22
Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch de Oliveira www.paulomargotto.com.br Brasília, 30 de outubro de 2012 SULFATO DE MAGNÉSIO PARA NEUROPROTEÇÃO FETAL

Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70

Apresentação: Larissa Rávila Sacch de Oliveira

www.paulomargotto.com.brBrasília, 30 de outubro de 2012

SULFATO DE MAGNÉSIO PARA NEUROPROTEÇÃO FETAL

Page 3: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Fabricio da Silva Costa, Consultant Obstetrician and Clinical Senior Lecturer, Department of Perinatal Medicine, Royal Women’s Hospital and Department of Obstetrics and Gynaecology, University of Melbourne – Melbourne, Australia.

Laudelino Lopes, Professor and Head, Division of Maternal-Fetal Medicine, Department of Obstetrics and Gynaecology, Schulich School of Medicine and Dentistry, University of Western Ontario, London (ON), Canada.

Shaun Brennecke, Professor, Department of Perinatal Medicine, Royal Women’s Hospital; Head, Department of Obstetrics and Gynaecology, University of Melbourne, Melbourne, Australia.

Page 4: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Impacto individual e social importantes:› Limitação permanente por toda a vida› Cuidados de saúde› Educação› Produtividade› Custos

Prevalência:› 2/1000 nascidos vivos

Grupo de desordens caracterizadas por:› Disfunção motora e/ou postural de natureza não progressiva› Associação frequente com prejuízo cognitivo

Fatores de risco:› Parto pré-termo (<34 semanas)› Muito baixo peso ao nascer (<1500g)

Page 5: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Imaturidade Redução do peso ao nascer Nascimentos pré-termo:

› Aumento da frequência em vários países 12.8% nos Estados Unidos 8% na Austrália 7% na Nova Zelândia.

Brasil: frequência estável› Média: 6.6%› Algumas metrópoles: 9%.

Page 6: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Aumento da sobrevivência do pré-termo› Corticoterapia› Surfactantes

Sequelas clínicas› Neurodesenvolvimento

Page 7: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Estudos observacionais› Associação entre exposição pré-natal ao

sulfato de magnésio e menor frequência de morbidades neurológicas

Metanálises› Administração de sulfato de magnésio

melhora o neurodesenvolvimento de crianças pré-termo

Page 8: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

MgSO4 reduziu significativamente o risco de PC (RR=0.68; 95%CI=0.54 – 0.87)› Permanece significante quando somente os quatro

ensaios em que magnésio com intenção de neuroproteção foi considerado (RR=0.71; 95%CI=0.55 – 0.91)

› Redução de risco mantida na PC moderada a severa (RR=0.64; 95%CI=0.44 – 0.92) e disfunção motora (RR=0.61; 95%CI=0.44 – 0.85)

Page 9: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

MgSO4 antenatal não teve efeito significante na mortalidade (RR=1.04; 95%CI=0.92 – 1.17)› Este foi um importante achado negativo, visto que

questionamentos foram levantados a partir de um dos primeiros ensaios que sugeriu que a paralisia cerebral poderia ter sido alcançada às custas de aumento das taxas de mortalidade no grupo MgSO4 .

› O resultado foi inalterado quando restrito àqueles em que o MgSO4 foi especificamente usado com a intenção de neuroproteção.

Page 10: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Resultados maternos primários› Sem associação:

Morte Parada cardíaca Parada respiratória

Resultados maternos secundários› Com associação:

Hipotensão (RR=1.51; 95%CI=1.09-2.09) Taquicardia (RR=1.53; 95%CI=1.03-2.29)

Page 11: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Outros resultados› Sem diferença

Depressão respiratória materna Hemorragia pós-parto Taxa de cesariana

Parada do tratamento› Maior no grupo com sulfato de magnésio

(RR=3.26; 95%CI=2.46-3.51)› Efeitos colaterais?

Page 12: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Risco absoluto de PC› 3.7% tratados X 5,4% tratados com placebo

Número de tratamentos necessários (NNT)› Global: 63› Abaixo de 28 semanas: 29

NNT na prevenção de Eclâmpsia : 70

Page 13: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

A evidência disponível sugere que o sulfato de magnésio administrado antes do parto pré-termo reduz o risco de paralisia cerebral nas crianças sobreviventes.

Nenhuma opinião oficial foi dada sobre a idade gestacional de corte.

A administração de sulfato de magnésio antenatal deve ser considerada para neuroproteção fetal em mulheres com:› Idade gestacional menor ou igual a 31+6

semanas, e› Iminência de parto pré-termo, definida como

uma alta probabilidade de parto com ou sem trabalho de parto ou sem ruptura das membranas, e/ou

› Parto pré-termo planejado por indicação materna ou fetal.

Page 14: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Recomendações clínicas Grau

Em mulheres com risco de parto pré-termo iminente, use sulfato de magnésio para neuroproteção fetal e infantil:

Quando IG<30 semanas A

Quando o parto pré-termo é planejado ou definitivamente esperado em 24 horas

B

Quando o parto é planejado, comece o sulfato de magnésio o mais próximo de quatro horas antes do parto possível

A

Intravenoso com 4g (vagarosamente por 20-30 min) e 1g/h na manutenção. Continue regime até o nascimento ou por 24 horas, o que vier primeiro

C

Independentemente de pluralidade (número de fetos) B

Independentemente do motivo mulheres (menos de 30sem) são consideradas de alto risco de parto pré-termo

B

Independentemente da paridade B

Independentemente do método antecipado do nascimento B

Se feita ou não corticoterapia B

Page 15: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Ataque: 4g (8mL) de MgSO4 50% - velocidade 32mL/h por 15 min.

Manutenção: 50mL MgSO4 50% - velocidade 2mL/h.

Até o nascimento ou por 24 horas ou o que vier primeiro.

Se não ocorrer o parto após a administração e o parto pré-termo (<30sem) se tornar novamente iminente, uma dose repetida do MgSO4 pode ser considerada.

Page 16: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Improvável Mg sérico não precisa ser rotineiramente

mensurado Gluconato de cálcio (1g – 10mL de solução 10%,

IV, por 10 min) - em caso de depressão respiratória

Page 17: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Tratamento da pré-eclâmpsia X Neuroproteção fetal

Recursos› Monitoramento› Experiência

Uso restrito em unidades obstétricas terciárias

Dificuldades› Tempo› Profissionais› Treinamento› Toxicidade

Page 18: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Heterogeneidade dos ensaios Falta de significância estatística para os

desfechos de morte ou deficiência Necessita de comparações:

› Velocidade de infusão da dose de ataque mais lenta reduz efeitos adversos maternos?

› Otimização do tempo de administração antenatal› Dose de ataque X Dose de ataque +

Manutenção› Diferentes doses de ataque

4g X 6g› Uso de doses repetidas› Tratamento de toda criança pré-termo após o

nascimento

Page 19: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

O número necessário ao tratamento para prevenir um caso de paralisia cerebral parece justificável e comparável com o NNT para prevenção da eclâmpsia

Relativa segurança materna Faltam evidências do risco

de morte fetal Familiaridade dos obstetras

com o uso do MgSO4

MgSO4 deve ser considerado para neuroproteção!

Page 20: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

O NNT (número necessário para tratamento) para prevenir um episódio de eclâmpsia é 400400 para mulheres com pré-eclâmpsia levepré-eclâmpsia leve e 7171 para mulheres com pré-eclampsia gravepré-eclampsia grave

Baseado nos resultados desta metanálise calculamos que 46-5646-56 fetos (IC 95% 26-187) teriam que ser expostos ao MgSO4 intraútero antes de 30 ou 32-34 antes de 30 ou 32-34 semanas de gestação, respectivamente, para prevenir um caso de um caso de paralisia cerebralparalisia cerebral

Efeitos da exposição pré-natal ao sulfato de magnésio na neuroproteção e mortalidade em pré-termos

Costantine MM, Weiner SJ. . Apresentação: Débora Raulino, Mariana Mesquita, Sofia Jácomo, Paulo R. Margotto

Consultem também:

Page 21: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

Magnésio:potente antagonista do receptor NMDA e, portanto, bloquea o influxo neuronal de cálcio durante a evolução da agressão hipóxico-isquêmica, alem de se constituir em antioxidante, vasodilatador cerebral e regulador da concentração cerebral de ATP

Quando o MgSO4 foi dado exclusivamente exclusivamente para a neuroproteção fetalpara a neuroproteção fetal, o desfecho composto de paralisia cerebral ou de morte infantil ou perinatal foi significativamente significativamente reduzidoreduzido no grupo alocado com magnésio sem evidência sem aumento do risco de morte perinatal e infantil ou prematuridade

:: Neuroproteção em UTI Neonatal (4ª Jornada de UTI Pediátrica e Neonatal da SPSP , Maternidade Sinhá Junqueira, Ribeirão Preto,SP, 29/9/2012 e Congresso de Cooperativismo em Pediatria (12/10 a 13/10/2012, João Pessoa, PB) Autor(es): Paulo R. Margotto

Page 22: Fabrício da Silva Costa, Laudelino Lopes, Shaun Brennecke Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 2011;33:265-70 Apresentação: Larissa Rávila Sacch

"E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis "E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom..." Gênesis 1:31que era muito bom..." Gênesis 1:31

Morro Branco - CE