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Experiência e sabedoria agroecológica em conviver com o Sertão Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1130 Novembro/2013 Caém Seu Dorivaldo Ferreira de Pinho (conhecido como Dorinho) e dona Eva Moreira da Silva Pinho, juntos com o neto João Otavio Ramos Pinho, moram na comunidade do Giral, no município de Caém, na Bahia. Donos de uma belíssima propriedade, rodeada de plantas frutíferas e recheada de riquezas naturais. O casal têm 04 (quatro) filhos, dos quais apenas 01 (um) escolheu continuar o trabalho no campo. O início da vida do casal foi bem difícil. Porém no convívio diário com a terra, o agricultor e a agricultora descobrem, aprendem e juntos com sua família constroem alternativas que permitem aproveitar os recursos naturais da propriedade. “As coisas antigamente eram bem mais difíceis, as dificuldades eram maiores, quando eu vim pra cá só tinha um puxadinho. Aos poucos fomos construindo e melhorado a moradia e o convívio aqui na roça. O cultivo da mandioca começou a crescer. Mas por causa dos períodos de estiagens foi diminuindo a produção”, relata seu Dorinho. “A nossa terra aqui é muito fértil, tudo que se planta aqui dá”! Mesmo diante de épocas negativas que surge pelo caminho, por causa do tempo seco, seu Dorinho e dona Eva acreditam muito na fertilidade de sua terra e sempre investem na plantação, aproveitando novas possibilidades que a natureza lhes favorece na propriedade. Tendo como exemplo exitoso, o cultivo de maracujina, consorciada com mandioca. O casal tem ainda plantações de maracujá do mato, que é nativo na área de mata da propriedade, como também a consorciação de abóbora com feijão, além de frutas como Construindo uma história de vida no campo, com amor e dedicação

Experiência e sabedoria agroecológica em conviver com o Sertão

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Experiência e sabedoria agroecológica em conviver com o Sertão

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1130

Novembro/2013

Caém

Seu Dorivaldo Ferreira de Pinho (conhecido como Dorinho) e dona Eva Moreira da Silva Pinho, juntos com o neto João Otavio Ramos Pinho, moram na comunidade do Giral, no município de Caém, na Bahia. Donos de uma belíssima propriedade, rodeada de plantas frutíferas e recheada de riquezas naturais. O casal têm 04 (quatro) filhos, dos quais apenas 01 (um) escolheu continuar o trabalho no campo. O início da vida do casal foi bem difícil. Porém no convívio diário com a terra, o agricultor e a agricultora descobrem, aprendem e juntos com sua família constroem alternativas que

permitem aproveitar os recursos naturais da propriedade. “As coisas antigamente eram bem mais difíceis, as dificuldades eram maiores, quando eu vim pra cá só tinha um puxadinho. Aos poucos fomos construindo e melhorado a moradia e o convívio aqui na roça. O cultivo da mandioca começou a crescer. Mas por causa dos períodos de estiagens foi diminuindo a produção”, relata seu Dorinho.

“A nossa terra aqui é muito fértil, tudo que se planta aqui dá”! Mesmo diante de épocas negativas que surge pelo caminho, por causa do tempo seco, seu Dorinho e dona Eva acreditam muito na fertilidade de sua terra e sempre investem na plantação, aproveitando novas possibilidades que a natureza lhes favorece na propriedade. Tendo como exemplo exitoso, o cultivo de maracujina, consorciada com mandioca. O casal tem ainda plantações de maracujá do mato, que é nativo na área de mata da propriedade, como também a consorciação de abóbora com feijão, além de frutas como

Construindo uma história de vida no campo, com amor e dedicação

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Realização Apoio

abacaxi e outras ao redor de casa. Assim como, a criação animal de galinhas e algumas cabeças de gado. “São muitas atividades aqui e por isso não temos mais plantios. A maracujina começou enrramando um pé e foi crescendo. Plantamos alguns também. E estamos ai cuidando, podando para ter cada vez mais”, diz seu Dorinho. “E o bom é que a terra não precisa de adubo. (...) E quando aparecem umas pragas pulverizamos com o Neem e pronto. Tudo natural!”, conta dona Eva. O plantio da maracujina gera dessa forma, uma renda para a família através da comercialização, que é feita para a Associação local, com o objetivo de produzir

em casa”, afirma seu Dorinho. Outro meio que vai contribuir para o acesso a água da família e também para a comunidade é chegada de um Barreiro-Trincheira Familiar nas terras de seu Dorinho, através do Projeto Mais Água: captação de água de chuva para produção no Semiár ido ba iano, executado pe la Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (COFASPI). Um encanto de mulher, de esposa, mãe e avó, essa é dona Eva, mulher de fibra que além de cuidar dos afazeres de casa, cuida também dos animais e do plantio da propriedade. Uma sobrecarga de atividades que revela nela o protagonismo da mulher que se mantém de pé e na resistência do dia a dia. O

polpas que vão para a merenda escolar das escolas do município, por intermédio do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE). O acesso à água sempre foi um fator preocupante, mas vem sendo superado através de um poço da terra de um vizinho, de onde seu Dorinho puxa por meio de uma bomba a água para sua propriedade. “A água que vem do poço é muito boa e usamos para tudo aqui

compromisso de dona Eva agora é o de fortalecer as hortaliças em casa, para uma alimentação saudável da família. “É muito bom quando temos as coisas em casa mesmo”, diz dona Eva. “A vida na roça é boa. O trabalho também. A gente que faz nosso horário. Temos liberdade, sem precisar ser mandado”! Expressa seu Dorinho sempre simpático e sorridente.

Seu Dorinho e a beleza das plantações de sua terra

Dona Eva, demonstra alegria em viver no campo