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Tecnologia dos Processos Alimentares II 2017/2018 Extração dos compostos fenólicos do cardo (Cynara cardunculus) Cátia Mendes 20160349 Helena Lopes 20160299 Joana Costa 20160343

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Tecnologia dos Processos Alimentares II

2017/2018

Extração dos compostos fenólicos do cardo (Cynara cardunculus)

Cátia Mendes 20160349 Helena Lopes 20160299

Joana Costa 20160343

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I

Resumo

Como nos foi proposto estudar a extração de compostos fenólicos de

uma planta, decidimos escolher o cardo pois é uma planta bastante popular

nas regiões de dois elementos do grupo (região demarcada Serra da Estrela).

O cardo é uma planta que é utilizada para os mais diversos usos, devido ao

facto de ser muito elaborado, no entanto, destaca-se a sua utilização para o

fabrico de queijo Serra da Estrela. Neste trabalho laboratorial tivemos como

principal objetivo extrair e determinar a quantidade de compostos fenólicos das

folhas do cardeiro e das suas pétalas lilases. Determinámos a humidade da

matéria-prima para cada parte do cardo estudada (folhas e pétalas), aqui

fizemos 3 ensaios para cada parte (6 no total),em que os resultados não deram

conforme o esperado no que diz respeito à planta (tendo a média da humidade

dos 3 ensaios dado 70,89 e um coeficiente de variação 14,49), já a flor deu

valores esperados. Nas extrações para a planta e para a flor fizemos 6

extrações e cada extração foi realizada em triplicado, ou seja 18 extrações no

total. Recorreu-se a EtOH:H2O numa razão de 50:50 e 25:75 e H2O,numa

razão sólido: solvente 1:20. Comparando os resultados, podemos verificar que

o rendimento foi na maior parte das vezes superior na folha. Também o teor de

fenólicos na planta foi o que obteve um valor maior.

Figura 1. Cardo

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II

Índice Resumo ........................................................................................................................................ I

Introdução .................................................................................................................................. 1

1. Planta ............................................................................................................................... 1

1.1. Classificação Botânica ........................................................................................... 1

1.2. Cardo ........................................................................................................................ 1

1.3. Origem Geográfica ................................................................................................. 1

1.4. Produção Mundial e em Portugal ......................................................................... 2

1.5. Principais aplicações .............................................................................................. 2

1.6. Secagem .................................................................................................................. 2

2. Compostos Fenólicos .................................................................................................... 4

2.1. Compostos fenólicos no cardo ............................................................................. 4

................................................................................................................................................... 5

3. Extração ........................................................................................................................... 5

4. Objetivos .......................................................................................................................... 5

Material e Métodos ................................................................................................................... 6

1. Preparação da matéria-prima ....................................................................................... 6

2. Humidade de matrizes vegetais – Método gravimétrico .......................................... 6

Material: ............................................................................................................................... 6

Procedimento: ..................................................................................................................... 6

3. Extração Sólido-Líquido ................................................................................................ 8

Material: ............................................................................................................................... 8

Procedimento 1.1: .............................................................................................................. 8

Procedimento 1.2: ............................................................................................................ 10

4. Determinação do teor de compostos fenólicos nos extratos ................................. 11

Material ............................................................................................................................... 11

Procedimento: ................................................................................................................... 11

Resultados e Discussão ....................................................................................................... 14

1. Humidade ....................................................................................................................... 14

2. Efeito do solvente e razão sólido-solvente .................................................................. 15

3. Flor 1 vs Folha 4 ............................................................................................................... 17

..................................................................................................................................................... 17

5. Flor 2 VS Folha 5 .......................................................................................................... 18

6. Flor 3 VS Folha 6 ............................................................................................................. 19

7. Desvios padrão (amostras mais viáveis) ...................................................................... 20

Conclusão ................................................................................................................................ 21

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III

Bibliografia ............................................................................................................................... 22

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1

Introdução

1. Planta

1.1. Classificação Botânica

De acordo com a classificação científica o

cardo pertence à família das Asteraceae, tendo

uma variedade de géneros, incluindo Cirsium,

Silybum e Cynara. Este último é constituído por

oito espécies, sendo Cynara cardunculus uma

delas e aquela que vamos estudar.

1.2. Cardo

O cardo é uma planta não domesticada que cresce em locais rochosos,

sobretudo em terrenos barrentos. É uma planta perene e robusta que é

caracterizada por possuir folhas espinhosas, caules com floração ramificada e

flores azul-violeta. O cardo selvagem é propagado através das suas sementes.

A maioria das sementes é espalhada perto da planta mãe e germina depois

das primeiras chuvas do Outono, apesar da germinação poder ocorrer durante

todo o ano, desde que em condições controladas. O período de crescimento

estende-se até Junho, altura em que o cardo fica em flor. Para fins terapêuticos

utilizam-se as folhas, colhidas na época de floração, que ocorre entre Junho e

Agosto. As folhas contêm uma seiva amarga (cianopicrina), mucilagens,

taninos, ácidos orgânicos e vitamina A e são um órgão muito rico em

compostos fenólicos.

1.3. Origem Geográfica

Desmontando a espécie e viajando pela sua história, o registo mais antigo

do género Cynara é do século IV a.C, quando estas plantas eram populares

entre os egípcios, os gregos e os romanos, que as usavam na comida ou na

medicina.

(Segundo a tese de doutoramento da bioquímica Ana Ferro de 2016, a partir de

referências da italiana GabriellaSonnante (do Instituto de Biociências e

Biorrecursos, em Itália.))

Figura 2. Cardo (Cynara cardunculus)

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2

1.4. Produção Mundial e em Portugal

Esta espécie está bem representada no Mediterrâneo, pois é resistente a

Verões quentes e a solos secos. O seu cultivo localiza-se na bacia do

Mediterrâneo, em países como Espanha, Itália, França e Portugal. Em Portugal

encontra-se principalmente no interior, não se encontra tanto no litoral devido à

maior pressão demográfica e pouca disponibilidade de terrenos agrícolas.

(Segundo Fátima Duarte, bioquímica do Instituto de Ciências Agrárias e

Ambientais Mediterrânicas, da Universidade de Évora, e coordenadora do

Grupo dos Bioactivos no Cebal.)

1.5. Principais aplicações

Na indústria, o cardo é usado como biomassa ou para a produção de

biodiesel, na cosmética, na medicina na luta contra o cancro devido a

cinaropicrina presente nas folhas, uso culinário e chás. Contudo, em Portugal

grande parte da sua utilização é nos queijos, para coagular o leite.

1.6. Secagem

Após o corte da flor de cardo (parte lilás da planta), procede-se à secagem.

Esta é normalmente utilizada como agente coagulante no fabrico de queijos

tradicionais.

A secagem é uma maneira comum de preservar alimentos, permitindo a

obtenção de produtos estáveis na ausência de qualquer conservante ou

exposição prejudicial a outro tipo de tratamentos. A secagem é um processo

complexo, em que ocorrem simultaneamente fenómenos de transferência de

massa e calor levando a mudanças estruturais ao nível físico e químico dos

produtos.

O processo de secagem tem por finalidade a redução da atividade da água

de forma a inibir o crescimento microbiano e a degradação enzimática e

oxidativa, promovendo a estabilização do produto. Como consequência, é

possível aumentar o tempo de conservação e vida útil dos produtos, além de

Figura 3. Queijo Serra da Estrela com cardo

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facilitar o transporte, manuseamento e armazenamento devido à redução da

massa.

A secagem é então um processo crucial que tem como objetivo baixar o

teor de humidade, permitindo a preservação da planta por mais tempo, assim

como as qualidades físicas e químicas que não foram afetadas durante o

processo. Contudo, se o teor de humidade residual for superior a 10%, pode

favorecer o desenvolvimento de fungos e bactérias, bem como permitir a

atividade hidrolítica de várias enzimas presentes em células vegetais, o que

leva à oxidação e degradação dos compostos ativos e, portanto, pode

influenciar a atividade biológica. Assim, a aplicação de metodologias de

secagem apropriadas para cada espécie é necessária para preservar as

substâncias ativas.

Os processos de secagem são distintos e classificados em natural e

artificial. No natural, é utilizada a energia solar e eólica enquanto que na

secagem artificial, recorre-se à energia térmica e mecânica (secagem

convectiva, osmótica, liofilização, entre outros). Apesar do gasto energético, os

métodos artificiais possibilitam um controlo eficaz de todo o processo,

permitindo um rigor de qualidade e uma previsão na produção, enquanto a

secagem natural é dependente das condições climáticas, estando suscetível a

interrupções não programadas.

A escolha do método mais adequado será determinada pela natureza do

produto, pela forma e qualidade que se deseja atribuir ao produto processado,

pelo valor económico e pelas condições de operação.

Em laboratório, vamos usar a flor de cardo (parte lilás da planta) seca de

forma natural, neste caso pela energia solar. Vamos também usar as folhas,

mas estas não vão estar secas.

Figura 4. Flor de Cardo (parte

lilás) seca

Figura 5. Folhas de Cardo

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2. Compostos Fenólicos

Os compostos fenólicos estão amplamente espalhados no reino vegetal e podem ter estruturas complexas, sendo essenciais para o crescimento e reprodução de plantas, além de serem responsáveis pelos mecanismos de defesa e contribuírem para a pigmentação. Além disso, também estão envolvidos em processos responsáveis pela cor, sabor e adstringência em vários alimentos.

Estruturalmente os compostos fenólicos podem ser divididos em flavonóides e não-flavonóides. Os não-flavonóides são numerosos e variáveis em composição entre diferentes espécies e podem ocorrer esterificados com açúcares, álcoois, ácidos orgânicos ou ácido tartárico. Os flavonóides incluem catequinas, proantocianidinas e antocianinas. Podem aparecer em forma livre ou polimerizada com outros compostos fenólicos ou açúcares.

2.1. Compostos fenólicos no cardo

O cardo apresenta uma grande quantidade de compostos fenólicos,

sendo maior nas sementes do que nas folhas e nas flores. No entanto, a

concentração destes compostos varia dependendo das espécies e condições

ambientais.

Foram identificados quinze compostos entre flavonoides e ácidos

fenólicos: Ácido gálico, ácido 3-0-cafeoilquínico, ácido 1,3-0-dicafeoilquínico,

ácido 1,5-0-dicafeoilquínico, ácido 3,5-0-dicafeoilquínico, ácido 3-p-

cumaroilquínico, eriodictiol-0-glucurónido, luteolina-0-hexósido-glucurónido,

luteolina-7-0-rutinósido, luteolina-7-0-glucurónido, luteolina-7-0-glucósido,

luteolina-7-0-malonil-hexósido, apigenina-7-0-rutinósido,apigenina-7-0-

glucurónido e apigenina-0-acetil-hexósido.

A flavona e o ácido fenólico predominantes foram a apigenina-7-0-

glucurónido e o ácido 3-0-cafeoilquínico, respetivamente. Em flores secas do

mesmo genótipo registou-se uma redução anual de 20% na concentração de

compostos fenólicos com exceção do ácido gálico e do ácido 3-p-

cumaroilquínico. No estigma da flor a epiderme externa arroxeada revela o

dobro da concentração de flavonoides comparativamente com a parte interna

fibrosa, não se registando diferenças significativas nos ácidos fenólicos. Muitos

dos compostos identificados promovem diversos efeitos na promoção da

saúde pela redução do risco de algumas doenças crónicas cardiovasculares e

tipos de cancro. Por outro lado, devido aos problemas de segurança

relacionados com alguns antioxidantes sintéticos há um crescente interesse na

obtenção de antioxidantes naturais, nomeadamente os compostos fenólicos.

No caso particular do cardo, há o interesse acrescido que o uso de flores

possa acrescentar valor nutricional e, consequentemente, valor económico ao

queijo pelas mais-valias que pode promover no que respeita, não apenas, ao

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tipo de textura e sabor, mas também, à promoção da saúde e bem-estar.

(segundo Dias, Maria Inês. 2017)

3. Extração O método de extração em fase sólida (SPE) é uma técnica de

preparação de amostras cada vez mais utilizada. O cartucho de SPE é utilizado mais frequentemente para preparar amostras líquidas e extrair analítossemi-voláteis ou não voláteis, mas também pode ser utilizado com sólidos que são pré-extraídos em solventes. A extração em fase sólida consiste assim num processo de separação através do qual os compostos que se encontram dissolvidos ou suspensos numa mistura líquida, são separados de acordo com as suas propriedades químicas e físicas.

4. Objetivos

Este trabalho tem como objetivo principal o estudo da flor do cardo em

relação à composição de compostos fenólicos, para isso vamos determinar o

teor destes compostos em duas partes distintas da planta, as folhas e a parte

lilás. No final, pretendemos conseguir ver qual destas duas partes da planta é

mais rica em compostos fenólicos.

Figura 6. Estrutura química apigenina-7-0-glucurónido

Figura 7. Estrutura química ácido 3-0-cafeoilquínico

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Material e Métodos

1. Preparação da matéria-prima

A planta do cardo utilizada para estes procedimentos

experimentais foi recolhida dias antes da sua utilização. Cortou-se as

folhas e a parte lilás em pequenas porções, obtendo-se assim a matéria-

prima devidamente cortada e pronta a utilizar.

2. Humidade de matrizes vegetais – Método gravimétrico

Objetivo: Determinação da humidade de matrizes vegetais, pelo método

gravimétrico.

Material:

Matéria-Prima cortada (planta e flor do cardo);

Tesoura;

Espátula;

6 goblés;

Balança analítica;

Caneta de acetato;

2 recipientes;

Estufa (103 C̊).

Procedimento:

Cortámos a planta e a flor do cardo para dentro de dois recipientes

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Marcámos cada um dos seis goblés com uma caneta de acetato,

pesámos e registámos o seu peso com o auxílio de uma balança

analítica

Colocámos entre 0,5g e 5g da matéria-prima em cada goblé e anotámos

o seu peso. (3 com planta e os outros 3 com flor)

Colocámos os goblés já com a matéria-prima dentro da estufa a 103˚C

Após algum tempo retirámos as placas para arrefecerem no exsicador.

Assim que atingiram a temperatura ambiente foram novamente pesadas.

Por fim, calculámos a humidade de acordo com a seguinte equação:

𝐻𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒, % =Massaamostrahúmida(g) − Massadaamostraseca(g)

Massadaamostrahúmida (g) × 100

Nota: quando as amostras são colocadas na estufa de início há um

decréscimo do seu peso, devido á perda de água, e depois há um aumento,

devido a reações de oxidação que ocorrem a temperaturas elevadas.

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3. Extração Sólido-Líquido

Objetivo: Extração de compostos fenólicos presentes na matéria-prima,

de acordo com o solvente utilizado, por uma metodologia convencional

de extração.

Material:

Matéria prima (folha e flor do cardo);

Balão;

Banho de água quente (40ºC);

Cronómetro;

6 copos de vidro para pesagem;

Espátula;

Proveta para medição de solventes;

Frasco de armazenamento de extracto previamente pesado com

etiquetas adequadas;

18 eppendorfs;

Pipetas automáticas;

Caneta de acetato.

Solventes:

Etanol;

H2O.

Procedimento 1.1:

Marcámos cada um dos seis goblés com uma caneta de acetato

Colocámos em cada um dos seis copos (3 para a folha e os outros 3

para a flor) de vidro 1g de amostra triturada

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Colocámos 20 ml de solução em cada copo (1 de folha e outro de flor

com EtOH:H2O 50:50; 1 de folha e outro de flor com EtOH:H2O 25:75 e

1 com folha e outro de flor com H2O)

Levámos a um banho quente durante 30 minutos todos os copos

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Depois de deixar arrefecer, filtrámos para um frasco devidamente rotulado e

fechámos os mesmos

Procedimento 1.2:

Pesámos individualmente os 18 eppendorfs e marcámos cada um com caneta

de acetato o número correspondente

Por cada extrato obtido no procedimento anterior correspondem 3 eppendorfs

(daí os 18). Retirámos uma alíquota de 1 ml de extrato para cada um dos

eppendorfs

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Pesámos novamente os eppendofs já com a alíquota de 1ml de extrato

Colocámos os eppendorfs numa estufa a 40ºC.

4. Determinação do teor de compostos fenólicos nos extratos

Material Espátula;

Copo de precipitação de 500 ml;

Tubos de ensaio;

Suporte para tubos de ensaio;

Pipetas automáticas (100µL;1µL;5µL);

Espectrofotómetro e cuvetes de plástico;

Vortex;

Cronómetro.

Solventes e padrão

Água destilada;

Reagente de Folin-Ciocalteu;

Na2CO3 99,9%;

Etanol 99,5% p.a;

Padrão de composto fenólico (ácido gálico).

Procedimento:

Pesámos os eppendorfs que foram colocados na estufa na semana

anterior

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Fizémos uma preparação teste, escolhemos o eppendorf que continha 25% de

Etanol e (2.2, neste caso) e colocámos 200 µL H2O, levámos ao vortex e de

seguida ao ultrasons. Adicionámos 200 µL de Etanol e voltámos a levar ao

vortex e de seguida ao ultrasons até ficar homogéneo.

Repetimos o processo anterior para os eppendorfs 1.3; 2.2; 3.2 (folha de

cardo).

Para os restantes eppendorfs, 4.2; 5.3; 6.2, colocámos 100 µL H2O, levámos

ao vortex e de seguida ao ultrasons. Adicionámos 100 µL de Etanol e voltámos

a levar ao vortex e de seguida ao utrasons até ficar homogéneo.

Colocámos 18 tubos de ensaio num suporte adequado (18 pois repetiu-se 3

vezes para cada um dos eppendorfs indicados no ponto anterior)

Adicionámos 20 µL de extrato em cada tubo de ensaio

Adicionámos 1580 µL de água destilada em todos os tubos

Iniciámos a contagem dos tempos e adicionámos 100µL de Folin ao

primeiro tubo. Agitámos bem. 30 segundos depois adicionámos

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Na2CO3. Repetindo este processo e adicionando em todos os outros

tubos, por ordem, de 30 em 30 segundos

Agitámos bem as soluções.

Colocámos os tubos num banho a 40ºC durante 30 minutos

Medimos a absorvência de cada amostra no espectrofotómetro, a 765

nm.

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14

Tabela 1- Plano de extrações

Resultados e Discussão

Foi-nos proposto o plano de extrações descrito em baixo, conforme

demonstra a tabela. Temos a extração da parte da folha e a extração da parte

da flor do cardo. Está dividida em seis tipos de extração, sendo que três são

para a folha e três para a flor, triplicando cada uma delas.

NOTA: Todos os resultados, gráficos e tabelas estão presentes no “ANEXO-1”

1. Humidade

Os resultados obtidos relativamente à humidade presente nas folhas do

cardo foram em média de 70.89 % ± 10,28. A humidade presente na flor do

cardo é de 7.12%± 0.04. Esta média de resultados está longe da esperada,

uma vez que o valor do coeficiente de variação relativo à parte da folha é

superior a 10%, assim como o respetivo desvio padrão. No que diz respeito à

Amostra Solvente Tempo (min) Razão sólido-solvente

(m/v)

Folha 1.1

EtOH:H2O 50:50 30 1:20 Folha 1.2

Folha 1.3

Folha 2.1

EtOH:H2O (25:75) 30 1:20 Folha 2.2

Folha 2.3

Folha 3.1

H2O 30 1:20 Folha 3.2

Folha 3.3

Flor 1.1

EtOH:H2O (50:50) 30 1:20 Flor 1.2

Flor 1.3

Flor 2.1

EtOH:H2O (25:75) 30 1:20 Flor 2.2

Flor 2.3

Flor 3.1

H2O 30 1:20 Flor 3.2

Flor 3.3

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15

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

H2O EtOH25% EtOH50%

Re

nd

ime

nto

/Te

or

fen

ólic

o

Rendimento

Teor fenólicos

parte da flor do cardo, o resultado do coeficiente de variação é satisfatório, pois

fica abaixo do 10%.

2. Efeito do solvente e razão sólido-solvente

Figura 8- Gráfico da flor de cardo e respetivas misturas

Comparando os dados obtidos na tabela 5 (anexo-1) e na figura acima

(figura 8), podemos concluir que o rendimento da extração é 15.07% (valor

superior) para a mistura 3, o que indica que neste caso existe mais compostos

solúveis numa mistura com as mesmas proporções de água e etanol. Mesmo

assim a nível de rendimento de extração na mistura 2, também tem um bom

rendimento sendo 10.77%. O menor rendimento de extração neste caso é

8.61%, que é dado pela mistura 1, que apenas contém água.

Por outro lado, analisando a quantidade de compostos fenólicos verifica-

se que a extração realizada na mistura 2, tem o maior teor de fenólicos, com

um valor de 8,80%. Quando comparado com a mistura 3, trata-se de um valor

Legenda:

Mistura 1 – H2O,com uma razão de sólido: solvente de 1:20

Mistura 2- mistura etanol: água numa razão de 25:75 com razão sólido: solvente de 1:20.

Mistura 3- mistura de etanol: água numa razão de 50:50, com uma razão de sólido

solvente de 1:20

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16

0

20

40

60

80

100

120

140

160

H2O EtOH25% EtOH50%

Re

nd

ime

nto

/Te

or

fen

ólic

o

Rendimento

Teor de fenólicos

notoriamente superior, uma vez que a mistura 3 apresenta apenas 2.15% de

teor de fenólicos. Verifica-se assim que a mistura 1 é a que mais se aproxima

do valor da mistura 2, contendo 5.97% de teor de fenólicos.

Conclui-se então que as várias diluições do solvente utilizado

influenciam o rendimento da extração e a quantidade de compostos fenólicos

extraídos. Podemos observar que, para obter uma maior concentração de

compostos fenólicos uma mistura etanol: água numa razão de 25:75 com razão

sólido: solvente de 1:20, pode ser mais eficaz.

Figura 9- Gráfico da folha de cardo e respetivas misturas

Agora observando também os dados obtidos na tabela 6 (anexo 1) e na

figura acima (9), concluímos que o rendimento é novamente superior para a

mistura 3 (137.4%), existindo mais compostos solúveis para a proporção 50:50

da mistura de água e etanol, apesar de este ser bastante próximo do

rendimento na mistura 2 (135.11%) com a proporção de 25:75 da mistura de

água e etanol, e o menor rendimento sendo novamente o da mistura 1

(130.53%) mostrando que com uma menor diluição se obtém menor

Legenda:

Mistura 1 – H2O,com uma razão de sólido: solvente de 1:20

Mistura 2- mistura etanol: água numa razão de 25:75 com razão sólido: solvente de 1:20.

Mistura 3- mistura de etanol: água numa razão de 50:50, com uma razão de sólido

solvente de 1:20

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140

Flor Folha

Re

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ime

nto

/Te

or

fen

ólic

o

Rendimento

Teor de fenolicos

rendimento. Uma vez que os valores do rendimento referentes às três misturas

são superiores a 100%, conclui-se que durante o procedimento algo terá

influenciado estes valores, dando azo a erros.

Por sua vez, verificando as análises da quantidade de compostos

fenólicos observamos situações diferentes, sendo que a mistura que obteve

maior valor (5.65%) foi a mistura 1 de diluição 1:20, mas por sua vez o que

obteve menor teor foi a mistura 2 (5.50%). A mistura 3 foi a que mais se

aproximou do teor de fenólicos obtidos na mistura 1, com um valor de 5.64%.

Assim concluímos que para um maior rendimento na folha de cardo é

necessária uma proporção de 50:50 entre água e etanol, e obtém-se menor

rendimento quando se utiliza apenas água. Relativamente ao teor de fenólicos,

obtém-se uma maior quantidade utilizando a mistura 1, que contém apenas

água.

3. Flor 1 vs Folha 4

De acordo com as tabelas 5 e 6, do anexo-1, e através da observação deste

gráfico (figura 10) de barras podemos verificar que o rendimento de extração

obtido na folha (130.53%) revela-se superior ao da flor (8.61%) numa mistura

que contém apenas água, com uma razão de sólido solvente 1:20.

Na análise do teor de fenólicos verifica-se uma superioridade em percentagem

na flor (5.67%) sobre a folha (5.67%), embora seja uma superioridade pouco

significativa, pois os valores são quase idênticos.

Figura 10- Gráfico de folha vs flor (de cardo) com uma mistura de H2O

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Flor 1 Folha 4

Re

nd

ime

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/Te

or

fen

ólic

o

Rendimento

Teor de fenolicos

5. Flor 2 VS Folha 5

Figura 11- Gráfico de folha vs flor (de cardo) com uma mistura de EtOH:H2O (25:75)

Com a análise deste gráfico, representado na figura 11, conclui-se que o

rendimento de extração (%) na folha (135.11%) revela-se muito superior ao da

flor, que tem um valor de apenas 10,77%. Estes valores são referentes a uma

mistura de etanol: água numa razão de 25:75, com uma razão de sólido

solvente 1:20.

Por outro lado, ao analisar o teor de fenólicos (%) verificamos que a flor

de cardo (8.80%) foi mais produtiva do que a folha (5.5%). Estes valores são

referentes a uma mistura de etanol: água numa razão de 25:75, com uma

razão de sólido solvente 1:20.

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Flor 1 Folha 4

Re

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/Te

or

fen

ólic

o

Rendimento

Teor de fenolicos

6. Flor 3 VS Folha 6

Figura 12- Gráfico de folha vs flor (de cardo) com uma mistura de EtOH:H2O (50:50)

Comparando a flor de cardo com a folha, obtivemos os resultados

representados no gráfico acima (figura 12). Neste caso não é necessário

analisar detalhadamente os dados para que seja possível afirmar que o

rendimento da folha (137,40%) é notoriamente superior ao da flor (15.07%).

Estamos perante uma mistura de etanol: água numa razão de 50:50, com uma

razão de sólido solvente 1:20.

Já no teor de fenólicos (%) a folha continua com valores superiores

(5,64%) aos da flor (2.15%).Estes dados refletem o uso de uma mistura de

etanol: água numa razão de 50:50, com uma razão de sólido solvente 1:20.

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6,00

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10,00

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F1 F2 F3 P1 P2 P3

Desvios Padrões

Teor de Fenólicos (%)

Rendimento de Extração (%)

7. Desvios padrão (amostras mais viáveis)

Como fizemos sempre cada amostra em triplicado, foi possível descobrir

qual obteve maior ou menor variação no desvio padrão, e qual é que consegue

ter um resultado mais viável/certo. Tal acontece se a experiência tiver sido

realizada seguindo os passos corretos, com as devidas condições exigidas e

sem nenhum erro experimental.

Após observação do gráfico salta logo à vista a amostra F3, uma vez

que é a que tem as barras mais pequenas, ou seja, a que obteve uma variação

de valores muito baixa.

O rendimento de extração no geral obteve variações de valores um

pouco extremos, pois temos algumas amostras com uma variação muito alta

(F1;F2; P1) e outras com uma variação baixa (F3;P2;P3). O mesmo não se

pode afirmar sobre o teor de fenólicos, tendo em conta que este obteve sempre

percentagens semelhantes.

Fazendo uma abordagem de uma forma mais geral, os rendimentos das

extrações apresentaram grandes variações, concluindo assim que os valores

devem não estão bem conseguidos.

Relativamente ao teor de fenólicos estes apresentaram sempre uma

pequena percentagem de variação.

Agora consultando a tabela 3 e 4, do anexo-1, podemos verificar que o

coeficiente de variação é superior a 15% em dois casos, pelo que se pode

concluir que na determinação de compostos fenólicos deve ter ocorrido algum

problema experimental, ou qualquer outro problema técnico, capaz de explicar

este elevado coeficiente de variação.

Figura 13- Variação dos desvios padrões nas seis amostras

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Conclusão

Este trabalho foi realizado com êxito pois o objetivo proposto foi

cumprido devido ao facto de ter sido possível realizar a extração e a

determinação dos compostos fenólicos tanto das folhas como da flor do cardo.

No entanto, ao longo da experiência ocorreram alguns erros, visto que logo ao

início a humidade na planta era muito elevada o que pode ter comprometido o

restante trabalho, outro dos erros foi a diluição que fizemos às folhas que devia

ter sido mais elevada.

Concluímos também que em relação às duas partes diferentes

analisadas do cardo podemos verificar que tanto o rendimento como o teor de

fenólicos foi superior nas folhas.

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