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SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS DIRETORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS GERÊNCIA DE CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS ESTUDO TÉCNICO PARA A EXTENSÃO DOS PERÍMETROS DO PARQUE ESTADUAL DO RIO PRETO E DO PARQUE ESTADUAL DO PICO DO ITAMBÉ NA REGIÃO DO ALTO JEQUITINHONHA, MG. Elaboração e organização: Cecília Fernandes de Vilhena - Turismóloga/ Analista Ambiental IEF-ERAJMASP: 1.147.763-5 Mariana Gontijo Bióloga/ Analista Ambiental IEF-ERAJ MASP: 11478625 CRBIO 49727/04-D Nadia Caroline da Silva Viveiros Estagiária DIAMANTINA OUTUBRO DE 2010

Estudo Técnico para Criação da Unidade de Conservação ... · Diamantina. Ainda no Parque Estadual do Pico do Itambé, haverá ampliação na área da Fazenda São João em Santo

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SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE

INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS

DIRETORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS

GERÊNCIA DE CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS

ESTUDO TÉCNICO PARA A EXTENSÃO DOS PERÍMETROS DO

PARQUE ESTADUAL DO RIO PRETO E DO PARQUE ESTADUAL

DO PICO DO ITAMBÉ NA REGIÃO DO ALTO JEQUITINHONHA,

MG.

Elaboração e organização:

Cecília Fernandes de Vilhena - Turismóloga/ Analista Ambiental IEF-ERAJ– MASP: 1.147.763-5

Mariana Gontijo – Bióloga/ Analista Ambiental IEF-ERAJ – MASP: 11478625 CRBIO 49727/04-D

Nadia Caroline da Silva Viveiros – Estagiária

DIAMANTINA

OUTUBRO DE 2010

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SUMARIO

1. APRESENTAÇÃO -----------------------------------------------------------------------------3

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS --------------------------------------------------------------5

2.1 Superfície ------------------------------------------------------------------------------5

2.2 Perímetro ------------------------------------------------------------------------------5

3. LOCALIZAÇÃO E ACESSO AO LOCAL -------------------------------------------------6

3.1 Localização ----------------------------------------------------------------------------6

3.2 Acesso ----------------------------------------------------------------------------------7

4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ---------------------------------------------------------------8

4.1 Clima -----------------------------------------------------------------------------------8

4.2 Recursos Hídricos---------------------------------------------------------------------8

4.3 Solo -----------------------------------------------------------------------------------10

4.4 Relevo---------------------------------------------------------------------------------13

5 . CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA ------------------------------------------------------14

5.1 Cobertura vegetal e Flora ----------------------------------------------------------14

5.2Fauna ----------------------------------------------------------------------------------20

5.2.1 Aves------------------------------------------------------------------------20

5.2.2 Répteis ---------------------------------------------------------------------22

5.2.3 Peixes ----------------------------------------------------------------------22

5.2.4 Anfíbios -------------------------------------------------------------------23

6. INFLUÊNCIA ANTRÓPICA E PRESSÕES DE IMPACTO --------------------------27

6.1 Riqueza Arqueológica --------------------------------------------------------------27

6.2 Conflitos ------------------------------------------------------------------------------27

7. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA ------------------------------------------------------------------ 29

8. NOME, CATEGORIA DE MANEJO E JUSTIFICATIVA ---------------------------- 31

09. ANEXO FOTOGRÁFICO -----------------------------------------------------------------35

10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA ------------------------------------------------------40

11. MAPAS----------------------------------------------------------------------------------------43

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1. APRESENTAÇÃO

Segundo o Atlas da Biodiversidade em Minas Gerais (2007) a criação de Unidades

de Conservação como forma de assegurar a diversidade de seres vivos e a proteção de

habitats ameaçados, tem sido considerada a melhor estratégia a ser adotada por todos os

países.

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, instituído pela Lei

Federal 9.985 de 2000 e regulamentado pelo Decreto Federal 4.340 de 2002, concebe

dispositivos para a preservação de significativos e importantes remanescentes dos

biomas brasileiros. As chamadas unidades de conservação constituem espaços

territoriais destacados por ato do poder público, sendo que a criação ou ampliação de

uma unidade deve ser precedida de estudos técnicos e consulta pública (exceto para

Estação Ecológica e Reserva Biológica) que permitam identificar a sua localização,

dimensão e os seus limites mais adequados, garantindo a preservação dos seus recursos

naturais. (SNUC, Lei 9.985 de 2000 e decreto 4.340 de 2002).

O Parque Estadual do Rio Preto - PERP está localizado na região do Alto Vale do

Jequitinhonha, complexo da Serra do Espinhaço, no município de São Gonçalo do Rio

Preto e limites coincidentes com as divisas dos municípios de Felício dos Santos e

Couto Magalhães de Minas. O PERP foi criado em 1994, com objetivo de proteger o rio

de nome homônimo que atravessa o seu interior e ocupa atualmente uma área de 12.185

ha.

Trata-se de uma UC aberta à visitação pública e com infra-estrutura completa para

atender os usuários, composta de alojamentos, restaurantes, sede, área de camping e

outros.

O Parque Estadual do Pico do Itambé - PEPI, distante 12,5 km em linha reta do

Parque Estadual do Rio Preto, localiza-se nos municípios de Serro, Serra Azul de Minas

e Santo Antônio do Itambé, e possui atualmente área de 6.520 ha. No PEPI há uma sede

e várias obras estão sendo iniciadas para implantação desta UC, como portaria, centro

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de visitantes e alojamentos. O processo de regularização fundiária se encontra em fase

final, com o reassentamento das famílias tradicionais que moram no interior da UC.

A proposta de ampliação das áreas do PERP e do PEPI vêm atender uma proposta

dos Planos de Manejo, elaborado em 2004, de se proteger de forma integral áreas de

extensão natural do Parque Estadual do Rio Preto, rumo a áreas que ainda se encontram

em elevado grau de preservação e conservação existentes nos municípios de Felício dos

Santos, Couto Magalhães de Minas, Rio Vermelho, Serra Azul de Minas, Serro e

Diamantina. A proposta em questão vem propor, portanto, a ampliação destas duas

UC’s garantindo a manutenção do corredor ecológico1 que conecta o PE Rio Preto ao

PE Pico do Itambé, ampliando assim, a área de preservação integral existente.

Importante ressaltar que dentro dos limites propostos não se encontram áreas

produtivas, minimizando os conflitos que possam vir a existir na gestão das UC’s em

questão.

A ampliação dos dois Parques irá abranger áreas de significativa importância

ecológica e paisagística, representadas nas tipologias de campo cerrado, campos

rupestres e de mata atlântica, na qual podemos destacar o remanescente de mata

atlântica denominado “Mata do Isidoro” que possui grande extensão de área, encontra-

se em estágio avançado de regeneração com alguns trechos de floresta primária. A área

é também detentora de grande quantidade de nascentes que abastecem as bacias dos

Rios Doce e Jequitinhonha e apresenta uma significativa vocação para a atividade

turística, uma vez que conta com a presença de cachoeiras, trilhas e pinturas rupestres.

Busca-se assim, formar um sistema de áreas protegidas fortalecido no que diz

respeito às estratégias de proteção, gestão, fiscalização e preservação do meio ambiente

e contribuir com a implantação do “Mosaico do Espinhaço: Alto Jequitinhonha - Serra

1 Corredor Ecológico: “porções de ecossistemas naturais ou semi naturais, ligando unidades de

conservação, que possibilitam, entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão

de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que

demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais”

(SNUC, 200).

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do Cabral2” que prevê em seu planejamento a criação de mecanismos que garantam a

preservação dos corredores ecológicos existentes entre as UC’s na região.

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS

2.1 Superfície

A definição do tamanho e limites da ampliação das Unidades de Conservação

aqui propostas foi realizada a partir de acordos, reconhecimento aéreo da área com

apoio de helicóptero e visitas in loco. Participaram destas visitas os gerentes do PE Rio

Preto, PE Pico do Itambé e APAE das Águas Vertentes, acompanhados de técnicos do

IEF-ERAJ e da Prefeitura Municipal de Felício dos Santos. Houve apoio também de

técnicos da Emater na identificação dos moradores da área. Algumas reuniões com as

comunidades que serão diretamente afetadas pela ampliação da UC também foram

realizadas previamente no intuito de se chegar a um desenho mais condizente com a

realidade socioeconômica e ambiental local.

2.2 Áreas Totais e Perímetros

Parque Estadual do Rio Preto :

Área: 32.496,2518 ha

Perímetro: 11.0255.17m

Parque Estadual do Pico do Itambé

Área 10.834,9425 ha

Perímetro: 77.083,23 m

2 “Mosaico do Espinhaço: Alto Jequitinhonha - Serra do Cabral”: Segundo o SNUC Art 26 “Quando existir

um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou sobrepostas, e

outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma

integrada e participativa, considerando–se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a

presença da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional”. O Mosaico do Espinhaço está em

processo de implantação e abrange as UCs de Proteção Integral: P.E. Rio Preto, P.E. Serra Negra, P.E. Biribiri, P.E.

Pico do Itambé, P.E.Serra do Cabral, E.E. Mata dos Ausentes, P.N. da Sempre Vivas; e UC’s de Uso Sustentável:

APAE Água das Vertentes, APAM Felício dos Santos, APAM Rio Manso, e APAM Serra do Cabral.

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3. LOCALIZAÇÃO E ACESSO

3.1 Localização

A área em questão irá abranger 7 municípios na região do Alto Vale do

Jequitinhonha, formando um corredor ecológico entre o Parque Estadual do Rio Preto e

o Parque Estadual do Itambé, a partir da conectividade destas duas UC’s. Compreende

ainda parte da APA Estadual das Águas Vertentes, da APA Municipal Felício e da APA

Municipal Rio Manso.

A área de ampliação do PEPI irá abranger os municípios de Serro e Serra Azul

de Minas, enquanto a área de ampliação do PERP irá abranger os municípios São

Gonçalo do Rio Preto, Couto Magalhães de Minas, Rio Vermelho, Felício dos Santos e

Diamantina. Ainda no Parque Estadual do Pico do Itambé, haverá ampliação na área da

Fazenda São João em Santo Antônio do Itambé, que atualmente já funciona como Sede

do Parque e já é propriedade do Instituto Estadual de Florestas.

A região situa-se na Serra do Espinhaço, declarada Reserva da Biosfera pela

UNESCO em 2005, uma das regiões consideradas de maior biodiversidade do planeta,

e, além disso, constitui, graças à porosidade de sua composição granítica, uma reserva

hídrica de extrema importância, abastecedora das bacias do rios São Francisco, Doce e

Jequitinhonha.

Mapa 1. Área Proposta para ampliação dos Parques Estaduais do Rio Preto e do Pico do Itambé,

abrangendo 7 municípios na região do Alto Vale do Jequitinhonha.

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3.2 Acesso

O PERP está distante 355 km de Belo Horizonte e 56 km de Diamantina. Seu

acesso se dá pelo município de São Gonçalo do Rio Preto. A partir de Belo Horizonte,

seguir a BR 040 no sentido de Brasília e, depois, acessar a BR 259 até Curvelo. Daí,

seguir pela BR 367, sentido Diamantina. Após a cidade de Couto Magalhães, entrar na

MG 214 até São Gonçalo do Rio Preto. De São Gonçalo até a portaria do Parque são 14

Km de estrada bem sinalizada.

Para chegar ao PEPI, o acesso principal se dá pelo município de Santo Antonio

do Itambé, distante 351 km de Belo Horizonte. A partir de Belo Horizonte, seguir pela

BR 040 sentido Brasília, chegando em Paraopeba (103Km). Após 28Km virar à direita

na BR 135 sentido Curvelo. Entrar na BR 259 para Inimutaba, passando por Ribeirão,

Gouveia, Datas, Trinta Réis, Presidente Kubitschek até Serro. Após 2 km, seguir pela

MG 010, percorrendo 20 Km até Santo Antônio do Itambé.

Mapa 2. Mapa de acesso aos municípios sedes do PEPI e PERP

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4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

4.1 Clima

O regime climático da região é tipicamente tropical ocorrendo uma estação

chuvosa e outra seca. As superfícies mais elevadas da Serra do Espinhaço caracterizam-

se pelo predomínio de temperaturas amenas durante todo ano (média anual em torno de

18 a 19 oC).

A topografia da região do Espinhaço favorece a precipitação e pela análise dos

dados de precipitação média nos últimos 10 anos, registrados na estação meteorológica

de Diamantina, destaca-se a ocorrência de dois períodos distintos:

a) estação chuvosa de novembro a março, com uma média de precipitação

pluviométrica de 223,19 mm para o período, sendo o mês de dezembro o de

maior pluviosidade, com uma precipitação média de 301 mm;

b) estação seca de junho a agosto, com uma média de 8,25 mm no período. O

mês de menor pluviosidade média é julho com 4,07 mm.

4.2 Recursos Hídricos

A Serra do Espinhaço apresenta-se como um importante divisor de águas entre

as bacias hidrográficas do rio São Francisco à Oeste e a dos rios da costa leste, como o

rio Doce e o Jequitinhonha.

O rio Jequitinhonha nasce na Serra do Espinhaço ao Sul do município de

Diamantina, nos arredores da localidade de Capivari, sopé do Morro Redondo, a uma

altitude aproximada de 1200 m, o curso principal tem 870 km de extensão no Estado e

drena 11% de Minas Gerais.

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É um rio permanente, abastecido por afluentes procedentes do sistema

morfológico do Espinhaço. Os principais afluentes pela margem direita são: Araçuaí,

Rubim do Sul, Piauí e Pinheiros, pela margem esquerda os principais afluentes são:

Itacambiruçu, Macaúbas, Tabatinga, Vacaria, Salinas, Itinga, São Francisco e Rubim do

Norte.

As áreas de ampliação aqui propostas abrangem parte da APA Estadual das Águas

Vertentes que, de acordo com o Plano de Gestão desta UC, abrange 14 micro bacias,

entre os vários córregos e ribeirões de maior potencialidade hídrica. Destacam-se na

área de ampliação as seguintes bacias hidrográficas:

Bacia do Rio Araçuaí

Compreende sua nascente e destacam-se seus contribuintes, o Córrego da Baia e o

Faipeiro. De forma geral a bacia é contornada na região Oeste por paredões rochosos

com encostas íngremes da Serra do gavião, sendo a continuação desses maciços

rochosos, as altas encostas da Chapada do Couto, caracterizada também por paredões e

grandes cachoeiras. A região leste da bacia contrasta na paisagem com formas

topográficas mais baixas.

Bacia do Rio Jequitinhonha

A área em questão não abrange as nascentes do rio Jequitinhonha mas tem

influencia direta nas cabeceiras do rio. Quando a vertente do rio encontra o Córrego

Fundo, este segue seu fluxo na direção Noroeste, até a localidade da Fazenda Santa

Cruz, no encontro com o Ribeirão São Bartolomeu.

Bacia do Ribeirão Soberbo

Tem suas nascentes a 1.600 metros de altitude, no alto da Serra do Itambé e

nascentes nos campos de altitude da Chapada do Couto, desembocando no Rio

Jequitinhonha na localidade da Ponte do Acaba Mundo. O braço nascente da Serra do

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Itambé é composto pelos córregos da Bicha, das Maninhas e o Córrego da Cobra. Todos

com bacia de drenagem em afloramentos rochosos com raros trechos de formação de

solo, predominando assim o escoamento superficial. As drenagens possuem leito

acanalado com raros trechos de margens arenosas.

As nascentes da Chapada do Couto são formadas por afloramentos do lençol

freático a 1.250 metros de altitude. Nesta superfície destacam-se vários pontos de

nascentes nas depressões do terreno, sempre acompanhados de capões de mata

contornados por solo arenoso, formando ilhas de vegetação orientados segundo o curso

da drenagem.

Entre as principais vertentes da Chapada estão o Córrego do Curtume, o Córrego

Água Comprida, Córrego do Coqueiro e Córrego da Fazenda. De maneira geral, estas

drenagens descem a superfície elevada na forma de grandes cachoeiras e corredeiras até

desembocar no Ribeirão Soberbo.

Segundo o Plano de gestão da APA Estadual das Águas Vertentes, a bacia do

Ribeirão Soberbo é a maior unidade hidrográfica da área em questão e compõe um dos

principais cursos d’água da região, à medida que tem uma maior área de contribuição

pluviométrica ocupando regiões de ecossistemas diferenciados (Chapada e Serra), além

de uma variada cobertura vegetal seguido de um grande potencial hidrológico. A

Microbacia do Ribeirão Soberbo apresenta, portanto, um grande potencial de

preservação ambiental.

4.3 Solo

De acordo com os Planos de Manejo dos Parques Estaduais do Rio Preto e do

Pico do Itambé, a região possui como característica uma geologia constituída

essencialmente por rochas quartzíticas pertencentes ao Super Grupo Espinhaço. A

composição dessas rochas, quase exclusivamente por quartzo, associado ao clima da

região ocasionou a formação preferencial de solos rasos.

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Dentre as classes mapeadas na região, destacam-se a formação dos seguintes tipos

de solo:

Neossolos Litólicos Psamíticos típicos

Ocorre associado a Cambissolo Háplico Tb Distrófico típico, A moderado, textura

média e a Afloramentos de Rocha. Em altitudes que variam entre 750 e 1100 metros de

altitude, onde o relevo oscila de ondulado a montanhoso, com declives acima de 16%.

Origina-se de quartzo-moscovita-xisto e metarenitos do Grupo Macaúbas, do Pré

Cambriano. Possui atributos químicos que conferem a esses solos baixa fertilidade

natural. O ecotipo vegetal dominante desse pedoambiente é o campo cerrado.

Neossolos Litólicos Distróficos típicos

Ocorre associado a Cambissolo Háplico Tb Distrófico típico, A moderado, textura

média e a Afloramentos de Rocha. Em altitudes que variam entre 750 e 1100 metros de

altitude, onde o relevo oscila de ondulado a montanhoso, com declives acima de 16%.

Origina-se de quartzo-moscovita-xisto e metarenitos do Grupo Macaúbas, do Pré

Cambriano. Possui atributos químicos que conferem a esses solos baixa fertilidade

natural. O ecotipo vegetal dominante desse pedoambiente é o campo cerrado.

Neossolo Quartzarênico Hidromórfico típico

Ocorre nas superfícies de aplainamento situadas a 1400 e 1250 metros de altitude,

onde o relevo varia de plano a suave ondulado. Os atributos químicos e físicos conferem

a estes solos muito baixa fertilidade natural e tornam esse pedoambiente extremamente

frágil, onde apenas o ecotipo vegetal mais rústico e adaptado a essas condições é o

Campo Rupestre.

Organossolo Mésico Sáprico típico

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Encontrado mais propriamente nas cabeceiras de drenagem das superfícies de

aplainamento situadas a 1400 e 1250 metros de altitude, onde o relevo é plano.

Originado de materiais orgânicos, que se acumulam em ambientes saturados com água,

as condições anaeróbicas impedem a sobrevivência de microorganismos decompositores

aeróbicos. Os atributos químicos e físicos, aliados a muito baixa fertilidade natural

tornam esse pedoambiente extremamente frágil, onde o ecotipo vegetal mais adaptado a

essas condições é o Campo Rupestre com sistema radicular adaptado a condições

anaeróbicas.

Neossolo Flúvico Psamítico típico

Ocorre nos estreitos terraços fluviais e nos diques marginais de rios. Os atributos

químicos conferem a estes solos baixa fertilidade natural. A cobertura vegetal é típica

desse pedoambiente é a Mata Ciliar, ecotipo favorecido pela presença de água

disponível no solo durante todo o ano em um pedoambiente de boa drenagem

Cambissolo Háplico Tb Distrófico típico

Ocorre no terço inferior e sopé das encostas dissecadas, entre 750 e 800 metros de

altitude e nas superfícies de aplainamento situadas a 1250 e 1400 metros, embasadas por

litologias da Formação Macaúbas. O relevo é suave ondulado a ondulado e as

declividades oscilam entre 4 e 16%. Origina-se de quartzomoscovita-xisto e metarenitos

do Grupo Macaúbas, do Pré Cambriano. O ecotipo vegetal nativo desse pedoambiente é

o cerrado.

Latossolo Vermelho Distrófico típico

Ocorre entremeado a afloramentos de metarenito, e embasadas por rochas básicas e

xistos do Grupo Macaúbas, materiais fonte desses solos. O relevo é plano a ondulado e

as declividades oscilam entre 15 e 30%. A cobertura vegetal típica desse pedoambiente

é a floresta estacional subperenifólia e o cerrado.

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Apesar da baixa fertilidade natural, seus atributos físicos, favorecem o

desenvolvimento e a manutenção da biodiversidade nesse pedoambiente.

Nitossolo Vermelho Distrófico latossólico

Ocorre nas cabeceiras do rio Araçuaí e córrego Teodosio, entre 900 e 1000 metros e

é formado a partir de gnaisses, xistos e rochas básicas.No Vale do Córrego do Soberbo é

originado de rochas básicas e xistos e situa-se entre as cotas 900 e 1.100 metros. O

relevo é forte ondulado e ondulado e as declividades oscilam entre 15 e 30%. A

cobertura vegetal nativa é a Floresta Estacional Semidecidual. Apesar da baixa

fertilidade natural, seus atributos físicos favorecem o desenvolvimento e a manutenção

da biodiversidade nesse pedoambiente.

4.4 Relevo

A região faz parte do geossistema denominado Serra do Espinhaço Meridional,

que corresponde a um conjunto maciço de relevos estruturais dobrados, quebrados e

desnivelados por falhamentos, elaborados em quartzitos ortoquartízicos e quartzitos

conglomeráticos com intercalações lenticulares de filitos e xistos do super grupo

Espinhaço.

Vales escarpados adaptados a falhas, delimitados por cumeadas aguçadas,

seguem as linhas preferenciais N-S da estrutura e compõem setores de dissecação

diferencial. No dorso, relevos residuais do tipo inselbergue elevam-se sobre planos

desnudados revestidos de campos rupestres. Do sopé desses residuais partem rampas

pedimentadas que coalescem em depressões rasas preenchidas com areias resultantes da

desagregação das rochas quartzícas. As rochas que compõem essa unidade são os

quartzitos, filitos, metaconglomerados e metavulcânicas.

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5. CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA

5.1 Cobertura Vegetal e Flora

A região apresenta vegetação típica característica do bioma Cerrado. Segundo o

Plano de Manejo do PERP, as formações vegetais predominantes são as campestres e

savânicas, sendo também encontradas áreas com Floresta Estacional Semidecidual,

principalmente ao longo das vertentes de córregos e rios, sendo evidente também um

extenso fragmento conhecido localmente como Mata do Isidoro. Nas porções mais

elevadas é observada a ocorrência de “capões de mata”, tipo de vegetação denominado

por florestas em manchas.

“Os primeiros naturalistas que por aqui passaram, no início do séc XIX, como Martius,

Langsdorff, Riedel e Saint-Hilaire, revelaram a diversidade e a particularidade da flora

mineira. Apesar disso, o desenvolvimento econômico do estado se deu praticamente em

função da exploração de seus recursos naturais e conseqüente degradação do meio

ambiente. O ritmo de investigação botânica em Minas Gerais não seguiu a mesma

velocidade das atividades antrópicas e muitas espécies podem ter desaparecido antes

mesmo de serem formalmente conhecidas.” (VIANA, et all, 2008)

Durante os últimos quatro anos, foram realizadas por pesquisadores da UFMG,

expedições de coleta botânica nas abrangências da APA Municipal Felício e APA

Estadual das Águas Vertentes, área abrangida por esta proposta de ampliação das UC’s.

Diversas novidades taxonômicas foram reveladas assim como importantes registros de

espécies da flora raras, endêmicas e ameaçadas de extinção. Pesquisadores de diversas

instituições participaram das campanhas de campo, o que foi de extrema importância

para o levantamento dos dados aqui apresentados e que indicam a alta relevância

florística desta área.

5.1.1 Espécies raras e endêmicas identificadas no local

A região da Mata do Isidoro possui um importante fragmento de Floresta

Ombrófila, atípica nas regiões interioranas de Minas Gerais (IBGE 1993). Neste

fragmento são encontradas diversas espécies típicas das formações florestais do bioma

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Mata Atlântica, muitas delas ameaçadas de extinção, como o palmito-jussara (Euterpe

edulis), o ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha), o jacarandá-caviúna (Dalbergia nigra) e

a braúna (Melanoxylon brauna).

Algumas espécies de valor ornamental, endêmicas da Mata Atlântica, também

foram registradas, como as orquídeas Sophronitis pumila, S. jongheana e Oncidium

enderianum, as bromélias Andrea selloana, Vriesea monacorum, V. bituminosa,

espécies epífitas de cactus, como Rhipsalis elliptica, Lepismium spp., bambus

escandentes, como Merostachsys fischeriana, Chusquea attenuata, Aulonemia

aristulata e Eremocaulon setosum (este registrado pela primeira vez em Minas Gerais) e

gesneriáceas, como Nematanthus crassifolius, N. lanceolatus.

Extensas áreas são cobertas por campos rupestres. Neste ambiente, encontra-se

grande parte das espécies endêmicas da Cadeia do Espinhaço registradas para a região.

Algumas famílias destacam-se por possuir diversas espécies endêmicas do Espinhaço,

como Xyridaceae (Xyris platystachya, X. coutensis, X. insignis, X. pilosa);

Eriocaulaceae (Syngonanthus elegans, S. itambensis, S. vernonioides, S. suberosus,

diversas espécies de Paepalanthus, Actinocephalus e Leiotrix); Orchidaceae (Acianthera

adamantinensis, Constantia cristinae, Scuticara irwiniana, Sophronitis bradei, S.

itambana, S. brigerii); Verbenaceae (Lippia rhodocnemis, L. pseudothea); Poaceae

(Aulonemia effusa, Apochloa lorea, Apochloa cipoensis, Chusquea nutans,

Dicahanthelium heliophyllum e Eragrostis sclerophylla); Bromeliaceae (Orthophyton

melobarretoi, Dyckia spp., Vriesea distachya, Vriesea medusa); Velloziaceae (diversas

espécies de Barbacenia e Vellozia, como V. auriculata V. coronata e V. nivea);

Cactaceae (Arthrocereus aurisetus, A. melanurus, Cipocereus minensis ; Orobanchaceae

(Angelonia eriostachys); Melastomataceae (Lavoisiera spp, Lithobium cordatum,

Miconiaparadoxa, Microlicia spp., Merianthera sipolisi); e Asteraceae (Bishopalea

erecta, Chronopappus bifrons, Chromolaena segittifera, Lessingianthus saulosii,

Proteopsis argentea, Minasia alpestris, M. scapigera, Wunderlichia sennaei, Piptolepis

ericoides, Senecio macrotis).

Enclaves de Cerrado são também freqüentes na região, possuindo diversas

espécies indicadoras deste bioma (Mendonça et al 1998). São destaque as espécies

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16

Eugenia desynterica (cagaitera), Cambessedesia adamantium (gabiroba), Annona

crassifolia (cabeça-de-nego), Caryocar brasiliense (pequizeiro), Hanchornia speciosa

(mangabeira), Dalbergia miscolobium (jacarandá-do-cerrado), Tabebuaia ochracea

(ipê-amarelo-docerrado) e Pterodon emarginatus (monjolo).

Diversas espécies registradas são restritas à região do Planalto de Diamantina,

sendo que muitas delas são pouco conhecidas pelos botânicos. Destacam-se Lithobium

cordatum e Miconia paradoxa (Melastomataceae), Eragrostis sclerophylla (Poaceae),

Xyris coutensis (Xyridaceae), Lippia rhodocnemis (Verbenaceae), que também ocorre

em Itamarandiba, MG, Chromolaena sagittifera (Asteraceae), Minaria campanuliflora

(Apocynaceae), dentre outras diversas.

5.1.2 Espécies Novas

A pesquisa em questão, revelou até o momento dez novas espécies, segundo os

especialistas que contribuíram na identificação dos espécimes coletados. Algumas delas

também ocorrem em municípios vizinhos a Felício dos Santos, como Rio Vermelho e

São Gonçalo do Rio Preto, algumas em localidades mais distantes, e outras foram

encontradas apenas nos limites da APAM Felício.

Duas espécies da família Xyridaceae (gênero Xyris) foram registradas, uma

delas foi encontrada apenas nas áreas limítrofes do município de Felício dos Santos com

o Parque Estadual do Rio Preto.

Uma nova espécie de Poaceae, do gênero Dichanthelium foi encontrada.

Aparentemente esta espécie é restrita ao Pico Dois Irmãos e campos adjacentes.

Duas novas espécies de Eriocaulaceae, do gênero Actinocephalus foram

coletadas (Paulo T. Sano, comunicação pessoal). Uma delas é também registrada para o

PE do Rio Preto e PE do Itambé, e outra é conhecida apenas da região da cachoeira do

Sumidouro, na APAM Felício.

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17

Uma espécie nova de Syngonanthus foi também registrada (Lívia Echternacht,

comunicação pessoal), nos campos rupestres da região. Uma Gesneriaceae, do gênero

Nematanthus, foi considerada uma nova espécie pelo especialista Alain Chutems. Até a

presente data, esta espécie nunca foi coletada em outra área.

Duas espécies de Bromeliaceae foram descritas com base em material coletado

na APAM Felício e PE do Rio Preto. Tratam-se de Vriesea sp nov., conhecida para o PE

do Itambé, PE do Rio Preto, APAM Felício e Serra da Pedra Menina (L.M. Versieux,

no prelo), e Canistrum sp. nov., conhecida também para o PE do Rio Preto e Chapada

Diamantina, na Bahia (M.G.L. Wanderley, no prelo).

5.1.3 Pteridófitas

Destaca-se nessa região grande diversidade de pteridófitas, sendo que em apenas

uma campanha de campo em 2004 foram catalogadas 108 espécies, distribuídas em 42

gêneros e 19 famílias.

5.1.4 Espécies Ameaçadas

Foram inventariadas 59 espécies de plantas vasculares ameaçadas de extinção

(Tabela 1), sendo que seis são pteridófitas, 22 eudicotiledôneas e 31 monocotiledôneas.

Muitas delas estão sobre forte pressão antrópica, como as sempre-vivas das famílias

Xyridaceae e Eriocaulaceae, além de algumas Poaceae e Cyperaceae.

As espécies arbóreas também estão sob pressão devido à retirada de madeira

para produção de carvão na região. Espécies ornamentais, como as da família

Orchidaceae e Bromeliaceae, são alvo de coletores extrativistas que vendem no mercado

nacional e internacional de forma ilegal. O alto número de orquídeas ameaçadas de

extinção inventariadas (12 espécies) demonstra a importância florística da região.

O histórico de extrativismo de orquídeas para venda, principalmente Sophronitis

jongheana (Figura 3B) e S. pumila (Figura 2B), reduziu drasticamente as populações

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destas espécies, de acordo com moradores da região. Ambas estão em risco de extinção

e as pequenas populações observadas merecem uma proteção efetiva.

Tabela 1. Lista de espécies da flora ameaçadas de extinção ocorrentes na área. Abreviações: CR =

criticamente ameaçada, EM = em perigo, VU = vulnerável. De acordo com a revisão da Lista

Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora de Minas Gerais.

Pteridófitas (6 espécies):

Aspleniaceae

Asplenium campos-portoi Brade – VU

Cyatheaceae

Cyathea bipinnatifida (Baker) Domin – CR

Lycopodiaceae

Huperzia erythrocaulon (Fée) Holub - EN

Huperzia itambensis B.Øllg. & P.G.Windisch - CR

Pteridaceae

Eriosorus sellowianus (Mett. ex Kuhn) Copeland - EN

Pellaea gleichenioides (Hook.) Christ - EN

Monocotiledôneas (31 espécies):

Amaryllidaceae

Hippeastrum glaucescens (Mart.) Herb. - EN

Arecaceae

Euterpe edulis Mart. - VU

Bromeliaceae

Andrea selloana (Baker) Mez - CR

Vriesea densiflora Mez - CR

Vriesea nanuzae Leme - CR

Vriesea oligantha (Baker) Mez - VU

Eriocaulaceae

Syngonanthus elegans (Bong.) Ruhland - EN

Syngonanthus itambeensis Silveira - EN

Syngonanthus suberosus Giul. - CR

Syngonanthus vernonioides Silveira - EN

Orchidaceae

Cattleya walkeriana Gardn. - EN

Constantia cristinae F.E.L.Miranda - CR

Oncidium warmingii Rchb.f. - VU

Scuticaria irwiniana Pabst - CR

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19

Sophronitis bradei (Pabst) Van den Berg & M.W.Chase - EN

Sophronitis brevipedunculata (Cogn.) Fowlie - CR

Sophronitis briegerii (Blumensch. ex Pabst) Van den Berg & M.W.Chase - EN

Sophronitis cinnabarina (Bateman ex Lindl.) C. Berg & M. W. Chase - VU

Sophronitis itambana (Pabst) Van den Berg & M.W.Chase - CR

Sophronitis jongheana (Rchb.f.) Van den Berg & M.W.Chase - CR

Sophronitis pumila (Hook.) Van den Berg & M.W.Chase - EN

Zygopetalum triste Barb.Rodr. - EN

Poaceae

Aulonemia effusa (Hack.) McClure - VU

Eragrostis sclerophylla Trin. - EN

Panicum cipoense Renvoize & Send. - VU

Velloziaceae

Vellozia auriculata Melo-Silva & N. L. Menezes - EN

Xyridaceae

Xyris aurea L. B. Sm. & Downs - VU

Xyris bialata Malme - VU

Xyris coutensis Wand. & Cerati - CR

Xyris hilariana Malme - VU

Xyris platystachia Alberts. - VU

Eudicotiledôneas (22 espécies):

Apocynaceae

Ditassa itambensis Rapini - VU

Asteraceae

Chronopappus bifrons (DC.) DC. - CR

Minasia alpestris (Gardner) H.Rob. - CR

Minasia scapigera H. Rob. - CR

Paralychnophora bicolor (DC.) MacLeish - VU

Piptolepis ericoides (Less.) Sch. Bip. - VU

Pseudobrickelia angustissima (Spreng. ex Baker) R. M. King & H. Rob. - CR

Richterago amplexifolia (Gardner) Kuntze - VU

Wunderlichia senae Glaz. ex Maguire & G.M.Barroso - CR

Cactaceae

Arthrocereus melanurus (K.Schum.) Diers, P.J.Braun & Esteves - VU

Cipocereus minensis F.Ritter - EN

Fabaceae

Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. - VU

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20

Melanoxylon brauna Schott - VU

Mimosa chrysastra Mart. ex Benth. - CR

Gesneriaceae

Nematanthus crassifolius (Schott) Wiehler - VU

Paliavana sericiflora Benth. - VU

Melastomataceae

Lithobium cordatum Bong. - VU

Plantaginaceae

Angelonia eriostachys Benth. - EN

Podostemaceae

Diamantina lombardii Novelo, C.T.Philbrick & Irgang - VU

Verbenaceae

Lippia pseudothea (St. Hil.) Schauer - VU

Lippia rhodocnemis Mart. & Schauer - EN

Stachytarpheta commutata Schauer - CR

5.2. Fauna

A Cadeia do Espinhaço é uma área de endemismos faunísticos e de

miscigenação de elementos faunísticos oriundos de outros biomas, o que configura a

mesma como uma grande área de tensão ecológica, e, portanto de rica biodiversidade. A

região em questão merece destaque pela presença conjunta de elementos típicos de

cerrados associados a elementos atlânticos e de caatinga, além de organismos de ampla

distribuição geográfica. Em sua maioria, esses elementos acompanham as tipologias

vegetacionais locais, porém vários organismos parecem apresentar modos de vida locais

bastante distintos do que habitualmente se conhece.

5.2.1 Aves

Estudos com aves da Cadeia do Espinhaço, particularmente na serra do Cipó,

tanto de inventários ornitofaunísticos quanto de biologia de espécies, são numerosos

(e.g. CARNEVALLI, 1980; FEROLLA & CARNEVALLI, 1982; MATTOS & SICK,

1985; PEARMAN, 1990; VIELLIARD, 1990, 1994; WILLIS & ONIKI, 1991a;

COLLAR et al., 1992; VASCONCELOS & LOMBARDI, 1996, 1999, 2001;

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21

ANDRADE, 1998; CORDEIRO et al., 1998; MACHADO et al. 1998; R. B.

MACHADO et al., 1998; VASCONCELOS, 1998, 1999a,b,c,d, 2000a,b, 2001a,b,c,

2002a,b; VASCONCELOS et al., 1998, 1999, 1999, 2001, 2002, 2003, 2003; PARRINI

et al., 1999; BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2000; MELO et al.,2000; MELO-

JÚNIOR et al., 2001; VASCONCELOS & FERREIRA, 2001; VASCONCELOS &

MELO-JÚNIOR, 2001; VASCONCELOS & SILVA, 2003, entre muitos outros).

Existe uma série de informações sobre ocorrências de aves na região. O botânico

francês Auguste de Saint Hilaire, na companhia do botânico brasileiro Antônio Gomes,

do Barão de Langsdorff e do zoólogo Delalande, com a função de estudar a flora e

também de coletar espécimes animais, visitou a região do distrito Diamantino no ano de

1817 (PINTO, 1952). As mesmas regiões ainda foram visitadas pelo zoólogo J. B. von

Spix e botânico C. F. von Martius, no início de 1818 (PINTO, 1952). No início de 1819,

esteve em Itambé Friedrich Sellow, que veio ao Brasil por intermédio do Barão de

Langsdorff (PINTO, 1952). Em Diamantina, ainda estiveram o francês Eugène

Ménétriès, juntamente com o Barão de Langsdorff, o botânico Ludwig Riedel e o pintor

Moritz Rugendas, em dezembro de 1821, e o entomólogo francês Pierre Emille

Gounelle (PINTO, 1952). Com o objetivo especial de coletar beija-flores, Gounelle

esteve em Diamantina pelo menos em 1885 (PINTO, 1952) e em 1902, como provam

exemplares por ele obtidos e doados para o Museu de Zoologia da Universidade de São

Paulo (PINTO, 1938).

Não obstante a passagem desses naturalistas, poucas são as informações

divulgadas sobre aves, ao menos em trabalhos mais acessíveis. PINTO (1938)

mencionou a ocorrência de duas espécies de beija-flores e PINTO (1952) de sete

espécies, incluindo-se aquelas duas. Dentre essas, no entanto, incluem-se ocorrências

importantes, como a da ameaçada codorna-mineira (Nothura minor), cuja localidade-

tipo, ou seja, o lugar de origem do exemplar que serviu de base para a descrição da

espécie, é Diamantina (PINTO, 1978). Esse topônimo também é a localidade-tipo de

uma raça geográfica (subespécie) da codornacomum (Nothura maculosa) (PINTO,

1978). Gounelle descobriu um beija-flor típico da floresta amazônica em Minas Gerais

(VIELLIARD, 1994), que foi reencontrado muitos anos mais tarde, em 1963, e descrito

como um subespécie inédita, Campylopterus largipennis diamantinensis Ruschi, 1963

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22

(vide RUSCHI, 1963, 1964, VIELLIARD, 1994). Essa ave (asa-de-sabre) foi descrita a

partir de quatro exemplares coletados no córrego das Pedras e dos Pinheiros,

Diamantina (RUSCHI, 1963, VIELLIARD, 1994), locais que hoje se incluem no Parque

Estadual do Biribiri.

Como parte de um estudo de dissertação de mestrado, Marcelo F. de

Vasconcelos visitou o Parque Estadual Pico do Itambé por cinco dias, tendo publicado

alguns dos resultados obtidos (VASCONCELOS, 2001a, 2002a). No primeiro trabalho,

apresentou a relação das espécies observadas nos campos rupestres e, no segundo,

divulgou o registro do lenheiro-da-serrado- cipó (Asthenes luizae) e de outras sete

espécies de maior interesse para o conhecimento ornitológico regional.

5.2.2 Répteis

Através da avaliação ecológica rápida durante a elaboração dos Planos de

Manejo do PERP e PEPI (2004), registrou-se um total de 33 espécies de répteis. Este

valor provavelmente é bastante inferior ao total de espécies do grupo que ocorre na

região, porém a falta de amostragens anterior na área ou em localidades próxima não

permite ainda a inferência correta do número de espécies esperadas.

Levando-se em conta a diversidade de modos de vida das Serpentes, por

exemplo, (com uma grande variedade de tipos de dieta e uso de substratos), e a riqueza

obtida na avaliação ecológica rápida para lagartos e serpentes (11 e 18 espécies,

respectivamente) é possível afirmar que, mesmo em face às modificações sofridas pela

paisagem, a região ainda compreende uma área de diversidade faunística considerável,

em especial de espécies de pequeno porte.

5.2.3 Peixes

Os dados de literatura disponíveis para a área geográfica do parque tratam de

forma abrangente da composição faunística da bacia do rio Jequitinhonha. FOWLER

(1951 e 1954) lista as espécies nominais de peixes de água doce do Brasil mencionando

topônimos de ocorrência nesta bacia.

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23

Segundo os dados disponíveis em BIODIVERSITAS (1998), são conhecidas 36

espécies de peixes para a bacia do Jequitinhonha, das quais 25 são reconhecidas como

restritas. As coletas realizadas nos ambientes aquáticos do PERPRETO permitiram o

registro de 12 espécies nativas. Admitindo-se que estas espécies estejam entre as 36

citadas por BIODIVERSITAS (1998), ter-se-ia 1/3 das espécies conhecidas para a Bacia

do Jequitinhonha representadas nesta unidade de conservação.

5.2.4 Anfíbios

Segundo FROST (2002), são conhecidas 5.500 espécies de anfíbios em todo o

mundo, sendo que para o Brasil este número ultrapassa 600 espécies (HADDAD, 1998).

Estima-se que a riqueza de anfíbios em Minas Gerais seja em torno de 200 espécies,

representando 33% da riqueza de anfíbios do Brasil, com registros de inúmeras espécies

endêmicas (e.g. Hyla alvarengai, Hyla saxicola,Thoropa megatympanum) (FEIO, 2002;

dados revisados no Global Amphibian Assessment. Amazonian Region Review

Workshop. Species Data Summaries, 2003).

A Serra do Espinhaço possui inúmeras espécies restritas aos seus domínios,

como Hyla nanuzae Bokermann e Sazima, 1973. São ainda encontradas na região,

espécies de interesse para a conservação, destacando-se a Hyla alvarengai Bokermann

1956; Hyla saxicola Bokermann 1964; Ceratophrys aurita (Raddi, 1823);

Crossodactylus cf. bokermanni; Leptodactylus camaquara Sazima and Bokermann,

1978; Thoropa megatympanum Caramaschi and Sazima, 1984; e, Pseudopaludicola

mineira Lobo, 1994.

Duas espécies de anfíbios não descritas pela ciência foram encontradas por

pesquisadores da UFMG em trabalho de campo, na área de abrangência desta proposta.

Pertencem aos gêneros Hyalinobatrachium e Scinax.

5.2.5 Mamíferos

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24

O Estado de Minas gerais abriga hoje cerca de 243 espécies de mamíferos, o que

corresponde a 46% do total de espécies de mamíferos registradas para o território

brasileiro (MACHADO et al., 1998).

As espécies de mamíferos com ocorrência no Cerrado totalizam 195, sendo 18

endêmicas. A mastofauna do Cerrado apresenta baixo grau de endemismo sendo

dependente das formações florestais aí existentes, principalmente dos enclaves mésicos

formados pelas matas ciliares, que poderiam atuar como corredores de dispersão (ver

REDFORD & FONSECA, 1986; MARINHO-FILHO & GUIMARÃES, 2001).

A Cadeia do Espinhaço é a faixa orogênica mais extensa e contínua do território

brasileiro. Esta região é marcada por uma diversidade de ambientes e paisagens

extremamente alta, determinada principalmente por sua grande e abrupta variação

altitudinal. Além disso, abriga elementos e características do Cerrado, em sua vertente

oeste, apresentando também características peculiares do domínio florestal, marcado

pela extensa área de contato do Espinhaço, em sua porção leste, com a Mata Atlântica.

Em toda a sua extensão, informações básicas relativas à riqueza e distribuição de

espécies de mamíferos são ainda escassas.

Entre fevereiro a outubro de 2007, o Instituto Biotrópicos realizou doze

campanhas de campo para instalação e manutenção de foto-armadilhas no Parque

Estadual do Rio Preto visando identificar o efeito da estrutura da paisagem sobre a

abundância de mamíferos na região. Foram obtidos com este trabalho 82 registros

fotográficos válidos, perfazendo um total de 13 espécies de mamíferos, com um sucesso

de captura de 6,2%, calculado pelo produto do número total de capturas por 100,

dividido pelo esforço total de captura (número de câmeras/dia). As ordens com maior

freqüência de registros foram Carnivora, com 73,0%, seguido por Cingulata (12,2%) e

as menores espécies registradas foram o mocó, Kerodon rupestris e o tapiti, Silvilagus

brasiliensis. As espécies mais fotografadas foram a onça-parda (Puma concolor; n= 27)

seguido do cachorro-do-mato (Cerdocyon thous; n=11), consequentemente as espécies

mais abundantes (tabela 2).

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25

Segundo o relatório apresentado, 53,8% dos mamíferos fotografados apresentam

algum status de ameaça, consideradas pelas listas de espécies ameaçadas do estado de

Minas Gerais e do Brasil, conforme tabela abaixo.

Tabela 2. Riqueza e abundância de espécies registradas no Parque Estadual do Rio Preto, MG, através de

foto-armadilhas e com as categorias de ameaça para Minas Gerais, de acordo com Machado et al. (1998),

e para o Brasil, de acordo com Machado et al. (2005). Vulnerável (VU), Em Perigo (EP), Criticamente

em Perigo (CP).

Espécie Nome comum N0 de registros Abundância relativa MG BR

Ordem Cingulata

Família Myrmecophagidae

Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira 6 0.71 EP VU

Família Dasypodidae

Priodontes maximus Tatu-canastra 4 0.48 CP VU

Ordem Carnivora

Família Canidae

Cerdocyon thous Cachorro-do-mato 11 1.31

Chrysocyon brachyurus Lobo-guará 8 0.95 VU VU

Família Mephitidae

Conepatus semistriatus Jaratataca 4 0.48

Família Mustelidae

Eira bárbara Irara 4 0.48

Família Felidae

Herpailurus yaguarondi Gato-mourisco 4 0.48 CP VU

Leopardus pardalis Jaguatirica 1 0.12 CP VU

Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequeno 1 0.12 CP VU

Puma concolor Onça-parda 27 3.21 CP VU

Ordem Artiodactyla

Família Cervidae

Mazama gouazoupira Veado-catingueiro 1 0.12

Ordem Lagomorpha

Família Leporidae

Sylvilagus brasiliensis Tapeti 6 0.71

Ordem Rodentia

Família Caviidae

Kerodon rupestris Mocó 5 0.60

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Total de espécies 13

Total de registros 82

Sucesso de captura 6,2%

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6. INFLUÊNCIA ANTRÓPICA E PRESSÕES DE IMPACTO

6.1 Riqueza Arqueológica

A região é extremamente rica do ponto de vista da arqueologia, não só pela

quantidade de sítios arqueológicos existentes, como também por sua representatividade

cultural. Algumas das escarpas ou afloramentos quartizíticos da região, próximos a

cursos d'água, apresentam testemunhos arqueológicos, dentre eles, figurações rupestres,

instrumentos lascados e polidos, além de outros tipos de indícios de uso como quebra-

cocos e afiadores em alguns blocos fixos.

Obviamente, por não conhecer a eventual estratigrafia destes sítios e por não

existir datação de seus vestígios, não se pode especular ainda sobre a idade destas

ocupações. O que se sabe, é que na região da Serra do Cipó há datações de vestígios

humanos oriundos do período Holoceno Antigo como também de alguns séculos atrás.

Durante milênios a região do Espinhaço parece ter sido um importante referencial do

ponto de vista cultural e ambiental de grupos humanos.

No que refere - se às figurações rupestres, testemunhos de mais fácil visibilidade

e por isto, de mais fácil análise preliminar, pode afirmar que seus conjuntos principais

podem ser atribuídos à conhecida Tradição Estilística Planalto, que predomina na região

central de Minas Gerais. Esta mesma unidade estilística pode também ser observada no

norte do Paraná, São Paulo e Goiás.

6.2 Conflitos

Muitas espécies da flora estão sobre forte pressão antrópica, como as sempre-

vivas das famílias Xyridaceae e Eriocaulaceae, além de algumas Poaceae e Cyperaceae.

As espécies arbóreas também estão sob pressão devido à retirada de madeira para

produção de carvão na região. Espécies ornamentais, como as da família Orchidaceae e

Bromeliaceae, são alvo de coletores extrativistas que vendem no mercado nacional e

internacional de forma ilegal.

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O histórico de extrativismo de orquídeas para venda, principalmente Sophronitis

jongheana (Figura 3B) e S. pumila (Figura 2B), reduziu drasticamente as populações

destas espécies, de acordo com moradores da região. Ambas estão em risco de extinção

e as pequenas populações observadas merecem uma proteção efetiva.

Dentre as principais ameaças à flora observadas na região destacam-se o fogo e a

criação de gado. No período da seca, geralmente de maio a outubro, criadores de gado

ateiam fogo nas áreas campestres para a rebrota da pastagem. Esses incêndios são

criminosos e culminam na diminuição e substituição das áreas florestais e de campos

naturais por pastagens com espécies exóticas ou com dominância de apenas algumas

espécies nativas.

O gado também é responsável pelo pisoteamento que destrói principalmente a

vegetação campestre e as espécies de sub-bosque típicas da floresta. Além disso, o

pisoteio do gado é responsável pela abertura de inúmeras trilhas que concentram as

águas das chuvas formando enxurradas altamente erosivas. Além da erosão, isso

aumenta bastante a velocidade do escoamento superficial e diminui o potencial de

recarga das águas subterrâneas nesses terrenos.

Foram observados vestígios recentes de garimpo artesanal nos cursos d`água na

Mata do Isidoro. Este tipo de atividade causa impactos relevantes neste tipo de

ambiente, podendo prejudicar populações e até mesmo extinção local de espécies

macrófitas e reófitas.

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7. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA

Para elaboração desta proposta de ampliação dos perímetros do PERP e PEPI,

foram realizados estudos de campo e consultas às comunidades do entorno de forma a

minimizar possíveis conflitos que possam surgir nos processos de implantação, gestão e

regularização fundiária.

Desta forma, procurou-se, sempre que possível, não abranger áreas de ocupação

humana, produtivas e antropizadas nos perímetros propostos. Os trabalhos de campo

foram feitos em conjunto com representantes do IEF-ERAJ, Instituto Biotrópicos,

Gerência do PERP e PEPI e da Prefeitura Municipal de Felício dos Santos, que possuem

vasta vivência e conhecimento da região.

Sabe-se que grande parte da área abrange a propriedade conhecida como

Fazenda Santa Cruz do Gavião, de propriedade da empresa Ivituruy, com atuação na

região do triângulo mineiro.

Tabela 3: Nomes dos posseiros e proprietários e respectivas coordenadas geográficas das

propriedades existentes na área de ampliação do PEPI e PERP.

NOME PROPRIETÁRIO/

POSSEIRO

COORDENADA

GEOGRÁFICA Sebastião Pereira Fernandes 18° 15’ 5,9” 43º 24’ 33,8”

Elsinho irmão do Eli 18º 15’ 15,2” 43º 24’ 9”

Roni Aparecido Mira 18º 15’ 48,4” 43º 25’ 8,8”

Daniel Guedes Martins 18º 16’ 23,2” 43º 25’ 57,5”

Paulo Jesus Correa Aguiar 18º 15’ 48,9” 43º 21’ 37.2”

João Evangelista dos Santos 18º 16’54” 43º 25’ 10”

Valmita Marceliano dos santos 18º 17’ 14,5” 43º 25’ 05,6”

Orlando Santos Ferreira 18º 16’ 26” 43º 19’ 41,5”

Ivanete Aparecida Gonzaga da Silva 18º 16’ 41,6” 43º 20’ 45.1”

Sebastião Correia Aguiar 18º 16’ 54,2” 43º 20’ 57,8”

Gerson Aparecido Correa Aguiar 18º 16’ 58,5” 43º 20’ 57,4”

Vanda Ivani Gonzaga da Silva Ferreira 18º 15’ 10.5” 43º 19’ 00,6”

Silvio da conceição Gonçalo 18º 15’ 49.1” 43º 18’ 28.1”

Antonio Gonçalo 18º 15’ 51,7” 43º 17’ 27.6”

Hamilton Gonçalves 18º 16’ 25,0” 43° 18’ 06,3”

Nezinho Silveira Araujo 18º 17’ 38.4” 43º 19’ 25.0”

Jose Geraldo Mira 18º 17’ 40,7” 43º 18’ 51.8”

Eva Maura Mira 18º 17’ 47.3” 43º 19’ 44.3”

Heliodoro Paixão Gomes 18º 17’ 48.5” 43º 18’ 59.4”

Valdemiro da Silva Marceliano 18º 17’ 50.3” 43º 20’ 09.5”

Lorico Loteiro Aguiar 18º 18’ 14.1” 43º 19’ 16.0”

Maria Geralda Ferreira 18º 18’ 24.6” 43º 19’ 20,1”

Santo Mariano 18º 18’ 34.5” 43º 18’ 19.5”

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Ramiro Timoteo Gomes 18º 18’ 51.9” 43º 18’ 21.4”

Lucimara Santos 18º 18’ 53.2” 43º 18’ 41.2”

Joventina da Conceição Gomes 18º 18’ 59.5” 43º 18’ 23.9”

Clever 18º 19’ 15.0” 43º 18’ 23.7”

José Adão da Cruz Gomes 18º 19’ 17.4” 43º 18’ 31.9”

Rosaria Nazarete Gomes 18º 19’ 21.9” 43º 18’ 20.2”

Ismar Gonçalo 18º 18’ 44.5” 43º 18’ 03.5”

Jose Romeu Gomes 18º 18’ 44,7” 43º 17’ 42.6”

Geraldo Alceu Gomes 18º 19’ 36.1” 43º 18’ 18.9”

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8. NOME, CATEGORIA DE MANEJO E JUSTIFICATIVA PARA SUA

INCLUSÃO

A ampliação do Parque Estadual do Pico do Itambé e do Parque Estadual do

Rio Preto está prevista nos planos de manejo dos referidos Parques, elaborados em

2004, e compreendem a extensão natural de ambos rumo a áreas que ainda se encontram

em elevado grau de preservação e conservação.

Além destas áreas de extensão natural preservadas, a ampliação do PEPI

abrange também a área da Sede da Fazenda São João, juntamente com sua Reserva

Legal. Esta Fazenda foi adquirida pelo IEF para reassentamento de posseiros

tradicionais residentes do interior da UC e sua Sede hoje funciona como sede do Parque,

alojamento e casas de funcionários da UC. Assim, no perímetro de ampliação do PEPI,

serão também incluídas estas áreas de infra-estrutura do PEPI bem como a reserva legal

da Fazenda São João.

A área proposta para ampliação do Parque Estadual do Pico do Itambé e do

Parque Estadual do Rio Preto está inserida em diversas unidades de conservação de uso

sustentável, tais como a APA Municipal Rio Manso, APA Municipal Felício e APA

Estadual das Águas Vertentes, no entanto, estas não garantem a preservação integral da

biodiversidade existente, tendo sido constantemente alvos de focos de incêndios,

especulação de mineradores, e de outros usos inadequados às características ambientais

locais.

Nesse sentido, faz-se necessário a criação de um mecanismo que garanta a

proteção integral do corredor existente entre o PERP e PEPI, garantindo assim “o fluxo

de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização

de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua

sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais”

(SNUC, 2000).

A escolha pela ampliação das duas Unidades de Proteção Integral - o Parque

Estadual do Pico do Itambé e o Parque Estadual do Rio Preto, para garantir a

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preservação do corredor ecológico existente se justifica pela gestão facilitada uma vez

que cada uma das UC’s já implantadas terá sua área ampliada, compartilhando assim a

gestão sobre a área do corredor.

Tal ação vem concretizar também uma das ações propostas pelo conselho do

“Mosaico do Espinhaço: Alto Jequitinhonha – Serra do Cabral” que tem a implantação

de corredores ecológicos como uma de suas estratégias de manutenção da efetividade da

conservação da biodiversidade regional, visando assim, formar um sistema de áreas

protegidas fortalecido na região, no que diz respeito às estratégias de proteção, gestão,

fiscalização e preservação do meio ambiente.

O corredor ecológico PERP – PEPI inclui importantes áreas as quais merecem proteção

efetiva e integral por apresentarem alta diversidade de ecossistemas, onde são

encontrados Campos rupestres em excelente estado de conservação, áreas expressivas

de Cerrado e importantes fragmentos de Mata Atlântica como a “Mata do Isidoro” que

possui trechos de floresta primária e é de grande importância no contexto biogeográfico

da Cadeia do Espinhaço.

A Cadeia do Espinhaço é o centro de diversidade de diversos grupos vegetais,

possuindo uma riqueza expressiva de espécies endêmicas. O estado de Minas Gerais

compreende mais da metade de sua extensão e a preservação de áreas contínuas com os

seus variados ecossistemas é estratégica para a preservação da riqueza florística mineira.

A Mata Atlântica, um bioma seriamente ameaçado, ganhará importante área para

preservação das suas espécies típicas. A manutenção da integridade do fragmento

florestal conhecido como “Mata do Isidoro” é estratégica no sentido de ser fonte

responsável pela reposição natural de centenas de espécies vegetais típicas da Mata

Atlântica na região.

A proteção dos diferentes ambientes encontrados na área de ampliação das UC’s é

importante também para a conservação de diversas espécies de plantas raras, endêmicas

e ameaçadas de extinção. Conforme estudos realizados no local:

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Mais de 30 espécies de plantas ameaçadas de extinção foram encontradas,

incluindo orquídeas, bromélias, cactáceas e espécies de outros grupos vegetais.

Algumas eram conhecidas apenas de uma única localidade, como Lippia

rhodocnemis e Vellozia auriculata, que só eram registradas para a região de

Pedra Menina, município de Rio Vermelho (MG).

Algumas espécies de plantas encontradas não eram registradas para o estado de

Minas Gerais, como Aulonemia fimbriatifolia e Bishopalea erecta. A primeira

anteriormente conhecida para os estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina,

e a Segunda era considerada endêmica da Bahia.

Pelo menos quatro espécies de plantas não descritas pela ciência foram

encontradas e estão em processo de descrição e publicação. Destas, três

pertencem aos gêneros Aulonemia,

Actinocephalus e Lithobium, e uma a um gênero ainda não determinado, da

família Myrtaceae.

105 espécies de pteridófitas foram registradas na área, sendo este resultado

apresentado em forma de painel no 56° Congresso Nacional de Botânica, em

Curitiba-PR. Pelos pesquisadores: Nara Furtado de O. Mota, Thaís E. Almeida e

Alexandre Salino.

Duas espécies de anfíbios não descritas pela ciência foram encontradas.

Pertencem aos gêneros Hyalinobatrachium e Scinax

Além das implicações para a conservação das espécies vegetais e animais

ocorrentes, a ampliação dos Parques Estaduais do Rio Preto e do Pico do Itambé é de

extrema importância no controle de queimadas.

Os incêndios muitas vezes são iniciados na região em questão e acabam por atingir o

interior destas UC’s, principalmente na região do Pico Dois Irmãos, área singular e

extremamente frágil a essa pressão.

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A ampliação dos Parques irá abranger ainda áreas de significativo e inigualável

aspecto cênico, com destaque para a “Cachoeira do Sumidouro” ou “Cachoeira dos

Borges” que possui aproximadamente 80 metros de altura (Foto anexa), a Cachoeira das

Sete Quedas e o Pico do Gavião.

Irá contribuir também com o desenvolvimento da atividade ecoturística na região,

que possui grande potencialidade para esta atividade, gerando uma alternativa de renda

em bases sustentáveis nas comunidades inseridas no entorno da área.

Importante ressaltar que dentro dos limites propostos não se encontram áreas

produtivas, e são pouquíssimas as moradias existentes, favorecendo futuros processos

de regularização fundiária e minimizando os conflitos que possam vir a existir na gestão

das UC’s. E ainda, que através de reuniões bem representativas nas comunidades rurais

existentes no entorno das áreas propostas a serem ampliadas, foi identificado uma

grande aceitação dos moradores locais à proposta bem como dos poderes legislativo e

executivo municipais.

Conclui-se que a área como um todo se apresenta em ótimo estado de

conservação, o que a torna digna de merecimento de proteção efetiva e integral.

Aumentar o perímetro das áreas do Parque Estadual do Rio Preto e do Parque Estadual

do Pico do Itambé significa aumentar o potencial de conservação e a capacidade de

abrigar populações e comunidades de espécies da flora e fauna específicas da região,

além de proporcionar maior integridade aos ecossistemas existentes no interior destas

Unidades de Conservação, diminuindo também os efeitos de borda.

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09. ANEXO FOTOGRÁFICO

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F

BB

E

C A

G

D

Figura 4: A, B e G – Cachoeira do Sumidouro; C – Cachoeira das Sete Quedas; D, E e F – Aspectos da Vegetação local

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Mapa 01: Novo Perímetro do Parque Estadual do Pico do Itambé

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Mapa 02: Novo Perímetro do Parque Estadual do Pico do Itambé – detalhado Área de Ampliação.

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Mapa 03: Novo Perímetro do Parque Estadual do Rio Preto

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Mapa 04: Novo Perímetro do Parque Estadual do Rio Preto – detalhado Área de Ampliação.