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FBV - FACULDADE BOA VIAGEM CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL MOTIVAÇÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NO SEBRAE-PE, À LUZ DA TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG (1968) JORGE BERNARDO DE OLIVEIRA COUTINHO Recife-PE 2013

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FBV - FACULDADE BOA VIAGEM

CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

MOTIVAÇÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NO

SEBRAE-PE, À LUZ DA TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG (1968)

JORGE BERNARDO DE OLIVEIRA COUTINHO

Recife-PE

2013

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JORGE BERNARDO DE OLIVEIRA COUTINHO

MOTIVAÇÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO DE CASO NO

SEBRAE-PE, À LUZ DA TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG (1968)

Dissertação apresentada como requisito

complementar para a obtenção do grau de Mestre

em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e

Pós-Graduação em Administração – CPPA da

Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil, sob a

orientação da Profª. Drª. Maria Auxiliadora Diniz

de Sá.

Recife-PE

2013

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Dedico este trabalho à minha esposa, Dina pelo

amor, incentivo e compreensão que foram

fundamentais para a realização deste mestrado.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de primeiramente agradecer a Deus, por todas as bênçãos derramadas sobre

mim, ao seu Filho, Jesus Cristo, meu Senhor e Salvador sempre presente na minha vida.

Ao meu pai César (in memorian) exemplo de ser humano e de pai, de quem tenho

muitas saudades, a minha mãe Eleonora que sempre me apoiou e incentivou para o estudo.

Aos meus amados irmãos Paula, Paulo e Amanda onde estamos sempre juntos nas

alegrias, conquistas e tristezas, fortalecendo uns aos outros.

A minha esposa Dina, meu alicerce, meu amor, meu braço forte nos momentos de

desânimos, sacrificar seu tempo, seu sono, suas horas de lazer para me ajudar.

A minha Orientadora, Professora Maria Auxiliadora Diniz de Sá, foi uma pessoa

fundamental para a realização deste Mestrado, um exemplo de dedicação, conhecimento e

humildade ao qual tenho a honra de chamá-la Mentora.

A Professora Lúcia Barbosa, pelo incentivo ao iniciar o Mestrado, exemplo de gestora

e amiga, obrigado pelos ensinamentos.

Ao Professor Sergio Alves, ao qual tenho uma grande admiração como pessoa e

profissional.

A todos os Professores do Mestrado da FBV.

A minha família tio, tias, primos, primas pelas orações e carinho que sempre recebi de

todos.

Aos meus colegas de trabalho Fernando Tranquilino, Shalom Porto, Irani Maria, Paulo

Pereira que ajudaram de alguma forma, para a realização deste trabalho.

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RESUMO

Em um mercado globalizado, cada vez mais competitivo e dinâmico, as organizações têm

buscado ações que as façam manterem-se e se desenvolverem; para tanto, dentre outras ações,

é necessário proporcionar a motivação de seus funcionários, uma vez que ela trata-se de um

fator crítico para o desenvolvimento da organização devido à sua estreita relação com o

desempenho. A motivação pode produzir melhoria no desempenho individual e de grupos

quando se encontra aliada à convergência, esforços e um sistema de gestão eficaz. Por outro

lado, sabe-se da importância dos valores para a formação da cultura de uma organização e

como ela pode estabelecer os padrões que devem ser alcançados pelos empregados, pois ela

representa a sua filosofia e é capaz de fornecer um senso de direção comum para o

comportamento diário. Este trabalho tem como objetivo investigar os aspectos da cultura

organizacional que podem favorecer a formação de um ambiente motivador no SEBRAE-PE,

segundo a percepção de seus funcionários e à luz da teoria dos dois fatores de Herzberg

(1968). O método qualitativo foi adotado para a realização desta pesquisa, bem como se optou

pelo estudo de caso, tendo como instrumentos de coletas de dados entrevistas por pauta e

observações diretas não participante. Os dados foram analisados a partir da técnica de análise

de conteúdo, segundo Bardin (2011). Dos resultados encontrados conclui-se que os aspectos da

cultura organizacional, referentes ao estilo de liderança, relacionamento interpessoal e

organização do trabalho do SEBRAE-PE, favorecem a formação de um ambiente motivador

segundo a percepção de seus funcionários.

Palavras-chave: Motivação. Cultura Organizacional. SEBRAE-PE.

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ABSTRACT

In a globalized market, increasingly competitive and dynamic, organizations have sought for

actions to sustain and develop them; however, among other actions, it is necessary to provide

the motivation of their employees, as it comes up a critical factor for the development of the

organization due to its close relationship with performance. Motivation can produce

improvement in individual performance and groups when it is combined with convergence

efforts and an effective management system. On the other hand, it is known the importance of

values for the formation of the culture of an organization and how it can establish standards

that must be met by employees, because it represents its philosophy and it is able to provide a

sense of common direction for the daily behavior. This study aims to investigate aspects of

organizational culture that may encourage the formation of a motivating environment in

SEBRAE-PE, according to the perception of its employees and the light of the theory of two

factors Herzberg (1968). The qualitative method was adopted for this research, and a case

study was opted with interviews and nonparticipating direct observation as the data collection

instruments. Data were analyzed by using the technique of content analysis, according to

Bardin (2011). From the results found, it is concluded that the aspects of the organizational

culture regarding leadership style, interpersonal relationships and work organization of

SEBRAE-PE, favor the formation of a motivating environment as perceived by the

employees.

Keywords: Motivation. Organizational Culture. SEBRAE-PE.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Motivação (Fatores Intrínsecos e Extrínsecos) 17

Quadro 2 - Fatores Intrínsecos e Extrínsecos 27

Quadro 3 - Dimensões da Pesquisa 43

Quadro 4 - Motivação (Aspectos Intrínsecos) 50

Quadro 5 - Motivação (Aspectos Extrínsecos) 56

Quadro 6 - Cultura Organizacional (Estilo de Liderança) 61

Quadro 7 - Cultura Organizacional (Relação Interpessoal) 65

Quadro 8 - Cultura Organizacional (Organização do Trabalho) 69

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 11

1.1 Objetivos da pesquisa 13

1.1.1 Objetivo geral 13

1.1.2 Objetivos específicos 13

1.2 Justificativas da pesquisa 14

1.2.1 Justificativas teóricas 14

1.2.2 Justificativas práticas 14

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15

2.1 Motivação no trabalho 15

2.1.1 Teorias da motivação no trabalho 17

2.1.1.1 Teoria da hierarquia das necessidades – Maslow 18

2.1.1.2 Teoria da expectativa – Vroom 20

2.1.1.3 Teoria X e Y – McGregor 22

2.1.1.4 Teoria ERG – Alderfer 24

2.2 Teoria da Motivação/Higiene – O Modelo dos Dois Fatores de Herzberg 25

2.3 Cultura organizacional 29

2.3.1 Elementos da cultura organizacional 33

2.3.2 Métodos para desvendar a cultura organizacional 35

2.3.2.1 O método de Boyer e Equilbey 35

2.3.2.2 O método de Thévenet 36

2.3.2.3 O método de Fleury e Freitas

2.3.2.4 O método de Sá e Lemoine

36

37

3. METODOLOGIA DA PESQUISA 38

3.1 Caracterização da pesquisa 38

3.2 Delineamento da pesquisa 40

3.3 Locus da pesquisa 40

3.4 Sujeitos da pesquisa 41

3.5 Dimensões da pesquisa 42

3.6 Instrumentos de coleta dos dados 43

3.7 Processo de coleta dos dados 44

3.8 Técnicas de análise dos dados 45

3.9 Limites e limitações da pesquisa 47

3.9.1 Limites da pesquisa 47

3.9.2 Limitações da pesquisa 48

4. ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 49

4.1 Dimensão de motivação 49

4.1.1 Fatores de aspectos intrínsecos 49

4.1.1.1 Indicador desafios/criatividade 50

4.1.1.2 Indicador responsabilidade 51

4.1.1.3 Indicador desenvolvimento pessoal e profissional 52

4.1.1.4 Indicador reconhecimento 54

4.1.2 Fatores de aspectos extrínsecos 55

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4.1.2.1 Indicador estilo de liderança 56

4.1.2.2 Indicador relacionamento interpessoal 57

4.1.2.3 Indicador organização do trabalho 58

4.2 Dimensão cultura organizacional 60

4.2.1 Fator estilo de liderança 60

4.2.1.1 Indicador apoio 61

4.2.1.2 Indicador confiança 62

4.2.1.3 Indicador superioridade/inferioridade 63

4.2.2 Fator relacionamento interpessoal 64

4.2.2.1 Indicador equipe 65

4.2.2.2 Indicador colaboração 66

4.2.2.3 Indicador amizade 67

4.2.3 Fator organização do trabalho 69

4.2.3.1 Indicador autonomia 70

4.2.3.2 Indicador decisão 70

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 72

5.1 Fatores de motivação 72

5.1.1 Fatores intrínsecos da motivação 72

5.1.2 Fatores extrínsecos da motivação 73

5.2 Características da cultura organizacional 73

5.2.1 Estilo de liderança 73

5.2.2 Relacionamento interpessoal 74

5.2.3 Organização do trabalho 74

5.3 Relacionamento entre a cultura organizacional e fatores de motivação 75

5.4 Sugestões para futuros estudos 77

6. REFERÊNCIAS 78

APÊNDICE 87

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11

1 INTRODUÇÃO

Em um mercado globalizado, cada vez mais competitivo e dinâmico, as organizações

têm buscado ações que as façam se manter e desenvolver; para tanto, dentre outras ações, será

necessário proporcionar a motivação de seus funcionários, tão facilmente perdida em

situações de competitividade e turbulência.

Embora existam inúmeras e complexas teorias, a motivação, na prática, continua

sendo enfocada com simplicidade e maior atenção esse assunto recebe, quando se identifica

que as pessoas estão desmotivadas em seu ambiente de trabalho.

Para Lawler (1993) esse assunto é de tal relevância que deveria ser abordado ainda na

fase do planejamento, visto que a desmotivação dos indivíduos pode refletir analiticamente

sobre todos os comportamentos nas organizações. Davis e Newstrom (1992) ressaltam

algumas das consequências mais comuns em empresas: rotatividade, absenteísmo, conflitos,

baixo comprometimento, baixa qualidade nos produtos e/ou serviços, desperdício de materiais

ou matéria-prima, tudo isto levando a aumentar os custos da organização. Para contornar essa

situação, cabe à organização criar um ambiente motivador para que seus funcionários possam

desempenhar suas atividades com mais entusiasmo.

Segundo Hunter (2006), a produtividade e a satisfação de colaboradores no ambiente

de trabalho têm sido confirmadas como grande fator diferenciador da competitividade

empresarial. Para este autor, os resultados publicados anualmente por diversas empresas,

despontam que quanto maior é a valorização, integração e motivação dos colaboradores,

maior é a produtividade apresentada por todos eles; tudo isto decorrência da criação de um

ambiente motivador.

Um aspecto importante para o estudo da motivação é que, de acordo com Moscovici

(2008) são as relações interpessoais e o clima de grupo que também influenciam recíproca e

circularmente, diferenciando um ambiente agradável e estimulante, ou desagradável e

adverso, ou neutro e monótono, esta motivação afeta de forma direta no atendimento aos

clientes, influenciando o comportamento e as relações entre as partes.

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Diante disso, a motivação e a satisfação, bem como a falta delas, são primordiais como

forma de interferir positiva ou negativamente nos resultados da empresa. Daí surge à

necessidade de estudos que, em bases científicas sólidas, onde foi escolhida a teoria dos dois

fatores de Herzberg (1968) que identifiquem relações entre fatores que podem ou não

influenciar a motivação humana e consequentemente a empresa como um todo.

Foi exatamente sobre essa reflexão que ao visitar por diversas vezes a unidade do

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, em Recife-PE,

percebeu-se um clima de motivação entre os funcionários: parece que eles cumprem suas

obrigações de forma alegre, cordial e em colaboração mútua, independentemente do nível

hierárquico, resultando em satisfação, que repercute no atendimento e serviços que são

prestados aos clientes externos.

Pode-se perguntar, dentre tantas outras variáveis, se a cultura organizacional tem a ver

com esse ambiente de entusiasmo? Sabe-se da importância dos valores para a formação dessa

cultura e como ela pode estabelecer os padrões que devem ser alcançados pelos empregados,

pois ela representa a filosofia da organização e é capaz de fornecem um senso de direção

comum para o comportamento diário.

Finalmente e de maneira geral, pode-se perguntar: que aspectos da cultura

organizacional podem favorecer a formação de um ambiente motivador no SEBRAE-PE,

segundo a percepção de seus funcionários e à luz da teoria dos dois fatores de Herzberg

(1968). Para responder a esta questão, formularam-se os seguintes objetivos, a seguir.

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1.1 Objetivos da pesquisa

1.1.1 Objetivo geral

Investigar que aspectos da cultura organizacional podem favorecer a formação de um

ambiente motivador no SEBRAE-PE, segundo a percepção de seus funcionários e à luz da

teoria dos dois fatores de Herzberg (1968).

1.1.2 Objetivos específicos

Verificar fatores intrínsecos e extrínsecos de motivação dos funcionários do SEBRAE-

PE, à luz da teoria dos dois fatores de Herzberg.

Identificar características da cultura organizacional do SEBRAE-PE, na percepção de

seus funcionários, em termos de estilo de liderança, relacionamento interpessoal e

organização do trabalho.

Relacionar elementos da cultura organizacional do SEBRAE-PE, em termos de estilo de

liderança, relacionamento interpessoal e organização do trabalho com fatores de

motivação segundo a teoria de Herzberg.

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1.2 Justificativas da pesquisa

1.2.1 Justificativas teóricas

Apesar de existirem muitos trabalhos sobre motivação e cultura organizacional,

poucos trabalhos foram encontrados relacionando esses dois temas: cultura organizacional e

teoria dos dois fatores de Herzberg, pelo menos na literatura pesquisada.

Outro aspecto que se pode salientar é fato de embora esses elementos culturais como:

valores, crenças, mitos, tabus, heróis, normas, símbolos sejam os mais citados pela literatura

(Tamayo, 1996; Naves; Coleta, 2004; Freitas, 2009), neste trabalho decidiu-se investigar a

cultura organizacional por meio de algumas de suas características quotidianas, tais como:

estilo de liderança, relacionamento interpessoal e organização do trabalho.

1.2.2 Justificativas práticas

Do ponto de vista prático, os resultados desta pesquisa poderão colaborar para a

unidade do SEBRAE-PE, em termo de políticas e práticas de recursos humanos, que venham

a aprimorar o ambiente de trabalho e a performance organizacional.

Da mesma maneira, conhecer os aspectos da cultura organizacional do SEBRAE-PE

que possam ser capazes de gerar um ambiente motivador nessa Instituição é de grande valia,

tendo-se em vista que pessoas motivadas podem ser capazes de levar empresas ao melhor

desempenho.

Finalmente, os resultados desta pesquisa poderão contribuir, ainda, não somente para

outras unidades do SEBRAE espalhadas pelo Brasil, mas também para outras empresas, na

medida em que auxiliarão gestores na elaboração de políticas para melhorar o ambiente de

trabalho, criando condições motivacionais suficientes para contar com a colaboração das

pessoas e alcançar a efetividade, tornando-os satisfeitos e bem-sucedidos em seus trabalhos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção serão apresentados os conceitos teóricos pertinentes à temática da pesquisa

em questão.

2.1 Motivação no trabalho

A produtividade e a satisfação de colaboradores no ambiente de trabalho têm sido

ratificadas como grande fator diferenciador da competitividade empresarial. De acordo com

resultados publicados anualmente por diversas empresas, verifica-se que, quanto maior é a

valorização, integração e motivação dos colaboradores, maior é a produtividade oferecida por

todos eles (Hunter, 2006).

Segundo Maximiano (2000), a palavra motivação (derivada do latim motivus, movere,

que significa mover) sugere o processo pelo qual um conjunto de razões ou motivos explica,

estimula ou provoca algum tipo de ação ou comportamento humano.

Solomon (2002) acredita que a motivação determina como as pessoas se comportam.

Reis Neto e Marques (2004) entendem que a motivação é vista como uma força propulsora,

cujas origens se encontram na maior parte do tempo escondidas no interior do indivíduo.

O desejo de compreender o que pode ser feito para aprimorar os níveis de motivação

das pessoas, desperta a curiosidade. Para Souza e Ferreira (2004, p. 72), “uma possível

definição para a motivação é o processo pelo qual o indivíduo é impulsionado a agir (ou

deseja fazê-lo) de determinado modo visando atender a uma ou mais necessidades”.

De acordo com Bergamini (1997) é uma tentativa de conhecer como o comportamento

é iniciado, persiste e termina. Quanto à maneira pela qual a motivação se processa no

indivíduo, a maior parte dos autores concorda que é por meio de um processo interno, mas

que pode sofrer influência de fatores externos.

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Segundo Araújo (2006, p. 51), “ninguém motiva ninguém”, mas ele acha que os

gestores devem “proporcionar condições que satisfaçam ao mesmo tempo necessidades,

objetivos e perspectivas das pessoas e da organização”. Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) não

creem na existência de fatores motivacionais universais. Segundo eles, os fatores variam de

indivíduo para indivíduo, variam ao longo do tempo e podem ser fruto da interação do

indivíduo com o grupo.

Ainda segundo esses autores, trata-se de um fator crítico de sucesso de uma

organização devido à sua estreita relação com o desempenho. A motivação pode produzir

melhoria no desempenho individual e de grupos quando se encontra aliada à convergência,

esforços e um sistema de gestão eficaz.

A motivação embora seja o desejo e a disponibilidade individual que leva o indivíduo

a tomar alguma atitude que o permita alcançar objetivos (metas) condicionados pela

capacidade de satisfazer objetivos individuais Visscher (1995), difere de satisfação no

trabalho pois embora considerem que as variáveis de conteúdo são as principais determinantes

da satisfação no trabalho não deixam de reconhecer a importância dos fatores de contexto,

destacando-se variáveis tais como: a possibilidade de crescimento, a supervisão, a segurança

no trabalho, a compensação financeira e o ambiente social (Moraes e Kilimnik, 1989).

Lawler (1993) considera a motivação como um fator crítico em qualquer planejamento

organizacional; para ele, é necessário entender a teoria motivacional para se pensar

analiticamente sobre todos os comportamentos nas organizações.

Lévy-Leboyer (apud Bergamini, 1997, p. 89) propõe claramente que:

A motivação não é nem uma qualidade individual, nem uma característica do

trabalho. Não existem indivíduos que estejam sempre motivados nem tarefas

igualmente motivadoras para todos. Na realidade, a motivação é bem mais do

que um composto estático. Trata-se de um processo que é ao mesmo tempo

função dos indivíduos e da atividade que desenvolvem. É por isso que a

força, a direção e a própria existência da motivação estarão estreitamente

ligadas à maneira pessoal que cada um percebe, compreende e avalia sua

própria situação no trabalho, e certamente não à percepção daqueles que

estão fora dela como os tecnocratas, os administradores e os psicólogos.

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Para Knap (2006, p. 95) “as organizações são compostas de pessoas, que representam

o coração da empresa, bombeando conhecimentos e ações para sua sobrevivência. Para que a

relação homem-empresa seja agradável e eficaz, devemos buscar harmonia e equilíbrio de

interesses”. Não há como uma organização alcançar seus objetivos, suas metas, sem que haja

um relacionamento harmonioso, capaz de superar as discordâncias e os conflitos, e que

consiga fazer das divergências uma oportunidade de estreitar as relações e aumentar a

capacidade de resolução dos problemas.

De acordo com o quadro 1 a seguir, podemos verificar a dimensão, os fatores e os

indicadores que serão analisados posteriormente.

Quadro 1– Motivação (Fatores Intrínsecos e Extrínsecos)

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Sá (1997).

2.1.1 Teorias da motivação no trabalho

Distinguem-se dois tipos de teorias da motivação: as teorias dos processos e as teorias

dos conteúdos (Aquino, 1981). As primeiras descrevem os processos motivacionais, "como se

está motivado", as segundas tentam explicar "por que se está motivado" (Azevedo, 1990).

Dimensões Fatores Indicadores

Motivação

Aspectos Intrínsecos

Aspectos Extrínsecos

Desafios/criatividade Responsabilidade

Desenvolvimento Pessoal e profissional Reconhecimento

Estilo de Liderança Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

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Os conteúdos podem variar de um trabalhador ao outro, de um emprego a outro, mas

os processos podem ser aplicados a todos os conteúdos (Bergamini, 1997). As teorias dos

processos buscam precisar como as variáveis interagem para mobilizar o comportamento dos

trabalhadores (Claret,1998)

Segundo Stoner e Freeman (1999, p. 328), a teoria da expectativa “tenta superar as

críticas direcionadas a certos pressupostos de outras teorias motivacionais – tais como: todos

os empregados são iguais, todas as situações são iguais, e há modo melhor de motivar os

empregados”. É, portanto, um modelo que tenta considerar as diferenças entre indivíduos e

situações, e especifica que o esforço para se atingir alta performance tem mais a ver com o

resultado da percepção se a recompensa vale o esforço despendido.

2.1.1.1 Teoria da hierarquia das necessidades – Maslow

De acordo com Bergamini (1996), Maslow é considerado o teórico de maior

notoriedade em se tratando da motivação vinculada à satisfação das necessidades humanas,

inclusive enfatiza que o mesmo propôs uma orientação teórica que enriqueceu sobremaneira

todos os trabalhos posteriores que visaram detectar objetivos motivacionais em situações de

trabalho.

Assim sendo, Bergamini (1982) e de acordo com a hierarquia das necessidades de

Maslow, o ser humano tende a procurar em primeiro lugar, em seu trabalho: a subsistência e o

bem-estar físico (alimentação, abrigo, repouso); em segundo lugar, a segurança,

principalmente por meio da manutenção do emprego (proteção, segurança, estabilidade);

depois ele inquieta-se com o relacionamento social no ambiente de trabalho (cultivo de

amizades, sua aceitação e integração no grupo); posteriormente procura o atendimento das

suas necessidades de estima (como ser admirado, obter reconhecimento pelo seu trabalho,

status); por fim, busca o atendimento à sua necessidade de auto realização, volta-se para o

desenvolvimento e aplicação do seu potencial e da experiência até então acumulada

(crescimento, autoconfiança, realização, progresso).

Segundo Sampaio (2005), alerta sobre o que pode acontecer na prática quando uma

empresa adota teoria de Maslow como subsídio para sua política de gestão.

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Há dois empregos possíveis. Um deles é acreditar na hierarquia das necessidades a

priori como pirâmide – e implementar inúmeras ações e programas. Não chega a ser

calamitoso, mas a empresa perderá a chance de criar condições reais para aumentar a

satisfação e o comprometimento dos empregados. Outra situação é aceitar que a motivação

tem as diversas dimensões apontadas por Maslow, que variam da remuneração e da segurança

do emprego à realização pessoal e à aprendizagem das pessoas, e admitir que sua

inobservância possa criar insatisfação. Vista dessa forma, a teoria de Maslow é benéfica, pois

ajuda muito a entender o que necessitam e desejam os diversos colaboradores de uma

organização e como agir para motivá-los.

Ainda Sampaio (2009) considera como uma equivocada interpretação da teoria de

Maslow, onde simplificaram em demasia os conceitos de sua teoria das necessidades, sendo

que:

Isto se torna claro por meio de uma leitura um pouco mais cuidadosa da obra

de Maslow, onde é possível perceber o quanto os estudiosos reduziram e

descaracterizaram seu pensamento..., diferentemente do que se pensa, seus

estudos sobre motivação humana tinham em vista o desenvolvimento de uma

teoria que pudesse servir de base para a compreensão do homem inserido na

sociedade, e não se aplica facilmente quando reduzida ao aspecto da vida

laboral. (Sampaio, 2009, p. 5-6).

Embora a teoria das Necessidades seja uma das mais populares no assunto da

motivação, muitas são as críticas a ela, uma delas é a de Bergamini (2008) afirma que a teoria

das necessidades de Maslow teve irrestrita aceitação, embora, paradoxalmente, tenha sido

apoiada em evidências insuficientes de pesquisa empírica. O seu princípio e enunciado não

sofreram praticamente nenhuma comprovação que testasse a sua validade na prática.

A teoria das necessidades de Maslow ainda hoje é uma das teorias sobre motivação

mais conhecidas. Isto pode ser atribuído à lógica intuitiva da teoria e à sua facilidade de

compreensão (Robbins, 2002).

Vale destacar que essa teoria apresenta-se na forma de uma pirâmide, organizada

segundo as necessidades humanas (conforme Figura 1).

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Em sua base encontram-se as necessidades consideradas como básicas ao bem-estar

físico, até aquelas de ordem mais superior que envolve a busca de auto realização (STONER,

1999).

Figura 1 – Hierarquia das Necessidades, de Maslow, 1943

Fonte: Adaptado de Rocha (2007 P.78)

2.1.1.2 Teoria da Expectativa - Vroom

Essa teoria declara que a motivação se encontra relacionada aos resultados que um

indivíduo busca e sua estimativa de que a ação levará aos resultados almejados. Este modelo

vem sendo aplicado por vários estudiosos no mundo, inclusive publicações internacionais

recentes têm dado importância a esta teoria, visando explicar porque muitos indivíduos não

estão motivados em seus ambientes de trabalho e, por isto, executam o mínimo necessário

(Jurkiewicz; Massey Jr, Brown, 1998; Régis; Falk, Dias, 2007).

Para Vroom (1964) o processo motivacional está alicerçado pelas relações existentes

entre três variáveis: Valência, Expectativa e Instrumentalidade (VIE). De acordo com Kanfer

(1990), diversos trabalhos como Porter, Lawler (1968); Campbell, Pritchard (1976), dentre

outros foram realizados em relação a esta Teoria e criaram um largo campo de pesquisas

relacionadas à previsão do desempenho da tarefa e escolha ocupacional.

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21

Marras (2000) descreve que a linha central de trabalho de Vroom permeia a reflexão

deque o comportamento humano é sempre orientado para resultados: pessoas fazem coisas

esperando algo em troca. A teoria defende que um indivíduo pode desejar aumentar a

produtividade quando três condições se impõem: Expectativa, Valência e Instrumentalidade.

a) Expectativa é a crença de que os esforços estão ligados à performance. Força do desejo de

alcançar objetivos individuais.

b) Valência é a importância colocada na recompensa. Relação percebida entre produtividade e

alcance de objetivos individuais.

c) Instrumentalidade é a crença de que a performance está relacionada às recompensas.

Percepção de sua capacidade de influenciar sua produtividade.

MOTIVAÇÃO - Energia que dirige escolhas comportamentais específicas

=

X X

Figura 2: Teoria das Expectativas

Fonte: Adaptado de M. Vieira (2006 p. 68)

De acordo com a teoria da expectativa, a quantidade de esforço que uma pessoa exerce,

uma tarefa específica depende da expectativa que ela tem de seu resultado.

EXPECTATIVA

Crença na probabilidade de

que o esforço conduza a um

bom desempenho

INSTRUMENTALIDADE

Crença na probabilidade de que

determinado desempenho conduza

à recompensa

VALÊNCIA

Valor atribuído aos

resultados esperados

• Auto eficácia – auto percepção da capacidade para desempenhar uma determinada tarefa; • Grau de dificuldade do objetivo - influencia as expectativas pois objetivos demasiado ambiciosos podem conduzir ao receio do seu não alcance; • Controlo percebido - afeta as expectativas dado que, para que estas sejam elevadas, os indivíduos devem percepcionar que detêm algum controlo.

Confiança no superior hierárquico; • Controle; • Políticas laborais.

Valores; • Necessidades; • Objetivos; • Preferências.

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22

Em relação à força de preferência de um indivíduo por determinado resultado, a

Valência expressa o montante do desejo de se chegar a um objetivo pessoal, podendo existir

valores tanto positivos como negativos, visto que os seres humanos possuem preferências

positivas ou negativas por determinado resultado. Sendo assim, o foco é a relação

recompensas-metas pessoais, ou seja, o nível em que as recompensas vêm satisfazer os

objetivos individuais e a atratividade destas potenciais recompensas para o indivíduo (Regis;

Calado, 2001).

De acordo com Stoner e Freeman (1999) essa teoria se baseia na hipótese de que o

desempenho ou a satisfação no trabalho é a avaliação que o sujeito faz sobre a justiça da

recompensa recebida. Considera-se que equidade pode ser explicada como o esforço ou

contribuição que o trabalhador empreende na organização e o pacote de recompensas

recebidas comparado com o que os demais recebem estando na mesma situação. Essa teoria

diz que a motivação depende da subjetividade da avaliação entre o quociente

esforço/recompensa de um indivíduo e sua relação com o quociente de outros em situações

semelhantes.

Para Vroom (1997) esta teoria explica porque muitos empregados se esforçam pouco,

limitando-se a fazer o mínimo. Se as pessoas não encontrarem reais motivos que justifiquem a

entrega ao trabalho, o desempenho pode resultar como medíocre.

2.1.1.3 Teoria X e Y - McGregor

A Teoria X e Y, de Douglas McGregor, foi publicada primeiramente em 1960 sob o

título The Human Side of Enterprise. Foi membro da School of Industrial Management do

Massachusetts Institute of Technology, procurou na sua pesquisa responder à pergunta

formulada por Alfred Sloan, na época membro da Comissão Consultiva da Mit's School of

Industrial Management: os dirigentes verdadeiramente eficientes são natos ou fazem-se por

si? (Mcgregor, 1992).

Durante mais de 20 anos McGregor pesquisou e estudou organizações buscando

responder essa questão. O seu enfoque principal foi sobre a percepção dos gestores,

administradores, dirigentes em relação ao comportamento humano no ambiente de trabalho,

que resultou em uma nova teoria denominada de X e Y.

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Segundo McGregor (1992), sinteticamente, a Teoria X representa as seguintes ideias

tradicionais sobre o controle do comportamento humano no trabalho: O ser humano em geral

não gosta intrinsecamente de trabalhar, e trabalha o mínimo possível. Por essa razão a maior

parte das pessoas precisa ser coagida, vigiada, orientada, ameaçada com castigos, a fim de

tudo fazer o devido esforço para alcançar os objetivos da organização. O ser humano médio

prefere ser dirigido, desejando evitar responsabilidades; é pouco ambicioso, procurando

segurança acima de tudo.

Enquanto que a Teoria Y, segundo McGregor (1992), representa a integração de

objetivos individuais e organizacionais, através de ações baseadas nas seguintes premissas:

a) O dispêndio de esforço físico e mental no trabalho é tão natural como o jogo ou

descanso. O ser humano comum não detesta, por natureza, o trabalho. Dependendo de

condições controláveis, o trabalho pode ser uma fonte de satisfação (e será

voluntariamente realizado) ou uma fonte de punição (e será evitado, se possível).

b) O controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de estimular

o trabalho em vista dos objetivos organizacionais. O homem está sempre disposto a se

autodirigir e se autocontrolar a serviço de objetivos com os quais se compromete.

c) O compromisso com os objetivos é dependente das recompensas associadas à sua

consecução. A mais importante dessas recompensas, isto é, a satisfação do ego e das

necessidades de autoafirmação pode ser produto direto do esforço feito em vista dos

objetivos organizacionais.

d) O ser humano comum aprende, sob condições adequadas, não só a aceitar

responsabilidades como procurá-las. A recusa de responsabilidades, a falta de ambição

e a busca de garantia são, geralmente, consequências da experiência, e não

características humanas inatas.

e) A capacidade de usar um grau relativamente alto de imaginação, de engenhosidade

e de criatividade na solução de problemas organizacionais é mais amplamente

distribuída na população do que geralmente se pensa.

f) Nas condições da vida industrial moderna, as potencialidades intelectuais do ser

humano comum estão sendo parcialmente usadas.

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Ainda, segundo o autor, o empenho em alcançar objetivos é função das recompensas

atribuídas ao êxito da tarefa. Em condições apropriadas o ser humano, em média, aprende não

só a aceitar, mas a procurar responsabilidades. A capacidade de exercitar, em grau

relativamente elevado, a imaginação, o talento e o espírito criativo na solução de problemas

organizacionais, está distribuída ampla, e não escassamente, entre as pessoas. Nas condições

da vida industrial moderna, as potencialidades intelectuais do ser humano são, em média,

utilizadas apenas parcialmente.

2.1.1.4 Teoria ERG – Alderfer

Desenvolvida pelo psicólogo Clayton Alderfer, a partir da teoria de Maslow e de

novas pesquisas, a Teoria ERG concorda que a motivação do trabalhador pode ser medida

seguindo uma hierarquia de necessidades, porém diverge da Teoria de Maslow em alguns

pontos básicos. Na sua proposta, ele diminui a hierarquia de Maslow, condensando as

necessidades de auto realização e estima em crescimento (Growth), dando ao afeto o nome de

Relacionamento (Relatedness) e às necessidades fisiológicas o nome de existência (Existence)

(Hampton, 1992).

Maslow via as pessoas subindo progressivamente dentro da hierarquia das

necessidades.

Já Alderfer percebia que as pessoas subiam e desciam dentro da hierarquia das

necessidades e que existiam apenas três fatores essenciais para motivação:

- Necessidade existencial: necessidades básicas de Maslow, ou seja, necessidades de

sobrevivência.

- Necessidades de relacionamento: o ser humano tem necessidade de relacionamentos

interpessoais, ou seja, sociabilidade e relacionamento social.

- Necessidades de crescimento: necessidade que o ser humano tem de criar, dar sugestões,

participar, etc.; desenvolvimento do potencial humano.

Assim como Maslow, Alderfer sugere que esses três objetivos existam também numa

relação sequencial, vindo assim, sucessivamente: necessidades de existência, que englobam

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tanto as necessidades básicas fisiológicas como as de segurança; as necessidades de

relacionamento, que dizem respeito a ser significativo e lograr bom relacionamento pessoal;

finalmente as necessidades de crescimento, entendidas como as de mais alto nível que

incluem a autoestima e auto realização (Bergamini, 1997).

2.2 Teoria da Motivação/Higiene: Modelo dos Dois Fatores - Herzberg

A teoria da motivação/Higiene surgiu da preocupação de Frederick Herzberg (1968)

em pesquisar diretamente no contexto do trabalho, quais os fatores que se achavam

relacionados com aquelas atitudes que influenciava a produção e as situações que

determinavam satisfação no trabalho.

Segundo Carnegie (2002, p. 78) enumera alguns dos anseios comuns à maioria das

pessoas, elegendo como a mais ressaltante o sentimento de importância individual, destacando

ao declarar que “a vida de muitas pessoas provavelmente transformaria se alguém as fizesse

sentirem-se importantes”:

• saúde e preservação da vida;

• alimento;

• repouso;

• dinheiro e as coisas que o dinheiro pode proporcionar;

• vida futura;

• satisfação sexual;

• bem-estar dos filhos;

• sensação de importância.

Ainda segundo o autor, quando uma tarefa é realizada de forma satisfatória, muito

dificilmente recebe elogio do supervisor. No entanto, quando algo sai errado, não raramente

sem o direito de explicação por parte do empregado, a crítica vem e soa-lhe em seu íntimo,

causando desânimo e desmotivação.

De acordo (Pinto, 2002, p. 80, tradução do autor) o problema que chamava a atenção

de Herzberg era que, tanto no campo da saúde física como psicológica, dispunha-se na época

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de um amplo conhecimento em relação às causas das enfermidades que ocorriam como as

pessoas, porém muito pouco se sabia a respeito daquilo que fazia com que as pessoas se

conservassem saudáveis.

A análise dos dados permitiu entender que quando determinados fatores estão

presentes, há um alto nível de satisfação, mas a insatisfação determinada pela ausência deles

não chegava a ser significativamente proporcional – são os fatores que Herzberg (1968)

chamou motivacionais. Por outro lado, outros fatores quando estavam ausentes

proporcionavam grande insatisfação, mas sua presença não trazia o mesmo nível percentual

de satisfação – a esses ele chamou higiênicos.

Os fatores motivacionais ou intrínsecos diferem essencialmente dos fatores higiênicos

pelo fato de provocarem a motivação humana. Estão relacionados ao conteúdo do cargo e à

natureza das tarefas executadas. Dessa forma, tais fatores estão sob o controle da pessoa, ao

passo que os fatores higiênicos são de responsabilidade do meio externo ao indivíduo.

Essa importante descoberta levou Herzberg (1968) a afirmar que o contrário de

satisfação não pode ser chamado de insatisfação, mas caracteriza-se mais como nenhuma

satisfação. Da mesma forma, o contrário de insatisfação não pode ser entendido como

satisfação, mas nenhuma insatisfação.

Outro aspecto de grande interesse prático desse trabalho de Herzberg (1968) foi o de

poder distinguir as pessoas em tipos ou estilos motivacionais diferentes. Para ele, há pessoas

voltadas essencialmente à procura da realização, da responsabilidade, do crescimento, da

promoção do próprio trabalho e do reconhecimento merecido. Essas pessoas são tidas como

tipos que “procuram motivação”. A tarefa em si adquire grande significado para elas e fatores

ambientais pobres não lhes criam grandes dificuldades, pelo contrário, elas são muito

tolerantes para com eles.

Por outro lado, existem indivíduos cujo referencial ambiental adquire grande relevo,

centralizando sua atenção em elementos tais como o pagamento, vantagens adicionais,

competência da supervisão, condições de trabalho, segurança, política administrativa da

organização e os colegas de trabalho. A essas pessoas, Herzberg (1968) chama de tipos que

“procuram manutenção”.

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A partir daí, Herzberg (1968) distinguiu dois fatores, os higiênicos e os motivacionais.

Ademais, teceu considerações a respeito da satisfação e da insatisfação no trabalho.

Os fatores higiênicos são aqueles caracterizados por se localizarem no ambiente

externo e abrangerem todos os benefícios que a organização oferece a seus empregados, tais

como: política e administração da empresa, supervisão, relacionamento com colegas e chefes,

condições de trabalho, salário, status e segurança. Eles são chamados de higiênicos pelo fato

de serem essencialmente preventivos, pois, quando não estão presentes e adequados, podem

gerar insatisfação. No entanto, esse autor constatou que a recíproca dessa situação não conduz

necessariamente à satisfação e, sim, a não-insatisfação. Esses fatores também são conhecidos

como fatores de contexto ou fatores extrínsecos.

Já os fatores de satisfação, ainda segundo esse autor, são aqueles provenientes da

posição ocupada pelo empregado na empresa, ou seja, a responsabilidade com as atividades

que realiza: reconhecimento do trabalho e crescimento profissional. Eles também são

conhecidos como fatores internos ou intrínsecos.

Abaixo, podemos vizualizar o quadro 2 onde verifica-se os fatores intrínsecos e

extrínsecos.

Quadro 2– Fatores Intrínsecos e Extrínsecos

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Sá (1997).

Aspectos Intrínsecos

Aspectos Extrínsecos

Desafios/criatividade Responsabilidade

Desenvolvimento Pessoal e profissional Reconhecimento

Estilo de Liderança Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

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Esta teoria recebeu críticas relacionadas à falta de consistência empírica para a divisão

dos aspectos dos trabalhos como intrínsecos ou extrínsecos e para a separação de satisfação e

insatisfação como eventos distintos Locke (1976). Locke e Whiting (1974) relatam que alguns

dos seus estudos e de outros autores identificaram aspectos classificados por Herzberg como

motivadores (relacionados ao conteúdo do trabalho) e outros classificados como de higiene

(remuneração, condições de trabalho, políticas da empresa, políticas da empresa e relações

interpessoais) sendo responsáveis tanto pela satisfação como pela insatisfação no trabalho, ou

seja, a mesma classe de eventos é responsável tanto por satisfação como insatisfação.

Outro aspecto apontado por Locke (1976) é que Herzberg não considera a existência

de diferenças entre empregados no relato de fonte de satisfação e insatisfação no trabalho.

Ainda, segundo o autor, embora seja possível defender que tenha os mesmos valores e, uma

vez que os valores dos indivíduos são os principais determinantes de suas reações emocionais

no trabalho, estes diferentes valores não podem ser desconsiderados na avaliação das fontes

de satisfação e insatisfação.

Apesar das críticas, esta teoria tem sido utilizada nos estudos da motivação no

trabalho, podendo ser encontrada em estudos como os de Basset-Jones e Lloyd (2005), Coda

(1986) e Paula (1990).

Diante dessas Teorias da motivação no trabalho, apresentadas, escolheu-se a Teoria da

Motivação/Higiene – Modelo dos Dois Fatores de Herzberg (1968) para apoiar este trabalho,

ao que se refere à motivação, por considerá-la mais adaptada ao estudo que se pretende fazer,

isto é: investigar que aspectos da cultura organizacional podem favorecer a formação de um

ambiente motivador na unidade SEBRAE-PE, segundo a percepção de seus funcionários, em

termos de estilo de liderança, relacionamento interpessoal e organização do trabalho.

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2.3 Cultura organizacional

Várias ciências sociais, como a antropologia, sociologia e a psicologia têm utilizado o

termo cultura para expressar diferentes significados Grӧschle e Doherty (2000). Na área da

administração de empresas esse termo surgiu no final da década de 60, quando passou a ser

alvo de vários estudos e publicações.

Nessa área, um dos autores mais citados tem sido Schein (2009), o qual conceitua

cultura como um padrão de premissas básicas compartilhadas que o grupo aprendeu à medida

que resolvia seus problemas de adaptação externa e integração interna, que funcionou

suficientemente bem para ser considerada válida e, portanto, para ser ensinada aos novos

membros como o meio correto de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.

Antropólogos como Geertz (1989) tratam a cultura como sistemas de símbolos e

significados compartilhados, cujo foco de seu estudo se refere a como os indivíduos

interpretam e compreendem as suas experiências e como estas se relacionam à ação. Esse

autor, inclusive, busca a essência da cultura em Max Weber, defendendo a ideia de que o

homem é um ser amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, assumindo a cultura

como estas teias Geertz (1989).

A cultura organizacional pode ser estudada sob três perspectivas diferentes, definidas

de acordo com as opções teórico-metodológicas tomadas por cada autor, são elas (Carrieri;

Leite-da-Silva, 2006).

integração – Perspectiva que reconhece os estudos sobre a consistência das

manifestações culturais e a forma como as organizações estão diretamente ligadas

ao consenso e à transparência. Para haver integração é preciso apenas resolver o

problema da ambiguidade;

diferenciação – Perspectiva que pressupõe que apenas dentro de um determinado

grupo específico, e não em toda organização, existe consistência das manifestações

culturais;

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fragmentação – Perspectiva voltada para as inconsistências culturais, e não

acredita no consenso ou transparência, este tipo de estudo mostra um tipo de

organização inserida em um universo de diversidades.

Para Crozatti (1998, p.11), “[...] hábitos, atitudes e comportamentos derivam dos

atributos de uma cultura. Os hábitos são as obras feitas pelos indivíduos em resposta as

vinculações culturais”. As atitudes são “[...] ações conscientes, ou seja, tomadas como

resposta racional a uma informação. O que diferencia hábitos de atitudes é o diferente nível de

racionalidade existente”. Quanto ao comportamento, é “[...] o conjunto de hábitos e atitudes

observados, razoavelmente padronizados em um grupo de pessoas que expressam sua

identidade e nível de coesão”.

Segundo Smircich (1983, p. 339) “o conceito de cultura tem sido cada vez mais ligado

com o estudo das organizações”, o que pode ser constatado pelo número de publicações nessa

área. Segundo Freitas (2009) “a conceituação de cultura pelos seus elementos acaba por se

revelar envolvente e plena de detalhes que nos passam despercebidos na vida organizacional

cotidiana”.

No ambiente organizacional a cultura pode ser vista como um poderoso mecanismo

que busca conformar condutas, homogeneizando maneiras de pensar e viver a organização,

introjetando uma imagem positiva da mesma, dando a ideia de que todos são iguais

escamoteando as diferenças e anulando a reflexão (Freitas, 1991a). Esse conceito leva a crer

que a cultura pode ser planejada e modificada de acordo com os interesses organizacionais.

De acordo com Freitas (1991) ressalta a importância dos valores para formar o coração

da cultura organizacional, definir sucesso em termos concretos para os empregados e

estabelecer os padrões que devem ser alcançados. Representam a essência da filosofia da

organização para o atingimento do sucesso, pois fornecem um senso de direção comum para

todos os empregados e um guia para o comportamento diário.

Vale a pena salientar que cada organização tem seu universo próprio, por mais que

esteja inserida no mesmo contexto sócio-econômico-cultural, cada uma apresenta

características singulares, pois no ambiente interno existem variáveis que diferenciam uma

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das outras, como por exemplo: a história, os valores, crenças e normas adotadas na

organização isto é, os aspectos que lhes dão característicos ou identidade.

O conceito sobre cultura organizacional divulgado por Schein (2009) indica

dinamicidade e a considera passiva de ser aprendida, transmitida e mudada. Ele aceita que

esse conceito é complexo suficientemente para ser empregado na compreensão dos

fenômenos que acontecem em grupos pequenos ou equipes de trabalho ou em grandes grupos

como uma nação ou uma sociedade.

Segundo Schein (2009) as culturas emergem, basicamente, de três fontes:

(1) As crenças, valores e suposições dos fundadores; (2) As experiências de aprendizagem

dos membros do grupo à medida que a organização se desenvolve; e (3) As novas crenças,

valores e suposições introduzidos por novos membros e líderes (p. 211-212).

Esse autor acrescenta, ainda, que embora cada uma dessas fontes exerça um papel

crucial, de longe o mais importante para a origem da cultura é o impacto dos fundadores; e

que, apesar dela ser criada por experiências compartilhadas, na visão de Schein (2009, p.

211), “é pela figura do líder que se inicia o processo ao impor suas crenças, valores e

suposições desde o início”, mostrando, dessa forma, que o líder tem um importante papel na

formação da cultura de uma organização.

Assim como Schein (2009), Hofstede (2003), aponta níveis diferentes de manifestação

da cultura. Para este, como se fosse várias camadas de uma cebola, a cultura possui no núcleo

os valores, na parte mais visível os símbolos e nas camadas intermediárias os heróis e rituais.

Símbolos, heróis e rituais dizem respeito às manifestações práticas da cultura, e os valores à

orientação de sentido.

Segundo o mesmo autor, os valores, muitos deles adquiridos ainda na infância de

forma inconsciente, não são diretamente perceptíveis do exterior e se manifestam nas

orientações entre o lado positivo e o negativo. Os rituais, próxima camada do centro para a

superfície da cebola, são essenciais para cumprir fins determinados, como a integração do

grupo, enquanto os heróis funcionam como modelos de comportamento. Os símbolos, camada

superficial, permitem o reconhecimento direto de um significado particular entre os membros

da mesma cultura Hofstede, (2003)

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Para Hatch (1993), o valor explicativo do modelo de depende do conhecimento dos

elos que se estabelecem entre os pressupostos básicos, valores e artefatos. Ou seja, é

exatamente esta relação que não retrata de forma aprofundada no seu trabalho. Ele preferiu

discutir a dinâmica da cultura, abordando-a como um produto apreendido da experiência

vivenciada pelos membros da organização. Deu ênfase ao modo como os valores e crenças

dos fundadores da organização são ensinados aos novos membros e validados pelo sucesso

e/ou pela transformação cognitiva dos pressupostos básicos.

É justamente esta dinâmica cultural que é diferentemente retratada por Hatch (1993),

que procura expandir a capacidade de explicação da proposta teórico-metodológica. Essa

autora incorpora a dimensão simbólica presente nas abordagens interpretativas da cultura e

procura explicar à dinâmica que se estabelece entre os elementos centrais (artefatos, valores,

pressupostos e símbolos) da cultura organizacional.

Na sua proposta, esta autora defende que os processos de realização, manifestação,

simbolização e interpretação possibilitam uma nova leitura da cultura organizacional,

concebendo-a como um produto da ação humana e não como um processo linear. A proposta

assume que estes processos ocorrem de forma simultânea, de modo a produzir e reproduzir a

cultura organizacional em condições de mudança e de estabilidade.

Para Fleury (1989), é possível distinguir três tipos de postura com referência à

investigação dos fenômenos culturais das organizações. A primeira seria a empiricista ou do

fotógrafo social, e implica considerar a sociedade como a somatória de indivíduos e a cultura

como a somatória de opiniões e comportamentos individuais.

A segunda seria a do antropólogo, em que o pesquisador penetra na vida

organizacional como observador. A terceira seria do clínico ou terapeuta, que tem a

organização como cliente ou objeto de estudo, e busca obter insights que auxiliarão na

resolução de queixas por ela apresentadas.

Além disso, ao perceber um sistema cultural em caráter transitório e que passa por um

processo de hibridização entre o local o global, o modelo admite caráter dinâmico aos traços

culturais e à gestão praticada no Brasil, de maneira até semelhante com as tensões avaliadas

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por Caldas (2009) para caracterização dos perfis culturais múltiplos e fluidos dentro do país,

não caindo facilmente na armadilha das generalizações improváveis.

2.3.1 Elementos da cultura organizacional

O estudo dos elementos da cultura organizacional se faz presente na maioria dos

estudos feitos da área, os pesquisadores buscam por meio destes, compreender e explicar o

funcionamento e importância que o seu desvendamento tem para as organizações. Freitas

(2009) considera que a descrição dos elementos que constituem a cultura organizacional,

busca entender a forma como eles funcionam e as mudanças comportamentais que eles podem

provocar; são maneiras de dar ao assunto um tratamento mais concreto e possibilitar o seu

reconhecimento mais facilmente.

Esses elementos fazem com que a cultura se torne uma competência distinta uma fonte

de identificação, uma espécie de “cimento que mantém os membros unidos”, fornecendo uma

interpretação ou uma mensagem para os membros da organização a respeito do que se

considera importante ou válido Freitas (2009).

Para Tamoyo (1996), os elementos que constituem a cultura de uma sociedade ou de

uma empresa são: valores, normas, crenças compartilhadas, símbolos e rituais. Para essa

autora, são esses mesmos elementos culturais compartilhados que constituem os padrões para

perceber, pensar, agir e se comunicar.

Todos esses elementos são imprescindíveis para a formação da cultura, mas a forma

como eles são transmitidos de um indivíduo para o outro é tão importante quanto eles

próprios, já que é através da comunicação que o homem é capaz de interagir com o outro bem

como transmitir sua cultura entre as gerações Carrasco (2001).

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Carvalho E Tonet (1994, p.142-143) definem estes elementos da seguinte maneira:

Valores correspondem a tudo aquilo que a organização considera importante para

preservar, realizar e manter a imagem e o nível de sucesso desejado, como por

exemplo, a importância da satisfação do usuário ou cliente, etc.

Crenças que podem ser sentidas através do comportamento das pessoas e estão ligadas

a busca de eficiência; ritos são as formas como são praticadas e perseguidas as crenças

e metas planejadas no dia- a- dia. Tais ritos constituem expressões tangíveis da cultura

organizacional. São exemplos de ritos os procedimentos para a introdução de um novo

empregado, etc.

Tabus referem-se às proibições impostas aos membros da organização e às orientações

e fatos tidos como inquestionáveis. O fato de que a chefia sempre deve receber salário

superior ao dos subordinados constitui um exemplo de tabu na organização.

Mitos organizacionais são gerados pela cultura existente e correspondem a expressões

conscientes da mesma. Guardam relações com as crenças e valores professados.

Normas é o conjunto de regras escritas ou não que direcionam a forma como as

pessoas devem proceder para que a organização alcance seus objetivos. Podem ser

aceitas ou não pelo grupo, dependendo de quanto coerentes são em relação às

expectativas e aspirações deste grupo.

Comunicação Formal é a comunicação sistemática entre a organização e o ambiente

externo e interno, através de comunicado, entrevistas, memorandos, ofícios, textos,

etc.

Comunicação Informal é a comunicação assistemática que não está sujeita as normas

ou controles. Ocorre através de relação de ajuda, simpatias, compadrios, boatos, etc.

Embora esses elementos culturais sejam os mais citados pela literatura (Tamayo, 1996;

Naves; Coleta, 2004; Freitas, 2009), neste trabalho decidiu-se investigar a cultura

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organizacional por meio de algumas de suas características quotidianas, tais como: estilo de

gestão, relacionamento interpessoal e a organização do trabalho, tal como procederam Sá e

Lemoine (1998, 1999, 2000) em vários dos seus trabalhos. Para esses autores, essas

características ou elementos da organização traduzem os seus valores ou a sua cultura.

2.3.2 Métodos para desvendar a cultura organizacional

Nesta seção, serão analisados três métodos possíveis de diagnóstico da cultura

organizacional: o método de Boyer e Equilbey (1986), Thévenet (1993) e Fleury e Freitas

(1996), os quais serviram de base para os estudos de Sá e Lemoine (1998, 1999, 2000).

2.3.2.1 O método de Boyer e Equilbey

Segundo Boyer e Equibey (1986), o diagnóstico da cultura deve ser feito por uma

equipe externa de maneira a perceber, de forma mais objetiva possível, o contexto da empresa. É

um exame que se baseia sobre quatro dimensões culturais:

- sua história: trata-se de reconstituir a evolução cultural da empresa;

- sua profissão: conhecer o que a empresa sabe realmente fazer;

- os sinais e os símbolos característicos da empresa;

- os valores: significa recuperar os valores declarados e seu modo de expressão.

2.3.2.2 O método de Thévenet

Thévenet (1993) propõe um método cujo procedimento se compõe de três etapas:

Etapa 1: coleta das informações - é o recolhimento das informações nas áreas onde as marcas

de cultura parecem ser mais visíveis. Segundo o autor, existem cinco categorias principais de

informações:

- os fundadores e as circunstâncias da informação: esses dados permitem retornar às

injunções e aos princípios de criação da empresa;

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36

- a história: é o lugar de demarcação das lógicas subjacentes ao desenvolvimento da

empresa;

- a profissão: é a fonte das referências de base construídas pela empresa no exercício

de suas atividades;

- os valores: eles permitem distinguir o que é bom ou não, nos critérios de qualidade,

de satisfação e de eficiência;

- os sinais e os símbolos: é o que a empresa comunica sobre ela mesma nas suas

aparências ou nas suas imagens.

Etapa 2: pesquisa das hipóteses de cultura - é a determinação das lógicas subjacentes a essas

cinco categorias de informações.

Etapa 3: validação das hipóteses - consiste em confrontar as hipóteses aos acontecimentos ou

fatos que vão indicar a sua confirmação ou não.

2.3.2.3 O método de Fleury e Freitas

Fleury e Freitas (1996) propõe também uma metodologia para descobrir a

cultura de empresa. Este método aborda os temas seguintes:

- o histórico da organização: se trata de recuperar o momento de criação da empresa e

sua inserção no contexto político e econômico da época;

- o processo de socialização dos novos membros: é através das estratégias de

integração do indivíduo que os valores da organização lhe são transmitidos;

- as políticas de recursos humanos: elas têm um papel muito importante no processo de

construção da cultura organizacional;

- os processos de comunicação: eles constituem um elemento essencial no processo de

criação, transmissão e cristalização do universo simbólico de uma empresa;

- a organização do processo de trabalho: a análise desse processo, em seus

componentes tecnológico e social, representa uma categoria metodológica importante para se

descobrirem os aspectos formadores da identidade organizacional.

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37

2.3.2.4 O método de Sá e Lemoine

Sá e Lemoine (1997, 1999) a partir da definição de Fleury e Freitas (1996), traduzem a

organização do processo de trabalho nas seguintes práticas quotidianas: estilo de liderança,

relacionamento interpessoal e organização do trabalho e as definem como elementos ou

características capazes de diagnosticarem a cultura de uma organização. Esse mesmo método

será adotado por este trabalho.

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38

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 Caracterização da pesquisa

De acordo com Gil (2007) o delineamento da pesquisa é o planejamento de forma

mais ampla, em que o pesquisador estará preocupado com os meios técnicos da investigação.

Nesta pesquisa, optou-se pelo o método qualitativo, para a coleta e a análise dos

dados, visto que ele é mais adequado quando se busca interpretar realidades sociais (Bauer;

Gaskell; Allum, Godoi e Balsini 2006; 2008; Roesch, 2005; Flick, 2004).

Segundo Richardson (2008) a abordagem qualitativa de um problema, além de ser

uma alternativa viável ao investigador, justifica-se, principalmente, por se configurar como

uma forma adequada para compreender a natureza de um fenômeno social.

De acordo com Roesch (2006) não existe um método que seja melhor para um projeto,

mas é necessário que ele seja coerente com o problema e objetivos do mesmo, com as

limitações práticas de tempo, com o custo e a disponibilidade dos dados.

Esse mesmo autor destaca, ainda, que a abordagem qualitativa permite a riqueza dos

dados, a exploração de contradições e paradoxos, além de buscar não a regularidade, mas a

compreensão dos comportamentos.

Para Flick (2009, p.37) a pesquisa qualitativa dirige-se à análise de casos concretos em

suas peculiaridades locais e temporais, partindo das expressões e atividades das pessoas em

seus contextos locais.

Ainda segundo o autor, a pesquisa qualitativa ocupa uma posição estratégica para

traçar caminhos para que as ciências sociais, a psicologia e outras áreas possam concretizar e

transformá-las em programas de pesquisa.

Para Vieira (2006) esse método permite a riqueza dos dados, a exploração de

contradições e paradoxos e costuma ser utilizado para “análise de fenômenos vinculados à

cultura organizacional” (p. 15). “Trata-se de um método que busca não a regularidade, mas

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39

compreender o que levou os agentes a agir como agiram”, conforme alertam Godoi e Balsini

(2010, p. 91).

Uma pesquisa é exploratória quando visa proporcionar uma visão geral de um

determinado fato do tipo aproximativo, envolver levantamento bibliográfico entrevista com

pessoas que tiveram (ou tem) experiências práticas com o problema pesquisado e análise de

exemplos que estimulem a compreensão. Possui ainda a finalidade básica de desenvolver,

esclarecer e modificar conceitos e ideias para a formulação de abordagens posteriores. “Dessa

forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador

acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar

hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores” (Gil, 1999, p. 43).

Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva definida por Gil (1989) como sendo

aquela que tem como alvo apresentar as características de um grupo ou de uma população,

incluindo também as pesquisas que têm por alvo levantar opiniões, atitudes e crenças de uma

população.

Para Yin (2005), estudo de caso é uma investigação empírica, um método que abrange

tudo – planejamento, técnicas de coleta de dados e análise dos mesmos.

Segundo Roesch (1999), o estudo de caso possui relevante importância, pois, dá

oportunidade de analisar o fenômeno em seu contexto, além de ser especialmente adequado

em estudos no que diz respeito a eventos organizacionais.

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3.2 Delineamento da pesquisa

O delineamento da pesquisa segundo Kerlinger (1980) focaliza a maneira pelo qual

um problema de pesquisa é concebido e colocado em uma estrutura que se torna um guia para

a experimentação, coleta de dados e experimentação como mostra o quadro abaixo.

Figura 03: - Desenho da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor

3.3 Locus da pesquisa

Estabeleceu-se como lócus desta pesquisa a unidade do SEBRAE, localizado na

cidade de Recife-PE, que se constitui de uma entidade privada sem fins lucrativos criada em

1972. Tem por missão promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos

empreendimentos de micro e pequeno porte.

O Direcionamento Estratégico nasceu da necessidade de atualização consequente das

mudanças ocorridas no cenário econômico e social do país nos últimos anos, dos resultados

alcançados e das experiências acumuladas pela instituição, tendo chegado o momento de o

Sistema SEBRAE rever estratégias e estabelecer novas prioridades institucionais.

• Pesquisa qualitativa

• Pesquisa exploratória

• Pesquisa descritiva

• Estudo de caso

Caracterização

• Unidade de atendimento do SEBRAE – Recife - PE Lócus

• Funcionários do SEBRAE – Recife - PE Sujeitos

• Entrevista por pauta

• Observação direta não-participante Coleta dos Dados

• Análise de conteúdo Análise dos Dados

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Por meio de parcerias com os setores público e privado, o SEBRAE promove

programas de capacitação, estímulo ao associativismo, desenvolvimento territorial e acesso a

mercados. Trabalha pela redução da carga tributária e da burocracia para facilitar a abertura

de mercados e ampliação de acesso ao crédito, à tecnologia e à inovação das micro e pequenas

empresas.

O SEBRAE tem por objetivo promover maior competitividade e melhor

desenvolvimento de forma integrada e sustentável das micro e pequenas empresas brasileiras.

Ao ofertar cursos, palestras e debates para pequenos e micro empresários o SEBRAE

contribui diretamente para o desenvolvimento da economia nacional, pois fomenta o aumento

da produção nacional. O que gera mais empregos e mais desenvolvimento pleno. O SEBRAE

oferece condições para que pequenas e micro empresas sobrevivam no cenário nacional.

Um dos focos do SEBRAE também se nota na atuação da empresa junto ao

fortalecimento do empreendedorismo e aceleração de processos de formalização econômica

através de parcerias firmadas entre empresas públicas e privadas.

3.4 Sujeitos da Pesquisa

Os sujeitos desta pesquisa são os funcionários do SEBRAE-PE, em um total de 48

pessoas. Inicialmente esperava-se entrevistar parte desses, até se alcançar a saturação das

informações, a qual é definida por Godoy (2006) como um ponto a partir do qual a aquisição

de informações se torna redundante. Segundo esta mesma autora, saturação das informações é

uma prerrogativa exclusiva de uma abordagem qualitativa, prática que dispensa a seleção de

uma amostra de pesquisa.

Entretanto, desse total de 48 funcionários, 12 sujeitos estavam de férias, 9 em

atividade externa e 2 recusaram-se a responder às questões; chegando a um efetivo de 25

pessoas, onde, apenas 6, exerciam cargos de gestores e 19 funcionários restantes,

complementam o total das pesquisas. Vale aqui ressaltar que esse total de entrevistados foi o

suficiente para saturar as informações necessárias para esta pesquisa.

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3.5 Dimensões da pesquisa

As dimensões da pesquisa são: motivação e cultura organizacional, cujas subdivisões

podem ser verificadas a seguir.

Quanto aos fatores ligados à motivação têm-se aspectos intrínsecos e extrínsecos. Com

relação aos indicadores referentes aos fatores intrínsecos tem-se: desafio/criatividade;

responsabilidade; desenvolvimento pessoal e profissional; reconhecimento. No que se refere

aos indicadores dos fatores extrínsecos tem-se: estilo de liderança, relacionamento

interpessoal e organização do trabalho.

Quanto aos fatores relacionados à cultura organizacional, tem-se: estilo de liderança,

relacionamento interpessoal e organização do trabalho. No que concerne aos indicadores do

estilo de liderança têm-se: apoio; confiança; superioridade/inferioridade. Quanto ao

relacionamento interpessoal: equipe; colaboração; amizade. Referindo-se à organização do

trabalho: autonomia e decisão.

O quadro a seguir apresentam as dimensões da pesquisa, fatores indicadores:

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Quadro 3– Dimensões da Pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Sá (1997).

Explanadas as dimensões desta pesquisa, apresentam-se, na próxima seção, os

instrumentos de coleta dos dados.

3.6 Instrumentos de coleta dos dados

Como instrumento de coleta dos dados foi utilizado à entrevista por pauta, “por esta

ser uma técnica eficiente para a obtenção de dados acerca dos mais diversos aspectos da vida

social” (Gil, 2002 p.63). Minayo (2004, p.113) revela que: “a entrevista não é simplesmente

um trabalho de coleta de dados, mas sempre uma situação de interação na qual as informações

dadas pelos sujeitos podem ser profundamente afetadas pela natureza de suas relações com o

entrevistador”.

Dimensões Fatores Indicadores

Motivação

Cultura Organizacional

Aspectos Intrínsecos

Aspectos Extrínsecos

Desafios/criatividade Responsabilidade

Desenvolvimento Pessoal e profissional Reconhecimento

Estilo de Liderança Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Estilo de Liderança

Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Apoio Confiança

Superioridade/Inferioridade

Equipe Colaboração Amizade

Autonomia Decisão

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A entrevista por pauta (cf. roteiro no Apêndice A) apresenta certo nível de

estruturação, pois se guia por uma relação de pontos de interesse do entrevistador, ordenadas

e relacionadas entre si. São feitas poucas perguntas diretas e deixa o entrevistado falar

livremente (Gil, 1999).

Da mesma maneira, os dados serão, ainda, coletados por meio de observações diretas

não-participantes. Ela é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações de

determinados aspectos da realidade. Além de ver e ouvir, o observador também examina os

fenômenos que se pretende estudar (Marconi; Lakatos, 2008; Barros; Lehfeld, 2005).

Segundo Flick (2009), a observação direta não participante é uma metodologia

sistematizada e aplicada na pesquisa qualitativa, que verifica as competências da fala e da

escuta nas entrevistas; elas envolvem praticamente todos os sentidos.

As evidências observacionais são, em geral, úteis para fornecer informações adicionais

sobre o tópico que está sendo estudado. As dificuldades observadas foram no que concerne ao

tempo disponibilizado pelos colaboradores, visto que a maioria não poderia parar as suas

atividades, sendo realizadas as entrevistas no horário de almoço ou ao término de suas

atividades. As facilidades observadas constituem-se no fato do entrevistador realizar serviços

de consultoria e instrutória na unidade SEBRAE-PE como terceirizado, o que facilitou seu

deslocamento entre os departamentos para a realização da pesquisa.

3.7 Processo de coleta dos dados

A escolha do SEBRAE-PE para a realização desta pesquisa deveu-se ao fato do autor

fazer parte dessa instituição, como consultor terceirizado; esta condição facilitou o seu acesso

aos entrevistados.

A pesquisa foi realizada no período compreendido entre 28 e 31 de janeiro de 2013 e

25 funcionários foram entrevistados. Todas as entrevistas foram gravadas em áudio,

posteriormente transcritas com o objetivo de prover o devido tratamento analítico adequado.

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As entrevistas realizadas juntamente com os funcionários do SEBRAE_PE duraram

em média (7 min.).

3.8 Técnicas de análise dos dados

Há diferentes técnicas que podem ser utilizadas na execução de pesquisas

diferenciadas, mas a análise de conteúdo consiste numa técnica de análise de dados que vem

sendo utilizada com frequência nas pesquisas qualitativas no campo da administração, assim

como na psicologia, na ciência política, na educação, na publicidade e, principalmente, na

sociologia. Na realidade, como refere Flick (2009), a pesquisa qualitativa é recente e ocorreu

concomitantemente em diversas áreas, tendo-se cada uma delas caracterizado por um

embasamento teórico específico, por conceitos de realidade específicos e por seus próprios

programas metodológicos.

Os dados foram analisados por meio da técnica da análise de conteúdo. Conforme

ressalta (Vergara, 2008 p. 16), ela pode ser utilizada tanto para “fins exploratórios quanto aos

de verificação”.

Qualquer técnica de análise de dados, em última instância, significa uma metodologia

de interpretação. Como tal, possui procedimentos peculiares, envolvendo a preparação dos

dados para a análise, visto que esse processo “consiste em extrair sentido dos dados de texto e

imagem” Creswell (2007, p. 194). Contudo, entre as diferentes estratégias analíticas os

processos e os termos diferem, e a análise de conteúdo também apresenta peculiaridades.

Para Minayo (2001, p. 74), a análise de conteúdo é “compreendida muito mais como

um conjunto de técnicas”. Na visão da autora, constitui-se na análise de informações sobre o

comportamento humano, possibilitando uma aplicação bastante variada, e tem duas funções

verificação de hipóteses e/ou questões e descoberta do que está por trás dos conteúdos

manifestos.

Segundo Bardin (2011, p. 36), a análise de conteúdo é um método muito empírico,

dependente do tipo de “fala” a que se dedica e do tipo de interpretação que se pretende como

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o objetivo. Ainda, segundo o autor, se a técnica de análise de conteúdo adequada ao domínio e

ao objetivo pretendidos tem que ser reinventada a cada momento, exceto para uso simples e

generalizados.

Segundo a mesma autora, as diferentes fases da análise de conteúdo, tal como o

inquérito sociológico ou a experimentação, organizam-se em torno de três: 1) pré-análise, 2)

exploração do material e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

A pré-análise é a fase em que se organiza o material a ser analisado com o objetivo de

torná-lo operacional, sistematizando as ideias iniciais. Trata-se da organização propriamente

dita por meio de quatro etapas: (a) leitura flutuante, que é o estabelecimento de contato com

os documentos da coleta de dados, momento em que se começa a conhecer o texto; (b)

escolha dos documentos, que consiste na demarcação do que será analisado; (c) formulação

das hipóteses e dos objetivos; (d) referenciação dos índices e elaboração de indicadores, que

envolve a determinação de indicadores por meio de recortes de texto nos documentos de

análise Bardin (2011).

A segunda fase, que consiste na exploração do material com a definição de categorias

(sistemas de codificação) e a identificação das unidades de registro (unidade de significação a

codificar corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando à

categorização e à contagem sequencial) e das unidades de contexto nos documentos (unidade

de compreensão para codificar a unidade de registro que corresponde ao segmento da

mensagem, a fim de compreender a significação exata da unidade de registro). A exploração

do material consiste numa etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das

interpretações inferências. Esta é a fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus

(qualquer material textual coletado) submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas

hipóteses e referenciais teóricos. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização

são básicas nesta fase Bardin (2011).

O tratamento dos resultados, a inferência e interpretação referem-se à terceira fase.

Esta etapa é destinada ao tratamento dos resultados; ocorre nela à condensação e o

destaque das informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o

momento da intuição, da análise reflexiva e crítica Bardin (2011).

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Quanto às categorias a primeira analisada fora à motivação têm-se aspectos intrínsecos

e extrínsecos. Com relação aos indicadores referentes aos fatores intrínsecos tem-se:

desafio/criatividade; responsabilidade; desenvolvimento pessoal e profissional;

reconhecimento. No que se refere aos indicadores dos fatores extrínsecos tem-se: estilo de

liderança, relacionamento interpessoal e organização do trabalho.

A segunda categoria que fora analisada à cultura organizacional, tem-se: estilo de

liderança, relacionamento interpessoal e organização do trabalho. No que concerne aos

indicadores do estilo de liderança têm-se: apoio; confiança; superioridade/inferioridade.

Quanto ao relacionamento interpessoal: equipe; colaboração; amizade. Referindo-se à

organização do trabalho: autonomia e decisão.

3.9 Limites e limitações da pesquisa

Alguns limites e limitações foram identificados, ao longo desta pesquisa, a saber:

3.9.1 Limites da pesquisa

Este trabalho limitou-se ao estudo da unidade SEBRAE-Recife PE. Uma das razões

foi devido ao acesso mais facilitado do pesquisador aos funcionários, devido ao seu

credenciamento como consultor e instrutor dessa Instituição.

Outro limite desta pesquisa diz respeito à escolha da teoria motivacional de Herzberg,

uma vez que o interesse desta pesquisa é o de verificar a motivação de pessoas de uma

organização, em função dos aspectos intrínsecos (relacionados ao trabalho em si) e

extrínsecos (referentes ao ambiente do trabalho). Não houve interesse por parte do

pesquisador em estudar esse fenômeno à luz de outra teoria.

Finalmente, um limite diz respeito ao método para desvendar a cultura organizacional

do SEBRAE-PE: não pelos tradicionais elementos, como valores, crenças, mitos, tabus,

dentre outros, mas pelo estilo de liderança, relacionamento interpessoal e organização do

trabalho desta Instituição, segundo a percepção de seus funcionários.

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3.9.2 Limitações da pesquisa

Poder-se-ia considerar como limitação desta pesquisa, o mês de janeiro, quando foram

realizadas as entrevistas aos colaboradores tendo em vista que muitos deles estavam de férias.

No entanto, pode-se entrevistar um bom efetivo dentre eles, o que não veio a causar

qualquer transtorno. Além do mais, contou-se com a ‘saturação’ das informações, o que é

justificado em uma pesquisa com abordagem qualitativa.

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4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados a análise e os resultados da pesquisa realizada junto

aos funcionários do SEBRAE em Recife-PE, estruturados de acordo com cada objetivo

específico.

4.1 Dimensão de motivação

O primeiro objetivo específico deste trabalho visa verificar a dimensão de motivação

de funcionários do SEBRAE-PE, à luz da teoria dos dois fatores de Herzberg. Inicialmente

foram analisados os fatores intrínsecos e extrínsecos da motivação, nos depoimentos dos

entrevistados para, a partir daí, separá-los em categorias diferentes.

4.1.1 Fatores de aspectos intrínsecos

Nesta Seção, vão-se analisar os depoimentos dos entrevistados, relativos aos aspectos

intrínsecos da motivação no trabalho, segundo Herzberg (1968): Desafios/criatividade,

Responsabilidade, Desenvolvimento Pessoal e Profissional, Reconhecimento:

O quadro 4 refere-se à dimensão motivação, tendo como fator aspectos intrínsecos e

seus indicadores.

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Quadro 4 – Motivação (Aspectos Intrínsecos)

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Sá (1997)

Nesta Seção serão analisados os aspectos intrínsecos e seus indicadores:

desafios/criatividade, responsabilidade, desenvolvimento Pessoal e profissional

Reconhecimento.

4.1.1.1 Indicador desafios/criatividade

Nesta Seção, estão relatados os depoimentos dos entrevistados, ao que se refere aos

desafios e à criatividade concernentes aos seus trabalhos:

“Sim, todos os dias, até por que a gente lida com cliente né, então a gente tem que ter

realmente esta criatividade pra lidar com cliente por que se não é complicado” (S3).

“Sim, sim principalmente porque, atualmente, eu estou à frente de um projeto né”!

(sic) então tá a frente de um projeto é realizar aquilo que está previsto, mas também

criar coisas novas né! (sic) criar formatos novos de execução daquele projeto [...]

sempre um novo desafio” (S5).

“Todo santo dia, porque o trabalho aqui na orientação é você não só tirar as dúvidas

do empresário, é às vezes trabalhar com ele para ele ver quais são os caminhos que ele

tem para tomar decisões e isso aí, todo dia, é um desafio novo em cada cliente para

mim é outra história [...]” (S9).

Dimensões Fatores Indicadores

Motivação

Cultura Organizacional

Aspectos Intrínsecos

Aspectos Extrínsecos

Desafios/criatividade Responsabilidade Desenvolvimento Pessoal e profissional Reconhecimento

Estilo de Liderança Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Estilo de Liderança

Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Apoio Confiança

Superioridade/Inferioridade

Equipe Colaboração Amizade

Autonomia Decisão

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“Sim, sim,sim, minha função é elaborar projeto, apoiar projeto orientar clientes isso

todo dia é um desafio” (S11).

“Sim, na medida do desenvolvimento das ações as articulações, para negociar com

seus parceiros, precisa de alguma coisa mais criativa, precisa discutir alguma coisa

nova, propor coisas novas, enfim requer um pouco de criatividade [...]” (S18).

“Sim, constantemente [...] a gente utiliza nos nossos objetos de aprendizagem [...] para

o nosso público alvo a gente desenvolve tecnologia para feira do empreendedor, então

temos que ser criativos e desafios todos os dias” (S24).

No tocante ao indicador Desafios/Criatividade, percebe-se que os entrevistados

reconhecem o desafio e a criatividade que são inerentes aos seus trabalhos. Percebe-se, ainda

o prazer e o orgulho como eles se expressam por realizarem atividades com capacidade

criadora e um clima favorável ao desenvolvimento de habilidades para enfrentar os desafios

organizacionais.

Como afirma Alencar (1998) há um reconhecimento crescente de que a criatividade é

um fator chave para a inovação e sucesso em longo prazo das organizações e

consequentemente das pessoas que se reconhecem como tal. Gera um sentimento de auto

realização.

4.1.1.2 Indicador responsabilidade

Nesta Seção, estão os entrevistados relatam sobre o nível de responsabilidade referente

aos seus trabalhos:

“Muita responsabilidade, criação de documentos, junto com criação de documentos

para contratação de empresas e criação de documentação para contratação de pessoal

que é empreendedor individual a contratação de documentos para banner faixas e

divulgação, é bem responsável mesmo, se errar vai prejudicar o SEBRAE [...]” (S4).

“Muita, muita responsabilidade por que a gente tem que escutar o cliente e nem

sempre ele sabe como é que se diz [...] como eles mesmos vêm procurar uma coisa e

não sabe se expressar, então acho que a gente precisa deixar conversar para poder

direcionar o cliente bem, conforme a necessidade dele, né!” (sic) (S8).

“Sim, eu trabalho como assistente no apoio administrativo e tem a

responsabilidade, a gente trabalha com gestores que gerem os orçamentos e tem sim”

(S14).

_______________________________ ________________________________________________________

Sic é um termo da língua latina que significa: assim. É usado para indicar que aquilo (palavra ou

expressão) está escrito tal qual foi falado originalmente (Iskandar,2012).

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“Com certeza, né! (sic) se não, não seria trabalho não existe trabalho sem

responsabilidade” (S17).

“Sim, com certeza a gente que contrata tem que saber contratar, para que depois se

tenha programado de acordo como efetivamente está de acordo, a gente tem uma

preocupação antes, durante e depois da contratação, com responsabilidade no início,

meio e fim” (S19).

“Com certeza, essa área também é da área financeira, a gente procura fornecedor e

com certeza é uma responsabilidade muito grande” (S20).

“Muita, porque eu trabalho assim com gestão de contratos então eu tenho que estar

atenta à gestão desses contratos para que o foco principal é não estourar os valores

contratados às empresas, então é de grande responsabilidade, se estourar um

contrato a repercussão é bastante negativa” (S23).

Sim, sim é lá na unidade que eu trabalho com coordenação, então a gente tá sempre

[...] fazendo a intermediação entre os projetos setoriais das unidades do interior e o

SEBRAE nacional, [...], então isso faz com que eu tenho certa responsabilidade né!

(sic) de passar a informação certa e a orientação certa ao gestor, como ele deve [...]

atingir certa meta, quais são os cursos que ele deve direcionar, qual é o público alvo

que ele deve direcionar o projeto dele, exige, certa responsabilidade” (sic) (S12).

Percebe-se nas respostas que todos concordam que os trabalhos desenvolvidos por eles

exigem muita responsabilidade. De acordo com Herzberg (1968) quanto mais

responsabilidade as pessoas assumem, maior é o seu nível de comprometimento com suas

tarefas e objetivos organizacionais e naturalmente aumenta o nível de motivação com os seus

trabalhos.

4.1.1.3 Indicador desenvolvimento pessoal e profissional

Aqui são relatados os depoimentos dos entrevistados, sobre o Desenvolvimento

Pessoal e Profissional advindos dos seus trabalhos:

“Existe sim, existe a universidade corporativa aqui no SEBRAE, ela oferece cursos

como desenvolver habilidade mental, e [...] técnicas de memorização é [...]

gerenciamento do tempo é [...] gerenciando fluxo de caixa, contabilidade e

organização financeira e isso tudo está à disposição do funcionário” (S4).

“Existe, formalmente, uma política, inclusive prevê todo ano que seja feita uma

análise do desenvolvimento, das competências, das habilidades, das atitudes do

profissional que ele desenvolveu que ele precisa desenvolver isso formalmente

falando é previsto tá certo, nem sempre ocorre que tá previsto no plano formal né!

(sic) [...] não sei se é uma visão geral, podem ter pessoas que não são atendidas por

algum motivo ou outro [...]” (S5).

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“Bem, em termos de capacitação eu acho que é uma empresa nota 10, nota 11 como

podemos chamar porque tem uma programação de capacitação, sempre quem tem

pouco mais interesse aqui e quer sempre o SEBRAE, vai dar, inclusive até com pós-

doutorado, curso de inglês, curso de línguas onde você quiser o SEBRAE tem,

trabalha para melhorar o seu funcionário, por que você melhorando o funcionário

você tem respostas do público no atendimento” (S9).

“Existe, existe o SEBRAE investe muito em capacitação né! (sic) esse ano já fiz um

plano de desenvolvimento pessoal, você mesmo é quem diz as suas necessidades, vai

ser estudado depois e adequado, pode ascender, só não pode ascender a diretor né!

(sic) cargo restrito, mas gestor, gerente você pode ser” (S11).

“Sim existe sim, eu só acho que é um pouco explorada né! (sic) mas existe, um

pouco explorada e eu estou tentando explorar o máximo” (S13).

Existe a política e a “política”, não é? Eu [...] não posso falar com propriedade [...] é

que eu escuto, então é comentada que, a política não é justa, ela não é transparente

[...] alguns profissionais que mereceriam, digamos assim, um upgradezinho (sic) na

carreira não tem, outros são questionáveis tem né, então é uma crítica que é de 100%

das pessoas com que já conversei sobre este assunto aqui dentro, [...] acho que é

assim” (S2).

“Existem alguns satisfeitos, alguns insatisfeitos, mas a empresa atualmente está

dando aquela oportunidade da gente buscar se capacitar, nem tudo é permitido, mas

a gente busca” (S6).

“Existe, existe, mas, eu acho que a política, aqui, é um pouco lenta é isso” (S12).

“Na empresa existe, mas também existe muitos é [...] percalços no caminho sabe! e

existe um plano de desenvolvimento, existe, se adequa, adequa, agora demora a

chegar lá onde você quer, cliente final meu, às vezes algumas atitudes são

necessárias” (S15).

“Sim, formal existe sim, mas é insuficiente para que o mercado exige do SEBRAE

a velocidade das coisas que estão acontecendo e muda de gestão e diretoria e existe

uma discrepância muito grande” (S18).

No que concerne ao indicador Desenvolvimento Pessoal e Profissional, verifica-se nas

respostas dos funcionários que uma boa parte é consciente desta política e prática de gestão,

embora se possa notar que alguns se mostram insatisfeitos e contestam a efetividade do

processo. Segundo estes entrevistados percebe-se um descontentamento ao indicador

pesquisado, evidenciado nas respostas. Quanto à motivação dos funcionários, os depoimentos

deixam crer que, como afirma Herzberg (1968), ela é esperada em situações de trabalho em

que se verificam programas que favoreçam o crescimento de pessoas. Neste sentido, também

afirma Arnbrósio (1992) que o desenvolvimento profissional e pessoal adquiridos no processo

de trabalho é capaz de conferir sentido para a vida de pessoas.

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54

4.1.1.4 Indicador reconhecimento

Nesta Seção, estão descritos os depoimentos dos entrevistados, relativos ao

reconhecimento no trabalho:

“[...] a gestão reconhece sim, reconhece e ainda reconhece não só verbalmente, mas

por escrito né! (sic) está sempre mandando para gente feedback daquilo que foi

realizado com sucesso” (S1).

“Existe, existe, existe [...] seja através de um e-mail, de uma ligação, através de uma

conversa de corredor existe o reconhecimento né! (sic) [...] políticas de

reconhecimento existe hoje existe diversas o SEBRAE talvez adote ainda umas

políticas muito tímidas, em relação que já existe hoje mas, existe, existe”.(S5).

“[...] esse reconhecimento é feito através de avaliações em cima dos projetos que

acompanhamos e às vezes tem clientes que tá (sic) tão satisfeito com o atendimento

que manda para uns dos nossos superiores, que né! (sic) eles tem acesso eu não diria a

diretoria, propriamente dito, em alguns casos não, mas vai para nossa gerência” (S6).

“É [...] através de elogios né! (sic) sempre quando eu faço um bom serviço, eles

reconhecem” (S7).

“Existe, existe também ele, assim, muitas vezes, a gente recebe [...] elogios, tanto dos

clientes como dos gestores” (S8).

“Há sim, um reconhecimento, tem havido um reconhecimento, não só por parte da

minha gerente, como parte dos gestores né! (sic) [...] porque tem que prestar contas de

alguma forma [...] realmente há um reconhecimento pelo meu trabalho” (S10).

“Reconhece-se, não vejo nenhum problema não” (S11).

“Todos os gestores reconhecem o trabalho bem feito, se a gente erra eles chamam e

explicam como deve ser feito, para que não haja erro, quando é bem feito eles

elogiam” (S17).

“Reconhece-se na medida do possível, a gerente reconhece” (S20).

“Olha, é [...] algumas situações esta questão da política lá atrapalha isso né! (sic) mas

assim, acho que se reconhece, reconhece, mas [...] eu acho que não é uma coisa

assim digamos, cem por cento transparente enfim, [...] às vezes você faz mas não

divulga muito e talvez isso pese aqui dentro” (S2).

“De algumas pessoas certamente né! (sic) [...] não é sempre, mas acontece de

reconhecer a qualidade do teu trabalho, né! (sic) normalmente as pessoas mais

próximas, estão verificando teu trabalho dia a dia” (S14).

“Olha, eu ainda não recebi, eu só recebo feedback do cliente né! (sic) que diz [...]

que me elogia, que fala que já recebi de alguns consultores né!, (sic) olha o cliente

sentou aqui e disse que você é muito atenciosa que atendia muito bem, então já recebi

este feedback de consultor e recebi do cliente, mas dentro da gerência ainda

não”(S15).

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55

“Pouco, o reconhecimento aqui é pouco, pouquíssimo, praticamente nada para o

número de coisa que tem o SEBRAE para o desafio, para a complexidade que se tem,

somos pouquíssimo lembrados, falados e perguntado por que conseguiu, a gente não

compartilha essas coisas, isso não existe esse processo aqui, enfim não existe

aqui”(S18).

“É [...] alguns gerentes, eles dão esse feedback, mas ainda o reconhecimento desse

trabalho bem feito ainda não é o ideal, ainda tem determinado gerente que elogia

aquele funcionário, mas a instituição ainda não sabe uma maneira mais adequada

de se reconhecer este trabalho bem feito ou pelo menos não dá este feedback aos

funcionários” (S19).

“Não há [...] não há, são raros os casos” (S24).

Quanto ao reconhecimento ou elogios por trabalhos bem feitos, parece que ainda não há

um consenso, embora a maioria dos respondentes esteja convicta de que ele existe; nota-se

inclusive que alguns estão insatisfeitos por nunca terem recebido algum.

.

Segundo Dejours (1999) reconhecimento no trabalho é algo que o sujeito busca em

relação ao seu fazer e não ao seu ser. Ele precisa sentir-se reconhecido perante o outro, sendo

esse reconhecimento fundamental na dinâmica identidade e prazer.

Percebe-se em algumas respostas que o reconhecimento não é uma prática para alguns

colaboradores, porém a percepção dos outros, demonstram esta prática na unidade SEBRAE-

PE.

4.1.2 Fatores de aspectos extrínsecos

Nesta Seção, vão-se analisar os depoimentos dos entrevistados, relativos aos aspectos

extrínsecos da motivação no trabalho, segundo Herzberg (1968): Estilo de Liderança,

Relacionamento Interpessoal, Organização do Trabalho:

O quadro 5 refere-se à dimensão motivação, tendo como fator aspectos extrínsecos e

seus indicadores.

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56

Quadro 5– Motivação (Aspectos Extrínsecos)

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Sá (1997)

4.1.2.1 Indicador estilo de liderança

Aqui, estão descritos os depoimentos dos entrevistados, relativos ao Estilo de

liderança no SEBRAE-PE:

“Não, estou respondendo em relação a nossa gestora [...] ela, totalmente aberta carta

branca, para a gente ir até onde possa ir né! (sic) mas o relacionamento da gente é

muito bom” (S20).

“Não, não eu não vejo dessa forma, eu vejo como é [...] ser chefe é uma coisa, ser

líder é outra coisa, eles realmente sabem ser líderes” (S8).

“[...] há um papel bem claro que o gestor ele é um cargo de confiança, né! (sic) que é

nomeado pela diretoria, e os funcionários em si são [...] não analisam isso como uma

diferenciação alguns acham que deveriam estar no patamar mais alto, mas não em

nível de gerência, não há uma intriga com o gerente [...]” (S19).

Dimensões Fatores Indicadores

Motivação

Cultura Organizacional

Aspectos Intrínsecos

Aspectos Extrínsecos

Desafios/criatividade Responsabilidade

Desenvolvimento Pessoal e profissional Reconhecimento

Estilo de Liderança Relacionamento Interpessoal Organização do Trabalho

Estilo de Liderança

Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Apoio Confiança

Superioridade/Inferioridade

Equipe Colaboração Amizade

Autonomia Decisão

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“[...] eu posso responder pelo meu setor [...] são sempre humildes, sempre estão à

disposição pra (sic) ajudar e não tem medo de repassar o trabalho, o que a gente

precisar eles estão sempre disponíveis e repassam numa boa mesmo não tem medo

da concorrência que eles se garantem” (S3).

“[...] a liderança da nossa atual gestora é muito transparente não existe nenhuma

coisa que marque esse tipo de coisa talvez que ela cresceu de baixo, ela veio de baixo

e aí tá lá por competência” (S9).

“olha [...] o que eu vejo aqui, pelo menos aqui no nosso setor, existe um patamar,

lógico que existe um respeito, mas o tratamento aqui é igualitário” (S22).

“[...] a maioria é sempre humilde” (S21).

Referindo-se ao estilo de liderança, contata-se que os funcionários se encontram

satisfeitos com o estilo de liderança vigente no SEBRAE-PE. Como aspecto extrínseco da

motivação, segundo Herzberg (1968), percebe-se que esse indicador é de fundamental

importância para apoiar os aspectos intrínsecos da motivação e gerar a motivação no trabalho.

.

Padilha (2003) confirma esse ponto de vista de Herzberg (1968), quando relata sobre a

importância de um líder se comunicar com sua equipe de trabalho, dialogar com eles,

estimular a colaboração mútua, bem como estabelecer uma política de franqueza e

transparência.

4.1.2.2 Indicador relacionamento interpessoal

Nesta Seção, estão relacionados os depoimentos dos entrevistados, referente ao

Relacionamento interpessoal no SEBRAE-PE:

“Sempre interagindo um com o outro, sempre fazendo o complemento, sempre

fazendo com que qualquer tarefa, qualquer atividade né, seja de fato realizado, muitas

vezes o colega está com problema de tempo aí o outro vai e faz aquilo que deveria

ser feito por ele, e depois ocorre a troca né, no dia que o outro colega precisar

também aí ele vai servir” (S1).

“O relacionamento é muito bom entre os funcionários, né! (sic) não há distinção

[...] em termos hierárquicos né! (sic) [...] eu vejo como um relacionamento muito

bom, inclusive de ajuda né!, (sic) de apoio às pessoas se ajudam, tende a se ajudar [...]

SEBRAE,[...], mas numa visão geral eu vejo como muito bom” (S5).

“Eu acho que o relacionamento é muito bom, eu [...] sinto como estivesse na minha

segunda casa, com a minha família mesmo, o ciclo de amizade é muito bom com as

pessoas, tanto profissionalmente quanto pessoalmente, então é um relacionamento que

a gente leva até para fora, e eu não vejo só entre os outros funcionários e sim entre

eles mesmos” (S13).

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“O relacionamento é amigável e como em muitos funcionários, [...] é muito

tranquilo eu acho que é assim, transparente as pessoas tem alegria ao se encontrar

então acho tranquilo” (S25).

Ah! o relacionamento aqui é muito saudável, [...] sempre tem que manter a equipe

unida, independente de qualquer coisa” (S3).

Sobre o Relacionamento interpessoal, percebe-se que há um clima de cordialidade e

amizade entre os entrevistados. Todos eles fizeram questão de ressaltar essa característica

com muito entusiasmo. De acordo com Bright (2008), o bom relacionamento com colegas e

superiores é um dos predicados nas condições de trabalho que mais influencia o nível de

satisfação e motivação dos funcionários.

4.1.2.3 Indicador organização do trabalho

Nesta Seção, os entrevistados discorrem sobre a Organização do trabalho no

SEBRAE-PE:

“[...] super confortável aqui você tem um ambiente climatizado cadeiras que são

acolchoadas [...] é super, confortável mesmo” (S3).

“Sim, sim o ambiente, fisicamente falando, a gente recebe toda a estrutura que a gente

precisa para realizar as ações né! (sic) [...] então a estrutura que a gente precisa para

desenvolver as atividades, a gente tem e a contento não fica a dever em nada” (S4).

“[...] a gente nunca teve problemas não, assim a gente tem equipe de segurança

equipe de limpeza é a melhor equipe do mundo [...] esta é minha opinião tanto para

higiene, quanto para segurança” (S15).

“Sempre, em termos de higiene e segurança é muito seguro aqui, tem filmagem e

vigilantes, eu acho muito seguro isso aqui.” (S17).

“[...] a gente está muito vulnerável por que a gente trabalha a localização do prédio

em si né! (sic) é meio isolado esta rua, tem uma comunidade aqui uma favela, mas a

gente tem uma equipe boa de segurança e apelar para a sorte”(S25).

“Segurança não, higiene também é muito falho aqui, higiene é fraco e segurança

muito mais, lá em cima deveria ser blindado e eles blindaram só uma parte, a gente já

falou e a diretoria [...] de vez em quando tem tiroteio aí ao lado, um dia desse estava

no banheiro e escutei dois tiros[...] isso é tiro? gangue aí dentro [...]” (S24).

“[...] ela atende as necessidades das quais preciso para executar meu trabalho, os

equipamentos, também, são todos novos “ (S22).

“[...], a gente está sempre modernizando inclusive né, (sic) sempre aparecendo

novos equipamentos, para que a gente possa acompanhar a evolução da tecnologia”

(S8).

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“[...] acho, que muito mais do que a gente precisa, nós temos uma tecnologia aqui

no SEBRAE muito avançada [...] o SEBRAE dá esta oportunidade a gente” (S3).

“[...] a tecnologia aqui é muito boa e atende tudo que precisamos” (S20).

Constata-se, nas entrevistas realizadas, que todos os respondentes afirmam que o

ambiente físico é muito confortável, apresentando boas condições para o trabalho. As

instalações, os móveis o ar condicionado central, ou seja, a arrumação e a localização dos

equipamentos favorecem o desenvolvimento de um ambiente motivador que favorece a

identidade das pessoas com as suas tarefas.

Por outro lado, segundo Iida (2005) em seus estudos de ergonomia aponta que o

espaço físico e as condições dos ambientes (salubridade, iluminação, ventilação, ruídos,

vibrações e etc...) são fatores que interferem no rendimento do trabalho e na qualidade de vida

do trabalhador de forma direta, provocando reações fisiológicas prejudiciais ao organismo,

aumentando o estresse e a perda de produtividade.

Quanto à higiene no trabalho, todos os respondentes afirmam que ela atende este

requisito e funciona no sentido de fornecer aos empregados as condições necessárias para

preservem sua saúde. Quanto à segurança, segundo eles, ela é preocupante. Esse resultado não

é satisfatório em termos de motivação, uma vez que ela trata da prevenção de imprevistos de

trabalho, com o intuito de, igualmente, preservar a saúde e integridade do trabalhador;

destaca-se, portanto, como um ponto a ser melhorado.

Para Matos (1998), a higiene e segurança no trabalho têm como objetivo a redução das

perdas decorrentes dos acidentes de trabalho, tanto do ponto de vista humano como financeiro

da previsibilidade do comportamento da atividade produtiva na empresa. Ela é responsável

então pela preservação da saúde do trabalhador através de um programa de prevenção de

acidentes e enfermidades ocupacionais, melhorando a qualidade de vida e de trabalho do

mesmo.

Finalmente, em relação à tecnologia todos os funcionaram confirmam que o SEBRAE-

PE, dispõe para atender as necessidades dos seus funcionários. Percebe-se que a satisfação é

muito grande, pois a organização, segundo alguns relatos, investe neste processo tecnológico.

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Segundo Mandick (1991), as oportunidades da TI e a dinâmica dos negócios levarão

as empresas a um elevado grau de conectividade, viabilizando novas formas de

relacionamento entre as organizações, e aumentando, desta forma, a produtividade dos

grupos.

4.2 Dimensão cultura organizacional

Nesta Seção, vão ser analisados os depoimentos dos entrevistados, relativos à Cultura

Organizacional do SEBRAE-PE, traduzida em termos de estilo de liderança, relacionamento

interpessoal e organização do trabalho:

4.2.1 Fator estilo de liderança

Estão apresentados, aqui, os relatos dos entrevistados discorrem sobre o Estilo de

Liderança no SEBRAE-PE, segundo os aspectos: Apoio, Confiança,

Superioridade/Inferioridade:

O quadro 6 refere-se à dimensão cultura organizacional, tendo como fator estilo de

liderança e seus indicadores.

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Quadro 6 – Cultura Organizacional (Estilo de Liderança)

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Sá (1997)

4.2.1.1 Indicador apoio

Nesta Seção, são analisadas as opiniões dos entrevistados, relativas ao Apoio dos

líderes:

“[...] na minha unidade, não tem nenhum problema ele tem apoiado” (S11).

“Sim, se eu for falando tanto da coordenação tanto da gerência eu creio que sim,

principalmente a coordenação né! (sic) que eles estão mais juntos aqui da gente tá

acompanhando o dia a dia é pau pra (sic) toda obra, caso precise” (S12).

“Sim com certeza, sempre nos apoia” (S20).

“Os gestores que eu conheço e que eu tenho contato estão sim estão pronto a ajudar

e se mostram [...], disponíveis para ajudar naquilo que eu preciso” (S10).

“Sem dúvida nenhuma, sempre que a gente tá precisando de ajuda eles estão

sempre disponíveis, em nenhum momento eles conseguem dizer não, [...] a gente já

Dimensões Fatores Indicadores

Motivação

Cultura

Organizacional

Aspectos Intrínsecos

Aspectos Extrínsecos

Desafios/criatividade Responsabilidade

Desenvolvimento Pessoal e profissional Reconhecimento

Estilo de Liderança Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Estilo de Liderança

Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Apoio Confiança

Superioridade/Inferioridade

Equipe Colaboração Amizade

Autonomia Decisão

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62

deixa marcado e consegue realmente resolver o probleminha sempre com os gestores”

(S3).

“Sim, em nome da minha gestora sim, eu posso falar da gestão de outros setores né!

(sic) então com relação a minha gestora, me apoia em cem por cento” (S23).

“Em grande parte sim, [...] nos dois gestores que eu já trabalhei [...] eles apoiaram,

apoiam a equipe e acompanham, na medida do possível também [...]” (S5).

“Sempre prontos, creio como é [...] eles estão sempre disponíveis pra ajudar a

gente, chegou perto, está precisando de alguma coisa? estão sempre ajudando a

gente” (S17).

Quanto ao apoio dos líderes aos funcionários, percebe-se que todos os entrevistados

concordaram que os gestores estão sempre disponíveis a lhes ajudar na realização dos seus

trabalhos, fortalecendo a relação entre eles e contribuindo para um clima cordial e de respeito

mútuo. Percebe-se que este indicador é fator primordial para o desenvolvimento dos trabalhos

internos e externos da unidade do SEBRAE-PE. Esta prática só vem a favorecer a motivação

dos funcionários pois segundo Alencar (1998), essa prática gerencial favorece a criatividade

no trabalho, que por sua vez assegura a motivação intrínseca.

4.2.1.2 Indicador confiança

Aqui, são apresentadas as declarações dos entrevistados, relativas à Confiança entre

funcionários e líderes:

“Na maioria dos casos sim, [...] mas na maioria sim, a gente tem amadurecido um

pouco nesta questão de gestão, gestão de pessoas para desenvolver as atividades [...]”

(S18).

“Sim, na medida em que ocorre alguma dificuldade, eles mesmos buscam

compartilhar e buscam a resposta né! (sic) vamos dizer assim” (S6).

“Eu sinto, eu sinto isso os gestores aos quais eu trabalhei todos demostraram um

conhecimento e qualidade no cargo que ocupam para liderar” (S22).

“Tem sim, confiança, tem inclusive me dá autonomia para fazer, poder mexer e

analisar documento e segue sabendo que fiz o documento com precisão” (S4).

“Olha é [...] compreensivos eu creio que sim e confiança pelo pouco que percebi e

eu acho que tem e tem que ter né”! (sic) não é questão que tem que ter, tem que ter

dado esse primeiro voto de confiança, né! (sic) [...]” (S12).

“Confiança a gente vai adquirindo né! (sic) não é uma coisa que se compra à medida

que vai passando o tempo eles vão confiando no nosso trabalho”.(S20).

“Ele deixa tudo muito a vontade, a gente tem um senso de responsabilidade né! (sic)

e procura fazer de acordo com a política da empresa né! (sic) fazer com que a imagem

da empresa não seja comprometida né” (sic) (S1).

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“Sim, desses sete meses que estou aqui, notei né! (sic) nenhuma desconfiança, tudo

que foi proposto, foi pelo menos estudado, discutido fomos ouvidos, foi colocado”

(S11).

Em relação à confiança entre funcionários e líderes, percebe-se, através das

entrevistas, que todos confiam nos seus subordinados e vice-versa e que esta confiança

aumenta conforme o tempo de relação entre as partes. Eles percebem e são evidenciadas pelos

gestores, descentralizando e delegando novas atribuições aos funcionários.

Para Fischer (2008), o principal pilar sobre o qual a coesão se sustenta é a existência

de confiança entre os membros do grupo, pois ela abranda a necessidade de formalização de

contratos e reduz ou elimina controles hierárquicos.

4.2.1.3 Indicador superioridade/inferioridade

São apresentadas a seguir, as declarações dos entrevistados, relativas ao sentimento de

Superioridade/Inferioridade entre líderes e funcionários no SEBRAE-PE:

“Eu nunca percebi isto aqui [...] os gestores, são sempre muito bons, muito

tranquilos [...] eles nos trata muito bem, né!” (sic) (S17).

“[...] entre os funcionários da casa, não [...] eu tenho a mesma liberdade que os

outros” (S4).

“Que eu tenha percebido, não [...] existe sim, aquela diferença entre funcionários

que são mais antigos [...] mas assim entre gestores não, eu vejo realmente uma

parceria” (S10).

“Acredito que não, não vejo muito isto não, inclusive acho que alguns cargos de

gestor não são compensatórios” (S2).

“Não, na nossa equipe não tem isso não [...] a nossa relação com a gerente é muito

boa, da equipe com a gerência [...] mas a nossa gerência em si, ela é muito boa, aberta

enfim discute troca, decide junto” (S24).

“Eu não percebi né! (sic) [...] não percebi [...] essa questão de dizer que eu sou

gestor, eu tenho esses direitos você não tem, eu tenho esses benefícios você não

tem, eu tenho essa superioridade, eu não percebi isso [...] mas, não de uma forma

assim, bruta de uma forma é... explicita, não dessa forma”.(S5).

“Não, na minha unidade não, é de equivalência mesmo [...]” (S11).

“Não, não tranquilo não consigo perceber” (S14).

“Eu não percebo isto, se existe eu não percebo em relação aos gestores imediatos

[...]” (S15).

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“Não, o gestor imediato não [...] entre a gente não, existe um clima de

informalidade” (S16).

“Com a relação ao meu setor, não existe” (S23).

“Isso é uma coisa que não fica muito explícito, mas no fundo no fundo existe, porque

existe o cargo a função de um que é superior ao outro [...]” (S1).

“Existe, da parte de algumas pessoas [...]” (S7).

“Entre alguns existe, como hierarquia né! (sic) mas eu acho que depende muito,

varia de pessoa para pessoa tem gente que quando está no poder é [...] sobe para a

cabeça [...] aqui tem uma rotatividade muito grande as pessoas estão gerentes, estão

analistas, estão gestores então isso ai tem que ter [...] equilíbrio e maturidade para

administrar” (S25).

“Sim, sim poucos casos, mas existe sim, a gente percebe” (S18).

“É [...] eu acho que em certa parte sim [...] tem alguns funcionários que se

comportam de tal maneira e outros não [...] sem enxergar se seu cargo é menor ou

maior que aquele outro [...] como equipe grande da empresa né! (sic) então vai muito

do funcionário, eu enxergo assim” (S13).

“Alguns não, mas outros sim” (S6).

No que concerne ao sentimento de superioridade/inferioridade entre líderes e

funcionários, verifica-se que a maioria (17) dos entrevistados indicam desconhecer essa

prática entre eles, embora 11 desses têm opinião favorável.

Segundo Fadiman (2002) essa busca da superioridade pode tomar uma direção tanto

negativa quanto positiva. Quando se desenvolve numa direção construtiva, caracteriza-se

pelas preocupações sociais e interesse pelo bem-estar alheio. Entretanto, algumas pessoas

buscam a superioridade pessoal dominando os outros ao invés de se tornarem úteis a ele.

4.2.2 Fator relacionamento interpessoal

A seguir têm-se as declarações dos entrevistados, sobre o Relacionamento Interpessoal

no SEBRAE-PE, em termos de Equipe, Colaboração, Amizade.

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O quadro 7 refere-se à dimensão cultura organizacional, tendo como fator

relacionamento interpessoal e seus indicadores.

Quadro 7 – Cultura Organizacional (Relação Interpessoal)

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Sá (1997)

4.2.2.1 Indicador equipe

Aqui se podem perceber as declarações dos entrevistados, sobre o trabalho em equipe:

“[...] dificilmente faço uma atividade que eu não possa contar com o apoio da

equipe, normalmente [...] eu nunca faço uma atividade sozinha e [...] para construir

tem que ser em conjunto” (S15).

“Sempre é realizado em equipe, dificilmente é individualizado mesmo que tenha um

responsável na hora de executar a gente sempre conta com a equipe” (S1).

Dimensões Fatores Indicadores

Motivação

Cultura

Organizacional

Aspectos Intrínsecos

Aspectos Extrínsecos

Desafios/criatividade Responsabilidade

Desenvolvimento Pessoal e profissional Reconhecimento

Estilo de Liderança

Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Estilo de Liderança

Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Apoio Confiança

Superioridade/Inferioridade

Equipe Colaboração

Amizade

Autonomia Decisão

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“[...] existe uma aspecto que [...] integra o elemento como um todo e vem a partir da

coletividade é ter aqui uma equipe no nosso setor de credenciados [...] interagindo

entre todos os membros [...] tudo é em prol ao trabalho em equipe” (S22).

“No meu setor sim e eu diria até o SEBRAE como todo, porque existe aquela história

né! (sic) quando a gente percebe que precisamos atingir determinada meta e depende

de toda a instituição, nós fazemos uma força tarefa de equipe” (S6).

“Sempre, realizado em equipe” (S17).

“Na nossa unidade o trabalho é realizado em equipe [...] a gente está sempre

trocando, realizando reuniões [...] da equipe para disseminar para trocar, tou (sic)

fazendo isso, tou (sic) fazendo aquilo, aconteceu aquilo e aí a gente discute [...], essa

relação [...]” (S24).

“É, o trabalho é realizado em equipe sim, [...] posso contar sim, tenho certeza disso”

(S4).

“Sim, na maioria [...] é feita em equipe, a gente procura se complementar né! (sic)

por exemplo, preciso de uma opinião do colega de marketing, vou buscar ele para

minha mesa atender o cliente, assim também como para suprir” (S11).

“Sim, orientação e educação sempre trabalha em equipe mesmo”. (S8).

“Com certeza, sempre realizado em equipe”. (S20).

No que tange a equipe, percebe-se que há um forte sentimento de ajuda mútua no

SEBRAE-PE: essa opinião foi unânime entre todos os entrevistados de que o trabalho em

equipe é fator primordial para atingir os objetivos organizacionais, além de manter a equipe

integrada, pois segundo Thamhain (1993), formação de equipes pode ser definida como um

processo que agrega um conjunto de indivíduos com diferentes necessidades, habilidades e

inteligências e transforma-os numa unidade de trabalho eficaz e integrada, traduzida por um

estado de satisfação em que se torna favorável o desenvolvimento da motivação (Herzberg,

1968).

4.2.2.2 Indicador colaboração

Nesta Seção reúnem-se os depoimentos dos entrevistados, sobre a colaboração no

trabalho:

“Existe, principalmente aqui neste setor, as pessoas aqui costumam ajudar um ao

outro, as pessoas são atenciosas [...]” (S20).

“Sim, a gente tem que sempre [...], por exemplo, se eu tiver com pouco ou eu ou

qualquer uma pessoa aqui a gente ver que um colega está precisando a gente se

prontifica pra ajudar” (S3).

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“Eu acho que sim [...], pois, a ideia é pensar num SEBRAE como um só [...] os

setores como uma parte então a tentativa de você unificar, é o SEBRAE e vamos fazer

isso pelo SEBRAE, não pela pessoa né”! (sic) (S25).

“A maioria das vezes sim acredito que sim” (S14).

“Existe, dentro da minha área posso dizer que sim” (S2).

“Existe, é assim, de acordo com que eu conheço, os funcionários que eu conheço,

existe uma colaboração mútua o que um precisa o outro está aqui para ajudar,

existe essa cooperação entre um e outro” (S10).

“Sim, eu sou uma prova viva, eu sou novo na casa cheguei aqui no inicio de janeiro e

todas as coisas que preciso de dúvidas eles nunca sustiveram em contar suas

experiências e compartilhar estas experiências“. (S22).

“Existe, existe e isso quase que diária” (S6).

“Sim, sim como a maioria dos funcionários é [...] tem certo tempo de casa, então eles

já sabem a necessidade de fazer essa troca, fazer essa cooperação para que a coisa,

no final, aconteça, entendeu!”. (S19).

“Sim, sim [...], eu vejo sim que quando a gente tá precisando de alguma ajuda quando

tem algum trabalho que precisa a gente sempre pode contar com o outro, com o

conhecimento do outro” (S13).

Pode-se constatar pelas declarações dos entrevistados, que há no SEBRAE-PE, um

clima de colaboração mútua, o que favorece a motivação no trabalho – aspecto extrínseco,

segundo Herzberg (1968) que por sua vez favorece a motivação intrínseca dos mesmos.

Segundo Hargreaves (1999, p.271), “a colaboração pode estimular a perpetuação de

práticas e pontos de vista estabelecidos e defendidos por uma maioria dominante, suprimindo

assim a individualidade ou um sentimento inferior”.

4.2.2.3 Indicador amizade

Aqui estão reunidos os depoimentos dos entrevistados, sobre a amizade no trabalho:

“Veja, na minha percepção [...] a gente aqui se dá muito bem, não tem essa frescura

(sic) é por conta mesmo, o relacionamento esse é uma das coisas que tem no SEBRAE

[...]” (S9).

“Há uma boa interação [...] a gente se comunica bem tem um entrosamento, tem

algumas exceções, mas a maioria das vezes tem um bom entrosamento” (S21).

“[...] eu posso falar mais na experiência que temos aqui no setor né! (sic) nesse setor

todo mundo, eu vejo uma unidade né! (sic) todo mundo se dá bem, [...] teve uma

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última seleção, a gente entrou agora, teve um último concurso, seleção entrou a gente

fomos muito bem acolhidos [...] acho que é bem bacana” (S12).

“Rapaz, [...] a gente tem um bom relacionamento, brinca, rir, mas tem alguns que

são meio complicados, acho que todas as empresas tem esse negócio, onde se trabalha

muitos funcionários sempre tem diferença de um para outro” (S7).

“Eu acho o relacionamento muito legal, muito tranquilo, muito bom” (S17).

“Bem, bem a gente entrou agora a pouco tempo e o pessoal é bem atencioso com a

gente para passar todas as informações do SEBRAE, um relacionamento bom”

(S20).

“Relacionam-se bastante tranquilos, [...] a gente não mede palavras não, a gente

brinca, é na hora que é para falar é [...] sério nós falamos na hora que é para chamar a

atenção nós chamamos [...] existe essas facilidades existe essa união, pelo menos

entre meu setor”. (S3).

“Muito bom, o relacionamento é muito tranquilo, as pessoas são bem espontâneas,

não vejo nenhum tipo de intrigas e inimizades, assim o relacionamento é perfeito

né! (sic) tranquilo.” (S19).

“Existe um bom relacionamento [...] assim, pelo menos aqui, a equipe de orientação,

educação orientação profissional, existe, certo, as demais áreas também, embora o

maior contato é com o pessoal da unidade mesmo, educação e orientação” (S8).

“Se relacionam bem, eu acredito que dentro da normalidade da empresa tenham um

bom relacionamento entre as pessoas” (S14).

“Bom, eu acho que se relacionam bem [...] de forma mais próxima daqueles com que

a gente tem alguma identificação né! (sic) ou seja os grupos. Muitas vezes estes

grupos estão formados dentro da própria área, mas além desta questão da área existe

alguns outros grupos, que são questão de afinidade mesmo identificação pessoal e

observa-se que as pessoas dentro deste grupos se relacionam melhor e as coisas

fluem mais facilmente inclusive repercutindo na questão do trabalho quando o

seu depende do trabalho da outra pessoa se eu consigo me relacionar bem com a

aquela pessoa aquilo vai fluir mais facilmente” (S2).

Ao que se refere à amizade, percebe-se nos respondentes uma afeição que vai além das

fronteiras organizacionais, constata-se uma relação íntima o que ajuda no processo de decisão

e agiliza os procedimentos, já que a dinâmica do SEBRAE-PE exige este aspecto.

Segundo Bergamini (1982) o ser humano tende a procurar o relacionamento social no

ambiente de trabalho, cultivo de amizades, sua aceitação e integração no grupo. Esse é um

aspecto favorável ao desenvolvimento da motivação no trabalho, quando se têm pessoas

amigas, com que se pode contar, não somente em termos profissionais, mas também em

termos pessoais.

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4.2.3 Fator organização do trabalho

Nesta Seção, podem-se constatar as declarações dos entrevistados, sobre a

Organização do trabalho no SEBRAE-PE, em termos de Autonomia e Decisão:

O quadro 8 refere-se à dimensão cultura organizacional, tendo como fator organização

do trabalho e seus indicadores.

Quadro 8 – Cultura Organizacional (Organização do Trabalho)

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Sá (1997)

Dimensões Fatores Indicadores

Motivação

Cultura

Organizacional

Aspectos Intrínsecos

Aspectos Extrínsecos

Desafios/criatividade Responsabilidade

Desenvolvimento Pessoal e profissional Reconhecimento

Estilo de Liderança Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Estilo de Liderança

Relacionamento Interpessoal

Organização do Trabalho

Apoio Confiança

Superioridade/Inferioridade

Equipe Colaboração Amizade

Autonomia Decisão

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4.2.3.1 Indicador autonomia

Aqui, as declarações dos entrevistados sobre autonomia dos funcionários informam

como se organiza o trabalho no SEBRAE-PE:

“...eu sou muitas vezes responsável pelo sucesso ou fracasso do cliente, uma

orientação errada pode prejudicar ao cliente e causar uma confusão danada” (sic)

(S11).

“...a gente trabalha diretamente com empresários né! (sic) [...], você tem que ter um

jogo de cintura muito grande, [...], mas a gente aprende a gente vive tudo com

cintura fininha [risos] com o jogo de cintura”(sic) (S15).

“Muita, muita responsabilidade porque para meu setor é justamente aquilo que

passa a contratação a finalização vem tudo para cá, com relação ao pagamento tudo,

para ir para o financeiro tem que passar por aqui” (S10).

No que se refere à autonomia dos funcionários, todos os entrevistados mostram que o

no seu trabalho é possível tomar iniciativas e se responsabilizar por determinadas tarefas que

exigem muita atenção e cautela a fim de não prejudicar não somente as suas atividades, mas

também a empresa do cliente e a própria unidade do SEBRAE-PE. Verifica-se em alguns

entrevistados que esta autonomia faz com que o trabalho desenvolva de forma mais efetiva

pois segundo Moraes (2010), a organização do trabalho pode ser representada como uma base

sobre a qual se desenvolvem os processos de trabalho; ou pode ainda, ser compreendida como

um núcleo ao redor do qual se estruturam as vivências de prazer-sofrimento, os conflitos, as

estratégias de enfrentamento, que no caso da unidade do SEBRAE-PE são positivas, pelo

menos segundo as declarações dos funcionários.

4.2.3.2 Indicador decisão

As declarações dos entrevistados sobre as decisões que podem ser tomadas, no

exercício de suas tarefas, dão ideia de como se organiza o trabalho SEBRAE-PE.

“Sim, os resultados, a gente se não alcançar os resultados a gente tem que explicar

de alguma forma, por que não conseguiu o que precisa ser melhorado, se foi bom

se foi ruim, enfim algum acontecimento [...]” (S12).

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“Sim com certeza a cada dia é uma situação nova, no setor de compras sempre

aparece uma situação e que a gente não tenha feito ainda, todo dia é uma situação

nova” (S20).

“Sim, responsabilidade grande aqui, inclusive comentamos hoje aqui no

trabalho, o nosso grupo é como se fosse o coração, o que ocorre somos do setor de

compras e contratos e convênios, daqui é que sai tudo [...]” (S22).

Quanto à oportunidade de decidir, por parte dos funcionários, verifica-se que as tarefas

no SEBRAE-PE permitem que eles tomem decisões diante de certas situações, principalmente

quando se refere à elaboração de projetos. Percebe-se o grau de complexidade das tarefas, as

quais exigem criatividade, iniciativa e responsabilidade.

Solino e El-Aouar (2001) destacam a importância das habilidades dos membros da

organização, para eleger a melhor maneira de encarar a dinâmica dos mercados, corroborando

o incentivo à criatividade e ao talento, com base na delegação de responsabilidades de

tomadas de decisão a todos os níveis organizacionais, de forma que o desenvolvimento dessas

habilidades resulte em vantagem competitiva.

Na seção seguinte, passa-se a conclusão desta dissertação.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho tem como objetivo, investigar que aspectos da cultura organizacional

podem favorecer a formação de um ambiente motivador no SEBRAE-PE, segundo a

percepção de seus funcionários e à luz da teoria dos dois fatores de Herzberg (1968).

Após todo o processo de coleta e análise dos dados, chegou-se a algumas conclusões, as quais

vão ser apresentadas, segundo a ordem de apresentação dos objetivos específicos desta

pesquisa.

5.1 Fatores de motivação

Inicialmente este trabalho se propôs a verificar fatores de motivação de funcionários

do SEBRAE-PE, à luz da teoria dos dois fatores de Herzberg. Para tanto, foram criadas

algumas categorias de análise, tomando-se como base a teoria concernente.

5.1.1 Fatores intrínsecos da motivação

Para se investigar os fatores intrínsecos da motivação, foram definidos os seguintes

indicadores: Desafios/criatividade, Responsabilidade, Desenvolvimento Pessoal e

profissional, Reconhecimento. Os resultados indicam que, segundo os funcionários, o trabalho

no SEBRAE-PE proporciona desafios, criatividade e responsabilidade. Essas características,

de acordo com Herzberg (1968), favorecem a motivação intrínseca, pois estão diretamente

ligadas ao sentido do trabalho. Neste caso pode-se concluir que os funcionários entrevistados

mostram-se motivados, mesmo se alguns reclamam dos programas de desenvolvimento

pessoal e profissional dessa Instituição ou da falta de reconhecimento por parte de seus

superiores, pelo trabalho bem feito.

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5.1.2 Fatores extrínsecos da motivação

Ao que concerne os fatores extrínsecos da motivação, foram escolhidos os seguintes

indicadores: Estilo de Liderança, Relacionamento Interpessoal, Organização do Trabalho.

Pode-se concluir que os funcionários declaram-se satisfeitos com o estilo de liderança

dos seus gestores, com o relacionamento entre seus colegas de trabalho e até mesmo com a

organização do trabalho, no que se refere à higiene dos ambientes e à tecnologia necessária ao

exercício de suas funções, embora alguns tenham reclamado sobre a segurança no ambiente

de trabalho. Sabe-se que a verdadeira motivação é proveniente da satisfação com os fatores

intrínsecos e que os fatores extrínsecos devem servir para apoiá-los, isto é, eles jamais

motivam, mas a falta deles pode desmotivar pessoas (HERZBERG, 1968; BERGAMINI,

1996, 1997).

Neste caso, pode-se concluir que fatores de motivação de funcionários do SEBRAE-

PE consistem essencialmente em manter certo desafio para a realização das tarefas,

criatividade e responsabilidade em seus trabalhos. Parece que esses são essenciais para mantê-

los motivados.

5.2 Características da cultura organizacional

O segundo objetivo específico buscou identificar características da cultura

organizacional do SEBRAE-PE, na percepção de seus funcionários, em termos de estilo de

liderança, relacionamento interpessoal e organização do trabalho. Neste caso, a conclusão

deve ser feita segundo cada um desses fatores.

5.2.1 Estilo de liderança

Para se analisar o estilo de liderança foram criados três indicadores: Apoio, Confiança,

Superioridade/Inferioridade. Pode-se perceber por meio da análise dos dados que, na

percepção dos funcionários, no SEBRAE-PE os gestores apoiam-lhes em suas dificuldades de

trabalho, bem como parece existir, segundo eles, confiança entre superiores e subordinados,

em termos profissionais. Entretanto, alguns se queixaram da existência do sentimento de

superioridade e inferioridade, no ambiente de trabalho.

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Segundo os trabalhos de Sá e Lemoine (1997, 1998, 1999, 2000) essa característica do

estilo de liderança em uma organização, não somente estimula o desenvolvimento de um

ambiente motivador, mas também contribui para tornar as pessoas mais satisfeitas e até

mesmo comprometidas com a empresa.

5.2.2 Relacionamento interpessoal

Para se investigar sobre a cultura organizacional do SEBRAE-PE, em termos de

relacionamento interpessoal, também foram estabelecidos três indicadores: Equipe,

Colaboração, Amizade, constataram-se todos os resultados positivos, na percepção dos

funcionários: o trabalho é desenvolvido em equipe e existe colaboração entre eles, quando a

palavra é atividade. Outra característica cultural que foi identificada trata-se da amizade que

parece existir entre eles. Todos se referiram em seus depoimentos com entusiasmo.

Sá e Lemoine (1999) ainda afirmam que um clima de descontração, confiança e

amizade em situação de trabalho, tende a estimular a motivação e a satisfação dos indivíduos.

Em seus estudos eles constataram que essa é a característica cultural mais importante, quando

se quer falar em comprometimento organizacional.

5.2.3 Organização do trabalho

A organização do trabalho, por sua vez, foi identificada por meio dos indicadores:

autonomia e decisão. Sendo assim, pode-se inferir que a cultura organizacional do SEBRAE-

PE, investigada, entre outros fatores, pela organização do trabalho e segundo a percepção dos

seus funcionários, caracteriza-se por tarefas amplas e complexas, as quais permitem aos seus

executores autonomia em termos de planejamento, organização e controle, bem como

flexibilidade para a tomada de decisão. Essas prerrogativas do trabalho fazem com que os

funcionários venham a se motivar em seus desempenhos profissionais quotidianos.

Segundo Herzberg (1968) Bergamini (1996, 1997), dentre outros autores, indicam que

a amplitude do trabalho é um dos fatores preponderantes para a motivação dos indivíduos,

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tendo em vista que ela é capaz de agir diretamente nos fatores intrínsecos que são os

causadores da motivação propriamente dita.

5.3 Relacionamento entre a cultura organizacional e fatores de motivação

O terceiro objetivo específico visou relacionar a cultura organizacional do SEBRAE-

PE, em termos de estilo de liderança (EL), relacionamento interpessoal (RI) e organização do

trabalho (OT), com os fatores de motivação intrínsecos (MI) e extrínsecos (MO), segundo a

teoria de Herzberg (1968).

Conclui-se que a cultura organizacional nessa instituição, tem várias características

que favorecem um ambiente motivador no SEBRAE-PE: em primeiro lugar, ressalta-se o seu

estilo de liderança que, aliás, é o principal fator para disseminar os valores que servem como

base para a gestão, de maneira geral.

Ele favorece o desenvolvimento do trabalho com o apoio dos superiores, sempre que

necessário, mantêm um clima de confiança mútua entre os membros, independentemente da

posição hierárquica, além de permitir e estimular o trabalho em equipe, a colaboração mútua e

a amizade, o que conduz à retroalimentação de todas essas virtudes gerenciais, reforçando

políticas e prática que asseguram a sedimentação dos valores culturais.

Percebe-se outro aspecto importante desse estilo de liderança, que oportuniza um

clima em que as atividades podem ser realizadas com mais autonomia e decisão, que por sua

vez contribui para a criatividade, inovação, responsabilidade e desenvolvimento

pessoal/profissional, aspectos estes relacionados aos fatores intrínsecos da motivação

(Herzberg, 1968), em virtude de uma gestão mais participativa e descentralizada. Percebe-se

aí a relação existente entre uma característica da cultura organizacional do SEBRAE-PE

com os fatores de motivação (intrínseca). Assegurando essa relação, pode-se salientar, ainda,

o valor para o estado motivacional das pessoas, os elogios que são feitos pelos dirigentes,

mediante os trabalhos bem feitos.

Em segundo lugar chama-se à atenção para o relacionamento interpessoal nessa

instituição, caracterizado pelo trabalho em equipe e comportamentos de colaboração e

amizade entre os funcionários. Este aspecto, segundo Sá e Lemoine (1999) contribui para a

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formação, não somente de um ambiente agradável ao trabalho, em virtude das trocas

humanas, mas principalmente favorável à motivação e comprometimento dos indivíduos na

organização. A empresa deixa de ser um local, não somente de trabalho, mas passa a

representar, inclusive, uma extensão de casa (Sá, 1997). Característica esta que reforça a

prática da cultura local (brasileira) o que, mais uma vez, alimenta os motivos propícios para o

desenvolvimento da motivação, refazendo o ciclo entre ela mesma e a cultura organizacional.

Ressalta-se, ainda, a importância desse elemento cultural relacionamento interpessoal

para o desenvolvimento de um dos aspectos intrínsecos da motivação, avaliado neste estudo:

desenvolvimento pessoal e profissional. Sabe-se que a gestão do conhecimento orienta

exatamente esta prática da interação humana na organização, em busca da disseminação dos

saberes pois de acordo com Bright (2008), o bom relacionamento com colegas e superiores é

um dos predicados nas condições de trabalho que mais influencia o nível de satisfação e

motivação dos funcionários.

Pode-se concluir, ainda, que o relacionamento interpessoal, em termos de trabalho em

equipe, colaboração e amizade entre os funcionários contribui favoravelmente para o fomento

à criatividade e inovação, bem como trabalhos que exijam mais responsabilidade de quem o

faz. Por sua vez, essas práticas vão proporcionar situações em que, certamente, poderão surgir

elogios que servem como incentivo e estímulo à motivação humana. Constata-se ainda a

relação entre mais uma característica da cultura organizacional do SEBRAE-PE e fatores

de motivação (intrínseca).

Enfim, em terceiro lugar, observa-se que a organização do trabalho no SEBRAE-PE

favorece um tipo de trabalho que proporciona aos seus funcionários, mais autonomia e

capacidade para as decisões. Percebe-se que essa condição também é possível em virtude não

somente do estilo de liderança mais participativo que favorece o apoio, a confiança mútua, o

trabalho em equipe, a colaboração e a amizade entre os membros, mas também em face à

política de desenvolvimento pessoal/profissional, estímulo à criatividade e à inovação, bem

como trabalhos que provejam mais responsabilidade. Percebe-se aqui mais uma vez a estreita

relação entre uma característica da cultura organizacional do SEBRAE-PE com fatores

de motivação (intrínseca).

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A partir dos dados apresentados sobre cultura organizacional e motivação na unidade

do SEBEAE-PE, conforme análise de conteúdo, realizada neste estudo, pode-se concluir que

os aspectos da cultura organizacional favorecem a formação de um ambiente motivador no

SEBRAE-PE, segundo a percepção de seus funcionários e à luz da teoria dos dois fatores de

Herzberg (1968).

5.4 Sugestões para futuros estudos

Em relação a trabalhos futuros recomenda-se a aplicação dos instrumentos utilizados

nesta pesquisa em outras organizações do SEBRAE espalhadas pelo Brasil, a fim de ratificar

as relações mais consistentes entre a cultura organizacional e motivação. Sugere-se também a

aplicação de outros elementos da cultura organizacional como: valores, crenças, mitos, tabus,

heróis, normas, símbolos. E finalmente, utilizar outras teorias de motivação como: Erg,

Vroom, Maslow, McGregor para se relacionar característica da cultura organizacional com

fatores de motivação.

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APÊNDICE A

ROTEIRO DE ENTREVISTA POR PAUTA

1. Como os funcionários se relacionam entre colegas?

2. O trabalho é realizado em equipe?

3. Existe colaboração mútua entre colegas?

4. Os gestores estão prontos para apoiar no que for preciso?

5. Os gestores são compreensivos e mostram-se confiantes em seus funcionários e nos seus

trabalhos?

6. Existe um sentimento de superioridade/inferioridade entre os gestores e os funcionários?

7. O ambiente físico de trabalho é adequado, em termos de conforto?

8. O ambiente físico de trabalho é adequado, em termos de higiene e segurança?

9. A tecnologia necessária para apoiar o seu trabalho é accessível e adequada?

10. O seu trabalho provê desafios e criatividade?

11. O seu trabalho provê responsabilidade?

12. Existe política de desenvolvimento pessoal e profissional?

13. Reconhece-se o trabalho bem feito?