EVOLUÇÃO DO PROCESSO TÉCNICO INDUSTRIAL

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EVOLUO DO PROCESSO TCNICO INDUSTRIAL E SUA CONSEQUNCIAS

Jefferson Sladkevicius N 27 - 1 LOG.

A revoluo tcnico industrial A cincia tecnolgica, no estgio atual, est estreitamente ligada atividade industrial e s outras atividades econmicas: agricultura, pecuria, servios. As grandes multinacionais possuem seus prprios centros de pesquisa e o investimento tecnolgico, em relao ao conjunto da atividade produtiva, tem sido crescente. Em meados da dcada de 80, por exemplo. a IBM norte-americana possua cerca de 400 mil empregados em todo o mundo, entre os quais 40 mil (10%) trabalhavam na rea de pesquisa. O Estado, por meio das universidades e de outras instituies, tambm estimula o desenvolvimento econmico, preparando pessoas e capacitando-as ao exerccio de funes de pesquisa, na rea industrial ou agrcola, assim como no desenvolvimento de tecnologias, transferidas ou adaptadas s novas mercadorias de consumo ou aos novos equipamentos de produo. Mesmo no tempo da Guerra Fria, quando o investimento tecnolgico estava voltado corrida armamentista ou espacial, boa parte das conquistas tecnolgicas foi adaptada e estendida criao de uma infinidade de bens de consumo nos pases capitalistas. Com a Revoluo Tcnico-cientfica, o tempo entre qualquer inovao e sua difuso, em forma de mercadorias ou de servios, cada vez mais imediato. Os produtos industriais classificados genericamente como de bens de consumo durveis, especialmente aqueles ligados aos setores de ponta como a microeletrnica e informtica, tornam-se obsoletos devido rapidez com que so superados pela introduo de novas tecnologias. Os impactos mundiais dos avanos tcnico-cientficos foram marcantes a partir da Segunda Guerra Mundial. Foi possvel delimitar, a partir da (considerando-se tambm a relatividade dessa demarcao temporal), o incio de uma Terceira Revoluo Industrial. A microeletrnica, o microcomputador, o software, a telemtica, a robtica, a engenharia gentica e os semicondutores so alguns dos smbolos dessa nova etapa. H algum tempo, a indstria vem utilizando muitas matrias-primas sintticas, como a borracha, as fibras de polister, o nilon e novos tipos de ligas que substituem vrios metais. Hoje, por exemplo, pode-se utilizar uma nova cermica de alta resistncia e durabilidade, feita de areia e silicone. Os recursos sintticos permitem a produo das matrias-primas nos prprios pases desenvolvidos. Esse fato , ao mesmo tempo, alentador e preocupante. Numa perspectiva de preservao da natureza, a explorao de recursos minerais no renovveis diminuir. No entanto, haver uma consequente queda dos investimentos, em pases subdesenvolvidos, por parte de empresas multinacionais ligadas minerao e a outras atividades extrativas. Alm disso, os pases fornecedores de matrias-primas perdero, gradativamente, importantes itens de suas pautas de exportao. Esse novo contexto criado pelas novas tecnologias de produo alteram inclusive os antigos critrios de localizao industrial. Atualmente a instalao das grandes empresas multinacionais no est necessariamente associada proximidade de fontes de matrias-primas e de mo de obra barata. Apenas alguns setores industriais, como calados, txteis, brinquedos, montagem de aparelhos de TV e eletroeletrnicos, ainda tiram vantagem quanto sua instalao em regies onde prevalecem a baixa qualificao e o custo reduzido da mo de obra. Mas esta no a tendncia da economia industrial da Revoluo Tcnico-cientfica, cujo pressuposto produzir cada vez mais, com cada vez menos trabalhadores. Tanto na Primeira como na Segunda Revoluo Industrial, a margem de lucro das empresas se elevava a proporo que os salrios decresciam. Quanto menor o salrio,

maior era o lucro retido pela empresa. O processo de expanso das multinacionais intensificou-se a partir da dcada de 50 em direo aos pases do Terceiro Mundo e seguia este mesmo princpio: a elevao das taxas mdias de lucro tinha como pressuposto a explorao da mo de obra barata desses pases. A Revoluo Tcnico-cientfica, movida pela produtividade, ao mesmo tempo em que pode gerar mais riquezas e ampliar as taxas de lucros, tambm responsvel pelo desemprego de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. Entre os diversos processos de automao industrial, a robotizao o mais avanado. Os pases que mais a utilizam so, respectivamente, o Japo e os Estados Unidos. O Japo contava, em 1994, com 274 mil unidades instaladas em suas indstrias, enquanto os Estados Unidos possuam 40 mil. O Brasil, no mesmo ano, contava com. apenas 100 robs, todos instalados na indstria automobilstica. O setor automobilstico apresenta o maior nmero de robs da indstria em geral. N esse setor, no trabalho de solda, atingisse um grau de robotizao da ordem de 95% nas fbricas mais modernas do mundo. Os novos processos de produo A necessidade de reduo dos custos por parte das empresas para a gerao de maiores lucros e o surgimento de novos produtos e recursos de produo industrial exigiram alteraes nas tradicionais prticas de produo norte-americanas, universais a partir da dcada de 50, com a expanso das multinacionais. A especializao do trabalhador em determinada tarefa e a produo em escala, preconizadas pelo fordismo e pelo taylorismo, no so os atributos mais adequados produo industrial deste final de sculo. O trabalho repetitivo tem sido substitudo pelo trabalho criativo, que atende s constantes variaes do cotidiano da linha de produo. Em contraste com o fordismo e o taylorismo, onde a responsabilidade e a habilidade de cada trabalhador ficavam restritas a uma nica tarefa, nos Crculos de Controle de Qualidade implantados nas empresas mais modernas, o trabalhador passa a ter conhecimento de todo o processo produtivo e a nele intervir. provvel que em pouco tempo o trabalho repetitivo, caracterstico da indstria at recentemente, fique restrito ao das mquinas. O Japo tem sido pioneiro na criao dos novos mtodos de produo, mais geis e Flexveis, que esto sendo adaptados s indstrias em quase todo o mundo. Por meio desses novos mtodos, vrias caractersticas da mercadoria podem ser modificadas em pouco tempo. Alteraes no design, introduo ou substituio de componentes e at a produo de uma outra mercadoria totalmente diferente podem ser feitas a partir de pequenas reestruturaes no interior da mesma fbrica, utilizando-se os mesmos equipamentos. Os recursos da microeletrnica e da informtica viabilizam essas frequentes mudanas. Esse sistema de produo totalmente adaptado ao mercado ficou conhecido pelo nome de just-in-time (tempo justo). No interior da fbrica, as diferentes etapas de produo, desde a entrada das matrias-primas at a sada do produto, so realizadas de forma combinada entre fornecedores, produtores e compradores. A quantidade de matrias-primas que entram na fbrica corresponde exatamente quantidade de produtos que sero produzidos. As mercadorias so feitas dentro do prazo estipulado e de acordo com a exigncia dos compradores. Alm da eficincia, o sistema just-in-time permite a diminuio do custo de estocagem e o volume da produo fica diretamente relacionado capacidade de mercado, evitando-se perdas de estoque ou diminuio do preo, caso ocorra uma defasagem tecnolgica do produto.

As consequncias A evoluo tcnica um componente fundamental, pois, para as empresas, o desenvolvimento tecnolgico revertido em novos produtos e em reduo de custos, permitindo a elas maior capacidade de competio num mercado cada vez mais disputado. Nesse sentido, a pesquisa tecnolgica aplicada ao desenvolvimento de novos produtos tornou-se parte do planejamento estratgico tambm do Estado, visando ao desenvolvimento econmico. A evoluo ps segunda guerra. Nessa fase houve modificao radical nas relaes internacionais e os processos de produo caractersticos do sistema fabril introduzidos pela Revoluo Industrial, possibilitaram a criao de novos produtos e a utilizao de novas matrias-primas e fontes de energia. Com a multiplicao de tarefas do funcionrio dentro da empresa comeam a surgir os Crculos de Controle de Qualidade, nos quais grupos de trabalhadores renem-se e discutem a melhoria da qualidade do produto e o aumento de produtividade. Enfim, a evoluo do processo tcnico industrial tornou-se necessria,pois, num mundo em que a evoluo da tecnologia provoca uma diminuio frequente da vida til das mercadorias. A constante modificao e a criao de produtos so hoje exigncias do prprio mercado de consumo.

Fonte de pesquisa: http://orbita.starmedia.com