41

EXPANSÂO URBANA DE CASCAVEL - diaadiaeducacao.pr.gov.br · ensino participantes do GTR- Grupo de Trabalho em Rede. Assim a Geografia ... e mestrando do curso de Geografia ... e o

Embed Size (px)

Citation preview

EXPANSÂO URBANA DE CASCAVEL: poder público e infraestrutura urbana

Lidia Andrejewski Farhat1

Reinaldo Aparecido de Lima2

Resumo

Nos últimos anos a cidade de Cascavel (PR) tem apresentado significativas transformações socioespaciais, especialmente na porção oeste, onde vários empreendimentos mudam aquele espaço, trata-se da área de expansão urbana prevista no Plano Diretor3 vigente, porém poucos conhecem tais orientações. Esta foi a motivação que nos levou a desenvolver o Projeto de Intervenção Pedagógica na escola sob o título de Expansão Urbana de Cascavel: poder público e infraestrutura urbana, com o objetivo de compreender as transformações do espaço urbano na referida área,como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder, bem como, conhecer através de pesquisas as leis que orientam a organização do espaço urbano, a identificar a estrutura existente na área de expansão e entender os elementos que definem a expansão na área em questão. Foram desenvolvidos diversos estudos com diferentes metodologias voltadas para a compreensão da proposta e envolveu alunos da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Wilson Joffre, nesta cidade, bem como, professores da rede estadual de ensino participantes do GTR- Grupo de Trabalho em Rede. Assim a Geografia cumpre com as determinações dasDCEs – Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná, que coloca a disciplina como essencial na formação e valorização humana política e social do cidadão construtor das relações espaciais, nas mais diferentes escalas e dimensões da sociedade e do espaço geográfico.

Palavras-chave:urbanização; Plano Diretor; expansão urbana.

1Pós graduada em Planejamento Educacional pela UNIVERSO – Universidade Salgado de Oliveira

(RJ), e Educação Ambiental pelo IBPEX – Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão, Graduada em Geografia pela UEPG, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Professora do Colégio Estadual Wilson Joffre – Cursista do PDE - E-Mail [email protected]

2 Bel. pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), professor substituto na Unioeste (Universidade

Estadual do Oeste do Paraná) e mestrando do curso de Geografia da Unioeste – Campus de Marechal Cândido Rondon – Orientador - E-Mail [email protected] 3Plano Diretor é um instrumento através do qual o poder público municipal, agindo estritamente dentro

de sua esfera de competência (art. 30, inc. VIII, e art. 182, § 1º, ambos da Constituição Federal), estabelece as regras para o adequado controle do uso, parcelamento e ocupação do solo urbano.

1 Introdução

Este artigo corresponde à última etapa do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, da SEED- Secretaria de Estado da Educação do estado do

Paraná, e tem como objetivo relatar a implementação do Projeto Pedagógico na

Escola denominado “Expansão Urbana de Cascavel: poder público e infraestrutura

urbana”, as dificuldades encontradas e os resultados finais, bem como a

participação e contribuição de professores através do GTR- Grupo de Trabalho em

Rede, promovido pelo mesmo programa. O referido projeto foi desenvolvido com

alunos da 2ª série do Ensino Médio regular do turno da manhã, do Colégio Estadual

Wilson Joffre, nesta cidade, no decorrer de setembro a novembro de 2011.

Optar pelo tema cidade, enfocando a expansão urbana, foi um tanto

desafiador, por tratar-se de um assunto amplo, complexo, polêmico, curioso e que

trás muitas reflexões. Porém, a oportunidade ofertada pelo PDE, nos levou a

desenvolver o projeto, a partir de uma inquietação quanto ao desinteresse do aluno

do ensino médio pelas causas sociais, políticas, culturais e econômicas de sua

cidade. Uma realidade tão próxima e ao mesmo tempo tão distante de suas

preocupações, assuntos por vezes relegado a um segundo plano, que na visão do

jovem pouco têm a ver com suas vidas e daqueles que estão à sua proximidade, a

ponto de não serem suficientemente motivadores para que o aluno tenha interesse

e busque se engajar em causas como a ampliação de sua rua, a implantação de um

ponto de ônibus, a necessidade da criação de um espaço de lazer, ou conhecer os

projetos que estão sendo programados e executados e que transformarão a sua

cidade e implicarão em seu cotidiano, na sua vivência.

Foi na busca de trazer para a sala de aula e para a escola o debate sobre

tais questões que desenvolvemos o projeto de implementação pedagógica

delimitando como objeto de estudo parte dos bairros Santo Inácio, FAG e Parque

Verde, localizados na região oeste/noroeste da cidade de Cascavel e que tem no

Plano Diretor vigente as orientações legais para a organização daquele espaço.

Para tanto, foi necessário embasamento de conteúdos que possibilitassem a

compreensão e organização do espaço urbano, com variáveis fundamentais no

processo de ensino aprendizagem do tema. Assim, o estudo do Estatuto da Cidade

e o Plano Diretor da cidade de Cascavel foram ferramentas de vital importância, não

sob o ponto de vista técnico, nos pautamos na relação que o tema tem com a

formação da cidadania, pois a cidade, espaço entendido como dinâmico, mutável,

fruto das relações realizadas no seio de uma sociedade visivelmente fragmentada

em classes e que reflete as desigualdades sociais expressas nos espaços

segregados e diferenciados é um excelente laboratório para várias ciências, entre

elas a Geografia.”O exercício da cidadania na sociedade atual, por sua vez, requer

uma concepção, uma experiência, uma prática – comportamentos, hábitos, ações

concretas – de cidade” (CAVALCANTI, 2008, p. 81).

Lembramos que o espaço geográfico, objeto de estudo da Geografia, é

compreendido como o espaço socialmente concebido pelo homem por meio de suas

interrelacões com o meio natural, e a cidade é o mais representativo testemunho

destas relações.

E mais, hoje o mundo é urbano, conforme estudos anunciados pela ONU e

divulgados no Jornal Nacional, na globo.com, edição de 23/10/2008, “mais da

metade da população mundial vive em cidades”, e o viver, significa conviver, atuar,

participar, construir e usufruir dos avanços e conquistas realizadas pelos homens.

Portanto, para vivermos bem nas cidades é necessário compreendermos a cidade, a

começar pela nossa cidade, o local onde moramos e nele construímos nossos

sonhos.

Para corroborar a idéia, as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná para

o ensino da Geografia colocam a disciplina como essencial na formação e na

valorização humana política e social do cidadão construtor das relações espaciais,

nas mais diferentes escalas e dimensões da sociedade e o espaço geográfico como

objeto de estudo da Geografia, “entendido como o espaço produzido e apropriado

pela sociedade” (DCEs, 2008, p.51).

A proposta de estudo desenvolvida na implementação do projeto, tendo a

cidade de Cascavel como tema, possibilitou ao aluno refletir e compreender o

espaço em que vive e as interrelações que nele ocorrem. Sendo de considerável

relevância visto que o aluno deve possuir conhecimentos que o orientem a participar

crítica e conscientemente na sociedade da qual faz parte (SILY, 2008).

Desta forma, buscamos o entendimento através de pesquisas bibliográficas,

pela internet, junto à Prefeitura de Cascavel e órgãos que tratam de setores

específicos na organização da sociedade como também uma análise em campo,

onde foi possível constatar os fatos.

Na implementação do projeto nos utilizamos de diferentes alternativas

metodológicas e/ou práticas pedagógicas para despertar no aluno o interesse nas

questões da cidade, a fim de motivá-lo para as discussões que envolvem a sua

cidade, o lugar de sua vivência e que tem implicações na vida de todos os

munícipes. Desta forma, estimulamos o aluno a se inteirar dos acontecimentos

assim como, conhecer um pouco da história de sua cidade, as transformações

urbanas que a fizeram se apresentar na configuração atual, pesquisando e

interpretando as Leis que regem o município, bem como identificando os agentes

que operam na transformação do espaço urbano.

A realização do GTR – Grupo de Trabalho em Rede, apresentando o Projeto

de Implementação, o material didático que o acompanha e os resultados do

trabalho, trouxe importantes contribuições de professores da rede estadual, que se

identificaram com o tema e testemunharam a importância de possibilitar ao aluno a

realização desses trabalhos.

Os resultados alcançados foram satisfatórios e as limitações ficaram por

conta da amplitude do tema e do tempo a ser trabalhado, bem como a época do ano

letivo que foi aplicado.

“A geografia existe desde sempre, e nós a fazemos diariamente”

(Castrogiovanni et al., 2003, p. 11).

2 Desenvolvimento

2.1 Urbanização no Brasil

Para compreendermos a configuração de cada lugar é necessário refletir

sobre a dinâmica que se processa no espaço urbano, aqui compreendido como o

espaço da cidade, pois os arranjos que se apresentam são o resultado das relações

de poder que se estabelecem entre a sociedade e sua espacialidade, segundo

interesses de determinados agentes produtores/transformadores do espaço.

Portanto, as transformações não se produzem de forma aleatória, elas foram

construídas ao longo do tempo, remetendo ao processo histórico e as singularidades

de cada lugar4.

Desta forma, desenvolvemos estudos sobre a urbanização do Brasil,

compreendendo que os resultados que se apresentam/apresentaram foram

decorrentes do rápido processo ocorrido na transferência da população do campo

para as cidades (êxodo rural), levando milhares de pessoas a buscarem espaço nas

principais cidades brasileiras, estas se revelaram sem condições de oferecer uma

estrutura urbana que acomodasse o contingente populacional com uma qualidade

de vida digna, ao contrário, as grandes cidades apresentaram-se deterioradas,

clamando por soluções urgentes e necessárias para serem chamadas de “cidades”.

Isto provocou inquietação num certo grupo de estudiosos e sociólogos, que

passaram a argumentar a necessidade da reforma urbana nas cidades brasileiras,

especialmente nas grandes cidades que à época mostravam situações precárias5.

Foi através destas discussões articuladas pelas entidades e associações

que a Constituição Brasileira de 1988 trouxe os Artigos 182 e 183 que tratam

especificamente de políticas urbanas. Estes artigos foram regulamentados através

do Estatuto da Cidade Lei nº. 10.257/2001, que estabelece normas para a execução

da Política Urbana. Esta tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das 4 Revista TERRITÓRIO, ano III, nº 5, jul./dez. 1998.

5 Maricato apud SILVA 2003; SANTOS, 1993.

funções da cidade e da propriedade urbana, mediante o direito a cidades

sustentáveis, este entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao

saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços

públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações. A referida lei

determina a obrigatoriedade para os municípios da execução das políticas urbanas

determinadas por ele, entre elas a elaboração e execução do Plano Diretor. Desta

forma o município assume papel fundamental na organização da cidade e na

qualidade de vida de sua população.

O Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de

expansão urbana, conforme prevê as disposições constitucionais, visando ordenar o

pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus

habitantes (art. 182, caput).

Assim, o Plano Diretor deve ser fruto de mecanismos democráticos, com a

participação direta da população no planejamento urbano, uma previsão

constitucional que trouxe esta possibilidade para a sociedade civil organizada e que

representa uma poderosa forma de controle social, pois é por meio do Plano Diretor

que se define a função social da propriedade e da cidade, cujo alcance se

concretizará pela intervenção pública na busca da redução de desigualdades,

segregações e exclusões sociais, contribuindo para a expansão da cidadania.

(MOREIRA, 2008, p.7- 8).

A partir dos anos 80, o processo de urbanização brasileiro apresenta

mudanças que vão interferir na (re)organização espacial, como anuncia Maricato

(2001,p.25),

Embora as metrópoles apresentem crescimento maior do que o do país como um todo, seu ritmo diminuiu. As cidades de porte médio, com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, crescem a taxas maiores do que as metrópoles, nos anos 80 e 90 (4,8% contra 1,3%).

Essa situação pode ser confirmada através dos dados do último Censo

Demográfico de 2010 que revelam segundo o IBGE que o crescimento populacional

brasileiro na última década esteve mais ancorado nas cidades médias do que nas

grandes metrópoles. O IBGE mostra que,

os municípios com mais de 2 milhões de habitantes respondiam por 14,5% do total da população, contra 14,7% dez anos antes. Já os municípios com população entre 100 mil e 2 milhões de habitantes viram sua fatia subir de 36,1% em 2000 para 40,3% do total dos habitantes do país. “Hoje, o que a gente observa é que áreas que mais absorvem população no Brasil não são mais as grandes cidades, as grandes metrópoles, mas na verdade as cidades de porte médio, ou até grandes, mas não metropolitanas”, apontou o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes. "Hoje o Brasil tem como característica marcante observada neste censo a importância demográfica, social e também econômica das cidades de porte médio"(Globo.com, 29/11/2010).

Enquadra-se nesse contexto, a cidade de Cascavel (PR), que desponta no

cenário nacional como um centro urbano em franco desenvolvimento.

2.2 A cidade de Cascavel no contexto nacional Cascavel, localiza-se no oeste do estado do Paraná, conforme mapa abaixo,

Figura 01: Localização geográfica do município de Cascavel

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cascavel

e tem apresentado um rápido crescimento e desenvolvimento urbano destacando-se

no cenário nacional como uma das 20 metrópoles do futuro (Revista

Veja,18/09/2010) é a 5ª maior cidade do estado. Sua economia está baseada na

agropecuária, gerando uma renda per capita de R$ 15.214,00, alcançando em

setembro de 2011, a segunda colocação de emprego e renda ( Município de

Cascavel, AÇÕES DE GOVERNO, 2009-2011). A cidade possui alta concentração

de renda, que para PIAIA (2004), é conseqüência da forma como ocorreu a posse

da terra e a exploração econômica6.

É um centro universitário procurado por muitos, em 2011, 20 mil

universitários estavam matriculados em cursos de graduação, destes 6 mil são de

outras localidades. A área médica é destaque no estado, é um centro de exelência

em saúde, com diversas especialidades, é o quarto centro médico do estado do

Paraná.No setor de construção civil no decorrer do ano de 2011, até o mês de

setembro foram aprovados 1.347 projetos de construções, perfazendo uma área de

617.710,85 m², desde obras residenciais até grandes empreendimentos comerciais

e industriais, (PM Cascavel, Ações de Governo 2009-2011).

Dados mostram que o município é o 1º produtor estadual de soja e produção

de aves para recria e 3º em renda agrícola. A avicultura de corterepresentou 43,23

do VBP (Valor Bruto da Produção) em 2010. (PM Cascavel, Ações de Governo

2009-2011).

O município foi criado em 14 de novembro de 1951 e instalado em 14 de

dezembro de 1952, notadamente nas últimas décadas vivenciou um processo de

rápido crescimento demográfico e de urbanização, dados do IBGE 2004, revelaram

que em 2000 o município atingiu um grau de urbanização de 93,20% e segundo o

IPARDES E IBGE em 2010 esse índice foi de 94,35 % conforme demonstra a tabela

abaixo,

6 As terras eram de propriedade do estado, o que para o povo não tinham dono, e o extrativismo

ocorreu através das “obrages” sendo retirada grande quantidade de erva mate e de madeira da região.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL (PR)

ANO URBANA % RURAL % TOTAL

1960 5.274 13,32 34.324 86,68 39.598

1970 34.961 38,88 54.960 61,12 89.921

1980 123.698 75,68 39.761 24,32 163.459

1990 177.766 92,11 15.224 7,89 192.990

2000 228.673 93,20 16.696 6,80 245.369

2010 270.009* 94,35 16.163* 5,65 286.172*

Tabela 01: Evolução da população de Cascavel Fonte: IBGE 2004 - * IBGE 2010

A concentração urbana, e a verticalização são aspectos que se acentuam

nas últimas décadas como mostra a foto abaixo. Ressaltamos, que o crescimento

urbano (horizontal) se faz em todo seu entorno, abarcando as franjas da cidade,

porém, a área prevista para a futura expansão, é a parte oeste da cidade, local onde

se prolonga a principal avenida que corta a cidade longitudinalmente (leste-oeste) e

objetiva-se fazer a ligação com o “Contorno Oeste”.

Figura 02: Cascavel 2009 Fonte: Prefeitura municipal de Cascavel

Administrativamente o município está dividido em 8 distritos e 38 bairros,

como objeto de estudo delimitamos a área conforme mostra o detalhe do mapa a

seguir, que inclui parte dos bairros Santo Inácio, FAG e Parque Verde localizados na

região oeste e noroeste da cidade,

Figura 03: Mapa base da cidade de Cascavel Fonte: Prefeitura Municipal de Cascavel – SEPLAN

3 Implementação do Projeto

3.1 Compreendendo a organização socioespacial da cidade de Cascavel

A implementação do Projeto ocorreu com alunos da 2ª série do Ensino

Médio Regular, do Colégio Estadual Wilson Joffre, no turno da manhã, no período de

setembro a novembro de 2010., época em que o aluno encontra-se voltado para a

finalização das atividades letivas e com as expectativas na série subseqüente.

Percebemos que ao apresentar e explicar a proposta pedagógica aos alunos, os

objetivos que se pretendiam atingir, a metodologia usada e os critérios de

participação, produção e avaliação, houveram vários questionamentos, como se

para participar teriam custos, se teriam nota, se eram “obrigados a fazer”, se não

apresentassem os trabalhos solicitados teriam alguma implicação, e outras

interrogações que os alunos costumam especular com o professor para chegar num

interesse bastante pontual que é a nota. Se não houver nota, não participam e não

fazem, chegamos ao ponto de não termos mais argumentos que o conhecimento, a

participação é crescimento, este ocorrido não é novidade no magistério, a parte mais

difícil realmente é motivar o aluno a participar. Assim, na luta, esperamos mudar o

comportamento do aluno, a partir do desenvolvimento das atividades esperamos que

os alunos percebam que participar e aprender é importante e só faz bem!

3.2 Resgatando a história de Cascavel – percebendo a transformação

socioespacial

Retratamos a história de Cascavel pontuando alguns fatos históricos através

de imagens exibidas na TV Pendrive, os alunos aos poucos foram identificando

diferentes lugares, comparando as paisagens e percebendo as transformações

ocorridas com o passar do tempo.

Se o passado é preservado é porque ele tem sempre algo a dizer para

situar e referendar o presente. Uma cidade não é feita somente do desenho

de ruas e arquiteturas, ela é feita também de sonhos, segredos,

interpretações objetivas e subjetivas que vão se armazenando no seu

desenho. Bairros, praças, ruas, edificações, monumentos e até mesmo seus

respectivos nomes, documentam a ficção vivida de uma cidade. A memória

de uma cidade é também a memória de seus habitantes. Não poderíamos

imaginar o novo sem acreditar em nada, sem recorrer à história. A invenção

dos significantes identificadores do presente depende da capacidade de

raciocínio, e este pressupõe um fundo de memória. Sem a memória toda a

percepção seria inútil e o passado um vazio sem acesso. (ALMANDRADE,

2012).

Como texto de apoio nos utilizamos das informações contidas no Portal da

Prefeitura Muncipal (e outros) sobre a história de Cascavel, trabalhado em material

impresso7.

O processo de ocupação e povoamento de Cascavel (PR) está ligado a

atividades extrativistas, que marcaram o espaço com trilhas percorridas pelas tropas

usadas para o transporte de materiais e trabalhadores e que deram origem a

“Encruzilhada” ou “Encruzilhada dos Gomes” devido a família ali estabelecida, mais

tarde Aparecida dos Portos, local de origem da cidade de Cascavel.

Os primeiros migrantes se estabelecerem pelo interior do município vindos

do sul, chegaram ao final da segunda década do século, ampliando-se em 1920 e

nos anos subseqüentes. Os oestinos-cascavelenses pioneiros foram os poloneses,

juntamente com os caboclos guarapuavanos os responsáveis pelo estabelecimento

das primeiras propriedades agrícolas, pecuárias, industriais e prestadoras de

serviços. Os colonos poloneses foram responsáveis por importantes contribuições

no desenvolvimento de Cascavel, tais como: carpintaria, marcenaria, selaria,

sapataria, os primeiros instrumentos agrícolas bem como o uso dos carroções8.

O nome Cascavel deve-se ao fato de que na Encruzilhada certos locais

serviam de pousada para tropeiros viajantes, num destes locais próximo a um

riacho, em dada ocasião um grupo de tropeiros que estava pernoitando no local,

7 Consulte http://www.cascavel.pr.gov.br/historia.php. Saiba mais em SPERANÇA (1992); PIAIA

(2004); WACHOWICZ (1992); e DIAS (2005).

8 Carroças grandes, cobertas, puxadas por seis ou oito animais, introduzida no Paraná

pelosimigrantes poloneses, ucranianos e alemães, para transportar pessoas.

encontrou grande quantidade de cobras cascavéis, ficando o local conhecido como

“rio das cascavéis”, daí para rio Cascavel, e que de fato originou o nome da cidade,

nome este que não foi aceito pela igreja, por considerar um símbolo do mal9.

A região foi observada pelos viajantes que por aqui passavam entre eles

estava o guarapuavano José Silvério de Oliveira, que fez contato com o primeiro

morador oficial do município, o agricultor catarinense Antonio José Elias, e em 1930

este mesmo agricultor arrendaria terras para José Silvério de Oliveira, tratado pelos

caboclos como “Nhô Jeca” nome pelo qual ficou conhecido, ou ainda “Tio Jeca”,

que por problemas políticos, mudou-se para cá, trazendo familiares e amigos para

se estabelecer junto ao entroncamento das trilhas.

A data da chegada da família Silvério, em 28 de março de 1930, marca a

fundação da cidade de Cascavel, onde numa clareira foram construídas algumas

casas de pinheiro lascado, entre as construções, a principal era a do armazém,

destinado a servir às negociações com viajantes e operários das empresas

ervateiras. Foi em torno dessas primeiras construções que nasceria a Vila de

Encruzilhada, mais tarde Aparecida dos Portos e reconhecidamente Cascavel.

Em 14 de Novembro de 1951, foi sancionada a Lei 790/51 pelo governador

Bento Munhoz da Rocha Neto criando oficialmente o município de Cascavel, que

viveu seu primeiro ano de Município ainda na condição de Distrito de Foz do Iguaçu,

até a instalação, em 14 de dezembro de 1952, quando efetivamente inicia sua vida

autônoma.

As fotos a seguir mostram aspectos das primeiras casas na década de 1930,

na primeira atribui-se a reunião de famílias, destacando uma casa de madeira

bastante simples, na segunda aparecem construções com melhor acabamento,

compondo grupo de casas na Rua Duque de Caxias (centro na época e na

atualidade) as construções seguem o mesmo estilo, mostrando a madeira como

matéria prima abundante na região.

9 “Cascavel” é o nome genérico dado a cobras venenosas dos gêneros Crotalus e Sistrurus. As

cascavéis possuem um chocalho característico na cauda, e estão presentes em todo o continente americano (http://pt.wikipedia.org/wiki/Cascavel).

Figura 04: Reunião das primeiras famílias na década de 1930 Fonte: Museu de Imagem e Som

Figura 05: Primeiras casas do Patrimônio Velho – Cascavel década de 1930

Fonte: Museu de Imagem e do Som

Muitos nomes são referências na história de Cascavel, no entanto, é em

torno do nome de “Nhô Jeca” (José Silvério de Oliveira) que o desenvolvimento do

município se processa, sendo o primeiro a ocupar o cargo administrativo na

subprefeitura criada em 20 de outubro de 1933 através do Decreto Lei nº 7.573.

Figura 06: José Silvério de Oliveira – “Nhô Jeca” Fonte: Museu de Imagem e do Som

O atual Paço Municipal atribui homenagem ao referido pioneira dando-lhe o nome, como pode ser constato na foto a seguir,

Figura 07: Atual prédio da Prefeitura Municipal de Cascavel Fonte: Portal do Município

Na explanação da aula, os alunos foram questionados sobre o que sabiam

sobre a história de Cascavel, se conseguiam identificar determinadas imagens mais

antigas, se conheciam algum pioneiro ou pessoa que morasse há muitos anos na

cidade, as respostas foram negativas a respeito, poucos participaram, o que nos

surpreendeu, pois veio confirmar nossa inquietação, os alunos pouco sabem a

respeito da cidade, e não demonstraram curiosidade.

Como atividade foi proposto que cada grupo de 3 ou 4 alunos entrevistasse,

junto ao seu meio familiar ou social uma pessoa que estivesse morando na cidade

há 50 anos ou mais, tomando como depoimento registros das lembrança ou história

de vida-HV, da cidade que deveria resultar num documentário sob o título “Naquela

época era assim...”.

Os alunos foram orientados sobre a forma de entrevistaque deveria ocorrer,

de maneira descontraída, investigativa, resgatando na memória do entrevistado

lembranças de época, tudo aquilo que fosse considerado bom e também lembranças

mais difíceis, as indagações ficaram por conta de cada grupo usando criatividade e

percebendo a importância para o trabalho dos assuntos abordados. Assim foi

perguntado sobre as condições que se apresentavam à cidade quando da chegada

desse migrante (para aqueles de vieram de outros lugares), como eram as relações

de trabalho e o convívio social e religioso naquela época, como se apresentava a

escola, o comércio, os transportes, o hospital, a segurança pública, enfim, foi um

resgate que despertou em todos saudosismo e respeito, houve um encantamento

pelas histórias que foram contadas aos alunos, assim como todos se certificaram

das dificuldades daquele época.

Os depoimentos serviram para integrar os alunos nos grupos e nas

comunidades, desinibir muitos e despertar valores, pois foi constatado que naquela

época havia mais respeito entre as pessoas e o ambiente, bem como aspectos

sobre a arquitetura da cidade, e sua infraestrutura, as relações de trabalho, de

amizade, a religiosidade, as questões políticas e outros.

Registramos alguns depoimentos de colaboradores, aqui utilizaremos

apenas as iniciais dos nomes para manter o anonimato:

Colaborador 1:

“Vim para cá em 1957, morava em Santo Ângelo no Rio Grande do Sul, veio toda a minha família, mulher e dois filhos pequenos e aqui minha esposa teve mais um casal de filhos. Vim a convite de um tio que já estava estabelecido aqui, quem vinha tinha aesperança de conseguir um pedaço de terra e tocar a vida[...]. Naquela época se prezava a amizade, a gente se socorria com os conhecidos, festa era uma vez no ano, na igreja, ou por ocasião de algum nome de político famoso que cruzava por essas bandas.O trabalho era “duro”, mas as lembranças são boas, bandido tinha, como tem até hoje, mas os de hoje são piores, por que matam de “graça”, roubam, assaltam... naquela época era mais encrenca por conta de terras mesmo ou políticas. Aqui conseguimos tudo o que tivemos na vida, criar e formar nossos filhos, esse é o maior orgulho.

J.P.S.84 anos – açougueiro aposentado

O mesmo entrevistado relata em suaHV (História de Vida) o hábito e

costume trazidos pelos migrantes poloneses para cá e praticado pormuitas famílias

da época, na região praticava-se a suinocultura, era comum as famílias criarem os

animais até mesmo soltos e estes eram destinados ao abate para suprir as

necessidades alimentares , todo o processo de preparo era feito artesanalmente

pelas famílias, costumava-se condicionar a carne já preparada (frita) emersa em

gordura , a imagem mostra o cotidiano, conta,

“ali no pátio da casa se preparava o toucinho de porco, derretendoe transformando-o em banha para ser usada na alimentação, neste mesmo tacho se preparava o sabão, que após sua retirada, colocava-se água e muitas peças de roupas sujas, onde se aproveitava os resíduos do sabão e se poupava água, que era tirada de poços, alguns com 5 metros ou mais de profundidade...”

(J.P.S. 84 anos).

Figura 08: Cena do cotidiano de Cascavel em décadas passadas Fonte: Museu de Imagem e do Som

O entrevistado demonstra saudades das coisas boas vividas, valoriza suas

conquistas, enaltece a criação dos filhos, orgulha-se das pessoas que são seus

filhos. Nota-se que a atração pelo lugar era a possibilidade de conseguir terra.

Colaboradora 2:

“Vim do Paraguai com 12 anos de idade, junto com minha família. Meu pai trabalhava numa ervateira (companhia de mate) éramos em 5 filhos. A vida era muito dura, eu era menina e já trabalhava, puxava água de longe, cortava lenha, fazia pão...ia também a escolinha, mas estudei pouco. Casei cedo, tive 6 filhos, mas não viveram, fiquei com dois homens e uma mulher, todos nasceram nas mãos de parteiras, mulheres bondosas que ficavam sendo madrinhas de todos os que iam nascendo, por que se batizava em casa, bem mais tarde se batizava na igreja”.

A.P.S., 77 anos – viúva e dona de casa.

Dona A.P.S. reclama das lembranças, das dificuldades, e também revela

que o pai era muitosevero, e que o marido era bom, mas de poucas falas, que ela

sempre foi obediente. A marca maior em sua história de vida, ela declara a

dificuldade de criar os filhos, os traumas estão presentes, pois acredita-se que pela

impossibilidade de criar todos os filhos, o medo das doenças era constante.

Após a apresentação dos depoimentos, percebeu-se a mudança de

comportamento dos alunos, muitos expressaram suas opiniões, não somente sobre

a vida de seu(sua) colaborador(a) (o/a entrevistado/a), mas a forma de vida da

época, e que muitos valores, como ouviram destas pessoas idosas, não podem ser

desprezados. Pois sabemos das dificuldades que a população antiga viveu e que

não seria justo ignorarmosestes fatos históricos que enriquecem nossa cultura. Dois

grupos convidaram seus entrevistadospara virem à escola para dar seu testemunho,

porém, diante das dificuldades familiares e a escassez do tempo, não foi possível a

realização desse momento. Outro grupo gravou o depoimento de seu entrevistado, o

que foi bastante válido, foi um momento que atraiu as atenções e os demais alunos

perceberam que poderiam ter feito um trabalho mais completo. Mesmo ficando

aquém daquilo que se esperava, os trabalhos foram enriquecedores e serviram para

despertar em muitos um olhar diferente para a sua própria sociedade.

3.3 Conhecendo as leis que regem as cidades – Estatuto da Cidade e Plano

Diretor

O Estatuto da Cidade, criado pela Lei Federal n.o 10.257/01, que

regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, estabelece

normas para a execução das Políticas Urbanas para as cidades brasileiras. Esta tem

por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções da cidade e da

propriedade urbana, mediante o direito a cidades sustentáveis,entendido como o

direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana,

ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para às presentes e

futuras gerações.

O Estatuto da Cidade ordena e responsabiliza os municípios pela criação e

execução do Plano Diretor, quedeve atender aos anseios da população, de maneira

que o da cidade de Cascavel entrou em vigor em 2006, uma exigência da Lei nº

10.257/2001, o Estatuto da Cidade, sua composição atende as premissas desta lei,

as dificuldades ficam por conta da implementação, uma vez que, apenas o Plano

Diretor não garante a efetiva realização de uma determinada obra, é necessário que

esta esteja prevista em outras leis municipais, como relatou o senhor secretário de

planejamento urbano do município. Todas as providências devem estar de acordo

com as leis municipais, sendo que o planejamento urbano é uma estratégia que

busca melhorar a vida nas cidades.

Utilizamos um vídeo como material de apoio e motivação, para despertar no

aluno o interesse em conhecer as Leis e a forma como elas podem ser usadas.

Reafirmamos quea consulta, leitura e discussões de determinados artigos, foram

utilizados com o objetivo de o aluno conhecer as determinações legais que ordenam

a organização do espaço urbano e que contribuem para a sua formação cidadã.

Também usamos para leitura e interpretação, textos retirados da internet, os

alunos levaram como tarefa a proposta de pesquisar junto ao Portal da Prefeitura, o

Plano Diretor da Cidade, e elencar seus fundamentos e as Diretrizes Gerais.bem

como, definir segundo o Capítulo III Art. 14, nomenclaturas usadas na política e

questões urbanas.“Conhecer as Leis é um passo decisivo para a participação

democrática e exercício da cidadania. Exemplos: O Estatuto da Cidade, a Lei

Orgânica do Município, Constituição Federal e Estadual, Plano Diretor (conjunto de

Leis Urbanísticas)”, (Professor participante do GTR/2011).

3.4 Infraestrutura urbana e Poder Público

A aula foi conduzida conceituando infraestrutura e poder público, bem como

a importância desses itens para garantir a qualidade de vida da população. Foram

sorteados entre os grupos, temas para serem trabalhados pelos alunos através de

pesquisa bibliográfica e nas repartições públicas, também foi usado como material

de apoio, textos impressos sob o título“Esclarecendo as determinações do EC e a

aplicabilidade do PD”, que foram retirados da internet.

- Foram analisadas diversas imagens através do vídeo, de diferentes aspectos para

se identificar a infraestrutura: do saneamento, da iluminação, do asfalto, de praças,

mostrando pessoas em áreas de lazer(segurança), escolares, hospitais, postos de

saúde, lagos e mananciais, parques verdes, e outros... discutido a importância de

itens de infraestrutura e serviços para a qualidade de vida de uma população.

Tarefa:Trabalho de pesquisa em grupo – Temas sorteados:

Itens de Infraestrutura Urbana e Serviços-

3.5 Laboratório de Informática

O trabalho no Laboratório de Informática do Colégio teve como objetivo

identificar e mapear a área de estudo, como também traçar o roteiro para o trabalho

de campo. Foram utilizados mapas disponíveis no Portal da PM de Cascavel e

mapas de satélite, destacando o atual perímetro urbano da cidade e a nova

proposta, ainda não reconhecida. Em seguida foram os mapas foram impressos

para servirem de apoio na atividade de campo.

Na sequência cenas dos alunostrabalhando no Laboratório de Informática,

fotos do acervo pessoal da autora.

Figura 09: Laboratório de Informática – mapeando a área de estudo Fonte: arquivo da autora

3.6 Palestra

A Palestra com o Secretário de Planejamento do município – Sr. Ronald

Drabik, ocorreu no dia 24/10/2011, nas dependências do Colégio Estadual Wilson

Joffre, e teve como tema o Plano Diretor da cidade de Cascavel e suas Diretrizes.

Participaram da palestra 3 turmas: 2º A, 2º B e 2º TA, num total de 92

alunos, além da Diretora,equipe pedagógica e professores.

A palestra desenvolveu-se por 50 minutos, foi utilizado o multimídia com

várias imagens, explicando como foi elaborado oPlano Diretor da Cidade de

Cascavel, o Secretário foi uma das pessoas que trabalhou na elaboração do referido

Plano, primeiramente explicou a metodologia utilizada, que envolveu a população

através de várias reuniões em diferentes pontos da cidade, bairros, nos salões

comunitários e na Câmara de Vereadores, foi montado uma comissão

representando diferentes segmentos da sociedade local e sondado junto à

população o que havia de necessidade, o que a sociedade sugeriria, assim como foi

elencado o que a cidade tinha construído, em outras palavras, o que a cidade tinha

de bom e de ruim, e o que precisava ter. Em seguida foram investigados os recursos

e sua aplicação e finalmenteplanejado as ações. Montado esse PD foi levado a

Câmara para aprovação. O secretário também explicou que o PD envolve o

município como um todo, a área urbana e rural, contando seus Distritos. Lembrando

ainda, que a lei do Plano Diretor deve ser revista, a cada 10 anos e suas Diretrizes e

prioridades devem ser incorporadas pelas leis orçamentárias, que são: Plano

Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual.

O palestrante explicou que o PD por si só não garante nenhuma resolução

dos problemas da cidade, conforme o EC, em seu Art.4º, outros instrumentos devem

ser utilizados como Planos Nacionais, Regionais e estaduais. Ainda ressaltou a

necessidade de essas ações estarem previstas nas leis orçamentárias, pois muitas

vezes a população cobra determinado serviço, como asfalto, e mesmo saneamento

básico, mas tudo o que for executado tem que estar previsto, senão, “esbarra” em

outras leis. Explicou que, o Poder Público mantém vários programas e tem planejado

várias ações, que ano a ano vão sendo colocadas em prática. Perguntado o que a

Prefeitura vai fazer sobrevários loteamentos irregulares, respondeu que nos locais

mencionados nenhum morador tem documentos legais de seus terrenos, que não

existem escrituras, mas estão planejados para serem regularizados, que a ação é

morosa, depende de negociações. Explicou ainda que a cidadereceberá em “quatro

anos” duas áreas de lazer e entretenimento, dinheiro vindo do PAC e com o apoio

da Itaipu Binacional, trata-se da revitalização da área nos fundos do Country Clube,

bacia do rio Sanga Funda e a área nos fundos do Parque Verde, no Rio Bezerra.

Falou ainda sobre áreas que foram revitalizadasno Bairro Cascavel Velho e outras,

no asfaltamento de várias ruas em Cascavel (mostrou as imagens), de rede de

esgoto sendo executada na região norte e previstas em outras,nas obras dos

binários da cidade, na construção de praças entre outras.

Segundo o Secretário, a infraestrutura urbana na área nova, na região oeste,

onde é o nosso foco de estudo, está sendo executada em parceria entre poder

público e iniciativa privada e outros Órgãos, trata-se deuma área que tem recebido

atenção e que todos os itens de infraestrutura estão sendo implantados, como fora

explicado, as execuções conforme sua fala são paulatinamente incorporadas, todos

os itens demandam de estudos e planejamento.

Sobre a questão ambiental, falou da coleta seletiva que está sendo

implantada e já funcionando em várias áreas, que se pretende atingir toda a cidade,

assim como o abastecimento de água, luz e outros serviços.Feita as colocações

sobre o que o município tem realizado e como tem aplicado os recursos abriu-se a

Plenária, onde várias questões foram colocadas para o Secretário, mas o assunto

que mais ficou presente foi a questão das calçadas, também foi perguntado sobre a

atuação do poder público na liberação da construção da obra destinada a acolher

um novo shopping, e que fica junto ao lago municipal, num nível superior, o que nos

leva a acreditar que as implicações são ainda maiores, pois o Lago já é assoreado,

no momento já é visível o deslocamento de material para as partes mais baixas, por

ocasião da realização da terraplenagem para a construção. Também temos a área

de preservação permanente que é a do Zoológico, ele esclareceu que “esse

empreendimento está sendo muito bem visto e esperado pela população da cidade,

vai trazer empregos, divisas para o municípioe vai melhorar a vida de todos” que os

Relatórios EIA, RIMA e Estudos de Impacto de Vizinhança foram muito

cuidadosamente analisados. A presença da autoridade foi muito importante,

pudemos conhecer um pouco mais sobre as leis urbanísticas da cidade e a

aplicabilidade das mesmas, mesmo não satisfazendo a todos, o resultado foi

positivo, pois suscitou novos debates em sala de aula.

3.7 Infraestrutura urbana

Para um melhor entendimento sobre a importância de itens de infraestrutura

urbana foram sorteados temas como:

1- Redes de abastecimento de água potável

2- Redes coletoras de esgoto

3- Pavimentação e manutenção de asfaltos em vias públicas

4- Redes de energia elétrica e iluminação de vias públicas

5- Sistema de coleta e destino final do lixo urbano

6- Unidades de saúde

7- Escolas e creches

8- Transporte público

Os alunos estiveram nos órgãos competentes (Prefeitura- Secretarias

Municipais, Sanepar, Copel, Engelétrica Empreendimentos), coletando dados e

informações para a elaboração dos trabalhos que foram apresentados em sala de

aula, com exibição de gráficos e tabelas e algumas imagens. Devido o curto espaço

de tempo não foi possível alongar as discussões, os temas são extensos e

exaustivos, demandam tempo para o preparo bem como para as discussões. O

ponto positivo foi o interesse dos alunos em conhecerem e irem até os

departamentos onde tiveram a oportunidade de interagir com profissionais de

diferentes áreas.

3.8 Trabalho de Campo

O trabalho de campo foi realizado no dia 09/11/2012, das 13h30min às

17h30min, obedecendo um roteiro pré-elaborado com alguns pontos de parada. A

orientação partiu da necessidade de aproveitarmos ao máximo aquele momento,

visto que é um trabalho interessante, mas demanda um prévio planejamento e

implica em questões de ordem legal como também financeira.

Nos pontos de observação foram tecidos comentários e resgatado parte da

história da cidade, como na Praça Wilson Joffre, Praça Getúlio Vargas, Praça do

Migrante, Paço Municipal, no Córrego Bezerra fizemos uma observação da parte

ambiental e social, conforme registro abaixo,

Figura 10: Córrego Bezerra Fonte: arquivo da autora

Figura 11: Moradia junto às margens do Córrego Bezerra Fonte: arquivo da autora

neste ponto os alunos constataram que o Córrego que corta parte significativa da

cidade encontra-se poluído, sem mata ciliar e com moradias sobre as margens.Esta

percepção, levou os alunos a entrevistarem alguns moradores nas proximidades

paraaveriguar se o poder Público Municipal vem cumprindo com as determinações

do Plano Diretor. Moradores relataram que em um ano e meio que estão no local a

área já foi invadida pelas águas torrenciais duas vezes, “a água vem da encosta e o

tubo que escoa essa água não vence” declara a moradora. A questão social também

foi levantada, trata-se de casas alugadas e estão em áreas irregulares.

Figura 12: Região oeste da cidade de Cascavel10

Fonte: arquivo da autora.

10

Espaço ruraldentro da área de ampliação urbana, aos fundos novas moradias e ao lado direito

plantações.

No bairro FAG observou-se vários terrenos vazios, porém as construções no

local são todas novas, no mesmo bairro foi observado um condomínio de luxo, com

portões eletrônicos, segurança 24 horas e todo paisagismo que chama atenção para

o investimento. A instalação de uma Faculdade aponta-a como um dos agentes

responsáveis pela transformação daquele espaço. Na mesma região abarcando

outro bairro, novos empreendimentos, novos condomínios e dois conjuntos

habitacionais com mais de mil casas. Foi percebido a infraestrutura no local como,

asfalto, meio fio, água, luz, esgoto, redes de energia e cabos de

comunicações,ponto de ônibus,porém não foi constatada escola nova no local, posto

de saúde, módulo policial, praça ou local de entretenimento, apesar de haver área

verde nas proximidades.Também não há novos supermercados ou panificadora de

maior porte. Lembramos que na fala do senhor secretário de Planejamento algumas

questões foram levantadas, foi esclarecido que a escola, posto de saúde e outros

itens de infraestrutura estão sendo encaminhados para serem construídos, ele

também explicou que todas as ações dependem de outras leis municipais como

Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias , Orçamento Anual , previsto na Lei

5.307/2009, que em seu Parágrafo Único diz “A elaboração e execução do

planejamento das atividades municipais guardarão consonância com planos e

programas do Governo do Estado do Paraná e dos Órgãos da Administração

Federal” (LEI 5.307/2009).

A foto a seguir mostra uma avenida na parte interna de um condomínio na

região, o local encontra-se provido de toda infraestrutura básica, foi observado a

fragmentação do espaço, pois neste há muros ao redor, cerca elétrica, portaria 24

horas monitorada com seguranças contratados, argumentos que fazem parte do

marketing da empresa que vende terrenos com custos altos, este é apenas um dos

três condomínios que estão na área de estudo. Em torno destes foram tecidos vários

comentários, havendo aqueles que declaradamente disseram que “quem tem

dinheiro tem que morar nestes lugares mesmo” e aqueles que acharam que “optar

por condomínios fechados é criar um outro tipo de isolamento da realidade social”,

os alunos demonstraram um bom conhecimento das interrelações que ocorrem no

espaço geográfico/urbano.

Figura 13: Região oeste de Cascavel Fonte: arquivo da autora

A foto acima mostra aos fundos, no segundo plano a área rural que é

cortada pela ligação do “contorno oeste” (obra até o momento não liberada),mas que

vem contribuindo para o desenvolvimento da referida área.

3.9 Montagem de painel

Como resultado do trabalho de campo os alunos elaboraram relatórios, e

montaram um painel no Colégio, onde as imagens e alguns dados foram exibidos.

Figura 14: Painel no saguão do Colégio Fonte : arquivo da autora

4 Grupo de Trabalho em Rede – GTR

O GTR - contou com 15 professores inscritos, destes 13 participaram

ativamente das discussões, 2 deles nunca se manifestaram apesar de incessantes

tentativas de comunicação, sendo que dos participantes 12 deles concluíram o

Trabalho, um deles perdeu o prazo e não conseguiu estar entre os concluintes.A

temática apresentada foi analisada em três momentos distintos:

1º Análise do Projeto de implementação Pedagógica na Escola;

2º Análise da Produção Didática, neste caso tratou-se de uma Unidade Didática;

3º Análise da Implementação do Projeto.

A proposta deste GTR de se trabalhar com as 3 Temáticas pré definidas

delineou o perfil do curso: aprofundamento de um tema através de análises e

discussões e a troca de experiências com a apresentação da produção do material

didático-pedagógico.

Os participantes, 7 homens e 6 mulheres, trouxeram relevantes

contribuições, debateram ativamente o projeto, deram sugestões, foram críticos e

bons observadores, acreditamos que a troca de experiência serviu para enriquecer o

trabalho. Observamos alguns comentários:

Fórum 1: Análise e discussão sobre o Projeto de Intervenção Pedagógica,

Participante 1:

A legislação atual permite a participação popular cria instrumentos para construir ou transformar o espaço urbano, aqueles que se sentem prejudicados poderão se organizar e atuar na elaboração do plano diretor, porém o que se observa é a pequena participação da população nestes momentos e a classe dos trabalhadores não tem ocupado este espaço de luta, e quando tenta ocupar é sufocado por interesses da classe dominante, neste sentido os Planos Diretores que deveriam ser elaborados coletivamente e implementados paradiminuir as desigualdades sociais tem sido feito por técnicos da administração pública e muitas vezes para atender a quem está no poder. Faz-se necessário criar e implementar formas de capacitar e incentivar a participação das populações urbanas com vistas a uma maior participação nas decisões referentes ao assunto.

Participante 2:

[...] nós educadores precisamos despertar a consciência crítica de nossos alunos...muitas vezes a população até fica sabendo dessas reuniões mas não demonstra interesse em participar...sem contar que se questionarmos nossos alunos por exemplo em quem votou na ultima eleição, poucos saberão responder...então acredito que nós temos que encontrar uma forma de despertar a criticidade nos educandos...

As colocações feitas pelos professores participantes foram boas e

interessantes, acreditamos que o grupo entendeu nossa intenção.

No Fórum 2: Análise e contribuições sobre a produçãosobre a produção didática-

pedagógica (Unidade Didática),

Participante1:

Este tema para nós profissionais da educação serve de reflexão para que possamos transmitir aos nossos alunos a necessidade da participação deles no processo de construção do espaço geográfico, tendo em vista que com o Estatuto das Cidades é primordial a participação popular no avanço da urbanização das grandes, médias e pequenas cidades.

Participante 2:

Realmente, nossos alunos precisam ter uma compreensão completa da dinâmica e complexidade do espaço urbano na atualidade. A prática da cidadania começa por uma compreensão da realidade, no presente caso, o espaço geográfico. Não se deve esconder a realidade dos alunos, como melhorá-lo sem antes conhecê-lo bem? Nossos alunos precisam ter a compreensão que são partes constituintes desse espaço, e que tem um papel importante a cumprir enquanto cidadãos, visando um uso responsável e equilibrado do mesmo e que permita qualidade de vida a todos.

No Fórum 3: Implementação do projeto pedagógico na escola,

O relato da implementação, as dificuldades, bem como os acertos,as

críticas, sugestões, contribuições, impressões dos professores participantes, foram

oportunas e bem recebidas, como pode ser constatado nos depoimentos abaixo:

Participante 1:

Muito importante você ter trabalhado com as 2ª séries do Ensino médio, porque os mesmos tem uma certa maturidade e desenvolvimento da aprendizagem, para conceber o espaço da cidade em que estão estudando, porque o Plano Diretor e a Lei do Zoneamento, vai além do espaço vivido e percebido, o concebido e que este conhecimento pode ser transportado para outros espaços das cidades do Brasil e do Mundo. De acordo com VYGOTSKI, podemos trabalhar a dialética do espaço, em diferentes escalas e temporalidades. Abraços.

Participante 2:

Temos nos esforçado para levar algo novo aos nossos alunos e o novo nem sempre muda a postura em relação ao aprender, mas...gostaria de refletir com vocês sobre a participação dos geógrafos na produção do espaço urbano....como incentivar as pessoas-alunos a serem mais ativos e que busquem as mudanças se nos espaços de decisão dos governos se não há uma visão mais crítica sobre as formas de planejamento e ocupação do espaço urbano?

Houve por parte de alguns professores a preocupação quanto ao tempo de

aplicação do projeto, argumentado que são assuntos amplos e requerem pesquisas,

debates e reflexões, e também a preocupação da saída a campo, pelaburocracia e

outras dificuldades que se apresentam, incluindo a conciliação dehorários, a

disponibilidade de outros professores em acompanharem os trabalhos na

interdisciplinaridade, a parte financeira, a autorização dada pelos pais, e saliento que

quando consegui sair a campo com meus alunos não tive problemas neste quesito,

e outros contratempos que acabam engessando planos e projetos.

As observações foram pertinentes, pois na aplicação do Projeto o tempo

demonstrou-se curto, os assuntos instigantessuscitaram debatesou abordagem de

novos conceitos, por esse motivo, há necessidade de se ajustar o conteúdo

proposto.

O GTR foi muito proveitoso, as discussões calorosas, com idéias e

sugestões, as observações foram oportunas, o que comprovou que os participantes

tiveram uma participação ativa, com pesquisa atendendo as solicitações. Vários

declararam simpatizantes da geografia urbana argumentando o pouco tempo

disponível na escola para debatermos assuntos tão importantes na construção do

cidadão e no cumprimento do propósito da Geografia.

5 Conclusão

A proposta do Projeto de Implementação Pedagógica buscou contribuir em

um contexto geral, com a compreensão da dinâmica do espaço urbano da cidade de

Cascavel(PR), destacando parte da área oeste/noroeste, prevista pelo Plano Diretor

do município para a expansão urbana e que nos últimos anos vem apresentando

rápidas transformações com a implantação de vários ítens de infraestrutura urbana

por parte do poder público local e por empreendedores imobiliários que construíram

e estão construindo loteamentos e condomínios residenciais, onde muitas famílias

estão fixando residência. Em decorrência desses investimentos a referida área tem

apresentado elevações significativas nos preços dos imóveis. Muitos munícipes não

acompanham essas (e outras) mudanças que ocorrem em sua cidade, na escola o

aluno não demonstra interesse em participar das questões políticas, econômicas e

sociais que dizem respeito a sua e a vida daqueles que estão próximos. Com o

intuito de fazê-lo compreender a importância de participar, atuar e viver sua cidade,

é que foi debatido questões relativas a expansão urbana, a organização do espaço

urbano, as interrelações de poder que ocorrem no espaço bem como as leis que

regulam a organização desse espaço. Fazendo o aluno do ensino médio perceber a

realidade, através de seu cotidiano, do seu lugar, do seu bairro, a sua comunidade

... é o caminho para desenvolver uma leitura de mundo em diferentes escalas,

reforçando o papel da Geografia.

O Plano Diretor apesar de ser um documento técnico, neste estudo serviu

como base para o entendimento da organização do espaço e das transformações

que nele ocorrem, com vistas a formação para a cidadania, os alunos conheceram e

estudaram partes do documento que serviu para debaterem assuntos como o direito

a cidade, a função social do imóvel urbano, os vazios urbanos e a especulação

imobiliária, a segregação sócio espacial, o poder público municipal e a aplicabilidade

do Plano Diretor.

No Trabalho de Campo foi possível, identificar os agentes que operam a

transformação do espaço na referida área, como estes agentes não estão sózinhos

e sim articulados, entendemos que é apropriado usarmos o conceito de redes de

agentes, “entendidas como articulações locais de agentes responsáveis pela

dinâmica da cidadde e que estão por trás da apropriação da terra urbana”, (JUNIOR,

1998). Entre as articulações foi possível identificar as coligações entre: a) o Estado e

donos dos meios de produção, b) o Estado e os empreendedores imobiliários, c) os

corretores imobiliários e os proprietários dos imovéis, e d) os agentes financiadores

e as incorporadoras e e) o estado e os agentes sociais excluidos.

Identificamos também, que no prolongamento da Avenida Brasil, entre o

local aonde a referida avenida chega e o Contorno Oeste (obra não acabada), há

um loteamento impedindo a passagem da mesma, assunto debatido pelos alunos.

De maneira que, os estudos e debates conduziram o aluno a reflexão da

necessidade de participar de sua sociedade, a fim de sentir-se sujeito histórico,

engajado, articulado com os acontecimentos do lugar do qualfaz parte, como

também se ver perante o mundo e entender os problemas e conflitos presentes na

atualidade.

Os trabalhos realizados com diferentes metodologias, foram uma tentaiva de

tornar dinâmicas as atividades, porém foram exaustivos. Primeiro por que o tema é

extenso e complexo,segundo por que o tempo para a realização foi curto. Outro

aspecto a ser considerado, foi a época da aplicação deste trabalho, de setembro a

novembro, época em que o aluno encontra-se na expectativa dos resultados de sua

promoção para a série seguinte, interessado em superar as dificuldades pendentes

em disciplinas específicas, a fim de passarem de ano. Mesmo considerando o

assunto em pauta interessante, não motiva-se para corresponder prontamente ao

esperado, correspondendo a maior dificuldade encontrada, ou seja, motivar o aluno

a participar, o que demandou um esforço redobrado por parte da professora no

cumprimento do projeto. Mesmo assim, a realização deste trabalho foi muito

importante, visto que neste ano já houve indagação “se faríamos o trabalho de

campo como no ano anterior?” Isto mostra que o envolvimento dos alunos despertou

a atenção da comunidade escolar. Os alunos que participaram ganharam em

conhecimento e como cidadãos, certamente a resposta virá nas suas atitudes, os

laços de amizade e solidariedade se fortaleceram, o respeito mútuo imperou e nos

trouxe imensa satisfação. Um trabalho desta natureza, com momentos

diferenciados, reflexões e discussões, possibilita uma mudança de comportamento.

A avaliação do Projeto foi feita por meio de um questionário fechado

constituido de 7 questões que visaram medir o grau de aceitação e satisfação dos

alunos, 30 alunos responderam as perguntas.

Os resultados mostraram que o tempo estabelecido para a realização do

projeto foi curto, 16 alunos responderam Regular e 2 Ruim, nos chamou atenção

para as respostas sobre o relacionamento/integração com o grupo de colegas,

professores e envolvidos, 5 alunos responderam que foi Regular e 2 Ruim, estes

alunos mostraram que tem dificuldades para se relacionarem, houve reclamações e

o questionário confirmou a situação. Quanto ao grau de satisfação e as temáticas

abordadas a resposta dos alunos também correspondeu ao comportamento na sala

de aula, estes são alunos que reclamam sempre, ou por considerarem a tarefa

difícil, ou por comodismo, não querem fazê-la, mesmo assim as respostas foram

positivas, dos 30 alunos 9 acharam Ótimo e 15 responderam que o nível de

satisfação e aprendizagem foi Bom; todas as demais questões foram positivas, a

maioria respondeu Ótimo e Bom.

Referências

ALMANDRADE, Antônio Luiz M. Andrade, artista plástico, poeta e arquiteto,

disponível em

http://www.artigosinformativos.com.br/Recuperacao_historicas_das_cidades_Cascav

el_Parana-r1217740-Cascavel_PR.html, acesso em 23/03/2012.

BRASIL, Lei Nº 10.257/2001, Estatuto da Cidade, Disponível em

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm> ,acesso em

30/jul/2011.

BRITO, F., CLÁUDIA JÚLIA GUIMARÃES HORTA e ERNESTO FRIEDRICH DE LIMA

AMARAL: A URBANIZAÇÃO RECENTE NO BRASIL E AS AGLOMERAÇÕES METROPOLITANAS, disponível em http://www.nre.seed.pr.gov.br/cascavel/arquivos/File/A_urbanizacao_no_brasil.pdf, acesso em 27/abr/2012.

CALLAI, H. C. O ensino de Geografia: Recortes espaciais para análise. IN:Geografia

em Sala de Aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003..

CASTROGIOVANNI, A. C. et.al.;Geografia em sala de aula:práticas e reflexões. Rio

Grande do Sul: UFRGS, 2003.

CAVALCANTI, L.S., A Geografia Escolar e a Cidade: Ensaios sobre o ensino da

geografia para a vida urbana cotidiana, 3ª edição (2010), Campinas, SP: Papirus,

2008.

CORRÊA, R. L. O espaço urbano. 4ª edição, 2ª reimpressão. São Paulo: editora Ática, 2000. DIAS, C. S. et.al.; Cascavel: um espaço no tempo. A história do planejamento urbano. Cascavel: Sintagma Editores, 2005. DINIZ, C.C. A nova configuração urbano industrial no Brasil, In: Kon, A.(org) Unidade e fragmentação: A questão regional do Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2002, p.87-115.

EDITORA ABRIL, Revista Veja. edição 2180,ano 43, n 35, p.105, 1º de setembro de 2010. JUNIOR, S.C.T., Agentes, Redes e Territorialidades Urbanas,Revista Território, ano III, nº 5, jul./dez.1998. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, disponível em http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1, acesso em 14/Set/2010. IPARDES, Instituto Paranaense DE Desenvolvimento Econômico e Social, http://www.ipardes.gov.br/pdf/indices/grau_urbanizacao.pdf, 15/Set/2010. IPEA – Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada, disponível em <http://agencia.ipea.gov.br/>, acesso em 15/Set/2010.

MARICATO, E. Brasil, Cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis, RJ:

Vozes, 2001.Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA/ UFPB.

Disponível em < CAMINHOS DE GEOGRAFIA - revista online,

<http://www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html>, acesso em 06/out/10.

MOREIRA, H.F., o Plano Diretor e as Funções Sociais da Cidade, CPRM: Serviço Geológico do Brasil, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em <http://www.cprm.gov.br/publique/media/plano_diretor_helion.pdf>, acesso em 02/Mai/2011.

OLIVEIRA, I.C. E.; Estatuto da cidade; para compreender..., Rio de Janeiro:

IBAM/DUMA, 2001.

PIAIA, V. A Ocupação do Oeste Paranaense e a Formação de Cascavel: as singularidades de uma cidade comum. Tese (Doutorado) Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2004. PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL. Disponível em <http://www.cascavel.pr.gov.br/secretarias/seplan/pagina.php?id=60> acesso em 22/ago/2010. PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL – Ações do Governo 2009-2011, Expediente.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL, Secretaria de Planejamento, Portal do

Município de Cascavel: http://www.cascavel.pr.gov.br/secretarias/seplan/, consulta

em 22/ago/2010.

SANTOS, M.;SILVEIRA, M.L. O Brasil: Território e sociedade no início do século

XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.

SANTOS, M.,A urbanização brasileira, São Paulo: Hucitec, 1993.

SEED - Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Diretrizes Curriculares da

Educação Básica – Geografia, Curitiba, 2008.

SEED - Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Diretrizes Curriculares da

Educação Básica – Geografia, Curitiba, 2008.

SILVA, J.M., ARAUJO, M. L. M., Estatuto da Cidade e o Planejamento Urbano-

Regional, Revista Paranaense de Desenvolvimento,Curitiba, jul/dez. 2003.

SILVA, José Afonso da. “Direito Urbanístico Brasileiro”. 4ª ed., São Paulo:Malheiros,

2006, pg. 90-149.

SILY, P. R. M.; TVESCOLA/SALTO PARA O FUTURO: A cidade como espaço educativo,exibido em 07/04/2008 a 11/04/2008, disponível em<http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/163942Cidad_esp_edu.pdf> , acesso em 25 /ago/2010. SPERANÇA, A.; A história de Cascavel. Cascavel. Lagarto. 1992.] VIEIRA, A. B.; Mapeamento da exclusão social em cidades médias: interfaces da Geografia Econômica com a Geografia Política, Presidente Prudente:[s.n.],2009. WACHOWICZ, R. C. Obrageros, Mensus e Colonos: histórias do oeste paranaense, Curitiba: Ed. Vicentina, 1982. SITES:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Cascavel>, acesso em 25/jul/2011. <http://paginadeideias.blogspot.com/search/label/Hist%C3%B3ria%20de%20Cascavel>, acesso em 04/out/2010. <http://www.cascavel.pr.gov.br/servicos/museu/acervo.php>,acesso em 27/jul/2011. <http://www.youtube.com/watch?v=OasQLHGsLUM>, acesso em 29/jul/2011. <http://pcc2561.pcc.usp.br/ttinfraestrutura17.pdf>, acesso em 27/jul/2011. <http: http://pt.wikipedia.org/wiki/Segrega%C3%A7%C3%A3o_espacial>, acesso em 06/jul/2011.

<//pt.wikipedia.org/wiki/Poder_p%C3%BAblico>, acesso em 27/jul/2011. <http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S025071612002008400008&script=sci_arttext&tlng=en>, 01/Set/2010

<http://tcch.vilabol.uol.com.br/historico_de_cascavel.htm,acesso> em 25/04/2012

<http://www.cascavel.pr.gov.br/historia.php>, acesso em 06/03/2012

<http://www.ipardes.gov.br/cadernos/Montapdf.php?Municipio=85800&btOk=ok,

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=699036>, acesso em 06/03/2012.

<http://www.artigosinformativos.com.br/Recuperacao_historicas_das_cidades_Casca

vel_Parana-r1217740-Cascavel_PR.html>, acesso em 23/03/2012.

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Cascavel> acesso em 21/02/2012

<http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=699036>, acesso em23/02/2012

<http://www.idea.int/publications/dll/upload/dll_factsheet_portuguese.pdf>, acesso em <http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL834467-10406,00-MAIS+DA+METADE+DA+POPULACAO+MUNDIAL+VIVE+EM+CIDADES.html>,

acesso em 27/04/2012.

<http://www.nre.seed.pr.gov.br/cascavel/arquivos/File/A_urbanizacao_no_brasil.pdf>, acesso em 27/04/2012.

<http://www.revistaterritorio.com.br/pdf/05_3_trindade%20jr.pdf>, acesso em 31/06/2012.