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  • NDICE

    GEOLOGIA

    Geologia 10 ............................................................................................................................... 13

    A GEOLOGIA, OS GELOGOS E OS SEUS MTODOSA Terra e os seus subsistemas em interao .............................................................................. 13As rochas, arquivos que relatam a histria da Terra .................................................................. 14A medida do tempo geolgico e a idade da Terra ..................................................................... 15A Terra, um planeta em mudana .............................................................................................. 17

    A TERRA, UM PLANETA MUITO ESPECIAL

    Formao do Sistema Solar ....................................................................................................... 18A Terra, um planeta nico a proteger ........................................................................................ 21

    ESTRUTURA E DINMICA DA GEOSFERAMtodos para o estudo da geosfera ............................................................................................ 22Vulcanologia .............................................................................................................................. 24Sismologia ................................................................................................................................. 29Estrutura da geosfera ................................................................................................................ 35

    Geologia 11 ............................................................................................................................... 37

    GEOLOGIA, PROBLEMAS E MATERIAIS DO QUOTIDIANOBacias hidrogrficas ................................................................................................................... 37Zonas costeiras ........................................................................................................................... 38Zonas de vertente ....................................................................................................................... 39Processos e materiais importantes em ambientes terrestres ....................................................... 40Principais etapas de formao das rochas sedimentares ............................................................ 41Fsseis e processos de fossilizao ............................................................................................ 44Deformao frgil e dctil. Falhas e dobras .............................................................................. 46Magmatismo. Rochas magmticas ............................................................................................ 48Metamorfismo. Agentes de metamorfismo. Rochas metamrficas ........................................... 50Explorao sustentada dos recursos geolgicos ........................................................................ 53

    7

  • BIOLOGIA

    Biologia 10 ................................................................................................................................ 57

    DIVERSIDADE NA BIOSFERA

    A biosfera ................................................................................................................................... 57A clula .................................................................................................................................... 59

    OBTENO DE MATRIA HETEROTROFIA E AUTOTROFIAObteno de matria pelos seres heterotrficos ......................................................................... 63Obteno de matria pelos seres autotrficos ............................................................................ 65

    DISTRIBUIO DE MATRIAO transporte nas plantas ............................................................................................................. 67O transporte nos animais ............................................................................................................ 69

    TRANSFORMAO E UTILIZAO DE ENERGIA PELOS SERES VIVOSFermentao ............................................................................................................................... 72Respirao .................................................................................................................................. 73Trocas gasosas em seres multicelulares ..................................................................................... 74

    REGULAO NOS SERES VIVOSRegulao nervosa e hormonal em animais ............................................................................... 77Hormonas vegetais ..................................................................................................................... 81

    BIOLOGIA 11

    CRESCIMENTO E RENOVAO CELULARDNA e sntese proteica .............................................................................................................. 83Ciclo celular e mitose ................................................................................................................ 86Crescimento e regenerao de tecidos vs diferenciao celular ................................................ 87

    REPRODUOReproduo assexuada ............................................................................................................... 88Reproduo sexuada. Meiose e fecundao .............................................................................. 89Ciclos de vida: unidade e diversidade ........................................................................................ 92

    EVOLUO BIOLGICAUnicelularidade e multicelularidade .......................................................................................... 92Mecanismos de evoluo ........................................................................................................... 94

    SISTEMTICA DOS SERES VIVOSSistemas de classificao ........................................................................................................... 98Sistema de classificao de Whittaker modificado .................................................................... 100

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  • Algo que aprendi numa longa vida que toda a cinciacomparada com a realidade primitiva e infantil, mas,

    ainda assim, a coisa mais preciosa que temos.ALBERT EINSTEIN

  • Geologia 10

    A Geologia, os gelogos e os seus mtodosA Terra e os seus subsistemas em interao

    A Geologia a cincia que estuda a Terra, a sua estrutura, a composio, as dinmicas ex-terna e interna, a sua histria e origem.

    Sistema qualquer frao do Universo, constitudo por um conjunto ordenado de elementos,materiais ou no, relacionados uns com os outros de modo a formar um todo.

    Os sistemas podem ser isolados (no existem trocas de matria e energia), fechados (existemtrocas de energia mas no existem trocas de matria) e abertos (trocam energia e matria).

    A Terra um sistema fechado, j que troca energia com o espao, mas no troca matria. Nota: a matria correspondente aos meteoritos considerada desprezvel quando comparada com amassa da Terra. constituda por quatro subsistemas: Geosfera, Biosfera, Atmosfera e Hidrosfera.

    Geosfera, parte slida do planeta, constituda por rocha e produtos resultantes da sua alterao. Hidrosfera, conjunto de todas as guas marinhas e continentais que cobrem o globo terrestre

    (mares, rios, lagos, aguas subterrneas, neve e gelo). Atmosfera terrestre, mistura gasosa que envolve a Terra com cerca de 100 km de espessura

    mdia, que se mantm por ao da gravidade. Biosfera, conjunto de todos os seres vivos interdependentes, e as regies da Terra onde a sua

    existncia possvel. Este subsistema depende do frgil equilbrio com os outros subsistemas. Os subsistemas so considerados como sistemas abertos em constante interao e por isso

    uma alterao num deles afetar todos os outros. Qualquer desequilbrio provocado pelohomem pode ter consequncias num subsistema que poder trazer alteraes graves nomea-damente ao nvel da adaptao de algumas espcies a essas mudanas e conduzir sua ex-tino.So exemplos de interaes entre os diversos subsistemas: As alteraes climticas (atmosfera) provocadas pela intensa atividade vulcnica (geosfera)

    ou pela desflorestao (biosfera). As erupes vulcnicas muito violentas podem libertar grande quantidade de poeiras e

    gases para a atmosfera que, ao cobrir a zona afetada, fazem a temperatura baixar, alterandoa fotossntese e todas as cadeias alimentares.

    A explorao acentuada de combustveis fsseis conduz ao aumento de gases com efeito deestufa (atmosfera) que provocam um aumento da temperatura superficial da Terra. Este au-mento pode ter consequncias diversas e graves: Degelo das calotes polares e dos glaciares, provocando, entre outras, a inundao de zonas

    costeiras (hidrosfera). Extino de espcies (biosfera). Aumento da desertificao (geosfera).

    13

  • As rochas, arquivos que relatam a histria da Terra

    O ciclo das rochas, litolgico ou geoqumico, a sequncia de transformaes, superfciee em profundidade, que inclui a origem das rochas, o seu afloramento, destruio, percursodos produtos de alterao at aos ambientes sedimentar, metamrfico e magmtico. Os ele-mentos qumicos circulam incluindo-se em rochas, solo, ar, gua e, tambm nos seres vivos.Permite relacionar rochas sedimentares, magmticas e metamrficas.

    As rochas sedimentares so formadas a partir de fragmentos detrticos de outras rochas,envolvendo meteorizao, eroso, transporte, sedimentao, afundamento e diagnese. Ossedimentos podem ter origem em detritos ou clastos, na precipitao de substncias qumicasdissolvidas e/ou em material de origem biolgica.

    Meteorizao a transformao de uma rocha superfcie ou prximo dela, quando expostaaos agentes atmosfricos, onde coexistem seres vivos e fluidos superficiais nas condiesnormais de presso e temperatura. A meteorizao pode ser fsica ou mecnica e qumica oubioqumica.

    Eroso o processo de desgaste da parte superficial da Terra provocado pelos agentesexternos.

    O transporte das partculas para outros locais, muitas vezes distantes, pode ser feito pelagua ou pelo vento.

    Sedimentao a deposio de materiais mveis transportados quando a fora da gravi-dade maior que a capacidade de transporte do fluido ou do vento. Por vezes tambmse depositam restos de organismos.

    medida que as camadas se vo sobrepondo, os sedimentos so compactados (diminuemem volume) e afundam (afundimento), formando-se os estratos que possuem um limitesuperior (teto) e um inferior (muro). Inicialmente estes estratos so horizontais, podendoposteriormente sofrer alteraes de posio de acordo com as foras a que ficam sujeitos.

    Diagnese o conjunto de processos fsicos e qumicos de que resulta uma rocha consoli-dada, em condies de presso e temperatura prximas da superfcie. Pode incluir desidra-tao, compactao, cimentao e recristalizao.

    As rochas sedimentares so importantes testemunhos da histria da Terra, dado queocorrem em estratos e muitas vezes possuem fsseis. O seu estudo permite tirar conclusessobre a sua origem, as condies em que se formaram e ainda determinar a sua idade.

    As rochas magmticas tm origem em magmas, material muito quente (800C-1200C)essencialmente silicatado, fundido, contendo, sob presso, gases dissolvidos e podendoapresentar fases slidas (minerais que cristalizam em primeiro lugar ou que no chegam afundir).

    O magma consolida superfcie e d origem a rochas vulcnicas ou extrusivas (por exem-plo, basalto) ou consolida em profundidade dando origem a rochas plutnicas ou intrusivascomo, por exemplo, o granito.

    As rochas intrusivas apresentam textura fanertica (cristalina), resultam de magmas queevoluram em profundidade ou se introduziram em rochas encaixantes e apresentam cristaisbem desenvolvidos; as rochas extrusivas apresentam textura afantica (com cristais de redu-zidas dimenses), ou vtrea (sem cristais), em consequncia das condies de arrefecimentorpido.

    Existem diferentes tipos de magmas:Baslticos (manto) Magmas pobres em slica e fluidos, que do origem, por exemplo, aobasalto e ao gabro.Riolticos (crosta continental) Ricos em slica e viscosos. Exemplo: riolito e granito.

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  • Andesticos (zonas de subduco, crosta ocenica crosta continental) Composio qu-mica e viscosidade intermdia. Ex: andesito e diorito.

    Dado que as rochas magmticas so diferentes de acordo com a composio do magma,profundidade de arrefecimento e condies a que est sujeito, fornecem-nos informaessobre a sua origem e por isso permitem inferir o momento da sua formao.

    Rochas metamrficas resultam de modificaes de outras preexistentes na crosta (magm-ticas, sedimentares ou metamrficas) por ao de fatores fsicos e qumicos (calor, pressoe fluidos) durante tempo suficiente para que a matria da rocha no estado slido se reorganize(recristalizao de novos minerais estveis), ficando em equilbrio com as novas condiesdo meio.

    Uma nica rocha-me pode dar origem a diversas rochas metamrficas de acordo com atemperatura e a presso a que se formam. Por exemplo, a partir de um argilito pode formar--se ardsia, micaxisto ou gnaisse.

    Muitas vezes estas rochas apresentam fsseis que, em conjunto com a composio minera-lgica que possuem, so um bom testemunho do passado, permitindo reconstruir o momentoda sua formao. No entanto, as elevadas presses e temperaturas podem destruir total ouparcialmente os fsseis.

    Se a rocha metamrfica apresentar foliao, como o gnaisse ou o xisto, sugere que a pressoa que foi sujeita permitiu a reorganizao dos seus minerais, ao contrrio de outras como omrmore, onde o fator dominante na sua formao foi a temperatura, no conferindo umaorientao aos minerais destas rochas.

    As rochas metamrficas podem fornecer informaes sobre momentos de coliso de placastectnicas, onde ocorreu metamorfismo regional, e momentos de intruses magmticas, ondeocorre metamorfismo de contacto, e ainda informaes sobre a queda de meteoritos, que porvezes geram calor e fundem as rochas, formando os impactitos.

    A medida do tempo geolgico e a idade da Terra

    As rochas so importantes na reconstituio da histria da Terra e por isso se estudam osseus constituintes e a sua organizao, bem como a existncia de fsseis.

    Um fssil qualquer resto ou vestgio de um ser vivo que existiu em pocas geolgicas pas-sadas, preservado nas rochas suas contemporneas.

    Salvo raras excees, a maioria dos fsseis encontra-se em rochas sedimentares. Em deter-minadas circunstncias, se as condies de sedimentao o permitirem (soterramento rpidopor sedimentos finos e ausncia de oxignio), os sedimentos que se depositam podem pre-servar organismos acabados de morrer ou algumas das suas estruturas orgnicas resistentese tambm marcas deixadas pela sua locomoo.

    A datao da idade das rochas pode ser relativa ou absoluta. A observao de fsseis ou dos estratos onde estes se encontram permite fazer uma datao

    relativa das rochas, isto , determinar qual a mais antiga e qual a mais recente. A datao relativa baseia-se nos seguintes pressupostos:

    Princpio da horizontalidade: os sedimentos so originalmente depositados horizon-talmente.

    Princpio da sobreposio dos estratos: os estratos mais recentes sobrepem-se aos an-tigos, se no houve deformao inicial (Steno, 1669)

    Princpio da identidade paleontolgica: rochas com o mesmo tipo de fssil tm a mesmaidade.

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  • Princpio da interseo ou corte: estruturas geolgicas que intersetem outras so sempremais recentes que estas ltimas. o caso de files, falhas, metamorfismo, etc. (Hutton, 1788).

    Princpio da incluso: qualquer rocha que contenha fragmentos de outra rocha posterior a ela. A datao absoluta, radiomtrica ou isotpica, permite determinar a idade das formaes

    com base no decaimento radioativo dos istopos contidos nos minerais e nas rochas utili-zadas como cronmetros geolgicos.

    O decaimento radioativo consiste na transformao de um tomo instvel (istopo-pai)noutro estvel (istopo-filho) com libertao simultnea de radioatividade e energia.

    O tempo necessrio para que metade dos tomos-pai se transforme em tomos-filho designa--se tempo de semivida e constante para um determinado elemento. Por exemplo, o perodo de desintegrao de 1g de Urnio 238 a 0,5 g (metade da concen-

    trao inicial) demora 4500 Ma e a 0,25 g demora 9000 Ma. Quanto mais antiga uma rocha, menor a razo entre os elementos radioativos e os

    estveis, pois os primeiros j se desintegraram dando origem a elementos estveis. As dataes absolutas e relativas das rochas permitiram aos gelogos construir uma escala

    do tempo geolgico. Esta divide-se em quatro unidades principais de tempo: ons, eras,perodos e pocas.

    Esta diviso foi feita de modo a dar relevo a importantes alteraes globais utilizando osacontecimentos biolgicos e climticos mais importantes.

    A longa histria da Terra tem sido marcada por vrios acontecimentos importantes, dos quaisse pode destacar: Perodos de longa, intensa e contnua atividade vulcnica. Perodos de grande aquecimento ou arrefecimento global, com efeitos mais ou menos

    acentuados na subida ou descida do nvel do mar. Intenso bombardeamento por corpos vindos do espao, nomeadamente os meteoritos.

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    Escala do tempo geolgico

  • A Terra, um planeta em mudana

    Princpios bsicos do raciocnio geolgico No sculo XVIII, o homem comeou a preocupar-se com a origem e as transformaes da

    Terra. Os estudos geolgicos baseiam-se no reconhecimento dos seguintes princpios do raciocnio

    geolgico: O uniformitarismo: os processos geolgicos, no passado tal como hoje, funcionam de

    forma lenta, dinmica e repetitiva. O actualismo geolgico: Hutton, baseado no uniformitarismo, defendeu que no passado

    atuaram os mesmos processos e foras que atuam no presente: O presente a chavedo passado.

    O catastrofismo: catstrofes muito violentas provocaram mudanas que alteraram a faceda Terra.

    Processos violentos / processos tranquilos Nos fins do sculo XVIII, com base no conhecimento dos fsseis, j se aceitava que as rochas

    testemunhavam a existncia dos seres vivos, de pocas anteriores, que apresentavam estru-turas mais simples.

    Para manter as ideias fixistas, em vigor at essa altura, Cuvier sugeriu que tinham existidovrios cataclismos e, aps cada um, Deus teria repovoado o mundo com novas provises deseres vivos mais evoludos e mais bem adaptados ao ambiente. Esta hiptese ficou conhecidapor catastrofismo.

    As explicaes de Hutton no conseguiram abolir de vez as explicaes catastrficas, masestas foram sendo abandonadas medida que se instalava na comunidade cientfica a ideiade que as espcies evoluram de forma gradual a partir de outras mais simples.

    Para o estudo da Terra, a geologia utiliza o mtodo cientfico e ainda a comparao deobservaes diretas de processos atuais com a informao que se encontra preservada nasrochas.

    Os fenmenos geolgicos que hoje observamos no so os nicos com significado no estudoda Terra, e nem todos so lentos: um vulco pode entrar rapidamente em erupo, uma falhapode provocar um terramoto, um grande meteorito pode atingir a Terra e abrir uma enormecratera.

    Atualmente, a unanimidade em torno de que o impacto de um grande meteorito pode estarcorrelacionado com a extino em massa que ocorreu h 65 Ma fez ressurgir ideias catas-trofistas.

    O mobilismo geolgico. As placas e os seus movimentos. No sculo XX foi formulada uma das teorias mais importantes da geologia, a teoria da tect-

    nica de placas, com base nas seguintes evidncias: A quase perfeita justaposio da costa ocidental da frica e costa oriental da Amrica

    do Sul. As grandes semelhanas geolgicas e paleontolgicas entre os continentes do hemisfrio

    sul e entre estes e a ndia. As rochas da crosta ocenica so muito recentes quando comparadas com as rochas da

    crosta continental.

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  • A existncia de dorsais mdio-ocenicas. A camada de sedimentos que cobre os fundos ocenicos mais espessa medida que

    aumenta a distncia ao rifte. Existncia de zonas com elevada incidncia vulcnica e ssmica.

    Segundo a teoria da tectnica de placas, a litosfera encontra-se dividida em cerca de dozeplacas rgidas que se movimentam, as placas tectnicas ou litosfricas.

    O movimento relativo das placas define trs tipos de limites: Limites divergentes: as placas afastam-se, deixando entre si um espao, e forma-se nova

    crosta por magma que ascende do manto e arrefece quando atinge a superfcie. Ocorrenas zonas de rifte, est associado a fenmenos de vulcanismo e permite explicar a ex-panso dos fundos ocenicos, como acontece na dorsal mdio-atlntica.

    Limites convergentes: as placas aproximam-se e uma delas arrastada para o interior daTerra, onde reciclada (fundida e incorporada no manto). Este tipo de limites o maiscomplexo.Ocenico-Continental: A placa ocenica, mais densa, mergulha sob a continental, numprocesso designado por subduco. O material que afunda acaba por fundir e ascender,produzindo fenmenos vulcnicos.Ocenico-Ocenico: A placa mais antiga sofre subduco ao longo da fossa. Aumentaa presso e a gua aprisionada nas rochas sobe astenosfera para cima da placa. Este fluidoprovoca a fuso do manto, produzindo uma cadeia de vulces (arcos vulcnicos).Continental-Continental: Nenhuma das placas sofre subduco. Na zona de coliso aespessura da crosta aumenta e surgem cadeias montanhosas.

    Limites conservativos ou transformantes: uma placa desliza horizontalmente ao longoda outra, mantendo-se a rea de cada uma das placas. Encontram-se associados a fen-menos de sismicidade intensa. Exemplo: falha Aores-Gibraltar.

    A energia que tem origem no calor interno da Terra permite a tectnica de placas. As cor-rentes de conveco do manto possibilitam o movimento das placas. Estas mergulham atao limite ncleo-manto, onde as elevadas temperaturas tornam o material quente do mantomais plstico e menos denso, e as correntes de conveco ascendentes permitem que estematerial suba.

    O movimento das placas ao longo do tempo provocou alteraes no nosso planeta: Formao de cadeias montanhosas; Deformao de materiais; Alterao na distribuio de seres vivos que pode ter levado extino de alguns grupos

    e evoluo diferenciada de outros, dadas as condies em que evoluram, nomeadamentecondies climticas diferentes.

    A Terra, um planeta muito especialFormao do Sistema Solar

    Nbula uma nuvem gasosa interestelar constituda principalmente por H (85%), He (15%)e uma pequena percentagem de elementos como: silcio, alumnio, ferro, clcio, oxignio,carbono e azoto.

    A Teoria nebular , atualmente, a mais aceite para a origem da Terra e do Sistema Solar: Uma nuvem de poeiras e gases, localizada num dos braos da galxia Via Lctea, h cerca

    de 5000 milhes de anos (Ma), adquiriu movimento de rotao.

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  • Por ao da fora gravtica, foi progressivamente ficando mais densa e com maiorvelocidade.

    A maior parte do material gasoso foi empurrado para o centro formando o proto-sol, aelevadas temperaturas.

    O gs e a poeira restantes, em forma de disco achatado, acumularam-se em pequenosncleos de condensao formando planetesimais (pequenos corpos rochosos) que, poraglomerao, teriam originado os protoplanetas.

    Na zona mais perto do Sol, onde as temperaturas eram mais elevadas, ocorreu con-densao de matria que levou formao dos planetas telricos, terrestres ou inte-riores.

    Na rea mais afastada, onde a temperatura era menor, ocorreu condensao de matriamais semelhante da estrela formando os planetas gasosos, gigantes ou exteriores.

    Apoiam esta teoria os seguintes factos: Todos os planetas apresentam movimentos orbitais, translaes regulares, com a mesma

    direo e quase realizadas no mesmo plano (complanares). A datao de vrios materiais do Sistema Solar aponta para a mesma idade da Terra e dos

    restantes corpos do Sistema Solar. Tal observao d consistncia ideia de um processode formao simultneo.

    A existncia de meteoritos, asterides e cometas, bem como a observao de crateras deimpacto em Mercrio, na Lua, em Marte e at na prpria Terra, permite considerar ra-zovel o processo de acreo (aglomerao de partculas).

    Os planetas mais prximos do Sol so essencialmente constitudos por materiais maisdensos e com pontos de fuso mais altos (silicatos, ferro e nquel), enquanto os mais afas-tados so ricos em elementos gasosos (hidrognio e hlio).

    Esta teoria deixa em aberto questes, por exemplo, relativas a Pluto, uma vez que: est para alm da cintura de asterides e no gasoso; a sua rbita excntrica chega mesmo a cruzar a rbita de Neptuno.

    A Unio Astronmica Internacional (IAU) decidiu em 2006 que Pluto deixava de fazer partedo grupo de planetas e passou a consider-lo planeta ano juntamente com Ceres (o maiorasteride da cintura de asterides) e o 2003 UB 313, na cintura de Kuiper, popularmenteconhecido como Xena, tendo adotado a seguinte nomenclatura/classificao:

    Planeta (principal ou satlite) orbita em torno do Sol e a vizinhana da sua rbita est livre de outros objetos; possui massa suficiente para manter a forma aproximadamente esfrica.

    Os oito corpos denominados planetas so classificados, atendendo composio, em: Planetas telricos ou rochosos: Mercrio, Vnus, Terra e Marte: constitudos principal-

    mente por rochas e metais, possuem densidade elevada, baixa rotao, superfcie slida,nenhum anel e poucos satlites (ou nenhum).

    Planetas gasosos: Jpiter, Saturno, rano e Neptuno: basicamente compostos por hidro-gnio e hlio e, em geral, tm baixa densidade, alta rotao, atmosferas espessas, anis emuitos satlites.

    Os planetas telricos tambm podem ser designados pequenos e interiores se os critriosconsiderados forem a dimenso e a posio em relao cintura de asterides entreMarte e Jpiter. Tambm os gasosos podem ser designados gigantes e exteriores.

    Planeta ano orbita em torno do Sol e a vizinhana da sua rbita no est livre de outros objetos; possui massa suficiente para manter a forma aproximadamente esfrica; no um satlite.

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  • Biologia 10

    Diversidade na biosferaA Biosfera

    A biosfera encontra-se organizada por nveis hierrquicos e corresponde ao nvel maiselevado. Rene todos os ecossistemas da Terra, e define-se como o conjunto de regies doplaneta onde existe vida.

    Na hierarquia biolgica podemos destacar: tomos molculas organitos celulares c-lulas tecidos rgos sistema de rgos organismo populao comunidade ecos-sistema.

    Os tomos renem-se quimicamente e do origem s diferentes molculas inorgnicase orgnicas (protenas, lpidos, glcidos e cidos nucleicos).

    As molculas orgnicas organizam-se em partes especializadas da clula com estrutura efuno particulares, os organitos.

    Clula a unidade estrutural e funcional dos seres vivos. Tecido um grupo de clulas, morfolgica e quimicamente semelhantes, que realizam uma

    funo especfica no organismo. Diversos tipos de tecido constituem um rgo, que assegura uma funo especfica e que,

    ao funcionar integradamente com outros rgos, forma um sistema de rgos. Os sistemas de rgos no seu conjunto constituem o organismo, entidade viva capaz de

    manter a sua organizao, obter e usar energia, crescer, responder a estmulos de modo amanter a homeostasia.

    Os organismos podem ser unicelulares (constitudos por uma clula) ou pluricelulares (maisque uma clula). Os seres vivos podem ser classificados em espcies. Espcie um conjuntode populaes ativas de organismos com caractersticas morfolgicas, fisiolgicas, bioqu-micas e comportamentais semelhantes, que podem cruzar-se entre si e originar descendentesfrteis.

    Um conjunto de indivduos da mesma espcie que se encontram na mesma regio geogrficaconstitui uma populao (biolgica).

    Comunidade um conjunto de populaes inter-relacionadas que, simultaneamente, ocupamdeterminada rea geogrfica. Os membros da comunidade interagem entre si com o ambienteem que vivem, o bitopo.

    Ecossistema o conjunto de todos os organismos presentes numa determinada rea eminterao com o seu meio ambiente.

    A biodiversidade refere-se enorme variedade dos organismos que nos rodeia e que apre-sentam mltiplas dimenses morfolgicas e modos de nutrio, para alm de se distriburempor todas as regies do planeta, mesmo as mais inspitas.

    Cadeia alimentar um esquema que representa as relaes trficas (alimentares) que seestabelecem entre os seres vivos de um ecossistema e que envolvem transferncia de matriae energia.

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  • O conjunto de cadeias alimentares de um ecossistema que se inter-relacionam constitui umateia alimentar ou rede trfica.

    De acordo com a forma de obteno do alimento, encontramos no ecossistema produtores,consumidores e decompositores.

    O primeiro componente de qualquer cadeia alimentar um produtor que capta energia defontes inorgnicas (como a energia luminosa no caso dos seres fotossintetizantes, ou energiaqumica nos seres quimiossintetizantes) utilizando-a para sintetizar compostos orgnicos.

    Consumidores so todos os seres de uma cadeia alimentar que utilizam direta ou indireta-mente a energia captada pelos produtores e que se encontra armazenada nas suas molculasorgnicas.

    Decompositores so seres que degradam matria orgnica morta e reciclam elementosqumicos, obtendo nesse processo energia e nutrientes.

    A transferncia de energia nas cadeias alimentares unidirecional e a quantidade deenergia presente num nvel trfico sempre maior que a energia disponvel para ser trans-ferida para o nvel seguinte. Em cada nvel trfico parte da energia dispensada sob a formade calor ou eliminada, por exemplo, nas fezes.

    Os fatores abiticos (bitopo) so as condies fsicas e qumicas, no vivas, no meio am-biente. Os principais so temperatura, gua, luminosidade e solo.

    Os organismos de um ecossistema tendem a adaptar-se s condies ambientais que se encon-tram em permanente mudana.

    Se houver alteraes, os ecossistemas tendem a evoluir no sentido de repor o equilbrio. O Homem provoca constantemente alteraes nos ecossistemas, diminuindo a capacidade de

    adaptao dos organismos, provocando muitas vezes o desaparecimento e a extino (elimi-nao de uma espcie aquando da morte do ltimo indivduo que a representa) de espcies.

    Causas de risco de extino de espcies: Destruio ou fragmentao do habitat (desflorestao, construo de vias de comuni-

    cao, turismo intenso, poluio); Introduo de novas espcies que passam a competir com as espcies locais (autc-

    tones). Estas novas espcies tambm podem ser parasitas ou predadores. Sobreexplorao, ou seja, procura excessiva das regies naturais (agrcolas, florestas,

    cinegticas e pisccolas); Aumento da consanguinidade em populaes isoladas devido a mudanas no seu habitat,

    reduzindo-se assim o potencial gentico; Alteraes das condies ambientais: Chuvas cidas, produtos qumicos e intensificao

    de efeito de estufa. As consequncias para o homem da extino de espcies so:

    Reduo da biodiversidade (diminui a capacidade de adaptao das populaes a alte-raes do meio);

    Alteraes no equilbrio de ecossistemas; Diminuio de alimentos e matrias-primas; Eroso dos solos.

    Dada a grande importncia da biodiversidade, o homem deve procurar a conservao das es-pcies, identificando as que se encontrem em vias de extino, assim como as causas da suadiminuio, e anulando ou invertendo as causas que provocam a extino das espcies.

    A nvel nacional e internacional deve-se: Criar reas protegidas: parques e reservas naturais; Educar a sociedade promovendo atitudes que no agridam o ambiente; Criar legislao especfica que permita controlar as populaes em risco;

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  • Proteger locais de reproduo e abrigo. Reciclar e tratar resduos.

    Em Portugal existem diversas reas protegidas: O Parque Nacional Peneda-Gers, ParquesNaturais, Reservas Naturais, Paisagens Protegidas, Monumentos Naturais e Geomonumentos.

    A clula

    Robert Hooke (sculo XVII) foi o primeiro a observar com um microscpio composto (comocular e objetiva) caixinhas vazias que denominou cell, por lhe lembrarem celas, e quemais tarde deu origem ao termo clula.

    Muitos outros investigadores continuaram o estudo das clulas de animais e plantas. Estesestudos possibilitaram a Schleiden e Schwann, em 1839, formular a Teoria Celular queatualmente assenta nas seguintes premissas: A clula a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos. Qualquer clula provm de outra clula. A diviso celular o processo que permite a reproduo de clulas.

    As clulas dos organismos vivos podem dividir-se, segundo o seu nvel de organizao, emclulas procariticas e eucariticas.

    A clula procaritica desprovida de membrana nuclear e organitos membranosos e o(s)seu(s) cromossoma(s) no possui(em) histonas.

    As clulas eucariticas podem apresentar diversas formas e tamanhos. Possuem trs consti-tuintes fundamentais: membrana, citoplasma e ncleo, para alm de um sistema membranardesenvolvido.

    A presena ou ausncia de determinados organitos torna possvel distinguir 2 tipos de clulaseucariticas: animais e vegetais.

    As clulas vegetais possuem parede celular rgida, vacolos muito desenvolvidos e plastos,nomeadamente os cloroplastos, ausentes nas clulas animais. Centrolos, lisossomas e fla-gelos so exclusivos das clulas animais.

    Principais componentes celulares, estrutura e funo: Membrana plasmtica: Invlucro que delimita e protege as clulas, controlando as trocas

    de substncias entre a clula e o meio, para alm de detetar e reconhecer mensagens atravsde recetores especficos.

    Ncleo: Controla a atividade celular. limitado por uma membrana com poros. Mitocndria: Central energtica das clulas. Possui uma dupla membrana, sendo que a

    interna forma invaginaes designadas por cristas mitocondriais. Cloroplasto: Possui uma dupla membrana. o local onde se d a transformao da energia

    luminosa em energia qumica (matria orgnica). Vacolo: Nas clulas vegetais armazena gua, grande nmero de enzimas hidrolticas e com-

    postos diversos (alguns txicos), mas principalmente regula trocas de gua e ies entre aclula e o meio.

    Parede celular: Invlucro externo membrana plasmtica que confere rigidez s clulas.Nas algas e nas plantas de natureza celulsica.

    Ribossomas: Sintetizam protenas. Complexo de Golgi: Conjunto de cisternas, vesculas e vacolos. Intervm na sntese, na

    secreo e formao de lisossomas, no armazenamento e transformao de protenas ena sntese de glcidos.

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  • R. E. Rugoso: Rede de canais e de bolsas membranosas, com ribossomas. Participa nasntese de protenas.

    R. E. Liso: Rede de canais e bolsas membranares. Sintetiza cidos gordos, fosfolpidos. Citoesqueleto: Estrutura intracelular complexa constituda por finssimos tubos e filamentos

    proteicos. Principais funes: Define a forma da clula e organiza a sua estrutura interna; Permite a adeso das clulas a clulas vizinhas; Possibilita o deslocamento de materiais no interior da clula.

    Centrolos: Conjuntos de microtbulos, mantidos unidos por protenas adesivas.

    Constituintes bsicosTodas as clulas so constitudas por molculas idnticas, de natureza mineral e orgnica. Constituintes inorgnicos ou minerais: gua a molcula mais abundante; a percentagem nas clulas e nos organismos em geral

    superior a 60%, mas pode atingir 95% nas alforrecas. A sua importncia biolgica decorredas seguintes particularidades: Embora seja eletricamente neutra, comporta-se como se apresentasse um polo positivo e

    um polo negativo, o que lhe confere elevada capacidade reativa com a maior parte dasmolculas e ies solvente.

    Quando na proximidade de outra molcula de gua, estabelece com ela uma fora deatrao entre os polos negativo e positivo, oxignio e hidrognio, respetivamente, estabe-lecendo-se uma ponte de hidrognio entre ambas, o que garante forte coeso molecular.

    Apresenta elevada capacidade calorfica, isto , capaz de absorver grandes quantidadesde calor com pequenas elevaes de temperatura. Como o principal componente dosseres vivos, confere-lhes estabilidade trmica, no obstante as oscilaes bruscas do meio reguladora trmica.

    Sais minerais tm funes estruturais e reguladoras. So pouco abundantes mas essenciais,por exemplo: nas reaes bioqumicas, como ativadores moleculares; na formao do esqueleto e dentio dos animais; na atividade muscular e nervosa; na mobilizao da energia.

    Constituintes orgnicos: So molculas caractersticas da vida, constitudas por um reduzido nmero de elementos

    qumicos (C, O, H, N), e subdividem-se em: glcidos, lpidos, prtidos e cidos nucleicos.Em cada um destes grupos h uma hierarquia, desde os monmeros s macromolculas oupolmeros.

    Monmeros so molculas de baixo peso molecular e podem ligar-se a outros constituindodmeros, trmeros e polmeros.

    Polmeros so macromolculas com funes estruturais, energticas, enzimticas, armazena-mento e transferncia de informao.

    Glcidos, glcidos ou hidratos de carbono so compostos ternrios de carbono, oxignioe hidrognio, em que o oxignio e o hidrognio entram na mesma proporo em que seencontram na molcula de H2O, isto , 2:1.A sua frmula geral Cn(H2O)n, variando o valor de n entre 3 e 7. Se:

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  • n = 3 C3H6O3 triose n = 4 C4H8O4 tetrose n = 5 C5H10O5 pentosen = 6 C6H12O6 hexose n = 7 C7H14O7 heptose

    Monossacardeos tambm designados oses, so os glcidos mais simples. So as unidadesestruturais dos glcidos, monmeros, j que entram na composio dos dissacardeos e dospolissacardeos. Destacam-se pela sua importncia biolgica as pentoses (ribose e desoxir-ribose) e as hexoses (glicose e frutose).

    Dissacardeos resultam da unio de dois mo-nossacardeos atravs de uma reao de conden-sao. Estabelecem uma ligao glicosdica comeliminao de uma molcula de gua(glicose + glicose maltose + H2O).

    Polissacardeos so polmeros de monossaca-rdeos, isto , macromolculas resultantes daunio de monmeros atravs de ligaes glicos-dicas. Exemplos: amido reserva energtica das plantas; glicognio reserva energtica dos animais; celulose molcula estrutural da parede celu-

    lar das clulas vegetais e muito abundante namadeira, no algodo, no linho.

    Os polissacardeos por hidrlise originam dis-sacardeos e monossacardeos. As funes so:energtica e estrutural.

    Lpidos So compostos ternrios de C, O e H a que se podem juntar outros elementos como o P, o S

    e o N, onde se incluem as gorduras e tambm as ceras e os esterides. So insolveis na gua e solveis em solventes orgnicos como o benzeno, o ter e o clorofrmio. um grupo muito heterogneo onde se destacam, pela sua importncia biolgica:

    triglicridos so constitudos por glicerol e cidos gordos ligados entre si por ligaesster e tm funes energticas.

    fosfolpidos tm na sua composio cido fosfrico associado ao glicerol e aos cidosgordos. A parte da molcula constituda por cido fosfrico designada por cabea e,como possui carga negativa, atrai molculas de gua hidroflica; ao contrrio, a cauda,que contm os cidos gordos, no tem afinidade com a gua hidrofbica.

    Molculas anfipticas so formadas por uma parte hidroflica e outra hidrofbica e so estasmolculas que definem a estrutura de todas as membranas celulares.

    Os lpidos podem ter as seguintes funes: energtica (triglicridos) estrutural (fosfolpidos) reguladora (hormonas como a progesterona e a testosterona)

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