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R e v i s t a d a E M A T E R - M G l S e t e m b r o 2 0 0 2 3 EMATER-MG desempenha um papel fundamental para que as famílias rurais e suas comu- nidades alcancem seu desen- volvimento sustentável. O foco da ação da Empresa é “o homem”, a qualidade de vida futura dos cidadãos, de suas fa- mílias, de suas organizações, de seus ne- gócios, da sociedade na qual se inserem. O compromisso da EMATER-MG é, pois, de solidariedade, dever esse expres- so pelo desejo de dar um significado nobre e humanizante às comunidades e a todos os seus membros. Essa é a ca- racterística do processo educativo da extensão rural, que tem caráter perma- nente, o que não acontece com outras instituições que atuam esporadicamente em atividades específicas, sem caráter educativo. A Empresa, como instituição que goza da credibilidade de seus parceiros, sobretudo dos produtores de agricultu- ra familiar, se faz presente como dina- mizadora do processo que leva ao de- senvolvimento rural sustentável, partici- pando, como facilitadora, da realização do sonho de qualidade de vida expres- so pela geração de ocupações produti- vas, renda, acesso à saúde, edu- cação, habitação, lazer, respeito e preservação do meio ambiente e da cultura social. As dificuldades financeiras vi- vidas pelos estados brasileiros, agravadas mais ainda, com o ad- vento da Lei de Responsabilida- de Fiscal, que atingiu Minas Ge- rais de forma drástica, afetaram diretamente as Instituições de Governo. Nesse quadro de difi- culdades, há que se ressaltar, que até o atendimento à agricultura familiar, garantido pela Constitui- ção Federal e que teria no PRO- NAF o seu grande suporte, por falta do cumprimento do acor- do por parte do Ministério de Desenvolvimento Agrário, que deixou de repassar os recursos vitais de investimento e custeio para a assistência técnica e extensão ru- ral, nos anos 2000 e 2001, tem levado a EMATER-MG a um verdadeiro traba- lho “voluntário” junto às famílias de agri- cultores. Apesar da grande demanda de am- pliação do número de seus escritórios e de suas equipes técnicas em mais de 100 municípios, feita pelas Administrações Municipais, Sindicatos Rurais, Coopera- tivas de Produtores Rurais, dentre ou- tros, a Empresa não encontra meios para esse atendimento, pois atualmente não possui técnicos em número suficiente para novas áreas e até mesmo para a necessária reposição, apesar dos aportes financeiros do governo estadual e dos governos municipais onde atua. Apesar de não contar com todas es- tas condições, indispensáveis a um me- lhor gerenciamento de seus programas, a EMATER-MG continua realizando sua missão com credibilidade, desfrutan- do da confiança dos mineiros, graças principalmente à dedicação do seu qua- dro de empregados e do apoio dos seus parceiros. Antônio Lima Bandeira Antônio Lima Bandeira Antônio Lima Bandeira Antônio Lima Bandeira Antônio Lima Bandeira Palavra do presidente Foto capa: Foto capa: Foto capa: Foto capa: Foto capa: Mauricio Almeida Mauricio Almeida Mauricio Almeida Mauricio Almeida Mauricio Almeida E XPEDIENTE XPEDIENTE XPEDIENTE XPEDIENTE XPEDIENTE Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais Vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Antônio Lima Bandeira Diretor Técnico: Diretor Técnico: Diretor Técnico: Diretor Técnico: Diretor Técnico: Argileu Martins da Silva Diretor Administrativo e Financeiro: Diretor Administrativo e Financeiro: Diretor Administrativo e Financeiro: Diretor Administrativo e Financeiro: Diretor Administrativo e Financeiro: Vicente José Gamarano Diretor de Promoção e Diretor de Promoção e Diretor de Promoção e Diretor de Promoção e Diretor de Promoção e Articulação Institucional: Articulação Institucional: Articulação Institucional: Articulação Institucional: Articulação Institucional: João Batista Rezende Conselho Editorial: Conselho Editorial: Conselho Editorial: Conselho Editorial: Conselho Editorial: Ênio Resende de Souza Everton Augusto de P. Ferreira Harildo Norberto Ferreira Márcio Stoduto de Melo Maria de Fátima Singulano Maria José Nunes Ruben Ramalho Sobrinho Sérgio Pereira Carvalho Assessoria de Relações Assessoria de Relações Assessoria de Relações Assessoria de Relações Assessoria de Relações Públicas e Imprensa: Públicas e Imprensa: Públicas e Imprensa: Públicas e Imprensa: Públicas e Imprensa: Harildo Norberto Ferreira Editor/Revisor: Editor/Revisor: Editor/Revisor: Editor/Revisor: Editor/Revisor: Harildo Norberto Ferreira RG 2.731 SJPMG Redatores: Redatores: Redatores: Redatores: Redatores: Ângela dos Reis Barbosa Edna Regina de Souza Harildo Norberto Ferreira Projeto Gráfico: Projeto Gráfico: Projeto Gráfico: Projeto Gráfico: Projeto Gráfico: Roberto Caio F. Estanislau Diagramação: Diagramação: Diagramação: Diagramação: Diagramação: Márcia Rezende Artes Gráficas: Artes Gráficas: Artes Gráficas: Artes Gráficas: Artes Gráficas: Divisão de Documentação DIDOC/EMATER-MG Tiragem: 10.000 exemplares A reprodução dos artigos, total ou parcial, pode ser feita desde que citada a fonte

EXPEDIENTEXPEDIENTE Palavra do presidente§ão/Revista...Assessoria de Relações Públicas e Imprensa: Harildo Norberto Ferreira Editor/Revisor: Harildo Norberto Ferreira RG 2.731

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EMATER-MG desempenhaum papel fundamental para queas famílias rurais e suas comu-nidades alcancem seu desen-

volvimento sustentável. O foco da açãoda Empresa é “o homem”, a qualidadede vida futura dos cidadãos, de suas fa-mílias, de suas organizações, de seus ne-gócios, da sociedade na qual se inserem.O compromisso da EMATER-MG é,pois, de solidariedade, dever esse expres-so pelo desejo de dar um significadonobre e humanizante às comunidades ea todos os seus membros. Essa é a ca-racterística do processo educativo daextensão rural, que tem caráter perma-nente, o que não acontece com outrasinstituições que atuam esporadicamenteem atividades específicas, sem carátereducativo.

A Empresa, como instituição quegoza da credibilidade de seus parceiros,sobretudo dos produtores de agricultu-ra familiar, se faz presente como dina-mizadora do processo que leva ao de-senvolvimento rural sustentável, partici-pando, como facilitadora, da realizaçãodo sonho de qualidade de vida expres-so pela geração de ocupações produti-vas, renda, acesso à saúde, edu-cação, habitação, lazer, respeito epreservação do meio ambientee da cultura social.

As dificuldades financeiras vi-vidas pelos estados brasileiros,agravadas mais ainda, com o ad-vento da Lei de Responsabilida-de Fiscal, que atingiu Minas Ge-rais de forma drástica, afetaramdiretamente as Instituições deGoverno. Nesse quadro de difi-culdades, há que se ressaltar, queaté o atendimento à agriculturafamiliar, garantido pela Constitui-ção Federal e que teria no PRO-NAF o seu grande suporte, porfalta do cumprimento do acor-do por parte do Ministério deDesenvolvimento Agrário, quedeixou de repassar os recursosvitais de investimento e custeio

para a assistência técnica e extensão ru-ral, nos anos 2000 e 2001, tem levado aEMATER-MG a um verdadeiro traba-lho “voluntário” junto às famílias de agri-cultores.

Apesar da grande demanda de am-pliação do número de seus escritórios ede suas equipes técnicas em mais de 100municípios, feita pelas AdministraçõesMunicipais, Sindicatos Rurais, Coopera-tivas de Produtores Rurais, dentre ou-tros, a Empresa não encontra meios paraesse atendimento, pois atualmente nãopossui técnicos em número suficientepara novas áreas e até mesmo para anecessária reposição, apesar dos aportesfinanceiros do governo estadual e dosgovernos municipais onde atua.

Apesar de não contar com todas es-tas condições, indispensáveis a um me-lhor gerenciamento de seus programas,a EMATER-MG continua realizandosua missão com credibilidade, desfrutan-do da confiança dos mineiros, graçasprincipalmente à dedicação do seu qua-dro de empregados e do apoio dos seusparceiros.

Antônio Lima BandeiraAntônio Lima BandeiraAntônio Lima BandeiraAntônio Lima BandeiraAntônio Lima Bandeira

Palavra dopresidente

Foto capa:Foto capa:Foto capa:Foto capa:Foto capa:Mauricio AlmeidaMauricio AlmeidaMauricio AlmeidaMauricio AlmeidaMauricio Almeida

EEEEEXPEDIENTEXPEDIENTEXPEDIENTEXPEDIENTEXPEDIENTE

Empresa de Assistência Técnica eExtensão Rural do Estado

de Minas Gerais

Vinculada à Secretaria de Estado deAgricultura, Pecuária e Abastecimento

Presidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente:Antônio Lima Bandeira

Diretor Técnico:Diretor Técnico:Diretor Técnico:Diretor Técnico:Diretor Técnico:Argileu Martins da Silva

Diretor Administrativo e Financeiro:Diretor Administrativo e Financeiro:Diretor Administrativo e Financeiro:Diretor Administrativo e Financeiro:Diretor Administrativo e Financeiro:Vicente José Gamarano

Diretor de Promoção eDiretor de Promoção eDiretor de Promoção eDiretor de Promoção eDiretor de Promoção eArticulação Institucional:Articulação Institucional:Articulação Institucional:Articulação Institucional:Articulação Institucional:

João Batista Rezende

Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Ênio Resende de Souza

Everton Augusto de P. FerreiraHarildo Norberto FerreiraMárcio Stoduto de Melo

Maria de Fátima SingulanoMaria José Nunes

Ruben Ramalho SobrinhoSérgio Pereira Carvalho

Assessoria de RelaçõesAssessoria de RelaçõesAssessoria de RelaçõesAssessoria de RelaçõesAssessoria de RelaçõesPúblicas e Imprensa:Públicas e Imprensa:Públicas e Imprensa:Públicas e Imprensa:Públicas e Imprensa:

Harildo Norberto Ferreira

Editor/Revisor:Editor/Revisor:Editor/Revisor:Editor/Revisor:Editor/Revisor:Harildo Norberto Ferreira

RG 2.731 SJPMG

Redatores:Redatores:Redatores:Redatores:Redatores:Ângela dos Reis BarbosaEdna Regina de Souza

Harildo Norberto Ferreira

Projeto Gráfico:Projeto Gráfico:Projeto Gráfico:Projeto Gráfico:Projeto Gráfico:Roberto Caio F. Estanislau

Diagramação:Diagramação:Diagramação:Diagramação:Diagramação:Márcia Rezende

Artes Gráficas:Artes Gráficas:Artes Gráficas:Artes Gráficas:Artes Gráficas:Divisão de DocumentaçãoDIDOC/EMATER-MG

Tiragem: 10.000 exemplares

A reprodução dos artigos, total ou parcial, podeser feita desde que citada a fonte

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Arte para superar dificuldadesTurismo rural é nova atração em Araxá

Pupunha é sucesso na Zona da MataUFLA e comunidade criam novas perspectivas para o agronegócio regional

Mercado institucional e agricultura familiarCriatividade e parcerias para vencer crises

Turismo e qualidade ambiental são faces da mesma moedaTrabalho da EMATER-MG em Itambacuri

recebe prêmio Super Ecologia 2002Fruticultura amplia oportunidades de

renda e emprego no campoPreservação ambiental para garantir a

qualidade das águas de CaxambuAssentamento de Fruta D�Anta faz sua história

Um ponto de compras e encontroRegião de Sete Lagoas tem produção orgânica comercial

Lavouras comunitárias ajudam a reverter êxodo ruralTecnologia e organização geram mudanças

Rede única de comunicação

Governo de Minas regulamentalegislação e valoriza a produção

O governador Itamar Franco assinou em junho passadotrês decretos regulamentando legislação relativa à produçãode cachaça e queijo artesanais em Minas e o Programa deIncentivo ao Pequi (Pro-Pequi).

Pelo decreto, o Queijo Minas Artesanal é elaborado napropriedade de origem do leite, a partir do “leite cru, hígido,integral e recém-ordenhado, utilizando-se na sua coagulaçãosomente a quimosina de bezerro pura e no ato da prensa-gem somente o processo manual”.

Já a cachaça artesanal em Minas é fabricada em cerca de 8mil alambiques, situados especialmente nas regiões semi-ári-das. São cerca de 240 mil pessoas que dependem diretamen-te da produção, e na maioria das propriedades rurais estávinculada a outras atividades.

A Lei nº 13.965, de 27 de julho de 2001, que cria o Pro-grama Mineiro de Incentivo ao Cultivo, à Extração, ao Consumo, à Comercialização e à Transformação do Pequi e demais Frutos eProdutos Nativos do Cerrado — Pro-Pequi, também está regulamentada. O programa será administrado por um Conselho Diretorcom representantes d e diversas áreas do Governo, centros de ensino e diversas entidades de produtores rurais. Uma das atividades daSecretaria de Agricultura, dentro do programa, será promover pesquisas e experimentos voltados à produção de mudas para oatendimento a novos plantios e para a recuperação de áreas degradadas.

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Memória da Extensão RuralA Diretoria executiva da EMATER-MG e a Associação de Aposentados

da Extensão Rural – AMAER firmaram parceria para a elaboração e executa-ção de um plano de desenvolvimento para o “Centro de Documentação ePesquisa em Extensão Rural Engenheiro Agrônomo José Alfredo Amaral dePaula”. A intenção é criar as condições objetivas para que o Centro realize suavocação museológica e se consolide como fonte para pesquisas documentaise históricas da Extensão Rural em Minas Gerais.

Um anteprojeto detalhando as etapas para o desenvolvimento dos traba-lhos foi encaminhado pela AMAER para a diretoria da EMATER-MG. No-vas pesquisas de campo deverão ser feitas com o objetivo de catalogar e trazerpara o Centro peças, documentos e instrumentos agrícolas com caráter mu-seológico para aumentar o atual acervo. Outra proposta é criar oportunida-des de visitas para grupos de estudantes, para que conheçam um pouco dacontribuição cultural, econômica e tecnológica do setor rural para toda asociedade.

Criado em 1998, o “Centro de Documentação e Pesquisa em ExtensãoRural” da EMATER-MG é pioneiro no País no esforço para o resgate damemória cultural e tecnológica do meio rural. O Centro funciona na sede daEMATER-MG em Belo Horizonte, na Avenida Raja Gabaglia 1626, BairroLuxemburgo, e é aberto à visitação.

wwwwwAlfenasAlfenasAlfenasAlfenasAlfenas - fone: (35)3292-1170- Fax: (35)3292-5144 - E-mail:[email protected] wwwwwAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenara - fone: (33)3721-1152-Fax: (33)3721-2378 - E-mail: [email protected] wwwwwAraçuaiAraçuaiAraçuaiAraçuaiAraçuai- fone: (33)3731-1514- Fax: (33)3731-1801 - E-mail:[email protected] wwwwwAraguariAraguariAraguariAraguariAraguari - fone: (34)3241-7522- Fax:(34)3242-8990 - E-mail: [email protected] BambuíBambuíBambuíBambuíBambuí -fone: (37)3431-2305 - E-mail: emater@eafbambui.gov.brwwwwwBarbacenaBarbacenaBarbacenaBarbacenaBarbacena - fone: (32)3331-0655- Fax: (32)3331-5901 - E-mail:[email protected] wwwwwBelo HorizonteBelo HorizonteBelo HorizonteBelo HorizonteBelo Horizonte - fone: (31)3349-8347- Fax: (31)3349-8244 - E-mail: [email protected] HorizonteBelo HorizonteBelo HorizonteBelo HorizonteBelo Horizonte - fone: (31)3349-8345- Fax: (31)3349-8121 - E-mail: [email protected] wwwwwCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinha - fone: (33)3516-2028 - E-mail: [email protected] wwwwwCataguasesCataguasesCataguasesCataguasesCataguases - fone:(32)3421-7374- Fax: (32)3421-5972 - E-mail:[email protected] wwwwwCaxambúCaxambúCaxambúCaxambúCaxambú - fone: (35)3341-4772- Fax: (35)3341-4772 - E-mail: emurcaxb@estancias.com.brwwwwwCurveloCurveloCurveloCurveloCurvelo - fone: (38)3721-5757- Fax: (38)3721-6572 - E-mail:[email protected] wwwwwDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantina - fone: (38)3531-1345- Fax: (38)3531-1345 - E-mail: [email protected]ópolisDivinópolisDivinópolisDivinópolisDivinópolis - fone: (37)3222-7816- Fax: (37)3222-7816 - E-mail:[email protected] wwwwwGoverGoverGoverGoverGovernador Vnador Vnador Vnador Vnador Valadaraladaraladaraladaraladareseseseses - fone:(33)3271-7288- Fax: (33)3271-7288 - E-mail:[email protected] wwwwwGuanhãesGuanhãesGuanhãesGuanhãesGuanhães - fone: (33)3421-2580- Fax:(33)3421-1538 - E-mail: [email protected] wwwwwGuaxupéGuaxupéGuaxupéGuaxupéGuaxupé -fone: (35)3551-5671- Fax: (35)3551-5671 - E-mail:[email protected] wwwwwIpatingaIpatingaIpatingaIpatingaIpatinga - fone: (31)3821-6882- Fax:(31)3821-6882 - E-mail: [email protected] wwwwwItajubáItajubáItajubáItajubáItajubá - fone:(35)3623-2576- Fax: (35)3623-2576 - E-mail:[email protected] wwwwwJanaúbaJanaúbaJanaúbaJanaúbaJanaúba - fone: (38)3821-1450- Fax:(38)3821-2145 - E-mail: [email protected] wwwwwJanuáriaJanuáriaJanuáriaJanuáriaJanuária -

fone: (38)3621-1019- Fax: (38)3621-2660 - E-mail:[email protected] wwwwwJuiz de ForaJuiz de ForaJuiz de ForaJuiz de ForaJuiz de Fora - fone: (32)3224-5389-Fax: (32)3224-5389 - E-mail: [email protected] wwwwwLavrasLavrasLavrasLavrasLavras -fone: (35)3821-0010- Fax: (35)3821-3784 - E-mail:[email protected] wwwwwManhuaçuManhuaçuManhuaçuManhuaçuManhuaçu - fone: (33)3331-2060- Fax:(33)3331-2060 - E-mail: [email protected] wwwwwMontesMontesMontesMontesMontesClarosClarosClarosClarosClaros - fone: (38)3221-9055 - E-mail: [email protected]éMuriaéMuriaéMuriaéMuriaé - fone: (32)3722-5799- Fax: (32)3722-8373 - E-mail:[email protected] wwwwwPassosPassosPassosPassosPassos - fone: (35)3522-1166- Fax:(35)3522-4194 - E-mail: [email protected] wwwwwPatos de MinasPatos de MinasPatos de MinasPatos de MinasPatos de Minas -fone: (34)3823-1551- Fax: (34)3823-1539 - E-mail:[email protected] wwwwwPiraporaPiraporaPiraporaPiraporaPirapora - fone: (38)3741-3502- Fax:(38)3741-3502 - E-mail: [email protected] wwwwwPonte NovaPonte NovaPonte NovaPonte NovaPonte Nova- fone: (31)3817-1556- Fax: (31)3817-1556 - E-mail:[email protected] wwwwwPouso AlegrePouso AlegrePouso AlegrePouso AlegrePouso Alegre - fone: (35)3422-3777- Fax: (35)3422-8985 - E-mail: [email protected] - fone: (38)3841-1304- Fax: (38)3841-1304 - E-mail:[email protected] wwwwwSão FranciscoSão FranciscoSão FranciscoSão FranciscoSão Francisco - fone:(38)3631-1386- Fax: (38)3631-1386 - E-mail:[email protected] wwwwwSão João Del ReiSão João Del ReiSão João Del ReiSão João Del ReiSão João Del Rei - fone: (32)3372-1035- Fax: (32)3372-1227 - E-mail:[email protected] wwwwwSete LagoasSete LagoasSete LagoasSete LagoasSete Lagoas - fone: (31)3774-1273- Fax: (31)3774-9986 - E-mail: [email protected]ófilo Otonieófilo Otonieófilo Otonieófilo Otonieófilo Otoni - fone: (33)3522-5722- Fax: (33)3522-5726 - E-mail: [email protected] wwwwwUberabaUberabaUberabaUberabaUberaba - fone: (34)3338-6618-Fax: (34)3338-6634 - E-mail: [email protected]ândiaUberlândiaUberlândiaUberlândiaUberlândia - fone: (34)3236-0122- Fax: (34)3236-0964 - E-mail: [email protected] wwwwwUnaíUnaíUnaíUnaíUnaí - fone: (38)3676-1764 -E-mail: [email protected] wwwwwViçosaViçosaViçosaViçosaViçosa - fone: (31)3891-3155 - E-mail: [email protected]

Unidades Regionais da EMATER-MGUnidades Regionais da EMATER-MGUnidades Regionais da EMATER-MGUnidades Regionais da EMATER-MGUnidades Regionais da EMATER-MG

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ambu, cana-da-índia e junco. Sãoestas as matérias-primas que umgrupo de artesãos de Minduri, noSul de Minas, utiliza para fazer sua

arte e, com este trabalho, consolidar umanova alternativa de aumento da renda fa-miliar. Criada há dois anos, com um gru-po inicial de oito pessoas, a Associação

Harildo FerreiraAlexandre Soares (fotos)

dos Artesãos de Minduri tem hoje cercade 15 artesãos, que desenvolvem suas ati-vidades paralelamente aos trabalhos coma agricultura, como forma de resistir aodesemprego e às dificuldades para aumen-tar a renda familiar.

Para o atual estágio de produção dogrupo foi fundamental os cursos realiza-dos com a Bambuzeria Cruzeiro do Sul,uma organização não-governamental deBelo Horizonte, que atua em programassociais a partir da produção de artesana-to. O grupo teve como instrutor o arte-

são Ronilson Tadeu da Silva. Com oapoio da EMATER-MG e da Prefeitu-ra de Minduri, os artesãos fizeram todoo treinamento na própria cidade, monta-ram a oficina de trabalho num galpão ce-dido pela Prefeitura, e em pouco tempoconseguiram uma produção com as qua-lidades necessárias para a comercialização.

“Nunca havíamos trabalhado combambu ou junco. Com a cana-da-ín-dia sim, alguns já criavam objetos ar-tesanais, pois este material é fartoaqui na região. Mas estamos apren-

B

Arte para superardificuldades

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Com estas expe-Com estas expe-Com estas expe-Com estas expe-Com estas expe-riências, vimos queriências, vimos queriências, vimos queriências, vimos queriências, vimos queprecisamos diversi-precisamos diversi-precisamos diversi-precisamos diversi-precisamos diversi-ficar nossa produ-ficar nossa produ-ficar nossa produ-ficar nossa produ-ficar nossa produ-ção, fazer objetosção, fazer objetosção, fazer objetosção, fazer objetosção, fazer objetosmenores, decorati-menores, decorati-menores, decorati-menores, decorati-menores, decorati-

vos e procurarvos e procurarvos e procurarvos e procurarvos e procurarsempre a melhorsempre a melhorsempre a melhorsempre a melhorsempre a melhor

qualidadequalidadequalidadequalidadequalidade

dendo ainda, e nossa maior esperançaagora é estabelecer um processo fortede comercialização”, explica José Geral-do Santos, presidente da Associação deArtesãos de Minduri. O bambu está sen-do cultivado no município e o junco éadquirido em Belo Horizonte, com a aju-da da Cruzeiro do Sul.

A comercialização é realmente omaior problema atual dos ar-tesãos. Sempre com oapoio da Prefeitura e daEMATER-MG, o grupojá esteve comercializandosua arte na Feira de Artesa-nato de São Lourenço eem exposições em Caxam-bu, duas das maiores cida-des turísticas da região.Mas, estas participaçõesforam pontuais, emboratenha servido bastante parao grupo avaliar a receptivida-de dos consumidores. A avalia-ção trouxe reflexões importantes,como afirma a artesã Rosângela de Fáti-ma Batista Silva.

“Com estas experiências, vimos queprecisamos diversificar nossa produção,fazer objetos menores, decorativos e pro-curar sempre a melhor qualidade finaldos produtos. Temos ainda pou-cos produtos, e os consumidoressão naturalmente exigentes quan-do se trata de obra de arte feitoo artesanato”, diz a artesã. Os so-fás, bancos e outras peças degrande porte por enquanto do-minam a produção dos artesãosde Minduri. Mas, novos cursos etreinamento estão agendados, ea perspectiva é de diversificar bas-tante os objetos, produzindo pe-ças menores e decorativas, comodemanda o mercado.

TTTTTurismo Ecológicourismo Ecológicourismo Ecológicourismo Ecológicourismo Ecológico

Minduri está localizado na re-gião turística do Circuito dasÁguas, formado por cidades comoSão Lourenço, Caxambu e Cam-buquira, além de cidades com atra-ções para o turismo ecológico,como Aiuruoca, entre outras. Opróprio município de Mindurivem se estruturando para o turis-mo rural e ecológico, cuidando desuas cachoeiras, trilhas e outrasatrações do gênero.

O artesanato, pela primeira vezcom uma coordenação e organi-

zação produtiva no município, insere-seneste trabalho maior de estruturação daatividade turística. Para isto, o apoio daPrefeitura e a participação da EMATER-MG, através do setor de Turismo Rural,são fatores importantes para o alcancedeste objetivo.

Para o prefeito Edmir Geraldo Sil-va, tudo está acontecendo muito rapida-

mente porque outros fatores“exigem a criação urgen-

te de novas alternati-vas” de trabalho e ren-da para a população:“com a privatização daRede Ferroviária e o fe-chamento de um gran-de laticínio na cidade,muitos trabalhadoresperderam seus empre-gos e famílias inteirasperderam sua fonte de

renda de uma hora paraoutra. O apoio ao turismo é

uma saída importante, pois aatividade gera ocupações como esta deprodução de artesanato. Com o apoioda EMATER-MG, estamos caminhan-do firme neste sentido”, explica.

Antônio Tadeu Silva, técnico daEMATER-MG em Minduri, é um dos

maiores entusiastas do programa de ar-tesanato. Conhecedor da realidade so-cial e econômica do município, o técni-co afirma que a maioria dos artesãos“são pessoas com experiência profis-sional restrita à atividade agrícola”. As-sim, não há no curto prazo outra saídasenão criar alternativas que tenham in-terface com o meio rural: “O artesa-nato rural foi uma alternativa naturalpara estas famílias que ficaram desem-pregadas e não têm como trabalhar oano inteiro em atividades agrícolas”, ex-plica.

Neste momento, os esforços da As-sociação estão concentrados na criaçãode formas de comercialização dos ob-jetos. Brevemente os artesãos terão umaloja no centro da cidade, que será cria-da pela Prefeitura. Outras ações sãouma maior divulgação do artesanato emmercados como São Paulo, de ondevem a maioria dos turistas para a re-gião, e oportunidades de participaçãoem feiras, exposições e outros eventosturísticos regionais. O programa de ar-tesanato de Minduri, além da Pre-feitura e EMATER-MG, conta ain-da com o apoio do ProRenda Rurale da FUNREI – Fundação Universitá-ria de São João del Rei.

As artesãs brevemente terão um ponto de comercialização em Minduri

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Ângela BarbosaArquivo EMATER-MG (fotos)

Turismo rural

raxá, no Alto Paranaíba, entrouna rota do turismo de MinasGerais desde a década de 40,com a valorização das fontes

de água mineral, durante o governo deGetúlio Vargas, com a inauguração dastermas e do imponente Grande Hotel,local de muitas festas que durante anosrecebeu turistas de várias partes do País edo mundo. Com a reinauguração das ter-mas em 1998, a reabertura do GrandeHotel, em dezembro de 2001, e a inclu-são do município no Circuito Turístico daCanastra, Araxá está novamente atraindoturistas que buscam momentos de tran-qüilidade, banhos medicinais, boa culiná-ria e os tradicionais doces da região.

Mas outro tipo de turismo tambémestá ganhando grande impulso em Araxá.Muitas fazendas estão abrindo suas portei-

ras para o turismo rural, que explora tanto abeleza natural das propriedades quanto pro-dutos agroindustrializados, além de um pou-co da história de Minas, pois muitas fazen-das são centenárias.

O turismo rural é uma atividade novano município e aos poucos está ganhandonovos adeptos. São pessoas que percebe-ram que podem ter nesta ocupação maisuma fonte de renda e prazer: “Nós esta-mos muito felizes com esta atividade, quenão encontra rejeição. Você recebe no mes-mo espaço crianças, adolescentes, casais,idosos e todos aproveitam do lugar à suamaneira, e tirando proveito do que achaque é mais válido”, diz Cleonice Maneira,da Fazenda Santa Luzia, que oferece hos-pedagem, comida típica mineira, pomares,trilhas e caminhadas para os turistas.

Vários setores do município estãoapoiando esta iniciativa. A Prefeitura, pormeio da Secretaria Municipal de Turis-mo e Desenvolvimento Econômico, oSESI – Serviço Social da Indústria, e aEMATER-MG, que presta assistência

técnica nas atividades tradicionais da fa-zenda e ainda prepara os produtores paraterem condições de receber o turista.

“Estamos ministrando cursos e capa-citando os produtores familiares na áreade agroindústria com o processamento defrutas e leite (doces e licores); noções depaisagismo e ainda oferecendo treinamen-tos para produtores interessados em fa-zer um diagnóstico de viabilidade econô-mica do turismo em sua propriedade”, in-forma a técnica da EMATER-MG San-dra Pereira Nascimento.

Além de incentivar mais uma opçãode renda no campo, Sandra Nascimentoexplica que o turismo rural é uma opor-tunidade surgida naturalmente da voca-ção do município para o turismo. “Sabe-mos que com a reabertura do TropicalHotel (antigo Grande Hotel de Araxá) eas Termas de Araxá, os turistas estão che-gando e eles são compradores em poten-cial dos produtos dos meios urbano e ru-ral. Além de oferecer os produtos nas fa-zendas, estamos produzindo para vendê-

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é nova atração em Araxálos também em postos de comercializa-ção na cidade”, afirma.

Hospedagem no campoHospedagem no campoHospedagem no campoHospedagem no campoHospedagem no campo

Dez fazendas se prepararam e estãohospedando turistas no município. Alémdas atividades tradicionais, as proprieda-des têm algumas atrações como pesque epague, restaurantes com comida típica mi-neira, agroindústrias, trilhas para caminha-das e cavalgadas e roteiros formados coma orientação da EMATER-MG.

A Fazenda Córrego Fundo, de JoãoAlberto do Vale, é considerada modelopelo tipo de manejo que impõe em suasatividades produtivas, e inclui um rotei-ro de visitas a três outras fazendas vizi-nhas. Nessas propriedades há produçãoartesanal de doces, artesanato e pinturaem tecido.

Na Fazenda Lagoa do Engenho, com40 hectares, os turistas podem se divertir

com o pesque e pague e aproveitar ascachoeiras da propriedade. Roberto Pe-reira Guimarães, o proprietário, afirmaque, com o turismo rural, seu lucro coma propriedade aumentou em 100%. Umaoutra atração da fazenda é a produçãode cachaça. O alambique existe há 140anos, e há 18 anos ele o reativou. Segun-do Roberto, a produção da cachaça des-perta a curiosidade e muitos visitam oalambique para conhecer todo o pro-cesso, desde o corte da cana até a em-balagem do produto. A fazenda produzem torno de 50 mil litros de cachaçapor safra que são armazenados em to-néis de diversas madeiras, além de umareserva especial com cachaça produzidahá 25 anos.

Mas nem só de passeios a cavalo, lei-te ao pé da vaca e comidas típicas vive oturismo rural em Araxá. A fazenda Ho-rizonte Perdido, propriedade de Merce-

des Gonçalves de Paiva, tornou-se mui-to procurada por esportistas radicais. Aproprietária criou um restaurante depoisdo grande movimento de pessoas quevinham praticar esportes radicais, comoasa delta. Nas rampas naturais da fa-zenda acontecem campeonatos nacio-nais de vôo livre.

Divulgar mais intensamente o turis-mo rural é uma das preocupações dosprodutores rurais do município. Elesconseguiram patrocínio com a Prefei-tura/Conselho Municipal de Turismo -Contur, Sebrae, Associação Comercial eIndústrial de Araxá - ACIA e EMATER-MG e criaram peças de divulgação daatividade. Também foi realizado, emmarço, o 6º Encontro da Família Ruraldo Planalto de Araxá, um dia-de-cam-po de turismo rural organizado pelaEMATER-MG que teve a participaçãode cerca de 400 pessoas.

Capacitação emprocessamentoartesanal dealimentos com oobjetivo deagregar valor aoproduto

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Edna de SouzaArquivo EMATER-MG (fotos)

Pupunha é sucesso

município de Dom Silvério,na Zona da Mata Mineira,tem vocação natural para aagropecuária. Bovinocultura

de leite, milho, feijão, gado de corte eculturas como a banana, a goiaba e ocafé são os produtos de maior represen-tatividade para a sustentação e o desen-volvimento econômico-social das famí-lias do meio rural.

Na busca de alternativas para a pro-dução e aumento de renda familiar foiescolhido o cultivo da pupunha para aprodução de palmito, definida de acor-do com as condições de solo e clima daregião e a capacidade produtiva das pe-quenas propriedades rurais do municí-pio. A pupunha é uma palmeira originá-ria da região amazônica, cultivada pe-los povos indígenas nesta região e na

América Central. Dom Silvério temuma altitude de 492 metros e tem-

peratura média anual de 20° C,ideal para a exploração da

cultura.

Além disso, o município está bem lo-calizado com relação aos grandes cen-tros consumidores. São 178 km de BeloHorizonte, 440 do Rio de Janeiro e 410km de Vitória. Está a 76 km de JoãoMonlevade e a 148 km de Ipatinga, umbom mercado consumidor na Zona Me-talúrgica e que absorve quase toda a pro-dução do palmito de Dom Silvério. Apro-ximadamente 94% das propriedades domunicípio possuem área de até 100 hec-tares, ocupando aproximadamente 65%da área total agropecuária, que é de14.274 hectares.

O início da cultura em Dom Silvériose deu no Sítio Pitanga, propriedade deJosé Eduardo Coura Cordeiro, conduzi-da exclusivamente com mão-de-obra fa-miliar. A lavoura foi a primeira referênciapara as demais propriedades na introdu-ção da pupunha. A propriedade já pos-suía uma reserva nativa de palmeira Ju-çara, que se encontra em extinção, segun-do o extensionista da EMATER-MGFrancisco de Paula Silva. O produtor JoséEduardo conheceu a palmeira pupunha,em junho de 1998, e adquiriu 10 kg desementes em São Paulo, iniciando a pro-dução experimental de aproxima-damente 500 mudas.

“Após dois anos de acompanhamen-to, verificou-se que a palmeira tinha seadaptado muito bem à região, o que mo-tivou o produtor a adquirir mais mudasjá formadas para aumentar a planta-ção”, informa o técnico da EMATER-MG. Estas novas mudas foram adqui-ridas no Instituto Estadual de Florestas -IEF de Ubá, município da Zona daMata, e em viveiros particulares deJaboticabal (SP). Hoje, a área cultiva-da é de cinco hectares, com o plantiode aproximadamente 25 mil mudas.

Os custos para formação de umhectare de pupunha irrigado fica emtorno de R$6.000,00, e o plantio indi-cado (com espaçamento de 2,0 x 1,0 mem linhas simples e de 2,0 x 1,0 x 1,0 mem linhas duplas) corresponde a exata-mente 5.000 e 6.660 mudas por hec-tare, segundo Francisco de Paula. Opreço da muda varia de R$0,70 aR$0,80 e o preço de fre-te, adubo, hora/máquina,

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na Zona da Matahoras trabalhadas e irrigação são or-çados de acordo com a região e como sistema de irrigação utilizado.

“A adubação e a irrigação são doisfatores importantes no cultivo de palmitode pupunha, essenciais a uma boa produ-tividade e qualidade da produção, pois apupunha paralisa seu crescimento no pe-ríodo da seca”, como afirma o técnico daEMATER-MG.

Viabilidade econômicaViabilidade econômicaViabilidade econômicaViabilidade econômicaViabilidade econômica

Cada hectare produz em média1.700 Kg de palmito-creme (toletesde 9 cm) e 2.300 Kg de coração depalmito (rodelas ou picadinhos). Decada hectare plantado, em dois anoscorta-se aproximadamente cinco milpalmitos no primeiro corte. E nos cor-tes subseqüentes, quando a planta játem perfilhos, cortam-se de sete a oitomil palmitos por hectare. O preço con-seguido por haste de palmito, para co-mercialização com indústrias, fica emtorno de R$1,00, e R$2,50 a R$3,00para a venda direta ao consumidor.Para estes, o produto pode chegar dasseguintes formas:

4Palmito fresco com casca – é amelhor opção de venda para o pro-dutor, mas tem o inconveniente de oconsumidor precisar descascá-lo.Também pode ocorrer que o consu-midor, por falta de experiência, nãosaiba como descascar o palmito semdesperdício.

4Palmito fresco limpo embalado(600 g) é a melhor opção, pois facili-ta para o consumidor, tem boa apre-sentação e o rendimento é compará-vel a duas latas de palmito em con-serva (300g), custando menos da me-tade do seu preço. Esta é a forma decomercialização utilizada no Sítio Pi-tanga.

Como os palmitos do Sítio Pitangativeram boa aceitação, passaram a sercomercializados também em Dom Sil-vério, Alvinópolis, João Monlevade ePonte Nova. E, apesar de os consumi-dores não terem o hábito de usar o pal-mito fresco, o produtor procurou tes-tar várias receitas, imprimiu-as e pas-

sou a entregá-las junto com o produto,“o que foi aprovado pela população”,como afirma Francisco de Paula.

Um projeto para processamento eindustrialização do palmito, elabora-do pelo professor Antônio CarlosSouza, da Universidade Federal deViçosa, foi aprovado pelo produtor,que tem previsão para ampliação dalavoura. Atualmente existem cerca de70 mil pés de pupunha na Zona daMata, número considerado pequenopara viabilizar a implantação de umaindústria na região, como informa o

4Colheita precoce com relação a outras espécies de palmito.Após 18 e 24 meses do plantio pode-se iniciar a co-lheita. Depois da primeira colheita os perfilhos po-dem ser colhidos com intervalos de seis meses.

4A pupunha apresenta brotações junto à planta-mãe,permitindo cortes subseqüentes por um período quevaria de 12 a 15 anos, quando bem adubada eirrigada.

4O palmito não estraga e pode ser colhido na épocamais conveniente, dando mais segurança ao produ-tor.

4O palmito não escurece após o corte em razão dobaixo teor de oxidação, o que facilita sua venda innatura, direta ao consumidor, a um preço mais altodo que aquele pago pelas indústrias.

4Além de ser um produto ecológico (contribui para pre-servação dos produtos nativos sem nenhum dano às flo-restas) a pupunha é cultivada a pleno sol em áreasutilizadas para culturas tradicionais, sendo os res-tos culturais incorporados ao solo. As palmeirasembelezam ainda a propriedade, o que serve de es-tímulo para os produtores.

Vantagens de se produzira pupunha

gerente regional de Desenvolvimen-to Florestal Sustentável do IEF/Ubá-MG Renato Gomes.

O Sítio Pitanga vem servindo demodelo para difundir e estimularesta cultura na região e tem recebi-do muitos visitantes interessados nocultivo de pupunha para palmito. “Jáestamos trabalhando na formaçãode grupos de pequenos produtoresrurais para que possamos viabilizara construção de uma fábrica em nos-so município”, informa o técnico daEMATER-MG.

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Harildo FerreiraAlexandre Soares (fotos)

Universidade Federal de La-vras – UFLA foi criada em1908, por missionários nor-te-americanos, como Escola

Agrícola de Lavras, uma das primeiras ins-tituições de ciências agrárias do Brasil. Em1938, passou-se a chamar Escola Supe-rior de Agricultura de Lavras – ESAL, efinalmente, em 1994, tornou-se Universi-dade Federal, e está seguramente entre asde maior prestígio acadêmico e científicoem toda a América Latina.

Hoje, uma das características marcan-tes da universidade é a prática de umapolítica de abertura para a sociedade bra-sileira, começando pela região Sul do Es-tado de Minas Gerais e interagindo compraticamente todas as regiões brasileiras,por meio de cursos à distância nos níveisde especialização.

“Somos hoje, em termos relativos, asegunda instituição federal no Brasil como maior número de estudantes de mes-trado e doutorado. São cerca de 40% dealunos em cursos de pós-graduação”,afirma o reitor Fabiano Ribeiro do Vale,engenheiro agrônomo pela UFLA, Mes-tre em Fertilidade do Solo pela Universi-dade Federal de Viçosa e PhD, na mes-ma área, pela North Carolina State Uni-versity – EUA. Aos 46 anos, o professorFabiano do Vale é reitor em segundomandato, no cargo desde 1996.

Alguns números refletem o dinâmicoprocesso de crescimento da universidade,sobretudo a partir de 1994. São 12 cursosde doutorado, 16 anos em contínua expe-riência com ensino à distância (tutoria), maisde 10 mil alunos de todo o Brasil e dealguns países matriculados em mais de 50cursos de especialização. Para o reitor, esteprocesso se deveu a uma leitura de reali-dade baseada em demandas de ex-alunos.

UFLA e comu

“A aceleração do conhecimento foi umdos fatores a levar a UFLA a esta condi-ção de destaque em cursos de pós-gra-duação. O profissional de hoje tem gran-de necessidade de estar continuamenteatualizado com o desenvolvimento téc-nico e científico, daí o sucesso desses cur-sos de especialização. Dadas as especifi-cidades do mercado profissional, já não

é mais possível que alunos cortem radi-calmente seu envolvimento com a uni-versidade”, explica.

Desta interação com a comunidade,sobretudo com os produtores rurais, ex-alunos e outros agentes do agronegócio bra-sileiro, nasceu a decisão de ofertar cada vezmais vagas e oportunidades para o maiornúmero possível de profissionais que ne-

novas perspectivas para

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nidade criam

cessitam de contínua ampliação de conhe-cimentos. Esta convivência, segundo o rei-tor, possibilita um maior conhecimento darealidade externa à universidade e, assim,a utilização de novas ferramentas paraassegurar a qualidade de ensino. A uni-versidade tem hoje sua maior referênciaacadêmica na excelência de cursos empós-graduação.

TTTTTecnologias e extensãoecnologias e extensãoecnologias e extensãoecnologias e extensãoecnologias e extensão

A UFLA, com o seu campus universi-tário em Lavras, exerce influência cultu-ral, técnica e científica em todo o Sul deMinas Gerais, uma das regiões onde oagronegócio tem uma forte participaçãonos campos econômico e social. Desta-cam-se na região a cafeicultura e a pecu-

ária leiteira, conduzidas tanto de formaempresarial quanto familiar. Mais de 100municípios da região têm na cafeiculturaa base de sua economia, como fonte ge-radora de renda familiar e de ocupaçãode mão-de-obra.

Neste cenário, o Núcleo de Cafeicultura,um dos seus 20 Núcleos de Ensino, tornou-se um centro nacional de referência no agro-negócio café, disponibilizando tecnologias emanejos inovadores para o parque cafeeiroda região e de todo o Brasil. Para a geraçãode tecnologias, por exemplo, são mais de 600convênios com entidades públicas estaduaise federais, cooperativas, sindicatos rurais eorganizações não-governamentais.

Primeira instituição de ciências agrári-as a criar o curso de Administração Ru-ral, tão importante quanto as tecnologiasde produção para o desenvolvimento doagronegócio, juntamente com a Universi-dade Federal de Viçosa - UFV, a UFLAtem mais de mil projetos de pesquisas emandamento no campo agropecuário. Parao reitor, as duas instituições são motivode “orgulho para Minas Gerais”, pois es-tão seguramente entre os cinco maiorescentros de ensino das ciências agrárias naAmérica Latina.

“Além disso, UFLA e UFV são umareferência para o desenvolvimento doagronegócio do País, uma garantia de quenós brasileiros saberemos chegar aondedevemos”. O Brasil, informa o reitor, tema maior área de potencial agrícola do mun-do, e a capacidade de explorar racional-mente esta riqueza depende em grandemedida da qualidade e eficiência de suasuniversidades.

“São mais de 500 milhões de hecta-res, uma área maior que 32 países euro-peus. Temos água, climas favoráveis euma capacidade instalada de tecnologiase difusão que dá ao agronegócio brasilei-ro uma competitividade fantástica”, ava-lia. E a extensão rural, acrescenta, “temum papel importante” para a conquista erealização deste potencial.

o agronegócio regional

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“A EMATER-MG é uma de nos-sas maiores parceiras. O que é preciso,não em Minas Gerais e alguns outrosEstados, mas de uma forma geral, éque os governos, em todos os seus ní-veis, dêem força total aos serviços deextensão. Sem esses serviços, não fazsentido a geração de tecnologias e ou-

“A UFLA é a garantia de tecnologias e conhecimen-tos adequados às demandas do agronegócio regional.Sua abertura e integração com o ambiente externo éuma atitude importante para o desenvolvimento eco-nômico e social de nossa região, num movimento quenão se limita a receber os agentes do agronegócio emseu campus, mas também leva a Universidade até o meioonde vivem as pessoas que trabalham com a agrope-cuária”.

A visão desse perfil operacional da UFLA é do ge-rente da EMATER-MG em Lavras, engenheiro agrô-nomo Marcos Antônio Fabri, ressaltando a política deintegração e participação comunitária que a universi-dade mantém como prioridade em sua atual gestão.Para Marcos Fabri, esta postura é o que faz a UFLA“ter um enfoque sempre adequado dos problemas agrí-colas da região, construindo parcerias e potencializan-do, ao máximo, a assistência interinstitucional aos pro-dutores rurais do Sul de Minas”.

Tradicionais parceiros na assistência aos produto-res e na construção e desenvolvimento de programasestruturantes para a região, UFLA e EMATER-MGtêm um caminho comum trilhado deste a criação da

Uma história de parcerias

Empresa, em 1948. De acordo com o gerente em La-vras, a qualidade da assistência técnica e organizacio-nal da EMATER-MG na região “deve-se bastante àparceria construída com a UFLA, na qual comunga-mos os mesmos objetivos de contribuir para o desen-volvimento sustentável das famílias rurais e de toda asociedade”. Alguns dos principais trabalhos conduzi-dos em parceria pela UFLA e EMATER-MG, e com aparticipação de outros parceiros, são os seguintes:

4Circuito Sul Mineiro de Cafeicultura4Encontro Sul Mineiro de Cafeicultura4Encontro Regional de Bovinocultura de Leite4Encontro Regional de Piscicultura4Encontro Regional do Milho4Concurso Regional de Produtividade de Milho4Dia-de-campo Regional de Café4Encontro Regional da Cultura do Feijão4Frutilavras – Programa de Fruticultura da Região

de Lavras4Parceria na assistência técnica aos produtores do

Sul de Minas4Encontro Regional de Fruticultura

O reitor Fabiano do Vale e Marcos Fabri (abaixo):parceria de resultados

tros conhecimentos, pois os clientes fi-nais desses produtos, principalmente osprodutores rurais, podem ficar margi-nalizados de todo o processo”.

Fabiano Ribeirodo Vale cita uma pes-quisa relatando ocrescimento médiodos municípios brasi-leiros, nos últimos 20anos: os que maiscresceram foram jus-tamente os que têmo agronegócio comocarro-chefe de suaseconomias. “Resulta-dos como este apon-tam de forma inequí-voca a força do agro-negócio no contextoeconômico e socialdo Brasil. É preciso,pois, decisão política

para fazer do agronegócio uma basesegura para o desenvolvimento econô-mico e social de nosso País”, conclui oreitor.

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Ângela BarbosaAlexandre Soares (fotos)

idade turística, com belaspraias, remansos e corredei-ras do Rio São Francisco, Pi-rapora, no Norte de Minas, tem-

se destacado também como importante pólode fruticultura no Estado, com ênfase parao cultivo da uva. Além da cultura comer-cial, os pomares são tradição nas proprieda-des, constituindo-se numa boa alternativade renda para a famílias do meio rural.

Há três anos o Programa de Industria-lização Caseira de Alimentos, coordenadopela EMATER-MG, ganhou novo estímu-lo com a comercialização de produtos agro-industrializados para a merenda escolar,num processo em parceria com a Prefei-tura Municipal. O programa tem sido fun-damental para o desenvolvimento da agro-indústria caseira no município.

Em dezembro de 1999, a SecretariaMunicipal de Educação incluiu no cardápioda merenda escolar boa parte da produçãode doces do município. Este ano (janeiro amaio) a Prefeitura adquiriu 1.040 kg debananas-passas, 24 mil rapadurinhas de25g e 10 mil unidades de 40g de docesem barras, que foram distribuídos aos6.600 alunos da rede escolar municipal.A iniciativa agradou aos alunos, informaa técnica da EMATER-MG CarminaSandra Oliveira: “os alunos sabem queestes produtos são um excelente comple-mento alimentar”.

A banana tem alto teor de potássio,vitamina A, cálcio, ferro e proteínas, e arapadurinha tem cálcio e ferro, portanto,são um enriquecimento da dieta dos alu-nos. Além desta qualidade para a meren-da escolar, o programa permite o apro-veitamento das frutas nas comunidadesrurais, gerando ocupação de mão-de-obrae aumento da renda familiar no campo.

Os cardápios são orientados pela Se-cretaria Municipal de Educação, junto com

Mercado institucional eagricultura familiar

a EMATER-MG, e servidos pelas ser-ventes das escolas que foram treinadaspela Empresa. Foram realizados quatrotreinamentos, totalizando 150 pessoas trei-nadas em 2001. O resultado deste Pro-grama foi tão positivo que acabou se es-tendendo para a rede estadual de ensinoem Pirapora. Duas escolas incluíram osprodutos no cardápio para mais de milalunos, e adquiriram de janeiro a maiodeste ano 17.163 rapadurinhas.

Participação familiarParticipação familiarParticipação familiarParticipação familiarParticipação familiar

Três famílias participam do programa,comercializando seus produtos destinadosà merenda escolar. O processamento éfeito em unidades agroindustriais devida-mente legalizadas. Para legalizar uma uni-dade de processamento, os produtoresdevem formar uma micro-empresa, o quelhes permite a emissão de nota fiscal.

A Prefeitura de Pirapora, por meioda Secretaria Municipal de Educação, fazo pagamento dos produtos à vista, depoisde assinar um contrato com o produtor,constando o prazo de entrega e a quanti-dade dos produtos. Os produtores são cre-

denciados junto à Secretaria Municipal deEducação, com renovação anual, e sãoconvidados a apresentar orçamentos con-forme a demanda, que normalmente temsido por três meses. A assistência técnicaaos produtores é de responsabilidade daEMATER-MG.

A rapadurinha é produzida por Sebas-tião Pereira dos Santos e família na Fa-zenda Brejinho. Para atender às necessi-dades das escolas, eles reduziram o tama-nho da fôrma e passaram a produzir arapadurinha de 25g. De acordo com Mariada Conceição Santos, filha de Sebastiãodos Santos, antes a renda mensal obtidacom o produto era de R$ 230,00 e hojechega a R$ 600,00. A produção semanalé de 200 rapadurinhas.

“O importante é a gente sentir queo nosso produto está sendo valoriza-do dentro do município e também estágerando renda sem precisar sairmos dazona rural para a cidade à procura deemprego”, afirma Maria Conceição. Como programa, ela e um irmão, que mora-vam na cidade, fizeram o caminho devolta para casa.

C

Produtos agroindustrializados são utilizados na merenda escolar

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Tadeu Silva informa que o grupo estáentusiasmado por ter sido capaz de “ino-var” no processo de aquisição de terra ena forma de produzir coletivamente, di-vidindo o trabalho de campo, os investi-mentos e lucros. “O grupo decidiu tersua própria terra, e para isso compreen-deu que a base seria se organizarem numaassociação e tocar o projeto de formacoletiva e solidária. Os resultados preli-minares são animadores, e certamenteserão exemplo em nossa região para ou-tros grupos de agricultores com os mes-mos problemas de falta de terra e pers-pectivas de trabalho com a agricultura”.

SolidariedadeSolidariedadeSolidariedadeSolidariedadeSolidariedade

A terra foi paga pela Associação, estáem seu nome e foram adquiridas a umcusto de R$ 23 mil. A Prefeitura partici-pou com R$ 5 mil, e o excedente da pro-dução é utilizado para pagar o financia-mento do custeio das lavouras. “É umavitória muito grande que estamos con-

Harildo FerreiraAlexandre Soares (fotos)

oze famílias de agricultores fa-miliares de Minduri, no Sul deMinas, contornaram uma crisede desemprego de uma forma

criativa e arrojada. Formaram uma asso-ciação, somaram suas economias, adqui-riram coletivamente uma área de 28 hec-tares e nela estão produzindo milho, ar-roz, mandioca, feijão, cana-de-açúcar eplantaram ainda um pequeno pomar. Oprojeto está em seu segundo ano de exe-cução e as perspectivas são as melhorespossíveis, deixando o grupo animadoquanto à viabilidade de algum lucro paraeste ano.

Todo o trabalho é desenvolvido deforma coletiva e solidária. Quando algumparticipante não pode se ocupar direta-mente do trabalho, um outro o faz emseu lugar, pois todos prestam serviços paraterceiros. “A prioridade é a área coletiva,mas é preciso compreensão da necessida-

Criatividade e parceride de alguns associados terem de traba-lhar para terceiros. Quando isso aconte-ce, a gente se reveza, alguém vem substi-tuir o colega”, explica o presidente da As-sociação dos Produtores de Minduri, JoséGeraldo Santos.

Os produtores têm assistência técni-ca e organizacional da EMATER-MG,com o técnico Antônio Tadeu Silva, erecebem apoio da Prefeitura, sobretu-do neste primeiro momento dos traba-lhos. Os financiamentos, explica Antô-nio Tadeu, vêm do PRONAF – Pro-grama Nacional de Fortalecimento daAgricultura Familiar, por meio do Ban-co do Brasil, e até agora foram planta-dos 8 hectares de milho, 4 hectares defeijão e um de mandioca. Foram colhi-dos 1.200 kg de arroz, “suficientes paraa subsistência das famílias associadas”,e a cana-de-açúcar será a matéria-pri-ma para a produção de rapadura, me-lado e açúcar mascavo. A fábrica parao mascavo já tem projeto técnico elabo-rado e brevemente será uma realidade.

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A partir da esquerda: AntônioTadeu, José Ricardo e o PrefeitoEdmir Silva

Criatividade e soli-dariedade são asbases do sucesso

dos produtores

as para vencer crises

seguindo, com a nossaunião e o apoio daEMATER-MG e daPrefeitura”, afirmaJosé Geraldo Santos.“Nosso objetivo agora,acrescenta, “é aumen-tar a produção para au-mentarmos a renda fa-miliar”.

Além do aumentoda área de milho, deonde vem a maior recei-ta do projeto, os agricul-tores se preparam paraoutras alternativas deprodução, principalmen-te com a olericultura. Adiversificação, apontaAntônio Tadeu, daEMATER-MG, é umadas formas de garantirmaior rentabilidade com a área adqui-rida. Intervenções de preservação am-biental, como proteção de nascentes emanejo correto do solo, são outras ati-vidades que fazem parte dos trabalhos

com a Associação.Edmir Geraldo Silva, prefeito de Min-

duri, também está entusiasmado como trabalho associativo dos agriculto-res e aposta que o exemplo deles será

seguido em outros municípios da re-gião, contribuindo para a geração deempregos e formação de renda familiar,dois dos maiores desafios enfrentadospelos municípios brasileiros.

O prefeito afirma que “a grande ver-dade é que a gente não caminha sozi-nho, é preciso partir do associativismo,trabalhar em parcerias e contar com aparticipação ativa dos envolvidos nosprojetos. Estamos trabalhando aqui des-ta forma, por isso estamos conseguindosuperar as dificuldades e criar alternati-vas concretas de renda familiar e em-prego no setor agrícola. E aqui façoquestão de falar da EMATER-MG, umaparceira indispensável para os municípi-os. Minha secretaria municipal de agricul-tura é a EMATER-MG, na agriculturacontamos é com a competência deste pes-soal”, concluiu.

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Harildo FerreiraAlexandre Soares (fotos)

iuruoca, no Sul de Minas, temum turismo ecológico expres-sivo, sustentado pela beleza desuas paisagens montanhosas e

cachoeiras que atraem turistas da regiãoe de outros Estados, à procura da tran-qüilidade que o município oferece. En-tretanto, Aiuruoca ainda não atingiu aexploração de todo o seu potencial tu-rístico. Para realizá-lo, uma verdadei-ra força-tarefa, da qual faz parte aEMATER-MG, desenvolve um exten-so plano de trabalho que vai desde a pro-dução organizada do artesanato, passa pelarecuperação e preservação ambiental até

um amplo projeto de educação da popu-lação rural, a partir do envolvimento co-munitário das escolas públicas.

Prefeitura, Sebrae, EMATER-MG,Cemig, escolas públicas, Polícia Flores-tal e organizações não-governamentaisestão na linha de frente deste trabalho,cada qual atuando em sua área especí-fica e desenvolvendo projetos de for-ma coletiva com todas as comunidadesorganizadas de Aiuruoca. As escolas ru-rais, por exemplo, já realizaram o diag-nóstico ambiental do município, mape-ando as áreas carentes de intervençãoe outras com potencial de atrações tu-rísticas ainda não exploradas. A mobi-lização da população rural é funda-mental para o projeto, pois as maio-res atrações do turismo local estão nocampo.

A EMATER-MG e outros parceiros,a partir deste diagnóstico, estão fazendoas intervenções de preservação ambien-tal, com proteção de nascentes, recupera-ção de recursos hídricos, recomposiçãovegetativa de morros e encostas, e capa-citando artesãos e famílias rurais para aprodução agroindustrial de alimentos. Acriação da associação de apicultores – umaatividade que pode ser desenvolvida tam-bém como instrumento de preservaçãoambiental – foi uma outra ação coorde-nada pela Empresa, em Aiuruoca.

“A apicultura, além de uma excelentealternativa de renda familiar, é uma opor-tunidade para intervenções de preserva-ção ambiental, com o plantio de mudas deplantas nativas, monitoramento de áreas crí-ticas e organização de produtores para odesenvolvimento sustentável rural”, expli-

são faces Turismo e qualidade

O engajamento da comunidade escolar foi o ponto de partida para os trabalhos

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da mesma moedaambiental

ca o técnico da EMATER-MG em Aiu-ruoca Marcos Antônio de Moraes. Ou-tras atividades rurais, afirma o técnico,também estão sendo exploradas com osentido de contribuir de alguma formapara a sustentabilidade do turismo.

Entre as principais explorações comesse objetivo estão a produção orgânicade alimentos (já estão organizados cercade 30 produtores, que estão em proces-so de capacitação para a atividade), pro-dução de hortaliças nas escolas rurais(para funcionar como uma “vitrine” pe-dagógica para as comunidades), plantiode 500 mudas de araucária (o objetivo érecuperar a espécie na região) e um in-tenso replantio de candeia, uma planta na-tiva da região.

Segundo o técnico da EMATER-MG,todas estas ações fazem parte do pro-jeto de recuperação ambiental de Aiu-ruoca, base para associar ao turismoecológico, já existente, a exploração doturismo rural.

Escolas ruraisEscolas ruraisEscolas ruraisEscolas ruraisEscolas rurais

A participação da comunidade es-colar tem sido de grande eficáciapara os trabalhos de desenvolvi-mento ambiental e turístico deAiuruoca. Por meio da Se-cretaria Municipal deEducação, a Escola Nos-sa Senhora do SagradoCoração, na comuni-dade rural do Ta-manduá, tem estadona linha de frentedo projeto com ostrabalhos desenvol-vidos pelos profes-sores e alunos.

Cerca de 100 estudantes aplicaram osquestionários para o diagnóstico ambien-tal do meio rural do município. O secre-tário do Meio Ambiente e Turismo de Aiu-ruoca, Everaldo Xavier Diniz Campos,afirma que a base do turismo local é omeio ambiente, “e os alunos foram os pri-meiros a compreender esta importânciae, assim, o engajamento da comunidadeescolar é um exemplo de participação etem sido fundamental para o bom anda-mento dos trabalhos”.

Os alunos “mapearam” e relataramas condições ambientais de mais de 130cachoeiras no município, todas com po-tencial turístico. Além disso, desenvolvemintenso trabalho de educação ambiental,junto às suas famílias e à população detodas as comunidades rurais. Na escola, sobcoordenação do professor e diretor Mar-co Antônio dos Santos, criaram

a “Feira de Ciências”, realizada anualmen-te com concursos de redação sobre te-mas ambientais, exposição de pinturase desenhos, palestras e atividades decampo como peixamento de córregos ecriação de viveiros de mudas nativaspara reflorestamento em áreas críticas.

Esta é a primeira vez em Aiuruocaque a atividade do turismo é alvo de umplanejamento adequado para sua consoli-dação. Sobretudo com atividades no meiorural, onde se concentram as atrações paraos turistas. Para Marcos Antônio de Mo-raes, técnico da EMATER-MG, estaabordagem de forma planejada e organi-zada “certamente fará a diferença nos re-sultados finais, colocando o turismo eco-lógico e rural como uma alternativa con-creta de renda e trabalho para as famíliasdo campo”, finaliza.

Everaldo Xavier,Marcos de Moraes e

Marco Antônio dosSantos: bem-sucedidos

na mobilização dacomunidade

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O engenheiro agrônomo AndréCésar Henriques na solenidade

de premiação do Super Ecologia2002, em São Paulo

Harildo FerreiraArquivo EMATER-MG (fotos)

Revista Superinteressante, da Editora Abril, outorgou à EMATER-MGo Prêmio Super Ecologia 2002 - - - - - Categoria Solo/Empresa, pelo Projeto Agroe-cologia e Desenvolvimento Rural Sustentável do Município de Itamba-curi, na região Norte do Estado.

O projeto, inscrito pelo coordenador dos trabalhos, o engenheiro agrônomo daEMATER-MG André César Henriques, orienta ações integradas realizadas pelaEmpresa, Prefeitura Municipal de Itambacuri, Instituto Estadual de Florestas – IEF,Grupo Ecológico Guardiães do Vale e Grupo de Produtores Ecológicos do distrito deFrei Serafim.

Concorreram ao Prêmio 438 projetos de todo o País, e o da EMATER-MG ficouentre os três melhores trabalhos na Categoria Solo. A comissão julgadora, – formadapor personalidades expressivas entre os ambientalistas brasileiros –, o número e o níveldos trabalhos inscritos deram ao Prêmio Super Ecologia o peso de “o mais importantedo Brasil na área ambiental”.

André César Henriques recebeu o prêmio em nome da Diretoria Executiva daEMATER-MG em solenidade no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, em maiopassado. O projeto vencedor, segundo André César, foi o único selecionado que esta-va diretamente relacionado com a agropecuária. “Nosso projeto consiste na adoção de

Trabalho da EMATERrecebe prêmio Sup

Manejo da cultura da goiaba. Excelenteprodutividade e qualidade, com frutas

�ensacoladas�, quebra-ventos econtrole de plantas invasoras

Batata-doce. Excelente desenvolvimento vegetativo dalavoura, livre de pragas e doenças, tratada com soluçãode 2,5% de urina de vaca

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-MG em Itambacurier Ecologia 2002

Estufa do viveiro municipal de Itambacuri. Produção de 2.500mudas de Nim (Azadiractha indica) em sistema de bandeja. Em2001, foram produzidas e distribuídas cerca de oito mil mudasde �plantas estratégicas� a aproximadamente

180 famílias de produtores

Proteção do solo, ao redor da muda,com palha de café, para resguardar a umi-dade do solo, barrar ervas invasoras efornecer nutrientes às plantas

técnicas alternativas de produção agrícola, na busca de soluções simples para osgraves problemas dos pequenos produtores rurais numa das regiões mais ca-rentes do País e das que mais sofrem com a degradação da natureza”, afirmaHenriques.

Algumas das práticas desenvolvidas em Itambacuri são o aproveitamentode subprodutos com a reciclagem das sobras de cultivo (palha de feijão, mi-lho, café etc), urina de vaca e cinza de fogão a lenha, que fornecem nutrien-tes essenciais ao desenvolvimento das lavouras e no controle biológico decertas pragas e doenças. E ainda o plantio de espécies vegetais estratégicas,plantas que, pelas suas características servem como “ferramentas” no com-bate às pragas e doenças, além de regenerar o solo com nutrientes e controlede erosão.

Para o Diretor Técnico da EMATER-MG Argileu Martins da Silva, estaconquista da equipe técnica de Itambacuri, num trabalho conjunto com os nos-sos parceiros, “é a reafirmação do trabalho da Empresa em 720 municípios doEstado, buscando implementar uma estratégia de desenvolvimento rural utilizan-do os recursos naturais de maneira racional e criativa.”

Além de levar o nome do município de Itambacuri para todo o País, ecolocá-lo na vanguarda das intervenções ambientais de êxito, o Prêmio SuperEcologia 2002 “demonstra todo o potencial de trabalhos ambientais na revita-lização da economia municipal, com geração de emprego, redução do êxodorural e formação de renda familiar, preservando a sustentabilidade da produçãoagrícola”, concluiu o dirigente.

Abacaxicultura. Lavoura tratada comsolução de 2,5% de urina de vaca.

Não foi observada qualquer incidência deataques de pragas e doenças durantetodo o ciclo da cultura

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Fruticultura amplia renda e empre

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Harildo FerreiraAlexandre Soares (fotos)

Programa Frutigrande, queabrange seis municípios dabacia do Rio Grande (Itutin-ga, Itumirim, Nazareno, Con-

ceição da Barra de Minas, Lavras e Pie-dade do Rio Grande) vem se consolidan-do como uma excelente alternativa de pro-dução e renda para centenas de famíliasrurais desta microrregião do Campo dasVertentes. Uma ampla parceria envol-vendo produtores rurais, prefeituras,EMATER-MG e indústrias é a base doêxito dos trabalhos em andamento.

Um outro objetivo do programade fruticultura, explica o técnico daEMATER-MG em Itutinga, JoaquimBatista de Assis, foi criar “uma alternati-va à crise que afetou duramente a ativi-dade leiteira, principal fonte de renda damaioria dos municípios da região”. EmItutinga, por exemplo, o leite era a princi-pal atividade econômica de praticamentetodos os cerca de 150 produtores do mu-nicípio. Hoje, pelo menos 40 famílias têmna fruticultura tropical uma fonte de ren-da que supera a da pecuária leiteira.

A Revista da EMATER-MG esteveem Itutinga, onde os trabalhos come-çaram há mais tempo, cerca de trêsanos, e predominam as lavouras demaracujá. Joaquim Batista informa queo maracujá se adaptou de maneira es-petacular no município, produzindo umfruto de qualidade e com excelente pro-dutividade. Uma indústria da região en-viou os frutos para uma empresa im-portadora dos Estados Unidos, “queconsiderou nosso maracujá um dos me-lhores do Brasil, com polpa cheia, gran-de, coloração bem amarela e da cascafina”, explica o técnico.

Com isso, os produtores se preparampara exportar o maracujá, inicialmente

oportunidades de

numa quantidade em torno de 40 tonela-das de polpa por mês. O mercado internoestá garantido, com os contratos de co-mercialização para as indústrias Tial, BelaIschia, Frutas da Serra e Marajinho. Se-manalmente, os produtores pesam etransportam seus produtos em caminhõesaté as indústrias.

Mudança de rumoMudança de rumoMudança de rumoMudança de rumoMudança de rumo

Antônio Carlos Leite e sua esposaMaria Aparecida Leite são dois “orgu-lhosos maracujeiros” de Itutinga, “depoisde trabalhar com a pecuária leiteira ever muito pouco retorno nessa ativida-de”, explica o produtor. A propriedadedo casal tem 21 hectares, onde hoje amaior fonte de renda é a lavoura demaracujá, com pouco mais de um hec-tare, suficiente para torná-los entusias-mados com a fruticultura a ponto de pla-nejar uma expansão do plantio e se aven-turar para outras frutas, como a manga,graviola e “um pouco de goiaba”.

Seu Antônio conta que chegarama uma produção de 160 litros de lei-te por dia, “mas a pecuária leiteira estácom os dias contados na propriedade”,aguardando apenas a plena produção dasáreas expandidas com fruticultura. Naprimeira safra do maracujá, a produçãofoi de sete toneladas/ano, saltando para15 no segundo e esperam agora, no ter-ceiro ano, “uma produção bem acimade 15 toneladas”. A lavoura não é irri-gada, e as colheitas acontecem de janei-ro a agosto.

A situação dos demais fruticultoresde Itutinga se assemelha à do produtorAntônio Carlos Leite, de expectativa demelhorias e confiantes de que a fasemais complexa com a fruticultura foi su-perada. Sem tradição na atividade, o de-safio maior foi de aprendizado com anova cultura, no manejo e no gerencia-mento do negócio. Dona Maria Apareci-da explica que a assistência técnica daEMATER-MG “é indispensável para os

go no campo

Fruticultura comercial mudaperfil produtivo de Itutinga

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fruticultores”. Eles participaram de diver-sas excursões técnicas organizadas pelaEmpresa e hoje se consideram prepa-rados para a atividade:

“É preciso cuidado e capacitaçãopara trabalhar com fruticultura. A apli-cação de inseticidas, por exemplo, se nãofor feita corretamente, pode acabar tam-bém com os insetos polinizadores, e aía produção cai”, explica Dona Maria.A produtora passa dias inteiros na la-voura, e afirma que a atividade é tam-bém “uma fonte” de saúde. “A gentepassa horas trabalhando nesta lavourabonita, e nem vê o tempo passar, alivi-ando tensões e o estresse que está pre-sente hoje até aqui no campo”.

IndústriasIndústriasIndústriasIndústriasIndústrias

O técnico Joaquim Batista, daEMATER-MG, afirma que a participa-ção das indústrias, garantindo a comer-cialização regular dos frutos, é mais quetranqüilidade para os produtores, “é umdos pilares para o desenvolvimento doprograma”. É muito arriscado, segundo

o técnico, começarum empreendimentodeste tipo sem ter pri-meiro uma forte indi-cação para a venda doproduto.

“Anteriormente, aidéia era comercializar o maracujá naCeasa de Belo Horizonte. Foram feitasalgumas vendas, mas as dificuldadesse revelaram grandes, com problemasde transporte, oscilação de preços edificuldades de comercialização cole-tiva. Buscamos a parceria com as in-dústrias e desde então os trabalhos ga-nharam novo ritmo e ânimo entre osprodutores”, informa o técnico.

A tendência desta parceria é de seaprofundar ainda mais, estabelecendonovas bases de acordo que permitammaior desenvolvimento da fruticulturaem Itutinga. A idéia é que as indústrias,com demanda de maior quantidade defrutas, custeiem as lavouras, possibili-tando uma expansão mais rápida da ati-vidade. Há ainda um projeto em estu-

dos para implantação de uma indústriade polpa no município, gerenciada poruma cooperativa dos fruticultores.

O projeto está orçado em cerca deR$ 300 mil, em negociação com o Mi-nistério da Agricultura. “Se não for pos-sível o financiamento via Ministério, aidéia é que os produtores banquem oprojeto por meio da cooperativa”, ex-plica o técnico da EMATER-MG. Aprodução neste ano, somente de mara-cujá, está estimada em cerca de 200 to-neladas. Não é ainda uma grandeprodução,“mas suficiente para impul-sionar um novo salto na fruticulturaem Itutinga, consolidando uma impor-tante alternativa de renda e empregopara o município”, avalia Joaquim Ba-tista de Assis.

Joaquim Batista (E), técnico da EMATER-MG,dá assistência técnica aos fruticultores

Os produtores Antônio Leite eMaria Aparecida: novos rumos

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Plano agrícola e pecuário - Financiamento rural

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Programação de recursos para 2002/2003Programação de recursos para 2002/2003Programação de recursos para 2002/2003Programação de recursos para 2002/2003Programação de recursos para 2002/2003Os recursos a serem colocados à disposição dos produtores no ano agrícola 2002/2003, anunciados pelo ministro da Agricultura Pratini de Moraes, em 03/07/2002, de-verão alcançar um montante de R$ 21,7 bilhões, o que significa um acréscimo de26% sobre o concedido na safra anterior. Esse montante corresponde ao fluxo deaplicações – empréstimos, retornos e reempréstimos –, ao longo do ano agrícola, deuma disponibilidade total (estoque de recursos) de R$ 18,95 bilhões, ou seja, 28,9%acima da safra passada. Considerando somente os recursos a juros de 8,75% ao ano,estes serão elevados para R$ 13,55 bilhões, contra R$ 11,45 bilhões no ciclo anterior.Isto representa um incremento de 18,3% em relação à programação do ano agrícolapassado e mais de 67% se a comparação cobrir dois anos.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Recursos para a Agricultura FamiliarRecursos para a Agricultura FamiliarRecursos para a Agricultura FamiliarRecursos para a Agricultura FamiliarRecursos para a Agricultura FamiliarPara o Plano de Safra da Agricultura Familiar 2002/2003, o ministro do Desenvolvi-mento Agrário José Abrão, anunciou, dia 11/07, a liberação de R$ 4,19 bilhões quedeverão beneficiar mais de 1,4 milhão de famílias de trabalhadores rurais. Outros R$220 milhões serão destinados, este ano, para serviços e obras de infra-estrutura emmunicípios nos quais a atividade rural é predominante. Segundo José Abrão, não ésó o dinheiro que vai alavancar a agricultura familiar no País, mas o apoio à assistên-cia técnica, à capacitação, à comercialização e à exportação. O ministro afirmou queesses mecanismos vão ser viabilizados para o agricultor que já produz. Para aqueleque ainda não produz serão dados mecanismos para que comece a produzir.Para o diretor técnico da EMATER-MG, Argileu Martins da Silva, os recursos saíram emboa hora, mas “esperamos que eles sejam efetivamente disponibilizados nos bancos,para que os produtores possam acessá-los no momento adequado”.

Decreto em Minas regulamenta cachaça artesanalA publicação do decreto estadual nº 42.644, que regulamenta a produção de cachaça

em Minas, deve estimular o crescimento do setor no Estado, na avaliação de produto-res mineiros. A partir de agora, para ganhar o título de “Cachaça artesanal de Minas” a

bebida terá que ser produzida de acordo com as normas estabelecidas pelo decreto,publicado dia 06/06/2002 no Diário Oficial do Estado. O decreto regulamenta a lei nº

13.949, de 11 de julho/2001. De acordo com o presidente da Ampaq – Associação dosProdutores de Cachaça de Qualidade, Luiz Cláudio Cury, Minas responde por cerca de

10% do mercado nacional, produção estimada em 1,6 bilhão de litros/ano. O setormovimenta aproximadamente R$1,5 bilhão/ano em Minas e emprega 400 mil trabalha-

dores. O decreto assinado serve como uma espécie de “selo de qualidade” para a cachaçaartesanal produzida em Minas, segundo o diretor do Instituto de Cachaça de Alambique –

IBCA, José Lúcio Mendes Ferreira.

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Harildo FerreiraAlexandre Soares (fotos)

qualidade ambiental da áreade tombamento e do entor-no do Morro Caxambu é im-prescindível para manter

vivo o turismo, a principal atividade eco-nômica de Caxambu, no Sul de Minas.Integrante do chamado Circuito dasÁguas, Caxambu se consolidou como umdos principais pólos turísticos de Minasdevido à qualidade de suas águas mine-rais e gasosas, que atraem milhares de tu-ristas de todo o País. O Parque das Águas,com suas 12 fontes de águas minerais, é amaior atração para quem demanda des-canso, lazer, tratamento de saúde e con-vivência harmoniosa com a exuberantenatureza que emoldura a cidade.

A explicação para tamanha importân-cia do Morro Caxambu é simples: o pro-cesso de mineralização da água acontecequando ela se infiltra no morro, depois sejunta à água que infiltra na bacia hidro-gráfica do córrego Bengo e, “temperada”com estas águas no lençol freático, jorramineralizada e gasosa nas 12 fontes doparque. Desta forma, a fonte de minera-lização está no “interior” do morro, e aágua que jorra nas fontes emerge natural-mente, sem a utilização de qualquer ins-trumento mecânico.

A necessidade de trabalhar para a re-cuperação e preservação ambiental doMorro Caxambu destacou-se a partir deestudos e diagnósticos levantados pelaEMATER-MG, num trabalho coordena-do pelos técnicos José Ricardo Miglioli,gerente regional da Empresa em Caxam-bu, Deny Sanábio, do escritório local daEMATER-MG, e Flávio Augusto MaiaLoureiro, do IEF – Instituto Estadual de

Florestas. O programa é sustentado numaparceria da Prefeitura Municipal de Ca-xambu, por meio da Secretaria de MeioAmbiente e Educação, IEF, SociedadeAmigos do Parque das Águas (AMPARA)e Associação Amigos do Morro Caxambu.

“A preservação do Morro é condiçãobásica para a sustentabilidade do turismoem Caxambu”, explica José Ricardo,acrescentando que por isso as interven-ções propostas são abrangentes, “atuan-do com ações técnicas, mobilização co-munitária e trabalhos educativos para quese entenda esta importância fundamentalque a área de tombamento do Caxambutem para o futuro econômico e social detoda a comunidade”.

O Morro Caxambu, também umimportante cartão postal da cidade, ficanos limites do Parque das Águas. Se o cres-cimento urbano não tiver um ordenamen-to preventivo e planejamento ambiental,a tendência é a expansão urbana alcançar

Caxambu cuida de seu patrimônio ambiental e turístico

Preservação ambientalPreservação ambiental

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O Morro Caxambu está na área urbana do município, por isso vulnerá-vel ao impacto do crescimento da cidade com toda sua carga de rejeitos,lixo, animais, invasões e desmatamentos irregulares, entre outros. Conterestes impactos e preservar o ecossistema que resulta nas águas minerais deCaxambu são os objetivos do projeto de recuperação e conservação da áreado morro.

Além das intervenções técnicas, o projeto contempla ações educativasno sentido de conscientizar as comunidades local e regional da importânciada preservação ambiental para o patrimônio paisagístico, a recuperação dosrecursos hídricos e a conservação das bases econômicas e sociais do muni-cípio, sustentadas na atividade turística.

Entre as ações técnicas planejadas estão a proteção de nascentes, reflo-restamento ciliar, demarcação físi-ca da área de tombamento, plantiode árvores e vegetação paisagística,controle de erosão e recuperaçãode áreas degradadas.

Outras ações, de caráter peda-gógico, são a transformação doMorro Caxambu em área de edu-cação ambiental e exemplo de ma-nejo sustentável, campanhas contraqueimadas e invasões, caracteriza-ção do Morro como mirante eco-lógico, implantação de trilhas eco-lógicas na área cercada, e a organi-zação comunitária que promova oenvolvimento da comunidade naspráticas de recuperação e preserva-ção ambiental em Caxambu.

Cartão Postal

rapidamente seus domínios, apesar de omorro e seu entorno serem áreas tomba-das pelo Instituto Estadual do Patrimô-nio Histórico e Artístico – IEPHA. Con-ter esta tendência expansionista e promo-ver ações de educação ambiental são osprimeiros passos do Programa de Preser-vação do Caxambu.

CórrCórrCórrCórrCórrego Bengoego Bengoego Bengoego Bengoego Bengo

A Prefeitura, afirma o prefeito Mar-cus Nagib Gadben, está empenhada nes-se propósito, e informa que esta é a pri-meira vez que se faz uma intervençãotécnica e pedagógica no ecossistema queprotege as fontes minerais. “O diagnósti-co dos nossos parceiros foi impecável, eaponta claramente a urgência de interven-ções em todas as áreas que afetam e inte-ragem com a qualidade de nossas águasminerais. Pouco adiantam as ações pon-tuais, por isso digo que pela primeira vezestamos tratando de forma sistêmica aquestão ambiental em Caxambu”, explica.

O meio rural, informa Deny Sanábio,da EMATER-MG, requer uma atençãoespecial neste trabalho. O córrego Bengoé o principal curso hídrico que atravessaa cidade, portanto, as condições ambien-

tais de sua bacia é também fundamentalpara a qualidade das águas minerais. Sãoas águas que infiltram em sua bacia quese juntam no lençol freático à água mine-ralizada pelo morro, tornando-a própriapara o consumo.

O córrego Bengo tem 14 nascentesno meio rural, que serão alvo de açõesde preservação, proteção e recuperaçãoem suas áreas degradadas. São 6 km queo Bengo percorre desde as nascentes atéo centro urbano, passando por oito pro-priedades rurais.

“As intervenções técnicas, como sevê, não podem se dar apenas no mor-ro, de maneira pontual. É imprescin-dível que todo o entorno seja alvo des-sas ações”, esclarece o técnico daEMATER-MG. Prestes a ter sua esta-ção de tratamento de esgotos funcio-nando plenamente, com todo o mate-rial tratado, Caxambu se volta para apreservação de seu maior patrimônioambiental: o Morro Caxambu, cartãopostal do município e fonte da mine-ralização de suas águas.

para garantir aáguas de Caxambu

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Ângela BarbosaAlexandre Soares (fotos)

om a criação da primeira co-operativa de produtores emassentamentos da reformaagrária, Cooperativa Agro-

pecuária dos Assentados de FrutaD’Anta - Cooperfruta, os agricultoresfamiliares assentados no município deJoão Pinheiro estão colhendo bons re-sultados com associativismo, determi-nação e capacidade de construir par-cerias para desenvolver seus progra-mas de produção.

No Assentamento de Fruta D´Anta,com planejamento, um bom gerencia-mento e assistência técnica em proje-tos comunitários, os produtores estãoconseguindo preços melhores por litrode leite, uma de suas principais ativi-

Assentamento de Fruta dades e fator importante para melhoriada qualidade de vida por meio do au-mento da renda familiar. Atualmente, arenda média das famílias está em tor-no de três salários mínimos.

Os recursos para investimento fo-ram liberados em “doses homeopáticas”pelo INCRA – Instituto Nacional de Co-lonização e Reforma Agrária, e muitosainda não receberam todos os recursos,impedindo investimentos contínuos. Mascom união e assistência técnica efetivaeles estão mudando o perfil social e eco-nômico da comunidade.

A Cooperfruta entrou em funcio-namento em 1998, e desde então éuma das bases de sustentação do as-sentamento. A Cooperativa tem insta-lações e equipamentos de última gera-ção, com capacidade de resfriamentopara 15 mil litros/leite/dia para ven-da in natura e 10 mil litros para co-mercialização com indústrias, contan-

do também com duas câmaras friaspara estocagem de produtos.

Atualmente a Cooperfruta estáoperando com uma produção de 10mil litros/dia. No início, os coopera-dos tiveram sérios problemas para arecepção do leite. Os laticínios da re-gião queriam receber o produto indivi-dualmente, pagando por escala de pro-dução, o que diminuía a arrecadaçãodos produtores. Após realizarem a co-mercialização com outros laticínios, in-clusive fora de Minas, há um ano con-seguiram negociação com um laticíniocom linha no próprio município. Assim,o leite pôde ser vendido coletivamentea R$ 0,40 centavos o litro, quando amédia no município é de R$ 0,26 paraaté 100 litros/produtor/dia.

“A nossa expectativa a curto prazoé vender o leite pelo padrão de quali-dade e não quantidade, pois oferece-mos os dois componentes”, afirma o

O rebanho do agricultorOsmar Rodrigues está entreos melhores do município

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D�Anta faz sua históriapresidente da Cooperfruta Celso Soa-res dos Santos. O produtor informa queo posto de recebimento está operandoabaixo de sua capacidade, “mas preten-demos chegar ao nosso limite e ainda pro-duzir queijo, pois há o mercado, e comisso vamos agregar valor ao nosso produ-to. Hoje, o grande empecilho é a obten-ção do CIF (Certificado de Inspeção Es-tadual)”, explica.

Com a Cooperfruta os assentados es-tão conseguindo também redução noscustos do transporte, de 17% para 8%,maior integração entre os produtores eredução no custo de produção. Com oarmazém na cooperativa, as comprasde insumos e outras matérias-primas sãofeitas diretamente dos atacadistas, ge-rando uma economia de 15% em mé-dia. A Cooperativa emprega direta e in-diretamente mais de 60 trabalhadores,atendendo todos os outros sete assen-tamentos do município.

Assistência e qualidadeAssistência e qualidadeAssistência e qualidadeAssistência e qualidadeAssistência e qualidadede vidade vidade vidade vidade vida

“Iniciamos o trabalho de assistên-cia técnica no assentamento em 1988.A proposta era desenvolver um proje-to produtivo, e optamos pela pecuáriamista, que até hoje é o carro-chefe dasatividades”, relata o engenheiro-agrô-nomo da EMATER-MG, SebastiãoDornelas de Sousa. O rebanho bovinoé de 10 mil cabeças, produzindo 300mil/litros/mês.

Alguns produtores conseguem supe-rar a média de 10 litros/dia, como é ocaso de Osmar Martins Rodrigues.Com assistência técnica e os financia-mentos do INCRA, Osmar trabalhoupara a melhoria da qualidade do reba-nho utilizando inseminação artificial e ob-tendo matrizes melhoradas para produçãode leite.

São 220 famílias assentadas na co-munidade de 18 mil hectares, com es-tradas internas satisfatórias, servidapor três linhas de ônibus. O acesso atéJoão Pinheiro é de 45 km asfaltadose um pequeno trecho sem asfalto.Unidos por duas associações comuni-tárias (Associação Comunitária dosPequenos Produtores de Fruta D’Anta

– ASPEP e Associação das Mu-lheres de Fruta D’Anta), queatuam com o mesmo objetivode buscar o desenvolvimentosócio-econômico, os assentadosconstruíram na comunidade umCentro Comunitário (local parareuniões, cursos e festas), umapadaria e uma lanchonete.

Outra conquista importanteé a escola na comunidade. São360 alunos cursando o primeirograu e mais de 100 no segundograu. “Como os lotes são distan-tes da escola, há ônibus da Prefei-tura fazendo o transporte dos alu-nos”, informa o presidente da Co-operativa Celso Soares dos San-tos. Outra conquista é a assistên-cia médica semanal no Posto deSaúde, que é bem equipado.

No campo da produção, háno assentamento quatro peque-nas áreas irrigadas, individuais,e está em negociação um proje-to de irrigação coletiva para 10hectares, três deles para o plan-tio de banana prata-anã, e no res-tante será plantada cana-de-açú-car para a fabricação de cacha-ça, açúcar mascavo, rapadurinhae melado, trabalhos em parceriacom a EMATER-MG, INCRA,Prefeitura e as Usinas de Rio doCachimbo, que vão doar 80 to-neladas de mudas de cana.

Buscar novas alternativas deprodução e de renda tem sido o trabalhoconstante da equipe da EMATER-MGcom os assentados. A técnica de Bem-Estar Social Analice Marques Fonsecavem desenvolvendo ações junto à As-sociação de Mulheres para expansãoda criação de frangos caipiras, hojecom uma produção aproximada de 13mil frangos caipiras/ano. Algumas fa-mílias produzem farinha e polvilho, sen-do uma parte comercializada na Coo-perativa e outra pela Associação deMulheres, na Feira Livre de João Pi-nheiro, um dos pontos de comerciali-zação da indústria caseira dos produ-tores assentados.

Com a implantação de 60 pomaresdomésticos, a previsão para este anoé o plantio de 1.500 mudas frutíferaspara outras famílias. A preocupaçãocom o saneamento rural também temsido uma constante. Está sendo reali-zado o tratamento de água domici-liar e são realizadas ações educativaspara destinação adequada do lixo do-méstico. “Só a produção de leite nãoé suficiente para compor a renda fa-miliar, então estamos introduzindo vá-rios programas para geração de ren-da e garantindo a segurança alimen-tar, que fica em primeiro plano”, afir-ma Analice Vieira.

O trabalho da Cooperativa é um dos pontos desustentação do assentamento

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Harildo FerreiraAlexandre Soares (fotos)

alvez as feiras livres para co-mercialização de alimentos,que acontecem hoje em cen-tenas de cidades mineiras, te-

nham começado nos municípios do Nor-te do Estado ou no Vale do Jequitinho-nha, por alguma influência das feiras nor-destinas. Mas, feiras livres organizadas,

com produção programada de alimentos,feirantes com assistência técnica que ga-rante produtos de melhor qualidade, comorganização, planejamento e garantia deabastecimento regular, tiveram seu inícioem Lavras, no Sul de Minas, em 1966,por iniciativa da EMATER-MG.

A cada ano, no dia 28 de agosto, Diado Feirante, o município comemora estainiciativa, que se revelou ao longo do tem-po uma alternativa eficaz para a ofertade alimentos de qualidade, preços me-lhores para os produtores e consumido-res e fator importante para a geração de

renda e ocupação de mão-de-obra nomeio rural. Na década de 60, em MinasGerais não havia os grandes centros deabastecimento, e os produtores pratica-mente não tinham como comercializardiretamente aos consumidores finais osseus produtos.

Neste ambiente, as feiras livres se fir-maram como estruturas de abastecimen-to e hoje são uma opção para o comérciode alimentos e outros produtos rurais emcentenas de municípios em todas as re-giões do Estado. A EMATER-MG segueinvestindo na criação dessa alternativa de

Um ponto de comprase encontro

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comercialização direta para os agriculto-res familiares, com assistência técnica,organização rural e programação da pro-dução de alimentos, de artesanato e deoutros produtos para a oferta direta aosconsumidores urbanos.

A existência de feiras livres, informao diretor técnico da EMATER-MG Ar-gileu Martins da Silva, provoca mudan-ças de qualidade na produção agrícola fa-miliar, incentiva a diversificação de cultu-ras e mantém as tradições culinárias e cul-turais da população: “Com as feiras, osprodutores assistidos pela Empresa des-cobrem a necessidade de diversificar suaprodução e recebem feed-back direto dosconsumidores, o que os fazem investircom maior consciência na qualidade e pro-dutividade de seus produtos”, afirma. Paraos consumidores, explica o dirigente, osresultados são os preços menores e a ofer-ta de produtos de qualidade e identifica-dos com suas culturas, “além de estaremcontribuindo para a geração de receitasque ficam nos municípios e são investi-das na resolução de problemas que afe-tam toda a comunidade”.

ConfiávelConfiávelConfiávelConfiávelConfiável

A Feira Livre de Lavras acontece trêsvezes por semana, às terças, sextas e sá-bados, movimentando uma de suas pra-ças centrais desde as 6 h da manhã. Cer-ca de 50 feirantes expõem seus produtospara uma clientela que não abre mão defazer suas compras diretamente com osprodutores. Dona Hélia, uma dona-de-casa que não perde nenhuma oportuni-dade de fazer suas compras ao ar livre,afirma que “comprar na feira é mais con-fiável”, tanto pela qualidade dos produ-tos quanto pelos preços.

“Em outros pontos de venda a gentenunca sabe se os preços são aqueles mes-mos ou se foram aumentados por algumartifício qualquer. Na feira não tem nadadisso, a gente conversa e vê se o preçoestá correto ou não”, diz, explicando suaforma intuitiva de avaliar as flutuaçõesde preços e qualidade dos produtos ofe-recidos no mercado.

A assistência aos produtores é realiza-da dentro da programação normal de as-sistência técnica da EMATER-MG, nãoexistindo um atendimento específico emfunção de o produtor ser um feirante,informa o técnico Aberlardes Figueiredo.Para ele, a feira é uma oportunidade deaprendizagem constante para os produ-tores, “que ficam sabendo das mudançasde hábito alimentar dos consumidores, das

potencialidades comerciais de cada pro-duto e da necessidade de serem semprecompetitivos, produzindo com qualidade,produtividade e boa apresentação de suasmercadorias”.

Foi certamente aprendendo neste con-tato semanal com os consumidores que oprodutor Mozart Scarassati chegou à con-dição de um bem-sucedido feirante, co-mercializando frutas de mesa nos trêsdias de feira que acontecem em Lavras.Paulista, Mozart trocou a Paulicéia peloSul de Minas, retomou suas origens deagricultor familiar e produz goiaba, figoe pêssego, todos de ótima qualidade.

Mozart foi o primeiro presidente daAssociação de Fruticultores de Lavras, eestá satisfeito com a opção de atividadeagrícola que escolheu quando chegou nomunicípio. Para ele, a fruticultura pro-duzida com qualidade e boa produtivi-

dade - “o que implica contar com a as-sistência técnica da EMATER-MG”, afir-ma - é uma excelente opção de renda.

“Cada dia mais as frutas fazem parteda dieta alimentar da população. Aqui,com os frutos in natura, eu comercializoem torno de 200 kg/dia de goiaba. Éuma boa oportunidade para nós, agricul-tores familiares”, afirma. A entrevistacom Mozart Scarassati aconteceu numamanhã de terça-feira, “o dia de menormovimento na feira”. Às 8 horas, já nãohavia em sua banca mais que 5 kg degoiaba, dos quase 200 kg que ele levoupara a feira, quando o sol mal havia saí-do. E concluiu: “a R$ 2,00 o quilo, é umbom negócio, você não acha?”, come-mora o produtor, mais afirmando querealmente perguntando o que o repórterachava da comercialização de frutas nafeira livre.

Mozart Scarassati: sucesso na feira

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agricultura orgânica tem cadavez mais espaço na alimenta-ção dos brasileiros. Em BeloHorizonte são vários os pon-

tos de comercialização dos produtos, queincluem também os grandes supermer-cados, com suas gôndolas exclusivas paraeste segmento. Apesar disto, o setor aindacarece de maior incentivo e divulgação,

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Região de Sete Lago

além de melhores conhecimentos técni-cos por parte do produtor e dos benefí-cios para o consumidor.

Neste contexto, foi realizado em SeteLagoas, em maio passado, no Parquede Exposições JK, a I Feira de Agricultu-ra Orgânica do Município e Região, com pa-lestras técnicas e uma “vitrine tecnológica”- um campo de plantio com os principaisprodutos orgânicos da região -, onde osvisitantes puderam observar a tecnologiautilizada para produção e condução dalavoura.

Na “vitrine” também foram mostra-dos alguns sistemas de irrigação, manejo

de solo, plasticultura e estufas para culti-vo de hortaliças, sob a coordenação daEMATER-MG e da Secretaria de Agricul-tura de Sete Lagoas. As dúvidas relativas àprodução orgânica também foram aborda-das durante a Feira, na “Clínica Tecnológi-ca” montada pelo Sebrae, que contou comprofissionais da EMATER-MG para aten-derem os interessados na atividade.

A feira foi uma promoção da Cen-tral de Eventos, em parceria com aPrefeitura de Sete Lagoas e a Secreta-ria de Estado da Agricultura, por meioda EMATER-MG, com os apoios téc-nicos da Embrapa, Epamig, Sebrae e Mi-

Jane Lopes Silva, produtora de mudas em Prudente de Morais, apresentou na Vitrine Tecnológica seutrabalho, que começou com a assistência técnica da EMATER-MG. À esquerda, o técnico Fernando Tinoco

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as tem produção orgânica comercial

nistério da Agricultura. O evento teveainda o patrocínio da Ceasa-MG eCemig, mobilizando centenas de pro-dutores e técnicos que trabalham coma atividade em diversas regiões do Es-tado, estudantes e consumidores.

Produção comercialProdução comercialProdução comercialProdução comercialProdução comercial

A microrregião de Sete Lagoas vemse destacando no Estado com a pro-dução de alimentos orgânicos, sobre-tudo no setor de olericultura. De acor-do com o coordenador técnico daEMATER-MG, Leonardo FernandesMoreira, no entorno de Sete Lagoas“já existe uma produção comercial comcapacidade de abastecer os mercadoslocal e regional” (box).

O gerente da EMATER-MG emSete Lagoas, Clóvis Públio Alves Júnior,destacou a importância do evento na re-gião, que contribui para o desenvolvimen-to da agricultura familiar, sendo maisuma alternativa de renda e de produçãoregional. Para o dirigente, a Feira tam-bém atendeu às expectativas dos consu-midores, que puderam conhecer melhoros benefícios que os produtos trazempara a saúde. Para os produtores da re-gião, a Feira mostrou que é possível pro-duzir alimentos orgânicos com técnicassimples e agregar valor à produção, bemcomo oferecer um novo modelo de pro-dução para pequenas propriedades, ca-paz de gerar renda e dar maior sustenta-ção à agricultura familiar.

O mercado de alimentos orgânicosmovimenta em todo o mundo cerca deUS$ 23,5 bilhões ao ano. De acordo comdados da Farm Verifield Organic – empre-sa multinacional especializada em certi-ficação de qualidade – o mercado cres-ce atualmente numa taxa que oscila en-tre 5% e 50%. O Brasil ocupa o 34º lu-gar no ranking da produção mundial deorgânicos e o índice de crescimento éelevado: gira em torno de 50% ao ano,atualmente com uma área plantada de100 mil hectares, com cerca de 4.500produtores trabalhando na atividade.

Os municípios de Prudente de Morais e Capim Branco, pertencentesà Unidade Regional da EMATER-MG em Sete Lagoas, vêm se desta-cando pela produção de hortaliças orgânicas. São aproximadamente 50produtores, sendo dez certificados e cinco em processo de certificaçãoque comercializam na Telehorta, em Sete Lagoas, na Feira de Orgânicosda Savassi, em Belo Horizonte, e em grandes redes de supermercados.

O plantio e produção nestes municípios é acompanhado pelo enge-nheiro agrônomo da EMATER-MG Fernando Cassimiro, que utiliza tec-nologias alternativas para o plantio. Cassimiro ampliou o sistema de fazercompostagem, desenvolvido pela Embrapa, sem precisar revirar o ma-terial. Um sistema que, segundo o técnico, tem como vantagem a dimi-nuição de mão-de-obra e uma fermentação homogênea, e é feito com autilização de muita palha e pouco esterco, na proporção de 70 a 75% depalha e 25 a 30% de esterco.

É com esta e outras tecnologias alternativas que o Lar de CriançasMaria Felisbina de Souza, em Prudente de Morais, com a assistência téc-nica de Fernando Cassimiro, está conduzindo um hectare de produtosorgânicos financiados pelo Prorenda Rural, com recursos próprios e comdoações.

O plantio e comercialização são feitos pelos adolescentes que vivemno Lar sob regime interno ou semi-interno. “Este trabalho, além de au-mentar a auto-estima dos adolescentes, está capacitando-os para atuar nomercado de trabalho e é mais uma alternativa de renda e de boa alimen-tação, pois as refeições são preparadas com os produtos orgânicos plan-tados por eles”, afirma o administrador do Lar das Crianças, RaimundoMendes.

Os jovens participaram de cursos e estão capacitados para o plantiode orgânicos, utilizando corretamente os processos de fertilização, mane-jo de solo e irrigação. Marcelo Máximo da Paz, 18 anos, interno, fez seucurso de capacitação, financiado pelo FAT/Setascad/EMATER-MG, etornou-se um especialista na produção de mudas. Além disso, ele partici-pa da implantação e condução da lavoura no Lar das Crianças. Satisfeitocom o trabalho e com a obtenção de uma renda (parte do dinheiro édividido para os meninos e outra para a manutenção da lavoura), Marce-lo já se considera “um profissional” que pode garantir dignamente suasobrevivência.

Microrregião destaca-se comprodução comercial

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om o objetivo de estancar ereverter o êxodo rural, cri-ando fontes para geração deemprego e renda no muni-

cípio de Senhora dos Remédios, aEMATER-MG, a Prefeitura Municipale o Sindicato dos Trabalhadores Rurais seuniram em parceria e criaram há quatroanos o Programa de Lavouras Comunitá-rias como base para a inclusão social e eco-nômica de famílias do meio rural.

Dos cerca de dez mil habitantes deSenhora dos Remédios, sete mil estão nocampo, a maioria sem terra. São trabalha-dores volantes, sem carteira assinada, quevivem em vilas rurais, trabalhando empequenas lavouras de café, banana e demilho e feijão. Mas o forte da economiado município fica com a bovinoculturade leite, que entretanto atingiu o máximode sua capacidade de absorver mão-de-obra. Hoje, são 280 famílias atendidas peloPrograma Lavouras Comunitárias, cer-ca de duas mil pessoas.

Edna de SouzaMaurício Almeida (fotos)

Para a execução do programa, a Pre-feitura conseguiu, em 1996, junto ao Mi-nistério da Previdência e Assistência So-cial, recursos da ordem de R$150 mil.Com esses recursos foram adquiridos umtrator agrícola com implementos e insu-mos básicos para a implantação de 145hectares de lavouras de milho consorcia-do com feijão. O PRONAF – Infra-Es-trutura viabilizou recursos para a aquisi-ção de um misturador de adubos, um ca-minhão, tratores e outros implementos,além de equipamentos, motocicletas e bo-tijões para inseminação artificial. Tambémfoi implantado um viveiro de mudas.

AssociativismoAssociativismoAssociativismoAssociativismoAssociativismo

As responsabilidades para o desen-volvimento do programa foram defini-das para cada participante dos setoresenvolvidos. Coube à EMATER-MG aescolha das terras para arrendamento(aproximadamente um hectare paracada família); à Prefeitura, pormeio do ConselhoMunicipal

de Assistência Social, e às Associações dosAgricultores, coube a seleção e indicaçãodas famílias; e ao Sindicato dos Trabalha-dores Rurais, a gerência das atividades decampo. O Conselho Municipal de De-senvolvimento Rural – CMDR, com re-presentantes de vários segmentos da so-ciedade civil e de órgãos públicos, équem determina as diretrizes para a exe-cução deste programa e de todos os de-mais na área do desenvolvimento ruralno município.

Unidos em parceria, proprietários, Sin-dicato, agricultores e EMATER-MG pro-piciam estímulos para o desenvolvimentosustentável da região. Implantado o pro-grama, os parceiros dividem as respon-sabilidades: o proprietário oferece a terradevidamente cercada, o Sindicato dos Tra-balhadores Rurais oferece o preparo dosolo e todos os insumos para a condução

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Lavouras comunitárireverter êxodo rural

O técnico Fábio Morais e DonaDirce: melhoria para todos

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das lavouras, e os agricultores entram coma mão-de-obra, plantando e conduzindoas culturas de milho, feijão e arroz.

A EMATER-MG participa com aassistência técnica e o trabalho de mobi-lização e organização dos diversos gru-pos de trabalhadores. Depois da colhei-ta, a produção é dividida em partes: 45%para o trabalhador, 15% para o proprie-tário e 40% para um fundo municipalque custeia as despesas necessárias à sus-tentação do programa. A implantação domisturador de adubos ajudou a regularo mercado. “Barateando o custo em cer-ca de 20% para as lavouras, todos pude-ram baixar seus preços”, explica o técni-co da EMATER-MG no município, Fá-bio de Morais.

Para o prefeito de Senhora dos Re-médios, Artur Tafuri, “embora não tenhanúmeros oficiais, o programa proporcio-nou um aumento das atividades econô-micas do município, com o aquecimentodo comércio e outros setores”. SegundoFábio de Morais, um dos resultados doprograma é que agora estas famílias per-manecem no município. “Antes, a migra-ção era a única saída, pois, com poucasoportunidades de trabalho, os agriculto-res partiam para os grandes centros comoBelo Horizonte e Rio de Janeiro, lugares

onde diminuíam suas chances de conquis-tar uma melhor qualidade de vida parasuas famílias”, explica.

Hoje, muitos proprietários rurais jáaderiram ao programa, como Dona Dir-ce, que tem um sítio de 61 hectares, pro-priedade que ficou abandonada por maisde 15 anos por falta de recursos para suaexploração. Com o programa, ela e a fa-mília voltaram a viver no campo. DonaDirce arrendou uma área de 14 hectarese conta que as vantagens são muitas. “Nãorecebemos dinheiro mas o resultado dasculturas plantadas pelos parceiros nos

auxiliam na subsistência da família, comatividades como a criação de porcos, gali-nhas e marrecos, que comercializamos naregião”. Dona Dirce, que tem 15 famíliastrabalhando em suas terras, pretende con-tinuar participando do programa.

O Programa Lavouras Comunitáriasjá foi implantado em outros três municí-pios da região. São mais de cinco mil pes-soas com terras para plantar e com opor-tunidade de levar uma vida mais digna,de melhor qualidade. Para participar é pre-ciso que os filhos das famílias beneficia-das estejam freqüentando a escola.

ias ajudam a

João Liberato: liderançados agricultores

O Prefeito Artur Tafuriquer conter êxodorural em Senhora

dos Remédios

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granelização do leite, realizadacoletivamente pelos produtoresda comunidade rural dos Dias,no município de Campo Belo,

é mais um programa com a assistênciada EMATER-MG que tem propiciadoo fortalecimento da agricultura familiar ea profissionalização de produtores que sededicam à atividade leiteira. São 20 famí-lias de agricultores familiares organizadasque comercializam o leite armazenado notanque de resfriamento comunitário.

Antes, a comercialização era feita indi-vidualmente, e uma das conseqüências des-ta falta de organização e ações coletivasera a baixa renda obtida com a atividade.Com o programa, os preços recebidos porlitro de leite aumentaram em 47%, pro-porcionando o aumento de arrecadação eprodutividade dos agricultores, gerandoinvestimentos que estão sustentando umnovo impulso ao agronegócio do leite.

Um dos objetivos do programa é su-perar a crise do setor, alterando as basestecnológicas de produção, capacitação emgerenciamento da atividade e treinamentoem manejos adequados à redução de cus-tos de produção para ganhar competitivi-dade no mercado. O processo de graneli-zação do leite é uma dessas tecnologias, pos-sível para os agricultores familiares se ado-tadas e utilizadas de forma associativa.

Os trabalhos iniciais do programa,com ações de organização e planejamen-to, começaram no ano passado, coorde-nados pela EMATER-MG e conduzidosem parceria com a Prefeitura Munici-pal, Câmara Municipal, CEMIG,APAMA - Associação de Política Agrícolae Meio Ambiente de Campo Belo e o Con-selho de Desenvolvimento Comunitáriodos Dias. Os serviços de infra-estruturacomeçaram com a implantação de umposto de captação de leite na Fazenda

Tecnologia e organizaçãogeram mudanças

Cachoeira, de propriedade de Ana Vanil-da Pereira. O tanque de resfriamento foifinanciado pela APAMA, e uma Casa deMáquinas foi construída com recursosmunicipais.

SatisfaçãoSatisfaçãoSatisfaçãoSatisfaçãoSatisfação

Inicialmente a comercialização foi de35 mil litros/mês. Após 10 meses de im-plantação do programa, esta produçãosaltou para 80 mil litros/mês, ultrapassan-do a meta prevista para os dois primeirosanos. Com este aumento, os agricultoresestão reformulando as metas do progra-ma. O objetivo agora é atingir 1,8 milhãode litros de leite/ano. “Vamos tambémcontinuar investindo em qualidade do pro-duto, um outro fator para assegurar e atéexpandir nossos mercados”, afirma o téc-nico da EMATER-MG, Francisco Car-los Pedro, coordenador do programa emCampo Belo.

Para Walter Gianasi de Alvarenga, pro-dutor participante e diretor da APAMA,a instalação do tanque “significa facilida-

de para a comercialização, pois os laticí-nios se interessam pela nossa produçãodevido à quantidade e qualidade. Temosconseguido preços bem melhores em re-lação a outros fornecedores que ainda nãoestão no grupo. O associativismo facili-tou também a assistência técnica daEMATER-MG, com maior participaçãodos produtores”

Ana Vanilda Pereira, outra participan-te do programa, também demonstra satis-fação com a granelização em conjunto aoafirmar que não se preocupa mais com acomercialização, “pois o preço tem sido com-pensador para quem participa do programacomunitário”. Para o técnico da EMATER-MG Francisco Carlos, “a granelização co-munitária de leite em Campo Belo tem ser-vido de unidade demonstrativa e desperta-do a atenção de outros técnicos e produto-res da região, que vêm nos visitar. O asso-ciativismo é uma forma de superar difi-culdades comuns e chegar rapidamenteà profissionalização, uma das condiçõespara permanecer na atividade”.

A instalação do tanque facilitou a comercialização para os laticínios quevalorizam quantidade e qualidade do leite

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Minas Gerais já é o 4º pólo turístico do paísLevantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica da Universidade de SãoPaulo (Fipe/USP), concluído há cerca de um mês e encomendado pela Embratur, aponta umsalto de Minas Gerais do sexto para o quarto lugar no ranking dos destinos turísticos brasilei-ros entre 1998 e 2001. Em primeiro lugar na pesquisa está o Estado de São Paulo que rece-beu 10,50 milhões de turistas em 2001, seguido do Rio de Janeiro, com 4,36 milhões de visi-tantes, e da Bahia com 3,88 milhões. Nos três últimos anos Minas criou cerca de 40 circuitosenvolvendo aproximadamente 400 municípios. Baseado na pesquisa, o secretário de Estadodo Turismo Antônio Henrique Borges Paula, informa que o Estado recebeu em torno de 2,63milhões de visitantes em 1998, tendo atingido no ano passado mais de 3,87 milhões, o querepresenta um salto de 46,9%. Além da “revitalização” dos destinos já consagrados pelosbrasileiros, a “cara” de Minas Gerais também se modernizou passando a oferecer, além dasmodalidades radicais do turismo ecológico nas montanhas, a originalidade do turismo rural.

Orgânicos ainda são usados por minoriaNo Brasil, levantamentos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) estimam a existência de 13 mil produtores orgânicos certificados, com 227mil hectares de terra dedicados a esse tipo de produção, sendo 158 mil ocupados pela la-voura e 119 mil por pastagens. Um mercado que gera um volume de 300 mil toneladas/anode produtos e movimenta cerca de US$ 200 milhões. Os legumes e hortaliças não são ossetores com maior volume de produção orgânica. Essa lista é puxada pela soja (31%), segui-da pelas hortaliças (27%) e pelo café (25%). Hoje, 85% dos orgânicos nacionais são expor-tados para a Europa, Estados Unidos e Japão. Em parte porque a maioria dos consumidoresainda tem poucas informações sobre os benefícios desses alimentos para a saúde humana, etambém porque os compradores desanimam diante do preço que, em alguns casos, chega aaté 40% mais caro que os produtos convencionais.

Lei cria Conselho Estadual da Pesca e da AqüiculturaA Lei n.º 14.181/02, que estabelece a política de proteção à fauna e à flora aquática e de

desenvolvimento da pesca e da aqüicultura em Minas Gerais já está em vigor. Esta Lei subs-titui a Lei n.º 12.265, em vigência desde de 1996. A principal modificação é a criação do

Conselho Estadual da Pesca e da Aqüicultura que terá caráter deliberativo e consultivo. EsteConselho terá estatus equivalente ao Conselho de Política e Administração Florestal e defini-

rá a política pesqueira do Estado. Participarão do Conselho representantes do IEF, InstitutoEstadual de Floresta, do IGAM, Instituto Mineiro de Gestão das Águas, da EMATER-MG,

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, do IBAMA - Instituto Brasileiro do MeioAmbiente, da Federação dos Pescadores Profissionais e Amadores de Minas Gerais, da Polícia

Militar Florestal e representantes de diversas Organizações Não-Governamentais e da comuni-dade científica, dentre outros.

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Page 36: EXPEDIENTEXPEDIENTE Palavra do presidente§ão/Revista...Assessoria de Relações Públicas e Imprensa: Harildo Norberto Ferreira Editor/Revisor: Harildo Norberto Ferreira RG 2.731

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bedecendo diretriz governa-mental direcionada para amodernização do Setor Pú-blico do Estado de Minas

Gerais, um conjunto de ações que fo-calizam aspectos relevantes relaciona-dos com a sua gestão e voltadas paraaumento da produtividade, redução decustos e melhoria da qualidade dosserviços, vêm sendo implementadas peloatual Governo.

Muitas dessas ações inserem-se noambiente do chamado governo eletrô-nico, novo modelo de gestão das diver-sas atividades realizadas pelos órgãos eentidades que compõem o aparato ins-titucional do Estado, que se sustenta naintensificação do uso das tecnologiasmais avançadas da informática e das te-lecomunicações, com o objetivo demelhorar os processos administrativose, sobretudo, a qualidade dos serviçosprestados aos cidadãos.

Importante destacar que o aumentoda produtividade do setor público re-percute de forma extremamente rele-vante nos demais setores da economia,contribuindo para o aumento da pro-

Rede única de comunicação

dutividade e da competitividade. Doponto de vista das relações entre o se-tor público e a sociedade, a implemen-tação dessas ações tem o efeito práticode aprimorar o atendimento das deman-das individuais ou coletivas, reduzindoprazos, exigências burocráticas e sim-plificando procedimentos. Além disso,contribuem para ampliar a transparênciadas atividades próprias do setor público,como, por exemplo, aquelas relacionadascom o orçamento e a aplicação dos re-cursos e, por isso, são instrumentos quefacilitam o controle social do Estado.

No contexto dessa estratégia insere-se o projeto de estruturação da RedeÚnica de Comunicação do Estado, queprevê a prestação de todos os serviçosrelativos a comunicação de dados, voz eimagem, além de possibilitar a veiculaçãode vídeos e a realização de videoconfe-rências entre as instituições interligadas.Na sua elaboração e implantação partici-pam diretamente a Secretaria de Estadode Recursos Humanos e Administra-ção, a Companhia de Processamentode Dados do Estado de Minas Gerais– PRODEMGE e o Departamento Es-

tadual de Telecomunica-ções – DETEL.

Além de dotar os ser-viços públicos de maioragilidade nas suas comu-nicações e viabilizar aabertura do leque de pos-sibilidades de implemen-tação de novos serviços,será possível ao Estadoobter grandes economi-as com gastos em tele-fonia, principalmente nacomunicação de voz emchamadas interurbanas.Ao integrar neste proje-to todos os órgãos e en-tidades. do Poder Execu-tivo, obter-se-á, natural-mente, substanciais gan-

hos de escala. No que se refere a infra-estrutura, por exemplo, se diversos pro-jetos fossem implantados de forma in-dependente, certamente ocorreria a re-dundância no uso de recursos escassose, provavelmente, isolamento dos pro-cessos.

Proporcionará, ainda, considerávelsimplificação do sistema de telefonia in-terno. Os órgãos e entidades conecta-dos receberão novos planos de nume-ração telefônica, integrados e mais sim-ples do que os atuais, permitindo queas comunicações entre todos eles, in-clusive com suas dependências locali-zadas nas diversas regiões do Estado,se faça de forma semelhante ao douso de ramais.

É prevista, também, substancial re-dução dos custos com a comunicaçãode dados, bem como com a telefoniade voz e de fax, uma vez que o siste-ma será privativo e, dentro de suaárea de abrangência, as chamadas te-lefônicas não serão cobradas por im-pulso ou por distância entre as pon-tas. Do ponto de vista estritamentefinanceiro estima-se que a implanta-ção do projeto da Rede Única de Co-municação, cujo processo de licitação,iniciado no mês de agosto, proporcio-nará economia da ordem de R$ 24 mi-lhões anuais aos cofres do Estado.

Com isto, cumprir-se-á mais umaetapa do grande esforço de moderni-zação e fortalecimento do Setor Pú-blico Estadual, que se realiza com ointuito de resgatar a sua competênciapara prestar serviços de boa qualida-de e para estimular o desenvolvimen-to do Estado, e que vem sendo imple-mentado por expressa determinaçãodo Governador Itamar Franco.

Mauro Santos FerreiraMauro Santos FerreiraMauro Santos FerreiraMauro Santos FerreiraMauro Santos Ferreira é Secretáriode Recursos Humanos e Administraçãode Minas Gerais