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ÉTICA E ESTATUTO DA MAGISTRATURA Osvaldo Canela AULA 01 29.05.10 REGIME JURÍDICO DA MAGISTRATURA NACIONAL Existe um regime jurídico da magistratura nacional? Em que consiste? Celso Antonio Bandeira de Melo – regime jurídico é o conjunto de regras e princípios sistematizados que dão uma peculiaridade a uma determinada matéria. No que tange à regulamentação do Poder Judiciário, existem regras e princípios que se destacam e estão harmonicamente organizados. Assim, há regime jurídico da magistratura nacional. Elementos: CF, LOMAN (LC 35/79), atos administrativos (em especial as Resoluções do CNJ), leis e constituições estaduais. A CRFB/1988 - art. 93, "caput" dispõe sobre os assuntos fundamentais do Poder Judiciário. Será necessária a edição do estatuto da magistratura para que o dispositivo tenha efeito? Sua eficácia é limitada ou plena e imediata? ADI 189 – as disposições são auto-aplicáveis, de eficácia imediata e plena antes mesmo da publicação do estatuto da magistratura, as disposições são imediatamente eficazes.  No contexto do Poder Judiciário há órgãos no âmbito federal e estadual. Indaga-se: o Poder Judiciário é um poder fracionado ou um poder de âmbito nacional? STF ADI 3854 – o Poder Judiciário possui efetivamente caráter nacional, ou seja, sua estrutura pressupõe um mínimo de padronização, comportamento ajustado. Isso  possibilita a atuação do CNJ. O regime jurídico da magistratura nacional trata do quê? O Estado organiza suas atividades e dispõe sobre a forma de uso do poder. Poderes: Legislativo, executivo e Judiciário. São formas de expressão do poder estatal. O Poder Judiciário é uma forma de expressão do poder estatal e visa dirimir conflitos. A jurisdição é expressão desse  poder. Daí, a jurisdição deve ser observada sob três aspectos: a) atividade desenvolvida pelo Juiz: representa os atos praticados pelo Juiz;  b) função: princípio da inafastabilidade (CRFB/1988 - art. 5º, XXXV). Há um dever de apreciação de todas as lesões a direitos, pois o estado monopoliza a  jurisdição, salvo nos casos de legitima defesa da posse, desforço imediato. c) fundamentação das decisões judiciais: necessidade de as decisões  judiciais serem efetivamente fundamentadas. Ao fundamentar a decisão o Juiz permite que a parte regule o uso do poder. Decisão não fundamentada não tem legitimidade. Logo, não é passível de ataque por meio de recurso, sendo uma decisão nula. Indaga-se: dentro do pressuposto de proteção integral a direitos, quais os Princípios que nortearam o legislador constitucional na organização do Poder Judiciário? São Princípios que influem a organização do Poder Judiciário os seguintes: a) princípio da proteção judicial efetiva (princípio da inafastabilidade – art. 5º, XXV): a estrutura do Poder Judiciário tem que ser capacitada para absorver todos os conflitos que surgirem. Não tem como garantir direitos sem estrutura adequada. 1

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ÉTICA E ESTATUTO DA MAGISTRATURAOsvaldo CanelaAULA 01 29.05.10

REGIME JURÍDICO DA MAGISTRATURA NACIONAL

Existe um regime jurídico da magistratura nacional? Em que consiste?Celso Antonio Bandeira de Melo – regime jurídico é o conjunto de regras e princípiossistematizados que dão uma peculiaridade a uma determinada matéria. No que tange àregulamentação do Poder Judiciário, existem regras e princípios que se destacam e estãoharmonicamente organizados. Assim, há regime jurídico da magistratura nacional.Elementos: CF, LOMAN (LC 35/79), atos administrativos (em especial as Resoluçõesdo CNJ), leis e constituições estaduais.

A CRFB/1988 - art. 93, "caput" dispõe sobre os assuntos fundamentais doPoder Judiciário. Será necessária a edição do estatuto da magistratura para que o

dispositivo tenha efeito? Sua eficácia é limitada ou plena e imediata? ADI 189 – asdisposições são auto-aplicáveis, de eficácia imediata e plena antes mesmo da publicaçãodo estatuto da magistratura, as disposições são imediatamente eficazes.

 No contexto do Poder Judiciário há órgãos no âmbito federal e estadual.Indaga-se: o Poder Judiciário é um poder fracionado ou um poder de âmbito nacional?STF ADI 3854 – o Poder Judiciário possui efetivamente caráter nacional, ou seja, suaestrutura pressupõe um mínimo de padronização, comportamento ajustado. Isso

 possibilita a atuação do CNJ.

O regime jurídico da magistratura nacional trata do quê? O Estado organizasuas atividades e dispõe sobre a forma de uso do poder. Poderes: Legislativo, executivoe Judiciário. São formas de expressão do poder estatal. O Poder Judiciário é uma formade expressão do poder estatal e visa dirimir conflitos. A jurisdição é expressão desse

 poder. Daí, a jurisdição deve ser observada sob três aspectos:

a) atividade desenvolvida pelo Juiz: representa os atos praticados pelo Juiz;

 b) função: princípio da inafastabilidade (CRFB/1988 - art. 5º, XXXV). Háum dever de apreciação de todas as lesões a direitos, pois o estado monopoliza a

 jurisdição, salvo nos casos de legitima defesa da posse, desforço imediato.

c) fundamentação das decisões judiciais: necessidade de as decisões judiciais serem efetivamente fundamentadas. Ao fundamentar a decisão o Juiz permiteque a parte regule o uso do poder. Decisão não fundamentada não tem legitimidade.Logo, não é passível de ataque por meio de recurso, sendo uma decisão nula.

Indaga-se: dentro do pressuposto de proteção integral a direitos, quais osPrincípios que nortearam o legislador constitucional na organização do Poder Judiciário? São Princípios que influem a organização do Poder Judiciário os seguintes:

a) princípio da proteção judicial efetiva (princípio da inafastabilidade – art.

5º, XXV): a estrutura do Poder Judiciário tem que ser capacitada para absorver todos osconflitos que surgirem. Não tem como garantir direitos sem estrutura adequada.

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Garantir a estrutura é garantir os direitos fundamentais. Os próprios magistrados devemter o dever ético de presteza.

 b) princípio do Juiz natural (CRFB/1988 - art. 5º, XXXVII e LIII): diz quenão poderá haver no estado de direito tribunal ou Juiz de exceção. Ademais, a

competência do Juiz deve estar atribuída em Lei antes da distribuição da ação.

c) Princípio do devido processo legal (CRFB/1988 - art. 5º, LV): pressupõea existência de dois subprincípios: contraditório e ampla defesa. É com base no devido

 processo legal que a CRFB/1988 estabelece o princípio do duplo grau de jurisdição.

Lei Orgânica da Magistratura Nacional - LOMAN

Foi editada para atender ao comando da EC 07/77, que alterou o art. 112 daConstituição anterior. Essa EC diz que uma Lei Complementar iria dispor sobre aestrutura do Poder Judiciário etc. Essa Lei Complementar teria todos os contornos de

um regime jurídico próprio da magistratura.

Deve respeitar os Princípios constitucionais regentes do Poder Judiciário.

Lei Complementar veio a ser editada em 1979: Lei Complementar 75/79

Se a CRFB/1988 quis um novo ordenamento constitucional (CRFB/1988 -art. 93), o que aconteceu com a LOMAM foi recepcionada pela CRFB/1988 e regularáo estatuto jurídico da magistratura até que venha o estatuto da magistratura nacional por iniciativa do STF.

 Nos termos da CRFB/1988 - art. 93 é só o estatuto da magistratura (LeiComplementar de iniciativa do STF) que pode dispor sobre matérias relativas àmagistratura. Nenhuma outra norma subconstitucional pode tratar da organização damagistratura. Isso tem várias implicações.

Determinado TJ estabeleceu que magistrados não podem exercer magistérioem horário coincidente com o exercício da função de magistrado. O STF entendeu que aResolução do TJ é inconstitucional, pois dispõe sobre aspectos que somente poderia ser disposto na LOMAN ou no estatuto da magistratura nacional (CADI 3508).

Os TJs possuem uma cúpula diretiva. Quais os órgãos de cúpula dosTribunais? Presidente, Vice, Corregedor-Geral. Obs.: a própria LOMAN permite aexistência de mais de um Presidente ou Corregedor. A LOMAN dispõe sobre aelegibilidade para os órgãos de cúpula, quais sejam os integrantes mais antigos doTribunal. Contudo, alguns Estados editaram Resoluções dizendo que todos osintegrantes dos órgãos especiais poderiam integrar os órgãos de cúpula. Efetivamente,se essa norma for aplicada a LOMAN estará sendo violada. O STF declarou que nãocabe aos Tribunais nem à Lei estadual estabelecer as condições de elegibilidade para oscargos de cúpula (ADI 3566).

É possível que uma Lei estadual crie uma nova infração diferente daquelas

 previstas na LOMAN? O STF entendeu a não, pois as infrações a que estão passíveis os juízes são apenas aquelas previstas na LOMAN. (ADI 2885): a inconstitucionalidade foi

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reconhecida em relação a Provimento. ADI (...): inconstitucionalidade de Leicomplementar estadual.

É possível que o magistrado saia da carreira da magistratura antes decompletar o tempo para aposentadoria. Qual o mecanismo? Exoneração a pedido. Não

há necessidade de fundamentação. não raras vezes os magistrados se retiram da carreira pública, mas resolvem voltar. Ele pode retornar por simples pedido dirigido ao Tribunal(readmissão) ou tem que prestar novo concurso? No regime jurídico nacional, deverá

 prestar novo concurso público ou então pelo quinto constitucional. Deverá haver umnovo provimento originário. E se uma Lei estadual estabelecer a possibilidade dereadmissão? Tratar-se de matéria estranha à LOMAN, de inconstitucionalidadeflagrante (ADI 2983).

Estatuto jurídico da magistratura nacional

O estatuto da magistratura, quando aprovado, irá substituir a LOMAN

(abrrogação). O próprio CNJ aguarda a edição do estatuto da magistratura. O CNJ temcomo um de seus objetivos fundamentais cumprir o estatuto da magistratura.

Características:

1. o estatuto da magistratura deve ter iniciativa do STF (CRFB/1988 art. 93,"caput"): trata-se de iniciativa exclusiva do STF.

2. O estatuto da magistratura será veiculado por Lei Complementar. Logo, adiscussão e votação terão iniciativa na Câmara dos Deputados (CRFB/1988 - art. 64,"caput").

3. Qual o “quorum” de votação? Tratando-se de Lei Complementar, serámaioria absoluta (CRFB/1988 - art. 69).

4. Segundo o STF, qual o âmbito de abrangência normativa do estatuto? Não se reduz à disciplina de direitos e deveres dos magistrados, cabendo normas de umverdadeiro estatuto orgânico do Poder Judiciário (HC).

Órgãos do Poder Judiciário

1. Órgãos de convergência x órgãos de superposição

Órgãos de convergência: órgãos que foram criados para receberem afluxosdas demandas em último grau de jurisdição. A doutrina diz que órgãos de convergência,

 por exemplo, o STF e os Tribunais Superiores.

Órgãos de superposição: são aqueles órgãos que não estão vinculados anenhum organograma de um Tribunal. São órgãos que está acima dos demais órgãos.São eles: STF e STJ.

2. Classificação das Justiças

Há duas espécies de justiças:

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2.1. Justiça Comum

A matéria é genérica.

- Justiça dos Estados: TJ e Juizes de direito, bem como pelos juizadosCíveis e criminais, de forma autônoma.

- Justiça do DFT: é organizada pela União.

Obs.: os tribunais de Alçada foram extintos com a EC 45/04.

- Justiça Federal: TRF e Juizes Federais, bem como Juizados Especiais (Lei10.249/01), de forma autônoma.

Obs.: os Tribunais de Alçada foram extintos com a EC 45/04.

2.2. Justiça Especializada.

- Justiça do Trabalho: TST, TRT e Juízes do Trabalho

- Justiça Eleitoral: TSE, TREs, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais.

- Justiça Militar dos Estados e do DFT: TJ ou TJM (nos Estados nos quais oefetivo militar seja superior a 20 mil integrantes). Julga bombeiros e policiais militares.

Justiça Militar da União: STM, Juízes Auditores e Conselhos de Justiça.

O recurso da decisão prolatada no conselho de justiça tem como única eúltima instância o STM.

STF: 

Composto de 11 ministros, indicados e nomeados pelo Presidente República(CRFB/1988 - art. 84) com aprovação do Senado Federal por maioria absoluta.

CRFB/1988 - art. 101: requisitos

- mais de 35 e menos de 65 anos de idade (CRFB/1988 - art. 84, XIV)

Por que 65 anos de idade? Em razão aposentadoria compulsória que deve sedar aos 70 anos.

- reputação ilibada

- notável saber jurídico STF: é necessária a graduação em direito.

- brasileiro nato (CRFB/1988 art. 12, §3º)

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- estar no pleno gozo de seus direitos políticos (CRFB/1988 - art.art. 14, §1º,I).

A sede do STF é Brasília (CRFB/1988 - art. 92, §1º)

Âmbito da jurisdição do STF: todo o território nacional (CRFB/1988 - art.92, §2º).

Obs.: A investidura diretamente nos Tribunais gera vitaliciedadeimediatamente no ato da posse

Os ministros do STF não podem ser exonerados por que se tornam vitalíciosno ato da posse. Sua forma de afastamento, de demissão compulsória, somente se podedar por meio de crime de responsabilidade julgado pelo Senado Federal (art. 52, Lei1.079/50). Os demais magistrados podem perder (?) o cargo por deliberação do Tribunalou por condenação criminal com trânsito em julgado.

O STF pode ser composto pelo quinto constitucional? Não. O PresidenteRepública pode indicar quem desejar, desde atendidos os requisitos da CRFB/1988.

STJ

Existe uma tendência para harmonização das decisões do Poder Judiciárioem nível constitucional e federal.

O STF e o STJ são órgãos de harmonização.

Composição do STJ: 33 Ministros no mínimo (CRFB/1988 - art. 104)

Requisitos:

- Ser brasileiro nato ou naturalizado

- mais de 35 anos e menos de 65 anos

- notório saber jurídico

- reputação ilibada

Quem nomeia é o Presidente da República (CRFB/1988 art. 84, XIV).

- 1/3 dentre desembargadores dos TJs

- 1/3 de desembargadores dos TRFs

Obs.: a previsão “desembargador federal” não é da CRFB/1988, mas deregimento interno de TRF, tendo se iniciado no TRF3.

- 1/3, em partes iguais, de advogados e membros do MP federal, estadual,distrital.

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Conselho da Justiça Federal – CJF:

Tem como funções precípuas na Justiça Federal a supervisão administrativae orçamentária. É um órgão central do sistema com PODERES CORRECIONAIS,CUJAS DECISÕES TERÃO CARÁTER VINCULANTE.

TRFs

CRFB/1988 - art. 107, I

Aos TRFs aplica-se a regra do 5º constitucional

Mínimo de 07 membros

Mais de 30 e máximo de 65 anos (CRFB/1988 - art. 107, "caput")

O Juiz de direito dos Estados para que figure na promoção ao TJ por merecimento deve constar da lista de antiguidade na primeira quinta parte. Sendo a

 promoção ao TRF chamada de acesso.

* Não se aplica aos juízes federais o disposto no CRFB/1988 - art. 93, II.Assim, o único requisito para a promoção por merecimento é o exercício da atividade

 por 05 anos. O próprio STF já assentou tal entendimento.

* A partir de que momento se conta os 05 anos para a promoção por merecimento? STF: a partir da assunção da assunção do cargo de Juiz FederalSubstituto.

EC 45 – duas inovações.

a) Justiça Itinerante.

Os TRFs instalarão as Justiças Itinerantes (art. 107, §2º). Não é umafaculdade dos Tribunais, mas uma obrigação.

 b) Funcionamento descentralizado dos Tribunais.

É uma faculdade dos tribunais, formando Câmaras Regionais.

Justiça do Trabalho

Composta pelos TST, TRT e Juízes do Trabalho (CRFB/1988 - art. 111).não há mais juntas de conciliação.

A Justiça do Trabalho a luz do inciso IV do art. 114 da CRFB/1988 possuicompetência criminal? STF: não obstante o disposto na CRFB/1988 - art. 114, I, IV eIX, devemos dar uma interpretação conforme à CRFB/1988, para entender que a Justiça

do Trabalho não detém competência criminal (ADI 3684-0). O HC é utilizado para ahipótese de prisão civil decretada pelo magistrado do trabalho.

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Justiça Eleitoral

TSE, TREs, Juntas Eleitorais e Juízes eleitorais.

Qual o período máximo e mínimo de exercício do magistrado na justiçaeleitoral? O limite mínimo é de 02 anos e o máximo é de 02 biênios (CRFB/1988 - art.121, §3º).

Juiz eleitoral é cargo? Juiz eleitoral é órgão da justiça eleitoral, mas não éum órgão pelo qual alguém tem acesso por concurso público. O exercício das funçõeseleitorais se dá por força de Lei. Quem exerce são os juízes de direito ou seussubstitutos legais (art. 32 do Código Eleitoral).

Para Celso Antonio Bandeira de Melo cargo: é a mais simples unidade de poderes e deveres estatais a serem expressos por um agente. Nos termos da CRFB/1988

- art. 37, II, a investidura no cargo exige obrigatoriamente concurso. Assim, nãohavendo concurso, não se trata de cargo. Celso Antonio Bandeira de Melo diz que umadas características das funções é que haja temporariamente ou por critério de confiança.Esse é o perfil das atribuições do Juiz Eleitoral. Assim, Juiz Eleitoral não é cargo,

 podendo ser considerado função porque tem caráter temporário.

Juntas Eleitorais: Juiz de Direito + 02 ou 04 cidadãos nomeados pelo TRE.

Justiça Militar

Justiça Militar dos Estados julga policiais militares e bombeiros.

É possível a instituição de Juizados Especiais no âmbito da Justiça Militar? Não (art. 90-A, Lei 9.099/95)

Justiça dos Estados

A competência é residual, pois primeiro se verifica se a matéria é julgada pelas justiças especializadas. Depois, verifica-se se é da competência da Justiça Federal.

A Justiça Estadual é formada por órgãos de 1ª e de 2ª instancias. 1ª

instância: órgãos monocráticos. 2ª instancias: órgãos colegiados.

Todos os órgãos jurisdicionais em 1ª instância são monocráticos? Não. NaJustiça Estaduais são órgãos colegiados de 1ª instância: tribunal do júri e Turmarecursal. Os juízes integrantes de uma Turma recursal são de 1ª instância.

Obs.: As juntas eleitorais da justiça eleitoral são órgãos colegiados, valendolembrar que a justiça eleitoral é espécie da Justiça Federal.

Órgão Especial

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É um fracionamento do órgão pleno. O órgão pleno é um conjunto de todosos membros do Tribunal. Há matérias que levada ao pleno se tornaria inviável adiscussão, daí a necessidade de um órgão menor com funções atribuições ecompetências delegadas pelo tribunal pleno que cria o órgão especial.

Tribunais que tenham número superior a 25 integrantes (CRFB/1988 - art.93, XI). Quantos integrantes? 11 a 25 membros.

Tem atribuições administrativas e jurisdicionais.

*Como se provê as vagas do órgão especial (EC 45/04)? Por força da EC45, as vagas serão compostas de metade pelos mais antigos e metade por eleição feita

 por membros do pleno. Obs.: o STF vem dizendo que a regra para os órgãos de cúpulado Judiciário é de antiguidade conforme a LOMAN.

Quinto Constitucional

Opção do legislador constituinte para que haja o influxo de oriundos daAdvocacia e do MP.

Argumentos favoráveis: porque implicaria uma renovação no pensamentodos Tribunais.

Argumentos contrários: o acesso se dá sem concurso público paramagistratura, o que implica na qualidade dos membros; possível manutenção do vínculoanterior que prejudicaria o exercício da atividade, entre outros.

Foi instituído em desde 1934.

Como funciona? Primeiro a entidade representativa do MP ou da OABapresenta uma lista sêxtupla. O Tribunal reduz a lista para três. O chefe do Executivoescolhe 01.

O art. 94 estabelece os requisitos.

Para STF: os Tribunais sujeitos ao quinto constitucional podem recusar alista sêxtupla, desde que sejam lançados os motivos de forma objetiva e com

fundamentação no art. 94 (MS 25.624). Nesse caso, o Tribunal devolve a lista paraOAB/MP para fazer outra lista.

STF (ADI 3490): após a EC 45, os Tribunais do Trabalho sujeitam-se aoquinto constitucional.

STF: Lei estadual não pode dispensar requisito do quinto constitucional(ADI 160).

STF: quando uma das classes for privilegiada (OAB ou MP), deverá oTribunal inverter a situação privilegiada a outra classe, mantendo-se a prioridade (MS

20.597 e MS 23.972).

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STF: Em regra geral, uma vez que o candidato ou indicado tenha ingressado pelo quinto constitucional, a partir da posse concorrerá como magistrado de carreira para o acesso a outros Tribunais (ADI 29 e 913). *Exceção: CRFB/1988 - art. 111-A, II.segundo a doutrina, esse dispositivo restringiu mais ainda o acesso dos oriundos doquinto constitucional.

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e seteMinistros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos desessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pelamaioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº45, de 2004)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividadeprofissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos deefetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos damagistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:

I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho,cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingressoe promoção na carreira;

II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, naforma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema,cujas decisões terão efeito vinculante.

STF: se o quinto dos integrantes foi um número fracionado, arredonda-se para o número inteiro imediatamente superior.

Caso: Lei estadual diz que 4/5 do Tribunal devem ser compostos por juízesde carreira. É errado, segundo o STF, pois se o número decorrente do quinto for fracionado, haverá mais de 1/5 de membros do MP ou OAB e consequentemente menosde 4/5 dos integrantes da carreira (ADI 160).

ADI 4150: não poderá a Lei estadual criar mais requisitos do que os previstos no CRFB/1988 - art. 94.

Magistratura de Carreira: ingresso, promoção,permuta e acesso

Segundo Celso Antonio Bandeira de Melo existem algumas formas de provimento do cardo:

Provimento pode ser:

1. Provimento Originário: ingresso

2. Provimento Derivado: movimentação dentro da carreira

2.1. Provimento Derivado horizontal:

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- remoção:

- permuta:

- opção: os juízes estão na mesma comarca e é instalada uma vara diferente,optando por esta vara.

2.2. Provimento derivado vertical: provimento observado nas:

- promoções (entrância para entrância) e nos

- acessos (da última entrância para o Tribunal).

Obs.: a pessoa é investida do cargo e o cargo é provido por concurso público

Ingresso

O ingresso na magistratura de carreira se dá por concurso.

O cargo inicial é o de Juiz Substituto.

Deverá passar o candidato por um concurso público de provas e títulos.

Alteração dos termos do edital no curso do certame: é possível? Depende.Segundo o STF, se o edital for alterado sem suporte legal há ilegalidade flagrante,havendo quebra do princípio da moralidade. Contudo, é possível alterar o edital emvirtude de superveniente modificação da legislação de regência (STF MS).

Todas as fases do concurso deverão ser acompanhadas pela OAB.

O candidato deve ser bacharel em direito.

A EC 45 criou mais um requisito: 03 anos de atividade jurídica, no mínimo.

O que é atividade jurídica?

- estágio não é contado como atividade jurídica.

- pós-graduação não é contado como atividade jurídica, desde que tenhasido iniciada antes da resolução 75 do CNJ.

- o prazo de 03 anos considera-se cumprido com a inscrição definitiva.

Promoção e Acesso

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Segundo o CRFB/1988 - art. 93, II a promoção se dá de entrância paraentrância. Teoricamente, não é possível promoção “per saltum”.

 Na promoção deve haver alternância entre antiguidade e merecimento.

STF: não é constitucional Lei que promove Juiz de uma mesma entrância para uma entrância superior, pois quebra o critério de merecimento.

STF: é inconstitucionalidade leu que estabelece como critério de desempateo critério de antiguidade na promoção por merecimento porque quebra o critério demerecimento.

A promoção por merecimento também pode ser obrigatória – duashipóteses:

- candidato figura por 3x em lista tríplice

Ou

- candidato figura por 05x alternadamente.

STF: é constitucional a formação de lista quádrupla, desde que haja várioscandidatos concorrendo mais de uma vaga, sendo que uma vaga será destinada ao

 preenchimento daquele que já tinha figurado por 03x em lista tríplice por merecimentoconsecutivamente ou por 05x em lista tríplice por merecimento alternadamente. A outravaga será preenchida por candidato que figura em lista tríplice normalmente. Assim,teremos uma lista tríplice e mais um nome, resultando numa lista quádrupla.

E se a lista para promoção ou acesso foi formada por lista anterior aodesmembramento? STF: tem que ser formada uma nova lista (MS 21571).

Promoção por merecimento – requisitos:

- 02 anos de exercício na entrância

- integrar a 1ª quinta parte da lista de antiguidade.

Resolução 06 do CNJ: “quinto sucessivo”: se não tiver ninguém na 1ª quinto parte deve ser formado nova lista para retirar a 1ª quinta parte por antiguidade. ALOMAN e nem a CRFB/1988 tratam do quinto sucessivo. O STF diz que é existequinto sucessivo.

Para ter acesso ao tribunal é preciso observar a regra do preenchimento daquinta parte da lista de antiguidade (STF Suspensão de Segurança 33.457).

A promoção por antiguidade é sempre automática? Não. É possível a recusa por voto de 2/3 dos membros do Tribunal, assegurada ampla defesa e contraditório em processo administrativo.

Constituem vedações constitucionais à promoção:

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- a retenção injustificada dos autos além do prazo legal (vedação éconstitucional).

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AULA 02 12.06.10

REGIME JURIDICO DA MAGISTRAURA NACIONAL

Remoção e Promoção

Provimento de cargos: é forma de acesso aos cargos, pode ser de duasespécies:

1) provimento originário: não estava na carreira e nela ingressa por:

a) concurso,

 b) pela via do 5º constitucional

c) indicação para o STF.

2) provimento derivado: já estava na carteira e nela se movimenta, podendoser horizontal e vertical.

a) Horizontal

a.1) remoção

a.2) permuta

a.3) opção

 b) Vertical:

 b.1) Promoção

 b.2) Acesso: é a subida da ultima entrância da justiça de primeiro grau de jurisdição para o segundo grau. Promoção do Juiz de ultima entrância para o Tribunal.

Provimento derivado horizontal remoção, permuta e opção

A LOMAN pode ser alterada por Lei Complementar de iniciativa do STF.

Remoção

É o instituto jurídico consignado na CRFB/1988 e regulado também pelaLOMAN.

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Consiste na possibilidade de o Juiz concorrer a uma vaga surgida na mesmaentrância.

Consoante prevê a LOMAN, deverá ser elaborada uma lista tríplice.

Trata-se de provimento derivado horizontal e que possui duas espécies:

a) remoção voluntária: a pedido:

Depende da manifestação de vontade do magistrado. Se abrir uma vaga emuma determinada entrância, todos os magistrados daquela mesma entrância podemconcorrer à vaga. Se ninguém se interessar, passa-se ao provimento por promoção.

É feito um requerimento ao Presidente do Tribunal.

A remoção a pedido tem um regime jurídico próprio (CRFB/1988 - art. 93,VIII, “a”).

Deve observar as mesas regras da promoção, salvo no que tange aoCRFB/1988 art. 93, II, “d” que é uma hipótese de recusa na antiguidade. Assim, naremoção a pedido não se aplica a recusa no caso de promoção por antiguidade.Igualmente não se aplica a recusa na permuta.

Obs.: a diferença entre remoção e permuta é que nesta não há vaga, havendoapenas uma alteração de posições. Contudo, as regras em ambos os institutos são asmesmas.

 b) remoção por interesse público:

**** CRFB/1988 - art. 93, VIII: No caso de remoção, disponibilidade eaposentadoria do magistrado, por interesse público, por decisão da MAIORIAABSOLUTA do respectivo Tribunal ou do CNJ, assegurada a ampla defesa.

Obs.: A Resolução 30 do CNJ determina que o respectivo Tribunal tem queregulamentar essas questões.

Permuta

Mesmas Regras da Remoção.

Opção

Ex: duas varas criminais na comarca X de entrância intermediária. Abriu avaga da 2ª Vara Criminal.

Os juízes da mesma comarca, no prazo estabelecido no edital, podemmanifestar previamente os juízes residentes na comarca a opção pela Vara, sendo uma

 prerrogativa do Juiz que more naquela comarca cuja Vara esteja sem Juiz, abrindo

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somente depois disto a oportunidade para Remoção para a vaga deixada pelo Juiz quefez sua opção, ou para a Vara que nenhum Juiz optou em ocupar.

Mudança de Sede do Juízo

Se houver mudança de sede do juízo, o que o Juiz poderá fazer? Art. 31 daLOMAN: será facultado ao Juiz remover-se a nova sede, ou para comarca de igualentrância, ou obter a disponibilidade com vencimentos integrais.

O CRFB/1988 art. 93 "caput" é auto aplicável pois a LOMAN já regula amatéria. O Estatuto da Magistratura vai no máximo revogar a LOMAN.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal,disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

_____ 

93, XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte ecinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionaisdelegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas porantigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pelaEmenda Constitucional nº 45, de 2004)

___ 

Garantias do Poder Judiciário

O exercício da magistratura exige um grau de independência eimparcialidade, com o objetivo de atingir o interesse público.

As garantias do Poder Judiciário têm uma função de preservação deindependência e de imparcialidade. O Objetivo é a aplicação do Ordenamento Jurídicocom justiça, nos termos da CRFB/1988. Dizem os tratadistas sobre o Poder Judiciárioque o Judiciário é um poder separado dos demais. Seria um poder que de alguma formase diferencia dos demais poderes, pois é a última palavra em matéria de solução deconflitos. O nosso sistema Judiciário (Liebman) é peculiar, pois comporta dois grandes

sistemas jurídicos:

a) “comon law”

 b) “civil lam”

Por influência de Rui Barbosa, desde a Constituição de 1891 nós adotamoso sistema de controle de constitucionalidade norte-americano.

____ 

Para Mauro Cappelletti o controle moderno de constitucionalidade surgiu dofamoso caso em que o Juiz Marshal ante o caso Marburry x Madson em que pela

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 primeira vez um Tribunal disse que poderia resolver o conflito entre uma Lei de umEstado em face da Constituição

____ 

 Na “comon law” o que há são precedentes. Mas na “civil law” o sistema decodificação.

O princípio da igualdade substancial se contrapõe ao princípio daigualmente formal. Durante o curso da história, entre a 1º e a 2º guerras mundiais,houve crescimento da pobreza, surgindo os regimes nazi-facistas. Os Estados sereuniram e promoveram uma nova Declaração de Direitos dos Homens (1948). OsDireitos fundamentais, principalmente dos direitos sociais, devem ser protegidos pelosEstados para que todos tenham igualdade substancial. A concessão desses direitos e

  prioridade do Judiciário. Houve uma restauração ética na consecução dos direitos

fundamentais, garantindo-se a democracia social (expressão de José Afonso da Silva).

Garantias do Poder Judiciário.

1. Garantias Institucionais

Duas são as garantias institucionais (independência): a) autonomiaorgânico-administrativa; b) autonomia financeira

a) autonomia orgânico-administrativa

Regimento Interno: CRFB/1988, LOMAN; CE; Lei de OrganizaçãoJudiciária e o Regimento interno que é ato normativo de um Tribunal que dispõe sobresua organização e passível de controle de constitucionalidade, retirando seu conteúdonormativa na CRFB/1988 - art. 96

O regimento interno pode dispor sobre alguns institutos que propriamentenão são recursos, mas sucedâneos recursais.

**** STF: O Regimento Interno trata das matérias recursais que tramitam  pelo Tribunal, mas admitiu-se a menção em regimento interno do instituto da

reclamação, mesmo sem previsão na constituição Estadual. Ademais, tem-se admitidotambém agravo regimental, mesmo sem previsão expressa na legislação federal.

 b) autonomia financeira

2. Garantias Funcionais (imparcialidade)

CRFB/1988 - art. 96, I, “a”:

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

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a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, comobservância das normas de processo e das garantias processuais das partes,dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem

vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira darespectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido odisposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes eservidores que lhes forem imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seusmembros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, dos serviçosauxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliarese dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seusmembros e dos juizes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, ressalvado odisposto no art. 48, XV; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliarese dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seusmembros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do DistritoFederal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimescomuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

LOMAN art. 102: a eleição dos órgãos diretivos se faz pela antiguidade. Só podem concorrer os membros mais antigos do Tribunal. Contudo, muitos tribunais têm permitido que possam concorrer outros que não os mais antigos do Tribunal. Isso levoua uma série de impugnações ao STF. STF: a estrutura do Judiciário deve ser regulamentada ou na CRFB/1988 (art. 93 e 95) ou por Lei Complementar de iniciativa(LOMAN). Assim, o critério é exclusivo de antiguidade. Outras hipóteses deelegibilidade são tidas por inconstitucionais pelo STF (ADI 4108).

Obs.: existe uma manifestação em um voto do STF, no sentido de se até aEC 45 não havia dúvida de que o critério era exclusivamente o de antiguidade, com o

advento da referida emenda, que alterou o art. 93, IX da CRFB/1988, há que se repensar sobre o assunto. Atualmente, é o Pleno que delega atribuições ao Órgão Especial.

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Também foi alterado o art. 93, XI CRFB/1988. (“provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade ...”)

Resumo: LOMAN: apenas os mais antigos STF: aplica-se a LOMAN. Obs.:a alteração do art. 93, XI, permitiu a discussão sobre a democratização nas eleições dos

órgãos de cúpula.

Art. 102 - Os Tribunais, pela maioria dos seus membros efetivos, por votação secreta,elegerão dentre seus Juízes mais antigos, em número correspondente ao dos cargos dedireção, os titulares destes, com mandato por dois anos, proibida a reeleição. Quem tiver exercido quaisquer cargos de direção por quatro anos, ou o de Presidente, não figurará maisentre os elegíveis, até que se esgotem todos os nomes, na ordem de antigüidade. É obrigatóriaa aceitação do cargo, salvo recusa manifestada e aceita antes da eleição.

Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica ao Juiz eleito, paracompletar período de mandato inferior a um ano.

*** É possível o tribunal alterar competência por meio de Resolução? Art.96, I, “a”: com base nesse dispositivo (parte final), o tribunal pode alterar regras decompetência (STF HC 94145). Assim, não há quebra do princípio do Juiz material.

**** o Tribunal pode dispor sobre horário de expediente? Por Lei Estadualde iniciativa do Tribunal é possível. Por resolução pode o Tribunal dispor sobre ohorário do expediente, mas somente de forma colegiada, não podendo ser por decreto do

 presidente do Tribunal, conforme dispõe o art. 93 (ADI 2907).

**** É possível a criação do instituto da Reclamação por meio deResolução (ADI 2480), com fundamento na simetria.

**** Art. 96, “c”, CRFB/1988: o Governador do Estado pode dar  provimento ao cargo de Desembargador? Não (ADI 314)

**** Art. 96, “d”, CRFB/1988: Promover criação de novas varas judiciárias. Lei de organização judiciária é de iniciativa privativa dos tribunais. Haveráinconstitucionalidade por vício de iniciativa se a Lei tiver iniciativa na AssembléiaLegislativa (ADI 3131).

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos deexercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunala que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitadaem julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93,VIII;

III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o quedispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §

4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma demagistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoasfísicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes dedecorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Autonomia Organo-Administrativa (CRFB/1988 - art. 96)

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, comobservância das normas de processo e das garantias processuais das partes,dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes foremvinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da

respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido odisposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes eservidores que lhes forem imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seusmembros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, dos serviçosauxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliarese dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seusmembros e dos juizes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, ressalvado odisposto no art. 48, XV; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliarese dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus

membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

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c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do DistritoFederal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimescomuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

 b) Autonomia Financeira (CRFB/1988 - art. 99 e 168)

O Judiciário deve ter condições de ter autonômica financeira para ser independente. É necessário que se garanta uma autonomia orçamentária efetiva.

Como é feito o repasse das verbas orçamentárias ao Poder Judiciário? Art.168 da CRFB/1988: ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimo”.

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limitesestipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizesorçamentárias.

§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados,compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentesdos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostasorçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, oPoder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentáriaanual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo comos limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo foremencaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o PoderExecutivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da propostaorçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver arealização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limitesestabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamenteautorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluídopela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

LOMAN art. 168

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dosPoderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, ser-lhes-ão entregues até o

dia 20 de cada mês, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

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Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dosPoderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da leicomplementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redação dada pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004)

2. Garantias Funcionais (garantias de imparcialidade) – art. 95CRFB/1988.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos deexercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunala que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitadaem julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93,

VIII;

III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o quedispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma demagistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoasfísicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes dedecorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Dizem respeito às garantias dos juízes para a execução de suas tarefas comimparcialidade.

Indaga-se: o Juiz pode ter vinculação política no exercício de sua função? A política do Juiz é uma política pública voltada ao bem comum. O que não pode é avinculação político-partidária. O Juiz está vinculado tão-somente aos compromissossuperiores da CRFB/1988.

Vitaliciedade

Os juízes são vitalícios, enquanto os servidores públicos são estáveis.

Um Juiz vitalício só pode perder o cargo por sentença judicial com trânsitoem julgado, em ação penal ou ação de improbidade administrativa.

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O Juiz exerce as funções de magistrado e está no cargo de forma vitalícia.Quando o Juiz se aposenta ele se afasta de suas funções, mas permanece com as

 prerrogativas de magistrado.

Como se adquire a vitaliciedade? Duas formas:

a) após 02 anos, da forma do art. 95, I, CRFB/1988

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anosde exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação dotribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicialtransitada em julgado;

O prazo de 02 anos é chamado de estágio probatório.

O tribunal poderá entender pela prorrogação da propositura devitaliciamento ou pela demissão do Juiz.

A deliberação pela demissão deve seguir o procedimento previsto noregimento interno do Tribunal.

Se houver prorrogação, o Tribunal pode demitir por mera decisãoadministrativa? STJ: durante o prazo de 02 anos o Tribunal tem que pelo menos propor a instauração de processo para demissão, caso contrário, automaticamente o Juiz serávitaliciado, por força da CRFB/1988 (MS 14.998; RMS 9.074)

O Juiz vitalício só pode ser demitido por sentença judicial transitada em julgado. Existe exceção? Sim (art. 52, II da CRFB/1988). Ministros do STF, nos crimesde responsabilidade, podem ser retirados do cargo por deliberação política do SenadoFederal.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, osmembros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do MinistérioPúblico, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimesde responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O CNJ é um órgão administrativo com poder de revisão dos atos dosTribunais. Pode o CNJ rever o vitaliciamento? CNJ: não, pois já estaria esgotado o

 prazo de 02 anos. O que pode haver é a apuração de falta funcional como Juiz vitalício,nos termos da Resolução 30 do CNJ.

O Juiz vitaliciando deve exercer efetivamente a atividade no prazo de 02anos? O art. 95, I não fala em exercício efetivo. Os juízes substitutos não estão sujeitosà pena de disponibilidade. O afastamento preventivo do tribunal é uma medida cautelar diferente da pena de disponibilidade. RMS 11498: o afastamento preventivo conta como

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  período de vitaliciamento, logo, não é necessário o exercício efetivo da atividade jurisdicional para a contagem do prazo de 02 anos.

Inamovibilidade (CRFB/1988 - art. 95, II)

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93,

VIII;

A remoção por interesse público é exceção à regra da inamovibilidade.

Por tal princípio o Juiz só sai da vara por interesse próprio.

Irredutibilidade de subsídio (CRFB/1988 - art. 95, III)

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X eXI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

 A remuneração deve ser protegida pela corrosão do tempo, devendo haver 

Lei para a correção inflacionária.

Trata-se de garantia nominal, mas não real (STF). Para que haja reposiçãosalarial é necessária Lei. Se a garantia fosse real, seria possível aumento por decisão

 judicial, o que não ocorre.

Exceções a irredutibilidade de vencimentos:

a) pagamento de todos os tributos pertinentes

 b) redução para adequação ao teto constitucional

c) CRFB/1988 - art. 39, §4º: fixação em parcela única.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, noâmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para osservidores da administração pública direta, das autarquias e das fundaçõespúblicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do

sistema remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargoscomponentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de1998)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para aformação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se aparticipação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada,

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para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º,IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a leiestabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o

exigir. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministrosde Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remuneradosexclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimode qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba derepresentação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquercaso, o disposto no art. 37, X e XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderáestabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidorespúblicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Redação dada

pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente osvalores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará aaplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesascorrentes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimentode programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob aforma de adicional ou prêmio de produtividade. (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreirapoderá ser fixada nos termos do § 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

 b) automaticamente, nos casos de ingresso diretamente nos tribunais.

Direitos e Deveres dos Magistrados

LOMAN, no título IV, fala de vencimentos, vantagens e direitos dosmagistrados.

Hoje, não existe mais vencimentos ou salários, mas parcela única emsubsídio.

CRFB/1988 - art. 39, §4º

§ 4º O membro de Poder (magistratura), o detentor de mandatoeletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serãoremunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado oacréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba derepresentação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, odisposto no art. 37, X e XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de1998)

O subsídio é parcela única, sendo vedada qualquer acréscimo a tal parcela.

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Forma de fixação ou alteração do subsídio (CRFB/1988 - art. 37, X)

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, aoseguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observadaa iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre namesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)

O subsídio só pode ser fixado ou alterado por Lei específica. A iniciativa é privativa do STF com a participação dos demais poderes, devendo ser observada arevisão geral anual.

Os subsídios não podem ser reduzidos (art. 95, III), salvo nas exceções játratadas.

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

O STF já fez algumas distinções.

- ADI já fez algumas distinções.

- ADI 3454: o teto máximo de remuneração na estrutura do Poder Judiciárioé de 100% dos subsídios dos Ministros do STF (art. 37, XI). Ex: subsídio + gratificaçãoeleitoral – não pode ultrapassar o teto do STF.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções eempregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membrosde qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e osproventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamenteou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, nãopoderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo TribunalFederal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nosEstados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do PoderExecutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do PoderLegislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado anoventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, emespécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aosDefensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

- STF: após a EC 41/03, até as vantagens de caráter individual estãoincluídos no teto remuneratório.

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O teto remuneratório do Poder Judiciário Nacional é de 100% dos Subsídiosdos Ministros do STF. O subsídio máximo da magistratura estadual é de 90,25% dosubsídio do STF. Acima dos 90,25% poderá perceber adicionais como gratificaçãoeleitoral, gratificação pela presidência ou corregedoria, não podendo ultrapassar os100%.

Art. 93, V, CRFB/1988 trata do escalonamento dos subsídios. Taldispositivo, segundo o STF, igualou a Justiça Federal e Estadual no que tange aoescalonamento de subsídios.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal,disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá anoventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei eescalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da

estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra sersuperior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa ecinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

A diferença de 05% e 10% de um patamar para o outro deve estar previstaem Lei estadual.

STF – STJ (95% do STF) - TJ (95% do STJ = 90,25%) – Entrância Especial(- 05 ou 10%) – Entrância Final (- 05 ou 10%) – Entrância Intermediária (- 05 ou 10%)

 – Entrância Inicial (- 05 ou 10%) – Juiz Substituto (- 05 ou 10%).

STF – STJ (95% do STF) – TRF (95% do STJ = 90,25) – Juízes Federais (-05 ou 10%) – Juízes Substitutos (- 05 ou 10%).

*** A iniciativa para alterar ou estabelecer subsídio é privativa do STF?CRFB/1988 - art. 48, XV. Para o STF a iniciativa para a Lei que disponha sobrealteração do subsídio não é uma iniciativa privativa do STF, mas sim uma iniciativaquádrupla: Presidente República, Senado Federal, Câmara dos Deputados, STF (Ag 584STF).

  Não cabe ao Poder Judiciário aumentar, por iniciativa jurisdicionalaumentar a remuneração dos servidores (Súmula 339 STF).

Vantagens

A LOMAN faz diferença entre vantagens, subsídios, direitos e concessões.

Art. 65 da LOMAN.

Art. 65 - Além dos vencimentos, poderão ser outorgadas aos magistrados, nos termos da lei, asseguintes vantagens:

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I - ajuda de custo, para despesas de transporte e mudança;

II - ajuda de custo, para moradia, nas Comarcas em que não houver residência oficial paraJuiz, exceto nas Capitais;

II - ajuda de custo, para moradia, nas localidades em que não houver residência oficial à

disposição do Magistrado. (Redação dada pela Lei nº 54, de 22.12.1986)III - salário-família;

IV - diárias;

V - representação;

VI - gratificação pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral;

VII - gratificação pela prestação de serviço à Justiça do Trabalho, nas Comarcas onde nãoforem instituídas Juntas de Conciliação e Julgamento;

VIII - gratificação adicional de cinco por cento por qüinqüênio de serviço, até o máximo de

sete;

IX - gratificação de magistério, por aula proferida em curso oficial de preparação para aMagistratura ou em Escola Oficial de Aperfeiçoamento de Magistrados (arts. 78, § 1º, e 87, §1º), exceto quando receba remuneração específica para esta atividade;

X - gratificação pelo efetivo exercício em Comarca de difícil provimento, assim definida eindicada em lei.

§ 1º - A verba de representação, salvo quando concedida em razão do exercício de cargoem função temporária, integra os vencimentos para todos os efeitos legais.

§ 2º - É vedada a concessão de adicionais ou vantagens pecuniárias não previstas napresente Lei, bem como em bases e limites superiores aos nela fixados.

§ 3º Caberá ao respectivo Tribunal, para aplicação do disposto nos incisos I eII deste artigo, conceder ao Magistrado auxílio-transporte em até 25% (vinte e cinco por cento),auxílio-moradia em até 30% (trinta por cento), calculados os respectivos percentuais sobre osvencimentos e cessando qualquer benefício indireto que, ao mesmo título, venha sendorecebido. (VETADO). (Parágrafo incluído pela Lei nº 54, de 22.12.1986)  (Execução suspensapela Res/SF nº 31/93)

A LOMAN considera como direitos, por exemplo, férias e licenças.

Existem algumas vantagens que o magistrado usufrui no exercício de suasfunções (art. 65 da LOMAN).

- ajuda de custo

Obs.: o CNJ dispõe a respeito de concessão de diárias aos magistrados.

- ajuda de custo para a moradia. Teria sido absorvida pelos subsídios, nãosendo mais cabível. Contudo há uma PA no CNJ promovido por magistrados de SantaCatarina buscando um auxílio moradia, mas não está definido.

Existe possibilidade de residência oficial para magistrado nas comarcas dointerior? Sim.

- Salário-família (permanece)

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- diárias (permanece)

- representação (não existe mais)

- gratificação eleitoral (permanece – 1/3 do subsídio)

- gratificação adicional de 05% por tempo de serviço (abolido). É ochamado “qüinqüênio”.

- gratificação de magistério (permanece).

Direitos dos Magistrados

LOMAN art. 66 – férias dos magistrados.

CAPÍTULO II

Das Férias

Art. 66 - Os magistrados terão direito a férias anuais, por sessenta dias, coletivas ouindividuais.

§ 1º - Os membros dos Tribunais, salvo os dos Tribunais Regionais do Trabalho, que terãoférias individuais, gozarão de férias coletivas, nos períodos de 2 a 31 de janeiro e de 2 a 31 de julho. Os Juízes de primeiro grau gozarão de férias coletivas ou individuais, conforme dispuser a lei.

§ 2º - Os Tribunais iniciarão e encerrarão seus trabalhos, respectivamente,

nos primeiro e último dias úteis de cada período, com a realização de sessão.

As férias de 60 dias ainda permanecem. O que não permanece são as fériascoletivas. Isso porque a CRFB/1988, art. 93, XII, com o advento da EC 45, reputou

 prejudiciais as férias coletivas.

Art. 69 da LOMAN – Licenças.

CAPÍTULO III

Das Licenças

Art. 69 - Conceder-se-á licença:

I - para tratamento de saúde;

II - por motivo de doença em pessoa da família;

III - para repouso à gestante;

IV - (Vetado.)

O Juiz licenciado pode praticar algum ato judicial? E se praticar o queacontece? Art. 71 da LOMAN: não, nem judicial nem administrativa. Exceção; art. 71,§2º: decisões em processos conclusões antes da licença.

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Art. 71 - O magistrado licenciado não pode exercer qualquer das suas funções jurisdicionais ouadministrativas, nem exercitar qualquer função pública ou particular (vetado).

Parágrafo único - Salvo contra-indicação médica, o magistrado licenciado poderá proferir decisões em processos que, antes da licença, Ihe hajam sido conclusos para julgamento outenham recebido o seu visto como relator ou revisor.

§ 1º - Os períodos de licenças concedidos aos magistrados não terão limites inferiores aosreconhecidos por lei ao funcionalismo da mesma pessoa de direito público. (Redação dadapela Lei Complementar nº 37, de 13.11.1979)

§ 2º - Salvo contra-indicação médica, o magistrado licenciado poderá proferir decisões em processos que, antes da licença, lhe hajam sido conclusos para julgamento outenham recebido o seu visto como relator ou revisor.  (Redação dada pela Lei Complementar nº 37, de 13.11.1979)

Responsabilidade Civil e Criminal dos magistrados

A responsabilidade do magistrado implica no exame de sua conduta sob a

ótica criminal, civil e administrativa.

O Juiz pode responder concomitantemente pelas três esferas normativascivil, crimina, administrativa, estando estas esferas independentes uma em relação asoutras, não necessitando do exaurimento de uma para inaugurar a outra. É a aplicaçãodo princípio da independência da instancias. Obs.: pode haver mitigação deste princípio,quando se sobrestá um processo para esperar o resultado de outro, sendo exceção aindependência das instancias.

Existe uma espécie de imunização da conduta do Juiz. O Juiz não pode estasujeito a posturas prejudiciais conta ele nas suas atividades jurisdicionais em sentidoestrito, sob pena de violação da sua independência.

Imunização de conduta do Juiz (art. 41)

O Juiz não pode ser prejudicado pelas opiniões que manifestar ou pelo teor de suas decisões, salvo os casos de improbidade ou excesso de linguagem.

Decisão, para termos do art. 41 da LOMAN, são apenas os ATOSJURISDICIONAIS. Quando o Juiz pratica ato administrativo (ato administrativoimpróprio), por exemplo, ele não está imunizado por efeito da LOMAN.

O Juiz esta albergado pela imunização do art. 41 se estiver se manifestandodentro do “Usus forem”, podendo ser responsabilizado por excesso de linguagem. Paraque faça jus à imunização, o STF exige que não haja na decisão conteúdo ofensivo.

Requisitos para a imunização:

- Usus forem

- Ausência de conteúdo ofensivo

- Pertinência causal com o objeto do litígio

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Responsabilidade civil do magistrado:

CPC – art. 133 e LOMAN, art. 49.

Art. 49 - Responderá por perdas e danos o magistrado, quando:

I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

Il - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar o ofício, oua requerimento das partes.

Parágrafo único - Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no incisoII somente depois que a parte, por intermédio do Escrivão, requerer ao magistrado quedetermine a providência, e este não lhe atender o pedido dentro de dez dias.

As decisões judiciais que causarem prejuízos poderão das ensejo à

responsabilidade civil.

É firme no STF que pelos atos jurisdicionais praticados no exercício regular das funções o Estado não responde e tampouco pode responder o magistrado pelos atos

 praticados.

É evidente, contudo, que alguma decisão cause dano indevido a alguminteressado, podendo dar ensejo à responsabilidade objetiva do Estado, que, por sua vez,

 poderá agir regressivamente contra o magistrado.

Quando o magistrado atua com dolo ou fraude e causar um dano, o Estadoresponderá objetivamente e sozinho pelo erro judiciário que cause dano a parte, nãofigurando o magistrado no pólo passivo. Poderá se movida em face do magistrado açãoregressiva onde se examinará o elemento subjetivo, havendo discussão sobre culpa.Assim, o Juiz responderá subjetivamente.

___________________________________________________________ AULA 03 03.07.10

Responsabilidade dos Magistrados

- civil: CPC; CRFB/1988, LOMAN

- penal: CRFB/1988 e LOMAN

- administrativa: regimentos internos dos tribunais; LOMAN, Resolução n.30 CNJ.

Vigora o princípio da independência das instâncias, podendo o Juiz ser  processado em qualquer das esferas com resultado diverso uma das outras.

Responsabilidade Criminal

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O STF deixou claro que o Juiz não responde pelos atos jurisdicionais, salvonas hipóteses previstas em Lei, como já visto.

O magistrado será julgado nos termos da legislação criminal e aplicado asmesmas regras de direito penal, observadas as prerrogativas da LOMAN e a

 prerrogativa de foro para o seu julgamento.

LOMAN art. 96, III: aos Tribunais de Justiça compete julgar os juízesestaduais, bem como os membros do MP, nos crimes comuns e de responsabilidade,ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

STF: a única ressalva à competência do TJ para julgamento dos magistradosestá na CRFB/1988, ou seja, crimes eleitorais praticados por magistrados. Nesse caso,quem irá julgar o Juiz estadual.

E se o Juiz praticar crime contra interesse da União? Será o TRF o

competente? STF: Não, mesmo nas hipóteses de crime praticado por magistrado, dacompetência da Justiça Federal, o TJ terá competência para o julgamento. A únicaexceção à essa regra é a competência da Justiça Eleitoral.

Afastamento do Magistrado (art. 29 da LOMAN)

Em matéria de ação penal é possível o afastamento do magistrado das suasfunções. Vale lembrar que em outros casos que não envolve magistrado, o cidadão podenão ser afastado de suas funções. Obs.: o quorum para o afastamento preventivo é de2/3.

Há uma discussão no STF sobre o cabimento de HC na hipótese deafastamento preventivo do magistrado na esfera criminal. O STF disse que não cabe HCcontra decisão que afasta de suas funções, em ação penal, magistrados, em ação penal,magistrado que nela é acusado. Fundamento: não se confunde o afastamento preventivocom as medidas de segregação da liberdade.

Entretanto, em outro precedente do STF no HC 90.617, a Corte admitiu aimpetração para que houvesse o retorno do magistrado às suas funções, mas sob outroenfoque, qual seja o do excesso de prazo.

 No curso do processo o magistrado se aposenta. O STF entende que cessa acompetência por prerrogativa de função quando encerrado o exercício funcional. Issoem virtude do cancelamento da Súmula 394 STF.

Prisão do Magistrado

LOMAN art. 33, II: o magistrado pode ser preso em duas situaçõesespecíficas:

a) ordem da autoridade competente (TJ ou órgão especial)

 b) flagrante de crime inafiançável.

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Obs.: em ambos os casos, o magistrado deverá ser apresentadoimediatamente ao Presidente do TJ, que ficará responsável, inclusive, pela análise doflagrante.

LOMAN art. 33, parágrafo único:

STF: o MP pode participar do Inquérito Judicial ou Policial que apura criem praticado por magistrado, pois é o “dominus litis”.

E se houve vício no inquérito? Até quando pode ser alegado? Segundo oSTF, eventuais vícios do Inquérito Policial somente poderão ser alegados até orecebimento da denúncia. Após o recebimento da denúncia, os vícios do IP não secomunicam à ação penal, salvo se houver prejuízo concreto. (STF RHC 84.903)

Para o afastamento do magistrado é necessário o quorum de 2/3. E para o

  julgamento da ação penal originária? Qual é o quorum? STF: o julgamento é por MAIORIA SIMPLES.

STF (HC 16.894): foi invocada uma decisão administrativa para barrar o processo penal. Entendeu-se que não havia justa causa para ação penal. Quebrou-se,nesse precedente, o princípio da independência das instâncias.

Responsabilidade Administrativa do Magistrado

Resolução 30 do CNJ.

Em matéria administrativa vigora o princípio da independência dasinstancias.

Exceções:

1. Vinculação à decisão criminal em dois casos:

a) decisão criminal que nega a existência do fato

 b) decisão criminal que negue a autoria do delito

2. Celso Antônio Bandeira de Mello: o mesmo acontece na esfera civil.

O reconhecimento da prescrição criminal, por si só, não afasta aresponsabilidade administrativa.

Competência para Propositura para Instauração de ProcedimentoAdministrativo Disciplinar 

 No caso dos magistrados de 1º Grau, a competência é do Corregedor-Geralde Justiça do Estado tanto para a propositura quanto para o julgamento. Se a falta

funcional for praticada por magistrado de 2º Grau, a competência será do Presidente doTJ.

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E os juízes convocados para atuar no Tribunal? A competência será doCorregedor-Geral de Justiça, pois ainda são juízes de 1º Grau.

Obs.: O Corregedor Nacional de Justiça (vinculado ao CNJ) tem

competência para a propositura de processo administrativo disciplinar contra qualquer magistrado que esteja sob a fiscalização do CNJ.

Art. 1º da Resolução 30 CNJ – penas disciplinares:

I – advertência: quando houver negligencia nos deveres

II – censura: se houver reiteração da negligência no cumprimento dosdeveres

III – remoção compulsória: interesse público quando houver 

incompatibilidade com o exercício das funções.

IV – disponibilidade: o magistrado fica sem atuar, sem praticar quaisquer funções jurisdicionais. Obs.: o magistrado continua com as mesmas vedações dosmagistrados no exercício de suas funções (ex: não pode advogar). Obs.: adisponibilidade não pode ser aplicada ao Juiz vitaliciando, pois se for o caso dedisponibilidade, deverá o Juiz ser demitido pelo Tribunal e não posto emdisponibilidade.

V – aposentadoria compulsória, casos de incompatibilidade do exercício dafunção etc. Obs.: é a pena mais grave que pode ser aplicada ao Juiz vitalício. Crítica: oJuiz continua a receber os proventos de aposentadoria. Obs.: É a pena mais grave que seaplica ao magistrado vitalício.

VI – demissão. Obs.: é a pena mais grave ao magistrado não vitalício, ouseja, vitaliciando (aquele que esteja no estágio probatório de 02 anos).

Obs.: Uma vez instaurado o processo administrativo disciplinar não seráautorizada a exoneração a pedido do magistrado nem aposentadoria voluntária. Orecebimento da acusação de PAD suspende o prazo de 02 anos para o vitaliciamento

(art. 13 da Resolução 30).

Obs.: a pena administrativa só pode ser aplicada pelo Pleno do TJ, peloórgão especial do TJ ou pelo Plenário do CNJ.

Uma vez aplicada a penalidade ao magistrado, pode haver a alteração dessa penalidade por decisão judicial? É possível a impetração de MS ao STJ, no caso dedecisão do TJ. Contudo, a pena aplicada pelo órgão competente é ato discricionário doTribunal (STF e STJ). O controle jurisdicional somente fará uma análise que ficaráadstrita à legalidade (em sentido amplo). O que pode acontecer é um pedido de revisãoda pena perante o CNJ.

Antes da prolação do acórdão se manifestam o MP e o Magistrado.

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A punição somente será aplicada para o magistrado com acórdão emmaioria absoluta e não maioria simples.

Prazo para Encerramento do PAD

90 dias prorrogável por mais 90 dias = 180 dias.

Obs.: se a delonga for causada pela defesa, poderá o prazo ser estendido.

Obs.: pode acontecer o afastamento do magistrado preventivamente em casode instauração do PAD, sendo que este afastamento terá o mesmo prazo que o do PAD.

PAD para o Juiz vitaliciando

O PAD somente poderá ser instaurado contra o magistrado vitaliciandodentro do biênio, pois poderá ser demitido por deliberação do Tribunal. Se o PAD for 

instaurado depois do biênio, somente poderá ser penalizado com aposentadoriacompulsória.

Caso uma questão do PAD não esteja disciplinada na Resolução 30 do CNJ,se aplica subsidiariamente ao PAD de magistrados as Lei 8.112/90 e 9.784/90,conforme a própria resolução e o STF.

Segundo o STJ, as regras de prescrição são aquelas previstas na Lei8.112/90. Pena máxima aplicável terá prazo de 05 anos; pena média 02 anos; mínima:180 dias.

STJ:

- pena de advertência: prescreve em 180 dias

- pena de censura: prescreve em 02 anos

- a pena de aposentadoria compulsória: prescreve em 05 anos

O início da contagem do prazo, segundo o STJ, é do conhecimento do fato pela autoridade competente para julgar o PAD (STJ MS 11.902).

O prazo prescricional pode ser interrompido. A instauração do PADinterrompe o prazo prescricional, fazendo com que o prazo volte a contar por inteiro.Pela Lei 8.112 o prazo máximo para o encerramento do PAD será de 140 dias e pelaResolução 30/2007 do CNJ será de 180 dias. Assim, o prazo máximo de interrupção éde 140 dias seguindo a Lei 8.112/90. Para o chefe, a jurisprudência nesse sentido éanterior a resolução.

Sistemas de Controle Interno do Poder Judiciário

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Como se processa a fiscalização interna do Poder Judiciário e como ocorreesse controle.

O próprio Poder Judiciário realiza este controle por meio das Corregedoriase Presidências que promovem a fiscalização interna das justiças. O CNJ promove

controle interno do judiciário, promovendo uma fiscalização dentro dos diversosTribunais.

O Poder Judiciário não pode ser controlado externamente, caso contrário,haveria violação ao princípio da separação dos poderes (CRFB/1988 - art. 2º).

A fiscalização interna se faz por meio das:

a) corregedorias

 b) ouvidorias

c) conselhos superiores

d) CNJ

Corregedorias

A origem das corregedorias está na LOMAN.

As corregedorias existem tanto no âmbito federal quanto estadual. Sãoórgãos de fiscalização, orientação e normatização dos procedimentos no 1º grau de

 jurisdição, salvo no caso da Corregedoria Nacional de Justiça, no âmbito do CNJ.

 No que tange à fiscalização, a corregedoria examina o comportamento dosservidores e magistrados, sempre observando os Princípios que regem a AdministraçãoPública.

 No âmbito de orientação, a corregedoria, para a consecução do interesse público, procura sempre orientar, organizar os trabalhos e condutas etc.

Obs.: ao fiscalizar poderá determinar a correção dos atos e apurar as falhasdisciplinares.

Função normativa das corregedorias:

A CRFB/1988 é a norma fundamental que traz vários dispositivos que tratada atividade de magistrados e servidores como a competência legislativa, padrões deconduta do administrador, administrados (art. 37), funcionamento do Poder Judiciário(art. 93), custas (art. 98).

CPC (Lei federal): traz os procedimentos

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Lei de Organização Judiaria (Lei Estadual): traz disposições sobrefuncionamento das disciplinas por exemplo.

As Corregedorias Gerais de Justiça normatizam de modo residual, de emcaráter administrativo estabelecendo Códigos de Normas ou Normas de Serviço que são

materializadas por meio de Provimento, Instrução ou Portarias.

Em linha geral, o Poder Judiciário tem reputado essa normatividade comorecomendações, no sentido de que se o ato administrativo confrontar com as normassuperiores, não poderá ser aplicado pelo magistrado.

Corregedor-Geral

O Corregedor-Geral de Justiça faz parte do órgão diretivo do Tribunal.

A competência das corregedorias é fixada nos regimentos internos.

O Corregedor-Geral tem mandato de 02 anos, vedada a reeleição.

O corregedor-geral de justiça integra o TRE? Não (LOMAN).

É possível haver dois corregedores haver dois corregedores num mesmoEstado? Sim. A LOMAN estabelece que nos Estados com mais de 100 Comarcas e 200Varas podem ser eleitos até 02 corregedores (art. 102, §2º, LOMAN).

O corregedor desenvolve basicamente atividade de fiscalização. Atosespecíficos de fiscalização: correições e inspeções.

Correições:

a) extraordinárias: o corregedor faz correição extemporaneamente por motivos de interesse público

 b) ordinárias: já estão programadas pelo corregedor.

Inspeção (correição parcial): o corregedor inspeciona determinadas

unidades.

Qual o número de correições? Deve estar disciplinado no regimento internodo tribunal.

A Corregedoria-Geral da Justiça Federal tem outra estrutura: é um órgãointegrante do Conselho de Justiça Federal, que é um órgão de fiscalização da JustiçaFederal no âmbito do STJ (art. 6º, IV, Conselho da Justiça Federal).

O Corregedor-Geral da Justiça Federal é o membro mais antigo do Conselhode Justiça Federal.

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A corregedoria-geral da Justiça Federal é um órgão autônomo, tendoestrutura necessária para fiscalização (art. 14 do Regimento do CJF).

A Corregedoria-Geral da Justiça Federal fiscalizará os 1º e 2º Grau daJustiça Federal.

O Corregedor-Geral da Justiça Federal preside a TNU (art. 18 do Regimentodo CJF).

Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho: a sua estrutura está prevista noregimento interno do TST. Também é um órgão de fiscalização, disciplina e orientaçãoda Justiça do Trabalho. O Corregedor-Geral será Ministro togado do TST, eleitoconjuntamente com o Presidente e o Vice para mandato de 02 anos. Tem competênciana 1ª e 2ª instancias. Qual o recurso cabível das decisões do Corregedor? Art. 40 doRegimento Interno do TST: caberá agravo regimental para o órgão especial.

Ouvidorias(***)

Órgão, Canal de comunicação direta entre o cidadão e o Poder Judiciário.  Não apura falta administrativa, apenas encaminha o caso a Corregedoria Geral deJustiça ou para outro órgão se ano for falta funcional. Está articulada com as Ouvidoriasde todo pais, pois todos os Tribunais estão obrigados a ter ouvidorias comindependência, autonomia. Sua competência esta dentro do art. 41 do RICNJ. AOuvidoria é um ambudsmen.

Resolução 103 do CNJ.

A Corregedoria tem finalidades precípuas de fiscalização, orientação enormatização.

A Ouvidoria, ao contrário da corregedoria, tem o caráter de comunicação. Éum veículo mais aproximado da população para prestar esclarecimentos.

CRFB/1988 Art. 103-B, §7º: é a origem das Ouvidorias. A CRFB/1988estabeleceu que haverá criação de Ouvidorias. O Regimento interno cria a existência doórgão e o CNJ pelo seu Regimento Interno instalou essas Ouvidorias e pela Resolução103 disciplina tais órgãos.

Segundo o Regimento Interno do CNJ as Ouvidorias são órgãos autônomosdos Estados.

Quem coordena as ouvidorias? Conselho do CNJ eleito pelo plenário. Obs.:nos Estados o Ouvidor será um magistrado eleito pelo TJ

Meios de Acesso as Ouvidorias:

- pessoalmente

- por carta

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- por telefone

- por meio de formulário eletrônico

Art. 7º, RICNJ: hipóteses em que não se admite reclamação:

- quando o assunto for matéria do plenário do CNJ ou da Corregedoria-Geral de Justiça.

- notícia de fatos que constituem crime, tendo em vista a competência doMP.

- críticas ou notícias anônimas.

Prazo de exercício das funções de Ouvidor: 01 ano, mas a letra da Lei trazuma dúvida, pois diz que é admitida a recondução. É preferível entender que se trata de

01 ano prorrogável por mais 01 ano.

Conselhos Superiores

Conselho de magistratura

Conselho Superior da Justiça federal

Conselho Superior da Justiça do Trabalho

O Conselho da Magistratura é órgão instituído pelos Tribunais Estaduaisque se superpõe à Corregedoria-Geral de Justiça, podendo em alguns casos previstosrever as funções deste. Tem função fiscalizadora e disciplinar podendo aplicar punições.

LOMAN art. 104: trata do Conselho da Magistratura.

Os juízes pratica atos de fiscalização, disciplina, (pratica atosadministrativos impróprios), pratica atos normativos impróprios e destes atos poderácaber recurso a corregedoria Geral de Justiça para rever tais atos, podendo o corregedor de oficio anular atos incovenientes ou inoportunos mediante provocação ou previsão doRegimento Interno. Há um controle hierárquico.

Poderá haver recurso administrativo ao Conselho da Magistratura que viarecursal poderá exercer o controle hierárquico-administrativo da Corregedoria Geral deJustiça.

O Órgão Especial e o Pleno também exercem controle hierárquicoadministrativo sobre o Conselho da Magistratura.

E o CNJ exerce o controle hierárquico-administrativo sobre o órgão especiale o pleno.

Conselho da Justiça Federal

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Obs.: Decisões têm efeito vinculante

CRFB/1988 - art. 105, parágrafo único.

Funciona perante o STJ.

Faz a supervisão orçamentária e administrativa da Justiça Federal em 1º e 2ºGraus.

Deve ser considerado como órgão central do sistema.

Possui poderes correcionais.

As suas decisões têm efeito vinculante.

Composição: Presidente e Vice do STJ; 03 Ministros Eleitos dentre

integrantes do STJ; Presidentes dos TRFs.

Estrutura: art. 6º do RICJF

- Plenário

- Presidência

- Conselheiros

- Corregedoria-Geral da JF

- Centros de Estudos Judiciários

- TNU

- Secretaria

Conselho Superior da Justiça do Trabalho

Decisões têm efeito vinculante.

Criado pela EC 45

CRFB/1988 - art. 111-A, §2º, II

Tem os mesmos contornos do CJF

Composição (RISTJ):

- Presidente e Vice do TST

- Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho

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- 03 Ministros do TST eleitos pelo pleno

- 05 Presidentes de TRTs eleitos por região geográfico.

Conselho Nacional de Justiça

EC 45/2004

Instalação do CNJ: 14.06.2005

Sede: Brasília, anexo II do STF

Concebido como órgão de controle do judiciário em âmbito nacional.Países que adotaram modelo semelhante ao CNJ: Constituições da Italiana

1947, França de 1958, Grécia 1975, Portugal de 1976; Espanha de 1978. Adotarammodelo centralizado de controle do Poder Judiciário.

 Não adotam o modelo do CNJ: Alemanha; Áustria; Bélgica; Dinamarca;Grã-Bretanha; Holanda; Suécia; EUA (controle político popular, pois juízes são eleitose submetidos a impeachment.

O CNJ é uma reminiscência do Conselho Nacional da Magistratura criado pela EC 01/1969 que não foi recepcionado pela CRFB/1988.

Para o STF é inconstitucional a criação de órgãos externos de controle doPoder Judiciário em âmbito estadual (Súmula 649).

O CNJ seria um órgão externo de controle do Poder Judiciário a nívelfederal? STF reconheceu a constitucionalidade do CNJ na ADI 3.367 ao fundamento deque o CNJ foi inserido como órgão do Poder Judiciário na CRFB/1988 - art. 92, II, “a”.É órgão de controle interno do Poder Judiciário e não dos Tribunais. Está acima dosTribunais. Não é órgão interno dos Tribunais.

É o STF o órgão de superposição máximo do Poder Judiciário, de forma queo CNJ é órgão subalterno do STF. O Presidente do STF será o Presidente do CNJ. Daí oCNJ não tem competência para controlar atos do STF.

São instrumentos de controle dos atos do CNJ: ADI, ADC, MS, AçãoOrdinária.

O CNJ não pratica ato jurisdicional, mas apenas administrativo.

Embora os constitucionalistas considerem discutível a possibilidade de ADIcontra ato administrativo, o STF já permitiu ADI contra atos administrativos de caráter abstrato e genérico.

Ex: Resolução 07 do CNJ que trata do nepotismo foi objeto de controle deconstitucionalidade e foi considerada constitucional.

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O STF disse ser possível o controle de Legalidade, moralidade erazoabilidade, ficando intactos o mérito dos atos administrativos do CNJ.

ADI 3367 – O CNJ não exerce atividade jurisdicional. O que ocorre quandouma matéria administrativa é jurisdicionalizada via MS ou outra ação judicial? O CNJ

não analisará pois estará inviabilizada a apreciação com a jurisdicionalização.

Redação Primitiva do art. 106 do RICNJ: as decisões judiciais quecontrariarem as decisões do CNJ não produzirão efeitos em relação a estas, salvo se

 proferidas pelo STF. Redação atual do dispositivo diz em suma que se a competência para rever os atos do CNJ é do STF a decisão do CNJ deve ser cumprida pois temefeitos vinculantes até que o STF a desconstitua.

O CNJ pode rever os atos dos demais Tribunais, podendo fazer o controleadministrativo e financeiro dos Tribunais. Obs.: não pode invadir o mérito do atoadministrativo dos Tribunais, mas pode fazer o controle de legalidade, moralidade,

razoabilidade sob pena de ferir a autonomia dos Tribunais e cometer uma infraçãoconstitucional.

Exceção: o CNJ pode invadir o mérito em casos de falta disciplinar, poisdentro do prazo de 01 ano o CNJ pode rever estes casos, podendo aplicar pena diversada aplicada.

Ver ainda:

CRFB/1988 - art. 103-B

EC 61/09 que alterou o CRFB/1988 - art. 103-B, §1º: atualmente o CNJ será presidido pelo Presidente do STF e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice presidente do STF. O Presidente do STF não é mais dispensado das distribuições dos processos do Tribunal. o presidente o STF é membro nato do STF. o membro do STJ édispensado das distribuições de seus processos no Tribunal de origem.

Código de Ética da Magistratura Nacional

É indispensável porque há certas condutas dos magistrados que estão entre alegalidade e a imoralidade.

Moral: é o conjunto de valores de uma determinada sociedade oucomunidade. É setorizada, dependendo da comunidade onde se vive.

Rogério Greco: a ética do magistrado é mais rigorosa do que a do cidadãocomum.

O Código de Ética da magistratura procurou estratificar essescomportamentos éticos.

Art. 1º

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Art. 1º O exercício da magistratura exige conduta compatível com os preceitos deste Código e do Estatuto da Magistratura, norteando-se pelos princípios daindependência, da imparcialidade, do conhecimento e capacitação, da cortesia, datransparência, do segredo profissional, da prudência, da diligência, da integridade

 profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro.

Art. 16. O magistrado deve comportar-se na vida privada de modo adignificar a função, cônscio de que o exercício da atividade jurisdicional impõerestrições e exigências pessoais distintas das acometidas aos cidadãos em geral.

Qual a vinculação do magistrado ao código de ética? O Código de éticasujeita os magistrados a punições caso estes se desviem dos compromissos éticos secomprometendo os magistrados a seguir a CRFB/1988, a LOMAN e as Leis Federais.Os postulados do código de ética são decorrentes dos comandos constitucionais e tipos

 previstos na legislação.

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