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ESTUDOS MORFOLÓGICOS SOBRE O MACUO DE Zelus 7e2.4 ('ogramrnus PERTY, 1834, E SUA GENITÂLIA EXTERN (Hemiptera, Reduviidae, Zelinae) M.E.M. HABIB 1 AI3STRACT Morphological Studies on the Male of Zius 1eucu grarnmus Perty, 1834, and its external genitalia (Ilemiptera, Reduviidae, Zelinae) Zelua ieucogammus is one of the niost abundant predators of so me harinful insect. In the present work, a description of the external morphology of inale and its external genitalia is presented. INTRODUÇÃO Zelus Zeucoraninus um dos representantes mais abundantes da subfainrlia Zelinae. Este percevejo amplamente distribuído na maioria dos Estados do Brasil. CARVALHO(1973), capturou-no nos Estados de Minas Gerais, Gois e Santa Catarina. Muitas arvores, como laranjeira, limoeiro, mangueira, accia, sibipiruna e outras so habitat de 7. 7eucogranvnis. Este trabalho foi feito, logo aps o estudo biolgico do mesmo inseto, no laboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, UNI CAMP. Pelo fato de ter apresentado boa capacidade de predatismo no trabalho anterior, do mesmo autor, o percevejo foi considerado como um fator eficaz no campo do Contr&le Biol6gico de algumas pragas, como por exemplo, as moscas de fruta, moscas domEsticas, afdeos e muitos outros insetos nocivos. Este trabalho foi realizado por este motivo e pelas poucas informaçoes morfolgicas sobre este inseto em particular e sobre subfamflia Zelinae em geral. De acordo com WYGODZINSKY(1944), a subfamrlia Zelinae E, na fau na neotr6pica, a menos bem estudada, devido ao seu grande nGmero de g neros, que por sua vez contEm numerosssimas espEcies, nEo muito fci1 mente distinguíveis entre si. A taxonomia moderna exige, nEo apenas o estudo do aspecto ge ral, do colorido e das estruturas, mas tainhEm o de outros pormenores, tais como a distribuiçEo das cerdas e especialmente a estrutura dos or gEos genitais externos. 'Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia Universidade Estadual de Campinas, 13.100 Campinas, SP, Brasil.

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ESTUDOS MORFOLÓGICOS SOBRE O MACUO DE Zelus 7e2.4

& ('ogramrnus PERTY, 1834, E SUA GENITÂLIA EXTERN (Hemiptera, Reduviidae, Zelinae)

M.E.M. HABIB 1 p

AI3STRACT

Morphological Studies on the Male of Zius 1eucu grarnmus Perty, 1834, and its external genitalia

(Ilemiptera, Reduviidae, Zelinae)

Zelua ieucogammus is one of the niost abundant predators of so me harinful insect. In the present work, a description of the external morphology of inale and its external genitalia is presented.

INTRODUÇÃO

Zelus Zeucoraninus um dos representantes mais abundantes da subfainrlia Zelinae. Este percevejo amplamente distribuído na maioria dos Estados do Brasil. CARVALHO(1973), capturou-no nos Estados de Minas Gerais, Gois e Santa Catarina.

Muitas arvores, como laranjeira, limoeiro, mangueira, accia, sibipiruna e outras so habitat de 7. 7eucogranvnis.

Este trabalho foi feito, logo aps o estudo biolgico do mesmo inseto, no laboratório de Entomologia, Departamento de Zoologia, UNI CAMP.

Pelo fato de ter apresentado boa capacidade de predatismo no trabalho anterior, do mesmo autor, o percevejo foi considerado como um fator eficaz no campo do Contr&le Biol6gico de algumas pragas, como por exemplo, as moscas de fruta, moscas domEsticas, afdeos e muitos outros insetos nocivos. Este trabalho foi realizado por este motivo e pelas poucas informaçoes morfolgicas sobre este inseto em particular e sobre subfamflia Zelinae em geral.

De acordo com WYGODZINSKY(1944), a subfamrlia Zelinae E, na fau na neotr6pica, a menos bem estudada, devido ao seu grande nGmero de g neros, que por sua vez contEm numerosssimas espEcies, nEo muito fci1 mente distinguíveis entre si.

A taxonomia moderna exige, nEo apenas o estudo do aspecto ge ral, do colorido e das estruturas, mas tainhEm o de outros pormenores, tais como a distribuiçEo das cerdas e especialmente a estrutura dos or

4 gEos genitais externos.

'Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia Universidade Estadual de Campinas, 13.100 Campinas, SP, Brasil.

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WYGODZINSKY(1944), salientando a necessidade de um estudo cone cencioso da subfamliia Zelinae, descreveu e apresentou figuras detalha das do macho de Lin'7u ihlhe'gi (Stal, 1860), espcie que apenas era conhecida atravs de uma curta descriço da fmea.

Em 1947, o mesmo autor estudou alguns reduvideos colecionados do Brasil Central. Foi estudado no seu trabalho a distribuiço, a norfo logia e a genitlía externa de tres novas espcies, detalhadaxnente. Das tres, duas espcies so do gnero Zeliw. A primeira espcie Zoins cor valhoi, que muito pr6xLma de Z. nuqax Stal, da Amrica Central, e de acordo com o autor, proviveirnente reprcsenta apenas uma raça geogrfica desta espcie. Z. carvaZi? difere de 7. nuqax pelo dente muito curto dos angulos humerais do pronoto e pela ausncia das mcu1as pretas nos lados do abdome. A segunda especie 5 ". r"attogrossensfs, que aparente mente pr6xima de Z. ?.ncc:tana Champion, da qual difere por&n, pelo com primento menor e pela cabeça, que em Z. r;cttogr:ssnsio distintamente mais longa que o pronoto, o que no o caso em 7. ?nconstans.

Em 1946, LENT estudou a distribuiçao e a morfologia externa de sete espcies do gnero EJicdiuua, de subfaxnilia Triatoniinae (Reduvii dae). Foi incluido no seu trabalho uma chave pratica para determinaçao das espcies do gnero D/'oduius Stal, 1859.

Em 1952, BARTFI estudou detalhadamente a anatomia e a histologia da cabeça do Tríatc'rsa jtans. No seu trabalho, a estrutura externa e interna do esqueleto crinico descrita e a microanatomia da cabeça apresentada por meio de uma srie de cortes transversais. Os orgaos da cabeça que servem direta ou indiretamente alimentaçao sao examinados minuciosamente: tent6rio, faringe, glândulas salivares, peças bucais e mscu1os da cabeça.

Em 1957, ELKINS & WYGODZINSKY descreveram um novo gnero, Ecejo nodalus, da subfamTlia Harpactorinae (Zelinae), prximo a Cosmoclopius Stal e Pselliopus Stal. Incluem tres espcies: E. dyseuretus (o tipo do genero), do sul do Brasil e do Paraguai, E. rnadera de Santa Cruz e Bo 1via e E. honaimus de Entre Rios e Argentina.

MATERIAIS E MÉTODOS

Exemplares do Zelus leucogranrnus foram capturados em Baro Ge raldo, Campinas, SP e foram criados no laborat6rio durante a epoca do trabalho, alimentados por moscas domsticas.

As diferentes partes do corpo do macho foram isoladas e coloca das em KOH 10%, que se aquecia,, atuando em tempo varive1 . Posteriormen te, a diafanizaço se processou por meio de fenol e de creosoto. As par tes foram montadas em laminas microscpicas, usando blsaxno de Canada.

No caso da genitiilia, e para conseguir a evaginaço do endoso na, foi preciso passar a genitalia junto com o 89 segmento abdominal em agua fria, logo aps tratada pela potassa a quente (AHMED & SOUTHWOOD, 1964)

Para tirar todas as medidas desejadas, foi empregada uma lupa binocular e uma lente micromtrica. Estas medidas foram computadas como mdias calculadas de dez exemplares para cada parte. Para desenhar, foi usado um microsc6pio composto, uma lupa binocular e uma camara clara.

A terminologia utilizada esta adaptada aos recentes trabalhos

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de DUPUIS 1955, 1963 e LENT & JURBERG, 1965.

DESCRIÇÃO

Inseto de cor alaranjada. Corpo alongado. Comprimento total at

o fim das asas: 19,39nim e at o fim do abdome: 18,28mm (Figura 1).

FIGURA 1 - Vista dorsal do corpo do mach de Ze7s ?oZco7rarnmts.

Cabeça longa alaranjada, 3,58nnn de comprimento, com duas faixas pretas dorso-laterais na parte terminal da cabeça; a densidade de cer das nestas faixas maiol- do que no resto da cabeça. A largura da caLe ça 1,61mm, e a altura l,llmm. Olhos compostos salientes,pretos, de largura 0,35rm, comprimento 0,25mm e altura 0,7tmn. A regiao ante-ccu lar (1,33ntn) menor que a da p6s-ocular (1,76rmn). (, espaço inter-ocu lar (),92mm) tom mais do que o dobro da largura do olho. O espaço in ter-ocelar (0,60mni) tem mais ou menos 2/3 do espaço inter-ocular. Ven tralmerito, os olhos san afastados por um espaç de fl,78mrn. Os ocelos sao grandes, nrtidos e brilhantes, afastados dos olhos para tras, im plantados em tubrcu1os de cor escura. Tubrculos antenTferos implanta dos adiante dos olhos (Figura 2). AntenaS longas, finas e pilo.as, me nos o 19 ardculo basal que mao tem cerdas. Os 19 e 29 artrcuios ante mais pretos, os 39 e 49 alaranjados. Comprimento dos artrcuios 7,44, 2,40, 5,85, e 2,08inni respectivamerite (Figura 3). Rostro grosso, forte e um pouco mais comprido do que a cabeça. O 19 segmento basal do rostro alaranjado. Os outros dois segmentos apicais san de cor marrom preta. Os comprimentos destes segmentos sao 1,11imn, 2,13nun e 1,19rmn respectiva mente (Figura 2)

Pronoto de forma triangular, de comprimento 3,65mm e largura 4,93mm. É dividido em dois lobos, anterior e posterior, por um sulco transversal (Figura 4). O lobo anterior tem comprimento e largura igual

a metade do lobo posterior e inicia com dois tubrcu1os antero-laterais. O lobo posterior termina postero-lateralinente em duas salincias em for ma de espinho. A cor do prot6rax geralmente preta. O lobo anterior, dorsalmente, marginado, menos o sulco, com unia faixa fina branca. Existe uma faixa branca longitudinal mediana ao longo do pronoto intei ro. O lobo posterior possui duas faixas brancas laterais. O tegumento do lobo posterior nas margens laterais e na margem posterior alaranja do. A altura do prot6rax mais ou menos igual a metade do seu compri mento (Figura 5) . O protrax geralmente coberto por cerdas finas cur

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&

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tas e em pouca densidade. A distancia entre as cavidades procoxais e me nor do que O dimetro de uma cavidade. -

o 1

mm

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l mm

FIGUPA 2 - A cábeça de Z7' 1eucoL7raJnmua. vista lateral. vista dorsal. vista ventral.

escutelo de forma triangular (Figuras 1 a 5), com uma largu ra (2,86inm) maior do que seu comprimento (1,35mm). A cor geral do escu Lelo e preta com uma mancha mediana alaranjada clara.

Meso e metatorax semelhantes, sendo apenas o mesotoraX mais comprido do que o metat6rax (Figura 5) . A cor geral destes dois segmen tos marrom escura, com cerdas de tamanho e densidade iguais aquelas do protrax. Ventralmente, a metade anterior do meso-esterno alaranja do. As cavidades meso e meta-coxais so afastadas para os lados, e o espaço inter-coxal bem maior do que o diametro da cavidade (Figura 4).

Os tres pares de pernas so pretos menos a coxa, que alaranja da. A primeira perna mais forte, mais grossa e mais pilosa do que as outras pernas. A perna posterior & mais longa do que as anteriores. A perna anterior mais longa do que a mediana. O comprimento total da perna anterior 17,81mm, com coxa de l,Olmm, trocanter de 0,65mTn, fe mur de 7,81niin, tibia de 7,3mm e tarso de 0,87mm de comprimento. A perna mediana tem comprimento total de 17,12min, com coxa de 1,09nmi, trocanter

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de 0,64mm, femur de 6,05miri, tibia de 5,80mni e tarso de 0,99mm de compri mento. A perna posterior tem comprimento total de 17,79mm, com coxa de 0,88mm, trocanter de 0,69min, femur de 7,54mrri, tibia de 7,99inni e tarso de 1,02mm de comprimento (Figura 3).

FIGURA 3 - A. antena. a. perna anterior. m. perna mediana. p. perna posterior.

Hemi—&letro de comprimento 12,74mm atingindo o fim do abdome e largura de 3,54mm. Crio preto com 3 faixas brancas longitudinais. Mem brana do hemi—letro marrom clara. Nervuras, principalmente as de mera brana, marcadas por uma cor mais escura. Asa posterior membranosa e de cor marrom clara com venaço mais escura. O comprimento dessa asa de 9,31mm e largura de 2,96mm. Os hemi—letros e as asas posteriores pos suem nervaço mostrada na Figura 6.

Abdome de colorido geral amarelo—alaranjado e com distribuiço reduzida de cerdas. Na Vista dorsal (Figura 1) so visiveis 7 tergitos. Aberturas distintas das glândulas odoríferas abdominais nos limites do 39 e 49, 49 e 59 e 59 e 69 segmento. Na vista ventral (Figura 8) o ab dome tem 6 segmentos distintos, isto é, o 29 - 79. Os segmentos abdomi nais possuem, dorsalmente, uma série 1+1 de manchas retangulares de cor marrom escura nas metades latero—posteriores de cada segmento. Ventral mente, cada segmento abdominal possui, na margem lateral, duas manchas meio redondas em cada lado, e duas manchas do mesmo tipo tendo uma posi ço transversal mediana. Espirculos respirat6rios ao nível da margem lateral de cada esterno abdominal em numero de 6+6 (Figuras 7 e 8)

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2 mm

FIGURA 4 - Vista ventral dos segmentos tora cicos de u: 7 eucc'r'row.

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FIGURA 5 - Vista lateral dos segmentos torcicos de ZeZus 7 evcograrnmus.

1'

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lmm.

FIGURA 6- Nervação das asas de Zelus leucorar7rus. asa anterior. asa posterior.

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FIGURA 7 - Vista lateral do abdome de Z. Zeucograrnmu.

1

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FIGURA 8 - Vista ventral do abdoiie de 7. Zeuc7rzr7rnuP.

,

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A região genital dos machos formada pelos 89 e 99 segmentos abdominais, este ilitimo, tamb&n, denominado de pig6foro (IX) (Figuras 9, 10 e 11)

o

Pa

lmm

FIGURA 9 - Vista lateral do pigf oro de Z. leucogranvius.

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FIGURA 10 - Vista ventral do pigforo de Z. ieucogrammu8.

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1 mm

FIGUPA 11 - Vista dorsal do pigforo de 7. Teu&'oqrcrrmn.

O 89 segmento, quando o inseto esta em repouso, fica totalmente telescopada sobre o bordo proximal do pigSforo (IX) e encaixado dentro do abdome, s6 aparecendo o bordo inferior do 89 esternito. O 89 tergito e uma faixa membranosa simples localizada na parte apical do segmento.

O pigrofo (IX) globoso, tendo uma abertura, o foramem hasal, por onde penetram o vaso deferente e o intestino posterior. No bordo apical do pigforo está o processo mediano do pig6foro (PMP). Na extre niidade posterior do pigforo, lateral e dorsalmente, estao localizados, uma de cada lado, os parmeros (Figuras 11 e 12), que sao iguais e pro vidos por cerda no seu ápice. Ocupando a parte mediana e interna do pi gGforo (IX) esta localizado o rgo intromitente ou phallus, que consis te de duas divisoes distintas, o aparelho articular (Apb) e o aedeagus (Ae) (Figuras 13 e 14) . Em repouso, o aedeagus (Ae) fica situado dorsalmente sobre o aparelho articular (Apb) (Figura 15), com o ãpice voltado para a parte anterior do corpo. Para permitir a c6pula, o phal lus sofre uma torçao de mais ou menos 180 graus a fim de poder sair do pigforo. O aparelho articular articula-se com o pigforo por interm dio de placa basal (Plb), em cuja extremidade estio localizadas duas estruturas denomoninadas processus capitati (PrC) (Figuras 13, 14 e 15) e onde se inserem os misculos protratores e retratores do phallus. Cada processus capitati (PrC) est ligado placa basal (Plb) por intermedio do conectivo dorsal (Cd). O aparelho articular constituido por uma peça em forma de Y invertido, os dois ramos divergentes formam a placa basal (Plb) e estio unidos entre si pelo ponticulus basilaria (P8). Na face interna esta o processus gonopori (PrG), uma peça que liga a placa basal (Plb) base do aedeagus (Ae) (Figura 14)

O aedeagus (Ae) um corpo globoso, complexo, composto de duas partes principais, o falosoma (Ph) e o endosoma (En). O falosoma (7h) uma lrnina larga bastante esclerotizada que serve de assoalho e

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envolt6rio parte basal do endosoma (Figura 14). Preso internamente ao falosoma esta o suporte do falosoma (Sph), composto de duas hastes sol dadas no pice, por intermdio das quais o aedeagus se articula com o aparelho articular (Apb). O endosoma (En) uma estrutura globosa, elis tica, que fica envolvida pela conjuntiva (Cj). Ainda no endosoma, encon tra-se uma peça ímpar, a visica (V) (Figura 13).

0,5 mm

FIGURA 12 - Os parmeros da genit1ia de Z. leucogranrmu..

FIGURA 13 - O phallus de Zelus leucogrammus. Vista dorsal.

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HABIB ANAIS DA D.E. D. , 5(2) :107-119, 1976

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FIGURA 14 - O phallus de ZeZus qrzrnmua. Vista ventral.

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FIGURA 15 - Vista lateral do phallus de Ze7i 7iccrraroaua.

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LITERATURA CITADA

AHMAD, I. & SOUTHWOOD, T.R.E. The morphology of the Alydid abdomen wjth special reference to the genítalia and its hearing on classifi cation (Heteroptera). Tjdschr. Fntmoi., 107(7):365-378, 1964.

BARTH, E. Estudos anat&nicos e histolgicos se a subfainflia Tristo minae (Heteroptera, Reduviidae). Mem6rias do Instituto Oswaldo Cruz, 50, 1952. (Separata).

CARVALHO, M.A. 5stidos saira a posiçao sistematica, a bioioq-fa transrnisso de tripanosomatdeos em Ze l.us Zeucogramnue (Perty, 1554) (Hemiptera, Peduviidae). Minas Gerais, Universidade Federal, Insti tuto de Cincias Bio1gicas, 1973. 82p. (Tese de Mestrado).

DUPUIS, C. Les gnitalia des Hemiptres: Htroptres. 1ern. MUSeU A1a. Hist. Natur.: 6(4):183-278, 1955.

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RESUMO

Zelus leucogrcunmus o predador mais abundante de vários inse tos prejudiciais. No presente trabalho apresentada a descrição da mor fologia externa do macho bem como de. sua genitália externa.

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