta com o interesse da

    demanda, mesmo que estas transformaes acarretem mudanas no cerne do setor

    no mbito estadual, atualmente direcionado fabricao de mveis residenciais,

    conforme apontado no estudo. Outrossim, a amostra relata a necessidade de gestores

    mais competentes para o alcance de uma gesto mais eficiente nas empresas.

    Objetivando a busca de novos mercados consumidores, fundamental

    desenvolver um design diferenciado ao produto, integrando conforto e ergonomia ao

    produto local como proeminente opo. A ascenso econmica da classe C na ltima

    dcada incorre em outro nicho mercadolgico a ser atendido conforme pontuado pela

    amostra. Em especfico a este mercado, deve-se aliar produtos com design de

    tendncia ao baixo custo de produo, para a criao de produtos atraentes e com

    bom custo benefcio.

    A percepo dos especialistas acerca da conjuntura atual do setor imprime

    incertezas acerca da expanso do mercado, e esta insegurana ocorre devido

    associao de fatores supracitados, como a falta de mo de obra e o

    descontentamento do empresariado em relao ao do poder pblico acerca das

    demandas produtivas da indstria madeireira. Com vias de alcanar notoriedade para

    o setor frente ao poder pblico, buscando suas demandas, o esforo dever ser

    coletivo (pblico-privado), em detrimento de interesses individuais.

  • 19

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    Embora o cenrio por vezes seja adverso ao empresariado do setor, como se

    elucida a partir das entrevistas em profundidade, os especialistas atribuem ao

    empresariado catarinense a capacidade de reinventar-se para atender as necessidades

    da demanda consumidora, com vias de adentrar de forma objetiva no mercado

    brasileiro, bem como dar ao produto local a capacidade de competio com o produto

    estrangeiro no mercado externo.

    Quanto infraestrutura logstica em suas regies de operao, a percepo

    de que existe descaso governamental em relao ao modal rodovirio. Os relatos

    indicam precariedade, abandono em relao manuteno e baixo nvel de

    investimentos. Em razo deste, observvel o alto custo da produo local, acrescido

    pela defasagem da infraestrutura logstica nacional, fator que dificulta o cumprimento

    de prazos de entrega fora dos limtrofes estaduais.

    Conforme os especialistas, a demanda produtiva do setor est sendo atendida

    pela cadeia logstica em relao ao fornecimento de matrias-primas no mbito

    regional, bem como o correto funcionamento da logstica para o transporte desta

    regionalmente, atuando em conformidade com as expectativas do empresariado.

    Indagados acerca de uma infraestrutura ideal, os entrevistados ponderam a

    implantao do modal ferrovirio como meio de encurtar distncias entre o produtor e

    os centros consumidores, alm de propiciar uma reduo no custo de transporte.

    Ademais, segundo a amostra estudada, fato de que o suprimento das necessidades

    de transporte dentro do pas infere a reduo dos custos nos diversos elos da cadeia

    produtiva do setor, o que permitir a elevao da capacidade competitiva do produto

    local, tanto no mercado domstico quanto no internacional.

    III. VISO DO EMPRESRIO

    A pesquisa de levantamento com os empresrios e gestores do Setor de

    Produtos de Madeira em Santa Catarina apresenta a opinio destes acerca do seu

    mercado, sua empresa e aspectos logsticos.

    verificvel em primeira instncia uma predominncia de empresas do

    segmento da produo de madeira serrada ou desdobrada nos trs polos deste

  • 20

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    estudo. Observa-se relativa homogeneidade entre os polos, na atividade de

    fabricao/comercializao de artefatos diversos de madeira como segunda principal

    atividade para os respondentes de todos os polos econmicos abordados. Cabe

    ressaltar a consolidao das empresas neste setor, com mdia de 16 anos de atividade

    no mercado. O polo da Regio da Serra Catarinense contm o maior quantitativo de

    empresas na faixa de 10 a 19 anos de atividade, embora o Polo da Regio do Meio

    Oeste ostente a maior mdia de idade nas suas empresas, acima da mdia do grupo,

    20 anos.

    O estudo revelou que a mdia corrigida de trabalhadores empregados por

    empresa da amostra de 11 pessoas, corroborando o elevado quantitativo de

    entrevistados na faixa de 10 a 19 anos, a maior da amostra, realidade que nos polos se

    repete. Quanto ao porte das empresas, predominam Microempresas no estudo, sendo

    que Empresas de Pequeno Porte apresentam notoriedade na amostragem, mais de 1/3

    da amostra. A contraponto, apenas sete dentre os entrevistados tem como

    enquadramento Empresas de Mdio Porte. Seus gestores so predominantemente

    homens, e o Ensino Superior Completo o nvel de escolaridade predominante.

    Segundo as empresas estudadas, o mercado atendido prioritariamente o

    corporativo, seguido do atendimento ao consumidor final pessoa fsica. Este cenrio se

    repete em dois dos trs polos estudados, onde a exceo est na Regio do Meio

    Oeste. O pblico atendido pelos entrevistados caracterizado principalmente por

    clientes de ambos os sexos, sendo formado majoritariamente por adultos, seguido

    pelo pblico idoso. No que tange a diferenciao do pblico alvo quanto classe social

    predominante dos clientes, o estudo aponta principalmente que as Classes B e C so

    citadas pelos respondentes como as classes que mais compram seus produtos. Em

    todos os polos do estudo, a qualidade do produto, preo e prazo de entrega so as

    principais razes de compra dos clientes. Neste setor o principal indutor de compras

    a indicao de terceiros.

    Pouco menos da metade dos entrevistados aponta que a sazonalidade afeta

    este setor diretamente no faturamento e no volume de vendas, a exceo o Polo da

    Regio do Meio Oeste, com o menor percentual dentre os polos. Para pouco mais de

    dos entrevistados esta influncia negativa, ou seja, incorre na diminuio das vendas

  • 21

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    e/ou faturamento das empresas, enquanto 10,7% dos inquiridos creem na influncia

    sazonal de forma positiva, especialmente no ms de janeiro.

    Conforme revelado na pesquisa, as empresas deste setor em geral no realizam

    busca ativa de clientes, uma vez que a demanda crescente no pas, principalmente

    advinda da construo civil quanto da indstria moveleira. Outro fato relevante que

    o setor madeireiro no tem o hbito de realizar pesquisas de satisfao. Apesar de no

    avaliarem formalmente o nvel de satisfao dos clientes, os respondentes tm

    conhecimento, de forma emprica, sobre a satisfao com seus produtos, pois relatam

    que os clientes esto muito satisfeitos ou satisfeitos, totalizando 63,5% de respostas,

    em ambas as faixas de resposta.

    A venda direta ao cliente final o canal de venda preferencial das empresas,

    amplamente superior soma do ndice de todos os outros canais de vendas utilizados

    pelos entrevistados da amostra, realidade replicada nos trs polos analisados. Quanto

    procedncia dos clientes, fatdico que estes esto principalmente dentro dos limites do

    municpio de instalao das empresas. Outra constatao, segundo os respondentes, as

    vendas ocorrem mais para outros estados do Brasil do que para os estados vizinhos,

    destacando-se o Estado de So Paulo. Relevante quantitativo de citaes sobe vendas ao

    exterior.

    O cenrio se repete quanto ao assunto fontes de fornecimento, uma vez que o

    estudo mostra a forte dependncia de fornecedores, prximos das empresas, ou seja,

    dentro dos limites municipais. Outras regies distantes da sede das empresas

    respondentes tambm so citadas, especial meno Regio do Oeste. J o estado do

    Paran desponta como principal fornecedor dentre os estados do Brasil.

    Embora no caracterize maioria do grupo, verificvel que a maior parcela de

    respondentes da amostra, 43,4% acredita na existncia de muitos concorrentes dentro

    do mercado do setor madeireiro. Estes so na sua maioria oriundos de dentro do

    prprio municpio onde as empresas respondentes esto instaladas. A concorrncia de

    outros estados do pas muito baixa.

    Arguidos sobre sua percepo do momento atual do mercado em que atuam,

    pouco mais de 3/5 dos entrevistados destacam o crescimento do mercado, enquanto

    praticamente todo o restante dos inquiridos aponta a estabilidade do mesmo. Acerca

  • 22

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    do desempenho de suas prprias empresas, a maior parte dos entrevistados pontua o

    crescimento como momento atual, frente a1/3 que indica a estabilidade. Para o grupo

    que indicou ciclo de crescimento, a taxa mdia de crescimento anual foi de 20% em

    relao ao ano anterior.

    Sobre prticas de crescimento aplicadas nas empresas da amostra que

    pontuaram o crescimento de seus negcios, constatou-se que melhoramentos no

    processo interno foi a prtica mais usual, seguida pela aquisio de tecnologia e o uso

    das aes de inovao. Todavia, para aqueles que pontuam a estabilidade ou declnio

    das atividades do setor, a falta de mo de obra qualificada citada como fator

    preponderante para esta situao.

    No tocante ao uso da inovao como elemento propulsor do negcio, estudo

    revelou que praticamente 3/4 dos entrevistados no faz uso de aes de inovao.

    Todavia no grupo restante, aqueles que implantaram estas aes, indicam

    primeiramente a introduo de novos processos ou mtodos de trabalho, depois a

    introduo de novos produtos em novos mercados. Ademais observvel a

    predominncia dos entrevistados que apontam impactos positivos sobre seus negcios

    por conta destas aes.

    Questionados sobre problemas e/ou desafios que atualmente suas empresas

    enfrentam, a amostra destaca em primeiro plano a ausncia de mo de obra

    qualificada, perpassando todos os Polos estudados. Mormente, a carga tributria

    elevada e a dificuldade na gesto do negcio foram outras dificuldades apontadas.

    No que se refere procura por novos mercados, observvel que esta busca

    no ato comum aos entrevistados, ou seja, as empresas so procuradas pelos

    clientes potenciais. Todavia, para aqueles que as realizaram, atuar em outro estado

    apresenta maior expressividade dentro da amostra. Esta estratgia foi particularmente

    utilizada pelas empresas do Polo da Regio do Oeste. Sobre resultados alcanados por

    conta das diversas aes de acesso a novos mercados, constatou-se que mais

    empresas aumentaram seu faturamento em at 10% do que o nmero daquelas que

    aumentaram acima de 10%. Nos Polos esta realidade est bem heterognea.

    Inquiridos a respeito de oportunidades de novos mercados, a amostra revelou que

    mais de 2/5 no observa novas oportunidades. Todavia ampliar vendas no mercado

  • 23

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    catarinense inteno de doze empresas, ao passo que outras dez acreditam na abertura

    de novo negcio, na fabricao de mveis na regio onde esto instaladas. Interligada

    percepo de novas oportunidades, esto as expectativas estratgicas das empresas.

    Observa-se que a principal expectativa estratgica coincidente com a oportunidade de

    novo mercado. Crescer acima de 15% ocupa a posio de segunda expectao, seguida da

    manuteno de sua carteira atual.

    O estudo da cadeia logstica do setor madeireiro inicia-se pelo conhecimento

    do modelo logstico adotado nas empresas. Neste prospecto, mais da metade adota o

    modelo compra insumo-produz produto acabado-vende ao consumidor final. A

    compra de quase 80% da amostra voltada para fabricao do produto acabado. A

    relao com fornecedores traz consigo algumas dificuldades, mas segundo a maioria

    dos respondentes estas no ocorrem em todos os polos estudados. A movimentao

    de suprimentos, em seu sentido mais amplo, bastante mecanizada neste setor.

    De acordo com a grande maioria, o canal de compra mais utilizado a compra

    direta do fabricante, por conta disto o trato pessoal com o vendedor predomina como

    forma de intermediao da compra. A gama de fornecedores que atende aos

    segmentos estudados variada e diversa. Por outro lado a carteira de clientes dos

    entrevistados contempla em mdia 65 clientes por empresa.

    Referindo-se aos possveis gargalos na cadeia logstica, o principal apontamento

    foi a ausncia de mo de obra qualificada, embora existam outros problemas indicados

    pelos respondentes da pesquisa. Quanto a possveis sugestes para reduzir ou eliminar

    estes gargalos, o estudo revela que quase metade percebe a necessidade de melhorar

    sua estrutura operacional, aumentando ou investindo em maquinrio e pessoal

    empregado, para que depois possam realizar as outras aes indicadas no estudo.

    IV. PANORAMA DE NOVOS MERCADOS

    A anlise exploratria de mercados potenciais buscou demonstrar o grau de

    importncia destes setores no Brasil e nos estados de Santa Catarina e Minas Gerais.

    Uma vez que foram indicados nos levantamentos anteriores como as mais promissoras

    como novos mercados.

  • 24

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    Como destaque de segmentos estudados, foram realizados agrupamentos por

    setores do comrcio, com nfase nas atividades varejistas de ferragens, madeira e

    materiais de construo e atacadista especializado de materiais de construo no

    especificados anteriormente e de materiais de construo em geral.

    De acordo com a Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS) do Ministrio do

    Trabalho e Emprego (MTE), o segmento nacional de comrcio de madeira no ano de

    2012 comportava mais de 200 mil empresas e empregava quase 700 mil trabalhadores

    em todo o territrio nacional.

    Na Regio Sudeste, no ano de 2011, achava-se a maior concentrao dessas

    empresas, mais de 100 mil ou o equivalente a 46% do total nacional,

    consequentemente, esta regio obteve a melhor Receita Bruta de Revenda de

    Mercadorias nacional, mais de 1,2 trilhes de Reais. A regio Sul comportava a terceira

    maior concentrao de empresas de comrcio madeireiro do pas, com mais de 41 mil

    empresas ou 19% do total nacional, ficando abaixo da Regio Nordeste com 22% do

    total nacional. Entretanto, em termos de Receita Bruta de Revenda de Mercadorias

    (RBRM) a regio Sul ultrapassa a regio Nordeste, com respectivamente mais de 452

    bilhes de reais, contra quase 350 bilhes de reais.

    Devido sua generosa extenso e a existncia de reas verdes propcias

    atividade madeireira, o estado de Minas Gerais apresenta destacvel desempenho no

    comrcio madeireiro nacional. Em relao a Receitas das empresas de comrcio no

    estado mineiro, segundo a Pesquisa Anual do Comrcio (PAC) do Instituto Brasileiro de

    Geografia e Estatstica (IBGE), no perodo de 2007 a 2011 a receita do setor atacadista

    obteve um acrscimo de 60,58%, enquanto a receita do setor varejista variou 82,60%.

    Segundo o Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), no ano de 2012 o estado

    de Minas Gerais, possua mais de 22 mil empresas de comrcio de madeira, sendo

    mais de 21 mil delas pertencentes ao segmento varejista de ferragens, madeira e

    materiais de construo, e pouco mais de 900 empresas atacadistas especializadas de

    materiais de construo no especificadas anteriormente e de materiais de construo

    em geral. Analisando a evoluo desses dois segmentos do comrcio madeireiro

    mineiro, no perodo de 2008 a 2012, o nmero de empresas do primeiro segmento

    evoluiu a uma mdia de 2,19% ao ano, j o segmento de atacado especializado de

  • 25

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    materiais de construo no especificados anteriormente e de materiais de construo

    em geral evoluiu a uma mdia de 1,92% ao ano.

    O Estado de Santa Catarina tem na atividade madeireira uma de suas principais

    economias. O setor do comrcio geral catarinense, segundo o IBGE, atingiu perto de

    100 bilhes de Reais no ano de 2011, e vem evoluindo significativamente nos ltimos

    anos. Ainda de acordo com o IBGE, o comrcio por atacado catarinense obteve um

    crescimento de 16,71% ao ano na Receita Bruta de Revenda de Mercadoria (RBRM),

    enquanto o comrcio varejista obteve 13,97% de crescimento.

    O nmero de empresas do comrcio atacadista especializado de materiais de

    construo no especificados anteriormente e de materiais de construo em geral no

    ano de 2011 registrava 754 empresas. J o comrcio varejista de ferragens, madeira e

    materiais de construo tem registrados pouco mais de 8 mil empresas, segundo o

    Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE). Entretanto, o fato relevante que no

    perodo de 2008 a 2012 estes segmentos registraram crescimento no nmero de

    empresas, sendo de 16,36% para o atacado especializado de materiais de construo

    no especificados anteriormente. O segmento do varejo de ferragens, madeira e

    materiais de construo evoluiu 4,91% durante o perodo mencionado.

    Considerando o conjunto de informaes deste estudo, possvel inferir que o

    setor do comrcio, nos segmentos estudados est aquecido, portanto, despontando

    como potenciais demandantes de produtos da indstria madeireira de Santa Catarina.

    V. PROSPECO DE NOVOS MERCADOS

    O ltimo levantamento deste estudo apresenta as opinies dos empresrios do

    Setor de Produtos de Madeira, principalmente nas atividades descritas no captulo IV

    (anlise exploratria de mercados potenciais), acerca das suas demandas e aptides

    em trabalhar com empresas da cadeia da indstria madeireira provenientes do estado

    de Santa Catarina.

    Respondendo diretamente questo macro, sobre o interesse das empresas

    entrevistadas em comprar com fornecedores catarinenses deste setor, a resposta

    positiva para mais de 3/4 da amostra, sobretudo para as empresas do prprio estado

  • 26

    Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina

    de Santa Catarina, onde mais de 78% das empresas confirmam o interesse em

    trabalhar com fornecedores catarinenses.

    A respeito do perfil destas empresas, a maioria j ultrapassou o tempo inicial de

    instalao, em fase de maturidade, com uma mdia de 19 anos de atuao no

    mercado. A demanda formada na sua maioria por Microempresas, com mdia de 24

    colaboradores por empresa.

    Sobre o mercado do estado de Minas Gerais, o estudo aponta que a aptido

    por produtos de fornecedores catarinenses menor comparativamente s empresas

    catarinenses neste levantamento, visto que 65,2% dos entrevistados deste estado

    afirmam que Sim, com certeza ou provvel que sim no que tange ao interesse

    em trabalhar com fornecedores catarinenses da indstria madeireira. No cluster

    catarinense para estas faixas de resposta este ndice chega quase totalidade dos

    respondentes.

    Outrossim, a demanda potencial cruzada com a atividade econmica

    desempenhada pelos entrevistados demonstra que o interesse de compra com

    fornecedores da cadeia madeireira de Santa Catarina provm da amostragem do

    comrcio varejista de ferragens/madeiras/materiais de construo, fato verificvel

    tanto na diviso geogrfica deste estudo quanto na segmentao por atividade

    econmica.

    Segundo a amostra pesquisada observvel que a demanda potencial de

    empresas com interesse em negociar com fornecedores da indstria madeireira de

    Santa Catarina tem maior expressividade no segmento do comrcio atacadista de

    materiais de construo, o que demonstra a maior concentrao de interessados por

    produtos deste setor catarinense. A maior demanda da amostra por portas/janelas,

    seguido pela necessidade de fornecedores de produtos de madeira em geral.

    O segmento de comrcio varejista de ferragens/madeira e materiais de

    construo contm o mais significativo ndice de respondentes do estado de Minas

    Gerais, que afirmam possuir interesse em negociar com fornecedores da cadeia

    madeireira do estado de Santa Catarina, particularizando inclusive demanda por portas

    e janelas, principalmente.

  • 27

    CAPTULO I - PANORAMA DO SETOR

  • 28

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

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    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    LISTA DE SIGLAS

    ABBA Associao Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas ABRAF Associao Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas AmBev Companhia de Bebidas das Amricas APL Arranjos Produtivos Locais BI Business Intelligence BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social BRIC Brasil, Rssia, ndia e China CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CNAE Classificao Nacional de Atividade Econmica CONCA Comisso Nacional de Classificao FAO Food and Agriculture Organization FGV Fundao Getlio Vargas GFRA Global Forest Resources Assessment IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica ICMS Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre

    Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao

    IPI Imposto sobre Produtos Industrializados MDIC Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MPE Micro e Pequena Empresa MTE Ministrio do Trabalho e Emprego MTI Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao PAC Programa de Acelerao do Crescimento PIA Pesquisa Industrial Anual PIB Produto Interno Bruto Pnad Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios RAIS Relao Anual de Informaes Sociais RLV Receita Lquida de Vendas SDS Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico Sustentvel SEBRAE Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SIS Sntese de Indicadores Sociais UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina UNOEC Universidade do Oeste de Santa Catarina USD United States Dollar VAF Valor Adicionado Fiscal VBP Valor Bruto de Produo

  • 30

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

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    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    SUMRIO

    1 CONSIDERAES PRELIMINARES ______________________________________ 33 1.1 APRESENTAO ____________________________________________________ 33 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO _______________________________________________ 35 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO __________________________________________ 35 1.3.1 Tipo de pesquisa ____________________________________________________ 35 1.3.2 Critrios de anlise __________________________________________________ 36 1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE ______________________________________ 37 1.5 CONTEXTO ATUAL __________________________________________________ 39 2 DADOS MACROECONMICOS _________________________________________ 41 2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ____ 41 2.2 PRINCIPAIS DADOS DEMOGRFICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ________ 42 3 PANORAMA DA ATIVIDADE MADEIREIRA _______________________________ 44 3.1 PANORAMA MUNDIAL DA ATIVIDADE ___________________________________ 44 3.1.1 Produo e consumo mundial _________________________________________ 46 3.1.2 Principais pases produtores, exportadores e importadores __________________ 46 3.1.3 Outros dados relevantes do setor no mercado internacional _________________ 46 3.2 PANORAMA BRASILEIRO DA ATIVIDADE _________________________________ 47 3.2.1 Importncia da atividade na economia nacional ___________________________ 47 3.2.2 Principais indicadores setoriais ________________________________________ 49 3.2.3 Perfil empresarial do setor ____________________________________________ 51 3.2.4 Mo de obra empregada na atividade ___________________________________ 52 3.2.5 Produo do segmento ______________________________________________ 53 3.2.6 Investimentos realizados e previstos ____________________________________ 54 3.2.7 Principais polos produtores e consumidores nacionais ______________________ 56 3.2.8 Importao e exportao _____________________________________________ 57 3.3 PANORAMA CATARINENSE DA ATIVIDADE _______________________________ 59 3.3.1 Importncia da atividade na economia catarinense ________________________ 59 3.3.2 Principais indicadores setoriais ________________________________________ 59 3.3.3 Participao catarinense no mercado nacional ____________________________ 61 3.3.4 Perfil empresarial do setor ____________________________________________ 62 3.3.5 Mo de obra empregada na atividade ___________________________________ 62 3.3.6 Investimentos realizados e previstos ____________________________________ 63 3.3.7 Principais polos produtores e consumidores catarinenses ___________________ 65 3.3.8 Importao e exportao _____________________________________________ 65 4 POLOS SETORIAIS DO ESTUDO ________________________________________ 67 4.1 CARACTERSTICAS REGIONAIS DO SETOR DE MADEIRA DE SANTA CATARINA ____ 67 4.1.1 Coordenadoria regional Meio Oeste ____________________________________ 68 4.1.2 Coordenadoria regional Oeste _________________________________________ 68 4.1.3 Coordenadoria regional da Serra Catarinense _____________________________ 69 4.2 APRESENTAO DO SETOR DE MADEIRA ________________________________ 70 4.2.1 Polo Setorial das Indstrias Madeireiras da Regio Meio Oeste _______________ 70 4.2.2 Polo Setorial Madeireiro do Oeste Catarinense ____________________________ 71 4.2.3 Polo Setorial das Indstrias de Madeira da Serra Catarinense ________________ 71 4.3 NMERO DE EMPRESAS POR POLO _____________________________________ 72

  • 32

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    4.4 EMPREGOS GERADOS POR POLO _______________________________________ 74 4.5 MDIA SALARIAL POR POLO ___________________________________________ 75 4.6 COMPARATIVO DE VAF, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE ECONMICA E

    COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE ______________________________ 76 4.7 COMPARATIVO DE EXPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE

    ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________________ 78 4.8 COMPARATIVO DE IMPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE

    ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________________ 79 5 TENDNCIAS DA ATIVIDADE __________________________________________ 80 5.1 TENDNCIAS DA ATIVIDADE EM NVEL INTERNACIONAL, NACIONAL E

    ESTADUAL _________________________________________________________ 80 5.2 OPORTUNIDADES DE MERCADO _______________________________________ 82 5.3 AMEAAS DE MERCADO _____________________________________________ 83 5.4 OUTROS DADOS RELEVANTES AO SETOR _________________________________ 84 REFERNCIAS _____________________________________________________________ 87 ANEXOS _________________________________________________________________ 90 ANEXO A - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL MEIO OESTE E QUANTIDADE DE

    EMPRESAS POR CIDADE ______________________________________________ 90 ANEXO B - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL OESTE E QUANTIDADE DE EMPRESAS POR

    CIDADE ___________________________________________________________ 91 ANEXO C - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL DA SERRA CATARINENSE E QUANTIDADE

    DE EMPRESAS POR CIDADE ___________________________________________ 93 ANEXO D - LISTA DE POLOS DO ESTUDO NOVA ECONOMIA@SC _____________________ 94

  • 33

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    1 CONSIDERAES PRELIMINARES

    1.1 APRESENTAO

    As atividades econmicas tm convergido de forma no programada para

    aglomerados produtivos, ou polos econmicos, em uma mesma regio geogrfica. Este

    fenmeno pode ser observado em nvel mundial e, a ttulo deste estudo, em mbito

    regional no que concerne ao contexto catarinense e tambm brasileiro.

    Polo econmico pode ser descrito como um conglomerado de empresas com

    atividades afins, ou complementares, situadas em um ambiente de fcil intercmbio2.

    No caso de um Polo Madeireiro, podemos defini-lo como uma concentrao geogrfica

    de empresas e instituies de pesquisa que atuam na produo, fabricao e

    desdobramento de produtos de madeira, cortia e material tranado, no incluindo,

    neste estudo, a fabricao de mveis.

    Este trabalho faz parte da anlise de doze setores econmicos no contexto

    catarinense, os quais se dividem em quarenta e sete polos industriais (ver ANEXO D),

    onde so observados em uma anlise conjuntural de conglomerados para fins de

    embasamento analtico de mercados, que subsidia informaes para o Programa

    NovaEconomia@SC.

    Especificamente para este estudo, so analisados diferentes dados

    macroeconmicos com enfoque nas atividades do setor madeireiro em Santa Catarina

    e em seus quatro polos de atuao. Em seguida apresentam-se diferentes indicadores

    de mercado e anlises de fontes de dados confiveis. Esses dados foram revisados e

    adaptados a este estudo (mantendo a fidedignidade e origem intactas) para fazer-se a

    interpretao sob o contexto de importncia do Polo Setorial Madeireiro Catarinense,

    analisado nas diferentes esferas geogrficas apresentadas.

    2CARVALHO JR. L. C.; CAIRO, S. A.; SEABRA, F. Polos Industriais do Sul do Brasil.Experincias de competitividades e

    empreendedorismo. Florianpolis: FAPEU, 2007. 202 p. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

  • 34

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    Os polos analisados neste relatrio so:

    Polo Setorial das Indstrias Madeireiras da Regio Meio Oeste;

    Polo Setorial Madeireiro do Oeste Catarinense;

    Polo Setorial das Indstrias de Madeira da Serra Catarinense.

    A composio de atividades econmicas includas no molde analtico desta

    pesquisa provm da Classificao Nacional de Atividade Econmica, ou simplesmente

    CNAE, sendo este o instrumento de padronizao nacional dos cdigos de atividade

    econmica e dos critrios de enquadramento utilizados pelos diversos rgos da

    Administrao Tributria do pas, contribuindo para a melhoria da qualidade dos

    sistemas de informao que do suporte s decises e aes do Estado.3 Tendo como

    estrutura:

    Seo (Formato x)

    Diviso (Formato xx)

    Grupo (Formato xxx)

    Classe (Formato xxx-x)

    Subclasse (Formato xxx-xx)

    Como demonstrado, a estrutura CNAE segue a seguinte hierarquia de

    classificao: Seo, Diviso, Grupo, Classe e Subclasse. Com mais detalhamento e

    descries de atividade econmica medida que se subdivide em uma classificao

    cada vez mais especfica.

    Trata-se de um detalhamento da CNAE, verso 2.0, aplicada a todos os agentes

    econmicos que esto engajados na produo de bens e servios, podendo

    compreender estabelecimentos de empresas de natureza privada ou pblica,

    estabelecimentos agrcolas, instituies sem fins lucrativos e agentes autnomos

    (pessoa fsica). A CNAE resulta de um trabalho conjunto das trs esferas de governo,

    3CNAE - Classificao Nacional de Atividades Econmicas - Subclasses. Disponvel em:

    . Acesso em: 26 jul. 2013.

    Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    http://subcomissaocnae.fazenda.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1

  • 35

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    elaborado sob a coordenao da Secretaria da Receita Federal e orientao tcnica do

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE, com representantes da Unio, dos

    Estados e dos Municpios.4

    As CNAE analisadas neste relatrio so as indicadas na Tabela 1.

    Tabela 1 - Lista de CNAE do estudo setorial de Madeira

    Diviso CNAE Descrio

    Diviso 16 Fabricao de produtos de madeira

    Grupo 161 Desdobramento de madeira

    Grupo 162 Fabricao de produtos de madeira, cortia e material tranado, exceto mveis

    Fonte: Comisso Nacional de Classificao (CONCLA); IBGE.

    1.2 OBJETIVO DO ESTUDO

    Este estudo tem como objetivo identificar as caractersticas sobre o setor

    Madeireiro, com dados de abrangncias diversas, de forma a contextualizar os grupos

    de empresas que compem a populao deste conglomerado industrial de Santa

    Catarina. Para tanto, utilizam-se pesquisas e estudos como fontes secundrias para

    coleta de dados, como por exemplo: dados do IBGE, dados do Ministrio do Trabalho e

    Emprego (MTE), a Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS), dados do Cadastro

    Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), dados do Ministrio do

    Desenvolvimento, Indstria e Comrcio, alm de dados de outras fontes institucionais

    e privadas.

    1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO

    1.3.1 Tipo de pesquisa

    A presente pesquisa caracterizada por mtodo exploratrio que rene

    informaes preexistentes sobre o assunto em pauta e informaes que possam ser

    4BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Disponvel em:

    . Acesso em: 4 mar. 2013. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

  • 36

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    reunidas para a investigao, identifica fontes e questes reais que possam ser usadas

    como questes de mensurao e para estruturar a anlise.

    O nvel de informao classificado como fonte secundria de dados, formada

    por interpretaes de dados primrios, tais como enciclopdias, livros, manuais,

    artigos de revistas e jornais, estudos de pesquisas e publicaes de entidades de

    classe, governos, universidades e empresas pblicas ou privadas, dentre outros.

    1.3.2 Critrios de anlise

    Como critrio de anlise, so coletados, das referidas fontes, os dados mais

    atuais disponveis, em geral observando uma evoluo de trinio, ou seja, dos trs

    ltimos anos a contar da base de dados mais recente, disponibilizada pelos principais

    rgos pblicos responsveis pela disponibilizao de informaes econmicas no

    Brasil. Considera-se essencialmente a busca de resultados das CNAE analisadas neste

    relatrio, para os dados a seguir indicados:

    Empregos diretos (fonte: RAIS) Anos analisados: 2009, 2010, 2011;

    Nmero de empresas (fonte: RAIS) Anos analisados: 2009, 2010, 2011;

    Valor Adicionado Fiscal (Fonte: Secretaria do Estado da Fazenda de SC) Ano

    analisado: 2011;

    Valor Bruto da Produo Industrial ou somente de Produo, dependendo

    da atividade (de acordo com a CNAE) analisada, (Fonte: IBGE) Anos

    analisados: 2008, 2009, 2010;

    Valor Lquido de Vendas (Fonte: IBGE) Anos analisados: 2008, 2009, 2010;

    Movimentao da importao/exportao (Fonte: AliceWeb) Anos

    analisados: 2010, 2011, 2012.

  • 37

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE

    A utilizao de rvores como moradia pelo ser humano foi o primeiro uso que

    se deu para a madeira pelo homem que, posteriormente, mesmo passando a viver em

    moradas construdas, utilizou a madeira como material de construo.

    Mtodos diferentes no uso da madeira foram desenvolvidos por civilizaes

    diversas, por conta das diferenas de clima, de terreno e da atuao de cataclismos. O

    ser humano percebeu neste elemento uma fonte de interminveis aplicaes. Como a

    madeira flutua, os primeiros barcos surgiram dela e foram aperfeioados com o

    tempo. Por ser de fcil manufatura, a madeira uma tima matria-prima para

    utenslios domsticos, ou de trabalho, mveis, esculturas etc. Com o passar do tempo,

    a madeira tambm passou a ser utilizada de forma combinada com outros elementos

    como o barro, a palha, a pedra, o ferro entre outros5.

    Na arquitetura, a madeira foi utilizada de diferentes modos. Em locais onde h

    terremotos frequentes, como no Extremo Oriente, as estruturas so leves e feitas de

    encaixes frgeis, porm bem resistentes para suportar os terremotos. Onde muito frio,

    como na Noruega, a arquitetura se caracteriza pela largura das paredes capazes de isolar o

    frio.

    Na Amrica do Sul, antes da chegada dos colonizadores, havia uma enorme

    variedade de espcies arbreas que permitia inmeros usos, tais como tinta, canoas,

    vigas, pilares, armas de caa, instrumentos musicais, instrumentos de trabalho, dentre

    outros. Edificaes e meios de transporte eram os principais destinos da madeira

    extrada pelos ndios.

    Aps a chegada dos Portugueses, a extrao da madeira se tornou uma

    atividade econmica altamente rentvel, se tornou o principal produto de exportao.

    Alm do valor econmico da madeira, a nova populao utilizava-se dela para elevar

    suas cidades e construir seus meios de transportes.

    Com a escravizao dos ndios no perodo colonial, h uma grande

    miscigenao arquitetnica, pois mesmo as formas trazidas pelos portugueses sendo

    5 Esta seo tem como referncia: ARQUIVO UFSC. O uso da madeira no decorrer da histria. Disponvel em:

    . Acesso em: 05 jun. 2013. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

  • 38

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    praticamente europeias, as tcnicas empregadas na construo em madeira e o

    conhecimento das possibilidades de construo eram indgenas.

    Mesmo a colnia tendo inserido seus utenslios de trabalho, suas crenas, seus

    formatos de cidades, levando fabricao de carros de boi, carroas, barcos maiores,

    casas maiores, utenslios domsticos, ferramentas e armas, manteve-se o material e as

    tcnicas locais. Com o tempo, a extrao da madeira, alm de servir como produto de

    exportao, servia como matria-prima para a produo de energia. O que fez com

    que a devastao fosse bem mais acentuada.

    Por um tempo considervel, a madeira deixou de ser utilizada nas construes

    para servir de combustvel s embarcaes que passavam pelo litoral brasileiro. As

    casas passaram a ter o adobe e a taipa como revestimento, restringindo o uso da

    madeira estrutura. A madeira esteve sempre muito relacionada com a colonizao,

    tanto que o nome do pas se deu por causa da madeira que produzia e os pigmentos

    vermelhos exportados para o mundo, o Pau-Brasil.

    Enquanto a colnia se firmou mais no Rio de Janeiro e no Nordeste, o resto do

    territrio ficou entregue a pequenos grupos de colonizadores, como no caso de Santa

    Catarina, onde houve uma atividade agrcola reduzida, e um papel de defesa de

    territrio. Com isso, a mata foi mais preservada. Apenas no sculo XIX que a

    agropecuria se estende e desmata o Estado de Santa Catarina, e nesse processo

    tambm as matas de Araucria.

    Com a chegada das colnias alem, italiana, sua e austraca, modificaram-se o

    territrio e a arquitetura. As primeiras construes desses imigrantes so feitas com a

    madeira do desmatamento, de forma provisria, com uma cobertura vegetal e para

    durar quatro ou cinco meses apenas, pois no se poderia perder muito tempo

    construindo a casa, j que havia a necessidade de limpar a terra e plantar alimentos.

    A construo, pelos imigrantes, de uma segunda casa, ainda provisria, porm com

    um uso mais apurado da madeira, era feita enquanto eles esperavam a colheita. Mesmo

    sendo essa segunda casa provisria, o trabalho de madeira j era mais apurado. Era uma

    arquitetura feita com peas falquejadas e tbuas rachadas, mas j misturada com taipa

    de mo, s vezes adobe, j definindo uma estrutura e uma tipologia construtiva que, de

  • 39

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    certa forma, vai ser largamente aplicada na casa definitiva, ainda na primeira gerao de

    imigrantes.

    Os que possuam carro de boi e ferramentas aumentaram seu capital

    consideravelmente ao vender madeiras extradas nas devastaes feitas pelos

    colonizadores para a limpeza dos terrenos de plantio e para a implantao de estradas

    de ligao entre o planalto e o litoral.

    Muitos enriqueceram com esta funo, fazendo surgir outras formas de

    comrcio o madeireiro, que se tornou uma das principais atividades em Santa

    Catarina. A extrao da madeira passa a ter ento um papel importante na economia

    da regio. Santa Catarina vai viver o auge dessa economia centrada na madeira no

    incio do sculo XX, at meados de 50, quando comea um processo acelerado de

    esgotamento das reservas.

    Conforme cada regio de colonizao, podemos ver diferentes mtodos de

    utilizao da madeira na arquitetura. No litoral catarinense a tcnica construtiva

    vinda dos aorianos e baseia-se principalmente no uso da taipa e do tijolo, ficando a

    madeira apenas como esquadria, estrutura, assoalho e forros. No planalto,

    dependendo da origem da colnia, a madeira era trabalhada de modos diferentes. O

    alemo opta por uma arquitetura onde a madeira aparece como estrutura aparente

    atravs do enxaimel. Geralmente utilizada uma estrutura de madeira preenchida

    (por dentro) com tijolo cozido ou adobe.

    Nas colnias italianas, a arquitetura mantm caractersticas trazidas da Itlia,

    em que a construo de pedra e tijolo, servindo a madeira como um elemento

    estrutural de cobertura e para vos.

    1.5 CONTEXTO ATUAL6

    O Brasil um dos grandes exportadores de madeira e possui tambm uma

    grande demanda para o mercado interno. O setor Madeireiro apontado como um

    dos maiores responsveis pelo desmatamento da Amaznia, porm, acontece que a

    madeira continua sendo uma matria-prima essencial para diversas atividades.

    6LENTINI, Marcos. O mercado mundial de produtos florestais. Disponvel em:

    . Acesso em: 5 jun. 2013. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

  • 40

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    Apesar da existncia da devastadora explorao ilegal de madeira, principalmente na

    Amaznia, h alternativas viveis para explorar o recurso com menor impacto

    ambiental, como o caso das reas do manejo florestal.

    O fator que desencadeou o alastramento da explorao madeireira dos

    abundantes estoques de madeiras valiosas da Amaznia foi a construo de estradas

    federais na regio, nas dcadas de 1960 e 1970. Dentre os tipos de madeiras mais

    largamente exploradas destacam-se o mogno (Swieteniamacrophylla), o ip (Tabebuia

    sp.), o cedro (Cedrelaodorata), o freij (Cordia sp.), a cerejeira (Torresia sp.), o cumaru

    (Dypterix sp.) e o jatob (Hymenaeacourbaril). H estudos que estimam haver

    atualmente mais de 350 espcies madeireiras exploradas na Amaznia.

    Segundo dados apontados pela Organizao das Naes Unidas para

    Agricultura e Alimentao (Food and Agriculture Organization FAO) em 2006, o

    mercado mundial de produtos florestais movimentou aproximadamente US$ 204

    bilhes. Este valor inclui tanto produtos madeireiros como no madeireiros (frutos,

    resinas, gomas, cips etc.) a partir de matrias-primas exploradas tanto de florestas

    naturais como plantadas. Segundo a FAO, o Brasil ocupa a 11 no mercado mundial

    florestal, tendo exportado US$ 5,7 bilhes em 2006.

    frente do Brasil encontram-se os pases com maior tradio na rea florestal,

    tais como Canad, Alemanha, Estados Unidos, Sucia, Finlndia, Rssia, China, Frana,

    ustria e Indonsia. Curiosamente, apenas o ltimo pas da lista, assim como o Brasil,

    tem parte desta produo baseada em florestas tropicais.

    A tendncia de que o Brasil venha a ser mais pressionado no futuro prximo

    para aumentar suas exportaes de madeira, pois os estoques de madeiras tropicais

    da Indonsia e Malsia, devido a dcadas de explorao predatria, esto rapidamente

    se esgotando.

    Trs espcies florestais, das cinco principais enfatizadas no GFRA, so conferas,

    abundantes em pases de clima temperado: Pinus, Quercus (chamado no Brasil de

    carvalho), Picea, Abies e Betula. No Brasil, a maior parte do mercado florestal

    composto hoje por espcies exticas de rpido crescimento, principalmente dos

    gneros Pinus e Eucalyptus, matrias-primas para as indstrias de papel e celulose.

  • 41

    Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina

    2 DADOS MACROECONMICOS

    2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA

    A participao de Santa Catarina no PIB Nacional, juntamente com a taxa de

    crescimento real do PIB, evoluiu entre os anos de 1996 e 2009, com um crescimento

    praticamente constante, segundo o Caderno de Indicadores (2012). Este crescimento

    passou de 3,54% em 1996, para 4,01% em 2009, ainda que, neste ano tenha havido

    queda no PIB Estadual em razo da crise internacional e da economia Catarinense.

    De acordo com o os dados do referido Caderno, a evoluo do nmero de

    empregados por setor econmico na ltima dcada evidencia o crescimento da mo

    de obra empregada e da estrutura produtiva do Estado em diferentes setores.

    O emprego aumentou em mdia 91,25% no Estado, passando de 1.077.929

    postos, em 2000, para 2.061.577, em 2011. No perodo de 2000 a 2010, o crescimento

    do setor de Construo Civil foi de 137%, enquanto o Comrcio cresceu 117,8% e o

    setor de Servios cresceu 93%. A indstri