EXAME DE DEONTOLOGIA PROFISSIONAL E PROCESSO CIVIL DE 14 DE FEVEREIRO DE 2009

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  • 8/7/2019 EXAME DE DEONTOLOGIA PROFISSIONAL E PROCESSO CIVIL DE 14 DE FEVEREIRO DE 2009

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    ORDEM DOS ADVOGADOSCNEF / CNA

    Comisso Nacional de Estgio e Formao / Comisso Nacional de Avaliao

    PROVA ESCRITA NACIONAL DO EXAMEFINAL DE AVALIAO E AGREGAO

    (RNE)

    Questes de Deontologia Profissional(6 valores)

    e dePrtica Processual Civil

    (5,5 valores)

    14 de Fevereiro de 2009

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    IDEONTOLOGIA PROFISSIONAL

    GRUPO I

    BERNARDO, advogado, recebeu no escritrio o seu velho amigo CARLOS,

    juntamente com um conhecido empresrio, DIONISIO, com o qual pretendia

    constituir um consrcio, destinado a concorrer e a executar uma importante

    obra pblica, que ia ser objecto de concurso lanado pelo Ministrio no qual

    BERNARDO, com larga experincia na rea da contratao pblica, haviajustamente cessado a sua colaborao como consultor externo para apoiar o

    seu departamento jurdico, na preparao e elaborao do procedimento do

    referido concurso.

    CARLOS e DIONISIO pretendiam o aconselhamento e a representao de

    BERNARDO para constituir o consrcio e, principalmente, para defender os

    respectivos interesses junto do Ministrio, estabelecendo os necessrios

    contactos com vista ao xito da pretendida adjudicao. Lembrava-lhe, alis,CARLOS que BERNARDO at participara na preparao e elaborao das

    peas chave do concurso, alm de que conhecia muito bem os membros do

    jri, o que podia traduzir-se e reverter em benefcio do consrcio.

    Responda e fundamente luz dos princpios deontolgicos pertinentes:

    1.Poderia e deveria

    BERNARDOaceitar o mandato que lhe foi proposto?

    (1,50v)

    2. Que conduta deveriaBERNARDOadoptar?(0,75v)

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    GRUPO II

    Entretanto alguns dias depois BERNARDO viria a receber no seu escritrio

    DIONISIO, o qual, alm de lhe trazer alguns elementos necessrios para a

    constituio do consrcio, aproveitou para lhe solicitar que o patrocinasse

    numa aco contra FERNANDO, seu anterior advogado, por considerar que

    este, no exerccio da profisso, lhe causara danos patrimoniais ao

    aconselh-lo erradamente sobre determinado assunto. Para tanto, mostrou-

    lhe uma carta que acabara de receber nesse mesmo dia e lhe fora

    endereada por SIMO, advogado de FERNANDO e na qual lhe era

    referido que fora por falta de disponibilidade de tempo para aprofundar o

    assunto que este o aconselhara daquele modo e que, por isso, o mandatara

    para o representar e para lhe propor o pagamento de determinada quantia

    contra a desistncia dos seus intentos, mas que ele DIONISIO achava

    insuficiente e recusava liminarmente.

    BERNARDO aceitou o patrocnio, tendo procurado suprir a dificuldade da

    prova de negligncia profissional de FERNANDO juntando com a petio

    inicial a carta de SIMO a DIONISIO.

    Mais tarde, devido ao facto de FERNANDO ser uma figura pblica local, o

    litgio assumiu algum protagonismo e da que, sada do Tribunal, j na

    pendncia da aco e aps se ter gorado uma tentativa de conciliao

    marcada pelo Meritssimo Juiz do processo, BERNARDO foi interpelado

    pelos jornalistas sobre o desfecho da mesma, tendo respondido que s no

    se tinha logrado obter acordo entre as partes porquanto em sua opinio

    SIMO no estava a aconselhar devidamente FERNANDO.

    1. A pretenso deDIONISIOcontraFERNANDO, em seu entender, tinha

    fundamento?(0,75v)

    2. Comente a actuao deBERNARDO?(3v)

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    II

    PRTICA PROCESSUAL CIVIL

    I

    Suponha que foi procurado por Antnio Santos, vivo, que lhe relatou os

    seguintes factos:

    - Por escritura pblica de 20.03.2006, adquiriu a Joo Silva um prdio rstico,

    com a rea de 2000 metros quadrados, denominado Campo de Cima, que

    confronta de norte e nascente com estrada municipal, do sul com Manuel

    Pinheiro e do poente com Aurora Santos, sito na freguesia de Nogueir,

    concelho de Braga, descrito na Conservatria do Registo Predial sob o n

    00356 e inscrito na matriz sob o artigo 231.

    - O preo da aquisio foi de 35.000,00 e encontra-se integralmente pago.

    - Imediatamente aps a escritura, tomou posse do prdio e procedeu ao registo

    do mesmo a seu favor.

    - Em finais de 2006, por razes familiares, emigrou para o Canad de onde

    apenas regressou no passado ms de Dezembro.

    - Quando, h dias, se deslocou ao prdio verificou que o proprietrio do prdio

    confinante, Manuel Pinheiro, casado na comunho de adquiridos com Joaquina

    Mota, havia derrubado o muro e retirado a vedao de arame que separavam

    os dois prdios.

    - Alm disso, Manuel tinha passado a cultivar o prdio e nele tinha edificado

    uma pequena construo para guardar alfaias agrcolas.

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    Com base nestes factos, na defesa do interesse de Antnio, elabore a pea

    processual que entender conveniente de modo a que o mesmo possa passar a

    usufruir de imediato do prdio que lhe pertence.

    (3,5 valores)

    II

    Suponha que Lus Ramos havia celebrado, com Joo Silva, em 1999, um

    contrato de arrendamento rural, tendo por objecto o prdio referido na questo

    anterior. Mas que, nos ltimos 3 anos esteve impossibilitado de cultivar o

    terreno, por motivo de doena. Uma vez recuperado, tomou conhecimento da

    pendncia de uma aco judicial instaurada por Antnio contra Manuel e

    Joaquina, para condenao destes na entrega do terreno livre de pessoas e

    bens, na qual estes se defendem invocando a existncia de um contrato de

    arrendamento rural celebrado com Joo Silva em Novembro de 2005, tendo

    deduzido reconveno para serem reconhecidos como arrendatrios.

    Pode Lus intervir na aco judicial pendente, para defender o seu direito de

    usufruir do prdio como arrendatrio? Por que meio?

    (1 valor)

    III

    Tendo o Juiz dispensado a audincia preliminar, nos termos do art 508-B do

    CPC, o Tribunal notificou os mandatrios das partes do despacho saneador,

    matria assente e base instrutria.

    No pretendendo interpor recurso, que actos poder praticar e em que prazo?

    (1 valor)