Exame Filosofia Época Especial 2014

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  • 7/26/2019 Exame Filosofia poca Especial 2014

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    Prova 714/E. EspecialPgina1/8

    EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDRIO

    Prova Escrita de Filosofia11. Ano de Escolaridade

    Decreto-Lei n. 139/2012, de 5 de julho

    Prova 714/poca Especial 8 Pginas

    Durao da Prova: 120 minutos. Tolerncia: 30 minutos.

    2014

    Utilize apenas caneta ou esferogrca de tinta azul ou preta.

    No permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que no seja classicado.

    Para cada resposta, identique o grupo e o item.

    Apresente as suas respostas de forma legvel.

    Apresente apenas uma resposta para cada item.

    A prova inclui uma tabela de smbolos lgicos.

    As cotaes dos itens encontram-se no nal do enunciado da prova.

  • 7/26/2019 Exame Filosofia poca Especial 2014

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    Prova 714/E. EspecialPgina2/8

    GRUPO I

    Nas respostas aos itens de escolha mltipla, selecione a opo correta.Escreva, na folha de respostas, o nmero do item e a letra que identica a opo escolhida.

    1. Os argumentos

    (A) so verdadeiros ou falsos; no so vlidos nem invlidos.

    (B) no so verdadeiros nem falsos; no so vlidos nem invlidos.

    (C) so verdadeiros ou falsos; so vlidos ou invlidos.

    (D) no so verdadeiros nem falsos; so vlidos ou invlidos.

    2. Num argumento indutivamente forte, se as premissas forem verdadeiras, a concluso tem

    (A) uma grande probabilidade de ser verdadeira.

    (B) a garantia de ser verdadeira.

    (C) de ser uma verdade completamente evidente.

    (D) de ser aceite como verdadeira.

    3. Selecione o argumento que exemplica a falcia do boneco de palha.

    (A) Para os vegetarianos, as pessoas apenas devem comer erva, como os herbvoros. Mas as pessoas

    no tm um sistema digestivo que lhes permita alimentarem-se exclusivamente de erva. Logo, aalimentao vegetariana no boa.

    (B) Os vegetarianos tm de decidir se tudo o que interessa o bem-estar dos animais, ou se tambm desejvel uma alimentao diversicada. Ora, parece que eles do apenas importncia ao bem-estardos animais, pois no procuram diversicar a sua alimentao.

    (C) errado que uma dieta exclua o leite e os seus derivados. Mas isso que dene uma dieta vegetariana.Portanto, os vegetarianos esto errados.

    (D) No est provado que uma alimentao vegetariana seja boa. Por isso, bvio que se trata de umaalimentao que no boa.

    4. Se a famlia Torres deixar o prdio, toda a gente se vai embora. Com este prdio ao abandono, em breveo bairro vai car deserto. Depois, toda esta zona da cidade acabar fatalmente por morrer. Logo, s nosresta convencer a famlia Torres a car.

    Este argumento um caso de

    (A) falso dilema.

    (B) apelo ignorncia.

    (C) petio de princpio.

    (D) falcia da derrapagem.

  • 7/26/2019 Exame Filosofia poca Especial 2014

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    5. Qual das frases seguintes nodescreve uma ao?

    (A) A Ana teve subitamente um ataque de tosse.

    (B) A Ana, cheia de pressa, desceu as escadas a correr.

    (C) A Ana escutou atentamente as instrues dadas.

    (D) A Ana, ao chegar, abraou carinhosamente os lhos.

    6. De acordo com o libertismo, a vontade

    (A) est sujeita ao determinismo natural, mas ns podemos fazer escolhas.

    (B) no est sujeita ao determinismo natural, e ns podemos fazer escolhas.

    (C) est sujeita ao determinismo natural, e ns no podemos fazer escolhas.

    (D) no est sujeita ao determinismo natural, mas ns no podemos fazer escolhas.

    7. Considere as armaes seguintes.

    1. errado no ajudar a resolver o problema da fome no mundo.

    2. Muitas pessoas no ajudam a resolver o problema da fome no mundo.

    3. Algumas pessoas abandonam estilos de vida confortveis, chegando mesmo a pr a sua vida emrisco, para ajudar a combater a fome no mundo.

    (A) 1 e 2 so juzos de facto e 3 um juzo de valor.

    (B) 1 um juzo de valor e 2 e 3 so juzos de facto.

    (C) 1 e 3 so juzos de valor e 2 um juzo de facto.

    (D) 3 um juzo de facto e 1 e 2 so juzos de valor.

    8. A emoo dizia-nos: A minoria branca o nosso inimigo, nunca devemos falar com eles. Mas a cabeadizia-nos: Se no falares com eles, o pas vai explodir em chamas. Tivemos de reconciliar esse conito.Falarmos com o inimigo foi o resultado desse domnio da mente sobre a emoo.

    Nelson Mandela, citado em editorial do Suplemento Especial do Pblico, em 6 de dezembro de 2013, p. VIII

    Estas palavras de Nelson Mandela exemplicam aquilo que Kant designou por

    (A) entendimento.

    (B) autonomia.

    (C) heteronomia.

    (D) deliberao.

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    09. De acordo com a tica utilitarista de Mill, mentir

    (A) pode ser correto, dependendo das consequncias.

    (B) incorreto, porque nunca se deve mentir.

    (C) pode ser correto, mas isso no depende das consequncias.

    (D) correto, porque nenhuma lei probe a mentira.

    10. Considere as armaes seguintes.

    1. Todo o conhecimento acerca de questes de facto adquirido por meio da experincia.

    2. H conhecimento acerca de questes de facto adquirido apenas por meio do pensamento.

    3. Todo o conhecimento acerca de relaes de ideias adquirido apenas por meio do pensamento.

    De acordo com Hume, as armaes

    (A) 1 e 3 so falsas e 2 verdadeira.

    (B) 1, 2 e 3 so verdadeiras.

    (C) 1 e 3 so verdadeiras e 2 falsa.

    (D) 1, 2 e 3 so falsas.

    GRUPO II

    O Grupo II apresenta dois percursos:Percurso A Lgica Aristotlica e Percurso B Lgica Proposicional.Responda apenas aos dois itens de um dos percursos.

    PERCURSO A

    1. A. Construa um silogismo vlido da 3. gura com os termos seguintes.

    Termo maior: pessoas com capacidade crtica.

    Termo mdio: cidados maiores de 18 anos.

    Termo menor: eleitores.

    2. A. Considere o silogismo seguinte.

    Todos os corvos so aves.

    Nenhum tigre um corvo.

    Logo, nenhum tigre uma ave.

    Identique a falcia que nele ocorre, explicando o erro de raciocnio cometido.

  • 7/26/2019 Exame Filosofia poca Especial 2014

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    Prova 714/E. EspecialPgina5/8

    PERCURSO B

    1. B. Interprete a frmula P Q, traduzindo-a para a linguagem natural.

    Recorra ao dicionrio seguinte.

    P: A cincia racional.

    Q: O erro uma fonte de aprendizagem.

    2. B. Construa uma inferncia vlida que tenha como nica premissa Se Descartes racionalista, ento alemo.

    Use uma das formas de inferncia vlida estudadas.

    Identique a forma de inferncia vlida aplicada.

    GRUPO III

    1. Leia o texto seguinte.

    Dadas as circunstncias da posio original, [nomeadamente] a simetria das relaes que entretodos se estabelecem, esta situao inicial coloca os sujeitos, vistos como entidades morais, isto ,como seres racionais com nalidades prprias e parto desse princpio capazes de um sentidode justia, numa situao equitativa.

    J. Rawls, Uma Teoria da Justia, Lisboa, Editorial Presena, 2001, p. 34 (adaptado)

    1.1. Explique, a partir do texto, por que razo Rawls considera que a posio original coloca os sujeitos[] numa situao equitativa.

    1.2. Apresente uma objeo teoria da justia de Rawls.

    2. Leia o texto seguinte.

    Pelo que diz respeito ao dever necessrio ou estrito para com os outros, aquele que tem ainteno de fazer a outrem uma promessa mentirosa reconhecer imediatamente que quer servir-sede outro homem simplesmente como meio, sem que este ltimo contenha, ao mesmo tempo, o

    m em si. Pois aquele que eu quero utilizar para os meus intuitos por meio de uma tal promessano pode, de modo algum, concordar com a minha maneira de proceder a seu respeito, no pode,portanto, conter em si mesmo o m desta ao.

    I. Kant, Fundamentao da Metafsica dos Costumes, Lisboa, Edies 70, 2009, p. 74

    Justique, a partir do texto, que fazer falsas promessas imoral, segundo Kant.

  • 7/26/2019 Exame Filosofia poca Especial 2014

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    Prova 714/E. EspecialPgina6/8

    GRUPO IV

    1. Leia o texto seguinte.

    O destino de uma teoria, a sua aceitao ou rejeio, decidido pela observao e pelaexperincia pelo resultado dos testes. Enquanto uma teoria resistir aos mais rigorosos testes queconseguirmos conceber, ser aceite; quando no resistir, ser rejeitada. Mas no nunca inferida,em nenhum sentido, das provas empricas. [] S a falsidade da teoria pode ser inferida das provasempricas, e essa inferncia puramente dedutiva.

    K. Popper, Conjeturas e Refutaes, Coimbra, Almedina, 2003, p. 83

    S a falsidade da teoria pode ser inferida das provas empricas, e essa inferncia puramente dedutiva.

    Explique esta armao de Popper.

    2. De acordo com Kuhn, em que condies ocorrem crises na cincia?

    3. Leia o texto seguinte.

    Voltando a examinar a ideia que eu tinha de um ser perfeito, descobria que a existncia estava nelacontida, do mesmo modo, ou mais evidentemente ainda, que na de um tringulo est compreendidoque os seus trs ngulos so iguais a dois retos []; e que, por conseguinte, pelo menos to certocomo o pode ser qualquer demonstrao de geometria que Deus, que o ser perfeito, ou existe.

    R. Descartes, Discurso do Mtodo, Lisboa, Edies 70, 1993, pp. 78-79

    No texto, Descartes apresenta um argumento a favor da existncia de Deus. Considera-o um bomargumento?

    Na sua resposta, deve:

    explicar o argumento de Descartes;

    apresentar inequivocamente a sua posio pessoal;

    argumentar a favor da sua posio.

    FIM

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    COTAES

    GRUPO I

    11. .......................................................................................................... 5 pontos

    12........................................................................................................... 5 pontos

    13........................................................................................................... 5 pontos

    14........................................................................................................... 5 pontos

    15........................................................................................................... 5 pontos

    16........................................................................................................... 5 pontos

    17........................................................................................................... 5 pontos

    18........................................................................................................... 5 pontos

    19........................................................................................................... 5 pontos

    10........................................................................................................... 5 pontos

    50 pontos

    GRUPO II

    1. (A ou B) ........................................................................................... 15 pontos

    2. (A ou B) ........................................................................................... 15 pontos

    30 pontos

    GRUPO III

    1.

    1.1. ................................................................................................... 20 pontos

    1.2. ................................................................................................... 15 pontos

    2. ........................................................................................................... 25 pontos

    60 pontos

    GRUPO IV

    1. .......................................................................................................... 15 pontos

    2. ........................................................................................................... 15 pontos

    3. ........................................................................................................... 30 pontos

    60 pontos

    TOTAL......................................... 200 pontos

    Prova 714/E. EspecialPgina7/8

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    Anexo

    TABELA DE SMBOLOS LGICOS

    NOMESMBOLOADOTADO

    EXEMPLO ALTERNATIVAS

    Letras proposicionais P, Q, R, . . . P A, B, C, . . . p, q, r, . . .

    Negao P P P

    Conjuno P Q P & Q P .Q

    Disjuno V P VQ PQ P+Q

    Condicional P Q P Q P Q

    Bicondicional P Q P QPQ P Q

    Sinal de concluso P QP

    P Q PP Q

    P

    Parntesis (,) (P Q) VP [,] {,}