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LABORATORIO DE PESQUISAS JURÍDICAS FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA

Exame da Ordem - Faculdade de Direito de Franca · Web view2ª) Sim. De acordo com a Instrução Normativa n. 27, nas ações de competência da Justiça do Trabalho que não decorram

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LABORATORIO DE PESQUISAS JURÍDICAS

FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA

2005

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Exame de ordem 127 - 28/08/2005LABORATORIO DE PESQUISAS JURIDICAS

FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA

Exame da Ordem127º Exame de Ordem

28/08/2005 Prova 1ª fase - Tipo 2

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Por meio de ação direta de inconstitucionalidade e de ação declaratória de constitucionalidade, processadas junto ao Supremo Tribunal Federal, poderão ser questionadas (A) as leis federais. (B) as Emendas à Constituição Federal e as leis federais, estaduais e municipais. (C) as leis federais, estaduais e municipais. (D) as leis federais e estaduais.

2. A lei complementar deve ser aprovada por quorum de maioria (A) simples, diferente da Emenda à Constituição. (B) absoluta, como a lei ordinária. (C) simples, como a lei ordinária. (D) absoluta, diferente da lei ordinária.

3. Lei ordinária federal, dispondo sobre o aumento da remuneração dos servidores públicos da União, cujo projeto de lei tenha sido apresentado por Senador, e que tenha sido promulgada pelo Congresso Nacional, (A) não contém vício de inconstitucionalidade. (B) contém vício formal de inconstitucionalidade, podendo ser questionado via controle difuso. (C) contém vício material de inconstitucionalidade, podendo ser questionado via controle difuso. (D) contém vício material de inconstitucionalidade, podendo ser questionado via controle concentrado.

4. A Constituição da República assegura aos membros do Poder Judiciário, no primeiro grau: (A) irredutibilidade de subsídio. (B) vitaliciedade, adquirida após três anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de sentença judicial transitada em julgado. (C) inamovibilidade, salvo por determinação do Presidente do respectivo Tribunal. (D) foro privilegiado, junto ao Supremo Tribunal Federal.

5. As comissões parlamentares de inquérito da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (A) possuem poderes de investigação próprios das autoridades policiais. (B) podem promover a responsabilidade civil e penal dos infratores. (C) possuem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. (D) podem ser criadas por prazo indeterminado.

6 Os membros do Congresso Nacional (A) não possuem imunidade. (B) possuem imunidade, mas podem ser presos, desde a expedição do diploma, no caso de flagrante de crime inafiançável. (C) possuem imunidade, não podendo ser presos,

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em qualquer hipótese. (D) possuem imunidade, mas podem ser presos, desde que não estejam no exercício de suas funções.

7. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente da República será primeiramente chamado ao exercício da Presidência o (A) Ministro das Relações Exteriores. (B) Presidente do Senado Federal. (C) Presidente da Câmara dos Deputados. (D) Presidente do Supremo Tribunal Federal.

8. NÃO integra o princípio da separação de Poderes, na esfera do Município, a seguinte competência: (A) cassação do mandato do Prefeito pela Câmara Municipal. (B) prestação anual de contas pelo Prefeito à Câmara Municipal. (C) nomeação, pelo Prefeito, de membro do Poder Judiciário local. (D) veto do Prefeito a projeto de lei aprovado pela Câmara.

9. Dentre as garantias constitucionais, o indivíduo, para assegurar o conhecimento de informações relativas à sua pessoa, constantes de bancos de dados de entidades governamentais, poderá valer-se de (A) Ação Popular. (B) Mandado de Segurança Coletivo. (C) Mandado de Injunção. (D) Habeas Data.

10. As "cláusulas pétreas" são limites ao poder de (A) alteração da Constituição, pelo Poder Reformador. (B) decretação de intervenção da União nos Municípios, pelo Presidente da República. (C) elaboração da Constituição, pelo Poder Constituinte Originário. (D) decretação de estado de sítio, pelo Presidente da República.

DIREITO ADMINISTRATIVO

11. Quando o administrador socorre-se de parâmetros normativos e se vale de procedimentos técnicos e jurídicos prescritos pela Constituição e pela lei, para balancear os interesses em jogo e tomar uma decisão que tenha mais legitimidade, diz-se que ele (A) realizou uma competência vinculada. (B) instituiu privilégio para atender ao princípio da supremacia do interesse público. (C) aplicou a verticalidade das relações entre Estado e particular. (D) exerceu discricionariedade.

12. O Código de Trânsito Brasileiro CTB delegou ao Conselho Nacional de Trânsito CONTRAN a competência para regulamentar seus dispositivos. Se ao editar a resolução regulatória o CONTRAN exorbita dessa competência, o Congresso Nacional (A) não pode sustar os efeitos da resolução, a não ser que edite lei revogando o CTB. (B) pode sustar os efeitos da resolução, por meio de Decreto Legislativo. (C) não pode sustar os efeitos da resolução, pelo princípio da separação dos poderes. (D) pode sustar os efeitos da resolução, desde que o Poder Judiciário dê autorização específica.

13. Um prefeito, iniciando seu mandato, decidiu revogar uma licitação que havia sido vencida por uma empresa que apoiara um candidato de outro partido político, e que se encontrava em fase de adjudicação. Pode o novo prefeito fazer isso? (A) Sim, desde que haja fatos supervenientes que comprovem que a contratação objeto da licitação não é conveniente nem oportuna. (B) Não, porque isso seria sempre considerado desvio de poder. (C) Não, porque a licitação já se encontrava em fase de adjudicação. (D) Sim, desde que comprove ilegalidade no

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procedimento da licitação.

14. Um Estado iniciou processo licitatório sem respaldo orçamentário, tendo celebrado o contrato com a empresa licitante vencedora. O Tribunal de Contas da União, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, determinou ao Chefe do Executivo que anulasse o contrato e a licitação prévia. A empresa contratada deveria ser ouvida antes da decisão do Tribunal de Contas? (A) Não, porque contratos administrativos sem respaldo orçamentário constituem crime de responsabilidade fiscal. (B) Não, porque a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga o ente público, não o particular. (C) Sim, como corolário da garantia constitucional da ampla defesa e do contraditório. (D) Sim, desde que a empresa, na qualidade de administrado, represente ao Tribunal.

15. Servidores aprovados em concurso público para provimento efetivo, em vez de serem nomeados para esses cargos, são contratados temporariamente, a título precário, contratações essas que são prorrogadas por várias vezes. Este posicionamento pode ser considerado correto? (A) Sim, visto que se trata de provimento em comissão, em que há discricionariedade do administrador na contratação e na exoneração. (B) Não, sob o aspecto de que a autoridade administrativa estaria incidindo em desvio de finalidade, por não proceder à nomeação em situação que não se trata de necessidade temporária. (C) Sim, porque a Constituição Federal permite a contratação temporária, a qualquer tempo, e o administrador estaria obedecendo ao princípio da eficiência, postergando as conseqüências pecuniárias do direito à estabilidade no serviço público. (D) Nunca, porque na contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público não se permite a contratação de servidor efetivo.

16. Qual dos atos abaixo indica função normativa para um determinado procedimento, que é publicado por um agente público a ele vinculado e que não pode modificá-lo substancialmente, a não ser reiniciando ou recompondo o prazo para não prejudicar os interessados? (A) Audiência pública prévia à edição de uma resolução normativa. (B) Adjudicação decidida por um servidor do Poder Legislativo. (C) Ato do Poder Legislativo exercendo função administrativa. (D) Edital de concurso publicado por um Tribunal de Justiça.

17. Qual a forma de extinção de um contrato de concessão celebrado entre um município e uma sociedade de economia mista estadual, que, para sua efetivação, necessite, obrigatoriamente, de lei autorizativa específica e prévio pagamento de indenização? (A) Rescisão contratual. (B) Encampação. (C) Caducidade. (D) Intervenção.

18. Assinale a alternativa que apresenta os serviços, prestados por sociedade de economia mista de um Estadomembro, que deverão ser objeto de contrato de concessão em que figura como concedente a União. (A) Serviço de distribuição de energia elétrica e serviço de exploração de portos marítimos. (B) Serviço de transporte intermunicipal e serviço de saneamento básico em região metropolitana. (C) Serviço de saneamento básico e serviço de distribuição de gás canalizado. (D) Serviço de vigilância sanitária e serviço de saúde pública.

19. Diversas são as teorias que descrevem a responsabilidade extracontratual do Estado, através dos tempos. A teoria que se baseia na noção de que todo prejuízo causado por fato ou ato da Administração é um ônus público que deve atingir a todos da comunidade, igualitariamente, e se uma pessoa experimentar, injusta e excepcionalmente, um ônus maior do que o suportado pelos demais

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membros da sociedade, emerge daí o seu direito à indenização pelo Estado, é a teoria (A) da culpa. (B) do risco. (C) civilista. (D) da irresponsabilidade.

20. A aposentadoria de servidor público será sempre com proventos integrais na aposentadoria (A) por invalidez permanente, decorrente de moléstia grave. (B) compulsória. (C) por invalidez permanente, decorrente de doença grave, especificada em lei. (D) voluntária.

DIREITO CIVIL

21. A emancipação do menor estará correta, se (A) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, por sentença do juiz, independentemente de ser ouvido o tutor. (B) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos. (C) por concessão dos pais, ao menor de 16 (dezesseis) anos completos, por instrumento público, homologado judicialmente. (D) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, concedida por seus pais por instrumento público, independentemente de homologação judicial.

22. Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e (A) intransmissíveis, podendo o seu exercício sofrer, parcialmente, limitação voluntária. (B) intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. (C) disponíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. (D) intransmissíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

23. Antonio obrigou-se a entregar a Benedito, Carlos, Dario e Ernesto um touro reprodutor, avaliado em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Embora bem guardado e bem tratado em lugar apropriado, foi esse animal atingido por um raio, vindo a morrer. Nesse caso, a obrigação é (A) indivisível e tornou-se divisível com o perecimento do objeto, sem culpa do devedor. (B) indivisível e tornou-se divisível, com o perecimento do objeto por culpa do devedor. (C) tão somente indivisível, com ausência de culpa do devedor, ante o perecimento do objeto. (D) solidária, devendo o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) ser entregue a qualquer dos credores, em lugar do objeto perecido.

24. É correto afirmar que (A) aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a reembolsar/restituir tão somente o que auferiu indevidamente. (B) as dívidas de jogo ou de aposta obrigam a pagamento, quando cobradas pelo credor. (C) o fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado se o credor conceder moratória ao devedor, sem o consentimento do mesmo fiador. (D) não é admissível, na transação, a pena convencional (ou multa).

25. Existe responsabilidade civil por ato (A) ilícito, apurando-se a culpa do agente. (B) abusivo, ainda que sem culpa do agente. (C) lícito ou por fato jurídico, independentemente de culpa, somente nos casos especificados em lei. (D) lícito ou por fato jurídico, independentemente de culpa, tão só quando constatar-se risco ao direito de outrem. 26. Se o condômino, no condomínio edilício, for julgado nocivo, por seu reiterado comportamento anti-social, e expulso por deliberação da assembléia, reiterada por decisão judicial, (A) não poderá ceder o uso da unidade autônoma a terceiros. (B) perderá a propriedade de sua unidade autônoma. (C) perderá a propriedade e a posse direta de utilização da unidade autônoma. (D) perderá a posse direta de utilização da unidade autônoma.

27. Em relação ao regime de bens no casamento, é correto afirmar que (A) é permitida sua alteração, por escritura pública dos cônjuges, averbada no assento matrimonial, no Registro Civil. (B) é permitida sua alteração, mediante

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autorização judicial. (C) não é permitida sua alteração. (D) é permitida sua alteração, independentemente de autorização judicial.

28. É correto afirmar que (A) o credor de alimentos pode negociar seu crédito alimentar com terceiros. (B) o credor de alimentos pode renunciar ao seu direito. (C) o crédito alimentar pode ser cedido, compensado ou penhorado. (D) o credor de alimentos pode não exercer seu direito, todavia não poderá renunciar a ele.

29. É INCORRETO afirmar que (A) os direitos patrimoniais dos conviventes não podem ser regulados por contrato escrito, mas tão somente por lei. (B) a união estável, entre o homem e a mulher, configura- se na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. (C) os conviventes devem cumprir com os deveres recíprocos de lealdade, respeito e assistência, e com os deveres de guarda, sustento e educação dos filhos. (D) pode conviver em união estável a pessoa casada, que se encontra separada de fato ou judicialmente.

30. Em relação à herança, é correto afirmar que (A) os herdeiros necessários podem ser deserdados, de acordo com a vontade do testador. (B) os atos de aceitação ou de renúncia da herança são irrevogáveis. (C) os herdeiros necessários são os descendentes e os ascendentes. (D) o testamento público deve ser presenciado, pelo menos, por 3 (três) testemunhas, sob pena de nulidade.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

31. Os embargos do devedor serão rejeitados, liminarmente, quando (A) apresentados fora do prazo legal de 10 (dez) dias, contados da juntada aos autos da prova da intimação da penhora. (B) houver incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do juiz. (C) apresentados fora do prazo legal de 5 (cinco) dias, contados da juntada aos autos da prova da citação. (D) fundados na falta ou nulidade de citação no processo de conhecimento que tenha corrido à sua revelia.

32. Relativamente ao processo de inventário, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Feitas as citações, o juiz abrirá vista às partes interessadas, em cartório e pelo prazo comum de 10 (dez) dias, para se manifestarem sobre as primeiras declarações, cabendo às partes interessadas argüir erros e omissões, reclamar contra a nomeação do inventariante, contestar a qualidade de quem foi incluído no título de herdeiro. (B) O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem esteja na posse e administração do espólio. (C) O inventário e a partilha devem ser requeridos dentro de 30 (trinta) dias, a contar da abertura da sucessão, e o requerimento feito após esse prazo implica o seu indeferimento pelo juiz. (D) Apresentadas as primeiras declarações, o juiz mandará citar, para os termos do inventário e partilha, o cônjuge, os herdeiros, os legatários, a Fazenda Pública, o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se o falecido deixou testamento.

33. Leia as assertivas abaixo: I. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigioso o bem jurídico sobre o qual controvertem as partes. II. A citação válida ocasiona a suspensão da prescrição. III. A citação deve ser feita pessoalmente ao réu, sendo certo que, quando o réu for menor impúbere, a citação será feita a seu representante legal. IV. A citação não será realizada, em

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quaisquer circunstâncias, no dia do casamento do réu, e nos cinco dias seguintes. São INCORRETAS APENAS (A) III e IV. (B) I e II. (C) II, III e IV. (D) II e IV.

34. Sérgio interpôs recurso de agravo de instrumento contra decisão contrária a seus interesses proferida nos autos de uma ação de reparação de danos. A interposição do recurso de agravo de instrumento deu-se no 5o dia do prazo legal de 10 (dez) dias. Ocorre, entretanto, que Sérgio percebeu, após a interposição do recurso, que poderia ter se utilizado de outros argumentos, mais eficientes. Além disso, poderia ter requerido fosse concedido efeito ativo ao seu recurso, o que também não fez. Como o prazo ainda não se exauriu, ele pretende substituir seu recurso por outro, melhor elaborado. Nesse caso, Sérgio (A) não poderá substituir seu recurso em razão da ocorrência de preclusão lógica. (B) poderá substituir seu recurso. (C) não poderá substituir seu recurso em razão da ocorrência de preclusão temporal. (D) não poderá substituir seu recurso em razão da ocorrência de preclusão consumativa.

35. Tratando-se de Recurso Extraordinário ou de Recurso Especial, é correto afirmar: (A) O Recurso Especial, ou o Extraordinário, quando interposto contra decisão interlocutória ficará retido nos autos e somente será processado se o reiterar a parte, no prazo para a interposição do recurso contra a decisão de primeiro grau, ou nas contra-razões de apelação. Importante ressaltar que essa retenção somente se dá no processo de conhecimento. (B) Por meio desses recursos não se pode pleitear a revisão da matéria de fato. Além disso, os possíveis fundamentos e hipóteses de cabimento, tanto do Recurso Especial quanto do Extraordinário, estão previstos na Constituição Federal. (C) Para que sejam interpostos, é necessário que sejam formados instrumentos, já que esses recursos seguem para os órgãos julgadores, enquanto os autos de que se originaram permanecem arquivados no Tribunal a quo. (D) Tanto o Recurso Especial quanto o Extraordinário sempre possuem efeito suspensivo, paralisando a decisão impugnada.

36. Reputa-se litigante de má-fé aquele que I. alterar a verdade dos fatos; II. provocar incidentes manifestamente infundados; III. empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo; IV. interpuser recursos com intuito manifestamente protelatório. São corretas as assertivas (A) II, III e IV. (B) I, II e III. (C) I, II e IV. (D) I, III e IV.

37. Flávio possui um documento que indica que João lhe deve a quantia de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), trata-se de um documento simples, assinado apenas por João, que confirma o empréstimo e o dever de pagamento. Passado o prazo para pagamento, sem que João tenha tomado qualquer atitude, Flávio promoveu a notificação do devedor, que permaneceu inerte. O advogado de Flávio promoveu então uma ação de rescisão contratual cumulada com pedido de indenização por danos morais e materiais contra João. O Juiz de primeiro grau, ao receber a inicial, a indeferiu com fundamento no artigo 295, incisos I e IV do CPC. O advogado de Flávio para recorrer dessa decisão deverá: (A) interpor recurso de apelação, sendo facultado ao juiz, no prazo de 48 horas, reformar sua decisão. (B) interpor recurso de agravo de instrumento. (C) opor embargos infringentes. (D) peticionar pleiteando a reconsideração do despacho. Caso a decisão não seja reformada, poderá interpor recurso de apelação, cujo prazo começará a correr a partir da intimação da decisão negando a reforma da decisão de indeferimento.

38. João Pedro promoveu contra Luiza ação de separação judicial litigiosa, imputando-lhe a culpa pela ruptura do casamento. Luiza contestou o feito e,

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além de defenderse, apresentou reconvenção, imputando a culpa pelo término do casamento a João Pedro. A contestação e a reconvenção foram apresentadas no prazo legal, em peças autônomas. Intimado, na pessoa de seu procurador, a contestar a reconvenção, João Pedro não apresentou contestação, limitando-se a manifestar-se sobre a contestação apresentada por Luiza. Com base nessas informações, é correto afirmar que João Pedro (A) não será considerado revel já que não cabe reconvenção nas ações de separação judicial. (B) não será considerado revel uma vez que a citação é sempre pessoal, sendo impossível a intimação por meio de advogado, mesmo no caso de reconvenção. (C) será considerado revel, por não contestar a ação reconvencional, reputando-se verdadeiros os fatos afirmados por Luiza na reconvenção. (D) será considerado revel devendo ser desentranhada dos autos sua manifestação sobre a contestação apresentada por Luiza à ação de separação judicial.

39. Relativamente à audiência preliminar de conciliação, prevista no artigo 331 do Código de Processo Civil, pode-se afirmar corretamente: (A) É obrigatória em todos os litígios, ainda que as circunstâncias da causa evidenciem sua improbabilidade. A sua não realização, mesmo quando não admitida a transação, constitui grave ofensa ao princípio do devido processo legal. (B) Se versar a causa sobre direitos que permitam transação é obrigatória a audiência preliminar de conciliação. (C) Deve ser realizada posteriormente ao saneamento do feito, no qual o juiz fixa os pontos controvertidos e fixa as questões processuais pendentes. (D) Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o processo e ordenar a produção de provas.

40. São procedimentos especiais de jurisdição voluntária: (A) a prestação de contas, a demarcação de terras e o arrolamento. (B) a alienação judicial, a curatela dos interditos e a especialização da hipoteca legal. (C) a separação consensual, a abertura, registro e cumprimento dos testamentos e a demarcação de terras. (D) o inventário, o arrolamento e a separação consensual.

DIREITO COMERCIAL

41. A Lei no 11.101/2005, que disciplina a recuperação judicial e extrajudicial, bem como a falência, (A) não se aplica aos processos de falência e concordata ajuizados antes do início de sua vigência. (B) aplica-se aos processos de recuperação judicial desde que não vencidas as obrigações contraídas no âmbito da concordata. (C) aplica-se aos processos de falência e concordata ajuizados antes do início de sua vigência. (D) aplica-se aos processos de falência ajuizados antes do início de sua vigência apenas em relação aos crimes falimentares.

42. O processo de recuperação judicial aplica-se (A) às sociedades empresárias, inclusive sociedades seguradoras. (B) a qualquer tipo de sociedade. (C) às sociedades empresárias. (D) às sociedades empresárias, inclusive instituições financeiras.

43. O plano de recuperação judicial deverá ser apresentado (A) no prazo assinalado pelo Juiz, não superior a 120 (cento e vinte) dias. (B) no prazo assinalado pelo Juiz, não superior a 60 (sessenta) dias. (C) em Juízo no prazo de 120 (cento e vinte) dias da publicação da decisão do Juiz que deferir o processamento da recuperação judicial. (D) em Juízo no prazo de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão do Juiz que deferir o processamento da

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recuperação judicial.

44. O sócio de uma sociedade simples que (A) vier a ser admitido em sociedade já constituída, exime-se das dívidas sociais anteriores à admissão. (B) ceder suas quotas, responde, por dois anos, depois de averbada a modificação do contrato, solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. (C) ceder parte ou totalidade de suas quotas, poderá fazê- lo sem o consentimento dos demais sócios, desde que tenha participação majoritária no capital social. (D) contribuir com seus serviços à sociedade, pode empregar- se em atividade estranha à mesma, independentemente de convenção no contrato social, desde que avise os demais sócios.

45. Assinale a afirmativa INCORRETA. (A) A destituição do administrador de sociedade empresária exige a deliberação de sócios cujos votos representem mais da metade do capital social. (B) É livre a cessão de quotas de capital se não houver oposição de titulares de mais de ¼ (um quarto) do capital social. (C) O uso da firma ou denominação social é privativa dos administradores que tenham os necessários poderes, bem como dos sócios titulares da maioria das quotas que compõem o capital social. (D) A existência de conselho fiscal é facultativo nas sociedades empresárias e obrigatória nas sociedades por ações de capital aberto.

46. Assinale a afirmativa correta. (A) O direito de voto de uma ação de sociedade anônima, gravada com usufruto, quando não regulado no ato de constituição do gravame, somente poderá ser exercido mediante prévio acordo entre o proprietário e o usufrutuário. (B) Os membros do conselho de administração de uma sociedade por ações, até o máximo de ¼ (um quarto), poderão ser eleitos para cargos de diretoria. (C) A citação de acionista estrangeiro será feita no território brasileiro apenas quando o seu mandatário tiver expressos poderes para tanto. (D) Os acordos de acionistas somente serão oponíveis a terceiros quando arquivados no registro de comércio.

47. O representante comercial adquire o direito à comissão quando do (A) momento previsto para o pagamento dos pedidos ou propostas, respondendo, entretanto, por tal pagamento se o comprador se tornar insolvente, hipótese em que ficará sub-rogado no direito de cobrar o comprador. (B) momento previsto para o pagamento dos pedidos ou propostas, respondendo, entretanto, por tal pagamento se o comprador se tornar insolvente. (C) momento previsto para o pagamento dos pedidos ou propostas, independentemente de sua realização. (D) pagamento dos pedidos ou propostas.

48. A duplicata é um título de crédito (A) sem natureza causal, podendo ser emitida independentemente de uma fatura, cuja cobrança contra o avalista e seus endossantes prescreve em 03 (três) anos, contados da data do protesto. (B) sem natureza causal, podendo ser emitida independentemente de uma fatura. (C) de natureza causal porque decorre da existência de uma fatura emitida em virtude de uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviços. (D) de natureza causal porque decorre da existência de uma fatura emitida em virtude de uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviços, cuja cobrança contra o sacado prescreve em 05 (cinco) anos, contados da data do vencimento do título.

49. Assinale a alternativa correta. (A) A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos, contados da data do depósito. (B) O prazo de vigência da

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patente de modelo de utilidade não será inferior a 08 (oito) anos, a contar da data da concessão, ressalvada a hipótese do INPI estar impedido de proceder ao exame do mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior. (C) A patente do modelo de utilidade vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data do depósito. (D) O prazo de vigência da patente de invenção não será inferior a 15 (quinze) anos, a contar da data da concessão, ressalvada a hipótese do INPI estar impedido de proceder ao exame do mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior.

50. O contrato de franquia deve ser escrito e assinado na presença de duas testemunhas, (A) podendo ser dispensada a Circular de Oferta de Franquia, desde que tal condição esteja expressamente ajustada. (B) dispensando o seu registro. (C) sendo obrigatório o seu registro perante o Cartório de Registro de Títulos e Documentos. (D) dispensado o seu registro e, facultativamente, precedido da Circular de Oferta de Franquia.

DIREITO PENAL

51. Em relação ao objeto jurídico e objeto material, assinale a alternativa correta. (A) No crime de prevaricação, o objeto jurídico é a regularidade da administração pública e o objeto material é o bem lesado. (B) No crime de furto, o objeto jurídico é a coisa subtraída e o objeto material é a propriedade. (C) No crime de homicídio, o objeto jurídico é a vida humana e o objeto material é o instrumento utilizado para o crime. (D) No crime de falsidade documental, o objeto jurídico é a fé pública e o objeto material é o documento falsificado.

52. Se o agente atua por erro plenamente justificável pelas circunstâncias e supõe que se encontra em situação de perigo, haverá (A) legítima defesa real. (B) estado de necessidade putativo. (C) estado de necessidade real. (D) legítima defesa putativa.

53. A regra geral é a de que o sentenciado pode progredir de regime de pena quando o seu mérito o recomende e tenha cumprido no regime anterior pelo menos (A) dois terços da pena. (B) um terço da pena. (C) um sexto da pena. (D) metade da pena.

54. Aberratio ictus e aberratio criminis são (A) institutos diferentes e há aberratio criminis quando, por erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido. (B) expressões diversas utilizadas para se referir ao mesmo instituto. (C) institutos diferentes e há aberratio criminis quando o agente, em vez de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa. (D) institutos diferentes e há aberratio ictus quando, por erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido.

55. Entre os crimes abaixo, aponte os que são, respectivamente, de ação penal pública incondicionada, ação penal pública condicionada e ação penal privada: (A) violação de segredo profissional, furto e injúria. (B) furto, injúria e dano simples. (C) roubo, violação de segredo profissional e ameaça. (D) homicídio simples, ameaça e dano simples.

56. No crime de falso testemunho ou falsa perícia, a pena é de reclusão, de um a três anos, e multa. As penas aumentam-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova

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destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. Em face das penas previstas, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Será possível em caso de pena mínima suspensão condicional da pena, tanto no crime simples como no crime com a pena agravada. (B) Cabe suspensão condicional do processo no crime simples e não cabe no crime com pena agravada. (C) Não será possível o sentenciado iniciar a pena em regime aberto, tanto no crime simples como no crime com a pena agravada. (D) Não cabe proposta de aplicação imediata de pena restritiva ou multa na fase preliminar da Lei no 9.099/95, tanto no crime simples como no crime com pena agravada.

57. Aquele que, publicamente, zomba de alguém em virtude de sua função religiosa como padre (A) comete crime de vilipêndio a ministro religioso, previsto entre os crimes contra a liberdade religiosa. (B) comete crime de ultraje a culto, previsto no Código Penal entre os crimes contra o sentimento religioso. (C) não comete crime algum, pois o fato é atípico e não está previsto no Código Penal. (D) comete crime de injúria qualificada por ofensa a credo religioso, previsto no Código Penal entre os crimes contra a honra.

58. Dos crimes abaixo, os que prevêem figura culposa são: (A) homicídio, lesão corporal e peculato. (B) lesão corporal, peculato e prevaricação. (C) homicídio, lesão corporal e furto. (D) lesão corporal, furto e peculato.

59. Considere o seguinte crime: “Art. 205. Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa.” (A) Não é crime comissivo. (B) Trata-se de crime de mera conduta. (C) Trata-se de crime de forma vinculada. (D) Não se trata de crime próprio.

60. O funcionário que deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, comete crime de (A) advocacia administrativa. (B) prevaricação. (C) omissão funcional criminosa. (D) condescendência criminosa.

DIREITO PROCESSUAL PENAL

61. Se o juiz, por discordar do pedido de arquivamento de inquérito policial formulado por membro do Ministério Público estadual, remete os autos ao Procurador Geral de Justiça, este, se discordar do juiz, entendendo que a ação penal deve ser promovida, (A) poderá, ele próprio, oferecer a denúncia ou designar um promotor de justiça para oferecê-la, o qual pode ou não ser o mesmo promotor que pediu o arquivamento. (B) deverá, ele próprio, oferecer denúncia. (C) poderá, ele próprio, oferecer a denúncia ou designar um promotor de justiça para oferecê-la, diverso daquele que pediu o arquivamento. (D) deverá designar um promotor de justiça para oferecer a denúncia.

62. O protesto por novo júri (A) é, diferentemente do recurso em sentido estrito, recurso exclusivo do acusado. (B) permite, como na correição parcial, juízo de retratação pelo juiz de direito. (C) é, como na apelação, interposto perante o juiz de primeiro grau, para ser julgado por tribunal de segundo grau. (D) é, diferentemente dos embargos de declaração, interposto perante o juiz de primeiro grau para ser julgado por tribunal de segundo grau.

63. Em relação à competência da Justiça Militar Estadual, assinale a alternativa correta. (A) O juiz de direito julga singularmente todos os crimes militares, exceto os praticados por Oficiais Militares. (B) O juiz de direito não julga singularmente,

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sendo a competência para julgamento de crimes militares exclusiva das Auditorias Militares. (C) O juiz de direito julga singularmente os crimes impropriamente militares e o Conselho de Justiça julga os crimes propriamente militares. (D) O juiz de direito julga singularmente os crimes militares cometidos contra civis e o Conselho de Justiça julga os demais crimes militares.

64. Assinale, em relação à produção da prova, a alternativa correta. (A) O Código de Processo Penal prevê que as perícias sejam feitas por dois peritos, sempre oficiais. (B) A busca domiciliar, por ser medida de natureza cautelar, só se justifica quando presente o fumus boni juris, ou seja, somente quando fundadas razões a autorizarem. (C) Não há diferença entre o direito de arrolar testemunha e o direito de requerer a inquirição de testemunha. (D) O Código de Processo Penal regula, expressamente, o reconhecimento fotográfico, determinando que sejam mostradas ao reconhecedor quatro fotos semelhantes, incluindo-se a da pessoa que deveria ser reconhecida.

65. No tocante à prisão processual e à liberdade provisória, é INCORRETO afirmar: (A) A autoridade policial pode conceder fiança nas infrações punidas com detenção ou prisão simples. (B) Encerrado o período da prisão temporária, sem prorrogação, a pessoa presa deve ser imediatamente posta em liberdade, independentemente de expedição de alvará de soltura pelo juiz. (C) Não é possível decretar nova prisão preventiva após revogação de prisão preventiva anterior. (D) A Lei dos Crimes Hediondos permite a apelação em liberdade.

66. Segundo orientação sumulada do Supremo Tribunal Federal, (A) a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime pode constituir motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. (B) o art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorrer do fato perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias terrestres e em vias fluviais. (C) a competência constitucional do Tribunal do Júri não prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Federal. (D) não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de 1/6 (um sexto) for superior a 1 (um) ano.

67. Segundo orientação sumulada do Superior Tribunal de Justiça, (A) a reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial. (B) a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, exceto se o Tribunal vier a desclassificar o crime. (C) a incidência da circunstância atenuante pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. (D) a reincidência influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.

68. Sobre a influência do julgado penal no cível, assinale a alternativa correta. (A) Faz coisa julgada no cível a sentença penal que absolver por insuficiência de provas. (B) Não impede a propositura da ação civil a decisão que julgar extinta a punibilidade. (C) Impede a propositura da ação civil a sentença que decidir que o fato imputado não constitui crime. (D) Não faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estrito cumprimento de dever legal.

69. O membro do Ministério Público, no processo criminal, (A) pode sempre apelar de sentença absolutória, ainda que se trate de sentença proferida em processo por crime de ação penal privada exclusiva. (B) tem atribuição expressa

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do Código de Processo Penal para investigar crimes praticados por agentes policiais. (C) não pode desistir de recurso que haja interposto. (D) pode, por critérios de conveniência e oportunidade, deixar de promover a ação penal.

70. Nos procedimentos da competência do Tribunal do Júri, (A) após a decisão de pronúncia, o promotor oferecerá um libelo ainda que haja mais de um réu. (B) a primeira fase do procedimento não pode ser encerrada com decisão absolutória proferida pelo juiz singular. (C) não cabe ação penal privada subsidiária da pública. (D) o processo não seguirá até que o acusado seja intimado da decisão de pronúncia.

DIREITO DO TRABALHO

71. NÃO está incluída entre as fontes supletivas ou subsidiárias mencionadas pelo art. 8o, da CLT: (A) o acordo coletivo de trabalho. (B) a analogia. (C) o direito comparado. (D) a jurisprudência.

72. É empregado doméstico: (A) caseiro de sítio que se dedica à criação de galinhas, destinadas à venda em mercado. (B) copeira de escritório de arquitetura. (C) cozinheiro de pensão de terceira classe. (D) vigia contratado por diretor de empresa multinacional para tomar conta de sua residência.

73. Segundo a nova lei de recuperação judicial, o crédito derivado da legislação do trabalho é (A) privilegiado até o limite de 150 (cento e cinqüenta) salários mínimos, sendo satisfeito imediatamente após os créditos tributários. (B) o mais privilegiado de todos, em sua totalidade. (C) o mais privilegiado de todos, até o limite de 150 (cento e cinqüenta) salários mínimos. (D) privilegiado em sua totalidade, sendo satisfeito imediatamente após os créditos tributários.

74. O salário, no direito brasileiro, é (A) absolutamente impenhorável até o valor de dez salários mínimos. (B) absolutamente impenhorável. (C) impenhorável, salvo excepcionalmente. (D) absolutamente impenhorável até o valor de dois salários mínimos.

75. As centrais sindicais, no direito vigente, são (A) associações civis, sem personalidade sindical. (B) entidades sindicais de superposição, formadas pela reunião de diferentes sindicatos, federações e confederações. (C) entidades sindicais de primeiro grau. (D) entidades sindicais de segundo grau.

76. Empregado dirigente sindical, acusado de haver praticado furto, (A) deve ser primeiramente suspenso e, verificada nova falta, dispensado sumariamente. (B) deve ser dispensado logo que, após a instauração de inquérito policial, houver seu indiciamento formal. (C) deve ser suspenso, para ajuizamento de inquérito judicial para apuração de falta grave e posterior rescisão de seu contrato de trabalho. (D) deve ser dispensado de pronto, a fim de que não se configure perdão tácito.

77. No direito brasileiro, a dispensa coletiva (A) depende não do número de empregados dispensados, mas do motivo determinante das dispensas. (B) não é regulada por lei. (C) somente se verifica quando dispensados pelo menos 10 (dez) empregados. (D) somente se verifica quando dispensados pelo menos 50 (cinqüenta) empregados.

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78. Na reclamação ajuizada pelo trabalhador, para a cobrança de direito irrenunciável, correspondente a salário mínimo não pago, ausentes ambas as partes à única audiência designada, (A) encerra-se a instrução, julgando o feito no estado em que se encontra. (B) deve designar-se nova audiência, com condução coercitiva das partes. (C) o reclamado é considerado revel. (D) o processo é arquivado.

79. No processo do trabalho, a apresentação de rol de testemunhas (A) não é exigível. (B) não é exigível, salvo em procedimento sumaríssimo. (C) é sempre exigível, no prazo de dez dias antes da audiência. (D) é sempre exigível, até a véspera da audiência.

80. No processo do trabalho, a penhora on line (A) tem expressa previsão na CLT e pode ser usada em favor do empregado ou do empregador. (B) tem expressa previsão na CLT e pode ser usada apenas em favor do empregado. (C) não tem expressa previsão legal na CLT e pode ser usada em favor do empregado ou do empregador. (D) não tem expressa previsão legal na CLT mas só pode ser usada em favor do empregado.

DIREITO TRIBUTÁRIO

81. Sobre as formas de extinção do crédito tributário, é correto afirmar: (A) as causas que modificam o crédito tributário não atingem a obrigação que lhe deu origem. (B) as formas de extinção do crédito tributário mencionadas pelo artigo 156 do CTN ocorrem sempre após o lançamento. (C) a moratória concedida por prazo superior a 5 (cinco) anos extingue o crédito tributário. (D) a anistia, assim como a remissão, extingue o crédito tributário decorrente da falta de recolhimento do tributo.

82. A legislação designa como contribuinte do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) (A) o fabricante ou importador, no caso de veículos novos mantidos em estoque. (B) o proprietário do veículo automotor em 1 de janeiro de cada ano, sem consideração à data de aquisição do veículo. (C) o adquirente de veículo automotor usado, considerando- se também ser fato gerador deste tributo a sua transferência. (D) o transmitente do veículo automotor, considerandose ser fato gerador deste tributo a sua transferência.

83. Assinale a alternativa correta. (A) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem, concorrentemente, instituir, apenas mediante lei complementar, impostos extraordinários cujos fatos geradores e bases de cálculo sejam diversos daqueles já previstos na Constituição Federal. (B) Somente a União pode instituir, mediante lei ordinária, impostos extraordinários cujos fatos geradores e bases de cálculo sejam diversos daqueles já previstos na Constituição Federal. (C) Somente a União pode instituir, mediante lei ordinária, outras fontes destinadas a garantir a manutenção da seguridade social, desde que os respectivos fatos geradores e bases de cálculo sejam diversos daqueles já previstos na Constituição Federal. (D) Somente a União pode instituir, mediante lei complementar, impostos extraordinários cujos fatos geradores e bases de cálculo sejam diversos daqueles já previstos na Constituição Federal.

84. Considerando o disposto no artigo 153, §4o, III, da Constituição Federal, acerca do Imposto sobre a propriedade Territorial Rural ITR, NÃO é correto afirmar que (A) os Municípios poderão, na forma da lei, efetuar o lançamento do

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imposto em relação às propriedades rurais que se encontrem localizadas em seu território. (B) há transferência da competência tributária da União para os Municípios. (C) aos Municípios é vedado editar lei acerca da instituição do ITR. (D) é possível a transferência de capacidade tributária ativa, da União para os Municípios.

85. Contribuinte questiona a cobrança de um tributo e obtém liminar para não recolhê-lo. Durante a vigência da liminar, (A) o contribuinte poderá ser autuado para que se evite eventual perecimento do direito, mas sem imposição de multa. (B) o contribuinte não poderá ser autuado sob pena de o funcionário da administração ser responsabilizado por crime de desobediência. (C) o contribuinte poderá ser autuado com cobrança de juros e imposição de multa. (D) o fato de ter ingressado com medida judicial implica renúncia ao processo administrativo, de tal forma que não se justifica a autuação fiscal.

86. Os empréstimos compulsórios, instituídos pela União para custeio dos investimentos públicos, (A) são uma forma de ingresso de recursos definitivos nos cofres públicos. (B) estão submetidos ao princípio da anterioridade nonagesimal. (C) deverão respeitar o princípio da anterioridade. (D) deverão ser instituídos por lei ordinária, como ocorre com os demais tributos.

87. Com relação ao Imposto de Importação (II) e ao Imposto de Exportação (IE), é correto afirmar: (A) em ambos os casos (II e IE) há uma mitigação do princípio da legalidade, de tal forma que estes tributos poderão ter a sua alíquota alterada por ato do Presidente da República. (B) seguem estritamente o princípio da legalidade e tipicidade cerrada. (C) apenas o II, por força de um desequilíbrio da balança comercial, poderá ter suas alíquotas alteradas por ato do Presidente da República. (D) as alterações de suas alíquotas e base de cálculo somente poderão ocorrer por meio de lei ordinária editada pelo Congresso Nacional.

88. O lançamento é efetuado e revisto de ofício nas seguintes hipóteses, EXCETO: (A) quando se comprove que o sujeito passivo agiu com dolo, fraude ou simulação. (B) quando a declaração não for prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária. (C) quando a lei determinar. (D) em qualquer hipótese que houver falsidade, erro ou omissão, mesmo que seja referente a elemento que, pela legislação tributária, não precisa ser obrigatoriamente declarado.

89. O Imposto de Importação deve ser recolhido na importação de (A) bens segundo o regime de draw back. (B) bens tangíveis utilizados na integralização de capital social de sociedade no Brasil. (C) bens intangíveis, exceto se utilizado na integralização de capital social de sociedade no Brasil. (D) serviços.

90. O Código Tributário Nacional prevê que a lei poderá autorizar a autoridade administrativa a conceder remissão ou anistia do crédito tributário mediante despacho devidamente fundamentado, que deverá levar em conta os seguintes aspectos, EXCETO (A) o valor diminuto do crédito tributário. (B) a situação econômica do sujeito passivo. (C) a extrafiscalidade, visando a privilegiar um determinado segmento do setor produtivo. (D) a condição econômica de uma determinada região do território da entidade tributante.

ÉTICA PROFISSIONAL E ESTATUTO

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91. A suspensão preventiva do advogado é aplicada (A) apenas após a condenação em processo disciplinar e enquanto estiver pendente recurso para o órgão superior. (B) apenas quando referendada pelo Conselho Seccional. (C) pelo prazo de conclusão do processo disciplinar. (D) pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, quando o processo disciplinar deverá estar concluído.

92. A inviolabilidade do escritório do advogado (A) é direito consagrado no Estatuto da Advocacia. (B) é regulada pelo Código de Processo Penal. (C) é princípio constitucional. (D) decorre de norma penal que tipifica o crime de violação do segredo profissional.

93. É direito do advogado dirigir-se diretamente ao magistrado (A) apenas nos horários fixados pelo mesmo. (B) apenas quando autorizado. (C) nas salas e gabinetes de trabalho. (D) apenas em audiência.

94. Os dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública são (A) impedidos do exercício da advocacia apenas em questões contra a Administração Pública integrada pelo órgão do qual são dirigentes. (B) exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura. (C) legitimados para o exercício da advocacia em causa própria. (D) impedidos do exercício da advocacia apenas em questões contra o órgão da Administração Pública do qual são dirigentes.

95. A pena pecuniária aplicada ao advogado infrator (A) constitui receita da Caixa de Assistência dos Advogados. (B) é repassada para o cliente que o representou. (C) é recolhida em favor do Conselho Federal. (D) é recolhida em favor do Conselho Seccional.

96. O relator do processo disciplinar é nomeado (A) pela Diretoria do Conselho Seccional. (B) pelo Presidente do Tribunal de Ética. (C) pelo Conselho Seccional. (D) pelo Presidente do Conselho Seccional.

97. O profissional advogado licenciado (A) estará sujeito a novo exame de ordem para o restabelecimento de sua inscrição, apenas se o motivo da licença decorrer de atividade incompatível com a advocacia. (B) não tem prazo limite para restabelecer sua inscrição. (C) terá sua inscrição automaticamente cancelada se não a restabelecer no prazo de 05 (cinco) anos após a concessão da licença. (D) estará sujeito a novo exame de ordem para o restabelecimento de sua inscrição.

98. O registro da sociedade de advogados é feito (A) perante o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, em cuja base territorial tiver sede. (B) perante o Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, ou perante a Junta Comercial, desde que tenha sido constituída, respectivamente, sob a forma de sociedade simples ou sociedade empresária. (C) perante o Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, precedido do registro perante o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, em cuja base territorial tiver sede. (D) perante a Junta Comercial, precedido do registro perante o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, em cuja base territorial tiver sede.

99. A decisão judicial que fixa ou arbitra os honorários do advogado (A) constitui crédito quirografário se, antes da execução da sentença, for decretada a falência do executado. (B) será obrigatoriamente reduzida se houver acordo entre as partes, e desde que as partes transacionem sobre o valor a ser pago, quando será observada a proporção da redução transacionada. (C) constitui título

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executivo e somente poderá ser exigido em conjunto com a condenação principal. (D) constitui título executivo e direito autônomo do advogado, que poderá exigi-lo independentemente da condenação principal.

100. O parecer de admissibilidade no processo disciplinar (A) compete exclusivamente ao Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina. (B) é condição necessária para a sua instauração. (C) tem natureza opinativa e não vincula a decisão de instauração ou arquivamento do processo disciplinar. (D) não interrompe o prazo prescricional.

127º EXAME DE ORDEM

GABARITOS - 1ª faseCOMUNICADO

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A Comissão Permanente de Estágio e Exame de Ordem no exercício de suas funções, tendo revisado os gabaritos, resolve, de ofício, anular a questão:

de nº 61, do tipo 1; de nº 61, do tipo 2; de nº 62, do tipo 3; e, de nº 62, do tipo 4

Por conseguinte, determina à FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS que, ao realizar a leitura ótica na correção das questões, atribua à mesma a respectiva pontuação no cômputo dos 50% de acerto exigido para a aprovação.   

São Paulo, 29 de agosto de 2005

IVETTE SENISE FERREIRAPresidente da Comissão Permanente deEstágio e Exame de Ordem

COMUNICADO  

A Comissão Permanente de Estágio e Exame de Ordem no exercício de suas funções, tendo revisado os gabaritos, resolve, de ofício, anular a questão:  

·        de nº 100, do tipo 1; ·        de nº 100, do tipo 2; ·        de nº 97, do tipo 3; e, ·        de nº 97, do tipo 4. 

Por conseguinte, determina à FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS que, ao realizar a leitura ótica na correção das questões, atribua à mesma a respectiva pontuação no cômputo dos 50% de acerto exigido para a aprovação.  

São Paulo, 2 de setembro de 2005  

IVETTE SENISE FERREIRAPresidente da Comissão Permanente deEstágio e Exame de Ordem

 

OABSP127º Exame de Ordem - 1ª fase - Gabaritos

Tipo 11-D         26-C       51-C       76-B2-C         27-A       52-A       77-A3-A         28-C       53-B       78-C

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4-D         29-D       54-D       79-D5-B         30-A       55-C       80-B6-A         31-D       56-B       81-D7-B         32-B       57-A       82-A8-B         33-C       58-D       83-C9-C         34-C       59-A       84-A10-D       35-A       60-C       85-D11-C       36-B       61-B       86-B12-A       37-D       62-D       87-D13-D       38-B       63-C       88-C14-B       39-C       64-A       89-A15-A       40-A       65-B       90-B16-C       41-D       66-C       91-C17-A       42-B       67-D       92-D18-D       43-C       68-A       93-B19-A       44-A       69-B       94-A20-B       45-B       70-C       95-C21-C       46-D       71-D       96-B22-A       47-C       72-C       97-A23-D       48-B       73-B       98-D24-B       49-D       74-A       99-C

25-D       50-A       75-D       100-A

127º EXAME DE ORDEM

PROVA – 2ª FASE

PENAL

PONTO 1João, definitivamente condenado, estava cumprindo pena privativa de liberdade

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em regime aberto. Foi acusado, em novo processo, ainda não sentenciado, de roubo qualificado pelo emprego de arma e concurso de agentes. Chegando ao conhecimento do Juiz das Execuções Criminais a existência deste processo, ele revogou imediatamente, de ofício, o regime aberto e determinou a regressão de João para regime fechado. João foi intimado da decisão no dia 15.9.05, e, no mesmo dia, deu ciência ao seu advogado.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.

PONTO 2O Delegado de Polícia representou ao Juiz de Direito a fim de que fosse decretada a prisão temporária de João, alegando que ele estava sendo investigado por crimes de estelionato e furto e se tratava de pessoa sem residência fixa, sendo a sua prisão imprescindível para as investigações. O juiz, após ouvir o Ministério Público, decretou a prisão temporária por 5 (cinco) dias, autorizando, desde logo, a prorrogação da prisão por mais 5 (cinco) dias, se persistissem os motivos que levaram à sua decretação. Foi expedido mandado de prisão. Sem ser preso, João soube da decisão e procurou um advogado para defendê-lo. QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.

PONTO 3João, em 5.1.2005, foi denunciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil (discussão anterior por dívida de jogo) e por uso de recurso que impossibilitou a defesa (a surpresa com que agiu). Procurado para ser citado, João não foi encontrado, realizando-se a sua citação por edital e sendo declarada a sua revelia. Foi-lhe nomeado Defensor Dativo, que apresentou a defesa prévia. Durante a instrução foram ouvidas duas testemunhas. A primeira, arrolada pela acusação, afirmou ter visto quando João, por ela reconhecido fotograficamente na audiência, surgiu de repente e logo desferiu disparos em direção à vitima Antonio, causando-lhe a morte, tendo sabido pela esposa da vítima que o motivo era discussão anterior em virtude de dívida. A segunda testemunha, arrolada pela defesa, afirmou que conhecia João há muito tempo, sabendo que, na data do fato, ele não estava no Brasil e, por isso, não podia ser o autor dos disparos. Oferecidas as alegações pelas partes, João foi pronunciado por homicídio duplamente qualificado, nos termos da denúncia, sob o fundamento de que o depoimento da testemunha da acusação, por ser ela presencial, merece crédito, além do que, em caso de dúvida, deve o acusado ser pronunciado, já que, nessa fase processual, vigora o princípio in dubio pro societate. João, intimado da decisão no dia 15.09.95, no mesmo dia deu ciência ao seu advogado.QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua defesa.

QUESTÕES PRÁTICASQuestão nº 1No que consiste a teoria da actio libera in causa? É adotada no direito brasileiro? Fundamentar legalmente.

Questão nº 2João e Maria convivem, sem serem casados, há vinte anos, na mesma casa e tiveram três filhos. João foi condenado por crime de roubo qualificado. Maria e o pai de João, de nome Pedro, escondem-no em um sítio de propriedade de um amigo, chamado Antonio, dando a este conhecimento do fato de João estar

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condenado. Que crimes cometem Maria, Pedro e Antonio? Justifique.

Questão nº 3Que justiça e órgão julgam juiz de direito do Estado de São Paulo acusado de homicídio doloso ocorrido na cidade de Campo Grande – MS?

Questão nº 4As Comissões Parlamentares de Inquérito estaduais podem determinar a quebra de sigilo bancário de pessoas por elas investigadas? Fundamentar.

TRABALHO

PONTO 1Empregador autuado por Auditor Fiscal do Trabalho, tendo em conta não haver recolhido FGTS sobre as férias vencidas pagas a empregado quando da rescisão do contrato de trabalho, impetra mandado de segurança, perante a Justiça do Trabalho. Notificada a autoridade coatora e prestadas as informações, o juízo declara sua incompetência e determina a remessa dos autos à Justiça Federal. QUESTÃO: Apresentar, como advogado do empregador, a medida processual adequada na hipótese.

PONTO 2Empregado transferido provisoriamente é dispensado sem justa causa, não tendo recebido pagamento de aviso prévio e de adicional de transferência. Ajuíza reclamação para cobrar as parcelas, correspondendo o aviso prévio a R$ 1.000,00 e o adicional de transferência a R$ 5.000,00. O pedido é julgado parcialmente procedente em primeiro grau e segundo grau, deferindo-se o pagamento de aviso prévio, mas não de adicional de transferência, sob o argumento de ser indevida a parcela no caso de transferência provisória. Publicado o acórdão, o empregador apresenta recurso de embargos de declaração, para corrigir omissão no julgado, a respeito da época própria para atualização da parcela deferida. O empregado, somente depois de publicado o acórdão proferido nos embargos de declaração, apresenta recurso de revista, sob alegação de ofensa ao art. 469, da CLT. O Presidente do Tribunal Regional do Trabalho indefere o processamento do recurso, com a alegação de intempestividade. Aduz que, não havendo o empregado apresentado embargos de declaração, o prazo para interposição de recurso de revista fluiu a partir do primeiro acórdão. QUESTÃO: Apresentar, como advogado do empregado, a medida processual adequada.

PONTO 3Após ser condenado no pagamento de valores a certo empregado, o empregador, enquanto pendente de julgamento no Tribunal Regional do Trabalho o recurso que apresentou contra a sentença, coloca à venda o imóvel em que se acha estabelecida a empresa, sem reservar outros bens para satisfação da condenação. QUESTÃO: Apresentar, como advogado do empregado, a medida processual adequada. Em hipótese alguma será considerada a redação escrita neste espaço

QUESTÃO PRÁTICAQuestão nº 1Qual o meio processual adequado para cobrar importância cujo pagamento está previsto em acordo celebrado perante comissão de conciliação instituída no

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âmbito da categoria profissional do empregado?

Questão nº 2Em ação proposta por um sindicato de empregados em face de outro sindicato de empregados, envolvendo disputa a respeito da representação da categoria, o sindicato vencido pode ser condenado, segundo o entendimento firmado pelo Tribunal Superior do Trabalho, no pagamento de honorários advocatícios? Fundamentar.

Questão nº 3Empregado nomeado chefe de delegacia sindical no interior do Estado, na forma do art. 517, § 2o, da CLT, tem estabilidade no emprego? Por que?

Questão nº 4José, logo que completou 16 anos de idade, é admitido como empregado em 2001. Um ano depois, em 2002, é dispensado. Caso venha a ajuizar sua ação apenas no início de 2005, pode a empresa invocar, com sucesso, a ocorrência de prescrição?

 CIVIL

PONTO 1João Macedo é desenhista (“designer”) de produtos, na Cidade de São Paulo, onde é domiciliado. Ao ser contratado para participar de um grande projeto, João adquiriu um microcomputador portátil (“notebook”) de última geração, da loja ABC Eletronics Ltda., sediada na Cidade de Curitiba (PR), pelo valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). O produto, fabricado pela empresa Pearl Inc., norte-americana, é importado com exclusividade por algumas lojas no Brasil, como a ABC Eletronics. O produto não possui qualquer prazo de garantia além daqueles informados no Código de Defesa do Consumidor. João efetuou a compra do produto pelo telefone e solicitou a entrega do mesmo em sua residência. O pagamento foi debitado em uma única prestação em seu cartão de crédito. Três dias depois da compra, o microcomputador foi entregue na residência de João. Seguindo todas as instruções contidas no manual, João tentou ligar o aparelho, sem sucesso, já que o produto simplesmente não funcionava. Quatro dias depois da compra, João dirigiu-se à ABC Eletronics, em Curitiba (PR), para exigir a substituição do produto, e foi informado de que a empresa, por ser representante da marca do computador, possuía um serviço de assistência técnica para onde o produto deveria ser encaminhado para verificar as razões pelas quais não ligava. João assinou e recebeu cópia de uma ordem de serviço para comprovar o envio do produto ao conserto. Trinta dias depois, o produto retornou da assistência técnica. João testou o aparelho na própria loja e constatou que, apesar do equipamento ligar, o monitor apresentou defeitos na imagem. Irritado, João recusou-se a retirar o produto e exigiu, dessa vez, a restituição da quantia paga. Ao ter seu pedido negado, João deixou a loja, levando o aparelho defeituoso, após protocolar um documento informando sua insatisfação e exigindo a devolução do dinheiro. Como nada foi feito, João procurou um advogado para providências judiciais, pretendendo receber tudo o que gastou, corrigido monetariamente, além de perdas e danos. QUESTÃO: Como advogado(a) de João, promova a demanda cabível, sabendo que, além do produto não funcionar direito, João, para concluir o projeto para o qual foi contratado, precisou alugar um equipamento similar, por trinta dias, pelo valor total de R$ 3.000,00 (três mil reais).

PONTO 2

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João Macedo é desenhista (“designer”) de produtos, na Cidade de São Paulo, onde é domiciliado. Contratado para participar de um grande projeto, pelo qual receberia, ao final, R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), João adquiriu um microcomputador portátil (“notebook”) de última geração, da loja ABC Eletronics Ltda., sediada na Cidade de Curitiba (PR), pelo valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). O produto, fabricado pela empresa Pearl Inc. norte- mericana, é importado, com exclusividade, pela empresa Brasil Connection Ltda., sediada na cidade de Manaus (AM). O produto não possui qualquer prazo de garantia além daqueles informados no Código de Defesa do Consumidor. João efetuou a compra do produto pelo telefone e solicitou a entrega do mesmo em sua residência. O pagamento foi debitado em uma única prestação em seu cartão de crédito. Três dias depois da compra, o micro-computador foi entregue na residência de João. Seguindo todas as instruções contidas no manual, atento à voltagem do aparelho e da rede elétrica de sua residência, João ligou o aparelho. Após alguns minutos de funcionamento, o aparelho apresentou problema de superaquecimento, tendo iniciado um incêndio. Por ter inalado a fumaça expelida pelo aparelho, João apresentou problemas respiratórios que demandaram atendimento médico-hospitalar, que lhe custou R$ 1.000,00, além de duas semanas de absoluto repouso que impossibilitou a realização do projeto para o qual foi contratado. Seis dias depois da compra, João entrou em contato telefônico com a ABC Eletronics, em Curitiba (PR), para exigir a substituição do produto, que lhe forneceu o endereço de uma empresa de assistência técnica autorizada em Curitiba, para onde o produto deveria ser encaminhado. João providenciou o envio do produto para a empresa de assistência técnica, tendo recebido uma ordem de serviço, comprovando o envio do produto ao conserto. Trinta dias depois, o produto retornou da assistência técnica, onde foi constatado defeito no sistema de alimentação elétrica do aparelho, tendo sido enviado para a residência de João, que imediatamente o testou, tendo constatado que, apesar do equipamento ligar, o monitor apresentava defeitos na imagem. Irritado, João exigiu a restituição da quantia paga, comprometendo-se a devolver o aparelho defeituoso. Ao ter seu pedido negado, João enviou, por carta registrada, um documento informando sua insatisfação e exigindo a devolução de seu dinheiro. Como nada foi feito, João procurou um advogado para providências judiciais, pretendendo receber tudo o que gastou, corrigido monetariamente, além de perdas e danos.QUESTÃO: Como advogado(a) de João, promova a demanda cabível.

PONTO 3Ana, modelo profissional, residente em Manaus, viajou para São Paulo, para o casamento de sua filha. Para lavar, pintar seus cabelos e realizar um penteado para o casamento, Ana procurou os serviços de João Macedo, cabeleireiro e dono do salão de beleza “Hair”, sediado na cidade de São Paulo, que lhe cobrou R$ 500,00 (quinhentos reais) pela prestação do serviço. Após lavar os cabelos de Ana, João aplicou-lhe uma tintura da marca francesa ABC, importada pela empresa Brasil Connection Ltda. sediada na cidade de Curitiba (PR). Meia hora após a aplicação da tintura, Ana sofreu uma reação alérgica, que demandou atendimento médicohospitalar, no valor de R$ 1.000,00, bem como dois dias de absoluto repouso que impossibilitou sua presença no casamento de sua filha. Além disso, perdeu grande parte de seu cabelo, tendo permanecido com manchas em seu rosto, por dois meses, perdendo um ensaio fotográfico, para o qual já havia sido contratada, pelo valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais). Posteriormente constatou-se que a tintura utilizada continha substâncias químicas extremamente perigosas à vida e à saúde das pessoas e que a fabricante ABC já havia sido condenada pela justiça francesa a encerrar a fabricação e comercialização do produto. Indignada com os danos sofridos, Ana

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procura um advogado para pleitear o devido ressarcimento. QUESTÃO: Como advogado(a) de Ana, promova a demanda cabível.

QUESTÃO PRÁTICAQuestão nº 1Carlos Macedo recebeu em comodato um imóvel de João de Matos, localizado na Cidade de São José dos Campos. Dois meses depois de ingressar no imóvel, Carlos descobriu que havia uma rachadura no teto, provocada por uma antiga infiltração de água. Carlos chamou o empreiteiro Marcelo Pinheiro, que verificou que todo o encanamento necessitava de reparos. Marcelo efetuou um orçamento de R$ 3.500,00, que Carlos mandou para a aprovação de João de Matos. João afirmou que ele não precisaria aprovar ou não o orçamento, já que não teria que pagar por qualquer reparo, pois, por tratar-se de um contrato de comodato, o responsável pelo pagamento do conserto seria Carlos. A afirmativa de João está ou não correta? Justifique sua resposta.

Questão nº 2Marcos Lima possui uma empresa de jardinagem. Ele prestava serviços, desde 1995, para o Sr. Augusto Pera, que eram pagos anualmente, em uma única parcela. Marcos enviou ao Sr. Augusto a cobrança do crédito de R$ 6.000,00 (seis mil reais), devida em razão dos serviços prestados no período de junho de 2004 a junho de 2005. O valor não foi pago pois o Sr. Augusto faleceu três dias antes do vencimento da obrigação. Marcos tentou obter o pagamento, amigavelmente, junto aos herdeiros do Sr. Augusto, sem sucesso. Recentemente, Marcos verificou que o inventário dos bens do Sr. Augusto já foi aberto, mas que não há qualquer menção ao seu crédito nas dívidas do Espólio. Que providências Marcos deverá tomar para garantir o recebimento de seu crédito?

Questão nº 3Aparício está em vias de ser despejado. Para evitar que sua família, que nem desconfia dos problemas com a locação, fique desabrigada, Aparício faz um contrato de locação com Antônio. O imóvel que Antônio aluga para Aparício tem, no mercado imobiliário, valor locatício de R$ 200,00 (duzentos reais), mas Antônio, conhecendo a urgência de Aparício, lhe cobra R$ 1.000,00 (um mil reais). Três meses após a mudança, Aparício percebe as deficiências do imóvel, além da desproporção no valor da locação. Agora, em situação mais tranqüila, decide procurar um advogado. Diante do problema apresentado, pergunta-se: Pode Aparício pleitear a anulação do contrato? Qual o argumento?

Questão nº 4Carlos e Maria são casados, desde 1995, pelo regime da comunhão parcial de bens. Em 2002, Carlos recebeu, em virtude de uma herança, um imóvel em Paraty, que tem o valor aproximado de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Ele deseja vender a Maria parte desse imóvel. Pergunta-se, essa venda e compra será lícita?

TRIBUTÁRIO

PONTO 1Uma empresa sofre execução fiscal promovida pela Procuradoria da Fazenda do Estado de São Paulo e, nos cinco dias indicados pelo juiz para quitar a dívida ou oferecer bens à penhora, a empresa executada permanece inerte. Todavia, transcorrido o prazo indicado, a executada oferece à penhora bens de sua propriedade, como máquinas utilizadas em sua linha de produção. Após tomar ciência da relação de bens indicados pela executada, a Fazenda Pública protocola

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petição rejeitando os bens oferecidos, argüindo a baixa liquidez destes bens no mercado e, paralelamente, solicita a penhora de 30% do faturamento da executada, pedido que é integralmente deferido pelo juiz. Contra a referida decisão, a executada interpõe, perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, agravo de instrumento contestando a falta de liquidez e pedindo o levantamento da penhora sobre o faturamento, recurso que, por votação unânime da turma julgadora, foi declarado improcedente. QUESTÃO: Considerando a penhora de 30% do faturamento da executada, o que poderia comprometer as suas atividades e o fato de ter a executada indicado outros bens que julga terem liquidez, como advogado da empresa, tomar as medidas cabíveis nos autos do agravo de instrumento.

PONTO 2A Empresa Globalcomunications Ltda, sediada no Município de São Paulo, é autuada em decorrência do não pagamento de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) em relação aos valores recebidos pela prestação de serviços de comunicação. O prazo para impugnação administrativa expira- e sem que a empresa autuada tome qualquer iniciativa, tendo sido então o débito inscrito em Dívida Ativa há cinco meses. QUESTÃO: Por julgar indevido o ISS sobre serviços de comunicação e, na iminência de sofrer uma execução fiscal, que poderia comprometer os seus negócios, a empresa o constitui como advogado para defender os seus interesses. Tomar as providências cabíveis.

PONTO 3Após o trânsito em julgado de decisão favorável ao contribuinte em ação de repetição de indébito, foi expedido precatório tendo a União Federal, em 2003, depositado integralmente o valor a que havia sido condenada a pagar. Contudo, no momento em que o contribuinte requereu o levantamento do depósito judicial, o juiz da Xa Vara Federal de São Paulo indeferiu o pedido alegando não ter o contribuinte apresentado as certidões negativas de Tributos Federais, Estaduais, Municipais, bem como a certidão de regularidade para com a Seguridade Social, nos termos do artigo 19 da Lei 11.033/2004. QUESTÃO: Como advogado do contribuinte, ingresse com a medida cabível para reformar o despacho que indeferiu o levantamento do depósito judicial do precatório, apresentando a adequada fundamentação. Em hipótese alguma será considerada a redação escrita neste espaço

QUESTÕES PRÁTICAS

Questão nº 1Em 10/06/2004, o “Estabelecimento X”, localizado no estado de São Paulo, vende uma máquina para a produção de fósforos, adquirida pelo “Estabelecimento Y”, localizado no estado do Ceará e que faz referida aquisição para incorporação no seu ativo fixo. O valor é composto, além do ICMS, pelos seguintes montantes:

(ii) meramente para fins desta questão, suponha-se que as alíquotas internas (hipotéticas) de ICMS para o produto mencionado no caso acima, em cada um dos estados mencionados, sejam as seguintes:

Estado         Produto                   AlíquotaSão Paulo    Máquinas em geral    12%Ceará           Máquinas em geral    15%

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Componente                 Valor (em R$)Valor da Mercadoria       400.000,00IPI*                               8.000,00Total                             408.000,00

* Trata-se de dado da questão; não deve ser recalculado para fins de resolução desta.Com base nos dados acima, calcular o ICMS devido em cada um dos Estados envolvidos, considerando as alíquotasinterestaduais vigentes.

Questão nº 2 O Sr. Nogueira faleceu deixando ao seu único herdeiro um lote de um milhão de ações de um grande banco brasileiro. Na última declaração do imposto de renda elaborada pelo Sr. Nogueira, estas ações tinham um valor de R$ 1,00 (um real) cada. No momento do falecimento estas ações valiam R$ 1,20 (um real e vinte centavos) a unidade e, por ocasião da homologação do formal de partilha, cada uma delas valia R$ 1,50. Considerando-se que as ações ingressaram no patrimônio particular do herdeiro pelo valor de R$ 1,50 cada, pergunta-se: Qual será a tributação de Imposto de Renda e ITCMD incidentes sobre a operação acima descrita? Como deverão ser determinadas as bases de cálculo e quem serão os contribuintes?

Questão nº 3O Brasil firma um acordo internacional com país vizinho visando assegurar a isenção de impostos incidentes sobre um empreendimento de grande importância estratégica para os dois países, especificamente da incidência do ICMS. Referido acordo internacional tem o seu texto referendado pelo Congresso Nacional e, em seguida, é promulgado o Decreto Legislativo nO 100/2004. Após a ratificação do acordo, é expedido, pelo Presidente da República, o Decreto nO 2.142/2004, completando-se assim o processo de celebração do acordo internacional. Um determinado Estado da República Federativa do Brasil, vislumbrando a perda de receitas tributárias por força da isenção concedida pelo acordo internacional, decide questionar a sua constitucionalidade. Analise a questão à luz do disposto no artigo 151, III, da Constituição Federal.

Questão nº 4A Panificadora Pães & Bolos adquire, em dezembro de 2004, uma outra panificadora (Doces & Salgados) da mesma região, já que os antigos sócios desta última resolveram aposentar-se. Todavia, em meados de maio de 2005, a Pães & Bolos é surpreendida com a cobrança de valores referentes a tributos federais não pagos pela Panificadora Doces & Salgados, no período compreendido entre novembro de 2002 e dezembro de 2003. Indaga-se: procede esta cobrança, considerando-se que os sócios da Panificadora Pães & Bolos não tinham qualquer influência sobre as decisões que eram tomadas na Panificadora Doces & Salgados? Fundamente.

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SECÇÃO DE SÃO PAULO127º EXAME DE ORDEM

GABARITO – 2ª FASEPENAL

 PONTO Nº 1

  Habeas corpusAgravo de execução Fundamento – A decisão de regressão para regime fechado deve ser precedida de oitiva do condenado (art. 118, § 2°, da Lei 7.210/84 – Lei de Execução Penal) e de oportunidade de defesa, com participação de advogado (art. 5°, inciso LV, da CF).  

Pedido: declaração de nulidade da decisão.

PONTO Nº 2 Habeas corpus

 Fundamento – A prisão temporária só é possível em relação aos crimes expressamente previstos no inciso III do artigo 1.º da Lei 7.960, de 21.12.1989. Além disso, a prorrogação do prazo só é possível em caso de extrema e comprovada necessidade (art. 2º., caput, parte final, da Lei 7960, de 21.12.1989), não podendo ser autorizada, desde logo.  Pedido – concessão de habeas corpus para que seja revogada a prisão temporária, expedindo-se contramandado de prisão.  

PONTO Nº 3  Recurso em sentido estritoHabeas corpus (só para a declaração de nulidade) Fundamento – Havia necessidade de suspensão do processo conforme dispõe o artigo 366 do Código de Processo Penal. No mérito, há dúvida razoável sobre a autoria. O reconhecimento fotográfico, apesar de admitido, não se prestaria à

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comprovação da autoria. A prova testemunhal é controvertida, pois, enquanto uma afirma que o acusado era o autor dos disparos, outra assevera que ele estava fora do país. Não é correto afirmar que, na decisão de pronúncia, vigora o princípio “in dubio pro societate”, pois a dúvida razoável, em virtude do princípio do favor rei, beneficia o acusado, mesmo em relação a essa espécie de decisão.  Pedido no Recurso em sentido estrito:Preliminar - declaração de nulidade;Mérito - impronúncia.  Pedido no habeas corpus: declaração da nulidade.

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PENAL  - QUESTÕES PRÁTICAS  

1. Conforme consta da Exposição de Motivos do Código, foi adotada, com o artigo 28 do Código Penal, a teoria da “actio libera in causa”. Por essa teoria, “não deixa de ser imputável quem se pôs em estado de inconsciência ou de incapacidade de autocontrole  dolosa ou culposamente (em relação ao fato que constitui o delito) , e nessa situação comete o crime” (Mirabete, 5.7.2). Esclarece o autor citado: “A explicação é válida para os casos de embriaguez preordenada ou mesmo da voluntária ou culposa quando o agente assumiu o risco de, embriagado, cometer o crime ou, pelo menos, quando a prática do delito era previsível, mas não nas hipóteses em o agente não quer ou não prevê que vá cometer o fato ilícito”.   2. O crime seria o previsto no artigo 348 do Código Penal. O pai, Pedro, não responde pelo crime porque, segundo o § 2º,  fica isento de pena o ascendente. O amigo, Antonio, poderá ser punido pelo delito, porque a ele não se aplica o referido parágrafo. Quanto a Maria, duas interpretações são possíveis. Por uma orientação mais rígida, ela responderia porque o parágrafo só isenta de pena o cônjuge. Por outra, mais afinada com a vigente Constituição Federal, a companheira deve ser equiparada à mulher casada (art. 226, § 3°).  3. O juiz de direito é julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 4. Segundo o Supremo Tribunal Federal, é possível que as comissões parlamentares de inquérito estaduais determinem a quebra do sigilo bancário, equiparando-se os poderes dessas comissões aos outorgados às comissões federais, pela invocação do princípio federativo (STF, Inq. 779-RJ). Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal admite que as comissões federais determinem a quebra de sigilo bancário, por terem os mesmos poderes do juiz, exceto aqueles que são exclusivos do Poder Judiciário.   

TRABALHO 

PONTO 1  A medida processual a ser apresentada corresponde ao recurso ordinário, interposto perante a Vara do Trabalho, para ser julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho. No recurso deve-se invocar a competência da Justiça do Trabalho para processamento do mandado de segurança, nos termos do art. 114, inciso VII, da Constituição. Deve-se ainda pedir o imediato julgamento do mérito pelo Tribunal, diante da possibilidade de aplicação do art. 515, § 3º, do CPC.   

PONTO Nº 2  A medida processual adequada corresponde ao recurso de agravo de instrumento. No agravo deve-se alegar a tempestividade do recurso de revista, tendo em vista que os embargos de declaração, nos termos do art. 538, do CPC, interrompem o prazo para outros recursos em favor de qualquer das partes. O

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agravo deverá conter indicação das peças obrigatórias e necessárias à compreensão da controvérsia.    

PONTO Nº 3 A medida processual adequada corresponde à ação cautelar de arresto, nos termos do art. 813, inciso III, do CPC. A petição deverá ser apresentada diretamente ao Tribunal, como previsto no art. 801, do CPC.  

TRABALHO – QUESTÕES PRÁTICAS  1ª)  O acordo celebrado perante comissão de conciliação constitui título executivo extrajudicial. O meio adequado para cobrar a importância nele prevista corresponde à ação de execução, a ser processada nos termos dos arts. 876 e seguintes da CLT.  2ª) Sim. De acordo com a Instrução Normativa n. 27, nas ações de competência da Justiça do Trabalho que não decorram da relação de emprego, como é o caso da hipótese levantada na questão, os honorários advocatícios são devidos pela parte sucumbente.  3ª) Não. A estabilidade sindical abrange apenas os dirigentes do sindicato eleitos para cargo de direção na entidade sindical.  4ª) Não, embora o prazo de prescrição, após extinto o contrato de trabalho, seja de dois anos, não corre prescrição em prejuízo de menor, nos termos do art. 440, da CLT.             

CIVIL 

PONTO 01 Trata-se de ação de indenização, pelo rito ordinário, a ser promovida pelo consumidor, contra a empresa que vendeu o produto e/ou contra o fabricante, visto que são solidariamente responsáveis pelo vício do produto, indicados no artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor. Se demandar o fabricante, terá que pedir a expedição de carta rogatória, para a citação do mesmo. Como foi observado o prazo para reclamação, contido no artigo 26, § 3º do mesmo diploma legal, e o produto continua apresentando vício, o consumidor pode exigir, alternativamente e à sua escolha, sem prejuízo das perdas e danos experimentados: a substituição do produto por outro igual, em condições de uso; a restituição do valor pago, monetariamente atualizado, com a conseqüente devolução do produto; ou o abatimento proporcional do preço, nos termos do § 1º do art. 18 do CDC. O Foro para a propositura da demanda é o do domicílio do consumidor (São Paulo), nos moldes do artigo 101 do CDC, não se podendo desprezar a propositura perante o domicílio do réu (Curitiba), já que o autor tem a faculdade, e não o dever, de promover a demanda em seu domicílio. Se a demanda for ajuizada na Comarca de São Paulo (domicílio do consumidor), pode

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ser requerida citação do réu por correio ou  por carta precatória (art. 221, I e II e arts. 200, 201 e 202 do CPC). 

PONTO 02 Trata-se de ação de indenização, pelo rito ordinário, a ser promovida pelo consumidor, contra o fabricante e/ou contra o importador do produto, que responderão independentemente da existência de culpa (art. 12, Lei nº 8.078/90) pelo defeito do produto, podendo ser pleiteada indenização por danos morais e materiais (danos emergentes – R$ 1.000,00 - e lucros cessantes -  R$ 50.000,00). Se demandar o fabricante, terá que pedir a expedição de carta rogatória, para a citação do mesmo. O Foro para a propositura da demanda é o do domicílio do consumidor (São Paulo), nos moldes do artigo 101 do Código de Defesa do Consumidor, não se podendo desprezar a propositura perante o domicílio do réu (Manaus), já que o autor tem a faculdade, e não o dever, de promover a demanda em seu domicílio. Se a demanda for ajuizada na Comarca de São Paulo (domicílio do consumidor) pode ser requerida citação do réu por correio ou  por carta precatória para Manaus (art. 221, I e II e arts. 200, 201 e 202 do CPC).A demanda não poderá ser ajuizada contra o comerciante, vendedor, ABC Eletronics Ltda., porque perfeitamente identificados o fabricante e o importador, não sendo aplicável ao caso o art. 13 do CDC.   

PONTO 03 

Trata-se de ação de indenização, pelo rito ordinário, a ser promovida pelo consumidor, contra o fabricante e/ou contra o importador do produto, que responderão independentemente da existência de culpa (art. 12, Lei nº 8.078/90) pelo defeito do produto, podendo ser pleiteada indenização por danos morais (ausência no casamento; dano à saúde e dano estético) e materiais (danos emergentes – R$ 1.500,00 - e lucros cessantes -  R$ 50.000,00). Se demandar o fabricante, terá que pedir a expedição de carta rogatória, para a citação do mesmo. O Foro para a propositura da demanda é o do domicílio do consumidor (Manaus), nos moldes do artigo 101 do Código de Defesa do Consumidor, não se podendo desprezar a propositura perante o domicílio do réu (Curitiba), já que o autor tem a faculdade, e não o dever, de promover a demanda em seu domicílio. Se a demanda for ajuizada na Comarca de Manaus (domicílio do consumidor) pode ser requerida citação do réu por correio ou por carta precatória para Curitiba (art. 221, I e II e arts. 200, 201 e 202 do CPC).A demanda não poderá ser ajuizada contra o prestador de serviços (Hair is on Ford ou João), porque, além de não haver defeito de serviço, estão perfeitamente identificados o fabricante e o importador do produto defeituoso, não sendo aplicáveis ao caso os arts. 13 e 14 do CDC.  

CIVIL – QUESTÕES PRÁTICAS  1. A afirmativa de João não está correta, pois que ele, como proprietário da coisa, deverá arcar com os custos dos reparos, já que os problemas no encanamento do imóvel não podem ser imputados ao comodatário Carlos . O artigo 584 do Código Civil/2002 determina que o comodatário jamais poderá recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. Entretanto, como bem

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aponta Fábio Ulhoa Coelho (Curso de Direito Civil, v.03, Ed. Saraiva, São Paulo, 2005, p. 240), “não cabe ao comodatário arcar com as despesas do conserto do bem reclamado por qualquer deterioração  que não lhe possa ser imputável (desgaste natural da coisa, fortuito etc.)”.   2. Marcos deverá promover uma habilitação de crédito junto ao inventário, nos moldes previstos no artigo 1.017 do Código de Processo Civil. Caso os herdeiros não ofereçam qualquer impugnação ao crédito, Marcos terá o mesmo habilitado, e serão separados tantos bens quantos forem necessários para a satisfação do valor devido. Se os herdeiros discordarem, Marcos será remetido às vias ordinárias. Caso isso aconteça, nos moldes do parágrafo único do artigo 1.018 do Código de Processo Civil, o juiz mandará reservar em poder do inventariante bens suficientes para pagar o credor, já que a dívida consta de documento que comprova a obrigação.   3. Aparício pode alegar que ocorreu lesão, vício que atinge o negócio jurídico e que está especificada no artigo 157 do Código Civil. A lesão ocorre quando há um contratante em posição de inferioridade, ante prejuízo sofrido por ele na conclusão do contrato, devido a desproporção existente entre as prestações. Aparício estava em premente necessidade, e se obrigou, em razão disso, a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação de Antônio. Há, ainda, o dolo de aproveitamento evidente de Antônio, que mesmo sabendo da situação de Aparício, o levou a realizar negócio prejudicial. A sanção é a anulação, como prescreve o artigo 171, inciso II, do Código Civil.   4. A venda e compra entre cônjuges somente é lícita com relação aos bens excluídos da comunhão, como preceitua o artigo 499 do Código Civil. Como o imóvel em questão está excluído da comunhão, como dispõe o artigo 1659, inciso I, do Código Civil, a compra e venda será perfeitamente lícita.  

TRIBUTÁRIO 

PONTO Nº 1 

- recurso especial perante o Superior Tribunal de Justiça;- segundo entendimento de grande parte da jurisprudência, especificamente do STJ, a penhora sobre o faturamento somente tem cabimento na ausência de oferecimento de bens alternativos, uma vez que o gravame deverá importar o menor ônus ao contribuinte executado;- a penhora sobre o faturamento poderá conduzir a empresa à insolvência- Trecho do Julgado: “Inicialmente, esta Turma entendeu que poderia penhorar 30% do rendimento da empresa, mas, depois, a Turma e a própria Seção mudaram a orientação e não permitem mais a penhora do rendimento da empresa, porque isso equivale a penhorar a própria empresa (...) Se houver penhora do faturamento ou do rendimento, a empresa pode ficar inviável.”  

PONTO Nº 2 - Ingressar com Ação Anulatória de Débito Fiscal;

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- requerer a declaração de inexistência da relação jurídica e a anulação do crédito inscrito em dívida ativa;- efetuar o depósito do montante discutido - artigo 38 da Lei 6.830/80 – “A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição de indébito ou ação anulatória do ato declaratório da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.” - os serviços de comunicação devem ser tributados pelo ICMS e não pelo ISS.  

PONTO Nº 3  - Interposição de Agravo de Instrumento dirigido ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região; - a lei não pode retroagir para atingir a coisa julgada – a lei não poderia ter efeitos sobre os precatórios já expedidos ou com pagamento em curso;- trata-se de um ato coercitivo para cobrança de tributos (cobrança indireta) e que fere os princípios da legalidade, igualdade e coisa julgada.    

TRIBUTÁRIO – QUESTÕES PRÁTICAS 

 1) - Operação 1: Alíquotas:       (i) interestadual – 7%                        (ii) interna do CE (destino) – 15%                        (iii) diferencial de alíquotas – 8% Valor base para Cálculo: R$ 408.000,00 (IPI, neste caso – aquisição para ativo fixo – entra na B.C.) ICMS a ser recolhido: Em SP (pelo produtor de máquinas) No CE (pelo produtor de fios)

R$ 408.000,00 / (1-0,07) – R$ 408.000,00

R$ 408.000,00 / 0,93 – R$ 408.000,00

R$ 438.709,68 – R$ 408.000,00R$ 30.709,68

R$ 438.709,68 x 0,08R$ 35.096,77

 ICMS total recolhido na operação: R$ 65.806,45  Erros de mero cálculo serão desconsiderados desde que indicadas corretamente as operações aritméticas.  2) - haverá a incidência de dois tributos – ITCMD e Imposto de Renda;- o ITCMD será calculado com base no valor das ações por ocasião do falecimento – R$ 1,20;- ITCMD – contribuinte - Herdeiro

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- ITCMD – R$1,20 x R$ 1.000.000,00 = R$ 1.200.000,00 x 4% = R$ 48.000,00;- IR incidirá sobre a diferença entre R$ 1.500.000,00 – R$ 1.000.000,00 = R$ 500.000,00 x 15% = R$ 75.000,00- IR – contribuinte - Espólio   3) - o Presidente da República, na celebração dos tratados internacionais, age como representante da República Federativa do Brasil, englobados União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e não apenas como representante da União;- apenas a União goza da soberania e, portanto, apenas o seu representante pode celebrar tratados internacionais desta natureza;- “Art. 21. Compete à União:I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais(...)Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:(...)VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.”  Há entendimentos no sentido de que tratados internacionais não podem conceder isenções de tributos municipais e estaduais, tais como os defendidos por Ives Gandra Silva Martins e Roque Carrazza. Todavia, a doutrina dominante entende tratar-se de lei de caráter nacional, obrigando a todos os entes da federação.    4) - Trata-se de responsabilidade por sucessão tributária por aquisição de estabelecimento;- previsão no artigo 133 do Código Tributário Nacional; - “A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato: I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 6 meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.” - A Panificadora Pães e Bolos terá que arcar integralmente com o débito da Panificadora Doces e Salgados, pois os sócios desta última, tendo se aposentado, não deram seguimento à atividade.      

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