EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ (ÍZA) DE DIREITO DA …€¦ · desvio de função em hospitais do Estado de Goiás. Os representantes questionaram a conduta da Administração

89ª PROMOTORIADE JUSTIÇA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ (ÍZA) DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, pela Promotora de Justiça que esta subscreve, titular da 89ª Promotoria de Justiça de Goiânia, no uso de suas atribuições constitucionais, com fulcro no artigo 129, inciso III, da Constituição Federal, artigo 5º, inciso I, da Lei n. 7.347/85, no artigo 25, inciso IV, alínea b, da Lei n. 8.625/93, no artigo 46, inciso VI, alínea “b”, da Lei Complementar Estadual n. 25/98, vem, perante Vossa Excelência, propor

AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

em desfavor do(a):

ESTADO DE GOIÁS, pessoa jurídica de direito público, inscrita no C.N.P.J. com n. 01.409.580/001-38, representada pelo Procurador-Geral do Estado, Alexandre Eduardo Felipe Tocantins, com sede na Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira, n. 03, Setor Central, Goiânia-GO, C.E.P.: 74.003-010,__________________________________________________________________________________________________________________________________11

Rua 23 esq. c/Av. B, qd. 06, lts. 15/24, Jardim Goiás, Goiânia-GO, CEP 74805-100, fone (062) 3243-8208

URGENTE


pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

1. DO OBJETO

A presente ação civil pública tem por objeto obrigação de fazer para o Estado de Goiás:

− prorrogar o prazo de validade do Concurso Público/Edital n.º 009/10/SETEC/SES, de 29 de março de 2010;

− nomear os candidatos aprovados dentro do número de vagas;

− efetuar a reposição dos candidatos convocados que não tomaram posse, até o preenchimento do número de vagas disponibilizadas no Edital;

− nomear os aprovados dentro da reserva técnica para todos os cargos efetivos cujas atribuições estão sendo executadas por comissionados/temporários;

− nomear os candidatos relativamente aos cargos em que houve a demonstração de vacâncias;

− nomear os aprovados do quadro de reserva técnica, na medida do surgimento das vacâncias;

− promover novo concurso para provimento dos cargos para os quais não houve quantitativo suficiente de aprovação;

− remeter Projeto de Lei para criação de cargos necessários, ante a insuficiência de determinados cargos para o desenvolvimento dos objetivos da Secretaria de Estado da Saúde;

− remover servidores em desvio de função;

__________________________________________________________________________________________________________________________________22Rua 23 esq. c/Av. B, qd. 06, lts. 15/24, Jardim Goiás, Goiânia-GO, CEP 74805-100, fone (062) 3243-8208


− remover servidores comissionados/temporários das atividades inerentes aos cargos de provimento efetivo;

2. DOS FATOS

Em 2010 o Estado de Goiás, por intermédio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, realizou Concurso Público para formação do cadastro de reserva técnica do quadro de pessoal da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás – SES, em conformidade com o artigo 37, II, da Constituição Federal, mediante o Edital n. 009/10/SECTEC/SES, de 29 de março de 2010 (DOC 1). A formação da reserva técnica destinou-se aos Municípios de Goiânia, Santa Helena, Pirenópolis e para a Agência Prisional (Rio Verde, Luziânia, Itaberaí e Itumbiara).

Em 26 de maio de 2010, foi publicado o “Adendo a Edital n.º 01/10/SETEC/SES” (DOC. 2), que divulgou o quantitativo de vagas relativamente aos cargos destinados a Goiânia, à Agência Prisional, a Santa Helena e a Pirenópolis, conforme o Anexo 1 (DOC. 3). Nesse sentido, manteve-se o cadastro de reserva técnica em número igual ao dos aprovados, respeitados os critérios estabelecidos no item 8.6 do Edital n. 009/10/SECTEC/SES, de 29 de março de 2010 1

(DOC. 1).

Em relação às vagas destinadas aos municípios de Luziânia, Rio Verde, Itaberaí e Itumbiara (quadro de vagas relativo à Agencia Prisional), foi disponibilizada 1 (uma) vaga para os cargos de Médico Clínico, Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Psicólogo, Assistente Social, Odontólogo e Atendente de Consultório Dentário/A.C.D. (DOC.3 e DOC. 4).

Registre-se que o restante das vagas concernentes à Agência Prisional foram destinadas a Goiânia, conforme tabela encaminhada pela SES (DOC. 22).18.6. Nos Grupos Ocupacionais de Agente de Saúde, Auxiliar de Saúde e Assistente de Saúde, será eliminado do presente Concurso o candidato que não obtiver, pelo menos, 40% (quarenta por cento) do total de pontos da Prova Objetiva. Nos Grupos Ocupacionais de Analista de Saúde e Auditor de Sistema de Saúde, será eliminado do presente Concurso o candidato que não obtiver, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) do total de pontos da Prova Objetiva e obtiver 0 (zero) em qualquer das disciplinas.



A Secretaria de Ciência e Tecnologia ainda promoveu outras 12 (doze) retificações no Edital (DOC. 5).

A homologação do referido concurso deu-se em 25 de junho de 2010, sendo previsto no item 4 do Edital de Retificação n.º 009-04/10/SETEC/SES, de 14 de abril de 2010 (DOC. 6) que o certame teria validade de dois (02) anos, a contar da data da publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da Administração. Referida publicação ocorreu em 1º de julho de 2010 no Diário Oficial do Estado n.º 20.891 (DOC. 7).

Assim, seguiu-se uma batalha pela nomeação dos candidatos classificados dentro do número de vagas e da reserva técnica, em razão de desistências e do grande número de funcionários contratados a título precário com exercício nas atividades próprias dos cargos submetidos ao concurso.

Várias foram as representações nesta Promotoria de Justiça que noticiaram a existência de temporários, comissionados e de pessoal em desvio de função para os cargos destinados ao certame em testilha.

A propósito dessa circunstância – grande incidência de comissionados na SES –, salienta-se o conteúdo do documento encaminhado a esta Promotoria pela Secretaria de Estado da Saúde, por meio do qual se verifica a lotação de 1777 (mil setecentos e setenta e sete) comissionados na SES no mês de maio de 2012, dentre os quais 905 (novecentos e cinco) funcionários desenvolvem atividades próprias dos cargos de provimento efetivo submetidos ao concurso (vide subitem 2.4.3).

Oportuno registrar que, no dia 07 de janeiro de 2012, o jornal “DAQUI” publicou notícia de que a Secretaria de Gestão em Planejamento encerraria o processo de nomeação dos aprovados nos concursos realizados pelo



Estado de Goiás, bem assim acerca da possibilidade de abertura de novos certames (DOC. 8).

2.1 DA ANULAÇÃO DO CERTAME E POSTERIOR TERMO DE AJUSTE DE CONDUTA ENTRE O MINISTÉRIO PÚBLICO E O ESTADO DE GOIÁS

O certame em tela foi questionado judicialmente pelo Ministério Público (90ª Promotoria de Justiça), diante da ilegalidade da realização do concurso para formação de cadastro de reserva, ao invés de preenchimento dos cargos vagos (DOC. 9). A ação judicial redundou em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público e o Estado de Goiás para resolução da questão.

Em referido TAC ficou registrado que a irregularidade concernente ao concurso da Secretaria de Estado da Saúde já havia sido sanada pelo próprio Estado de Goiás, senão vejamos:

“Relativamente ao concurso público regido pelo Edital 009/2010 SETEC/SES, o compromissário ESTADO DE GOIÁS e o compromitente MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS reconhecem neste ato que as irregularidades apontadas na inicial, referentes a não-declaração do número de vagas, foram devidamente corrigidas no curso do certame, por meio do Anexo I ao Adendo a Edital n.º 01/2010/SETEC/SES, de 26 de maio de 2010” - DOC. 10.

O Termo de Ajustamento de Conduta resultou na extinção do processo com resolução do mérito em 03/05/2012 (DOC. 11).

2.2 DA RECOMENDAÇÃO EXPEDIDA À SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE E À SEGPLAN



Em 29/11/2010, em razão do elevado quantitativo de funcionários temporários na SES (DOC. 12), este órgão expediu recomendação (DOC. 13) à Secretaria de Estado da Saúde para que, no prazo de 10 (dez) dias, fossem iniciadas as convocações dos candidatos aprovados para os cargos que ainda estavam sem qualquer início de provimento, quais sejam: Atendente de Consultório Dentário (Goiânia), Assistente Técnico de Saúde/Executor Administrativo (Pirenópolis), Analista Técnico de Saúde/Biblioteconomista (Goiânia), Cirurgião Dentista/Clínico (Goiânia), Cirurgião Dentista/Odontopediatria (Goiânia), Cirurgião Dentista/Periodontista (Goiânia), Cirurgião Dentista/Dentística (Goiânia), Fonoaudiólogo (Goiânia), Profissional de Educação Física (Goiânia), Auditor de Sistema de Saúde/Biomédico (Goiânia), Auditor de Sistema de Saúde/Enfermeiro (Goiânia), Auditor de Sistema de Saúde/Farmacêutico Bioquímico (Goiânia), Auditor de Sistema de Saúde/Odontólogo (Goiânia).

Em resposta, a SES informou que (DOC. 13):

- já foram realizadas nomeações para os cargos de Assistente de Consultório Dentário (3), Executor Administrativo/ Pirenópolis (1), Profissional de Educação Física (2) e Biblioteconomista (1);

- em relação aos demais cargos citados na recomendação expedida pelo Ministério Público, somente no cargo de Cirurgião Dentista Clínico há profissionais que possuem contrato por tempo determinado, cujo prazo de vencimento expira-se nos meses de junho e novembro de 2011.

Ainda, no ano de 2011, também foi expedida Recomendação ao Secretário Estadual de Gestão e Planejamento para a retificação do cronograma de nomeações publicado pela SEGPLAN, diante da incidência de aprovados dentro do número de vagas que não foram convocados, bem assim da presença de __________________________________________________________________________________________________________________________________66



contratações temporárias em detrimento da convocação de aprovados em concurso (DOC. 14).

Em resposta, o Secretário Giuseppe Vecci encaminhou Memorando confeccionado pela Superintendente da SEGPLAN, que informou o implemento de providências para o atendimento da Recomendação Ministerial (DOC. 14).

Todavia, como veremos adiante, ainda existem candidatos a serem nomeados. Veja-se:

- candidatos aprovados dentro do número de vagas que não foram convocados;

- ausência de reposição dos candidatos convocados que não tomaram posse;

- incidência de comissionados/temporários que desenvolvem atribuições próprias dos cargos submetidos ao concurso, na oportunidade em que existem candidatos aprovados aguardando nomeação.

2.3 RESPONSÁVEIS PELAS UNIDADES DE SAÚDE DO ESTADO DE GOIÁS CONFESSAM A EXISTÊNCIA DE DESVIO DE FUNÇÃO DE FUNCIONÁRIOS PARA OS CARGOS DESTINADOS AO CERTAME EM TESTILHA

O Ministério Público recebeu representações que noticiaram desvio de função em hospitais do Estado de Goiás. Os representantes questionaram a conduta da Administração Pública, que ao invés de nomear os candidatos aprovados, desvia servidores para a função correspondente aos cargos submetidos ao concurso.

Vejamos o teor das representações (DOC. 15):

− que no Hospital de Urgências de Goiânia as funcionárias Ana Maria Mamede Costa e Fabiana R. Ângelo estão em desfio de função como enfermeiras. O



cargo de enfermeiro foi submetido ao concurso público e há aprovados que aguardam a nomeação;

− que em diversas unidades de saúde do Estado de Goiás há vagas para enfermeiros do trabalho, bem ainda que existem servidores em desvio de função no desenvolvimento dessas atividades. As representantes alegaram que os servidores em desvio de função não possuem as exigências técnicas previstas no Edital e no Conselho de Enfermagem como, por exemplo, especialização em enfermagem do trabalho;

− que, no Hospital de Doenças Tropicais, o médico Gustavo Edreira Neves, nomeado pela Secretaria Estadual de Saúde para ocupar o cargo efetivo de médico intensivista, foi desviado para o cargo de médico nefrologista. Nesse sentido, a representante alegou também que há necessidade de convocação de mais 1 (um) candidato aprovado, uma vez que a candidata convocada em 3º lugar não tomou posse no prazo legal;

Diante disso, requisitou-se junto aos nosocômios informações acerca do suposto desvio de função (DOC. 16):

Em resposta, responsáveis pelas unidades de saúde do Estado, além de confirmarem o desvio de função, noticiaram a necessidade de novos profissionais para atender à demanda (DOC. 17):

“O remanejamento das funcionárias se deu em virtude do déficit de enfermeiros nesta instituição, pela necessidade do atendimento e pela qualificação do atendimento e não por desrespeito a nenhuma norma, pois do contrário teríamos que fechar leitos e serviços com a classificação de Riscos” - Dra. Sônia Maria T. C. Peixoto, chefe do Departamento de Enfermagem do HUGO, em justificativa ao desvio de função



das funcionárias Ana Maria Mamede Costa e Fabiana R. Ângelo;

“(...) a equipe da Seção de Saúde, Segurança e Medicina do Trabalho – Sesmt também conta com a colaboração da Enfermeira Odacyl Benevides Vasco, Enfermeira do quadro efetivo da Secretaria de Estado da saúde, cuja formação encontra-se detalhada nos documentos anexos”. “(...) em resposta à solicitação de cópia de certificados de especialização em enfermagem do trabalho das referidas servidoras, informamos que não consta em nossos registros que a servidora Odacyl Benevides Vasco possua a certificação solicitada neste expediente (…)” - Dr. André Luiz Barga, Diretor Geral Interino do Hospital Geral de Goiânia – HGG;

“(...) o médico Gustavo Edreira Neves tem atuado desde o seu ingresso no Hospital como médico da Terapia Intensiva, porém como o serviço está temporariamente desfalcado de Nefrologista, pois uma médica encontra-se em licença maternidade (Dra. Renata Castro Dantas); o colega se prontificou a fazer temporariamente a cobertura de nefrologia diante da grande demanda em nossa UTI (temos em média três pacientes em hemodiálise diariamente em nossa UTI). Portanto, para assegurar assistência digna aos pacientes, aceitamos a colaboração do médico que possui tanto a especialidade de Intensivista como de Nefrologista. Desta forma, temos dividido sua carga horária entre os pareceres de Nefrologista e o trabalho como intensivista (...)” - Dr. Boaventura Braz de Queiroz, Diretor Geral/HAA/HDT;



No que respeita às informações prestadas pelo Hospital de Doenças Tropicais, sabe-se que o médico Gustavo Edreira assumiu o posto de médico nefrologista anteriormente à licença-maternidade da médica Renata Castro Dantas. Segundo informado pela representante, a licença-maternidade iniciou-se em março de 2012, todavia o médico Gustavo Edreira já ocupava a função de médico nefrologista no HDT desde 29/12/2011, conforme se verifica do cadastro do médico no Ministério da Saúde (DOC. 18). Por tal razão, não merecem prosperar as alegações apontadas pelo HDT acerca da temporalidade do desvio de função.

Ademais, deve ser observado que o 3ª colocado no certame para o cargo de médico nefrologista não tomou posse. Assim, resta evidente a necessidade de nova convocação.

Destarte, deverá o Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, remover os servidores em desvio de função, porquanto tal situação constitui ato ilícito administrativo que afronta os princípios constitucionais da legalidade, moralidade administrativa e impessoalidade, insculpidos no art. 37 da Constituição Federal.

2.4. DOS CARGOS SUBMETIDOS AO CONCURSO CUJAS ATIVIDADES SÃO DESENVOLVIDAS POR COMISSIONADOS/TEMPORÁRIOS

Apurou-se que existem comissionados em atividades próprias dos cargos de provimento efetivo para os quais houve concurso.

2.4.1 AS UNIDADES DE SAÚDE DO ESTADO CONFESSAM A PRESENÇA DE FUNCIONÁRIOS TEMPORÁRIOS E COMISSIONADOS NO EXERCÍCIO DE ATRIBUIÇÕES DE CARGOS SUBMETIDOS AO CONCURSO



Algumas unidades de saúde pertencentes ao quadro da SES informaram a presença de inúmeros comissionados e temporários (DOC. 19). Veja-se:

UNIDADE DE SAÚDE DO ESTADO DE GOIÁS QUANTITATIVO DE COMISSIONADOS

QUANTITATIVO DE CONTRATADOS POR TEMPO

DETERMINADOCentral de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa

(CMAC)51 0

Hemocentro de Goiás (HEMOGO) 24 0

Superintendência de Gestão, Planejamento e Finanças 0 1Central de Odontologia Dr. Sebastião Alves Ribeiro 12 1

Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (LACEN)

24 0

Centro Integrado Médico Psicopedagógico 9 0

Hospital de Medicina Alternativa 19 0Maternidade Nossa Senhora de Lourdes 71 2

2.4.2 REPRESENTAÇÃO INDICA A EXISTÊNCIA DE TEMPORÁRIOS/ COMISSIONADOS EM RIO VERDE

Também foi apontado a existência de 44 (quarenta e quatro) comissionados/temporários que desenvolvem as atividades de técnico em enfermagem na Unidade de Pronto Atendimento 24h em Rio Verde, para o qual o Edital disponibilizou apenas 1 (uma) vaga (DOC. 20). Veja-se:

QUANTITATIVO TEMPORÁRIOS/COMISSIONADOS ATRIBUIÇÕES DESNVOLVIDAS1 Maria Eliene J. Alves Técnico em Enfermagem

2 Elyane Maria da Silva Técnico em Enfermagem3 Maria Helena Jesus de Souza Técnico em Enfermagem

4 Maria Conceição Silva Técnico em Enfermagem5 Suely A. Queiroz Técnico em Enfermagem

6 Maria Aparecida Fernandes Técnico em Enfermagem7 Marcilene C. De Oliveira Técnico em Enfermagem

8 Ludmilla Oliveira Marques Técnico em Enfermagem9 Ana Maria Quirino Silva Técnico em Enfermagem

10 Sinara Ataídes Marques Técnico em Enfermagem



11 Janaina Neves Oliveira Vieira Técnico em Enfermagem

12 Robson Campelo Amorim Técnico em Enfermagem13 Diego Alves Silva Técnico em Enfermagem

14 Regina Lucia das Neves Ferreira Técnico em Enfermagem15 Sirlei. Q. Alves Técnico em Enfermagem

16 Keila Borges dos Reis Técnico em Enfermagem17 Aparecida Palmeiras dos Santos Técnico em Enfermagem

18 Rivia França Almeida Técnico em Enfermagem19 Abadio Oliveira Pinto Técnico em Enfermagem

20 Keverson Aparecida de Castro Técnico em Enfermagem21 Betania Aparecida de Castro Técnico em Enfermagem

22 Dulce Teles de Almeida Técnico em Enfermagem23 Meldivon B. O. Santos Técnico em Enfermagem

24 Ana Luiza Leite de Freitas Técnico em Enfermagem25 Doralice Bueno Silva Técnico em Enfermagem

26 Eudimagna M. Silva Técnico em Enfermagem27 Edna dos Santos Oliveira Técnico em Enfermagem

28 Cristiane P. Q. Silva Técnico em Enfermagem29 Aparecida Pereira da Cruz Técnico em Enfermagem

30 Jorge H. Da Silva Técnico em Enfermagem31 Alba Rosa de Oliveira Técnico em Enfermagem

32 Jaconias Teixeira Mendes Técnico em Enfermagem33 Luciene Valadares Ribeiro Técnico em Enfermagem

34 Maria Ivone Lopes da silva Técnico em Enfermagem35 Maria Frutas de Melo Técnico em Enfermagem

36 Eliene Gomes Ferreira Técnico em Enfermagem37 Tiago Bonfim Técnico em Enfermagem

38 Elenice Duarte Silva Técnico em Enfermagem39 Idelma O. Peres Técnico em Enfermagem

40 Lucelina Rocha de Oliveira Técnico em Enfermagem41 Claudenice P. Costa Técnico em Enfermagem

42 Luzia Regina Alves Toledo Técnico em Enfermagem43 Constança Maria Soares Barbosa Técnico em Enfermagem

44 Leigmar Rocha Pino Técnico em Enfermagem

2.4.3 A SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE TAMBÉM CONFESSA A PRESENÇA DE FUNCIONÁRIOS COMISSIONADOS NO EXERCÍCIO DE ATRIBUIÇÕES DE CARGOS SUBMETIDOS AO CONCURSO__________________________________________________________________________________________________________________________________1212



Em 25/04/2012, a SES encaminhou a esta Promotoria listagem que aponta o quantitativo de 1.777 ( mil e setecentos e setenta e sete) comissionados com atuação em referida Secretaria (DOC. 21).

Extrai-se de mencionada listagem que atualmente existem 905 (novecentos e cinco) comissionados que desenvolvem atribuições próprias dos cargos submetidos ao concurso, nos quais existem candidatos aprovados aguardando nomeação, vejamos:

Cargo Função Quantitativo de Comissionados

Auxilar de Serviços Gerais ASG 118

Auxiliar Técnico de Saúde

Aux. Administração A01 8

Aux. Almoxarifado A02 1

Recepcionista A03 72

Telefonista A04 20

Maqueiro - A05 20

Atendente Consultório Dentário Atendente Cons. Dentário 6

Auxiliar de Enfermagem Aux. Enfermagem (A07) 22

Auxiliar de Laboratório Aux. Laboratório 2

Auxiliar de Radiologia Aux. Radiologia - A09 5

Assistente Técnico de Saúde

Exec. Administrativo (M10) 335

Caldeireiro 1

Téc. em manutenção M12 16

Téc. Enfermagem Téc. Enfermagem - M14 47

Téc. em Laboratório M15 7

Téc. RadiologiaT. R. - Raio-X (M16)

6T. R. Tomografia (M17)

Analista Técnico de Saúde Administrador 3

Analista de Sistemas 3

Arquiteto 1

Economista 1



Eng. Agrônomo 2

Eng. Ambiental 1

Jornalista 2

Pedagogo 3

Assistente Social Assistente Social - S34 9

Biomédico Biomédico - S35 16

Cirurgião Dentista

Buco-maxilo - S36

13

Clínico

Endodontista

Odontopediatria

Periodontista

Dentística

EnfermeiroEnfermeiro - S42

54Enf. do Trabalho

Farmacêutico Farmacêutico - S44 16

Farmacêutico Bioquímico Farmacêutico Bioquímico 5

Fisioterapeuta Fisioterapeuta 18

Fonoaudiólogo Fonoaudiólogo - S47 10

Médico

Cardiologista 2

Cirurgião vascular 1

Clínico Geral 6

Geriatra 1

Ginecologia 2

Intensivista 10

Inten. Pediatra 1

Neurocirurgião 2

Ortopedista 1

Otorrinolaringologista 2

Patologista 1

Pediatra 4

Nutricionista Nutricionista 3

Psicólogo

Clínico s78 2

Hospitalar s79 3

Organizacional s80 1

Não especificou a função 10

Terapeuta Ocupacional Terapeuta Ocupacional 1

Auditor de Sistema de Saúde Médico D-90 2



Odontólogo D-81 7

SUBTOTAL 905

O elevado número de comissionados demonstra a verdadeira necessidade da Administração Pública de nomear não somente os candidatos aprovados dentro do número de vagas, mas também aqueles classificados para a reserva técnica.

Diante disso, o Estado de Goiás deverá priorizar as nomeações dos candidatos aprovados para a reserva técnica em que há comissionados/temporários exercendo função de cargo de provimento efetivo.

2.5 DOS CARGOS QUE DEVERÃO SER PROVIDOS POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL

2.5.1 DOS APROVADOS DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS QUE NÃO FORAM CONVOCADOS, CONFORME LISTAGEM ENCAMINHADA PELA SES

Conforme tabela encaminhada pela Secretaria de Estado da Saúde (DOC. 22), o Edital em comento ofereceu:

− 4 (quatro) vagas para o cargo de Fonoaudiólogo/Goiânia, todavia apenas 2 (dois) aprovados foram convocados;

− 2 (duas) vagas para Auxiliar de Radiologia (A09)/Goiânia, contudo somente 1 (um) candidato aprovado foi convocado.

Diante disso, o Estado de Goiás deverá convocar os outros 2 (dois) candidatos para o cargo de Fonoaudiólogo/Goiânia e 1 (um) candidato para o cargo de Auxiliar de Radiologia (A09)/Goiânia, porquanto aprovados dentro do



número de vagas. Ainda, deverá ser observada eventual reposição de candidatos, na hipótese de os convocados não serem empossados no prazo legal.

2.5.2 DA REPOSIÇÃO DE CANDIDATOS QUE NÃO TOMARAM POSSE, CONFORME LISTAGEM ENCAMINHADA PELA SES

Inicialmente, este órgão ministerial apresenta as seguintes considerações acerca dos dados a serem apresentados neste subitem:

− Em Termo de Declaração colhido nesta Promotoria (DOC. 23), a gerente de desenvolvimento de pessoas da SES/GO, Maria Carolina Ferreira, aduziu que os candidatos que solicitaram prorrogação de posse – última convocação promovida pela SES – teriam até o dia 10/06/2012 para serem investidos no cargo. Assim, foi acordado que a SES encaminharia a esta Promotoria, no dia 13/06/2012, o quantitativo de concursados lotados, a fim de que este órgão procedesse à contagem do número de candidatos que ainda deveriam ser chamados;

− Todavia os dados foram remetidos com a atualização procedida em 06/06/2012, ou seja, anteriormente ao prazo final para candidatos que solicitaram prorrogação de posse para serem investidos no cargo;

− Diante disso, a Sra. Maria Carolina esclareceu, em contato telefônico (13/06/2012), que até o momento não havia chegado à Secretaria mais nenhuma informação de posse e, de consequência, qualquer pedido de lotação. Nesse sentido, a gerente de desenvolvimento de pessoas comprometeu-se a remeter informações acerca do quantitativo de lotações, caso mais algum candidato fosse empossado, o que não ocorreu até a presente data. Na oportunidade, ressaltou que o candidato, após tomar posse, é imediatamente lotado em alguma unidade de saúde, todavia em



algumas hipóteses, como, por exemplo, descontentamento do candidato em relação à unidade de lotação, a SES promove a lotação no prazo máximo de 4 (quatro) dias - DOC. 24.

Vejamos as listagens encaminhadas pela Secretaria de Estado da Saúde que contêm o quantitativo de vagas disponibilizadas pelo Edital e o quantitativo de concursados lotados na SES (DOC. 22):

• GOIÂNIA (algumas vagas para Agência Prisional*)

Cargo FunçãoQuantitativo de

vagas disponibilizadas

pelo Edital

Quantitativo de

Convocações

Quantitativo de Concursados

Lotados(até 06/06/2012)

Quantitativo de candidatos que

deverão ser convocados para o

devidopreenchimento do número de vagas

oferecido pelo Edital

Auxilar de Serviços Gerais

ASG 217 217 173 44

Auxiliar Técnico de

Saúde

Aux. Administração A01 35 38 33 2

Aux. Almoxarifado A02 3 9 9 -

Recepcionista A03 8 17 15 -

Telefonista A04 8 8 8 -

Maqueiro - A05 48 48 46 2

Atendente Consultório Dentário*

Atendente Cons. Dentário 3 3 3 -

Auxiliar de Enferma-

gemAux. Enfermagem

(A07) 60 60 43 17

Auxiliar de Laboratório Aux. Laboratório 5 6 4 1

Auxiliar de Radiologia

Aux. Radiologia - A09 9 8 7 1(conforme subitem anterior, existe 1

candidato aprovado dentro

do número de vagas que não foi convocado, razão

pela qual há apenas 1

reposição)



Assistente Técnico de

Saúde

Exec. Administrativo (M10) 369 369 336 33

Caldeireiro 18 18 18 -

Téc. em manutenção M12 16 16 12 4

Téc. em Seg. do Trab 3 19 17 -

Téc. Enferma-

gem**Téc. Enfermagem -

M14 449 449 428 21

Téc. em Laboratório M15 48 48 37 11

Téc. Radiologia

T. R. - Raio-X (M16) 38 38 31 7

T. R. Tomografia (M17) 7 8 8 -

Técnico em Prótese

DentáriaTécnico em Prótese

Dentária 6 6 6 -

Téc. Imobiliza-

ção Ortopédica

Téc. Imobilização Ortopédica 12 12 12 -

Analista Técnico de

Saúde

Eng. Clínico 2 3 2 -

Administrador 12 13 11 1

Analista de Sistemas 6 6 6 -

Analista Técnico em Saúde 1 2 2 -

Arquiteto 5 5 3 2

Biblioteconomista 1 1 1 -

Economista 1 3 1 -

Eng. Agrônomo 1 1 1 -

Eng. Ambiental 1 2 2 -

Eng. Civil 1 1 1 -

Eng. Eletricista 4 4 4 -

Jornalista 2 3 2 -

Pedagogo 7 8 6 1

Assistente Social

Assistente Social - S34 20 21 18 2

Biomédico Biomédico - S35 43 43 41 2

Cirurgião Dentista

Buco-maxilo - S36 14 16 15 -

Clínico*** 4 4 4 -

Endodontista 6 6 6 -

Odontopediatria 1 1 1 -



Periodontista 2 2 2 -

Dentística 1 1 1 -

EnfermeiroEnfermeiro - S42 154 154 137 17

Enf. do Trabalho 1 3 3 -

Farmacêu-tico Farmacêutico - S44 11 16 14 -

Farmacêu-tico

BioquímicoFarmacêutico

Bioquímico 14 14 11 3

Fisiotera-peuta Fisioterapeuta 15 15 15 -

Fonoaudió-logo Fonoaudiólogo - S47 4 2 2

conforme subitem anterior, existem

2 candidatos aprovados dentro

do número de vagas, razão pela qual ainda não há falar em reposição

Médico Cardiologista 1 2 1 -

Cirurgião Geral 74 74 58 16

C.G. Pediátrico 2 2 2 -

C. G. Toráxico 2 2 2 -

Cirurgião vascular 17 17 12 5

Clínico Geral 77 77 61 16

Clínica Médica 2 6 4 -

Médico do Trabalho 4 6 4 -

Endoscopista 2 3 2 -

Ecocardiologista 1 2 1 -

Geriatra 1 2 2 -

Ginecologia 16 16 14 2

Hemoterapeuta 2 4 4 -

Infectologista 21 17 15 4 vagas sem aprovados

Intensivista 145 69 63 76 vagas sem aprovados

Inten. Pediatra 15 12 10 3 vagas sem aprovados

Nefrologista 1 3 2 -

Neonatologista 7 8 4 3

Neurocirurgião 11 9 6 2 vagas sem aprovados

NeuroPsiquiatra Infantil 1 1 1 -

Neuroradiologista 1 1 1 -



Oftalmologista 4 4 3 1

Ortopedista 57 70 58 -

Otorrinolaringolo-gista 1 1 1 -

Patologista 1 2 0 -

Pediatra 51 51 39 12

Psiquiatra 5 8 6 -

Radiologista 11 14 9 2

Médico de Urgência 57 38 35 19 vagas sem aprovados

Ultrassonografista 2 4 3 -

Nutricio-nista Nutricionista 5 6 7 -

Psicólogo

Clínico s78 9 9 9 -

Hospitalar s79 10 10 8 2

Organizacional s80 5 5 5 -

Terapeuta Ocupacio-

nalTerapeuta

Ocupacional 6 6 6 -

Químico Químico 9 9 9 -

Físico Físico 1 1 1 -

Profissional de

Educação Física

Profissional de Educação Física 2 2 2 -

Auditor de Sistema de

Saúde

Biomédico 2 2 2 -

Contador 6 6 4 2

Enfermeiro 12 12 9 3

Farmacêutico Bioquímico 3 3 2 1

Médico D-90 12 12 11 1

Odontólogo D-81 1 1 1 -

SUBTOTAL 2.371 2.356 2.057 237* Atendente de Consultório Dentário: 3 vagas para a Agência Prisional, conforme tabela SES

** Técnico em Enfermagem: 10 vagas para Agência a Prisional, conforme tabela SES

*** Cirurgião Dentista Clínico: 3 vagas para Agência a Prisional, conforme tabela SES

OBS.: 104 VAGAS SEM APROVADOS

• PIRENÓPOLIS

Cargo Função Quantitativo Quantitativo Quantitativo de Quantitativo de



de vagas disponibiliza-

das pelo Edital

de Convocações

Concursados Lotados

(até 06/06/2012)

candidatos que deverão ser

convocados para o devido

preenchimento do número de vagas



ASG 3 3 2 1


SaúdeAux. Administração A01 2 3 3 -

Auxiliar de

Enferma-gem

Aux. Enfermagem (A07) 2 2 2 -


SaúdeExec. Administrativo

(M10) 1 1 1 -

Téc. Radiologia T. R. Tomografia (M17) 4 4 3 1

Biomédico Biomédico - S35 1 2 2 -

Enfermei-ro Enfermeiro - S42 2 3 3 0

Médico

Clínico Geral 17 15 13 2 vagas sem aprovados

Ortopedista 4 4 2 2

Pediatra 2 0 0 Não houve aprovados (2)

SUBTOTAL 38 37 31 4

OBS.: 4 VAGAS SEM APROVADOS

• SANTA HELENA

Cargo Função

Quantitativo de vagas

disponibiliza-das pelo

Edital

Quantitativo de

Convocações





devidopreenchimento do número de vagas oferecidas pelo

Edital


ASG 54 55 52 2


Aux. Administração A01 8 8 5 3

Aux. Almoxarifado A02 3 3 3 -



Saúde

Recepcionista A03 8 8 7 1

Telefonista A04 6 6 6 -

Maqueiro - A05 12 12 11 1

Auxiliar de

Laborató-rio

Aux. Laboratório 3 4 2 1

Auxiliar de

RadiologiaAux. Radiologia - A09 6 6 6 -


Saúde

Exec. Administrativo (M10) 101 102 94 7

Téc. em manutenção M12 12 11 9 1 vaga sem aprovado

Téc. Enferma-

gemTéc. Enfermagem - M14 327 335 317 10

Téc. em Laborató-

rioM15 24 27 23 1

Téc. Radiologia

T. R. - Raio-X (M16) 14 14 12 2

T. R. Tomografia (M17) 7 7 6 1

Analista Técnico de

Saúde

Administrador 1 1 1 -

Analista Tecnico em Saúde 1 2 1 1

Assistente Social Assistente Social - S34 13 13 12 1

Biomédico Biomédico - S35 19 19 18 1

Cirurgião Dentista Buco-maxilo - S36 11 5 5 6 vagas sem

aprovados

Enfermei-ro Enfermeiro - S42 63 70 60 3

Farmacêu-tico Farmacêutico - S44 13 9 8 4 vagas sem

aprovados

Fisiotera-peuta Fisioterapeuta 4 4 4 -

Fonoaudi-ólogo Fonoaudiólogo - S47 2 2 2 -

Médico Cirurgião Geral 28 1 0 27 vagas sem aprovados

Cirurgião Geral Vascular 2 1 0 1 vagas sem aprovados

Clínico Geral 21 19 15 2 vagas sem aprovados

Endoscopista 2 0 0 2 vagas sem aprovados

Hemoterapeuta 1 0 0 1 vagas sem aprovados



Infectologista 1 0 0 1 vagas sem aprovados

Intensivista 12 3 3 9 vagas sem aprovados

Inten. Pediatra 12 0 0 12 vagas sem aprovados

Neurocirurgião 2 0 0 2 vagas sem aprovados

Ortopedista 28 3 1 25 vagas sem aprovados

Pediatra 19 1 0 18 vagas sem aprovados

Radiologista 10 1 1 9 vagas sem aprovados

Nutricio-nista Nutricionista 3 3 2 1

Psicólogo Hospitalar s79 7 3 2 4 vagas sem aprovados

SUBTOTAL 860 758 689 36

Obs.: 124 VAGAS SEM APROVADOS

• RIO VERDE (EDITAL: Agência Prisional)

Cargo Função

Quantitati-vo de vagas disponibili-zadas pelo

Edital

Quantitativo de

Convocações


Lotados(até

06/06/2012)





Auxiliar de Consultório

DentárioAtendente de

Consultório Dentário 1 1 1 -

Téc. Enferma-

gemTéc. Enfermagem - M14 1 1 1 -

Assistente Social Assistente Social - S34 1 1 1 -

Cirurgião Dentista

Cirurgião Dentista Clínico 1 1 1 -

Enfermeiro Enfermeiro - S42 1 1 1 -

Médico Clínico Geral 1 0 0 1 vaga sem aprovado

Psicólogo 1 2 1 -



Clínico

SUBTOTAL 7 7 6 -

OBS.: 1 VAGA SEM APROVADO

• LUZIÂNIA (EDITAL: Agência Prisional)

Cargo Função



Edital

Quantitativo de

Convocações







Auxiliar de Consultó-

rio Dentário

Atendente de Consultório Dentário 1 1 1 -

Téc. Enferma-



Cirurgião Dentista Cirurgião Dentista Clínico 1 1 1 -

Enfermei-ro Enfermeiro - S42 1 1 1 -


Psicólogo Clínico 1 1 1 -

SUBTOTAL 7 7 6 -


• ITUMBIARA (EDITAL: Agência Prisional)

Cargo Função Quantitativo de vagas


Edital

Quantitativo de

Convocações





devidopreenchimento do



número de vagas oferecido pelo

Edital

Auxiliar de

Consultó-rio

Dentário


Téc. Enferma-


Assistente Social Assistente Social - S34 1 1 0 1


Enfermei-ro Enfermeiro - S42 1 1 1 -


Psicólogo Clínico 1 1 1 -

SUBTOTAL 7 6 5 1


• ITABERAÍ (EDITAL: Agência Prisional)

Cargo Função



Edital

Quantitativo de

Convocações







Auxiliar de Consultó-

rio Dentário


Téc. Enferma-




Enfermei- Enfermeiro - S42 1 1 1 -



ro


Psicólogo Clínico 1 1 0 1

SUBTOTAL 7 8 5 1


Conforme se infere das tabelas, existem inúmeras vagas disponibilizadas pelo edital que ainda não foram preenchidas, porquanto centenas de candidatos convocados não tomaram posse, de modo que o Estado deixou de proceder a todas as reposições necessárias.

Diante disso, deverá o Estado de Goiás promover a reposição do quantitativo de candidatos que foram convocados, e não tomaram posse (279 vagas sem ocupação), até o preenchimento do número de vagas oferecidas pelo Edital, quais sejam:

− Goiânia: 237 (duzentos e trinta e sete) candidatos;

− Pirenópolis: 4 (quatro) candidatos;

− Santa Helena: 36 (trinta e seis) candidatos;

− Agência Prisional:

● Itumbiara: 1 (um) candidato;

● Itaberaí: 1 (um) candidato.

2.5.3. DAS VACÂNCIAS ADMITIDAS PELA SES: NECESSIDADE DE CONVOCAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA

Em atendimento à requisição ministerial expedida no mês de maio de 2012, a SES remeteu a esta Promotoria listagem que contém o



quantitativo de cargos existentes na Secretaria, o quantitativo de cargos providos, bem ainda o quantitativo de vacâncias (DOC. 25).

Importa registrar que atualmente a SES possui 1.932 (mil novecentos e trinta e duas) vacâncias no que tange aos cargos submetidos ao certame em tela, senão vejamos:

Cargo Função

Quantitativo de cargos da

SES( Lei n.º

15.337/2005, Lei n.º

15.661/2006 e Lei n.

16.916/2010

Quantitativo de Cargos

providos na SES, conforme

legislação

Quantitativo de Vacâncias

Auxilar de Serviços Gerais ASG 863 611 252

Auxiliar Técnico de Saúde

Aux. Administração A01

387 373 14

Aux. Almoxarifado A02

Recepcionista A03

Telefonista A04

Maqueiro - A05

Atendente Consultório Dentário Atendente Cons. Dentário 127 144 13

Auxiliar de Enfermagem Aux. Enfermagem (A07) 1.563 1.180 383

Auxiliar de Laboratório Aux. Laboratório 122 80 42

Auxiliar de Radiologia Aux. Radiologia - A09 51 41 10

Assistente Técnico de Saúde

Exec. Administrativo (M10)

1.306 1.227 79Caldeireiro

Téc. em manutenção M12

Téc. em Seg. do Trab

Téc. Enfermagem Téc. Enfermagem - M14 2.100 1.938 162

Téc. em Laboratório M15 253 230 23

Téc. RadiologiaT. R. - Raio-X (M16)

154 138 16T. R. Tomografia (M17)

Técnico em Prótese Dentária Técnico em Prótese Dentária 6 6 0



Téc. Imobilização Ortopédica Téc. Imobilização Ortopédica 12 12 0

Analista Técnico de Saúde

Eng. Clínico

211 128 83

Administrador

Analista de Sistemas

Analista Técnico em Saúde

Arquiteto

Biblioteconomista

Economista

Eng. Agrônomo

Eng. Ambiental

Eng. Civil

Eng. Eletricista

Jornalista

Pedagogo

Assistente Social Assistente Social - S34 207 184 23

Biomédico Biomédico - S35 187 160 27

Cirurgião Dentista

Buco-maxilo - S36

400 330 70

Clínico

Endodontista

Odontopediatria

Periodontista

Dentística

EnfermeiroEnfermeiro - S42

853 596 257Enf. do Trabalho

Farmacêutico Farmacêutico - S44 92 61 31

Farmacêutico Bioquímico Farmacêutico Bioquímico 166 145 21

Fisioterapeuta Fisioterapeuta 60 49 11

Fonoaudiólogo Fonoaudiólogo - S47 21 21 0

Médico Cardiologista 2.025 1.629 396

Cirurgião Geral

C.G. Pediátrico

C. G. Toráxico

Cirurgião vascular

Clínico Geral

Clínica Médica

Médico do Trabalho

Endoscopista



Ecocardiologista

Geriatra

Ginecologia

Hemoterapeuta

Infectologista

Intensivista

Inten. Pediatra

Nefrologista

Neonatologista

Neurocirurgião

NeuroPsiquiatra Infantil

Neuroradiologista

Oftalmologista

Ortopedista

Otorrinolaringologista

Patologista

Pediatra

Psiquiatra

Radiologista

Médico de Urgência

Ultrassonografista

Nutricionista Nutricionista 56 46 10

Psicólogo

Clínico s78

138 133 5Hospitalar s79

Organizacional s80

Terapeuta Ocupacional Terapeuta Ocupacional 9 8 1

Químico Químico 9 9 0

Físico Físico 1 1 0

Profissional de Educação Física Profissional de Educação Física 2 2 0

Auditor de Sistema de Saúde

Biomédico

78 75 3

Contador

Enfermeiro

Farmacêutico Bioquímico

Médico D-90

Odontólogo D-81

SUBTOTAL 1.932



vacâncias

Extrai-se da referida tabela que a legislação que prevê o quantitativo de cargos na Secretaria de Estado da Saúde – Lei n.º 15.337/2005, Lei n.º 15.661/2006 e Lei nº 16.916/2010 – não apresenta o quantitativo relativamente às diversas funções de cada cargo.

Assim, foram requisitadas informações junto à SES acerca do quantitativo das funções de cada cargo, porquanto o certame em comento ofereceu vagas específicas de acordo com cada função. Por exemplo, a Lei nº 16.916/2010 disponibilizou 138 (cento e trinta e oito) vagas para psicólogos, todavia, não há previsão legal acerca do quantitativo para as funções de psicólogo clínico, hospitalar e organizacional, mas o Edital delimitou o quantitativo de acordo com a função.

Em resposta (DOC. 26), a Gerência Especial de Desenvolvimento de Pessoas da SES/GO informou que:

“(...) a Lei 15.337/05, que dispõe sobre o Quadro Permanente e o Plano de Cargos e Remuneração dos Servidores da Secretaria de Estado da saúde, estabelece a distribuição de vagas por grupo ocupacional e cargos, não definindo o quantitativo por funções.

Para a realização de Concurso Público, o quantitativo de funções é definido dentro dos grupos ocupacionais e respectivos cargos, conforme as necessidades dos serviços da saúde”.

Diante disso, as nomeações devem ocorrer para os cargos em que a própria Secretaria atestou as vacâncias, quais sejam: Auxiliar de Serviços



Gerais (252 candidatos); Auxiliar Técnico de Saúde (14 candidatos); Atendente de Consultório Dentário (13 candidatos); Auxiliar de Enfermagem (383 candidatos); Auxiliar de Laboratório (42 candidatos); Auxiliar de Radiologia (10 candidatos); Assistente Técnico de Saúde (79 candidatos); Técnico em Enfermagem (162); Técnico em Laboratório (23 candidatos); Técnico em Radiologia (16 candidatos); Analista Técnico de Saúde (83); Assistente Social (23 candidatos); Biomédico (27 candidatos); Cirurgião Dentista (70 candidatos); Enfermeiro (257 candidatos); Farmacêutico (31 candidatos); Farmacêutico Bioquímico (21 candidatos); Fisioterapeuta (11 candidatos); Médico (396 candidatos); Nutricionista (10 candidatos); Psicólogo (5 candidatos); Terapeuta Ocupacional (1 candidato); Auditor de Sistema de Saúde (3 candidatos).

Por oportuno, diante da inexistência de legislação que especifique o quantitativo de vagas concernente às funções submetidas ao certame, o Estado deverá priorizar as nomeações dos candidatos aprovados para a reserva técnica em que há comissionados/temporários exercendo atribuições inerentes aos cargos de provimento efetivo, nos termos das tabelas delineadas no item 2.4, em especial à relativa ao subitem 2.4.3, em que a SES confessa a presença de 905 comissionados.

2.5.4. DAS VACÂNCIAS RELATIVAMENTE AO CARGO DE ENFERMEIRO DO TRABALHO

Inicialmente, é mister salientar que não obstante o certame ter disponibilizado apenas 1 (uma) vaga para o cargo de Enfermeiro do Trabalho, o Estado de Goiás nomeou 3 (três) candidatos (DOC. 22).

Todavia apurou-se que há necessidade de novas convocações, conforme afirmado pelas próprias unidades de saúde do Estado (DOC. 27):__________________________________________________________________________________________________________________________________3131



− Hospital Geral de Goiânia – HGG: Duas servidoras exerciam as atribuições de Enfermagem do Trabalho, contudo a servidora efetiva Maria Helena Pereira foi exonerada em 01/01/2012, restando somente a Enfermeira Odacyl Benevides Vascos, que por sua vez atua em desvio de função. A Sra. Odacyl não possui especialização em Enfermagem do Trabalho. Assim, certo é que existem 2 (duas) vagas a serem preenchidas;

− Hospital Materno Infantil – HMI: Vacância do cargo e inexistência de Enfermeiro do Trabalho na unidade;

− Hospital de Doenças Tropicais – HDT: Possui 1 (uma) Enfermeira do Trabalho e há mais 1 (uma) vaga para referido cargo no período vespertino;

− SESMT: Não possui Enfermeiro do Trabalho, de modo que apenas uma Técnica em Enfermagem presta auxílio nas atividades relativas ao mencionado cargo. Apontou a existência de 2 (duas) vagas para Enfermeiro do Trabalho. Por oportuno, destaca-se que o SESMT informou que “necessita de uma equipe multidisciplinar, conforme Norma Regulamentadora nº 4 – NR-4 do MTE, destacando-se os profissionais de Saúde Ocupacional, sejam eles, o Médico do Trabalho, o Enfermeiro do Trabalho e o Técnico de Enfermagem do Trabalho e que não houve nos últimos concursos desta Secretaria, vagas para Técnicos em Enfermagem do Trabalho. Considerando-se ainda, ser este um serviço central que, além das funções de SESMT, objetiva padronizar as ações a serem desenvolvidas no âmbito da Secretaria, temos no momento 2 (duas) vagas para Enfermeiro do Trabalho”;

− SUVISA: Existência de 1 (uma) Enfermeira do Trabalho e 1 (uma) vaga em aberto.



Registre-se que, conforme apontado no subitem 2.5.3, o cargo de Enfermeiro – função Enfermeiro (S42) e Enfermeiro do Trabalho – possui 257 (duzentos e cinquenta e sete) vacâncias.

Assim, o Estado deverá convocar o mínimo de 7 (sete) Enfermeiros do Trabalho, porquanto demonstrada a necessidade e as vacâncias para o cargo em questão.

2.5.5. DO SURGIMENTO DE VACÂNCIAS NO CURSO DO PROCESSO

Nas situações de surgimento de vacâncias, deverá ocorrer a imediata nomeação dos aprovados, conforme ordem classificatória, uma vez que não se justifica a descontinuidade dos atos de nomeação, ao passo que são mantidos servidores comissionados nas atividades próprias dos cargos de provimento efetivo.

2.5.6. DA INSUFICIÊNCIA DE QUANTITATIVOS DE CARGOS

Nos casos de insuficiência de cargo, deverá o Estado ser forçado a enviar projeto de lei para a criação. Por exemplo: existem apenas 5 (cinco) vacâncias para o cargo de psicólogo, todavia há 10 (dez) psicólogos comissionados na Secretaria. Nesse passo, é necessária a criação de novas vagas, porquanto restou demonstrado que o quantitativo previsto no quadro de pessoal da SES é insuficiente para dar continuidade à prestação do serviço.

2.5.7. DO NOVO CONCURSO PÚBLICO PARA OS CARGOS VAGOS (insuficiência de candidatos aprovados no certame em testilha)

Em 25/04/2012, a SES informou que existem alguns cargos que foram submetidos ao certame em tela, mas que não houve quantitativo suficiente de aprovados para o integral preenchimento das vagas (DOC. 28):

Cargo Vagas do Edital Aprovados Vagas sem aprovados



Médico Intensivista - Goiânia 145 69 76

Médico Intensivista Pediatra - Goiânia 15 12 3Médico Infectologista - Goiânia 21 17 4

Médico Neurocirurgião - Goiânia 11 9 2Médico de Urgência - Goiânia 57 38 19

Médico Clínico Geral - Pirenópolis 17 15 2Médico Pediatra 2 0 2

Técnico em Manutenção 12 11 1Cirurgião Dentista Buco Maxilo – Santa Helena 11 5 6

Farmacêutico – Santa Helena 13 9 4Médico Cirurgião Geral – Santa Helena 28 1 27

Médico Cirurgião Vascular – Santa Helena 2 1 1Médico Clínico Geral – Santa Helena 21 19 2

Médico Endoscopista – Santa Helena 2 0 2Médico Hemoterapeuta – Santa Helena 1 0 1

Médico Infectologista – Santa Helena 1 0 1Médico Intensivista – Santa Helena 12 3 9

Médico Intensivista Pediatra – Santa Helena 12 0 12Médico Neurocirurgião – Santa Helena 2 0 2

Médico Ortopedista – Santa Helena 28 3 25Médico Pediatra– Santa Helena 19 1 18

Médico Radiologista – Santa Helena 10 1 9Médico Hospitalar – Santa Helena 7 3 4

Médico Clínico Geral – Rio Verde 1 3 1Médico Clínico Geral – Luziânia 1 0 1

Médico Clínico Geral – Itumbiara 1 0 1Médico Clínico Geral – Itaberaí 1 0 1

TOTAL 453 217 236

In casu, observa-se que há 236 (duzentas e trinta e seis) vagas na Secretaria de Estado da Saúde, mas que inexistem aprovados no concurso para o devido preenchimento.

A respeito da questão, afirmou a gerente de desenvolvimento de pessoas da SES/GO, Maria Carolina Ferreira:

“(...) Que não houve aprovados para 296 vagas disponibilizadas pelo certame, razão pela qual a SES realizou processo seletivo simplificado para contratação



temporária de médicos para algumas especialidades como médico de urgência, tendo em vista a necessidade da continuidade do serviço (...)” – DOC. 23.

Diante disso, deverá o Estado realizar imediatamente concurso público para os cargos em vacância, vez que além da declarada insuficiência de aprovados relativamente aos cargos acima descritos, a Secretaria acaba de realizar processo seletivo para contratação temporária de médicos (DOC. 29).

2.6. DA REMOÇÃO DOS SERVIDORES COMISSIONADOS/TEMPORÁRIOS DAS ATIVIDADES RESERVADAS AOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO, BEM ASSIM DOS SERVIDORES EM DESVIO DE FUNÇÃO

Por fim, deverá o Estado de Goiás ser compelido a remover servidores comissionados/temporários das atribuições próprias de cargos de preenchimento efetivo, bem como dos servidores que se encontram em desvio de função para os cargos submetidos ao concurso.

2.7. DA IMPRESCINDIBILIDADE DA PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO PÚBLICO

A presente ação também tem como escopo prorrogar o prazo de validade do concurso público realizado pelo Estado de Goiás, regido pelo Edital nº 009/10/SETEC/SES, 29 de março de 2010, cujo resultado foi homologado no dia 1º de julho de 2010, consoante se vê no Diário Oficial do Estado de Goiás n.º 20.891 (DOC 7).

A prorrogação por mais dois (02) anos é medida impositiva, uma vez que o prazo de validade do certame finaliza-se no dia 1º de julho de 2012 e, conforme demonstrado no corpo desta peça exordial, está materializada a



existência de vagas a serem providas por aprovados que aguardam nomeação, além do enorme quantitativo de comissionados/temporários no exercício de atributos afetos aos cargos submetidos ao concurso.

A verdade é que o item 4 do Edital de Retificação n.º 009-04/10/SETEC/SES, de 14 de abril de 2010 prevê a possibilidade de prorrogar o prazo de validade do concurso por mais 02 (dois) anos, a depender da necessidade da Administração Pública.

Dadas tais circunstâncias, não subsiste motivo que possa obstar a prorrogação do prazo de validade do certame, pois, caso houvesse, o Poder Público Estadual não contrataria servidores comissionados/temporários. Relembre-se, também, as 279 (duzentas e setenta e nove) vagas ainda não preenchidas, e que possuem aprovados no concurso público aguardando nomeação.

3. DO DIREITO

3.1 DA TEMPESTIVIDADE DA PRESENTE DEMANDA

Consoante salientado outrora, o prazo de validade do certame extinguir-se-á no dia 1º de julho de 2012.

Rememorado esse acontecimento, faz-se prudente registrar o escorreito entendimento de que a simples propositura da demanda é suficiente para afastar o instituto da decadência. Assim, na hipótese de a ação ter sido ajuizada dentro do prazo de validade da seleção pública, eventual formalidade no procedimento judicial que por ventura acarrete a demora do julgamento da lide jamais poderia ensejar a extinção do processo sem julgamento do mérito.

A par desse raciocínio, comungue-se a orientação esposada pela jurisprudência pátria:__________________________________________________________________________________________________________________________________3636



AGRAVO DE INSTRUMENTO - Concurso público para o cargo de fiscal de obras do município de Votorantim - Categoria deficientes físicos - Decadência afastada pelo ajuizamento da ação dentro do prazo de validade do concurso e inocorrência de prescrição, pois interrompida com o ajuizamento da ação - Formação deficiente do instrumento - Ausência de peças essenciais e necessárias à compreensão da controvérsia - Aplicabilidade da Súmula nº 288, do STF- Precedentes do STJ e deste Egrégio Tribunal de Justiça - Recurso não conhecido.2 (negritou-se).

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DIREITO ADMINISTRATIVO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. CONCURSO PÚBLICO. AÇÃO AJUIZADA DENTRO DO PRAZO DE VALIDADE. AUSÊNCIA DE INTERESSE. INOCORRÊNCIA. 1. Decididas as questões suscitadas, de forma bem fundamentada e nos termos em que proposta a lide, não há falar em violação do artigo 535 do Código de Processo Civil, à ausência de omissão qualquer. Código de Processo Civil 2. Ajuizada a ação civil pública antes, inclusive, do prazo de validade do concurso, não há falar em ausência de interesse processual, mormente porque questionados os atos da Administração relacionados à nomeação dos candidatos aprovados. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido.3 (referendou-se o destaque).

APELACAO CIVEL. ACAO CIVIL PUBLICA. CONCURSO PUBLICO. AUSENCIA DE INTERESSE DE AGIR SUPERVENIENTE. EXPIRACAO DO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. NAO CONFIGURACAO. CANDIDATOS

2 Agravo de Instrumento n. 5838366220108260000, SP 0583836-62.2010.8.26.0000, Relatora Desembargadora Maria Laura Tavares, Data de Julgamento: 17/01/2011, 11ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 04/02/2011.3 Agravo Regimento no Agravo de Instrumento n. 1294216 GO 2010/0054901-1, Relator: Ministro HAMILTON CARVALHIDO, Data de Julgamento: 28/09/2010, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/11/2010



CLASSIFICADOS NA RESERVA TECNICA. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO A NOMEACAO. CONTRATACAO PRECARIA DE SERVIDORES EM DETRIMENTO DOS CANDIDATOS APROVADOS NO CONCURSO. ILEGALIDADE. DIREITO SUBJETIVO A NOMEACAO E POSSE NO CONCURSO. I - O ESCOAR DO PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO NAO TEM, POR SI SO, IMPLICACAO COM QUALQUER PRESSUPOSTO PROCESSUAL, NEM ESGOTA O INTERESSE DO AUTOR, QUANDO O OBJETIVO DO PLEITO PORTICO CINGE-SE AOS AUTOS RELACIONADOS A NOMEACAO DE SERVIDORES SUPOSTAMENTE PRETERIDOS. DE MAIS A MAIS, TEM-SE QUE, SE A ACAO FOI AJUIZADA DENTRO DO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME (10/02/08), A DEMORA DE SEU JULGAMENTO INSITO A FORMALIDADE DO PROCEDIMENTO JUDICIAL, NAO PODE ENSEJAR A EXTINCAO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MERITO. II - COMO REGRA, INSTITUI-SE A SISTEMATICA DE QUE A APROVACAO EM CONCURSO PUBLICO FORA DO NUMERO DE VAGAS ORIGINARIAMENTE PREVISTAS, INTEGRANDO OS CLASSIFICADOS O CHAMADO CADASTRO DE RESERVA TECNICA, TAMBEM GERA MERA EXPECTATIVA DE DIREITO A NOMEACAO, COMPETINDO A ADMINISTRACAO PUBLICA DECIDIR ACERCA DA OPORTUNIDADE E CONVENIENCIA EM PROVER OS CARGOS QUE PORVENTURA FIQUEM DISPONIVEIS DURANTE O PRAZ O DE VALIDADE DO CERTAME. III - CONTUDO, ESSA EXPECTATIVA SE CONVOLA EM DIREITO SUBJETIVO, IMPONDO-SE A ADMINISTRACAO O DE VER DE NOMEAR, CASO TENHA HAVIDO PRETERICAO NA ORD EM CLASSIFICATORIA OU CONTRATACAO A TITULO PRECARI O, DE SERVIDORES, PARA O PREENCHIMENTO DE VAGAS EXISTENTES, EM DETRIMENTO DA NOMEACAO DE CANDIDATOS APROVADOS NA RESERVA TECNICA EM CERTAME AINDA VALIDO. NESTES CASOS, A NOMEACAO E A POSSE, QUE SERIAM, A PRINCIPIO DISCRICIONARIAS, TORNAM-SE VERDADEIROS ATOS VINCULADOS, GERANDO EM CONTRAPARTIDA, DIREITO SUBJETIVO PARA O CANDIDATO APROVADO DENTRO DE TAL PREVISAO. IV - RESTADO COMPROVADO NOS AUTOS, QUE EXISTEM CANDIDATOS APROVADOS PARA OS CARGOS DE GESTOR DE TECNOLOGIA DE INFORMATICA E DE ANALISTA DE TECNOLOGIA DE INFORMATICAO, E, ESTANDO INCONTROVERSO QUE HOUVE A CONTRATACAO, EM CARATER PRECARIO, DE PROFISSIONAIS PARA SUPRIR A CARENCIA DE PESSOAL



NA AREA DE INFORMATICA, HAJA VISTA A EXISTENCIA DE CARGOS VAGOS, NO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME, NESCE, ASSIM, O DIREITO LIQUIDO E CERTO DE EXIGIR DA AUTORIDADE CERTAME, NESCE, ASSIM, O DIREITO LIQUIDO E CERTO DE EXIGIR DA AUTORIDADE COMPETENTE A NOMEACAO, POIS DEMONSTRADA, INEQUIVOCAMENTE, A NECESSIDADE DE SERVIDORES PARA INTEGRAR O QUADRO DE PESSOAL DA ADMINISTRACAO. V - CONSTATADA A ILEGALIDADE DA CONDUTA DA ADMINISTRACAO, REVELA-SE INQUESTIONAVEL O DIREITO SUBJETIVO, DOS CLASSIFICADOS NO CADASTRO DE RESERVA TECNICA, A NOMEACAO E POSSE NOS CARGOS DE GESTOR DE TECNOLOGIA DE INFORMATICA E DE ANALISTA DE TECNOLOGIA DE INFORMATICA, DESDE QUE SEJA OBSERVADA A ORDEM DE CLASSIFICACAO. APELACAO CONHECIDA E PROVIDA.(TJGO, APELACAO CIVEL 133338-6/188, Rel. DES. LUIZ EDUARDO DE SOUSA, 1A CAMARA CIVEL, julgado em 09/06/2009, DJe 368 de 03/07/2009) – destacou-se.

Diante disso, é clarividente que o direito de nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas e na reserva técnica deve ser resguardado, pois o escoamento da validade do concurso só traria prejuízos ao interesse público e ofensa ao princípio da moralidade, pelo fato de o Estado não socorrer os efeitos legítimos do concurso.

3.2. DA VIOLAÇÃO AO DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DOS CANDIDATOS APROVADOS DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS

Sabe-se que é pacífico o entendimento jurisprudencial no sentido de que o candidato aprovado dentro do número de vagas e, enquanto válido o certame, possui direito líquido e certo à nomeação.

Como bem esposado pela melhor doutrina “O novo posicionamento foi consolidado com o julgamento do recurso extraordinário, RE 598.099 em sede de repercussão geral, afastando a ideia de mera expectativa de direito e reconhecendo o direito à nomeação para candidato aprovado em concurso público, dentro do número de __________________________________________________________________________________________________________________________________3939



vagas e enquanto válido o certame. Reconhece o STF que a Administração Pública tem o dever de boa-fé, o dever incondicional às regras do edital, inclusive quanto às vagas, além do respeito à segurança jurídica como princípio de proteção à confiança. Admite ainda que o direito à nomeação é uma garantia fundamental da plena efetividade do princípio do concurso público4”.

Nesse diapasão é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS. NOMEAÇÃO DENTRO DO PRAZO DE VALIDADE. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. É incontroverso nos autos que a ora agravada foi aprovada dentro do número de vagas previsto no edital do concurso público para o cargo de Auxiliar Administrativo. 2. Em conformidade com a jurisprudência do STJ, tal situação confere à impetrante direito líquido e certo à nomeação durante o prazo de validade do certame.3. Agravo Regimental não provido. (32468 RO 2010/0121465-8, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 15/03/2011, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/04/2011) – destacou-se.

No mesmo sentido, decide o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás:

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COMINATÓRIA. CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO. CLASSIFICAÇÃO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS DISPONIBILIZADAS NO EDITAL. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO NO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. PRECEDENTES DO STJ E DO TJGO. I - O Superior Tribunal de Justiça, em recentes julgados, têm consolidado o entendimento,

4MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 2012. p. 662 e 663



estribado na mais recente doutrina, de que os candidatos aprovados em certame público, dentro do número de vagas anunciadas pelo edital regente, têm direito subjetivo à nomeação, quando não líquido e certo, o que deverá ser aferido em cada caso. Tal posicionamento atende ao clamor social no sentido de se retirar da administração pública a possibilidade de angariar fundos por meio de realização de concursos públicos sem nenhuma possibilidade de nomeação dos aprovados. Se assim não se admitisse, vulnerado estaria, entre outros o princípio da boa-fé inerente à Administração Pública, haja vista que o candidato, confiante nas normas previstas no edital de regência do concurso, teria frustrada a expectativa depositada no ente público, sem falar, ademais, em investimentos, gastos e estudos dispensados para a preparação intelectual, e por vezes físicas, a fim de lograr boa colocação no certame. (precedentes do STJ: AgRg no RMS 29680/RS; AgRg no AREsp 22749/ES; AgRg no AREsp 57493/BA - do TJGO: DGJ 136076-31.2010 e DGJ 138739-56.2009). II - Destarte, a aprovação em concurso público dentro do número de vagas gera direito subjetivo à nomeação, e não mais tão somente expectativa de direito. Ainda nos termos da jurisprudência dominante, necessária se mostra, para a nomeação dos candidatos aprovados no certame público, o preenchimento de alguns requisitos, quais sejam: que o edital tenha expressamente previsto o número de vagas a serem preenchidas; que o concurso tenha tramite conforme regras previstas no edital; homologação do concurso e convocação dos aprovados dentro do número de vagas previstas, obedecendo, logicamente, a ordem de classificação. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO E APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDOS E DESPROVIDOS. (TJGO, DUPLO GRAU DE JURISDICAO 575645-63.2008.8.09.0164, Rel. DES. AMARAL WILSON DE



OLIVEIRA, 2A CAMARA CIVEL, julgado em 24/04/2012, DJe 1065 de 18/05/2012) – destacou-se.

APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA. INTEMPESTIVIDADE. DUPLO GRAU. CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS DO EDITAL. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. PRECEDENTES DO STJ E DESTA CORTE. 1 - Não se conhece de recurso de apelação cível manejado fora do prazo legal. 2 - O candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas em edital, possui direito líquido e certo à nomeação, e não mera expectativa de direito. APELAÇÃO NÃO CONHECIDA. REMESSA CONHECIDA E IMPROVIDA. (TJGO, DUPLO GRAU DE JURISDICAO 183066-90.2010.8.09.0006, Rel. DR(A). ROBERTO HORACIO DE REZENDE, 4A CAMARA CIVEL, julgado em 02/02/2012, DJe 1009 de 23/02/2012) – destacou-se.

Diante disso, é clarividente o direito à nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas no certame de Edital n. 009/10/SECTEC/SES, de 29 de março de 2010, porquanto ainda vigente o prazo de validade do concurso.

3.3. DA VIOLAÇÃO AO DIREITO SUBJETIVO DOS CANDIDATOS CLASSIFICADOS PARA A RESERVA TÉCNICA, DIANTE DA DESISTÊNCIA DE CANDIDATOS CONVOCADOS

Da listagem encaminhada pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, que contém o quantitativo de candidatos convocados e o quantitativo de candidatos empossados/lotados na SES (DOC. 22), configurou-se a existência de centenas de candidatos que foram convocados, mas que não ingressaram no cargo (desistências).



Vê-se que o objetivo da realização do certame não foi alcançado, porquanto 279 (duzentas e setenta e nove) vagas disponibilizadas pelo Edital, com aprovados aguardando nomeação, deixaram de ser preenchidas.

Ao prever a formação de cadastro de reserva, o Edital gera mera expectativa de nomeação para os candidatos aprovados na reserva técnica, ficando a critério da Administração avaliar a conveniência e a oportunidade da nomeação de novos candidatos.

Todavia as vagas não preenchidas em razão da desistência dos convocados geram direito subjetivo aos candidatos seguintes na ordem de classificação, até porque, à obviedade, nenhum prejuízo acarretaria ao Estado, já que a própria Administração Pública estipulou o quantitativo de vagas oferecido no Edital.

Vejamos o entendimento pacificado do Superior Tribunal de Justiça acerca da questão:

RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO. CONVOCAÇÃO DE APROVADOS. AUSÊNCIA DE PREENCHIMENTO DE ALGUMAS DAS VAGAS PELOS APROVADOS DENTRO DO NÚMERO ESTABELECIDO. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DOS CANDIDATOS CLASSIFICADOS INICIALMENTE ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS. PRECEDENTE.

1. A prática de ato, pela Administração, que evidencie a necessidade de preenchimento de vagas previstas em edital de concurso público, não ocupadas por aprovados dentro do número estabelecido, gera direito subjetivo à nomeação dos candidatos classificados inicialmente além daquele número. Precedente.



2. Explicitada a necessidade de a Administração nomear 88 defensores públicos, deixou de ser discricionário para se tornar vinculado o ato de nomeação dos recorrentes, que, embora não inicialmente classificados até o 88º lugar, diante do desinteresse de alguns dos aprovados em tomarem posse, enquadraram-se dentro do número de vagas.

3. Recurso ordinário provido.

(RMS 19.635/MT, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 31/10/2007, DJ de 26/11/2007) – destacou-se.

ADMINISTRATIVO - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - NECESSIDADE DO PREENCHIMENTO DE VAGAS, AINDA QUE EXCEDENTES ÀS PREVISTAS NO EDITAL, CARACTERIZADA POR ATO INEQUÍVOCO DA ADMINISTRAÇÃO - DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO – PRECEDENTES.

1. A aprovação do candidato, ainda que fora do número de vagas disponíveis no edital do concurso, lhe confere direito subjetivo à nomeação para o respectivo cargo, se a Administração Pública manifesta, por ato inequívoco, a necessidade do preenchimento de novas vagas.

2. A desistência dos candidatos convocados, ou mesmo a sua desclassificação em razão do não preenchimento de determinados requisitos, gera para os seguintes na ordem de classificação direito subjetivo à nomeação, observada a quantidade das novas vagas disponibilizadas.

3. Hipótese em que o Governador do Distrito Federal, mediante decreto, convocou os candidatos do cadastro de reserva para o preenchimento de 37 novas vagas do cargo de Analista de Administração Pública - Arquivista, gerando para os candidatos



subsequentes direito subjetivo à nomeação para as vagas não ocupadas por motivo de desistência.

(RMS Nº 32.105 - DF (2010/0080959-0), Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/08/2010) – destacou-se.

Nesse diapasão, uma vez que os atos da Administração Pública estão vinculados às regras editalícias, faz-se necessário que o Estado de Goiás efetue as convocações necessárias para que todas as vagas disponibilizadas pelo Edital sejam preenchidas (279 vagas sem ocupação), salvo nos casos de insuficiência de candidatos aprovados (236 vagas sem aprovados).

3.4. DA VIOLAÇÃO AO DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DOS CANDIDATOS APROVADOS PARA AS VAGAS PREVISTAS NA RESERVA TÉCNICA, DIANTE DA EXISTÊNCIA DE COMISSIONADOS/TEMPORÁRIOS QUE EXERCEM ATIVIDADES PRÓPRIAS DE CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO

A Administração Pública é livre para fazer as opções administrativas, mas o exercício da discricionariedade encontra limites na própria Constituição Federal, circunstância presente neste caso. Ao permitir que comissionados exerçam tarefas próprias de cargo de preenchimento efetivo, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás lesa o direito subjetivo à nomeação dos aprovados para as vagas da reserva técnica.

Lesa, ainda, os princípios da impessoalidade, legalidade e moralidade administrativa ao menoscabar o direito dos aprovados no concurso, porquanto cria impedimento ou retardo à imediata nomeação daqueles que foram aprovados.

É consabido que a aprovação em concurso público dentro do cadastro de reserva gera mera expectativa de direito, estando a nomeação adstrita ao exercício do poder discricionário da Administração Pública.



Em outras palavras, a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e dos Tribunais Superiores é pacífica ao afirmar que somente a aprovação em concurso público dentro do número de vagas previsto no Edital gera direito à nomeação, vinculando a Administração após a homologação do certame. A classificação além daquele quantitativo enseja apenas expectativa de direito.

Entretanto, verificada a preterição de aprovados em concurso público em benefício de outras pessoas, in casu comissionados/temporários, a expectativa de direito convola-se em direito líquido e certo, eis que tal circunstância atesta a necessidade do serviço público.

A respeito da matéria, contemple-se o teor dos seguintes julgados do Tribunal de Justiça local:

MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. AGANP. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. NÃO VERIFICAÇÃO. CANDIDATOS CLASSIFICADOS NA RESERVA TÉCNICA. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À NOMEAÇÃO. CONTRATAÇÃO PRECÁRIA DE COMISSIONADOS E TEMPORÁRIOS EM DETRIMENTO DOS CANDIDATOS. APROVADOS NO CONCURSO. ILEGALIDADE. DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO E POSSE NO CONCURSO.I. Manifestamente insubsistente a alegação de ausência de prova préconstituída, quando a petição inicial foi instruída com os documentos necessários à comprovação da pretensa violação a direito líquido e certo. II. Como regra, institui-se a sistemática de que a aprovação em concurso público fora do número de vagas originariamente previstas, integrando os classificados o chamado "cadastro de reserva técnica", também gera mera expectativa de direito a nomeação, competindo à



administração pública decidir acerca da oportunidade e conveniência em prover os cargos que porventura fiquem disponíveis durante o prazo de validade do certame. III. Contudo, essa expectativa se convola em direito subjetivo, impondo-se a administração o dever de nomear, caso tenha havido preterição na ordem classificatória ou contratação a título precário, de servidores comissionados e temporários, para o preenchimento de vagas existentes, em detrimento da nomeação de candidatos aprovados na reserva técnica em certame ainda válido. Nestes casos, a nomeação e a posse, que seriam, a princípio, discricionárias, tornam-se verdadeiros atos vinculados, gerando em contrapartida, direito subjetivo para o candidato aprovado dentro de tal previsão.

IV. Restando comprovado nos autos, a classificação dos impetrantes no concurso público, e estando incontroverso que houve a contratação, em caráter precário, de comissionados, para suprir a carência de pessoal, haja vista a existência de cargos vagos, no prazo de validade do certame, nasce, assim, o direito líquido e certo de exigir da autoridade competente a nomeação, pois demonstrada, inequivocadamente, a necessidade de servidores para integrar o quadro de pessoal da administração.

V. Constatada a ilegalidade da conduta da administração, revela-se inquestionável o direito líquido e certo dos impetrantes a nomeação e posse nos cargos para os quais foram classificados no cadastro de reserva técnica, desde que seja observada a ordem de classificação. Segurança concedida.5 (destacou-se).

MANDADO DE SEGURANÇA. AGANP. CLASSIFICAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO NO CADASTRO DE RESERVA. AUSÊNCIA DE

5 TJGO, 1ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n. 17373-0/101, Rel. Des. Luiz Eduardo de Sousa, DJ n. 356, de 17/06/09.__________________________________________________________________________________________________________________________________4747



INTERESSE PROCESSUAL. PERDA DO OBJETO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. INOCORRÊNCIA. CONTRATAÇÃO PRECÁRIA DE SERVIDORES EM DETRIMENTO DAQUELES APROVADOS EM CERTAME PÚBLICO. EXISTÊNCIA DE VAGAS DISPONÍVEIS NOS QUADROS DA ADMINISTRAÇÃO. PRETERIÇÃO DA ORDEM CLASSIFICATÓRIA DOS CANDIDATOS APROVADOS NO CADASTRO DE RESERVA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO.1. Não há falar em perda do objeto da ação, tampouco ausência de interesse processual do autor quando este interpõe a ação dentro do prazo legal, ou seja, no prazo de validade do concurso, demonstrando a necessidade e utilidade da tutela jurisdicional. 2. 'É juridicamente possível o pedido quando autorizado ou não vedado pelo ordenamento. Nesse sentido, a existência de outros candidatos classificados no cadastro de reserva em melhores posições que a do impetrante não impede que este utilize a via judicial visando a defesa de seus direitos, não podendo a inércia daqueles prejudicar a pretensão autoral. 3. Não possui respaldo a alegação de ausência de prova préconstituída quando a petição inicial encontra-se instruída com os documentos necessários à comprovação do direito líquido e certo invocado. 4. Consoante orientação doutrinária e jurisprudencial, a classificação em concurso público em cadastro de reserva gera mera expectativa de direito, contudo, exceção a esta regra dará se, existindo cargos vagos, ao invés de nomear os aprovados em concurso, a administração proceder com a contratação de servidores comissionados/temporários em detrimento daqueles classificados em seleção pública. Neste caso, a nomeação e a posse que seriam em princípio



discricionárias, tornam-se atos vinculados, gerando direito subjetivo para o candidato. 5. Constatada a ilegalidade da conduta da Administração, revela-se inquestionável o direito líquido e certo dos Impetrantes à nomeação e posse para os cargos pretendidos que foram classificados no cadastro de reserva técnica, observando-se o quantitativo de vagas existentes e a ordem de classificada de cada candidato. 6. Segurança concedida.6 (grifou-se).

MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. AGANP. CARGO DE ANALISTA DE GESTÃO ADMINISTRATIVA – ÁREA GERAL. INTERESSE PROCESSUAL EXISTENTE. OFENSA DIREITO LÍQUIDO E CERTO. CONTRATAÇÃO DE SERVIDORES EM COMISSÃO NO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. PRETERIÇÃO. I – À luz de posicionamento do STJ, há interesse no julgamento do writ, pois ainda que tivesse sido impetrado após expirada a validade do concurso, '... não se questiona atos da Administração relacionados à realização do concurso público, mas sim atos referentes à nomeação dos candidatos' (STJ, 5ª Turma, RMS 24690, Rel. Min. Félix Fisher, DJ de 12/05/2008). II – Evidencia-se o direito líquido e certo das impetrantes de serem nomeados para os cargos em que obtiveram aprovação em concurso público, quando há, pela Administração Pública, quebra da ordem classificatória ao contratar comissionados para exercerem as mesmas funções em vacância, a título precário, dentro da validade do certame. A existência de vagas, a realização de concurso e a inequívoca necessidade de contratação somados ao ato omissivo da Administração em

6 TJGO, Corte Especial, Mandado de Segurança n. 384005-07.2010.8.09.0000, Rel. Des. Kisleu Dias Maciel Filho, Julgado em 13/07/2011, DJE n. 874, de 04/08/2011.__________________________________________________________________________________________________________________________________4949



não proceder às nomeações das candidatos aprovadas, impõem a concessão da ordem de segurança pleiteada. Segurança concedida.7 (negritou-se).

A Suprema Corte brasileira asseverou em diversos julgados que “a ocupação precária, por comissão, terceirização, ou contratação temporária, de atribuições próprias do exercício de cargo efetivo vago, para o qual há candidatos aprovados em concurso público vigente, configura ato administrativo eivado de desvio de finalidade, equivalente à preterição da ordem de classificação no certame, fazendo nascer para os concursados o direito à nomeação, por imposição do artigo 37, inciso IV, da Constituição Federal”8.

No mesmo termo, citam-se, entre outros, as seguintes ementas dos julgados proferidos pelos Tribunais Superiores:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. CONCURSOPÚBLICO. APROVAÇÃO FORA DAS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL. SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS NO DECORRER DO PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. CARGOS OCUPADOS EM CARÁTER PRECÁRIO. PRECEDENTES DO STF E STJ.1. A orientação jurisprudencial desta Corte Superior reconhece a existência de direito líquido e certo à nomeação de candidatos aprovados dentro do número de vagas previsto no edital. Por outro lado, eventuais vagas criadas/surgidas no decorrer da vigência do concurso público, por si só, geram apenas mera expectativa de direito ao candidato aprovado em concurso público, pois o preenchimento das referidas vagas está submetido à discricionariedade da Administração Pública. 2. Entretanto, tal expectativa

7 TJGO, Corte Especial, Mandado de Segurança n. 361781-75.2010.8.09.0000, Rel. Des. Walter Carlos Lemes, Julgado em 08/06/2011, DJE n. 851, de 01/07/2011.8 STF, 2ª Turma, AI n. 776.070-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 22/03/2011.__________________________________________________________________________________________________________________________________5050



de direito é transformada em direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado se, no decorrer do prazo de validade do edital, houver a contratação precária de terceiros para o exercício dos cargos vagos, salvo situações excepcionais plenamente justificadas pela Administração, de acordo com o interesse público.3. Efetivamente, esta Corte Superior, inclusive em precedentes da minha relatoria (RMS 34.095/BA), entendia pela inexistência de direito adquirido dos candidatos aprovados em relação a eventuais novas vagas que surgirem no prazo de validade do certame,caracterizando a investidura ato discricionário da Administração Pública, tampouco direito líquido e certo.4. Todavia, em recente julgamento (Informativo n. 622/2011), o Supremo Tribunal Federal proclamou entendimento diverso.5. Ademais, conforme ressaltou o Min. Napoleão Nunes Maia em caso idêntico, "a Administração não pode, i.g., providenciar recrutamento de Servidores através de contratação precária para exercer as mesmas funções do cargo para o qual ainda existam candidatos aprovados aguardando a nomeação", e logo adiante conclui, "tal direito subjetivo tem fundamento na constatação da existência de vaga em aberto e da premente necessidade de pessoal apto a prestar o serviço atinente ao cargo em questão" (RMS 29.145/RS, DJe 1º.2.2011).6. Portanto, no caso concreto, é manifesto que a designação de servidores públicos de seus quadros, ocupantes de cargos diversos, para exercer a mesma função de candidatos aprovados em certame dentro do prazo de validade, transforma a mera expectativa em direito líquido e certo, em flagrante preterição a ordem de classificação dos



candidatos aprovados em concurso público. 7. Agravo regimental não provido. (1398319 ES 2011/0026960-4, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 01/03/2012, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/03/2012) – destacou-se.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRARODINÁRIO. CF/88, ART. 37, IX. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA PARA O MAGISTÉRIO MUNICIPAL. PRETERIÇÃO DE APROVADOS EM CONCURSO PÚBLICO.1. A regra constitucional é o provimento de cargo público mediante concurso.2. Comprovada a necessidade de contratação de pessoal, os candidatos aprovados em concurso público serão nomeados em detrimento de contratações temporárias. Precedentes.3. Agravo regimental a que se nega provimento.9 (realçou-se).

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO. TERCEIRIZAÇÃO DE VAGA. PRETERIÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS. DIREITO À NOMEAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

1. Uma vez comprovada a existência da vaga, sendo esta preenchida, ainda que precariamente, fica caracterizada a preterição do candidato aprovado em concurso.2. Reexame de fatos e provas. Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento.10 (relevou-se).

9 STF, 2ª Turma, RE n. 555.141-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, DJE de 24/02/2011.10 STF, 2ª Turma, AI n. 777.644-AgR, Rel. Min. Eros Grau, DJE de 14/05/2010.__________________________________________________________________________________________________________________________________5252



SERVIDOR PÚBLICO. CONCURSO PÚBLICO. CARGO. NOMEAÇÃO. PRETERIÇÃO DA ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO E CONTRATAÇÃO PRECÁRIA. FATOS NÃO DEMONSTRADOS. SEGURANÇA CONCEDIDA EM PARTE. SUSPENSÃO. INDEFERIMENTO. INEXISTÊNCIA DE LESÃO À ORDEM PÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

Não há risco de grave lesão à ordem pública na decisão judicial que determina seja observada a ordem classificatória em concurso público, a fim de evitar preterição de concursados pela contratação de temporários, quando comprovada a necessidade do serviço.11 (salientou-se).

Destarte, reitera-se que, não obstante o entendimento no sentido de que a classificação em certame público para cadastro de reserva gera mera expectativa de direito, a jurisprudência brasileira admite exceção a essa regra quando, existindo cargos vagos, ao invés de nomear os aprovados em concurso, a Administração Pública contrata servidores comissionados/temporários em detrimento daqueles classificados em seleção pública.

Em casos tais, a nomeação e a posse que, em princípio, seriam discricionárias, tornam-se atos vinculados, gerando direito subjetivo para os candidatos aprovados.

3.5. DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE LIMINAR

3.5.1. DA PRESENÇA DOS REQUISITOS

A Lei de Ação Civil Pública prevê que:

Art. 12 Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem

11 STF, Pleno, SS n. 4.196-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, DJE de 27/08/2010.__________________________________________________________________________________________________________________________________5353



justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.

Além disso, regula o artigo 273, inciso I, do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou (…)

O caput do artigo 273 do CPC estabelece, como requisitos para a antecipação dos efeitos da tutela, a existência de prova inequívoca e de verossimilhança das alegações.

Por prova inequívoca deve entender-se que não se trata de prova irrefutável, inafastável – senão conduziria a uma tutela satisfativa definitiva, fundada em cognição exauriente –, mas de prova robusta, contundente, que dê, por si só, maior segurança possível ao magistrado sobre a existência ou inexistência dos fatos afirmados.

A seu turno, o juízo de verossimilhança deve ser entendido como “aquele que permite chegar a uma verdade provável sobre os fatos, a um elevado grau de probabilidade da versão apresentada pelo autor”, e refere-se não somente à matéria de fato, como também à plausibilidade da subsunção dos fatos à norma invocada. Em suma, o magistrado precisa avaliar se há probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais as chances de êxito do demandante. Trata-se de demonstrar ao juízo que, à luz das provas carreadas aos autos, é bem provável que a solução mais justa seja aquela pretendida pelo autor.

No presente caso, “o candidato, confiante nas normas previstas no edital de regência do concurso, teria frustrada a expectativa



depositada no ente público, sem falar, ademais, em investimentos, gastos e estudos dispensados para a preparação intelectual, e por vezes físicas, a fim de lograr boa colocação no certame (...)” - TJGO, DUPLO GRAU DE JURISDICAO 575645-63.2008.8.09.0164, Rel. DES. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, 2A CAMARA CIVEL, julgado em 24/04/2012, DJe 1065 de 18/05/2012.

Com efeito, a verossimilhança das alegações do MINISTÉRIO PÚBLICO encontra guarida nos princípios e comandos constitucionais e infraconstitucionais já tratados, cabalmente violados, conforme deduzido na presente inicial. Desse modo, evidentes os requisitos da prova inequívoca e da verossimilhança das alegações, resta comprovar a existência de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação

Neste ponto, são cabíveis algumas distinções. A irreparabilidade absoluta é aquela em que a indenização é absolutamente inidônea para satisfazer plenamente a vítima. Os efeitos do dano são irreversíveis.

Já o dano de difícil reparação é aquele que provavelmente não será revertido, seja porque as condições econômicas do réu não autorizam supor sua restauração, seja porque esse dano seria dificilmente individualizado ou quantificado com precisão. Abrange, essa segunda hipótese, os direitos difusos e coletivos, neles incluído o patrimônio público.

De tal sorte, o deferimento da tutela antecipada com base no inciso I do artigo 273 do Código Processual Civil, justifica-se caso a demora do processo puder causar à parte um dano irreversível ou de difícil reversibilidade, isto é, quando não for possível aguardar pelo término do processo para a entrega da tutela jurisdicional.

No presente caso, a demora do processo causa prejuízo ao interesse público, porquanto o Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Gestão e Planejamento, permanecerá omisso diante do dever de nomear os candidatos __________________________________________________________________________________________________________________________________5555



aprovados, enquanto comissionados/temporários desenvolvem ilicitamente as atribuições inerentes aos cargos de provimento efetivo.

Pontuadamente, a manutenção de comissionados/temporários, em prejuízo de aprovados no concurso público, insulta os princípios constitucionais da impessoalidade, legalidade e moralidade administrativa.

Desta feita, a situação de ilicitude apresentada nesta inicial deve ser contida de imediato, para que não se ampliem os danos causados.

Ademais, certifica-se que centenas de candidatos convocados pelo Estado deixaram de tomar posse, razão pela qual é clarividente a necessidade de reposições, pois a postura do Poder Público representa negação ao princípio constitucional do concurso público.

É justamente por isso que o Ministério Público invoca a necessidade da concessão de liminar, salientando a incidência, no presente caso, dos indispensáveis requisitos do fumus boni juris e do periculum in mora.

O fumus boni juris sobressai:

a) da previsão constitucional que garante acesso aos cargos públicos por meio de concurso público, conforme artigo 37, inciso II, da Constituição Federal, segundo o qual a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos (…), ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

b) da prática de ato vinculado pela Administração Pública, na oportunidade em que tornam públicos a existência de cargos vagos e o interesse em provê-los, razão pela qual, antecedentemente ao prazo de validade do certame, o Estado tem o dever de nomear todos os aprovados até o __________________________________________________________________________________________________________________________________5656



preenchimento total do número de vagas disponibilizadas pelo Edital;

c) da ausência de preenchimento de todas as vagas disponibilizadas pelo Edital (279 vagas sem ocupação e com aprovados), porquanto candidatos aprovados dentro do número de vagas não foram chamados (2 candidatos para o cargo de Fonoaudiólogo/Goiânia e 1 candidato para o cargo de Auxiliar de Radiologia (A09)/Goiânia), bem ainda centenas de candidatos convocados não tomaram posse;

d) da existência de funcionários comissionados/temporários desenvolvendo atribuições próprias dos cargos efetivos que foram submetidos ao concurso, em detrimento dos aprovados para a reserva técnica;

e) da realização de processo seletivo simplificado para os cargos em que não houve quantitativo suficiente de aprovados;

f) da existência de 1.932 (mil novecentos e trinta e duas) vacâncias.

O periculum in mora é patente, pois já chegou ao conhecimento desta Promotoria de Justiça que o Estado de Goiás, por intermédio da SEGPLAN, não pretende prorrogar o prazo de validade do concurso, cujo vencimento se aproxima (1º/06/2012). Reitere-se que centenas de candidatos aprovados no concurso realizado pela SES aguardam nomeação, ao mesmo tempo em que 905 (novecentos e cinco) comissionados permanecem lotados na SES, e desenvolvem as atribuições próprias dos cargos efetivos que foram submetidos ao concurso.

A concessão da medida liminar é imperiosa, tendo em vista que o prazo de validade do certame finaliza-se em 1º de julho de 2012, e conforme demonstrado no corpo desta ação, está materializada a existência de candidatos aprovados dentro do número de vagas (3); candidatos convocados que



não tomaram posse, fato que ocasionou o não preenchimento das vagas ofertadas pelo Edital (279 vagas sem ocupação e com aprovados); contratação de comissionados/temporários realizada em detrimento dos aprovados, bem como possibilidade de prorrogação do prazo de validade do concurso, conforme explícito no Edital.

A imoralidade administrativa deve ser contida de imediato, porquanto a afronta à Constituição da República é odiosa, e está demonstrada nos documentos acostados.

Importante ressaltar que nenhum prejuízo experimentará o Estado, vez que a própria Administração Pública ofertou as vagas do Edital que ainda não foram preenchidas, em especial por motivo de desistência de candidatos convocados. Ademais, o Estado poderá, a qualquer tempo, valer-se dos candidatos aprovados, que compõem o cadastro de reserva, para o bom funcionamento da Secretara de Estado da Saúde.

Diante disso, requer a concessão de liminar para que o Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Gestão e Planejamento – SEGPLAN e a Secretaria de Estado de Goiás - SES, conforme as respectivas competências, seja compelido a:

− prorrogar o prazo de validade do certame em comento, conforme prevê o item 4 do Edital de Retificação n.º 009-04/10/SETEC/SES, de 14 de abril de 2010;

− nomear 2 (dois) candidatos para o cargo de Fonoaudiólogo/Goiânia e 1 (um) candidato para o cargo de Auxiliar de Radiologia (A09)/Goiânia, aprovados dentro do número de vagas, sem prejuízo de eventual reposição, na hipótese de desistência, conforme subitem 2.5.1;

− proceder à reposição de todos os candidatos que foram convocados, mas



não tomaram posse, até o preenchimento do número de vagas disponibilizadas pelo Edital: Goiânia (237), Pirenópolis (4), Santa Helena (36), Itumbiara (1), Itaberaí (1), conforme subitem 2.5.2;

− nomear os aprovados dentro da reserva técnica para todos os cargos efetivos cujas atribuições estão sendo executadas por comissionados/temporários, conforme subitens 2.4.1, 2.4.2 e 2.4.3;

− nomear os candidatos relativamente aos cargos em que houve a demonstração de vacâncias, nos termos do subitem 2.5.3;

− nomear 7 (sete) Enfermeiros do Trabalho, conforme demonstrada a vacância no subitem 2.5.4;

− nomear os aprovados do quadro de reserva técnica, na medida do surgimento das vacâncias (subitem 2.5.5);

− promover novo concurso para provimento dos cargos descritos no subitem 2.5.7, para os quais não houve quantitativo suficiente de aprovados;

− remeter Projeto de Lei para criação dos cargos necessários, pois ficou apurado que inexistem cargos suficientes para o desenvolvimento dos objetivos da Secretaria de Estado da Saúde, como, por exemplo, o cargo de psicólogo, que possui 5 (cinco) vacâncias e 10 (dez) funcionários comissionados (subitem 2.5.6);

− remover servidores em desvio de função (subitem 2.6);

− remover servidores comissionados/temporários das atividades inerentes aos cargos de provimento efetivo (subitem 2.6);

3.5.2 É IMPERIOSA A CONCESSÃO DE LIMINAR SEM A OITIVA DO ESTADO DE GOIÁS



Caso a tutela não seja antecipada, o prejuízo para o interesse público é certo, pois tornaria inútil a prestação jurisdicional. Assim, a situação de ilicitude apresentada na inicial deve ser contida de imediato, para que não se ampliem ou tornem-se irreversíveis os danos causados à coletividade e à Constituição da República.

O artigo 2º da Lei n. 8.437/92 dispõe que na ação civil pública a liminar será concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e duas horas.

Ocorre que o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás têm firmado o entendimento pela relativização do referido dispositivo em face da possibilidade de graves danos decorrentes da demora no cumprimento da liminar em caso do cumprimento da referida norma. Assim, depreende-se que tal norma não deve ser interpretada restritiva e isoladamente. Senão, vejamos:

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCESSÃO DE LIMINAR SEM OITIVA DO PODER PÚBLICO. ART. 2° DA LEI N. 8.437/1992. POSSIBILIDADE. PRAZO DECADENCIAL DE 120 DIAS. IMPETRAÇÃO PREVENTIVA. INAPLICABILIDADE.1. No caso dos autos, o Tribunal a quo, ao indeferir o pedido de suspensão da segurança, concluiu que não se afigurava o risco de grave lesão aos bens protegidos pela Lei n. 8.437/1992, mas, por outro lado, afirmou que a plausibilidade do direito se encontrava presente na ação em razão de sustentada interferência direta nas atividades do recorrido, já que este determinou a prestação de serviços sem interesse dos estabelecimentos afetados e o ato impugnado influiria na livre iniciativa das empresas.2. Sobre a alegada ofensa ao art. 2º da Lei n. 8.437/92, cumpre observar que esta Corte Superior tem mitigado, com base em



uma interpretação sistemática, a aplicação do citado dispositivo, sobretudo quando o Poder Público, embora não tenha sido ouvido antes da concessão da medida liminar, deixa de comprovar prejuízo. Precedentes. (...)4. Recurso especial não provido.12 (deu-se destaque ao texto).

ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONCESSÃO DE LIMINAR SEM OITIVA DO PODER PÚBLICO. ART. 2° DA LEI 8.437/1992. AUSÊNCIA DE NULIDADE.1. O STJ, em casos excepcionais, tem mitigado a regra esboçada no art. 2º da Lei 8437/1992, aceitando a concessão da Antecipação de Tutela sem a oitiva do poder público quando presentes os requisitos legais para conceder medida liminar em Ação Civil Pública.2. No caso dos autos, não ficou comprovado qualquer prejuízo ao agravante advindo do fato de não ter sido ouvido previamente quando da concessão da medida liminar .3. Agravo Regimental não provido.13 (atribuiu-se saliência).

RECURSO ESPECIAL. AUDIÊNCIA PRÉVIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. LIMINAR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ART. 2º DA LEI N.º 8.437/92. PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE. PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. MITIGAÇÃO. PODER GERAL DE CAUTELA.1. A medida liminar foi requerida em ação civil pública, em face do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, quando ainda tramitava o processo perante a justiça estadual, ocasião na qual a autarquia federal, após ser devidamente intimada, nos termos do art. 2º da Lei n.º 8.437/92,

12 REsp 1052430/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe 27/04/2011.13 AgRg no Ag 1314453/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/09/2010, DJe 13/10/2010



preferiu manifestar-se apenas sobre a incompetência absoluta daquele juízo.2. À luz dos princípios da eventualidade e da impugnação específica, informadores do sistema processual brasileiro, o recorrente não suscitou toda a matéria de defesa, disponível no momento em que foi chamado a manifestar-se nos autos, deixando de impugnar os fatos alegados pelo autor, que serviram de fundamento para a concessão da cautelar, acarretando a preclusão consumativa do direito processual que lhe foi outorgado, por força do art. 2º da Lei n.º 8.437/92. Precedentes3. O Superior Tribunal de Justiça tem flexibilizado o disposto no art. 2º da Lei n.º 8.437/92 a fim de impedir que a aparente rigidez de seu enunciado normativo obste a eficiência do poder geral de cautela do Judiciário. Precedentes.4. Recurso especial não provido.14 (realçou-se).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PERMUTA DE IMÓVEIS. LEI MUNICIPAL Nº 1483/2008. PRELIMINAR. AUSÊNCIA DE OITIVA PRÉVIA DO ENTE PÚBLICO. VIOLAÇÃO DO ART. 2º DA LEI Nº 8437/92. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE LEGAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. APRESENTAÇÃO DAS CONTRARRAZÕES ATEMPADAMENTE. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. DECISÃO ULTRA PETITA CONFIGURADA. I- Não é ilegal a decisão judicial proferida na ação civil pública sem a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público para pronunciamento no prazo de setenta e duas (72) horas, pois tal ordem encontra-se mitigada no nosso ordenamento jurídico em face da possibilidade de ocorrer graves danos decorrente da demora no cumprimento da liminar, mormente se há nos autos provas suficientemente fortes. II - É de se rejeitar a

14 REsp 1130031/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 03/08/2010.



arguição de nulidade de intimação do órgão ministerial ante a ausência de intimação pessoal se a sua representante legal ofertou, dentro do prazo legal, a peça de defesa, fato que supriu a suposta falha sem que houvesse prejuízo a quaisquer das partes. III- Em sendo a decisão recorrida proferida além da quantificação indicada na petição inicial pelo autor, deve-se reconhecer a sua nulidade em relação ao excesso, cabendo ao órgão recursal extirpá-lo, adequando-a ao pleito inicial. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO.15 (negritou-se).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACAO CIVIL PUBLICA. LIMINAR CONTRA O PODER PUBLICO. INAUDITA ALTERA PARS. EXCEPCIONALIDADE. PERIGO DE DANO IRREVERSIVEL. PRESENCA DO FUMUS BONI IURIS. EMBORA O ARTIGO 2 DA LEI N. 8.437/92 ESTABELECA QUE A CONCESSAO DE LIMINAR EM ACAO DE MANDADO DE SEGURANCA COLETIVO E EM ACAO CIVIL PUBLICA ESTA CONDICIONADA A PREVIA AUDIENCIA DO REPRESENTANTE DA PESSOA JURIDICA DE DIREITO PUBLICO, QUE DEVERA PRONUNCIAR-SE NO PRAZO DE SETENTA E DUAS HORAS, NAO TEM A REGRA CARATER ABSOLUTO, DEVENDO SER INTERPRETADA EM CONFORMIDADE COM O ARTIGO 12 DA LEI N. 7347/85, SENDO QUE A LEI N. 8.437/92 VISOU APENAS COIBIR ABUSO NO MANEJO DE MEDIDAS CAUTELARES CONTRA A ADMINISTRACAO PUBLICA, MAS NAO TEM O EFEITO DE SOBREPOR-SE A PROPRIA EFICIENCIA DA TUTELA JURIDICA QUE O ESTADO REALIZA POR MEIO DO PROCESSO. AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO.16

(grifou-se).

15 TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 260359-57.2010.8.09.0000, Rel. DES. JEOVA SARDINHA DE MORAES, 6A CAMARA CIVEL, julgado em 05/04/2011, DJe 800 de 14/04/2011.16 TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 69490-0/180, Rel. DES. CARLOS ESCHER, 4A CAMARA CIVEL, julgado em 23/04/2009, DJe 337 de 20/05/2009.



AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA. NULIDADE DE ATO LEGISLATIVO. PEDIDO LIMINAR. OITIVA DO ÓRGÃO PÚBLICO MUNICIPAL. DESNECESSIDADE. PRESSUPOSTOS. EVIDENCIAÇÃO. 1. Comprovada a possibilidade de dano irreparável e/ou de difícil reparação (periculum in mora) e relevante o fundamento do recurso (fumus boni iuris), em face da situação concreta dos fatos relatados nos autos, impõe-se a concessão da medida liminar independentemente de prévia oitiva do órgão público municipal. 2. Omissis. 3. Omissis. Recurso conhecido e improvido.17 (salientou-se).

À vista da linha seguida por tais julgados, impera o entendimento de que a apreciação do pedido liminar deverá ocorrer mediante dispensa da oitiva do Estado de Goiás, a fim de que sejam preservados, incontinentemente, os mandamentos constitucionais relativos à regra do concurso público e ao provimento dos cargos efetivos.

4. DOS PEDIDOS

Em face de todo o exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS requer a Vossa Excelência:

1. Seja recebida e autuada a presente inicial, juntamente com os documentos que a acompanham, seguindo o rito ordinário e as disposições estabelecidas pela Lei n. 7.347/85;

2. A dispensa da notificação do Estado de Goiás, por meio do Procurador-Geral do Estado, Dr. Alexandre Eduardo Felipe Tocantins, no prazo de 72 horas, conforme determina o

17 TJGO, 4ª Câmara Cível, DJ 272 de 09/02/2009, acórdão de 27/11/2008, AI 65512-0/180, reator DES. STENKA I. NETO.



artigo 2º da Lei n. 8.437/92, pelas razões fáticas e jurídicas alinhavadas;

3. Requer liminarmente em antecipação de tutela (Lei n. 7.347/85, artigo 12) que o Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Gestão e Planejamento – SEGPLAN e a Secretaria de Estado de Goiás - SES, conforme as respectivas competências, seja compelido a:

3.1 prorrogar o prazo de validade do certame em comento, conforme prevê o item 4 do Edital de Retificação n.º 009-04/10/SETEC/SES, de 14 de abril de 2010;

3.2 nomear 2 (dois) candidatos para o cargo de Fonoaudiólogo/Goiânia e 1 (um) candidato para o cargo de Auxiliar de Radiologia (A09)/Goiânia, aprovados dentro do número de vagas, sem prejuízo de eventual reposição, na hipótese de desistência, conforme subitem 2.5.1;

3.3 proceder à reposição de todos os candidatos que foram convocados, mas não tomaram posse, até o preenchimento do número de vagas disponibilizadas pelo Edital: Goiânia (237), Pirenópolis (4), Santa Helena (36), Itumbiara (1), Itaberaí (1), conforme subitem 2.5.2;

3.4 nomear os aprovados dentro da reserva técnica para todos os cargos efetivos cujas atribuições estão sendo executadas por comissionados/temporários, conforme subitens 2.4.1, 2.4.2 e 2.4.3;



3.5 nomear os candidatos relativamente aos cargos em que houve a demonstração de vacâncias, nos termos do subitem 2.5.3;

3.6 nomear 7 (sete) Enfermeiros do Trabalho, conforme demonstrada a vacância no subitem 2.5.4;

3.7 nomear os aprovados do quadro de reserva técnica, na medida do surgimento das vacâncias (subitem 2.5.5);

3.8 promover novo concurso para provimento dos cargos descritos no subitem 2.5.7, para os quais não houve quantitativo suficiente de aprovados;

3.9 remeter Projeto de Lei para criação dos cargos necessários, pois ficou apurado que inexistem cargos suficientes para o desenvolvimento dos objetivos da Secretaria de Estado da Saúde, como, por exemplo, o cargo de psicólogo, que possui 5 (cinco) vacâncias e 10 (dez) funcionários comissionados (subitem 2.5.6);

3.10 remover servidores em desvio de função (subitem 2.6);

3.11 remover servidores comissionados/temporários das atividades inerentes aos cargos de provimento efetivo (subitem 2.6);

4. A citação do requerido para, querendo, contestar o feito no prazo legal, sob pena de confissão quanto à matéria de fato e sob os efeitos da revelia;

5. A comunicação dos atos processuais a este representante do Ministério Público, nos termos do artigo 236, § 2º, do



Código de Processo Civil, e do artigo 41, inciso IV, da Lei n. 8.625/93;

6. Seja, ao final e definitivamente, condenado o Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Gestão e Planejamento – SEGPLAN e a Secretaria de Estado de Goiás - SES, conforme as respectivas competências, à obrigação de fazer:

6.1 prorrogar o prazo de validade do certame em comento, conforme prevê o item 4 do Edital de Retificação n.º 009-04/10/SETEC/SES, de 14 de abril de 2010;

6.2 nomear 2 (dois) candidatos para o cargo de Fonoaudiólogo/Goiânia e 1 (um) candidato para o cargo de Auxiliar de Radiologia (A09)/Goiânia, aprovados dentro do número de vagas, sem prejuízo de eventual reposição, na hipótese de desistência, conforme subitem 2.5.1;

6.3 proceder à reposição de todos os candidatos que foram convocados, mas não tomaram posse, até o preenchimento do número de vagas disponibilizadas pelo Edital: Goiânia (237), Pirenópolis (4), Santa Helena (36), Itumbiara (1), Itaberaí (1), conforme subitem 2.5.2;

6.4 nomear os aprovados dentro da reserva técnica para todos os cargos efetivos cujas atribuições estão sendo executadas por comissionados/temporários, conforme subitens 2.4.1, 2.4.2 e 2.4.3;

6.5 nomear os candidatos relativamente aos cargos em que houve a demonstração de vacâncias, nos termos do subitem 2.5.3;



6.6 nomear 7 (sete) Enfermeiros do Trabalho, conforme demonstrada a vacância no subitem 2.5.4;

6.7 nomear os aprovados do quadro de reserva técnica, na medida do surgimento das vacâncias (subitem 2.5.5);

6.8 promover novo concurso para provimento dos cargos descritos no subitem 2.5.7, para os quais não houve quantitativo suficiente de aprovados;

6.9 remeter Projeto de Lei para criação dos cargos necessários, pois ficou apurado que inexistem cargos suficientes para o desenvolvimento dos objetivos da Secretaria de Estado da Saúde, como, por exemplo, o cargo de psicólogo, que possui 5 (cinco) vacâncias e 10 (dez) funcionários comissionados (subitem 2.5.6);

6.10 remover servidores em desvio de função (subitem 2.6);

6.11 remover servidores comissionados/temporários das atividades inerentes aos cargos de provimento efetivo (subitem 2.6);

Para provar o alegado, o Ministério Público protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito.

Em tempo, e por oportuno, relativamente aos documentos anexados aos autos, o Ministério Público declara/atesta que tais são cópias reprográficas fiéis dos originais (Inquérito Civil Público – DOC. 30).

Dá-se à presente causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para efeitos legais.



Termos em que pede deferimento.

Goiânia-GO, 20 de junho de 2012.

Marlene Nunes Freitas Bueno Promotora de Justiça


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