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1 FACULDADE CEARENSE PÓS-GRADUAÇÃO EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL FRANCISCO LUCIANO DOS SANTOS MARREIRO GESTÃO DE COMPRAS PARA OBTENÇÃO DE VANTAGEM COMPETITIVA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO RAMO METALÚRGICO NO CEARÁ FORTALEZA – CEARÁ 2013

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FACULDADE CEARENSE

PÓS-GRADUAÇÃO EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL

FRANCISCO LUCIANO DOS SANTOS MARREIRO

GESTÃO DE COMPRAS PARA OBTENÇÃO DE VANTAGEM COMPETI TIVA:

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO RAMO METALÚRGICO NO CEARÁ

FORTALEZA – CEARÁ

2013

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FRANCISCO LUCIANO DOS SANTOS MARREIRO

GESTÃO DE COMPRAS PARA OBTENÇÃO DE VANTAGEM COMPETI TIVA:

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO RAMO METALÚRGICO NO CEARÁ

Monografia apresentada às Faculdades Cearenses - FAC, como requisito parcial para obtenção do título de pós-graduação em Logística Empresarial.

Orientador: prof. João Luís Melo Filgueiras

FORTALEZA – CEARÁ

2013

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FRANCISCO LUCIANO DOS SANTOS MARREIRO

Gestão de compras para obtenção de vantagem competi tiva: estudo de caso em

uma empresa do ramo metalúrgico no Ceará

APROVADO EM ____/________/ 2013.

_________________________________________ PROF. JOÃO LUÍS MELO FILGUEIRAS

Prof. Orientador

_________________________________________ RODINEY MARCELO BRAGA DOS SANTOS

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA

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“O sucesso nasce do querer, da

determinação e persistência em se

chegar a um objetivo. Mesmo não

atingindo o alvo, quem busca e vence

o obstáculo, no mínimo fará coisas

admiráveis.” (José de Alencar).

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AGRADECIMENTOS

Sempre e em primeiro lugar, a Deus, por ter-me dado força e coragem suficiente

para que eu pudesse vencer em mais este projeto. Sei que “tudo posso naquele que

me fortalece”.

Aos meus pais, por me darem o alicerce para acreditar em mim e assim lutar para

que meus sonhos se tornem realidade.

Ao meu orientador, professor João Luís, pela paciência e pela sempre generosa

divisão de conhecimentos que me dedicou durante a produção desta monografia e

pela receptividade quando o procurei para que me orientasse.

Ao Zenilton, pelo incentivo e encorajamento para que iniciasse o curso. Sua

insistência deu início a esta vitória.

À FaC e a todos os professores que desde a graduação já são parte integrante do

meu crescimento profissional.

Enfim, a todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente para que este

trabalho acontecesse. Àqueles que acreditaram em mim.

Muito obrigado!

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RESUMO

Este estudo possui como tema “Gestão de compras para obtenção da vantagem competitiva: Estudo de caso em uma empresa do ramo metalúrgico no Ceará”. Tendo como objetivo geral analisar a gestão de compras como ferramenta de diferencial competitivo e alcance da vantagem competitiva na empresa em estudo. Considerando a importância da gestão de compras dentro da empresa foi levantado o seguinte questionamento: Como a gestão de compras deve ser utilizada para garantir vantagem competitiva para as empresas? O estudo se justifica para que se possa ter um maior conhecimento acerca da vantagem competitiva para as empresas conquistadas através da gestão de compras que favoreçam o alcance de seus objetivos estratégicos. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica. Constatou-se que a função de compras tem cada vez mais se destacado dentro das organizações por estar relacionada à qualidade do produto, redução de custos de produção e nível equilibrado de estoque. Palavras-chave: gestão, compras e vantagem competitiva.

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ABSTRACT

This study has as its theme "Management of purchases to obtain competitive advantage in organizations." Having as main objective to analyze the purchasing management as competitive advantage and achieve competitive advantage in organizations tool. Considering the importance of purchasing management within organizations has raised the question: How does the purchasing management should be used to ensure competitive advantage for companies? The study is warranted so that we can have a greater knowledge of competitive advantage for companies earned through the management of purchases that support the achievement of its strategic objectives. The methodology used was literature. It was found that the purchasing function has increasingly been highlighted within organizations as it related to product quality, reduce production costs and inventory levels balanced. Keywords: management, shopping e competitive advantage.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. ..9

2 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ................................................ 11

2.1 Conceito de cadeia de suprimentos .................................................... 11

2.2 O setor de compras e a cadeia de suprimentos ................................ 13

3 GESTÃO DE COMPRAS .............................................................................. 16

3.1 Processo de compras na empresa ...................................................... 16

3.2 Contribuições da gestão de compras para a empre sa ...................... 18

3.3 A importância da função compras para a empresa ........................... 19

4 A GESTÃO DE COMPRAS COMO VANTAGEM COMPETITIVA PAR A AS ORGANIZAÇÕES ............................................................................................ 21

4.1 Centralização de compras - vantagens e desvantagens ................... 21

4.2 Descentralização de compras - vantagens e desvantag ens ............. 23

4.3 Clusters – vantagem competitiva para micro, peq uenas e médias empresas ..................................................................................................... 24

4.4 E-procurement ...................................................................................... 24

5 METODOLOGIA ........................................................................................... 26

5.1 Tipo de estudo ...................................................................................... 26

5.2 Cenário .................................................................................................. 26

5.3 Participantes do estudo ....................................................................... 27

5.4 Coleta de dados .................................................................................... 27

5.5 Análise de dados .................................................................................. 28

5.6 Procedimentos éticos ........................................................................... 28

5.7 Riscos e benefícios da pesquisa ......................................................... 28

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 30

6.1 Roteiro de entrevista ............................................................................ 30

6.2 Análise da entrevista ............................................................................ 31

6.3 Proposta de melhorias ......................................................................... 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 37

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 38

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo possui como tema “Gestão de compras para obtenção da

vantagem competitiva: Estudo de caso em uma empresa do ramo metalúrgico no

Ceará”. Teve como objetivo geral analisar a gestão de compras como ferramenta de

diferencial competitivo e alcance da vantagem competitiva nas organizações e como

objetivos específicos conceituar gestão de compras; identificar como se dá as

estratégias e objetivos estratégicos em uma empresa; averiguar a gestão de

compras para obtenção da vantagem competitiva.

Através das vantagens competitivas as empresas podem posicionar-se de

diferentes maneiras junto ao mercado, no sentido de manter e conquistar novos

clientes. Dentre elas a vantagem competitiva tem o seu valor por criar melhorias nos

produtos por meio da qualidade e dos recursos oferecidos. Por sua vez a gestão de

compras atua na obtenção da vantagem competitiva a partir do momento em que

reorganiza o ambiente produtivo, eliminando desperdícios e garantindo a melhoria

contínua dos processos de produção.

Considerando a importância da gestão de compras dentro da empresa foi

levantado o seguinte questionamento: Como a gestão de compras deve ser utilizada

para garantir vantagem competitiva para as empresas?

O estudo se justifica para que se possa ter um maior conhecimento acerca da

vantagem competitiva para as empresas conquistadas através da gestão de

compras que favoreçam o alcance de seus objetivos estratégicos. Assim, a gestão

de compras consiste em uma excelente ferramenta para o crescimento

organizacional. Para um melhor entendimento, este estudo foi dividido em cinco

capítulos.

O capítulo um corresponde a esta introdução. O segundo trata da gestão da

cadeia de suprimento, conceituando-a, verificando a relação entre o setor de

compras e a cadeia de suprimento. O terceiro capítulo aborda a gestão de compras,

como se dá o processo, sua evolução e quais as contribuições e importância da

gestão de compras para as empresas. O capítulo quatro verifica a gestão de

compras como vantagem competitiva, quais as vantagens e desvantagens da

centralização e descentralização, clusters e e-procurement.

O capítulo cinco traz a metodologia, detalhando o tipo de estudo, cenário,

participantes do estudo, coleta de dados, análise de dados, procedimentos éticos,

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riscos e benefícios da pesquisa. No capítulo seis têm-se os resultados e discussões

- roteiro de entrevista (ANEXO), análise de entrevista e propostas de melhorias. Por

fim, têm-se as considerações finais e as referências bibliográficas.

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2 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

2.1 Conceito de cadeia de suprimentos

O conceito de cadeia de suprimentos está vinculado ao conceito de logística.

Este se trata de um termo amplo que envolve várias atividades. De acordo com

Bowersox e Closs (2004, p. 21):

A logística inclui todas as atividades relacionadas à movimentação de produtos e transferência de informações dos participantes de uma cadeia de suprimentos. A cadeia de suprimentos, por sua vez, se constitui como uma estrutura logística que possibilita o trabalho em conjunto com o intuito de levar produtos, serviços e informações, de forma eficiente até o consumidor final.

Com base em Chopra e Meindl (2003), a cadeia de suprimentos envolve

desde o atendimento até a entrega do pedido de um cliente. Para Pires et. al (2009,

p. 31) cadeia de suprimentos consiste em “uma rede de companhias efetivamente

responsáveis pela obtenção, fabricação e disponibilização de um produto ou serviço

qualquer ao elo final, ou seja, o cliente”.

Também denominada gestão de suprimentos por se tratar não somente de

um ato de negociação e compra, mas também de uma gestão de relacionamento

com os fornecedores. O termo Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) vem do

inglês Supply Chain Management (SCM). Surgiu por volta das décadas de 80 e 90 a

partir da necessidade de integração dos departamentos internos das empresas

(PIRES, 2009).

Desta forma, a gestão da cadeia de suprimentos trata de uma integração de

todos os processos logísticos, ressaltando-se que podem acontecer conflitos durante

o processo, já que ocorre uma centralização onde as atividades se dão de uma

forma interpolada de acordo com a necessidade de seu desenvolvimento (RUSSEL,

1998). Como definição, Pires (2009, p. 70) afirma que se trata de:

Um modelo gerencial que busca atender as sinergias através da integração dos processos de negócios chaves ao longo da cadeia de suprimentos. O objetivo principal é atender ao consumidor final e outros stakeholders de forma mais eficaz e eficiente possível, ou seja, com produtos e/ou serviços de maior valor percebido pelo cliente final e obtido através do menor custo possível.

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Assim, o objetivo principal da gestão da cadeia de suprimentos é focar no

cliente final, onde se visa maximizar o valor global gerado, ou seja, o montante

financeiro que será recebido pelos produtos e serviços oferecidos pela empresa,

tornando-a rentável (CHOPRA; MEINDL, 2003). Complementando a observação de

Chopra e Meindl (2003), Womack (et. al, 2004, p. 121) afirmam:

Entende-se por “valor global gerado” a diferença entre o valor do produto final percebido pelo cliente, refletido no preço que ele está disposto a pagar, e o esforço realizado pela cadeia para atender ao seu pedido, ou seja, o quanto cada estágio foi responsável pelo incremento do valor final.

É preciso verificar que atividades geram valor agregado para a empresa e

também qual a divisão mais adequada do valor global gerado na cadeia. Assim, o

sucesso de uma cadeia de suprimentos depende da lucratividade total que deve ser

dividida entre todos os estágios da cadeia e do que é realizado para atrair o cliente

final (PIRES, 2009). De acordo com Rodrigues e Santin (2004, p. 98), a cadeia de

suprimentos tem como objetivo:

Integrar todos os processos desde a fabricação até a distribuição do produto, com o intuito de otimizar custos para o fabricante e agregar maiores valores ao consumidor final, por meio de funções que atendam as suas necessidades. Tudo isso deve acontecer com um rápido tem de resposta desde o atendimento do pedido até a entrega do produto.

Para Lambert et. al. (1998), para que a cadeia de suprimentos obtenha êxito é

de suma importância que seja analisada. Para tanto se deve conhecer a

configuração da cadeia de suprimentos, sendo o primeiro passo definir seus elos.

Tais elos podem ser divididos em primários ou de suporte. Os elos primários se configuram como as companhias ou negócios estratégicos responsáveis por desenvolver atividades operacionais ou de gestão nos processos de negócios necessários para produzir um produto ou serviço para um cliente ou para determinado mercado e de suporte. Já os elos de suporte são as companhias que apenas oferecem recursos, conhecimentos, utilidades ou ativos para os elos primários. (LAMBERT et. al., 1998).

Segundo Chopra e Meindl (2003) para se desenhar a configuração de uma

cadeia de suprimentos cinco elos primários são identificados, os quais: fornecedores

de matéria-prima em vários níveis; fabricantes; atacadistas/Distribuidores (ou

Centros de Distribuição); varejistas; clientes.

Assim, vale salientar que não é necessário que a cadeia de suprimentos

considere todos os elos citados. Dependendo da especificidade de cada cadeia de

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suprimentos, devendo ter foco nas necessidades dos clientes, e dos elos necessário

para atendê-las.

2.2 O setor de compras e a cadeia de suprimentos

Hoje em dia as empresas vivem uma realidade de competição e forte

concorrência. Diante disso, as estruturadas obrigatoriamente devem conhecer suas

necessidades e saber lidar com as adversidades ocasionadas por riscos de redução

de fontes de fornecimento, escassez de materiais e produtos, instabilidade

econômica e política dentre muitas outras ameaças à continuidade do suprimento de

materiais, produtos e componentes necessários para a vida sadia e consequente

estabilização no mercado competitivo. Vale reforçar a expressão: “Quem for

competente se estabelece”. Importante ressaltar que uma eficaz estruturação

desses componentes dentro de um sistema de gestão irá:

Auxiliar a empresa na medida em que o modelo privilegie a centralização de informações sobre demanda, capacidade e fluxo de materiais, permitindo o melhor planejamento da utilização de recursos produtivos, das necessidades de materiais, gerando uma solução logística de melhor qualidade (MANHAES, 2007, p. 27).

Permitirá ainda o efetivo controle das operações, utilizando-se de um banco

de dados centralizado em uma rede que considere todas as plantas industriais e

centros de distribuição, possibilitando a conexão com clientes, através do Customer

Relationship Management (CRM), bem como dos fornecedores através do Supplier

Relationship Management (SRM). A utilização da internet torna-se então, fonte e

ferramenta indispensável.

O CRM traduzido para o português como gestão de relacionamento com o

cliente trata-se de um processo que busca colocar o cliente como centro das

atenções para a empresa. Tem como benefício o ganho da qualidade e eficiência,

redução de custos e aumento dos lucros (PLUGER, 2013). O SRM traduzido para o

português significa gestão da relação com o fornecedor e objetiva fazer com que a

empresa melhore sua comunicação com diferentes fornecedores para que se possa

otimizar o processo de abastecimento (KIOSKEA, 2013).

A logística, as estratégicas, sistemas integrados, o planejamento, as

operações e as compras compõem o que são denominados componentes

indispensáveis para um sistema bem estruturado para a gestão da cadeia de

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suprimentos. Estes componentes a seguir estão definidos por Cunha, Gomes e

Silvério (2013, p. 14) da seguinte forma:

Operações na Cadeia de Suprimentos : Faz com que as organizações ganhem maior eficiência em suas operações obtendo uma melhoria na sua cadeia de suprimentos, habilidade de análises e de integração. Focados nos serviços dos clientes, qualidade do produto, redução do ciclo de tempo, utilização dos ativos e flexibilidade operacional. Essas capacidades incluem o gerenciamento da demanda, serviços operacionais enxutos, gerenciamento de ordem distribuída, gerenciamento de ativos e sincronização de suprimentos/demanda. Logística : Ajuda no gerenciamento de mercadorias através da cadeia de suprimentos buscando a redução de custos ao mesmo tempo em que o serviço ao cliente é otimizado. Visa o aperfeiçoamento da utilização da rede de distribuição e a implementação de tecnologias avançadas em "warehousing", transporte e gerenciamento de funções. Estratégia para Cadeia de Suprimentos : Foca na otimização da cadeia de suprimentos. Através de uma avaliação para ajudar a identificar a maturidade da demanda da cadeia de suprimentos e o desempenho dos objetivos do negócio. Oferece estratégias de longo prazo que abrangem infraestrutura, ativos, organização, processos e tecnologia. Sistemas Integrados da Cadeia de Suprimentos : Apoia com a integração de soluções de ERP otimizando a troca de informações na cadeia de suprimentos. Ajuda empresas que já possuem ERP a expandir suas soluções implantadas e a novos parceiros que desejam integrar o ERP (ou sistema legado) de sua empresa através de sua cadeia de suprimentos. Planejamento da Cadeia de Suprimentos : Inclui processos de negócios que planejam e gerenciam a demanda através de toda cadeia de suprimentos. A solução de métodos e ferramentas facilita o planejamento e a gestão operacional da cadeia de suprimentos, na qual estão as chaves para o crescimento e melhoria do desempenho da empresa, tais como: redução de custos de inventário, otimizando recursos e níveis de serviço do cliente, para maior lucratividade. Compras : Possibilita a otimização da operação de compras, buscando vantagens na negociação de preços, melhor eficiência, controle mais rigoroso dos gastos e melhores níveis de serviços.

A gestão de compras baseia-se na aquisição de matérias-primas, produtos

acabados, componentes, recursos e serviços. A produção abrange todas as

atividades necessárias à produção. A movimentação refere-se ao transporte de

materiais e de pessoas dentro e fora da cadeia de suprimentos.

A estocagem envolve produtos acabados e a matéria-prima à espera de

transporte ou para transformação. As vendas são os objetivos de qualquer empresa,

com lucro capaz de dar continuidade a tudo em círculo, fazendo girar o capital,

contribuindo com o desenvolvimento sócio e econômico do país.

Comprar afeta indiretamente o fluxo de produtos no canal de suprimento físico. As decisões relativas à seleção dos pontos de embarque do fornecedor, a determinação das quantidades de compra e os métodos de transporte, são algumas das decisões importantes que afetam os custos logísticos (BALLOU, 2006, p. 327).

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Conclui-se, portanto, que os resultados positivos mostram a importância da

adoção das boas práticas de compras e apontam para os benefícios

organizacionais, como um bom lucro, que podem ser obtidos a partir das estratégias

de compras e outras implantações funcionais que envolvam outros setores das

empresas.

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3 GESTÃO DE COMPRAS

3.1 Processo de compras na empresa

Gestão de compras é definida por Lambert, Cooper e Pagh (1998) como parte

da cadeia de suprimentos responsável pela integração entre a organização e seus

fornecedores diretos e indiretos. A função de compras foi evoluindo na medida em

que sua importância para as empresas foi aumentando. Para Pooler e Pooler (1997),

a gestão de compras evoluiu no seu valor organizacional, por sua vez Fung (1999)

acredita que a gestão de compras evoluiu ao passar da atividade tradicional de

comprar material para assumir uma posição na gestão da cadeia de suprimentos.

A função do setor de compras de uma empresa é fundamental, tendo em vista

que geralmente nas empresas os itens comprados representam entre 40% e 60% do

custo do produto vendido, ou seja, de lucro. Isto o ratifica como princípio da

alavancagem dos lucros (BALLOU, 2006).

A competitividade perante os volumes e valores negociados obrigou os

setores de compra das empresas a evoluírem. Com o impacto da competitividade, a

área de compras das empresas teve um maior destaque que, por sua vez, passou a

participar cada vez mais na gestão dos serviços para os clientes. As empresas

passaram a negociar com os fornecedores, adquirindo produtos com menor custo e

aumento nos lucros como resultado.

Ou seja, comprar mais barato, vender a preço de mercado, obtendo

consequentemente uma maior lucratividade (BALLOU, 2006). Ressalte-se assim que

os departamentos de compras têm hoje uma capacidade estratégica e de realização

de objetivos globais nas empresas.

Assim, as prioridades competitivas destes departamentos direcionam-se às

reduções de custo, às entregas dentro dos prazos, à qualidade de aquisições e ao

desenvolvimento de planos de compras de acordo com a situação em que

a empresa se encontra. Além do que, uma estratégia simples para uma empresa se

estabelecer no mercado competitivo como atualmente, é a de comprar produtos de

baixo custo, mas com padrão e qualidade exigidos pelo consumidor, serviços

eficientes na entrega e no atendimento, preço e prazo. Uma boa compra resulta em

uma boa venda.

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Como tal, estes mesmos profissionais passam a ser mais valorizados no

mercado de trabalho.

Importante salientar que evolução profissional é acompanhada ao nível dos serviços de comércio eletrônico, que capacita as empresas de melhores estratégias de compras, otimizações de processos, fortalecimentos do relacionamento com os fornecedores e de reduções de custos. Esta evolução tem um impacto de tal maneira significativo ao nível do mercado, que as empresas investem cada vez mais em soluções conhecidas como SRM (Supplier Relationship Management), gestão do relacionamento com os fornecedores, promovendo desta forma a automação dos processos de compras (IBAMA, 2012, p. 42).

Devido ao aumento da procura na gestão do processo de compras,

as empresas tendem a distribuir as responsabilidades para outros serviços.

Atualmente, o uso da informática na gestão de compras é um bem necessário. É o

maior diferencial de uma empresa, tendo em vista a concorrência e aos moldes

atuais do mercado competitivo. É a diferença propriamente dita em relação ao que

hoje vivemos e os tempos passados, arcaicos. Para ratificar a importância da

evolução, faz-se necessária atenção às citações a seguir:

Antes, sem uso da informática

procedimentos ultrapassados; tempo de trabalho homem/hora elevado; número restrito de fornecedores; falta de mecanismo de acompanhamento; alto índice de erros nos pedidos; limitação para agregar novas tecnologias; dificuldade para reduzir os níveis de estoque; excesso de funcionários no setor; baixo nível de segurança e transparência; setor de compras descentralizado (MERCADO NA REDE, 2013, p. 4).

Hoje, com o uso da informática

integrado ao seu sistema de gestão; garante agilidade no retorno das cotações; várias cotações sendo feitas simultaneamente; dispensa negociação com fornecedores; tecnologia de ponta com avanços constantes; sistema de multioperação; não atrasa por ausência do funcionário; evita erros nos pedidos; facilita a centralização do setor de compras; registra e armazena todas as informações. (MERCADO NA REDE, 2013, p. 4).

Redução dos custos redução ou remanejamento da equipe do setor de compras;

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redução de ligações telefônicas e fax; redução da necessidade de horas extras; redução do nível de “stress” da equipe aumentando a sua produtividade e qualidade de vida (MERCADO NA REDE, 2013, p. 4).

Economia

redução do nível de estoque da empresa; acesso a novos fornecedores; redução de negociações com fornecedores; aumento da competitividade entre fornecedores; oportunidade de conhecer novas marcas. (MERCADO NA REDE, 2013, p. 5).

Segurança e transparência Permite a auditoria no processo de compras; Permite que pessoas de outro setor acompanhem o andamento do processo de compras (MERCADO NA REDE, 2013, p. 5).

Quadro 1 Uso da Informática na Gestão de Compras

Fonte: adaptado de mercado na rede, 2013

Entretanto, a eficácia do processo de compras não depende apenas da

automação. É necessário um controle para a forma como o processo é conduzido,

passando, assim, a área de compras a integrar o processo de logística e demais

segmentos, para fazer parte da cadeia de abastecimento.

3.2 Contribuições da gestão de compras para a empre sa

Na estratégia da empresa, o processo de compras pode contribuir na

melhoria da vantagem competitiva, no menor custo de aquisição na compra de itens

solicitados e garantia de alinhamento total das estratégias de compras. (LEENDERS

et. al, 2006). Cita Martins (2011, p. 15) quatro estágios estratégicos para o

desenvolvimento da função compras:

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• Passivo: quando a função suprimentos não apresenta direção estratégica e reage conforme as necessidades de outras funções na empresa; • Independente: a função suprimentos adota as mesmas técnicas e práticas do estágio passivo, mas existe uma direção estratégica a qual é independente da estratégia competitiva da empresa; • Sustentador: a gestão operacional de compras é baseada em técnicas e práticas que reforçam a estratégia competitiva da empresa e da manufatura; • Integrativo: nessa etapa a estratégia de compras está completamente integrada dentro da estratégia competitiva da empresa.

Por sua vez, a contribuição operacional se relaciona ao fato de que o

processo de compras é uma atividade necessária em todos os setores da empresa,

desde os fornecedores até o cliente, que é o seu destino final. Assim, percebe-se a

atuação do processo de compras como cadeia de suprimentos ao haver uma

integração da gestão de compras com outros setores, como o de qualidade, de

planejamento e de controle de produção.

Para Martins (2011), a qualidade está diretamente interligada ao setor de

compras, haja vista sua importância no resultado final dos materiais comprados. Já

quanto à integração do setor de compras com o planejamento, objetiva a garantia do

abastecimento da produção com o menor custo possível (SLACK et. al, 2009). Outra

questão importante são as habilidades dos gestores de compras na empresa que a

partir de uma ação diferenciada conseguiram trabalhar com uma estrutura bem mais

lucrativa (FLEURY & FLEURY, 2003).

Baseando-se em indicadores de desempenho, cabe aos gestores de compras verificar a pontualidade das entregas, o número de lotes rejeitados, tempo de desenvolvimento dos fornecedores para material específico, preços praticados relacionados aos índices de mercado e outros (LEENDERS et. al, 2006, p. 51).

Neste contexto, entende-se que é o desempenho do gestor de compras o

fator determinante para que se desenvolva o planejamento, controle e produção da

empresa de forma satisfatória.

3.3 A importância da função compras para a empresa

Atualmente a função compras é imprescindível para que uma empresa

funcione, porém, é preciso saber comprar para garantir a sobrevivência da empresa

no mercado. Entende-se que as atividades que envolvem o setor de compras

reúnem uma série de fatores que vão desde a escolha dos fornecedores até a

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previsão dos preços e serviços (BALLOU, 2006). Gaither & Fraizer (2001, p. 16)

afirma que:

O departamento de compras desempenha um papel fundamental na realização dos objetivos da empresa [...] Sua missão é perceber as necessidades competitivas dos produtos e serviços, tornando-se responsável pela entrega no tempo certo, custos, qualidade e outros elementos na estratégia de operações.

É fundamental, portanto, que se mantenha um banco de dados atualizado dos

fornecedores para que se possa ter a possibilidade de negociação, angariando

melhor preço e assim reduzir os custos da empresa. Baily (et. al, 2000, p. 26) define

o perfil ideal do comprador:

(...) Vê a função como geradora potencial de lucro: acredita que deve contribuir para os planos em longo prazo como parceiro em igualdade de condições. Possui MBA1; forte base financeira e tecnológica; assume que a área de compras é vital para o bem-estar da empresa, que necessita de contribuição criativa para os planos e as políticas corporativas. Aspira assumir uma diretoria; ansioso para eliminar as deficiências da administração de recursos humanos e proporcionar melhores condições de trabalho. Possui metas bem definidas para atingir objetivos, com o uso de melhor planejamento, criatividade e colaboração de outros executivos da empresa.

Além de o setor de compras não ter apenas a função de adquirir produtos, ele

precisa da interação com os outros departamentos da empresa, recebendo e

fornecendo informações, alimentando todos os setores para a adequada tomada de

decisão (MARTINS & ALT, 2011).

Arnold (1999, p. 17) descreve o ciclo de compras da seguinte forma:

a) recepção e análises de requisições de compra da empresa; b) seleção de fornecedores; c) analisar as cotações e selecionar o fornecedor certo; d) determinar o preço; e) emitir o pedido de compra; f) fazer o acompanhamento de entregas; g) receber e aceitar as mercadorias; h) aprovar fatura para pagamento.

Neste contexto, o setor de compras é responsável pelo adequado

funcionamento da empresa, devendo possuir um mecanismo de controle com

objetivos e metas a cumprir de forma que irá refletir no resultado final da

organização.

1 Mestrado em Administração de Negócios.

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4 A GESTÃO DE COMPRAS COMO VANTAGEM COMPETITIVA PAR A AS

ORGANIZAÇÕES

O gestor de compras, bem como outros envolvidos diretamente no sistema,

deve participar de feiras e congressos, reuniões com associações de classe,

relacionamentos estreitos com as empresas contratadas e empresas fontes de

abastecimento, governo e ainda com a concorrência (PARENTE, 2000). Explicam

These, Matos e Brambila (2010, p. 13) que: “No sistema de compras centralizado,

este relacionamento se mostra mais fortalecido, devido ao poder de negociação que

o departamento tem perante os fornecedores”.

No mercado competitivo, que no momento ocorre em todos os segmentos, as

empresas têm como maior preocupação a distribuição e colocação de produtos nas

prateleiras, sem contar a imprescindível boa qualidade de serviços a ser ofertada

aos clientes, sempre obedecendo aos desejos e necessidades dos demandantes

(CERVI, 2002).

Com galopante evolução da tecnologia de informação (TI), as barreiras de

tempo e espaço são quebradas, gerando impacto nas organizações e na maneira

como elas se relacionam. Essa evolução tecnológica obriga as organizações à

reestruturação de padrões (PARENTE, 2000). “Tecnologias de capacitação, como a

computação em grupo e a interconexão em rede, permitem que as empresas

ampliem seus desempenhos de maneira integrada e ampliada” (CERVI, 2002, p. 5).

Para uma melhor explanação deste estudo, a seguir serão verificadas quais as

vantagens e desvantagens da centralização do processo de compras.

4.1 Centralização de compras: vantagens e desvantag ens

Em linha geral, o movimento para a centralização “tem como objetivo uma

melhor funcionalidade geral e uma exploração mais econômica, devido a uma maior

economia de meios humanos e materiais e a uma melhor gestão pelas

possibilidades de controle que oferece” (PARENTE, 2000, p. 21). Em redes

varejistas, conforme ressaltado por Parente (2000), o administrador deve decidir

sobre o grau de centralização nas decisões de compra.

Nas palavras de Cunha (1991) e Caetano (1983, apud ALMEIDA, 2000, p.

21): “Essa decisão de compra pode ser desenvolvida de maneira centralizada ou

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descentralizada, conforme a monografia discute nas partes restantes”. Com a

centralização do processo de compras, as empresas veem como uma alternativa

que pode prover algumas vantagens referentes ao processo. Para Reis e Brito

(2010, p. 10):

As vantagens dependem de como o executivo lidará com o poder de compra de sua empresa. Ou seja, depende da sua habilidade em consolidar exigências, desenvolver fontes, racionalizar estoques, simplificar procedimentos, negociação com fornecedores, a fim de diminuir custos desnecessários e promover o fluxo de informações eficaz dentro da organização. Esta alternativa possibilitará o atendimento das exigências da empresa.

A centralização de compras envolve menores custos no processamento de

pedidos, e possibilita a compra de maiores quantidades, oferecendo ganhos de

escala nas negociações (ATAMANCZUK, KOVALESKI & FRANCISCO, 2008).

Abaixo são enumeradas de forma reduzida e direta, as vantagens da centralização

do processo de compras:

Vantagens da centralização: 1 as decisões são tornadas por administradores que têm urna visão global da empresa; 2 tomadores de decisão situados no topo e geralmente melhor treinados e preparados do que os que estão nos níveis mais baixos; 3 eliminação dos esforços duplicados reduz os custos operacionais; 4 certas funções – como compras – quando centralizadas, provocam maior especialização e aumento de habilidades e 5 decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais (SERPA, 2007, p. 1).

Vale ressaltar que a centralização também possui suas desvantagens:

Desvantagens da centralização: 1. As decisões não são tomadas por administradores que estão próximos dos fatos; 2. Tomadores de decisão situados no topo raramente têm contato com os trabalhadores e com as situações envolvidas; 3. As linhas de comunicação mais distanciadas provocam demoras prolongadas; 3. Administradores nos níveis mais baixos são frustrados porque estão fora do processo decisório; 4. Pelo envolvimento de muitas pessoas nas comunicações, há mais possibilidades de um erro e de distorções pessoais (SERPA, 2007, p. 2).

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O próprio conceito da centralização evidencia seus problemas inerentes. “A

estrutura centralizada existe quando todo o poder para a tomada de decisões está

em um só local da organização, no final das contas nas mãos de uma pessoa”

(MINTZBERG, 2008, p.102). Pode-se dizer desta forma que uma gestão de compras

centralizada promove a tomada de decisões de modo objetivo, reduzindo assim

esforços e custos, todavia, pode distanciar as linhas de comunicação, gerando

insatisfação nos administradores de níveis mais baixos. A seguir, veremos as

vantagens e desvantagens da descentralização de compras.

4.2 Descentralização de compras - vantagens e desva ntagens

Para que se entenda melhor a descentralização no processo de compras, isto

ocorre quando cada loja toma suas próprias decisões em termos do que, quando e

quanto comprar. Para Vasconcellos (1979, p. 101): “à medida que a organização

cresce, torna-se difícil para a alta administração manter o mesmo nível de

centralização da decisão”.

As principais vantagens da descentralização são:

1 os funcionários são mais valorizados;

2 há um maior reconhecimento pela posição que ocupam;

3 possibilidade bem maior de reduzir a despersonalização do empregado,

que em geral nas grandes organizações há uma dificuldade de se

comunicar com seu superior e

4 elevação da moral da empresa, ao passo que atende melhor às

necessidades de independência do administrador (PEREIRA, 1963).

Abaixo estão relacionadas e enumeradas as desvantagens do processo de

descentralização de compras como segue:

1 pode haver falta de informação entre departamentos;

2 há maior custo por administrador, devido aos treinamentos e altos salários

dos administradores;

3 política e procedimentos podem variar entre departamentos (SERPA,

2007, p. 1).

Outras considerações são apontadas por autores que lidam com o estudo de

estratégias organizacionais.

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A descentralização não pode ser absoluta nem a estratégia empresarial opressiva, mas a organização precisa desenvolver uma estratégia coletiva, o que exige do corpo gerencial postura mais cooperativa e menos competitiva em relação aos seus pares (HAMEL & PRAHALAD, 1995, p. 333).

Dando continuidade a este estudo, os tópicos a seguir abordarão as

ferramentas clusters e o e-procurement.

4.3 Clusters: vantagem competitiva para micro, pequ enas e médias empresas

Num contexto geral, a gestão de compras é uma ferramenta fundamental para

o desempenho da empresa como um todo, tendo que ser analisada, estudada

estrategicamente e codificada, conforme a necessidade mercadológica. Diante

disso, nasce o cluster que se traduz na união de empresas com interesses comuns,

o que pode trazer ganhos significativos na aquisição de produtos, bens e serviços.

Com a globalização e competitividade real nos dias de hoje, a estabilização

das pequenas empresas torna-se cada vez mais difícil, principalmente atuando

isoladamente no mercado. Uma empresa de maior porte, tradicional e conhecida

nacional ou internacionalmente, devido ao seu poder de compras e ou fatores,

”engolir” a pequena empresa.

As redes empresariais se baseiam na ideia de que empresas de um mesmo

segmento e especialmente de uma mesma região devem colaborar entre si e não

atuarem como concorrentes, aumentando a sua capacidade inovativa e competitiva

(CASAROTTO FILHO, 1999). Face ao exposto, obrigam-se os empresários dentro

dos conceitos de estratégia empresarial, unirem-se às importantes redes, com a

finalidade de agrupar esforços e de obterem um poder maior de competitividade.

4.4 E-procurement

O e-procurement pode se tornar uma ferramenta importante para o

aprimoramento e organização da logística de uma empresa, considerando a

estrutura do setor de compras em condições que as ordens de compras não estão

sendo realizadas no tempo adequado e as datas de envio e entrega não seguem os

padrões de eficiência aceitáveis. O e-procurement apresenta-se em diferentes tipos,

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como web-based ERP (Entrerprise Resource Planning), e-sourcing e e-informing, os

quais estão definidos por Adolfo Reis Saviolli (2013, p. 1), conforme segue:

• e-Sourcing. Trata-se do uso da Internet para a identificação de novos fornecedores. Também conhecido como leilão reverso, o e-sourcing é o método pelo qual as empresas podem utilizar o seu processo de compra online com o objetivo de contatar um número maior de fornecedores do que seria possível no canal tradicional. O maior benefício do e-sourcing é a competição entre os fornecedores que dão lances acompanhados do detalhamento do serviço que se comprometem a executar. Aos compradores cabe a tarefa de selecionar a melhor oferta. • Web-based ERP (Entrerprise Resource Planning). Soluções ERP de empresas tais como SAP, AG, ORACLE, entre outras, elaboradas para otimizar o planejamento de recursos de uma empresa. Em termos de processo de manufatura, elas podem gerar o agendamento de compras visando um ciclo ideal de produção; • e-Informing. O e-Procurement pode ser utilizado para a simples missão de trocar informações de compras entre vendedores e compradores. O uso da tecnologia da Internet, como o email, em substituição aos tradicionais métodos de comunicação pode facilitar imensamente o processo de montagem de um banco de dados de fornecedores.

O uso de técnicas informatizadas é imprescindível, pois possibilita uma plena

interação com associados locais e uma troca de informações com o mundo inteiro.

Dessa forma, é extremamente importante para a empresa manter-se

constantemente atualizada de uma forma rápida e eficaz. Importante ressaltar que

“seguindo o rumo da nova economia, a intranet e a extranet podem ser mais

importantes que a própria internet para o futuro das empresas” (KOTLER, 2001, p.

12).

Contudo, conclui-se que o e-procurement oferece duas vantagens principais:

a primeira é a automação dos processos relacionados à produção de bens e

serviços e a segunda vantagem está na sua funcionalidade para buscar novos

fornecedores, podendo reduzir assim gastos em virtude da competição entre

fornecedores (SAVIOLLI, 2013). Assim, o e-procurement atua na troca de

informação e consequentemente na melhoria de comunicação entre os setores de

uma empresa.

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5 METODOLOGIA

Apresenta-se a seguir a descrição da metodologia utilizada neste trabalho

com o objetivo de expor os caminhos que foram percorridos, não só no

levantamento dos dados do estudo como também na forma de fazê-lo, pretendendo

assim dar algumas explicações com o intuito de responder ao problema de

pesquisa.

5.1 Tipo de estudo

A pesquisa realizada acerca da gestão de compras para obtenção de

vantagem competitiva nas organizações respaldou-se pela utilização de pesquisa

bibliográfica e um estudo de caso na empresa. O estudo de caso trata de questões

do tipo “como” e “por que”. Assim Yin (2001, p. 29) elucida que “para o estudo de

caso, [...] faz-se uma questão do tipo ”como” e “por que” sobre um conjunto

contemporâneo de acontecimentos sobre o qual o pesquisador tem pouco ou

nenhum controle”, ou seja, é abordado um acontecimento atual, mesmo não tendo

conhecimento sobre o mesmo.

A pesquisa do tipo estudo de caso caracteriza-se principalmente pelo estudo concentrado de um único caso. Este estudo é preferido pelos pesquisadores que desejam aprofundar seu conhecimento a respeito de determinado caso específico (YIN, 2001, p. 84).

Assim, através da metodologia citada chegou-se à resposta do problema

levantado nesta monografia, bem como ao alcance dos objetivos traçados na

mesma.

5.2 Cenário

A empresa onde ocorreu a entrevista faz parte de um grupo cearense, com

mais de 30 anos de existência e soma ao todo seis empresas, presentes nos

estados do Ceará, São Paulo, Pará e Tocantins. Atualmente possui uma média de

16 mil clientes ativos em todo o país. O faturamento em 2012 foi de R$ 2 bilhões,

com a entrega de 877 mil toneladas de produtos e é responsável por cinco mil

empregos diretos e 60 mil empregos indiretos.

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É líder do setor na região Nordeste e implantou, em 2007, a primeira usina

integrada de produção de aço para a construção civil das regiões Norte e Nordeste,

em Marabá, no Pará. O investimento inicial foi mais de US$ 400 milhões. Possui 13

fazendas próprias de reflorestamento no estado do Tocantins, que já garantem a

autossustentabilidade em biorredutor para a produção de aço. O grupo tem em seu

portfólio de produtos aços planos e aço para a construção civil. Sua estrutura e força

de vendas posicionam o grupo como o maior distribuidor independente de aço e

seus derivados no Brasil

5.3 Participantes do estudo

Vergara (2004) explica que população amostral ou amostra é uma parte do

universo (população) escolhida segundo algum critério de representatividade; para

tanto, existem dois tipos de amostra, a probabilística, baseada em procedimentos

estatísticos (subdivididos em aleatória simples, estratificada e a por conglomerado) e

a não probabilística, em que se destacam as selecionadas por acessibilidade e por

tipicidade. Para esta pesquisa, participou o gestor de compras da empresa.

5.4 Coleta de dados

A coleta de dados foi feita com base em uma entrevista contendo 12

questões, aplicadas ao gestor de compras da referida empresa. Gressler (2004, p.

164) define entrevista como:

Uma técnica de pesquisa que visa obter informações de interesse a uma investigação, onde o pesquisador formula perguntas orientadas, com um objetivo definido, frente a frente com o respondente e dentro de uma interação social.

Após o retorno da entrevista, antes de sua análise, houve a verificação dos

dados. Segundo Mattar (1996), verificação consiste em analisar se o texto é

compreensível, se o respondente seguiu de forma correta as instruções de

preenchimento e se existe coerência nas respostas. Após a verificação dos dados,

estes foram contabilizados questão por questão para o desenvolvimento da análise dos

resultados.

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5.5 Análise de dados

Os trechos escritos e comentários feitos foram agrupados de modo a

evidenciar categorias de análise, possibilitando identificar os pressupostos da

pesquisa, objetivar a percepção dos entrevistados e expor, de modo claro, sua linha

de investigação, tornando-a mais isenta de interpretações eminentemente

subjetivas. Os resultados obtidos foram apresentados no capítulo 6.

5.6 Procedimentos éticos

Este estudo, ainda que não seja uma experiência de laboratório, envolve

seres humanos, e por isso exige uma atenção especial com relação às questões

éticas, de acordo com as normas da resolução 196/96 para pesquisa com seres

humanos. Neste sentido, é de fundamental importância deixar claro nesta

monografia que:

a) os participantes só serão considerados como pesquisados quando

assinarem o termo de consentimento de que aceitam participar da

pesquisa, sem qualquer ato de coerção para isto;

b) o termo de consentimento visa esclarecer os participantes sobre a

relevância cientifica e social da pesquisa; quais os objetivos, qual sua

duração; quais as responsabilidades dos pesquisadores; quais os riscos

possíveis e; quais os benefícios sociais esperados, objetivando obter o

seu livre consentimento em participar como pesquisado;

c) os sujeitos da pesquisa não serão identificados por nomes oficiais,

assim como suas informações serão mantidas em inteiro sigilo,

considerando que seus depoimentos só tem sentido como parte do

conjunto global das informações;

5.7 Riscos e benefícios da pesquisa

Se forem seguidas as orientações da coleta de dados e da resolução 196/96

não haverá riscos para os participantes. No que se refere aos benefícios da

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pesquisa tem-se a possibilidade de verificar o grau de participação do gestor de

compras da empresa contribuindo assim para estudos posteriores.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Roteiro de entrevista

1 – Sexo do entrevistado:

a) masculino;

b) feminino.

2 - Faixa Etária:

a) 18 a 20 anos.

b) 21 a 30 anos.

c) 31 a 40 anos.

d) 41 a 50 anos.

e) 51 a 60 anos.

f) acima de 60 anos.

3 – Formação:

a) Ensino Fundamental;

b) Ensino Médio;

c) Ensino Superior.

d) Pós Graduado

4 – Tempo de empresa: ________

5 – Função: _____________________________

6 – O processo de compras se dá de forma centralizada ou descentralizada?

7 - Qual o fator que você considera fundamental para o desenvolvimento de

vantagem competitiva para a empresa?

8- Para você o processo de compras centralizado pode oferecer uma redução de

custos e maior ganho de escala nas negociações?

9- Acredita que o envolvimento de muitas pessoas nas comunicações, pode gerar

uma maior possibilidade de erros e distorções pessoais?

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10 O cluster oferece às organizações participantes vantagem competitiva?

11 Em sua opinião, o e-procurement pode se tornar uma ferramenta importante para

o aprimoramento e organização da logística da empresa?

12 Qual dentre os estágios estratégicos abaixo a empresa se encontra?

13 Como funcionam as etapas do ciclo de compras dentro da empresa?

14 Quais sugestões você daria para melhorar a área de compras da empresa?

15 Qual dentre os estágios estratégicos abaixo a empresa se encontra (de acordo

com o modelo de Martins)?

a) passivo;

b) independente;

c) sustentador;

d) integrativo.

16 Como funcionam as etapas do ciclo de compras dentro da empresa?

6.2 Análise da entrevista

O gestor de compras da empresa em estudo possui idade média de 31 a 40

anos, pós-graduado. Está na empresa há dois anos. A primeira pergunta buscou

saber se o processo de compras ocorre de forma centralizada ou descentralizada.

De acordo com o entrevistado, a maior parte dos processos de compras acontece de

forma centralizada. “Nas compras e contratações de itens/serviços de grandes vultos

as áreas demandantes participam do processo fornecendo conhecimento técnico”

(fala do entrevistado).

A vantagem de um processo de compras centralizado está na redução de

custos, no processamento de pedidos e compras em maior quantidade (THESE, et.

al, 2010). Para o profissional entrevistado, o processo de compras centralizado além

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de permitir ganho de escala, oferece ainda a concretização de grandes contratos

evitando o grande número de processos repetitivos.

Todavia, dependendo da habilidade do gestor, poderá haver problemas

relacionados à comunicação, ocorrendo morosidade operacional. Porém, respondeu

o gestor de compras que o envolvimento de muitas pessoas nas comunicações pode

gerar uma maior possibilidade de erros e distorções pessoais. Para tanto, acredita

ele que o ideal é ter um processo bem definido e um canal restrito de comunicação.

Quando indagado sobre o que considera fundamental para o desenvolvimento

de vantagem competitiva para a empresa, o gestor de compras respondeu: “A

formação de parcerias com empresas de bom conhecimento técnico, forte

capacidade operacional e compromisso com a organização.” (fala do entrevistado,

2013)

A vantagem de se formar parcerias está na possibilidade de constituir

participação significativa no mercado, além de contribuir para a manutenção da sua

estrutura (GARCIA, 2013). Cita o entrevistado o cluster como vantagem competitiva

para as organizações participantes: “Vide o exemplo das pequenas redes de

supermercados e farmácias que se juntam para “enfrentar” os grandes grupos” (fala

do entrevistado, 2013).

Entende-se que a formação de clusters facilita o acesso à matéria-prima,

insumos e serviços especializados, além de possibilitar a disseminação local de

conhecimentos especializados (SZAFIR-GOLDSTEIN & TOLEDO, 2004). Visou-se

saber qual a opinião do gestor de compras da empresa em estudo acerca do e-

procurement como ferramenta de aprimoramento e organização da logística. Em sua

resposta tem-se: “Sim, é notória a velocidade e eficiência que as organizações

adquirem quando aderem ao processo de e-procurement. Todavia se faz necessário

um trabalho de preparação muito forte antes de caminhar neste sentido.” (fala do

entrevistado, 2013).

A respeito de qual estágio estratégico se encontra a empresa, foi respondido

que está no estágio “independente”. Conforme foi verificado em Martins (2011), o

estágio estratégico independente possui técnicas e práticas do estágio passivo, ou

seja, reagindo conforme as necessidades de outras funções na empresa, porém,

com uma direção estratégica independente da estratégia competitiva da empresa.

De acordo com o entrevistado, o ciclo de compras na A.C funciona a partir da

seguinte forma: as demandas de maior vulto e ou relevância possuem um

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tratamento diferenciado. Todavia as demandas comuns ou corriqueiras são tratadas

da seguinte forma:

1) definição de compra ou escopo do serviço;

2) geração de requisição;

3) aprovação do gestor responsável;

4) recebimento da demanda pela área de suprimentos;

5) contato dos fornecedores e solicitação de propostas;

6) avaliação das propostas e fornecedores;

7) definição da melhor proposta (custo/benefício)

8) envio do pedido de compras/contratação;

9) acompanhamento do pedido (follow-up);

10) recebimento de mercadoria ou execução do serviço;

11) pagamento ao fornecedor.

Verifica-se, a partir da resposta com o entrevistado, que o ciclo de compras

na A.C segue o modelo proposto por Arnold (1999), porém, acrescentando-se a

geração de requisição e aprovação do gestor responsável, que é política da

empresa em estudo. O entrevistado sugere como melhoria da área de compras da

empresa analisada a busca de parceiros de grande porte para atender demandas de

peças de reposição; outsourcing de alimentação; implementação de nova ferramenta

de gestão (SAP); inclusão de um colaborador com foco nos itens de ressuprimento

(MRP); maior integração com as demais áreas da AC, a fim de programar e

antecipar demandas.

6.3 Proposta de melhorias

Utilizando como base as sugestões de melhorias propostas pelo entrevistado,

aqui se aprofundará o seguinte:

• parceria para peças de reposição – a importância de se estabelecer esta

parceria é pelo fato de que há um alto custo para estocar itens de reposição e a

maioria desses itens possui a previsão de demanda futura difícil;

• outsourcing de alimentação - sua utilização parte da necessidade de

executar parcialmente ou totalmente determinadas funções, o que traz vantagem

para a empresa, pois reduz custos e riscos. No entendimento de Silveira et. al.

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(2012) o outsourcing é um termo inglês entendido como terceiro, intermediário.

Trata-se de:

Uma técnica de administração através da qual se interpõe um terceiro, geralmente uma empresa, na relação típica de trabalho (empregado versus empregador). Além disso, permite redução do preço do produto ou serviço devido à diminuição dos custos diretos com a manutenção e impressões internas dentro de uma gestão empresarial (SILVEIRA, et. al, 2012, p. 4).

Figura 1 Modelo de outsourcing

Fonte: www.riinfotech.com.

• implementação de ferramentas de gestão SAP - a ferramenta SAP

possibilita à empresa a realização de pedidos e sincronização de planejamento,

distribuição e logística, proporcionando assim funcionalidades de planificação e

execução;

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Figura 2 Ferramenta SAP

Fonte: www.cvosoft.com

• inclusão de colaborador com foco nos itens de ressuprimento (MRP) –

trata-se do sistema de planejamento de material, permitindo o cálculo de material

necessário para que se possam cumprir as entregas de produtos sempre com o

mínimo estoque possível. Objetiva planejar e controlar o estoque com investimento

mínimo (GALVÃO, 2013);

Figura 3 Visão geral do MRP.

Fonte: Galvão, 2013

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• integração entre as áreas da empresa – a integração tem caráter

multifuncional, tendo como vantagem conhecimento especializado em questões

técnicas e como desvantagem tendência à otimização do desempenho nas áreas

funcionais (CARVALHO & TOLEDO, 2008).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse estudo procurou-se verificar como a gestão de compras pode funcionar

como instrumento para obtenção da vantagem competitiva. Respondendo ao

problema, explica-se que para obter vantagem competitiva por meio da gestão de

compras é necessário que se tenha uma relação entre os outros setores da

empresa. Foi visto que a integração entre os setores proporciona a verificação do

atendimento das necessidades de fornecedores, empresa e clientes.

Conclui-se que a função de compras tem cada vez mais se destacado dentro

das organizações, por estar relacionada à qualidade do produto, redução de custos

de produção e nível equilibrado de estoque. Sendo assim, o seu processo se

realizado de forma adequada é considerado uma vantagem competitiva para as

empresas.

Por fim, pode-se constatar que para que uma empresa obtenha vantagem

competitiva por meio da gestão de compras é necessário que a logística empregada

esteja bem estruturada, devendo haver uma boa integração entre as partes,

diferenciação no custo e um bom relacionamento entre esta e a cadeia de

fornecedores.

Para a empresa em análise foram propostas: a adoção de parceiros de

grande porte para atender demandas de peças de reposição; outsourcing de

alimentação; implementação de nova ferramenta de gestão (SAP); inclusão de um

colaborador com foco nos itens de ressuprimento (MRP); maior integração com as

demais áreas da AC, a fim de programar e antecipar demandas. Destaca-se que

este assunto não pretende se esgotar aqui, pois se procurou explaná-lo de forma

sucinta.

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REFERÊNCIAS

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