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Revista ALCONPAT, Volumen 2, Número 3, Septiembre - Diciembre 2012, Páginas 157 - 169
Tratamento de superfície com silicato de sódio para concreto: penetração de cloretos e absorção de água 157
Tratamento de superfície com silicato de sódio para concreto: penetração de cloretos e
absorção de água M. H. F. Medeiros
1, E. Pereira
1, P. Helene
2
1 Departamento de Construção Civil, Universidade Federal do Paraná, Centro Politécnico, Jardim das Américas – CEP:
81531-980 – Curitiba – PR – Brasil. Email: [email protected] 2 Departamento de Construção Civil, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, Brasil
© 2012 ALCONPAT Internacional
Revista de la Asociación Latinoamericana de Control de Calidad, Patología y Recuperación de la Construcción
Revista ALCONPAT http://www.mda.cinvestav.mx/revista_alconpat
RESUMEN Entre os tipos de tratamento de superfície para concreto, está o Na2SiO3, que reage com o NaOH
presente na solução dos poros do concreto dando origem a compostos insolúveis. Este trabalho
objetiva apresentar o efeito deste produto sobre o transporte de água e íons cloretos através do
concreto. Para isso, são apresentados resultados de ensaios de absorção por imersão, absorção
por sucção capilar e migração de cloretos. Os resultados indicam que este tratamento realmente
reduz a penetração de água através do concreto, devendo intervir na cinética do processo de
corrosão do concreto armado. Contudo, os resultados de absorção de água por imersão indicaram
que este produto não deve ser aplicado em casos em que haja pressão de água, ou seja, o
mecanismo de penetração seja a permeabilidade. Finalmente, foi demonstrado que o tratamento
com Na2SiO3 reduz o coeficiente de difusão de cloretos resultando no aumento da vida útil da
estrutura.
Palabras Clave: Concreto, proteção superficial, silicato de sódio, durabilidade, vida útil.
ABSTRACT Na2SiO3 is one of several types of surface treatment for concrete. It reacts with the NaOH present
in the pore solution of the concrete resulting in insoluble compounds. The aim of this paper is to
describe the effect of Na2SiO3 on the transport of water and chloride ions through the concrete.
To this end, results of capillary water absorption, immersion water absorption and chloride
migration are presented. Results indicate that this treatment decreases the water penetration
through the concrete, with a role in the corrosion kinetics of reinforced concrete. However, the
results of water absorption by immersion indicated that this product should not be applied in
cases where there is water pressure, that is, when the permeability is the mechanism of water
penetration. Finally, it was shown that treatment with Na2SiO3 reduces the diffusion coefficient
chloride resulting in increased service life of concrete structures.
Keywords: Concrete, surface protection, sodium silicate, durability, service life.
______________________________________________________________________
Autor de contacto: M. H. F. Medeiros
Información del artículo
Artículo recibido el 10 de
Julio 2012, revisado bajo las
políticas de publicación de
la Revista ALCONPAT y
aceptado el 22 de Julio de
2012. Cualquier discusión,
incluyendo la réplica de los
autores se publicará en el
segundo número del año
2013 siempre y cuando la
información se reciba antes
del cierre del primer número
del año 2013
Revista ALCONPAT, Volumen 2, Número 3, Septiembre - Diciembre 2012, Páginas 157 - 169
Tratamento de superfície com silicato de sódio para concreto: penetração de cloretos e... 158
1. INTRODUÇÃO
Uma forma possível de aumentar a vida útil de estruturas de concreto armado submetidas ao
ataque por cloretos é a adoção de proteção de superfície no concreto, que inibe a penetração de
agentes agressivos por difusão e absorção de água contaminada.
Os materiais para proteção do concreto podem ser classificados em três grupos: hidrofugantes
(torna o concreto repelente à água (Medeiros, 2008)), bloqueadores de poros (reagem com
constituintes solúveis presentes nos poros do concreto e formam produtos insolúveis) e pinturas
(forma um filme contínuo na superfície do concreto). A Figura 1 ilustra estas três categorias de
produtos de proteção.
(A)
(B)
(C)
Figura 1. Grupos de tratamentos de superfície para concreto: (A) pinturas (B) bloqueadores de
poros (C) hidrofugantes (Medeiros (2008) adaptado de Bentur et al. (1997)).
O tratamento com hidrofugante de superfície e formadores de película (pinturas) já foram
abordados em trabalhos anteriores (Medeiros, 2008; Medeiros 2008; Medeiros 2005; Medeiros,
2009).
O objetivo deste trabalho é divulgar resultados sobre a eficiência do tratamento de superfície por
silicatação (bloqueadores de poros) para a proteção do concreto armado contra a corrosão de
armaduras ocasionada pelo ataque por cloretos. Para isso, foram realizados ensaios de absorção
de água e de determinação do coeficiente de difusão de cloretos, já que estas são as principais
variáveis que governam a contaminação do concreto com cloretos.
2. TRATAMENTO COM SILICATO DE SÓDIO
O silicato de sódio é utilizado na indústria do cimento para várias aplicações. Por exemplo: como
redutor de umidade no processo de produção do clínquer; como ativador de cimento de escória;
como acelerador de pega de concreto projetado; como aditivo protetor de fibras vegetais em
compósitos de cimento e como sistema de proteção de superfície para concreto.
Teoricamente, este tipo de produto penetra nos poros superficiais do concreto e reage com a
portlandita formando C-S-H. De acordo com Thompson et al., a reação representada na Equação
1 representa o que acontece quando a solução de silicato de sódio penetra nos poros do concreto
(Thompson, 1997).
(a) (b) (c)(a) (b) (c)(a) (b) (c)(a) (b) (c)(a) (b) (c)(a) (b) (c)
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NaOHOyHSiOxCaOOHxCaOyHSiONa 2222232 (1)
Desse modo, este tratamento forma uma camada menos porosa na peça de concreto alterando a
penetração de água e agentes agressivos no concreto.
Como a reação do tratamento é entre o silicato de sódio e a portlandita [Ca(OH)2], é fácil
compreender que em estruturas carbonatadas a reação acima não ocorre, já que na camada
superficial o Ca(OH)2 já reagiu com o CO2 e deu origem a carbonato de cálcio (CaCO3). Em
casos como estes, é necessário fazer uma impregnação com hidróxido antes da aplicação do
silicato de sódio. Isto explica o fato de Kagi; Ren (Kagi, 1995) afirmarem que uma redução
significativa da penetração de água no concreto ocasionada pelo tratamento com solução de
silicato só é obtida se o concreto for muito novo e repetidas aplicações forem efetuadas.
Apesar de este tipo de tratamento ser conhecido a algumas décadas, pouca informação técnica e
científica tem sido publicada sobre este tema. Para preencher pelo menos parte desta lacuna, o
trabalho de tese de Medeiros (Medeiros, 2008) abordou esta categoria de tratamento de superfície
para concreto.
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3.1 Materiais
O concreto utilizado como substrato neste estudo foi de proporcionamento 1,0:1,8:2,7, com
relação água/cimento igual a 0,52. Este substrato apresentou fc28d de 32 MPa, teor de argamassa
de 51% e consumo de cimento de 358 kg/m3.
Para a confecção do concreto do substrato foram utilizados brita 0 granítica (pedrisco) como
agregado graúdo, areia natural média como agregado miúdo e cimento CPII E fabricado pela
CIMINAS.
Os corpos de prova moldados para servirem de substrato padronizado para a aplicação das
soluções de silicato foram curados até 42 dias em câmara úmida com U.R. de 100%, idade que
corresponde ao início do patamar de estabilização da curva de elevação da resistência à
compressão ao longo do tempo, como pode ser ilustrado na Figura 2. Este critério de escolha foi
adotado com o intuito de eliminar a influência da cura adicional que ocorreria no ensaio de
determinação do coeficiente de difusão de cloretos, que envolve um período de imersão, o que
afetaria principalmente a série de referência.
Os sistemas de tratamento de superfície estudados foram uma solução aquosa de silicato de sódio
(diluição de 20%), um produto comercial a base de silicato de sódio e uma solução de silicato de
sódio comercial.
Antes da aplicação dos produtos de proteção, os corpos de prova foram secos a 100 oC em estufa
ventilada até constância de massa. Em seguida ficaram em ambiente de laboratório até esfriarem
e só então a aplicação dos produtos foi iniciada.
Os produtos foram aplicados em uma única demão com consumo de solução de 250 g/m2. Após a
aplicação, realizou-se a saturação da superfície 2 h, 24 h e 48 h após a aplicação do silicato.
Passados 7 dias da aplicação do sistema, o ensaio foi realizado. A seguir encontram-se as
informações relevantes sobre os ensaios empregados neste estudo.
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Figura 2. Evolução da resistência à compressão do concreto (1:4,5; =51% e C=358 kg/m
3).
3.2 Absorção de água por imersão
Este ensaio foi realizado em conformidade com a NBR 9798/87. Os corpos de prova utilizados
são cubos de 100 mm de aresta (NBR 9778, 2005).
Passados sete dias da aplicação dos silicatos, os corpos de prova foram imersos em água. A
absorção foi medida a partir da pesagem dos corpos de prova após a secagem superficial dos
mesmos e ao longo do tempo de ensaio. Foram utilizados 4 corpos de prova para cada caso
estudado.
3.3 Absorção de água por capilaridade
Este ensaio foi conduzido de acordo com a NBR 9779/87. Na lateral dos corpos de prova foi
realizada uma proteção com silicone até a altura de 4 cm a partir da face onde foi aplicado o
sistema de proteção de superfície (NBR 9779, 1995). Este cuidado foi tomado para induzir que a
penetração de água só ocorra pela face circular de ensaio. A Figura 3 ilustra um corpo de prova
com a proteção lateral de silicone e o ensaio em andamento. Foram utilizados 4 corpos de prova
para cada caso estudado.
A absorção de água é acompanhada ao longo do tempo de ensaio a partir da pesagem dos corpos
de prova. O monitoramento da variação de massa devido a absorção de água foi feito até 16 dias.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98
Res
istê
nci
a à
com
pre
ssão
(M
Pa)
Tempo cura úmida (dias)
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(A) corpo de prova com silicone na lateral.
(B) ensaio em andamento.
Figura 3. Ensaio de absorção de água por capilaridade.
3.4 Coeficiente de difusão no estado estacionário
Este método é baseado na primeira lei de Fick, estado estacionário. Consiste em submeter fatias
de 25 mm de espessura extraídos de corpos de prova cilíndricos de 100 mm x 200 mm a um
ensaio de migração de cloretos com 12 V de diferença de potencial aplicada.
A câmara do lado catódico é preenchida com uma solução com 3% de NaCl e a do lado anódico
com água destilada. O volume de cada uma destas câmaras é de 3 l e como eletrodos colocados
em cada pólo do ensaio utilizou-se barras de cobre com 35 cm de comprimento e 6 mm de
diâmetro. A Figura 4 apresenta a configuração do ensaio.
A variável de resposta utilizada no ensaio foi o teor de cloretos no lado anódico. Esta prática
possibilita a obtenção do fluxo de cloretos no estado estacionário, que é usado para o cálculo do
coeficiente de difusão de acordo com a Equação 2 (Equação de Nernst-Planck).
dx
dEDC
RT
zFJ
(2)
Onde: J = fluxo de massa (g/m2s); D = coeficiente de difusão (m
2/s); C = concentração (g/m
3); x
= distância (m); z = carga elétrica; F = constante de Faraday (J/V x mol); R = constante dos gases
(J/mol x K); T = temperatura (K); E = potencial elétrico (V).
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Figura 4. Esquema do ensaio de difusão no estado estacionário com 12 V de ddp aplicada.
A determinação do teor de cloretos na solução do lado anódico foi realizada por titulação
potenciométrica de amostras da solução. Neste procedimento, é necessária a coleta de amostras
de 5 ml, que são avolumadas para 50 ml e a determinação é conduzida nesta solução. Ao final do
ensaio, obtém-se o gráfico da concentração de cloretos ao longo do tempo, como está ilustrado na
Figura 5.
Figura 5. Exemplo da variação da concentração de cloretos no lado anódico (pólo positivo).
Con
cen
traçã
o d
e cl
ore
tos
no
lad
o a
nód
ico
Tempo
Trecho em
estado estacionário
(Cátodo)
(Ânodo)
Solução com 3% de NaCl Água
destilada
Fatia de concreto
Superfície tratada
Fluxo de cloretos
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A partir do trecho linear e diagonal deste gráfico (trecho em estado estacionário), calcula-se o
fluxo de íons cloretos do lado catódico para o lado anódico. Estes valores de fluxo, são usados na
Equação 2 para calcular o coeficiente de difusão de cloretos.
A teoria que fundamentou a elaboração deste experimento encontra-se publicada em Andrade,
Truc e Medeiros (Andrade, 1993; Truc, 2000; Medeiros, 2000).
4. RESULTADOS 4.1 Absorção de água por imersão
A Figura 6 apresenta os resultados de absorção de água por imersão para o concreto de referência
e os concretos com a superfície tratada com solução de silicato de sódio. A partir destes
resultados fica claro que o tratamento a base de silicato tem pouca influência na absorção de água
por imersão. Todos os corpos de prova atingiram uma estabilização de ganho de massa devido à
absorção de água por volta de 8 horas de ensaio.
Contudo, vale ressaltar que o patamar de estabilização no caso dos concretos tratados com as
soluções de silicato foi um pouco abaixo do patamar do concreto de referência e isso se deve ao
fechamento dos poros da camada superficial do concreto.
De uma forma geral, pode-se dizer que os três tratamentos apresentaram efeito muito semelhante
neste tipo de ensaio.
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
12.0
14.0
16.0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
Ab
sorç
ão (
kg/m
2)
Tempo (dias)
Referência
Silicato de sódio (20%)
Tratamento comercial a base de
silicato
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Figura 6. Absorção de água por imersão para concreto tratado e não tratado.
4.2 Absorção de água por capilaridade
A Figura 7 apresenta os resultados obtidos no ensaio de absorção de água por capilaridade. Neste
caso os tratamentos mostraram grande efeito, reduzindo a absorção do concreto de forma
significativa. Como a absorção é a forma de ingresso de água mais comum em uma estrutura de
concreto armado ao ar livre, pode-se considerar que este efeito é um fator que contribui para a
durabilidade do concreto armado. Se o tratamento dificulta a penetração de água, isso quer dizer
que a névoa salina também vai entrar com maior dificuldade e que, ainda que o processo de
corrosão já esteja instalado, sua cinética vai ser reduzida pela restrição do acesso da água.
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
12.0
14.0
16.0
0 5 10 15 20 25 30
Ab
sorç
ão (
kg/m
2)
Tempo (dias)
Referência
Silicato de sódio (20%)
Tratamento comercial a base de silicato
Silicato de sódio líquido
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Figura 7. Absorção de água por capilaridade para concreto tratado e não tratado.
4.3 Coeficiente de difusão no estado estacionário
A Figura 8 mostra a evolução da quantidade de cloretos monitorada ao longo do tempo no lado
anódico da célula de migração. Esta figura permite uma avaliação qualitativa dos tratamentos
quanto à capacidade de reduzir a difusão do íons cloreto através do concreto.
Porém, a forma mais apropriada de interpretar este tipo de resultado é transformá-lo em
quantitativo através da determinação do coeficiente de difusão de cloretos.
Desse modo, a Figura 9 ilustra o coeficiente de difusão de cloretos para o concreto de referência e
para os concretos tratados. Os dados apresentados mostram que o tratamento com silicato de
sódio reduz de 64 a 88% a difusão de cloretos através do concreto, confirmando que este tipo de
tratamento é capaz de proteger o concreto da contaminação por cloretos.
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
0 5 10 15 20 25 30
Ab
sorç
ão (
kg/m
2)
Tempo (dias)
Referência
Silicato de sódio (20%)
Tratamento comercial a base de silicato
Silicato de sódio líquido
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Figura 8. Teor de cloretos no lado anódico da célula de migração ao longo do tempo de ensaio
(lado com pólo positivo).
Material % de redução do coeficiente de difusão de Cl
-
Silicato de sódio (20%) 64%
Tratamento comercial a base de silicato 88%
Silicato líquido 83%
Figura 9. Coeficiente de difusão de cloretos baseado em método de migração no estado
estacionário.
0
20
40
60
80
100
120
140
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Clo
reto
s n
o l
ad
o a
nód
ico (
mm
ol)
Tempo (h)
ReferênciaRADCONSil.Liq.Sil. 20%
8.082E-09
2.881E-09
9.908E-10 1.375E-09
0.0E+00
2.0E-09
4.0E-09
6.0E-09
8.0E-09
1.0E-08
D (
cm2/s
)
Sistemas de proteção
Referência
Silicato de sódio (20%)
Produto comercial a base de silicato
Silicato de sódio líquido
(100%)
(36%)
(12%) (17%)
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M. H. F. Medeiros, E. Pereira, P. Helene 167
Helene relata as expressões representadas nas Equações 3 e 4, que se baseiam na segunda lei de
Fick da difusão (Helene, 2000). Estas equações foram empregadas neste artigo para a
interpretação dos resultados de coeficiente de difusão, viabilizando a construção dos gráficos que
relacionam a profundidade de penetração de cloretos com a vida útil da estrutura (Figura 10).
tDzCClefCl
)(2
(3)
Onde: CCl- = espessura (cm); z = valor da função erro de Gauss; t = Vida útil (anos); DefCl =
Coeficiente de difusão efetivo (cm2/ano).
0
01)(
CC
CCzerf
S
CCl
(4)
Onde: CCCl = concentração de cloretos na profundidade CCl- no tempo t; C0 = concentração inicial
de cloretos no interior do concreto; CS = concentração de cloretos na superfície do concreto
(anos); erf(z) = função erro de Gauss.
Verifica-se uma tendência clara de redução do coeficiente de difusão quando os sistemas de
proteção de superfície a base de silicato de sódio foram empregados. A conseqüência disso é a
elevação da vida útil da estrutura que venha a ter este tipo de sistema aplicado.
Com os valores de coeficiente de difusão de cloretos para cada caso estudado e baseado na
segunda lei de Fick, é possível elaborar gráficos que relacionam o tempo de vida útil com a
profundidade em que o teor limite de cloretos para o início da corrosão de armaduras é atingido.
A Figura 10 ilustra este tipo de resultado para cada sistema de proteção estudado. Verifique que
para a realização dos cálculos necessários para a construção destes gráficos foi preciso adotar
0,4% em relação à massa de cimento como o valor limite para a despassivação das armaduras e
fixar o teor de cloretos na superfície do concreto (Cs) em 1,8. Nesta ilustração está claro que fixado um cobrimento de 3 cm, o tempo de vida útil da estrutura é
de cerca de 12 anos no caso do concreto sem proteção e pode superar os 90 anos dependendo do
sistema de proteção que venha a ser aplicado na superfície do concreto.
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Figura 10. Efeito da proteção superficial pela aplicação de silicato de sódio na vida útil da
estrutura de concreto armado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados indicaram que o tratamento de superfície com silicato de sódio pode ser uma boa
opção para a proteção de uma estrutura de concreto armado com vistas à corrosão de armaduras e
mais especificamente com relação ao ataque por cloretos. Contudo, ficou comprovado que este
tipo de produto não torna os concretos impermeáveis, sendo aconselhável que não sejam usados
em condições onde exista pressão de água.
A redução na absorção de água por sucção capilar causa menor penetração de água do meio
externo e a limitação do acesso de umidade implica em uma menor cinética do processo de
corrosão (caso o processo de corrosão de armaduras já esteja instalado), além de dificultar a
contaminação do concreto por íons cloretos, já que estes íons penetram no concreto por meio de
um eletrólito (de forma geral a água).
Foi demonstrado que o tratamento do concreto com o silicato de sódio reduz o coeficiente de
difusão de forma considerável. Baseado na segunda lei de Fick é possível demonstrar que o
tratamento da superfície do concreto com silicato de sódio pode elevar a vida útil de uma
estrutura de forma considerável, como ilustrado na Figura 10.
1
10
1 10 100
Pro
fun
did
ad
e d
e p
enet
raçã
o
de
cl-
(cm
)
Vida útil (anos)
Referência
Silicato de sódio (20%)
Produto comercial a base de silicato
Silicato de sódio líquido
5
5
50
Limite crítico de Cl- considerado = 0,4% (em relação à massa de cimento) / Cs = 1,8
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6. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio fornecido pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
(POLI-USP), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estes autores também agradecem a Arquiteta Dominique Elena Giordano Gonzalez, pela
elaboração de algumas ilustrações deste trabalho.
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