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Eugénio de andrade

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Page 1: Eugénio de andrade

Escola Secundária Júlio Dantas

Recolha de poemas

De

Ruben

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Introdução

Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Português, com o principal objectivo de recolher cinco poemas de autores portugueses, três poemas de autores de expressão portuguesa e dois poemas de autores estrangeiros traduzidos.

Depois de realizada a recolha é necessário fazer uma pequena reflexão sobre a escolha, dos autores e dos poemas para o nosso trabalho. Para além disso, também é necessário fazer

uma pequena reflexão sobre a temática dos poemas escolhidos.

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De

Autores

Portugueses

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Eugénio de Andrade [José Font inhas] - Póvoa de Atala ia (Fundão), 1923-2005

É urgente o amor.É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,ódio, solidão e crueldade,alguns lamentos,muitas espadas.

É urgente inventar alegria,multiplicar os beijos, as searas,é urgente descobrir rosas e riose manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luzimpura, até doer.É urgente o amor, é urgentepermanecer.

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Florbela de Alma Conce ição Espanca [1894-1930]

Ser Poeta

Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma e sangue e vida em mim E dizê-lo cantando a toda gente!

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

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José de Sousa Saramago ·[1922 - 2010]

Não me Peçam Razões...

Não me peçam razões, que não as tenho, Ou darei quantas queiram: bem sabemos Que razões são palavras, todas nascem Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda A força de maré que me enche o peito, Este estar mal no mundo e nesta lei: Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe, Deste modo de amar e destruir: Quando a noite é de mais é que amanhece A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

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Sophia de Mello Breyner Andresen

[1919 -2004]

Porque

Porque os outros se mascaram mas tu nãoPorque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão. Porque os outros têm medo mas tu não. Porque os outros são os túmulos caiadosOnde germina calada a podridão.Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendemE os seus gestos dão sempre dividendo.Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigosE tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu não.

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Luís Vaz de Camões[1524 -1580]

Alma minha gentil, que te partiste

Alma minha gentil, que te partisteTão cedo desta vida, descontente,Repousa lá no Céu eternamenteE viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,Memória desta vida se consente,Não te esqueças daquele amor ardenteQue já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-teAlgu~a cousa a dor que me ficouDa mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,Que tão cedo de cá me leve a ver-te,Quão cedo de meus olhos te levou.

Luís de Camões

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Poesia

De

Expressão

Portuguesa

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Agostinho Neto

Ango la (1922 -1979)

Noi te

Eu vivonos bairros escuros do mundosem luz nem vida.

Vou pelas ruasàs apalpadelasencostado aos meus informes sonhostropeçando na escravidãoao meu desejo de ser.

São bairros de escravosmundos de misériabairros escuros.

Onde as vontades se diluírame os homens se confundiramcom as coisas.

Ando aos trambolhõespelas ruas sem luzdesconhecidaspejadas de mística e terrorde braço dado com fantasmas.

Também a noite é escura.

(Sagrada esperança)

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Alda Espír ito Santo

São Tomé e Príncipe

Ilha nua

Coqueiros e palmares da Terra Natal Mar azul das ilhas perdidas na conjuntura dos séculos Vegetação densa no horizonte imenso dos nossos sonhos. Verdura, oceano, calor tropical Gritando a sede imensa do salgado mar No deserto paradoxal das praias humanas Sedentas de espaço e de vida Nos cantos amargos do ossobô1 Anunciando o cair das chuvas Varrendo de rijo a terra calcinada Saturada do calor ardente Mas faminta da irradiação humana Ilhas paradoxais do Sul do Sará Os desertos humanos clamam Na floresta virgem Dos teus destinos sem planuras...

(É nosso o solo sagrado da terra)

1 - 0ssobô: ave de belas cores, cujo canto, segundo a tradição, anuncia chuva. Tem ainda a força mítica que o associa a regiões paradisíacas.

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Mia Couto (Moçambique)

Raiz de Orvalho Sou agora menos eue os sonhosque sonhara terem outros leitos despertaram Quem me dera aconteceressa mortede que não se morree para um outro frutome tentar seiva ascendendoporque perdi a audáciado meu próprio destinosoltei ânsiado meu próprio delírioe agora sintotudo o que os outros sentemsofro do que eles não sofremanoiteço na sua lonjurae vivendo na vidaque deles desertouofereço o marque em mim se abreà viagem mil vezes adiada De quando em quandome percona procura a raiz do orvalhoe se de mim me desencontrofoi porque de todos os homensse tornaram todas as coisascomo se todas elas fossemo eco as mãosa casa dos gestoscomo se todas as coisasme olhassemcom os olhos de todos os homens Assim me debruçona janela do poema

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escolho a minha própria neblinae permito-me ouviro leve respirar dos objectossepultados em silêncioe eu invento o que escrevoescrevendo para me inventare tudo me adormeceporque tudo despertaa secreta voz da infância Amam-me demasiadoas cosias de que me lembroe eu entrego-mecomo se me furtasseà sonolenta caríciadesse corpo que faço nascerdos versosa que livremente me condeno

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Autores

Estrangeiros

Traduzidos

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William Shakespeare Inglaterra[1564-1616] Dramaturgo/Poeta/Actor/Compositor

A Minha Ausênc ia de Ti

Foi tal e qual o inverno a minha ausência de ti, prazer dum ano fugitivo: dias nocturnos, gelos, inclemência; que nudez de Dezembro o frio vivo. E esse tempo de exílio era o do verão; era a excessiva gravidez do Outono com a volúpia de Maio em cada grão: um seio viúvo, sem senhor nem dono. Essa posteridade em seu esplendor uma esperança de órfãos me parecia: contigo ausente, o verão teu servidor emudeceu as aves todo o dia. Ou tanto as deprimiu, que a folha arfava e no temor do inverno desmaiava.

William Shakespeare, in "Sonetos" Tradução de Carlos de Oliveira

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Pablo Neruda

Chile [1904-1973] Poeta

O Pai Terra de semente inculta e bravia, terra onde não há esteiros ou caminhos, sob o sol minha vida se alonga e estremece.

Pai, nada podem teus olhos doces, como nada puderam as estrelas que me abrasam os olhos e as faces.

Escureceu-me a vista o mal de amor e na doce fonte do meu sonho outra fonte tremida se reflecte.

Depois... Pergunta a Deus porque me deram o que me deram e porque depois conheci a solidão do céu e da terra.

Olha, minha juventude foi um puro botão que ficou por rebentar e perde a sua doçura de seiva e de sangue.

O sol que cai e cai eternamente cansou-se de a beijar... E o outono. Pai, nada podem teus olhos doces.

Escutarei de noite as tuas palavras: ... menino, meu menino...

E na noite imensa com as feridas de ambos seguirei.

Pablo Neruda, in "Crepusculário" Tradução de Rui Lage

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Reflexão sobre esco lha dos poetas, poemas e suas temát i cas

Para fazer uma selecção dos poetas portugueses que deveriam fazer parte do meu trabalho de Português, comecei por seleccionar os que conhecia ou já tinha ouvido falar.

Comecei por fazer uma busca geral na internet sobre os poetas portugueses e ler alguns dos seus poemas, pois só assim tive uma maior percepção das suas obras e se gostava ou não de algum poema em particular.

Para começar, tive a certeza que Camões teria de fazer parte do meu trabalho, uma vez que estamos a estudá-lo na aula de Português e já estou mais familiarizado com a sua escrita e com os temas por ele desenvolvidos. De todos os poemas de Camões escolhi um poema que fala sobre amor, mais propriamente sobre a saudade, pois neste poema, o poeta fala da morte da sua amada: “Alma minha gentil que te partiste

O poema é constituído por quatro estrofes, duas quadras e dois tercetos. As duas quadras apresentam rima interpolada e emparelhada e os dois tercetos rima cruzada.A primeira estrofe introduz a situação dos amados. Logo no início do poema, o sujeito poético invoca a sua amada emocionadamente através da designação amorosa “alma minha gentil”, dando-nos a conhecer que o poema é dedicado a uma pessoa que ele ama com alma.

Na estrofe seguinte, o sujeito poético faz um pedido para a sua amada não o esquecer. Ele suplica para que no céu as pessoas vindas da terra continuem a ter a memória do que se passou com eles quando estavam na terra, para que a sua amada não se esqueça “...daquele amor ardente / Que já nos olhos meus tão puro viste” (es2,vs3-4).

O terceto que vem a seguir diz exactamente como ele ficou depois de ela ter morrido – doloroso, magoado e sem remédio. Na última estrofe do poema, o sujeito poético pede a sua amada para pedir a Deus para que ele morra também mais cedo, para poder ver a sua amada. Finalmente, o sujeito poético não se esqueceu de relembrar outra vez a insatisfação que sente pelo facto de o destino ter levado a vida da sua amada demasiado depressa

Escolhi este poema, pois é bastante conhecido, muito profundo e porque é bastante triste e melancólico.

Depois, pensei que também seria positivo ter o nome de um escritor português que fosse reconhecido mundialmente, e o único nome que me veio à cabeça foi o nosso prémio Nobel da literatura José Saramago. Seria uma óptima forma de o homenagear, no entanto pensei que da sua obra não faria parte poemas. Enganei-me, pois embora os seus poemas não sejam muito conhecidos, ele publicou alguns e eu escolhi um que achei que se identificava mais comigo: “Não me peçam razões”.Poema que foi usado por Luís Cília, em 1969,para ser uma música do seu álbum.

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Este poema é composto por três estrofes de quatro versos e diz-nos que nem todas as nossas acções têm que ter justificação, simplesmente acontecem, ou então, têm justificação mas são só palavras, e estas nem sempre dizem a verdade, são só hipocrisias. Assim, este é um poema que expressa crítica à desvalorização da essência da vida.

Escolhi este poema pois faz-nos pensar bastante sobre as razões dos acontecimentos da nossa vida. É um poema muito bonito e inspirador.

A escolha do terceiro poema foi feita devido a uma música do Luís Represas. É uma música já antiga, mas que continua a fazer parte do seu reportório e é bastante conhecida. Esta música foi adaptada do poema de Florbela de Alma Conceição Espanca e é intitulada de “Ser poeta”.

O poema Ser poeta, apresenta a preocupação quanto ao sentido da existência, e o próprio título parece indiciar e sintetizar o que a figura do poeta representa:

Logo na primeira estrofe, percebemos a superioridade decorrente do fato de se ser poeta.

Na segunda estrofe, notamos a grandeza do poeta quando o eu-lírico diz ter o esplendor de mil desejos, porém sem nem saber ao certo o que é desejado. Este esplendor confere a superação de sua condição humana. Além de o poeta irradiar luz própria, identifica-se com a figura do condor, que tem como principais características o seu voar mais alto e a sua solidão:

A questão da grandeza é novamente focada no último verso da terceira estrofe. Neste caso, há a presença de uma espécie de grito poético, em que o sujeito lírico afirma que ser poeta é sintetizar o mundo num só grito, alcançando, assim, a totalidade da expressão. No último terceto, o verso "é seres alma, e sangue, e vida em mim “representa a união do espírito e do corpo, sobressaindo a totalidade do sentir e do viver.

Escolhi este poema, primeiro devido à música e depois porque tem uma letra bastante bonita.

A minha outra escolha recaiu sobre uma poetisa e escritora portuguesa bastante conhecida, que viveu em Lagos durante muito tempo: Sophia de Mello Breyner Anderson. O poema escolhido foi “Porque”.

Este poema é constituído por 13 versos agrupados por uma quadra e três tercetos.

O esquema rimático é abaa/caa/dea/ffa, sendo a rima cruzada, emparelhada e um verso branco na quadra; um verso solto e rima emparelhada no primeiro terceto, três versos brancos na estrofe a seguir e rima interpolada e um verso branco na última estrofe.

Se salientar, a repetição anafórica da conjunção subordinada causal «porque» que, ao longo de todo o poema, serve para comparar o «tu» com os “outros”, sendo que o “eu” poético vê este “tu” como alguém que faz o que é certo, mas não tem medo de arriscar. Por isso considero que o poema se desenvolve todo à volta da distinção que o sujeito poético faz entre o “tu” e “os outros”.

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Este é um poema sobre os problemas da sociedade uma vez que “os outros” se mascaram para se esconder, se vendem e se compram porque só assim podem conseguir alguma coisa na vida, e, calculistas, vão à sombra dos abrigos porque têm medo que lhes aconteça alguma coisa. E é assim que o “tu” se destaca. Este “tu” faz o contrário dos outros porque quer alterar a sociedade, ou então apenas ser diferente e não cometer os mesmos erros que “os outros” comete(ra)m.

O sujeito poético admira este “tu” porque ele se destaca, preza este “tu” pela maneira dele ser, pelas decisões que toma e p elas suas acções, porque é diferente de todos os outros.

Escolhi este poema porque este fala de alguém que é diferente dos outros e não tem medo de o ser, e isso é muito difícil de encontrar, pois quase toda a gente tem uma imagem pré concebida de como deve ser e de como se deve comportar na sociedade. Este é um tema bastante actual.

Por fim, o último contemplado foi o poeta Eugénio de Andrade, com o seu famosíssimo poema “É urgente”.

Neste poema o sujeito poético lança um apelo a toda a humanidade. É logo a partir do título que ele nos atira um grito urgente em que reclama a harmonia. Esse grito percorre todo o poema: além da repetição do vocábulo "urgente”.

Há ainda, outras expressões que remetem para a necessidade de fazer prevalecer o amor sobre a humanidade: "um barco no mar", a sugerir a salvação, uma vez que esse sentimento também pode salvar o Homem da destruição iminente

Há, todavia, muitos elementos que sugerem a oposição ao amor e que, por isso, é preciso destruir, destacando-se o "ódio / solidão e crueldade / alguns lamentos / muitas espadas", "o silêncio", a "luz impura". De facto, a negatividade que envolve este vocabulário serve para destacar a vantagem da sobreposição do amor, em detrimento destes aspectos negativos que ameaçam o mundo Eugénio de Andrade utiliza uma linguagem rica e variada, seleccionando o vocabulário que lhe permite transmitir o seu apelo e as razões por que o faz. Serve-se, também, de um conjunto de recursos de estilo que servem a sua intencionalidade: a anáfora e as repetições, a traduzir a insistência do apelo ("É urgente o amor. / É urgente um barco no mar. / É urgente destruir certas palavras";"É urgente o amor, é urgente permanecer".); as antíteses, para apresentar duas realidades distintas e permitir a opção pela mais benéfica para a humanidade (destruir / inventar; descobrir / permanecer); as hipérboles, usadas primeiramente como forma de acentuar a destruição e depois para acentuar a urgência do amor ("É urgente destruir / certas palavras, / ódio, solidão e crueldade, / alguns lamentos, / muitas espadas"; " É urgente inventar alegria, / multiplicar os beijos, as searas, / é urgente descobrir rosas e rios / e manhãs claras."). Concluindo, poder-se-á afirmar que todos os processos usados pelo poeta concorrem para clarificar a mensagem que o poema encerra: sem amor não há futuro nem harmonia no mundo.

As rimas são alternadas: a-c, b-d nas quadras e a-c-b; b-a-c nos tercetos. Os versos são alexandrinos.

Escolhi este poema pela sua beleza e pela sua urgência em que se faça algo pelo amor. É um poema muito belo, tal como todos os que fazem parte da minha selecção. Acho que um dos aspectos preponderantes

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para esta escolha, foi o facto de os poemas ou os poetas serem conhecidos, uma vez que o meu conhecimento sobre poesia é muito reduzido.

A selecção dos poemas de poetas de expressão portuguesa foi muito mais complexa, uma vez que o conhecimento sobre estes poetas é quase nulo. Na minha selecção cingi-me a autores de países africanos e o único de quem já tinha ouvido falar foi Mia Couto e por isso vou começar a minha exposição por ele. O poema escolhido foi “Raiz de orvalho”. O poema “Raiz de orvalho” dá título ao livro de Mia Couto que foi publicado pela primeira vez em 1983.No poema “Raiz de orvalho”, Mia Couto comove com a beleza das imagens, da música doce e profunda dos vocábulos, das cores profundas e intensas das emoções. Esta é uma poesia singular, de alegria, de desespero e de amor, de solidariedade e humildade.

Agostinho Neto foi o outro poeta de expressão portuguesa escolhido para o meu trabalho. Este é um poeta de Angola e o poema escolhido foi “Noite”.

Este é um poema muito simples, com um vocabulário elementar e que fala sobre a realidade dos africanos, Neste poema há um antagonismo entre o negro da noite e a cor dos africanos. Também há uma referência à escravidão, dor e miséria característicos deste povo tão sofrido.

Por fim, de São Tomé e Príncipe escolhi a poetisa Alda Espírito Santo, com o poema “Ilha Nua”.

Este poema é uma descrição da ilha de São Tomé e Príncipe, fala das praias sedentas de pessoas, da miséria, da vegetação e do mar, é um poema de fácil percepção e de vocabulário simples.

A escolha destes poemas foi por serem os que mais gostei de entre os autores de expressão portuguesa, o facto de serem todos africanos tem a ver com o facto de ser uma literatura pouco conhecida e estudada no nosso país.

O último grupo de selecção, era os poemas dos autores estrangeiros traduzidos. Devo confessar que pensei que fosse o grupo mais difícil, mas acabou por ser mais fácil. Isto porque me lembrei do nome William Shakespeare e fui ver se tinha alguns poemas ou obras traduzidas para português e acabei por constatar que quase toda a sua obra está traduzida. O mais difícil foi escolher…

O poema escolhido de Shakespeare foi “A minha ausência de ti” e este é um poema composto por uma estrofe de catorze versos, com rima cruzada em todos os versos, excepto nos últimos dois em que a rima é emparelhada.

O tema deste poema fala sobre a ausência da amada e das consequências que essa ausência provoca no sujeito poético. O facto da amada não estar presente faz com que os dias sejam comparados com o frio do Inverno.

Em suma, este poema fala da saudade de alguém que amamos