20
Presidência da República Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações presumidamente irregulares, ocorridas em Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - HU- UFS, apontadas à Controladoria-Geral da União - CGU, que deram origem ao Processo nº 00224.000689/2015-32. A fiscalização teve como objetivo apurar a regularidade da concessão de Adicional de Plantão Hospitalar- APH e da utilização do ponto eletrônico dos servidores do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, em atendimento à demanda da Procuradoria da República em Sergipe por meio do Ofício nº291/2015-JRTA/PR/SE de 07 de agosto de 2015. Os trabalhos de campo foram realizados no período de 15/02/2016 a 16/02/2016 sobre a aplicação de recursos federais do programa 2109 - Programa de Gestão e Manutenção do Ministério da Educação / 20TP - Pagamento de Pessoal Ativo da União no município de Aracaju/SE. Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e Externas Número do relatório: 201505817 Unidade Examinada: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - HU-UFS 1. Introdução

Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Presidência da República

Controladoria-Geral da União

Secretaria Federal de Controle Interno

Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações

presumidamente irregulares, ocorridas em Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - HU-

UFS, apontadas à Controladoria-Geral da União - CGU, que deram origem ao Processo nº

00224.000689/2015-32.

A fiscalização teve como objetivo apurar a regularidade da concessão de Adicional de Plantão

Hospitalar- APH e da utilização do ponto eletrônico dos servidores do Hospital Universitário

da Universidade Federal de Sergipe, em atendimento à demanda da Procuradoria da República

em Sergipe por meio do Ofício nº291/2015-JRTA/PR/SE de 07 de agosto de 2015.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 15/02/2016 a 16/02/2016 sobre a

aplicação de recursos federais do programa 2109 - Programa de Gestão e Manutenção do

Ministério da Educação / 20TP - Pagamento de Pessoal Ativo da União no município de

Aracaju/SE.

Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao

Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e

Externas

Número do relatório: 201505817

Unidade Examinada: Empresa Brasileira de Serviços

Hospitalares - HU-UFS

1. Introdução

Page 2: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de

questionários.

Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,

tendo se manifestado em 05 de abril de 2016, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos

pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas,

bem como à apuração das responsabilidades.

Ordem de Serviço: 201505817

Número do Processo: 00224.000689/2015-32

Município/UF: Aracaju/SE

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - HU-UFS

Montante de Recursos Financeiros: Não se aplica.

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela

tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela existência

de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

Os fatos apresentados a seguir destinam-se aos órgãos e entidades da Administração Pública

Federal - gestores federais dos programas de execução descentralizada. A princípio, tais fatos

demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte desses gestores, visando

à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente Tomada

de Contas Especial, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Falhas nos controles de frequência dos profissionais que atuam no Hospital

Universitário.

Fato

O Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) aderiu, por meio do

contrato nº 141/2013, à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal criada

em 2011 pela Lei nº 12.550 e que é vinculada ao Ministério da Educação.

1.1. Informações sobre a Ação de Controle

2. Resultados dos Exames

2.1 Parte 1

Page 3: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

A Ebserh é uma empresa pública responsável pela gestão do Programa Nacional de

Reestruturação dos Hospitais Universitários (Rehuf), criado pelo Decreto nº 7.082, de 27 de

janeiro de 2010. O objetivo do Decreto foi criar condições materiais e institucionais para a

recuperação dos hospitais universitários e dentro dessa política de reestruturação de pessoal o

HU-UFS realizou concurso público para contratações de novos profissionais.

Sabe-se que empregados admitidos nas empresas públicas devem ser regidos pelos ditames

da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou seja, são empregados públicos com regime

jurídico celetista. Desse modo, a partir do ingresso desses novos concursados, o HU-UFS,

passou a ter, dentro do seu quadro de pessoal, regimes de contratação distintos. Os empregados

contratados pela Ebserh no regime Celetista e os servidores públicos estatutários da UFS,

lotados no HU-UFS, regidos pela Lei 8.112/90.

Atualmente o quadro completo dos profissionais em serviço no Hospital Universitário é assim

composto:

Quadro: Distribuição do quadro de pessoal.

QUADRO QUANTIDADE

Empregados Ebserh 513

Servidores da UFS 434

Servidores do Ministério da Fazenda 10

Terceirizados 138

TOTAL 1095

Fonte: quadro elaborado pela CGU com base em informações obtidas na unidade auditada

Como se observa, a maior parte da força de trabalho que integra o Hospital é de empregados

da Ebserh e servidores da UFS. Nesse sentido, também se dispõe o Regimento Interno da

Ebserh (publicado no D.O.U de 02/05/2014- Resolução nº 31 do Conselho de Administração

da Ebserh) em seu Art. 52: “Integram o quadro de pessoal da Ebserh os empregados

públicos admitidos na forma do art. 10 da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011, e os

servidores e empregados públicos a ela cedidos”.

No entanto, a despeito da norma citar “cedido”, os servidores estatutários (RJU) vinculados à

Universidade, e atuantes no HU-UFS, não se encontram formalmente cedidos à Ebserh e,

segundo informado pela unidade, por essa razão existem procedimentos distintos para controle

de frequência e assiduidade de pessoal, com base na sistemática adotada por cada uma das

instituições, conforme se discorre adiante:

1.Empregados Ebserh - Regime Celetista:

O registro, controle e apuração das frequências dos empregados com vínculo à Ebserh são

regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da

Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2016. Tanto a Portaria

Page 4: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

nº 55 quanto o Regulamento de Pessoal prevê a obrigatoriedade de controle de frequência para

todos os empregados, mas é no Art. 30 do Regulamento que há especificação de que o registro

seja feito de forma eletrônica.

Atualmente, isto é feito por meio de relógio de ponto em terminais instalados nas principais

dependências do Hospital com emissão de comprovante que fica em poder do empregado.

O sistema de controle de ponto gera, a partir do dia seguinte do registro, extrato com os

horários de entrada e saída em espelho de ponto de cada empregado.

A homologação das frequências é feita mensalmente pela chefia imediata em páginas

impressas do espelho do ponto retirado do Sistema.

Os espelhos são impressos na Divisão de Gestão de Pessoas (DivGP) e enviados aos chefes

que os homologam, confirmando as ocorrências atípicas registradas em folha – que seguem

anexas a cada um dos espelhos.

Observa-se que essa metodologia implica em impressão, envio e homologações (com

possíveis observações) de 513 folhas de ponto dos “empregados Ebserh”. Uma vez

homologado, o processamento da folha ocorre dentro da DivGP.

Foram analisadas as folhas de ponto de quinze empregados nos meses de outubro e novembro

de 2015 e percebeu-se que o registro mensal sempre vem acompanhado de um elevado número

de observações feitas pelo empregado a fim de justificar advertências que o sistema gera. As

advertências mais comuns são aquelas originadas por ausência de registro de intervalo ou de

entrada ou saída.

Na hipótese dessas ocorrências, o empregado registra em folha à parte a sua justificativa e

essa é homologada pela chefia em assinatura aposta. Essa homologação, que implica em

posicionamento favorável à justificativa apresentada, não altera a folha de ponto propriamente

dita, razão pela qual a informação de horas excedentes ou horas devedoras que consta no

rodapé do espelho de ponto não tem confiabilidade, posto que as ocorrências inabituais não

são inseridas no sistema, elas são apenas informadas manualmente.

Se um empregado, por exemplo, se esquece de registrar seu ponto de saída, o sistema não

computa nenhuma hora de trabalho, gerando um débito indevido. Apesar de a informação

manual ser atestada pela chefia, como o dado real das horas trabalhadas, ela não é incluída no

sistema de ponto. Dessa forma, o total de horas excedentes ou devedoras no sistema não reflete

a realidade. Assim, ainda que o empregado goze um dia de folga por horas adicionais

trabalhadas, o sistema registra a folga como falta, dependendo, novamente, de informação

inserida manualmente pelo empregado para ajuste do ponto.

Verifica-se que as ocorrências inseridas manualmente na folha de ponto são operadas

paralelamente ao sistema, causando retrabalho e aumentando as possibilidades de falhas no

cômputo da carga horária de cada empregado.

Page 5: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

2.Servidores da UFS, Regime RJU:

O registro, controle e apuração das frequências dos servidores cujo vínculo é a Universidade

Federal de Sergipe é regido pela Instrução Normativa 01/2014 e a Instrução Normativa

02/2014 (ambas emitidas pela Pró-reitoria de Gestão de Pessoas da Universidade Federal de

Sergipe), pela Comunicação Interna Circular 07/2011/DG/HU-UFS/UFS da Superintendência

do Hospital e pela Comunicação Interna 19/2016 emitida pela Divisão de Gestão de Pessoas.

A anotação da frequência diária dos servidores da UFS é feita por meio do sistema Medlynx

– sistema de gestão hospitalar que faz interface com o Sistema Integrado de gestão de

Recursos Humanos (SIGRH) da UFS.

Com o advento do contrato com a Ebserh, os chefes de serviço que passaram a ocupar funções

gratificadas na Ebserh perderam o acesso ao SIGRH, impossibilitando-os de controle

gerencial dos servidores a eles subordinados.

Ressalte-se que os atuais chefes das divisões, setores e unidade são em maioria servidores da

UFS – 60 das atuais 67 funções de chefia existentes no HU-UFS são ocupadas por servidores

da UFS – que foram cedidos formalmente à Ebserh para assumirem as chefias. No entanto, a

partir dessa cessão, eles perderam o acesso pleno ao sistema SIGRH.

É importante ressaltar que esta impossibilidade de acesso ao SIGRH não tem origem em

algum problema técnico ou deficiência do sistema, uma vez que essa funcionalidade ainda

permanece disponível para os chefes que permanecem na UFS.

Recentemente, em razão das dificuldades causadas por esse bloqueio e depois de tratativas

junto a UFS, o acesso ao SIGRH foi reativado para algumas funcionalidades, porém, até o

momento, não há funcionalidade no sistema que permita a homologação da frequência.

Para solucionar essa questão, a DivGP informou, por meio da Comunicação Interna 019, de

20 de janeiro de 2016, que implantou um novo procedimento de envio dos espelhos de ponto

impressos a todos os setores para que a homologação seja feita nesse documento. Os espelhos

são devolvidos à DivGP/Ebserh-HU-UFS e à UFS para controle.

Ressalte-se que esse procedimento de apuração das horas trabalhadas por meio dos espelhos

de ponto já era utilizado nos casos de servidores que cumpriam plantões passíveis de

pagamento de Adicional de Plantão Hospitalar - APH, uma vez que esse pagamento depende

de confirmação do cumprimento de jornada regular.

Dessa forma, devido ao novo procedimento de registro de folhas de ponto estar em fase de

implantação, questionou-se como estaria sendo feito o controle para o pagamento de APH

desde o bloqueio do SIGRH.

Page 6: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Entretanto, para os servidores em geral, esta solução está em processo de implantação, o que

levou ao questionamento de como estaria sendo feito este controle desde o bloqueio do

SIGRH.

Por meio da SA nº 201505817/05, foram feitos vários questionamentos buscando entender

qual o mecanismo de controle efetivo da jornada de cada servidor e como estavam sendo

geridas as questões de faltas, atrasos, horas devidas ou excedentes, diante do cenário de falta

de acesso ao sistema. Também foi solicitado que fosse enviada a documentação comprobatória

desse controle e a forma de interligação dessas ocorrências com o RH da Universidade para

fins de apuração de folha de pagamentos.

A resposta dada não contemplou todos os itens questionados e, embora tenham sido

solicitados, não foram apresentados documentos que comprovem tais controles.

A resposta dada pela chefe da DivGP apenas informou que: “a verificação do cumprimento

da escala de trabalho e dos serviços que são designados bem como a realização dos plantões

e os abonos ou justificativas apresentadas pelo servidor são registrados na própria escala de

trabalho e controlados pela chefia imediata” (Comunicação Interna nº107/2016,

encaminhada pelo Ofício nº018/2016/SUP-HU-EBSERH em resposta a SA nº 201505817-05)

Em razão das informações terem sido incompletas, sem o detalhamento solicitado, não foi

possível compreender de que maneira este controle manual informado se comunica com o

ponto digital que o servidor registra, cuja gestão é da Universidade, para fins de impacto na

folha de pagamento ou no controle das horas de compensação.

O que fica claro, devido à falta de acesso ao SIGRH pelos chefes de serviço da Ebserh, é que

a empresa não possui a gestão plena sobre o controle de assiduidade dos servidores da UFS,

o que está em desacordo com o disposto no Contrato nº 141/2013, que previu:

“Parágrafo Segundo: Observadas as disposições legais e regulamentares competem a

CONTRATADA a gestão administrativa dos servidores que permanecem em exercício no

hospital. ”

Segundo entendimento da unidade, o fato dos servidores não estarem formalmente cedidos é

que justifica essa situação, entretanto, não se observa no contrato a obrigatoriedade da cessão

formal para a gestão dos servidores, mas sim o exercício no hospital.

A questão da não formalização da cessão dos servidores, já foi enfrentada pelo Tribunal de

Contas da União que resultou no Acórdão 2983/2015 - Plenário de 18 de novembro de 2015,

onde se discorreu sobre as dificuldades gerenciais que a falta de cessão poderia ocasionar e se

recomendou a formalização da cessão em um prazo de 90 dias.

Passados os 90 dias a recomendação não foi cumprida e os problemas verificados com o

controle de frequência podem ser atribuídos parcialmente a esta situação. Diz-se parcialmente

Page 7: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

porque além da cessão propriamente dita seria necessário que o sistema de frequência ainda

teria que ser adequado à peculiaridade dos servidores cedidos.

Diante do exposto, observa-se que o sistema de controle de frequência de pessoal do HU-UFS

apresenta problemas que se diferenciam conforme o vínculo:

1. No caso dos empregados da Ebserh, os controles são trabalhosos e suscetíveis a falhas

devido ao volume de procedimentos envolvidos e à inadaptação do sistema de realizar ajustes

na ausência de registros e no controle de horas excedentes e devidas.

2. No caso dos servidores da UFS em exercício no HU-UFS, a sistemática é confusa, pouco

transparente e frágil. Além de os servidores estarem submetidos a um sistema de controle de

frequência diferente (SIGRH) dos outros profissionais que atuam na instituição, o fato desse

sistema não estar acessível aos seus chefes pode facilitar as ocorrências de descumprimento

da carga horária.

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº023/2016/HU-UFS-EBSERH, a unidade manifestou-se:

“Pessoal da Ebserh – Regime Celetista:

O problema de leitura do software para registro das ocorrências no sistema de pontos já foi

relatado a sede da EBSERH com vistas a permitir sua alimentação pela chefia imediata. É

certo que o lançamento das ocorrências é uma operação manual, e mesmo no sistema

automatizado, não há como prevê as ausências por seu tipo: doenças, faltas justiçadas e não

justificadas, realocação de horários, esquecimento de registrar o ponto, entre outros eventos.

Mas, isso não coloca em credibilidade o registro das horas de entrada e saídas do sistema de

pontos, pois, o sistema lê os polos por meio de duas variáveis conforme o registro do

profissional: o quantitativo de horas excedentes e devidas. Tanto uma variável como a outra

são registro das horas em ocorrências que por meio de formulário as chefias imediatas as

informam. As horas excedentes justificadas são compensadas por folga e as devidas sem

justificativas são faltas.

Quanto ao elevado número de ocorrências, ainda não existe um estudo conclusivo para

maiores evidências, mas, é fato entre as unidades que exercem atividades de saúde a existência

de um número maior que o habitual em outras atividades. Pela própria natureza das funções

laborativas do profissional de saúde, associadas ao regime de trabalho, ocorrem doenças

relacionadas ao ambiente e segurança do trabalho como estresses e cansaço físico, além de

uma maior probabilidade do profissional ficar enfermo devido ao contato constante com

enfermidades, havendo uma maior rotatividade de substituição de profissional para o exercício

laborativa.

Page 8: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Por isso no HU-UFS este controle está delegado as chefias imediatas uma vez que exigem

uma tomada de decisão diária para avaliar as equipes que estão em condições laborativas com

fins a garantir a segurança do paciente e consequentemente a redução do risco na assistência.

Pessoal da UFS, Regime RJU:

Recentemente o TCU superou o acordão 2983/2015 e regulamentou que os servidores RJU

não necessitam ser cedidos para EBSERH, bastando uma portaria do Reitor os colocando em

exercício. Portanto, fica prejudicado qualquer ação de controle de registro de ponto que

implique na cessão desses servidores e por enquanto uniformização do relógio de ponto.

É fato também que UFS adotou um sistema de relógio de ponto biométrico para os seus

servidores, desabilitando o SIGRH para esta finalidade. Também ainda é fato que o sistema

biométrico adotado no HU-UFS para os servidores RJU não cedidos, até então em voga, passa

por uma discussão técnica sob a viabilidade de mantê-lo ou substitui-lo pelo adotado nos

demais campus da UFS. Esse é um momento de reflexão e transição para adequação do

modelo de controle de ponto dos RJUs não cedidos devido as especificidades das suas

atividades laborativas e sua natureza ocupacional como profissionais de saúde exigindo um

processo de tomada de decisão para avaliação das equipes diárias com vistas a segurança do

paciente e das condições laborativas do trabalhador por causa da probabilidade de incidência

de doenças ocupacionais.

Portanto, por enquanto, o sistema de registro de pontos dos servidores RJU que exercem

atividades laborativas no HU – UFS é o sistema biométrico que vem sendo adotado até o

momento. É fato ainda que existe credibilidade e transparência nos registros de entrada e saída

do sistema biométrico adotado e o que não constam registrado nele são ocorrências a serem

avaliadas pelas chefias imediatas. Para 2016, o Setor de Gestão de Processo e Tecnologia da

Informação - SGPTI pretende implantar um modulo de apoio as chefias imediatas com

permissão a seu acesso para o registro das ocorrências, como também o desenvolvimento de

um painel gerencial. No momento está em fase de testes. ”

Análise do Controle Interno

Com relação ao controle da frequência para os empregados da Ebserh a Unidade reconhece o

problema do software para registro de ocorrências e informa ter relatado a Ebserh-Sede essas

dificuldades. No entanto, a despeito de reconhecer a falha, informa que não há problema de

credibilidade quanto às horas marcadas.

Discorda-se dessa afirmação: Um sistema que, no caso de falta de registro, não computa

nenhuma hora trabalhada e não permite a inserção manual a fim de corrigir essa ausência,

nunca poderá ser confiável no resultado de seus somatórios. Haverá sempre a necessidade de

complementação de informações com base em registros manuais. Ao invés de facilitar, o

controle de frequência passa a ser mais trabalhoso e passível de falhas.

Com relação ao controle de frequência dos servidores da UFS em exercício no HU a unidade

informa que o atual sistema passa por uma discussão técnica sobre a sua viabilidade e informa

Page 9: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

estarem em momento de transição e reflexão. Não obstante a este comentário, o fato é que a

metodologia atualmente usada não controla eficientemente a frequência desses servidores.

Conforme explanado no campo “Fato”, os chefes imediatos não acessam as ferramentas de

controle da frequência de seus servidores, havendo uma quebra na relação de subordinação e

verificação de assiduidade.

A unidade também informa que houve alteração no entendimento exarado pelo TCU Acórdão

2983/2015 - Plenário de 18 de novembro de 2015, quanto a cessão dos servidores.

De fato, o Acórdão 436/2016- TCU- Plenário de 03 de março de 2016 reformou a

recomendação emitida no Acórdão 2983/2015, entendendo que a cessão não seria mais

necessária em função da apresentação por representantes do Ministério da Educação àquela

Corte de Contas, de uma minuta de portaria que formalizará a relação hierárquica destes

servidores a Ebserh. Desse modo, ao julgar necessário a edição de uma portaria que formalize

a relação hierárquica, o TCU reforça a importância da formalização da subordinação ainda

que por outro instrumento que não o da cessão dos servidores. Diante dessa alteração de

entendimento, o instrumento que formalizará a hierarquia será uma Portaria emitida pelo

MEC.

Dessa forma, reforça-se a obrigatoriedade de que a relação de subordinação entre os servidores

da UFS e a EBSERH seja formalizada. Busca-se com isso evitar o tratamento diferenciado

entre os profissionais atuantes no HU-UFS.

Recomendações: Recomendação 1: Adequar o sistema de controle de frequência dos empregados da Ebserh a

fim de possibilitar os ajustes e a homologação da frequência diretamente no sistema sem a

necessidade de registros manuais.

Recomendação 2: Adequar o sistema de controle de frequência da Ebserh ajustando-o aos

regimes de compensação de horários, de modo que o espelho de ponto reflita a situação de

cada empregado sem a necessidade de consulta a registros manuais paralelos.

Recomendação 3: Buscar soluções administrativas junto a UFS e Ebserh-Sede para que o

manejo do controle de frequência de todos os profissionais que atuam no

Hospital,independentemente do regime jurídico a que estão submetidos, seja feito de forma

autônoma pela atual administração do Hospital cumprindo o que foi previsto em contrato

quanto à titularidade da gestão administrativa.

2.1.2. Falhas no controle de frequência, falta de cumprimento integral da jornada

normal e pagamento de adicionais de plantão hospitalar sem comprovação do seu efetivo

cumprimento.

Fato

O Adicional de Plantão Hospitalar (APH) foi instituído pela Lei n.º 11.907, de 02 de fevereiro

de 2009, em seus artigos 298 a 307, abrangendo o plantão hospitalar e o plantão de sobreaviso.

Page 10: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

O Plantão Hospitalar é devido aos servidores em efetivo exercício de atividades hospitalares,

desempenhadas em regime de plantão durante doze horas ininterruptas ou mais, além da carga

horária semanal de trabalho do seu cargo efetivo, não podendo as atividades de plantão superar

24 horas semanais. O plantão de sobreaviso é devido ao servidor titular de cargo de nível

superior que estiver, além da carga horária semanal de trabalho do seu cargo efetivo, fora da

instituição hospitalar e disponível ao pronto atendimento das necessidades essenciais de

serviço, de acordo com a escala previamente aprovada pela direção do hospital ou unidade

hospitalar.

Utilizando-se dados do Hospital Universitário (HU) obtidos junto ao sistema Siape DW no

período de 2013 a 2015, verificou-se que o montante dispendido com o APH em 2015

apresentou uma redução expressiva de 84,23% em relação ao ano de 2013. Também se nota

redução de 54,47% de servidores que receberam o APH no ano de 2015 em relação ao ano de

2013, como se pode ver no quadro abaixo:

Quadro - Montante de APH pago por ano

Ano 2013 2014 2015

Total em R$ 2.190.142,97 1.730.746,78 345.283,75

Servidores que receberam 235 215 107

Fonte: Siape DW

Em resposta à Solicitação de Auditoria (SA) n.º 201505817/04, de 29 de fevereiro de 2016, a

Chefe da Divisão de Enfermagem esclareceu que os servidores (regime jurídico único)

cumprem escala de trinta horas semanais em esquema de revezamento, sendo a jornada de

trabalho nos turnos matutino e vespertino de seis horas diárias, e de doze horas de trabalho

por 60 horas de descanso no turno noturno. Os contratados pela Ebserh, em regime CLT,

cumprem escala semanal de 36 horas, sendo a jornada de trabalho nos turnos matutino e

vespertino de seis horas diárias, e de doze horas de trabalho por 36 horas de descanso no turno

noturno.

De acordo com o artigo 3º da Resolução n.º 24/2014/CONSU, de 09 de maio de 2014, exarada

com base no artigo 3º do Decreto n.º 1.590/1995, a jornada de trabalho no âmbito da

Universidade Federal de Sergipe (UFS) para os servidores técnico-administrativos lotados em

setores em que haja exigência de atividades contínuas, com período igual ou superior a doze

horas ininterruptas e regime de trabalho organizado em turno ou escalas, pode ser cumprida

com carga de trinta horas semanais (seis horas diárias), dispensando o intervalo para refeições,

mas assegurado o direito a um intervalo de quinze minutos, o que não está sendo devidamente

registrado e cumprido, conforme verificado nas folhas de ponto dos servidores analisados.

Ainda, a Resolução citada, que trata do regulamento para flexibilização da jornada de trabalho,

prevê, em seu artigo 4º, o limite máximo de duas horas por jornada para atender a situações

excepcionais e temporárias, respeitado o intervalo mínimo de uma hora para descanso e

alimentação, não trazendo, portanto, qualquer dispositivo que autorize a jornada de doze horas

de trabalho por 60 horas de descanso no turno noturno adotada pela Divisão de Enfermagem.

A Chefe da Divisão de Enfermagem informou que os feriados trabalhados devem ser

compensados dentro do próprio mês ou em até 60 dias, conforme acordo com a chefia

imediata. Caso o trabalho no feriado tenha sido realizado no plantão noturno por celetista da

Ebserh, não há compensação, mas remuneração em dobro.

Page 11: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Contradizendo a explicação dada, a Resolução n.º 24/2014/CONSU dispõe em seu artigo 4º,

parágrafo 2º, que o servidor técnico-administrativo que realizar horários excedentes de

trabalho, poderá compensar as horas excedentes em, no máximo, seis meses. De outro modo,

a Instrução Normativa n.º 01 da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas, de 01 de outubro de 2014,

que sistematiza e parametriza o sistema de controle de frequência dos servidores técnico-

administrativos da UFS, dispõe, em seu artigo 16 que as horas excedentes podem ser gozadas

pelo servidor em um prazo de até três meses a contar da data da homologação do mês

respectivo que as ensejou, sendo consideradas prescritas se não gozadas dentro do prazo.

Quanto às horas devedoras, o servidor deverá compensá-las também em até três meses a

constar da data da homologação do mês respectivo que as ensejou, sendo que a não

compensação resulta no desconto no mês subsequente ao prazo fixado para compensação.

Assim, há três orientações diferentes para o mesmo tema, o que necessita uma uniformização

por parte da direção da unidade, tendo como base a Lei n.º 8.112/1990 e leis vigentes que

disciplinem o APH e o plantão de sobreaviso.

Os valores dos adicionais de plantões hospitalares (PF = Plantão em final de semana e

feriados; PD – Plantão em dias úteis) e de plantões de sobreaviso (SF = Sobreaviso em final

de semana e feriados; SD – Sobreaviso em dias úteis), de acordo com o Anexo CLXVI da Lei

n.º 11.907/2009 são:

Quadro - Valores por hora do APH

Nível PF PD SF SD

Superior 70,63 56,50 12,84 7,84

Intermediário 42,91 34,33

Fonte: Anexo CLXVI da Lei n.º 11.907/2009

Com o intuito de se verificar o cumprimento da carga horária semanal de trabalho dos

servidores que receberam o APH, foram analisados os controles de ponto e os pagamentos de

cinco servidores (regime jurídico único), escolhidos aleatoriamente, contidos nos processos

de pagamento de APH relativos aos meses de outubro (n.º ******/15-71), novembro (n.º

******/15-60) e dezembro (n.º ******/16-93) de 2015.

Segundo extração do Siape-DW, os cinco servidores receberam 49,5% do total pago referente

ao trimestre citado (R$ 74.198,03).

As tabelas abaixo trazem as jornadas de trabalho normais previstas para cada servidor nos três

meses (exceto a servidora de matrícula ******* que não percebeu APH em dezembro),

conforme o seu turno de trabalho, considerando-se a quantidade de plantões ocorridos e já

compensando as horas trabalhadas em feriados que não sejam relativas aos plantões recebidos

(contadas em dobro).

Tabela - Frequência e APH - Matrícula *******

Cargo: Auxiliar de Enfermagem

Jornada: 30 horas semanais (turno de 6 horas)

Dados dos processos out/15 nov/15 dez/15 TOTAL

PF – Quantidade 4 7 1 12

PD – Quantidade

APH - valores recebidos 2.059,68 3.604,44 514,92 6.179,04

Horas APH registradas/recebidas 48:00:00 84:00:00 12:00:00 144:00:00

Page 12: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Dados extraídos do controle de frequência em horas

Jornada normal prevista 126:00:00 120:00:00 126:00:00 372:00:00

Horas normais registradas 125:06:00 120:24:00 103:20:00 348:50:00

Horas registradas em feriados 4:34:00 4:34:00

Total trabalhado (sem APH) 125:06:00 124:58:00 103:20:00 353:24:00

Horas excedentes 0:00:00 4:58:00 0:00:00 0:00:00

Horas devedoras 0:54:00 0:00:00 22:40:00 18:36:00

Fonte: Folhas de ponto incluídas nos processos de pagamento de APH.

Tabela - Frequência e APH - Matrícula *******

Cargo: Auxiliar de Enfermagem

Jornada: 12 x 60 horas

Dados dos processos out/15 nov/15 dez/15 TOTAL

PF – Quantidade 1 1

PD – Quantidade 1 1 2

APH - valores recebidos 514,92 411,96 411,96 1.338,84

Horas APH registradas/recebidas 12:00:00 12:00:00 12:00:00 36:00:00

Dados extraídos do controle de frequência em horas

Jornada normal prevista 127:00:00 120:00:00 120:00:00 367:00:00

Horas normais registradas 128:52:00 83:48:00 79:37:00 292:17:00

Horas registradas em feriados 16:59:00 12:08:00 29:07:00

Total trabalhado (sem APH) 145:51:00 95:56:00 79:37:00 321:24:00

Horas excedentes 18:51:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00

Horas devedoras 0:00:00 24:04:00 40:23:00 45:36:00

Fonte: Folhas de ponto incluídas nos processos de pagamento de APH.

Tabela - Frequência e APH - Matrícula *******

Cargo: Farmacêutica Bioquímica

Jornada: 30 horas semanais (turno de 6 horas)

Dados dos processos out/15 nov/15 dez/15 TOTAL

PF – Quantidade 6 3 1 10

PD – Quantidade 2 4 6

SF – Quantidade 0

SD – Quantidade 1 2 3

APH - valores recebidos 6.535,44 5.442,84 847,56 12.825,84

Horas APH registradas/recebidas 96:00:00 84:00:00 12:00:00 192:00:00

Dados extraídos do controle de frequência em horas

Jornada normal prevista 126:00:00 120:00:00 122:00:00 368:00:00

Horas normais registradas 110:58:56 95:46:00 66:54:00 273:38:56

Horas registradas em feriados 5:20:00 5:20:00

Total trabalhado (sem APH) 116:18:56 95:46:00 66:54:00 278:58:56

Horas excedentes 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00

Horas devedoras 9:41:04 24:14:00 55:06:00 89:01:04

Page 13: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Fonte: Folhas de ponto incluídas nos processos de pagamento de APH.

Tabela - Frequência e APH - Matrícula *******

Cargo: Farmacêutica Bioquímica

Jornada: 30 horas semanais (turno de 6 horas)

Dados dos processos out/15 nov/15 dez/15 TOTAL

PF - Quantidade 3 2 5

PD - Quantidade 6 4 10

SF - Quantidade 1 1

SD - Quantidade 1 1

APH - valores recebidos 6.610,68 4.655,28 - 11.265,96

Horas APH registradas/recebidas 108:00:00 72:00:00 0:00:00 180:00:00

Dados extraídos do controle de frequência em horas

Jornada normal prevista 126:00:00 120:00:00 0:00:00 246:00:00

Horas normais registradas 77:01:00 59:42:00 0:00:00 136:43:00

Horas registradas em feriados 0:00:00

Total trabalhado (sem APH) 77:01:00 59:42:00 0:00:00 136:43:00

Horas excedentes 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00

Horas devedoras 48:59:00 60:18:00 0:00:00 109:17:00

Fonte: Folhas de ponto incluídas nos processos de pagamento de APH.

Tabela - Frequência e APH - Matrícula *******

Cargo: Técnico de Enfermagem

Jornada: 30 horas semanais (turno de 6 horas)

Dados dos processos out/15 nov/15 dez/15 TOTAL

PF - Quantidade 3 2 1 6

PD - Quantidade 0

APH - valores recebidos 1.544,76 1.029,84 514,92 3.089,52

Horas APH registradas/recebidas 36:00:00 24:00:00 12:00:00 72:00:00

Dados extraídos do controle de frequência em horas

Jornada normal prevista 126:00:00 120:00:00 120:00:00 366:00:00

Horas normais registradas 109:25:00 112:30:00 85:55:00 307:50:00

Horas registradas em feriados 0:00:00

Total trabalhado (sem APH) 109:25:00 112:30:00 85:55:00 307:50:00

Horas excedentes 0:00:00 0:00:00 0:00:00 0:00:00

Horas devedoras 16:35:00 7:30:00 34:05:00 58:10:00

Fonte: Folhas de ponto incluídas nos processos de pagamento de APH.

Como se pode ver, todos os servidores que fizeram plantões hospitalares apresentaram saldo

mensal de horas devedoras, não cumprindo integralmente com sua jornada de trabalho regular,

contrariando o disposto no artigo 300, inciso I, da Lei n.º 11.907/2009. Assim, não poderiam

ter recebido o adicional. Mais evidente, ainda, é o caso da servidora de matrícula n.º *******

que faz jornada de doze horas trabalhadas por 60 horas de descanso e percebeu APH em dias

destinados à sua escala de trabalho normal (26/11/2015 e 14/12/2015) sem qualquer hora

adicional trabalhada.

Page 14: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Constatam-se, ainda, registros de total de horas trabalhadas divergentes dos registros de

entrada e de saída em determinado dia, o que indica falhas no registro e apontamento de horas

trabalhadas a maior no sistema, como, por exemplo, nos seguintes casos:

a) Ponto da servidora de matrícula nº *******. Conforme tabela abaixo, no dia 13/10/2015

consta total de 12 horas e 50 minutos trabalhados, porém, somente há o registro de saída às

06:51:48 e entrada no dia anterior às 18:44:43, portanto, o correto seria total de 06 horas e 51

minutos trabalhados; no dia 31/10/2015 consta total de 09 horas e 26 minutos trabalhados,

porém, somente há o registro de saída às 07:04:03 e entrada no dia anterior às 18:51:07, assim,

o correto seria total de 07 horas e 04 minutos trabalhados; no dia 01/11/2015 consta total de

23 horas e 56 minutos trabalhados, porém, somente há o registro de entrada às 19:04:00 e

saída no dia seguinte às 06:59:51, portanto, o correto seria total de 04 horas e 56 minutos

trabalhados; no dia 06/11/2015 consta total de 12 horas e 56 minutos trabalhados, porém,

somente há o registro de saída às 06:54:25 e entrada no dia anterior às 18:51:04, assim, o

correto seria total de 06 horas e 54 minutos trabalhados.

Tabela - Horas reais e horas registradas no ponto – Matrícula *******

DATA

ENTRADA

SAÍDA

ENTRA

DA

SAÍDA

TOTAL

HORAS

REAIS (A)

TOTAL

HORAS

PONTO (B)

DIFERE

NÇA (B-

A)

12/10/2015 06:40:39 18:44:09 18:44:43 17:18:47 17:20:00 13/10/2015 06:51:48 06:51:48 12:50:00 05:58:12

30/10/2015 18:51:07 05:08:53 05:09:00 31/10/2015 07:04:03 07:04:03 09:26:00 02:21:57

01/11/2015 19:04:00 04:56:00 23:56:00 19:00:00

02/11/2015 06:59:51 06:59:51 06:59:00 05/11/2015 06:54:27 18:50:57 18:51:04 17:05:26 17:05:00 06/11/2015 06:54:25 06:54:25 12:56:00 06:01:35

Fonte: Folhas de ponto incluídas nos processos de pagamento de APH.

b) Ponto da servidora de matrícula n.º *******. De acordo com tabela abaixo, no dia

27/11/2015 consta total de 12 horas e 28 minutos trabalhados, porém, somente há o registro

de saída às 06:57:00 e entrada no dia anterior às 18:52:32, assim, o correto seria total de 06

horas e 57 minutos trabalhados; no dia 15/12/2015 consta total de 13 horas e 41 minutos

trabalhados, porém, somente há o registro de saída às 07:09:54 e entrada no dia anterior às

19:09:20, portanto, o correto seria total de 07 horas e 09 minutos trabalhados.

Tabela - Horas reais e horas registradas no ponto - Matrícula *******

DATA

ENTRADA

SAÍDA

ENTRA

DA

SAÍDA

TOTAL

HORAS

REAIS (A)

TOTAL

HORAS

PONTO (B)

DIFEREN

ÇA (B-A)

26/11/2015 18:52:32 05:07:28 05:08:00 27/11/2015 06:57:00 06:57:00 12:28:00 05:31:00

14/12/2015 19:09:20 04:50:40 04:51:00 15/12/2015 07:09:54 07:09:54 13:41:00 06:31:06

Fonte: Folhas de ponto incluídas nos processos de pagamento de APH.

c) Ponto da servidora de matrícula n.º *******. Conforme tabela abaixo, no dia 07/10/2015

consta total de 12 horas e 14 minutos trabalhados, porém, somente há o registro de saída às

06:43:10 e entrada no dia anterior às 18:29:35, assim, o correto seria total de 06 horas e 43

minutos trabalhados; no dia 15/10/2015 consta total de 11 horas e 35 minutos trabalhados,

Page 15: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

porém, somente há o registro de saída às 06:29:12 e entrada no dia anterior às 18:28:01,

portanto, o correto seria total de 06 horas e 29 minutos trabalhados; no dia 19/10/2015 consta

total de 11 horas e 59 minutos trabalhados, porém, somente há o registro de saída às 06:58:39

e entrada no dia anterior às 18:53:37, assim, o correto seria total de 06 horas e 58 minutos

trabalhados; no dia 23/10/2015 consta total de 11 horas e 52 minutos trabalhados, porém,

somente há o registro de saída às 06:54:12 e entrada no dia anterior às 18:42:07, assim, o

correto seria total de 06 horas e 54 minutos trabalhados; no dia 27/10/2015 consta total de 12

horas e 14 minutos trabalhados, porém, somente há o registro de saída às 06:30:19 e entrada

no dia anterior às 18:28:48, assim, o correto seria total de 06 horas e 30 minutos trabalhados;

no dia 29/10/2015 consta total de 11 horas e 56 minutos trabalhados, porém, somente há o

registro de saída às 06:35:08 e entrada no dia anterior às 18:33:16, portanto, o correto seria

total de 06 horas e 35 minutos trabalhados; no dia 09/11/2015 consta total de 12 horas e 14

minutos trabalhados, porém, somente há o registro de saída às 07:19:13 e entrada no dia

anterior às 19:07:46, assim, o correto seria total de 07 horas e 19 minutos trabalhados; no dia

12/11/2015 consta total de 12 horas e 03 minutos trabalhados, porém, somente há o registro

de saída às 06:33:06 e entrada no dia anterior às 18:32:07, assim, o correto seria total de 06

horas e 33 minutos trabalhados; no dia 16/11/2015 consta total de 13 horas e 06 minutos

trabalhados, porém, somente há o registro de saída às 07:18:01 e entrada no dia anterior às

19:12:48, portanto, o correto seria total de 07 horas e 18 minutos trabalhados.

Tabela - Horas reais e horas registradas no ponto - Matrícula *******

DATA

ENTRAD

A

SAÍDA

ENTRAD

A

SAÍDA

TOTAL

HORAS

REAIS (A)

TOTAL

HORAS

PONTO (B)

DIFERE

NÇA (B-

A)

06/10/2015 13:38:59 18:29:29 18:29:35 10:20:55 10:22:00 07/10/2015 06:43:10 06:43:10 12:14:00 05:30:50

14/10/2015 15:25:40 18:27:54 18:28:01 08:34:13 08:34:00 15/10/2015 06:29:12 06:29:12 11:35:00 05:05:48

18/10/2015 18:53:37 05:06:23 05:07:00 19/10/2015 06:58:39 06:58:39 11:59:00 05:00:21

22/10/2015 13:54:42 18:42:00 18:42:07 10:05:11 10:06:00 23/10/2015 06:54:12 06:54:12 11:52:00 04:57:48

26/10/2015 13:33:55 18:28:41 18:28:48 10:25:58 10:27:00 27/10/2015 06:30:19 06:30:19 12:14:00 05:43:41

28/10/2015 13:51:47 18:33:09 18:33:16 10:08:06 10:09:00 29/10/2015 06:35:08 06:35:08 11:56:00 05:20:52

08/11/2015 19:07:46 04:52:14 04:53:00 09/11/2015 07:19:13 07:19:13 12:14:00 04:54:47

11/11/2015 13:38:12 18:32:01 18:32:07 10:21:42 10:22:00 12/11/2015 06:33:06 06:33:06 12:03:00 05:29:54

15/11/2015 19:12:48 04:47:12 04:48:00 16/11/2015 07:18:01 07:18:01 13:06:00 05:47:59

Fonte: Folhas de ponto incluídas nos processos de pagamento de APH.

Observe-se, ainda, na tabela acima, que, apesar dos dias 07/10/2015, 27/10/2015 e 09/11/2015

apresentarem registros de saída com horas e minutos diferentes, os três dias apresentam o

mesmo total de doze horas e catorze minutos trabalhados, demonstrando que o sistema registra

valores que não representam o efetivo cálculo das horas trabalhadas.

Verificou-se, ainda, que as anotações manuscritas inseridas nas folhas de ponto para os casos

em que não houve o devido registro eletrônico de entrada e/ou saída não esclarecem

claramente quais foram os efetivos horários de entrada, de saída e a quantidade de horas

Page 16: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

efetivamente trabalhadas em cada dia, como se pode ver, por exemplo, na folha de ponto da

servidora de matrícula n.º ******* (out/2015), nos dias 21, 24 e 25 de outubro. Ademais, o

próprio sistema deveria permitir a correção eletrônica do ponto com o devido abono da

respectiva chefia.

Também há falta de clareza quanto ao registro das compensações (como se originaram, quais

são seus saldos, quais são os controles) nas folhas de ponto encontradas nos processos. Há

casos de registro de vários dias seguidos de ausência denominados como “descanso semanal”

sem qualquer justificativa registrada, seja na folha, seja no processo, como, por exemplo: folha

de ponto de novembro/2015 da servidora de matrícula nº ******* onde constam quatro dias

seguidos (de 19 a 22 de novembro), sendo dois dias úteis, registrados como “descanso

semanal”.

A Nota Técnica n.º 41/2013/CGNOR/DENOP/SEGE/MP, de 20 de fevereiro de 2013, que

trata do Adicional de Plantão Hospitalar, encaminhada para cumprimento pelo Ofício Circular

n.º 71/2014-SESu/MEC, de 20 de novembro de 2014, conclui, no item 36, b, que somente

farão jus ao APH, “os Hospitais Universitários Federais que, de acordo com o art. 1º do

Decreto n.º 1.867, de 1996, tiverem implantado o controle eletrônico de assiduidade e

pontualidade dos servidores públicos federais”. Já no item 36, c, a Nota Técnica destaca que

“compete ao dirigente superior da unidade hospitalar a autorização para o pagamento do

APH no valor proporcionalmente às horas efetivamente trabalhadas no hospital, mediante

confirmação de que houve o efetivo cumprimento do plantão hospitalar”. Destaca no item 21,

que “há de se salientar que o servidor, independentemente de prestar serviço de plantão,

deverá cumprir integralmente a jornada de trabalho semanal referente ao seu cargo efetivo”.

Assim, o controle eletrônico de frequência, além de obrigatório, deve ser claro, transparente

e trazer todas as informações necessárias para que se comprove tanto o cumprimento da

jornada normal quanto o cumprimento da jornada adicional relativa ao plantão hospitalar, de

modo que se possa validar o pagamento do respectivo APH.

O Decreto n.º 7.186, de 27 de maio de 2010, que regulamenta o APH, prevê em seus artigos

8º e 9º que cada unidade hospitalar, semestralmente, fará previsão do quantitativo de plantões

necessários ao desenvolvimento ininterrupto das atividades hospitalares, especificando data e

duração, profissionais necessários, tipo de plantão e critérios de escolha. Já o artigo 15 do

citado Decreto dispõe que as escalas de plantões previstas deverão ser afixadas em quadros

de aviso em locais de acesso direto ao público, inclusive no sítio eletrônico de cada unidade

hospitalar.

Consultando-se o sítio eletrônico da unidade (http://www.ebserh.gov.br/web/hu-ufs/plantoes-

aph), verificou-se que a unidade traz apenas os plantões ocorridos no período de março de

2015 a janeiro de 2016, descumprindo, assim, a previsão semestral disposta no Decreto n.º

7.186/2010.

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 023/2016/HU-UFS-EBSERH, de 05 de abril de 2016, o gestor

apresentou a seguinte manifestação:

“A análise proferida sobre o pagamento das APHs fica prejudicada porque não destaca a

avaliação das ocorrências pelas respectivas chefias imediatas. É fato que no âmbito do HU-

UFS as APH´s vem sendo sistematicamente reduzidas a cada passagem de mês desde 2014,

Page 17: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

quando se começou a convocar os concursados sob o regime celetista com vinculo laborativo

com a EBSERH. É fato ainda que as unidades com registro de APH´s são aquelas que

demandam cuidados aos pacientes 24 h como unidades de internação e laboratório de análise

clinicas, que impactam na decisão sobre a vida do paciente, mas, que estão sendo adotados

esforços centrados nas convocações e na avaliação diária das equipes quanto as suas condições

laborativas para promoverem a sua redução. Essa redução pode ser comprovada no portal da

transparência do governo federal.

Destaque que aritmética apresentada no relatório de descumprimento como fundamento

baseado de horas excedentes e devedoras, e relacionando somente as horas registradas no

sistema, não evidencia uma tradução fidedigna dos fatos. É necessário associar as ocorrências

avaliadas pelas chefias imediatas de cada profissional da unidade para visualizar se as somas

das jornadas de trabalho são suficientes para propiciar uma cobertura integral e operacional

daquela unidade. Desse modo, podemos ter uma visão sobre o cumprimento ou não da jornada

de trabalho e a necessidade da realização do plantão hospitalar.

É preciso destacar que a análise da necessidade ou não do adicional de plantão hospitalar –

APH é avaliada diariamente, porque existe eventos imprevisíveis de ausências ou

impedimentos de pessoal para atividade laborativa que impactam na cobertura da escala de

trabalho como no caso de uma doença ocupacional. E como estas unidades são de cuidados

contínuos que não podem ter horário a descoberto, em situações assim, quando não existe

outra forma de cobertura convocados os profissionais RJU para atuarem além da sua jornada

de trabalho normal.

Evidente que no momento estamos numa fase de transição sob o regime RJU com a definição

do TCU permitindo que o Reitor colocasse em exercício para o HU-UFS os profissionais que

atuam nesse nosocômio dando poderes para a atuação dos atuais gestores. Até então havia um

conflito por parte de alguns em entendimento com o SINTUFES, sindicato da categoria, sob

a legitimidade, colocando em descrédito o sistema de controle de pontos. Fato esse registrado

em audiência junto ao MPF e na mídia. Mas, apesar disso, sempre a governança do HU-UFS

orientou pela obrigatoriedade do registro do ponto e avaliação das ocorrências pelas suas

chefias imediatas, portanto, a integralidade da frequência do servidor é avaliada além da chefia

imediata como também pelo controle social via denuncia e instâncias como ouvidoria.

Também se registre que já foram abertos, inclusive no ano de 2015, processo administrativo

disciplinar para apuração de falta de servidor RJU, como o processo nº 23113.022033/2015-

23, na análise das ocorrências pela chefia imediata. Portanto, fazemos crer que garantida a

integralidade da jornada de trabalho pelo servidor RJU, havendo caso fatídico necessário a

realização da APH não existe impedimento”.

Análise do Controle Interno

A superintendente da unidade alega que a constatação da equipe de auditoria não associou os

fatos às “ocorrências avaliadas pelas chefias imediatas de cada profissional da unidade para

visualizar se as somas das jornadas de trabalho são suficientes para propiciar uma cobertura

integral e operacional daquela unidade”, o que seria necessário para se “ter uma visão sobre

o cumprimento ou não da jornada de trabalho e a necessidade da realização do plantão

hospitalar”. Destacou, ainda, que “havia um conflito por parte de alguns em entendimento

com o SINTUFES, sindicato da categoria, sob a legitimidade, colocando em descrédito o

sistema de controle de pontos”, mas que “apesar disso, sempre a governança do HU-UFS

orientou pela obrigatoriedade do registro do ponto e avaliação das ocorrências pelas suas

chefias imediatas”.

Verifica-se que o gestor não rebateu os pontos abordados e não apresentou divergências que

pudessem por em dúvida as questões levantadas na presente constatação.

Page 18: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

O controle da frequência é obrigatório para que o profissional receba o APH e se verifique se

houve ou não cumprimento da jornada normal de trabalho. O servidor não pode fazer plantões

em que haja pagamento do adicional em detrimento do cumprimento de sua jornada normal

de trabalho. A legislação apresentada é clara neste sentido.

Quanto às ocorrências registradas pelas chefias imediatas, essas não estão destacadas nos

processos mensais de pagamento dos adicionais, em que se basearam os fatos aqui

apresentados. Dessa forma, o gestor não citou qualquer ocorrência contida nos respectivos

processos. Desse modo, demonstra-se, então, que não há efetivo e transparente controle da

frequência, já que este não pode ser dependente de registros de ocorrências não pontuadas nos

controles de ponto e nos processos de pagamento do APH, o que, se aceito, tornaria o controle

de frequência vulnerável a qualquer posterior alteração e não se observaria a transparência

exigida para a administração pública.

Portanto, o controle da frequência, tanto da jornada normal quanto da jornada adicional, é

fundamental e imprescindível para a autorização de pagamento do APH, bem como para a

concessão de possíveis compensações decorrentes de excesso de horas normais trabalhadas.

Recomendações: Recomendação 1: Uniformizar os normativos que tratam da compensação de horas

excedentes, utilizando-se como base a Lei n.º 8.112/1990 e leis vigentes que disciplinem o

APH e o plantão de sobreaviso

Recomendação 2: Corrigir o controle eletrônico de frequência de modo que: aponte as horas

normais efetivamente trabalhadas no dia e o saldo mensal; permita a correção de forma

transparente de seus registros, indicando a data, dado retificado e o nome do chefe que

promoveu a retificação; destaque a jornada de trabalho adotada; apresente os saldos mensais

anterior e final das horas devedoras e excedentes; indique os dias que se referem à

compensação de horas excedentes, permitindo o registro de quais dias se referem; indique os

registros relativos aos plantões adicionais, apresentando a quantidade de horas adicionais

trabalhadas, não computando nos totais de horas normais.

Recomendação 3: Pagar o Adicional de Plantão Hospitalar somente para os servidores que

efetivamente cumpriram com a sua jornada regular de trabalho, bem como com sua jornada

adicional proveniente do plantão destacado, conforme dispõem os artigos 300 e 301 da Lei n.º

11.907, de 02 de fevereiro de 2009.

Recomendação 4: Adicionar regras no sistema de controle de ponto que condicionem o

pagamento de APH ao cumprimento das jornadas regulares.

Recomendação 5: Divulgar previamente as escalas de plantão hospitalar previstas nos quadros

de aviso em locais de acesso direto ao público e, também, no sítio eletrônico da unidade,

conforme previsto no Decreto n.º 7.186, de 27 de maio de 2010.

Recomendação 6: Realizar levantamento para se apurar se há saldo de horas devedoras dos

servidores que perceberam adicionais nos processos citados, e, se for o caso, promover a

devida compensação em prazo a ser fixado ou o desconto no mês subsequente ao prazo fixado

para compensação, conforme o artigo 16 da Instrução Normativa n.º 01 da Pró-Reitoria de

Gestão de Pessoas, de 01 de outubro de 2014.

2.2 Parte 2

Page 19: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal descentralizado.

Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais contém

falhas que exigem ajustes por parte dos gestores federais.

Destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre a

efetividade do Programa/Ação fiscalizado:

a) O sistema de controle de frequência dos empregados da Ebserh apresenta falhas que

impõem a necessidade de registros feitos manualmente, ocasionando retrabalho e aumentando

a possibilidade de erros.

b) Ausência de gerenciamento da frequência dos servidores da Universidade Federal de

Sergipe por parte dos gestores do Hospital Universitário que não possuem acesso ao sistema

de controle de frequência atualmente utilizado. Essa situação fragiliza a cadeia de

subordinação, deixando os chefes de serviço sem as ferramentas de controle sobre a

assiduidade de seus servidores, aumentado a chance de descumprimento de jornada.

c) Apesar do Adicional de Plantão Hospitalar (APH) apresentar uma redução expressiva no

período de 2013 a 2015, a análise efetuada na amostra selecionada apresentou saldo mensal

de horas devedoras, descumprindo integralmente com sua jornada de trabalho regular e

contrariando o disposto no artigo 300, inciso I, da Lei n.º 11.907/2009.

d) Registros de total de horas trabalhadas divergentes dos registros de entrada e de saída em

determinado dia, o que indica falhas no registro e apontamento de horas trabalhadas a maior

no sistema de controle de frequência, demonstrando que o sistema registra valores que não

representam o efetivo cálculo das horas trabalhadas.

e) Verificou-se falta de clareza nas anotações manuscritas inseridas nas folhas de ponto para

os casos em que não houve o devido registro eletrônico de entrada e/ou saída, bem como falta

de clareza quanto ao registro das compensações (como se originaram, quais são seus saldos,

quais são os controles) nas folhas de ponto encontradas nos processos.

f) Ausência de prévia divulgação das escalas de plantão hospitalar previstas nos quadros de

aviso em locais de acesso direto ao público e, também, no sítio eletrônico da unidade,

conforme previsto no Decreto n.º 7.186, de 27 de maio de 2010.

Portanto, constatou-se a necessidade de se melhorar procedimentos e corrigir falhas

encontradas no controle eletrônico de frequência que, além de obrigatório, deve ser claro,

transparente e trazer todas as informações necessárias para que se comprove tanto o

cumprimento da jornada normal quanto o cumprimento da jornada adicional relativa ao

plantão hospitalar, de modo que se possa validar o pagamento do respectivo APH, visto que

3. Consolidação de Resultados

Page 20: Externas - Relatórios de Auditoria da CGU · regulamentados pela Portaria n° 55 de 09 de julho de 2013, pelo Regulamento de Pessoal da Ebserh de janeiro de 2014 e pelo Acordo Coletivo

o servidor, independentemente de prestar serviço de plantão, deve cumprir integralmente a

jornada de trabalho semanal referente ao seu cargo efetivo.