14
ENTREVISTA 28 MINA E BENEFICIAMENTO SET/OUT/2010 . ESPECIAL PUBLICAÇÃO DESTINADA ÀS COMUNIDADES DE RELACIONAMENTO DA ANGLO AMERICAN . ANO 2 . N° 8 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA MINERAÇÃO COM RESPEITO E RESPONSABILIDADE Programas desenvolvidos com as comunidades produzem uma diferença positiva em Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas e Dom Joaquim, onde estamos implantando o Projeto Minas-Rio Existem canais específicos para conversar com as prefeituras e grupos organizados? Sim. Para incrementar esse diálogo, estamos incentivando a criação de comitês. Eles são espaços em que as organizações governamentais e não governamentais podem se manifestar, cobrar uma satisfação da empresa. Por exemplo, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro criou a COPAGEM [Comissão Participativa para Acompanhamento de Grandes Empreendimentos Municipais], Alvorada de Minas está criando a sua e Dom Joaquim está utilizando o seu Conse- lho Municipal, que já havia sido criado anterior- mente. Outro canal são as comissões criadas pelas câmaras municipais, bem como as ONGs que atuam e pertencem à região. Conceição do Mato Dentro é uma cidade tradicional no estado, com uma história rica. O que vem sendo feito para preservar as manifestações culturais da região? É importante entender que as manifestações culturais pertencem à região. Estamos conver- sando com os representantes dos municípios, Ministério Público e ONGs, para implementarmos ações que permitam o resgate dessas manifesta- ções culturais. Por exemplo: poderíamos ensinar o folclore da região e manter grupos, principal- mente incentivando e despertando o interesse das crianças por essas tradições. Dentro do programa de Apoio ao Turismo, buscamos levantar datas e símbolos religiosos típicos. A gente quer registrar as manifestações populares, algumas ligadas diretamente à coloni- zação portuguesa e à região. O barroco, as igrejas, o uso do adobe (tijolo de terra crua, água e palha). Isso tudo pode ser usado para atrair turistas para a cidade. O que já vem sendo feito nesse sentido? Estamos catalogando e buscando o desenvolvi- mento dessas manifestações populares. Preten- demos criar alguns espaços onde essas manifes- tações possam ocorrer e também resgatar datas comemorativas, religiosas ou de cultos locais que tinham sido esquecidas. Em julho, por exemplo, a empresa ajudou em uma festa em Tapera que já não ocorria há mais de 30 anos. Em setembro, trabalhamos com uma manifestação em Córre- gos, a festa de Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora Aparecida dos Córregos. Existe um projeto de criar espaços para essas manifes- tações populares, para que possam ser vistas por crianças e jovens, e a tradição se perpetue por várias gerações. Qual é o seu sonho para região? Que todo esse crescimento proporcionado pela empresa possa ser feito de maneira ordenada, inteligente, com resgate das manifestações culturais, respeito às individualidades, atenção e carinho com as comunidades. Estamos trabalhan- do para que o empreendimento possa melhorar as condições locais e o modo de vida das pesso- as, gerando recursos para a região e compatibili- zando a cultura local e o meio ambiente com o desenvolvimento regional. Temos que equilibrar com sabedoria o desempenho econômico, o meio ambiente e as manifestações culturais, pois somente esse equilíbrio garante a sustentabilida- de da região, diminuindo ao máximo a pressão econômica local e garantindo a integridade e continuidade dos valores das comunidades. Ronaldo Guimarães

Existem canais específicos para conversar demos criar .../media/Files/A/Anglo-American... · das crianças por essas tradições. ... comemorativas, religiosas ou de cultos locais

  • Upload
    haquynh

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

ENTREVISTA

28

MINA E BENEFICIAMENTO SET/OUT/2010 . ESPECIAL

PUBLICAÇÃO DESTINADA ÀS COMUNIDADES DE RELACIONAMENTO DA ANGLO AMERICAN . ANO 2 . N° 8

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

MINERAÇÃO COM RESPEITO E RESPONSABILIDADE Programas desenvolvidos com as comunidades produzem uma diferença positiva em Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas e Dom Joaquim, onde estamos implantando o Projeto Minas-Rio

Existem canais específicos para conversar com as prefeituras e grupos organizados?

Sim. Para incrementar esse diálogo, estamos incentivando a criação de comitês. Eles são espaços em que as organizações governamentais e não governamentais podem se manifestar, cobrar uma satisfação da empresa. Por exemplo, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro criou a COPAGEM [Comissão Participativa para Acompanhamento de Grandes Empreendimentos Municipais], Alvorada de Minas está criando a sua e Dom Joaquim está utilizando o seu Conse-lho Municipal, que já havia sido criado anterior-mente. Outro canal são as comissões criadas pelas câmaras municipais, bem como as ONGs que atuam e pertencem à região.

Conceição do Mato Dentro é uma cidade tradicional no estado, com uma história rica. O que vem sendo feito para preservar as manifestações culturais da região?

É importante entender que as manifestações culturais pertencem à região. Estamos conver-sando com os representantes dos municípios, Ministério Público e ONGs, para implementarmos ações que permitam o resgate dessas manifesta-ções culturais. Por exemplo: poderíamos ensinar o folclore da região e manter grupos, principal-mente incentivando e despertando o interesse das crianças por essas tradições.

Dentro do programa de Apoio ao Turismo, buscamos levantar datas e símbolos religiosos típicos. A gente quer registrar as manifestações populares, algumas ligadas diretamente à coloni-zação portuguesa e à região. O barroco, as igrejas, o uso do adobe (tijolo de terra crua, água e palha). Isso tudo pode ser usado para atrair turistas para a cidade.

O que já vem sendo feito nesse sentido?

Estamos catalogando e buscando o desenvolvi-mento dessas manifestações populares. Preten-

demos criar alguns espaços onde essas manifes-tações possam ocorrer e também resgatar datas comemorativas, religiosas ou de cultos locais que tinham sido esquecidas. Em julho, por exemplo, a empresa ajudou em uma festa em Tapera que já não ocorria há mais de 30 anos. Em setembro, trabalhamos com uma manifestação em Córre-gos, a festa de Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora Aparecida dos Córregos. Existe um projeto de criar espaços para essas manifes-tações populares, para que possam ser vistas por crianças e jovens, e a tradição se perpetue por várias gerações.

Qual é o seu sonho para região?

Que todo esse crescimento proporcionado pela empresa possa ser feito de maneira ordenada, inteligente, com resgate das manifestações culturais, respeito às individualidades, atenção e carinho com as comunidades. Estamos trabalhan-do para que o empreendimento possa melhorar as condições locais e o modo de vida das pesso-as, gerando recursos para a região e compatibili-zando a cultura local e o meio ambiente com o desenvolvimento regional. Temos que equilibrar com sabedoria o desempenho econômico, o meio ambiente e as manifestações culturais, pois somente esse equilíbrio garante a sustentabilida-de da região, diminuindo ao máximo a pressão econômica local e garantindo a integridade e continuidade dos valores das comunidades.

Ronaldo Guimarães

EDITORIAL

FALE CONOSCO

TIRE SUAS DÚVIDAS

EMPRESA

SOMOS ANGLO AMERICAN

A Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American foi criada em 2008 a partir da aquisição do Minas-Rio, projeto em implantação, e do Sistema Amapá – já em operação na região Norte do país.

O Projeto Minas-Rio é atualmente o maior investimento mundial da Anglo American em volume de recursos. O projeto está orçado em US$ 4,5 bilhões e prevê a produção anual de 26,6 milhões de tonela-das de minério de ferro (pellet feed) a partir de 2013. Um mineroduto de 525 quilôme-tros de extensão, o maior em construção no mundo atualmente, fará a ligação entre a usina de beneficiamento, a ser instalada em Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, e o Porto do Açu, que está em fase adiantada de construção no município de São João da Barra, Rio de Janeiro.

A Anglo American é um dos maiores grupos em mineração e recursos naturais do mundo. Fundada em 1917, na África do Sul, a empresa acumula mais de 90 anos de experiência em mineração, período em que desenvolveu uma série de outras competências, entre elas o conhecimento nas áreas ambiental, social e de segurança do trabalho. É justamente para destacar seus diferenciais, que a empresa acaba de renovar a sua marca e de lançar o seu posicionamento de mercado: “Mineração e pessoas que fazem a diferença”. Este informativo Diálogo está de “cara nova”: traz a nova marca e as mudanças visuais que traduzem esse momento.

Publicação destinada às comunidades de relacionamento da Anglo American

– Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil | Coordenação: Comunicação

Empresarial | Comitê de Comunicação Comunidades Mina e Beneficiamento:

Astrid Hoffmann, Daniel Moreira, Décio Melo, Fernanda Lima, Júlia Chagas, Ra-

fael Costa, Sthefani de Oliveira, Tadeu Lacerda, Tereza Carvalho, Thiago Diniz

| Produção editorial: BH Press Comunicação | Projeto gráfico e diagramação:

AVI Design | Capa: Sérgio Dias, coordenador de Relacionamento com a Comu-

nidade da Anglo American, e Allan Augusto Galdino, proprietário da Pousada e

Restaurante Serra Velha em Conceição do Mato Dentro | Foto de capa: Sérgio

Tatarana | Tiragem: 4.500 exemplares

EXPEDIENTE

MUDANÇA TEM QUE SER PARA MELHOR

02 03

Entre as práticas que mantemos para ouvir a comunidade está o Sistema Fale Conosco. Ele reúne canais, como uma linha 0800, um endereço de e-mail, caixas de manifestações e atendimento direto à comunidade no posto instalado em São Sebastião do Bom Sucesso.

Através do Fale Conosco, qualquer pessoa da comunidade pode apresentar sugestões, críticas, reclamações, denúncias, elogios ou esclarecer alguma dúvida sobre a Anglo American e sua atuação. Todas as manifestações são registradas, tratadas (sempre que for o caso) e respondidas para os manifestantes que se identificam.

Sabemos que a chegada de um empreendimento minerário a uma localidade mexe com a vida das pessoas, com o ritmo das cidades e com o meio ambiente. Por outro lado, também gera recursos que movimentam a economia local, viabilizam investimentos em saúde, educação e infraestrutura, criam empregos, criam oportunidades de novos negócios, programas produtivos com as comunidades, abrem perspectivas para a população, ampliam horizontes.

Daqui a algum tempo, nossas famílias irão se mudar para a região. Por isso, também é nosso interesse pessoal ver a cidade crescer e prosperar.

Queremos que a implantação do Projeto Minas-Rio venha acompanhada de crescimento ordenado e inteligente, que considere não só os aspectos econômicos, mas também atenda às necessidades de preservação dos recursos da natureza, resgate das manifestações culturais, respeito às individualidades e atenção às comunidades.

Para isso, além de cumprir as condicionantes estabelecidas pelo órgão ambiental, vamos utilizar todo o conhecimento e experiência de uma empresa que tem 93 anos, atuação global, presença em 30 países, valores sólidos e compromisso com o desenvolvimento sustentável. Vamos nos valer também do diálogo permanente com as comunidades que nos acolhem, autoridades, órgãos governamentais, ONGs, representantes da sociedade civil das comunidades e demais parceiros.

Se você tem alguma dúvida, sugestão ou crítica sobre o trabalho que estamos realizando na sua cidade, procure a Anglo American, vamos conversar. Acreditamos que, só dessa maneira, poderemos construir relacionamentos capazes de fazer uma diferença positiva para todos nós.

Carlos Gonzalez

Diretor de Operações da Unidade de Negócio Minério de Ferro

• Prefeituras locais• Lideranças locais• Sociedade civil organizada• Associações comerciais locais• PMMG• FIEMG• DER

Entidades envolvidas

Programas Integradores Sustentáveis

Programa de Apoio ao Turismo

Programa de Saúde

Programa de Educação Ambiental

Programa de Segurança Pública

Programa de Desenvolvimento de Fornecedores PDIF

Programa de Readequação do Sistema Viário

Banco de Talentos Contratações Locais

Agência de Desenvolvimento

Regional

Programa de Apoio ao Migrante

Programa de Tratamento de Resíduos

PROGRAMAS/PROJETOS INTEGRADORES SUSTENTÁVEIS

ANGLO AMERICAN FALE CONOSCO | Urna 1

FALE

CO

NO

SCO

FO

RM

ULÁ

RIO

DE

MA

NIF

ESTA

ÇÕ

ES

DA

TA:

ESC

REV

A A

QU

I SU

A M

AN

IFES

TAÇ

ÃO

:

IDEN

TIFI

CA

ÇÃ

O:

(Voc

ê nã

o pr

ecis

a se

iden

tifica

r, m

as c

aso

quei

ra s

er r

espo

ndid

odi

reta

men

te, p

reen

cha

os d

ados

aba

ixo)

Nom

e:

MIN

ÉRIO

DE

FER

RO

• Telefone: 0800 9417100, ligação gratuita; • E-mail: [email protected]; • Escritório: rua Raul Soares, 158, Centro, Concei-ção do Mato Dentro/ MG • Posto de Atendimento: rua João Mariano, n°246, São Sebastião do Bom Sucesso, Conceição do Mato Dentro. Funcionamento: segunda à sexta-feira, das 8h às 12 horas e das 13h às 17 horas.

SERVIÇO

Arq

uivo

Ang

lo A

mer

ican

EMPRESA

04 05

VEJA O QUE CHAMAMOS DE MINERAÇÃO SUSTENTÁVELPara minimizar os impactos decorrentes do Projeto Minas-Rio, estamos implantando o Plano de Controle Ambiental (PCA) nos municípios de Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas, Dom Joaquim e Serro. O PCA é composto por 34 programas que se dividem em três grandes grupos: programas do meio físico, do meio biótico e do meio socioeconômico. O primeiro abrange questões do solo, água e atmosfera; o segundo, a flora e fauna; e o terceiro, aspectos da socioeconomia, como saúde, segurança, educação, infraestrutura, emprego e renda, moradia e economia de modo geral. Cada um segue cronograma próprio.

Em parceria com as comunidades, prefeituras, representantes da sociedade civil e instituições são identificadas as principais demandas de cada município, para que os projetos sejam realizados de acordo com as reais necessidades locais e regionais.

Vários convênios foram firmados e os primeiros resultados já começam a aparecer. O próprio informativo Diálogo, o Diálogo Rádio e o Fale Conosco, criados para manter as comunidades informadas sobre o Projeto Minas-Rio, fazem parte desse compromisso. Nesta edição especial, você confere quais são os programas do PCA e a fase em que se encontram.

A Parada Legal, voltada para a educação no trânsito, é uma das várias ações do Plano de Controle Ambiental

Conhecer a realidade socioeconômica dos municípios é uma ferramenta importante para orientar a gestão do empreendimento e averiguar se há necessidade de adotar outras medidas além daquelas já implementadas. Por isso, foi criado o Programa de Monitoramento dos Aspectos Socioeconômicos, que prevê uma série de pesquisas e entrevistas com a população afetada pelo empreendimento da Anglo American.

Ao todo, já foram ouvidas 2.290 pessoas em Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas, Dom Joa-quim e Serro. A primeira pesquisa, realizada em dezem-bro de 2009, foi feita com parte da população a ser reassentada e propriedades atingidas pela adutora. Entre janeiro e abril de 2010, foi a vez de entrevistar os moradores de povoados próximos ao empreendimento. Foram aplica-dos 100 questionários, o que corresponde a 20% da

população. A pesquisa com os moradores das sedes municipais foi iniciada em junho e fechada em agosto. Em setembro, foi concluída a pesquisa com as instituições locais.

Maura Bartolozzi Ferreira, diretora da Geonatura, empre-sa contratada da Anglo American, conta que os dados ainda estão sendo tabulados, mas que já é possível adiantar alguns resultados. “O comércio da região registra um aumento de clientela e de vendas. Também é possível notar que o comércio tem se equipado, fazendo investimentos para atender melhor a esses novos clientes.” O Programa prevê o monitoramento constante ao longo da fase de instalação do Projeto Minas-Rio. A próxima pesquisa de campo deverá acontecer no início de 2011, sendo que até lá serão coletados dados em diversas instituições sediadas nos quatro municípios.

UM PROCESSO QUE CONSIDERA AS PARTICULARIDADES DA REGIÃO

DIÁLOGO

Arq

uivo

Ang

lo A

mer

ican

Sérgio Tatarana

Programa de Monitoramento

dos Aspectos Socioeconômicos

ouve a comunidade

06 07

Para atender às demandas criadas pela chegada de técnicos e novos trabalhadores ligados ao Projeto Minas-Rio e reforçar a infraestrutura local e regional, contamos com o Programa de Saúde, que prevê a compra de equipamentos, a reforma de unidades de atendimento e o reforço das equipes médicas, entre outras medidas. O convênio para início do Programa já foi assinado.

Em Conceição do Mato Dentro, o convênio envolve a ampliação da policlínica com área de urgência, de três unidades básicas de saúde, além da contratação de uma equipe de profissionais do programa Saúde da Família, composta por médico, dentista, enfermeiro e técnicos. A parte arquitetônica já começou a

PROGRAMA DE SAÚDE TEM ENFOQUE NA PREVENÇÃO

ser desenvolvida e a previsão é de que seja concluída no início do ano que vem.

“Existem carências na área da saúde e o convênio vai ajudar a suprir essas necessidades. Principalmente a policlínica, com atendimento de urgência 24 horas, vai beneficiar muito a população”, diz a secretária de Saúde de Conceição do Mato Dentro, Márcia Rosa Otero.

Em Alvorada de Minas, a expectativa é grande. O convênio prevê a construção de uma unidade básica de saúde, de um laboratório de análises clínicas, a criação de uma sala de urgência e a compra de equipamentos para três unidades básicas de saúde localizadas em distritos próximos. “O convênio terá grande impacto. Os exames laboratoriais atualmente

SAÚDE

Em Conceição, equipe

de médicos e serviços de

vigilância da saúde estão

sendo reforçados

são enviados para análise em Diamantina, a 110 quilômetros de distância. O laboratório vai agilizar isso”, conta Danílio Cléssio Ferreira, secretário de Saúde de Alvorada de Minas. A reforma e a compra de equipamentos para as unidades de saúde da zona rural vão permitir o atendimento de cerca de 200 famílias. O convênio prevê a incorporação de mais um clínico geral e de um pediatra, especialidade até então inexistente no município. Em Dom Joaquim, o secretário de Saúde Huenerson Henrique Celestino está certo de que o convênio irá fortalecer o sistema de saúde local. “Somente com os recursos do município, não teríamos condições de realizar a reforma do hospital”, conta. Com isso, será reforçada a atenção primária não só para os trabalhadores migrantes, mas também para as famílias da região.

TRABALHO CONJUNTOO médico do trabalho da Anglo American João Massahud coordenou de perto a elaboração e a assinatura dos convênios com as prefeituras. Ele destaca que um dos enfoques do trabalho é a prevenção. Por isso a equipe de médicos e os serviços de vigilância da saúde estão sendo reforçados. Além disso, os três municípios estão recebendo veículos para o transporte de pacientes graves e equipamentos de informática. Outra iniciativa é a capacitação profissional. Um curso de atendimento em urgência traumática, com base em padrões internacionais, por exemplo, foi oferecido nos dias 22 e 23 de outubro a médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem dos três municípios. “O incremento da saúde foi uma necessidade levantada em diagnóstico realizado com a comunidade. Por isso, acreditamos que os benefícios serão enormes”, diz.

“O relacionamento empresa e comunidade tem sido muito bom. Existe um canal de diálogo aberto para definir as questões relativas à chegada da empresa ao município, para apresentarmos nossas reivindicações e para negociações equilibradas. Recentemen-te, foi assinado um convênio na área da saúde que vai fortalecer de forma significativa o setor. Conseguimos a contratação de uma equipe de médicos e algumas reformas já estão começando. Percebo que os moradores já estão entendendo isso. No princípio, foi um choque, mas hoje eles já percebem que a chegada da Anglo American vai contribuir para o desenvolvimento do município.”

Nelma Lúcia Cirino de Carvalho Vieira, prefeita de Conceição do Mato Dentro

Sér

gio

Tata

rana

Sérgio Tatarana

08 09

“O relacionamento com a Anglo American é muito bom, é um trabalho de parceria. A chegada da empresa traz impactos, mas também benefícios para a comunidade, principalmente na área da saúde, na manutenção de estradas e maquinário para obras. O crescimento maior será em Concei-ção do Mato Dentro, mas Alvorada de Minas vai sentir o reflexo disso e esperamos crescer com o turismo. A principal parceria é o convênio de saúde. Com os veículos novos, vamos buscar os pacientes em casa, na roça, e levá-los para a unidade de saúde ou para hospitais em Belo Horizonte ou Diamantina, por exemplo.”

Valter Antônio Costa, Prefeito de Alvorada de Minas

O Programa de Desenvolvimento de Fornecedo-res Locais é o mais antigo em desenvolvimento: teve início em março de 2008. Seu objetivo é qualificar pequenas e médias empresas da região para atender às demandas da Anglo American.

A primeira atividade foi um diagnóstico socioeconômico dos municípios de Serro, Dom Joaquim, Alvorada de Minas e Conceição do Mato Dentro. Nesse trabalho, foram avaliados 365 comerciantes, com negócios formais ou informais, a fim de identificar os nichos de mercado e o potencial das empresas e dos prestadores de serviço da região. Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o diagnóstico foi apresentado para a comunidade e mostrou algumas semelhanças entre os municípios.

“A maioria das demandas é comum. Se nos unirmos, teremos mais chance de sucesso em nossas ações”, afirma Wiler de Figueiredo, presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Dom Joaquim. A presidente da Associação Comercial e Empresarial de Conceição do Mato Dentro, Siomara Lages, concorda. “Juntos somos mais fortes para nos adequar à chegada do empreendimento”, relata Siomara.

O diagnóstico também serviu de base para a elabora-ção de um plano de ação, que inclui palestras e oficinas em parceria com as associações comerciais e as prefeituras. A mais recente, finalizada em agosto,

teve como tema a gestão financeira. “Isso contribui para despertar o interesse e a consciência para o empreendedorismo”, diz Amarílio de Oliveira, coordena-dor do Programa. “Esse não é um plano da Anglo American para os municípios, mas um trabalho cons-truído junto com eles”, ressalta.

Já é possível perceber uma mudança de comportamen-to. Os pequenos empreendimentos passaram a emitir nota fiscal, os restaurantes e pousadas se adequaram às normas sanitárias. “Além disso, as pessoas estão mais interessadas nas oportunidades que a empresa traz, vendo nelas uma chance de crescimento dos negócios”, reforça Amarílio.

UMA TRANSFORMAÇÃO QUE ESTAMOS FAZENDO JUNTOS

Siomara: juntos somos mais fortes

SAÚDE FORNECEDORES LOCAIS

08 09

Wiler: demandas são comuns

Programa tem o objetivo de fortalecer o comércio local

“Nosso relacionamento com a Anglo American está cada vez melhor. Firmamos três convênios com a empresa até agora: de saúde, de educação ambien-tal e de georreferenciamento. A saúde vive uma situação de caos nacional, por isso, a assinatura desse convênio deixou a população muito aliviada. O principal ponto é a reforma do nosso hospital, atendendo às exigências da vigilância sanitária. O Programa de Educação Ambiental será muito importante porque sabemos que a cultura de preservar o meio ambiente não é muito difundida na região. Sem dúvida, será fundamental para ajudar a preservar melhor nossos atrativos, como as cachoei-ras, os rios e a barragem. Em conjunto com a criação do nosso Plano Diretor, o Programa de Georreferen-ciamento será de suma importância, pois teremos mais dados para planejar a cidade.”

Romani Thomaz Frois, prefeito de Dom Joaquim

Fotos: Ronaldo Guimarães

Sérgio Tatarana

Ronaldo Guimarães Arquivo Anglo American

10 11

Para que um grande empreendimento como o Projeto Minas-Rio entre em operação, é necessário construir barragens, preparar local para receber estéril (rejeito resultante da mineração), abrir estradas, entre outras provi-dências. Algumas vezes, as áreas apropriadas para essas construções já estão ocupadas. Nesses casos, é necessário negociar um reassentamento, ou seja, a mudança de moradores para outro local, mantendo condi-ções idênticas ou superiores de trabalho e habitação. “É um processo delicado, mas necessário, que procuramos fazer com muito respeito e prestando atenção aos desejos das pessoas”, diz Sérgio Dias, coordenador de Relacionamento com a Comunidade.

RESPEITO EM PRIMEIRO LUGAR

A Anglo American obedece a quatro critérios para a escolha da nova terra a ser oferecida em uma negociação de reassentamento:

REASSENTAMENTO SEGUE CRITÉRIOS

• proximidade dos serviços básicos, como escola e postos de saúde;

• fertilidade da terra;

• disponibilidade de água e energia elétrica;

• desejo das famílias.

As ações relativas à aquisição de terras e ao reassentamento de famílias fazem parte do Programa de Negociação Fundiária. As famílias que serão reassentadas estão nos distritos de Mumbuca, Água Santa e Ferrugem dos municípios de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas. As primeiras negociações começaram a ser fechadas em agosto, após a realização dos cadastros das famílias e seu patrimô-nio, e da avaliação das terras.

Direitos garantidos“Buscamos mostrar às pessoas que essa é uma chance de melhorarem de vida e que o processo busca beneficiá-las”, explica Sérgio. As famílias recebem casa de tamanho igual à anterior ou maior, com água e energia elétrica. Se o morador possuía benfeitorias produtivas, como plantações, também é indenizado por elas. A empresa também providencia assistência técnica para desenvolver culturas agrícolas, assistência jurídica e cesta básica durante os dois primeiros anos, prazo que pode ser estendido após avaliação.

Para o consultor de Relações Institucionais Mário Cintra, contratado pela Anglo Ameri-can, a preocupação é garantir os direitos das famílias. “Sabemos que as relações sociais e econômicas serão alteradas com a chegada do empreendimento. Todo o nosso esforço no processo de reassenta-mento é para que as famílias, em suas novas moradias, tenham um nível de quali-

dade de vida igual ou melhor ao que tinham antes.” Sérgio Dias adianta que está sendo implantado o Programa de Reestruturação das Atividades Produtivas, com apoio às pessoas que quiserem desenvolver novas fontes de renda, através da agricultura familiar e da produ-ção de leite, queijo, cachaça artesanal e quitandas, que podem ser uma fonte de complementação ao orçamento familiar. Essas atividades serão desenvolvidas em conjunto com associações e cooperativas, com o objetivo de fortalecer ações com-partilhadas.

NEGOCIAÇÕES FUNDIÁRIAS

10

A Anglo American procura negociar com respeito e prestando atenção aos desejos dos moradores

Sérgio Tatarana

12 13

MEIO AMBIENTE

Osvaldo de Assis, o Vadinho, mora em Água Santa, distrito de Alvorada de Minas. Sua terra está em área de interesse da Anglo American e sua família será reassentada. O acordo, fechado em agosto, foi um dos primeiros a serem assinados. “Chegamos finalmente a um acordo ideal. Se as negociações continuarem como estão, todos sairão satisfeitos, mesmo que alguns sejam contra. Não esperava que as negociações fossem concluídas tão rápido. Espero que a Anglo American continue trabalhando no mesmo ritmo, para tudo se resolver bem.”

Vadinho, que trabalha basicamente com agricultura de subsis-tência (mandioca, milho, feijão) e criações (galinha, porco, gado), é líder da Comissão de Atingidos. Ele acredita que o modelo de reassentamento beneficiará as famílias. “Uma pessoa que morou e trabalhou a vida inteira na roça não pode ir para a cidade para passar fome. Tem gente que nunca morou na cidade e não saberia administrar o dinheiro de uma indeniza-ção. O dinheiro ia acabar e a pessoa ia morar na rua, por isso é melhor receber a terra”, diz.

Daniel Pimenta de Castro, que também mora em uma área de interesse no distrito de Água Santa, está aguardando a equipe de negociação. Ele, a esposa e a filha já receberam a proposta inicial e estão ansiosos para começar a vida nova. “Ainda não olhamos um novo terreno, mas queremos que seja mais perto da cidade, com terra boa para plantações e criações”, planeja.

“O IMPORTANTE É TUDO SE RESOLVER BEM”

“Eu fiz a negociação com a Anglo American e estou muito satisfeita. O processo foi tranquilo, o pessoal da empresa foi cuidadoso, educado, me tratou bem. A minha nova casa está sendo construída e estou ansiosa para que ela fique pronta. Ela está em um terreno que eu mesma escolhi, perto da casa do meu irmão, na roça. Vivi toda a minha vida na roça, estou acostumada, quero continuar.”

Josefina Soares Pimenta, D. Fininha, moradora de Água Santa, distrito de Alvorada de Minas

“A empresa soube compreender o nosso lado, soube nos escutar, a gente entendeu o lado deles. Ainda não escolhi o local da nova casa, mas busco uma terra boa, onde eu possa fazer plantações, e que seja mais próxima da cidade. A expectativa é grande porque a gente está sempre procurando mudar para coisa melhor. No geral, acho que as pessoas estão satisfeitas.”

Edmilson dos Santos Monteiro, morador de Água Santa, distrito de Alvorada de Minas

Vadinho: satisfeito com o

desfecho rápido da negociação

MÃO DE OBRA LOCAL

13

ela enviou seu currículo para a empresa e, quando surgiu uma vaga com seu perfil, foi chamada a participar do processo de seleção. Hoje, ela trabalha como recepcionista no escritó-rio da Anglo American. “Já estou aqui há quase três anos e vejo chances de crescer. Estou muito satisfeita: quem não quer ter sucesso profissional no lugar em que nasceu? Conheço várias pesso-as da comunidade que estão trabalhando na Anglo American ou em suas contratadas. Tam-bém conheço pessoas que moravam fora e agora estão voltando para cá, aproveitando o cresci-mento da cidade”, conta.

Beatriz trabalha no

escritório de Conceição

do Mato Dentro e quer

crescer com a empresa

Os trabalhadores que moram na região do empreendimento têm prioridade na hora da contratação. Essa política da Anglo American é seguida também por nossas contratadas. “A orientação tem como objetivo valorizar o trabalha-dor local, evitando fluxos migratórios e a geração de um passivo social para o município”, destaca o analista de Meio Ambiente Tadeu Lacerda.

O trabalho com as contratadas é um destaque do Programa de Priorização de Mão de Obra Local. Uma cláusula no contrato garante o aproveitamento e a capacitação da força de trabalho da região. Todo fim de mês, elas encami-nham uma prestação de contas para a Anglo American, em que apontam a porcentagem de mão de obra local contratada e justificam as contratações fora da região.

Para auxiliar as contratadas na escolha dos profissionais, a Anglo American mantém um Banco de Talentos, onde todos os currículos recebidos pela empresa e pelas terceirizadas são organizados e arquivados. Quando surge a vaga, os candidatos com o perfil e a qualificação necessários para a função são chamados para participar da seleção. Danielli Vianna, da área de Recursos Humanos, lembra que as vagas também são divulgadas em rádio, no informativo Diálogo Extra e em cartazes espalhados pela região. Por isso, é importante ficar atento.

CrescimentoBeatriz Pires Ferreira não deixou a oportunidade escapar. Moradora de Conceição do Mato Dentro,

MORADORES NÃO DEIXAM OPORTUNIDADE ESCAPAR

A Anglo American recebe currículos por e-mail ([email protected]). Na contratada Integral Engenharia, você pode enviar seu currículo por e-mail ([email protected]) ou deixá-lo na rua Bias Fortes, n° 106/sala 6, no Centro de Conceição do Mato Dentro. A terceirizada ARG recebe currículos na rua Raul Soares, n° 107, Centro, também em Conceição do Mato Dentro.

COMO MANDAR O SEU CURRÍCULO

Ronaldo Guimarães

Ronaldo G

uimarães

14 15

MÃO DE OBRA LOCAL

14

“Deixei meu currículo na Anglo American, ele foi avaliado e me chamaram para uma entrevista. Acabei conseguindo a vaga de motorista, como contratado pela Multiservice. Atendo diretamente a diretoria da Anglo American. Gosto muito do trabalho e das pessoas, são todas educadas, prezam muito a segurança. Nasci e cresci em Conceição e, como eu, conheço várias pessoas que estão trabalhando para a empresa. Algumas não tinham perspectiva profissional e agora têm renda e estão fazendo cursos para melhorar. Muitos jovens e adultos estão voltando para casa, para trabalhar aqui. A cidade está melhorando demais.”

Rodrigo Dias de Souza - motorista

TREINAMENTO E EMPREGO PARA QUEM É DA REGIÃO O Programa de Capacitação da Mão de Obra Local busca preparar os trabalhadores da região e aumentar suas chances de contratação nas vagas criadas pelo Projeto Minas-Rio. Serão oferecidos cursos e treinamentos, organizados em parceria com entidades como o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senai). As aulas vão acontecer em Conceição do Mato Dentro, no Ginásio São Francisco, que está sendo reformado para se transformar em um Centro de Capacitação Profis-sionalizante.

“Os cursos irão capacitar profissionais para atuar no empreendimento e também para o mercado local. Um eletricista treinado poderá, por exemplo, prestar

serviços para a Anglo American ou cuidar das instala-ções prediais no município. Também serão oferecidos cursos de corte e costura, culinária, entre outros, que serão absorvidos pela comunidade em função do crescimento da região”, diz a gerente de Recursos Humanos da Anglo American, Claudiana Silva.

As obras, financiadas pela empresa, começaram em agosto de 2009 e a parte destinada ao Senai já está pronta. “A reforma das outras áreas, destinadas à Mitra Diocesana de Guanhães e à Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, foram iniciadas em setembro e a previsão é que sejam finalizadas em janeiro de 2011”, conta Alexsander Corrêa, gerente de Infraestrutura.

Alexsander Corrêa nas obras do Ginásio São Francisco, onde funcionará o Centro de Capacitação Profissionalizante, com aulas ministradas pelo SENAI

Segunda casaO Ginásio São Francisco, fundado em 1918 com o nome de Colégio Agrícola São Francisco, faz parte da história de Conceição do Mato Dentro. Ofere-ceu ensino primário, ginasial e foi internato de meninos. Está desativado desde a década de 1980. Para contar essa história, a Anglo American e a Mitra Diocesana de Guanhães vão construir um centro de memória e publicar um livro sobre o Ginásio.

Serão reunidos documentos, fotos, equipamentos e objetos que foram utilizados na escola. A pro-posta é de que a história seja contada por quem passou por lá, como o ex-aluno e ex-professor Antônio Magno Evangelista, 66 anos. Ele se emociona com as lembranças, principalmente com as aulas de canto e os corais, da época de estu-dante, e as excursões com alunos para pesquisas de campo no bosque, da época de professor. “O Ginásio era como minha segunda casa”, resume.

Flavita Valsani

Ronaldo Guimarães

A Anglo Amenrican mantém dois grandes grupos de programas voltados para o meio físico (ar, água e solo) e o meio biótico (flora e fauna). “São projetos que envolvem vários aspectos do empreendimento. Alguns começaram antes do início das atividades de implantação, outros serão desenvolvidos na implantação e estendidos para etapas futuras”, conta a gerente de Meio Ambiente e Assuntos Territoriais, Flávia Rodrigues.

Com relação ao meio físico, uma das principais ações é o acompanhamento das obras por equipe especializada da Anglo American e contratação de uma empresa para avaliar questões que vão desde o controle de processos erosivos do solo até a reabilitação de áreas alteradas. Para o desenvolvimento das atividades de fiscalização

CUIDADOS QUE FAZEM TODA A DIFERENÇA

ambiental, foi elaborado um sistema de acompanhamen-to, com emissão de relatórios semanais. Os relatórios são avaliados por equipe multidisciplinar da Anglo American, formada por profissionais das áreas de meio ambiente, engenharia, relacionamento com a comunidade, coorde-nadores de projetos, entre outros. “A partir desse docu-mento, são elaborados planos de ação para solucionar questões ou estabelecidas ações para melhoria no desenvolvimento de atividades, por exemplo, ajustes em cronogramas de revegetação e instalação de sistema de drenagem provisório”, explica Flávia.

Também foram contratadas empresas especializadas para o desenvolvimento de atividades de monitoramen-to, tais como controle das emissões atmosféricas (ar),

monitoramento de ruídos e atividades de supressão vegetal.

ÁGUAO monitoramento dos recursos hídricos é outra ação importante. Desde 2007, a Anglo American realiza estudos sobre a quantidade e a qualidade da água disponível na região. De acordo com José Centeno, gerente de Recursos Hídricos da Anglo American, esse trabalho é importante para se ter uma referência das características desses recursos hídricos antes da opera-ção e para que elas possam ser mantidas em condições adequadas, respeitando as leis e a comunidade.

“Não adianta colocar uma bomba e esgotar todo o recurso da região. Se for assim, a própria Anglo Ameri-can não terá água daqui a alguns anos. Queremos trabalhar de forma equilibrada e sustentável, garantindo que não irá faltar água e que sua qualidade não será afetada”, afirma Centeno. Ele destaca que a empresa faz parte do Comitê da Bacia do rio Santo Antônio, fórum em que são discutidas questões referentes à preservação e utilização das águas.

A cada três meses, um relatório com informações sobre o tema é gerado e enviado ao órgão ambiental competente. “Não existe projeto com tantas informações para a tomada de decisões sobre recursos hídricos. A água é uma questão estratégica para o projeto e vamos cuidar para garantir uma convivência harmônica com todos os usuários”, diz.

FLORA E FAUNAPara cuidar da flora e da fauna da região, uma das principais ações são as atividades de resgate da flora. Para receber as plantas e as sementes, foram instalados viveiros de espera e de produção de mudas. Esses viveiros são estruturas montadas na própria região, em uma proprieda-de denominada Fazenda Taquaral, que recebem espécies da flora coletadas nas áreas do empreendimento. Um grupo de 18 especialistas recolhe as sementes e produz as mudas que, no futuro, serão reintroduzidas no ambiente, compondo as atividades de recuperação de áreas afetadas e em plantios compensatórios.

No caso da fauna, todo o desenvolvimento das atividades

é acompanhado por quatro grupos de técnicos especiali-zados. Flávia Rodrigues explica que a estratégia é o afugentamento: primeiro é feita uma varredura em busca de ninhos e pequenos animais e depois se utiliza o próprio barulho dos equipamentos para provocar o afugentamento das espécies ainda localizadas na área. A captura é feita apenas em último caso ou quando são encontrados animais machucados. A Anglo American montou um Centro de Apoio situado na mesma proprie-dade do viveiro para o tratamento desses animais. Um veterinário fica à disposição da empresa para ajudar nesses procedimentos.

Também são desenvolvidos trabalhos de monitoramento das áreas espeleológicas (cavernas) e arqueológicas (locais com vestígios de antigas civilizações). A gerente destaca outra vertente do trabalho. “Buscamos um resgate também da cultura e história da região. Para isso, está sendo construído um Centro de Referência Cultural e Ambiental. Vamos trabalhar com a preserva-ção de datas, festas e tradições das comunidades, valorizando e respeitando a cultura local através da preservação da memória.”

Plantas e sementes coletadas são

levadas a viveiros de mudas da

Anglo American

Espécies resgatadas são levadas para os viveiros de mudas, onde

recebem cuidado antes de voltar ao meio ambiente

16 17

MEIO AMBIENTE

Flavita Valsani

Ronaldo Guimarães

Vamos trabalhar para sensibilizar trabalhadores e comunidades vizinhas para as questões ambientais, por meio do Programa de Educa-ção Ambiental (PEA). A duração prevista para o programa é de cinco anos.

A primeira etapa do PEA foi a assinatura de convênios com as secretarias de Educação dos municípios, cujo principal objetivo é capacitar professores das redes estadual e municipal de ensino e permitir a participação de representan-tes do município na implantação de ações destinadas à educação ambiental.

Segundo Maura Bartolozzi Ferreira, diretora da Geonatura, empresa contratada da Anglo American, o programa é abrangente e tem quatro vertentes principais: uma direcionada ao público interno, ou seja, os empregados da empresa e de suas contratadas; uma para o público externo, que são as comunidades das áreas de influência direta do projeto Minas-Rio, e outra voltada à comunidade de influência indireta. A quarta vertente está ligada à popula-ção das comunidades reassentadas.

O objetivo do programa é trabalhar a conscienti-zação dos diversos públicos sobre a importância do equilíbrio ambiental, tratando temas como coleta seletiva, importância da preservação do meio ambiente e saúde pública, dentre outros.

MEIO AMBIENTE SERÁ TEMA TRATADO NAS ESCOLAS E NA EMPRESA

NOVO DESTINO PARA O TURISMO

Cachoeiras, trilhas, festas religiosas, igrejas e culinária típica. As pessoas que visitam os municípios de Dom Joaquim, Alvorada de Minas e Conceição do Mato Dentro têm muitas opções de passeio e lazer. Para incentivar o desenvol-vimento do turismo nesses locais, foi criado o Programa de Apoio ao Turismo, que busca oferecer suporte e orienta-ção à gestão dessa atividade na região.

O Programa começou a ser implantado no início de 2010. A primeira ação foi um diagnóstico rápido participativo. Como explica o consultor Milton Pereira Dias Júnior, da Geonatura, empresa contratada da Anglo American, o objetivo foi identifi-car os pontos fortes e as fragilidades do setor a partir da opinião das pessoas envolvidas com o turismo na região. “São pessoas que conhecem a realidade local e que podem contribuir com suas experiências”, diz.

ConselhosA próxima etapa é a estruturação de conselhos municipais de turismo, entidades que vão assessorar a gestão da atividade turística junto com as prefeituras. “Esses conselhos são importantes porque realizam a mediação de esforços entre o poder público municipal, o setor privado e a socieda-de civil. Eles auxiliam e orientam a política municipal de turismo através de planos, programas e projetos para contribuir com o desenvolvimento turístico da região, o que garante vida longa ao projeto”, diz Milton. A previsão é de que os conselhos sejam estruturados ainda este ano, mas isso depende da agenda dos municípios. Também estão previstas oficinas para criação de um plano municipal de turismo e de um fundo municipal de turismo.

TURISMO

18 19

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos

Pretos em Conceição do Mato Dentro

MEIO AMBIENTE

Jorg

e S

anto

s

Arq

uivo

Ang

lo A

mer

ican

Luiz Cláudio Ferreira de Oliveira

Convênio com escolas vai levar a educação ambiental para as salas de aula

Vista da Serra do Espinhaço

“Fui secretário de Meio Ambiente e Turismo em Conceição do Mato Dentro por 11 anos. Ajudei a criar a própria secretaria e todo o sistema de meio ambiente e turismo e os programas nestas áreas. Conheço todo o trabalho desenvolvido pela Anglo American desde o primeiro minuto e fui uma das testemunhas que vivenciaram todo o processo de perto e que discutiram e propuseram várias medidas para o benefício de nossa sociedade regional. Posso dizer que houve um amadurecimento do processo deste empreendi-mento, o que é uma consequência do aprendizado vivenciado pelas pessoas. Uma comunidade é feita de pessoas. E as empresas também. Por isso, uma sinergia entre a empresa e a comunidade é fundamental para que todos ganhem com o processo e não somente a empresa ou certos grupos. Isso é uma mudança de paradigma. Conheço algumas regiões no mundo e várias que lidam com a atividade de mineração. Precisamos aprender com os erros e acertos de outros povos e outras regiões. Percebo que o diálogo flui melhor entre as partes e observo o relacionamento transparente e construtivo que o interlocutor da empresa vem construindo na região, o que é algo essencial e estratégico para o nosso futuro. Mas ainda é necessário um grande esforço conjunto e compartilhado por parte dos municípios para se organizarem, prepararem e conviverem positivamente com o empreendi-mento. Também é preciso que a empresa faça sua parte para implantar e operar este empreendimento com base numa sustentabilidade social, ambiental e econômica.

A Anglo American tem, em nossa região, uma excepcional oportunidade de praticar um novo modelo de mineração e exemplificá-lo para o mundo.

Mas cabe a cada um de nós fazer nosso dever de cidadãos, gestores ou empresários. Não há no mundo nenhum processo social e grupal que tenha obtido êxito com segregação ou com divisão de forças. Devemos estar juntos, acredito.”

Luiz Cláudio Ferreira de Oliveira, presidente da ONG Instituto Espinha-ço – Biodiversidade, Cultura e Desenvolvimento Socioambiental.

DEPOIMENTOS

20 21

“Alvorada de Minas tem várias opções para os visitan-tes, como trilhas dentro da mata atlântica, cachoeiras e as famosas festas do Rosário, que acontecem na sede e no distrito de Itapanhoacanga. Mas a atividade ainda não se estruturou na região. O Programa de Apoio ao Turismo vai preparar as pessoas para receber melhor os turistas. Dessa forma, quem vem a primeira vez volta sempre.”

Leandro Aguiar, secretário de Meio Ambiente, Cultura, Turismo e Desenvolvimento Sustentável de Alvorada de Minas.

Arquivo Anglo American

“A chegada da Anglo American melhorou o comércio em Conceição. O movimento de hóspedes na minha pousada, que antes era restrito aos finais de semana, passou a ser constante, com o atendimento a empregados da empresa e de contra-tadas.”

José Antônio Borela de Castro, dono de pousada em Conceição do Mato Dentro.

Ronaldo Guimarães

“O mais importante dessa interação que ocorre entre empre-endedor, comunidade, poder público e comissões é a forma como os diálogos acontecem: eles são objetivos e muito francos. Tivemos recentemente membros da Comissão Participativa para Acompanhamento de Grandes Empreendi-mentos Municipais, a Copagem, visitando as operações da Anglo American no Amapá. Observamos de perto os critérios de segurança, o respeito ao meio ambiente e a preocupação com as questões sociais. Esperamos de fato que tal zelo seja aplicado aqui também.”

André Segantini Marques, presidente da Copagem e Secretário de Meio Ambiente e Turismo de Conceição do Mato Dentro

Ronaldo Guimarães

Jorge Santos

Ronaldo Guimarães

“Uma iniciativa muito importante é a construção do laticínio, um projeto do sindicato, de cooperativas e da Emater, financiado pela Anglo American. Para ser vendido, o leite deve ser pasteurizado e hoje não conseguimos fazer isso. Com o beneficiamento, vamos conseguir escoar quase toda a produção, que será vendida por um valor maior”.

Mário Lúcio Reis Saldanha, o Mário do Leite, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Conceição do Mato Dentro

O QUE ELES DISSERAM

Estamos assinando convênios para obras nas estradas vicinais, que são responsabilidade dos municípios

22

Foram firmados convênios com os municípios e com o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). A ação faz parte do Programa de Readequação do Sistema Viário. Algumas obras serão feitas pelo DER-MG e outras, principalmente ligadas à manutenção, estão sendo assumidas pela empresa. Também estão sendo assinados convênios para obras nas estradas vicinais, que não têm cober-tura do Estado e são de responsabilidade do municí-pio. “Não adianta investir em viaturas e ambulâncias se os veículos não conseguem se deslocar e atender rapidamente a uma demanda por causa das condi-ções de ruas e estradas”, justifica Newton Viguetti,

gerente-geral de Desenvolvimento Sustentável e

Licenciamento da Anglo American.

O secretário de Obras de Conceição do Mato Dentro, Geraldo Assis de Araújo Queiroz, acredita

que essa é uma preocupação importante. Ele conta

que o município já está sentindo os primeiros efeitos

do empreendimento, como o aumento populacional, e

que a Prefeitura encontra dificuldades para atender

às demandas de infraestrutura. “Sabemos que os

recursos vão chegar, mas eles ainda não entraram.

Por isso, é importante que empresa e município

conversem mais para chegar a acordos”.

FACILIDADE PARA IR E VIR

SISTEMA VIÁRIO E INFRAESTRUTURA

Obras em estradas melhoram a

infraestrutura dos municípios

22 23

Saúde, segurança e educaçãoOutras necessidades de infraestrutura estão previstas no Programa de Ade-quação da Infraestrutura Urbana, que engloba uma série de ações para garantir que as demandas decorrentes do aumento populacional não prejudiquem a quantida-de e a qualidade do atendimento até então oferecido à população local.

“Firmamos alguns convênios que incre-mentam essa infraestrutura, não só aquela da qual o empreendimento vai precisar”, diz Newton Viguetti. Um exemplo é o convênio com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), que prevê a doação de viaturas para a patrulha da região. Elas estão sendo entregues à Secretaria de Segurança do Estado de Minas Gerais, responsável por distribuir os veículos de acordo com as necessidades.

“O relacionamento da empresa com a comunidade é muito bom, especialmente na área da saúde. A pedido da Câmara Municipal, e por meio de um convênio firmado, serão contratados médicos e coberta parte das despesas com a reforma do hospital. O diálogo flui e todas as vezes que procuramos a empresa eles estão dispostos a ouvir. Conceição do Mato Dentro é uma cidade com mais de 300 anos que estava parada no tempo. Claro que o empreendimento não trará apenas consequências positivas, mas, no geral, acredito que a cidade está ganhando com a iniciativa”.

Ildeu Simões da Silva, presidente interino da Câmara Municipal de Conceição do Mato Dentro

Arquivo Anglo American

Arquivo Anglo American

Ronaldo Guimarães

Os trabalhadores que chegam à rodoviária de Conceição do Mato Dentro contam com uma assistência especial da Anglo American. Foi instalado no local um Posto de Atendimento ao Migrante (PAM), onde um representante da empresa recolherá informações sobre sua situa-ção, origem e qualificação profissional.

A partir dessa primeira conversa, as pessoas com capacitação para trabalhar nas obras serão orientadas sobre como agir. Aquelas que não tiverem o perfil receberão a assistência necessá-ria. Uma unidade do PAM também será instalada na rodoviária de Dom Joaquim.

A ação é parte do Programa de Orientação ao Migrante, iniciativa que tem como objetivo orientar

essas pessoas e evitar o afluxo migratório para os municípios onde o Projeto Minas-Rio está sendo implantado. Como destaca Maura Bartolozzi Ferreira, diretora da Geonatura, empresa contrata-da da Anglo American, a medida ajuda a minimizar os impactos relacionados com o aumento de demanda da infraestrutura pública, habitação, entre outros. “Com esse Programa, as pessoas que chegarem à cidade e não tiverem o perfil para obter emprego terão a chance de retornar à cidade de origem, causando menos impacto para o município”.

Todas as pessoas que trabalham no PAM são de Conceição do Mato Dentro. Assim, o Programa também contribui para a geração de emprego e renda para quem reside no município.

ATENÇÃO PARA QUEM VEM DE FORA

ORIENTAÇÃO AO MIGRANTE

Programa orienta pessoas que chegam a Conceição do Mato Dentro em busca de emprego

24

QUEREMOS FAZER UMA DIFERENÇA POSITIVA NA COMUNIDADEA vizinhança é sempre um lugar especial, que queremos ver

bem cuidado e tratado com carinho. Essa também é a

posição da Anglo American em relação às comunidades de

Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas e Dom

Joaquim. Por isso, estamos empenhados na construção

conjunta de projetos e na implementação de programas que

vão garantir a preparação dos municípios para o

desenvolvimento duradouro. Nesta entrevista, o gerente-

geral de Desenvolvimento Sustentável e Licenciamento,

Newton Viguetti, que está à frente de todos os programas

socioambientais da empresa, fala sobre o cuidado na

elaboração de cada programa, que é acompanhada por ele,

passo a passo, até a sua implantação. Ele fala também

sobre os planos para a região, os desafios de implantá-los e

um sonho: ver o Projeto Minas-Rio em operação, mostrando

que é possível equilibrar a preservação do meio ambiente,

expressões culturais e o desenvolvimento econômico.

ENTREVISTA

O gerente-geral de

Desenvolvimento

Sustentável e

Licenciamento, Newton

Viguetti

25

Sérgio Tatarana

Ronaldo Guimarães

26 27

O apoio a manifestações culturais ajuda os moradores a não esquecerem suas origens

Diálogo: Como a empresa está trabalhando para obter a licença de instalação da mina e do beneficiamento, que permitirá a conclusão do projeto Minas-Rio em Con-ceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas e Dom Joaquim?

Newton Viguetti: As licenças são importantes porque validam os nossos compromissos não só com a legislação ambiental, mas também com os municípios e as comunidades. Afinal, vamos nos mudar para a região, essa também é a nossa casa. Estamos trabalhando para cumprir as condicionantes definidas pelos órgãos ambien-tais, com a participação das comunidades. Grande parte dessas condicionantes já começou a ser cumprida na fase da Licença Prévia (LP) do empreendimento. Atualmente, temos todas as condicionantes de LP cumpridas e todas as condicionantes de Licença de Instalação (LI) foram apresentadas ao órgão ambiental que, agora, está analisando esse material. Estamos aguardando o parecer técnico. Ainda existem pendências relacionadas à negociação de terras, com áreas que precisam ser adquiridas para completar o processo, mas acreditamos que tudo

estará resolvido de forma a garantir a continuida-de do projeto Minas-Rio.

Como a empresa está lidando com a nego-ciação de terras?

Acredito que elas devam ser pautadas no cuidado, respeito e diálogo. Estamos conversando com as comunidades, escutando as dúvidas e os desejos. Mesmo porque existem algumas negociações que envolvem permuta e aquisição de áreas. Então, é preciso ouvir. Não adianta simplesmente comprar a propriedade, sem se preocupar com o destino das pessoas e suas atividades futuras. É importante ajudar esses moradores a adquirir outras proprieda-des, oferecer o apoio da empresa, negociar parte em dinheiro e parte em terra para que eles fiquem amparados. Isso também ajuda na fixação do homem no campo e no fortalecimento da agricultura familiar. O Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais acompanharam de perto todas as negociações e as validaram juntamente com a Pastoral da Terra. Isso nos dá a garantia de que estamos no caminho certo, pautados na verda-de, transparência e respeito.

Alguns reassentamentos já estão previs-tos. Como a empresa está conduzindo esse processo?

A grande preocupação é desenvolver esse trabalho com carinho, dignidade e respeito, buscando com sabedoria a satisfação das famílias que terão de deixar sua residência por uma necessidade do projeto. Para isso, identificamos as áreas onde elas vão poder continuar o trabalho que já desenvolviam, de forma mais organizada. Também incentivamos a criação de associações e cooperativas, que são uma forma de elevar a renda média das famílias, sem que elas tenham que mudar de atividade. O modelo que queremos implantar tem o objetivo de auxiliar essas famílias a continuar com seu trabalho, independentemente do empreendimento.

Quais têm sido os desafios para a implan-tação dos programas do Plano de Controle Ambiental (PCA)?

Existem desafios que acredito não serem dos programas, mas do projeto. Um dos grandes compromissos da empresa, e meu também, é realizar os programas de acordo com a especifi-cidade e com a relevância ambiental da região. Por exemplo, o nosso programa de recursos hídricos tem que levar em consideração que estamos na Serra do Espinhaço, em uma vertente da bacia do rio Santo Antônio e da bacia do rio Peixe. Não queremos prejudicar as outras pesso-as que utilizam essa água ou mesmo esgotar o recurso - o equilíbrio sustentável desse recurso ambiental é uma grande preocupação da empre-sa. Já temos o mapeamento completo de todas as nascentes e de todos os recursos hídricos da região, o que nos permite fazer um melhor gerenciamento das águas. Outro exemplo: temos um programa do qual me orgulho muito que é o resgate da memória biológica da área em que iremos fazer a intervenção. O trabalho consiste em resgatar as espécies da região e marcar o ponto onde foram coletadas para, quando a mina se exaurir, você devolver as plantas exatamente para o local onde elas estavam.

Já há resultados? Quais são os mais im-portantes?

Temos algumas ações com a comunidade em fase final, como a fábrica de ração em Alvorada de Minas. Ela será o carro-chefe do desenvolvi-mento comunitário e é fruto de um convênio entre a associação dos produtores, a Prefeitura, a Emater e a Anglo American. A proposta é que a ração seja repassada aos produtores rurais, via associação, para melhorar a qualidade do leite e, consequentemente, do queijo. Também estamos negociando a instalação de um laticínio na região em parceria entre a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro e o Sindicato dos Produtores Rurais, para dar um destino nobre e adequado para o leite da região, o que vai aumentar e estabilizar seu valor. Outros resultados importantes dizem respeito aos programas de meio físico, biótico e arqueológico. Já conseguimos um índice muito alto nos resgates da flora, com a instalação do viveiro de mudas. Também estamos com um sistema de controle e monitoramento de vibra-ções instalado e com um programa de resgate arqueológico em andamento com diversos artefatos resgatados e catalogados. O Centro de Referência está em fase de implantação e os projetos de socioeconomia em perfeito andamen-to. Os resultados nos encorajam e demonstram a retidão do caminho que estamos seguindo.

Como a comunidade está sendo informada sobre o Projeto?

É muito importante que as pessoas conheçam o projeto e se pronunciem. Existem alguns veículos, como os programas de rádio semanais em que a empresa dá seus avisos e informa as pessoas. Estamos pensando em abrir um espaço nesses programas para a comunidade se manifestar também. Temos os jornais Diálogo, distribuído gratuitamente na comunidade e o Fale Conosco, em que oferecemos vários meios, inclusive uma linha 0800. Através dela, as pessoas dão o seu depoimento, fazem reclama-ções, elogios ou sugestões. E temos as equipes de relacionamento com a comunidade que trabalham no campo, conversando diariamente com as pessoas.

Luiz Cláudio Ferreira de Oliveira