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B ÍBLICAS LIÇÕES 3º TRIMESTRE • 2013 • Nº 304 REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS

Façam Discipulos Completo

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  • BBLICASLIES

    3 TRIMESTRE 2013 N 304

    REV ISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS B BL ICAS

  • MISSO DAESCOLA BBLICA

    Transformar as pessoas em discpulas de Cristo, atravs

    do ensino e da prtica da palavra de Deus.

  • Copyright 2013 Igreja Adventista da PromessaRevista para estudos na Escola Bblica. proibida a reproduo parcial ou total sem autorizao da Igreja Adventista da Promessa.

    DEPARTAMENTO DE EDUCAO CRIST

    Diretor Alan Pereira Rocha

    Conselho Editorial Jos Lima de Farias Filho Hermes Pereira Brito Magno Batista da Silva Osmar Pedro da Silva Otoniel Alves de Oliveira Gilberto Fernandes Coelho Joo Leonardo Junior

    EXPEDIENTE

    RedaoRua Boa Vista, 314 6 andar Conj. A CentroFone: (11) 3119-6457 Fax: (11) 3119-2544www.portaliap.com.br [email protected]

    Jornalista responsvel Pr. Elias Pitombeira de Toledo (MTb. 24.465)

    Redao e preparao Alan Pereira Rochade originais Andrei Sampaio Soares Eleilton William de Souza Freitas Jailton Sousa Silva Jos Lima de Farias Filho Kassio Passos Lopes Mrcio Guimares Virginia Ronchete David Perez Willian Robson de Souza

    Reviso de textos Eudoxiana Canto MeloSeleo de hinos Silvana A. de Matos RochaLeituras dirias Andrei Sampaio Soares

    Projeto Grfico Marcorlio Cordeiro MurtaEditorao e capa Farol Editora

    Atendimento e trfego Geni Ferreira Lima Fone: (11) 2955-5141Assinaturas Informaes na pgina 112

    Impresso Grfica Regente Maring, PR

  • SUMRIO

    Apresentao ................................................... 5

    1 A escola de Jesus Cristo ...................................... 7

    2 O que ser um discpulo? ................................ 15

    3 Exigncias do discipulado .................................. 22

    4 Discipulado tem custo ....................................... 29

    5 A misso de todo discpulo ............................... 36

    6 O que significa discipular? ................................ 44

    7 Precisa-se de mentores ..................................... 51

    8 Por que devo discipular? ................................... 58

    9 O ensino que transforma .................................. 65

    10 A pedagogia do discipulado .............................. 72

    11 Formas de fazer discpulos ................................ 79

    12 O mestre por excelncia .................................... 86

    Projeto Proclamar Sbado especial ............ 93

    13 A vida de um discipulador ................................. 94

    Sugesto para programa de culto .............. 101

    Sermo: Pregue no poder do Esprito ........ 104

    Confira, nas pginas centrais, o encarte com informaes sobre a

    49 Assembleia Geral das Convenes da IAP

  • 4 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013 3 Trimestre de 2013

    ANTIGO TESTAMENTOGnesis Gnxodo ExLevtico LvNmeros Nm Deuteronmio DtJosu JsJuzes JzRute Rt 1 Samuel 1 Sm 2 Samuel 2 Sm1 Reis 1 Rs2 Reis 2 Rs1 Crnicas 1 Cr 2 Crnicas 2 CrEsdras Ed Neemias NeEster EtJ JSalmos SlProvrbios PvEclesiastes EcCantares CtIsaas IsJeremias JrLamentaes LmEzequiel Ez Daniel DnOsias OsJoel JlAms AmObadias Ob Jonas JnMiquias MqNaum NaHabacuque HcSofonias SfAgeu AgZacarias ZcMalaquias Ml

    NOVO TESTAMENTOMateus MtMarcos McLucas LcJoo JoAtos AtRomanos Rm1 Corntios 1 Co2 Corntios 2 CoGlatas GlEfsios EfFilipenses FpColossenses Cl1 Tessalonicenses 1 Ts2 Tessalonicenses 2 Ts1 Timteo 1 Tm2 Timteo 2 TmTito TtFilemon FmHebreus HbTiago Tg1 Pedro 1 Pe2 Pedro 2 Pe1 Joo 1 Jo2 Joo 2 Jo3 Joo 3 JoJudas JdApocalipse Ap

    ABREVIATURAS DE LIVROS DA BBLIA UTILIZADAS NAS LIES

    ABREVIATURAS DE TRADUES E VERSES BBLICAS UTILIZADAS NAS LIES

    AM A MensagemARA Almeida Revista e AtualizadaARC Almeida Revista e CorrigidaAS21 Almeida Sculo 21ECA Edio Contempornea de AlmeidaNVI Nova Verso InternacionalKJA Traduo King James AtualizadaBV Bblia VivaNBV Nova Bblia VivaBJ Bblia de JerusalmTEB Traduo Ecumnica da BbliaNTLH Nova Traduo na Ling. de Hoje

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    Apresentao

    Enquanto Jesus vivia como ser humano na terra, o que mais fazia era ensi-nar. Investiu o seu tempo e dedicou a sua vida na instruo das pessoas. Foi mestre, no sentido mais profundo da palavra! Contudo, algo intrigante em sua pedagogia foi a escolha de seus discpulos: ele recrutou gente que rabi nenhum daquela poca recrutaria.

    Os seguidores de Jesus eram pessoas improvveis: pescadores, pecadores e publicanos; pessoas simples, pobres e de pouco saber. Alguns desses dis-cpulos tinham temperamento explosivo ou eram inconstantes na f; outros tinham falhas graves de carter e eram mal vistos pela sociedade. Mas Cristo os escolheu e transformou suas vidas para sempre.

    Essa transformao que eles experimentaram foi fruto da influncia do Mestre, atravs do seu ensino e da convivncia com ele. Os discpulos per-maneceram ao lado de Cristo, dia e noite, por, aproximadamente, trs anos. Ouviram suas parbolas, seus sermes e retinham, em suas mentes e em seus coraes, as belas e profundas lies que ele deixava.

    O ensino de Jesus era diferente! Ele ensinava como quem tem autoridade ao falar (Mt 7:28-29). Alm disso, vivia o que pregava e pregava o que vivia. Aqueles homens comprovaram isso, ao caminhar com ele. Assim, passaram por treinamento intensivo e foram moldados conforme o carter do Filho de Deus, tornando-se mais parecidos com ele (Mt 26:73).

    Quando o treinamento acabou, Jesus lhes deu uma ordem: Agora, vo e faam discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Esp-rito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. (Mt 28:19-20). A ordem foi clara: Faam discpulos. Cristo queria, agora, que eles se reprodu-zissem espiritualmente em outros. Desejava que seus seguidores ensinassem aos outros, do mesmo jeito que ele lhes havia ensinado. E assim eles fizeram.

    Foi assim que surgiu o discipulado cristo. Jesus havia estabelecido um processo de aprendizado pelo qual todo cristo deveria passar, para ama-durecer na f e tornar-se parecido com ele. Como podemos notar, na experi-

  • 6 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013 3 Trimestre de 2013

    ncia dos primeiros seguidores de Cristo, esse um processo de mudana de vida e crescimento espiritual.

    Concordamos com Josu Campanh, que faz a seguinte afirmao: Disci-pulado no um mtodo, mas um processo. A igreja que entende o processo de discipulado est a caminho de uma transformao. Primeiro a transforma-o dos seus membros e depois a transformao do mundo.1

    Fazer discpulos faz parte da misso da igreja. uma ordem de Cristo a todos ns, pois todo verdadeiro cristo um discpulo de Jesus, e todo verdadeiro disc-pulo , tambm, um missionrio. Sendo assim, devemos investir em discipulado, porque se trata de uma necessidade da igreja. Precisamos conscientizar-nos de que discpulos sem ensino se tornam crentes raquticos. Crentes que no so disc-pulos se tornam ativistas. Discpulos com ensino bblico transformam o mundo.2

    Chegou a hora de redescobrirmos o grande valor do discipulado. Todo cristo precisa conhecer o seu significado e vivenciar as bnos dessa prtica espiritual ensinada por Jesus. Por isso, temos a satisfao de apresentar aos alunos da Escola Bblica esta nova srie de lies bblicas, intitulada: Faam discpulos!: a ordem do Mestre a todo cristo. Trata-se de uma srie espe-cial, pois faz parte das aes estratgicas do Projeto Proclamar.

    De nada adiantar a igreja fazer convertidos, sem fazer discpulos. Sem discipulado, no haver reteno, nem crescimento saudvel. Por isso, um dos objetivos desta srie de estudos mostrar-lhe, atravs da palavra de Deus, como voc pode ajudar um novo convertido a chegar maturidade crist, a se integrar na vida da igreja e a alcanar outros para Cristo.

    Contudo, antes de algum aprender a discipular, indispensvel entender o que ser um discpulo de Jesus. Ningum pode ser um discipulador, sem, antes, ser um discpulo. Por isso, nos primeiros estudos, vamos relembrar e conceituar o que significa seguir a Cristo. Nos demais estudos, vamos mos-trar-lhe como colocar em prtica o contedo de Mateus 28:19-20, o manda-mento do Senhor, que para todos os seus seguidores.

    Nosso desejo que Deus use cada um destes estudos para impactar a sua vida. Que voc compreenda o significado mais profundo do que ser disc-pulo de Jesus e que se sinta desafiado fazer discpulos para ele.

    Ao Mestre por excelncia, sejam a glria, a honra e o louvor.

    Pr. Alan Rocha,Diretor do Departamento de Educao Crist

    1. Campanh (2012:116).

    2. Idem, p.5.

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    Hinos sugeridos BJ 06 BJ 132

    16 DE JULHO DE 2013

    A escola de Jesus Cristo

    Acesse osComentrios Adicionais

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    OBJETIVO

    Mostrar ao estudante da palavra de Deus o convite de Jesus, em Mateus 11:28-30, para que sejamos seus alunos e mostrar as principais diferenas entre o ensino de Cristo e o dos rabinos da sua poca.

    TEXTO BSICO

    Venham a mim, todos os que esto cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tome m sobre vocs o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de cora-o, e vocs encontraro descanso para as suas almas. Pois o meu jugo suave e o meu fardo leve. (Mt 11:28-30 NVI)

    LEITURA DIRIA

    D 30/06 Mt 4:18-19S 01/07 Jo 1:35-43T 02/07 Is 2:3Q 03/07 Mt 7:28-29Q 04/07 Jo 8:2S 05/07 Gn 5:22-24S 06/07 1 Jo 5:3

    INTRODUO

    Uma das academias mais famosas da hist-ria foi a Academia de Atenas, fundada pelo reconhecido filsofo Plato. Ele selecionou al-guns estudantes promissores das escolas p-blicas da poca e ofereceu-lhes educao re-gular, por um perodo de trs ou quatro anos, num local fixo. Essa academia, considerada a primeira da histria a oferecer ensino superior, funcionou por mais de 900 anos.

    Por mais famosa que essa escola de Plato tenha se tornado e por mais alunos que tenha formado, nunca treinou tantos alunos quanto outra escola: a de Jesus Cristo. Isso mesmo: Jesus tambm iniciou uma escola. O convite para matricular-se nela encontra-se em Ma-teus 11:28-30, texto base desta lio. deste que trataremos no presente estudo.

    __________________

    1. Boice (2001:31-32).

  • 8 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    Tornei-me cristo quando cursava o segundo grau. (...) Ningum havia dito que eu precisava ler a Bblia. Ningum havia dito que eu pre-cisa orar ou ir igreja. Ningum havia me dado qualquer material para ler, muito menos uma Bblia. Fiquei alguns dias com meus sentimentos divididos. De uma hora para outra, passei a no sentir mais prazer nas diverses de que costumava participar com meus velhos amigos. Con-tudo, tambm no me sentia vontade entre os cristos.

    Eu me senti isolado at que Deus usou um jovem chamado Mark para me abrigar sob seus cuidados. Mark me observou durante aquele estudo bblico, no dia em que entreguei minha vida a Cristo. Ele se aproximou de mim e disse simplesmente: Eu gostaria de encoraj-lo e lev-lo igreja comigo.

    Eu estava mais aberto para isso. Mark levou-me Capela do Calvrio e comeou a ajudar-me a crescer espiritualmente. Ele ensinou-me a ler a Bblia, e ns orvamos juntos. Mark no era um grande estudioso da Bblia ou algum especialmente dotado para ensinar. Mas ele foi realmente o pri-meiro cristo que vim a conhecer pessoalmente como um modelo do que significa ser um discpulo de Jesus e um discipulador de outras pessoas.2

    Com base nessa histria, comente com a classe sobre a diferena que um cristo matriculado na escola de Cristo pode fazer na vida de algum que est dando os primeiros passos nessa escola.

    I HISTRIA DE DISCPULO

    II PARA O DISCPULO ENTENDER

    __________________

    2. Laurie (2002:137-138).

    Que belo convite o de Jesus: Venham a mim e aprendam de mim. Mark, personagem da histria que acabamos de ler, o havia aceita-do. Ele era um aluno da escola de Jesus Cristo, e, como tal, prestou

    ajuda a outro que dava os primeiros passos nessa escola. Sua atitude fez toda a diferena! Ns tambm preci-samos acatar esse convite. Para que entendamos tudo que envolve essa atitude, estudaremos as particula-

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    ridades do convite de Jesus. O que significa, ento, estar na escola do Mestre dos mestres?

    1. A escola: O convite de Jesus, em Mateus 11:28-30, tem como pano de fundo a relao entre rabi-no (mestre) e talmidim (palavra he-braica no plural, que significa disc-pulos) de sua poca. A anlise deste texto deixar isso evidenciado. No incio do cap.11, Jesus comenta so-bre a rejeio do povo em relao a ele e a Joo Batista (vs. 16-19). De-pois, denuncia algumas cidades por onde passara realizando a maioria dos seus milagres e onde tambm fora rejeitado (vv. 20-24).

    Na sequncia, Jesus louva a Deus e entende que essa rejeio havia sido planejada pelo Pai, que escon-dera as verdades sobre o reino de Deus e sobre a relevncia dos mila-gres de Jesus dos sbios e cultos e as revelara aos pequeninos (v.25 NVI). Os sbios e cultos so os autossu-ficientes, que se consideram sbios demais para serem ensinados; os pequeninos, aqueles que so de-pendentes e amam ser ensinados.3

    neste contexto que Jesus, aque-le que conhece o Pai melhor do que ningum e que o revela s queles a quem quiser revelar (v.27), faz o seu convite: Venham a mim (...); apren-dam de mim (v.28,29). Jesus compa-ra a vida crist a uma escola em que ele o professor. Com esse convite,

    3. Carson (2010:326).

    ele est recrutando seguidores que estejam dispostos a aprender. No os cultos e sbios (no sentido aqui apresentado), mas os que desejam, de fato, ser ensinados. Quem so estes?

    2. Os alunos: Quem est apto a matricular-se na escola de Cristo? Aqui, comea uma das grandes di-ferenas entre Jesus e os mestres de sua poca, que tambm recrutavam discpulos. Segundo Kivitz, acontecia mais ou menos assim: Os meninos de Israel iniciavam o estudo da Tor (os primeiros cinco livros da nossa Bblia) aos 6 anos. Aos 10 anos, no final do primeiro ciclo de estudos, j haviam decorado toda a Tor. 4

    Kivitz tambm diz que, a partir da, alguns voltavam para casa, para aprender o ofcio da famlia; contudo, os mais destacados, continuavam na escola judaica, num segundo estgio, sob a orientao de um rabino. Esses meninos extraordinrios eram cha-mados de talmidim (discpulos). Aos 12 anos, j haviam decorado todas as Escrituras. Aos 14, j debatiam a tradio oral.5 Entre 14 e 15 anos, s os melhores entre os melhores ainda estavam estudando, geralmente aos ps de um rabino famoso.

    Quem eram ento os talmidim? Os meninos extraordinrios. Contudo, o convite de Jesus para todos: Vinde a mim, todos ... (Mt 11:28). O con-vite no s para extraordinrios:

    4. Kivitz (2012:7).

    5. Idem.

  • 10 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    tambm para gente comum. Essa ver-dade vista na escolha dos doze dis-cpulos. Nenhum estava entre a classe intelectual da poca. Com certeza, aos 10 anos, depois de decorar a Tor, haviam voltado para casa, para aprender o ofcio da famlia, pois no haviam se destacado nos estudos. Na escola de Cristo, todos podem se ma-tricular. O curso dura a vida toda; a formatura a glorificao.6

    3. A cartilha: O que Jesus quis di-zer com a frase: Tomem sobre vocs o meu jugo, de Mt 11:29? Novamen-te, precisamos recorrer ao contexto da poca. Primeiro, vamos entender o que jugo. Jugo era a travessa ou quadro de madeira com o qual dois animais de trao eram aparelhados pela testa e pela nuca e postos dian-te do arado ou do carro. Na poca, o jugo posto sobre os animais para puxar cargas pesadas era usado na li-teratura judaica como uma metfora para a soma total de obrigaes que, segundo o ensino dos rabinos, uma pessoa deveria assumir.7

    Os rabinos tinham formas dife-rentes de interpretar as Escrituras, e era esse conjunto de regras e inter-pretaes de um mestre da Lei que se chamava de jugo do rabino.8 Nes-se ambiente, cada rabino tinha o seu jugo, isto , seu jeito de ensinar e interpretar a lei e seus talmidim, que

    6. Boice (2001:36).

    7. Hendriksen (2001a:714).

    8. Kivitz (2012:7).

    o seguiam. justamente nesse con-texto que Jesus aparece para dizer: Tomem sobre vocs o meu jugo; ou seja, Jesus tambm tinha uma forma de interpretar as Escrituras. Ele tam-bm tinha o seu jugo, sua carti-lha para os seus discpulos seguirem.

    E qual a diferena entre o jugo de Jesus e o dos rabinos? Ele disse: Meu jugo suave e o meu fardo leve (Mt 11:30). Os rabinos oprimiam seus segui-dores com seus ensinos. Veja que Jesus, apesar de convidar a todos, destaca os cansados e sobrecarregados. E quem eram estes? Mateus 24:3 fornece a res-posta: todos os que se achavam opri-midos pelo pesado fardo de regras e regulamentos postos sobre os seus om-bros pelos escribas e fariseus.9 Diferente-mente destes ltimos, o ensino de Jesus no oprime nem escraviza. O jugo dele suave. A palavra grega traz a ideia de bem ajustado. Voltando associao com o jugo posto sobre os animais, po-demos dizer que o jugo de Jesus no es-fola o pescoo, pois feito sob medida.

    4. O professor: Existem trs in-formaes, em Mateus 11:29, sobre o nosso professor, que ressaltam sua excelncia: Em primeiro lugar, vemos o aspecto relacional do seu ensino. Jesus disse: ... aprendam de mim (v.29 grifo nosso). Aprender de mim diferente de aprender so-bre mim. No judasmo, a relao entre rabino e talmidim era intensa, e assim mesmo a relao entre Je-

    9. Hendriksen (2001a:713).

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    sus e seus discpulos. Enquanto nos relacionamos diariamente com ele, aprendemos dele. na proximidade de Jesus que somos transformados.

    Em segundo lugar, vemos as ca-ractersticas pessoais do professor. O texto diz: ... pois sou manso e hu-milde de corao (v.29b). A palavra manso poderia ser traduzida tam-bm por meigo ou amistoso. Je-sus um professor assim. Jamais ser intolerante com os que tropearem. A NTLH traduz o termo por bondo-so e a KJA, por amvel. A expres-so humilde de corao, por sua vez, nos diz que sua mentalidade determinada pela humildade.10 Al-gum assim nunca esnoba um aluno.

    Em terceiro lugar, vemos os resul-tados do ensino do professor. Jesus foi categrico: ... e vocs encon-traro descanso para as suas almas

    10. Haubeck & Siebenthal (2010:111).

    (v.29c). Ele j havia dito, no v.28: ... e eu lhes darei descanso. O ensino de Jesus libertador. O eu enfti-co. S Cristo pode mostrar alma o descanso que ela precisa, bem como dar-lhe confiana para com Deus.11 Todo discpulo de Cristo tem des-canso interior, segurana e firmeza, diante de todo o exterior.

    Ser um dos talmidim de Jesus no significa ter uma vida isenta de pro-blemas ou dificuldades; contudo, significa ter alvio dos esmagadores fardos que a falsa religio impe, que a conscincia sobrecarregada de pecados impe. O jugo que os rabi-nos da poca colocavam sobre seus discpulos era insuportvel. Por isso mesmo, este convite de Jesus fora de srie! O que voc est esperan-do? Divulgue a escola de Cristo para o mximo de pessoas possveis!

    11. Champlin (1979:381).

    01. Leia Mt 11:16-27, o item 1 e comente com a classe sobre o contexto do convite de Jesus (Mt 11:28-30). Mostre a diferena entre os sbios e cultos e os pequeninos.

    02. Leia o item 2 e fale sobre a escolha dos talmidim da poca de Jesus. Quem eram esses meninos que tinham o privilgio de estudar com os rabinos? E com Jesus? Quem pode ser seu discpulo?

  • 12 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    03. Leia Mt 11:28,30, o item 3 e diga o que Jesus quis ensinar com a frase: Tomem sobre vocs o meu jugo.

    04. Existem trs informaes sobre o nosso professor, Jesus, que ressaltam sua excelncia, em Mateus 11:29. Quais so elas? Baseie-se no item 4.

    III PARA O DISCPULO PRATICAR

    1. Matricule-se j, na escola de Je-sus: as matrculas so inclusivas.

    Cubram-se com a poeira dos ps do seu rabino.12 Esse era um anti-go ditado que havia entre os antigos rabinos para os meninos talmidim. O ensino por trs do ditado que o discpulo precisava seguir o mestre bem de perto, a ponto de no perder nenhum lance de sua vida, de estar sujo com a poeira dos ps dele, no final do dia. Que privilgio seria para esse pequeno e privilegiado grupo de meninos seguir e conviver de per-to com os grandes rabinos da poca.

    12. Kivitz (2012:8).

    Pois bem, nosso mestre bem maior e mais importante do que qual-quer outro que tenha existido. Je-sus! Foi-nos dado o privilgio de o se-guirmos de perto. No importa quem voc , qual a sua idade, a sua classe social, o seu passado, o momento da vida em que voc est (...). Jesus est chamando voc para andar com ele e ser um de seus discpulos.13 E, por favor, se voc j cristo h anos, no pense que o convite no serve mais para voc! Nessa escola, no h formaturas aqui, nesta vida. A durao do curso a vida toda!

    13. Idem, p. 7.

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    2. Matricule-se j, na escola de Je-sus: os ensinos so libertadores.

    O jugo que os mestres de Israel punham sobre os ombros das pesso-as era imenso e consistia num lega-lismo totalmente sem fundamento. Os discpulos deles tinham uma lista extensa de estipulaes e aprendiam que a salvao s era possvel por meio da rigorosa obedincia a este enorme volume de regras.14 Pense no quanto viver dessa maneira era e prejudicial! A tenso mental que uma vida assim produz pode levar e tem levado pessoas aos mdicos

    14. Hendriksen (2001a:715).

    e aos hospitais. No podemos com-pactuar com isso!

    Ao dizer que seu jugo suave e o seu fardo leve, Jesus est afirman-do que o seu ensino libertador. Isso no significa que ele no exija nada dos seguidores. O que ele pede bro-ta da confiana nele, e a obedincia a seus mandamentos, por gratido pela salvao j comunicada por ele, deleitosa, produz paz e alegria. As-sim, a pessoa que vive este gnero de vida no mais escrava. Tornou--se livre.15 O que voc est esperan-do para viver este tipo de vida?

    15. Idem, p.716.

    05. Leia a primeira aplicao e fale sobre o nosso grande privilgio de sermos discpulos de Jesus. Quem est incluso e tem direito a ele?

    06. Por que viver os ensinos de Jesus traz deleite para a vida? O que podem produzir?

  • 14 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    DESAFIO DA SEMANA

    Voc se lembra do Mark, da histria do incio desta lio? Pois bem, o Mark, aparentemente, era algum que havia se matricu-lado na escola de Cristo. Ao menos essa foi a impresso que ele passou para o amigo recm-convertido, que viu nele um discpulo de Jesus, mesmo no sendo especialmente dotado para ensinar. Todos ns precisamos nos perguntar se realmente estamos ma-triculados na escola de Jesus e se somos alunos assduos, no que diz respeito participao das aulas. Examine-se, durante esta se-mana. Voc j sabe de que escola estamos tratando, dos alunos que nela estudam, do contedo ministrado e das caractersticas do professor. Seja um aluno nota 10, estudando a palavra do profes-sor (Bblia), interagindo com ele, em orao, e, atravs do contato com os outros alunos, entendendo mais sobre seu agir. isso!

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    Hinos sugeridos BJ 299 BJ 391

    213 DE JULHO DE 2013

    O que ser um discpulo?

    Acesse osComentrios Adicionais

    e os Podcastsdeste captulo em

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    OBJETIVO

    Mostrar, atravs das Escrituras Sagradas, que o discpulo de Cristo caracterizado por uma vida de obedincia, amor e muitos frutos.

    TEXTO BSICO

    Nisto co nhecero todos que sois meus discpulos, se tiverdes amor uns aos outros. (Jo 13:35)

    LEITURA DIRIA

    D 07/07 Jo 8:30-32S 08/07 Jo 13:33-35T 09/07 Jo 15:1-8Q 10/07 Mc 3:13-19Q 11/07 Rm 6:19-22S 12/07 Gl 5:22-23S 13/07 Mt 7:15-23

    INTRODUOQuando percorremos as pginas do Novo

    Testamento, percebemos que os seguidores de Jesus no eram conhecidos como evang-licos, crentes ou mesmo cristos, como acontece em nossos dias. Na verdade, Jesus chamou aqueles que os seguiam de discpu-los. A palavra discpulo (mathets, em gre-go) aparece 269 vezes no Novo Testamento e significa aprendiz ou aluno.

    No entanto, os discpulos de Jesus no eram aprendizes de conceitos filosficos ou teolgicos. Jesus no fez discpulos trancando-os numa sala de aula. Ele lhes ensinava com a sua vida. Assim, um disc-pulo de Cristo aquele que aprende a viver como o seu mestre. Deste modo, na lio de hoje, ns nos ocuparemos de mostrar o que significa, de fato, ser um discpulo de Jesus. Vamos ao estudo.

    __________________

    1. Phillips (2007:19). 2. Sousa (2012: 42).

  • 16 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    I HISTRIA DE DISCPULO

    Um dos mais fecundos compositores de cnticos litrgicos cristos da Nigria Harcourt White. Ele um leproso. Um dos principais cen-tros mundiais para tratamento e cura de lepra Uzuakoli, na regio oriental da Nigria. Harcourt White foi para l para se tratar.

    Durante sua estada l encontrou-se com o renomado mdico da hansenase, Dr. Frank Davey. Alm de ser clnico, tambm era pas-tor metodista e um talentoso msico. Harcourt White tinha ido para Uzuakoli para curar-se da lepra. Enquanto l estava encontrou muito mais do que procurava. Ele aprendeu a arte de escrever e compor m-sica, e descobriu o que significava ser discpulo de Jesus Cristo.

    Quando era submetido aos testes clnicos para lhe conferir a cura, capacitando-o a receber o certificado declarando estar curado, Har-court White decidiu permanecer e trabalhar com os pacientes do le-prosrio. Ele tambm regeu e ensaiou o coro da capela da instituio. Foi uma maneira de agradecer por tudo o que aprendeu e descobriu, muito alm do que esperava.3

    Comente sobre a principal das descobertas do personagem dessa histria, enquanto estava na clnica de recuperao. Essa descoberta mudou a sua vida em algum sentido?

    II PARA O DISCPULO ENTENDER

    __________________

    3. English (1995:67).

    No evangelho narrado por Joo, encontramos uma expresso muito repetida por Jesus: sereis ou sois meus discpulos. Nos textos de Jo 8:31, 13:35, 15:8, Jesus utilizou essa expresso, indicando como seus se-guidores poderiam ser verdadei-ros discpulos. Cremos, portanto,

    que encontramos, nesses textos, as caractersticas de um discpulo de Jesus. A seguir, veremos quais so estas caractersticas.

    1. Permanecer na Palavra: Certa feita, enquanto ensinava no templo, Jesus falou desta caracterstica bsica do discipulado: Se vs permanecerdes

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    na minha palavra, verdadeiramente sois meus discpulos (Jo 8:31). Mas o que ser que Jesus estava querendo dizer com isso? muito simples. Para Jesus, permanecer tem o significado de aderir a seu ensino, orientar a vida por ele4.

    Os ensinos de Jesus so a cartilha de seus discpulos. Afinal, um disc-pulo verdadeiro est em sintonia com a instruo do seu mestre.5 Mais do que isso, a instruo do mestre torna--se regra de f e prtica do discpulo.6 Portanto, permanecer tem o mesmo sentido de obedecer. S permanece na palavra de Jesus aquele que lhe obedece. Essa uma caracterstica in-confundvel de um discpulo de Cristo.

    Infelizmente, a obedincia pa-lavra parece no estar em alta, no meio evanglico. Alguns cristos utilizam o mtodo mergulhe e pule de obedincia Escritura. Eles mergulham nas promessas e pulam as ordens.7 Preferem enfatizar as bnos, os benefcios do discipu-lado, mas negligenciam completa-mente a marca de um verdadeiro discpulo: a obedincia.

    Tragicamente, muitos se dizem seguidores de Jesus; contudo, nem sequer conhecem ou estudam sua palavra. Como, ento, podero obe-decer-lhe? No se engane: se dese-jamos ser discpulos de Jesus, temos

    4. Bruce (1987:173).

    5. Idem.

    6. Idem.

    7. Philips (2007:47).

    apenas um modo de faz-lo: obede-cendo a seus mandamentos. ilu-so, ou mesmo audcia, desejar ser discpulo de Jesus sem lhe obedecer.

    2. Amar uns aos outros: Jesus estava preparando seus discpulos para a sua partida. Ele j lhes ha-via garantido: Vou estar com vocs apenas mais um pouco (Jo 13:33). Sabendo, portanto, que pouco tem-po lhe restava, tratou de lhes ensi-nar como poderiam se tornar seus discpulos: Nisto conhecero todos que sois meus discpulos, se tiverdes amor uns aos outros (Jo 13:35).

    Eis aqui a inconfundvel e peculiar caracterstica dos discpulos de Cristo: o amor. Os atos de amor dos seguidores de Jesus falam mais alto do que qual-quer discurso ou pregao. Esses atos de amor so o distintivo dos verdadei-ros discpulos de Cristo. Sim, o amor a mais poderosa pregao que existe. Assim sereis meus discpulos, garantiu Jesus: se tiverdes amor uns aos outros.

    Jesus diz que esse um novo mandamento (Jo 13:34). No Antigo Testamento, a ordem era: Amars ao teu prximo como a ti mesmo (Lv 19:18). Agora, no entanto, o Mestre revoluciona, ao dizer: Amem uns aos outros assim como eu os amei (Jo 13:34). Este assim como eu sugere que o caminho do discipulado a imitao de Cristo. Ser discpulo imit-lo.

    Encontramos inmeras pessoas religiosas, que participam ativa-mente de suas igrejas, mas cujas

  • 18 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    vidas, nem de longe, tm qualquer semelhana com a vida de Cristo.8 Entretanto, se somos discpulos, devemos aprender a tratar as pes-soas com respeito e considerao, com o cuidado e a graciosidade com que Jesus as trataria.9 Por qu? Porque o amor a caracters-tica de um discpulo de Jesus.

    3. Produzir frutos: Devemos per-guntar ainda: Qual a caracterstica de um discpulo? Mais uma vez, Jesus nos oferece uma bela resposta: Nisto glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discpulos (Jo 15:8). Os discpulos de Jesus, en-to, so aqueles que do fruto; alis, muito fruto. importante enten-dermos do que Jesus est falando.

    Em Joo 15, temos a alegoria da Videira. Jesus diz que a videira ver-dadeira (isso porque existem as falsas) e compara seus discpulos aos ramos dessa videira. Ele diz claramente que ne-nhum ramo pode dar fruto de si mesmo (v. 4), e conclui: ... vocs tambm no podem dar fruto, se no permanecerem em mim (v. 4b NVI). Se algum per-manecer em mim, e eu nele, esse dar muito fruto (v. 5 NVI). Aqui, temos o segredo para a frutificao.

    8.Sousa (2012:42-43)

    9. Dudley (2006:295)

    Produzir fruto, neste texto, ser semelhante a Jesus e refletir o seu carter. Deus glorificado, quando Jesus refletido na vida dos seus dis-cpulos, e dessa maneira que estes provam ser verdadeiros discpulos do mestre da Galileia. O segredo para refleti-lo no outro seno perma-necermos nele e ele em ns.

    Um ramo de videira no tem vida nem utilidade se no continuar liga-do videira. A seiva viva que flui pelo caule capacita-o a produzir uvas.10 assim com o discpulo de Jesus. na relao e na unio com Cristo que podemos refleti-lo e viver da maneira que ele deseja: glorificando ao Pai, amando o necessitado, servindo os nossos irmos na f, proclamando a boa nova do evangelho aos que es-to sem esperana no mundo.

    Voc reparou que, ao longo desta lio, repetimos, por vrias vezes, a expresso verdadeiro discpulo? A razo pela qual fizemos isso que, em nossos dias, existem muitas pes-soas religiosas que, por fora, pare-cem ser discpulas de Cristo, mas, em suas vidas, no manifestam obe-dincia, amor ou frutos. No incorra nesse equvoco! Seja um verdadeiro discpulo de Jesus!

    10. Bruce (1987:265).

    01. Com base na introduo, comente em classe como Jesus chamou seus seguidores. Eles eram conhecidos como evanglicos? O que ser um discpulo?

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    02. Leia Joo 8:31; o item 1, e responda: O que significa permanecer na palavra?

    03. Leia o item 2; Jo 13:34-35, e responda: Qual a inconfundvel e peculiar caracterstica dos discpulos de Cristo? Voc acha que a sociedade em que a igreja est inserida enxerga essa caracterstica?

    04. Leia Joo 15:8, o comentrio do item 3 e responda: O que Jesus estava querendo dizer com produzir frutos? Que frutos so estes?

    1. Seja um discpulo: imite a vida de Jesus!

    Todo discpulo chamado para aprender as palavras, os atos e o esti-lo de vida do seu mestre.11 A palavra--chave do discipulado cristo imita-

    11. Philips (2007:19).

    o. Um genuno discpulo de Cristo aquele que o imita. Ser discpulo de Jesus implica aprender com sua humil-dade e mansido, negar o mundo12 e permitir que seu carter seja moldado semelhana do Mestre.

    12. Idem, p. 44.

    III PARA O DISCPULO PRATICAR

  • 20 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    preciso admitir que essa carac-terstica do discpulo tem sido esque-cida pelos cristos hodiernos. No en-tanto, se voc se prope a ser disc-pulo de Cristo, deve estar disposto a imit-lo. Deve amar as pessoas como

    ele as amava; viver em santidade como ele viveu; orar como ele ora-va; perdoar como ele perdoou; fazer discpulos como ele fazia, e ajudar os necessitados como ele o fez. Seja um discpulo: imite a vida de Jesus.

    05. Seja honesto consigo mesmo: Voc tem imitado a vida de Jesus? Ser que as pessoas com as quais voc convive percebem que voc se parece com ele?

    2. Seja um discpulo: obedea aos mandamentos de Jesus!

    Uma caracterstica dos cristos ps-modernos a completa averso obedincia, a rejeio lei e aos mandamentos do Senhor. Estamos no tempo da graa, dizem. Esque-cem-se de que a graa nos capacita obedincia, no desobedincia. Isso nos lembra o que Jesus disse: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrar no Reino dos cus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que est nos cus (Mt 7:21)

    No basta vir igreja, cantar, ofertar etc. preciso obedecer aos mandamentos de Cristo. Muitos diro a Jesus: Senhor, Senhor, no profetizamos ns em teu nome? E, em teu nome, no expulsamos de-mnios? E, em teu nome, no fize-mos muitas maravilhas? E ele lhes dir: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vs que praticais a iniqui-dade (Mt 7:22-23). No se engane: um verdadeiro discpulo obedece aos mandamentos de Jesus.

    06. Comente com a classe sobre a averso de muitos cristos obedincia. possvel ser um discpulo de Jesus, sem lhe obedecer?

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    DESAFIO DA SEMANA

    Estudamos, hoje, sobre o que significa ser um discpulo de Jesus e quais so suas caractersticas. O desafio desta semana ser aferir essas caractersticas em nossas prprias vidas. Voc tem obedecido aos mandamentos do Senhor? Tem amado as pessoas como Jesus as ama? Voc precisa perdoar algum? E seus frutos? Voc est se parecendo mais com Jesus? Faa o seguinte: acorde mais cedo, nesta semana, para ler a palavra e orar. Leia os textos desta lio e, em orao a Deus, pea a sua ajuda para ser obediente, amar as pessoas como ele as ama e ser um discpulo cheio de frutos, para a glria de Cristo.

  • 22 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    Hinos sugeridos BJ 315 BJ 186

    320 DE JULHO DE 2013

    Exigncias do discipulado

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    OBJETIVO

    Ensinar ao estudante da Escola Bblica, com base na palavra de Deus, que a escola de Jesus tem suas exigncias, que devem ser postas em prtica, de maneira convicta e submissa.

    TEXTO BSICO

    Ento, convocando a multido e juntamente os seus discpulos, disse-lhes: Se algum quer vir aps mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. (Mc 8:34)

    LEITURA DIRIA

    D 14/07 Mc 8:34-38S 15/07 Mt 19:16-22T 16/07 Lc 9:57-62Q 17/07 Fp 2:5-11Q 18/07 2 Co 5:14-15S 19/07 Cl 3:5-11S 20/07 Gl 6:11-17

    INTRODUO

    No estudo da semana passada, aprende-mos o que ser um discpulo. Analisamos as caractersticas que este deve possuir. Hoje, porm, trataremos das exigncias do discipulado. A propsito, o termo exigncia parece um tanto rspido, nos dias de hoje. Estamos cada vez mais acostumados a ter as coisas de modo fcil e rpido, sem complica-es ou sacrifcios.

    Isso acaba por se refletir, de certa manei-ra, no mbito religioso. No pouco o n-mero de pessoas que rondam diversas igre-jas, no intuito de encontrar uma religio sem exigncias, um lugar em que no se sintam incomodadas em suas vontades, em que o foco seja, acima de tudo, o ser humano. O problema que tais cristos nunca sero, de fato, discpulos de Jesus. Isso porque o dis-cipulado tem suas exigncias. Sobre estas, estudaremos a seguir.

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    I HISTRIA DE DISCPULO

    Susi era uma jovem universitria que havia crescido na igreja. Sua famlia era rica, influente e ela se preparava para ser uma arquiteta de renome, como seus pais. J era batizada, frequentava as atividades da igreja e era bem popular entre os jovens. Sentia que era salva, mas seu compromisso com Jesus e com a igreja era superficial e ela mesclava sua vida na igreja com a balada em lugares imprprios, uma vida cheia de riscos e envolvimento com pessoas duvidosas. Ela sempre ouvia falar da importncia do discipulado, mas achava que isto era somente para jovens que queriam ser coroinhas do pastor.

    Depois de algum tempo, comeou a perceber mudanas profundas na vida de uma prima que tambm frequentava a igreja e que estava participando do processo de discipulado. Aquilo comeou a incomod--la, pois as duas eram to amigas, mas agora tinham atitudes e com-portamentos diferentes. O incmodo a levou a participar de um grupo de discipulado e ali comeou o processo de transformao em sua vida.

    Alguns meses depois de iniciar o processo de discipulado, ela com-partilhou em seu grupo:

    Preciso confessar para vocs hoje alguns pecados que tenho come-tido contra Deus, contra meus pais e at mesmo contra a liderana da igreja. Deus tem mexido profundamente com meu corao, e tirado minha rebeldia, alm de mostrar-me quanto preciso depender dele.1

    De acordo com o texto acima, que tipo de atitudes uma pessoa passa a valorizar, depois que entende que o discipulado exige um comprometimento verdadeiro?

    II PARA O DISCPULO ENTENDER

    __________________

    1. Campanh (2012:27-28).

    Ao contrrio do que fazem muitos lderes religiosos de nosso tempo, Jesus no pregava o que as pessoas almeja-vam ouvir. Por isso, cuidou em anun-

    ciar a sua prpria morte (Mc 8:31). Em seguida, convocou a multido e os discpulos para lhes falar a respeito das exigncias do discipulado (v.34), que

  • 24 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    expressam as condies para perma-necer na escola da qual ele Senhor e Mestre. Analisemos, portanto, as suas instrues, com base em Mc 8:34.

    1. Se algum quer vir aps mim: Estas so as palavras que Jesus proferiu, em Mc 8:34, antes de falar das exigncias do discipulado. Elas revelam, antes de qualquer coisa, que o caminhar com Jesus condi-cional. Em outros termos, ningum pode ser discpulo de Jesus de qual-quer maneira. O discipulado no movido pela quantidade de pessoas, mas pela qualidade delas. Por isso, deve ser levado a srio.

    A expresso Se algum quer vir aps mim revela uma proposta abrangente. Jesus no se limita a ofe-recer a oportunidade de segui-lo a uma elite espiritual, mas a todos que quiserem. A Nova Bblia Viva traduz essa expresso assim: Se qualquer um de vocs quiser ser meu seguidor. O evangelho no exclusivo, mas in-clusivo e destinado a todas as classes, sem distino de cor, idade, sexo, et-nia. Nesse sentido, qualquer pessoa poder ser um discpulo de Jesus.

    Alm disso, a mesma expresso revela, tambm, a necessidade de uma resposta voluntria. correto dizer, portanto, que a soberania de Deus no violenta a vontade hu-mana. preciso existir uma predis-posio para seguir a Cristo.2 Ele nos concede o benefcio da livre

    2. Lopes (2006:393).

    escolha. A deciso nossa. Ele no quer que o sigamos por fora ou violncia, mas por amor sua pes-soa e ao seu evangelho.

    2. A si mesmo se negue: Negar--se, por sua vez, sugere a primeira exi-gncia do discipulado. O que significa negar a si mesmo? Significa, sobretu-do, completa submisso ao senhorio de Cristo, ou seja, o ego no tem autoridade.3 Essa uma condio indispensvel a quem almeja ser um verdadeiro discpulo de Cristo.

    Essas palavras proferidas por Je-sus so confrontantes. Nem todas as pessoas se propem a abrir mo do orgulho, da soberba, da presuno, da autoconfiana. Poucos aceitam descer do pedestal em que se encon-tram. Muitos gostam de ser servidos, mas somente uma minoria dedica-se a servir. Todos pecam, mas nem to-dos confessam o seu pecado.

    Quando negamos a ns mesmos, renunciamos a nossa prpria vontade pela vontade do Mestre e damos-lhe toda a prioridade sobre nossa vida. Satans no fez isso; antes, optou por ser arrogante (Is 14:13-15). O seu pronome preferido era o eu: eu su-birei ao cu; eu exaltarei o meu trono; eu me assentarei no monte da con-gregao; eu subirei acima das mais altas nuvens. Cristo, por sua vez, ne-gou-se, assumindo a forma de servo (Fp 2:5-11). este e no aquele que devemos tomar por exemplo.

    3. MacDonald (2009:14).

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    3. Tome a sua cruz: A tercei-ra expresso de Jesus por demais impactante, no s para ns, mas, principalmente, para os seus contem-porneos. Para termos uma ideia, ao ouvirem a expresso tome a sua cruz, eles pensaram num instrumento cruel de tortura e morte. Pensaram na morte pelo mtodo mais agoni-zante jamais conhecido pelo homem. Eles pensaram nos miserveis crimi-nosos condenados que pendiam as cruzes beira da estrada.4

    Portanto, no faria sentido associar a expresso tome a sua cruz a uma doena, a uma pessoa problemtica ou a uma situao estressante do dia-a-dia. O ato de tomar a cruz no provm de uma circunstncia, mas de uma escolha. Quem almeja ser disc-pulo de Jesus, condiciona-se, volunta-riamente, a carregar a sua cruz.

    Tomar a cruz significa, portanto, enfrentar a vergonha, a perseguio e o abuso que o mundo lanar so-bre todo aquele que optar por seguir contra a corrente,5 que disser no s propostas tentadoras do maligno. Tomar a cruz trilhar o caminho do sacrifcio, mesmo que o final deste seja a morte. Paulo escolheu a cruz: Porquanto, para mim, o viver Cris-to, e o morrer lucro (Fp 1:21). E ns, o que escolheremos?

    4. Siga-me: Por fim, Jesus traz tona a sua ltima exigncia concer-

    4. MacArthur Jr. (2003:232).

    5. MacDonald (2009:14-15).

    nente ao discipulado: Siga-me, disse ele. A abnegao e a cruz conduzem o discpulo a ningum menos que Cristo. Seguir Jesus imit-lo, ser parecido com ele, agir como ele agiu. isso que o verdadeiro discpulo faz: imita o seu mestre. Seguir Cristo fazer o que ele faria em nosso lugar. amar o que ele ama e aborrecer o que ele aborrece. viver a vida na perspectiva dele.6

    Seguir Jesus, porm, no uma atividade espordica, mas corriquei-ra, habitual. diria e contnua. Lu-cas 9:23 diz: ... dia a dia tome a sua cruz e siga-me (grifo nosso). No podemos perder o nosso tempo com outra coisa que no seja seguir o Se-nhor. Quem quer ser discpulo dele, no pode esquecer-se disso. Seguir homens e mulheres carismticos, e no Jesus, um erro que muitos co-metem, lamentavelmente.

    Seguir Jesus no uma atividade secundria, mas prioritria. Em cer-ta ocasio, um dos discpulos pediu a Jesus permisso para sepultar o prprio pai. A resposta do Mestre foi: Segue-me, e deixe aos mortos o sepultar os seus prprios mortos (Mt 8:22). S Jesus, e mais ningum, a prioridade do discpulo. O contrrio disso no tem respaldo bblico.

    Portanto, no voltemos atrs em negarmos a ns mesmos, carregar a nossa cruz e seguir a Cristo, pois o discipulado, como vimos, tem suas exigncias. Motivados pelo amor a

    6. Lopes (2006:395).

  • 26 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    Jesus e a seu evangelho, devemos aceit-las de bom grado. Para o dis-

    cpulo praticar, veremos, a seguir, duas importantes lies.

    01. Aps ler o item 1, responda: O que revela a expresso se algum quer vir aps mim?

    02. Com base no item 2, explique o que significa a expresso a si mesmo se negue.

    03. O que significa tomar a cruz? correto associar essa expresso a uma doena, a uma pessoa problemtica ou a uma situao estressante do dia-a-dia? Por qu? Baseie-se no item 3.

    04. Aps ler o item 4, responda: O que seguir Jesus? Por que esta prtica no uma atividade espordica nem secundria?

    III PARA O DISCPULO PRATICAR

    1. Siga Jesus de maneira convicta. s multides e aos discpulos, Jesus

    disse: Se algum quer vir aps mim

    (Mc 8:34a). Mesmo sendo Senhor e Mestre, Jesus no obriga as pessoas a segui-lo. Tampouco as engana, pro-

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    metendo um evangelho fcil, barato, sem sacrifcios. No esse o seu perfil. Ao contrrio, Cristo procura ser firme e claro em suas palavras. Ele permite s pessoas o ato de decidir.

    O jovem rico, descrito em Mt 19:20-22, pde escolher no ser um discpu-lo de Cristo, ao contrrio de Levi, que

    no hesitou em seguir a Jesus (Mc 2:14). Portanto, sejamos discpulos, no por coao, mas por convico pessoal. Sigamos aps Jesus, por livre e espontnea vontade. Somente por meio do amor no fracassaremos em negar a ns mesmos, carregar a nossa cruz e seguir o Mestre.

    05. Por que preciso seguir a Jesus de maneira convicta? Responda com base na primeira aplicao.

    2. Siga Jesus de maneira submis-sa.

    Negue-se a si mesmo (Mc 8:34b) uma expresso por demais impor-tante, por dois motivos. O primeiro deles que foi proferida por Jesus, o Senhor dos senhores. O segundo motivo que foi destinada a todos os que desejam ser seus discpulos, em todas as pocas. Em outras palavras, essa exigncia para ns, tambm.

    Hoje em dia, poucos querem submeter-se ao senhorio de Jesus. muito mais cmodo segui-lo de lon-ge, no ter comprometimento com nada, no lhe dar satisfaes. No ajamos assim. Rendamo-nos as suas exigncias. Disponhamo-nos a servir a ele e aos outros. Abaixo o orgulho, a arrogncia, a presuno. Viva a hu-mildade e a submisso! Prevalea a vontade de Cristo sobre a nossa.

    06. Por que preciso seguir a Jesus de maneira submissa? Responda com base na segunda aplicao.

  • 28 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    DESAFIO DA SEMANA

    O estudo de hoje chegou ao fim, mas o desafio continua. Como vimos, negar a si mesmo, carregar a cruz e seguir a Jesus so exi-gncias do discipulado. Sabendo disso, somos desafiados, nesta semana, a refletir sobre cada uma dessas exigncias, praticando--as, diariamente. Se o seu ego tem falado mais alto, sujeite-o a Cristo. Lute contra a arrogncia. Se voc tem sido tentado a se conformar com o mundo, no ceda. Nade contra a mar. Sujeite--se perseguio e carregue a cruz. Se o seu carter no tem sido semelhante ao de Jesus, submeta-se transformao. Faa o que ele faria. Pense como ele.

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    Hinos sugeridos BJ 92 BJ 173

    427 DE JULHO DE 2013

    Discipulado tem custo

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    OBJETIVO

    Motivar o estudante da Bblia Sagrada a considerar o custo de seguir a Jesus, a fim de se tornar um discpulo autntico, servindo ao Senhor com perseverana e desapego.

    TEXTO BSICO

    Pois qual de vs, pretendendo construir uma torre, no se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? (Lc 14:28)

    LEITURA DIRIA

    D 21/07 Lc 14:25-33S 22/07 2 Tm 3:11-12T 23/07 Hb 11:32-38Q 24/07 Mc 10:29-31Q 25/07 Mt 10:16-26S 26/07 Hb 10:32-34S 27/07 Hb 10:35-39

    INTRODUO

    Na lio da semana passada, estudamos sobre as exigncias apresentadas a quem se prope a seguir Jesus. Hoje, porm, trata-remos do custo do discipulado. Como as-sim?, algum poderia perguntar. Seguir Jesus tem custo?. Certamente. E mais do que isso: ns que arcaremos com esse cus-to, que no barato.

    Portanto, cuidado com o evangelho da teologia da prosperidade. Se algum usa, em seus sermes, expresses como: Pare de sofrer, desconfie. Jesus no trilhou por esse caminho. Como as multides que se-guiam Jesus, h pessoas, em nosso tempo, que frequentam igrejas somente em busca de benefcios. O que Cristo nos ensinou, po-rm, foi o caminho do sacrifcio.

  • 30 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    Tiago era um adolescente criado na igreja desde beb. Com 14 anos, liderava os adolescentes na igreja e tinha tudo para seguir os passos dos seus pais que tambm eram lderes. O pai era mdico renomado na capital onde moravam (...). Tiago tinha trs irmos e todos eram cobrados severamente pelos pais em seus estudos, comportamento e perspectiva profissional. Durante algum tempo, Tiago comeou a observar a vida de alguns jovens mais maduros que ele, e percebeu que todos que eram discipulados mudavam radicalmente seu estilo de vida. Ele (...) pediu que algum o discipulasse.

    Ele deixou de ser o garoto perfeito que todos admiravam e que era orgulho dos seus pais e se transformou num missionrio itineran-te. (...) Em seguida, ele recebeu o chamado de Deus e decidiu que seria missionrio em pases onde h perseguio religiosa. Essa experi-ncia foi quase um choque para o seu pai que idealizava para ele uma carreira bem-sucedida de mdico na cidade onde estavam. Certo dia, o pai de Tiago procurou o pastor para expressar seu espanto. Primeiro ele perguntou:

    O que vocs fizeram com meu filho? Depois ele afirmou: (...) Eu sempre fui exigente com os meninos, mas queria apenas

    que eles fossem bons frequentadores da igreja como ns fomos a vida toda. Hoje, o Tiago que me chama a ateno para que eu viva um evangelho verdadeiro como discpulo de Cristo e fico envergonhado, pois os meus valores esto muito mais ligados s coisas materiais do que as espirituais.1

    Com base nesse texto, responda: Quanto pode custar para uma pessoa o real comprometimento com Cristo?

    I HISTRIA DE DISCPULO

    II PARA O DISCPULO ENTENDER

    __________________

    1. Campanh (2012:54-55).

    A salvao por graa. um dom exclusivo de Deus e no vem de ns

    (Ef 2:8), nem de nossas obras (v.9). Nada pagamos por ela. Permanecer

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    na escola de Jesus, porm, envolve o custo da renncia e este um pre-o com o qual todos ns precisamos arcar, a menos que optemos por no seguir o Mestre. isso que o Senhor ensina s multides, em Lc 14:25-33. Relacionado a esse ensi-no, trs importantes aspectos mere-cem destaque. Vejamo-los.

    1. Novas prioridades: O ensino de Jesus sobre o custo do discipula-do comea da seguinte maneira: Se algum vier a mim e no aborrecer a seu pai, e me, e mulher, e filhos, e irmos, e irms, e ainda tambm a sua prpria vida, no pode ser meu discpulo (Lc 14:26 grifo nosso). D para ser mais direto do que isso? Je-sus no deu voltas. O ensino aqui sobre prioridades.

    Quando colocamos o p na es-trada do discipulado, o foco deve estar em Jesus. O termo aborre-cer tem o sentido de amar menos,2 ou seja, o amor a Cristo deve superar o amor por qualquer outra pessoa ou coisa, inclusive os nossos prprios desejos. A NVI traduz o versculo neste sentido: Se algum vem aps mim e ama a sua famlia, e at a sua prpria vida mais do que a mim, no pode ser meu discpulo.

    Um discpulo de Jesus deve estar preparado para, se necessrio, colo-car a devoo ao seu Senhor acima de qualquer ligao terrena. im-portante entendermos tambm que,

    2. Hendriksen (2003:275).

    quando Jesus fala sobre aborrecer os familiares, no est nos encora-jando ou ordenando a desprezar a famlia, maltrat-la, deix-la de lado e no lhe dar ateno; afinal, se te-mos de amar at os nossos inimigos, por que seria diferente com a nossa prpria famlia?!

    Aborrecer tambm expressa preferncia. Essa palavra apare-ce em Rm 9:13 com esse sentido. A ideia do versculo a seguinte: ... se houver conflito entre a lealdade familiar e o desejo de seguir Jesus, a pessoa tem de escolher Jesus; a famlia e a prpria vida (i.e., desejos pessoais, desgnios e expectativas) s podem ter o segundo lugar.3 Se desejamos seguir mesmo Jesus, seja-mos absolutamente fiis a ele.

    2. O discipulado no uma aventura: luz do v. 26, analisado no item anterior, deu para perceber o quanto a deciso de seguir Jesus sria. Ele no apresentou propos-tas que dependem da situao. Ao contrrio, para inculcar essa ver-dade na mente dos seus ouvintes, Jesus conta duas parbolas. Ele compara o caminho do discipulado a dois empreendimentos.

    A primeira parbola diz respei-to construo de uma torre (Lc 14:28-30). Jesus fala de algum que, antes de iniciar a construo, se assenta para calcular o preo e ver se ter dinheiro suficiente para

    3. Arrington & Stronstad (2003:418).

  • 32 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    complet-la. vergonhoso para um construtor deixar um edifcio inaca-bado, porque seu capital se esgo-tou antes de terminar a construo. As outras pessoas, ao verem os ali-cerces postos, sabendo que o dono no tem condies de terminar, iro zombar dele.

    A segunda parbola diz respeito ao envio de um exrcito guerra (vv.31-32). Jesus conta sobre um rei que descobriu que o exrcito inimi-go tinha o dobro do nmero de sol-dados do seu; ento, se questiona se vai ou no guerra, pois bem provvel que um exrcito de 20 mil soldados derrote um com 10 mil. Antes mesmo de ir guerra, esse rei precisa considerar tais questes. E levando em conta a possibilidade da derrota, deve enviar mensageiros, pedindo condies de paz. Quo in-sensato um comandante que no calcula a fora das suas tropas, antes de lev-las ao campo de batalha!

    Jesus tambm pede para os seus discpulos calcularem se podem ou no segui-lo. Ele no quer pessoas que tenham com ele compromissos superficiais e inconsequentes. O dis-cipulado no uma aventura. No compromisso assumido passional-mente, por emoo, no entusiasmo do momento.4 Reflitamos, antes de dizer que queremos seguir Jesus.

    3. Uma questo de tudo ou nada: A expresso no pode ser

    4. Kivitz (2012:225).

    meu discpulo se repete trs ve-zes, no trecho analisado nesta lio (Lc 14:26,27,33). Jesus no floreava nada mesmo: ningum obrigado a segui-lo, mas, se algum quiser faz--lo, que faa as contas e no entre de maneira irresponsvel nessa relao.

    Voltando s parbolas da torre e do exrcito, importante desta-carmos que o clculo para seguir Jesus no do tipo: Tenho dois milhes e vou gastar quinhentos mil na torre, ou: Tenho um exr-cito de cem mil soldados, mas vou enviar apenas cinquenta mil para a batalha. No! No discipulado, no contabilizamos expectativas de investimento, margens de re-torno, relao de custo benefcio, como se estivssemos calculando uma relao de lucros e probabili-dades de sucesso.5

    O clculo, na verdade, no tem muitos segredos: ou voc entrega tudo, ou, ento, no entrega nada: ... se no estiverem dispostos a re-nunciar at o que h de mais im-portante na vida de vocs sejam planos, sejam pessoas , no esto preparados para ser meus discpulos (v.33 AM). Todo discpulo precisa estar disposto a entregar tudo a Je-sus, se necessrio for.

    Jesus encerra esse trecho com a imagem do sal imprestvel: O sal bom, mas se ele perder o sabor, como restaur-lo? No serve nem

    5. Idem.

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    para o solo nem para adubo; jo-gado fora (Lc 14:34-35). Jesus usa essa imagem por duas razes: Em primeiro lugar, para enfatizar que segui-lo envolve reflexo, pois um discpulo que desiste no meio do caminho (apostasia), porque a jor-nada difcil demais, como o sal imprestvel; em segundo lugar, para ensinar que o discpulo que no vive como discpulo vale tan-to quanto sal que no salga. Seus discpulos no podem ser meros discpulos nominais. Devem ser sal

    genuno, que ainda no perdeu seu sabor.6

    O cerne do discipulado viver em total comprometimento com Cristo; am-lo acima de todas as demais coisas; segui-lo com os ps no cho. Essas so qualidades inerentes ao discipulado. Se no as possumos, independentemente de quais outras tenhamos, no estamos aptos para seguirmos o Senhor Jesus. O discipu-lado tem custo.

    6. Hendriksen (2003:278).

    01. Com base em Lc 14:26 e no item 1, comente com a classe sobre o sentido do verbo aborrecer.

    02. Leia Lc 14:28-32; o item 2, e responda: Qual o principal ensino das duas parbolas contadas por Jesus? O que ele estava querendo enfatizar?

    03. A expresso no pode ser meu discpulo se repete trs vezes, no trecho analisado nesta lio (Lc 14:26,27,33). Leia os trs primeiros pargrafos do item 3 e comente sobre por que Jesus a usa tanto.

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    04. Em Lc 14:34-35, temos uma ltima imagem usada por Jesus. Que imagem essa e que ensinos ele quis transmitir?

    III PARA O DISCPULO PRATICAR

    1. Seguir Jesus tem um custo: Per-severemos.

    Na vida crist, comum lidarmos com pessoas que comeam bem, mas logo desistem e se afastam do Mestre. So solos em que a semente do evan-gelho no pde criar razes. Quando as presses do mundo vm sobre tais pessoas, estas percebem que o custo de seguir Jesus alto. Por isso, no perseveram em andar com ele.

    Infelizmente, isso que acontece, quando no se calcula o custo de se-guir Cristo. As pessoas abandonam o barco, quando percebem as bra-vas ondas. Por isso, analisemos os custos e optemos por ir aps o Mes-tre. No retrocedamos em nossa f (Hb 10:38-39). No permitamos que as presses impostas por este mun-do nos afastem de nosso Senhor. Perseveremos!

    05. Por que, quando analisamos o custo de seguir Jesus, precisamos ser perseverantes? Comente com base na primeira aplicao.

    2. Seguir Jesus tem um custo: De-sapeguemo-nos.

    O discpulo que atentou em ana-lisar o custo do discipulado sabe que impossvel seguir Jesus sem renuncia. Muitos pensam que dis-cipulado ganhar para poder ga-nhar, quando, na verdade, perder para poder ganhar. Por isso, hesi-

    tam em se desapegar dos praze-res deste mundo. O seu corao, ento, se volta para outras coisas, menos para Jesus.

    Porm, Cristo rebate essa atitude com muita veemncia: ... todo aque-le que dentre vs no renuncia a tudo quanto tem no pode ser meu discpulo (Lc 14:33). No h meio

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    termo: ou nos desapegamos dos pri-vilgios deste mundo ou nunca po-deremos ser chamados de discpulos

    genunos de Jesus Cristo. Sabendo disso, que deciso tomaremos? Pen-semos a respeito.

    06. Por que, quando analisamos o custo de seguir a Jesus, precisamos viver com desapego? Comente com base na segunda aplicao.

    DESAFIO DA SEMANA

    Pela graa de Deus, chegamos ao final de mais um estudo e aprendemos que todos os que optam por seguir Jesus Cristo preci-sam, sem hesitar, calcular os custos, para, ento, seguir Jesus com perseverana e desapego. Com isso em mente, propomos ao es-tudante da Escola Bblica o desafio de, durante a semana, fazer uma profunda anlise a respeito disso. Reflita se voc tem, de fato, abdicado de privilgios em favor do discipulado. Lembre-se: s per-severaro na escola de Cristo os que se propuserem ao desapego.

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    Hinos sugeridos BJ 123 BJ 166

    53 DE AGOSTO DE 2013

    A misso de todo discpulo

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    OBJETIVO

    Levar o estudante a entender qual a misso de todo discpulo, mostrando-lhe a nfase correta da grande comisso, em Mt 28:18-20, e a estratgia de Jesus para o seu cumprimento; mostrando-lhe tambm que devemos encarar essa comisso de modo responsvel e confiante.

    TEXTO BSICO

    Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho orde-nado. E eis que estou convosco todos os dias at consumao do sculo. (Mt 28:19-20)

    LEITURA DIRIA

    D 28/07 Mt 28:18-20S 29/07 Mc 16:15-20T 30/07 At 1:8Q 31/07 At 2:36-47Q 01/08 At 5: 42S 02/08 At 9:26-28S 03/08 At 8:1-3

    INTRODUO

    Os discpulos haviam passado por um inten-so treinamento. Depois de, aproximadamente, trs anos, suas vidas haviam sido transforma-das, pelo ensino de Jesus e pela convivncia com ele. Foram tratados e moldados seme-lhana do Mestre. Agora, estavam prontos para a vida. Eles j haviam recebido muitas instrues, mas Jesus tinha ainda uma ltima incumbncia: que fizessem com outros o que ele lhes havia feito.

    O desejo de Cristo era que eles se reproduzis-sem espiritualmente, discipulando outras pesso-as. Esta foi a ordem: Portanto, ide e fazei dis-cpulos de todos os povos. Essa mesma ordem estendida para todo cristo, pois todo ver-dadeiro cristo um discpulo de Jesus e todo verdadeiro discpulo tambm um missionrio. Como dizia Spurgeon: Todo cristo ou um missionrio ou um impostor. Pois bem, neste quinto estudo desta srie, vamos estudar mais de perto a misso que foi dada a todo discpulo.

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    Gabriel era um homem de 80 anos. Convertido ao evangelho h mais de cinquenta anos, estava aposentado, frequentava os cultos, dava o dzimo e entendia que sua vida estava chegando ao fim. Ficava a maior parte do tempo em casa, com a esposa, deixando a vida pas-sar. Depois de observar que a vida de muitas pessoas da igreja estava passando por transformao, decidiu descobrir o que estava aconte-cendo. Ele j era membro da igreja h tanto tempo e nunca tinha visto nada parecido com o que via.

    Depois de conversar com algumas pessoas, ouviu de todas elas que o motivo da transformao de vida era a compreenso do que significa ser discpulo de Jesus. A princpio ele ficou meio intrigado com o que ouviu, mas como todos falaram to bem do processo de discipulado da igreja, decidiu participar de um dos grupos para ver de perto o que tinha apenas ouvido. Aps alguns meses estudando a Bblia, sendo discipulado e aprofundando o relacionamento com Deus, procurou o pastor e fez a seguinte declarao:

    Pastor, por que vocs no ensinaram essas verdades para mim h mais tempo? Se eu tivesse aprendido estes princpios h cinquenta anos, minha vida teria sido diferente. Eu passei cinquenta anos em diversas igrejas apenas com um estilo de vida superficial. Eu co-nhecia Jesus, mas nunca soube que poderia viver como discpulo de forma to profunda e radical.1

    No curioso o fato de Gabriel ter convivido com diversos cris-tos por mais de cinquenta anos e no ter sido discipulado por ningum? Em nossa volta, na igreja, h os novos convertidos e outras pessoas que precisam ser discipuladas. De quem essa misso? s do pastor?

    I HISTRIA DE DISCPULO

    II PARA O DISCPULO ENTENDER

    __________________

    1. Campanh (2012:13-14).

    Gabriel, personagem da histria que acabamos de ler, um exemplo

    de cristo que no passou por um processo de discipulado. Ningum

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    o havia adotado para ensinar-lhe e, por muito tempo, viveu a f crist de modo superficial. Casos como esse podem ser evitados, se entendermos o texto de Mateus 28:19-20. Nesta passagem bblica, Cristo nos d um mandamento e nos ensina como de-vemos cumpri-lo.

    1. O mandamento: Iniciemos esta parte observando, novamente, o texto de Mateus: Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os (...); ensinando-os (28:19-20). Qual o grande man-damento deste texto? O Ide? assim que a maioria de ns acostu-mou a responder. Mas ser mesmo que o grande mandamento desse texto o Ide? Nos prximos trs pargrafos, apresentaremos uma explicao tcnica, s para que se entenda uma verdade gloriosa e, s vezes, esquecida nesse texto. Por isso, no os pule.

    Um estudo mais profundo reve-lar que, na verdade, a nfase da grande comisso no est no Ide. Temos apenas um imperativo em Mateus 28:18-20, isto , uma nica ordem. Esse nico imperativo mos-tra onde est a nfase da comisso de Jesus. Os verbos gregos tradu-zidos por ir, batizar e ensi-nar esto no particpio.2 Verbos no modo particpio, conforme estes aparecem, so auxiliares e indicam ao em desenvolvimento.

    2. Carson (2010:688).

    O particpio, no grego, se pare-ce com o nosso gerndio, no por-tugus. Por isso, o primeiro verbo grego que aparece no texto que es-tamos estudando seria melhor tradu-zido como Indo, em vez de Ide. importante destacarmos tambm que alguns estudiosos afirmam que, quando um particpio precede um imperativo, tem fora de imperativo. Neste caso, o verbo grego traduzido por Ide, apesar de no ser, teria fora de imperativo, pois prece-de um. uma possibilidade. E por causa disso que, nas nossas tradu-es bblicas, temos Ide ou Vo.

    Contudo, esses estudiosos reco-nhecem que, mesmo tendo fora de imperativo e mesmo sendo tra-duzido por Ide, o verbo grego est subordinado ao imperativo, o gran-de mandamento do texto. O impe-rativo : .... fazei discpulos (gr. ma-theteusate). Essa a nica, principal e grande ordem do texto. Poderia ser traduzida tambm por discipulai. Toda a nfase do texto recai sobre ela. Todos os outros verbos so au-xiliares e explicam os estgios dela.

    Pois bem, se voc no pulou os pargrafos anteriores, esperamos, em Cristo, que tenha conseguido en-tender tecnicamente a explicao da nfase de Mateus 28:19-20. Se voc os pulou e comeou a ler a partir da-qui, saiba: a nica ordem da grande comisso : faam discpulos. Mas por que estamos dando tanta impor-tncia a isso? O que muda colocar

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    a nfase no fazei discpulos e no no Ide? Qual a relevncia disso?

    Colocar a nfase no fazei discpu-los mostra-nos que Jesus no est interessado em que faamos con-versos ou adeptos do cristianis-mo. Ele no nos mandou apenas ganhar almas; no quer que nos preocupemos to somente com que algum aceite a Cristo. No! Nos-so trabalho no somente esse! Isso muito pouco, diante da ordem de Jesus. Ele quer discpulos! Fazer dis-cpulos muito mais difcil que con-vencer algum a colocar o nome no carto de chamada de uma igreja. Se voc pregou e a pessoa recebeu a Cristo, seu trabalho s est come-ando. A misso de todo discpulo de Cristo fazer outros discpulos. E como fazemos isso?

    2. O processo: De maneira sim-ples, Jesus apresentou o processo do discipulado. Ele disse: Ide, portanto, fazei discpulos (...) batizando-os (...) ensinando-os a obedecer a tudo o que lhes ordenei (Mt 28:20). Ide, batizando e ensinando revelam como deve ser exercido o fazei dis-cpulos. Esse foi o processo ensina-do por Jesus. Vejamos cada etapa.

    Em primeiro lugar, fazemos dis-cpulos indo. J mencionamos, an-teriormente, que, na lngua original do Novo Testamento, o verbo tra-duzido por Ide no um impera-tivo, mas uma ao em desenvolvi-mento. A ideia do verbo indo. O interessante que, nos evangelhos,

    esse verbo est associado procla-mao (Mt 10:6, 22:9; Mc 16:15; Lc 10:3). Por isso, em Mt 28:19, ele re-presenta a primeira fase do discipu-lado. o incio, o primeiro estgio do evangelismo. Pressupe que o discpulo de Jesus no est parado. No evangelizaremos e, consequen-temente, no faremos discpulos, se ficarmos parados.

    O Indo faz parte da grande co-misso e nos ensina que devemos ser agentes missionrios em todos os lugares onde o Senhor nos levar: na escola, na faculdade, no trabalho, na vizinhana, em nosso pas e fora dele. Nunca podemos esquecer que Jesus disse que todas as naes (gentes) devem ser alcanadas. En-to, indo, evangelize. Fale de Jesus a outras pessoas. Convide-as a se ma-tricularem na escola de Cristo. nes-sa fase que voc apresentar o plano de salvao e o novo discpulo ter a oportunidade de se render a Cristo ou confirmar sua deciso.

    Em segundo lugar, fazemos disc-pulos batizando. Isso tambm faz parte do processo do discipulado. Esta a segunda fase do discipulado e consiste em preparar o novo cren-te para o batismo e lev-lo a con-sumar este ato. Neste perodo, so ensinadas as doutrinas bsicas da f, essenciais para a pessoa se bati-zar consciente do que est fazendo. Batizar diz respeito integrao do discpulo na igreja, visto que o ba-tismo simboliza a identificao com

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    o povo de Deus; um ato externo, uma declarao pblica de f; repre-senta a unio do crente com Cristo em sua morte e em sua ressurreio para uma nova vida.

    Todo discpulo deve ser batizado. No primeiro sculo, no existiam cris-tos sem batismo, que a identifica-o com a igreja. Era como o anel numa cerimnia de casamento, um sinal externo da ligao do discpulo com a comunidade. Depois que voc pregar o evangelho a algum, e este se decidir por Cristo, ajude-o em sua integrao na igreja. O novo cren-te, s vezes, fica meio deslocado no novo ambiente. Adote-o. Participe de uma classe bblica com ele. A integra-o faz parte da trilha do discipulado.

    Em terceiro e ltimo lugar, faze-mos discpulos ensinando. Esta a terceira fase do discipulado. o momento em que o novo crente edificado, equipado e treinado, de forma mais profunda, por meio das doutrinas bblicas, para assemelhar--se a Cristo e dar frutos. O contedo desse ensino foi dado por Cristo: ... todas as coisas que vos ordenei (Mt 28:20b). No so as nossas opinies ou tradies, mas as ordens de Jesus.

    Qual delas? Todas. Essa a etapa mais demorada do discipulado; con-tudo, a mais negligenciada por ns. Talvez, voc no tenha percebido, mas ela acontece exatamente aps o batismo. Costumamos ensinar os novos at serem batizados; depois, ns os deixamos. Isso est errado! O discipulado continua aps o batismo.

    Jesus no estava falando de um curso de 6 meses, mas da disposio de caminhar com algum por algum tempo (ele caminhou 3 anos com os seus discpulos) e ensinar-lhe a von-tade de Deus. Alm disso, o Mestre apresentou a finalidade do ensino: ... ensinando a obedecer (20a). Obe-decer, aqui, traz o sentido de aten-der cuidadosamente. Como voc ensina algum a obedecer? Obede-cendo! Fazer discpulo ensinar a viver (...) como Jesus viveu e nos en-sinou a viver.3 Isso s acontecer se nos relacionarmos com a pessoa que est sendo discipulada. Precisamos de pessoas dispostas a ser como Je-sus ao nosso lado, que andem como Jesus e nos ensinem a viver como Je-sus! Voc aceita o desafio?

    3. Kivitz (2012:25).

    01. Leia o item 1; Mt 28:19-20, e comente sobre a nfase desse texto. Ela recai sobre que expresso? Qual a principal ordem?

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    02. Leia o segundo e o terceiro pargrafos do item 2 e comente sobre a primeira fase do discipulado, segundo o ensino de Jesus.

    03. Leia o quarto e o quinto pargrafos do item 2 e comente sobre a segunda fase do discipulado. O que ela envolve? Temos agido assim?

    04. Leia o sexto e o stimo pargrafos do item 2 e fale sobre a terceira fase do discipulado, na tica do Senhor Jesus. O que deve ser ensinado? Quanto tempo isso dura? H diferena entre ensinar tudo e ensinar a guardar tudo? Se sim, qual?

    III PARA O DISCPULO PRATICAR

    1. Cumpra sua misso de modo responsvel.

    A grande comisso comea da se-guinte maneira: Toda autoridade me foi dada no cu e na terra. Ide, por-tanto ... (Mt 28:18-19a grifo nos-so). Autoridade, neste texto, o direito de exercer ou usar o poder. Jesus tinha e tm essa autoridade. Na verdade, ele no disse eu tenho autoridade, mas eu tenho toda autoridade, ou seja, a pessoa que est comissionando seus

    discpulos misso de fazer outros dis-cpulos algum que tem credenciais e competncia para tal.

    Destacamos, de propsito, a pala-vra portanto, que aparece no in-cio do v.19. Ela revela que a autori-dade de Jesus a base para a ordem que vem na sequncia. como se Jesus dissesse: Eu tenho autorida-de, sou eu quem comanda; e, j que assim, faam discpulos!. A co-misso para todo cristo. Se ns a

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    negligenciarmos, estaremos desobe-decendo ao Senhor do universo. No caiamos nesse erro. Ambicionemos

    multiplicar o nmero de discpulos de Jesus; afinal, temos essa respon-sabilidade diante dele.

    2. Cumpra sua misso de modo confiante.

    Quais so as ltimas palavras da grande comisso? E eis que estou convosco todos os dias at a consu-mao do sculo (Mt 28:20). Grife essas palavras de Jesus em sua Bblia. No estamos diante de uma promes-sa, mas de uma realidade. Ele no dis-se estarei convosco, mas estou convosco. Essa certeza deve ter entra-do nos ouvidos dos primeiros discpu-los de Jesus como um fato grandioso.

    Podemos chamar esse versculo de o grande conforto na gran-

    de comisso. Quem se prope a servir na obra missionria, deve ter esta confiana: de que no est so-zinho. Voc, pastor, presbtero, di-cono, diaconisa, membro, o Senhor o(a) comissionou para este nobre empreendimento: multiplicar o n-mero dos seus discpulos. Se estiver engajado(a) na obra, deve saber que no fcil o dia-a-dia. Mas lembre: Jesus no nos desampara! Voc vi-ver experincias gloriosas com ele, enquanto discipula outras pessoas. Tenha certeza!

    05. Leia Mt 28:18; a primeira aplicao, e responda: Por que devemos levar a trilha do discipulado a srio?

    06. Leia Mt 28:20; a segunda aplicao, e responda: Qual o grande conforto que temos, ao ingressarmos na trilha do discipulado apresentada por Jesus?

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    DESAFIO DA SEMANA

    Voc entendeu, agora, por que temos tantos cristos vivendo uma vida inferior quela pretendida por Deus? Eles nunca en-tenderam o que realmente isto significa, pois nunca foram dis-cipulados. Isso precisa mudar! Voc aprendeu, nesta lio, que a autoridade mxima do universo, Jesus, quer que faamos novos discpulos. Essa a ordem. No fomos chamados a conquistar sim-patizantes ou admiradores: fomos chamados a fazer discpulos! Por isso, no se contente com uma deciso apenas verbal. Jesus j disse o que voc precisa fazer: Indo, evangelize; trabalhe na inte-grao deste novo crente; depois, acompanhe-o, o tempo que for preciso, ensinando-o a guardar tudo o que Jesus pediu.

    Discipulado se faz atravs de relacionamentos de intimidade, afetividade, participao na vida de quem reparte a vida conosco.4 Seu desafio, nesta semana procurar algum que esteja dando os primeiros passos na f crist e se oferecer para caminhar a trilha do discipulado com essa pessoa. Se for o caso, procure um cristo mais maduro e pea que caminhe com voc por algum tempo.

    4. Idem, p.368.

  • 44 Lies BblicasLies Bblicas 3 Trimestre de 2013

    Hinos sugeridos BJ 10 BJ 175

    610 DE AGOSTO DE 2013

    O que significa discipular?

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    OBJETIVO

    Conscientizar o aluno da Escola Bblica sobre o significado de discipular, mostrando-lhe os elementos que compem o discipulado e o relacionamento que o discipulador deve ter com o discpulo.

    TEXTO BSICO

    E disse-lhes: Vinde aps mim, e eu vos farei pescadores de homens. (Mt 4:19)

    LEITURA DIRIA

    D 04/08 Mt 4:18-22S 05/08 Gl 4:12-20T 06/08 At 14:21-22Q 07/08 At 18:23-28Q 08/08 1 Ts 2:10-12S 09/08 2 Tm 2:1-7S 10/08 Mt 16.24-26

    INTRODUO

    J reparou na quantidade de pessoas que entraram pelas portas da comunidade em que voc congrega e quantas delas j saram? Viu quantas pessoas j foram batizadas nas guas e, depois, desanimaram com a f? Podemos detectar muitos motivos como: superficialida-de na f, corao infrutfero etc.

    Porm, existe um motivo, que um dos maiores responsveis pela no permanncia das pessoas, antes ou depois do batismo: a falta de discipulado. No se surpreenda, nem ache estranho. Na grande comisso, j apren-demos que a maior ordem de Jesus : ... fazer discpulos! (Mt 28:19). Na lio de hoje, trata-remos sobre o significado do discipulado.

    Uma igreja fortemente evangelstica (...) possui uma interessante experincia sobre a importncia do aconselhamento [aqui com significado de discipulado] para a per-manncia dos frutos [da evangelizao].

    I HISTRIA DE DISCPULO

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    Examinando os livros de registros da igreja nos ltimos dez anos, descobriu-se que, nesse perodo, houve aproximadamente seiscentas decises por Cristo. Estas resultaram de diversos tipos de trabalho: re-tiros de jovens, sries de conferncias semanais, cultos evangelsticos, evangelizao pessoal, etc. As estatsticas das profisses de f, prove-nientes de uma anlise do crescimento do rol de membros no mesmo perodo, indicava menos de cem pessoas.

    Portanto, ao que parece, somente um em cada seis decididos per-maneceu firme. certo que esses dados no levaram em conta que talvez alguns j fossem membros de l quando foram salvos, e que outros tivessem permanecido firmes no Senhor, mas ligados a outra igreja. Apesar disso, podemos afirmar com segurana que, se puds-semos obter informaes exatas com respeito a outros decididos, ain-da assim, a proporo de um em seis no se alteraria muito. (...) sua liderana resolveu que no poderia mais se contentar com o ndice de permanncia baixo.

    Alguns irmos receberam instruo sobre como realizar o aconse-lhamento pessoal de novos convertidos, e resolveram pr em prtica esses conhecimentos com cada pessoa que atendesse ao apelo nos cultos. Pouco depois, realizou-se uma srie de conferncias na igreja, e, pela primeira vez, procurou-se dar assistncia a todos os decididos. Aps seis meses, o ndice de permanncia era de cinco em seis. O tra-balho de aconselhamento realmente fizera muita diferena.1

    Refletindo sobre o caso mencionado no texto que voc acabou de ler, discuta em classe sobre a importncia da conexo entre evangelizao e discipulado. Se possvel, faa um panorama da igreja local de que voc participa.

    II PARA O DISCPULO ENTENDER

    __________________

    1. Kuhne (2008:15-6).

    O que , de fato, discipular? Dis-cipular transmitir ao outro no

    somente conhecimento, mas, tam-bm, atravs do exemplo pessoal e

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    do convvio, um estilo de vida condi-zente com os ensinos da palavra de Deus.2 A palavra grega traduzida por discpulo matheteuo, que sig-nifica: ser um aluno; ser discpulo, instruir e at ensinar.3 A seguir, en-tenderemos mais sobre isso.

    1. Os elementos do discipula-do: Veremos, aqui, os elementos que compem o discipulado. Em primeiro lugar, temos o ensina-mento. Este ensinamento todo o evangelho de Cristo, os princpios e os mandamentos presentes em toda a Escritura. Devemos educar o novo convertido com base em toda a Bblia, pois toda a Escritura til (2 Tm 3:16).

    Jesus usava toda a Escritura para instruir os discpulos. Seu manda-mento de fazer discpulos nos traz esta exigncia: ... ensinando-os a obedecer a tudo quanto vos te-nho ordenado (Mt 28:20a KJA grifo nosso). Paulo demonstra integralidade no ensinamento da Escritura: ... porque eu no deixei de contar a vocs toda a mensa-gem de Deus (At 20:27 BV grifo nosso). Ao discipularmos, sejamos fiis palavra.

    O segundo elemento do disci-pulado o discpulo. O discpulo aquele que segue Cristo (Mt 16.24-26), aquele que um aluno, um

    2. Evangelismo e discipulado (2010:87).

    3. Bblia de estudo palavras-chave hebraico e grego (2289:2011).

    aprendiz. Ele se submete ao ensina-mento de toda a Escritura para tor-nar-se semelhante ao seu Mestre, Jesus. O terceiro elemento do disci-pulado o discipulador. E quem ele? O discipulador um discpulo que foi ensinado sobre toda a ver-dade a respeito de Cristo, e, por ser maduro na f, produz frutos para Deus. O discipulador comprometi-do a ensinar, acompanhar e edificar um cristo novo, at que este se tor-ne um discpulo maduro, que, por imitar Jesus, capaz de produzir no-vos discpulos do Senhor. Todo cris-to (e no s o pastor) deve desejar ser um discipulador!4

    O ltimo elemento o discipula-do propriamente dito. Por discipu-lado, entendemos: ... o processo, o mtodo ou o meio pelo qual leva-mos uma pessoa a ser um discpulo de Cristo.5 Sem esse processo, os novos cristos no se desenvolvem espiritualmente e as igrejas locais permanecem imaturas. A seguir, veremos que no h discipulado sem relacionamento.

    2. Discipulado relacionamen-to: Precisamos entender que disci-pular algum para ser um discpulo verdadeiro de Jesus no somente transmitir conceitos, mas tambm compartilhar a vida, ou seja, envolve orar com o discpulo, conversar so-bre seus problemas etc. As palavras

    4. Evangelismo e discipulado (2010:88).

    5. Lies Bblicas, n.300, jul/set de 2012, p.88.

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    de Paulo mostram a sua dedicao pelos que se haviam convertido: Meus amados filhos, novamente es-tou sofrendo como que com dores de parto por vossa causa, e isso at que Cristo seja formado em vs (Gl 4:19 KJA). preciso acompanhar o novo convertido.

    Mas por quanto tempo? Temos a informao de que Jesus passou por volta de 3 anos ensinando os disc-pulos6. Se Cristo, sendo mestre e Senhor, fez assim, ns no podemos fazer o contrrio. Percebemos que o Senhor dedicou tempo aos discpu-los, quando lemos Mc 1:17, em que ele lhes diz: ... eu vos farei pesca-dores de homens. A palavra farei mostra que eles no seriam pescado-res da noite para o dia. Seriam mo-delados na escola de Cristo.

    Devemos, pacientemente, de-dicar um tempo, um dia semanal para acompanhar o processo de crescimento de um novo conver-tido. Precisamos confirmar os dis-cpulos (At 14:22, 15:41, 18:23). No h produo de discpulos instantneos: precisamos seguir o exemplo dos apstolos. Neste sentido, as palavras de Paulo nos ensinam muito: Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimen-to (1 Co 3:6). Sabemos que o con-texto do texto outro, mas ele nos ensina que devemos ter a atitude de plantar (pregar), regar (cuidar)

    6. Evangelismo e discipulado (2010:89).

    e confiar que o crescimento ser dado por Deus.

    Aps o tempo mnimo de apren-dizado, o discpulo deve transmitir o que aprendeu. Esse o incentivo de Paulo a Timteo: ... transmita--o a homens de confiana que, por sua vez, estejam em grau de ensin-lo a outros (2 Tm 2:2 EP). Mas, para que isso acontea, ne-cessrio que a igreja local se empe-nhe na formao do discpulo, no apenas no contato missionrio, atravs de estudos bblicos, e na classe batismal, depois da conver-so, mas tambm no acompanha-mento sistemtico do novo crente, aps o batismo.

    3. O que no discipular: Voc deixaria um beb recm-nascido cui-dar-se sozinho? Imagine-o tendo de tomar conta de si mesmo, tentando providenciar sua alimentao, preci-sando tomar banho e arrumar sua roupa. simplesmente absurdo! Pois bem, quando no nos aproximamos de um novo convertido para instru--lo, o que fazemos.7

    Por mais que uma igreja esteja lotada, isso no significa uma mul-tido de discpulos. O discpulo diferente das multides, pois em-bora seguissem a Jesus (Mt 4.25), as multides no preenchiam os dois pr-requisitos do discipulado: pagar o preo e comprometer-se com a

    7. Evangelismo e discipulado (2010:90).

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    causa.8 No discipular criar ape-nas frequentadores de igrejas, no discpulos do Senhor.

    Quando o discipulador ensina, aquele que fazia parte da multido dos que curtiam o Senhor, passa a ser fiel seguidor deste e a produzir muitos frutos. Como disse o prprio Cristo: Meu Pai glorificado pelo fato de vocs darem muito fruto; e assim sero meus discpulos (Jo 15:8 NVI). Discpulos verdadeiros do Senhor produzem frutos para o seu reino.

    Ento, veja o prejuzo do no dis-cipular: pessoas que permanecem na infncia espiritual (Hb 5.12), segui-doras da multido (Jo 6.26) e infru-tferas (Jo 15:4). Quando no disci-pulamos, a pessoa apenas muda de

    8. Reid (2012:415).

    religio, acredita em novas coisas ou participa de novos rituais religiosos. Discipular encorajar o discpulo a tornar-se semelhante a Jesus, a rela-cionar-se com ele e agir como ele.9 Embora apresente doutrinas, o evan-gelho tem como essncia a amizade com Cristo.10

    Percebeu como discipular algo importantssimo? Neste estudo, pro-curou-se apresentar o significado de discipular, que : ensinar a palavra aos novos convertidos e acompanh--los para que sigam Jesus. A seguir, veremos lies prticas do discipula-do. Que o Esprito Santo nos d po-der e fora para ensinarmos e acom-panharmos os novos cristos.

    9. Kivitz (2012:8).

    10. Revista Ultimato, n.340, jan/fev de 2013, p.50.

    01. No incio da parte II da lio Para o discpulo entender, recapitule com a classe o que significa discipular. Por que discipulado no somente ensino terico?

    02. Com base no item 1, comente sobre os elementos do discipulado.

    03. Leia Mt 4:18; At 14:22; 2 Tm 2:2, e responda: Por que discipulado relacionamento?

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    05. Voc discipula ou j discipulou algum? Como voc pode desenvolver essa prtica em sua vida?

    04. Baseando-se no item 3, fale sobre o que no discipular e as consequncias de no acompanhar os novos convertidos.

    III PARA O DISCPULO PRATICAR

    1. Discipule: Compartilhe o que voc aprendeu!

    No nem um pouco errado fo-carmos o trabalho da igreja local na evangelizao. Mas, igualmente, precisamos confirmar na f aque-les que se renderam ao Senhor. Precisamos discipular! Pense no porqu de voc ir Escola Bblica, ouvir sermes, nos cultos, e fazer o seu estudo pessoal da palavra, h vrios anos. Use esse contedo ad-quirido para discipular.

    Precisamos adotar um novo convertido e ensinar o que apren-demos. hora de voc transmitir seu conhecimento adquirido ao longo de vrios anos de vida crist. Continue trazendo pessoas igre-ja; continue preparando-as para o batismo; todavia, aps o batismo, continue a ensinar. Quem sabe acontecer o mesmo que aconte-ceu em Atos: ... a Palavra do Se-nhor se espalhava. O nmero dos discpulos crescia (6:7 EP).

    2. Discipule: Dedique-se a ensinar! No adianta querer fazer um disc-

    pulo s pressas. O tempo do discipu-lado no o tempo dos macarres

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    instantneos: trs minutos. Discipu-lar exige, de nossa parte, pacincia, dedicao, prioridade, o que ajudar no bom relacionamento com o disc-pulo de Cristo.

    Mesmo que voc j tenha tema para os encontros de instruo, s vezes, precisar conversar sobre a

    vida do discpulo, sobre seus proble-mas e ajud-lo. Seguindo o exemplo de Jesus, que tinha discpulos e nos mandou fazer o mesmo, dedique-se, como os pais se dedicam na educa-o dos filhos. Como me ou pai es-piritual (cf. 1 Ts 1:7, 2:11), cuide dos novos convertidos.

    DESAFIO DA SEMANA

    H uma palavra que perdeu o significado e que no tem sido muito usada nas igrejas crists: discipular. E, lamentavelmente, discipular um verbo pouco conjugado (...). H uma terrvel au-sncia de viso e de cultura de discipulado.11 J hora de le-vantarmos a bandeira do discipulado. Nosso desafio reunir a liderana da igreja local (por exemplo, conselho local) e, depois, todos os crentes mais maduros, para, juntos, tratarmos de planos para o discipulado. Sabemos que esse desafio no deve limitar-se a esta semana, mas, com o poder do Esprito, deve permanecer at a volta de Jesus.

    11. Evangelismo e discipulado (2010:87).

    06. Reflita com a classe sobre como essa filosofia dos macarres instantneos prejudica o discipulado. Fale tambm da importncia da dedicao para com os novos convertidos.

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    Hinos sugeridos BJ 34 BJ 317

    717 DE AGOSTO DE 2013

    Precisa-se de mentores

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    e os Podcastsdeste captulo em

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    OBJETIVO

    Ensinar ao estudante da palavra de Deus que de fundamental importncia haver mentores na igreja, para que a obra de Deus tenha continuidade, com excelncia, nas prximas geraes.

    TEXTO BSICO

    Elias saiu e encontrou Eliseu, que estava aran-do a terra. Na frente dele iam doze pares de bois, e ele estava arando com o ltimo par. Elias passou perto de Eliseu e jogou a sua capa em cima dele. (1 Rs 19:19 NTLH)

    LEITURA DIRIA

    D 11/08 1 Rs 19:15-21S 12/08 Dt 31:14, 23T 13/08 2 Rs 2:1-11Q 14/08 At 11:19-26Q 15/08 1 Tm 1:18-20S 16/08 1 Co 2:1-5S 17/08 Fp 2:19-23

    INTRODUO

    Para alcanar um crescimento verdadeiro, em quantidade e, principalmente, em qua-lidade, uma das maiores dificuldades que a igreja de nossos dias enfrenta, se no a maior delas, justamente a quase inexistncia da figura do mentor. Imagine se, no rol de mem-bros de sua igreja, houvesse gente disponvel a investir sua vida, seu exemplo e seu tempo nos iniciantes na carreira da f! Teramos ou-tra histria a contar.

    Pois bem, a lio de hoje visa