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1 ÍNDICE INTRODUÇÃO........................................................2 RESUMO................................................................5 1. OS EUROPEUS E A POUPANÇA DE ENERGIA ......7 1.1 Comportamento individual..............................7 1.2 Medidas para reduzir as facturas de energia................................................................13 2. A INFLUÊNCIA DAS TARIFAS ENERGÉTICAS NA LUTA CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL ...............................................................19 3. AS OPINIÕES DOS EUROPEUS SOBRE UMA POLÍTICA COMUM DA ENERGIA...........................24 3.1 O objectivo da União Europeia ......................24 3.2 As principais vantagens de uma rede energética europeia integrada ...........................27 3.3 A criação de uma Comunidade Europeia da Energia...............................................................31 CONCLUSÃO........................................................35 Eurobaromètre Spécial

Eurobaromètre Spécial / Vague 75.1 ÍNDICE INTRODUÇÃO 2 ... · economia da UE na sua globalidade. Nessa conformidade, as instituições ... média é ponderada de modo a reflectir

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1

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................2 RESUMO................................................................5 1. OS EUROPEUS E A POUPANÇA DE ENERGIA ......7 1.1 Comportamento individual..............................7 1.2 Medidas para reduzir as facturas de energia................................................................13 2. A INFLUÊNCIA DAS TARIFAS ENERGÉTICAS NA LUTA CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL ...............................................................19 3. AS OPINIÕES DOS EUROPEUS SOBRE UMA POLÍTICA COMUM DA ENERGIA...........................24 3.1 O objectivo da União Europeia ......................24 3.2 As principais vantagens de uma rede energética europeia integrada ...........................27 3.3 A criação de uma Comunidade Europeia da Energia...............................................................31 CONCLUSÃO........................................................35

Eur

obar

omèt

re S

péci

al /

Vag

ue 7

5.1

2

INTRODUÇÃO

A energia desempenha um papel essencial na vida da União Europeia, pois afecta

não só o quotidiano e o bem-estar dos cidadãos europeus, mas também a

economia da UE na sua globalidade. Nessa conformidade, as instituições

europeias decidiram consagrar uma atenção especial às questões energéticas no

âmbito da estratégia de crescimento da UE para a próxima década, denominada

estratégia "Europa 2020". Esta estratégia compreende diversos objectivos relacionados com energia1, nomeadamente uma meta de redução a nível interno

dos gases com efeito de estufa, uma meta de utilização eficiente dos recursos e

uma meta de redução do consumo de energia.

A resolução das questões energéticas em prol do futuro da União Europeia e dos

seus 500 milhões de cidadãos é ainda mais essencial quando se tem em conta os

alargamentos da UE que se desenham no horizonte e que irão exacerbar os

problemas que a União já enfrenta para fazer face ao desafio energético: alguns

dos novos Estados-Membros terão não só infra-estruturas energéticas obsoletas,

mas também sectores de energia menos competitivos.

Além disso, a situação que se vive nos países do Médio Oriente e do Magrebe

suscita preocupações em torno do aprovisionamento energético à União Europeia:

a Líbia, por exemplo, fornece cerca de 10% do petróleo e 3% do gás da UE, mas

20% do petróleo da Itália.

Neste contexto, o Parlamento Europeu encomendou o presente inquérito

Eurobarómetro a fim de proceder a uma análise profunda da opinião pública

europeia sobre questões relacionadas com a energia.

Importa referir que o trabalho de campo para o presente inquérito Eurobarómetro

decorreu entre o final de Fevereiro e o início de Março de 2011, antes da

catástrofe de Fukushima. O presente Eurobarómetro foi encomendado pela

Direcção-Geral da Comunicação do Parlamento Europeu. O trabalho de campo foi

realizado pela TNS Opinion & Social: foram entrevistados frente-a-frente 26 836

cidadãos europeus com idade igual ou superior a 15 anos, pelos entrevistadores

da rede da TNS Opinion & Social (o entrevistador fez as perguntas no domicílio do

inquirido). A metodologia utilizada é a das sondagens normalizadas do

Eurobarómetro da Direcção-Geral da Comunicação do Parlamento Europeu

("Unidade de Acompanhamento da Opinião Pública"). Encontra-se anexada ao

presente relatório uma nota técnica relativa às entrevistas conduzidas pelos

institutos da rede da TNS Opinion & Social. O presente relatório especifica a

metodologia utilizada nestas entrevistas, bem como os intervalos de confiança.

O inquérito abrange os 27 Estados-Membros e faz parte da vaga EB 75.1. É

1 http://www.europarl.europa.eu/oeil/file.jsp?id=5844842&noticeType=null&language=en

3

composto por perguntas novas, incluindo também uma pergunta já formulada no

inquérito Eurobarómetro realizado em Abril-Maio de 20062, o que nos permite

medir as eventuais evoluções registadas.

A análise geral e as análises sociodemográficas baseiam-se nos resultados da

UE27, ou seja, a média dos resultados dos vinte e sete Estados-Membros. Esta

média é ponderada de modo a reflectir a população real de cada Estado-Membro.

Acrescentámos igualmente um comentário breve acerca da forma como as

respostas variam de acordo com um conjunto de características

sociodemográficas dos inquiridos (género, idade, etc.), e alguns indicadores de

outra natureza, como por exemplo dificuldades em pagar as contas.

O sítio Internet dos inquéritos Eurobarómetro do Parlamento Europeu pode ser consultado no seguinte endereço:

http://www.europarl.europa.eu/parliament/public/staticDisplay.do?language=EN&id=40

Aproveitamos esta oportunidade para agradecer a todos os entrevistados, nos

vários países da Europa, que concederam o seu tempo a este inquérito. Sem a sua participação activa, o presente estudo não teria sido possível.

2 http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_262_en.pdf

4

Nota

No presente relatório, os países são referidos pela sua abreviatura oficial.

ABREVIATURAS

UE27 União Europeia (27 Estados-Membros) NS Não sabe

BE Bélgica CZ República Checa BG Bulgária DK Dinamarca DE Alemanha EE Estónia EL Grécia ES Espanha FR França IE Irlanda IT Itália CY República de Chipre LT Lituânia LV Letónia LU Luxemburgo HU Hungria MT Malta NL Países Baixos AT Áustria PL Polónia PT Portugal RO Roménia SI Eslovénia SK Eslováquia FI Finlândia SE Suécia UK Reino Unido

*****

5

RESUMO

As principais ilações do presente inquérito Eurobarómetro sobre energia são as

seguintes:

- Durante o último ano, mais de oito em cada dez europeus alteraram o

seu comportamento de forma a reduzir o consumo de energia.

Apenas 17% não adoptaram quaisquer medidas de poupança de energia,

uma redução de 4 pontos desde Abril de 2006.

- Para economizar energia, os europeus evidenciam uma preferência

clara por medidas destituídas de impacto financeiro: mais de

metade cortaram na iluminação e na utilização de electrodomésticos

(55%) e mais de quatro em cada dez cortaram no aquecimento e/ou no ar

condicionado (43%).

- A instalação generalizada de contadores inteligentes é considerada

a melhor forma de reduzir a factura da energia, citada por 47% dos

europeus. As outras medidas que poderão contribuir para a redução da

factura da energia são os incentivos fiscais para as pessoas que aumentem

a eficiência energética das suas casas (40%), seguida de perto pela

concorrência entre fornecedores de energia (36%). Referida com menor

frequência (23%) foi a simplificação das facturas de energia, de modo a

torná-las mais fáceis de compreender.

- Mais de seis em cada dez europeus consideram que a introdução de

uma política de tarifas energéticas específicas para pessoas em

situação de risco poderia ajudá-las a evitar a pobreza e a exclusão social

(62%). A maioria dos inquiridos em 23 dos 27 Estados-Membros considera

que uma diminuição dos preços da energia teria um impacto positivo na

luta contra a pobreza e a exclusão social.

- Oito em cada dez europeus querem que o objectivo de redução do

consumo de energia em 20% até 2020 seja tornado obrigatório para

os 27 Estados-Membros da União Europeia. Esta opinião é partilhada por

uma vasta maioria de inquiridos em todos os Estados-Membros.

- Os europeus consideram que as principais vantagens de uma futura rede

energética europeia integrada, preconizada pelo Parlamento Europeu,

seriam a diminuição do custo da energia (59%) e uma melhor utilização

dos diferentes tipos de energia, designadamente as energias renováveis

(47%).

6

- Mais de três quartos dos europeus concordam em que a criação de

uma Comunidade Europeia da Energia aumentaria a influência

internacional da União Europeia em questões energéticas.

7

1. OS EUROPEUS E A POUPANÇA DE ENERGIA

Para se atingir algumas das metas da estratégia Europa 2020, em particular a

redução das emissões de gases com efeito de estufa em 20% do seu nível de

1990 até 2020, é necessário poupar energia; e, neste ponto, os cidadãos podem

dar o seu contributo através da alteração de comportamentos.

1.1 Comportamento individual [QA16]3

- Uma vasta maioria de europeus tomou medidas para poupar energia -

Começámos por perguntar aos europeus o que têm feito a nível individual para

reduzir o seu consumo de energia.

Durante o último ano, mais de oito em cada dez europeus adaptaram o seu

comportamento de forma a reduzir o consumo de energia. Apenas 17% não

adoptaram quaisquer medidas de poupança de energia.

- Para economizar energia, os europeus evidenciam uma preferência clara

por medidas destituídas de impacto financeiro: mais de metade

cortaram na iluminação e na utilização de electrodomésticos (55%)

e mais de quatro em cada dez cortaram no aquecimento e/ou no ar

condicionado (43%).

3 QA16 No último ano, realizou alguma das acções a seguir enunciadas para poupar energia?

8

- As outras medidas propostas, mais onerosas ou mais restritivas,

foram referidas com muito menos frequência: 19% dos inquiridos

isolaram as suas casas, o que representa um custo. Uma pequena

percentagem de europeus modificou os seus hábitos de mobilidade: 19%

utilizaram menos o automóvel, 14% utilizaram mais os transportes

públicos e 12% reduziram a velocidade de circulação. Porém, apenas

6% dos europeus trocaram o automóvel por um com menor consumo

de combustível. Por último, 7% dos europeus tomaram iniciativas

para poupar energia no trabalho.

Há a registar algumas alterações desde que esta pergunta foi efectuada pela

primeira vez, em Abril-Maio de 2006, mas, no cômputo geral os dados são

relativamente estáveis. Verificou-se uma subida de 7 pontos nas referências

feitas à medida citada com maior frequência, cortar na iluminação e na

utilização de electrodomésticos, enquanto a percentagem de inquiridos que

optaram por reduzir a velocidade de circulação caiu de forma significativa

(12% ou -4 pontos). A outra alteração evidente é o declínio da percentagem de

inquiridos que nada fez para economizar energia (de 21% para 17%): parece ter

aumentado a consciencialização da necessidade de poupar.

Variações entre Estados-Membros

Uma análise preliminar por grupos de países revela diferenças de

comportamento entre os Estados-Membros da UE pré-20044 e aqueles

que aderiram à UE desde 20045. Enquanto 46% dos inquiridos nos países

pré-2004 cortaram no aquecimento e/ou no ar condicionado para poupar

energia durante o último ano, apenas um terço dos entrevistados nos países

pós-2004/2007 (33%) seguiu esse exemplo. Além disso, mais de um em cada

cinco inquiridos nos países pré-2004 utilizaram menos o automóvel (21%),

em comparação com apenas 11% nos países pós-2004/2007. Por outro lado, um

quarto dos inquiridos nos países que aderiram à UE em 2004 ou em 2007 isolou

as suas casas, em comparação com 17% dos países pré-2004 .

4 Os Estados-Membros da UE antes de Maio de 2004 eram os seguintes: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e Reino Unido. No presente inquérito, serão referidos como países pré-2004. 5 Os países que aderiram à UE em Maio de 2004 ou em Janeiro de 2007 foram a Bulgária, República Checa, Estónia, Chipre, Lituânia, Letónia, Hungria, Malta, Polónia, Roménia, Eslovénia e Eslováquia. No presente inquérito, serão referidos como países pós-2004/2007.

9

Não obstante algumas variações entre Estados-Membros, em todos os

países, pelo menos três quartos dos inquiridos tomaram medidas para

reduzir o seu consumo de energia. Em Malta, quase todos os habitantes

tomaram medidas com vista à poupança de energia (97%). Um número

especialmente elevado de inquiridos no Luxemburgo (92%), e também na Suécia

e na Eslovénia (ambas 90%), adoptou igualmente medidas de poupança de

energia. Em contrapartida, os inquiridos em Espanha (21%), na Letónia (22%),

na Roménia (23%) e na Grécia (24%), todos eles países que enfrentam graves

dificuldades económicas, são os que menos tendem a envidar esforços para

economizar energia.

Mais precisamente:

- Em Malta (87%), Portugal (76%), Eslovénia (70%) e Chipre (67%), mais

de dois terços dos inquiridos reduziram a iluminação e a utilização de

electrodomésticos, em comparação com menos de metade na Irlanda,

Itália, França, Países Baixos, Eslováquia, República Checa e Bélgica. No

total, em 20 Estados-Membros, uma maioria absoluta de inquiridos

reduziu a iluminação e a utilização de electrodomésticos para poupar

energia.

- Mais de metade dos inquiridos reduziram o aquecimento e/ou o ar

condicionado em Malta (68%), na Alemanha (59%), no Luxemburgo

(57%) e na Eslovénia (53%). No entanto, um número bastante inferior de

inquiridos procedeu a esses cortes nos Estados bálticos: Letónia (8%),

Lituânia (10%) e Estónia (18%).

- No Luxemburgo, Alemanha, Suécia, Áustria e França, pelo menos um

quarto dos inquiridos utilizou menos o automóvel para economizar

energia. Os inquiridos na Bulgária, na Polónia e na Roménia são os que

menos tendem a fazer reduções neste domínio.

- Os resultados relativos à maior utilização dos transportes públicos

reflectem as tendências da utilização do automóvel, o que é lógico visto

que a primeira pode ser consequência da segunda: assim, os inquiridos no

Luxemburgo e na Suécia tendem mais a uma maior utilização dos

transportes públicos. Inversamente, os inquiridos na Irlanda, em Portugal

e no Chipre são os que menos tendem a alterar o seu comportamento

neste sentido.

10

Cut down on lighting and the use of domestic electrical

appliances

Cut down on heating or/ and air conditioning

Used your car lessInsulated your house (walls, windows, etc.)

Used public transport more

Reduced your driving speed

Took initiatives to save energy at work

Changed your car to another one which uses less fuel

None

EU27 55% 43% 19% 19% 14% 12% 7% 6% 17%

PRE-2004 54% 46% 21% 17% 15% 14% 8% 7% 17%

POST-2004/07 59% 33% 11% 25% 10% 5% 6% 4% 18%

BE 48% 50% 22% 29% 16% 18% 10% 11% 14%

BG 53% 46% 10% 19% 11% 2% 5% 2% 19%

CZ 45% 30% 14% 30% 14% 5% 5% 5% 20%

DK 64% 38% 19% 23% 12% 13% 13% 14% 17%

DE 64% 59% 26% 16% 15% 18% 8% 11% 15%

EE 55% 18% 17% 40% 17% 5% 10% 6% 12%

IE 51% 52% 24% 24% 10% 13% 9% 7% 18%

EL 56% 50% 22% 7% 10% 8% 4% 2% 24%

ES 58% 38% 16% 5% 15% 11% 6% 2% 21%

FR 46% 46% 25% 21% 13% 23% 7% 6% 16%

IT 49% 33% 14% 16% 10% 5% 6% 5% 20%

CY 67% 55% 20% 13% 3% 8% 6% 6% 19%

LV 61% 8% 11% 23% 12% 4% 6% 4% 22%

LT 62% 10% 12% 30% 14% 4% 8% 6% 18%

LU 62% 57% 30% 26% 30% 25% 13% 13% 8%

HU 65% 42% 13% 25% 12% 5% 4% 1% 11%

MT 87% 68% 15% 6% 15% 11% 19% 7% 3%

NL 46% 46% 20% 18% 16% 13% 9% 7% 16%

AT 50% 40% 25% 18% 18% 13% 10% 6% 18%

PL 65% 30% 9% 20% 9% 5% 6% 5% 15%

PT 76% 33% 11% 16% 4% 4% 5% 2% 12%

RO 54% 33% 9% 28% 10% 3% 6% 2% 23%

SI 70% 53% 22% 35% 15% 17% 10% 10% 10%

SK 45% 42% 11% 37% 7% 4% 8% 6% 18%

FI 53% 31% 24% 16% 16% 10% 4% 7% 19%

SE 63% 32% 26% 15% 29% 16% 13% 14% 10%

UK 50% 50% 24% 25% 21% 14% 10% 9% 16%

QA16 During the past year, have you done any of the following to save energy?- MULTIPLE ANSWERS POSSIBLE -

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per country

Lowest percentage by item

11

Análise sociodemográfica

Uma análise dos resultados do presente inquérito revela algumas diferenças

sociodemográficas:

- As diferenças de género não são significativas, embora as mulheres

tendam ligeiramente mais do que os homens a reduzir a iluminação e a

utilização de electrodomésticos, bem como a reduzir o aquecimento e/ou o

ar condicionado, para economizar energia. No entanto, os homens tendem

mais a alterar os seus hábitos de viagem, em particular a utilização do

automóvel.

- A idade dos inquiridos é um critério mais determinante: Os

inquiridos mais jovens, não obstante o facto de geralmente liderarem em

matéria de sensibilização ambiental, são os que menos tendem a alterar o

seu comportamento, enquanto os inquiridos da faixa etária dos 40 aos 54

anos são os que mais tendem a tomar medidas com vista à redução do

consumo de energia.

- As diferenças de habilitações têm um impacto relativamente

reduzido: de notar apenas que os inquiridos que abandonaram a escola

mais cedo tendem menos a alterar os hábitos de transporte.

- Por último, os inquiridos com mais dificuldades financeiras são

também os que fizeram mais poupanças, quer reduzindo a iluminação

e a utilização de electrodomésticos, quer reduzindo a utilização do

aquecimento e/ou do ar condicionado; Este facto pode-se explicar com

toda a lógica, uma vez que estas poupanças de energia resultam em

poupanças financeiras imediatas. No entanto, essas pessoas tendem

ligeiramente menos a alterar os seus hábitos de deslocação e viagem,

talvez porque utilizem o seu veículo para fins profissionais.

12

Cut down on lighting and the use of

domestic electrical appliances

Cut down on heating or/ and air conditioning

Used your car less

Insulated your house (walls,

windows, etc.)

Used public transport more

Reduced your driving speed

Took initiatives to save energy

at work

Changed your car to another one

which uses less fuel

None

EU27 55% 43% 19% 19% 14% 12% 7% 6% 17%

Male 53% 41% 21% 20% 13% 14% 7% 7% 18%

Female 57% 44% 17% 18% 14% 10% 7% 6% 16%

15-24 44% 33% 12% 11% 21% 5% 5% 4% 27%

25-39 56% 43% 19% 18% 13% 13% 9% 8% 16%

40-54 58% 46% 21% 21% 12% 15% 11% 7% 15%

55 + 57% 44% 20% 21% 13% 11% 4% 6% 16%

15- 57% 43% 16% 16% 10% 9% 4% 4% 19%

16-19 55% 44% 20% 19% 11% 12% 7% 6% 17%

20+ 57% 46% 24% 24% 17% 16% 11% 9% 13%

Still studying 46% 32% 10% 11% 26% 5% 5% 3% 26%

Most of the time 58% 47% 15% 15% 12% 10% 4% 4% 19%

From time to time 55% 43% 17% 16% 13% 10% 6% 5% 18%

Almost never 55% 43% 21% 21% 14% 13% 8% 8% 16%

Difficulties paying bills

QA16 During the past year, have you done any of the following to save energy?- MULTIPLE ANSWERS POSSIBLE -

Gender

Age

Education (End of)

13

1.2 Medidas para reduzir as facturas de energia [QA18]6

- A instalação generalizada de contadores inteligentes é

considerada a forma mais eficaz de reduzir as facturas de energia -

Além das medidas tomadas a nível individual, os cidadãos europeus foram

igualmente inquiridos sobre as medidas que consideram mais eficazes para

reduzir as suas facturas de energia. Foram solicitados a escolher duas de quatro

medidas recomendadas pelo Parlamento Europeu que lhes permitiriam reduzir as

suas facturas de energia.

Quase metade dos europeus (47%) consideram que a instalação generalizada

de contadores inteligentes seria uma forma eficaz de reduzir as facturas de

energia. Quatro em cada dez inquiridos optaram pelos benefícios fiscais para

os consumidores que aumentem a eficiência energética das suas casas

(40%), e mais de um terço consideram que a concorrência entre

fornecedores de energia também ajudaria a diminuir as facturas de energia

(36%). Por último, cerca de um quarto dos europeus consideram que a

simplificação das facturas de energia, de modo a torná-las mais fáceis de

compreender, contribuiria para a sua redução (23%).

6 QA18 Enquanto consumidor de energia, quais são, na sua opinião, as duas das seguintes medidas que lhe permitiriam reduzir as suas facturas de energia?

14

Variações entre Estados-Membros

Uma análise dos resultados por data de adesão à União Europeia revela

algumas diferenças. Os inquiridos nos países pré-2004 tendem mais do aqueles

nos Estados-Membros mais recentes da UE a referir a instalação generalizada

de contadores inteligentes e benefícios fiscais (49% e 41%

respectivamente, em comparação com 42% e 35%). No entanto, os inquiridos

nos países pós-2004/2007 tendem mais a referir a concorrência entre

fornecedores de energia (40% contra 34%), à qual atribuem o segundo lugar

entre as medidas tendentes a reduzir as facturas de energia.

De resto, os resultados desta pergunta são bastante heterogéneos e

diferem de país para país. Por outro lado, uma percentagem significativa

de inquiridos apoia as quatro medidas propostas. Mais precisamente:

- Catorze países mostram-se favoráveis à instalação generalizada de

contadores inteligentes de modo a permitir às famílias utilizar a energia

no horário em que esta é mais barata e regular o seu consumo de energia:

esta é a medida mais frequentemente referida na Itália, Suécia,

Dinamarca, Áustria, em Portugal, na República Checa, Irlanda, Grécia,

Hungria, Reino Unido, Estónia (a par com a concorrência entre

fornecedores de energia), Polónia e Espanha. Embora não fosse a proposta

mais frequentemente referida, a utilização de contadores inteligentes foi

citada por mais de 50% dos inquiridos no Chipre, na Eslovénia e nos

Países Baixos.

- Em sete outros países, a medida referida com maior frequência foi a

concessão de benefícios fiscais aos consumidores que aumentem a

eficiência energética das suas casas (e, portanto, limitem o consumo

desnecessário de energia): Chipre, Países Baixos, Malta, Eslovénia,

Finlândia, Luxemburgo e França.

- Sete outros Estados-Membros consideram que a concorrência entre

fornecedores de energia seria a melhor forma de reduzir as facturas de

energia: Eslováquia, Lituânia, Letónia, Alemanha, Roménia, Bélgica e

Estónia (equivalente em relação à instalação generalizada de contadores

inteligentes).

15

- Por último, na Bulgária parece existir um problema com a complexidade

das facturas de energia, tendo sido esta a primeira resposta citada, com

45% dos inquiridos a dizerem que a medida de simplificação das

facturas de energia para as tornar mais fáceis de compreender

contribuiria para reduzir as facturas de energia. Em contrapartida, esta

medida ficou em último lugar em 24 dos 27 Estados-Membros. Além da

Bulgária, a Áustria e o Reino Unido foram os dois únicos países onde esta

medida não ficou em último lugar.

16

Widespread installation of “smart” energy meters in each household

Tax breaks for consumers who improve the energy efficiency of their household

Creating the conditions for different energy providers to compete

Making energy bills simpler and easier to understand

EU27 47% 40% 36% 23%

PRE-2004 49% 41% 34% 23%

POST-2004/07 42% 35% 40% 24%

BE 46% 40% 42% 32%

BG 41% 29% 42% 45%

CZ 51% 36% 41% 21%

DK 58% 55% 29% 27%

DE 47% 39% 49% 28%

EE 42% 27% 42% 21%

IE 49% 42% 36% 21%

EL 48% 41% 46% 27%

ES 40% 36% 36% 26%

FR 49% 53% 33% 14%

IT 59% 34% 29% 17%

CY 57% 64% 37% 19%

LV 33% 43% 52% 11%

LT 36% 37% 54% 16%

LU 47% 54% 32% 11%

HU 48% 43% 33% 23%

MT 37% 59% 36% 23%

NL 52% 59% 20% 18%

AT 54% 46% 29% 33%

PL 41% 34% 36% 22%

PT 52% 22% 42% 15%

RO 37% 32% 44% 24%

SI 54% 57% 35% 20%

SK 46% 30% 55% 19%

FI 45% 56% 39% 19%SE 59% 51% 37% 20%UK 44% 39% 20% 27%

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per country

Lowest percentage by item

QA18 According to you as an energy consumer, which two of the following measures would allow you to de crease your energy bills?- MAX. 2 ANSWERS -

17

Análise sociodemográfica

Uma análise sociodemográfica dos resultados torna mais claras as diferenças

existentes entre categorias populacionais:

- Os homens tendem ligeiramente mais do que as mulheres a

considerar que os benefícios fiscais e a concorrência entre

fornecedores de energia ajudariam a reduzir as facturas de

energia. De um modo geral, as respostas evidenciam poucas diferenças

baseadas no género.

- Embora a idade também tenha um impacto relativamente limitado,

ainda assim existem algumas diferenças: as pessoas mais idosas

tendem menos do que média a considerar que a instalação generalizada

de contadores inteligentes, os benefícios fiscais e a concorrência entre

fornecedores de energia ajudariam a reduzir as facturas de energia. Por

outro lado, mostram-se mais propensas a acreditar que a simplificação das

facturas contribuiria para a sua redução: parecem ter mais dificuldades em

compreender as facturas de energia do que as restantes faixas etárias.

- O nível de habilitações é um critério mais determinante: à

semelhança das pessoas mais idosas, os inquiridos com menos

habilitações mostram menos propensão para referir os vários tópicos, com

excepção da simplificação das facturas de energia que é a medida que

mais tendem a citar.

- As dificuldades financeiras também dão azo a diferenças, em

especial no que respeita à ideia de benefícios fiscais para as pessoas que

aumentem a eficiência energética das suas casas: 43% das pessoas que, a

maior parte das vezes, sentem dificuldades em pagar as suas contas

referiram esta opção, em comparação com 32% das pessoas que quase

nunca sentem tais dificuldades.

18

Widespread installation of “smart” energy meters in each household

Tax breaks for consumers who improve the energy

efficiency of their household

Creating the conditions for different energy providers

to compete

Making energy bills simpler and easier to

understand

EU27 47% 40% 36% 23%

Male 47% 42% 37% 22%

Female 48% 38% 34% 24%

15-24 48% 38% 35% 20%

25-39 50% 43% 38% 20%

40-54 50% 42% 37% 22%

55 + 43% 36% 33% 27%

15- 42% 33% 32% 28%

16-19 48% 39% 37% 24%

20+ 51% 47% 37% 18%

Still studying 48% 39% 36% 19%

QA18 According to you as an energy consumer, which two of the following measures would allow you to de crease your energy bills?- MAX. 2 ANSWERS -

Age

Education (End of)

Gender

19

2. A INFLUÊNCIA DAS TARIFAS ENERGÉTICAS NA

LUTA CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL

Vários inquéritos Eurobarómetro conduzidos em nome do Parlamento Europeu

têm demonstrado que a luta contra a pobreza e a exclusão social é, de longe, a principal questão que os europeus querem ver tratada no Parlamento Europeu7;

daí que seja interessante apurar se eles consideram que uma política de tarifas

energéticas pode ter um impacto positivo nesta matéria.

Por conseguinte, os europeus foram inquiridos a respeito das suas opiniões nesta

matéria. Mas, primeiro, foram recordados da existência de 116 milhões de

cidadãos europeus em situação de risco de pobreza e de exclusão social8.

- Uma clara maioria dos europeus considera que medidas de tarifas

energéticas específicas podem ajudar a combater a pobreza e a exclusão

-

Mais de seis em cada dez europeus consideram que uma política de tarifas

energéticas específicas pode ajudar pessoas vulneráveis a evitar uma situação de

pobreza e de exclusão social (62%, incluindo 24% que estão firmemente

convictos deste facto e responderam "sim, com certeza").

No entanto, uma minoria considerável de europeus mostra-se mais céptica:

quase um terço dos inquiridos não acredita que a adaptação de tarifas

energéticas possa ajudar pessoas vulneráveis a evitar a pobreza e a exclusão

(32%).

7 Ver nomeadamente: Os europeus e a crise: http://www.europarl.europa.eu/parliament/public/staticDisplay.do?language=EN&refreshCache=yes&pageRank=4&id=40 8 QA 20 116 milhões de cidadãos europeus (ou seja, quase um quarto da população europeia) correm o risco de pobreza e de exclusão. Considera que o estabelecimento de tarifas energéticas específicas pode contribuir para evitar que essa ameaça se concretize?

20

Variações entre Estados-Membros

Nesta pergunta, as diferenças entre Estados-Membros são muito mais

acentuadas. Uma análise dos resultados por grupo de países revela diferenças

bastante vincadas: assim, nos países da zona euro, a maioria dos inquiridos

considera que medidas de tarifas energéticas específicas podem ajudar as

pessoas mais vulneráveis a evitar uma situação de pobreza e de exclusão (58%),

mas uma forte minoria duvida da influência que uma política desta natureza

possa ter (38%). As opiniões nos países fora da zona euro são mais

inequívocas (67% são de opinião que as tarifas energéticas específicas podem

ajudar a proteger pessoas vulneráveis, enquanto 25% discordam). As opiniões

sobre esta questão diferem a nível dos Estados-Membros:

- A percentagem de inquiridos que consideram que uma política de tarifas

energéticas específicas pode ajudar algumas pessoas a evitar uma

situação de pobreza e de exclusão varia entre 83% em Malta e 36% na

Dinamarca. A variedade de respostas é, portanto, bastante ampla, ainda

que a maioria dos inquiridos concorde com a proposta.

21

- Em 23 dos 27 Estados-Membros, a maioria considera que uma diminuição

dos preços de energia teria um impacto positivo na luta contra a pobreza e

a exclusão. Apenas quatro países se destacam desta tendência geral:

Dinamarca (50% dos inquiridos responderam "não"), Finlândia (52%),

Alemanha (54%) e Países Baixos (56%). Exceptuando os três países

nórdicos – todos eles entre os mais cépticos acerca do impacto positivo de

tarifas energéticas específicas na luta contra a pobreza e a exclusão – não

se denota qualquer coerência geográfica real entre os restantes países da

UE: por exemplo, as respostas registadas nos países do Benelux são

relativamente díspares, o mesmo acontecendo nos países bálticos.

22

Curiosamente, os resultados não parecem ser influenciados pelo nível de riqueza

dos países avaliado em termos de PIB: o PIB per capita não tem praticamente

nenhuma influência no resultado. Malta, o país com mais inquiridos a considerar

que as medidas de tarifas energéticas específicas podem influenciar a luta contra

a pobreza e a exclusão social (83%), tem um PIB per capita inferior à média

europeia. Porém, nesta classificação, Malta é seguida do Reino Unido (78%), cujo

PIB per capita é superior à média europeia. No outro extremo da escala, os

países menos convencidos da eficácia de uma tarifa energética específica são os

Países Baixos (41%), com um PIB per capita elevado (o quarto maior da União

Europeia), e a Estónia (51%) que ocupa o 22.º lugar em termos de PIB per capita

na UE. Por conseguinte, é possível que os resultados desta pergunta sejam, no

fundo, mais influenciados pelas tarifas de energia praticadas nos diversos países.

.

.

.

.

..

.

.

.

.

..

.

. .

.

.

.. . . .

.

..

.

. .

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

GD

P p

er

cap

ita (i

n th

ou

san

ds

of

eu

ros/

he

ad

)

% Yes

LU

DK

CZ

BE

FR

IEAT

SEFI

DE

NL

LV PL LTRO

PT

CY

MT

UK

SI

BG

HU

SK

EL

EU27ES

EE

IT

*Resultados segundo o critério PIB per capita: Eurostat 2008

23

Análise sociodemográfica

Nesta pergunta, as diferenças sociodemográficas são bastante

irrelevantes: em todas as categorias, uma maioria sólida de inquiridos

considera que uma tarifa energética específica pode ajudar as pessoas

vulneráveis a evitar uma situação de pobreza e exclusão social.

- O nível de vida dos inquiridos parece, todavia, ser um factor

determinante. Aqueles que, a maior parte das vezes, têm dificuldades

em pagar as contas e que poderiam beneficiar mais directamente de uma

tarifa de energia desta natureza são os que mais tendem a considerar que

este tipo de medida pode ajudar as pessoas mais vulneráveis a evitar a

pobreza e a exclusão social. Os inquiridos que quase nunca têm

dificuldades em pagar as contas no fim do mês tendem ligeiramente

menos do que a média a acreditar que tarifas especiais protegeriam as

pessoas vulneráveis de uma situação de pobreza e de exclusão social.

Total 'Yes' Total 'No' Don't know

EU27 62% 32% 6%

Most of the time 67% 26% 7%

From time to time 65% 30% 5%

Almost never 59% 36% 5%

QA20 Do you think that specific energy tariff measures could contribute toavoiding these people falling into poverty and excl usion?

Difficulties paying bills

24

3. AS OPINIÕES DOS EUROPEUS SOBRE UMA

POLÍTICA COMUM DA ENERGIA

3.1 O objectivo da União Europeia

- Uma grande maioria de europeus concorda que o objectivo de reduzir o

consumo de energia em 20% até 2020 deveria ser obrigatório para todos

os Estados-Membros -

Mais de oito em cada dez europeus querem que o objectivo estabelecido pela

União Europeia e respectivos Estados-Membros de redução do consumo de

energia em 20% até 20209 passe a ser obrigatório para os 27 Estados-Membros

da UE. Uma análise minuciosa das respostas revela que quase metade dos

europeus se mostram firmemente favoráveis a tornar este objectivo obrigatório:

48% responderam "sim, com certeza" e 33% "sim, provavelmente". Apenas 14%

dos inquiridos não querem que este objectivo passe a ser obrigatório para todos

os Estados-Membros da UE (10%, "não, provavelmente não", e 4% "não, com

certeza").

9 QA17 A UE e os seus Estados-Membros estabeleceram o objectivo de reduzir o consumo de energia em 20% até 2020. Pensa que, para ser realizado, este objectivo deve ter carácter obrigatório em todos os Estados-Membros da UE?

25

Variações entre Estados-Membros

As diferenças entre Estados-Membros são relativamente diminutas: em

todos os países, pelo menos sete em cada dez inquiridos acreditam que o

objectivo de redução do consumo de energia deveria passar a ser

obrigatório para todos os Estados-Membros. No entanto, a força do apoio a esta

proposta varia. A data de adesão à União Europeia é um factor que pesa: mais

de metade dos inquiridos nos países pré-2004 acreditam firmemente que deveria

ser obrigatório, para todos os Estados-Membros, o cumprimento do objectivo de

20% de poupança de energia fixado pela UE e pelos seus Estados-Membros (51%

responderam "sim, com certeza", enquanto 30% responderam "sim,

provavelmente"). Os inquiridos nos países pós-2004/2007 mostraram-se menos

convictos: 37% responderam "sim, com certeza", ao passo que 42%

responderam "sim, provavelmente". Entre Estados-Membros, as diferenças são

ainda maiores:

- A percentagem de respostas "sim, com certeza" varia significativamente

de país para país. Pelo menos, seis em cada dez inquiridos na Suécia

(60% de respostas "sim, com certeza"), na Eslovénia (63%), na Bélgica

(64%), em França (65%), no Chipre (66%) e mais notoriamente no

Luxemburgo (74%) estão convictos de que o objectivo de reduzir o

consumo de energia em 20% até 2020 deveria passar a ser obrigatório

para todos os Estados-Membros da UE.

- Em contrapartida, apenas um terço ou menos dos inquiridos na Áustria

(32%), na Irlanda (29%), em Portugal (28%) e na República Checa (26%)

responderam num tom tão peremptório. Contudo, estas diferenças de tom

não alteram em nada o facto de uma vasta maioria de inquiridos

considerar que todos os países devem ser obrigados a cumprir o objectivo

de redução do consumo de energia até 2020.

26

Análise sociodemográfica

Uma análise sociodemográfica revela poucas diferenças: em todas as categorias,

uma grande maioria dos inquiridos considera que o objectivo de reduzir o

consumo de energia em 20% até 2020 deve passar a ser obrigatório para todos

os Estados-Membros.

27

3.2 As principais vantagens de uma rede energética europeia

integrada [QA19]10

- A principal vantagem de uma rede energética integrada seria a

diminuição do custo da energia -

Questionados acerca das possíveis vantagens da criação de uma rede energética

europeia integrada, os europeus foram solicitados a indicar primeiro a principal

vantagem dessa rede ("em primeiro lugar?", só uma resposta) e, em seguida, as

restantes vantagens ("e em segundo?", possibilidade de múltiplas respostas). A

nossa análise baseia-se, portanto, na primeira resposta e no conjunto das

respostas múltiplas seguintes.

Um ponto destaca-se de forma bastante acentuada enquanto principal

vantagem de uma rede energética integrada (resposta, "em primeiro

lugar?"): a diminuição do custo da energia foi o primeiro tópico citado por mais

de um terço dos inquiridos (36%), bem à frente dos restantes factores. Em

segundo lugar, a melhor utilização dos diferentes tipos de energia, em especial as

energias renováveis, foi referida por um quinto dos entrevistados (20%), seguida

de uma maior segurança do aprovisionamento de energia (16%), uma maior

capacidade de negociação com países ou grupos de países terceiros (10%) e, por

último, uma maior solidariedade entre os Estados-Membros da UE (8%).

10 QA19 Devido à existência de 27 redes nacionais, a UE não possui uma rede energética integrada. Quais seriam, na sua opinião, as principais vantagens da criação de uma rede integrada? Em primeiro lugar? (SÓ UMA RESPOSTA) E em segundo? (POSSIBILIDADE DE RESPOSTAS MÚLTIPLAS)

28

Esta ordem mantém-se inalterada quando avaliamos todas as respostas

em conjunto (respostas,"em primeiro lugar?";"em segundo?"). Quase seis em

cada dez inquiridos referiram uma diminuição do custo da energia (59%), à

frente de uma melhor utilização dos diferentes tipos de energia, designadamente

as energias renováveis (47%), como principal vantagem de uma rede energética

europeia integrada. A maior segurança do aprovisionamento de energia foi

referida por um pouco mais de um terço dos inquiridos (35%), enquanto 28%

citaram a maior capacidade da UE para negociar contratos importantes com

países terceiros. Por último, um quarto dos europeus considera que uma rede

energética integrada proporcionaria uma maior solidariedade entre os Estados-

Membros.

A percentagem de respostas "NS" é relativamente baixa nesta pergunta (9%), o

que parece sugerir que os inquiridos estão convictos das vantagens que

decorreriam de uma rede energética europeia.

Variações entre Estados-Membros

A força das respostas varia de país para país, embora o primeiro tópico citado na

maioria dos Estados-Membros seja a diminuição do custo da energia.

- Em 21 Estados-Membros, uma diminuição do custo da energia é

considerada a principal vantagem da criação de uma rede energética

europeia integrada. Na Eslovénia, este tópico ficou classificado ao mesmo

nível da melhor utilização das fontes de energias renováveis (58% em

ambos os casos).

- No entanto, em seis países uma melhor utilização dos diversos

tipos de energia, em particular a energia renovável, é referida em

primeiro lugar: Dinamarca (66%), Suécia (63%), Áustria (59%),

Alemanha (54%), Países Baixos (51%) e Finlândia (45%). Estes são os

países que, tradicionalmente, estão mais conscientes da questão das

fontes de energias renováveis.11

- Na Áustria (54%) e na Grécia (50%), pelo menos metade dos inquiridos

consideram que uma rede energética europeia integrada contribuiria para

uma maior segurança do aprovisionamento de energia. Este tópico

foi igualmente referido com grande frequência na Alemanha (49%), na

Bulgária (48%) e em Malta (47%).

- Por último, os inquiridos no Chipre (41%) e em França (40%) são os que

mais tendem a considerar que a solidariedade entre os Estados-

11 Ver nomeadamente a sondagem normalizada EB standard 74. 2.4: As prioridades no domínio da energia: http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/eb/eb74/eb74_eu20_en.pdf

29

Membros aumentaria com a rede energética integrada. Os inquiridos na

Eslovénia (40%) e na Alemanha (39%) são os que mais tendem a

acreditar que uma rede energética europeia iria reforçar a capacidade da

UE para negociar contratos importantes.

Decrease in energy costs

Better use of varying types of energy,

particularly use of renewables

Safer delivery of energy

Greater capacity for the EU to negotiate major contracts with

countries outside its borders or with regional networks as the

Mediterranean or Baltic networks

Increased solidarity among the EU Member

States

EU27 59% 47% 35% 28% 25%

BE 69% 43% 24% 31% 38%

BG 51% 44% 48% 24% 26%

CZ 65% 57% 28% 29% 26%

DK 43% 66% 29% 34% 23%

DE 51% 54% 49% 39% 31%

EE 48% 38% 34% 23% 18%

IE 72% 55% 33% 32% 24%

EL 71% 54% 50% 32% 27%

ES 66% 46% 42% 21% 20%

FR 50% 45% 18% 29% 40%

IT 70% 51% 37% 26% 20%

CY 75% 62% 45% 22% 41%

LV 58% 33% 39% 19% 24%

LT 52% 37% 42% 19% 23%

LU 49% 45% 24% 31% 28%

HU 73% 51% 35% 28% 18%

MT 55% 35% 47% 31% 19%

NL 50% 51% 26% 32% 24%

AT 56% 59% 54% 37% 38%

PL 62% 40% 41% 19% 22%

PT 72% 47% 34% 15% 26%

RO 70% 44% 37% 25% 28%

SI 58% 58% 31% 40% 33%

SK 67% 52% 41% 25% 23%

FI 39% 45% 38% 28% 16%

SE 34% 63% 31% 32% 24%

UK 55% 36% 27% 23% 12%

QA19T Main advantages of putting in place a EU inte grated energy network

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per country

Lowest percentage by item

30

Análise sociodemográfica

Uma análise sociodemográfica revela algumas diferenças, embora ligeiras.

- Os inquiridos com mais habilitações tendem um pouco mais a

considerar que a construção de uma rede energética europeia integrada

resultaria numa melhor utilização das energias renováveis, ao invés dos

que abandonaram a escola mais cedo, que se mostram mais propensos a

referir a diminuição do custo da energia e a maior segurança do

aprovisionamento de energia. - Aqueles que, muitas vezes, têm dificuldades em pagar as contas

tendem mais do que aqueles que nunca têm problemas financeiros a

referir a diminuição do custo da energia, talvez porque esperam que uma

rede energética europeia integrada venha a ter este tipo de efeito.

Decrease in energy costs

Better use of varying types of energy,

particularly use of renewables

Safer delivery of energy

Greater capacity for the EU to negotiate major contracts with countries outside its borders or with regional networks as the

Mediterranean or Baltic networks

Increased solidarity among the EU Member

States

EU27 59% 47% 35% 28% 25%

15- 64% 40% 38% 21% 22%

16-19 61% 47% 37% 28% 25%

20+ 53% 52% 32% 34% 27%

Still studying 55% 52% 33% 26% 25%

Most of the time 65% 45% 37% 23% 23%

From time to time 66% 48% 37% 26% 24%

Almost never 55% 47% 35% 30% 26%

Difficulties paying bills

QA19T Main advantages of putting in place a EU int egrated energy network

Education (End of)

31

3.3 A criação de uma Comunidade Europeia da Energia

[QA21]12

- A criação de uma Comunidade Europeia da Energia permitiria à União

Europeia ter uma voz mais forte na cena internacional -

Convictos que estão das vantagens da criação de uma rede energética europeia

integrada, os europeus estão igualmente persuadidos que a criação da

Comunidade Europeia da Energia permitiria à UE ter uma voz mais forte na cena

internacional em questões relacionadas com a energia. Mais de três quartos dos

europeus reconhecem as vantagens, em termos de influência internacional em

questões energéticas, que a União Europeia iria retirar da criação de uma

Comunidade Europeia da Energia (78%, incluindo 27% que "concordam

totalmente" com a proposta). Uma pequena percentagem de inquiridos não

concorda com a proposta (13%) e 9% não manifestaram opinião.

12 QA 21 O Parlamento Europeu gostaria que fosse criada uma Comunidade Europeia da Energia. Nesse contexto, diga, por favor, em que medida concorda ou discorda da seguinte afirmação: A criação de uma Comunidade Europeia da Energia permitiria à UE, nomeadamente, ter uma voz mais forte na cena internacional em questões relacionadas com a energia.

32

Variações entre Estados-Membros

As diferenças nesta pergunta são relativamente diminutas: uma clara

maioria em todos os Estados-Membros concorda em que a criação de uma

Comunidade Europeia da Energia permitiria à UE ter uma voz mais forte na cena

internacional em questões relacionadas com a energia.

O apoio é mais generalizado na Bélgica e na Grécia (89% em ambos os países),

em Malta (88%) e no Chipre (84%). Por outro lado, os inquiridos no Reino Unido,

em Portugal, na Letónia e na Estónia (73% nos quatro países), assim como na

Roménia e na República Checa (ambas 72%), tendem ligeiramente menos a

apoiar esta proposta.

Se nos centrarmos nas respostas dos que "concordam inteiramente", observamos

que os inquiridos no Chipre se destacam dos demais europeus, com quase dois

terços de inquiridos a manifestar um forte apoio a esta proposta (64%). São

seguidos a alguma distância pelos inquiridos de Malta (46%) e da Bélgica (41%).

Em contrapartida, a oposição mais enfática é muito pouco significativa: a

percentagem dos que "discordam totalmente" ficou abaixo dos 10%, incluindo no

Reino Unido (9%).

33

34

Análise sociodemográfica

As diferenças sociodemográficas nesta pergunta são ligeiras: todas as

categorias concordam que a criação de uma Comunidade Europeia da Energia

permitiria à União Europeia ter uma voz mais forte na cena internacional em

questões relacionadas com a energia. Os inquiridos com mais habilitações (82%)

e os gestores (84%) tendem ligeiramente mais do que a média (78%) a dar o

seu acordo.

Total 'Agree' Total 'Disagree' Don't know

EU27 78% 13% 9%

15-24 81% 9% 10%

25-39 82% 10% 8%

40-54 79% 14% 7%

55 + 75% 14% 11%

15- 72% 13% 15%

16-19 79% 13% 8%

20+ 82% 13% 5%

Still studying 83% 8% 9%

Self- employed 78% 15% 7%

Managers 84% 12% 4%

Other white collars 81% 12% 7%

Manual workers 80% 12% 8%

House persons 73% 12% 15%

Unemployed 79% 10% 11%

Retired 73% 15% 12%

Students 83% 8% 9%

Respondent occupation scale

QA21 The European Parliament would like to put in place a Euro pean Community forenergy. In this case, please tell me to what extent you agree o r disagree with thefollowing statement: Establishing a European Community fo r energy would, amongother things, allow the EU to have a stronger voice on the inte rnational sceneconcerning energy issues.

Age

Education (End of)

35

CONCLUSÃO

O presente inquérito Eurobarómetro foi realizado num contexto em que, cada vez

mais, as questões energéticas assumem uma posição de destaque no debate

europeu. Além disso, a estratégia Europa 2020 integra diversas metas no domínio

da energia, quanto mais não seja porque, a médio prazo, o objectivo da União

Europeia consiste em garantir a disponibilidade física ininterrupta de produtos e

serviços energéticos no mercado, a um preço acessível, a todos os consumidores

europeus, tanto empresas como particulares.

Os principais resultados do presente inquérito Eurobarómetro são os seguintes:

Em primeiro lugar, a percentagem de europeus que tomaram medidas de

poupança de energia aumentou ligeiramente desde 2006. Naquela data,

21% dos inquiridos disseram espontaneamente que nada tinham feito durante o

ano anterior para poupar energia, um valor que caiu entretanto para 17%.

Para economizar energia, os europeus começaram por tomar medidas

que não acarretam gastos suplementares: mais de metade reduziram a

utilização de dispositivos de iluminação e de aparelhos eléctricos e mais de quatro

em cada dez reduziram a utilização de aparelhos de aquecimento e/ou de ar

condicionado.

Várias medidas são consideradas formas eficazes de reduzir as facturas

de energia: a instalação generalizada de contadores inteligentes foi referida por

quase metade dos europeus. Quatro em cada dez inquiridos consideram que

benefícios fiscais para as pessoas que aumentem a eficiência energética das suas

casas ajudariam a diminuir as facturas de energia, um pouco mais de um terço

defendem a concorrência entre fornecedores de energia e um pouco menos de

um quarto querem a simplificação das facturas de energia.

Numa União Europeia ainda marcada pelos efeitos da crise económica e

financeira, as medidas envolvendo tarifas energéticas específicas são

consideradas um meio eficaz de luta contra a pobreza e a exclusão social. Mais de

seis em cada dez europeus concordam neste ponto, sendo esta a opinião

maioritária em 23 Estados-Membros. Apenas nos Estados nórdicos e nos Países

Baixos existe uma maioria de inquiridos cépticos a este respeito.

Os europeus preferem soluções comuns de energia: uma vasta maioria

gostaria que o objectivo de reduzir o consumo de energia em 20% até 2020

passasse a ser obrigatório nos 27 Estados-Membros. Esta opinião é defendida por

uma vasta maioria de inquiridos em todos os Estados-Membros.

36

Em segundo lugar, os inquiridos vêem vantagens na criação de uma rede

energética europeia integrada: a primeira é uma diminuição do custo da

energia, referida por quase seis em cada dez inquiridos, seguida de uma melhor

utilização dos diferentes tipos de energia, designadamente as energias

renováveis, citada por quase metade dos europeus.

Por último, considera-se que a criação de uma Comunidade Europeia da

Energia proporcionaria um outro tipo de vantagens, em termos da

influência da União Europeia no contexto mundial: mais de três quartos dos

europeus consideram que essa medida permitiria à UE ter uma voz mais forte na

cena internacional em questões relacionadas com a energia.