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Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

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Page 1: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux
Page 2: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

SUMARJO

Lr. RO I - 0 EVANGELHO ESS~IO DA PAZ

Credo da Sociedade Biogenica lntemacional - Introdul;3.o- PrefacioEdilJaodas B<X1asde Curo (1978) - 0 Evangelho Essenio da Paz -

,.\ Hist6ria do Evangelho Essenio da Paz. . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . 7

LlVRO II - OS LlVROS DESCONHECIDOS DOS ESS~IOS

Prefacio - Introdu~o - A Visao de Enoque: A Mais Antiga Reve.50 - Extraido do Livro Essenio de Moises: Os Dez Mandamentos

- As ComunhOes - Do Livro Essenio de Jesus: A paz Setupla -Fragmentos Identicos aDs dos Manuscntos do Mar Marto - Do Livrowenio do Mestre de Virtude -Fragmentos do Evangelho Essenio deJow - Fragmentos do Livro Essenio do Apoca1ipse 53

LlVRO 1lI - MANUSCRITOS PERDIDOS DAIRMANDADE ESS~lA

Prefacio - Introdu-rao - 0 Voto Setuplo - 0 Culta Essenio - 0"njo do 501- 0 Anjo da Agua - 0 Anjo do Ar - 0 Anjo da Terra- 0 Anjo da Vida - 0 Anjo da Alegria - A Mae Terrena - 0"njo do Poder - 0 Anjo do Amor - 0 Anjo da Sabedoria - 0Anjo da Vida Etema - 0 Anjo do Trabalho - 0 Anjo da Paz - 0Pai Celeslial - A Lei Sagrada - Os Anjos - A Irmandade - Arvores- Eslrelas - A Lua - Salmos de Louvor e A~o de Gr~as- Lamentat;oes - Profecias.................................. 165

LlVRO IV - OS ENSINAMENTOS DOS ELEITOS

Prefacio - As Comunh6es E.~nias - 0 Dom da Vida na Relva Hu.milde - A Pal Setupla - Livros de Estudo Recomendados........ 281

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Page 3: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

LIVRO Io EVANGELHO ESSENIO DA PAZ

Tcxto aramaico do terceiro seculo e antigos textos eslovenoscomparados, traduzidos e organizados pcr

Edmond Bordeaux Szekely

Page 4: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

CREDO

da Sociedade Biogenica lnternacional

Ill'lhlalliOS que a nossa propriedade rnais preciosa e a Vida.

\\ It dll;1I1l0Sque mobilizaremos ladus as fon;:as da vida contra as for~as dattllllle

\, 1("lll1alllos que a compreensao mutua conduz a mutua cooperar.;ao; que a11111111,1l"lHlperar;ao conduz a Paz; e que a Paz e ()unico modo de sobrevivendad,l hUlll<lnidade.

\11{"dil;lJllOS que preservaremos, em Jugar de desperdir.;a-Ios, nOS50S recursos

11.lllIl.llS, que sao a heram;a de nossos filhos.

",I('(lit.lInos que cvitaremos a poluir.;iio do nosso af, da nossa agua e do nOS501110. prccondir;6es basicas da Vida.

AII{'ditamos que preservaremos a vcgela~iio do nossa planeta: a relva humildeIIIH' chegou h<icinquenta milh6cs de anos, e as arvores rnajestosas que ehe.~'.I1,un ha vintc milh6es de anos, a fim de preparar 0 nosso planela para a1IIIIn;lnidade.

Arrl'uitamos que so comeremos alirnentos frescos, nalurais, puros e integrais,l'lll substancias gufmicas e processamentns artificiais,

Anedilamos que viveremos uma vida simples, natural e criativa, absorvendo

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Page 5: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

t\,da_~;I~tonIcs de ellngi;l. h;lflllonia l' s,llX'r, qUI' l'slao llt-nlm l~I'm tOt'llUllcIU'ls.

Aneditamos que () aprimoramcnto dOlvida e da humanidadc nesle planctaprccisa comel;ar com csfon;os individuais, como 0 lodo depende dus atolllosLIeque se compflC,

An-editamos na Patemidade de Deus, na Matemidade da Natureza e na Ir-l11andade do Homem.

- composto em Paris, em 1928. par RomainRolland e Edmond Bordeaux Szekely,

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Os e.lpfrito.sda verdade e da fal.sidadePelejam no corariio do homem;A verdade na.l.cidada fame da Luz,A falsidade na.l.cidado pOfO da escuridiio.E assim como 0 homem herda a verdadeAssim evitard a escuridiio,

- extrafdo do Manual de Disciplinados Pergaminhos do Mar Marto

Page 6: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

INTRO()u<;:Ao

(11l,IM' dois mil allus sc passaram dcsde que 0 Filho do Homcm cnsinouI" 11111111111,a ven..lauc c a vida a humanidade. Ell' trouxe sadde para os docnlcs,

It" d"lI;j para os ignorantes e felicidade para os desgra~ados. ConquislouIII I Ilk ,LI hurnanidadc e a totalidade da civiliza~ao do Ocidentc. Esse falo• "'1'1'IOV.La clema vitalidade Jas palavras do Mestre, e seu valor SUprl'ITlO t'

III<tllllp.u.\vd.

I ) \-Illlll'lido ucslc livro representa apenas cerea de urn ter~o dos manus-"11" \-'llnplt'l()s que existem em aramaico nos Arquivos Sccretos do VatiCill1l1

I I III ,'SIIlVl'110 antigo nos Arquivos Reais dos Habsburgos (hoje propricdadciI" ~'(lvnllC) austr(aco).

I kVt'lllos a existcncia Jas duas versoes aos padres nestorianos, que, sohI I'H'SS;U, das hordas de Genghis Khan, viram-se obrigados a fugir do Orienle1',1l,I ,) (>Cidenle, levando eonsigo todas as antigas eserituras e lodos os fcones.

(h antigos textos aramaicos datam do seeulo III d.C, ao passo que a velha\, I"llll'slnvena e uma tradw;ao desses textos. Os arque6logos ainda nao foraml IP,IIl'S de rceonstruir para n6s 0 modo exato com que os textos safram da1',llntllla c foram parar nas maos dos padres nestorianos, no interior da Asia.

N:1o lemos nada que acrescentar ao texto, que fala POf si mesma. 0 lei tor<j1U' l"llldar com concentras;ao as paginas que se seguem sentira a vitalidadel'll'llla l' a evidencia poderosa das verdades profundas de que a humanidadelll'\l's,ila hoje mais urgentemente do que nunea

"Ii a verdade dara testemunho de si mesma,"

I mUIf/',f, 1937

EDMOND BORDEAUX SZEKELY

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Page 7: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

PRErAClO II EDI<;:i\O Di\S 1l0Di\SDE OURO (197S)

Cinquenta anos se pa.~saram dcsde a primeira publica~ao do Primciro Li~vro do Evangelho £uenio do Paz, assim como da funda~ao da Sociedlldt'Biogenica Internacional, dedicada a aplica~ao dos perenes Ensinamentos Es~senios a nossa vida cotidiana no seculo XX. Nesse tempo. () mundo SOrrell

uma guerra global dcvastadora e, mais uma vez, enfrenta problema." aparen~temcnte insupeniveis na forma de polui'rao planetaria, escassez de alimentose energia e tensoes cada vez maiores entre as filosofia.<>polfticas. E mesmoassim as palavras eternas de Jesus continuum a espargir sementes de paz earnor em urn ffiundo conturbado. Mais de dez milhoes de leitores absorverama mensagcrn do Evangelho Essenio desde 1928, e 0 numero deles cresce dia.riamente, Victor Hugo disse: "Nao h<i maior poder que 0 de uma ideia cujomomento chegou." Talvez a ideia da simples forr.;:ada filosofia essenia tenhafinalmente surgido. Talvez ainda nao seja tarde demais para 0 poder transfor.mador das palavras de Jesus, em sua pureza e simplicidade originais, operarsua magia em urn mundo que precisa dela como nunca precisou em todo 0correr da hisloria.

ApOs mais de quarenta anos de extensa pesquisa sobre os eventos quetransformaram toda a histaria do nos~o p1anela, 0 pesquisador serio tla verdadepode ler agora, alem do Primeiro Livro, os que a ele se seguiram: 0 SegundoLivro: O~.Livros Desconhecidos dos Essinios e 0 Terceiro Livro: MunuscritosPerdidos du Irmwufade E.1".\'blia.1

Em 1975 rcgistrou-se urn acontecimento importante: a publicar.;:ao looga.mente esperada de () Des(."ohrimentodo Evangelho Essinio da Paz - Iivroque final mente responde as perguntas sobre 0 Evangelho Essenio que nosforam dirigidas durante u liltimo meio seculo, pruvenientes de todas as partesdo mundo, 0 PrilTlciro Volume, intitulado A Busca Jos Eternos, publicadoem 1977, tambem projeta luz subre a espantusa hist6ria do Evangelho Essenio,eo Segundo Volume, A Grande Experiincia, dcscreve 0 crescimento relam-pago do movilTlcnto Essenio-Biogenicu, urn renascimento espiritual que severificou no muntlo inteiro denlro da estrulura da Sodedade Biogenica loter-

1. 0 Quarto Livro, Os En.rinament()s d(}s Eleitvs, foi publicado postumamente em1981.

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!l h'Il,1! ( I Tl"Il'l'110 VnlUllll', A (!ui/llh'(J lill JIH'f'tlrudt', t:orrl'laciona os mi.til II, oil' r.ltll~ l' d('sl'ohrilllL'ntm lla (lc.squisa medica Illouema ella bioquf111k.1.t "IllUIIl.II oliiahr;m!(Clltc da Sockuadc Biogenica Imcrnacional, 0 M(}(fo H,\'.

tJ" ,f" \',<1(/ llif/~hli(,(l, Cllfnprova os prindpios demos do Evangelho Esse.Ht" 01,1".II, IOflll'L'1,'ndoinslnll;f!es concrctas e prfitica~ sobre 0 modo de apli.

\ h. 'Illllms:! vida difiria no scculo XX. Agora, numa edir.;:aoreccm-revisl<l1l1l1ll'1I1,1da(;I]1.1rl'ccu ern 1l)2H na Franr;a como La Vie BioKenique). cssa

I II<II IlIflt'dia Esscnia" alcanr;ou, entre os Icitores do mundo inteiro, uma po-1'111111,1.1(11'que .s(\ pcrdc para a deste volume.

EDMOND BORDEAUX SZEKELY

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Page 8: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

"EI~ enviaram t:uradorel'. E urn delL'Sera Jesus, () E.~sCnio, quecarninhou entre os cnferrfM; e os pcrturbados, e tevou-lhes 0 conheci.mento de que precisavam para curar-sc. Alguns Jus que 0 seguiampuserarn por escrito 0 que se pas.~ou entre ele e os que sofriarn e an-d,lvam soorecarregaJos. Os AnciiitlS da Irrnandade ptlC'tizaram as pa-lavfas e lornaram inesquccivel a histcSria do Curador de Homens;oHmn Paslor. E quando. ufinal. chegou para os Irmaos 0 momento dedcixar 0 deserto e ir para oulro lugar. os manusnitos ficararn comosentinelas enterradal', guarda~ esqueciJos da verdade elo.••.na e viva.

Teve infcio urna era tenebnJS<l, urn temptl de selvageria, de bar-baric, de queima de livros, de supcrstil;i\o e ador~ao de {dolos vazios.o suave Jesus perdeu-se para sempre oa imagem de urn Deus crucifi.cado; os irmaos essenios escOIldcrilm seus cnsin,lmCn!os na mente dos[l"IKtlS que ptxlium preserva-Ios para os descenJcntes, e os Manuscritosda Cura queJaram-se negligenciados dcbai:\o das sombras mutaveis doUC.sertll,.,"

o Dtscobrimento do Evangt'lho EssinioJ'l Paz, de Edmond Bordeau:\ Szekely

Page 9: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

() EVANGELIIO EssfiNIO DA PAZ

I 111.1'I, IllllilllS l.hlcntcs e aleijados se aproximaram deJesus, pedindo-lhe:. ,,1111<In lod;IS as r:oisas, dize-nos, par que sofremos destas pragas dolo-

I '1'", qll(' Ililll 5011ms sadios como os Qutros homens? Cura-nos, Mestre,I I 'I"' 1.11UI)l'1llnos tornemos fortes e nao mais precisemos pennanccer flU

I till t 11.1.Sahclllos que tens 0 poder de curar todos os tipos de doem;as.I I t I II" lit' S;llall<15C de todas as suas grandes af1i~5es.Mestre, tern piedade

Ill'

I I, liS rt'sJlondeu: "Bem-aventurados sois vos, que tendl's fome da ver-10 I''''~ I'll vos satisfarei com 0 pao da sabedoria. Bem-avenlurados sois

!jilt h.lll'is, pois eu vos abrirei a porta da vida. Bem-aventurados sois v6s,111 .1, "I,lIS rcjcitar 0 poder de Satanas, pois eu vos conduzirei ao reino dosIII" 11.1ll(lSSa Mile, onde 0 poder de Satamh nao pode entrar."

I dl'S, pasmados, perguntaram-lhe: "Quem e nossa Mae e quais sao osII ,1I11"S?E (lnde fica 0 seu reino?"

VII.•sa Mile esla em vos, e vas estais nela. Ela vos deu a luz: ela vas d<iId,l 1'111l'la quem vos deu 0 vosso corpo, e a cIa, urn dia, 0 devolvereis.

11'111,lvl'Illurados sois vos que, urn dia. a conhecereis e conhecereis 0 seu1 Itl", st' n.t;eherdes os anjos de vossa Mae e praticardes as suas leis. Em

,101,,11- vos digo, quem faz essas coisas nunea vera doenr.;a. Pais a poder detil, .I M,le eslfi acima de tudo. E ele destr6i Satana.s e 0 seu reino, e impera••bll' IOllos os vossos corpos e todas as coisas vivas.

"( ) .s:lngue que corre em nos nasceu do sangue de nossa Mae Terrena, a1I1fo'l1l'dela cai das nuvens; salta Jas entranha<; da terra; murmura nos riachos

d I 11Itllllanhas; tlui, amplo, nos rios Jas planfcies; dorme' nos lagos; enfure-" I', pllderoso. nos mares tempestuosos.

"( l ill"que respiramos nasceu do h<ilito de nossa Mae Tcrrena. Seu hilito, lIul nas alluras dos ceus; sussurra nos topos das montanhas, eicia nas folhas,II tllill'sta. cresce sobre os trigais; dorme nos vales profundos; arde no deserto.

"/\ durcza dos nossos ossos oasceu dos ossos de nossa Mae Tcrrena, dasIl~ h,IS c das pedras. Eles permanecem nus debaixo dos ceus enos cimos das,".dl1hL'iras; sao como gigantes adonnecidos nas encostas das monlanhas.I "linl fdolllS erguidos no deserto, e estao ocultos na profundeza da terra,

"/\ brandura dOlnossa carne oasteu da carne de nossa Mae Terrena; euja'dllll' se faz amare1a e vcnnelha nos frutos Jas <irvores enos alimenta nasI, II.ISJos campos.

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Page 10: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

"Nossas vfscera~ nasccrarn das vfseeras lie Ilossa Mile Terren" c est:\ocscondidas dos nossos olhos, como as profundczas invisfveis da terra.

"A luz de nossos olhos e a audi~ao de nossos ouvidos nasceram das corese sons de nossa Mae Terrena, que nos envoIvern como as ondas do mar en.volvern 0 peixe, como 0 ar turbilhonante envolve 0 passaro.

"Em verdade vos digo, 0 Homem e 0 Filho da Mae Terrena, e dela recebeuo Filho do Homem todo 0 seu corpo, assim como 0 corpo de uma criancinharecem-nascida nasee do ventre de sua mae. Em verdade vos digo, estais unidosa Mae Tercena; ela esta em v6s, e v6s estais nela. Dela nascestes, nela viveise a eia retomareis. Obedecei, portanto, as suas leis, pois s6 vive muito e efeliz quem honea sua Mae Terrena e the cumpre as leis. Pois 0 vosso halitoeo halito dela; 0 vosso sangue e 0 sangue dela; os vossos ossos sao os ossosdela; a vossa came e a came dela; as vossas vfscems sao as visceras dela; osvossos olhos e os vossos ouvidos sao os olhos e os ouvidos dela.

"Em verdade vos digo, se deixardes de cumprir uma unica de todas essasleis, se vierdes a causar dano a urn membro que seja do vosso corpo, estarcistotalmcntc perdidos em vossa penosa enfennidade, e hayed choro e rangerde dentes. Pois eu vos digo, a menos que seguirdes as leis de vossa Mae, naoescapareis a morte de forma alguma. E aquele que se aferrar as leis de suaMae, a ele se aferrara tambem sua Mae. Ela cumra todas as suas pmgas, e etenunca mais adoecera. Ela the dara uma vida longa e 0 protegera contra todasas at1i~oes; contra 0 fogo, contra a agua, contra a picada de serpentes vene.nosas. Pois vossa Mae vos deu a luz, mantem a vida dentro de v6s. Ela vosdeu 0 seu corpo, e ninguem seniio ela vos curara. Bem-aventurado e aqueleque ama sua Mae e repousa, tranqUilo, no ventre dela. Pois vossa Miie vosama, ate quando vas afastais dela. E nao vos amara muito mais se voltardesde novo para ela? Em verdade vos digo, muito grande e 0 seu amor, maiorque a maior das montanhas, rnais profundo que os mares mais profundos. Eos que amam sua Mae nunca serao por ela desarnparados. Assim como agalinha protege os seus pintinhos, assim como a leoa protege os seus fi.Ihotes, assim como a mae protege 0 seu bebe recem-nascido, assim a MaeTerrena protege () Filho do Homem contra todos os perigos e contra todosos males.

"Pois em verdade vas digo. males e perigos sem coma andam a espreitados FiUms dos Homens. Belzebu, 0 principe de todos os demonios, a origemde todo 0 mal, anda a espreita no corpo de tOOosas Filhos dos Homens. Elee a morte, 0 senhor de todas as pragas e, envergando vestes apraziveis, tentae seduz os Filhos dos Homens. Promete riquezas, poder. palacios esplendidos,(rajos de ouro e prata e uma multidiio de criados, tudo; promete renome e

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gltlria, fornic<u;iioC cOllcupiscencia. glutonaria e bchcrical;ao de vinhn, vidadissolula, indolcnda e dia~ de <ido. E alrai cada um com aquilo para 0 quernais se Ihe inclina 0 cora~ao. E no dia em que os Filhos dos Homens se10mam cscravos dt~tOOasessa.~vaidades e abomina~oes, em pagamento delas,de lhes .lITebalatodas as coisas que a Mae Terrena lhes prodigalizou. Tira-Ihes() alento, a sangue, os ossos, a came, as vfsceras, os olhos e os ouvidos. EoOllentodo Filho do Homem toma.se curto e ahafado, doloroso e fctido, comoo bafa dos animais impuros. E 0 seu sangue toma-se grosso e malcheiroso,como a agua dos pantanos; coagula-se e escurece, como a noite da morte. Eseus ossos endurecem e ficarn nodosos; dissolvem-se por dentro e quebram-seem pcda~os, como a pedra que COlisobre uma rocha. E sua came toma-se gordae 'Iljuosa,apodrece e putrefaz-se, com feridas e tumores que sao uma abomin~ao.E suas vlsceras se enchem de imundfcies execrnveis, com correntes de deterio...f:l~iioque escoam lentillllente; e multid6es de vennes abomimiveis ali habitam.E os seus olhos se emb~am, ate que a noile escura os amortalhe, e os seusouvidos ficam tapados. como 0 silencio da scpultura. E, por derradeiro, 0 Filhopecador do Homem perde a vida. Pois nao cumpriu as leis de sua Miie e acres-centou pecado a pecado. Em conscqUcncia disso. sao-Ihe tirados todos os donsda Mae Tercena: alento. sangue, ossos, came, vlsceras, olhos e ouvidos e, depoisde tudo 0 mais, a vida com que a Mac Terrena Ihe coroou 0 corpa.

"Ma~ se 0 Filho pecador do Homern se arrepender dos pecados e os des-fizer. e voItar para a Mae Terrena; e se cumprir as leis de sua Mae Tercena eIibertar-se Jas garras de Satanas, resistindo as suas tenta9oes, a Mae Tercenarecebera de volta, com amor, 0 Filho pccador e the mandara os seus anjospara servi.lo. Em verdade vos digo, quando 0 Filho do Homem resiste aoSalamis que 0 habita e nao Ihe faz a vontade, na mcsma hora ali se encontramos anjos da Miie para scrvi-lo com todo 0 seu poder e livni.lo totalmente dopoder de Satanas.

"Pois nenhum homem pode servir a dois senhores. Ou serve a Belzebu ea seus dem6nios ou serve a nossa Mae Terrena e a seus anjos. Ou serve amorte ou serve a vida. Em verdade vos digo, bern-aventurados sao os quecumprem as leis da vida e nao vagueiarn pelos caminhos da morte. Pais nelesas for~as da vida se tornam fortes e des escapam ao flagelo da morte."

E toda~ as pessoas it sua volta atentavam, pasrnadas. nas suas palOlvras,pois nelas havia poder. e ele ensinava de modo muito diferente dos padres eescribas.

E se bern 0 sol agora ja eslivesse posto, nao voharam para suas casas.Sentados em roda de Jesus, perguntaram-Ihe: "Mestre, quais sao as leis da

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Page 11: Evangelho Essenio Da Paz - Edmond Bordeaux

vida'! Fica CllllOSI;Ornais algul1l 11;11lJ1(ll'l'USlIl<lnus, I'reslarclllo.s <lll'n~.;lll,IllIl'USensinarnentos rara pmkr ser l"lJr:ldllSl' IIOSlornar jllslns."

Eo pr6rrio Jesus sentou-se no Oleindell's c dissc: "Em wrdallc vos dl~lI,nlllguem rode ser nem-aventurado. excetn 0 que curnprc a Lei."

E (ISoulros responderam: 'Todos n6s I;umprimos as leis dc Moises, J111SS11legislador, cxatamcnle como elas estao escritas nas sllgrlldas escrituf:ls,"

E Jesus respondeu: "Nao procureis a lei em vossas eSl;rituras, pois ;111'1e vida, ao rasso que a escritura esta morta. Em verdade vos digo, Motsc.s I};I'Irl.'<:cnCllsuas leis de Deus por escrito, ma~ atraves da palavra viva. A lei l~apalavra viva do Deus vivo a profetas vivos para homens vivos, Em ludo 0que e vidll esla escrita a lei. Vas a encontrareis na reiva, na arvore, no rio, naIllontanha, nos passaros do ceu, nos peixes do mar; procurai-a, porCm. prillI;ipalmente em vas mesmos. Pois em verdade vos digo, todas as coisas viv;l.sestao mais perla de Deus do que a escritura, que nao lem vida. Deus fel avitia e tooas as coisas vivas de maneira que elas possam, pela palavra etem;I,ensinar ao hornem as leis do Deus verdadeiro, Deus nao escreveu as leis naspaginas dos livros, mas em vosso cora'rao e em vosso espirito. Elas estao emvosso alento, em vosso sangue, em vossos ossos; em vossa came, em vossasentranhas, em vossos olhos, em vossos ouvidos e em cada partezinha do VOSSllcorpo. Eslao presentes no ar, na agua, na terra, nas plantas, nos raios do sol,nas profundezas e nas alturas. Todas falam convosco a fim de poderdes com.preender a lingua e a vonlade do Deus vivo. Mas vos cerrais os olhos paranao ver e fechais os ouvidos para nao ouvir, Em verdade vos digo que aescritura e obra do hornem, mas a vida e todas as suas hostes sao obra donosso Deus. Portanto, por que nao atendeis as palavra" de Deus, que estaoescritas em Suas obras? E por que estudais as escrituras mortas, que sao obradas maos dos homens?"

"Como podemos ler as leis de Deus em outro lugar que nao sejam asescrituras? Onde estao escritas? U~as para nos daf de onde as yeS, pois naosabemos nada mais alem das escrituras que herdamos de nossos avos. Dil.e-nosas leis de que falas para que, ouvindo-as, possamos ser curados e inocenlados."

Disse Jesus: "Nao compreendeis as palavras de vida, porque estais namorte. A escuridao vos escurece os olhos e vossos ouvidos sao tapados pelasurdez, Pois eu vos digo que nada vos aproveitani estudar escrituras mortasse, pelos alos, negais quem vos deu as escrituras. Em verdade vos digo, Deuse suas leis nao estao no que fazeis, Nao estao na glutonaria e na bebericll'raode vinho, nem no viver deva"so, nem na lasclvia, nem na busca de riquezas,nem no 6dio aos inimigos, Pois todas essas coisas estao longe do Deus ver-dadeiro e dos seus anjos. Mas todas elas vern do reino das trevas e do senhor

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I" " 1II,'1I'~,H 111d;ISl'arn'gais em vos; e, :Issim, a pal:lvra e () poder dcIII" ••..'1 1'1'Ill'tralll,porque lodos os tipos de mal e todas as especies dc

I1I1I~'" IIIIISllal1l(lratlaem vosso corpo e em vosso espirito. Sequiserdest I 01'VJ,I1101Iklls vivo e 0 seu poder vos penetrem, nao sujeis 0 corpo"t 1'111111;pOlS0 curpo e 0 tcmplo do espirito, e 0 espfrito e 0 templo

II Il 1'lItllll';,i, portanlo, 0 tcmplo, para que 0 Senhor do templo 0 habite'I UIIIhl}',il!"tlignn dele.I oil'I.UII'I,L1-VOSde tndas as tentll'roes do carpo e do esplrita, que pro-

." 01,S,II,IIl;\s,e rtx:olhei-vos a sombra do ceu de Deus,1/, 11"••..,11vos, C logo. Pois em verdade vos digo, Salamis e suas pragas

1,,,I'1Il 1'1l'll.Jlulsospelo jejum e pela ora'rao. Ficai a sos e jejuai, e naoI I d 1l11l~Uc.ll1ln vosso jejum. 0 Deus vivo 0 vera e grande sera a vossa'U'I II ,I I~jl'juai ate que Belzebu e lodos os seus diabos se afaslem de, l••oIllsliS anjos de nossa Mae Terrena acudam e vos sirvam. Pais em

• 1101,VlIS,!lgo, se nao jejuardes, nunca vos livrareis do poder de Satanas,I l"oI"s.lS Jllolestias que provem de Satamis. Jejuai e orai com fervor,

Ulll0II I'\lda do Deus vivo para a vossa cura. Enquanto jejuarde.s, evitaiI !llll'S tins lIulllens e procurai os anjos de nossa Mae Terrena, pois quem

II" IlIll ,'III.olllra.1111(':Ii° ar fresco da flore.stae dos campos, e ali, no meio deles, encon-

It II I U ,111)0do ar. Tirai os sapatos e as roupas e pennili que 0 anjo do ar" ,llv,ll ••..a 1(ldo0 corpa. Em seguida, respimi longa e profundamente, a tIm

d 'I'll' 'I allju tin ar seja levado para dentm de vos. Em verdade vos digo, 0Ill" 01,1Olt'cll.pulsara do vosso corpo loda a sujidade que 0 maculava por fora1'''1 dl'uITll.E por esse modo todo ° mau-cheiro e todas as coisas impuras, Ifll('lao e sairao de v6s, como a fuma'ra do fogo ascende enovelada e se

I' ,.I, lUIIIl:cano do ar. Pois em verdade vos digo, santo. eo anjo do ar, queIImp,1IlIdn0 que e sujo e da as cOlsasmalcheirosa~ urn suave aroma. Nenhumh"iU' III Ijue 0 anjo do ar nao deixe passar entrara a presen'ra de Deus. Em, Hl,uk, lollos predsarao nascer de novo pelo ar e pela verdade, pois 0 vosso

, ,IIpll Il'spira 0 ar da Mae Terrena, e 0 vosso espfrito respira a verdade do PalI , I"sllal.

'.1kpois do anjo do ar, pmcurai 0 anjo da agua. Tirai os sapatos e as1"lIp.l'i e consenti que 0 anjo da agua vos cinja todo 0 corpo. Aninhai-vos11I1,'u,unenteem seus brll'r0s envolventes e, quanlas vezes moverdes 0 ar comII s"pm lantas vezes movei tambCm a agua com () corpo. Em verdade vosoillo"l,0 anjo da agua expel ira do vosso corpo toda a sujidade que 0 maculava1"11lora e ppr dentm. E todas as coisas sujas e fetidas escorrerao para fora deVtI~,l'xalamente como as imundfcies das roupas lavadas em agua escorrem

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para 1\)[;1t' St' pcrdt'lIlll<l t:orrt'nlc dllrio. 1':111vl'J\LiIJt'vos dlgo. s;1I110t' 0 .111)11da ~gua tjue hfIJ[1.tludo II que C sujo c d;l a 11IILIsas l'lIisas f1Jaldlt'irma\ 11111suave aroma. Nenhulll homern poue enlr;Jr i\ prl'\CIH,:aue Deus {JlICII alll!l d,J.igua naillenha ucixauo passar. Em verdauc vos uigll, lodos Icrao de rCn;l\ll'jda agua e da verdade, pois 0 vosso corpo sc banha no rio da vida elema. 1'01nx:ehcis {l vosso sangue ua nossa Mae Terrena e a verdade dn nos\o 1',11Celeslial.

"Nan cuideis tjue seja suficiente 0 anjo da agua envoJver-vos apena.s I'Xlcrnamente, Em verdade vos digo, a sujiuade interior e muito maior do qllt' .•exterior. E quem se asseia pOl'fora, mas pol' uentro pennanece impuro, e t:llJlllltiS Ilimulos lindamente pintauos por fora, mas pOI'dentro cheios de toda S!lllt'de sujeiras e abominarroes horrfveis. Por isso, em verdade vos digo, dl'ixm<Jut'() anjo da agua tambem vos batize pOl'dentro para poderdes livrar-vos dl"lodos os pecados passados, e para que pol' dentm possais tomar.vos lao rumstjuanlo a espuma do rio que brinea a luz do sol.

"Procurai, portanto, uma cabm;a grande, cujo talo tenha 0 comprimcnlode um homem; retirai-Ihe a parte intema e enchei-a de agua do rio que 0 sollcnha aquecido, Pendurai.a no galho de uma arvore, ajoelhai-vos no chaodiante do anjo da agua e deixai a extremidade do talo da caba!j:apenetrar-vo,sas paries traseiras, para que a agua flua por todos as vossos intestinos. Aseguir, ainda ajoclhados diante do anjo da agua, orai, pedindo ao Deus vivoque vas perdoe todos os pecados passados, e 010anjo da agua que vos Iiberteo corpo de todas as impurezas e doenryas.Deixai depois que a agua corra parafora do vosso corpo, a fim de que ela tire de dentro dele todas as coisas sujase maJcheirosas de Salamis. E vereis com os vossos olhos e cheirareis com 0vosso nariz todas as abominaryi':iese porcarias que maculavam a templo doVOS\ocorpo; induindo os peeados que moravam em vosso corpo, atonnen.lando-vos com tudas as eSpCciesde dores. Em verdade vos digo, 0 batismo comagua vos liberta de lodos ell'S. Renovai 0 batismo com agua eada dia do vossojejum, ate aquele em que virdes que a ;igua que sai de vas c tao pura quanto aespuma do rio. Logo, conduzi vassa corpo ao rio que COITC, e ali. nos braryosdoanjo da agua, rendei gra<;asao Deus vivo por haver-vos Iivrado dos vossos pe.cados. E cste sagrado batismo, levado a cabo pelo anjo da agua, e 0 renascimentopara uma novavida. Pois os vossos olhos dali pol' diante vemo e vossos ouvidosouvinl0, Nao mais pecareis, portanto, apos a batismo, para que os anjos do ar eda .igua possam morar ctemamenle em vas e servir-vos para todo 0 sempre.

"E se, mais tarde, ainda restar denlro de vos alguma coisa, pol' menor queseja, de pecados e impurezas passados, procurai 0 an.iodOlIuz do sol. Tirai ossapatos c as roupa" e deixai que 0 anjo da luz do sol vos envolva todo a corpo.

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11'.11 11'\l'tlai lnllga c profundamenle. para que () anjo da luz do solI 1,1IIIId d\'lllrll de vos e expulse do vosso corpo todas as coisas mai-I I 1I1.1\qtle () lIlaculavam por dentro e pOI'fora. E todas as coisas1".1<1ll'llll"as\e t'rgueriio de v6s, exatamenle como a escuridao da noite11'11II1l"0 hnlho do sol nascente, Pois em verdade vos digo, santo e 0

I. III dll 01que limpa todas as sujidades e da um suave aroma as coisasI I, II" I~ NlI1~llCmpode enlrar a presenrra de Deus que 0 anjo da luz do

I II '1'1111.1lki,\al!o passaro Em verdade, todos terao de renascer do sol eI 1,,1<]i,1I.1!Jilt'()corpo se aque~a a luz solar da Mae Terrena, eo espfritoII! • II Ilil Slll"r da verdade do Pai Celestial.I I "1111"ill! af, da agua e da luz do sol sao innaos. Foram dados ao Filho

II 'Ill' Itl P,ll,1sl'rvi-Io e para que ell' possa ir sempre de urn para 0 outro.Ultll.1~'Il:JllIlentc,e 0 abrarrodeles. Como sao filhos indivisfveis da Mae

III 1I,Illscparcis os que a terra e 0 ceu fizeram urn s6. Deixai que os trest' 11111.10\vm envolvam todos os dias e que eles vos habitem durante todo

'1IlllIll].1',11 ('Ill Vt'rdade vos digo, 0 poder dos demonios e todos os pecados e

1111' 1 partirao it pressa do corpo abraryadopelos tres anjos, Assim comoII" 1\11.'1'111de uma ca~a deserta a ehegada do dono da casa, urn pela porta,II , I" 1.1Idllda e 0 terceiro pelo telhado, cada qual onde se eneontra e pOI'

II I. II••. I' pmsiveI, assim fugiriio do vosso corpo todos as diabos do mal,I III II I'l'cauos passados e todas as impurezas e enfermidades que conspur.

Illl II Il'lllplo do vosso corpo, Quando os anjos da Mae Terrena entraremIII II II t'orpo, de forma que os senhores do templo 0 reconquistem, lodos

IIIIII dll'ims partirao a pressa pelo vosso halito e pela vossa pe1c, as aguasI 11i100d\pt'la vossa boca e pela vossa pele, pelas vossas partes traseiras eIII .I,I.I~.E vereis todas essas coisas com os olhos e cheifareis com 0 nariz e• IIII~t'OIllas maos. E quando todos as pecados e imundfcies tiverem safdo1" !I~ I) ,'orpo, ('Ivosso sangue se tamara tao pum quanto 0 sangue de nossa" Il'lIt'na e como a espuma do rio que folga a luz do sol. E 0 vosso halilo

IUllldl;1tito puro quanta 0 h<ilitodas flores odorantes; vossa came sera taolilt. qllanlo a came dos frutos que vennelham entre as folha~ das arvores; e• 1111!II' vossos olhos sera tao clara e f1amejante quanta 0 brilho do sol queIIlldd IHIt:cu azul. E agora todos os anjos dOlMiie Terrena vos servem, EoII \1 halilo, 0 vosso sangue, a vossa carne se identificam com 0 h:!lito, 0Ilt'tll't' a carne da Mae Terrena, para que 0 vosso espfrito tambem se iden-

1111'I1ll'nun () espirito uo vosso Pai Celestial. Pois, em verdade. ninguem podetil 1-:,11:10Pai Celestial senao atraves da Mae Terrena. Como nenhuma crian-

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ciuha rcccllI-nasdda comprccnde os l'nsinallll"ulos do rai l'lIquanto a mill' n,hla liver akilado, banhado, assislidn, aoormet'idn c aiaoo. Enquanto a uiarl\i1allloa C pequena, seu lugar e com a mac, a qllem predsa obedCl:cr. Quandochega :1 idade adulla, () pai a leva para trabalhar a sell lado no t:al11Jlo,t' ilcrian~a s(i volta para a mae ao soar a hora 00 jantar e da ceia. E agora 0 P;1linslrui (1mho, para que ell' se lome ellperimentado nos trabalhos patcmos. I'quando () pai percebe que 0 filho comprecnde 0 seu ellsino e faz bern 0 Sl'lIIr,lbalho, da-Ihl' wdos os seus haveres, a fim de que pertenr.;amao lilho queril!llCcslc continue 0 trabalho do pai. Em verdade vos digo, bem-aventurado C 0filho que aceita 0 conselho de sua mae e se pauta por ell', E cern vezes maisbCITl-aventuradoe 0 filho que aceita 0 conselho de seu pai e tambem se pautapor ell', pois vos foi dito: 'Homa teu pai e tua mae para que os teus diaspossam ser longos sobre a terra.' Mas eu vos digo, Filhos do Homem: Honraivossa Mae Terrena e cumpri todas as suas leis, para que os vossos dias possamser longos sobre a terra, e honrai vosso Pai Celestial para que a Vida Etemaseja vossa nos ceus, Pois 0 Pai Celestial e cern vezes maior do que todos ospais pela semente e pelo sangue, e a Mae Terrena e maior do que toda~ asmaes pelo corpo. E mais querido e 0 Filho do Homem aos olhos de seu PaiCelestial e de sua Mae Terrena do que 0 sao os filhos aos olhos de seus paispda semente e pclo sangue e de suas mal'S pelo corpo. E mais sibias sao aspalavras e as leis de vosso Pai Celestial e de vossa Mae Terrena do que aspalavras e a vontade de todos as pais pela semente e pelo sangue, e de todasas maes pelo corpo, E mais valiosa tambem e a heran~a de vosso Pai Celestiale de vossa Mae Terrena, 0 reino etemo da vida terrena e celestial, do quelodas as heranr.;as de vossos pais pela semente e pelo sangue, e de todas asvossas maes pelo corpo.

"E vossos irmaos verdadeiros sao todos os que fazem a vontade de vossaPai Celestial e de vossa Mae Terrena, e nao vossos innaos pelo sangue. Emverdade vos digo, vossos irmaos vcrdadeiros na vontade do Pai Celestial e dOlMae Terrena vos amarao mil vezes mais do que vossos innaos pelo sangue.Pois desde as tempos de Cairn e Abel, quando irmaos pelo sangue transgre-diram a vontade de Deus, ji nao hi innandade verdadeira pelo sangue. E osinnaos se avem com os innaos como estranhos, Portanto, eu vos digo, amaivossos irmaos verdadeiros na vontade de Deus mil vell's mais do que vossosirmaos pelo sangue.

POlS a yassa PAl CELESTIAL E AMOR.POlS A yaSSA MAE TERRENA E AMaR.POlS a FlLHO DO HOMEM E AMOR.

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I t~III,1I11111que n i'<IiCl'lcstial,:1 Mae Terrena e 0 Filho do lIomem se,II ,III 11111MI 1'1liS0 cspfrito do Filho do lIomcm (oi criado do espirito doI I ,I. II,d, e II sell l'Ill"PO,do corpo dOlMae Terrena, Tomai-vos, portanto,t! 110111111111SoloIll'lteilos 0 espfrito de vosso Pai Celestial e 0 corpo de

I fl,1.1l'r('lll'na, E, assirn, amai vosso Pai Celestial como ell' ama 0 vosso11111"I :lSSIlIl,anwi vossa Mae Terrena, como cia ama 0 vosso corpo. E,1I11.1111.11VIISSOSirmfios verdadeiros, como vosso Pai Celestial e vossa MaeII' III O~ ,11I1.lIn.E V\1SS0Pai Celestial vos dara ° seu espirito sagrado e

I fl,1.11'Tl'r1ella vos dani 0 seu corpo sagrado. E os Filhos dos Homens,Ill" IIIII.ln~vl'l'd:uleiros, darao amor uns aos outros, 0 amor que receberam

II 1',11('t'k~lial e de sua Mae Terrena; e tOOosse confortarJ.o uns nosUlill I' dl's.tpareccrao dOlterra todo 0 mal e toda a tristeza, e haveni amord. 1'11.1~Ohll'a lerra, E a terra sera como os ceus, e vira 0 reino de Deus. E

II I II I 11110do lIomem em toda a sua gl6ria, para herdar 0 reino de Deus. E11IIImdo~ Ilomens dividirao sua heran'ra divina, 0 reino de Deus. Pois os

11111"dll' llorncn.~vivem no Pai Celestial enOlMae Terrena, e 0 Pai CelestialI fI,l.l,' '1errena vivem neil'S, E, entiio, com a reino de Deus, vini 0 fim dos

I "'1'" Poi••II amor do Pai Celestial dn a todos vida etema no reino de Deus.1111":lIllor C ctemo. 0 amor e mais fane que a morte,

'St' hl.'lll eu fall' nas linguas dos homens e dos anjos, nao tendo amor1'11111IIIl' como urn latao ressoante au como urn dmbalo tintinante, EmboraII VII dig••\1que deve vir, e conhe~a todos os segredos, e toda a sabedoria;, luhol;1l11inhafe seja forte como a tempestade que ergue montanhas dOlsua, ,11,10ll'ndo amor nao sou nada. E dado que eu entregue todos os meus11 1',11a alirnentar os pobres, e de todo 0 fogo que recebi de rneu pai, nao

I lid••,1lt11lTisso em nada me aproveita. 0 arnOTe paciente, 0 arnOTe bondoso.II 1111'II 11;1(1tern inveja, nao pratica 0 mal, nao conhece 0 orgulho; nao e rudc,'" III"I"IISfa;dcmora para encolerizar-se, nao planeja malfeitos; nao se com-II II 11,1injustir.;a, mas se deleita na justi'ra. 0 amor defende tudo, 0 amor" IIdlf.1l'm tudo, 0 amor espera tudo, 0 amor sofre tudo; nunca se exaure;IIII ,IS lfl1guascessarao, 0 conhecer dissipar-se-a. Pais temos a verdade emI'll t, t' II l'rTOem parte mas, quando chegar a plenitude da perfeir.;ao,0 que, I I, l'lll parte se apagara. Quando 0 hornem era crianr.;afalava como crianr.;a,"IIII'II'('lldiacomo crian<;a,pcnsava como crianr.;a;mas, quando passou a ser

11"IIIl'ltI,lX\sde lado as coisas infantis. Pois agora vemos atraves de urn vidro eII 1\1~ Ill' dilOSobscuros, Agora conheccmos em parte ma~, quando entrarmost 1'10""II\'a de Deus, nao conheceremos em parte, senao como ell' nos ensinou. E

"Id I\'slarn estes tres: a fe, a esperanr.;ae 0 aruor; ma~ 0 maior deles e 0 arnoT."I( a~(lra vos falo na Ifngua viva do Deus vivo, 0 espirito sagrado do

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nosso !'ai Cdcstial, Nao h<'lninguem Olindal'lllfl' v6s (jue pos.sacOIllIHl'l'lldl'!luuo a ([Ul' mc rdim, Quem vos l'xpix: as l'snilUras fala-wI,s numa IInguilmorta tie hllmcns 1T10rtoS.por inlcmlcdio do scu corpo adoenlado c mortal,Totios os homcns r"dcm cOlT1preende-lu,pois lodos estao adoentadns e lodosestao na morte, Nenhum ve a [uz da vida, 0 cego conduz 0 cego relos camin[lOsescums dos rccados, das doenl¥as e dos sofrimentos; e, ao cabo de ludo,todos cacm no po~u da morte,

"Eu vos fui mandado pelo Pai, a fim de fazer a luz da vida brHhar diantcde vos, A jUl ilumina-se a si e i1umina a escuridao, mas a escuridao so scconhece a si e nao conhece a juz. Tenho muitas oulras coisas para dizer-vos,mas ainda nao pooeis suporta-Ias. Pois os vossos olhos estao acostumados aescuridao, e a luz plena do Pai Celestial vos cegaria. Pm conseguinte, aind,lnan pcKieiscompreender 0 que vos digo sobre 0 Pai Celestial que me mandoupara v6s. Segui, portanto, primeiro que tudo, as leis de vossa Mae Terrena,das quais vos falei. E quando os seus anjos tiverem limpado e renovado vossoscorpus e fortalecido vossos olhos, sereis capazes de suportar a luz do nossoPai Celestial. Quando puderdes olhar para 0 brilho do sol do meio-dia como[hus finnes, podereis tambem olhar para a luz eegante de vosso Pai Celestial,mil vezes mais fulgido que 0 brilho de urn milhar de s6is, Mas como podereiso[har para a luz cegante do vosso Pai Celestial, se nao sois sequer capazes desuportar 0 brilho do sol ardenle? Crede-me, 0 sol e como a chama de umavela ao lado do sol da verdade do Pai Celestial. Tende, portanto, fe, esperanl¥ae amor. Em verdade vos digo, nao desejareis a vossa recompensa. Se acreditaisem minhas palavra~, acredilais nell' que me mandou, que e 0 senhor de tudo,e para quem lodas as coisas sao possfveis. Pois todas as coisa~ que sao im.possfveis para os homens sao possfveis para Deus. Se acreditais nos anjos daMae Terrena e ubedeceis as suas leis, vossa f6 vos sustentani e nunea vereisdoenl¥a,Tende csperan~a tambem no amor de yosso Pai Celestial, pois quemconfia nell' nunca sera enganado e nunca vera a morte.

"Amai-vos uns aos outros, pois Deus e amor, e assim saberao os seusanjos que trilhais os seus caminhos, E, enlao, todos os anjos entrarao a vossapresenlfa e vos servirao. E Satanas, com todos os pecados, enfennidades eimpurezas, deixara 0 vasso corpo. Ide, fugi dos vossos pecados; arrependei-vos; batizai-vos; para que possais rena.~cere nao pequeis mais."

Nisso, Jesus leyamou-se. Todos os outros, porem, quedaram senlados,pois todo homem senti a 0 poder de suas palavras. Surgiu, entao, a lua cheiaenlre as nuyens fnigeis e enyolveu Jesus em seu esplendor. E centelhas, Ian.~adas para 0 alto, se desprenderam dos seus cabelos, e ell' ficou entre eles aluz da lua, como se pairasse no ar. E nenhum homem se moveu, nem se ouviu

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d, II' IIlllllll lkks. E ninguc.'Tnficou sabetldo quanto tempo se haviaHI" 1"'lSl' !('111IH)pat'llU.I III ()"lIldol,JI.'SIIScstendeu as maos para eles e disse: "A paz seja con-" I p,lIlllI, 1.'lI1l10um sopro de vento sacode 0 verde das arvores.I 1"11lllUI!lIll'lIlPllOlindaa companhia pcnnaneceu senlada, imovel, para,

1 lllll.l, dl'Slll..'r1arno silcncio, urn homem depois do outro, como safdosIll" h'liI'" s()lIho. Nenhum, porern, se dispOs a partir, como se as palavras

! 11lII, qlll' ,ll'olh;lrade deixa-Ios Ihes continuassem soando aos ouvidos. EJ '11II.I,'I.Ulls('ntados t;omo se estivessem prestando alen~ao a uma musica'! I, II (" "I

P\l ", Hill tides, finalmente, como que tfmido, disse: "Como e born estar1111I 1'111111:"I\u qui sera que esta noite nao acabasse," E outros: "Eu quisera

I' ,10 I (IvC.~se.~empreconosco." "Em verdade e urn mensageiro de Deus,I I 1'1.11111111a l'speran~a em nossos c{)ra~oes," E nenhum desejava regressar

, I I, dl/t'lH[ll: "Nuo irei para casa, onde tudo e escuro e sem alegria. PorII" III,IIIIOSpara casa, onde ninguem nos ama?"

I I h'~ lalavam dessa maneira, pois eram qua<;etodos pobres, coxos, alei-I' I" , 111l't1tligos,desabrigados, desprezados em sua miseria, apenas toleradosI +l•IllllISt'r,u;i'lonas casas onlle se refugiavam por alguns dias. E ate alguns,III (IU'loIl1llar c farrulia, disseram: "Nos tambem ficaremos convosco," PoisI dll 1Ilililt'IIlsentia que as palavras daquele que se fora uniam a pequena

1IIII',II111iacom fios invisfveis. E todos se sentiam renascidos. Viam dianleI 1 11111nllmtio brilhante, ate quando a lua se escondia nas nuvens. E no" '\ \, I ,Ii..'lodos se abriam flores rnaravilhosa<; de maravilhosa beleza, as

tl••" da alegria.I '1ll,lIIdoos raios brilhanles do sol surgiram sabre a orla do mundo, todos

1l11l,1l1l'jUCera 0 sol do reino vindouro de Deus. E, com ~mblantesjubilosos,.II 1I1!.lloIlI1-Seau encontro dos anjos de Deus.

I ItlUitosimpuros e enfermos seguiram as palavras de Jesus e procuraramI 11l001.'l'IISdos c6rregos munnurantes. Tiraram as sapatos e as roupas, jejua-I 1lI1"l'1I1regaram{)corpo aos anjos do ar, da agua e da luz solar. E os anjosIII P\1.1{' Terrena os abra~aram e Ihes possufram 0 corpo, assim por dentro"1I1l1pur fora. E lodos viram todos os males, todos os pecados e todas as

itlll'lll\'/as deixa-Ios a pressa.I' II Ilalito de alguns tomou-se tao fetido como 0 que se soltados inleslinos,

"I,-IIilStivcram uma descarga de catarro, e urn vomito malcheiroso e impuro11I11l'1I'sede suas partes interiores. Toda.••essas impurezas Ihes flufam pela

I"" ,I Fill outros, pelo nariz; em uutros ainda pelos olhos e pelos ouvidos. E1I• (111'0de muitos exalou urn suor fetido e ahominavel, que Ihes inundou toda

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I ,III 1I111110S1I11'Ill!JmSirrornperam granJes tumores quentes, Jos quaisHlllt,l<ks IcdllTenlas, e a urina Ihes escorria, abundante, do corpo; e em, IItHid q",lsl' SITOIl e lornoll.se grossa como 0 mel das abelha~; a deI I 'IUd I' vl'llm'lha ou preta e quase lao dura quanto a areia dos rios.

IIlul.lV;llll gases dos intestinos, fetidos como 0 hal ito de demCmios.,111'110loi IJo grande que ninguem conseguiu suportli.lo,

'p, UHI" SI' hali';lT;!m, 0 anju da agua Ihes adentrou 0 corpo edell's se"',.1 14111l'rIIKlas as abominalfoes c impurezas Jos seus pecados pas-, I, 11l1l'Olh'ntl' que cai de uma montanha, saiu-Ihes em tluxo do corpo

IIdllllll.uk dl' ahomin:ll;()cs dura,; e moles. E 0 solo em que tlufam as suas, [1,,111111,l' lao grande se lomou a fedentina que ninguem p<'ldeperma-

.11 I liS dlahos Ihes :lbandonaram os intestinos qual multidao de vennes,to l"Il'lol111de raiv:l impotente. depois que 0 anjo da agua os expulsou

I "l.'S dos HUms dos Homcns. E, logo, desccu sobre ell'S 0 poder doI' ,I. 1111solar, ceil's morreram ali mesmo, em conto~oes desesperada<;,,. IOI,,~1'1'los pes do anjo da luz do sol. E todos tremiam de terror ao olhar

, 1. 1 ,lh'lI11ina-.:fiesde Satamis, dao;;quais tinham sido salvos pelos anjus.I I 1Il1p,l~'as ;1Deus por haver-lhes enviado os seus anjos para liberta.los.

I 1II'III1S,alormentados por grandes dores, nao queriam deixa.los; e, naolid" 0 "ill' faler, resolveram mandar urn dell's a Jesus, pois queriam mui.

11110II' In l"lmsigo.I 1I00.lIUI\1dois safram a procura dele, viTam 0 proprio Jesus que se apro-

il." ,I 1,4'1.1lIlargern do rio. E 0 corar;ao enche!l-se-lhes de esperan9a e alegriaI 111.1"II,,' ouviram a sauda9aO: "A paz seja convosco." E muitas eram asI 11111.1'quI' de.sejavam fazer-Jhe mao;;,tornados de espanto, nao conseguiamIII '1. Illlis nada Ihes acudia a mente. Disse-lhes, entao, Jesus: "Vim porque

I I Ii' lk mim." E urn dell'S gritou: "Mestre, precisaTI)os de fato, vern ii-I ,.110" dl' nossas dares."

Il"lIS falou-Ihes em panibolas: "Sois como 0 filho pr6digo, que, por10111111.. i1111",cornell, bebeu e pa.ssou as dias em devassidao e luxuria com os1111'U I'. todas as semamLS, sem 0 conhecimento do pai, contrafa novas df-101I l' l'shanjava todo 0 dinheiro em poucos dias. E os prestamistas sempre

110'llIl'll'stavam dinheiro, porque () p:li dele possufa grandes riquezas e sempreIII I' l~'.lva. rcsignado, as dfvidas. E debalde admoestava 0 pai com palavrasI'. I, II lllhll. que nunca dava atent;ao as admonit;oes patemas, que Ihe pediam.II, 1,',111.que renunciasse as libertinagens sem tim e fosse para as campos, a

tlill .Ii' vigiar 0 trabalho dos criados. E 0 filho sempre Ihe prometia fazer tudo" 1',11Ihe paga,;se as dfvidas antiga" mas, no dia seguinte, recomC9ava. E

I'" 1I1,lISde setl' anos levou 0 filho essa vida dissoluta. Urn belo dia, por-em,

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pl,'rdl'nllo a p,Il'icnda, Clpai rCl:llSOlH,Ca p,l,l.:ar aos prc,slarniMa,s a,s IIIVIii,nmlrafdas peln 1111'\0, 'Sc ell continuar pa,l.:.ll1llo',dis,sc dc, 'nao 11<1\1('1,1fill,para (IS pccados de meu filho.' Enfurccidos pur lerern sido l'n~,IJLad" , 0prestamislas fiFeram do filho urn escravo para que puucssc, com a 10111111.1dlodos os oias, pagar-Ihes (J dinheiro que Ihes peJira emprcslado, C('SS,II1111cntJo, os comes, as hebes e as excessos de todos os dia~, Da manha ;\ Illlilcom 0 suor do rosto, ell' aguou os campos, e todos os membros lhe dofalll' IIIrazao do IrabaJho nao familiar, E vivia de pao seco, e nada linha alllilt .1.1proprias lagrimas para amolec~lo, E lres dias depois, sofria tanhl com 0 1.•101C com 0 cansa~o, que disse ao seu amo: 'Nao posso mais trahulhar, pOllIII'lodos os mernbros me doem, Por quanto tempo pretendeis atonncnlar-Illl ,.'Ale 0 dia em que, Com 0 Irabalho de tuas maos, me tenhas pago t(lda~ ,1tua~ dfvidas; e quando Sell' anos tiverem passado, estara.~ livre.' E ° !lIb"desesperado replicou, chorando: 'Mas eu !laO consigo suportar nem ml'~rtlllsell' dias, Tern piedade de mirn, pois todos os membros me ardern e dot'lIl 'E 0 eredor maJvado gritou: 'Apressa 0 trahalho; se pudeste, por sete .1l10~.passar leus dias e noites na farra, teras agora de trabalhar por sell' anos, MloIe perdoarei enquanto nao tiveres pago todas as tua~ dividas, ate a I1llilllildracma.' Eo mho, com os membros fustigados pela doc, voltou, desespcrndll.aos campos a tim de continuar 0 Irabalhu. Ja mal podia ter-se de pe poc Call.~ado eansa~o e das dores, quando chegoll 0 setimo dia _ 0 dia de Sabado, emque ninguem trabalha no campo, 0 filho, entao, reuniu 0 resto de suas fOrt;Hse encaminhou-se, cambaleante, para a casa do pai, E, atirando-se-Ihe aos pes,disse: 'Pai, acredita em mim pela ullima vez, e perdoa todas as ofensa<; queIe fiz, Juro-te que nunca mais viverei dissolutamente e que serei teu filh"obediente em ludo, Livra-me das maos do meu opressor, Pai, olha para rnime para os meus membros esgotados e nao endur~as leu cora~ao,' Assomaramlagrimas aos olhos do pai e ell', tomando 0 filho nos bra~os, disse: 'Rejubi-lemo-nos, porque hoje recebi uma grande alegria, pais voltei a encontrar meufilho querido, que estava perdido.' E vestiu-o com 0 lrajo de maior pr~o edurante lodo 0 dia festejaram, E na manha do dia seguinte, deu ao filho umabolsa de prata para pagar aos credores quanto lhes devia, E quando 0 filho\lohou, disse-Ihe: 'Meu filho, como estas venda, e faeil, alra\les de uma vidade pandegas, contrair dfvidas por sete anos, mas e diffeil paga-Ias com 0 tra-balho pesado de sell' anos,' 'Pai, ISrealmente pesado paga-las, ate com 0 tra-balho de sete dias,' E 0 pai advertiu-o, dizendo: 'Desta vez te foi permitidopagar tuas dfvidas em sete dias, em Jugar de sete anos, e 0 resto te foi perdoado,Mas presta aten~iio para que, no futuro, nao contraias novas dfvidas, Pois em

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,I, "', 11l1l~'lIl'llllHais Sl'lIl1o'l'U pai Ie pl'nlllil ilS tlivitlas, Puis qual~u:rI II",,',l'nr tluro sde anos como orden am as nossas leis,111'.111.1,I , " , ., ,_

I II l'It, {'ll'l da4ui pm tliantc leu filho amanle e obedlenle, e naoI "'111.111dividas, pois sci que e dificil paga-Ias.' ,

10 I 1'11,10 ('.IIUP(Itie seu pai e passou a vigiar, lodo~ os d.la<;,0 lrabalho, 110 .1.' st'U paL. E nunca os fazia trabalhar dcmals, pOlS se lembrav~I 1"1'11" ll.lhalhl) pesado, ~ as anus pa:saram:, ~ os. be~s de ~eu p~:

1.1(1.1\Ie/. mais debalxo da sua mao, pOlS a ben~ao de seu pLlSI'U lrahalho, E, pouco a pouco, devolveu ao pai 0 decuplo de

pi I h,lIlj;lra TlOS sete anos. E quando 0 pai viu que 0 fil~o usava, bern'II "I,lS l'Illt.!llS (ISseus ha\leres, disse-lhe: 'Meu filho, ve~o que mmh~1"I, l'stOiOl'lll boas maos, Dou-te todo 0 meu gado, m,~ha casa, mi-II I , IIlt'US lesouros, Seja ludo isso a tua heran~a, conllllua a acres-

111'11I I'U poder regozijar-meem ti.' E quando 0 filh~ rece~u a heran~aI I" 1.1(1(111as dfvidas de todos os devedores que nao POdl~ paga-lo,

IIIII , \' 1I1IL'l'iade que sua dfvida fora perdoada qu~ndo ele nao pud,era(, I II,'US 0 abcllifoou com uma vida longa, mUllOs mhos :, rnUltas

1'"IS dc era born para todos os criados e para lodo 0 ~ado,I III 'f'llllb. jesus voltou-se para aquela gente enfenna e dlsse: "E~ vos

III I' 11,111"laspara poderdes compreender ~Ihor a palavra de Deus, OSIII" !II' l'Ollles c bebes e vida desregrada sao os pecados do passado, _0• 1I1,llv,Hloe Satanas, As dfvidas sao as molestias, 0 trabalho p,e~ado ~ao

I II () lilho pr6digo sois v6s mesmos, 0 pagamento das dlVldas e a1"1 I.• lim dem6nios e enfennidades do vosso co~, e a sua ~ura, ~ bols~I' .1I t\'I'I,hida do pai e 0 poder libertador dos anjos, ~ P~I e De~s, AsIII' d hks uo pai sao a terra e os ceus. Os criados do PaJ sao os ~Jos, 0I" ilil p<li C 0 mundo, que se mudani no reino dos ceus sc o~ Fllh~s do

I, ,,','h',rem nell' j'untamenle com os anjos do Pai Celestial. POlS euIII III .\, < • d '.11'II I' Illclhor que 0 filho obed~a ao pai e vigil' os cnados ,e seu PaJ

I l"e venh" " ser deveJor do credor malvado e mourejar e suar11111"'.I II { ".. 'Ih11111'IVll para pagar suas dfvidas, Sera melhor, igualmenle, que os Fl os111'11\\'111IIbedeyam as leis de seu Pai Celestial e trabalhem a par com os

'1" I III ~ell reina, do que se lornem devedores d~ Satan as, 0 senh~r da marte,I 1".1" os pccados e de todas as doen~as, e sotrerem com dores e ~uor a!eI" ,I, 1Hpilgo todos os pecados, Em verdade v~s ~igo~ grandes e m~'los sao

•. ' d s Por muitos anos cedestes as melta~oes de Satanas, Tendes" liS ]leca 0 , " d" d' , _+ I" !,I\ltlles. heberraes e freqiientadores de prostIluta<;, e vossas IV,I,as pas

, ' I' E ago" precisais paga.la<; eo pagamento e d,flcultosoI, I' mil IIp lCaram, ",' '." ",11'1" Ntill vos deixeis, porlanlo, dominar pcla lmpaclenClaja no tercclro dla,

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l'lllllO II filho prouigo, Illas cspcrai, c.;OIll P.ll'j('l1l'ia,() sctimo dia santilkadopor Deus, c dirigi-vos dermis com 0 cnra(Ji1ohUlllildc e obediente a presentrado vosso Pai Celestial, pam que ele vos pernoc os pecados e todas as dfvidaspassauas. Em verdadc vos digo, vosso Pai Celestial vos ama eternamente, puistambem vos permite pagar em sete dias as dfvidas de sere al)Os.Aqueles quedevem os pccados e as doeni;as de sete anos, mas pagarn honestamente epersevemm ate 0 selimo dia, nosso Pai Celestial perdoa as dfvidas de todosos sete anos."

"Se pecarmos sete vezes sete anosT', perguntou urn homem doente, quesofria horrivclmente. "Ate nesse caso 0 Pai Celestial nos perdoa todas as df-vidas dc todos os sete anosT'

"8em-aventurados sao os que perseveram ate 0 tim, pois os dem6nios deSatanas lhcs inscrevem todos os malfeitos em um livro, 0 livro do vosso corpoc do vosso espirito. Em yerdade vos digo, nao ha urn unioo ato pecaminosoque nao esteja registrado, desde 0 princfpio do mundo, perante nosso Pai Ce-lestial. Pois podeis escapar das leis feitas pelos reis, mas das leis de vossoDeus nenhum dos Filhos do Romem conseguc escapar. E quando entrardes apresenlfa de Deus, os diabos de Satanas deporao contra v6s com os vossosatos, e Deus vern vossos pecados escritos no livro do vosso corpo e do vossoespfrito e .'Ieentristecera em .'leucorai;iio. Mas .'Ievos arrependerdes de vossospecados e, pelo jejum e pela ora9ao, procurardes os anjos de Deus, a cada diaque conrinuardes ajejuar e a orar os anjos de Deus apagarao urn ano de vossosmalfeitos no livro do YOSSO corpo e do vosso espfrito. E quando a ultimapagina tambem for apagada e limpa de todos os pecados, entrareis a presemrade Deus, e Deus .'Iealegrara em .'leu corac;ao e esqueceni todos os vossospecados. Ele vos libertara das garras de Satanas e do sofrimento; levar-vos-apara dentro de sua casa e ordenani que tooos os seus criados, todos os seusanjos, vos sirvam. Dar-yos-a uma longa vida e nunca vereis doeni;a. Ese, dalipor diante, em vez de pecar, passardes os dias praticando boas alfoes, os anjosde Deus registrarao todas as vossas boas alfoes no livro do vosso corpo e dovosso espfrito. Em vcrdade vos digo, nenhuma boa ac;aopennanece em brancodiante de Deus, desde 0 principio do mundo. Pois dos vossos reis e govema-dores podereis esperar embalde a recompensa, mas vossas boas ac;6es nuncadeixarao de ser recompensadas por Deus.

"E quando entrardes a presenc;a de Deus, os seus anjos deporao a vossofavor invocando vossas boas ac;6es. E Deus as ve inscritas em vosso corpo eem vosso espfrito, e se alegra em .'leucorac;ao. Abeni;oa-vos 0 corpo, 0 espfritoe todos os atos, e vos concede por heranc;a .'leu reino terreno e celeste, para

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que ndc vivais clcmarncnte. 8cm.aventurado e 0 que pode entrar no reino deDeus, pois nunea vera a morte." .

E urn grande silencio caiu sobre as suas palavras. E os que se sentlamdcsalcntados recobraram as fori;as em razao delas e continuaram a jejuar e aorar. E 0 que falara primeiro dissc-lhe: "Perseverarei ate 0 setimo dia." Edisse-Ihe igualmente 0 segundo: "Tambem perseyerarei sete vel.es ate 0 setimodia."

Respondeu-Ihes Jesus: "Bem-aventurados sao os que perseveram ate 0fim, pois herdarao a terra."

E havia muitos enferrnos entre eles, atormentados por dores atrozes, quemal conseguiam arrastar-se ate os pes de Jesus. Pois ja nao podiam andarsobre os pes. Disseram: "Mestre, somos dolorosamente atorrnentados pela dor;dize-nos 0 que devemos fazer." E mostraram a Jesus os seus pes, de ossosretorcidos e nodosos, e continuaram: "Nem 0 anjo do ar, nem 0 da agua, nemo da luz do sol aliviou os nossos sofrimentos, muito embora nos tenhamosbatizado a nos mesmos, jejuado e orado, e seguido tuas palavras em todas asCOlsas."

"Em verdade vos digo, vossos ossos serao curados. Nao desanimeis, masbuscai a cura junto ao curador de ossos, u anjo da terra. Pois de la foramtirados os vossos 0.'1.'10.'1, e para la vo1tarno."

E apontou com a mao para onde 0 correr da agua e 0 calor do sol haviamamolecido a terra em sua margem, transfonnando-a em lama argilosa. "Enfiaios pes no 1000, para que 0 abrai;o do anju da terra vus tire dos osso~ toda aimpureza e toda a enferrnidade. E vereis Satanas e vossas dores fUgJrem ~oabrru;o do anjo da terra. E desaparecerao os nos dos vossos ossos, que seraoendireitados, e todas as vossas dores se dissiparao."

E os doentes seguiram suas palavras, pois sabiam que seriam curados.E havia tambem outras doentes que sofriam muito a conta de suas dores,

.'Iebern persistissem no jejum. Suas fori;as se haviam exaurido e um grand.ecalor os torturava. E quando se dispunham a levantar-se da cama para abel-rar-se de Jesus, sua cab~a entrava a girar como se os sacudisse urn vento detempestade, e rodas as vezes que tentavam erguer-se em pe tomavam a cairno chao.

Jesus, eotao, encaminhou-se para eles e disse: "Sofreis porque Satanas esuas molestias vos supliciam 0 corpo. Mas nao temais, que 0 .'leupoder sobrevos findara rapidamente. Pois Satanas e como um vizinho colerico que entrouoa casa do .'leuvizinho enquanto este se achava ausente, tencionando carre-gar-lhe os haveres para a sua pr6pria casa. Mas alguem contou ao outro que

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II lIlillligo Ihe S:lljUeaVaa residcnda, e Il hUllWIIIvol!ou correndll p"r:l elisa.E quando 0 vizinho maldoso, depois de junt:lr ludo 0 que the llgradava, viuau lunge 0 dono aa casa voltando a pressa, irou-se muito par nao poder levar!lIdo e p6s-se a quebrar, estragar e destruir quanto havia ali. De modo que, jaque as coisas nao podiam ser suas, 0 outro tambem nao tivesse nada. lmedia-tllrncnte, por6n, entrou 0 dono da casa e, antes que 0 vizinho perverso levassea cabo 0 seu intenta, agarrou-o e atirou-o para fora da casa. Em verdade vosdigo, exatamente assim entrou Satana.~no vosso corpo, que e a habita~ao deDeus, E apoderou-se de tudo 0 que desejava TOubar:vosso alento, vassa san-guc, vossos ossos, vossa carne, vossos intestinos, vossos olhos e vossos ou-viLlos.Mas com 0 jejum e a oralYaochamastes de volta a senhor do vossocorpo e as seus anjos. E agora Satanas v~ que 0 verdadeiro senhor do vossocorpo esta retomando, e que esse e 0 fim do seu poder. Por esse motivo, emsua ira, ele retlne mais uma vez as suas forlYaspara destruir-vos 0 corpo antesda chegada do senhor. Essa e a razao por que Satanas vos mortifica tao pe-nosamente, pois sente que 0 seu fim chegou. Mas nao deixeis tremer 0 COr:l¥ao,pois logo surgirao os anjos de Deus para ocupar de novo suas habita~oes ercconsagni.las como templos de Deus. E agarrarao Satanas e 0 lanIYaraodovosso corpo com tadas as suas doenlYase todas as suas sujidades. E bem-aven-turados sereis vos, pois recebereis a recompensa de vossa firmeza, e nuncamais vereis a doen~a."

E havia entre os enfermos urn mais atormentado por Satamis do que todosos outros. Seu corpo era tao ressecado quanta urn esqueleto e sua pele taoamarela quanta uma folha que cai. Ja estava tao fraco que nau conseguia, nemmesmo com as maos, arrastar-se ate Jesus, e p6de apenas gritar-Ihe de longe:"Mestre, tern pena de mim, pois nunca, desde 0 princfpio do mundo, urn ho-mem sofreu como eu estou sofrendo. Sei que foste, com efeito, mandado porDeus, e sei que, se 0 quiseres, pades expulsar imediatamente Satanas do meucorpo. as anjos de Deus acaso nao obedecem ao mensageiro de Deus? Vern,Mestre, e expulsa agora de mim Satanas, que se enraivece, furioso, dentro demim e me atormenta."

E respondeu-Ihe Jesus: "Satanas te atorrnenta tanto assim porque ja. je-juaste muitos dias, e nao Ihe paga~ tributo. Nao 0 alimentas com todas asaborninayoes que ate agora tern poluldo 0 templo do teu espiritu. Atormenta~Satamis com a fome e, por isso rnesmo, em sua raiva, ell' te aturmema tambem.Nuo temas, pois eu te digo, Satanas sera destrufdo antes que se destrua 0 teucorpo; p:lis enquanto jejua~ e oras, os anjos de Deus te protegern 0 corpo,

para que Salamis nao rossa destruir.te. E a raiva de Satamis e impotente contraos anjos de Deus."

Nissa, toaos se chegaram a Jesus e com altos gritus Ihe imploraram: "Mes-tre. tern compaixao dele, que sofre mais do que tados n6s, e, se nao expeliresSatanas imcdiatamente do seu corpo, recearnos que ell' nao viva ate arnanhli."

E Jesus Ihes respondeu: "Grande e a vossa fe. Fac;a-se de acordo com av(Jssa fe, e logo vereis, freme a frente, 0 medonho semblante de Satana.s e 0poder do Filho do Homem. Pois banirei de v6s 0 poderoso Satanas pela forc;ado cordeiro inocente de Deus, a mais fraca das criaturas do Senhor. 0 espfritosagrado de Deus torna 0 mais fraco mais poderoso que 0 mais forte."

E Jesus ordenhou uma ovelha que pastava no meio da relva. E colocouo leite sobre a areia aquecida pelo sol, dizendo: "Vejam, a energia do anjo daagua entrou neste leite. E, agora, a energia do anjo da luz do sol entrara. tarn-bem."

E a leite se aqueceu pela fo,¥a do sol."E agora os anjos da agua e do sol se juntarlio ao anjo do ar."E eis que 0 vapor do leite quente principiou a elevar-se lentamente no ar."Vern e aspim pela boca a forlYados anjos da agua, da luz do sol e do ar,

para que ela entre em teu corpo e expulse 0 Satanas que esta em ti."Eo homem doente que Satamis atonnentava aspirou profundamente para

dentro de si 0 vapor esbmnquiyado que se elevava."Satana.~ deixani 0 teu corpo irnediatamente, eis que ha tres dias passa

rome e nao encontra alimento dentro de ti. Saira de ti a fim de saciar a fornecom 0 leite quente que se evapora, pais esse alimento agmda a sua vista.Sentira 0 seu cheiro e nao sera capaz de resistir a fame de tr~s dias que 0tortura. Mas 0 Filho do Homem destruini 0 seu corpo, a firn de que ell' naop()ssa mms atormentar ninguem." '

o corpo do homem doente, tornado de febre, fazia urn esforlYocomo sefosse vornitar, mas nao podia. E respirava com dificuldade, pais a sua respi-rallao se consumira. E ell' desrnaiou no colo de Jesus.

"Agora Satamis Ihe deixara 0 corpo. Olhai para ele." E Jesus apantou paraa boca aberta do homern doente.

E ell'S viram, entao, com pasrno e terror, que Satanas safa da boca dohomem na forma de urn venne abominavel e se encaminhava diretamente para(1 leile que levantava furnaya. Jesus, entao, tornou de dua~ pedras pontudasnas maos e esmagou-Ihe a caba;:a, e arnmcou do hornem doente todo 0 corpodo monstro, quase tao comprido quanto a homem. Quando 0 venne execravelsaiu da garganta do homem doente, este recuperou imediatarnente 0 alento e,

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nesse inslanlC, tmlas as suas dores cessaram. E fitaram os olhos, apavorados,no corpo de Satan<L~.

"Ve a besta detestavel que carregaste e alimentaste no teu corpo durantelongos anos. Expulsei-a de ti e matei-a para que ela nunca mais possa atar-mentar-te. Dagrao;a~a Deus pelos seus anjos te haverem Iibertado e nao pequesmais, a fim de que Satanas nao retome a ti outra vez. Que 0 teu carpo seja,daqui por diante, urn templo dedicado ao teu Deus."

E todos se sentiram abismados pelas suas paJavras e pelo seu poder. Edisseram: "Mestre, es, de fato, () mensageiro de Deus, e conheces todos ossegredos."

"E v6s", respondeu Jesus, "sede verdadeiros Filhos de Deus, para parti-Ihardes tambem do seu poder e do conhecimento de todos os segredos. Poisa sabedoria e 0 poder s6 vern do amor de Deus. Amai, portanto, au vosso PaiCelestial e a vossa Mae Terrena com todo 0 vosso coralfao e com todo 0 vossoespfrito. E servi a e1es, para que as seus anjos possam servir-vos tambem.Deixai que todas as vossas obras sejam oferecidas a Deus. E nao alimenteisSatanas, que 0 sallino do pecado e a morte. Mas com Deus esta 0 premio dosbuns, 0 seu amor, que e 0 conhecimento e 0 poder da vida eterna."

E todos se ajoelharam para dar grar;as a Deus pelo seu arnor.E Jesus partiu, prometendo: "Yoltarei para todos os que persistirem na

oralfao e no jejum ate 0 selimo dia. A paz seja convosco."E 0 humem doente, de quem Jesus expulsara Satanas, ergueu-se, pais a

forr;a da vida Ihe voltara. Respirou fundo, e seus olhos c1arearam, pois todasas dores (} haviam deixado. E ele se alirou ao chao, no Jugar em que Jesusestivera, e beijou-lhe a marca dos pes e chorou.

E foi a beira do leito de urn c6rrego que muitos enfermos jejuaram eoraram com os anjos de Deus poc sete dias e sete noites: E grande foi a suarecompcnsa por havercm seguido as palavras de Jesus. Ao termo do setimodia, IOdas as dores os deixaram. E quando 0 sol se e1evou sobre a orla daterra, avistaram Jesus, que vinha na sua direr;ao, descendo uma montanha,com 0 esplendor do sol nascente ao redor da caber;a.

"A paz seja convosco."Sem pronuneiar uma liniea palavra, eles se jogaram no chao diante dele,

e Ihe tocaram a ffmbria da roupa em lembram;a da sua cura."Nao agrauc<;ais a mim, senao it vossa Mae Terrena, que vas enviou seus

anjos curauores. Ide, e nao torneis a pccar, para nunca mais verdes molestiaalguma. E permiti que os anjos cmadores sejam as vossos guardiiies."

Mas des lhe respondcram: "Para ondc irfamos, Mestre, ja que contigo

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