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a) Explosividade do pó: A explosividade do pó existe se, após a ignição de uma mistura de ar e pó através de uma fonte de ignição disponível, existe a propagação de chama em combinação com um aumento de pressão. Tais reações são muito mais rápidas que o fogo. Esta regra é válida não somente para pós orgânicos como também para pós metálicos. 44 As combustões são reações de oxidação entre uma substância chamada "Combustível" e o oxigênio do ar que é o "Comburente". De acordo com a teoria térmica, a conseqüência destas reações é a decomposição do corpo (que pode estar em estado gasoso, líquido ou sólido) em átomos livres que se recompõem com o oxigênio para formar moléculas gasosas. As reações de oxidações são exotérmicas, portanto liberam energia. Esta energia serve para aquecer as camadas próximas (que envolvem) da mistura/comburente, permitindo assim a reação. Para que se possa ter a reação é necessário que se tenha uma mistura íntima entre os dois componentes e as qualidades presentes estejam em equilíbrio. Existe, uma concentração mínima de combustível no comburente, abaixo da qual a reação de oxidação não poderá desenvolver-se e uma concentração máxima acima do qual haverá um excesso de combustível. Esta rápida análise dos fenômenos de combustão nos permite colocar em evidência os parâmetros que influenciam o seu desenvolvimento: 1. Temperatura mínima de inflamabilidade; 2. Energia mínima de inflamabilidade; 3. Teor mínimo de oxigênio; 4. Concentrações mínimas e máxima, Combustível Comburente

Explosividade de Pó

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Page 1: Explosividade de Pó

a) Explosividade do pó:

A explosividade do pó existe se, após a ignição de uma mistura de ar e pó através de uma fonte de ignição disponível, existe a propagação de chama em combinação com um aumento de pressão. Tais reações são muito mais rápidas que o fogo. Esta regra é válida não somente para pós orgânicos como também para pós metálicos.

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As combustões são reações de oxidação entre uma substância chamada "Combustível" e o oxigênio do ar que é o "Comburente". De acordo com a teoria térmica, a conseqüência destas reações é a decomposição do corpo (que pode estar em estado gasoso, líquido ou sólido) em átomos livres que se recompõem com o oxigênio para formar moléculas gasosas. As reações de oxidações são exotérmicas, portanto liberam energia. Esta energia serve para aquecer as camadas próximas (que envolvem) da mistura/comburente, permitindo assim a reação. Para que se possa ter a reação é necessário que se tenha uma mistura íntima entre os dois componentes e as qualidades presentes estejam em equilíbrio.

Existe, uma concentração mínima de combustível no comburente, abaixo da qual a reação de oxidação não poderá desenvolver-se e uma concentração máxima acima do qual haverá um excesso de combustível.

Esta rápida análise dos fenômenos de combustão nos permite colocar em evidência os parâmetros que influenciam o seu desenvolvimento:

1. Temperatura mínima de inflamabilidade; 2. Energia mínima de inflamabilidade; 3. Teor mínimo de oxigênio; 4. Concentrações mínimas e máxima, Combustível Comburente

 

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Estes quatro pontos nos permitem avaliar os riscos de inflamabilidade para depois definir as regras de segurança e eliminar as causas do risco. Vamos supor que se obtenha a inflamabilidade, esta se alastrará no espaço onde as condições precedentes tenham sido realizadas e, de acordo com as condições a velocidade de reação será mais ou menos alta podendo atingir a explosão.

b) Limites de explosão:

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Os limites de explosão (também o limite de inflamabilidade) dão a faixa de concentração de pó no ar o qual permite uma reação explosiva. Normalmente o limite inferior de explosão é determinado e, para um grande número de pós industriais situa-se entre 15 a 60 g/m. Não é influenciado pela razão de oxigênio/nitrogênio da composição do ar. O limite explosão para muitos tipos de pó, também não é influenciado pela energia de ignição.

Um aumento da temperatura reduzirá o valor do limite inferior de explosão. Esta influência é mais pronunciada, quanto mais alta for a temperatura ambiente. Os limites de explosão de pós combustíveis serão de forma geral, determinados experimentalmente, através de ensaios de explosão.

 

 

 

 

 

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c) Pressão máxima de explosão – Razão máxima de acréscimo de pressão – Valor Kst (Kmax)

A pressão de explosão Pex e a razão de acréscimo de pressão dp/dt são indicativos da violência da explosão de uma mistura de ar/pó com qualquer nível de concentração.

Quanto mais finos os pós, mais prolongada será a permanência da mistura ar/pó como uma nuvem e, de maiores proporções serão as características da explosão. Pós com tamanho de partícula maiores que 500 m podem, geralmente, não explodir. Portanto para se obter valores ótimos é necessário que as amostras tenham um valor médio de tamanho de partícula M menor que 63 m. Porém, deve-se ter em mente que a adição de teores entre 5 e 10 % de pó fino ao produto base será suficiente para fazer com que a mistura se torne explosiva. Assim, se a pressão máxima de um componente explosivo for quase atingida, a violência da explosão será influenciada pela mistura do meio. Desta maneira, sempre que em um pó grosso não explosivo, o conteúdo do pó fino exceder o limite inferior de explosão, o perigo de explosão existirá.

Isso mostra, que a manutenção do tamanho da partícula acima de um determinado limite crítico, não garante a segurança efetiva, e uma pequena

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quantidade de material fino – por exemplo, como o pó formado através da abrasão durante o manuseio – pode tornar a mistura explosiva.

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A pressão máxima de explosão Pmax de um pó é independente do volume do recipiente, contanto que o recipiente fechado aproxime-se ao volume de uma esfera (V 20 l) e que a fonte de ignição esteja no centro deste.

A máxima razão de elevação de pressão (dp/dt) máx. entretanto, é dependente do volume.

Com o acréscimo de volume, segue-se a "Lei Cúbica", que é a razão máxima de elevação de pressão em função do volume. Devido a relação entre o volume V e o (dp/dt)max. Os valores da razão máxima de elevação de pressão não são conclusivos sem a confirmação do volume do recipiente de teste.

O valor da pressão máxima de explosão ou razão máxima de acréscimo de pressão [ Valor Kst] ou [Kmax] é uma constante, independente do volume do recipiente, porém dependente do procedimento de teste e do tipo de pó.

Devido à grande diversidade de pós produzidos e manuseados na industria, foi decidido categorizar os valores Kst em classes de explosão. Estas classes são usadas para projetar as medidas construtivas de proteção contra explosão de pós.

 

 

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Correlação entre as classes de explosão dos pós e o valor Kst (Kmax):

  Classe de

explosão do pó

Kst (Kmax)

[m.bar/s]

 

St 1 > 0 - 200

 St 2 201 - 300

 

 St 3 > 300

 

Para a maioria dos pós combustíveis, suas características explosivas são independentes da energia de ignição.

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Um acréscimo na pressão inicial (pressão existente no momento inicial da ignição) causa um aumento proporcional na pressão máxima de

explosão e do valor Kst. Reduzindo-se a pressão inicial em uma parte do equipamento causará uma redução violenta da explosão.

A influência da água contida em um produto sobre a violência da explosão é menor do que o previamente suposto. Uma redução significativa

da violência somente é verificada em uma mistura contendo mais que 10 % de água. Seria necessário, no mínimo 50 % de umidade no

produto para prevenir uma explosão.

Com o acréscimo de temperatura à pressão ambiente (normal), haverá uma redução da pressão máxima de explosão, similar ao que ocorre para os gases combustíveis. O valor Kst variará significativamente.

 

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d) Energia Mínima de Ignição

A propriedade "Energia Mínima de Ignição" descreve o comportamento da ignição de uma mistura ar / pó comparada com o intervalo de descarga de um condensador, incluindo a indutância do circuito de descarga. Esta propriedade é a menor quantidade de energia elétrica armazenada em um capacitor que, quando descarregado através de um dispositivo apropriado de descarga (spark gap) não seja suficiente para provocar a ignição da mistura ar / pó de mais fácil ignição à pressão atmosférica, à temperatura ambiente e à turbulência mais baixa possível.

A Energia Mínima de Ignição de pós combustíveis está situada, a temperatura ambiente, acima de 1 mJ. Para muitos pós sua magnitude é maior que 10 mJ. Alguns tipos de pó tem a mesma capacidade de ignição de gases inflamáveis, como por exemplo, Metano, Butano, Propileno e Propano.

A Energia Mínima de Ignição aumenta com o aumento do tamanho médio da partícula e diminui com o aumento da temperatura.

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e) Limite de Concentração de Oxigênio

Para se inertizar um equipamento é necessário conhecer o "Limite de Concentração de Oxigênio" para o produto que ele vai conter. Este valor é experimentalmente determinado em uma mistura pó / ar / gás inerte variando-se a concentração do pó. O valor crítico é a concentração que não permite a explosão do pó. Para cada tipo de gás inerte (normalmente usa-se Nitrogênio) e para cada tipo de pó corresponde um valor de Limite de Concentração de Oxigênio

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Com o aumento da temperatura, o Limite de Concentração de Oxigênio, em Nitrogênio, decrescerá para 1,4 vol. % para cada 100 C. Esta redução independe do tipo de pó.

f) Dados Técnicos de Segurança

Os dados técnicos de segurança (Valor médio da partícula, LIE, Pmax, dp/dt, Kst, St, etc) não são constantes físicas, mas sim valores experimentais. Estas características devem estar relacionadas à prática, ou seja, os resultados devem ser aplicáveis aos casos práticos.