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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE ÉTICA E CIDADANIA ABORTO ANA CAROLINA MELCHIORI EYLA SALES REIS EMILY PEREIRA FERNANDO SOARES LUANA MADEIRA THATYANA BARBOSA

Ética e Cidadania - ABORTO

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Trabalho de Ética e Cidadania1º semestre de psicologia

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

ÉTICA E CIDADANIA

ABORTO

ANA CAROLINA MELCHIORI

EYLA SALES REIS

EMILY PEREIRA

FERNANDO SOARES

LUANA MADEIRA

THATYANA BARBOSA

2012

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A história do Aborto

O que pode ser observado em boa parte da história do aborto é que ele sempre foi usado para esconder a gravidez em casos de gravidez fora do casamento, o pensamento de ser usado também como controle de natalidade é mais recente.Na antiguidade o aborto era ignorado pelas legislações, pois o feto era considerado um anexo ao corpo da mãe até o nascimento, mas na maioria dos casos as mulheres casadas tinham que pedir permissão do marido. O “aborteiro” podia ser punido se causasse dano à mulher. Somente na idade média, com o cristianismo, o feto passa a ter importância como um individuo, e o aborto passa a considerado homicídio em Alexandria, onde começa a surgir uma legislação que cita o aborto como homicídio. Na idade moderna vale ressaltar a Suécia e a Islândia, que liberavam o aborto por problemas sociais, de saúde ou financeiros. A lei italiana adota o modelo sueco e estabelece um prazo: até o nonagésimo dia de gravidez. Na idade contemporânea o Brasil em 1830 previu no código penal que a gestante que abortasse não seria punida, punindo apenas o “aborteiro”. Em 1890 a mulher passa a ser punida também, mas se abortasse para ocultar desonra a pena seria atenuada. Mas hoje só é permitido em caso de estrupo ou no risco à vida da mãe.

Aborto e religião

Catolicismo: Permite que o médico decida em caso de risco à vida da mãe, punindo o aborto nos demais casos com a excomunhão, o que para um devoto significaria, a grosso modo, ir para o inferno. Protestantismo: A grande parte dos protestantes são mais abertos para uma escolha moral (baseada na necessidade do individuo) sobre o aborto. Judaísmo: O aborto é uma opção para as Judias, que baseiam a decisão em interpretações de escrituras sagradas. Para boa parte dos judeus o feto só se torna uma pessoa quando a cabeça se forma. Islã: A maioria dos islâmicos permite o aborto até o 120° dia, quando se acredita que o corpo está pronto para receber a alma. A interrupção da gravidez é praticamente exigida em casos de risco a vida da mãe e permitida em casos de má-formação. Budismo: Alguns proíbem o aborto porque não é "de bom grado tirar a vida de um ser vivo." Outros permitem o aborto quando não é um produto da ganância, ódio, ou ilusão. Alguns budistas vêem o aborto com um atraso na vinda ao undo de um ser que está para nascer e não é prejudicado por esse atrasoHinduísmo: A literatura desta religião chama um aborto das mahapatakas (atos atrozes). Mas na Índia (possui maioria hindu) o aborto é legal desde 1971, com quase nenhuma objeções de autoridades religiosas hindus, já que o controle populacional é uma questão seria neste pais.Religiões norte-americanas nativas: Culturas nativas comumente acreditam que não se pode respeitar a Mãe Terra, sem planejamento familiar, deixando a decisão do aborto para as mulheres.Taoísmo e confucionismo: Essas religiões colocam poucos empecilhos nas questões do aborto, deixando as decisões nas mãos das mulheres dos casais. Vale lembrar que essas religiões estão mais concentradas na Asia, onde o controle populacional e necessário e, em alguns países, obrigatório.

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Anencefalia

É uma má formação do tubo neural, com a ausência parcial do mesmo. Após o parto, ainda consegue manter algumas funções vitais do organisnmo funcionando por horas e na maioria dos casos dias, É detectado na ultrassonografia, sem margem de erro.

Patologia letal, não há cura ou tratamento, e que a OMS. não recomenda em caso de óbito, a tentativa de ressuscitação, gerando uma discussão ética a respeito do assunto.

Porem, sabe-se de casos relatados de anencefalia em que os pacientes sobreviveram 2 anos ou um pouco mais, após o nascimento.

Um anencéfalo recém-nascido, geralmente é cego, surdo, inconsciente e incapaz de sentir dor. Embora alguns nasçam com um tronco encefálico, a falta de um cérebro funcionante descarta a possibilidade de vir a ter consciência e ações reflexivas, como a respiração por exemplo.

A declaração polemica de Todd Akin

Todd akin é candidato à presidencia do senado dos estados unidos. Ele é integrante de um partido conservador e que tem uma posiçao contraria a legalizaçao do aborto. Ele deu a seguinte declaração: “O estupro autêntico geralmente não gera gravidez, caso seja um estupro real, o corpo feminino tem formas de evitar uma gravidez indesejada”. Após a revolta da população, que entendeu que a declaração dele estaria insinuando que a mulher que engravidou após um aborto permitiu o ato, ele buscou uma retratação: “O estupro é um ato maléfico. Usei as palavras equivocadas de um modo errado”.

A situação do aborto na América Latina e no mundo

Até na Europa Ocidental – onde o aborto legal e seguro é legal desde a década de 1970 - é possível identificar tendências mais conservadoras. Em 2004, o partido do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi apresentou ao parlamento projeto de lei propondo que o Estado só custeie o primeiro aborto realizado por uma mulher. Em Portugal, a lei só permite o aborto em caso de estupro, mal-formação fetal e risco à saúde. Em 2004 o projeto de lei que procurava legalizar o procedimento até a 12ª semana de gestação foi vetado. Na Inglaterra, onde a prática é legalizada desde os anos 1960, uma ação judicial foi movida contra a norma que regula o aborto nos casos de anomalia fetal. Na Suíça o aborto foi descriminalizado em 2001.Nos EUA os grupos anti-aborcionistas buscam impedir o uso de fundos públicos para serviços de interrupção de gravidez. Neste país a pratica é permitida desde 1973, mas está ficando cada vez mais difícil o acesso gratuito a ela. Os efeitos da onda conservadora são extremamente negativos na América Latina e no Caribe, onde as leis continuam muito restritivas em relação ao aborto. Entre os fatores que explicam este caráter está a influência da Igreja Católica sobre as leis e as políticas públicas. Isto se reflete nas legislações de vários países. Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Peru, Equador, Honduras, Guatemala, Costa Rica e Nicarágua incluem esse conceito em suas constituições e em outras legislações, como é caso dos códigos de defesa da criança e do adolescente. 

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Atualmente, o aborto é inteiramente legal somente em Cuba, Porto Rico e na Guiana. A prática é totalmente proibida – mesmo o aborto terapêutico para salvar a vida da mulher – no Chile, Colômbia, El Salvador, Honduras, Haiti e na República Dominicana. Na maioria dos outros países, incluindo Brasil e Argentina, o procedimento é permitido quando a gravidez resulta de violência sexual ou representa risco de vida para a mulher. Alguns têm em suas legislações apenas um desses dois permissivos. É o caso de Venezuela e Paraguai, onde a prática é permitida somente para salvar a vida da gestante. Poucos contemplam, em suas leis, exceções que tornam legal o aborto, como os casos de mal-formação fetal.

Trauma pós- aborto

O aborto possui várias causas e efeitos colaterais na parte física e mental da mulher que o realiza. Efeitos esses que possivelmente poderão durar muitos anos, acompanhando-a durante toda uma vida. Alguns dos maiores riscos e possíveis traumas após a realização de um aborto são: perfuração uterina, dilaceração cervical, câncer de mama, cervical, ovário e fígado, placenta prévia, gravidez ectópica, doença inflamatória pélvica, endometriose, esterilidade, hemorragias graves necessitando de transfusão de sangue, traumas psicológicos duradouros podendo levar ao suicídio.Os traumas psicológicos após o aborto não podem ser tidos como uma regra sem exceção. Muitas mulheres não carregam esse fardo por toda a vida, mudando o foco da responsabilidade do acontecimento, tirando a culpa de si ou simplesmente, não discutindo sobre o assunto. No entanto, outras carregam o sentimento de culpa, medo, angústia, vergonha e reprovação. Sentimentos de perda, dor e mágoa, são comuns e frequentes após a interrupção voluntária da gravidez. É necessário levar em consideração que, os sentimentos que o aborto acarreta não afetam só a mulher em si, mas seu parceiro também, trazendo consequências negativas para o possível relacionamento.Não se pode julgar ou compreender como uma mulher irá responder ao aborto julgando apenas o momento do encerramento da gravidez. Interromper voluntariamente uma gravidez é uma atitude individual e social, que produz poucas respostas fáceis e muitas questões difíceis; por isso é fundamental necessidade da mulher perceber o valor que a gestação tem para si.

Conclusão

Algo a se pensar sobre o aborto é: quando começa a vida humana? No momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo? Quando o zigoto adere à parede do útero?Ou quando aparecem as primeiras terminações nervosas que resultarão no cérebro? O debate é intenso, mas embora não tenha se chegado a um consenso, ajudou a clarear uma das questões mais profundas da filosofia: a gênese da vida. Antes de buscar o começo da vida temos que nos perguntar: o que é vida? No caso dos humanos, o conceito de vida, além das funções biológicas, inclui a consciência, a capacidade para raciocinar, escolher, decidir - enfim, tudo aquilo que nos torna vivos e únicos. Nesse caso, um embrião não possuiria vida humana, pois não tem consciência nem raciocina. Claramente, um embrião tem alguma vida, pois do contrário não evoluiria. Deve então ser protegido pela sociedade? Ou, como fala só da vida humana, a sociedade não chega aos embriões? A manipulação de embriões humanos e as

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descobertas das diferentes etapas do desenvolvimento do feto criaram novos desafios tanto para a ciência, religião e outras disciplinas. A definição sobre a vida também pode ser buscada pelo seu reverso: a morte. A medicina informava que a morte acontecia quando uma pessoa parava de respirar ou quando seu coração parava de bater.Diante disso, se a vida acaba quando o cérebro pára, é lícito supor que ela só começa quando o cérebro se forma. É o pensamento de uma corrente expressiva de cientistas, principalmente os especialistas em neurociência, para os quais a vida começa junto com a formação das primeiras terminações nervosas, coisa que só ocorre por volta da segunda semana de gestação. Claramente, somos mais que apenas isso. Mas o quê? Uma consciência? Um sopro divino? Simbiose sagrada entre corpo e alma? Pode suceder que esse debate acabe numa perplexidade: é impossível dizer quando a vida começa. Grande parte dos que consideram o aborto um crime, consideram que é assassinato, mas assassinato é tirar a vida de alguém. Segundo o nosso entendimento, só pode ser morto algo ou alguém que tem uma vida para perder, mas se não se chega a um consenso em relação ao momento em que o feto adquire uma vida, dificilmente chegaremos a um consenso unânime em relação ao aborto ou o tempo que seria ético praticá-lo.

Referências

ABORTO: DIREITO OU CRIME?, Caroline Inácio Mathias Costa,estudante de direito ANICUNS/GOIÁS OUTUBRO/2005, Trabalho de conclusão de curso

MAGUIRE, Daniel C. professor de Teologia Moral na Universidade de Marquette http://www.usatoday.com/news/opinion/editorials/2006-08-13-forum-abortion_x.htm

GONÇALVEZ, Tamara Amoroso. Aborto e religião nos tribunais brasileiros - p. 66

http://www.midiaindependente.org/pt/red/2005/09/330930.shtml acesso em 29/set/2012

ANA NOYA (*) ISABEL PEREIRA LEAL / Interrupção voluntária da gravidez: Que respostas emocionais? Que discurso psicológico? Disponível em (**) http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/aps/v16n3/v16n3a09.pdf

Teresinha Gomes Sales Sousa Aluna do curso de Especialização em Supervisão Escolar/ UFPI / ABORTO VOLUNTÁRIO: VISÃO ÉTICO, JURÍDICO E RELIGIOSO disponível em http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/eventos/evento2002/GT.5/GT5_3_2002.pdf

Maria José Vilaça, Síndrome Pós Aborto disponível em:

http://www.alamedadigital.com.pt/n4/pdf/sindrome_pos_aborto.pdf

Diego Escosteguy e Ricardo Brito, revista veja, disponível em http://veja.abril.com.br/250407/p_054.shtml