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A mostra reúne trabalho dos artistas Eliane Prolik, Cleverson L. Sálvaro, Deborah Bruel e Joana Corona. Com curadoria de Ana Rocha, a exposição utiliza a interferência dos artistas na arquitetura das salas Piccola I e Piccola II para propor a discussão espaço expositivo x obra de arte. A ideia de trazer o espaço arquitetônico para fazer parte da obra de arte e modificá-lo de suporte à parte da obra são questões que vêm sendo debatidas desde a década de 1960.
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A CAIXA Cultural apresenta a exposição O Espaço Aberto. A mostra reúne trabalhos produzidos especialmente para as
Galerias Piccola I e II da CAIXA Cultural Brasília. Convidados pela curadora Ana Rocha, os artistas Cleverson L. Salvaro,
Deborah Bruel, Eliane Prolik e Joana Corona desenvolveram um projeto de site specific, criando obras que transformam
o ambiente e proporcionam uma reflexão sobre o lugar ocupado.
A exposição traz o espaço para o centro das discussões sobre o fazer artístico. As obras de O Espaço Aberto alteram a
percepção do espectador, que não apenas vê, mas sente-se participando de algo. Ao colocar em evidência as característi-
cas da arquitetura das galerias, a mostra desconstrói um espaço considerado neutro para então preenchê-lo de sentidos.
Rica e diversificada, a cultura brasileira é fruto do grande potencial humano e estético de nosso povo, refletindo o sincre-
tismo, as tradições e os valores de todas as regiões. Ciente dessa realidade, a CAIXA mantém um diálogo permanente
com as nossas raízes culturais, fomentando a diversidade e patrocinando a realização de eventos em seus espaços, como
espetáculos de música, teatro e dança, e exposições de artes plásticas, fotografia, instalações e artesanato.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
O Espaço DesveladoA exposição O Espaço Aberto é um acontecimento o qual as obras eram apenas projetos até a sua montagem em Brasília. Os
projetos site specific dos artistas Cleverson L. Salvaro, Deborah Bruel, Eliane Prolik e Joana Corona fazem do espaço da CAIXA
Cultural Brasília um local específico para a existência de suas obras, tornando o espaço expositivo tanto suporte da obra como
participante ativo na construção do trabalho. Ao propor-se uma discussão a respeito desse aspecto, pergunta-se também o que
faz de um objeto uma obra de arte.
Essa questão acerca dos limites do objeto artístico perpassa o espaço expositivo; a obra site specific excede os limites
da obra de arte como objeto encerrado em si mesmo. Essa tensão entre obra e espaço faz com que a presença do espectador
torne-se mais palpável perante a obra, já que exige mover-se em torno dos trabalhos e interagir. Em consequência disso esse
espaço cria um efeito de transgressão: torna nossa presença no espaço visível para nós mesmos. A exposição apresenta obras
que deslocam o significado da obra de arte para o que se encontra entre o objeto de arte e o espectador, ou seja, a experiência/
vivência diante do trabalho.
As relações possíveis entre as propostas, ou seja, como cada artista pensou as galerias Piccola I e II e seus limites,
explicita a linha tênue que divide o espaço da obra e o espaço expositivo. A intervenção em Brasília de Cleverson L. Salvaro
desconstrói a configuração geométrica da Galeria Piccola II quando ele constrói uma parede curva que induz o espectador a
acreditar que aquela interferência pertence ao próprio espaço. A escala do trabalho em relação à sala e os furos localizados na
altura do olhar conduzem o espectador a modificar seu caminhar habitual na sala, mas ainda provocam o caminhar em torno da
parede/obra; a interação do espectador é condição de existência da obra. Como em outros trabalhos, Cleverson traz para o espaço
expositivo uma pequena visão do lado de fora. Esta relação entre dentro e fora está presente também quando atrás da curva criada
existe um outro ambiente, o verso, sem acabamento; Cleverson desvela do espaço expositivo, abre uma camada, permitindo uma
visão para além daquele espaço neutro e asséptico.
A interferência de Cleverson pode em algum momento parecer esconder o trabalho da Joana Corona, mas o que acontece
é que a interação dos dois reforça as questões apresentadas tanto na obra em Brasília, de Cleverson, quanto em Floema, de
Joana. A obra de Joana Corona também traz para o espaço expositivo uma relação com o mundo externo, nos faz pensar em como
nos relacionamos com a nossa linguagem dentro deste espaço reinado pela imagem. O trabalho baseado na obra da escritora
Hilda Hilst, apresenta palavras como imagem-luz projetada no espaço, por atravessamento e manipulação da luz nos vazados
da parede, criando duplicações, distorções e desfoques dos reflexos das palavras no espaço. Há também um aspecto escultórico
nas placas de MDF agregadas à parede. A luz cria zonas de interação na medida em que o espectador tem que se deslocar para
apreender a imagem dos reflexos produzidos no espaço.
A inserção da obra Atravessamento de Eliane Prolik na Galeria Piccola I torna a presença do espectador presente para
si mesmo, pois de modo sutil nos vemos refletidos no material do trabalho, e percebemos a presença do outro através do vazado
das eletrocalhas que compõem o trabalho. A escala da obra transpõe a relação com o olhar para uma relação com o corpo do
espectador, tanto por sua construção modular, quanto pela sua escala arquitetônica. O vazado do material faz com que o trabalho
tenha uma leveza no espaço, e ao mesmo tempo que sua estrutura de passarela e passagem provoque um deslocamento do
observador, inserindo a obra na arquitetura da sala.
A convivência das obras Atravessamento, de Eliane Prolik, e Situ, de Deborah Bruel, cria um ambiente em que a forma
do espaço, se faz mais evidente. A obra de Eliane enfatiza o formato corredor da sala enquanto a imagem da obra de Deborah
prolonga este comprimento. Na obra Situ é aplicada uma plotagem no fundo da sala com a imagem da própria sala vazia; muitas
vezes o espectador é pego desprevenido e se vê buscando a referencia do seu movimento na imagem estática. Fica evidente
que, para Deborah Bruel, as próprias noções de espaço e de realidade podem ser convertidas em um jogo para o olhar e/ou
corpo do espectador. A obra Situ também exige que o espectador mova-se para identificar essa nova configuração que ela
propõe ao espaço da galeria. Numa relação de metalinguagem, ela usa a linguagem da fotografia, a imagem, e a inserção do
espelho, para nos fazer pensar o objeto espaço expositivo.
Nessa curadoria, os artistas incorporam o espaço em suas obras e observamos que a obra de arte não precisa encerrar-
se em si mesma. Os site specifics dos quatro artistas são um acontecimento, ideias que podem ser adaptadas para outros
espaços, mas com uma reconfiguração específica que criaria novos trabalhos, uma vez que estas obras só existem dessa forma
durante o período da exposição realizada na CAIXA Cultural Brasília.
Ana Rocha
Vista da galeria Piccola I
Vista da galeria Piccola II
Deborah Bruel
Situ, 2011
Espelho e plotagem
2,30 x 4,40 m
Deborah Bruel
Situ, 2011
Espelho e plotagem
2,30 x 4,40 m
Joana Corona
Floema, 2011
Chapas de MDF, lâmpadas e tecido
2,70 x 3,40 x 2,10 m
Deborah Bruel
Situ, 2011
Espelho e plotagem
2,30 x 4,40 m
Joana Corona
Floema, 2011
Chapas de MDF, lâmpadas e tecido
2,70 x 3,40 x 2,10 m
Cleverson L. Salvaro
em Brasília, 2011
Construção em madeira e MDF, e orifícios
2,70 x 3,30 x 10 m
C. L. Salvaro
em Brasília, 2011
Construção em madeira e MDF, e orifícios
2,70 x 3,30 x 10 m
Cleverson L. Salvaro
em Brasília, 2011
Construção em madeira e MDF, e orifícios
2,70 x 3,30 x 10 m
Eliane Prolik
Atravessamento, 2011
Ferro galvanizado
1,95 x 1,05 x 12 m
Eliane Prolik
Atravessamento, 2011
Ferro galvanizado
1,95 x 1,05 x 12 m
ClEvErsOn l. salvarOCleverson Salvaro (Curitiba - PR) é formado em Educação Artística com Habilitação em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná
(FAP). Em seu currículo figuram várias interferências, com destaque para sua intervenção nas ruínas de um antigo stand imobiliário, em
parceria com Rodrigo Dulcio, em 2005. Realizou diversas individuais e coletivas em locais como o Memorial de Curitiba (2004) e o Centro
Cultural São Paulo (2005) e participou de importantes salões como o VII Salão Unama de Pequenos Formatos (Belém, PA), o 58.º Salão
Paranaense, onde recebeu premiação por sua obra, e a ARCOMadrid 2008 - Feria Internacional de Arte Contemporânea. Recentemente,
participou da coletiva O Estado da Arte – 40 Anos de Arte Contemporânea no Paraná – 1970 – 2010 no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba - PR).
DEbOrah bruElDeborah Bruel (Curitiba – PR) é mestre em Artes Visuais pela Universidade de Santa Catarina com formação em Pintura pela Escola de Música
e Belas Artes do Paraná (Embap), onde atualmente atua como professora. Produz nas mais diversas linguagens como pintura, fotografia e
desenho; nas áreas de arte contemporânea, alegoria, montagem e apropriação. Participou de mostras individuais e coletivas no Museu Oscar
Niemayer, em Curitiba, no Paço das Artes, em São Paulo, e na Universidade de Michigan, nos EUA. Atuou como curadora nas mostras Possíveis
Conexões (2008), Possíveis Conexões II (2010) – ambas no Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, e em Proteção – Rafael Rodrigues
(2010), no Sesc Água Verde (Curitiba – PR).
ElianE PrOlikEliane Prolik (Curitiba – PR) tem formação em Artes Plásticas pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap). Em Milão, na Itália,
estudou com Luciano Fabro. Ao retornar, atuou como diretora do Museu Alfredo Andersen, em Curitiba. Além das diversas exposições individuais,
participou de duas Bienais Internacionais de São Paulo (1987 e 2002), da mostra 22.º Panorama de Arte Atual Brasileira (1991), da 1.ª Bienal
de Artes Visuais do Mercosul (1997). Em agosto, lança um livro sobre sua obra. Possui obras em acervos públicos e particulares como na
Pinacoteca do Estado de São Paulo, nos Museus de Arte Moderna de São Paulo e Rio de Janeiro e no Museu de Arte Contemporânea do PR.
JOana COrOnaJoana Corona (Curitiba - PR) é mestra em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná. É artista visual e poeta, e o trânsito entre
as linguagens visual e literária interessa em sua investigação poética. Publicou o livro crostácea, em 2011, de poemas em prosa, pela Editora
Medusa, e livro-objeto OQ?, em parceria com C. L. Salvaro, em 2006. Entre de exposições de que participou, destacam-se, entre as mais
recentes: as individuais VERSO, no Museu da Gravura Cidade de Curitiba, em 2010 (Bolsa Produção para Artes Visuais 4) e ¿dónde está el sol?,
no Espacio de Arte Contemporáneo (EAC), em Montevideo (Uruguai), em 2011; e a coletiva O Estado da Arte - 40 anos de arte paranaense, no
Museu Oscar Niemeyer (MON), em 2010/2011, além de outras coletivas em Curitiba, Florianópolis e São Paulo.
PRESIDENtA DA REPúBLICA
Dilma Vana Rousseff
MINIStRO DA FAzENDA
Guido Mantega
PRESIDENtE DA CAIXA ECONôMICA FEDERAL
Jorge Fontes Hereda
COORDENAçãO GERAL
FINNACENA escritório de arte
CURADORIA
Ana Rocha
PRODUçãO
Igor Dantas
ARtIStAS
Cleverson L. Salvaro
Deborah Bruel
Eliane Prolik
Joana Corona
COORDENAçãO DE MONtAGEM
Leopoldo Baldessar
ASSIStENtES DE MONtAGEM
Diomar Costa Moura
Francisco Klosovski
Migiel Klossouski
DESIGN GRÁFICO
Jaime Silveira
REVISãO
Joana Corona
PROJEtO EXPOGRÁFICO
Jack Holmer
FOtOGRAFIA
thiago Sabino
OFICINAS
Samuel Dickow
AGRADECIMENtOS
Antônio Dorgeval Andrade Granja
Cassiana Capparelli
Conceição Glaucia Dantas Granja
Marlene Batista da Silva
Rodrigo Marques
Willian Santos
CAIXA Cultural Brasília | Galerias Piccola I e IIVisitação de 6 de julho a 14 de agosto de 2011.De terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
FICHA TÉCNICA
CAIXA Cultural BrasíliaSBS Quadra 04 Lt 3/4
CEP 70092-900, Brasília/DF
tel.: (61) 3206-9448
Visitação de 6 de julho a 14 de agosto de 2011.
De terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
www.caixa.gov.br/caixacultural
Distribuição gratuita.
Comercialização proibida.