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EXAMES COMPLEMENTARES NA AVALIAÇÃO PRÉ-PARTICIPAÇÃO
• Introdução:
Para entendermos o papal das avaliações clínica, laboratoriais e todos os outros exames complementares presentes em uma avaliação pré-participação, precisamos ter em mente qual é o nosso objetivo na avaliação. Há diferenças na avaliação pré-participação (APP) de indivíduos atletas e não atletas, conforme explicado nas apostilas sobre Avaliação Pré-Participação em Atletas e em Não Atletas. Para orientar no uso e indicação desses exames complementares, vamos utilizar os Fluxogramas 1-4 descritos abaixo.
Fluxograma 1 – Avaliação Pré-Participação (APP) básica recomendada pela SBMEE. AHA – American Heart Associantion; PAR-Q+ - Physical Activity Readiness
Questionnaire; PCMA – Pre-Competition Medical Assessment (FIFA); TE – Teste Ergométrico; TCPE – Teste Cardiopulmonar de Exercício; RNM – Ressonância Magnética.
Fluxograma 2 – Recomendação de avaliação pré-participação para pacientes que não realizam atividade física regular. DCV – Doença cardiovascular. * seguindo as recomendações da ACSM de 2019.
Fluxograma 3 – Recomendação de avaliação pré-participação para pacientes que realizam atividade física regular. DCV – Doença cardiovascular. * seguindo as recomendações da ACSM de 2019.
Fluxograma 4 – Avaliação médica em avaliação pré-participação para indivíduos não atletas. Orientação para todos os pacientes que necessitarem de avaliação médica nos Fluxogramas 1 e 2. TE – Teste de Esforço; TCPE – Teste Cardiopulmonar de Exercício; RNM – Ressonância Magnética.
1) Avaliação Clínica A principal razão para a realização de APP é a prevenção de
complicações de doenças cardiovasculares e a detecção precoce de doenças que possam causar MSC no atleta. Com isso em mente, é de se esperar que toda a APP irá focar no sistema cardiovascular. Por isso, tanto a anamnese quanto o exame físico serão bem direcionados para o sistema cardiovascular. Em situações um pouco mais específicas, como no futebol profissional, a FIFA orienta a realização da Avaliação Médica Pré-Competição (Pre-Competition Medical Assessment – PCMA), que é mais abrangente e engloba toda a parte osteomioarticular do atleta, mas discutiremos sobre o PCMA em outro momento.
Na anamnese, conforme já foi dito, vamos privilegiar aspectos
relacionados ao exercício e à história de doenças familiares ou eventos cardiovasculares relacionados à pratica de atividade física. Antes dos 35 anos alterações congênitas ou hereditárias tem grande importante dentre as etiologias de MSC, o que torna imprescindível que seja realizada uma história familiar detalhada na investigação de cardiopatias ou outras doenças que possam causar MSC. Assim, pode-se utilizar algumas ferramentas já publicadas para guiar a anamnese e garantir que o maior número de informações relevantes seja obtida. Podemos usar como exemplo a recomendação da Diretriz de 2019 da SBMEE e o PAR-Q+.
Quadro 1 – Componentes básicos de uma avaliação clínica durante a avaliação pré-participação recomendados pela SBMEE.
Quadro 2 – Perguntas da primeira parte da avaliação pelo PAR-Q+ (Physical Activity Readiness Questionnaire).
O PAR-Q+ (Physical Activity Readiness Questionnaire) foi desenvolvido no Canadá e possibilita uma auto avaliação do atleta, de maneira que é um documento autoexplicativo que possibilita a disseminação de um mínimo screening inicial sem ter necessariamente a presença de um médico. Por ser baseado em ampla evidência, o PAR-Q+ é a principal recomendação da ACSM (American College of Sports Medicine) como guia de anamnese.
O mesmo princípio deve ser seguido quando realizamos o exame físico, principalmente quando focamos no sistema cardiovascular. Tanto a FIFA, quanto a American Heart Association também já incluem pontos de destaque no exame físico cardiovascular nas suas recomendações de APP, incluindo esses achados na mesma orientação da anamnese. A avaliação da FIFA estará na apostila FIFA – PCMA na íntegra já traduzida.
Quadro 3 – 14 Elementos (ou Pontos) básicos para a avaliação pré-participação recomendados pela American Heart Association (AHA).
Por se tratar de atletas, é importante entendermos que indivíduos
constantemente submetidos a treinamento físico de intensidade, duração e frequência elevadas (não necessariamente nos três quesitos simultaneamente) tendem a apresentar adaptações cardiovasculares à atividade física, ainda com influência da modalidade que praticam. Somando isso a individualidade biológica de cada indivíduo, é possível que pessoas diferentes apresentam adaptações fisiológicas diferentes à um mesmo treinamento físico. Conforme veremos mais a diante, existem alterações cardiovasculares que podem ser consideradas fisiológicas e, por isso, não precisam ser fonte de preocupação para o médico responsável por serem transitórias e não terem repercussões negativas para a saúde do atleta.
Caso você não tenha percebido, como estamos buscando compreender qualquer alteração cardiovascular no atleta que possa predispor uma MSC, nós estamos, na verdade, estratificando o risco desse atleta de ter uma MSC.
Apesar de não estar explicitamente escrito nos Quadros 1-3, é de extrema importância que seja investigado o uso de substâncias, principalmente as ilícitas, uma vez que diversas substâncias podem aumentar consideravelmente o risco de MSC ou outros eventos indesejáveis em indivíduos jovens. Como o foco dessa apostila é em atletas, outra preocupação do médico responsável sobre uso de substâncias é se elas podem ser consideras doping. Todo ano a WADA (World Anti-Doping Agency) divulga uma lista com as substâncias que são consideradas doping tanto dentro, quanto fora do período de competição. Não se preocupe, nós ainda vamos ter um módulo inteiro sobre doping.
Quadro 4 - Grau de recomendação e nível de evidência da anamnese e exame físico para duas populações diferentes, de acordo com a SBMEE. • Questionário de Prontidão para a Atividade Física (PAR-Q+)
O PAR-Q+ é uma das principais ferramentas na linha de frente da avaliação de pré-participação para a atividade física. O PAR-Q+ contém sete perguntas simples projetadas para determinar se os indivíduos podem se tornar mais ativos fisicamente imediatamente ou se é necessária uma avaliação médica de pré-participação. Quando uma pessoa responde positivamente a uma ou mais perguntas do PAR-Q+, ele ou ela é aconselhada a consultar um médico para liberação da participação na atividade física.
Essa estratégia de estratificação de risco pré-participação foi projetada
para aprimorar a capacidade dos profissionais de saúde de um modo geral em reduzir as barreiras para os seus pacientes se tornarem fisicamente ativos, garantindo segurança, baseada em evidências sólidas. O PAR-Q+ foi derivado de uma avaliação sistemática de mais de 540.000 artigos, com mais de 1.000 artigos específicos.
Por meio desse processo, ficou claramente estabelecido que os riscos de
ser fisicamente inativo superam em muito os pequenos e transitórios riscos observados após o exercício agudo em populações assintomáticas e sintomáticas ao longo da vida. Além disso, até a sua elaboração não havia base sólida de evidências para apoiar a restrição de idade. Com isso, um fluxo contínuo de risco baseado em evidências (Figura 2) foi criado. Pessoas com baixo risco podem se exercitar com intensidades baixas a moderadas com mínima ou nenhuma supervisão; as pessoas em risco intermediário devem se exercitar sob a orientação de profissionais de exercício adequadamente treinados e qualificados; e as pessoas de alto risco devem se exercitar em locais sob supervisão médica, que incluem profissionais qualificados.
Para começar, o participante responde simplesmente às 7 novas perguntas baseadas em evidências na página 1 do PAR-Q +. Se a resposta for negativa para todas as perguntas, ele ou ela é liberado para participar de atividades físicas irrestritas, seguindo as diretrizes gerais de atividades físicas para populações assintomáticas saudáveis. Se o participante responder sim a 1 ou mais perguntas, ele ou ela deve preencher as páginas 2 e 3 do PAR-Q +. As páginas 2 e 3 do PAR-Q + contêm uma série de perguntas de acompanhamento sobre condições médicas crônicas específicas para esclarecer o respondente ou encaminhar. A triagem PAR-Q + é válida por 12 meses (para considerar possíveis alterações no estado de saúde).
Figura 2 – Avaliação contínua de risco baseada em evidência e estratificação de risco do paciente com recomendações de intensidade e supervisão da atividade física proposta pelo PAR-Q+.
2) ECG de 12 Derivações de Repouso
A necessidade de APP em todos os atletas é um consenso mundial muito bem estabelecido. Entretanto, há uma considerável divergência sobre a recomendação da realização de ECG de Repouso de 12 derivações como parte de uma APP padrão. Essa divergência tem como protagonistas os modelos italiano e norte-americano. O modelo italiano é utilizado como modelo base pela FIFA e Comitê Olímpico Internacional (COI).
Entretanto, esse modelo não é o aceito pelas principais entidades
americanas (American College of Sports Medicine (ACSM); American Heart Association (AHA); Sociedade Americana de Medicina Esportiva e a Sociedade Americana de Cardiologia) e acaba não sendo aplicado nos EUA, que prioriza a anamnese na APP, como podemos ver nas recomendações presentes no Quadro 3. Existem algumas razões para essa escolha norte-americana, dentre elas a relação de custo-efetividade e taxas de falso-positivos de um ECG aparentemente alterado. Buscando comprovar a eficiência do modelo norte-americano, um estudo norte-americano de 2009 chegou a comparar o impacto das duas recomendações diferentes nas taxas de MSC, aonde os autores consideraram que a taxa de MSC entre atletas norte-americanos não é mais alta do que aquela encontrada na Itália, mesmo que o ECG não seja obrigatório nos EUA. Com relação as diferenças encontradas nas taxas de MSC nesses países, alguns aspectos relevantes devem ser considerados: 1) a incidência real de morte súbita nos EUA poderia ter sido subestimada devido à falta de notificação compulsória; 2) não é possível saber se a implementação da avaliação pré-participação italiana nos EUA iria ou não diminuir a já́ baixa incidência de morte súbita.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE)
segue o modelo italiano, e inclui na sua recomendação o ECG de Repouso de 12 derivações como parte de uma APP padrão.
2.1) Método
O ECG convencional de 12 derivações deve ser realizado com o indivíduo em posição supina, registrado em velocidade de 25 mm/s e obtido idealmente pelo menos 24 horas após a última atividade esportiva. Além disso, é recomendado repouso previamente ao exame de no mínimo 5 minutos. 2.2) Análise
As peculiaridades do ECG de repouso de atletas implicam que a interpretação do exame deva ser realizada por médicos com experiência na área. Tal recomendação é importante para que alterações comuns de atletas – também conhecido como “Coração de atleta” – não sejam confundidas com eventuais cardiopatias. Essa orientação acaba sendo de grande importância, uma vez que na maioria dos países – incluindo o Brasil – poucos médicos detêm o conhecimento para interpretar devidamente as alterações cardíacas fisiológicas de um atleta e suas alterações eletrocardiográficas, o que limita a aplicação e eficácia do método.
2.3) Alterações
Como você já pode imaginar, a prática regular e intensa do exercício físico pode gerar alterações fisiológicas no coração, levando à alterações estruturais, funcionais e elétricas. Já é bem estabelecido que mais de 80% dos atletas de alto rendimento apresentam achados no ECG que refletem adaptações cardíacas induzidas pelo exercício. Esses achados no ECG são resultado de alterações intrínsecas do automatismo, da condução atrioventricular, do aumento do tônus vagal e do remodelamento intracavitário. No nosso módulo de Fisiologia Cardiovascular do Exercício vamos explicar e demonstrar todas essas alterações cardiovasculares geradas pelo exercício físico no indivíduo.
Essas alterações eletrocardiográficas que refletem uma adaptação cardíaca fisiológica em atletas devem ser diferenciadas de alterações patológicas do ECG, evitando ao máximo serem confundidas. Por esse motivo, vem se tornando cada vez mais uniformizado o estabelecimento de critérios de interpretação eletrocardiográfica em atletas. Os critérios básicos do último consenso, publicado em 2016, estão ilustrados no Fluxograma 2. Por ser um tópico de extrema relevância na medicina do exercício e do esporte, esse consenso será amplamente abordado no nosso módulo de Cardiologia do Exercício.
Apesar do Consenso de 2016 ser o mais amplamente aceitado, ainda existem outros consensos sobre critérios eletrocardiográficos estabelecidos para o “coração do atleta”. O fato de existirem diversos consensos colabora para os casos de falso-positivos. Variações na prevalência desses critérios tem relação direta com:
a) gênero - maiores no masculino; b) idade - doenças genéticas/congênitas nos jovens e DAC nos masters; c) etnia - atletas negros apresentam mais sobrecarga ventricular
esquerda e alterações de repolarização; d) diferentes níveis de formação - mais frequentes nos atletas
profissionais que nos amadores (esportistas); e) modalidade esportiva - predomínio do componente dinâmico.
Atletas negros têm uma tendência a desenvolver mais hipertrofia em resposta ao exercício quando comparados com atletas brancos, o que pode dificultar a diferenciação entre adaptações patológicas e fisiológicas.
O Quadro 6 utiliza 32.652 indivíduos de uma população não selecionada que realizou APP para ilustrar essas variações na prevalência das alterações eletrocardiográficas de acordo com a idade.
Quadro 6 – Diferentes tipos de anormalidades eletrocardiográficas em relação à
idade, em uma população não selecionada de 32.652 indivíduos submetida a APP na Europa.
Fluxograma 2 – Critérios Internacionais para interpretação de ECG em atletas 2016. Endossado pela American Colegue of Cardiology (ACC), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), European Society of Cardiology (ESC), International Olympic Committee (IOC), FIFA, entre outros.
Devemos sempre ter em mente que erros na interpretação do ECG com
a não diferenciação entre fisiológico e patológico podem ter consequências extremas. Das mais relevantes, podemos citar a desqualificação desnecessária de um atleta de uma competição pode alterações eletrocardiográficas consideradas normais, da mesma maneira que um atleta pode ser autorizado a competir com alterações patológicas no ECG que possam ser de alto risco para MSC.
Autoria: Pedro Luiz Rodrigues Guimarães Filho
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