Upload
paulo-tsuneta
View
109
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
Instituto Politécnico de Santarém
ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR
Exercício Físico Fases Especiais da Vida
Mestrado Actividade Física Populações Especiais
Vera Simões
Poder do Marketing - Crianças
Duas crianças de oito anos conversam no jardim e o menino
pergunta à menina:
- O que vais pedir aos teus pais no Natal?
A menina responde:
- Uma Barbie e tu?
- Um Tampax ou um OB. Responde o menino.
- Tampax??!! OB?!!, o que é isso? Pergunta a menina?
Responde o menino:
- Nem imagino… mas na televisão dizem que com Tampax ou
OB, nós podemos ir à praia, andar de bicicleta, andar a cavalo,
dançar, ir ao clube, correr, enfim… fazer um montão de coisas, e
o melhor… SEM QUE NINGUÉM PERCEBA!!!
As crianças e a actividade física
Quanto mais cedo a criança começar a realizar
actividade física maior será a probabilidade desta
adquirir um estilo de vida activo e saudável no futuro.
Torna-se fundamental que todas as crianças desde a
mais tenra idade sejam estimuladas, (dependendo
sempre das oportunidades dadas pela família e
educadores) à prática de actividade física.
As crianças e a actividade física
“Antes do desenvolvimento da linguagem, só
a motricidade testemunha o desenvolvimento
psicológico da criança.”
(Stamback, 1969)
Factores e determinantes dos hábitos de actividade física
Seabra, A. et al. 2008
Factores Determinantes
Demográficos e biológicos
Idade; habilitações académicas; género; genética; estatuto
socioeconómico; características físicas antropométricas/composição
corporal; etnia.
Psicológicos,
emocionais e cognitivos
Gosto pelos exercícios; alcance de benefícios; desejo de exercitar-se;
distúrbios do humor; percepção de saúde e aptidão; sensação pessoal
de competência; motivação.
Comportamentais História de actividade anterior; qualidade dos hábitos dietéticos;
processos de mudança.
Sócio-culturais Influência do médico; apoio social dos amigos/pares; apoio social da
família; apoio social dos professores.
Ambientais Acesso a equipamentos (percepção); clima; custos dos programas;
interrupção da rotina.
Características da actividade física Intensidade; sensação subjectiva do esforço .
Determinantes da Saúde
MENTAL
SOCIAL
FÍSICA
SAÚDE
ESTILO DE VIDA
AMBIENTE GENÉTICA
ALIMENTAÇÃO
ACTIVIDADE FÍSICA
TRABALHO
InactividadeFísica
e Estilo de Vida
Sedentário
Doenças Cardiovasculares
Cancro
ProblemasMetabólicos
Problemas Psicológicos
ProblemasMúsculo-esqueléticos
Doenças Pulmonares
Depressão
Ansiedade
Osteoporose
Diabetes
Obesidade
Asma
Hipertensão
Doença Coronária
Cólon
Exercício & Saúde
A PREVENÇÃO COMEÇA NA
INFÂNCIA!
MANUTENÇÃO DA PRÁTICA
FÍSICA AO LONGO DA VIDA
Principais acções do profissional do desporto
Conhecer as modalidades e saber ministrá-las do
ponto de vista pedagógico
Personalizar o mais possível o tipo de exercício
realizado pelo praticante
Conhecer o melhor possível o praticante, no que se
refere às variáveis que vão condicionar os efeitos do
Exercício
EXERCÍCIO & CRIANÇAS (OBJECTIVOS 1)
Estabelecer o Exercício como um interesse a manter ao longo da vida,
habituando a um estilo de vida saudável, e implementação Promoção
da Saúde e melhoria da Condição Física
Prevenção de doenças cardiovasculares e obesidade, e regulação e
controlo da pressão arterial elevada
Melhoria da capacidade de realizar tarefas motoras básicas e
desportivas
Melhoria dos resultados dos testes físicos aplicados nas escolas
Melhoria da composição corporal
Possível prevenção de lesões e desenvolvimento de posturas
correctas, desde cedo
EXERCÍCIO & CRIANÇAS (OBJECTIVOS 2)
Melhoria da força e flexibilidade, da coordenação e equilíbrio
Criação de um efeito psicológico positivo: diminuição do stress e
ansiedade, melhoria do humor, prevenção e regulação de estados
depressivos, divertimento e bem-estar; melhoria da auto-confiança e
da auto-estima
Melhoria da cognição, concentração e memória
Promoção da convivência em grupo; implementação da disciplina e
do respeito pelos outros, e estabelecimento do objectivos pessoais
Implementação da disciplina e do respeito pelos outros
Estabelecimento do objectivos pessoais e divertimento
Educação para a Saúde e Exercício
Factores que influenciam a prestação motora
nível de desenvolvimento da habilidade;
variáveis antropométricas: altura, composição
corporal, comprimento dos membros;
força e encorajamento face à prática de actividades
físicas.
Períodos críticos
Capacidades coordenativas Período crítico
Ritmo
(associação de estruturas de
movimento com estruturas
rítmicas)
3 – 10/12
Reacção
(tempo entre o estímulo exterior
e o início da resposta motora)
4/5 – 12/14
Equilíbrio
(conservação do centro de
gravidade dentro da base de
sustentação)
0 – 12/14
Períodos críticos
Capacidades condicionais Período crítico
Flexibilidade
(amplitude máxima de uma
articulação numa acção motora)
Diminui com a idade
Velocidade
(máxima frequência de acções
motoras no menor intervalo de
tempo)
> 5/6
Períodos críticos
Capacidades condicionais Período crítico
Força
(vencer ou opor-se a uma força
exterior)
> 14/16
Resistência
(vencer ou opor-se a uma força
exterior durante o máximo de
tempo)
> 8/10
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O
EXERCÍCIO COM CRIANÇAS (1)
A Família e os professores devem criar oportunidades para as
crianças atingirem objectivos pessoais;
Devem realizar actividade física diária para se manterem saudáveis e
com boa condição física;
Intervalos de períodos curtos de actividade intensa com períodos de
intensidade ligeira a moderada (apesar de serem bastante activos, no
geral preferem curtos períodos de actividade);
O tipo, a intensidade e a duração do exercício devem ser baseadas
em: maturidade da criança, estado de saúde e prática anterior;
Independentemente da idade, a intensidade deve ser inicialmente
baixa, e aumentar gradualmente;
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O
EXERCÍCIO COM CRIANÇAS (2)
Adequar os objectivos e as exigências de cada actividade às
diferentes idades e capacidades, incutindo-lhes confiança;
Geralmente preferem jogos (com e sem música) e actividades
desportivas;
As sessões têm que ser criativas porque as crianças têm dificuldade
em concentrar-se durante períodos prolongados;
Ensinar a respirar correctamente e evitar excesso de movimentos
explosivos;
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O
EXERCÍCIO COM CRIANÇAS (3)
De preferência proporcionar, jogos e brincadeiras activas, bons
programas de educação física (que implicam actividades competitivas
e não competitivas), envolvimento familiar (convencer a família a
participar em actividades físicas com as crianças, acompanhamento
das actividades, etc.), e estilo de vida activo, em vez de treino
específico vigoroso;
Recomendar beber água, antes, durante e depois da actividade;
Nunca utilizar a actividade física como meio de punição, mas sim
como meio de divertimento.
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA AS
ACTIVIDADES DE GRUPO COM CRIANÇAS (1)
Nunca realizar aulas como se fosse para adultos, pois as crianças não são adultos
pequenos;
Manter número de crianças por classe reduzido;
Escalões etários relativos: 3 – 5, 6 – 9, 10 – 12, mais de 12 anos;
Controlar frequentemente a classe, por questões de segurança;
Corrigir frequentemente a classe (feed-backs positivos, colectivos, etc.);
Comunicar com entusiasmo;
Adaptar a música à idade, promovendo a motivação (escolha de temas preferidos,
video-clips, etc.);
Movimentos com velocidade controlada (BPM mais baixos);
Adaptar velocidade da música à capacidade de controlo dos movimentos
(disponibilidade motora);
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA AS
ACTIVIDADES DE GRUPO COM CRIANÇAS (2)
Período de aquecimento pode ser mais curto. Utilizar o efeito de ensaio ou efeito de
reforço de sessões anteriores;
Realizar sessões com intensidade intermitente;
Transmitir várias coreografias simples que podem ser relacionadas com um tema,
podendo ser utilizados: o refrão e corpo da música, o estilo livre, diferentes
formações, deslocamentos, sons, sinais, palmas, etc.;
Utilizar várias formas de expressão rítmica (aeróbica, hip hop, dança, movimentos
desportivos, movimentos do quotidiano, etc.);
Realizar jogos e utilizar diversos equipamentos (step, bolas, cordas, arcos,
colchões, banco sueco, etc.);
Introduzir nas sessões exercícios de força, flexibilidade, agilidade e equilíbrio;
Promover jogos e brincadeiras para ensinar movimentos (ou actividades) mais
técnicos.
As crianças realizam actividade física suficiente?
TV/computadorSentados
Comer Sentados
Sentados
Sentados
Música
Deveres
Idosos e actividade física
Idosos
“O exercício físico não é aquele que só cultiva o corpo, mas
também delicia a mente.”
Sócrates
Idosos
O processo de envelhecimento
De acordo com os gerontologistas, o processo de
envelhecimento começa desde o momento da concepção,
sendo então a velhice definida como um processo
dinâmico e progressivo onde ocorrem modificações tanto
morfológicas como funcionais, bioquímicas e psicológicas
que determinam a progressiva perda da capacidade de
adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando
maior vulnerabilidade e maior incidência de processos
patológicos.
Idosos
Envelhecimento biológico
Perdas celulares;
Aumento da quantidade de gordura;
Diminuição da força muscular;
Perda de cálcio nos ossos;
Perda gradual das propriedades elásticas do tecido conjuntivo;
Diminuição de coordenação das habilidades motoras;
Deficiências ao nível auditivo e visual;
Insuficiências cardíacas.
Idosos
Envelhecimento psicológico e social
Aceitação ou recusa da situação de idoso;
Apego ao conservadorismo;
Anomalias na personalidade;
Isolamento social;
Insegurança social;
Estado de saúde insatisfatório.
Idosos
A importância da actividade física
Aumento da sensação de bem estar;
Melhoria da auto-estima;
Atenua o estado de tensão, ansiedade e pressão;
Estimulação do sistema cardiorespiratório.
Idosos – Cuidados a ter
Cuidados técnico-metodológicos
Clareza nas explicações utilizando exemplos concretos ;
Manter todos os alunos em actividade;
Estabelecer metas que todos possam alcançar;
Vigiar os alunos e permanecer em constante relação com eles;
Insistir em actividades motivantes.
Idosos
Cuidados técnico-metodológicos
Aplicar o principio da exequibilidade do ensino (do mais simples para o mais
complexo, do próximo para o distante);
Manter uma boa dicotomia entre repetição e variabilidade;
Em caso de utilização de materiais assegurar-se de que existe material
suficiente para todos.
Idosos
Cuidados Fisiológicos
Controlar permanentemente nos aspectos observáveis mencionados. Não
esquecer que as tonturas podem ser provocadas por mudanças bruscas de
posição; também se deve ter presente os sintomas de vertigem;
Evitar as posições em que a cabeça fique mais abaixo do que o resto do
corpo;
Evitar a procura de performance;
Utilizar exercícios que promovam a postura neutra
corporal;
Realizar os exercícios gerais sem sensação de dor;
Idosos
Cuidados psicológicos
Elogiar tão frequentemente quanto seja necessário;
Mostrar interesse e entusiasmo pelas actividades;
Actuar honestamente face aos alunos;
Evitar situações de competição;
Direccionar o trabalho para o colectivo, pois conota um valor psicológico que
favorece o contacto humano, a colaboração e a solidariedade.
Relação entre o nível de Actividade Física,
a Saúde e a Condição Física
Inactividade física
Actividade física ligeira
Actividade física moderada
Actividade física muito intensa
Actividade física intensa
Saúde Condição Física
Bibliografia
ACSM, (2006) : Guidelines for Exercise Testing and Prescription. Seventh Edition. Williams and Wilkins.
Benzinho et al. (2009): Programa Viver Activo – Os primeiros Dez Anos. Edições Leirisport. Câmara Municipal de Leiria.
Brito, A . (1988) : O Desenvolvimento da Criança. Lisboa. 1ª Edição. Texto Editora.
Correia, P; Espanha, M.; Barreiros, J. (1999): Envelhecer Melhor com a Actividade Física. Edições FMH. Cruz Quebrada.
Cuenca, F.; Rodão, F. (1994) : Como desenvolver a Psicomotricidade na Criança. Colecção crescer 3. Edições Porto Editora.
Gabband; C. (2004): Lifelong Motor Development Fourth Edition . Publiicações: Daryl Fox.
Juan, F. & Montes; M. (2002): Desarrollo de la Motricidad através del juego. Materiales convencionales y no convencionales
como recursos metodológicos. Edições Gymnos.
Nieman, D. (1998): The Exercise-Health Connection. Champaign: Human Kinetics. ACSM’s Essentials of Sports Medicine. St.
Louis: Mosby.
Meirelles, M. (2000): Actividade Física na Terceira Idade: 3ª Edição. SPRINT, Rio de Janeiro. Sallis, R. & Massimino, F. (1997).:
Seabra, F.; Mendonça, D.; Thomis, M.; Anjos, L. & Maia, J.; (2008): Determinantes biológicos e sócio-culturais associados à
prática de actividade física de adolescentes. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24 (4): pp. 721-736.