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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE ASSIS · 3 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Reitor Prof. Dr. Herman Jacobus Cornelis Voorwald Vice-Reitor Prof. Dr. Julio

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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE ASSIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS

CADERNO DE RESUMOS E PROGRAMAÇÃO

“Literatura e Vida Social”

26 a 28 de maio de 2010

http://www.assis.unesp.br/coloquioletras e-mail: [email protected]

ASSIS 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO

Reitor Prof. Dr. Herman Jacobus Cornelis Voorwald

Vice-Reitor

Prof. Dr. Julio Cezar Durigan

FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE ASSIS

Diretor Prof. Dr. Mário Sérgio Vasconcelos

Vice-Diretor

Prof. Dr. Ivan Esperança Rocha

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS

Coordenadora Prof. Dra. Cleide Antonia Rapucci

Vice-Coordenador

Prof. Dr. Alvaro Santos Simões Junior.

II COLÓQUIO DA PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS “Literatura e Vida Social”

Coordenação

Jaison Luís Crestani

Comissão Organizadora: Davi Siqueira Santos

Esequiel Gomes da Silva Maicon Alves Dias

Meriele Miranda de Souza Rebeca Alves

II COLÓQUIO DA PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (Faculdade de Ciências e Letras de Assis) Universidade Estadual Paulista, Assis, SP Brasil 26-28 maio. 2010 1. Literatura Brasileira. 2. Teoria Literária. 3. Literatura Comparada. 4. Literaturas de Língua Portuguesa. 5. História e Memória. 6. Fontes e Periódicos.

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 9

PROGRAMAÇÃO GERAL................................................................................................. 10

PROGRAMAÇÃO DOS SEMINÁRIOS DE PESQUISA..................................................... 12

PROGRAMAÇÃO DAS SESSÕES DE COMUNICAÇÃO................................................. 16

RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS.................................................................................... 34 Alice Áurea Penteado Martha (Doutora – UEM/PR)........................................................... 34 Ana Maria Carlos (Doutora – UNESP/Assis)...................................................................... 34 Ana Maria Domingues de Oliveira (Doutora – UNESP/Assis)............................................ 34 Antonio R. Esteves (Professor Doutor – UNESP/Assis)..................................................... 35 Benedito Antunes (Doutor – UNESP/Assis)........................................................................ 35 Célia Reis Camargo (Doutora –UNESP/Assis)................................................................... 35 Daniela Mantarro Callipo (Doutora – UNESP/Assis)........................................................... 36 Gilberto Figueiredo Martins (Doutor – UNESP/Assis)......................................................... 36 José Alcides Ribeiro (Doutor – USP).................................................................................. 37 Maria Lídia Lichtscheidl Maretti (Doutora – UNESP/Assis)................................................. 37 Vagner Camilo (Doutor – USP)........................................................................................... 38

RESUMOS DE PROJETOS DE PESQUISA...................................................................... 39 Adriano Loureiro (Graduado – UNESP/Assis).................................................................... 39 Aline Eiko Hoshino (Graduada – UNESP/Assis)................................................................. 39 Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA/PR/PIC-PIBIC); Gersonita Elpídio dos

Santos (Mestranda – FAFIPA/PR); Carlos da Silva (Mestre – FAFIPA/PR).............

39 Ana Maria Lange Gomes (Graduada – UNESP/Assis)....................................................... 40 André da Costa Lopes (Graduado – UNESP/Assis)........................................................... 40 Carla Caroline Oliveira dos Santos (Especialização – UNESP/Assis)................................ 41 Cláudia Regina da Silva Franzão (Mestre – UNESP/Bauru).............................................. 41 David Antonio da Silva (Graduando – UNESP/Assis)......................................................... 42 Dayane Mussulini (Graduanda – UNESP/Assis)................................................................. 42 Elaine Amaral da Silva (Especialização – UEL/PR)............................................................ 42 Flávia Giúlia Andriolo Pinati (Graduanda – UNESP/ASSIS – FAPESP)............................. 43 Glaucia Benedita Vieira (Graduada – UNESP/Assis)......................................................... 43 Héder Junior dos Santos (Graduado – UNIMAR/Marília)................................................... 44 Helton Marques (Graduado – UNESP/Assis)...................................................................... 44 Isis Milreu (Mestre – UNESP/Assis).................................................................................... 44 Jaqueline Garcia Ferreira (Graduanda – UNESP/Assis).................................................... 45 Jessica de Castro Gonçalves (Graduanda – UNESP/Assis).............................................. 45 Jéssica Sayuri Mori Kanno (Graduanda – UNESP/Assis).................................................. 46 Juliana Bevilacqua Maioli (Mestre – UNESP/Assis)............................................................ 46 Juliana Casarotti Ferreira (Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES).................................... 47 Leonardo Dallacqua de Carvalho (Graduando – UNESP/Assis)........................................ 47 Lilian Carla Barbosa (Graduanda – UNESP/Assis)............................................................. 47

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Luciana Mendonça (Graduada – UNESP/Assis)................................................................. 48 Luiz Fernando Martins de Lima (Mestre – UNESP/Assis).................................................. 48 Marcela Verônica da Silva (Doutoranda – UNESP/Assis).................................................. 49 Mariana Neves Gonçalves de Souza (Graduanda – UNESP/Assis)................................... 49 Maurílio Mendes da Silva (Mestrando – UNESP/Assis)...................................................... 49 Miriam Lange Guerra (Graduanda – UNESP/Assis)........................................................... 50 Monique Lipe Moretti (Graduanda – UNESP/Assis)........................................................... 50 Priscila Costa Domingues (Graduanda – UNESP/Assis).................................................... 51 Rafael Miranda Porto Alegre (Graduando – UNESP/Assis)................................................ 51 Ricardo Sorgon Pires (Graduando – UNESP/Assis)........................................................... 52 Sandro Viana Essencio (Graduado – UNESP/Araraquara)................................................ 53 Tchiago Inague Rodrigues (Graduado – UNOESTE/Presidente Prudente)........................ 53

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES..................................................................................... 54 Adeítalo Manoel Pinho (Doutor – UEFS/BA)....................................................................... 54 Adriana Dusilek (Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq)..................................................... 54 Adriana Lopes de Araujo (Mestranda –UEM/PR)............................................................... 55 Aline Camargo Estercio Silva (Graduanda – UNESP/Assis).............................................. 55 Aline Cristina de Oliveira (Mestranda – UNESP/Assis)....................................................... 56 Aline Eiko Hoshino (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP)............................................. 56 Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA – PIC/PIBIC)........................................... 57 Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA – PIC/PIBIC)........................................... 57 Amable Daiane Custódio Ribeiro (Graduanda – UNESP/Assis)......................................... 58 Ana Carolina Bianco Amaral (Mestranda – UNESP/SJRP)................................................ 58 Ana Carolina Negrão Berlini de Andrade (Mestranda – UNESP/SJRP – CNPq)................ 59 Ana Flávia Ramos (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP)............................................. 59 Andiara Maximiano de Moura (Mestranda – UEM/PR)....................................................... 59 André da Costa Lopes (Mestrando – UNESP/Assis).......................................................... 60 André de Sena Wanderley (Doutor – UFPE/PE)................................................................. 60 Andréia Nogueira Hernandes (Doutoranda – UNESP/Assis).............................................. 61 Bruna Nunes da Costa Triana (Graduanda – UEL/PR)...................................................... 61 Bruna Nunes da Costa Triana (Graduanda – UEL/PR)...................................................... 62 Bruno Tomaz Custódio dos Reis (Graduando – UNESP/Assis)......................................... 62 Camila Aparecida Landucci (Graduanda – UNESP/Assis)................................................. 63 Camila de Oliveira Ribeiro (Graduanda – UNESP/Assis).................................................. 63 Camila Soares López (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)........................................ 63 Carla Alves de Carvalho Yahn (Mestranda – UNESP/Assis).............................................. 64 Carlos Alberto Menarin (Doutorando – UNESP/Assis – CNPq).......................................... 64 Carlos André Ferreira (Mestrando – UNICAMP – CAPES)................................................. 65 Célia Cristina de Azevedo Ask (Doutoranda – UNESP/Assis)............................................ 65 Clara Miguel Asperti Nogueira (Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES)............................ 66 Clarita Gonçalves de Camargo (Especilista – UFPR/PR)................................................... 66 Cláudia de Fátima Montesini (Mestranda – UNESP/SJRP – FAPESP)............................. 67 Cristiane Agnes Stolet Correia (Doutoranda – UFRJ/RJ)................................................... 67 Cristiane Vanessa Miorin (Doutoranda – UNESP/SJRP).................................................... 68 Cristiano Mello de Oliveira (Mestrando – UFSC/SC).......................................................... 68 Dagoberto Rosa de Jesus (Mestre – UFMT/MT)................................................................ 69 Daiane da Silva Lourenço (Mestranda – UEM/PR)............................................................ 69 Danilo Wenseslau Ferrari (Mestrando – UNESP/Assis)..................................................... 70 Davi Siqueira Santos (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP).......................................... 70

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Deivid Aparecido Costruba (Mestrando – UNESP/Assis – CAPES).................................. 71 Delvanir Lopes (Doutorando – UNESP/Assis – FAPESP).................................................. 71 Edilane Abreu Duarte (Mestranda – UEFS/BA).................................................................. 71 Ednéa Aparecida da Silva Boso (Graduada - UNESP/Assis)............................................. 72 Elaine Cristina Caron (Mestre – UNESP/Assis).................................................................. 72 Elias Vidal Filho (Graduando – UNESP/Assis)................................................................... 73 Eliza Pratavieira (Graduanda – UEL).................................................................................. 73 Elizabeth Maria Azevedo Bilange (Professora – UFMS/CPAN).......................................... 74 Elizandra Fernandes Alves (Metranda – UEM/PR)............................................................ 74 Ellen Karin Dainese Maziero (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)................................ 75 Ellen Valotta Elias Borges (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)……………………….... 75 Elói Gomes da Silva (Mestre – UNESP/Assis – Professor – UNIESP/Birigui).................... 76 Esequiel Gomes da Silva (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP).................................... 76 Fábio Martins Bueno (Mestrando – UEL/PR – CAPES)...................................................... 77 Fausto José da Fonseca Zamboni (Doutorando - UNIOESTE/Cascavel)........................... 77 Fernando Henrique Crepaldi Cordeiro (Doutorando – UNESP/SJRP – CAPES)............... 77 Flávia Giúlia Andriolo Pinati (Graduanda – UNESP/Assis)................................................. 78 Flávia Maris Gil Duarte (Mestranda – UEL/PR).................................................................. 78 Frederico Helou Doca de Andrade (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP)..................... 79 Geandra da Silva Parmigiani (Graduanda – UNESP/Assis)............................................... 79 Geovana Gentili Santos (Doutoranda – UNESP/Assis – USC/Espanha)........................... 80 Gilmei Francisco Fleck (Professor – UNIOESTE/Cascavel)............................................... 80 Glaucia Regina Fernandes de Oliveira (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP).............. 81 Guilherme Mariano Martins da Silva (Mestrando – UNESP/SJRP – CNPq)....................... 81 Heloiza Brambatti Granjeiro (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)................................ 82 Henrique Sergio Silva Corrêa (Mestrando – UNESP/Assis)............................................... 82 Idalice Lima (Graduada – UNESP/Assis)............................................................................ 83 Inajara Silva de Albuquerque (Graduando – UNESP/Assis – FAPESP)............................. 83 Ingrid Leutwiler Peres Faustino (Graduanda – UNESP/Assis)........................................... 84 Isis Milreu (Mestre – UNESP/Assis).................................................................................... 84 Izabel Mano Neme (Mestranda – UNESP/Assis)................................................................ 85 Jaison Luís Crestani (Doutorando – UNESP/Assis – FAPESP)......................................... 85 Jéssica Sayuri Mori Kanno (Graduada – UNESP/Assis).................................................... 86 João Guilherme Dayrell de Magalhães Santos (Mestrando – UFSC/SC)........................... 86 João Paulo Francisco de Souza (Mestre – UNESP/Assis)................................................. 87 José Carlos Felix (Doutorando – UNICAMP; Professor – UNEB)....................................... 87 José Juvino da Silva Júnior (Mestrando – UFPE/PE)......................................................... 88 José Mauricio Rodrigues Lima (Graduando – UNESP/Assis)............................................ 88 Juliana Casarotti Ferreira (Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES)................................... 89 Juliana Cristina Bonilha (Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES)...................................... 89 Juliana Pereira dos Santos (Mestranda – UFF/RJ)............................................................. 90 Kátia Isidoro de Oliveira (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)...................................... 90 Kátia Rodrigues Mello Miranda (Doutoranda – UNESP/Assis)........................................... 90 Kelly Cristina Eleutério de Oliveira (Graduanda – UNESP/Araraquara)............................. 91 Larissa Satico Ribeiro Higa (Mestranda – UNICAMP)....................................................... 91 Laura Cielavin Machado (Mestranda – UNICAMP/CNPq)................................................. 92 Leonardo Dallacqua de Carvalho (Graduando – UNESP/Assis)........................................ 92 Leônidas Baptista Bié da Silva (Graduando – UNESP/Assis)............................................ 93 Linda Catarina Gualda (Doutoranda – UNESP/Assis)........................................................ 93 Lívia Maria Turra Bassetto (Doutoranda – UNESP/SJRP)................................................. 94

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Lucas Amaral de Oliveira (Graduando – UEL/PR).............................................................. 94 Lucianne Michelle de Menezes (Mestranda – UFS)............................................................ 95 Luís Cláudio Ferreira Silva – (Mestrando – UEM/PR)......................................................... 95 Luís Fernando Campos D’Arcadia (Mestrando – UNESP/Assis)........................................ 96 Luiz Bosco Sardinha Machado Junior (Mestrado – UNESP/Assis).................................... 96 Maicon Alves Dias (Mestrando – UNESP/Assis)................................................................ 97 Malany Cássia de Souza (Graduanda – UNESP/Assis)..................................................... 97 Mara Keylla Medeiros Conessa (Graduanda – UNESP/Assis); Renan Fornaziero de

Oliveira (Graduando – UNESP/Assis – FAPESP)..................................................... 97

Marcela Ernesto dos Santos (Mestre – UNESP/Assis)....................................................... 98 Marcela Verônica da Silva (Doutoranda – UNESP/Assis).................................................. 98 Marcéu Lemos Diniz (Graduando – UNESP/Assis)............................................................ 99 Márcia Maria Aparecida Alves (Mestranda – UFMS/MG)................................................... 99 Marcio Roberto Pereira (Professor – UNESP/Assis).......................................................... 100 Marco Antônio Domingues Sant’Anna (Professor – UNESP/Assis)................................... 100 Maria Ana Bernardo do Nascimento (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)..................... 100 Maria Clara Gonçalves (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)......................................... 101 Maria Cláudia de Mesquita (Mestre – UNESP/Assis)......................................................... 101 Maria das Graças Alves Rodrigues (Especialista – UFPB/PB); Maria do Rosário Silva

Leite (Mestranda – UFPB/PB – CNPq); Mauriene Silva de Freitas (Mestranda UFPB/PB – CAPES)..................................................................................................

102 Maria Siqueira Santos (Mestranda – UEL/Londrina – CAPES)........................................... 102 Marilda Beijo (Doutoranda – UNESP/Assis)........................................................................ 103 Maryllu de Oliveira Caixeta (Doutoranda – UNESP /Araraquara)....................................... 103 Mateus Pranzetti Paul Gruda (Mestrando – UNESP/Assis)................................................ 104 Maurílio Mendes da Silva (Mestrando – UNESP/Assis)...................................................... 104 Meriele Miranda de Souza (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP).................................. 105 Meriele Miranda de Souza (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP).................................. 105 Michel Maria Sabino (Graduado – UNESP/Assis)............................................................... 106 Milena de Oliveira Faria (Mestranda/ USP)......................................................................... 106 Milton Hermes Rodrigues (Doutor – UEM/PR).................................................................... 107 Mirane Campos Marques (Mestranda – UNESP/SJRP – CAPES)..................................... 107 Monica Setuyo Okamoto (Professora – UNESP/Assis, Doutoranda – USP)...................... 108 Naiara Alberti Moreno (Graduanda – UNESP/Assis).......................................................... 108 Natália Baptista Pichinim (Graduanda – UNESP/Assis)..................................................... 109 Natalia Fernandes Naranja (Graduanda – UNIESP)........................................................... 109 Nathalia de Campos Dalio (Mestranda – UNESP/Assis – CNPq)....................................... 110 Nilce Camila de Carvalho (Mestranda – UEL/Londrina – CAPES)..................................... 110 OliviaYumi Nakaema (Mestranda – USP)........................................................................... 111 Osmar Barboza Junior (Graduando – UNIESP).................................................................. 111 Pâmela Torres Michelette (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES).................................,... 111 Patrícia Aparecida Gonçalves de Faria (Graduanda – UNESP/Assis – PIBIC-CNPq)....,.. 112 Patrícia Trindade Trizotti (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP).................................... 112 Paulo César Andrade da Silva (Doutor – UNESP/Assis).................................................... 113 Paulo Fernando da Silva (Mestrando – UNESP/Marília).................................................... 113 Paulo Henrique Martinez (Professor – UNESP / Assis)...................................................... 113 Penha Lucilda de Souza Silvestre (Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq)......................... 114 Priscila Costa Domingues (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP).................................. 114 Priscila Medeiros Varjal de Melo (Mestranda – UFPE/ PE – CNPq)................................... 115 Rafael Miranda Porto Alegre (Graduando – UNESP/Assis)................................................ 115

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Rafael Ridolfi (Mestrando – USP)....................................................................................... 116 Raffaella Andréa Fernandez (Graduanda – UNESP/Assis)................................................ 116 Rebeca Alves (Mestranda – UNESP/Assis/FAPESP)......................................................... 117 Renan Fornaziero de Oliveira (Graduando – UNESP/Assis – FAPESP)............................ 117 Renan Milanez Vieira (Graduado – UNESP/Bauru)............................................................ 118 Renato Cardoso Corgosinho (Doutorando – PUC/MG)...................................................... 118 Rhiago Losso (Mestrando– UNESP/SJRP – FAPESP)...................................................... 119 Ricardo Sorgon Pires (Graduando – UNESP/Assis)........................................................... 119 Roberta Donega Silva (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP)........................................ 120 Rodolfo Eduardo Scachetti (Doutorando – ÚNICAMP – FAPESP)..................................... 120 Rogério Silva Assis (Professor – UNESP/Assis; Doutorando – USP)................................ 121 Samanta Souza de Oliveira (Graduanda – UNESP/Assis)................................................. 121 Sandro Viana Essencio (Graduado – UNESP/Araraquara)................................................ 122 Sergio Henrique Rocha Batista (Mestrando – UNESP/Assis)............................................. 122 Silvio Ruiz Paradiso (Mestrando – UEL/PR – CNPq)......................................................... 122 Simone Lisboa Scheffler Anselmo (Mestranda – UFSC/SC).............................................. 123 Suely Aparecida de Souza Mendonça (Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq).................. 123 Taís Reyes de Souza (Graduanda – UNESP/Assis)........................................................... 123 Talita Annunciato Rodrigues (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)............................... 124 Tamiris Batista Leite (Mestranda – UNESP/SJRP – FAPESP)........................................... 124 Tânia Regina Montanha Toledo Scoparo (Mestre – UFPR)............................................... 125 Tatiane Milene Torres (Doutoranda – USP)........................................................................ 125 Thais Jeronimo Svicero (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)...................................... 126 Thiago Alves Valente (Doutor UNESP/Assis - Professor – UENP/PR)............................... 126 Valdney Gomes da Cruz (Graduado – FIO/Ourinhos)........................................................ 127 Vanessa Lopes Ribeiro (Mestre – UFSC/SC)..................................................................... 127 Vanessa Regina Ferreira da Silva (Mestranda – UNESP/Assis – CNPq)........................... 128 Vitor Celso Salvador (Mestrando – UNESP/Assis)............................................................. 128 Viviane Arena Figueiredo (Doutoranda – UFF/RJ)............................................................. 129 William André Sávio Bonifácio (Graduando – UNESP/Assis)............................................. 129 Winnie Wouters Fernandes Monteiro (Graduanda – UEL/PR)........................................... 130 Yago Rocha Arbex (Graduando – UNESP/Assis)............................................................... 130

LANÇAMENTOS................................................................................................................. 131

APOIO................................................................................................................................. 139

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APRESENTAÇÃO

O II Colóquio de Pós-Graduação em Letras da UNESP/Assis está

centrado na área de concentração do próprio programa – "Literatura e Vida

Social" –, desdobrando-se em subtemas relacionados às linhas de pesquisa: 1)

Arquivos da Memória: fontes e periódicos literários e culturais; 2) Leituras da

Modernidade: perspectivas teóricas, críticas e comparatistas dos estudos

literários; 3) Poéticas do Texto Literário: cultura e representação. Em sua

segunda edição, o Colóquio propõe três mesas-redondas, organizadas em

torno de cada uma dessas linhas de pesquisa, promovendo uma interação

entre pesquisadores do programa e especialistas do assunto de outras

universidades.

Além de conferências, o Colóquio promove também a realização de

Seminários de Pesquisa, fomentando discussões sobre projetos de alunos

ingressantes, alunos da Iniciação Científica e candidatos do processo seletivo

de programas de Pós-Graduação. Realizam-se ainda sessões de comunicação

empenhadas em divulgar a produção científica de pesquisadores das mais

diferentes instituições do país, em distintas fases do processo de construção e

problematização do conhecimento. Desse modo, estabelece-se uma interação

que abrange desde alunos de iniciação científica a pós-doutores, com o intuito

de estimular e aperfeiçoar o encaminhamento da pesquisa cientíca em seus

diversos níveis.

A realização deste II Colóquio somente tornou-se possível graças ao

trabalho dedicado de alunos, docentes e funcionários, bem como do apoio do

Programa da Seção de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências e Letras de

Assis, do IEVASA (Instituto de Estudos Vernáculos Antônio Soares Amora), e

da SAEPE (Seção de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão).

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PROGRAMAÇÃO GERAL

26 de maio de 2010 19h00 – Credenciamento dos participantes e entrega de material 19h30 – Cerimônia de abertura Local: Salão de Atos – Prédio I

Prof. Dr. Mário Sérgio Vasconcelos Diretor da Faculdade de Ciências e Letras de Assis Profa. Dra. Cleide Antonia Rapucci Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UNESP/Assis Jaison Luís Crestani Coordenador do Colóquio

20h00 – Mesa-redonda: Poéticas do Texto Literário: cultura e representação Local: Salão de Atos – Prédio I

Moderadora: Profa. Dra. Maria Lídia Lichtscheidl Maretti (UNESP/Assis) "Práticas de leitura: trajetórias de leitores" Profa. Dra. Alice Áurea Penteado Martha (UEM – Universidade Estadual de Maringá) "Diálogos intertextuais: Decameron, de Boccaccio, e Sexameron, de Luiza Lobo" Profa. Dra. Ana Maria Carlos (UNESP/Assis) "Poéticas do texto literário: leituras" Prof. Dr. Antonio Roberto Esteves (UNESP/Assis) "A narrativa policial: história e tendências contemporâneas" Profa. Dra. Maria Lídia Lichtscheidl Maretti (UNESP/Assis)

27 de maio de 2010 9h00-11h30 – Mesa-redonda: Arquivos da Memória: fontes e periódicos literários e culturais Local: Salão de Atos – Prédio I

Moderadora: Profa. Dra. Ana Maria Domingues de Oliveira (UNESP/Assis) "Arquivos da memória cultural: os gêneros jornalísticos e literários nos periódicos" Prof. Dr. José Alcides Ribeiro (USP) "Fontes, arquivos, memória e cultura" Profa. Dra. Célia Reis Camargo (UNESP/Assis) "Resgate histórico e cultural: a pesquisa em periódicos na busca pela compreensão do texto literário" Profa. Dra. Daniela Mantarro Callipo (UNESP/Assis)

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"O escritor e a posteridade: o caso do Acervo João Antônio" Profa. Dra. Ana Maria Domingues de Oliveira (UNESP/Assis)

13h30-15h30 – Sessões de Comunicações 16h00-18h00 – Sessões de Comunicações

20h00 – Debate: A pesquia científica na UNESP Local: Salão de Atos

Exibição da aula inaugural da Pós-Graduação da UNESP, com a participação de: Prof. Dr. Herman Jacobus Cornelis Voorwald (Magnífico Reitor da UNESP) Profª. Drª. Marilza Vieira Cunha Rudge (Pró-Reitora de Pós-Graduação) Prof. Brito Cruz (Diretor Científico da FAPESP) Debate: "O programa de Pós-Graduação em Letras e a produção científica na UNESP/Assis". Com a participação de: Profa. Dra. Cleide Rapucci (UNESP/Assis) Prof. Dr. Antonio Roberto Esteves (UNESP/Assis) Sueli Aparecida Franco (Supervisora da Seção de Pós-Graduação).

28 de maio de 2010 9h00-11h30 – Seminários de Pesquisa: apresentação e discussão de projetos 13h30-15h30 – Sessões de Comunicações 16h00-18h00 – Sessões de Comunicações 19h00 – Lançamento de livros e periódicos científicos Local: Salão de Atos – Prédio I 20h30 – Mesa-redonda: Leituras da Modernidade: perspectivas teóricas, críticas e comparatistas dos estudos literários Local: Salão de Atos – Prédio I

Moderador: Prof. Dr. Gilberto Figueiredo Martins (UNESP/Assis) "Do poeta-funcionário ao poeta-engenheiro: transições e contradições da lírica moderna" Prof. Dr. Vagner Camilo (USP) "Perspectiva utópica e forma literária: Oswald de Andrade e Lima Barreto" Prof. Dr. Benedito Antunes (UNESP/Assis) "Vanguarda e utopia – esCLARICEndo Brasília" Prof. Dr. Gilberto Figueiredo Martins (UNESP/Assis)

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PROGRAMAÇÃO DOS SEMINÁRIOS DE PESQUISA

28 de maio de 2010 9h00 – 11h30

SESSÃO 1 – Salão de Atos – Prédio I Moderador: Dr. Marcio Roberto Pereira

Um estudo sobre a representação de Mãe Susana no livro Úrsula de Maria dos Reis em 1859 Aline Eiko Hoshino (Graduanda em História – UNESP/Assis) O papel das ideias e o póstumo nas obras O testamento do senhor Napumoceno e Memórias póstumas de Brás Cubas Ana Maria Lange Gomes (Graduanda – UNESP/Assis) Capoeira Angola e Literatura Popular: diálogos da tradição oral brasileira Carla Alves de Carvalho Yahn (Mestranda – UNESP/Assis) O candomblé na obra de Jorge Amado: perseguição e estratégias do culto na Bahia em Jubiabá (1930 – 1935) Leonardo Dallacqua de Carvalho (Graduando em História– UNESP/Assis) A figura do anti-herói na obra: João Vêncio: os seus amores Monique Lipe Moretti (Graduanda – UNESP/Assis) Nas terras de Preste João: impressões acerca da etiópia cristã sob a ótica de um jesuíta (1603-1622) Ricardo Sorgon Pires (Graduando – UNESP/Assis)

SESSÃO 2 – Mini-anfiteatro de História – Central de aulas Moderador: Dr. Paulo César Andrade da Silva

Geração mimeógrafo: o “poemão” de todos nós Lilian Carla Barbosa (Graduanda – UNESP/Assis) A ralé em cena: uma apresentação da obra de Marcelino Freire Luciana Mendonça (Graduada – UNESP/Assis) Harold Bloom, o fenômeno literário e a implícita concepção de leitor na teoria da “angústia da influência” Luiz Fernando Martins de Lima (Mestre – UNESP/Assis)

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Um bufão na academia: um estudo da fortuna crítica acadêmica de Bufo & Spallanzani (1985), de Rubem Fonseca Priscila Costa Domingues (Graduanda – UNESP/Assis) Por uma leitura bakhtiniana da prosa de Chico Buarque a partir da novela Fazenda modelo Sandro Viana Essencio (Graduado – UNESP/Araraquara)

SESSÃO 3 – Anfiteatro Antônio Merisse Moderadora: Dra. Heloisa Helou Doca

A linguagem poética nos romances de Antônio da Fonseca Soares: um estudo sobre a função expressiva das figuras retóricas na poesia do século XVII André da Costa Lopes (Mestrando – UNESP/Assis) As fases de uma transcrição Carla Caroline Oliveira dos Santos (Especialista – UNESP/Assis) A conversão do Frei Antônio das Chagas Elaine Amaral da Silva (Especialista – UEL) As dissertações da história militar do Brasil na Academia Brasílica dos Esquecidos: manuscrito 13/15/42 BNP Jessica de Castro Gonçalves (Graduanda – UNESP/Assis) O histórico e o literário na composição de Vila Rica de Cláudio Manuel da Costa Marcela Verônica da Silva (Doutoranda – UNESP/Assis)

SESSÃO 4 – Sala 1 – Prédio I Moderador: Dr. Thiago Alves Valente

As noites do morro do encanto: o espaço e outras unidades funcionais no conto de Dinah Silveira de Queiroz Adriano Loureiro (Graduado – UNESP/Assis) Reminiscências puritanas: a construção da personagem feminina na obra de Nathaniel Hawthorne David Antonio da Silva (Graduando – UNESP/Assis)

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Estudos sobre o ato acadêmico em homenagem a Bernardo José de Lorena: práticas de leitura e escrita Dayane Mussulini (Graduanda – UNESP/Assis) Múltiplas representações do feminino um estudo comparativo entre as peças teatrais Medeia, de Eurípedes, e Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes. Glaucia Benedita Vieira (Graduada – UNESP/Assis) Made in China: uma análise de relatos recolhidos a respeito das mulheres chinesas (1980-1997) Jéssica Sayuri Mori Kanno (Graduanda – UNESP/Assis)

SESSÃO 5 – Sala 2 – Prédio I Moderadora: Dra. Márcia Rorato

Paradigmas e paradoxos da poesia moderna brasileira Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA) Leituras da modernidade: transmutação de um paradigma? Claudia Regina da Silva Franzão (Mestre – UNESP/Bauru) A infância e a violência no contexto da família patriarcal brasileira e sua representação em Infância, de Graciliano Ramos, e Menino de engenho, de José Lins do Rego Helton Marques (Graduado – UNESP/Assis) A literatura portuguesa contemporânea na imprensa cultural de Portugal: o Jornal de Letras, Artes e Ideias – JL (1990-1999) Juliana Casarotti Ferreira (Doutoranda - UNESP/Assis) As crônicas de Rubem Braga: simbiose literária e jornalística Tchiago Inague Rodrigues (Graduado – UNOESTE)

SESSÃO 6 – Sala 3 – Prédio I Moderador: Dr. Marco Antônio Domingues Sant´Anna

A representação do tempo no romance e no filme Lavoura Arcaica Flávia Giúlia Andriolo Pinati (Graduanda -UNESP/Assis)

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O trágico moderno: a tragédia nietzschiana na peça Anjo negro, de Nelson Rodrigues Jaqueline Garcia Ferreira (Graduanda – UNESP/Assis) Para além da representação: o esgotamento das linguagens como prática teatral do Grupo Tramelas de Teatro Amador na Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Assis Miriam Lange Guerra (Graduanda – UNESP/Assis) As parábolas modernas no discurso filosófico de Friedrich Nietzsche Rafael Miranda Porto Alegre (Graduando – UNESP/Assis)

SESSÃO 7 – Sala 4 – Prédio I Moderador: Dr. Gilmei Francisco Fleck

Pedra bonita e O dragão da maldade contra o santo guerreiro: matéria e forma artística Héder Junior dos Santos (Graduado – UNIMAR) De escritor a personagem: Jorge Luís Borges na mira da literatura latino-americana Isis Milreu (Mestre – UNESP/Assis) José María Arguedas e o indigenismo peruano: o embate crítico entre Mario Vargas Llosa e Antonio Cornejo Polar Juliana Bevilacqua Maioli (Mestre – UNESP/Assis) O instinto de americanidade na poesia de Gonçalves Dias (1823-1864) Maurílio Mendes da Silva (Mestrando – UNESP/Assis) A retórica no relato de Traudl Junge no filme A queda! – as últimas horas de Hitler Mariana Neves Gonçalves de Souza (Graduanda – UNESP/Assis)

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PROGRAMAÇÃO DAS SESSÕES DE COMUNICAÇÃO

27 de maio de 2010 13h30-15h30

SESSÃO 1 – MACHADO DE ASSIS E SUAS RELAÇÕES INTERTEXTUAIS Sala 1 – Prédio I Coordenador: Jaison Luís Crestani

“O imortal”, de Machado de Assis, à luz de “De como filosofar é aprender a morrer”, de Michel de Montaigne Clarita Gonçalves de Camargo (Especialista – UTFPR) A paideia inversa: “Teoria do medalhão”, de Machado de Assis Cláudia de Fátima Montesini (Mestranda – UNESP/SJRP – FAPESP) Machado de Assis: narrativas de embuste e autoengano Jaison Luís Crestani (Doutorando – UNESP/Assis – FAPESP) Editar criticamente: subsídios fidedignos à historiografia literária em língua portuguesa nas obras de Camões e de Machado de Assis Renato Cardoso Corgosinho (Doutorando – PUC/MG) A modernidade que assola o país: o olhar de Machado de Assis e de Lima Barreto Vanessa Lopes Ribeiro (Mestre – UFSC)

SESSÃO 2 – ABORDAGENS LITERÁRIAS DA BÍBLIA E SUAS RESSONÂNCIAS NA LITERATURA Sala 2 – Prédio I Coordenador: Dr. Marco Antônio Domingues Sant’Anna

Semelhanças temáticas e funcionais entre a “Parábola do filho pródigo” (Lucas 15, 11-32) e o longa metragem O rei leão, de Rob Minkoff Aline Camargo Estercio Silva (Graduanda – UNESP/Assis) Intertextualidade entre o livro de Jó e “O pirotécnico Zacarias” Elias Vidal Filho (Graduando – UNESP/Assis) A relevância do gênero mítico em Philip Pullman e suas confluências no épico de John Milton Marcéu Lemos Diniz (Graduando – UNESP/Assis)

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O gênero da parábola Marco Antônio Domingues Sant’Anna (Pós-doutor – UNESP/Assis)

Análise intertextual do conto “A volta do marido pródigo”, de Guimarães Rosa, com a parábola “O filho pródigo” Maria Ana Bernardo do Nascimento (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES) As relações das narrativas de Friedrich Nietzsche com o gênero literário das parábolas modernas Rafael Miranda Porto Alegre (Graduando – UNESP/Assis)

SESSÃO 3 – IMAGENS DO BRASIL Sala 3 – Prédio I Coordenador: Dr. André de Sena Wanderley

A ensaística romântica e o ultrarromantismo André de Sena Wanderley (Doutor – UFPE) História da leitura de Hermann Hesse no Brasil: levantamento da crítica João Paulo Francisco de Souza (Mestre – UNESP/Assis) “Tipos literários contemporâneos”: o olhar crítico de Macedo Soares sobre a obra de Gonçalves Dias Maurílio Mendes da Silva (Mestrando – UNESP/Assis) Americanidade em ‘O canto do índio’, de Gonçalves Dias Patricia Aparecida Gonçalves de Faria (Graduanda – UNESP/Assis – PIBIC/CNPq) Tão longe, tão perto: imagens do Brasil e da Suíça na obra de Friedrich Dürrenmatt Rogério Silva Assis (Doutorando – USP)

SESSÃO 4 – LITERATURA E CINEMA I Sala 4 – Prédio I Coordenadora: Dra. Ana Maria Carlos

Os discursos em “Ricardo e Catarina”: metalinguagem em Boccaccio e Pasolini Ana Carolina Negrão Berlini de Andrade (Mestranda – UNESP/SJRP – CNPq) Um balanço bibliográfico acerca do gênero cinematográfico chanchada Ellen Karin Dainese Maziero (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)

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Representações e estereótipos em Um bonde chamado desejo: confrontos entre passado e presente na construção de identidades na literatura e no cinema do pós-guerra José Carlos Felix (Doutorando – UNICAMP) Uma narrativa policial na pós-modernidade: o caso Bufo & Spallanzani Priscila Costa Domingues (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP) Leitura do pormenor no processo de transcodificação da narrativa literária para a narrativa fílmica Tânia Regina Montanha Toledo Scoparo (Mestre – UFPR)

SESSÃO 5 – LITERATURA E ESCOLA Sala 5 – Prédio I Coordenadora: Dra. Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho

Literatura de massa dentro da perspectiva da função da literatura e sua influência na vida social Idalice Lima (Graduada – UNESP/Assis) Uma proposta metodológica para o ensino de acentuação gráfica Juliana Pereira dos Santos (Mestranda – UFF) Com cultura se aprende espanhol Michel Maria Sabino (Graduado – UNESP/Assis) A produção textual no ensino tradicional Natália Baptista Pichinim (Graduanda – UNESP/Assis) O desafio da educação especial frente à sociedade contemporânea Taís Reyes de Souza (Graduanda – UNESP/Assis)

SESSÃO 6 – MODERNISMO BRASILEIRO I Anfiteatro Antônio Merisse Coordenador: Dr. Gilberto Figueiredo Martins

A notícia mais irrelevante do mundo, ou, pequena flor não se importa Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA – PIC/PIBIC)

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O isolamento humano na metrópole: uma análise da literatura de Carlos Drummond e Clarice Lispector Edilane Abreu Duarte (Mestranda – UEFS)

Representações do trabalho no romance A maçã no escuro, de Clarice Lispector José Mauricio Rodrigues Lima (Graduando – UNESP/Assis)

A construção da identidade de Macabéa em A hora da estrela Márcia Maria Aparecida Alves (Mestranda – UFMS) A velhice na poesia de Carlos Drummond de Andrade Valdney Gomes da Cruz (Graduado – FIO/Ourinhos)

SESSÃO 7 – LEITURAS DA MODERNIDADE I Mini-anfiteatro de História Coordenador: Dr. Marcio Roberto Pereira

A “viagem” de Cara-de-bronze em Sagarana: o duelo – a poeticidade na representação da travessia Tamiris Batista Leite (Mestranda – IBILCE/UNESP – FAPESP) Giuseppe Ungaretti: o resgate da riqueza cultural do passado indígena do Brasil, por meio da literatura italiana da modernidade Camila Aparecida Landucci (Graduanda – UNESP/Assis) Se questo è un uomo: Primo Levi e os paradoxos da modernidade Lucas Amaral de Oliveira (Graduando – UEL) Formas em transformação: uma leitura contrastiva dos romances de José Cândido de Carvalho Naiara Alberti Moreno (Graduanda – UNESP/Assis) As facetas da crítica fantástica em “O ex-mágico da taberna minhota”, de Murilo Rubião Ana Carolina Bianco Amaral (Mestranda – UNESP/SJRP) A experiência da modernidade nos romances de Pirandello Rafael Ridolfi (Mestrando – USP)

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SESSÃO 8 – LITERATURA E FEMINISMO I Sala 1 – Prédio II (Psicologia) Coordenadora: Dra. Heloisa Helou Doca

“As boas mulheres da China": uma análise a respeito da situação da mulher na China sob o ponto de vista de Xinran Jéssica Sayuri Mori Kanno (Graduada – UNESP/Assis) Representação da assembleia feminina em As tesmoforiantes, de Aristófanes Milena de Oliveira Faria (Mestranda – USP) A poesia clássica japonesa e seus recursos estilísticos Olívia Yumi Nakaema (Mestranda – USP) “La loba”, de Alfonsina Storni, em uma oficina de mulheres, na prisão Simone Lisboa Scheffler Anselmo (Mestranda – UFSC) Puppets or not? A objetificação da mulher na obra The magic toyshop e no conto “The loves of lady purple”, de Angela Carter Talita Annunciato Rodrigues (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)

27 de maio de 2010 16h00-18h00

SESSÃO 9 – MODERNISMO BRASILEIRO II Sala 1 – Prédio I Coordenador: Dr. Marcio Roberto Pereira

Um narrador comprometido: considerações sobre o romance Parque industrial (1933), de Patrícia Galvão Amable Daiane Custódio Ribeiro (Graduanda – UNESP/Assis) Literatura e marxismo – contribuições sociológicas na obra O turista aprendiz, de Mário de Andrade Cristiano Mello de Oliveira (Mestrando – UFSC)

A dessacralização de figuras sagradas: uma comparação entre O homem e o cavalo e A vida de Brian Eliza Pratavieira (Graduanda – UEL)

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Parque industrial e A famosa revista, de Patrícia Galvão: o percurso de uma análise comparativa Larissa Satico Ribeiro Higa (Mestranda – UNICAMP)

O percurso crítico: repensando o cânone em A morta, de Oswald de Andrade Winnie Wouters Fernandes Monteiro (Graduanda – UEL)

SESSÃO 10 – LITERATURA CONTEMPORÂNEA I Sala 2 – Prédio I Coordenador: Dr. Paulo César Andrade da Silva

A mentira das verdades na narrativa de Edgard Telles Ribeiro Adriana Dusilek (Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq) Os entrelaçamentos de poder, erotismo e feminismo em Vozes do deserto, de Nélida Piñon Ednéa Aparecida da Silva Boso (Graduada – UNESP/Assis) Geografia: um mapa dos territórios poéticos da pós-modernidade segundo Sophia de Mello Geandra da Silva Parmegiani (Graduanda – UNESP/Assis) Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato: leituras da catástrofe contemporânea João Guilherme Dayrell de Magalhães Santos (Mestrando – UFSC) A impossibilidade de dizer: leitura da poesia brasileira contemporânea Paulo César Andrade da Silva (Professor – UNESP/Assis)

SESSÃO 11 – LITERATURA PORTUGUESA I Sala 3 – Prédio I Coordenador: Dr. Odil José de Oliveira Filho

O explícito e o implícito da cegueira social em Ensaio sobre a cegueira Cristiane Agnes Stolet Correia (Doutoranda – UFRJ) Leitores na ficção queirosiana – estereótipos burgueses Lucianne Michelle de Menezes (Mestre – UFS) José Saramago: ficção e/ ou reflexão teórica? Marilda Beijo (Doutoranda – UNESP/Assis)

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Uma visita a Fátima Sergio Henrique Rocha Batista (Mestrando – UNESP/Assis)

SESSÃO 12 – BRASIL-ÁFRICA I Sala 4 – Prédio I Coordenador: Dr. Rubens Pereira dos Santos

O Mayombe de Sem Medo, a busca de uma identidade por trás do exílio Bruno Tomaz Custódio Reis (Graduando – UNESP/Assis) Nação Crioula: a recriação de Fradique Mendes em espaços múltiplos Malany Cássia de Souza (Graduanda – UNESP/Assis) Nas terras de Preste João: impressões acerca da Etiópia cristã sob a ótica de um jesuíta (1603-1622) Ricardo Sorgon Pires (Graduando – UNESP/Assis) Nação Crioula: José Eduardo Agualusa, escritor da literatura africana de expressão portuguesa Samanta Souza de Oliveira (Graduanda – UNESP/Assis) A imagem da mulher indiana nas literaturas pós-coloniais. uma análise em Mia Couto, Arundhati Roy e Rudyard Kipling Silvio Ruiz Paradiso (Mestrando – UEL – CNPq) A tradição despedaçada: uma análise da moderna poesia africana William André Sávio Bonifácio (Graduando – UNESP/Assis)

SESSÃO 13 – LITERATURA E IMPRENSA I Anfiteatro Antônio Merisse Coordenadora: Profa. Monica Setuyo Okamoto

Parnasianismo, Simbolismo e vida literária: um estudo da poesia lírica publicada na Gazeta de Notícias (1890-1900) Camila Soares López (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) As polêmicas de Artur Azevedo no Diário de Notícias Esequiel Gomes da Silva (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP)

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A imprensa como veículo de reflexões sobre a literatura: o caso da revista Colóquio/letras Juliana Casarotti Ferreira (Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES) Eça de Queirós e a direção de um suplemento literário (Gazeta de Notícias) para o Brasil Juliana Cristina Bonilha (Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES) A representação social dos japoneses na revista Kosmos (1904-1909) Monica Setuyo Okamoto (Professora – UNESP/Assis) (Doutoranda – USP) Os acervos literários como fonte de pesquisa ao historiador Thais Jeronimo Svicero (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)

SESSÃO 14 – A CRÔNICA E OS GÊNEROS JORNALÍSTICOS Sala 5 – Prédio I Coordenadora: Dra. Daniela Mantarro Callipo

Crônica: um gênero menor? Indagações acerca do texto jornalístico-literário Aline Cristina de Oliveira (Mestranda – UNESP/Assis) Um estudo das crônicas de Vivina de Assis Viana publicadas no Estado de Minas de 1990 a 1999 Andréia Nogueira Hernandes (Doutoranda – UNESP/Assis) O viés pedagógico dos manuais de d. Júlia: uma breve discussão acerca do Livro das noivas (1896) e o Livro das donas e donzelas (1906) Deivid Aparecido Costruba (Mestrando – UNESP/Assis – CAPES) De “menino de Garanhuns” a “presidente da república”: uma construção referencial de Lula Lívia Maria Turra Bassetto (Doutoranda – UNESP/SJRP) Eles e elas: uma análise crítica dos estudos de gênero nas crônicas de Júlia Lopes de Almeida Viviane Arena Figueiredo (Doutoranda – UFF/RJ)

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SESSÃO 15 - LITERATURA HISPANO-AMERICANA Mini-anfiteatro de História Coordenador: Dr. Gilmei Francisco Fleck

Rayuela e a metáfora da cidade-labirinto Bruna Nunes da Costa Triana (Graduanda – UEL)

Reflexões sobre “Nossa América”, de José Martí Davi Siqueira Santos (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP)

Jorge Luís Borges: personagem de crônicas e contos brasileiros Isis Milreu (Mestre – UNESP/Assis)

Considerações sobre a construção da protagonista Tita em Como água para chocolate (1989), de Laura Esquivel Kátia Rodrigues Mello Miranda (Doutoranda – UNESP/Assis)

Olhares críticos sobre a literatura e a narrativa paraguaias Suely Aparecida de Souza Mendonça (Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq)

SESSÃO 16 – TEORIA E CRÍTICA LITERÁRIA Sala 1 – Prédio II (Psicologia) Coordenadora: Tatiane Milene Torres

Aproximações entre o conceito de ideologia do cotidiano e a teoria das representações sociais Luiz Bosco Sardinha Machado Júnior (Mestrando – UNESP/Assis)

A representação do inferno: uma análise da carnavalização em Pantagruel, de François Rabelais Meriele Miranda de Souza (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)

O fim da arte: aproximações ao pensamento de Arthur C. Danto Paulo Fernando da Silva (Mestrando – UNESP/Marília)

Os dois mistérios: literatura e pintura no projeto arqueológico d’As palavras e as coisas, de Michel Foucault Rodolfo Eduardo Scachetti (Doutorando – UNICAMP – FAPESP)

Implicações ideológicas da arte em prosa Sandro Viana Essencio (Graduado – UNESP)

Elixires: receitas de felicidade nas urbes dos sonhos Tatiane Milene Torres (Doutoranda – USP)

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28 de maio de 2010

13h30-15h30

SESSÃO 17 – LEITURAS DA MODERNIDADE II Sala 1 – Prédio I Coordenador: Dr. Benedito Antunes

Onde andará Dulce Veiga? – a questão do sujeito, dos não-ditos do discurso da AIDS e a relação espaço x tempo na narrativa ficcional de Caio Fernando Abreu Carlos André Ferreira (Mestrando – UNICAMP – CAPES) O texto literário como objeto de comunicação social: a intertextualidade presente na música "Monte castelo", de Renato Russo, por meio de textos literários Ellen Valotta Elias Borges (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES) O teatro de Caio Fernando Abreu: uma reflexão sobre a crise dialógica no mundo contemporâneo Kelly Cristina Eleutério de Oliveira (Graduanda – UNESP/Araraquara) A poesia de Gilka Machado: barreiras quebradas com versos Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA – PIC/PIBIC) O tópos do desdobramento na dramaturgia de Qorpo-santo Maria Clara Gonçalves (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)

SESSÃO 18 – LITERATURA CONTEMPORÂNEA II Sala 2 – Prédio I Coordenador: Dr. Gilmei Francisco Fleck

Gêneros híbridos da contemporaneidade: perspectivas ficcionais do passado americano Gilmei Francisco Fleck (Doutor – UNIOESTE/Cascavel) Visões da natureza cósmica: Roberto Piva, xamanismo e poesia José Juvino da Silva Junior (Mestrando – UFPE) A construção da identidade pela imagem em Casa dos espelhos Luís Cláudio Ferreira Silva (Mestrando – UEM)

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O estudo etnográfico do discurso adolescente: em busca do príncipe encantado contemporâneo sob o olhar de Stephenie Meyer Maria das Graças Alves Rodrigues (Especialista – UFPB) Maria do Rosário Silva Leite (Mestranda – UFPB – CNPq) Mauriene Silva de Freitas (Mestranda – UFPB – CAPES) Osman Lins e a natureza como suporte para um discurso de sagração do humano Priscila Medeiros Varjal de Melo (Mestranda – UFPE – CNPq)

SESSÃO 19 – LITERATURA CONTEMPORÂNEA III Sala 3 – Prédio I Coordenador: Dr. Paulo César Andrade da Silva

Andalusiando em contos: uma análise do espaço nos contos “The river”, “The comforts of home” e “Good country people”, de Flannery O’Connor Ana Flávia Ramos (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP) A escrita de Zeno: configurações da ficção narcisista Cristiane Vanessa Miorin (Doutoranda – UNESP/SJRP – CNPq) Adolescentes leem, sim: a circulação da literatura estrangeira na escola Daiane da Silva Lourenço (Mestranda – UEM) “Eu era quase um outro”: a desconstrução da metanarrativa a partir da fragmentação do eu e do outro, em Harmada, de João Gilberto Noll Ingrid Leutwiler Peres Fautino (UNESP/Assis) A ficção fantástica de Lygia Fagundes Telles Renan Fornaziero de Oliveira (Graduando – UNESP/Assis – FAPESP)

SESSÃO 20 – LITERATURA PORTUGUESA II Sala 4 – Prédio I Coordenadora: Dra. Elizabeth Maria Azevedo Bilange

Brincadeiras com o tempo na construção do humor áspero de Lobo Antunes Elizabeth Maria Azevedo Bilange (Doutora – UFMS) Balada da praia dos cães e a noção de autoridade Fernando Henrique C. Cordeiro (Doutorando – UNESP/SJRP – CAPES)

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A guerra em António Lobo Antunes Maria Siqueira Santos (Mestranda – UEL – CAPES)

A perspectiva pós-colonial e o romance de Lobo Antunes Rhiago Losso (Mestrando – UNESP/SJRP – FAPESP)

SESSÃO 21 – LITERATURA E FEMINISMO II Sala 9 – Prédio I Coordenadora: Márcia Rorato

Dominação masculina e a (des)construção do feminino em “As frases de renda”, de Luci Collin Adriana Lopes de Araújo (Mestranda – UEM) A representação de personagens femininas em contos de Luci Collin Andiara Maximiano de Moura (Mestranda – UEM) O Melífluo e a Sibila: consciência da idade média central – análise da correspondência de Bernardo de Claraval (1099-1153) e Hildegard de Bigen (1098 -1179) para os homens do século XII Elói Gomes da Silva (Mestre – UNESP/Assis; Professor – UNIESP/Birigui) Heroínas despidas do cor-de-rosa: carnavalização e humor em “O quarto do barba-azul”, de Angela Carter, e “De um certo tom azulado”, de Marina Colasanti Frederico Helou Doca de Andrade (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP) Crise de identidade: a feminilidade presa na geladeira do mercado Guilherme Mariano Martins da Silva (Mestrando – UNESP/SJRP – CNPq) Narrativa feminina e diários íntimos: a questão da literatura Izabel Mano Neme (Mestranda – UNESP/Assis)

SESSÃO 22 – RELAÇÕES BRASIL-ÁFRICA II Anfiteatro Antônio Merisse Coordenador: Marcio Roberto Pereira

Mãe Susana, uma representação diferente. Olhares sobre o passado africano Aline Eiko Hoshino (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP)

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Um canto de luta e liberdade ecoa na Capoeira Angola Carla Alves de Carvalho Yahn (Mestranda – UNESP/Assis) As marcas de resistência e identidade no retrato de Luanda, por Arnaldo Santos Glaucia Regina Fernandes de Oliveira (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP)

Jorge Amado e o candomblé em Jubiabá: o sincretismo como estratégia para a manutenção da religiosidade afro-brasileira na Bahia (1930-1935) Leonardo Dallacqua de Carvalho (Graduando – UNESP/Assis) Na noite grávida de punhais: Mário de Andrade leitor da literatura africana de expressão portuguesa Marcio Roberto Pereira (Professor – UNESP/Assis)

SESSÃO 23 – ROMANCE HISTÓRICO Sala 10 – Prédio I Coordenador: Milton Hermes Rodrigues

A história na ficção: uma leitura de Bilac vê estrelas (2000), de Ruy de Castro Elaine Cristina Caron (Mestre – UNESP/Assis) A última quimera (1995), de Ana Miranda: a figura do poeta Augusto dos Anjos no seu processo de identidade Inajara Silva de Albuquerque (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP) Conflitos identitários em Lealdade, de Márcio Souza Maria Cláudia de Mesquita (Mestre – UNESP/Assis) Ficção memorialística e estruturação cronológica Milton Hermes Rodrigues (Doutor – UEM) Releituras antropofágicas: Prata e Spinola recriam Dante Nathalia de Campos Dalio (Mestranda – UNESP/Assis – CNPq)

SESSÃO 24 – LITERATURA E IMPRENSA II Mini-anfiteatro de História Coordenadora: Rosane Gazolla Alves Feitosa

Revista Careta: símbolo da modernização da imprensa carioca nas primeiras décadas do século XX Clara Asperti Nogueira (Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES)

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“24 horas na vida de uma datilógrafa”: uma reportagem de Joel Silveira Danilo Wenseslau Ferrari (Mestrando – UNESP/Assis) Revista A.B.C. – apontamentos de seus primeiros anos na segunda década do séc. XX Henrique Sergio Silva Correa (Mestrando – UNESP/Assis) Um brinde aos assinantes: estratégias e iniciativas do jornal O Estado de S. Paulo (1875-1940) Patrícia Trindade Trizotti (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) Resgatando os contos de Carolina Maria de Jesus: transcrição e crítica genética de uma poética de resíduos Raffaella Andréa Fernandez (Graduanda – UNESP/Assis) O impressionismo crítico de Medeiros e Albuquerque (1867-1934) no estudo de romances brasileiros (1897-1908) Vitor Celso Salvador (Mestrando – UNESP/Assis)

28 de maio de 2010 16h00-18h00

SESSÃO 25 – LITERATURA E CINEMA II Sala 1 – Prédio I Coordenadora: Dra. Maria Lídia Lichtscheidl Maretti

Políticas da amizade, poéticas da alteridade: uma análise da Trilogia das cores, de Krzysztof Kieślowski Bruna Nunes da Costa Triana (Graduanda – UEL) Da literatura ao cinema: um estudo sobre a representação do tempo no romance e no filme Lavoura Arcaica Flávia Giúlia Andriolo Pinati (Graduanda – UNESP/Assis) Washington Square e A herdeira: representações do feminino no romance e no filme Linda Catarina Gualda (Doutoranda – UNESP/Assis)

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Mecanismos do cômico relacionados ao humor politicamente incorreto de South Park Mateus Pranzetti Paul Gruda (Mestrando – UNESP/Assis) Quais foram as manchetes na estreia da RedeTV!? O período de transição da TV Manchete para a RedeTV! Renan Milanez Vieira (Graduado – UNESP/Bauru)

SESSÃO 26 – LITERATURA E FEMINISMO III Sala 2 – Prédio I Coordenadora: Célia Cristina de Azevedo Ask

Estranhezas e estranhamentos: a relação entre homem e mulher no conto “Miss Pinkerton's apocalypse”, de Muriel Spark Célia Cristina de Azevedo Ask (Doutoranda – UNESP/Assis) A trajetória inversa de uma mulher Elizandra Fernandes Alves (Mestranda – UEM) O espaço pós-apocalíptico na obra Heroes and villains, de Angela Carter Kátia Isidoro de Oliveira (Mestranda – UNESP/Assis) A opressão feminina em Diário de Bitita Marcela Ernesto dos Santos (Mestre – UNESP/Assis) Minha vida de menina: a constituição da identidade do sujeito feminino no final do século XIX Penha Lucilda de Souza Silvestre (Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq)

SESSÃO 27 – LEITURAS DA MODERNIDADE III Sala 3 – Prédio I Coordenador: Dr. Adeítalo Manoel Pinho

Bahia moderna e literatura modernista: a história em questão Adeítalo Manoel Pinho (Doutor – UEFS/Bahia) A forma (ô) criadora de “Juca mulato”: da forma (ó) medieval ao tema moderno Nilce Camila de Carvalho (Mestranda – UEL – CAPES) Carpeaux, educador literário Fausto José da Fonseca Zamboni (Doutorando – UNESP/Assis)

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Seca: esperança ou desolação? Olhares diferentes sobre este fenômeno através da literatura Leônidas Baptista Bié da Silva (Graduando – UNESP/Assis) A estória em Tutameia: invenção e autoavaliação Maryllu de Oliveira Caixeta (Doutoranda – UNESP/Araraquara) O escape de um prisioneiro da modernidade Mirane Campos Marques (Mestranda – UNESP/SJRP – CAPES)

SESSÃO 28 – LITERATURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA Sala 4 – Prédio I Coordenador: Dr. Carlos Eduardo Mendes de Moraes

As duas faces de Antônio da Fonseca Soares André da Costa Lopes (Mestrando – UNESP/Assis) A cidade de Londres na produção poética de William Blake: uma investigação histórica a partir da obra Songs of innocence and of experience (1789-1794) Flávia Maris Gil Duarte (Mestranda – UEL) Fonseca e Chagas: uma vida Heloiza Brambatti Granjeiro (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) O uso da metáfora nos romances de Antonio da Fonseca Soares Luis Fernando Campos D’Arcadia (Mestrando – UNESP/Assis) O histórico e o literário na composição de Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa Marcela Verônica da Silva (Doutoranda – UNESP/Assis) A língua espanhola, sua história, fonema e gramática Natalia Fernandes Naranja (Graduanda – UNIESP)

SESSÃO 29 – LEITURAS DA HISTÓRIA Mini-anfiteatro de História Coordenador: Dr. Paulo Henrique Martinez

Leituras do espaço e da política: elementos para uma história ambiental urbana Carlos Alberto Menarin (Doutorando – UNESP/Assis – CNPq)

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Literatura e história: um caminho pelas veredas mortas Dagoberto Rosa de Jesus (Mestre – UFMT)

Sherlock Holmes e Dupin: personagens que inspiram o método investigativo na pesquisa em história Fábio Martins Bueno (Mestrando – UEL – CAPES) A profecia maia para o fim do mundo (2012) Osmar Barboza Junior (Graduando – UNIESP) Reflexões sobre a fonte História dos godos, vândalos e suevos, de Isidoro de Sevilha Pâmela Torres Michelette (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES) Natureza brasileira: biodiversidade e literatura oral Paulo Henrique Martinez (Professor – UNESP/Assis)

SESSÃO 30 – LITERATURA E LEITURA Sala 9 – Prédio I Coordenador: Dr. Thiago Alves Valente

A tradição dos contos de fadas na produção literária infantil de Ana Maria Machado Geovana Gentili Santos (Doutoranda – UNESP/Assis – USC/Espanha) Emília e Miss Jane: a representação feminina nas obras de Monteiro Lobato Maicon Alves Dias (Mestrando – UNESP/Assis) Monteiro Lobato nas páginas do jornal: um estudo dos artigos publicados em O Estado de S. Paulo (1913-1923) Thiago Alves Valente (Doutor – UNESP/Assis) (Professor – UENP – CP/CRELIT) A recepção de Ana Maria Machado no âmbito escolar Vanessa Regina Ferreira da Silva (Mestranda – UNESP/Assis – CNPq)

Literatura e direitos humanos: uma reflexão sobre a importância do ato de ler Yago Rocha Arbex (Graduado – UNESP/Assis)

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SESSÃO 31 – LITERATURA FRANCESA Sala 10 – Prédio I Coordenadora: Dra. Daniela Mantarro Callipo

A escrita utópica da distopia em Lettres de Malaisie, de Paul Adam Laura Cielavin Machado (Mestranda – UNICAMP – CNPq)

Entre o real e o sobrenatural: o fantástico de Guy de Maupassant Mara Keylla Medeiros Conessa (Graduanda – UNESP/Assis) Renan Fornaziero de Oliveira (Graduando – UNESP/Assis – FAPESP) O substantífico tutano dos prólogos rabelaisianos: uma análise do prefácio de Gargantua Meriele Miranda de Souza (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)

SESSÃO 32 – LEITURAS DA MODERNIDADE IV Sala 5 – Prédio I Coordenador: Delvanir Lopes

De Zezé a frei Abóbora: uma reflexão sobre exílio e solidão na obra de José Mauro de Vasconcelos Camila de Oliveira Ribeiro (Graduanda – UNESP/Assis) Céu e terra em combate: Solombra Delvanir Lopes (Doutorando – UNESP/Assis – FAPESP) O componente cinematográfico na literatura fonsequiana Rebeca Alves (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) O tema da mulher na obra de Cecília Meireles Roberta Donega Silva (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP)

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RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS

PPRRÁÁTTIICCAASS DDEE LLEEIITTUURRAA:: TTRRAAJJEETTÓÓRRIIAASS DDEE LLEEIITTOORREESS

Alice Áurea Penteado Martha (Doutora – UEM/Maringá)

26 maio 2010 – 20h00-23h00 – Salão de Atos – Prédio I

Neste texto discutimos como práticas leitoras, definidas estatisticamente como escassas e precárias, podem ser, na realidade, muito densas em razão dos usos sociais que instigam. Com o enfoque teórico da Sociologia da Leitura, analisamos a recepção de produções culturais (livros), por leitores em situação de exclusão social. Desse modo, apresentamos resultados de pesquisas realizadas na Penitenciária Estadual de Maringá, com o objetivo de reconhecer o papel da leitura e da escrita na constituição da trajetória de leitores em espaços de interdição, como o cárcere.

DDIIÁÁLLOOGGOOSS IINNTTEERRTTEEXXTTUUAAIISS:: DDEECCAAMMEERROONN,, DDEE BBOOCCCCAACCCCIIOO,, EE SSEEXXAAMMEERROONN,, DDEE LLUUIIZZAA LLOOBBOO

Ana Maria Carlos

(Doutora – UNESP/Assis) 26 maio 2010 – 20h00-23h00 – Salão de Atos – Prédio I

O trabalho examina o conceito de intertextualidade, sobretudo no que diz respeito à sua utilização pela narrativa contemporânea, que não raras vezes estabelece com o cânone uma espécie de jogo, de confronto com o já-dito, com vistas a “dizer novamente”, mas com distanciamento crítico e a partir de pontos de vista diferentes. Para tanto, tomaremos como exemplo a obra Sexameron: novelas sobre casamentos (1997), de Luiza Lobo, buscando apontar as estratégias e procedimentos intertextuais utilizados pela autora em sua releitura do clássico boccacciano Decameron (1349-1351).

OO EESSCCRRIITTOORR EE AA PPOOSSTTEERRIIDDAADDEE:: OO CCAASSOO DDOO AACCEERRVVOO JJOOÃÃOO AANNTTÔÔNNIIOO

Ana Maria Domingues de Oliveira (Doutora – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

Sobre a obra de João Antônio, um dos aspectos que a crítica comumente aponta é a proximidade de sua escrita com a fala coloquial dos extratos marginalizados da sociedade. Segundo alguns autores, tal proximidade seria característica de uma literatura neo-naturalista, que se consubstanciaria num texto de traços mais referenciais e, portanto, de espelhamento da realidade, sem preocupações com a estilização textual que é própria da literatura. Em minha apresentação, entretanto, o viés de análise é outro. Inicialmente, procurarei demonstrar, nos contos de João Antônio, a presença de uma linguagem que, tendo como matéria prima a fala coloquial dos habitantes das periferias urbanas, exerce sobre ela um processo intenso de estilização literária. O autor de Malagueta, Perus e Bacanaço, assim considerado, estaria, portanto, à altura dos melhores escritores da língua portuguesa. Em seguida, mostrarei como os documentos de seu acervo pessoal são um testemunho desse corpo a corpo com a

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linguagem empreendido por João Antônio, uma vez que tais documentos deixam clara grande parte dos bastidores do ato de escrita do autor.

PPOOÉÉTTIICCAASS DDOO TTEEXXTTOO LLIITTEERRÁÁRRIIOO:: LLEEIITTUURRAASS

Antonio R. Esteves (Professor Doutor – UNESP/Assis)

26 maio 2010 – 20h00-23h00 – Salão de Atos – Prédio I

Partindo do sentido usual, no âmbito dos estudos literários, tanto do termo poética, quanto do que seja um texto literário, a intervenção pretende apresentar uma leitura em contraponto de três textos literários, na qual serão priorizados a estrutura, o momento histórico em que foram produzidos e um possível desejo do escritor ao selecionar o tema tratado e a forma escolhida para abordar esse tema. Considerando a maneira privilegiada como a literatura lê os signos da história, foram escolhidos o conto “A caminho de Assunção”, do livro O cobrador (1979), do mineiro Rubem Fonseca; fragmentos do romance Viva o povo brasileiro (1984), do baiano João Ubaldo Ribeiro e o poema “Na guerra”, do livro Poemas rupestres (2004), do sul-matogrossense Manoel de Barros. Tais textos, híbridos todos, valendo-se em sua urdidura de um sólido diálogo intertextual, ao mesmo tempo em que corroem as bases dos gêneros canônicos, apresentam uma leitura especial de um marcante fato da história brasileira, que foi a Guerra do Paraguai (1864-1870).

PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA UUTTÓÓPPIICCAA EE FFOORRMMAA LLIITTEERRÁÁRRIIAA:: OOSSWWAALLDD DDEE AANNDDRRAADDEE EE LLIIMMAA BBAARRRREETTOO

Benedito Antunes

(Doutor – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 20h30-23h00 – Salão de Atos – Prédio I

Propõe-se, nesta apresentação, lançar um olhar sobre a literatura brasileira das três primeiras décadas do século XX, por meio de uma breve leitura de dois romances de seus mais vivos representantes: Lima Barreto (1881-1922) e Oswald de Andrade (1890-1954). Caracterizado pela historiografia como Pré-Modernismo e Modernismo, o período costuma ser separado em tendências, se não opostas, pelo menos muito divergentes no tocante à linguagem. Com a comparação proposta, pretende-se observar, acima das diferenças normalmente reconhecidas, pontos de contato entre eles, tanto na forma como na temática. Para sustentar essa aproximação, será destacada a utopia como possibilidade de superação de conflitos representados ou evocados nos planos histórico, social e cultural.

FFOONNTTEESS,, AARRQQUUIIVVOOSS,, MMEEMMÓÓRRIIAA EE CCUULLTTUURRAA

Célia Reis Camargo (Doutora –UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

O universo dos arquivos - públicos e privados, pessoais e institucionais - constitui-se como uma instância informativa integrada pelas diversas formas de registro das atividades humanas.

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Compõe o quadro institucional formado pelos arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação, organismos responsáveis pela preservação da memória. Esse modelo vigora em todo o ocidente, desde a Revolução Francesa. Portanto, os arquivos acabam por integrar o escopo dos elementos constitutivos da memória social embora, na sua essência, não sejam formados com esta finalidade. A intenção probatória ou simplesmente informativa sempre precede a possibilidade de seu uso como fonte para a pesquisa e a construção do conhecimento. No campo da cultura e, particularmente, da literatura, há arquivos que se destacam por seu conteúdo diretamente relacionado a esse campo de trabalho, como os arquivos de escritores, de editoras e, ainda, as coleções de periódicos, que alimentam de forma muito generosa e particular os estudos sobre a recepção literária em variados contextos, o discurso da crítica e da historiografia literárias, dentre outros. No entanto, várias alternativas de pesquisa podem ser vislumbradas a partir do uso de outros conjuntos documentais, dentre eles os arquivos de relatos orais. Como está se desenvolvendo o trabalho com os arquivos, de forma a atender um campo mais amplo de pesquisadores em diversas áreas do conhecimento, especialmente para responder à demanda da interdisciplinaridade? Como transformamos os documentos em fontes? É importante abordar e compreender o conceito “arquivo” e as circunstâncias de produção dos conjuntos documentais que o integram, para a utilização plena de suas possibilidades de informação.

RREESSGGAATTEE HHIISSTTÓÓRRIICCOO EE CCUULLTTUURRAALL:: AA PPEESSQQUUIISSAA EEMM PPEERRIIÓÓDDIICCOOSS NNAA BBUUSSCCAA PPEELLAA CCOOMMPPRREEEENNSSÃÃOO DDOO TTEEXXTTOO LLIITTEERRÁÁRRIIOO

Daniela Mantarro Callipo

(Doutora – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

O estudo das crônicas, contos e romances publicados originalmente em periódicos deve contar com uma descrição do seu contexto histórico e cultural, pois tal produção nasce em um momento preciso, e tem seus contornos iniciais ligados a ele, embora sua ulterior publicação em livro a torne perene e atemporal e o imaginário do escritor não tenha um vínculo restrito com seu tempo. O público leitor do século XIX, por exemplo, estava a par das informações consignadas pelo texto; aos leitores de hoje, porém, muitos elementos se tornam incompreensíveis. Cabe ao pesquisador resgatar nos periódicos as informações que contribuem de forma decisiva para a compreensão do texto literário, ajudando a evitar interpretações superficiais e conclusões precipitadas. No caso da crônica, a relação entre texto literário e contexto histórico é mais evidente, pois se trata de um gênero híbrido, misto de acontecimentos históricos e ficção. No entanto, o estudo de contos e romances também pode ser enriquecido por meio da análise dos jornais em que eram veiculados, levando a reflexões mais abrangentes.

VVAANNGGUUAARRDDAA EE UUTTOOPPIIAA –– EESSCCLLAARRIICCEENNDDOO BBRRAASSÍÍLLIIAA

Gilberto Figueiredo Martins (Doutor – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 20h30-23h00 – Salão de Atos – Prédio I

Em duas ocasiões a escritora Clarice Lispector (1920-1977) esteve em Brasília e sentiu a necessidade de “vomitar” suas “impressões leves” sobre a cidade: escreveu então duas

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crônicas, uma publicada em 1962; a outra, doze anos depois. Na comunicação realiza-se a análise interpretativa dos dois textos, com destaque para o tema das relações entre vanguarda e utopia na arquitetura modernista. Marcadas pela proliferação de imagens e pelo deslizamento generalizado do sentido, por acentuada fragmentação e elevado pendor crítico, as crônicas de Clarice avaliam o fracasso do projeto político e estético de instalação da modernidade “no coração do país”, denunciando impiedosamente a matriz autoritária e regressiva da empreitada utópica do governo desenvolvimentista de JK. Nas “visões” da escritora, a Nova Capital aparece como um emblema da modernização ambivalente e incompleta da sociedade brasileira, que sistematicamente perpetua e repõe signos do atraso. A própria forma das crônicas denuncia um esforço de mimetizar a pretensão totalizante da paisagem urbana, também se constituindo, especularmente, em manifestação fantasmagórica e alucinada. Finalmente, mesmo a possibilidade de se constituir um ponto de vista seguro para descrever a cidade-esplendor é posta em xeque.

AARRQQUUIIVVOOSS DDAA MMEEMMÓÓRRIIAA CCUULLTTUURRAALL:: OOSS GGÊÊNNEERROOSS JJOORRNNAALLÍÍSSTTIICCOOSS EE LLIITTEERRÁÁRRIIOOSS NNOOSS PPEERRIIÓÓDDIICCOOSS

José Alcides Ribeiro

(Doutor – USP) 27 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

O objetivo deste estudo é apresentar um panorama sobre as possibilidades de pesquisa em literatura tendo por base a imprensa periódica e outros meios de comunicação. O primeiro núcleo do estudo é constituído por comentários sobre os conceitos de gênero, memória e cultura e a sua aplicação no estudo do campo da literatura impressa em livros e periódicos, meios que tomam grande impulso com a invenção da prensa móvel de J. Gutemberg (folhetos informativos e livros). Aqui é comentado o conceito neoclássico de literatura, propagado por N. Boileau (1636-1711) e a sua influência em determinadas vertentes do estudo da arte e da literatura contemporâneas. O segundo e o terceiro núcleos do estudo são formados pelos comentários sobre autores e períodos nacionais e internacionais que reuniram nas suas páginas índices da memória cultural de seu tempo. Dentre eles, destaque-se Edgar Allan Poe, Correio Mercantil, Jornal do Commercio, Journal des Débats, Rachel de Queiroz, José Louzeiro.

AA NNAARRRRAATTIIVVAA PPOOLLIICCIIAALL:: HHIISSTTÓÓRRIIAA EE TTEENNDDÊÊNNCCIIAASS CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEAASS

Maria Lídia Lichtscheidl Maretti (Doutora – UNESP/Assis)

26 maio 2010 – 20h00-23h00 – Salão de Atos – Prédio I

Minha intervenção se propõe a uma reflexão acerca de alguns marcos da história da narrativa policial, desde os seus antecedentes góticos até as suas manifestações mais recentes da pós-modernidade, com o objetivo de apontar as transformações que este gênero veio sofrendo ao longo do tempo. Esse percurso pretende assinalar a visão de mundo que subjaz a cada etapa deste processo histórico, de modo a demonstrar que, além de serem tradicionalmente consideradas objeto de leitura amena e descompromissada, própria do que se convencionou chamar de “literatura de massa”, tais narrativas podem nos fazer pensar no caráter epistemológico próprio a cada etapa. Para isso, farei um diálogo com alguns teóricos e críticos

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deste tipo de narrativa, dentre os quais o Brito Broca de “De Zadig a Georges Simenon” (publicado em livro de 1957), o já clássico Tzvetan Todorov de “A tipologia do romance policial” (do final da década de 60 do século XX), o Umberto Eco de Pós-escrito a O Nome da Rosa (de 1984), e a Vera Lúcia Follain de Figueiredo de Os crimes do texto (de 2003).

DDOO PPOOEETTAA--FFUUNNCCIIOONNÁÁRRIIOO AAOO PPOOEETTAA--EENNGGEENNHHEEIIRROO:: TTRRAANNSSIIÇÇÕÕEESS EE CCOONNTTRRAADDIIÇÇÕÕEESS DDAA LLÍÍRRIICCAA MMOODDEERRNNAA

Vagner Camilo (Doutor – USP)

28 maio 2010 – 20h30-23h00 – Salão de Atos – Prédio I

A conferência propõe-se a retomar o diálogo entre Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto a partir do contraponto entre as imagens, literariamente construída, do poeta-funcionário e do poeta-engenheiro, a fim de refletir sobre sua constituição, suas motivações histórico-sociais e seu alcance ideológico.

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RESUMOS DE PROJETOS DE PESQUISA

AASS NNOOIITTEESS DDOO MMOORRRROO DDOO EENNCCAANNTTOO:: OO EESSPPAAÇÇOO EE OOUUTTRRAASS UUNNIIDDAADDEESS FFUUNNCCIIOONNAAIISS NNOO CCOONNTTOO DDEE DDIINNAAHH SSIILLVVEEIIRRAA DDEE QQUUEEIIRROOZZ

Adriano Loureiro

(Graduado – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 1 – Prédio I

O interesse em explorar a literatura brasileira de autoria feminina contribui para, neste expediente, se tomar a coletânea de contos intitulada As noites do morro do encanto (1977), de Dinah Silveira de Queiroz, como corpus e sobre ela investir buscando estudar as questões relacionadas ao espaço e, por extensão, aos objetos (Cf. Jean Baudrillard) e ao tempo. Tal minúcia, além de evidenciar a autoria feminina, contempla a qualidade do conto nacional em sua composição, sendo certo que a caracterização dos elementos das cenas exerce papel decisivo no sistema articulado internamente em cada conto, ou seja, na configuração dos textos, os objetos extrapolam seus limites denotativos para influenciar no plano de convergência entre obra e contexto. Portanto, estabelecer um paralelo entre as instâncias psicológicas, sociais e funcionais dissolvidas nos contos de Dinah é o que aqui se quer fazer.

UUMM EESSTTUUDDOO SSOOBBRREE AA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMÃÃEE SSUUSSAANNAA NNOO LLIIVVRROO ÚÚRRSSUULLAA DDEE MMAARRIIAA FFIIRRMMIINNAA DDOOSS RREEIISS EEMM 11885599

Aline Eiko Hoshino

(Graduada – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

Este trabalho propõe analisar as representações afro-brasileiras, por meio do livro Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, considerado a obra-prima da autora, escrito em 1859. Busca-se perceber como o livro trata as questões raciais e de gênero, em especial a caracterização da personagem feminina de Mãe Susana. Com base nessa análise, buscam-se as representações da sociedade escravocrata do Maranhão do século XIX, firmadas pela escrita de Maria Firmina.

PPAARRAADDIIGGMMAASS EE PPAARRAADDOOXXOOSS NNAA PPOOEESSIIAA MMOODDEERRNNAA BBRRAASSIILLEEIIRRAA

Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA – Paranavaí-PR)

Gersonita Elpídio dos Santos (Mestranda – FAFIPA – Paranavaí-PR)

Carlos da Silva (Mestre – FAFIPA – Paranavaí-PR)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 2 – Prédio I

O projeto visa a um estudo detalhado a respeito do Modernismo brasileiro, com base no livro Os cinco paradoxos da modernidade, de Antoine Compagnon. O autor descreve em sua obra que estabelecer uma diferença entre o que é antigo e o que é moderno é um problema muito

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maior do que se pode imaginar, pois os autores modernos, ao tentarem quebrar os paradigmas estabelecidos anteriormente, acabam retornando aos grandes clássicos e a sua genialidade. Na poesia brasileira, tivemos um grande movimento vanguardista que se estabeleceu a partir da Semana de Arte Moderna, apresentando ao Brasil diversos escritores novos, mas a poesia dessa geração é muitas vezes incompreendida, por ser elaborada de uma forma muito simples, livre da estética estática e aberta a qualquer situação. Para saber o que realmente uma poesia quer dizer, e qual o momento em que ela está inserida, qual sua contribuição para a sociedade, é necessário primeiro fazer um estudo aprofundado do conceito de poesia, e de tudo que está envolvido com a elaboração da mesma, e é isso que se pretende com esta pesquisa. A partir do livro de Compagnon, estabelecer um conceito claro de modernismo brasileiro, para que se possa fazer uma análise acertada da poesia incompreendida dos modernistas.

OO PPAAPPEELL DDAASS IIDDEEIIAASS EE OO PPÓÓSSTTUUMMOO NNAASS OOBBRRAASS OO TTEESSTTAAMMEENNTTOO DDOO SSEENNHHOORR NNAAPPUUMMOOCCEENNOO EE MMEEMMÓÓRRIIAASS PPÓÓSSTTUUMMAASS DDEE BBRRAASS CCUUBBAASS

Ana Maria Lange Gomes

(Graduanda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

Este projeto de pesquisa visa a uma análise comparativa entres as obras O testamento do senhor Napumoceno, de Germano Almeida, e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, destacando o papel das ideias nos romances e a abordagem do póstumo. A análise partirá da função que os pensamentos e novos conceitos advindos do exterior foram abordados no decorrer dos romances através das personagens principais e das discussões que as mesmas suscitam, além de comparar as duas obras pelo caráter póstumo da narrativa. A proposta do trabalho é explorar as ideias lançadas nas obras, situando-as no contexto histórico-cultural, além da tentativa de entendê-las dentro do próprio romance, levando a uma compreensão do papel que estas exercem nas obras. Também se pretende demonstrar as semelhanças e divergências dos romances na questão do póstumo. A exploração desses elementos procura nos auxiliar na compreensão da construção das personagens e da própria narrativa, resgatando as peculiaridades das obras e também a universalidade das mesmas. Além disso, através das similaridades das duas obras, e principalmente da abordagem das tendências estrangeiras que invadiam os dois países no período da concepção dos romances e da narrativa póstuma, procura-se aproximar a literatura do Brasil e de Cabo Verde demonstrando a relação existente entre elas.

AA LLIINNGGUUAAGGEEMM PPOOÉÉTTIICCAA NNOOSS RROOMMAANNCCEESS DDEE AANNTTÔÔNNIIOO DDAA FFOONNSSEECCAA SSOOAARREESS:: UUMM EESSTTUUDDOO SSOOBBRREE AA FFUUNNÇÇÃÃOO EEXXPPRREESSSSIIVVAA DDAASS FFIIGGUURRAASS RREETTÓÓRRIICCAASS NNAA PPOOEESSIIAA DDOO

SSÉÉCCUULLOO XXVVIIII

André da Costa Lopes (Mestrando – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

O objetivo deste projeto é analisar a função expressiva das figuras retóricas na poesia de Antônio da Fonseca Soares. Os manuais de poética e retórica antigos, a preceptiva poética contemporânea ao autor e os estudos recentes acerca das manifestações poéticas do século XVII serão os principais referenciais teóricos para a análise dos poemas. A característica

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marcante na poesia de Fonseca Soares é o estilo ornado de escrita construído segundo preceitos dos referenciais clássicos e da preceptiva poética de seu tempo. Nos seus romances, o sentido e a carga conceitual de palavras e expressões são amplificados ao seu grau máximo. Nesse sentido, as figuras retóricas assumem um papel importante, pois potencializam o discurso poético interferindo na estrutura e na significação, criando analogias, contrastes e imagens. Um estudo aprofundado sobre a dinâmica das figuras retóricas no interior do discurso poético na obra de Antônio da Fonseca Soares deverá contribuir para o melhor entendimento da linguagem de sua poesia e, por conseguinte, dos procedimentos estéticos da poética do século XVII.

UUMM CCAANNTTOO DDEE LLUUTTAA EE LLIIBBEERRDDAADDEE EECCOOAA NNAA CCAAPPOOEEIIRRAA AANNGGOOLLAA

Carla Alves de Carvalho Yahn (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

A Capoeira Angola é uma manifestação artístico-cultural que abrange o universo da dança, da música, da literatura, do teatro e da arte marcial. Brincadeira mandingueira que revela em si suas indiscutíveis origens africanas. O cantador de roda de Capoeira é uma espécie de griot, o contador de histórias que mantém a tradição oral de geração a geração, canta temas diversos como amorosos, heroicos, de críticas sociais, satíricos e religiosos. Os principais subgêneros de cânticos expressos na roda de Capoeira Angola são as ladainhas ou hinos, as louvações ou chulas, as quadras e os corridos.

AASS FFAASSEESS DDEE UUMMAA TTRRAANNSSCCRRIIÇÇÃÃOO

Carla Caroline Oliveira dos Santos (Especialista – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

O trabalho em questão discute as fases de transcrição de um dos manuscritos de Antonio da Fonseca Soares, conhecido por Frei Antonio das Chagas. Resultado de um trabalho de conclusão de curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Língua Portuguesa da UNESP, cujo objetivo foi a transcrição de do manuscrito número 392, da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, intitulado A huma Dama [...] [enfor]cada por matar o seu fº. [...], nos moldes de uma edição interpretativa, segundo preceitos da Crítica Textual Moderna (Cf. CAMBRAIA, 2005).

LLEEIITTUURRAASS DDAA MMOODDEERRNNIIDDAADDEE LLIITTEERRÁÁRRIIAA:: TTRRAANNSSMMUUTTAAÇÇÃÃOO DDEE UUMM PPAARRAADDIIGGMMAA??

Cláudia Regina da Silva Franzão (Mestre – UNESP/Bauru)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 2 – Prédio I

O presente estudo tem como objeto de pesquisa o paradigma vigente na modernidade do que é literatura dentro da sociedade midiática, para corroborar a tese de que o paradigma de registro escrito vigente já não se pauta mais apenas pela linguagem ortográfica e sim por linguagens interagentes, o que delineia um novo horizonte tanto de narratividade, quanto de leitura. Como corpus de pesquisa, apresentamos a revisão crítica, do ponto de vista acadêmico, do clássico literário de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas (1864), em relação às obras cinematográficas homônimas de Walt Disney (1951) e Tim Burton (2010), por entendermos que a literatura configura-se como veículo de expressão das diversas vozes sociais que perpassam o(s) autor(es) de uma obra, inserido(s) em um determinado contexto sócio-histórico. Diante do exposto, indagamo-nos como esse contexto é retratado em três narrativas diversas do ponto de vista linguístico e como se dá a configuração narrativa tendo em vista a receptividade esperada pelo imaginário do leitor/enunciatário de cada obra mencionada.

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RREEMMIINNIISSCCÊÊNNCCIIAASS PPUURRIITTAANNAASS:: AA CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDAA PPEERRSSOONNAAGGEEMM FFEEMMIINNIINNAA NNAA OOBBRRAA DDEE NNAATTHHAANNIIEELL HHAAWWTTHHOORRNNEE

David Antonio da Silva

(Graduando – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 1 – Prédio I

O presente projeto tem por objetivo analisar a construção da personagem feminina na obra do romancista e contista norte-americano Nathaniel Hawthorne (1804-1864) através de um estudo analítico-reflexivo, explicitando, entre outros fatores, o papel social e o comportamento destas criações artísticas segundo a ótica do autor e o contexto histórico em que se encontram. Propomos fazer uma análise de alguns de seus contos e romances a fim de identificar forma de tratamento empregado por ele ao se dirigir ao sexo feminino, demonstrando a maneira como constrói suas heroínas, vilãs, personagens secundárias e outras de representações femininas. Objetivamos apresentar o seu processo de criação, bem como, subsequentemente, buscar definir paralelos entre estas personagens, ou elementos que as identifiquem entre si tendo por finalidade defender uma tese feminista quanto a esta caracterização. Para isso, tomaremos por base teórica os estudos literários feitos sobre o escritor, teses e biografias de especialistas como Harold Bloom, Jorge Luis Borges, Henry James, Mark Van Doren e Hyatt H. Waggoner. Além disso, temos por objetivo concluir os trabalhos apresentando uma tradução do conto Rappacini’s Daughter, ainda inédito em língua portuguesa, que venha a contribuir para disseminar a dissertação proposta, bem como a obra do autor.

EESSTTUUDDOOSS SSOOBBRREE OO AATTOO AACCAADDÊÊMMIICCOO EEMM HHOOMMEENNAAGGEEMM AA BBEERRNNAARRDDOO JJOOSSÉÉ DDEE LLOORREENNAA:: PPRRÁÁTTIICCAASS DDEE LLEEIITTUURRAA EE EESSCCRRIITTAA

Dayane Mussulini

(Graduanda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 1 – Prédio I

Busca-se apresentar uma colaboração para os estudos da produção literária no contexto Brasil/Portugal nos séculos XVII e XVIII, a partir de textos manuscritos que podem auxiliar na descoberta de novos referenciais teóricos de escrita. A metodologia aplicada para esta pesquisa concilia os estudos de crítica textual à exegese dos documentos. Espera-se como resultado final promover a ampliação da discussão e do corpus que virá a fazer parte desta pesquisa. Esse corpus constituir-se-á, no caso, da obra Ao senhor Bernardo Joze de Lorena... de 1791. Os resultados esperados darão conta de apresentar mais dados comprobatórios a respeito de quais elementos colaboraram para a “boa escrita” no período colonial do Brasil.

AA CCOONNVVEERRSSÃÃOO DDOO FFRREEII AANNTTÔÔNNIIOO DDAASS CCHHAAGGAASS

Elaine Amaral da Silva (Especialista – UEL)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

O presente projeto tem como objetivo a realização de um estudo acurado da obra do poeta Antônio da Fonseca Soares, também conhecido como Frei Antônio das Chagas. Busca-se, nesta pesquisa, apresentar uma colaboração para o estudo dessa trajetória literária, que se

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desenvolve a partir da divisão de sua carreira em duas fases: a mundana e a religiosa. A primeira fase ocorre entre 1631 a 1662, época em que o jovem Antônio da Fonseca Soares gozou dos prazeres da vida. A segunda decorre de 1662 até 1682, abarcando a fase em que o frade se dedica à vida cristã, com o intuito de purificar-se das nódoas da vida secular. A metodologia aplicada para o desenvolvimento deste projeto abrange os estudos de crítica textual, em diversas etapas, desde a ubiquação dos documentos até à exegese dos manuscritos. Desta documentação, alguns textos já foram pré-selecionados, entre os quais os manuscritos que constituem fontes primárias, como poemas e cartas (tratados espirituais). Essa documentação tende a ser acrescida por novos documentos, ao longo do desenvolvimento do projeto. Com a execução desta pesquisa, pretende-se apresentar novas perspectivas a respeito do estudo da obra do Frei Antônio das Chagas, no que diz respeito a sua participação, tanto no contexto histórico como no contexto literário de Brasil/Portugal, nos séculos XVII e XVIII.

AA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDOO TTEEMMPPOO NNOO RROOMMAANNCCEE EE NNOO FFIILLMMEE LLAAVVOOUURRAA AARRCCAAIICCAA

Flávia Giúlia Andriolo Pinati (Graduanda – UNESP/ASSIS – FAPESP)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 3 – Prédio I

Pretende-se examinar a questão da representação do tempo, mais precisamente no romance Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar (1935), e na sua adaptação para o cinema, realizada por Luiz Fernando Carvalho (1960), no filme homônimo de 2001, com o objetivo de descrever e mostrar uma correlação entre as representações do tempo contidas na narrativa literária e sua possível transcrição/adaptação para o meio audiovisual.

MMÚÚLLTTIIPPLLAASS RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÕÕEESS DDOO FFEEMMIINNIINNOO UUMM EESSTTUUDDOO CCOOMMPPAARRAATTIIVVOO DDAASS PPEEÇÇAASS TTEEAATTRRAAIISS MMEEDDEEIIAA,, DDEE EEUURRÍÍPPEEDDEESS,, EE GGOOTTAA

DD’’ÁÁGGUUAA,, DDEE CCHHIICCOO BBUUAARRQQUUEE EE PPAAUULLOO PPOONNTTEESS

Glaucia Benedita Vieira (Graduada – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 1 – Prédio I

Figura intrigante da literatura, Medeia divide a opinião dos leitores a respeito de sua personalidade; para uns é esposa traída que sofre ao ser enganada e abandonada pelo marido; para outros é bruxa ardilosa e vingativa. Dentre várias obras produzidas com base nesta história, uma delas é Gota d’água, texto dramático brasileiro cuja protagonista é uma mulher forte, determinada, pobre e sonhadora, também traída e abandonada. Medeia constitui, portanto, um vasto campo de pesquisas relativas ao comportamento feminino: as representações elaboradas por cada autor em épocas e lugares tão diferentes transformam o texto num espelho em que se reflete a forma como as mulheres eram vistas pela sociedade.

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PPEEDDRRAA BBOONNIITTAA EE OO DDRRAAGGÃÃOO DDAA MMAALLDDAADDEE CCOONNTTRRAA OO SSAANNTTOO GGUUEERRRREEIIRROO:: MMAATTÉÉRRIIAA EE FFOORRMMAA AARRTTÍÍSSTTIICCAA

Héder Junior dos Santos

(Graduado – UNIMAR/Marília) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 4 – Prédio I

Este projeto tem como objetivo principal estudar comparativamente o romance regionalista Pedra bonita, de José Lins do Rego, e o filme cinemanovista O dragão da maldade contra o santo guerreiro, de Glauber Rocha. Esta comparação pretende focalizar os elementos da estrutura sócio-histórica em seus diferentes aspectos: como se encarnam nas personagens, como se estruturam no tecido narrativo, como se mediatizam pelo narrador, como se relacionam com símbolos e mitos, como se articulam com a tradição e que universo configuram em termos de cultura brasileira. Decorrente desse objetivo central, há outros: analisar as estruturas das narrativas; verificar em que medida o romance e o filme apresentam modelos artísticos da sociedade brasileira; e descobrir se há na obra fílmica apenas a matéria da obra literária, não sua forma; e, caso nossa suposição proceda, descrever como isso ocorre.

AA IINNFFÂÂNNCCIIAA EE AA VVIIOOLLÊÊNNCCIIAA NNOO CCOONNTTEEXXTTOO DDAA FFAAMMÍÍLLIIAA PPAATTRRIIAARRCCAALL BBRRAASSIILLEEIIRRAA EE SSUUAA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO EEMM IINNFFÂÂNNCCIIAA,, DDEE GGRRAACCIILLIIAANNOO RRAAMMOOSS,, EE MMEENNIINNOO DDEE

EENNGGEENNHHOO,, DDEE JJOOSSÉÉ LLIINNSS DDOO RREEGGOO

Helton Marques (Graduado – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 2 – Prédio I

O presente trabalho pretende traçar um paralelo entre o romance Infância, de Graciliano Ramos, livro de memórias, publicado em 1945, com o propósito de denunciar o encontro da criança com a violência no contexto da família patriarcal brasileira, e o romance Menino de engenho, de José Lins do Rego, livro de estreia do autor, publicado em 1932, ao longo do qual o narrador-protagonista reúne suas recordações de infância, regida pelo signo da violência, e retrata a situação histórico-social da região nordestina dos tempos do patriarcado em decadência. Desse modo, este trabalho tem como objetivo desenvolver um estudo sobre a representação da infância e da violência no contexto da família patriarcal no Brasil, tendo como principal amparo teórico os livros Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre, e Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda.

DDEE EESSCCRRIITTOORR AA PPEERRSSOONNAAGGEEMM:: JJOORRGGEE LLUUÍÍSS BBOORRGGEESS NNAA MMIIRRAA DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA LLAATTIINNOO--AAMMEERRIICCAANNAA

Isis Milreu

(Mestre – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 4 – Prédio I

O presente projeto pretende analisar a ficcionalização de Jorge Luís Borges em narrativas literárias latino-americanas. Além de ser alvo de inúmeros ensaios, teses e biografias, o escritor argentino foi convertido em personagem de vários romances, contos, crônicas e peças teatrais. Entre essas obras destacam-se os romances Sobre héroes y tumbas (1961) e Abaddón el

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Exterminador (1974), de Ernesto Sábato; Adán Buenosayres (1948), de Leopoldo Marechal; Las libres del sur (2004), de Maria Rosa Lojo; Borges e os orangotangos eternos (2000), de Luís Fernando Veríssimo, e O romance de Borges (2000), de Hamilton Alves. Além dessas narrativas, a obra teatral A última viagem de Borges (2005), de Ignácio Loyola Brandão, apresenta uma grande riqueza poética. Dessa maneira, este trabalho propõe-se a analisar os romances e a peça citados, partindo do princípio de que a literaturização de um escritor é uma maneira de homenageá-lo, mas, ao mesmo tempo, de relê-lo. Por isso, baseado nessa premissa, este estudo refletirá sobre a visão que os autores latino-americanos construíram de Jorge Luís Borges, pois acredita-se que, ao converter o escritor argentino em objeto literário, a literatura latino-americana lança novos olhares para a obra borgeana, além de proporcionar um diálogo intertextual entre Borges e os autores que o ficcionalizaram. Ademais, literaturizar o escritor argentino pode ajudar a estabelecer uma relação mais próxima de Borges com o leitor, pois, ao ser humanizado, um personagem histórico é desmistificado, possibilitando mirá-lo sob outras perspectivas.

OO TTRRÁÁGGIICCOO MMOODDEERRNNOO:: AA TTRRAAGGÉÉDDIIAA NNIIEETTZZSSCCHHIIAANNAA NNAA PPEEÇÇAA AANNJJOO NNEEGGRROO,, DDEE NNEELLSSOONN RROODDRRIIGGUUEESS

Jaqueline Garcia Ferreira

(Graduanda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 3 – Prédio I

O presente trabalho pretende analisar a presença do trágico em dois momentos e dois lugares distintos a partir da obra literária Anjo negro, de Nelson Rodrigues, e da obra teórica/filosófica O nascimento da tragédia, de Friedrich Nietzsche. Busca-se definir os mecanismos estilísticos utilizados pelo dramaturgo brasileiro ao resgatar o sentimento do trágico na composição da obra “desagradável” Anjo negro, dentro de um contexto moderno, mas que não despreza os elementos clássicos. Outro aspecto que elucidará parte dessa configuração é a presença do herói. Incontestavelmente, este elemento articulado por Sófocles e tido por Aristóteles como um ótimo exemplo, não é possível no momento em que, com a promulgação da modernidade, os interesses passam a ser individuais. Assim, valendo-se da dicotomia apolíneo/dionisíaco e encontrando base nos conceitos de filologia nietzschiana de essência e aparência e dos princípios de vontade e representação de Schopenhauer notar-se-á como Nelson Rodrigues utiliza os elementos trágicos do herói introduzindo-os em uma peça moderna, cercando os episódios de um clima armado com a força da fatalidade. Finalmente, quer-se demonstrar como as personagens rodrigueanas trazem um conflito estrutural suficiente para defini-las como trágicas, ainda que com nova configuração.

AASS DDIISSSSEERRTTAAÇÇÕÕEESS DDAA HHIISSTTÓÓRRIIAA MMIILLIITTAARR DDOO BBRRAASSIILL NNAA AACCAADDEEMMIIAA BBRRAASSÍÍLLIICCAA DDOOSS EESSQQUUEECCIIDDOOSS:: MMAANNUUSSCCRRIITTOO 1133//1155//4422 BBNNPP

Jéssica de Castro Gonçalves (Graduanda – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

Almeja-se, neste projeto, um avanço no estudo das práticas de escrita no Brasil colonial, por meio do estudo de uma segunda versão do manuscrito do letrado Inácio Barboza Machado, os

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Exercisios de Marte Noua Escolla de Bellona Guerra Brasillica Primeira, Parte, Segunda, Terceira, e quarta Dissertaçoens criticas jurídico históricas do Descobrimento e origens dos Povos e Regioens desta América, povoaçoens e conquistas guerras e vitórias comtra a nação portugueza conseguio o Domínio das quatorze capitanias, q formam a Nova Lusitânia ou Brazil Principado dos Primogênitos de Portugal, ou as dissertações de história militar para a Academia Brasílica dos Esquecidos. A metodologia para a execução do trabalho pauta-se na Crítica Textual e na Ecdótica. Como se trata de testemunho conhecido posteriormente à apresentação de outra versão do documento, propõe-se, inicialmente, uma edição diplomático-interpretativa do documento, com auxílio da qual serão discutidas algumas características relativas ao conteúdo e a sua inserção no universo da Academia. Posteriormente, deverá ser proposta uma edição crítica, a qual confrontará a versão já trabalhada pelo Grupo de Pesquisa A escrita no Brasil colonial e suas relações, com esta, que ora se encontra em estudo.

MMAADDEE IINN CCHHIINNAA:: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE DDEE RREELLAATTOOSS RREECCOOLLHHIIDDOOSS AA RREESSPPEEIITTOO DDAASS MMUULLHHEERREESS CCHHIINNEESSAASS ((11998800--11999977))

Jéssica Sayuri Mori Kanno

(Graduada – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 1 – Prédio I

Partindo do pressuposto da história vista de baixo, procuramos refletir a respeito da condição da mulher na China, utilizando como fonte principal os relatos contidos na obra As boas mulheres da China, de Xinran. Neste livro, são encontradas diversas experiências e situações vividas por mulheres chinesas de diferentes idades e classes sociais em relatos que foram coletados no período de 1980 a 1997. As narrativas demonstram situações recentes, próximas a 1997, além dos relatos que ocorreram logo após a Revolução Comunista (1911-1949) e a Revolução Cultural (1966-1976), ao referirem a influência desses eventos na vida dessas mulheres. Como se trata de uma obra escrita por uma mulher chinesa contando a história de vida de outras mulheres chinesas, procuramos também analisar a maneira como se trabalha a literatura feminina presente no texto. Procurou-se então analisar como a mulher chinesa se enxerga em sua condição feminina, e também até que ponto a política, economia, sociedade e religião interferem nas vidas dessas mulheres, na maneira como são vistas e de como se veem.

JJOOSSÉÉ MMAARRÍÍAA AARRGGUUEEDDAASS EE OO IINNDDIIGGEENNIISSMMOO PPEERRUUAANNOO:: OO EEMMBBAATTEE CCRRÍÍTTIICCOO EENNTTRREE MMAARRIIOO VVAARRGGAASS LLLLOOSSAA EE AANNTTOONNIIOO CCOORRNNEEJJOO PPOOLLAARR

Juliana Bevilacqua Maioli (Mestre – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 4 – Prédio I

O presente trabalho busca confrontar a visão de dois críticos literários contemporâneos, Mario Vargas Llosa e Antonio Cornejo Polar, acerca das produções do indigenismo andino, partindo do exame que ambos os intelectuais realizam do universo ficcional do escritor peruano José María Arguedas. Ao delinear e cotejar as perspectivas teóricas que fundamentam as leituras por eles desenvolvidas sobre um mesmo corpus literário, percebe-se uma notável divergência entre ambos. Por um lado, Vargas Llosa, transparecendo os pressupostos do pensamento neoliberal de cunho hispanista, tece uma incisiva crítica à questão do indeginismo,

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considerando-o uma ficção ideológica, de viés passadista e reacionário, justamente por refletir ideais coletivistas, antiliberais que estabeleciam obstáculos ao processo de modernização do Peru. Por outro lado, observa-se que Cornejo Polar, ao conceber a literatura e a cultura latino-americana como uma totalidade contraditória e heterogênea, entende o indegenismo como uma das vertentes desta heterogeneidade. Assim, por meio de critérios peculiares, procura apontar a sua complexidade – limites e contradições – enquanto expressão literária, bem como visa a demonstrar a importância das produções indigenistas na representação do mundo e do homem indígena. Partindo-se do suposto de que as interpretações de ambos os críticos a propósito da obra de Arguedas tenham sido condicionadas pela ação conjunta de uma série de teorias que a descrevem, este trabalho objetiva também explicitar os princípios teóricos que orientam o discurso de cada um desses intelectuais.

AA LLIITTEERRAATTUURRAA PPOORRTTUUGGUUEESSAA CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEAA NNAA IIMMPPRREENNSSAA CCUULLTTUURRAALL DDEE PPOORRTTUUGGAALL:: OO JJOORRNNAALL DDEE LLEETTRRAASS,, AARRTTEESS EE IIDDEEIIAASS –– JJLL ((11999900--11999999))

Juliana Casarotti Ferreira

(Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 2 – Prédio I

Partindo da constatação de que imprensa pode contribuir para uma melhor compreensão da vida cultural de uma época, este projeto de pesquisa analisa, da perspectiva da crítica literária, os textos sobre/de literatura portuguesa contemporânea publicados em um dos principais periódicos culturais de Portugal, o Jornal de Letras, Artes e Ideias – JL. A observação de como a imprensa especializada avalia a literatura portuguesa contemporânea – autores e livros surgidos desde o Presencismo (1927-1940) até o final da década de 1990 – em um período relativamente longo, uma década (1990-1999), fornece instrumentos para se estabelecer um panorama de um período ainda pouco estudado pela crítica. A partir desse fato, verifica-se como a imprensa veicula o discurso literário através de suas diferentes modalidades textuais.

OO CCAANNDDOOMMBBLLÉÉ NNAA OOBBRRAA DDEE JJOORRGGEE AAMMAADDOO:: PPEERRSSEEGGUUIIÇÇÃÃOO EE EESSTTRRAATTÉÉGGIIAASS DDOO CCUULLTTOO NNAA BBAAHHIIAA EEMM JJUUBBIIAABBÁÁ ((11993300 –– 11993355))

Leonardo Dallacqua de Carvalho

(Graduado – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

Este trabalho propõe analisar as representações da religião afrobrasileira, em especial o candomblé, na obra Jubiabá, de Jorge Amado. O objetivo do trabalho é recuperar a memória da religiosidade afrobrasileira nos anos de 1930 e entender como se deu a perseguição ao candomblé e quais as estratégias que os praticantes encontraram para continuarem a manutenção dos seus cultos nesse período.

GGEERRAAÇÇÃÃOO MMIIMMEEÓÓGGRRAAFFOO:: OO PPOOEEMMÃÃOO DDEE TTOODDOOSS NNÓÓSS

Lilian Carla Barbosa (Graduada – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Mini-anfiteatro de História

No período da ditadura militar, instaurada a partir de 1964, surgiu uma geração de poetas que ficou conhecida pelo nome de “geração mimeógrafo” ou “poetas marginais”. Geração

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mimeógrafo pela característica de produzir suas obras: edições independentes, de baixo custo, comercializado em circuitos alternativos, gerada de mão em mãos. Nesse contexto de ditadura e desbunde é que surgiu o poeta Cacaso e tantos outros autores como Chacal, Luis Olavo Fontes, Chico Alvim e Ana Cristina César. Falar de poesia marginal não implica falar apenas de jovens escritores barrados em editoras, foram também autores com valores e ideais distintos, mas que se irmanavam pela insatisfação com os anos de chumbo da ditadura. A partir de então, pareciam todos estarem escrevendo um mesmo poema maior, um “poemão”, como definiu Cacaso. A ambição deste projeto é destacar as aproximações entre os poemas desses, até então, poetas distintos dessa geração, que se valeram de uma comunicabilidade direta, uma linguagem cotidiana, e nada rebuscada, para expressarem juntos, sem nenhuma combinação prévia, a realidade em que se encontravam.

AA RRAALLÉÉ EEMM CCEENNAA:: UUMMAA AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDAA OOBBRRAA DDEE MMAARRCCEELLIINNOO FFRREEIIRREE

Luciana Mendonça (Graduada – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Mini-anfiteatro de História

Este projeto visa à apresentação da obra do escritor Marcelino Freire por meio da leitura de seus quatro livros de contos, publicados entre os anos 2000 e 2008, do levantamento da fortuna crítica, da classificação temática dos textos e da posterior análise dos mesmos. Através da análise, será possível realizar uma aproximação da obra de Marcelino Freire com a produção literária brasileira contemporânea, levando em consideração temas pertinentes aos estudos literários da contemporaneidade, como, por exemplo, a experiência urbana e as relações entre as formas de escritura e as exigências da indústria cultural. Os contos de Marcelino trazem um novo fôlego à literatura brasileira contemporânea, pois, embora o autor tenha como um de seus principais temas a violência urbana – temática recorrente em nossa cena literária atual, – seu grande diferencial se dá através da preocupação com a forma e da maneira peculiar como trata tais temas, revelando um autor, sem dúvida, com um estilo próprio.

HHAARROOLLDD BBLLOOOOMM,, OO FFEENNÔÔMMEENNOO LLIITTEERRÁÁRRIIOO EE AA IIMMPPLLÍÍCCIITTAA CCOONNCCEEPPÇÇÃÃOO DDEE LLEEIITTOORR NNAA TTEEOORRIIAA DDAA ““AANNGGÚÚSSTTIIAA DDAA IINNFFLLUUÊÊNNCCIIAA””

Luiz Fernando Martins de Lima

(Mestre – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Mini-anfiteatro de História

A Teoria da Literatura, em toda a sua história, já abordou o fenômeno literário sob os mais variados enfoques, baseando-se em diversas disciplinas, como a Estilística, a Linguística, a Filosofia, entre outras. Cada visada sempre acabou por valorizar uma nuança da literatura em detrimento de outro, como é o caso do New Criticism e sua valorização do texto como um monumento a ser contemplado, excluindo a validade de qualquer elemento exterior ao texto, como a biografia do autor. Um dos elementos que compõem o fenômeno literário cujo papel mais tempo demorou em receber a devida atenção dos teóricos foi o do leitor. Somente na hermenêutica mais tardia, com Gadamer, e posteriormente com os teóricos da estética da recepção da Escola de Constança, que a função da leitura na compreensão e constituição das obras literárias foi levada em consideração. A pergunta que esta tese de doutorado buscará responder é: qual o papel do leitor para o teórico norte-americano Harold Bloom? O professor

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da Universidade de Yale escreveu uma das teorias mais inovadoras da década de 70, a teoria da “angústia da influência”, cujo principal papel é discutir o processo de invenção criativa dos poetas pós-iluministas e a história das influências que determinaram incondicionalmente o rumo de suas obras. Com o intuito de responder a pergunta acima, buscar-se-á ler a obra de Harold Bloom e decifrar a sua retórica de modo a entender o papel do leitor no fenômeno literário como proposto por sua “teoria da influência”, uma teoria que não buscou tratar explicitamente da leitura.

OO HHIISSTTÓÓRRIICCOO EE OO LLIITTEERRÁÁRRIIOO NNAA CCOOMMPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE VVIILLAA RRIICCAA,, DDEE CCLLÁÁUUDDIIOO MMAANNUUEELL DDAA CCOOSSTTAA

Marcela Verônica da Silva

(Doutoranda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

O presente trabalho tem o objetivo de apresentar o projeto de doutorado intitulado “Vila Rica: do histórico ao literário”, que visa determinar os elementos essenciais para a construção do poema Vila Rica, publicado em 1773. Esse trabalho contemplará uma analise documental, pela qual se confrontará o poema ao texto-suporte, a saber, o Fundamento histórico, dissertação histórica que acompanha a obra poética. Tratando de questões internas ao texto poético, procurar-se-á analisar sua estrutura a partir de uma classificação teórico-literária que buscará tratá-lo como um poema épico. Assim, pretende-se observar em que medida o poema faz uso da dissertação histórica para garantir verossimilhança aos fatos épicos, e também qual é o grau de ficcionalidade presente na dissertação histórica.

AA RREETTÓÓRRIICCAA NNOO RREELLAATTOO DDEE TTRRAAUUDDLL JJUUNNGGEE NNOO FFIILLMMEE AA QQUUEEDDAA!! –– AASS ÚÚLLTTIIMMAASS HHOORRAASS DDEE HHIITTLLEERR

Mariana Neves Gonçalves de Souza

(Graduanda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 4 – Prédio I

A queda! – as últimas horas de Hitler é uma obra de ficção que reproduz os últimos dias da vida do líder nazista, Adolf Hitler, já às vésperas do final da Segunda Guerra Mundial, relatados por sua ex-secretária, Traudl Junge. O filme retrata fatos da convivência de Hitler em seu bunker (um abrigo antiaéreo), no momento em que a queda do tão aclamado III Reich tornava-se iminente. Este trabalho investigará o uso da retórica através do relato da narradora, explorando as diferentes linhas narrativas e o modo como os discursos de Hitler atingiram as personagens retratadas.

OO IINNSSTTIINNTTOO DDEE AAMMEERRIICCAANNIIDDAADDEE NNAA PPOOEESSIIAA DDEE GGOONNÇÇAALLVVEESS DDIIAASS ((11882233--11886644))

Maurílio Mendes da Silva (Mestrando – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 4 – Prédio I

O projeto “O instinto de americanidade na poesia de Gonçalves Dias (1823-1864)” visa, através de levantamento, leitura e análise dos poemas do referido poeta brasileiro, a uma reflexão

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sobre o instinto de americanidade. Através dessa reflexão, busca melhor compreender o que seja esse “sentimento de exaltação e pertença à América”, instinto originalmente encontrado nos autores hispano-americanos, mas também presente em autores românticos brasileiros no momento de formação da nossa nacionalidade literária. O estudo da americanidade ou mesmo da brasilidade é inter-seccionado por diversos questionamentos e reflexões, tais como dependência cultural e posicionamento crítico perante essa dependência. Reler a obra de Gonçalves Dias, inserida dentro do contexto sócio-histórico-cultural do movimento romântico, a partir da ótica da americanidade, e dos questionamentos a despeito de uma identidade nacional, e de uma possível identidade americana, levar-nos-á, inevitavelmente, a indagações outras, como, por exemplo, a reflexão sobre o espaço que ocupa a literatura brasileira frente às literaturas dos demais países da América; ou ainda, a discussão sobre o papel e o posicionamento do intelectual de países periféricos. Ao propormos uma reflexão sobre a americanidade, tendo como corpus de estudo os poemas de Gonçalves Dias, poemas denominados por ele mesmo, de “Poemas Americanos”, estaremos dando visibilidade principalmente a uma possível marca da literatura brasileira, uma identidade americana.

PPAARRAA AALLÉÉMM DDAA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO:: OO EESSGGOOTTAAMMEENNTTOO DDAASS LLIINNGGUUAAGGEENNSS CCOOMMOO PPRRÁÁTTIICCAA TTEEAATTRRAALL DDOO GGRRUUPPOO TTRRAAMMEELLAASS DDEE TTEEAATTRROO AAMMAADDOORR NNAA CCOOOOPPEERRAATTIIVVAA

DDEE CCAATTAADDOORREESS DDEE MMAATTEERRIIAAIISS RREECCIICCLLÁÁVVEEIISS DDEE AASSSSIISS

Miriam Lange Guerra (Graduanda – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 3 – Prédio I

O projeto de pesquisa visa a apresentar o relato do processo artístico das oficinas teatrais durante os encontros na Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Assis - São Paulo (COOCASSIS). Através dos encontros nas oficinas, formou-se o Grupo Tramelas de Teatro Amador, que começou seu processo artístico em 2008. Além de mostrar esse processo, tal trabalho também pauta a mutação sofrida por este ao se encontrar com as leituras das obras de Gilles Deleuze, L´épuisé (“O esgotado”) e Superpociciones, e também os momentos de intensificações do mesmo a partir do estudo dessas obras. Encontro mutante que disparou um processo de criação de práticas outras que já são e continuarão sendo elaboradas e propostas ao grupo, fazendo intersecções da prática na oficina e as obras citadas, multiplicando as possibilidades do grupo do estar nos encontros.

AA FFIIGGUURRAA DDOO AANNTTII--HHEERRÓÓII NNAA OOBBRRAA JJOOÃÃOO VVÊÊNNCCIIOO:: OOSS SSEEUUSS AAMMOORREESS

Monique Lipe Moretti (Graduanda – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

O presente projeto de pesquisa visa a analisar a figura do anti-herói João Vêncio, protagonista da obra João Vêncio: os seus amores, do autor angolano Luandino Vieira. Outro objetivo é exteriorizar o papel do autor no âmbito da produção literária angolana e a excelência da presente obra no contexto em que ela foi escrita. A nação angolana passou por momentos históricos de opressão, os quais foram decisivos para o caminho do país. Tais fatos trouxeram à luz um sentimento de resistência por parte do cidadão angolano e, consequentemente, fizeram com que seus escritores despertassem para um sentimento nacional, em busca da sua

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própria identidade. João Vêncio é um anti-herói que confessa a nós, leitores, experiências através de memórias, revela-nos uma série de aventuras e trapaças, por meio de uma longa conversa com seu companheiro de cela. No decorrer da obra, são reveladas suas fragilidades, suas frustrações, contradições internas permanentes e sua desordem existencial e é isso que o caracteriza como um anti-herói. O que levou o escritor angolano Luandino Vieira a construir um anti-herói, é o gosto por temas ligados à própria realidade, ou seja, uma temática não idealizada. A construção do protagonista faz-se de acordo com as características analisadas, à maneira do gênero picaresco, ou seja, pessoa que se utiliza da astúcia para conseguir o que quer.

UUMM BBUUFFÃÃOO NNAA AACCAADDEEMMIIAA:: UUMM EESSTTUUDDOO DDAA FFOORRTTUUNNAA CCRRÍÍTTIICCAA AACCAADDÊÊMMIICCAA DDEE BBUUFFOO && SSPPAALLLLAANNZZAANNII ((11998855)),, DDEE RRUUBBEEMM FFOONNSSEECCAA

Priscila Costa Domingues

(Graduanda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Mini-anfiteatro de História

Rubem Fonseca é um autor controverso e polêmico, suas obras têm como temática as pessoas em seus aspectos mais íntimos, sendo que uma parte da personalidade que a maioria delas prefere esconder é mostrada de forma clara, rude e crua pelo autor. Por isso, diversas vezes seus livros não são bem aceitos; a crueza que está presente não só no conteúdo, mas na forma, na linguagem empregada agride o leitor, sendo usada como “arma”. Ou seja, o autor se vale dela para incomodar e tirar o leitor de uma indiferença apática. Com isso, como classificar Rubem Fonseca perante a academia? Trata-se de um autor contemporâneo, que fala do marginal e do degradado, quando não dos hábitos escusos de uma classe média entediada. Ele não é (ainda?) considerado integrante do tradicional cânone da literatura nacional, até mesmo porque ainda não adquiriu estatuto de clássico, já que de maneira geral a obra fonsequiana ainda não impôs sua força literária de forma contundente diante da academia. O que dizer de um romance cujo gênero é o policial, gênero este que é considerado por muitos menor, tal sua identificação com a literatura de massa? Por outro lado, o romance policial de Fonseca vai muito além do tradicional, ele vem para “quebrar” os paradigmas e propor uma nova construção. Diante desse quadro, o presente estudo se propõe a observar e entender como o romance policial fonsequiano repercutiu no meio acadêmico, qual foi a sua aceitação e quais aspectos foram observados para afirmar sua literariedade e desta maneira ser objeto de estudo dos acadêmicos. Para tanto, valemo-nos da obra Bufo & Spallanzani, de 1985, e dos respectivos estudos acadêmicos feitos no Brasil com base na obra. Para um maior aprofundamento, o estudo será limitado às dissertações e teses já defendidas sobre o texto.

AASS PPAARRÁÁBBOOLLAASS MMOODDEERRNNAASS NNOO DDIISSCCUURRSSOO FFIILLOOSSÓÓFFIICCOO DDEE FFRRIIEEDDRRIICCHH NNIIEETTZZSSCCHHEE

Rafael Miranda Porto Alegre (Graduando – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 3 – Prédio I

O presente projeto tem como fundamento o estudo crítico-literário da Bíblia, em conexão com as manifestações do gênero na literatura moderna e contemporânea, que se tem servido amplamente da fonte bíblica. Dentre os autores que se utilizam dessa forma características de discurso presente na Bíblia destacam-se os nomes de Sören Kierkegaard, Franz Kafka, Bertolt

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Brecht e Friedrich Nietzsche, que deixam transparecer nitidamente as marcas da influência bíblica em suas produções artísticas. Com base nesse diálogo intertextual entre a fonte bíblica e a literatura, pretendemos averiguar o modo como os textos “A arvore da montanha”, presente no livro Assim falou Zaratustra (1884), e o “Aforismo 125”, do livro A Gaia Ciência (1881), de Friedrich Nietzche (1844-1900), apropriam-se das propriedades estruturais do gênero literário da parábola. Nesses textos nietzschianos destacam-se procedimentos formais, temáticos e funcionais característicos do gênero em questão. Como um exemplo dessa apropriação e desse diálogo intertextual, podemos referir a instância da proclamação da “morte de Deus” e a ideia do “super-homem”, presentes nas duas narrativas. Com essas proposições, Nietzsche pretendeu elevar o homem acima de si mesmo, demonstrando que a morte de Deus transparece como resultado do progresso das Luzes, do triunfo da ciência e da racionalidade sobre as sombras da ignorância e da superstição.

NNAASS TTEERRRRAASS DDEE PPRREESSTTEE JJOOÃÃOO:: IIMMPPRREESSSSÕÕEESS AACCEERRCCAA DDAA EETTIIÓÓPPIIAA CCRRIISSTTÃÃ SSOOBB AA ÓÓTTIICCAA DDEE UUMM JJEESSUUÍÍTTAA ((11660033--11662222))

Ricardo Sorgon Pires

(Graduando – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Salão de Atos – Prédio I

Preste João, um mítico rei cristão, senhor de um vasto e poderoso império foi uma figura muito presente na mentalidade portuguesa até o século XVI, sendo visto como a grande esperança para o triunfo da cristandade sobre os muçulmanos, uma vez que seu reino era conhecido por ter adotado o Cristianismo, embora este não fosse católico. Após o auxílio lusitano na expulsão dos muçulmanos que haviam invadido o reino cristão da Etiópia no início do século XVI, os governantes da Etiópia procurando conservar a aliança com os portugueses, acabam permitindo a chegada dos jesuítas. Tal presença justificava-se pela necessidade de se atender as “demandas espirituais” dos portugueses que lá se encontravam. Dessa forma, em 1603 um representante dos jesuítas, Pero Pais, chega à Etiópia e, após permanecer quase vinte anos, escreve em três volumes a obra História da Etiópia, entre os anos de 1617 e 1620. Nesse livro são registradas diversas informações sobre o povo etíope, ressaltando aspectos históricos, culturais, religiosos, dentre outros. Pero Pais apresenta a Etiópia de acordo com os seus valores e objetivos, ou seja, de um homem europeu do século XVII, católico e jesuíta. Assim, com um olhar doutrinário a leitura de Pais objetiva selecionar os aspectos que permitem uma compreensão dos etíopes (em especial os cristãos), com a intenção de facilitar o processo de conversão desses à versão católica do Cristianismo. Essa pesquisa se deterá sobre uma análise do primeiro volume do livro de Pais, buscando entender a partir do contexto religioso, social e cultural, uma parcela da população e da cultura da Etiópia do período. Considera-se tal livro como uma fonte singular, na medida em que permite refletir sobre o olhar que o europeu – representado pelo jesuíta – tinha a respeito da África, em especial da Etiópia, como também possibilita conhecer inúmeras informações a respeito da sociedade, da religião e da cultura de uma parcela da população desse reino africano, notadamente dos praticantes do cristianismo.

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PPOORR UUMMAA LLEEIITTUURRAA BBAAKKHHTTIINNIIAANNAA DDAA PPRROOSSAA DDEE CCHHIICCOO BBUUAARRQQUUEE AA PPAARRTTIIRR DDAA NNOOVVEELLAA FFAAZZEENNDDAA MMOODDEELLOO

Sandro Viana Essencio

(Graduado – UNESP/Araraquara) 28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Mini-anfiteatro de História

O presente projeto visa a investigar a obra em prosa de Chico Buarque de Hollanda de um ponto de vista historiográfico e sociológico, tendo como percurso partir da sua “novela pecuária” Fazenda Modelo até o seu mais recente romance Leite derramado, passando pelos romances Estorvo, Benjamin e Budapeste, a fim de reconhecer seus elementos mais peculiares e seus propósitos enquanto produtor de textos e sentidos. Para tanto, busca-se apoio na arquitetônica teórica de Mikhail Bakhtin e seus estudos sobre as potencialidades do discurso artístico, bem como outros teóricos que possam vir a elucidar a questão, como Walter Benjamin e Georg Lucáks. Dada a necessidade de compreender a sociedade em que o homem atua e se desenvolve, o estudo da referida novela e das demais obras em questão permite observar uma leitura do mundo suis generis que, apesar de sempre estar em diálogo com um discurso que as antecede, carregam sua marca de originalidade e análise da realidade concreta na qual estão inseridas.

AASS CCRRÔÔNNIICCAASS DDEE RRUUBBEEMM BBRRAAGGAA:: SSIIMMBBIIOOSSEE LLIITTEERRÁÁRRIIAA EE JJOORRNNAALLÍÍSSTTIICCAA

Tchiago Inague Rodrigues (Graduado – UNOESTE/Presidente Prudente)

28 maio 2010 – 09h00-11h30 – Sala 2 – Prédio I

Através do tempo, as áreas do Jornalismo e da Literatura sempre mantiveram um diálogo, sendo a “crônica” um dos resultados maiores desta relação. Esta pesquisa tem o objetivo de estudar a crônica como gênero literário, buscando identificar seu papel no contexto da literatura brasileira. Para tanto, escolhemos alguns textos de crônica de Rubem Braga, jornalista e escritor que se destacou na literatura exclusivamente por produzir obras dentro desse gênero. O corpus eleito para o estudo é o livro “O conde e o passarinho”, do qual serão extraídas para uma análise mais aprofundada as crônicas “A empregada do Dr. Heitor”, “O conde e o passarinho” e “Luto da família Silva”, todas escritas em 1935, que narram questões sociais da época, revelando o papel crítico do escritor frente à sociedade.

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RESUMOS DE COMUNICAÇÕES

BBAAHHIIAA MMOODDEERRNNAA EE LLIITTEERRAATTUURRAA MMOODDEERRNNIISSTTAA:: AA HHIISSTTÓÓRRIIAA EEMM QQUUEESSTTÃÃOO

Adeítalo Manoel Pinho (Doutor – UEFS/Bahia)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

Há algum tempo realizo um caminho de estudo da literatura na Bahia, partindo de um paradigma teórico e histórico: recusar as lições da história da literatura na qual a maior valorização está na modernização. Tal processo obrigou toda a literatura brasileira a corrigir os temas e a produção na direção do que se convencionou chamar de modernismo. Detentora de uma tradição considerável, a literatura na Bahia optou, em grande parte de seu sistema literário, a permanecer fiel a essa tradição, cujos nomes mais importantes são Gregório de Matos (satírico), Castro Alves (abolicionista), Ruy Barbosa (retórico). Ao redor desses autores, há várias gerações de autores, tornando ainda mais forte e decisiva a atitude crítica de permanecer ou abandonar o que eu denominei de Bahia Literária. Este estudo está embasado em pesquisa de periódicos, principalmente o jornal O Imparcial da Bahia, a partir do qual forjei termos teóricos de estudo como Literatura de Jornal, esteio de sistema e memória perfeita. As ideias teóricas de Jacques Le Goff, Siegfried Schmidt, Itamar Even-Zohar, Heidrun Krieger Olinto e Silviano Santiago conduzem a pesquisa.

AA MMEENNTTIIRRAA DDAASS VVEERRDDAADDEESS NNAA NNAARRRRAATTIIVVAA DDEE EEDDGGAARRDD TTEELLLLEESS RRIIBBEEIIRROO

Adriana Dusilek (Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

Mário Vargas Llosa (1936-), em famoso ensaio intitulado “A verdade das mentiras”, aborda, entre outras coisas, a função da literatura. Nesta comunicação, por sua vez, objetiva-se refletir sobre a mentira das verdades, sobre a relação entre ficção e realidade através dos romances de Edgard Telles Ribeiro (1944-). O autor brasileiro, nascido no Chile, escreveu (até 2008) seus cinco romances todos em primeira pessoa, e é fato que o autor espalha, em muitos de seus romances e contos, elementos considerados autobiográficos, como sua profissão de diplomata e escritor. E a questão, aliás muito antiga, é observar como a crítica e a teoria literária lidam com esses elementos quando inseridos numa forma ficcional. É sabido também que Edgard Telles Ribeiro é apenas um entre muitos escritores contemporâneos que, numa tênue fronteira entre fato e imagem, constroem suas obras, caracterizando, inclusive, uma marca pós-moderna. Como pano de fundo para a presente reflexão estarão, pois, os cinco romances do autor publicados até agora: O criado-mudo (1991); Branco como o arco-íris (1998); O manuscrito (2002); Olho de rei (2006) e Um livro em fuga (2008).

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DDOOMMIINNAAÇÇÃÃOO MMAASSCCUULLIINNAA EE AA ((DDEESS)) CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDOO FFEEMMIINNIINNOO EEMM ““AASS FFRRAASSEESS DDEE RREENNDDAA””,, DDEE LLUUCCII CCOOLLLLIINN

Adriana Lopes de Araújo

(Mestranda – UEM) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 9 – Prédio I

Nossa proposta é tecer considerações acerca do conto “As frases de renda”, extraído de Inescritos (2004) da autora paranaense Luci Collin, a fim de promover a sondagem das estruturas de dominação masculina que perscrutam a narrativa e como tais refletem na (des)construção da personagem feminina. Contudo, enquanto o personagem masculino representa um ser que adota para si as verdades de uma classe dominante, ou seja, que se reconhece como superior, dado a uma concepção sócio-histórica das relações de gênero, a personagem feminina põe em evidência reflexos de uma objetificação. Apesar de conseguir enxergar as mazelas da condição da mulher em uma sociedade hegemônica masculina, não consegue se desvencilhar da opressão androcêntrica e se libertar. Destaca-se no conto, todavia, o corpo feminino enquanto materialização da dominação, atuando, assim, como o lócus do exercício do poder. Em vista disso é que o estudo se insere no âmbito dos estudos de gênero e da teoria crítica feminista. Importa salientar, ainda, que a análise refere-se a um primeiro momento do projeto de pesquisa intitulado “A personagem na literatura de autoria feminina paranaense contemporânea”, coordenado pela professora Lúcia Osana Zolin e com o apoio da Fundação Araucária. O projeto objetiva um estudo acerca da personagem que compõe a prosa de ficção contemporânea (publicada a partir dos anos 1970), de autoria feminina, no Paraná para, posteriormente, organizar um banco de dados a ser disponibilizado com vistas a pesquisas futuras mais específicas.

SSEEMMEELLHHAANNÇÇAASS TTEEMMÁÁTTIICCAASS EE FFUUNNCCIIOONNAAIISS EENNTTRREE AA ““PPAARRÁÁBBOOLLAA DDOO FFIILLHHOO PPRRÓÓDDIIGGOO”” ((LLUUCCAASS 1155,, 1111--3322)) EE OO LLOONNGGAA MMEETTRRAAGGEEMM OO RREEII LLEEÃÃOO,, DDEE RROOBB MMIINNKKOOFFFF

Aline Camargo Estercio Silva (Graduanda – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

Este trabalho propõe uma análise das relações intertextuais entre “A parábola do filho pródigo” (Lucas 15,11-32) e o filme O rei leão. O texto e o longa metragem apresentam, em seus enredos, expressivas semelhanças temáticas, tais como a fuga dos personagens da terra natal e a volta ao seus lugares de origem após a tomada de consciência de que a casa do Pai é o verdadeiro lar. Para tanto, propõe-se um estudo comparativo entre os dois textos com vistas a determinar as peculiaridades temáticas, formais e funcionais que mantêm em comum. Utilizando-se de uma fonte amplamente fundamentada na veiculação de lições formativas, o filme O rei leão apropria-se das funções didáticas da parábola bíblica, com o propósito de educar o público infantil ao qual se dirige. Dessa forma, este estudo pretende demonstrar a relevância das parábolas bíblicas enquanto obras de referência para a construção de inumeráveis produções literárias, influindo decisivamente na definição de proposições temáticas, na formação da visão de mundo dos autores e na escolha dos gêneros e formas literárias. Portanto, afirma-se a exigência de uma análise literária dessas narrativas bíblicas, priorizando o exame de seus procedimentos linguísticos, de seus recursos narrativos e de sua repercussão em diversas manifestações artísticas da cultura ocidental.

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CCRRÔÔNNIICCAA:: UUMM GGÊÊNNEERROO MMEENNOORR?? IINNDDAAGGAAÇÇÕÕEESS AACCEERRCCAA DDOO TTEEXXTTOO JJOORRNNAALLÍÍSSTTIICCOO--LLIITTEERRÁÁRRIIOO

Aline Cristina de Oliveira

(Mestranda – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

A crônica enquanto gênero é hoje vista como fruto do jornal, nascido em meados do século XIX. A publicação do gênero nos jornais começou timidamente e foi ganhando espaço pela cumplicidade com o leitor e pela facilidade da linguagem empregada. Além disso, o tom leve e bem humorado fez da crônica um gênero que atravessou os séculos e caiu no gosto popular, sem, contudo, possuir uma definição definitiva e unânime. Tendo sua propagação atrelada ao jornal, a crônica, a partir do século XIX, tem, como uma de suas principais características, a matéria efêmera, as notícias semanais, a vida mundana. É nesse sentido que o rótulo de gênero menor ganhou força. De fato, a crônica não foi escrita visando aos livros. Constituída dos faits divers, tornava-se rapidamente descartável e era exatamente esse descompromisso que lhe dava liberdade para ousar uma linguagem simplificada, menos pretensiosa. A ligação profunda com o dia a dia fez da crônica um gênero mais próximo da vida real. Mas nem todas as crônicas perderam seu valor dias depois de sua publicação. Ainda hoje, o leitor curioso pode facilmente remontar ao século XIX em leituras de crônicas escritas por um José de Alencar ou um Machado de Assis e apreender toda uma história da sociedade oitocentista. Pode ainda verificar que alguns assuntos são facilmente reconhecíveis e outros ainda passíveis de discussão. Muitas das crônicas praticadas no século XIX imortalizaram-se nos livros, ainda que não os tenham pretendido. Mas o que fez com que a crônica, despretensiosa e efêmera, ganhasse status de literatura? Se suas raízes estavam nas notícias da semana, por que a pesquisa desses textos, ditos anacrônicos, é tão fecunda? A resposta a essas questões está no talento de quem as escreveu, na magnitude do manejo com a linguagem de seus autores, na arte de transformar, da dar ares literários à pequenez das coisas fugidias.

MMÃÃEE SSUUSSAANNAA,, UUMMAA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDIIFFEERREENNTTEE.. OOLLHHAARREESS SSOOBBRREE OO PPAASSSSAADDOO AAFFRRIICCAANNOO

Aline Eiko Hoshino

(Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

Busca-se analisar a representação de Mãe Susana no livro Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Nesta obra, a autora coloca em pé de igualdade senhor e escravo, ao permitir que os escravos tenham voz e contem sua história. Isto só é possível porque a autora recupera o passado africano dos personagens. Como exemplo, temos Mãe Susana que relembra seu passado africano ao lado de sua filha, antes de ser capturada e vir para Brasil, bem como Antero que, numa conversa sobre os tempos remotos, lembra como era o gosto da principal bebida da África. Nessa perspectiva, por ter uma voz no livro, Mãe Susana surge como uma mulher capaz de quebrar as amarras do patriarcado, recusando-se a delatar os personagens principais perante a ameaça do dono de escravos. Com isso, torna-se uma importante obra que merece ser estudada e que durante muito tempo esteve longe dos olhos das pessoas.

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AA PPOOEESSIIAA DDEE GGIILLKKAA MMAACCHHAADDOO:: BBAARRRREEIIRRAASS QQUUEEBBRRAADDAASS CCOOMM VVEERRSSOOSS

Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA – PIC/PIBIC)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

Gilka Machado foi uma mulher a frente de seu tempo. Em uma época em que era proibido falar de sexo, ela ousou em sua poesia mostrando os sentimentos mais profanos que as mulheres também podem ter. Dessa maneira, foi considerada imoral, e foi reprovada até mesmo por poetas do movimento modernista brasileiro, vistos sempre como vanguardistas e quebradores de barreiras, que a rotularam como “puta”, pelo teor erótico de sua poesia. Ela construiu sua obra sem se preocupar se estava chocando ou se o que estava fazendo era novo ou ia mudar o mundo, vivendo a cada dia com um desafio novo, sofrendo de males que iam além dos que as mulheres já estão destinadas a viver. Machado expressou seus sentimentos de uma forma sublime e conseguiu despertar nos leitores sentimentos profundos e verdadeiros. Apesar de ter sido considerada uma das maiores poetas da época, não ouvimos falar muito dela. Um dos objetivos do presente trabalho será, justamente, divulgar um pouco da obra dessa escritora renegada na poesia brasileira e, apresentar, através da análise de poemas, a forma com que Gilka Machado quebrou alguns paradigmas da sociedade e da literatura. Partindo da obra Os Cinco Paradoxos da Modernidade, de Antoine Compagnon, mostraremos como ela rompeu as barreiras do moralismo da época e conseguiu fazer uma poesia nova, tocante e bem construída.

AA NNOOTTÍÍCCIIAA MMAAIISS IIRRRREELLEEVVAANNTTEE DDOO MMUUNNDDOO,, OOUU,, PPEEQQUUEENNAA FFLLOORR NNÃÃOO SSEE IIMMPPOORRTTAA

Aline Gabriela Copceski (Graduanda – FAFIPA – PIC/PIBIC)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

Pequena Flor vivia em seu mundo, todo seu, tinha sua felicidade, a felicidade de não ter sido comida. Não tinha a consciência do mundo que estava fora dos limites das árvores e das tribos canibais, e admirava com amor, um amor quase irracional, o caçador Marcel Petre, com sua pele amarela, seu anel todo cheio de brilho, suas botas. Pequena Flor o amava, e a tudo de diferente do que estava acostumada que o caçador trouxe a seus olhos. Uma foto tirada por ele vai para as páginas de um grande jornal, em tamanho natural, e tem uma repercussão enorme nas conversas familiares e no pensamento das pessoas que veem a foto da menor mulher do mundo. Atribuem a ela sentimentos, sentem pena por ser tão preta, mas ninguém sabe o que se passa na cabeça da pequena aborígine. O objetivo do estudo é realizar uma crítica a respeito dos efeitos dos impactos causados pelas imagens sensacionalistas que circulam através da mídia atual, levando em conta a discussão do processo imagético, partindo da imagem da aborígine do conto A menor mulher do mundo, de Clarice Lispector e da teoria de Lúcia Santaella e Winfried Nöth em Imagem – cognição, semiótica, mídia. Hoje, vemos nos jornais, revistas e mídia eletrônica, notícias que não afetam em nada a vida de ninguém, e mesmo assim as pessoas se importam com aquilo, comentam, e dão importância a coisas tão insignificantes que não valem a pena nem serem mencionadas. A velocidade das informações faz com que a mídia fique sem assuntos relevantes, levando à banalização das notícias e, automaticamente, dos meios de comunicação.

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UUMM NNAARRRRAADDOORR CCOOMMPPRROOMMEETTIIDDOO:: CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS SSOOBBRREE OO RROOMMAANNCCEE PPAARRQQUUEE IINNDDUUSSTTRRIIAALL ((11993333)),, DDEE PPAATTRRÍÍCCIIAA GGAALLVVÃÃOO

Amable Daiane Custódio Ribeiro

(Graduanda – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

Esta comunicação propõe uma análise da voz narrativa no romance Parque Industrial (1933), de Patrícia Galvão, a Pagu, considerando os aspectos estéticos e ideológicos que compõem a obra e refletem um método de composição fortemente engajado. Diante dos impasses gerados pelo gênero a que pertence a obra, o romance proletário, serão evidenciadas as condições de produção literária no contexto sociocultural da época, bem como a interferência do ideário modernista, tão marcante na trajetória da autora. Para tanto, o romance será vislumbrado pelo olhar de um narrador consciente da conjuntura social vigente, explicitando as condições do indivíduo e sua dialética com o meio, em um processo contínuo de experimentação formal e denúncia aos valores propagados pela burguesia paulistana dos anos 30. O conteúdo romanesco, visto à luz de seu narrador, fornece subsídios ao delineamento do perfil militante de Patrícia Galvão e de sua “paixão” pela luta, seja ela real ou literária, por meio de procedimentos e técnicas expressivas destoantes daquilo que se produzia na época, predominantemente regionalista. Essa tendência contribuiria, no entanto, para que a crítica negligenciasse nomes envolvidos com a sistemática urbana e conferisse à voz eloquente de Pagu, o silêncio, interrompido agora pela percepção dos ecos ainda ouvidos pelo caminho aberto por sua atividade destemida.

AASS FFAACCEETTAASS DDAA CCRRÍÍTTIICCAA FFAANNTTÁÁSSTTIICCAA EEMM ““OO EEXX--MMÁÁGGIICCOO DDAA TTAABBEERRNNAA MMIINNHHOOTTAA””,, DDEE MMUURRIILLOO RRUUBBIIÃÃOO

Ana Carolina Bianco Amaral (Mestranda – UNESP/SJRP)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

O estudo da literatura fantástica apresenta polivalência em sua acepção. A partir do surgimento das proposições todorovianas, o conceito desta literatura sofre transformações múltiplas. Apesar de o teórico afirmar que o fantástico ocorre somente no século XIX, percebemos que as tentativas de uma formulação direcionam-se além da busca por uma definição. A crítica atual de Bráulio Tavares compreende a literatura fantástica como todo episódio que transgrida as leis do realismo. Acredita também na influência social, na qual o credo do leitor julga se a inserção da ocorrência sobrenatural é parte integrante de sua realidade, decidindo, assim, se o texto é fantástico ou não com base em sua vivência pessoal. Em Italo Calvino, a discussão embasa-se na transcodificação da mensagem textual ao referente. Em Contos fantásticos do século XIX, expõe que o sobrenatural adverte presságios humanos e impele o homem ao autoconhecimento. Mas dentre tantas divergências localizadas na crítica, dois elementos das proposições e dos textos fantásticos são anuentes, o verossímil e o sobrenatural. Nessa esteira, pretendemos levantar as discrepâncias e os pontos similares formulados por Bráulio Tavares e Italo Calvino, elucidando nossas hipóteses no conto “O ex-mágico da taberna minhota”, de Murilo Rubião.

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OOSS DDIISSCCUURRSSOOSS EEMM ““RRIICCAARRDDOO EE CCAATTAARRIINNAA””:: MMEETTAALLIINNGGUUAAGGEEMM EEMM BBOOCCCCAACCCCIIOO EE PPAASSOOLLIINNII

Ana Carolina Negrão Berlini de Andrade

(Mestranda – UNESP/SJRP – CNPq) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

Neste trabalho, pretendemos abordar a questão dos discursos e da metalinguagem presentes nas versões literária e fílmica da narrativa “Ricardo e Catarina”. Tal história é uma das cem novelle, gênero de narrativa curta, normalmente com moral, presentes na obra-prima O Decamerão (2002), de Giovanni Boccaccio. Esta obra é o ponto de partida de Pier Paolo Pasolini, que escolhe recriar nove histórias em seu filme homônimo. Apesar das diferenças de suportes e da orientação de leitura, Pasolini procura atualizar aquilo que acreditamos ser uma das marcas do Decamerão literário, isto é, a metalinguagem. Em “Ricardo e Catarina”, como nas outras novelle recriadas pelo cineasta, há uma história dentro da história, um discurso elaborado por uma personagem que dá origem a jogos discursivos que, tematicamente, remetem ao próprio fazer literário. Por outro lado, também os procedimentos técnicos empregados na construção da obra são evidenciados, em um outro tipo de metalinguagem, de tipo estrutural. Assim, pretendemos, por meio dessa novella específica, abordar a questão da consciência estilística e estética dos dois autores.

AANNDDAALLUUSSIIAANNDDOO EEMM CCOONNTTOOSS:: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE DDOO EESSPPAAÇÇOO NNOOSS CCOONNTTOOSS ““TTHHEE RRIIVVEERR””,, ““TTHHEE CCOOMMFFOORRTTSS OOFF HHOOMMEE”” EE ““GGOOOODD CCOOUUNNTTRRYY PPEEOOPPLLEE””,, DDEE FFLLAANNNNEERRYY OO’’CCOONNNNOORR

Ana Flávia Ramos

(Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

Este trabalho propõe um estudo do espaço nos contos “The river” (1953), “The comforts of home” (1965) e “Good country people” (1955), da escritora Flannery O’Connor. É objetivo central desta proposta, identificar quais espaços, ou quais elementos neles contidos, tais como objetos e cores, contribuem para uma melhor compreensão das obras, e para uma análise da função de ‘representação’ que muitos deles desempenham. Para tanto, alguns textos teóricos tomados como base são: “Espaço e romance”, de Antônio Dimas, “O sistema dos objetos”, de Jean Baudrillard, “A cor no processo criativo”, de Lilian Ried Miller Barros, dentre outras obras concernentes à questão do espaço e à produção literária de Flannery O’Connor.

AA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDEE PPEERRSSOONNAAGGEENNSS FFEEMMIINNIINNAASS EEMM CCOONNTTOOSS DDEE LLUUCCII CCOOLLLLIINN

Andiara Maximiano de Moura (Mestranda – UEM)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 9 – Prédio I

Desde há muito tempo, a tradição patriarcal vem marcando nossa história. Durante séculos, a mulher foi vista como um ser inferior e submisso ao homem, fazendo com que a sua capacidade intelectual desaparecesse no meio cultural e literário. Tendo em vista nosso trabalho de monografia, orientado pela Profa. Dra. Lúcia Osana Zolin, bem como o projeto de pesquisa “A personagem na literatura de autoria feminina paranaense” que ela vem

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desenvolvendo com o apoio da Fundação Araucária, essa comunicação tem por objetivo apresentar a conclusão das nossas reflexões sobre o modo de construção das personagens femininas que integram os contos “É”, “Um ponto sobre o outro” “Ruídos” e “Vozes num divertimento”, todos contidos na coletânea Vozes num divertimento, da escritora paranaense Luci Collin. Busca-se, sobretudo, verificar em que medida a escritora subverte a imagem tradicional de mulher nesses contos, quais as marcas ideológicas que tais personagens carregam consigo, se, enfim, reduplicam, questionam ou ironizam os papéis tradicionais de gênero nesse início do século XXI. Para nos incumbirmos dessa tarefa, buscamos suporte teórico nos conceitos operatórios fornecidos pela Crítica Literária Feminista.

AASS DDUUAASS FFAACCEESS DDEE AANNTTÔÔNNIIOO DDAA FFOONNSSEECCAA SSOOAARREESS

André da Costa Lopes (Mestrando – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

O objetivo deste trabalho é apresentar ao público a biobibliografia do poeta português Antônio da Fonseca Soares, cuja produção literária está estreitamente ligada às duas fases de sua vida: a fase mundana, que vai de 1631 a 1662; e a fase religiosa, que vai de 1662 a 1682. Na primeira fase, Fonseca é poeta e soldado, apelidado por seus coetâneos de Capitão Bonina; Na segunda, é Frei franciscano e missionário e passa a se chamar Frei Antônio das Chagas. Quando estava no século, produziu sonetos, glosas, décimas e romances; já na fase religiosa, renega os romances, provavelmente por tratarem predominantemente de temática erótica, aproximando-se, muitas vezes, da sátira, e escreve uma obra espiritual, cujo tema central é o desengano do mundo e a reação à degradação moral pela qual passava a sociedade portuguesa de seu tempo. Segundo Pontes, Fonseca Soares foi um homem e um estilo do século XVII, pois seu estilo de vida e seu estilo de escrita foram legítimos representantes do pensamento e da estética seiscentista. Portanto, desejamos, ao expor os dados biobibliográficos deste autor, apresentar um pouco do pensamento sociocultural, sobretudo estético, da sociedade portuguesa do século XVII.

AA EENNSSAAÍÍSSTTIICCAA RROOMMÂÂNNTTIICCAA EE OO UULLTTRRAARRRROOMMAANNTTIISSMMOO

André de Sena Wanderley (Doutor – UFPE)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

Esta comunicação tem como meta apresentar os resultados obtidos em minha tese de doutorado Visões do Ultrarromantismo: melancolia literária e modo ultrarromântico apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco. Trata-se de um estudo verticalizado sobre o que se denominou “modo ultrarromântico”, uma pioneira tentativa de teorizar o Ultrarromantismo em face do Romantismo tradicional e seus diferentes modos (gótico, larmoyante etc.), levando-se em conta os diferentes contextos culturais da Europa e do Brasil e, principalmente, as recepções literárias (ficcionalmente criativas ou geradoras de pastiches) do período oitocentista. Explicada ainda hoje de maneira redutora e, não raramente, com as tintas do biografismo pelos livros didáticos e por expressiva parte da crítica, a chamada literatura ultrarromântica é um veio rico para o estudo do universo ficcional do século XIX europeu e brasileiro. Apesar de existirem importantes estudos críticos sobre as obras de autores ultrarromânticos, a exemplo dos de Antonio Candido e Cilaine Alves sobre

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Álvares de Azevedo, ainda havia a ingente lacuna presentificada na análise teórica do próprio Ultrarromantismo. Busca-se verticalizar o conceito de modo ultrarromântico através de leituras comparativistas que delimitam sua compreensão, especificidade de suas origens e espraiamento em outros gêneros e modos, até a transformação final em simulacro. Busca-se ainda analisar como o referido modo ultrarromântico foi assimilado em produções tardias de Portugal e do Brasil, bem como propor uma revisão teórica de obras supostamente “ultrarromânticas”, de acordo com a tradição.

UUMM EESSTTUUDDOO DDAASS CCRRÔÔNNIICCAASS DDEE VVIIVVIINNAA DDEE AASSSSIISS VVIIAANNAA PPUUBBLLIICCAADDAASS NNOO EESSTTAADDOO DDEE MMIINNAASS DDEE 11999900 AA 11999999

Andréia Nogueira Hernandes (Doutoranda – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

De 28 de janeiro de 1990 a 28 de março de 1999, Vivina de Assis Viana, escritora mineira de literatura infanto-juvenil, publicou crônicas semanais para adultos no suplemento “Fim de Semana” do jornal Estado de Minas. As crônicas são sensíveis e apontam para uma escritora de percepção aguçada e que dispensa atenção especial aos acontecimentos do cotidiano familiar, da vida na cidade, da vida rural, da política, da economia, das pessoas que a rodeiam. Partindo de um prévio trabalho que nasceu em uma Iniciação Científica e desenvolveu-se no Mestrado, este projeto propõe o estudo dessas crônicas, com a pretensão de ampliar e imprimir maior projeção ao trabalho de Vivina de Assis Viana, conhecendo desta maneira as diferentes possibilidades apresentadas em sua escrita. A proposta busca também atentar para um possível diálogo que essas escrituras voltadas para o público adulto possam estabelecer com a literatura infanto-juvenil, desenvolvida pela autora desde 1977. O trabalho anseia também aprofundar o estudo do gênero crônica, cujo tom jornalístico se abre tão intimamente ao leitor, levando-o a uma experiência de cumplicidade com o autor, que compartilha com ele, de maneira leve e única, o que viu e sentiu. Observando todos estes aspectos, pretende-se, por fim, organizar um conjunto de crônicas que, selecionadas por seus aspectos temáticos ou formais, constituam um volume.

PPOOLLÍÍTTIICCAASS DDAA AAMMIIZZAADDEE,, PPOOÉÉTTIICCAASS DDAA AALLTTEERRIIDDAADDEE:: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE DDAA TTRRIILLOOGGIIAA DDAASS CCOORREESS,, DDEE KKRRZZYYSSZZTTOOFF KKIIEEŚŚLLOOWWSSKKII

Bruna Nunes da Costa Triana

(Graduanda – UEL) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

Partindo da observação de Geertz de que a arte é um componente essencial da vida, e adotando o cinema como campo de pesquisa passível de observação e interpretação, o objetivo deste trabalho é analisar a especificidade da relação entre cinema e sociedade, pensando os filmes como produtos culturais que criam, constroem e fazem circular representações, traços culturais, valores. Dessa forma, nos propomos nesta comunicação a observar e interpretar o cinema e, em particular, os três filmes que compõem a Trilogia das Cores, do diretor polonês Krzysztof Kieślowski, procurando demonstrar como esses filmes procuram construir e divulgar uma poética da alteridade através dos dilemas e das experiências vivenciadas nos filmes, pelas personagens, e com os filmes, pelos espectadores –

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pois, como Canevacci (1990a), entendemos que a crítica deve penetrar a forma-cinema para compreender o encanto da imagem e sua capacidade de transformar a audiência. Portanto, nossa abordagem para a análise da experiência cinematográfica, procura perceber, como o fez Morin, de que forma o cinema, e em particular os três filmes da Trilogia das Cores, através dos processos de projeção-identificação dos espectadores com as imagens, narra e constrói a imagem do Outro e, ainda, quais as relações de alteridade que ele engendra com o Outro e com o mundo.

RRAAYYUUEELLAA EE AA MMEETTÁÁFFOORRAA DDAA CCIIDDAADDEE--LLAABBIIRRIINNTTOO

Bruna Nunes da Costa Triana (Graduanda – UEL)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

O objetivo deste trabalho é procurar em Rayuela, de Julio Cortázar, como Paris e Horácio Oliveira se configuram em representações do labirinto e do flâneur. Para isso, trabalharemos com a hipótese de que a cidade é uma metáfora do labirinto, figura essencial na novela, pois Horácio, o flâneur, caminha pelas ruas procurando o seu centro. Não só o uso de elementos, imagens e símbolos – como o próprio labirinto, a mandala e o centro – dão à obra uma movimentação, como o próprio livro é estruturado de forma labiríntica. A narrativa, estruturada em capítulos alternados de maneira aparentemente ilógica, como uso colagens e os fragmentos, faz do livro, em si mesmo, um labirinto sem começo nem fim, onde o leitor mesmo pode se perder. Pressupomos, também, que Paris se divide entre a cidade-Maga, fabulosa e encantada, e a cidade-exílio, cinza, fria e chuvosa, de quem se perde pelo labirinto e não encontra o céu ao final do jogo, mas o inferno. Nesse sentido, num livro tão repleto de metáforas, Paris é a grande metáfora: Oliveira e Maga são duas figuras da cidade, duas ruas que se cruzam em um ponto para depois se perderem. A cidade é, portanto, o labirinto, que poderia levar à reconciliação ou ao inferno, e o livro é uma cidade, por onde andamos para frente e para trás, como andamos pela cidade impulsionados pelos movimentos das ruas e das pessoas.

OO MMAAYYOOMMBBEE DDEE SSEEMM MMEEDDOO,, AA BBUUSSCCAA DDEE UUMMAA IIDDEENNTTIIDDAADDEE PPOORR TTRRÁÁSS DDOO EEXXÍÍLLIIOO

Bruno Tomaz Custódio Reis (Graduando – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

O Mayombe diz respeito a um exílio comunitário e ao mesmo tempo singular, onde cada um vive o seu e também vive a do outro, tendo uma permuta de experiências moradas e uma aquisição de conduta e caráter para a formação de tais indivíduos. O livro Mayombe, em geral, está em torno de Sem Medo, o comandante da Guerrilha, e é nele que se foca o real exílio geográfico e, principalmente, o exílio sentimental. Sendo algo que pode afetar sua vida, de forma individual e social, Sem Medo, trabalha para contornar as dificuldades frente à realidade marcada pela guerra e pela miséria. Dessa forma, esse trabalho tem o objetivo de analisar a obra Mayombe, de Pepetela, a partir dos diferentes exílios que se encontram na narrativa e, mais especificamente, no posicionamento do narrador-personagem Sem medo.

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GGIIUUSSEEPPPPEE UUNNGGAARREETTTTII:: OO RREESSGGAATTEE DDAA RRIIQQUUEEZZAA CCUULLTTUURRAALL DDOO PPAASSSSAADDOO IINNDDÍÍGGEENNAA DDOO BBRRAASSIILL,, PPOORR MMEEIIOO DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA IITTAALLIIAANNAA DDAA MMOODDEERRNNIIDDAADDEE

Camila Aparecida Landucci

(Graduanda – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

Instaurado sob a perspectiva de uma linha de pesquisa comparatista que une a história cultural de dois países: Brasil e Itália, esse trabalho pretende tecer algumas considerações entre o poema “In memória” do poeta italiano Giuseppe Ungaretti e a nota ensaística, escrita pelo mesmo autor, a propósito de uma tradução para o italiano de fábulas indígenas do Brasil, publicada no livro Il deserto e dopo. Tal escolha, busca observar as semelhanças que se estabelecem entre a história do amigo do poeta italiano, o árabe Moammed Sceab, presente no poema “In Memória” e a travessia do índio-cristão Aipobureu Tiago Marques, analisando as inferências que o poeta italiano, inserido no ambiente estrangeiro, soube observar e compreender, filtrando em sua poesia as impressões que o contexto brasileiro permitiu refletir e reconhecendo na tradição indígena brasileira traços que a promovem à categoria de poesia com todo o seu caráter mítico.

DDEE ZZEEZZÉÉ AA FFRREEII AABBÓÓBBOORRAA:: UUMMAA RREEFFLLEEXXÃÃOO SSOOBBRREE EEXXÍÍLLIIOO EE SSOOLLIIDDÃÃOO NNAA OOBBRRAA DDEE JJOOSSÉÉ MMAAUURROO DDEE VVAASSCCOONNCCEELLOOSS

Camila de Oliveira Ribeiro

(Graduanda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

No presente trabalho, propomo-nos a fazer uma análise da obra As confissões de frei Abóbora, de um grande escritor da literatura brasileira moderna, José Mauro Vasconcelos. Observa-se em sua obra um realismo bruto, mas evidencia-se também um lirismo e uma ternura diante de uma situação de miséria e brutalidade. Nessas condições, buscaremos focar o exílio pessoal do personagem, que vive em situações de transição ou deslocamento desde a infância, mas agora vive entre o Xingu e uma vida conturbada na cidade, ao lado de uma grande paixão. Na obra, são visíveis a solidão e angústia do personagem, que cria elementos imaginários para fugir da realidade. Pretende-se, aqui, não só expor o exílio vivenciado pelo personagem e autor, mas também recuperar a memória do escritor José Mauro de Vasconcelos, que reflete em seus personagens as suas experiências, desde o menino Zezé ao Frei Ab.

PPAARRNNAASSIIAANNIISSMMOO,, SSIIMMBBOOLLIISSMMOO EE VVIIDDAA LLIITTEERRÁÁRRIIAA:: UUMM EESSTTUUDDOO DDAA PPOOEESSIIAA LLÍÍRRIICCAA PPUUBBLLIICCAADDAA NNAA GGAAZZEETTAA DDEE NNOOTTÍÍCCIIAASS ((11889900--11990000))

Camila Soares López

(Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Anfiteatro Antônio Merisse

Pensar a história da imprensa no cenário brasileiro do século XIX é, também, refletir sobre o papel exercido pela Gazeta de Notícias no período em questão. Fundado por Ferreira de Araújo em 1875, esse importante jornal notabilizou-se pelo fato de ter democratizado a informação e de ter criado um novo público leitor, além de ter conseguido competir com o então

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consolidado Jornal do Comércio. Juntamente à divulgação da matéria informativa e da prestação de serviços, a Gazeta cedeu espaço à literatura. Precursora, no estabelecimento da colaboração literária remunerada no país, publicou textos de autores reconhecidos na época, como Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Olavo Bilac e Raul Pompéia. Entre os gêneros literários estampados em suas páginas se conta a poesia, objeto de estudo deste trabalho, que apresenta os resultados obtidos por meio do projeto de pesquisa intitulado “A década simbolista na Gazeta de Notícias (1890-1900)”. A análise dos poemas líricos publicados na Gazeta de Notícias permitiu-nos avaliar a contribuição da folha dada à publicação de textos de tal gênero, além de apontar os preceitos estéticos seguidos por grande parte dos escritores, os temas mais frequentes, entre outros aspectos, proporcionando assim um maior conhecimento da literatura do período e confirmando a hipótese de que, ainda que de maneira pouco vasta, o Simbolismo figurou em suas páginas, sendo por ela recebido criticamente.

UUMM CCAANNTTOO DDEE LLUUTTAA EE LLIIBBEERRDDAADDEE EECCOOAA NNAA CCAAPPOOEEIIRRAA AANNGGOOLLAA

Carla Alves de Carvalho Yahn (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

A Capoeira Angola é uma manifestação artístico-cultural que abrange o universo da dança, da música, da literatura, do teatro e da arte marcial. Brincadeira mandingueira que revela em si suas indiscutíveis origens africanas. Suas cantigas são, em grande parte, cantadas na língua portuguesa do Brasil, e há uma boa parte de palavras de origem africana, como ginga, mandinga, axé, calunga, nagô, gunga, inquices, dentre muitas outras, algumas já absorvidas pela língua falada em nossa terra, e outras que ainda são menos conhecidas. Muitas cantigas de domínio público, cantadas em rodas de Capoeira Angola, também podem ser cantadas em manifestações culturais de influência africana como o Jongo, o Côco e o Samba de Roda, tanto o carioca como o do Recôncavo e do Sertão Baiano, o Samba de Crioula, dentre outras manifestações artísticas populares. O cantador de roda de Capoeira é uma espécie de griot, o contador de histórias que mantém a tradição oral de geração a geração, e que canta temas diversos como amorosos, heroicos, de críticas sociais, satíricos e religiosos. Os principais subgêneros de cânticos expressos na roda de Capoeira Angola são as ladainhas ou hinos, as louvações ou chulas, as quadras e os corridos. Algum desses subgêneros será apresentado no ato da comunicação e será comparado a um texto tradicional da Literatura Oral Africana.

LLEEIITTUURRAASS DDOO EESSPPAAÇÇOO EE DDAA PPOOLLÍÍTTIICCAA:: EELLEEMMEENNTTOOSS PPAARRAA UUMMAA HHIISSTTÓÓRRIIAA AAMMBBIIEENNTTAALL UURRBBAANNAA

Carlos Alberto Menarin

(Doutorando – UNESP/Assis – CNPq) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

É marcante o processo de expansão urbana registrado desde os anos de 1960 no Brasil. Uma de suas características é a degradação de áreas naturais, particularmente junto aos mananciais e cursos d’água pela ocupação das margens, despejo de esgoto e das águas fluviais, acarretando poluição e erosão do solo e condições insalubres. Essa realidade pode ser constatada em diversos municípios do país e deve ser objeto de análises críticas pelos diversos campos do saber. Buscamos, portanto, refletir sobre esse processo enfatizando a discussão em torno das possíveis abordagens desse tema pelos historiadores. As

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transformações do espaço urbano podem constituir chaves de leitura e entendimento dessa realidade em seus vínculos com a política e economia. Nesse sentido, processos de degradação e recuperação de áreas naturais são exemplares. Nem todas as áreas degradadas recebem políticas públicas visando sua recuperação. A opção política apresenta a mediação dos diversos interesses sobre o espaço. Essa relação entre espaço e política deve ser investigada e, para tanto, propomos a retomada do diálogo entre História e Geografia. São reflexões iniciais, fruto da pesquisa em nível de doutoramento intitulada “Entorno da sustentabilidade. A reserva da biosfera do cinturão verde da cidade de São Paulo: governança, meio ambiente e políticas públicas (1971-2006)”.

OONNDDEE AANNDDAARRÁÁ DDUULLCCEE VVEEIIGGAA?? –– AA QQUUEESSTTÃÃOO DDOO SSUUJJEEIITTOO,, DDOOSS NNÃÃOO--DDIITTOOSS DDOO DDIISSCCUURRSSOO DDAA AAIIDDSS EE AA RREELLAAÇÇÃÃOO EESSPPAAÇÇOO XX TTEEMMPPOO NNAA NNAARRRRAATTIIVVAA FFIICCCCIIOONNAALL DDEE

CCAAIIOO FFEERRNNAANNDDOO AABBRREEUU

Carlos André Ferreira (Mestrando – UNICAMP – CAPES)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

A proposta deste trabalho é discutir o romance Onde andará Dulce Veiga? (1990), de Caio Fernando Abreu, e enfatizar características peculiares da obra do escritor: a desconstrução da noção de sujeito na ficção, o discurso da AIDS e seus não-ditos, a irreversibilidade da morte que a soropostividade trazia consigo à época contemporânea à escritura do romance e a relação espaço x tempo na narrativa ficcional. A leitura do romance mostra que em vários momentos do enredo o narrador busca fazer uma comparação entre seu passado, descrito como sendo de dias melhores, e o presente, em que o espaço urbano e a noção de tempo a ser vivido no futuro parecem ter sido atingidas pelo fato de a personagem principal ter AIDS. Apesar disto, é importante frisar que a palavra “AIDS” aparece apenas uma vez em Onde andará Dulce Veiga? A presença da doença se faz a partir de um narrador que hesita em falar claramente sobre a síndrome. Além disso, por não ter nome, esse narrador acaba deixando de constituir uma posição discursiva, ou seja, não se coloca como alguém que possa falar abertamente a respeito da AIDS. De posse dessas observações, passamos a refletir acerca da construção do discurso a respeito dessa doença na narrativa ficcional de Caio Fernando Abreu, discurso este que será marcado pelo não-dito e por como a síndrome se relaciona com a construção do espaço e do tempo na concepção literária do autor.

EESSTTRRAANNHHEEZZAASS EE EESSTTRRAANNHHAAMMEENNTTOOSS:: AA RREELLAAÇÇÃÃOO EENNTTRREE HHOOMMEEMM EE MMUULLHHEERR NNOO CCOONNTTOO ““MMIISSSS PPIINNKKEERRTTOONN''SS AAPPOOCCAALLYYPPSSEE””,, DDEE MMUURRIIEELL SSPPAARRKK

Célia Cristina de Azevedo Ask (Doutoranda – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

A relação entre homens e mulheres foi marcada, durante um longo período da história, pela diferenciação extrema entre os sexos. Como consequência, as mulheres ficaram sujeitas aos desejos e mandos masculinos até o momento em que se rebelaram contra o padrão a elas imposto e passaram a modificar o cenário social e cultural. No entanto, apesar de exigirem e assumirem o papel de agentes sociais, as mulheres ainda se deparam com situações em que a velha hierarquia se pronuncia, embora haja homens que não as consideram inferiores e as defendam contra as injustiças sociais e culturais. A experiência de Miss Pinkerton, apresentada

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no conto de Muriel Spark, deixa evidente como incidentes desimportantes podem desencadear discussões e comportamentos preconceituosos. Spark, ao inserir um objeto insólito em seu conto, altera a condição de equilíbrio em que se encontram seus personagens, os quais originam uma discussão que tem por base o fato de diferentes pontos de vista causarem percepções distintas do evento. Entretanto, fica evidente que a mulher ainda tem que defender sua visão não somente no espaço privado, mas também no espaço público, apesar de estarem estes mesmo espaços reconfigurados e adaptados à atual sociedade e pensamento humano. Neste conto, em que a mulher origina um confronto entre os pensamentos masculinos moderno e antigo, a autora deixa evidente o quão variada é a sociedade atual, em seus posicionamentos e conceitos, estabelecendo um debate sobre a atual configuração do mundo das mulheres.

RREEVVIISSTTAA CCAARREETTAA:: SSÍÍMMBBOOLLOO DDAA MMOODDEERRNNIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA IIMMPPRREENNSSAA CCAARRIIOOCCAA NNAASS PPRRIIMMEEIIRRAASS DDÉÉCCAADDAASS DDOO SSÉÉCCUULLOO XXXX

Clara Miguel Asperti Nogueira

(Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

Entre os anos finais do século XIX e o início do século XX, a imprensa periódica nacional passou por sensíveis transformações decorrentes da modernização do setor, consequência clara do surgimento de maquinário gráfico moderno e de novas técnicas de produção, reprodução e divulgação da notícia e, fundamentalmente, da imagem. A revista Careta, que circulou principalmente entre leitores cariocas entre os anos de 1908 e 1960 do século XX, é importante documento sobre a vida social, política e cultural do Brasil, além de ser bem representativa deste novo horizonte técnico moderno que se desenvolvia no cenário brasileiro e principalmente carioca no limiar do século XX. Sendo assim, nesta comunicação, focalizaremos esta revista ilustrada que balizou um período, por seu valor cultural, literário e iconográfico. A revista ilustrada Careta marcou época não somente por ser representativa de uma cidade que se queria símbolo de modernização urbana e social, mas por ser a própria publicação mesma representante da evolução técnica que mudaria, de certa forma, os paradigmas do jornalismo literário do momento em questão. Nosso objetivo, através do levantamento de suas características particulares, de seus colaboradores, de suas configurações e linha editorial, de seus recursos gráficos e iconográficos, de seus reclames e de sua durabilidade, será mostrar alguns indícios que comprovem como as revistas ilustradas, em especial a Careta, serviram de plataforma de divulgação de uma modernidade por muito tempo ansiada, mas também elas próprias representativas de uma realidade técnica que comprovaria a mudança de rumos do periodismo nacional.

““OO IIMMOORRTTAALL””,, DDEE MMAACCHHAADDOO DDEE AASSSSIISS,, ÀÀ LLUUZZ DDEE ““DDEE CCOOMMOO FFIILLOOSSOOFFAARR ÉÉ AAPPRREENNDDEERR AA MMOORRRREERR””,, DDEE MMIICCHHEELL DDEE MMOONNTTAAIIGGNNEE

Clarita Gonçalves de Camargo

(Especialista – UTFPR) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

O presente trabalho visa analisar trechos do conto “O imortal”, de Machado de Assis, iluminando-o por meio da comparação com o ensaio “De como filosofar é aprender a morrer”, de Michel de Montaigne. Primeiramente, situaremos o leitor através de alguns pressupostos

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necessários à devida contemplação do nosso tema. No decorrer, iremos abordar brevemente as possíveis relações entre filosofia e literatura. Depois disso, iremos esmiuçar e problematizar o conteúdo do conto, comparando-o com os aspectos ensaísticos da obra de Montaigne estampados em breves trechos que serão exemplificados e discutidos ao longo do nosso trabalho. A contribuição de tal pesquisa insinua novos modos de pensar e refletir a relação entre literatura e filosofia. Para isso, iremos adotar o método comparativo pelo viés da temática que as une e é objeto dessa investigação: o ceticismo e a morte.

AA PPAAIIDDEEIIAA IINNVVEERRSSAA:: ““TTEEOORRIIAA DDOO MMEEDDAALLHHÃÃOO””,, DDEE MMAACCHHAADDOO DDEE AASSSSIISS

Cláudia de Fátima Montesini (Mestranda – UNESP/SJRP – FAPESP)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

Com base na metodologia fenomenológica-hermenêutica, tendo como corpus de estudo o conto “Teoria do medalhão”, da coletânea Papéis avulsos (1882), de Machado de Assis, buscaremos elucidar o diálogo intertextual entre esse conto e a mitologia clássica. Para isso, propomos reflexão acerca do modo como são retomados os valores das histórias mitológicas. O conto em questão descreve o diálogo entre um pai e seu filho, Janjão, na noite em que o último completa vinte e um anos. Durante o diálogo, há referência direta a quatro figuras mitológicas: a Hidra de Lerna, a Medusa, as Danaides e Ícaro. Por meio da análise dessas referências, buscaremos demonstrar como os conselhos do pai constituem uma espécie de retomada da paideia grega (formação do jovem). Essa análise faz parte de uma pesquisa que estamos desenvolvendo, durante o mestrado, na qual buscamos verificar a função do constante diálogo intertextual travado pelo discurso machadiano com a cultura greco-romana, na coletânea de contos em questão. Para tanto, utilizamos como teorias de base os estudos de Mikhail Bakhtin, Júlia Kristeva e Laurent Jenny.

OO EEXXPPLLÍÍCCIITTOO EE OO IIMMPPLLÍÍCCIITTOO DDAA CCEEGGUUEEIIRRAA SSOOCCIIAALL EEMM EENNSSAAIIOO SSOOBBRREE AA CCEEGGUUEEIIRRAA

Cristiane Agnes Stolet Correia (Doutoranda – UFRJ)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

O artigo O explícito e o implícito da cegueira social em Ensaio sobre a cegueira busca pensar o ensaiar e o ver a partir da obra Ensaio sobre a cegueira de José Saramago. Haja vista a atualidade visceral do texto em questão, este se mostra como lugar privilegiado para repensar o homem em seu papel social, em suas relações consigo e com os outros, em seu próprio ser. Sabendo-se que quando se ensaia não há nada pronto, mas há sempre o tentar, o experimentar, o descobrir, o fazer, o refazer, e assim ininterruptamente, apreende-se que ensaiar é não ter respostas acabadas, é sempre interrogar e arriscar possíveis vias. Quer-se, portanto, adentrar o viés ensaístico no artigo que aqui se apresenta para trazer à tona a necessidade urgente do questionar, buscando, assim, perceber a cegueira humana em sua origem e, então, poder lançar-se rumo ao revigorar não só da visão do homem, mas também do seu agir. Em Ensaio sobre a cegueira, como o título já sinaliza, o ensaio predomina sobre a cegueira, o tentar mostra-se mais pujante que o não ver. Assim, após o período aterrador da cegueira branca, aos poucos os personagens vão recuperando a visão, vão podendo ver. Com

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a cidade destruída e uma nova visão, urge-se o empenho em ações que redimensionem o ser humano, que resgatem a ética e o respeito. Que a experiência de pensar a obra (reconhecendo-nos nela) aponte caminhos que mereçam ser percorridos!

AA EESSCCRRIITTAA DDEE ZZEENNOO:: CCOONNFFIIGGUURRAAÇÇÕÕEESS DDAA FFIICCÇÇÃÃOO NNAARRCCIISSIISSTTAA

Cristiane Vanessa Miorin (Doutoranda – UNESP/SJRP – CNPq)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

O presente artigo estuda o modo como se dá a incorporação do arcabouço crítico à narrativa A consciência de Zeno, de Italo Svevo. A partir da teoria de Linda Hutcheon sobre a ficção narcisista, tecemos considerações acerca do trabalho consciente do autor que cria um mundo ficcional e também uma assertiva sobre essa criação, baseando sua escrita sobre o artifício de fazer vislumbrar ao leitor o mundo diegético em sua construção. O estudo apresenta uma análise detalhada dos modos pelos quais se manifestam os textos pertencentes ao narcisismo literário e aponta para a modernidade de tal construção.

LLIITTEERRAATTUURRAA EE MMAARRXXIISSMMOO –– CCOONNTTRRIIBBUUIIÇÇÕÕEESS SSOOCCIIOOLLÓÓGGIICCAASS NNAA OOBBRRAA OO TTUURRIISSTTAA AAPPRREENNDDIIZZ,, DDEE MMÁÁRRIIOO DDEE AANNDDRRAADDEE

Cristiano Mello de Oliveira

(Mestrando – UFSC) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

O presente trabalho projeta investigar e interpretar as contribuições marxistas e sociológicas do escritor Mário de Andrade, na obra O turista aprendiz. Percebe-se em tal obra uma forte preocupação do escritor paulistano em descrever as situações caóticas e miseráveis dos trabalhadores/proletários nas indústrias instaladas no Nordeste Brasileiro. O escritor paulistano manteve uma postura fortemente solidária e fraterna durante tais visitas nas indústrias, evocando uma espécie de denúncia social sobre tal perspectiva. Iremos utilizar como pressuposto teórico os conceitos sociológicos de Karl Marx, buscando dialogar com alguns enxertos extraídos da própria obra de Mário de Andrade. Primeiramente, iremos estabelecer algumas considerações sobre o pensamento marioandradiano em relação ao marxismo. Em um segundo ponto, iremos tecer a leitura/interpretação dos enxertos das crônicas, glosando assim elementos da nossa visão. O desfecho se dará com as contribuições que levantamos no decorrer do trabalho. Ao levantarmos tais hipóteses dessa sublime inquietação de Mário de Andrade em relação aos proletariados seremos possivelmente capazes de tecer novos horizontes sobre sua personalidade intelectual militante.

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LLIITTEERRAATTUURRAA EE HHIISSTTÓÓRRIIAA:: UUMM CCAAMMIINNHHOO PPEELLAASS VVEERREEDDAASS MMOORRTTAASS

Dagoberto Rosa de Jesus (Mestre – UFMT)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

Este trabalho procura abordar as relações entre Literatura e História presentes no texto dissertativo que foi resultado de nossa pesquisa de mestrado. Apontamos em que medida as leituras literárias contribuíram para a construção de historiografia, sem perder de vista as especificidades de cada uma dessas disciplinas. Ao apresentar, de forma introdutória, o nosso trajeto para o desenvolvimento da pesquisa realizada junto ao Programa de Pós Graduação do ICHS – Instituto de Ciências Humanas e Sociais – da UFMT, propomos um olhar sobre esses diálogos. Nossa pesquisa teve como objeto de estudo um massacre ocorrido no ano de 1892 na Vila Nossa Senhora do Rosário do Rio Acima, atual cidade de Rosário Oeste, interior de Mato Grosso, e que vitimou cerca de cinquenta homens. A dissertação que resultou desta pesquisa buscou entender esse evento sangrento ocorrido no período de transição política do Império para a República, mapeando seu desencadeamento histórico para aquela localidade. Apresentamos o cenário das disputas oligárquicas no interior de Mato Grosso e os conflitos dos primeiros anos de República no Brasil e, em específico, a mudança de governo de Marechal Deodoro da Fonseca para Floriano Peixoto. Nesta fala iremos destacar os caminhos e descaminhos que traçamos durante essa pesquisa, apontando alguns conflitos e conclusões que chegamos e enfrentamos. De forma mais central iremos destacar as relações entre história e literatura que nos pareceu permear todo o nosso texto.

AADDOOLLEESSCCEENNTTEESS LLEEEEMM,, SSIIMM:: AA CCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA EESSTTRRAANNGGEEIIRRAA NNAA EESSCCOOLLAA

Daiane da Silva Lourenço

(Mestranda – UEM) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

A literatura estrangeira traduzida tem cada vez mais conquistado espaço no mercado editorial e na preferência dos leitores adolescentes, no entanto, tal acontecimento não tem agradado professores e estudiosos de literatura canônica, visto que consideram obras de literatura de massa ou best-sellers que servem apenas para iniciar o jovem à leitura. Assim, estudos recentes têm procurado traçar caminhos na história do leitor brasileiro a fim de entender as mudanças sociais e econômicas que propiciaram tal acontecimento. A partir de uma pesquisa que realizamos com alunos do Ensino Fundamental II de uma escola do interior paranaense, percebemos que ao questionar o que os adolescentes leem quando não é leitura requisitada pela escola a resposta refere-se a títulos de obras estrangeiras, no entanto, os leitores entrevistados não as veem como estrangeiras. A preferência por tais obras recebeu diversas justificativas: enredo interessante, temas próximos da realidade adolescente, leituras rápidas. Apesar de atrair a atenção dos adolescentes, as obras em questão estão “à revelia da escola” (MAFRA, 2003). O cânone continua tendo a preferência dos professores, mas são as obras estrangeiras que iniciam os alunos na leitura. Apesar de dificilmente terem realmente seu espaço nos cursos de graduação em Letras, durante a formação de professores de Língua Inglesa, e de raramente aparecerem nas aulas de Inglês do ensino regular, as obras estrangeiras têm circulado cada vez mais em nosso país, não em sua língua original, mas nas formas traduzida e adaptada (versões condensadas, HQs, filmes, séries). Por isso, propomos

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um olhar para o espaço que a literatura estrangeira tem ocupado atualmente, de forma direta ou indireta.

““2244 HHOORRAASS NNAA VVIIDDAA DDEE UUMMAA DDAATTIILLÓÓGGRRAAFFAA””:: UUMMAA RREEPPOORRTTAAGGEEMM DDEE JJOOEELL SSIILLVVEEIIRRAA

Danilo Wenseslau Ferrari (Mestrando – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

Em 1940, o Suplemento Literário da revista Diretrizes (RJ, 1938-1944) publicou “24 horas na vida de uma datilógrafa”, a segunda reportagem de Joel Silveira (1918-2007). O escritor havia iniciado sua carreira naqueles anos como contista e jornalista. Joel era redator do jornal literário Dom Casmurro (RJ, 1937-1946), mas também publicava seus contos em outros periódicos e em livros. Longe de ser uma reportagem convencional, “24 horas na vida de uma datilógrafa” possui elementos que a aproximam de textos de caráter literário. Para além do diálogo que o texto apresenta com os acontecimentos da época, estas características já presentes em “24 horas...” foram mobilizadas por Silveira em suas reportagens seguintes que causaram furor no meio jornalístico da época e fizeram com que o escritor fosse lembrado como introdutor do new jornalism (jornalismo literário) no Brasil.

RREEFFLLEEXXÕÕEESS SSOOBBRREE ““NNOOSSSSAA AAMMÉÉRRIICCAA””,, DDEE JJOOSSÉÉ MMAARRTTÍÍ

Davi Siqueira Santos (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

O cubano José Martí, no ano de 1891, escreve um texto de grande valor para o pensamento social latino-americano. Nele, procura investigar alguns elementos socioculturais advindos da singular composição deste conjunto de países, preocupação que desafiava as gerações precedentes e continuou a sondar tantas outras ao longo do século XX. Porém, Martí, de modo condensado, reúne nas poucas páginas que compõem seu “artigo-manifesto”, uma enormidade de assuntos e questionamentos que, até os dias atuais, geram inúmeras discussões. Dentre as muitas reflexões podemos citar sua defesa à ideia de reciprocidade amorosa, crítica e investigativa entre os homens de “nossa América”. Este elogio à união em meio à multiplicidade étnica e cultural subcontinental é patente em diversos momentos do discurso martiano como, por exemplo, quando diz: “É a hora da avaliação e da marcha unida, e devemos marchar bem unidos, como a prata nas raízes dos Andes”. O intuito principal desta investigação sobre este texto medular para o pensamento latino-americano é perceber como vai se construindo, ideia após ideia, um possível ponto de convergência entre os elementos constituintes desta “Nossa América”.

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OO VVIIÉÉSS PPEEDDAAGGÓÓGGIICCOO DDOOSS MMAANNUUAAIISS DDEE DD.. JJÚÚLLIIAA:: UUMMAA BBRREEVVEE DDIISSCCUUSSSSÃÃOO AACCEERRCCAA DDOO LLIIVVRROO DDAASS NNOOIIVVAASS ((11889966)) EE OO LLIIVVRROO DDAASS DDOONNAASS EE DDOONNZZEELLAASS ((11990066))

Deivid Aparecido Costruba

(Mestrando – UNESP/Assis – CAPES) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

No final do século XIX e meados do século XX, a escritora Júlia Lopes de Almeida notabilizou-se por escrever manuais de “ciências domésticas” destinados aos lares das famílias abastadas do Brasil. Além da literata, outros intelectuais conduziram importantes iniciativas nessa direção, como parte de projetos mais amplos de organização da sociedade brasileira na época. A presente comunicação visa compreender a importância dos manuais de Júlia Lopes, Livro das noivas e Livro das donas e donzelas, ao considerar que estes participaram do processo de educação formal, veicularam lições relativas a valores, atitudes e comportamentos e acabaram por atingir os recônditos da privacidade familiar.

CCÉÉUU EE TTEERRRRAA EEMM CCOOMMBBAATTEE:: SSOOLLOOMMBBRRAA

Delvanir Lopes (Doutorando – UNESP/Assis – FAPESP)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

Solombra (1963), de Cecília Meireles, ainda não foi suficientemente apreciada pela crítica literária. Nela a poetisa trabalha com temas como o estar-no-mundo, a temporalidade, morte e transcendência, de um modo bastante filosófico e hermético, razão porque é considerada sua obra mais abstracionista. Para nos auxiliar na compreensão de Solombra, fazemos uso das ideias de Martin Heidegger (1889-1972), filósofo da existência que, por refletir acerca de temas semelhantes aos de Cecília, oferece a possibilidade para o clareamento dos inúmeros enigmas que o livro da poetisa propõe. Os conhecimentos filosóficos vêm em apoio à poesia. Não como meio para explicá-la ou como sistema que pretenda reduzir-se a uma leitura da “poética existencial” de Cecília, mas como instrumental para ajudar a compreendê-la melhor e assim mostrar que o intercâmbio entre filosofia e poesia é possível e que ambos aprendem com isso. O trabalho com Solombra tem dois momentos bem definidos, amparados pelo título da obra e pela epígrafe da mesma, em que céu e terra – ou sol e sombra – combatem, porque aparentemente são opostos, mas estão sempre unidos e dependentes. Na primeira etapa mostramos os temas relacionados à sombra, mas que são, também, caminhos para a claridade, tema que é mais explorado na segunda parte, em que o desvelar completo se dá pelo fazer poético.

OO IISSOOLLAAMMEENNTTOO HHUUMMAANNOO NNAA MMEETTRRÓÓPPOOLLEE:: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA DDEE CCAARRLLOOSS DDRRUUMMMMOONNDD EE CCLLAARRIICCEE LLIISSPPEECCTTOORR

Edilane Abreu Duarte (Mestranda – UEFS)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

O presente trabalho traz uma abordagem acerca das imagens da cidade pintada em papel e palavras por Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector. A literatura aqui escolhida nos

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apresenta a cidade escrita enquanto símbolo da modernidade, cenário de eterna mudança e de constante busca, ícone complexo que exprime, ao mesmo tempo, uma tensão entre os labirintos e emaranhados dos espaços geográficos da cidade e o enleado de existências e relações humanas, tecidas numa rede dentro da qual se podem traçar múltiplos percursos e extrair conclusões plurais. A metrópole também é o lugar em que os poetas/autores vivem a angústia da solidão. Sentem-se sozinhos, sobretudo, por serem artistas segregados pelo mundo mercadológico, onde a poesia não se enquadra no caráter de reprodução que visa apenas ao lucro. Far-se-á, portanto, uma análise das narrativas, levando-se em conta o que dizem os teóricos a respeito da temática da cidade, bem como, a respeito do lugar da arte literária e do poeta/autor numa sociedade marcada pela produção visando ao lucro.

OOSS EENNTTRREELLAAÇÇAAMMEENNTTOOSS DDEE PPOODDEERR,, EERROOTTIISSMMOO EE FFEEMMIINNIISSMMOO EEMM VVOOZZEESS DDOO DDEESSEERRTTOO,, DDEE NNÉÉLLIIDDAA PPIIÑÑOONN

Ednéa Aparecida da Silva Boso

(Graduada – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

O estudo de gênero pode ser realizado sob várias perspectivas: biológica, linguística, psicanalítica e política-cultural. Considerando tal pressuposto, faz-se necessário ressaltar que é a partir da literatura de autoria feminina que melhor se pode vislumbrar, num romance, os conceitos advindos de poder (Foucault; Mantega) e erotismo (Alexandrian; Bataille; Bulhões; Paz), em consonância com as formulações sobre o feminismo (Coelho; Hollanda; Showalter; Xavier, Zolin), promovendo, consequentemente, um vínculo entre mulheres para além dos limites do tempo e do espaço. Nesta perspectiva, pretende-se analisar a construção das personagens femininas, em especial, a personagem mais conhecida e mítica da história da Literatura Universal chamada Scherezade, no romance Vozes do deserto (2004), de Nélida Piñon. Assim, buscar-se-á, nesta análise, o entrelaçamento desses aspectos, desvelando o projeto estético e ideológico do romance que se reporta à temática feminina e à emancipação consciente de mulheres sob novos olhares e perspectivas. Desse modo, este trabalho é um convite para que se conheça a contribuição de Nélida Piñon à luz da evolução contemporânea, já que é nome de relevo e integra o mais novo filão cultural, um dos mais expressivos em nossa galeria de imortais da cultura brasileira.

AA HHIISSTTÓÓRRIIAA NNAA FFIICCÇÇÃÃOO:: UUMMAA LLEEIITTUURRAA DDEE BBIILLAACC VVÊÊ EESSTTRREELLAASS ((22000000)),, DDEE RRUUYY DDEE CCAASSTTRROO

Elaine Cristina Caron

(Mestre – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 10 – Prédio I

A editora Companhia das Letras, fundada em 1986 por Luis Schwarcz, tem como uma de suas principais estratégias editoriais a criação de séries temáticas. Dessa forma, quando Leandro Konder apresentou ao editor os originais do romance A morte de Rimbaud, em que além de citar o poeta francês no título, inclui referências à sua obra e à literatura francesa, surgiu a ideia de criar uma coleção composta por vários romances, escritos por diferentes autores, que seguisse este mesmo modelo. Colocando em desenvolvimento o projeto, Schwarcz contatou alguns escritores de renome que publicavam em sua editora e lhes ofereceu a seguinte

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proposta: escrever um romance policial em que haja o nome de um escritor, [já falecido], consagrado pela crítica e pelo público. A resposta obtida foi a publicação de oito volumes, entre 2000 e 2001: A morte de Rimbaud, de Leandro Konder; Medo de Sade, de Bernardo Carvalho; Os leopardos de Kafka, de Moacyr Scliar; O doente Molière, de Rubem Fonseca; Bilac vê estrelas, de Ruy Castro; Borges e os orangotangos eternos, de Luis Fernando Verissimo; Stevenson sob as palmeiras, de Alberto Manguel, e Adeus, Hemingway, de Leonardo Padura Fuentes. Na construção destes romances os autores foram levados a revisitar as biografias e as obras de cada um dos escritores homenageados, proporcionando releituras e novos significados a elas. O objetivo desta comunicação é o de fazer uma análise de um destes romances – Bilac vê estrelas – a fim de observar os recursos utilizados por Ruy de Castro na escritura de um romance que mescla diferentes gêneros literários, como romance histórico, policial e biográfico. A análise também destacará algumas passagens paródicas do romance, tendo em vista a contribuição que elas trazem para uma (re)leitura da obra do poeta e cronista Olavo Bilac.

IINNTTEERRTTEEXXTTUUAALLIIDDAADDEE EENNTTRREE OO LLIIVVRROO DDEE JJÓÓ EE ““OO PPIIRROOTTÉÉCCNNIICCOO ZZAACCAARRIIAASS””

Elias Vidal Filho (Graduando – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

O presente trabalho é resultado da pesquisa financiada pela FAPESP, intitulada “Vida e morte em ‘O pirotécnico Zacarias’, de Murilo Rubião”. Esse conto, publicado em livro homônimo em 1974, apresenta como epígrafe dois versículos do livro (bíblico) de Jó. A epígrafe anuncia um grande paralelismo entre os dois textos, principalmente quanto às discussões filosóficas existencialistas entre os amigos de Jó e ele e entre as pessoas do carro que atropela o pirotécnico e ele. No livro bíblico, após a bancarrota, Jó vive sua segunda glória, mais rico e com mais amigos e filhos. No conto de Rubião, Zacarias vive sua segunda glória depois de morto. Ambos os desfechos indicam a utilização subversiva e irônica que Murilo faz dos versículos em sua epígrafe: essa transfiguração interpretativa leva à troca de valores no que diz respeito à morte e à vida. Essa comunicação pretende levantar o questionamento sobre como a reflexão no conto acerca de vida e morte posiciona-se essencialmente na miséria da existência e da existência em sociedade, a despeito de todo pavor pela solidão, pois o melhor momento de Zacarias é depois de “morto”, solitário. Esse trabalho espera ainda justificar a abordagem literária do texto bíblico através do diálogo com o texto “Verdade e poesia no Livro de Jó”, capítulo do livro Em espelho crítico, de Robert Alter.

AA DDEESSSSAACCRRAALLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE FFIIGGUURRAASS SSAAGGRRAADDAASS:: UUMMAA CCOOMMPPAARRAAÇÇÃÃOO EENNTTRREE OO HHOOMMEEMM EE OO CCAAVVAALLOO EE AA VVIIDDAA DDEE BBRRIIAANN

Eliza Pratavieira

(Graduanda – UEL) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

O presente artigo traz reflexões sobre a peça O homem e o cavalo (1934) de Oswald de Andrade e o filme A vida de Brian (1979) da produtora Monty Python, cotejando a dessacralização de ícones sagrados. Relacionam-se obras de autores de diferentes épocas que se utilizam de linguagens distintas, mas que empregam procedimentos semelhantes com

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relação ao rebaixamento de figuras sagradas, com intuito de apontar a ignorância religiosa e questionar os valores morais do pensamento cristão na sociedade burguesa. Este trabalho tem o intuito de pontuar as diversas aproximações e divergências presentes na peça e no filme em questão; para tanto, serão analisadas questões sobre estética, ideologia, temática, procedimentos e possíveis efeitos de sentido. Além das análises, procuramos estabelecer algumas relações entre as linguagens verbal e visual e seus efeitos na peça e no filme. A arte em todas as suas linguagens possíveis tem a capacidade de absorver elementos culturais da época em que está sendo criada; em todos os tempos, temos exemplos de influências recíprocas das artes visuais, da música, da dança e do teatro e posteriormente da fotografia e do cinema com a literatura. O homem e cavalo e A vida de Brian são obras exemplares no que diz respeito a essas influências.

BBRRIINNCCAADDEEIIRRAASS CCOOMM OO TTEEMMPPOO NNAA CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDOO HHUUMMOORR ÁÁSSPPEERROO DDEE LLOOBBOO AANNTTUUNNEESS

Elizabeth Maria Azevedo Bilange

(Doutora – UFMS) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

Nesta comunicação, pretende-se adentrar a obra de António Lobo Antunes pela dimensão “divertida” do lúdico, partindo-se da tese de que há humor e comicidade na prosa antuniana. Para dar cabo a esse objetivo, mostraremos que entre objetos inanimados e animais, abundantes na prosa de Antunes, os relógios sobressaem-se no jogo cômico para alegorizar ou metaforizar situações sociais, históricas ou vivências individuais. Grosso modo, são objetos que revelam o antagonismo cômico X trágico, próprio da desagregação do mundo moderno. Utilizaremos, para este trabalho, excertos da trilogia, O manual dos inquisidores (1998), O esplendor de Portugal (1997) e Exortação aos crocodilos (1999). Obras escolhidas por tecerem painel sobre a violência e o medo que se instauraram em Portugal e suas colônias de África, no período pré e pós-Revolução dos Cravos, e com enredos aparentemente incompatíveis com o processo da comicidade. As três narrativas encerram o efeito provocado pelo fluxo de consciência, desordenado retorno memorial ao passado, total ausência de encadeamento linear temporal ou espacial, sem delineamento de começo ou fim, pois as extremidades só se alcançam ao término da escrita. Neste contexto, os relógios ajudam a demonstrar o áspero humor de António Lobo Antunes, que desbasta para expor os veios que denunciam e assumem papel vital na construção do mundo e do indivíduo moderno.

AA TTRRAAJJEETTÓÓRRIIAA IINNVVEERRSSAA DDEE UUMMAA MMUULLHHEERR

Elizandra Fernandes Alves (Mestranda – UEM)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

A ficção brasileira tem, desde sempre, oferecido uma variada temática representante das situações sociais que dialogam com a eterna busca da identidade do ser. No âmbito dos estudos literários femininos, tem merecido cada vez mais destaque observar a situação da mulher na sociedade e os caminhos por ela percorridos para conquistar sua identidade em um mundo enraizado no patriarcalismo. No romance A sucessora, de Carolina Nabuco, publicado em 1934, consideraremos a trajetória da personagem Marina, que decorrente dos contextos

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social, histórico e econômico, mostrar-se-á inversa à tomada da identidade e ajustada à dominação masculina. O objetivo da comunicação é apresentar as esquinas desse caminho e como elas fazem emergir da imagem não-tão-tradicional de Marina uma mulher convencionalmente feminina e matrimonialmente feliz. Se se busca desconstruir a essencialidade feminina abrindo caminhos que questionam os papéis que a representam, o dado romance aqui está para nos oferecer um passeio em marcha ré.

UUMM BBAALLAANNÇÇOO BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCOO AACCEERRCCAA DDOO GGÊÊNNEERROO CCIINNEEMMAATTOOGGRRÁÁFFIICCOO CCHHAANNCCHHAADDAA

Ellen Karin Dainese Maziero

(Mestranda – UNESP/Assis – CAPES) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

Esta comunicação visa trabalhar como o gênero cinematográfico, conhecido como chanchada, foi compreendido por autores como William Reis Meirelles, Sérgio Augusto, Jean-Claude Bernardet, Alex Viany, entre outros. A chanchada era conhecida por apresentar uma forma de fazer humor através de paródias de fatos políticos, cotidianos e filmes americanos de sucesso, utilizando linguagem simples, trocadilhos e palavras de duplo sentido. Durante a década de 1950, período em que a chanchada atingiu o seu auge e as discussões a respeito do modelo de cinema brasileiro se intensificaram entre a elite intelectual brasileira, esse gênero de filmes tornou-se alvo de críticas devido ao seu caráter cômico, baseado em temáticas populares. O entendimento dos autores citados sobre as chanchadas apresenta discordâncias e semelhanças a respeito de vários elementos presentes neste gênero como, por exemplo, a utilização da paródia, vista por alguns como forma de conformismo ao imitar um determinado modelo, e por outros como forma de crítica, uma vez que toma um modelo original e altera-o de maneira a produzir um efeito cômico, através da reelaboração pela zombaria, perversão de sentidos e imitação de estilos de maneira ridicularizada. Diante disso, pretendemos abordar as diferentes visões sobre esse gênero de filmes, entendido ora na sua originalidade ora na sua imitação.

OO TTEEXXTTOO LLIITTEERRÁÁRRIIOO CCOOMMOO OOBBJJEETTOO DDEE CCOOMMUUNNIICCAAÇÇÃÃOO SSOOCCIIAALL:: AA IINNTTEERRTTEEXXTTUUAALLIIDDAADDEE PPRREESSEENNTTEE NNAA MMÚÚSSIICCAA ““MMOONNTTEE CCAASSTTEELLOO””,, DDEE RREENNAATTOO

RRUUSSSSOO,, PPOORR MMEEIIOO DDEE TTEEXXTTOOSS LLIITTEERRÁÁRRIIOOSS

Ellen Valotta Elias Borges (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

Considerando o texto na dualidade de sua concepção – objeto de significação e objeto de comunicação – este estudo pretende focar tanto os mecanismos internos quanto os fatores contextuais ou sócio-históricos presentes na construção de um texto. Para tanto, analisaremos a música “Monte Castelo”, de Renato Russo, cuja construção parte de textos literários escritos em épocas e por escritores diferentes (“Soneto 11”, de Luís Vaz de Camões, Coríntios, 13). Desta forma, discutiremos como os contextos de produção e de recepção podem atuar na construção dos significados de um texto. Por fim, este estudo visa a verificar o uso de uma produção literária como objeto de comunicação na construção de textos existentes fora do cânone literário carregados de valores sociais.

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OO MMEELLÍÍFFLLUUOO EE AA SSIIBBIILLAA:: CCOONNSSCCIIÊÊNNCCIIAA DDAA IIDDAADDEE MMÉÉDDIIAA CCEENNTTRRAALL –– AANNÁÁLLIISSEE DDAA CCOORRRREESSPPOONNDDÊÊNNCCIIAA DDEE BBEERRNNAARRDDOO DDEE CCLLAARRAAVVAALL ((11009999--11115533)) EE HHIILLDDEEGGAARRDD DDEE

BBIIGGEENN ((11009988 --11117799)) PPAARRAA OOSS HHOOMMEENNSS DDOO SSÉÉCCUULLOO XXIIII

Elói Gomes da Silva (Mestre – UNESP/Assis)

(Professor – UNIESP/Birigui) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 9 – Prédio I

Esta comunicação versa sobre uma pesquisa em andamento e tem como objetos de estudo as correspondências de Bernardo de Claraval (1099-1153) e Hildegard de Bigen (1098-1179). Para tanto, analisaremos como o modo de escrever e pensar de Bernardo de Claraval e Hildegard de Bigen, na Idade Média Central, contribuiu para a formação de uma estreita ligação entre os homens e a Igreja. A pesquisa tem como suporte as correspondências de Bernardo de Claraval, das quais serão analisadas, além das questões religiosas (ponto fundamental das obras dos monges desse período), as questões políticas, tão presentes quando examinadas de forma a entender como uma Epístola conseguia alterar os destinos dos homens. Assim, apoiamo-nos na definição de Le Goff de que as Epístolas eram ao mesmo tempo “instrumento de comunicação e de poder em toda a cristandade”. Dessa forma, os escritos de Bernardo endereçados às mulheres são riquíssimos de análises, pois constituem documentos indicativos de uma postura religiosa. Por outro lado, analisaremos concomitantemente a Bernardo de Claraval, as correspondências de Hildegard de Bigen, procurando observar a contribuição que esses textos da monja proporcionaram para a solução de conflitos no século XII e em que ela a mesma esteve próxima a Bernardo de Claraval.

AASS PPOOLLÊÊMMIICCAASS DDEE AARRTTUURR AAZZEEVVEEDDOO NNOO DDIIÁÁRRIIOO DDEE NNOOTTÍÍCCIIAASS

Esequiel Gomes da Silva (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Anfiteatro Antônio Merisse

No ensaio “Crítica a vapor” (1992), Flora Süssekind considera a polêmica como uma forma de discussão privilegiada utilizada por jornalistas que vislumbravam angariar prestígio e exibir cultura com pequenos debates gramaticais e querelas de pouca monta, no Brasil da virada do século XIX. Na seção “De palanque”, do Diário de Notícias, Artur Azevedo, sob o pseudônimo de Eloi, o herói, sustentou algumas pendengas com cronistas do Jornal do Comércio, da Semana, da Gazeta da Tarde e da Gazeta de Notícias. Para essa comunicação, privilegiamos, no entanto, apenas o “bate-boca” entre o escritor maranhense e Escaravelho, pseudônimo de Luiz de Castro, responsável pela coluna “Psicologia da imprensa”, no Jornal do Comércio. Numa época em que os jornais tinham um arranjo gráfico bastante sisudo e as notícias eram colocadas em longas colunas, sem muitos atrativos, pode-se dizer que as polêmicas tinham também como função excitar o ânimo dos leitores e, fatalmente, incitá-los a comprar o jornal nos próximos dias. Por essa razão, os oponentes não hesitavam em ridicularizar a figura do outro, tornando-o objeto de riso. No trabalho que ora propomos, nosso interesse é apresentar algumas crônicas, apontando os elementos nos quais os dois folhetinistas em questão se apoiavam para sustentar suas discussões.

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SSHHEERRLLOOCCKK HHOOLLMMEESS EE DDUUPPIINN:: PPEERRSSOONNAAGGEENNSS QQUUEE IINNSSPPIIRRAAMM OO MMÉÉTTOODDOO IINNVVEESSTTIIGGAATTIIVVOO NNAA PPEESSQQUUIISSAA EEMM HHIISSTTÓÓRRIIAA

Fábio Martins Bueno

(Mestrando – UEL – CAPES) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

Essa comunicação pretende apresentar algumas interpretações que os textos literários de Conan Doyle e Edgar Alan Poe provocaram na reflexão sobre metodologia em pesquisa histórica. É convidativo investigar sobre as digressões do historiador italiano Carlo Ginzburg em torno do paradigma indiciário. Para o historiador, esse paradigma possui o mesmo fundamento que orientou historiadores da arte e pode vir a auxiliar os historiadores contemporâneos, pois, a partir do detalhe, indício, é possível descortinar as estruturas que determinam as relações sociais. Em contrapartida, distanciando das noções de estrutura que cercam o pensamento materialista histórico, o historiador teórico Hélio Rebello propõe o método do detetive de Edgar Alan Poe, Dupin, como inspiração metodológica.

CARPEAUX, EDUCADOR LITERÁRIO

Fausto José da Fonseca Zamboni (Doutorando – UNIOESTE/Cascavel)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

O crítico de origem austríaca, Otto Maria Carpeaux, foi um grande educador nas nossas letras. Trouxe da Europa a notícia de novos livros e de novas abordagens críticas e historiográficas, influenciando escritores e críticos, e educando o gosto literário do leitor médio ao qual se dirigia em publicações jornalísticas. Numa época em que praticamente não havia universidades no Brasil, a intelectualidade exercia uma função pedagógica através da imprensa, e o sucesso deste empreendimento informal e espontâneo pode ser atestado pela qualidade da produção literária de então: estavam vivos e atuantes como forças vivas na sociedade escritores como Manuel Bandeira, Marques Rebelo, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, entre tantos outros. Nas décadas seguintes viu-se um crescimento espantoso do ensino universitário no Brasil e, paradoxalmente, a queda no nível da produção literária e o desinteresse crescente pela literatura, inclusive dos alunos dos cursos de Letras. O estudo da atuação de Carpeaux como um bem-sucedido educador literário seria uma oportunidade de examinar criticamente a nossa atuação de educadores literários à luz desta figura, à qual a universidade pouco tem estudado e aproveitado a sua lição.

BBAALLAADDAA DDAA PPRRAAIIAA DDOOSS CCÃÃEESS EE AA NNOOÇÇÃÃOO DDEE AAUUTTOORRIIDDAADDEE

Fernando Henrique C. Cordeiro (Doutorando – UNESP/SJRP – CAPES)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

Este trabalho se propõe a estudar o romance Balada da praia dos cães (1982), de José Cardoso Pires, considerando, especialmente, como aí se constrói um questionamento da noção de autoridade, que se manifesta em diferentes níveis e que está relacionado a uma releitura crítica do paradigma policial. Em um primeiro nível, destaca-se a figura do autor, que surge pontualmente questionando o discurso do narrador e, consequentemente, a própria

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narrativa. Esse autor acaba por colocar em xeque a “verdade” de seu próprio discurso ao se mostrar em dúvida não apenas sobre o que vai narrando, mas também sobre sua própria percepção dos fatos. Por outro lado, a presença textual do autor, “interferindo” na narrativa, reforça sua posição de poder. Em outro nível, o narrador deslinda os meios pelos quais o detetive constrói sua versão sobre os fatos, demonstrando o caráter discursivo do relato deste, ou seja, o narrador aponta como os autos redigidos pelo personagem também são narrativas contadas sob determinado ponto de vista e segundo certos interesses. Ao discutir esse tipo de postura do detetive, como também ao utilizar diferentes focos narrativos e recorrer a variados registros e discursos, o romance de Cardoso Pires chama atenção para o teor autoritário do romance policial tradicional, no qual o discurso do investigador é a palavra final. Pode-se dizer, nesse sentido, que a crítica ao autoritarismo torna-se um dos elementos fundamentais da paródia ao gênero policial em Balada da praia dos cães.

DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA AAOO CCIINNEEMMAA:: UUMM EESSTTUUDDOO SSOOBBRREE AA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDOO TTEEMMPPOO NNOO RROOMMAANNCCEE EE NNOO FFIILLMMEE LLAAVVOOUURRAA AARRCCAAIICCAA

Flávia Giúlia Andriolo Pinati

(Graduanda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

Desde meados dos anos 50, quando apareceram as primeiras produções cinematográficas é que diversos críticos passaram a ver a estreita relação que existe entre a literatura e o cinema. Isso se deve ao fato de as duas artes se apoiarem basicamente na estrutura narrativa, o que torna tão corrente a prática da adaptação literária no mundo cinematográfico. Uma das principais discussões que paira sobre essa atividade tão constante é a manutenção ou não dos aspectos que compõem a obra original, o que justifica a importância em analisar como se dão as transposições das categorias narrativas do suporte literário ao suporte fílmico. Surge, então, o interesse em examinar a questão da representação do tempo, principalmente, no romance Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar (1935) e na sua adaptação para o cinema, realizada por Luiz Fernando Carvalho (1960) no filme homônimo de 2001, a fim de descrever e mostrar uma correlação entre as representações do tempo contidas na narrativa literária e sua possível transcrição/adaptação para o meio audiovisual.

AA CCIIDDAADDEE DDEE LLOONNDDRREESS NNAA PPRROODDUUÇÇÃÃOO PPOOÉÉTTIICCAA DDEE WWIILLLLIIAAMM BBLLAAKKEE:: UUMMAA IINNVVEESSTTIIGGAAÇÇÃÃOO HHIISSTTÓÓRRIICCAA AA PPAARRTTIIRR DDAA OOBBRRAA SSOONNGGSS OOFF IINNNNOOCCEENNCCEE AANNDD OOFF

EEXXPPEERRIIEENNCCEE ((11778899--11779944))

Flávia Maris Gil Duarte (Mestranda – UEL)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

Este trabalho pretende analisar algumas das transformações sociais ocorridas na Inglaterra nas últimas décadas do século XVIII a partir da obra Songs of Innocence and of Experience, especificamente através dos poemas London e dos poemas homônimos The Chimney Sweeper, do poeta e gravador William Blake (1757-1827), um dos precursores do movimento romântico na Inglaterra. Sua obra foi marcada, como um todo, pelo pensamento místico culminando na criação de uma cosmogonia capaz de explicar, segundo o autor, a condição humana. No pensamento blakeano personagens e situações fictícias muitas vezes referenciam

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e se misturam a nomes e situações reais, sendo um indicativo de que a condição humana que tenta demonstrar seria a da sociedade inglesa na transição entre os séculos XVIII e XIX: que integrava o processo de industrialização, o crescente deslocamento da razão como centro do pensamento e ouvia os ecos da revolução francesa. Songs of Innocence and of Experience contém os fundamentos do pensamento desenvolvido ao longo das obras posteriores de William Blake, expressa as transformações sociais por ele vivenciadas num universo em que política, religião e arte se entrelaçam na construção de uma interpretação peculiar da formação da sociedade industrial moderna.

HHEERROOÍÍNNAASS DDEESSPPIIDDAASS DDOO CCOORR--DDEE--RROOSSAA:: CCAARRNNAAVVAALLIIZZAAÇÇÃÃOO EE HHUUMMOORR EEMM ““OO QQUUAARRTTOO DDOO BBAARRBBAA--AAZZUULL””,, DDEE AANNGGEELLAA CCAARRTTEERR,, EE ““DDEE UUMM CCEERRTTOO TTOOMM AAZZUULLAADDOO””,,

DDEE MMAARRIINNAA CCOOLLAASSAANNTTII

Frederico Helou Doca de Andrade (Mestrando – UNESP/Assis – FAPESP)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 9 – Prédio I

A presente comunicação tem por objetivo investigar como se dá o processo de intertextualidade (ou transtextualidade, segundo o termo cunhado por Gérard Genette), entre a novela “O quarto do Barba-azul”, da escritora inglesa Angela Carter, publicada em antologia homônima no ano de 1979, e “De um certo tom azulado”, de Marina Colasanti, publicado em Contos de Amor Rasgados, em 1985. Essas duas narrativas operam o processo de carnavalização – identificado por Mikhail Bakhtin (1981) na obra de Dostoiévski – uma vez que “subvertem”, por meio da paródia, a estrutura e o conteúdo originais do conto “O Barba azul”, de Charles Perrault. Além disso, ambas as autoras estudadas criam suas heroínas de maneira a desconstruir um estereótipo típico do binarismo masculino/feminino do determinismo biologizante dentro de nossa sociedade falogocêntrica. Portanto, a ironia com que essas duas grandes autoras carregam seus escritos opera uma espécie de “profanação” da representação das mulheres no conto de Perrault. Assim, declaradamente feministas, Carter e Colasanti despem suas personagens femininas do arquétipo “cor-de-rosa” das relações de gênero androcêntricas.

GEOGRAFIA: UM MAPA DOS TERRITÓRIOS POÉTICOS DA PÓS-MODERNIDADE SEGUNDO SOPHIA DE MELLO

Geandra da Silva Parmigiane (Graduanda – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

O projeto aqui apresentado busca analisar a obra Geografia, da escritora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, a partir de uma reflexão sobre o processo de construção do espaço poético em contraposição com espaços geográficos (Brasil, Portugal, África). A dimensão espacial constrói imagens poéticas que justapõe espaços e tempos na tentativa de composição de um mosaico de imagens sobre a Lusofonia. Para compreender como se dá o processo de construção lírica de Sophia de Mello essa pesquisa se fundamentará nas teorias da poética pós-moderna e ainda, em estudos que dizem respeito à relação entre tradição e modernidade presente na literatura portuguesa.

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AA TTRRAADDIIÇÇÃÃOO DDOOSS CCOONNTTOOSS DDEE FFAADDAASS NNAA PPRROODDUUÇÇÃÃOO LLIITTEERRÁÁRRIIAA IINNFFAANNTTIILL DDEE AANNAA MMAARRIIAA MMAACCHHAADDOO

Geovana Gentili Santos

(Doutoranda – UNESP/Assis – USC/Espanha) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 9 – Prédio I

A história da literatura infanto-juvenil nos revela que, desde seus primórdios, os contos de fadas se fazem presentes nas publicações destinadas às crianças. Na fase inicial, Figueiredo Pimentel (1869-1914), Jansen Müller (1829-1889) e Arnaldo de Oliveira Barreto (1869-1925) destacam-se pelas traduções e adaptações dos contos de Perrault, Grimm e Andersen. Mais tarde, Monteiro Lobato (1882-1948) transcontextualiza (Hutcheon) para o Sítio do Picapau Amarelo diversas personagens dos contos de fadas que vivem, juntamente com a turma do Sítio, novas aventuras. A partir da década de 70, essa tradição é retomada e novas composições literárias são produzidas valendo-se dos elementos característicos dos contos de fadas. Dentre os diversos autores contemporâneos, podemos destacar a escritora Ana Maria Machado (1941) que constantemente traz à luz obras que estabelecem um diálogo direto com esse acervo literário. Considerando tal aspecto, a presente comunicação tem por objetivo analisar o modo como Ana Maria Machado se vale dessa tradição ao longo de sua produção literária, seja pela estrutura/motivos ou pelas adaptações dessas histórias para a cultura brasileira.

GGÊÊNNEERROOSS HHÍÍBBRRIIDDOOSS DDAA CCOONNTTEEMMPPOORRAANNEEIIDDAADDEE:: PPEERRSSPPEECCTTIIVVAASS FFIICCCCIIOONNAAIISS DDOO PPAASSSSAADDOO AAMMEERRIICCAANNOO

Gilmei Francisco Fleck

(Doutor – UNIOESTE/Cascavel) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

Obras literárias contemporâneas que revisam com criticidade o passado ganharam força e encontraram um lugar de destaque na narrativa americana, principalmente, pela história singular das nações que formam esse continente. A maneira como este passado foi, e ainda é concebido pela historiografia, torna-se fonte de diversas releituras no campo da ficção latino-americana e também anglo-saxônica americana. No imaginário cultural da população americana é perceptível a influência que tais temáticas ainda possuem sobre o sujeito e a construção de sua identidade. Tais releituras da história pela ficção possuem na atualidade uma variedade de modalidades que faz com que não sejam passíveis de classificação dentro das categorias existentes, ou seja, o romance histórico tradicional que, segundo Fernández Prieto (2003, p. 154), segue os modelos canônicos ditados pelos romances de Scott até a obras que “aportan interesantes innovaciones formales y temáticas que las separan del modelo clásico”; os novos romances históricos latino-americanos que tem, conforme Aínsa (1991, p. 85), na paródia “la clave en que se puede sintetizarse la nueva narrativa histórica. La historiografía, al ceder a la mirada demoledora de la parodia ficcional [...] permite recuperar la olvidada condición humana”; e as metaficções historiográficas que segundo Pulgarín (1995, p. 24) questionam conceitos que sempre estiveram associados ao humanismo liberal, tais como autonomia, transcendência, certeza, autoridade, unidade, totalização, universalização, centro, continuidade, homogeneidade, singularidade, origem.Tais obras, conforme Hutcheon (1991), deixam transparecer na tessitura do romance a construção discursiva que os sustenta. Cada uma dessas tendências de escrita híbrida que compreendem as leituras da história pela ficção

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na contemporaneidade apresenta peculiaridades, contudo, as mais recentes não se adequam a estes modelos, pois, há neles uma confluência de todas essas tendências anteriores. A estas últimas produções chamamos de Romance Histórico Contemporâneo de Mediação (FLECK, 2007). Discutir suas características mais relevantes é o objetivo desse estudo.

AASS MMAARRCCAASS DDEE RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAA EE IIDDEENNTTIIDDAADDEE NNOO RREETTRRAATTOO DDEE LLUUAANNDDAA,, PPOORR AARRNNAALLDDOO SSAANNTTOOSS

Glaucia Regina Fernandes de Oliveira

(Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

Da segunda metade do século XIX até o início do século XX, alguns escritores angolanos iniciaram uma acanhada manifestação de um sentimento de angolanidade sobre os fatos sociais que ocorriam em Angola. Estes escritores são precursores no que diz respeito à literatura angolana, sua negritude e identidade. Dentro deste contexto histórico, no ano de 1956, o escritor angolano Arnaldo Santos publica suas primeiras poesias na revista moçambicana O brado africano, início de sua carreira literária. Arnaldo Santos empenha-se para desenvolver novas obras e é com esse sentimento que ele escreve o livro Kinaxixe e outras prosas. Nesta obra, o escritor apresenta dois aspectos essenciais para um maior entendimento de sua produção literária: o espaço físico e a linguagem híbrida (língua portuguesa e quimbundo). A proposta deste trabalho vai focar na intenção primeira do autor, isto é, o espaço físico, que se apresenta como uma fonte para a produção literária de Angola, e que Arnaldo Santos muito explora em sua obra. Dentre estes espaços simbólicos, tomam certo destaque a área periférica de Luanda chamada: musseques. Os musseques são espaços muitos significativos para a produção textual angolana e será um veículo usado para produzir as histórias de muitos autores. Um importante momento histórico contribuiu para que este espaço obtivesse tal importância, e é no fim dos anos 40 que ocorreu uma estrondosa produção de café em Luanda, tornando-a ainda mais importante por causa de seu porto, que tem o papel de escoar toda a produção deste fruto para Angola. Diante desta situação, impossível não ser um espaço atingido pela modernização, e por uma consequência inevitável – a população negra vai forçosamente deslocando-se para longe da urbanização, dos brancos, isto é da “Baixa”. E esta mesma população vai se alojando nas extremidades da cidade, vão formando sua própria administração (ainda que sob vigio dos colonos) cria uma linguagem própria, com histórias próprias, essa era a “cara” dos musseques. Tudo isso serve de base para desenrolar da literatura angolana, e este será o foco deste trabalho.

CCRRIISSEE DDEE IIDDEENNTTIIDDAADDEE:: AA FFEEMMIINNIILLIIDDAADDEE PPRREESSAA NNAA GGEELLAADDEEIIRRAA DDOO MMEERRCCAADDOO

Guilherme Mariano Martins da Silva

(Mestrando – UNESP/SJRP – CNPq) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 9 – Prédio I

O presente trabalho visa elucidar de que modo as personagens femininas são representadas nas narrativas gráficas de super-heróis, mais especificamente, na mini-série Identity crisis (2003) da editora DC Comics. Com sua presença difundida, hoje várias heroínas fazem parte do simbolismo popular e estão presentes nas transcriações para o cinema e para a televisão

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dessas narrativas. Entretanto, a participação das personagens do sexo feminino nas populares “HQs” de super heróis e, nessas transcriações, varia muito em qualidade, em profundidade e no modo como ocorre essa representação. Por exemplo, quando da publicação da revista Green lantern #54 (1994), na qual o cadáver da personagem feminina é encontrado pelo herói numa geladeria. Essa cena deu origem a um movimento criado pela escritora Gail Simone em prol de uma revisão da posição da mulher nos roteiros. Com a morte da personagem Sue Dibny em Identity crisis, essa instrumentalização precisa ser melhor analisada, e isto será feito utilizando-se as teorias de Tomachevsky (1983) e Forster (1970) acerca do desenvolvimento do tema narrativo e da personagem, respectivamente.

FFOONNSSEECCAA EE CCHHAAGGAASS:: UUMMAA VVIIDDAA

Heloiza Brambatti Granjeiro (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

Este trabalho tem como objetivo apresentar a biografia secular de Antônio da Fonseca Soares, poeta português do século XVII, conhecido também como Frei Antônio das Chagas. A história de vida deste homem é conhecida de duas maneiras, pois ela representa uma história envolvida com o seu tempo. Fonseca viveu grande parte de sua vida voltada para os prazeres da corte Lisboa e para a guerra em Alentejo, mas depois de certo momento, ele é tocado pela vida monástica e se converte a frei fazendo de sua vida um paradigma do momento vivido: o Barroco. Nesse período literário o homem se encontrava em conflito consigo e com ambiente ao seu redor. Nas bibliografias utilizadas para o trabalho de dissertação, como Pimentel (1889), Belchior (1950), e outros, notamos a descrição da intensa vida que Fonseca teve quando era moço e os exuberantes sermões que fazia quando frei. Fonseca/Chagas escreveu em toda sua vida produzindo grandes obras, entre sonetos, sermões, madrigais, romances etc. Em suma, este trabalho tem por objetivo analisar e divulgar as inúmeras produções do poeta barroco enquanto espadachim e enquanto frei.

RREEVVIISSTTAA AA..BB..CC.. –– AAPPOONNTTAAMMEENNTTOOSS DDEE SSEEUUSS PPRRIIMMEEIIRROOSS AANNOOSS NNAA SSEEGGUUNNDDAA DDÉÉCCAADDAA DDOO SSÉÉCC.. XXXX

Henrique Sergio Silva Correa (Mestrando – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

A revista A.B.C. circulou no Rio de Janeiro a partir de 1915 e contou com colaboradores renomados, como Antônio Torres, Astrojildo Pereira, Benjamin Costallat, Jackson de Figueiredo, Lima Barreto, Oliveira Lima e Oliveira Viana. Com a proposta de tratar de política, atualidades, questões sociais, letras e artes, o semanário foi criado por Ferdinando Borla, jornalista italiano, e depois de três anos passou às mãos de Paulo Hasslocher e Luis Moraes, vindo a desaparecer por volta de 1934, já sob a direção de Osvaldo Souza e Silva. Além dos diretores, também fizeram parte da redação do hebdomadário Carlos Maul, Paulo Silveira, Max de Vasconcellos e Generoso Ponce Filho, este na função de caricaturista. O presente trabalho tenta delinear um perfil para os primeiros cinco anos do periódico, abordando o grupo que o produzia, a linha editorial, seus colaboradores, o público leitor, e o papel representado pelo A.B.C. na imprensa da época.

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LLIITTEERRAATTUURRAA DDEE MMAASSSSAA DDEENNTTRROO DDAA PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA DDAA FFUUNNÇÇÃÃOO DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA EE SSUUAA IINNFFLLUUÊÊNNCCIIAA NNAA VVIIDDAA SSOOCCIIAALL

Idalice Lima (Graduada – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 5 – Prédio I

O presente trabalho procura estabelecer e refletir na relação entre a literatura de massa e a literatura escolarizada, analisando textos de cunho massivo e popularescos e textos literários de obras de autores clássicos da literatura brasileira e portuguesa, analisando a influência da cultura de massa nos meios sociais, bem como a influência da literatura de massa no quotidiano das pessoas, em sua vida social. A partir da análise e reflexão dos textos, procuraremos estabelecer elementos dentro desses romances que nos distanciam dos clássicos literários e da literatura propriamente dita. Percebemos então o porquê do fenômeno da literatura de massa crescer tanto, devido à necessidade de se criar uma literatura acessível, de fácil assimilação e entendimento à medida que prega ideologias e impõe modelos de sociedade capitalista. Por um lado, percebemos a importância da literatura culta, a didática, utilizada em escolas e vestibulares, por outro o crescente aumento da leitura dos livros que exigem pouca ou nenhuma reflexão. A problematização deste trabalho se baseia no conflito que existe entre os tipos de literatura e de que forma uma literatura pode ou não auxiliar a outra em questões sociais, comunicativas e/ou didáticas.

AA ÚÚLLTTIIMMAA QQUUIIMMEERRAA ((11999955)),, DDEE AANNAA MMIIRRAANNDDAA:: AA FFIIGGUURRAA DDOO PPOOEETTAA AAUUGGUUSSTTOO DDOOSS AANNJJOOSS NNOO SSEEUU PPRROOCCEESSSSOO DDEE IIDDEENNTTIIDDAADDEE

Inajara Silva de Albuquerque

(Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 10 – Prédio I

As narrativas ficcionais sempre tiveram cunho histórico, desde a Antiguidade, mas costuma-se localizar o nascimento do gênero romance histórico no início do século XIX, durante o romantismo, como o romance Ivanhoé (1819), do escritor inglês Walter Scott (1771-1832). O gênero romance histórico chegou às Américas com bastante intensidade, como uma espécie de epidemia, embora saibamos da complexidade que é discutir história e literatura, visto que elas se relacionam quando se trata da evolução do homem. Assim, podemos pensar no que a ficção e história podem refletir na vida atual do homem contemporâneo, nos âmbitos sociais, culturais, políticos e econômicos, sendo a busca de identidade a mais preocupante nos tempos atuais. A última quimera é um romance histórico que narra a vida e a morte do poeta paraibano Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884-1913), que encantou e desencantou o público com suas palavras frias, estranhas, usando vocábulos científicos. No Brasil, o romance histórico, nos séculos XX e XXI, é representado por alguns escritores, dentre os quais se destaca a grande autora contemporânea Ana Miranda. A última quimera é um romance histórico que nos possibilita analisar o tema do Duplo porque o narrador age como se fosse a personagem Augusto, já que imita as suas ações num sentido amplo: “Literatura e Psicanálise se relacionam como um eu e seu outro, encontram-se no projeto reiteradamente reinventado de retomar a experiência e o desejo humanos em sua dimensão de significação, de interpretação e de sentido”. (SAMPAIO, 2002, p. 175). Augusto dos Anjos é um poeta inclassificável e, portanto, sofre com o seu processo de identidade na literatura, embora original, poucos críticos lembram-se de sua figura poética. O narrador assume a imagem do poeta morto a partir do duplo e através disso imortaliza-o, pois essa é uma das funções do

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duplo. Outro modo de caracterizá-lo na obra é quando Ana Miranda o compara, o tempo inteiro, com o poeta francês Charles Baudelaire, pois afirma o quanto era importante para nossa literatura. A figura de Charles Baudelaire na obra representa também a presença francesa que havia na nossa literatura e nas artes. O Brasil tinha naquela época de transição do século XIX para o XX a dependência cultural dos europeus, principalmente em relação ao “intercâmbio” francês já que rompera há muito tempo as relações com Portugal.

““EEUU EERRAA QQUUAASSEE UUMM OOUUTTRROO””:: AA DDEESSCCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDAA MMEETTAANNAARRRRAATTIIVVAA AA PPAARRTTIIRR DDAA FFRRAAGGMMEENNTTAAÇÇÃÃOO DDOO EEUU EE DDOO OOUUTTRROO,, EEMM HHAARRMMAADDAA,, DDEE JJOOÃÃOO GGIILLBBEERRTTOO NNOOLLLL

Ingrid Leutwiler Peres Fautino

(UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

Os romances contemporâneos, segundo Linda Hutcheon, tendem a indagar como e o que podemos conhecer do passado, inserindo o ponto de vista do excentrico para destituir o poder das metanarrativas totalizantes. É neste sentido que fazemos a leitura de Harmada, de João Gilberto Noll. A obra trata de um sujeito descentralizado, sendo um exilado em sua própria terra, pois que permanece em um estado de ser descontínuo, e ex-centrico, pois que é destituído de um centro. Encontramos no cerne da questão da identidade fragmentada e fluida da personagem de Noll a ausência do nome próprio. Os nomes são designadores de sentido, falam da função social do sujeito, de sua identidade, e permanência. Por nomes designamos, somos designados, e nos relacionamos com outros nomes. Nome é referência, e os acontecimentos se tornam narrativa a partir dos nomes: da determinação dos lugares, espaços, tempos, ícones, que atualizam a permanência das identidades, das narrativas, dos heróis. Mas o herói sem nome de Harmada é desprovido de uma narrativa sólida e linear, vive de acontecimentos em tempos e espaços que não estão conectados. Tal indefinição dos nomes nos trará uma ruptura com a expectativa do pressuposto. Neste sentido, ao perder o nome próprio e sua posição fixa no mundo, o protagonista irá desconstruir a metanarrativa da cidade de Harmada, capital fictícia de um país Latino Americano, em que parte do livro se passa. A partir de seu encontro com Pedro Harmada, o fundador mitificado da Cidade, o protagonista desconstrói a narrativa transcendente e é inserido como agente ativo na História.

JJOORRGGEE LLUUÍÍSS BBOORRGGEESS:: PPEERRSSOONNAAGGEEMM DDEE CCRRÔÔNNIICCAASS EE CCOONNTTOOSS BBRRAASSIILLEEIIRROOSS

Isis Milreu (Mestre – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

A presente comunicação pretende analisar a ficcionalização de Jorge Luís Borges em contos e crônicas de autores brasileiros. Além de ser alvo de inúmeros ensaios, teses e biografias, o escritor argentino foi convertido em personagem de vários romances, contos, crônicas e peças teatrais em diversos países. No Brasil, nos últimos anos, Borges foi literaturizado em contos, crônicas, peças de teatro e romances. Entre os contos, podemos citar a obra que nomeia o livro de Lúcia Bettencourt, “A secretária de Borges” (2006) e “Borges”, de Julián Fuks incluído no livro Histórias de literatura e cegueira (2007). Ademais de escrever o romance Borges e os orangotangos eternos (2000), Luís Fernando Veríssimo ficcionalizou o escritor argentino em

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três crônicas, reunidas em Banquete com os deuses (2003): “Borgianas”; “Jorge e Benny” e “No céu”. Desta forma, este trabalho refletirá sobre como ocorreu a literaturização de Borges nos dois contos e nas crônicas citados anteriormente, buscando analisar o processo intertextual entre o universo ficcional borgeano e as obras dos autores brasileiros que o converteram em objeto literário.

NNAARRRRAATTIIVVAA FFEEMMIINNIINNAA EE DDIIÁÁRRIIOOSS ÍÍNNTTIIMMOOSS:: AA QQUUEESSTTÃÃOO DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA

Izabel Mano Neme

(Mestranda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 9 – Prédio I

Historicamente, a ‘literatura’ teria surgido em meados do século XVII, com o aparecimento das primeiras academias, o surgimento dos direitos autorais e o crescente desenvolvimento do comércio de obras. Foi quando a arte de escrever começou a separar-se do saber erudito. Emergem, então, os diários íntimos, muito embora a datação de escritos dessa natureza possa ser remontada ao Renascimento. Surgem também os diários íntimos de autoria feminina. Muitos escritos de cunho feminino se perderam, tornando impossível conhecer essas mulheres que, no silêncio de suas alcovas ou junto às escrivaninhas de seus maridos, registraram em seus diários suas preocupações e o anseio da transgressão que rompesse com uma situação de subordinação. Esses diários eram referências ao período histórico no qual foram elaborados. Se os diários íntimos não eram considerados literatura, atualmente, após sua redescoberta, com a riqueza de sua narrativa, repletas de informações autobiográficas, históricas, sociais, econômicas, de avanços tecnológicos, saíram da alcova e ganharam o mundo tornando-se referência como fonte para pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento. E, possivelmente, pode-se chamar essa escrita íntima de literatura. Não por ser uma escrita de cunho pessoal, mas porque os diários podem abrigar em seu interior escritos que se remetem diretamente ao que se convencionou chamar ‘literatura’. É o caso dos poemas que brotam das páginas dos diários de Carolina Martins de Mattos. Eles reforçam o valor de fontes pessoais, tais como diários íntimos, correspondências e arquivos privados para a produção do conhecimento histórico e literário. Foi a partir dessa escrita pessoal que há alguns séculos a mulher deu os primeiros passos rumo à escrita pública, à própria literatura de autoria feminina em si, ultrapassou grandes barreiras e conquistou sólidas trincheiras na literatura.

MACHADO DE ASSIS: NARRATIVAS DE EMBUSTE E AUTOENGANO

Jaison Luís Crestani (Doutorando – UNESP/Assis – FAPESP)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

Este trabalho afirma-se como uma provocação à leitura viciada da obra de Machado de Assis que costuma ser empreendida pela fortuna crítica do autor. A divisão tradicional da literatura machadiana em duas fases, quer na acepção de ruptura, quer na de amadurecimento progressivo, acarretou, por um lado, no desapreço infundado das produções iniciais do escritor e, por outro, numa ideia errônea do processo de transformação e aperfeiçoamento do escritor, uma vez que pressupõe que tudo o que sucedeu à década de 1880 seria de qualidade literária inquestionável. Omite-se o fato de que, mesmo após a elaboração das revolucionárias

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Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Machado de Assis continuaria a exercitar-se na convenção estilística das leitoras de folhetins, como ocorre mais precisamente nas publicações remetidas à revista A Estação – periódico declaradamente voltado aos interesses do público feminino. Desse modo, este trabalho pretende analisar um conjunto de narrativas publicadas nessa revista que permanece na linha das amenidades de puro entretenimento, ajustando-se às limitações das competências de leitura da clientela feminina de A Estação. Dobrando-se às leis do mercado, Machado de Assis parece conformar-se com as condições e solicitações das demandas disponíveis nesse contexto de produção. Daí o inexpressivo investimento estético-literário identificado nesse conjunto de narrativas amenas, que não apresentam uma elaboração formal empenhada em valorizar a abertura da narrativa para leituras plurais, nem articulam proposições temáticas com uma complexidade capaz de instigar o exercício hermenêutico e de desafiar a capacidade interpretativa do leitorado da revista. O interesse dessas histórias reside quase exclusivamente na frustração de expectativas idealistas, firmada por meio de embustes e autoenganos, que atuam no sentido de despertar as leitoras para uma forma de leitura pautada numa visão de mundo realista.

““AASS BBOOAASS MMUULLHHEERREESS DDAA CCHHIINNAA"":: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE AA RREESSPPEEIITTOO DDAA SSIITTUUAAÇÇÃÃOO DDAA MMUULLHHEERR NNAA CCHHIINNAA SSOOBB OO PPOONNTTOO DDEE VVIISSTTAA DDEE XXIINNRRAANN

Jéssica Sayuri Mori Kanno

(Graduada – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

Partindo do pressuposto da história vista de baixo, procuramos refletir a respeito da condição da mulher na China, utilizando como fonte principal os relatos contidos na obra As boas mulheres da China, de Xinran. Neste livro, são encontradas diversas experiências e situações vividas por mulheres chinesas de diferentes idades e classes sociais, em relatos que foram coletados no período de 1980 a 1997. As narrativas demonstram situações recentes, próximas a 1997, além dos relatos que ocorreram logo após a Revolução Comunista (1911-1949) e a Revolução Cultural (1966-1976), que abordam a influência desses eventos na vida dessas mulheres. Como se trata de uma obra escrita por uma mulher chinesa contando a história de vida de outras mulheres chinesas, procuramos analisar também a maneira como se trabalha a literatura feminina presente no texto. Procurou-se, então, analisar como a mulher chinesa se enxerga em sua condição feminina, e também até que ponto a política, economia, sociedade e religião interferem nas vidas dessas mulheres, na maneira como são vistas e de como se veem.

EELLEESS EERRAAMM MMUUIITTOOSS CCAAVVAALLOOSS,, DDEE LLUUIIZZ RRUUFFFFAATTOO:: LLEEIITTUURRAASS DDAA CCAATTÁÁSSTTRROOFFEE CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEAA

João Guilherme Dayrell de Magalhães Santos

(Mestrando – UFSC) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

O trabalho visa investigar as formas representativas adotadas em Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato, para abordar a catástrofe. Atenta-se para o aspecto fragmentado da narrativa, que intercala relatos da vida nua (Agamben) que habita os espaços da metrópole, instantes triviais e os simulacros – receitas culinárias, fragmentos de jornal etc. Verifica-se aqui a

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profanação (Agamben) da literatura como local de enunciação (Foucault), já que, ao passo que se narra a catástrofe, o discurso é colocado como tal – meio sem fim –, e o instante trivial como um tempo que não se deixa subsumir no relato histórico da autoridade. Desta forma, as ruínas, o abjeto, os simulacros que vemos na especificada obra de Ruffato, retomam o silêncio de uma representação impossível que opera a partir da montagem que, por sua vez, não deixa significados ulteriores: são os restos da história que permanecem como potência; cada imagem sendo a porta pela qual pode entrar o profeta (Blanchot, Benjamin e Agambem).

HHIISSTTÓÓRRIIAA DDAA LLEEIITTUURRAA DDEE HHEERRMMAANNNN HHEESSSSEE NNOO BBRRAASSIILL:: LLEEVVAANNTTAAMMEENNTTOO DDAA CCRRÍÍTTIICCAA

João Paulo Francisco de Souza

(Mestre – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

Nesta comunicação, pretendemos apresentar alguns dados levantados a respeito do trabalho de recepção crítica sobre Hermann Hesse (1877-1962) no Brasil, que objetivou verificar a importância que lhe atribuiu a crítica brasileira, especialmente em periódicos de grande circulação e nos meios acadêmicos. Os textos consultados, referentes à Hesse e sua obra, abrangem o período de 1935 até 2005. Trata-se, portanto, de averiguar em que circunstâncias se deu o encontro entre a literatura hesseana e os leitores brasileiros, representados pelos articulistas e pesquisadores acadêmicos, recolhidos nos principais acervos da cidade de São Paulo, Campinas, bibliotecas universitárias paulistas, bem como nos meios eletrônicos de relevância, destacando as tendências e as contribuições mais importantes da crítica hesseana no Brasil. Como complementação foram comentados e transcritos todos os textos levantados.

RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÕÕEESS EE EESSTTEERREEÓÓTTIIPPOOSS EEMM UUMM BBOONNDDEE CCHHAAMMAADDOO DDEESSEEJJOO:: CCOONNFFRROONNTTOOSS EENNTTRREE PPAASSSSAADDOO EE PPRREESSEENNTTEE NNAA CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDEE IIDDEENNTTIIDDAADDEESS NNAA

LLIITTEERRAATTUURRAA EE NNOO CCIINNEEMMAA DDOO PPÓÓSS--GGUUEERRRRAA

José Carlos Felix (Doutorando – UNICAMP)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

O Realismo, movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX nas artes europeias, sobretudo na pintura francesa, caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico, contudo, resultou, muitas vezes, no excesso das situações descritas como forma de reforçar a denúncia social e assim se contrapor ao subjetivismo característico do romantismo. Sem perder os laços e as ramificações com as várias formas de arte que influenciou, foi no cinema, sobretudo no neorealismo italiano, que essa estética atingiu seu expoente máximo e afetou profundamente as técnicas narrativas na primeira metade do século XX. Destarte, o presente trabalho parte da tese que, na medida em que um considerável contingente da produção cinematográfica hollywoodiana — em especial os filmes produzidos entre as décadas de 1940 e 1950 — serviu a um projeto de reelaboração de identidade nacional norte-americana, ele também contribuiu, de modo significativo, para criar, reforçar e perpetuar certos estereótipos que se tornariam apanágios emblemáticos e constitutivos de diferentes gêneros cinematográficos. O exame tomará como objeto de investigação a construção e os conflitos das personagens centrais da peça Um bonde chamado desejo (1947), do dramaturgo Tennessee Williams, juntamente com

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sua versão cinematógrafica (1951). Nesse sentido, observaremos o modo como cada personagem, alocada num cenário de acelerada transformação do pós-guerra, conjura e tipifíca instâncias discursivas distintas e expressões estéticas antagônicas de ideários identitários tanto do passado agrário em decadência quanto da modernização e urbanização do presente.

VVIISSÕÕEESS DDAA NNAATTUURREEZZAA CCÓÓSSMMIICCAA:: RROOBBEERRTTOO PPIIVVAA,, XXAAMMAANNIISSMMOO EE PPOOEESSIIAA

José Juvino da Silva Junior

(Mestrando – UFPE) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

O artigo “visões da natureza cósmica: Roberto Piva, xamanismo e poesia” faz uma análise das imagens do mundo selvagem/natural engendradas pelos poemas do autor nos livros Ciclones e Estranhos sinais de Saturno. E trata de refletir sobre as relações textuais que o poeta estabelece entre o registro literário de uma dicção pessoal (calcada numa iconoclastia permeada por um lirismo macunaímico, beat e surreal) e o amplo repertório de figuras míticas (árvores, pássaros, rios, montanhas, peixes, céus e infernos, etc.) presentes no imaginário xamânico. O artigo investiga ainda os posicionamentos biopoéticos do autor em relação ao processo de mecanização da vida humana e desencantamento do mundo moderno perpetrado pelo sistema do capitalismo global. Este artigo procura deslindar as articulações que o poeta Roberto Piva faz da mitologia e do xamanismo como plataformas para a gestação de uma poesia que conduza ao êxtase (ao sagrado) e que renove as possibilidades de contato com o acervo humano do imaginário ancestral e seja, ainda, palavra de enfrentamento ao discurso hegemônico do racionalismo do pensamento ocidental.

RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÕÕEESS DDOO TTRRAABBAALLHHOO NNOO RROOMMAANNCCEE AA MMAAÇÇÃÃ NNOO EESSCCUURROO,, DDEE CCLLAARRIICCEE LLIISSPPEECCTTOORR

José Mauricio Rodrigues Lima

(Graduando – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

O projeto de pesquisa apresentado tem como objetivo verificar e analisar as representações do trabalho no romance A maça no escuro, publicado no ano de 1961, da escritora brasileira Clarice Lispector (1920-1977). O romance narra a história de Martim, personagem principal do livro, que, após cometer um crime, sai em fuga. Narrado em terceira pessoa, acompanhamos a narrativa dessa fuga de Martim a partir do momento em que ele se encontra no hotel do “Alemão” e foge deste com medo de qualquer punição, partindo para um desconhecido lugar no interior do país. Teremos, a partir da fuga do hotel, a narrativa da trajetória da tentativa de escape, na qual Martim rompe com qualquer significação social e tenta se relacionar de maneira individual tendo-se como referente único de significação das suas ações. Martim, em sua fuga, chega a um sítio que pertence a Vitória e pede trabalho no local. Analisaremos e verificaremos na pesquisa a representação dos momentos em que Martim trabalha nas atividades cotidianas do sítio, como na escavação de um poço, na plantação, nos pequenos afazeres e na colheita. Também verificaremos como as relações de representações do trabalho

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são tratadas pela crítica que há sobre o romance A maça no escuro, uma vez que os aspectos histórico-sociais são pouco considerados pelos críticos de Clarice.

AA IIMMPPRREENNSSAA CCOOMMOO VVEEÍÍCCUULLOO DDEE RREEFFLLEEXXÕÕEESS SSOOBBRREE AA LLIITTEERRAATTUURRAA:: OO CCAASSOO DDAA RREEVVIISSTTAA CCOOLLÓÓQQUUIIOO//LLEETTRRAASS

Juliana Casarotti Ferreira

(Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Anfiteatro Antônio Merisse

A presença da revista portuguesa Colóquio/Letras, como fonte de pesquisa no âmbito dos estudos literários, é comprovada pela tradição do periódico no contexto acadêmico, quer por meio dos renomados colaboradores, quer por meio da diversidade de temas abordados. A revista Colóquio/Letras surgiu da divisão de uma publicação chamada Colóquio – Revista de Artes e Letras. O primeiro número do periódico saiu em março de 1971. A Colóquio é publicada na cidade de Lisboa (Portugal), pela Fundação Calouste Gulbenkian. Esta comunicação pretende comentar a identidade editorial construída pela da revista portuguesa Colóquio/Letras ao longo de sua história. Para isso, analisa os seguintes aspectos: a) título, b) capa, c) editorial, d) aspecto gráfico, e) diretores, f) seções, g) funções do periódico na sociedade. O estudo da pesquisadora Clara Rocha (1985) sobre as revistas portuguesas do século XX servirá de embasamento teórico. Nossas reflexões demonstram que a referida revista ainda está presente no campo das investigações literárias, pois acompanha as mudanças do pensamento crítico dos anos 70 até nossos dias. Assim, confirmamos a importância da Colóquio/Letras como fonte de divulgação de estudos a respeito da literatura.

EEÇÇAA DDEE QQUUEEIIRRÓÓSS EE AA DDIIRREEÇÇÃÃOO DDEE UUMM SSUUPPLLEEMMEENNTTOO LLIITTEERRÁÁRRIIOO ((GGAAZZEETTAA DDEE NNOOTTÍÍCCIIAASS)) PPAARRAA OO BBRRAASSIILL

Juliana Cristina Bonilha

(Doutoranda – UNESP/Assis – CAPES) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Anfiteatro Antônio Merisse

Partindo da constatação da existência de textos e trabalhos jornalísticos de Eça de Queirós ainda pouco explorados, esta comunicação apresenta, analisa e divulga, sob as perspectivas histórica e literária, as páginas do Suplemento Literário da Gazeta de Notícias. A observação do corpus completo, (seis números – janeiro-junho/1892) mostrou que o Suplemento possuía o papel de transmitir aos brasileiros as principais notícias e acontecimentos relacionados à cultura europeia, e tentava, de uma forma direta, traçar um panorama sobre a arte e a literatura do final do século XIX. Dado o valor documental e, ainda, o valor literário de alguns dos textos encontrados na publicação, propusemo-nos à realização desta pesquisa. A partir da contextualização sócio-cultural, do exame da autoria, do gênero dos textos e, ainda, do aprofundamento acerca dos fatos noticiados pelo Suplemento, pudemos confirmar seu papel de informativo cultural e encontramos dados sobre o trabalho jornalístico de Eça de Queirós, que ainda permanecia pouco divulgado.

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UUMMAA PPRROOPPOOSSTTAA MMEETTOODDOOLLÓÓGGIICCAA PPAARRAA OO EENNSSIINNOO DDEE AACCEENNTTUUAAÇÇÃÃOO GGRRÁÁFFIICCAA

Juliana Pereira dos Santos (Mestranda – UFF)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 5 – Prédio I

O presente trabalho pretende apresentar uma proposta de metodologia para o ensino de acentuação gráfica segundo as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Nessa perspectiva, consideraremos fundamental o estudo da prosódia em Português e dos princípios norteadores da ortografia portuguesa. Para fundamentar nosso propósito utilizaremos como corpus de análise o texto oficial do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa de 1990 e a proposta de SILVA (2007) para uma melhor organização dos conteúdos disciplinares. Neste sentido, apresentaremos os conceitos “molar” e “molecular” utilizados por SILVA (2007) para representar duas atitudes adotadas pelo ensino na transmissão de conteúdos; a primeira corresponde a uma nova abordagem metodológica, a segunda diz respeito ao ensino tradicional e prescritivo das disciplinas escolares. Nossa intenção, ao sugerir uma nova proposta metodológica para o ensino de acentuação gráfica, é tornar esse mais rentável e eficaz para a aprendizagem e retenção do referido conteúdo pelo aluno de língua portuguesa.

OO EESSPPAAÇÇOO PPÓÓSS--AAPPOOCCAALLÍÍPPTTIICCOO NNAA OOBBRRAA HHEERROOEESS AANNDD VVIILLLLAAIINNSS,, DDEE AANNGGEELLAA CCAARRTTEERR

Kátia Isidoro de Oliveira

(Mestranda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

Este artigo tem por objetivo analisar o espaço no livro Heroes and villains (1969), de Angela Carter, utilizando como base textos da teoria literária. O quarto romance da autora consiste em uma narrativa ambientada no futuro, numa época “pós-apocalíptica”. Depois de uma guerra nuclear, há três sociedades sobreviventes: os Professores (um grupo de elite sustentado pela agricultura que vive no que restou das cidades), os Bárbaros (nômades que têm sobrevivido fora das cidades), e os “Out people” (pessoas que foram mutiladas pela radiação, habitando ruínas). Essas sociedades vivem em espaços distintos, o que é muito explorado na obra. A conformidade social sufocante da “torre branca feita de aço e concreto” em que a protagonista, Marianne, habitava também elucida o espaço no romance. Marianne é a personagem que transita entre as diversas sociedades e espaços existentes no livro. O presente trabalho também pretende divulgar a obra da autora Angela Carter, uma escritora inglesa contemporânea.

CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS SSOOBBRREE AA CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDAA PPRROOTTAAGGOONNIISSTTAA TTIITTAA EEMM CCOOMMOO ÁÁGGUUAA PPAARRAA CCHHOOCCOOLLAATTEE ((11998899)),, DDEE LLAAUURRAA EESSQQUUIIVVEELL

Kátia Rodrigues Mello Miranda (Doutoranda – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

Escrito pela autora mexicana Laura Esquivel, o romance Como água para chocolate (1989) permite uma série de reflexões no tocante à representação literária da mulher. A história, que

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se passa no período da Revolução Mexicana, chama atenção por apresentar uma protagonista que, mesmo vivendo numa época de domínio da consciência patriarcal, não aceita resignadamente as imposições que lhe são feitas: Tita, por ser a caçula de três irmãs, deve cumprir a tradição de não se casar para cuidar da mãe, a autoritária Mamá Elena, até que esta morra. Mesmo revoltada com a situação, Tita, que vive uma intensa paixão correspondida, não tem outra alternativa senão ficar solteira. No entanto, a trajetória da personagem ganha especial relevo, uma vez que apresenta características e atitudes que contrariam a tradição familiar. A narração da história é feita pela sobrinha-neta da protagonista, que, anos após a morte da tia-avó, e a partir de um caderno de receitas escrito por esta, relata a história de Tita. Nesse contexto, o presente trabalho pretende destacar alguns traços constitutivos da personagem e de sua trajetória de subversão em busca da ruptura da tradição familiar.

OO TTEEAATTRROO DDEE CCAAIIOO FFEERRNNAANNDDOO AABBRREEUU:: UUMMAA RREEFFLLEEXXÃÃOO SSOOBBRREE AA CCRRIISSEE DDIIAALLÓÓGGIICCAA NNOO MMUUNNDDOO CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEOO

Kelly Cristina Eleutério de Oliveira

(Graduanda – UNESP/Araraquara) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

O presente estudo promove uma reflexão crítica sobre a dramaturgia de Caio Fernando Abreu (1948-1996) a partir de elucubrações sobre a crise dialógica nas modernas sociedades industriais. Para tanto utilizamos ideias do crítico literário Peter Szondi sobre a crise do drama moderno, do filósofo Walter Benjamin sobre a impossibilidade do intercâmbio de experiências e do estabelecimento de vínculos comunitários entre os sujeitos, e do filósofo Theodor Adorno sobre a ação da indústria cultural no processo de reificação das relações humanas. Percebemos que algumas composições teatrais de Abreu, como O homem e a mancha (1994), se afastam dos padrões tradicionais na medida em que não têm como base as relações intersubjetivas que são representadas no teatro pelo diálogo. Essa mudança formal – já percebida por Peter Szondi em suas análises das obras teatrais dos principais dramaturgos do século XIX, tais como Ibsen, Tchékhov, Strindberg, Maeterlinck e Hauptmann – é entendida como um reflexo do enfraquecimento das relações dialógicas no mundo não ficcional contemporâneo.

PPAARRQQUUEE IINNDDUUSSTTRRIIAALL EE AA FFAAMMOOSSAA RREEVVIISSTTAA,, DDEE PPAATTRRÍÍCCIIAA GGAALLVVÃÃOO:: OO PPEERRCCUURRSSOO DDEE UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE CCOOMMPPAARRAATTIIVVAA

Larissa Satico Ribeiro Higa

(Mestranda – UNICAMP) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

As obras literárias de Patrícia Galvão (1910-1962) sempre estiveram impregnadas dos questionamentos político-sociais em que a autora estava imersa no momento em que as concebia. Assim é com Parque industrial (1933) – cujo objeto temático principal é a vida das trabalhadoras no bairro proletário Brás – e com A famosa revista (escrita em parceria com Geraldo Ferraz, em 1945), na qual a crítica ao Partido Comunista é explicitada através do processo de desilusão de um casal com sua militância. No primeiro romance, as mulheres sofrem violências físicas e morais imprimidas pelo próprio processo produtivo e pela ideologia machista, tendo, como alternativa para sua opressão, a organização partidária para a

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Revolução Socialista. Assim, pode-se afirmar que tanto a violência de gênero quanto a de classe são fatores do projeto ideológico que essa obra apresenta. No segundo livro, por sua vez, os personagens Rosa e Mosci vivenciam a repressão política e o sexismo inerentes à Revista – metáfora para o partido stalinista – que os afastam definitivamente dessa organização. Há, portanto, constatação de que essa obra trabalha fundamentalmente com a questão da violência do Partido, assunto também central na autobiografia da autora: Paixão Pagu – a autobiografia precoce de Patrícia Galvão (2005). Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo explicitar um pouco mais os projetos ideológicos dessas obras de Pagu. À leitura temática desses livros, serão somados alguns apontamentos concernentes à produção jornalística da escritora, dos períodos em questão, e que reforçam o empenho da autora-militante também fora do campo literário. Serão selecionados artigos que ela escreveu para o pasquim O homem do povo (nos meses de março e abri de 1931) e para o jornal Vanguarda socialista (31/08/45 a 24/05/46), além do panfleto político Verdade e liberdade (1950).

AA EESSCCRRIITTAA UUTTÓÓPPIICCAA DDAA DDIISSTTOOPPIIAA EEMM LLEETTTTRREESS DDEE MMAALLAAIISSIIEE,, DDEE PPAAUULL AADDAAMM

Laura Cielavin Machado (Mestranda – UNICAMP – CNPq)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 10 – Prédio I

Lettres de Malaisie, escrita pelo francês Paul Adam (1862-1920), publicada no ano de 1898, e reimpressa em 1908 com o título La cité prochaine, é uma obra que reúne cartas fictícias as quais relatam a existência de uma sociedade com um modo de vida baseado nas ideias socialistas do início do século XIX, e na tentativa de realização, na Malásia, do que Étienne Cabet havia tentado realizar em Illinois, descrito em sua utopia comunista Voyage e Icarie. Estas cartas têm por remetente um diplomata espanhol, enviado pelo seu governo para investigar e relatar os motivos que ameaçam a ordem da colônia espanhola, fazendo com que os indígenas percam a placidez, os comerciantes e agricultores, a obediência. O destinatário das cartas, um anarquista francês denominado ‘P.A’, será o responsável por publicar ao Ocidente as novas sobre aquela sociedade, já que o espanhol teme não conseguir divulgá-las pessoalmente à Europa, devido a repressões sofridas dentro da utopia visitada. A obra se insere na atual e interessante discussão sobre o gênero literário utópico de forma peculiar. Não se pode afirmar que sua construção seja uma completa utopia, ou uma total distopia, mas talvez uma outra forma de utopia ainda não pesquisada. Este efeito é obtido, pois o autor obedece às características da escrita utópica – a viagem pelo mar, a sociedade isolada, a descrição de um novo modelo de educação, política, religião –, mas ao mesmo tempo avisa o leitor, desde o início da descrição, que aquela sociedade não é ideal. Isto contradiz, justamente, o que uma utopia significa em sua própria etimologia: um lugar bom, e oferece ao leitor uma obra que suscita novas questões aos estudiosos da literatura utópica.

JJOORRGGEE AAMMAADDOO EE OO CCAANNDDOOMMBBLLÉÉ EEMM JJUUBBIIAABBÁÁ:: OO SSIINNCCRREETTIISSMMOO CCOOMMOO EESSTTRRAATTÉÉGGIIAA PPAARRAA AA MMAANNUUTTEENNÇÇÃÃOO DDAA RREELLIIGGIIOOSSIIDDAADDEE AAFFRROO--BBRRAASSIILLEEIIRRAA NNAA BBAAHHIIAA ((11993300--11993355))

Leonardo Dallacqua de Carvalho

(Graduando – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

As preocupações dessa pesquisa voltam-se à análise do Candomblé e às estratégias para manutenção do culto no início da década de 30. O foco principal é a obra de Jorge Amado,

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Jubiabá. A junção da literatura com a história se faz bem vinda para explicar o tema, e se direciona no sentido de uma tentativa de recuperar da memória a religiosidade afro-brasileira. As impressões de Jorge Amado apontam para uma vivência do afro-catolicismo na Bahia e no Brasil. O sincretismo religioso, característica comum da cultura popular, é nossa porta para adentrar um estudo sobre as estratégias de sobrevivência em meio à perseguição. O Candomblé, religião africana que singularizou e desenvolveu no Brasil, veio junto com os africanos na Diáspora Atlântica. A religião era uma ligação da fé que ainda restava aos oriundos da África com sua terra natal e o elo entre suas tradições, na crença e na esperança de força e um futuro melhor, ainda que não fosse no plano terreno. Os estudos preliminares apontam o uso da história cultural (mentalidades Vouvelle e Áries) que desenvolveram pesquisas acerca dela na França. No Brasil, nossa orientação teórico-metodológica são os estudos de Artur Ramos, Roger Bastide, João José Reis, Reginaldo Prandi, Pierre Verger e Ordep Serra. Este último, um especialista sobre a obra de Amado nas questões da religiosidade afro-brasileira.

SSEECCAA:: EESSPPEERRAANNÇÇAA OOUU DDEESSOOLLAAÇÇÃÃOO?? OOLLHHAARREESS DDIIFFEERREENNTTEESS SSOOBBRREE EESSTTEE FFEENNÔÔMMEENNOO AATTRRAAVVÉÉSS DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA

Leônidas Baptista Bié da Silva

(Graduando – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

Esta comunicação pretende mostrar como a seca influencia muitos escritores como Euclides da Cunha e Baltasar Lopes. Embora ambos sejam de países, contextos, histórias e épocas diferentes, abordam o mesmo tema de formas singulares e detalhadas, levando o leitor a ter uma visão crítica do meio em que vive e se autoanalisar de forma profunda. Propõe também mostrar como a seca influencia o estilo de vida das pessoas que são afetadas por ela. De um lado, tem-se a seca como castigo e sofrimento em que as pessoas não veem outra saída senão ter de se exilar em outro lugar; por outro, a seca apresenta-se como uma forma de reviver um sonho e ter seu próprio espaço, mesmo precisando lutar por ele.

WWAASSHHIINNGGTTOONN SSQQUUAARREE EE AA HHEERRDDEEIIRRAA:: RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÕÕEESS DDOO FFEEMMIINNIINNOO NNOO RROOMMAANNCCEE EE NNOO FFIILLMMEE

Linda Catarina Gualda

(Doutoranda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

A comunicação objetiva apresentar como se constrói a representação feminina na obra literária jamesiana Washington Square e na sua tradução fílmica A herdeira (1997), tendo como ponto de partida a protagonista, Catherine Sloper. No filme de Agnieszka Holland, o espectador não deve somente interessar-se pelo bem filmado, deve, sobretudo, preocupar-se com o como está sendo filmado, o que sugere muito mais amplas implicações valorativas. Nele, o pormenor expressivo nos é fornecido por uma câmera que intervém, que pensa porque nos obriga a pensar, que se emociona porque nos coage à emoção, que acusa e denuncia a complicada situação da protagonista. A mulher, que Henry James nos apresenta e que depois é traduzida pela diretora, não é resultado de uma experimentação, trata-se de uma personagem complexa, que apesar de não corresponder às expectativas do pai, possui incrível força e personalidade. A total ausência de ação sensorial – percebida bem mais na novela – em favor de uma ação

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mental, permitiu que as cenas e as palavras assumissem um valor mais simbólico, de tal forma que o espectador não sai indiferente ao filme. A partir de uma leitura intersemiótica, que rejeita a noção de fidelidade e vê a obra alvo como uma tradução do texto de partida, pretendemos gerar uma reflexão a respeito da identidade de gênero criada e veiculada no cinema hollywoodiano.

DDEE ““MMEENNIINNOO DDEE GGAARRAANNHHUUNNSS”” AA ““PPRREESSIIDDEENNTTEE DDAA RREEPPÚÚBBLLIICCAA””:: UUMMAA CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO RREEFFEERREENNCCIIAALL DDEE LLUULLAA

Lívia Maria Turra Bassetto

(Doutoranda – UNESP/SJRP) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

Este trabalho visa analisar os recursos linguísticos empregados por Carlos Heitor Cony na construção de referentes em suas crônicas de temas políticos publicadas no jornal Folha de S. Paulo no período de 2004 a 2005. Com essa análise, pretende-se apresentar como se dá a construção referencial de Lula, destacando as transformações sofridas pela sua imagem no decorrer das crônicas selecionadas. Para isso, ressaltar-se-ão as estratégias de construção referencial presentes nos textos, atrelando a seleção desses recursos ao contexto sócio-político-econômico da produção textual. Com isso, busca-se demonstrar a presença de uma mudança na construção do referente Lula, que, de início, se voltaria a aspectos positivos do presidente – sendo esses, em alguns casos, mesclados a aspectos negativos –, com a sequente intensificação de aspectos negativos atribuídos a tal referente. Para tal análise, tem-se como base teórica a concepção de referente apresentada pela Linguística Textual de linha sócio-cognitivo-interacionista, para a qual a referenciação, não mais vista como uma relação de espelhamento entre linguagem e realidade, passa a ser considerada como um processo de construção referencial dada no interior do discurso e, portanto, sem relação especular com o objeto de mundo. Assim, para essa perspectiva teórica, o referente, também denominado de objeto de discurso, é construído sócio-culturalmente a partir das práticas sociais e remodelado, no interior do discurso, em função dos propósitos comunicativos dos parceiros da interlocução verbal. Por se ter crônicas – gênero que mescla características jornalísticas e literárias – como corpus, vale ressaltar também que, nesse trabalho, não se relegará a literariedade presente nas crônicas de Cony.

SSEE QQUUEESSTTOO ÈÈ UUNN UUOOMMOO:: PPRRIIMMOO LLEEVVII EE OOSS PPAARRAADDOOXXOOSS DDAA MMOODDEERRNNIIDDAADDEE

Lucas Amaral de Oliveira (Graduando – UEL)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

No intento de análise do fenômeno social, a literatura tende a ser uma importante ferramenta para nos amparar nesse difícil processo de desvelamento da realidade dos fatos sociais históricos, uma vez que ela cultiva um grande potencial descritivo dos elementos que os constituem, conseguindo lançar um olhar minucioso em direção à complexidade do real. Deste modo, atentando para o caráter analítico que a literatura pode ter, é fato que desde o fim da Segunda Guerra, ganharam destaque alguns estudos sobre a chamada “literatura de testemunho”, sobretudo aqueles que relatam experiências limítrofes de indivíduos que foram vítimas dos horrores dos campos de concentração e que sofreram, por isso, as consequências do lado mais sombrio da modernidade. O escritor italiano Primo Levi, judeu, químico e

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intelectual marcado pela sua trágica experiência de prisioneiro de Auschwitz-Monowitz, seguramente, foi um dos maiores expoentes deste estilo literário. Levi conseguiu pensar, singularmente, elementos paradigmáticos da violência ocorrida no desenrolar do século passado, pois muitas das representações adotadas em sua narrativa anunciam estratégias que, mediante um importante processo de rememoração e testemunho, conseguem cumprir uma dupla função na história do pensamento: de um lado, garantir a manutenção de uma individualidade que se pode dizer genérica, a de judeu sobrevivente dos campos; de outro, a sobrevivência da própria história enquanto lembrança, através de uma memória que se pode dizer coletiva. Com isso, o que nos propomos a problematizar é a memória ativada de Levi por meio de sua narrativa ética, e o que seu pensamento nos pode instruir acerca das potencialidades destrutivas da modernidade – que se materializaram, no século passado (e continuam a se solidificar cada vez mais neste século), nas formas do totalitarismo e do racismo, dos campos de concentração e da morte em massa, da xenofobia e da intolerância com o outro.

LLEEIITTOORREESS NNAA FFIICCÇÇÃÃOO QQUUEEIIRROOSSIIAANNAA –– EESSTTEERREEÓÓTTIIPPOOSS BBUURRGGUUEESSEESS

Lucianne Michelle de Menezes (Mestre – UFS)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

O fenômeno da leitura pode ser um instrumento de percepção e análise de comportamentos sociais. Considerando a narrativa realista de Eça de Queirós – O primo Basílio – este trabalho, embasado especialmente nas teorias de Jauss (1979) e Derrida (2006), analisa perfis masculinos de personagens que se caracterizam mediante seus procedimentos de leitura. Jorge e Basílio manifestam aspectos que os assemelham, no tocante à adequação de ambos a modelos sociais culturalmente aceitos, porém, mostram-se também diferentes, pois cada um condiz com um tipo social específico. Jorge segue um perfil mais tradicional enquanto Basílio constitui-se como aventureiro, que faz da leitura mais um artifício de sedução. De qualquer modo, mediante as atuações de ambos ao longo da narrativa, especialmente no que se refere ao que e como leem, é possível compreender de forma mais abrangente as disparidades que compunham o universo masculino e feminino oitocentista, aspectos esses que tanto incitaram a leitura crítica de Eça de Queirós e que resultaram na composição de O primo Basílio.

AA CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDAA IIDDEENNTTIIDDAADDEE PPEELLAA IIMMAAGGEEMM EEMM CCAASSAA DDOOSS EESSPPEELLHHOOSS

Luís Cláudio Ferreira Silva (Mestrando – UEM) Marisa Correa Silva

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

Em Casa dos espelhos, de Sergio Kokis, o protagonista vive seu refúgio em um país frio. Longe da terra natal, o Brasil, que deixara há mais de trinta anos, a personagem mergulha em rememorações de sua infância/juventude nos trópicos. Sendo pintor, as imagens de outrora são uma obsessão para ele, perseguindo-o e perseguindo umas às outras, recriando-se, em contraposição àquelas adquiridas no “novo” país. Se se considera a imagem no sentido da Imagologia, representação de uma cultura por outra, quais são os sentidos das imagens que a personagem relembra/cria de seu país natal? De que modo elas se relacionam às do país que

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adotou? Como se porta um sujeito que viveu em dois países diferentes e recebeu duas educações/culturas distintas? De que maneira essas imagens interferem no sujeito e na sua identidade? Por outro lado, as imagens pictóricas, mais do que representações visuais de um objeto, são, como diz Gianotti, “um jogo de ver e de ver como”, os quadros imagéticos que vêm à tona na memória da personagem se constituem em estereótipos (imagem cristalizada) ou há uma desideologização por meio delas? A partir dos estudos de Stuart Hall, pretendemos entender como a personagem constrói ou descobre, no exílio, uma identidade híbrida.

OO UUSSOO DDAA MMEETTÁÁFFOORRAA NNOOSS RROOMMAANNCCEESS DDEE AANNTTOONNIIOO DDAA FFOONNSSEECCAA SSOOAARREESS

Luis Fernando Campos D’Arcadia (Mestrando – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

A poesia do século XVII, chamada “barroca”, é conhecida por seus “clichês” e o tratamento “exagerado” dado a eles. Isso é comum principalmente quando se fala da poesia de circunstância que circulava em folhas avulsas, ou mesmo da recolhida em obras como a Fênix renascida ou no Postilhão de Apolo. O manuscrito 2998, da Sala de Reservados da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, contém 104 romances atribuídos a Antonio da Fonseca Soares que são bons exemplos desse tipo de poesia. Este trabalho pretende apresentar elementos para uma revisão da poesia desse período a partir do exame das metáforas “cristalizadas”, construídas em torno de “conceitos” e desenvolvidas a partir deles de modo engenhoso. Procuraremos demonstrar que os clichês na verdade são marcas de uma prática de escrita coletiva, em que a “emulação” (não cópia) de um modelo e a adequação ao gênero são os elementos mais valorizados. Para o esclarecimento desses aspectos, estudaremos as preceptivas das disciplinas de retórica e poética do período.

AAPPRROOXXIIMMAAÇÇÕÕEESS EENNTTRREE OO CCOONNCCEEIITTOO DDEE IIDDEEOOLLOOGGIIAA DDOO CCOOTTIIDDIIAANNOO EE AA TTEEOORRIIAA DDAASS RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÕÕEESS SSOOCCIIAAIISS

Luiz Bosco Sardinha Machado Júnior

(Mestrando – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

Apresentando o percurso teórico da teoria das representações sociais, esboçaremos aqui o paralelo entre esta teoria psicossocial e o conceito bakhtiniano de ideologia do cotidiano. Ambas teorias compreendem indivíduo e sociedade como indissociáveis e veem no contato social a matriz da construção de formas de conhecimento ligadas ao dia-a-dia, que escapam ao registro formal das ciências, do Estado, da religião etc. Com este estudo interdisciplinar, ainda que limitado, esperamos contribuir para a melhor compreensão de teorias que têm trazido importantes contribuições à psicologia social, à linguística, a etnografia, aos estudos culturais etc.

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EEMMÍÍLLIIAA EE MMIISSSS JJAANNEE:: AA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO FFEEMMIINNIINNAA NNAASS OOBBRRAASS DDEE MMOONNTTEEIIRROO LLOOBBAATTOO

Maicon Alves Dias

(Mestrando - UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 9 – Prédio I

O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise comparativa das personagens femininas Emília, da obra Reinações de Narizinho e Miss Jane, de O presidente negro, de Monteiro Lobato, relacionando aspectos formais, características e semelhanças entre as personagens representativas das obras destinadas ao público infantil e adulto do escritor. É objetivo verificar também o propósito de Lobato em dar voz às suas personagens femininas, tornando-as porta-vozes de suas ideias polêmicas sobre uma sociedade às avessas daquela estigmatizada pelos homens. Seja em Reinações de Narizinho, cuja boneca falante questiona os valores tradicionais, ou na obra de ficção científica O presidente negro, em que Miss Jane apresenta ao homem um mundo próspero e tecnologicamente avançado, o que será importante evidenciar é o estilo de Monteiro Lobato na representação dada às personagens femininas e a autonomia conferida a essas personagens.

NNAAÇÇÃÃOO CCRRIIOOUULLAA:: AA RREECCRRIIAAÇÇÃÃOO DDEE FFRRAADDIIQQUUEE MMEENNDDEESS EEMM EESSPPAAÇÇOOSS MMÚÚLLTTIIPPLLOOSS

Malany Cássia de Souza

(Graduanda – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

O presente trabalho “Nação Crioula: a recriação de Fradique Mendes em espaço múltiplos” tem por objetivo analisar a obra Nação Crioula (publicada em 1998), de José Eduardo Agualusa (1960-), a partir da diluição das fronteiras sociais, ideológicas e culturais entre Portugal, África e Brasil. Os três espaços são intercruzados a partir de retratos humanos que transcendem o local em busca do universal. Ao lado de questões históricas, políticas e coloniais, se desenvolve o romance de Fradique e Ana Olímpia, metáfora da união entre nações que possuem a Língua Portuguesa em comum. Portanto, ao dar voz à personagem Fradique Mendes, personagem de Eça de Queirós, o autor angolano consegue transcender os limites espaciais e fazer com que esta figura dramática se identifique e se torne parte integrante de todos estes espaços. É, portanto, sob esta ótica da interrelação geográfica e espacial romanesca que será analisada a referente obra. É importante salientar que a obra possui uma estrutura de relato, via cruzamento de cartas, que lhe confere um movimento espacial e sentimental.

EENNTTRREE OO RREEAALL EE OO SSOOBBRREENNAATTUURRAALL:: OO FFAANNTTÁÁSSTTIICCOO DDEE GGUUYY DDEE MMAAUUPPAASSSSAANNTT

Mara Keylla Medeiros Conessa (Graduanda – UNESP/Assis) Renan Fornaziero de Oliveira

(Graduando – UNESP/Assis – FAPESP) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 10 – Prédio I

Em Le horla, conto de Guy de Maupassant publicado na França em 1886, tem-se uma narrativa misteriosa capaz de tornar seus acontecimentos levemente ambíguos e inquietantes,

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onde é constante a presença da loucura, do elemento sobrenatural, que rompem com a ordem do cotidiano e causa no leitor um sentimento de dúvida, de hesitação ante aos acontecimentos. Por meio de um flashback, há a recuperação desses acontecimentos estranhos que, embora haja uma explicação plausível, a da loucura, esta não se faz de forma a assegurar ao leitor a certeza científica do fato, havendo uma constante oscilação entre a pura aceitação psicológica e a de uma possível subversão da ordem estabelecida. Esse dilema, real versus sobrenatural, mantém-se em suspenso, sem uma solução. É essa sensação de dúvida que vincula o conto em questão à literatura fantástica, gênero literário que surge na França no século XVIII e que foi amplamente cultivado pela literatura francesa, sendo no século XX objeto de variados estudos acerca de suas origens e desdobramentos na modernidade.

AA OOPPRREESSSSÃÃOO FFEEMMIINNIINNAA EEMM DDIIÁÁRRIIOO DDEE BBIITTIITTAA

Marcela Ernesto dos Santos (Mestre – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

A produção intelectual do feminismo questionou as representações e os papéis sociais de gênero e também contribuiu para a evolução de uma perspectiva crítica acerca das múltiplas opressões que assolam as mulheres. Entre as minorias femininas que despontaram nesse cenário de articulação, destacamos as mulheres negras, com sua escrita engajada e, muitas vezes, marcada pela autorrepresentação. Nesse sentido, esta comunicação pretende fazer uma breve análise sobre a opressão feminina na narrativa de memórias, Diário de Bitita, da escritora negra Carolina Maria de Jesus. Salienta-se aqui o trajeto singular da personagem Bitita, uma menina negra, rumo à conscientização de uma realidade construída em torno das desigualdades de poder.

OO HHIISSTTÓÓRRIICCOO EE OO LLIITTEERRÁÁRRIIOO NNAA CCOOMMPPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE VVIILLAA RRIICCAA DDEE CCLLÁÁUUDDIIOO MMAANNUUEELL DDAA CCOOSSTTAA

Marcela Verônica da Silva

(Doutoranda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

Pretende-se, na comunicação a que este resumo se destina, apresentar o projeto de doutorado inicialmente intitulado “Vila Rica: do histórico ao literário”, construído a partir dos trabalhos realizados no mestrado sob o título de Constância da retórica, mudança de estilo: a obra acadêmica de Cláudio Manuel da Costa (SILVA, 2009). A dissertação deu enfoque ao estabelecimento de um determinado corpus de textos do poeta Cláudio Manuel da Costa produzidos na condição de acadêmico e nas análises linguísticas e literárias dos conteúdos, tendo tomado como base as Retóricas e Poéticas antigas e contemporâneas ao autor. Para embasar tais discussões, optou-se por uma explanação da história que permitisse associar a figura do poeta mineiro ao contexto político e acadêmico do período de transição da escolástica para o iluminismo. No projeto de doutorado, por sua vez, pretende-se determinar os elementos essenciais para a construção do poema Vila Rica, publicado em 1773. Esse trabalho contemplará, em primeiro lugar, uma análise documental, pela qual se confrontará o poema ao texto-suporte, a saber, o Fundamento Histórico, dissertação histórica que acompanha a obra poética. Em outra perspectiva, tratando já de questões internas ao texto poético, procurar-se-á

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analisar sua estrutura a partir de uma classificação teórico-literária que buscará tratá-lo como um poema épico. Assim, pretende-se observar em que medida o poema faz uso da dissertação histórica para garantir verossimilhança aos fatos épicos, e também qual é o grau de ficcionalidade presente na dissertação histórica, que, por mais que mostrasse consciência da importância do embasamento documental, ainda mantinha dificuldades para obtê-los.

AA RREELLEEVVÂÂNNCCIIAA DDOO GGÊÊNNEERROO MMÍÍTTIICCOO EEMM PPHHIILLIIPP PPUULLLLMMAANN EE SSUUAASS CCOONNFFLLUUÊÊNNCCIIAASS NNOO ÉÉPPIICCOO DDEE JJOOHHNN MMIILLTTOONN

Marcéu Lemos Diniz

(Graduando – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

Este trabalho pretende analisar as confluências intertextuais identificadas nas obras que se utilizaram da fonte bíblica como ponto de partida ou referencial para a representação do surgimento da humanidade presente na história de Adão e Eva do Éden à queda (Gn, 1: 26-31; 2: 18-24) e sua constante influência na tradição literária. Para tanto, será examinada a repercussão desse mito tanto em uma epopeia estruturalmente clássica, como Paraíso perdido (Paradise lost, 1667), de John Milton, quanto em uma obra infanto-juvenil, como a trilogia Fronteiras do universo (His dark materials – northern lights, 1995; The subtle knife, 1997; The amber spyglass, 2000) de autoria de Philip Pullman. Por se tratarem de obras isoladas entre si por séculos de História, também seria interessante entender como acontece a rede de confluências no decorrer do tempo – a verdade bíblica como fonte para Milton e o Paraíso perdido, sendo este a base da obra de Pullman – levando em consideração a mudança que ocorre no gênero literário e no foco indagativo do mesmo tema em diferentes eras, segundo necessidade vigente de uma época. Cabe salientar que não se trata de uma pesquisa de âmago teológico, muito menos evolucionista/darwinista sobre o assunto, mas sim de uma abordagem reflexiva através do prisma literário, com a finalidade de enfatizar a importância do mito como sentimento humano universal e, portanto, retentor de valor aceitável na literatura.

AA CCOONNSSTTRRUUÇÇÃÃOO DDAA IIDDEENNTTIIDDAADDEE DDEE MMAACCAABBÉÉAA EEMM AA HHOORRAA DDAA EESSTTRREELLAA

Márcia Maria Aparecida Alves (Mestranda – UFMS)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

Este estudo visa analisar a construção da identidade de Macabéa, protagonista do romance A hora da estrela (1998), de Clarice Lispector. Para tanto, consideramos a relação que essa personagem estabelece com o mundo globalizado, no qual há uma intensa cultura de consumo gerada pela mídia e pelos diversos mecanismos do processo de globalização. Nesse contexto, sabemos que a imagem divulgada pela mídia constitui um dos recursos mais poderosos utilizados para seduzir o consumidor, bem como para despertar nele um desejo de consumir cada vez mais desenfreado. No romance em questão, atentamos, sobretudo, para a relação que Macabéa estabelece com dois tipos de suporte midiático que permeiam o mundo globalizado, sendo eles, respectivamente: a rádio e a imprensa escrita, nesse caso, o jornal. Por meio dessa relação, buscamos subsídios para compreender a construção da identidade da personagem, atentando, também, para as relações de poder e de exclusão que se estabelecem nesse contexto.

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NNAA NNOOIITTEE GGRRÁÁVVIIDDAA DDEE PPUUNNHHAAIISS:: MMÁÁRRIIOO DDEE AANNDDRRAADDEE LLEEIITTOORR DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA AAFFRRIICCAANNAA DDEE EEXXPPRREESSSSÃÃOO PPOORRTTUUGGUUEESSAA

Marcio Roberto Pereira

(Professor – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

O trabalho visa ao exame da obra de Mário de Andrade, Na noite grávida de punhais, a partir de uma poética de identidade com o negro e das experiências artísticas que retratam a exclusão, a violência e o exílio. De forma geral, o livro trata da transposição da negritude para um momento de particularização poética que marca a independência cultural da literatura africana de expressão portuguesa. Ao propor uma análise da antologia de Mário de Andrade, Na noite grávida de punhais, o trabalho aqui apresentado reflete sobre uma poética da exclusão que percorre os poemas que compõem a obra, em diálogo com imagens e mensagens de luta pela sobrevivência. A experiência do exílio e do pulsar de vozes silenciadas será uma das marcas da composição da obra e, ao mesmo tempo, um grito de independência (desenvolvido pela tensão identidade e alteridade) de uma poética que se diferencia da tradição imposta pelo processo colonizador.

OO GGÊÊNNEERROO DDAA PPAARRÁÁBBOOLLAA

Marco Antônio Domingues Sant’Anna (Pós-Doutor – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

Com o presente trabalho pretendemos demonstrar que o Novo Testamento bíblico é o contexto da constituição da parábola como gênero literário. Mesmo que essa modalidade seja mencionada em outros contextos, temos como proposta mostrar que é somente no Novo Testamento que ela assume feições mais definidas. Tal tarefa justifica-se pelo fato de haver no Brasil um número muito limitado de obras disponíveis que tratem da parábola e dos aspectos a ela relacionados. A situação agrava-se quando se parte para uma pesquisa especificamente em língua portuguesa. Entretanto, a partir de 1998, estudos mais exaustivos sobre o gênero têm sido realizados com a defesa da tese de Doutorado intitulada “A parábola”, com um trabalho de Iniciação Científica que estudou parábolas de Kierkegaard, com a apresentação de desdobramentos dessas iniciativas em várias comunicações em eventos científicos, no país e fora dele, na formação de um Grupo de Pesquisa a ser credenciado no CNPq e, finalmente, na publicação de uma obra, pela Editora UNESP, a ser lançada ainda neste II Colóquio. Isto posto, esperamos que esta comunicação constitua um passo a mais no processo de divulgação desse gênero e de suas funções pedagógicas e confrontativas.

AANNÁÁLLIISSEE IINNTTEERRTTEEXXTTUUAALL DDOO CCOONNTTOO ““AA VVOOLLTTAA DDOO MMAARRIIDDOO PPRRÓÓDDIIGGOO””,, DDEE GGUUIIMMAARRÃÃEESS RROOSSAA,, CCOOMM AA PPAARRÁÁBBOOLLAA ““OO FFIILLHHOO PPRRÓÓDDIIGGOO””

Maria Ana Bernardo do Nascimento

(Mestranda – UNESP/Assis – CAPES) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

O presente trabalho apresenta um estudo analítico/comparativo da “Parábola do filho pródigo”, encontrada no Novo Testamento, narrada em Lucas, 15: 11-32, comparando-a, formal e

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tematicamente, com o conto “A volta do marido pródigo”, extraído da obra Sagarana, de Guimarães Rosa, fato que revela seu caráter intertextual. Propõe-se neste estudo uma reflexão ampla acerca da relevância da análise da Bíblia, tanto para o seu próprio conhecimento literário, quanto para a constatação da mesma como referência consagrada para muitas obras que se tornaram marcos na literatura ocidental. Este é o caso do conto selecionado para este trabalho, que configura uma expressão artística de um gênero discursivo pouco estudado na atualidade, que pode se constituir em uma ferramenta muito útil no processo de ensino/aprendizado. Para isso, tem-se como base teórica uma bibliografia referente à intertextualidade, ao estudo literário da Bíblia, ao gênero do discurso da parábola e à crítica e análise literária.

OO TTÓÓPPOOSS DDOO DDEESSDDOOBBRRAAMMEENNTTOO NNAA DDRRAAMMAATTUURRGGIIAA DDEE QQOORRPPOO--SSAANNTTOO

Maria Clara Gonçalves (Mestranda – UNESP/Assis – CAPES)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

O dramaturgo gaúcho José Joaquim de Campos Leão (1829-1883), autointitulado Qorpo-Santo, possui uma obra complexa que chegou ao conhecimento da crítica e do público em 1966, cem anos depois de serem escritas. Por conta de tal fato, são poucos os trabalhos teóricos acerca de sua dramaturgia, dentre os quais podemos citar Os homens precários, de Flávio Aguiar e Qorpo-Santo: surrealismo ou absurdo?¸ de Eudinyr Fraga. É no esforço de acrescentar material à fortuna crítica do autor que esse trabalho é desenvolvido, tomando como eixo um aspecto reincidente em sua obra: o tema das dicotomias, cisões e conflitos, aqui agrupados sob o termo desdobramento. O tópos do desdobramento manifesta-se tanto no desenvolvimento das personae dramáticas, quanto nas suas ações e, ainda, na estrutura das comédias (enredo, cenário etc.), caracterizada pelas intervenções do nonsense nas instâncias do cotidiano. Desse modo, o desdobramento oferece uma chave de leitura eficiente da dramaturgia do autor, que permite a decifração de muitas das peculiaridades que compõem o universo cômico de suas peças. Para a realização do trabalho elaborou-se um corpus composto por três peças nas quais se evidenciam três formas de manifestação do desdobramento frequentes na dramaturgia de Qorpo-Santo: a comédia Duas páginas em branco apresenta o desdobramento ligado ao conflito entre a sexualidade e a moral social; Dois irmãos elucida a divisão do universo dramático entre o mundo de disparates e a ordem cotidiana; e A impossibilidade de santificação ou A santificação transformada converte a matéria biográfica ao universo da ficção, deixando clara a consciência metatextual do dramaturgo.

CCOONNFFLLIITTOOSS IIDDEENNTTIITTÁÁRRIIOOSS EEMM LLEEAALLDDAADDEE,, DDEE MMÁÁRRCCIIOO SSOOUUZZAA

Maria Cláudia de Mesquita (Mestre – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 10 – Prédio I

O romance histórico Lealdade (1997), de Márcio Souza, mostra a trajetória do protagonista Fernando Simões Correia em busca de sua identidade. O enredo relembra episódios do século XIX, na província do Grão-Pará e Rio Negro, quando a região combatia por sua independência. Assim, a luta pela identidade cultural que se estabelece na província dá-se paralelamente

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àquela do protagonista: ao lado do embate entre a identidade e a alteridade, que vemos registrado na narrativa histórica da região, notamos o protagonista pender ora à identificação com o “outro”, ora ao afastamento dele, encarando-o como inimigo. A chegada da Corte portuguesa ao Brasil (1808) e a invasão de Caiena pelo exército português (1809) são fatos históricos que alteram a identificação que o protagonista, nascido em Belém, tem com os portugueses ou com os paraenses. Os conflitos identitários que permeiam a narrativa possibilitam que o protagonista tenha um desenvolvimento moral que pode caracterizar este texto como sendo um romance de formação do homem, segundo as considerações de Bakhtin (2003).

OO EESSTTUUDDOO EETTNNOOGGRRÁÁFFIICCOO DDOO DDIISSCCUURRSSOO AADDOOLLEESSCCEENNTTEE:: EEMM BBUUSSCCAA DDOO PPRRÍÍNNCCIIPPEE EENNCCAANNTTAADDOO CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEOO SSOOBB OO OOLLHHAARR DDEE SSTTEEPPHHEENNIIEE MMEEYYEERR

Maria das Graças Alves Rodrigues

(Especialista – UFPB) Maria do Rosário Silva Leite

(Mestranda – UFPB – CNPq) Mauriene Silva de Freitas

(Mestranda – UFPB – CAPES) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

Este trabalho se insere dentro de um projeto, e é desenvolvido no âmbito de um Grupo de pesquisa denominado: Grupo de Estudos em Brasilidade-GEBRAS, Coordenado pela professora Dra. Wilma Martins de Mendonça junto à Universidade Federal da Paraíba/ PROLING. Nosso objetivo é discutir e analisar como se produzem escolhas de diversos gêneros literários. Deste modo, este projeto pretende verificar o frisson sobre as obras Crepúsculo, Lua nova, Eclipse e Amanhecer, da autora Stephenie Meyer, de 2005, que já venderam mais de 85 milhões de cópias em todo o mundo, com traduções em 37 línguas, para 50 países. Com o foco no estudo etnográfico do discurso adolescente feminino no Brasil e suas diferentes perspectivas adotadas neste, que fizeram desta série uma febre internacional. Verificaremos nesse discurso, a ressurreição ideológica ou não, da tipologia do príncipe encantado, que retoma o mundo onírico dos contos de fada, para numa nova roupagem, nos apresentar um novo príncipe dos tempos modernos. Portanto, partimos do princípio de que deve haver elementos estruturais pertinentes no príncipe de outrora e no príncipe da contemporaneidade, na visão feminina adolescente brasileira, resgatando a memória cultural e trazendo-os à atualidade através do discurso das jovens leitoras. Há vários eixos sobre os quais se apoiam nossa pesquisa acadêmica, como o Discurso, a Memória, o Sentido, a Identidade. Nosso referencial teórico é o da Análise do Discurso de linha francesa (AD), na interconexão com os Estudos Culturais, que nos fornece subsídios por meio de pesquisa netnográfica baseada em Zygmunt Bauman, Pierre Weir e Beth Brait.

AA GGUUEERRRRAA EEMM AANNTTÓÓNNIIOO LLOOBBOO AANNTTUUNNEESS

Maria Siqueira Santos (Mestranda – UEL – CAPES)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

Extensa, a obra de António Lobo Antunes apresenta a guerra como um tema recorrente. Memórias de elefante e Os cus de Judas (1979), Fado Alexandrino (1983), O esplendor de

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Portugal (1997) e Exortação aos crocodilos (1999) são exemplos de romances antunianos que têm como fio condutor narrativas de guerras: vivências, memórias, sofrimentos, traumas. Nos dois primeiros livros, a narrativa gira em torno da história de ex-combatentes que estiveram lutando em Angola durante a Guerra Colonial e que agora, de volta à pátria, procuram encontrar algum sentido para sua vida depois de experimentar momentos de profunda dor e desespero. Extremamente autobiográficos, esses romances trazem à tona a discussão a respeito das fronteiras entre literatura e historiografia, tema clássico nos debates acerca do romance histórico. Já o Fado Alexandrino focaliza o reencontro de ex-combatentes portugueses da Guerra Colonial em Moçambique. O esplendor de Portugal, por sua vez, composto de quatro vozes narrativas que se intercalam ao longo do texto, narra a história de uma família luso-angolana que passa por um processo de fragmentação articulado com os acontecimentos políticos envolvendo os dois países. Por fim, em Exortação aos crocodilos, Lobo Antunes novamente lança mão da dispersão narrativa ao criar quatro narradoras para um mesmo acontecimento. Esposas, amantes, namoradas, elas acompanham seus parceiros, terroristas de direita, na reação contra comunistas que tomaram o poder na revolução de 1974.

JJOOSSÉÉ SSAARRAAMMAAGGOO:: FFIICCÇÇÃÃOO EE// OOUU RREEFFLLEEXXÃÃOO TTEEÓÓRRIICCAA??

Marilda Beijo (Doutoranda – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

A presente comunicação terá como objeto de análise os romances: Manual de pintura de caligrafia (1977) e O ano da morte de Ricardo Reis (1984), de José Saramago. As obras em questão compõem parte do corpus de uma pesquisa mais abrangente que está sendo desenvolvida, baseando-se no gênero romance visto como gênero ensaio. Neste momento, será necessário fazer um recorte da temática pesquisada, abordando-se apenas alguns aspectos relevantes das obras acima citadas. Em O ano da morte de Ricardo Reis será analisado os limites e a fluidez entre os gêneros literários (prosa/poesia) apresentados no romance. Além disso, serão discutidas as reflexões acerca da própria palavra e, por extensão, da literatura e do fazer literário, salientando-se que tais aspectos podem ser igualmente vistos em Manual de pintura de caligrafia. Ainda em Manual de pintura de caligrafia será possível debater sobre a condição do artista frente à sua obra e a relação entre as várias formas de manifestações artísticas, por exemplo, literatura/pintura. Assim, pretende-se relacionar as obras do escritor José Saramago, buscando os pontos de intersecção entre as temáticas levantadas e refletidas em seus romances ensaísticos.

AA EESSTTÓÓRRIIAA EEMM TTUUTTAAMMEEIIAA:: IINNVVEENNÇÇÃÃOO EE AAUUTTOO--AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO

Maryllu de Oliveira Caixeta (Doutoranda – UNESP/Araraquara)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

Em Tutameia – terceiras estórias (1967), o último livro editado por Guimarães Rosa em vida, numerosas pistas são distribuídas e despistadas por um mecanismo íntegro com numerosos dispositivos consideráveis na ordenação progressiva de suas contribuições à interpretação. Alguns críticos apontaram relações entre os minicontos, nessas Terceiras estórias, ajudando a compor o todo do livro como a representação de um cosmo mágico-simbólico. Essa variedade

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de pistas dispersas compõe uma rede de sugestões à interpretação que deve perseguir um caminho longo de considerações formais para situar cada pista em relação à obra construída como um todo de unidade tão grandiosa como problemática. O adiamento da interpretação requerido pelo farejamento indispensável de tantas pistas funciona como obstáculo à síntese, condicionando a continuidade do debate, ou seja, obstaculizando a determinação de um sentido último. Tal concentração formal ou variedades de pistas a serem consideradas na interpretação pode ser identificada desde Primeiras estórias que, junto às Terceiras estórias, marcam certa mudança em relação às primeiras obras de Guimarães Rosa, a saber, Sagarana, Corpo de baile e Grande sertão: veredas. A opção pela estória enquanto narrativa curta, nas Primeiras estórias, é radicalizada em Tutameia. A centralidade, devida aos títulos da forma narrativa “estória”, funciona como pista principal no desenvolvimento de nossa pesquisa. Pensaremos as implicações da forma narrativa “estória”, que privilegia a invenção, dentro da ordenação geral dessa obra autoavaliativa.

MMEECCAANNIISSMMOOSS DDOO CCÔÔMMIICCOO RREELLAACCIIOONNAADDOOSS AAOO HHUUMMOORR PPOOLLIITTIICCAAMMEENNTTEE IINNCCOORRRREETTOO DDEE SSOOUUTTHH PPAARRKK

Mateus Pranzetti Paul Gruda (Mestrando – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

Na atualidade o discurso do humor e seu código estão disseminados por todas as esferas sociais, estando presente no discurso da publicidade, da moda, da indústria cultural, no meio político, nas manifestações da sociedade civil, nas obras de arte, etc. Enfim, o humorismo passou a ser um dos mediadores principais das relações com os outros e com o mundo. Desta forma, podemos afirmar a importância de análises circundando temáticas que envolvam o cômico. Os efeitos provocados pelo discurso do humor, como o escracho e o riso, estão conectados a mecanismos particulares, sendo muitos deles já estudados, fundamentados e formalizados por teóricos como Henry Bergson e Vladimir Propp; em nosso trabalho discorreremos sobre alguns destes mecanismos, atentando para suas características e modo de funcionamento, são eles: ironia, paródia, sátira e intertextualidade. Trataremos especificamente do humor politicamente incorreto, o qual, embora esteja imerso dentro do universo do discurso humorístico, detém particularidades que salientaremos. Para desenvolvermos nosso trabalho tomamos como corpus empírico de análise o desenho animado politicamente incorreto South Park, criação de Trey Parker e Matt Stone.

““TTIIPPOOSS LLIITTEERRÁÁRRIIOOSS CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEOOSS””:: OO OOLLHHAARR CCRRÍÍTTIICCOO DDEE MMAACCEEDDOO SSOOAARREESS SSOOBBRREE AA OOBBRRAA DDEE GGOONNÇÇAALLVVEESS DDIIAASS

Maurílio Mendes da Silva

(Mestrando – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

A Revista do Ensaio Filosófico Paulistano, fundada em 1850, por iniciativa de Álvares de Azevedo, é uma excelente fatia do pensamento da época, se mostrando como uma importante fonte de pesquisa para o estudo da história, do direito, da filosofia e da literatura no Brasil. Nela, em 1961, A. J. Macedo Soares publicou um longo ensaio sobre o poeta Gonçalves Dias. O ensaio “Tipos Literários Contemporâneos – Gonçalves Dias” parte da verificação do

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descompasso entre a opinião pública e a “tibieza” com que, de início, a crítica recebeu os Primeiros Cantos, para fazer uma análise minuciosa da obra do poeta. Abordando, inclusive, importantes aspectos estruturais e temáticos da poética gonçalvina. Buscando, já naquele momento, respostas para a singular popularidade alcançada pelo poeta maranhense, Macedo Soares lança sobre a obra de Gonçalves Dias importante olhar crítico, que marca profundamente o modo como esse autor foi lido pela posteridade. Esta comunicação pretende apresentar o referido ensaio de Macedo Soares, e através dele fazer uma reflexão sobre os paradigmas críticos do período em questão, e a partir dessa reflexão, discutir a possibilidade de novas formas de leituras da obra de Gonçalves Dias.

OO SSUUBBSSTTAANNTTÍÍFFIICCOO TTUUTTAANNOO DDOOSS PPRRÓÓLLOOGGOOSS RRAABBEELLAAIISSIIAANNOOSS:: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE DDOO PPRREEFFÁÁCCIIOO DDEE GGAARRGGAANNTTUUAA

Meriele Miranda de Souza

(Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 10 – Prédio I

Em Palimpsestes, Gérard Genette destaca os elementos paratextuais, isto é, que envolvem o texto central; dentre eles figura o prefácio ou prólogo, que consiste em um discurso pré-textual, podendo ser de responsabilidade do próprio autor, editor, ou de terceiros. Embora seja muitas vezes relegado pelos leitores, o prefácio apresenta informações de considerável importância em relação à obra que antecede: pode indicar o assunto, os objetivos, a metodologia e as condições de produção do texto central. No prefácio a Gargantua, Rabelais utiliza-se de metáforas, comparações e outras artimanhas discursivas a fim de convencer seu leitor do valor e importância de seus escritos, além disso, oferece-lhe o modelo de “leitor ideal”, orientando-o para a futura leitura. Os prefácios rabelaisianos são de grande importância no âmbito dos estudos paratextuais, não só pelo seu valor inaugural – já que foram os primeiros a surgirem destacados do corpo do texto – mas também pela sua exploração simbólica e metafórica. Assim, tendo em vista a importância dos estudos paratextuais e, particularmente, dos paratextos rabelaisianos, procuraremos analisar o prefácio de Gargantua e sua indispensável contribuição para a compreensão da obra prefaciada.

AA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDOO IINNFFEERRNNOO:: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE DDAA CCAARRNNAAVVAALLIIZZAAÇÇÃÃOO EEMM PPAANNTTAAGGRRUUEELL,, DDEE FFRRAANNÇÇOOIISS RRAABBEELLAAIISS

Meriele Miranda de Souza

(Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

No capítulo XXX da obra Pantagruel, de François Rabelais, narra-se a cena da morte de Épistemon que, uma vez morto, vai para o inferno, onde encontra muitos homens que foram importantes na terra, ocupados em ofícios humildes como: vendedor de mostarda, lenhador, vaqueiro, limpador de latrinas, camponês, vinhateiro etc. Opera-se neste episódio o que Bakhtin designa como carnavalização. Para o crítico, esse recurso consiste na transgressão da cultura oficial por meio da inversão jocosa e do riso. O discurso carnavalizado é uma herança das imagens das festas populares da Idade Média, em que se observava a abolição das diferenças hierárquicas e a subversão das normas e regras da alta cultura, ancoradas na concepção de mundo cristã. Esses festejos eram marcados por uma atmosfera alegre e pela

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inversão social: o rei era obrigado a vestir-se como bufão e, por sua vez, o bobo da corte trajava as vestes reais. No episódio supracitado, Rabelais carnavaliza a ordem social vigente assim como elementos da alta cultura medieval, atribuindo a pessoas de destaque na sociedade funções típicas da baixa classe social. Por sua vez, os diabos, que na concepção cristã aparecem como seres maléficos e aterrorizantes, no inferno rabelaisiano são sujeitos bons e hospitaleiros. Assim, por meio desta comunicação, pretendemos analisar como se processa o recurso da carnavalização nesse episódio da representação do inferno em Pantagruel, de François Rabelais.

CCOOMM CCUULLTTUURRAA SSEE AAPPRREENNDDEE EESSPPAANNHHOOLL

Michel Maria Sabino (Graduado – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 5 – Prédio I

Ensinar uma língua estrangeira vai muito além de mostrar aos alunos seus mecanismos e funcionamentos; para que o processo de ensino-aprendizagem seja realmente contemplado se faz necessário vivenciar práticas concretas, ou seja, situações significativas para os alunos a fim de despertar o interesse e fazê-los compreender a função social do que estão aprendendo. O processo deve ser instigante e baseado na vivência, na experiência social do educando, almejando uma expansão da visão de mundo dessa criança. Os parâmetros atuais privilegiam ações que auxiliem os alunos a desenvolver habilidades em leitura, interpretação e produção de textos. É preciso que os educandos sejam postos frente aos mais variados gêneros textuais, às mais variadas situações de comunicação; logo, necessitamos de práticas que insiram o educando em contextos que favoreçam o seu processo de letramento. Nessa perspectiva, através de um olhar que busca colocar o aluno em contato com a cultura, com o idioma e as particularidades dos povos, o presente projeto vislumbra servir como instrumento importante no processo de comunicação e textualização dos alunos, seja em língua portuguesa ou em língua espanhola. Outro fator a ser considerado é o processo de expansão pelo qual esta última língua está passando; desde o ano de 2005 está sancionada a Lei nº 11.161, que determina a implantação do seu ensino nas escolas brasileiras, uma vez que o espanhol, além de ser falado por mais de 332 milhões de pessoas (10 milhões a mais do que o inglês), é o idioma oficial do Mercosul.

RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDAA AASSSSEEMMBBLLEEIIAA FFEEMMIINNIINNAA EEMM AASS TTEESSMMOOFFOORRIIAANNTTEESS,, DDEE AARRIISSTTÓÓFFAANNEESS

Milena de Oliveira Faria

(Mestranda – USP) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

Das peças com tema feminino, de Aristófanes – Lisístrata (411 a.C), As Tesmoforiantes (411

a.C) e Mulheres na Assembleia (392 ou 391), – a segunda foi a que menos despertou o interesse dentre os estudiosos do século XX. Até a década de 80, antes dos estudos de Froma Zeitlin (1981), essa era uma comédia considerada de menor valor literário pela crítica, pois não apresentava uma heroína forte, como Lisístrata, ou uma ideia inovadora, como a de Praxágora; a peça era vista então apenas como uma aglomeração pobre de paródias de peças euripidianas. A partir dos estudos de Zeitlin, então, a peça passa a ser observada de modo

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mais profundo, a autora explica que as paródias não são meras pilhérias, mas fazem uma intersecção entre o feminino e o masculino, o cômico e o trágico. Slater (2002), por sua vez, vai além e enxerga, na representação da assembleia feminina, outras possibilidades de leitura, como a possível referência à repressão que os atenienses sofriam no período da crise de 411. O objetivo deste trabalho é, portanto, passar em revista os estudos mais atuais sobre As Tesmoforiantes e, a partir disso, fazer uma breve análise da representação da assembleia feminina nos versos 295 ss.

FFIICCÇÇÃÃOO MMEEMMOORRIIAALLÍÍSSTTIICCAA EE EESSTTRRUUTTUURRAAÇÇÃÃOO CCRROONNOOLLÓÓGGIICCAA

Milton Hermes Rodrigues (Doutor – UEM)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 10 – Prédio I

Os “estudos culturais”, intermediado às vezes por aqueles sobre os “gêneros do discurso”, têm carreado para a área de Letras, particularmente de literatura, um interesse crescente por textos fora dos parâmetros estritamente literários, tal como os registros memorialísticos (biografia, autobiografia, memórias...). O avanço dos estudos nesse campo, como os de Philippe Lejeune, levaram ao estabelecimento de diferenças entre esses “gêneros” referenciais e o estatuto ficcional de textos com temática memorialística. Esta comunicação pretende sugerir um fator diferenciador – no plano da ficção memorialística – centrado na estruturação temporal. Parte do princípio de que esse tipo ficcional opera, no plano cronológico, uma espécie de estranhamento complicador suscetível de ser tomado como um atributo mais propriamente literário. Sua complexidade cronológico-estrutural, aferível também pelo jogo entre fábula e trama, assume certas peculiaridades no romance Cinzas do norte (Milton Hatoum), com vozes narrativas múltiplas e enredo alinear. Essas peculiaridades se referem a alguns tipos de mobilidade cronológica relacionados tanto a uma (voz) narrativa tomada isoladamente quanto ao intercâmbio entre elas, o que pressupõe o estabelecimento da fábula e da sintaxe narrativa geral.

OO EESSCCAAPPEE DDEE UUMM PPRRIISSIIOONNEEIIRROO DDAA MMOODDEERRNNIIDDAADDEE

Mirane Campos Marques (Mestranda – UNESP/SJRP – CAPES)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

Esta comunicação propõe algumas reflexões sobre as noções de modernidade e experiência, formuladas por Walter Benjamin, em textos como “Sobre alguns temas em Baudelaire”, “O narrador” e “Experiência e pobreza”, em um paralelo com a obra ficcional e um texto ensaístico, “Sobre histórias de fadas”, de J.R.R. Tolkien, buscando promover um diálogo entre os dois autores que, segundo nos parece, apontam para perspectivas diferentes no aporte desses temas. Ao propor esse diálogo, centrar-nos-emos, principalmente, em um contraponto entre o modo como Baudelaire, segundo a leitura do filósofo alemão, e Tolkien, colocam-se frente ao mundo moderno. Embora em ambos perceba-se certo desencantamento frente à industrialização e à perda de certos valores tradicionais, bem como com uma espécie de desumanização do homem, as obras dos dois escritores abordam essa questão de modo bastante distinto. Enquanto o primeiro desenvolve uma poética que, segundo Benjamin, “oscila” entre a rememoração e a “turba dos segundos”, combinando, portanto, tradição e

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modernidade; o escritor inglês parece propor uma poética em oposição ao mundo industrial. Essa discussão, segundo nos parece, permitirá uma revisão da noção de “escapismo” geralmente atribuída aos romances de fantasia.

AA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO SSOOCCIIAALL DDOOSS JJAAPPOONNEESSEESS NNAA RREEVVIISSTTAA KKOOSSMMOOSS ((11990044--11990099))

Monica Setuyo Okamoto

(Professora – UNESP/Assis) (Doutoranda – USP)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Anfiteatro Antônio Merisse

A Revista Kosmos foi um periódico brasileiro de circulação mensal que contou com 64 números entre janeiro de 1904 e abril de 1909. Considerada uma revista de variedades, que tomava como referência os periódicos franceses, a Revista Kosmos teve grande aceitação, sobretudo junto à burguesia carioca da época. Cabe informar que a capital federal brasileira vivia um período de “euforia urbanizadora” com projetos de modernização do Rio de Janeiro. O intuito era divulgar uma imagem mais positiva do Brasil e sua gente no exterior; em outras palavras, mostrar-se “civilizado”, europeizado. Assim, a Revista Kosmos representava um esforço brasileiro para divulgar uma imagem positiva do Brasil para os estrangeiros e para os próprios brasileiros. Isso nos leva a crer que a imprensa, nesse período, foi um importante veículo de propaganda e manipulação governamental. Nesse sentindo, podemos citar a ênfase dada, pela revista, ao programa do governo “Rio civiliza-se”. Dentro desse contexto específico, analisaremos os inúmeros artigos sobre o Japão, publicados na referida revista, que contribuíram de certa forma, para aumentar a auto-estima da nação brasileira em detrimento da imagem do Japão e dos japoneses.

FFOORRMMAASS EEMM TTRRAANNSSFFOORRMMAAÇÇÃÃOO:: UUMMAA LLEEIITTUURRAA CCOONNTTRRAASSTTIIVVAA DDOOSS RROOMMAANNCCEESS DDEE JJOOSSÉÉ CCÂÂNNDDIIDDOO DDEE CCAARRVVAALLHHOO

Naiara Alberti Moreno

(Graduanda – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

O presente trabalho consiste numa análise comparativa entre as personagens mencionadas nos títulos dos dois romances de José Cândido de Carvalho (1914-1989): Olha para o céu, Frederico! (1939) e O coronel e o lobisomem (1964). A discussão acerca do processo de caracterização das personagens de Frederico e do coronel Ponciano, aliada ao estudo do foco narrativo de ambas as obras, permite lançar luz sobre aspectos fundamentais da composição estrutural desses romances. Embora sejam ambos narrados em primeira pessoa, o primeiro utiliza-se da voz de uma personagem, Eduardo, que ao reconstruir a história de seu tio Frederico acaba reelaborando inclusive a sua própria trajetória, ao passo que o segundo serve-se da voz da protagonista Ponciano, narrador autodiegético, portanto. Além das divergências de natureza formal, relacionadas mais especificamente com a configuração do foco narrativo, este estudo contempla também uma análise contrastiva entre os traços fundamentais dessas duas personagens, separadas por um longo período de tempo na carreira de seu criador enquanto romancista. Averiguar as soluções formais encontradas pelo autor em diferentes épocas é também apreender a transformação do romance brasileiro de vertente regionalista

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que, se por um lado manteve certa constância de ordem temática, reformulou, por outro, a técnica estrutural e atualizou seus recursos expressivos.

A PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO TRADICIONAL

Natália Baptista Pichinim (Graduanda – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 5 – Prédio I

Considerando a deficiência do ensino e os maus resultados que temos visto na educação básica, a proposta é desenvolver, com base em estudos, pesquisas e observações, uma metodologia adequada, que consiga despertar no aluno-leitor competências associadas à leitura do texto verbal, como, por exemplo, fluência, fôlego, criticidade, velocidade, sensibilidade para o campo literário, capacidade de estabelecer relações entre textos, de reconhecer gêneros e subgêneros, de sintetizar e hierarquizar ideias, entre outras. Para isso, a confecção de oficinas de leituras e produções de textos orais e escritos será realizada, levando em conta a heterogeneidade e as principais necessidades da sala de aula, a fim de amenizar as diferenças e estimular leituras conscientes e reflexivas, ampliando, assim, os horizontes de expectativas dos alunos e despertando, também, a consciência dos professores para a importância de ser um professor-leitor. Esperamos com isso criar, ampliar e despertar a capacidade de argumentação e, consequentemente, a formação de cidadãos responsáveis e conscientes de seus deveres e direitos, de seu papel na sociedade, tornando-os capazes de analisar a realidade atual e, assim, planejar e colaborar para a promoção de um futuro melhor. Desse modo, a proposta é apresentar os resultados obtidos na Escola Estadual Dr. José Augusto de Carvalho (Cândido Mota/SP) com o trabalho desenvolvido com alunos do 6º. ano, os quais embora apresentassem muitas dificuldades, demonstraram expressivo interesse pelas atividades de leitura sempre que os textos se aproximavam de seu cotidiano. O investimento nessa proximidade firma-se, portanto, como uma estratégia pedagógica capaz de suscitar o gosto pela leitura.

AA LLÍÍNNGGUUAA EESSPPAANNHHOOLLAA,, SSUUAA HHIISSTTÓÓRRIIAA,, FFOONNEEMMAA EE GGRRAAMMÁÁTTIICCAA

Natalia Fernandes Naranja (Graduanda – UNIESP)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

A língua espanhola é hoje uma das seis línguas oficiais das Nações Unidas e a segunda língua mais falada no Ocidente. Sua origem é românica, do grupo Ibero-Românico, tendo surgido no norte da Espanha e se espalhando com o tempo pelo Reino de Castela. Na Idade Média, foi adotada a mesma língua do nome de Castelhano. O termo espanhol procede do latim medieval, hispaniolus, denominação latina da Península Ibérica Hispania. A denominação do idioma como espanhol em detrimento da forma Castelhano, costuma gerar uma situação conflituosa. Sabe-se que na Espanha existem outros idiomas, tais como: galego, basco e catalão. Assim se você disser que fala espanhol, pode-se subentender que você também fala esses outros idiomas. Apesar do espanhol ser um idioma falado em regiões distantes, a ortografia e as normas gramaticais asseguram a integridade da língua. Os verbos na gramática espanhola se dividem em três conjugações que podem ser identificadas segundo as duas últimas letras do infinitivo ar, er ou ir. Os verbos conjugam-se em quatro modos verbais: indicativo, subjuntivo, imperativo e potencial. Ainda existem três formas impessoais: infinitivo,

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gerúndio e particípio que entram na composição dos verbos compostos e perífrases verbais. No espanhol, há muitas letras que não possuem os sons que estamos acostumados a ouvir em português como, por exemplo, o J, que tem o som de R, o Ñ tem o som de NH, o LL tem som de LH, o V tem som de B, e várias outras. É um equívoco pensar que a comunicação entre o português e o espanhol pode ser feita de maneira eficaz quando não se tem o conhecimento da língua. De fato, existem algumas semelhanças entre as duas línguas. Entretanto, há palavras que não possuem o mesmo significado. É difícil compreender uma língua sem o estudo de seu vocabulário e sua gramática básica.

RREELLEEIITTUURRAASS AANNTTRROOPPOOFFÁÁGGIICCAASS:: PPRRAATTAA EE SSPPIINNOOLLAA RREECCRRIIAAMM DDAANNTTEE

Nathalia de Campos Dalio (Mestranda – UNESP/Assis – CNPq)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 10 – Prédio I

As narrativas pós-modernas têm como uma de suas características a transgressão, sobretudo no trabalho de releitura do cânone, num movimento antropofágico de absorver, transformar e reinserir, na cultura, temas, personagens e histórias que são apresentados a partir de novos ângulos, novas perspectivas. Tudo isso é feito, principalmente, através dos processos intertextuais de adaptação, apropriação e paródia. Tais procedimentos podem ser observados nos romances Dante Alighieri visita a comédia paulistana (2000), de Noênio Spínola, e Purgatório: a verdadeira história de Dante e Beatriz (2007), de Mário Prata, que, como os próprios títulos sugerem, fazem uma releitura do clássico A divina comédia, de Dante Alighieri. O poeta florentino e sua viagem aos universos do Inferno, Purgatório e Paraíso são a inspiração para os autores brasileiros, que irão recriar o universo dantesco, adaptando-o para os dias e realidade atuais. É, portanto, objetivo de nosso trabalho discutir os procedimentos intertextuais de adaptação, apropriação, e paródia utilizados pelos autores, bem como a inserção desses romances no que se convencionou denominar “cultura de massa”.

AA FFOORRMMAA ((ÔÔ)) CCRRIIAADDOORRAA DDEE ““JJUUCCAA MMUULLAATTOO””:: DDAA FFOORRMMAA ((ÓÓ)) MMEEDDIIEEVVAALL AAOO TTEEMMAA MMOODDEERRNNOO

Nilce Camila de Carvalho

(Mestranda – UEL – CAPES) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

O poema “Juca Mulato” (1917), de Menotti del Picchia, no momento de sua publicação foi considerado inovador e polêmico por narrar a história de amor de um caipira “mulato”. Apesar de apresentar um “tema moderno”, o poema suscitou constantes debates em razão de sua estrutura ainda ser devedora da estética parnasiana. No entanto, o poema não possui resquícios apenas parnasianos, pois em sua forma e tema observam-se elementos herdados do trovadorismo português, romantismo/sertanismo romântico, regionalismo realista, simbolismo e naturalismo. O objetivo desse trabalho é analisar as formas poéticas escolhidas pelo autor para cantar a história desse “caboclo do mato” que representou o momento de transição da sociedade rural paulista para a urbana e reafirmou permanências literárias que mesclam a poesia popular com a poesia erudita.

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AA PPOOEESSIIAA CCLLÁÁSSSSIICCAA JJAAPPOONNEESSAA EE SSEEUUSS RREECCUURRSSOOSS EESSTTIILLÍÍSSTTIICCOOSS

Olívia Yumi Nakaema (Mestranda – USP)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

Por meio da análise de poemas da obra Kokinwakashû (Coletânea de poemas waka de outrora e de hoje), primeira compilação oficial elaborada por ordem do imperador Daigo, em 905, no Japão, este trabalho visa investigar os recursos estilísticos poéticos mais utilizados. Ainda pouco estudada no Brasil, essa antologia apresenta uma grande importância para a literatura japonesa, uma vez que seus poemas representam a produção poética do Período Heian (fim do século VII ao final do século XII) e a obra contém o prefácio de autoria de Kino Tsurayuki, o qual é considerado o primeiro tratado de arte poética do Japão. Dentre os recursos estilísticos analisados estão: makurakotoba (palavra-travesseiro), kakekotoba, jokotoba e engo. Desse modo, a partir da definição bakhtiniana de gênero e estilo, procuramos definir o gênero poético waka (poema clássico japonês) e os recursos estilísticos encontrados na Coletânea de poemas waka de outrora e de hoje, de autoria do poeta Kino Tsurayuki.

AA PPRROOFFEECCIIAA MMAAIIAA PPAARRAA OO FFIIMM DDOO MMUUNNDDOO ((22001122))

Osmar Barboza Junior (Graduando – UNIESP)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

A cultura maia é uma ramificação da civilização olmeca, que se emergiu em torno do ano 500 a.C. a 900 d.c A civilização maia clássica despontou no atual México e America Central. Os maias podem bem serem comparados com as civilizações da Mesopotâmia; tinham escrita hieroglífica, grandes redes comerciais, arte e cultura. No calendário foi descoberta uma possível profecia que se dividia em 7 partes, com a duração de 5.125 anos, iniciada provavelmente em 3.113 a.C., e que terminaria em um sábado no dia 22 de dezembro de 2012. A contagem do tempo sofreu muitas mudanças, na passagem do calendário neolítico para o calendário Juliano e, logo depois, com a ideia de tempo dos Romanos, que se baseavam na contagem egípcia. Depois, surge o calendário gregoriano na era cristã. Para exemplificar um pouco essa relação, imagina-se a mudança e a perda de dias durante a transição de um calendário para outro. Por isso, devemos ter cuidado em relacionar datas antigas com as nossas atuais datas. Algumas ideias em relação ao nosso tempo podem ter sofrido variações; como o homem sabe que hoje estamos realmente em 2010?

RREEFFLLEEXXÕÕEESS SSOOBBRREE AA FFOONNTTEE HHIISSTTÓÓRRIIAA DDOOSS GGOODDOOSS,, VVÂÂNNDDAALLOOSS EE SSUUEEVVOOSS,, DDEE IISSIIDDOORROO DDEE SSEEVVIILLHHAA

Pâmela Torres Michelette

(Mestranda – UNESP/Assis – CAPES) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

Esta comunicação tem como objetivo compreender questões referentes à fonte História dos godos, vândalos e suevos de autoria do bispo Isidoro de Sevilha (560-636) que viveu na passagem do século VI para o VII, na Hispania Visigoda, um período de transformações, no

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qual se buscava afirmar a unidade religiosa, política, legal, administrativa e de identidade do reino visigodo. Este documento representa para a historiografia alto-medieval uma mudança decisiva em comparação com as produções anteriores, haja vista que a superioridade de Roma não está mais em primeiro plano. Evidenciando uma sensação de desvencilhamento da tutela imperial, isto é, apresentando uma visão universal e providencialista no quadro da história deste reino germânico. Essa obra é, concomitantemente, um panegírico do povo visigodo e de seus reis – realçando o triunfo sobre o Império Romano – com caráter de história eclesiástica, revelado por seus aspectos didático-morais e apologéticos. Isidoro de Sevilha desenvolveu na maior parte de seus escritos não apenas as preocupações e anseios de um indivíduo isolado, mas os desejos e temores também do restante do corpo, em sua maioria, que compunham a Igreja hispano-visigoda e a instituição monárquica visigótica.

AAMMEERRIICCAANNIIDDAADDEE EEMM ‘‘OO CCAANNTTOO DDOO ÍÍNNDDIIOO’’,, DDEE GGOONNÇÇAALLVVEESS DDIIAASS

Patricia Aparecida Gonçalves de Faria (Graduanda – UNESP/Assis – PIBIC/CNPq)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

Em seus poemas, Gonçalves Dias (1823-1864) teve toda uma preocupação com a divulgação de uma literatura empenhada na construção e na afirmação de uma identidade nacional, a ponto de destacar em seus versos o engrandecimento da terra brasileira e a valorização do índio, elemento humano e americano por excelência. Assim, neste texto, pretendo fazer uma leitura do poema “O Canto do Índio”, de Gonçalves Dias, presente no livro Primeiros cantos (1846), observando e analisando, sob a ótica da americanidade, como se constrói, em seus versos, o amor entre o mundo indígena e a tradição europeia, e o sentimento de exaltação e pertença à América. Reler este poema por este prisma é constatar que para o poeta romântico cantar o índio era acima de tudo a convicção de que o autóctone era parte integrante do solo americano do qual emergia a brasilidade.

UUMM BBRRIINNDDEE AAOOSS AASSSSIINNAANNTTEESS:: EESSTTRRAATTÉÉGGIIAASS EE IINNIICCIIAATTIIVVAASS DDOO JJOORRNNAALL OO EESSTTAADDOO DDEE SS.. PPAAUULLOO ((11887755--11994400))

Patrícia Trindade Trizotti

(Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

Nas últimas décadas do século XIX, produziram-se em São Paulo impressos dos mais diversos matizes: agronômicos, pedagógicos, científicos, institucionais, esportivos, religiosos, femininos, operários, infantis, teatrais, irreverentes e literários. No entanto, a rede de produção da qual faziam parte era extremamente complexa e envolvia várias etapas. Entre elas, a mais difícil era a colocação e manutenção do impresso no mercado. A grande maioria, com dificuldades em se manter entrou no rol de publicações efêmeras. As tentativas de sustentar os periódicos encontraram nas assinaturas, sua modalidade inaugural. Essa foi substituída posteriormente pelos anúncios publicitários, mantenedores das publicações desde então. O objetivo da presente comunicação é mapear as fórmulas que jornais como O Estado de S. Paulo utilizaram para angariar assinantes, a partir de premiações, desde o momento de sua criação em 1875, quando ainda era A Província de S. Paulo, até 1940, época em que se encontrava empastelado pela milícia de Vargas.

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AA IIMMPPOOSSSSIIBBIILLIIDDAADDEE DDEE DDIIZZEERR:: LLEEIITTUURRAA DDAA PPOOEESSIIAA BBRRAASSIILLEEIIRRAA CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEAA

Paulo César Andrade da Silva (Doutor – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

A escrita de José Paulo Paes, Armando Freitas Filho e Sebastião Uchoa Leite configura-se como uma poética "de beco sem saída" e se defronta com o impasse de viver entre a permanência do projeto modernista e sua ruptura, após o ofuscamento das renovações estéticas das pós-vanguardas. É sob a ótica da angústia causada pelo esvaziamento do espaço do sujeito que fala a poesia dos poetas em foco. Os três suscitam uma reflexão sobre o esgotamento da aventura do dizer, bem como a falta de lugar e sentido para a poesia num mundo banalizado e reificado. Ao mesmo tempo em que incorpora a tradição moderna da poesia, o eu lírico se reconhece perdido por entre labirintos e fragmentos da história. Perplexo e impotente diante do real, resta ao eu lírico registrar o eterno retorno, a repetição da história do homem, como linguagem e objeto da cultura, inserido num sistema de analogias. Se “tudo é linguagem”, como diz Octavio Paz, o mundo é um grande texto, rede de significantes tecidos com infinitas combinatórias de signos, cabendo ao poeta conceber analogias e correspondências entre o mundo – grande poema – e o poema – um mundo – para que cada verso abra um leque de relações com outras linguagens e outros sentidos.

OO FFIIMM DDAA AARRTTEE:: AAPPRROOXXIIMMAAÇÇÕÕEESS AAOO PPEENNSSAAMMEENNTTOO DDEE AARRTTHHUURR CC.. DDAANNTTOO

Paulo Fernando da Silva (Mestrando – UNESP/Marília)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

A obra de arte, desde o advento da pop art e de outros movimentos similares, tem sofrido vários questionamentos, como por exemplo: “o que distingue um objeto comum de uma obra de arte?”, “beleza e arte são essencialmente juntas?”. Enfrentando essas questões, propomos uma leitura filosófica da teoria de Arthur C. Danto, que interpreta as transformações ocorridas na arte a partir da década de 60, com especial atenção às obras de Duchamp, que preconizou o que ele nomeia como transfiguração do banal: objetos comuns apresentados como arte. Assim, Danto desenvolve uma teoria do fim da arte que se refere diretamente a Hegel. Destarte, a ideia de um fim da arte não significa propriamente sua morte, mas o fim das restrições históricas à criação artística e, mais precisamente, o fim de uma era da arte: a era da estética. Desta forma, o valor artístico de uma obra de arte se torna independente de suas qualidades exteriores, ou seja, estéticas.

NNAATTUURREEZZAA BBRRAASSIILLEEIIRRAA:: BBIIOODDIIVVEERRSSIIDDAADDEE EE LLIITTEERRAATTUURRAA OORRAALL

Paulo Henrique Martinez (Doutor – UNESP/Assis)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

A literatura oral oferece inúmeras possibilidades de investigação para a história ambiental do Brasil. O traço sedutor destes testemunhos reside não apenas na linearidade e na sucessão temporal, mas também na condensação de diferentes tempos e espaços que abrigam em

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registros narrativos variados (poemas, lendas, contos, provérbios, relatos etc.). A literatura oral permite ao historiador contemplar longas permanências e ocorrências breves no imaginário da natureza, da sociedade e da formação dos territórios coloniais portugueses na América. O poder de atração e de encantamento da natureza tropical – exuberância, variedade, formas, dimensões, cores, quantidades – alimentou simultaneamente o seu estudo pelos cientistas da Renascença e da Ilustração e a percepção social sobre animais e plantas do Brasil. Estas características da biodiversidade são reiteradas no imaginário científico, cultural e econômico pela literatura mítica, a sucessiva identificação e classificação de novas espécies da fauna e da flora e pelo intenso tráfico de animais silvestres no país. A compreensão da diversidade biológica e de seus significados históricos dispõe assim de amplo acervo documental para a história ambiental do Brasil. Os procedimentos metodológicos na análise desta documentação são examinados a partir da historiografia nacional e estrangeira.

MMIINNHHAA VVIIDDAA DDEE MMEENNIINNAA:: AA CCOONNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃOO DDAA IIDDEENNTTIIDDAADDEE DDOO SSUUJJEEIITTOO FFEEMMIINNIINNOO NNOO FFIINNAALL DDOO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX

Penha Lucilda de Souza Silvestre

(Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 2 – Prédio I

Este trabalho tem por objetivo investigar como se dá a constituição de identidade do sujeito feminino no texto literário Minha vida de menina (1942), de Helena Morley. Vale assinalar que o diário foi escrito no período compreendido entre os anos de 1893-1895, quando Helena tinha treze anos de idade. Ela foi motivada pelo pai, protestante eclético, a exercitar o hábito de escrever, pois além de registrar os acontecimentos pelos quais a família vivenciava, o professor de português da Escola Normal exigia das alunas uma composição diária. Havia também a presença de duas figuras femininas extremamente significativas para a protagonista: a avó matriarca e a tia Madge, professora e independente, filha de ingleses. Assim, a trama diz respeito ao cotidiano da vida em Diamantina, cidade mineira, onde os resquícios da escravidão eram latentes e a mineração em decadência. Dessa forma, Helena revela uma análise crítica da realidade histórica daquele momento, sobretudo do olhar estrangeiro de Alexandre, pai da protagonista, que através de uma visão protestante, permite a exposição de diferentes perspectivas históricas, sociais e religiosas. Dessa pluralidade de olhares, dá-se a constituição da identidade da personagem protagonista no final do século XIX. Então, para esta leitura nos apoiaremos nos estudos de Roberto Schwarz, especificamente o livro Duas meninas (1997), e o livro organizado por Antonio Candido, A personagem de ficção (2002), dentre outros estudiosos.

UUMMAA NNAARRRRAATTIIVVAA PPOOLLIICCIIAALL NNAA PPÓÓSS--MMOODDEERRNNIIDDAADDEE:: OO CCAASSOO BBUUFFOO && SSPPAALLLLAANNZZAANNII

Priscila Costa Domingues (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

Rubem Fonseca é um autor polêmico, que emprega uma linguagem investida de ironia corrosiva, que atinge e agride o leitor. Bufo & Spallanzani perpetua a tradição de maneira que, sem abrir mão da sua linguagem, o autor constrói uma obra-prima do romance policial. Contudo, quais aspectos devem ser levados em consideração para aceitarmos que um

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romance contemporâneo esteja tão intimamente ligado à tradição da literatura policial que possa receber o estatuto de clássico? Ao elaborar Bufo & Spallanzani, Rubem Fonseca escreve uma obra que segue os preceitos do romance policial tradicional – com um crime que aconteceu antes da história começar e com um detetive honesto que quer descobrir o culpado –, para quebrá-los logo em seguida. Rubem Fonseca discute como se faz um romance policial e quais são as suas principais características, ao mesmo tempo em que escreve uma narrativa policial. Assim, o autor constrói uma obra para todas as categorias de leitores: a da literatura de massa, que está interessada na história do crime; e a da literatura culta, que está interessada no que está por trás da história, no caráter metalinguístico da obra. Esses elementos colaboram para que se considere Bufo & Spallanzani uma referência do romance policial pós-moderno, já que, não sendo somente um livro policial, ele é também um romance policial, porém, no contexto literário da pós-modernidade.

OOSSMMAANN LLIINNSS EE AA NNAATTUURREEZZAA CCOOMMOO SSUUPPOORRTTEE PPAARRAA UUMM DDIISSCCUURRSSOO DDEE SSAAGGRRAAÇÇÃÃOO DDOO HHUUMMAANNOO

Priscila Medeiros Varjal de Melo

(Mestranda – UFPE – CNPq) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

De acordo com Michel de Certeau (1993), o mundo físico e corporal é em si mesmo discursivo, podendo ser representado tanto nos enunciados quanto nas imagens. Esta representação dupla é a que buscamos analisar, tanto na estrutura pedagógica quanto no sentido ético da narrativa “Retábulo de Santa Joana Carolina”, do livro Nove, novena (1966), do escritor Osman Lins. Valendo-se da construção de um grande retábulo, dividido em 12 partes ou “mistérios” – recurso artístico utilizado largamente pela Igreja Católica na Idade Média, segundo Vauchez (1995), na intenção de elevar um povo ainda rude e mal instruído além dos requisitos puramente materiais, para fazê-lo pressentir a existência de uma realidade superior –, Osman constrói a “Imagem da Santa Joana Carolina”, em louvor a um Humano em fase de extinção, recorrendo ao gênero Hagiográfico, modelo textual comumente utilizado para narrar a vida dos Santos Católicos, com interesse na causa da Canonização. Entretanto, sem apelar à autoridade da Santa Sé, como sabemos ser o procedimento comum aos cristãos, mas organizando em discurso os elementos de uma Natureza dessacralizada, busca restituir seu antigo estatuto junto ao Humano com um pacto pós-cristão.

AASS RREELLAAÇÇÕÕEESS DDAASS NNAARRRRAATTIIVVAASS DDEE FFRRIIEEDDRRIICCHH NNIIEETTZZSSCCHHEE CCOOMM OO GGÊÊNNEERROO LLIITTEERRÁÁRRIIOO DDAASS PPAARRÁÁBBOOLLAASS MMOODDEERRNNAASS

Rafael Miranda Porto Alegre (Graduando – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 2 – Prédio I

A proposta deste trabalho é o estudo crítico-literário da Bíblia, mais especificamente das parábolas bíblicas, em conexão com as manifestações do gênero parabólico na literatura moderna e contemporânea, que se tem servido amplamente da fonte bíblica. Dentre os autores que se utilizaram dessa forma característica de discurso presente na Bíblia, destacam-se os nomes de Sören Kierkegaard, Franz Kafka, Bertolt Brecht e Friedrich Nietzsche. Esses escritores deixam transparecer nitidamente as marcas da influência bíblica em suas produções

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artísticas. Com base nesse diálogo intertextual entre a fonte bíblica e a literatura, pretende-se demonstrar como os textos “A árvore da montanha” (Assim falou Zaratrusta) e o “Aforismo 125” (Gaia Ciência), de Friedrich Nietzsche (1844-1900), apropriam-se das particularidades estruturais do gênero literário da parábola. Nesses textos nietzschianos destacam-se procedimentos formais, temáticos e função didática característicos da construção discursiva do gênero da parábola. O trabalho propõe analisar também a filosofia nietzschiana da proclamação da “morte de Deus” e a ideia do “super-homem”, presentes nas duas narrativas. Com essas proposições, Nietzsche pretende elevar o homem acima de si mesmo, demonstrando que a morte de Deus transparece como resultado do progresso das Luzes, do triunfo da ciência e da racionalidade sobre as sombras da ignorância e da superstição.

AA EEXXPPEERRIIÊÊNNCCIIAA DDAA MMOODDEERRNNIIDDAADDEE NNOOSS RROOMMAANNCCEESS DDEE PPIIRRAANNDDEELLLLOO

Rafael Ridolfi (Mestrando – USP)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

O objetivo principal desse texto é analisar o livro Uno, Nessuno e Centomila como um romance-ensaio que coloca em cena o sujeito em meio às experiências da modernidade. Nesse âmbito, surge o conflito entre os papéis e a persona – Vitangelo Moscarda tenta romper com as estruturas que permeavam sua realidade até então. A partir desse momento, o narrador-personagem estabelece uma espécie de teoria com enfoque nas relações humanas e nas diversas personae que emergem no campo social. Sendo assim, o presente trabalho aborda os conflitos e a crise de Moscarda como elementos provenientes da experiência com a modernidade e seu respectivo ambiente movido pelo capital, pela vulgaridade e pelo interesse das relações pessoais.

RREESSGGAATTAANNDDOO OOSS CCOONNTTOOSS DDEE CCAARROOLLIINNAA MMAARRIIAA DDEE JJEESSUUSS:: TTRRAANNSSCCRRIIÇÇÃÃOO EE CCRRÍÍTTIICCAA GGEENNÉÉTTIICCAA DDEE UUMMAA PPOOÉÉTTIICCAA DDEE RREESSIIDDUUOOSS

Raffaella Andréa Fernandez

(Graduanda – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

Em 1960, a então catadora de lixo e favelada Carolina Maria de Jesus (1914-1977), tem publicado seu livro, Quarto de despejo, em co-autoria com o jornalista Audálio Dantas. A autoria do livro, que havia sido colocada em dúvida, foi habilmente resolvida pela crítica competente, sobretudo por aquela que recorreu aos originais para melhor situar a escrita da autora. A análise dos meandros da produção do diário, isto é, a crítica textual, possibilitou um questionamento sobre os mecanismos que caracterizaram a transformação dos manuscritos no livro e de suas diferentes publicações, mas não caracterizou o processo de criação de Carolina. Desse modo, a finalidade desse projeto será transcrever e analisar os contos manuscritos e inéditos de Carolina, procurando desvendar os mecanismos do processo criativo. Tendo em vista que a escrita caroliniana está centrada num discurso autobiográfico e memorialístico, é mister observar o papel do vivido no ato da produção de seus textos. Tal repetição instiga um questionamento não só de seu significado, mas também de seu efeito ficcional/narrativo, desencadeando uma reflexão acerca de uma teoria da escritura caroliniana.

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OO CCOOMMPPOONNEENNTTEE CCIINNEEMMAATTOOGGRRÁÁFFIICCOO NNAA LLIITTEERRAATTUURRAA FFOONNSSEEQQUUIIAANNAA

Rebeca Alves (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

A literatura de Rubem Fonseca (1925) apresenta características próprias da linguagem cinematográfica; além disso, o tema do cinema é frequentemente empregado pelo autor em seus textos, como podemos ver em O romance morreu (2007). Neste livro de crônicas, ao menos três vezes, Rubem Fonseca faz referência direta ao cinema em: “Cinema e literatura”, “Pipoca” e “José – uma história em cinco capítulos”. O autor tem, também, dois livros que se propõem a refletir sobre a arte cinematográfica, a saber, Vastas emoções e pensamentos imperfeitos (1988) e O selvagem da ópera (1994). Na primeira obra, o narrador é um cineasta que se vê impossibilitado de filmar por falta de recursos financeiros; na segunda, o narrador escreve a biografia do músico Carlos Gomes, com a finalidade de oferecer um texto base para ser roteirizado e, depois, filmado. No que se refere propriamente à linguagem, poderíamos citar inúmeros contos em que o autor faz uso do estilo narrativo cinematográfico, a exemplo, “Lúcia MacCartney”, “Zoom” e “A maneira de Godard”. Assim, tendo em vista o conjunto da obra de Rubem Fonseca, este estudo pretende verificar não só a ocorrência do cinema na literatura fonsequiana, mas como ele se apresenta e particulariza o estilo literário do autor.

AA FFIICCÇÇÃÃOO FFAANNTTÁÁSSTTIICCAA DDEE LLYYGGIIAA FFAAGGUUNNDDEESS TTEELLLLEESS

Renan Fornaziero de Oliveira (Graduando – UNESP/Assis – FAPESP)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

Lygia Fagundes Telles é, na literatura brasileira, uma das maiores escritoras que se dedicaram ao gênero fantástico, contribuindo para o surgimento de uma nova vertente da literatura na tradição literária brasileira. O fantástico é, assim como sua materialização no discurso literário, um entrave para muitos teóricos, na medida em que as próprias teorias que o rodeiam são tão ambíguas quanto sua própria gênese. É característico desse tipo de texto o discurso essencialmente ambíguo, contraditório, que põe seu leitor a refletir e a hesitar diante dos acontecimentos a ele apresentados e, quando bem construído, no plano do discurso, o impede de chegar a uma solução, seja lógica ou da ordem do sobrenatural. Desse modo, pretendemos demonstrar como se dá essa incerteza, essa hesitação, elucidada por Todorov em Introdução à literatura fantástica (1970), e de que modo Lygia Fagundes Telles se apropria desses mecanismos no conto “A caçada”, um dos contos mais célebres da ficcionista paulistana, no qual a dúvida é construída essencialmente na oposição real versus sobrenatural, e é mantida até o final da história. Assim, propomos elucidar alguns princípios básicos que alicerçam a literatura fantástica, e como essas teorias são utilizadas por Lygia Fagundes Telles no referido conto, fazendo com que este seja rotulado como fantástico.

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QQUUAAIISS FFOORRAAMM AASS MMAANNCCHHEETTEESS NNAA EESSTTRREEIIAA DDAA RREEDDEETTVV!!?? OO PPEERRÍÍOODDOO DDEE TTRRAANNSSIIÇÇÃÃOO DDAA TTVV MMAANNCCHHEETTEE PPAARRAA AA RREEDDEETTVV!!

Renan Milanez Vieira

(Graduado – UNESP/Bauru) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

Esta pesquisa tem por objetivo verificar por meio do jornal Folha de São Paulo o processo de crise e venda da Rede Manchete de televisão, em 1998 e 1999, e também a sucessão dessa emissora pela RedeTV!. A TV Manchete foi fundada pelo empresário Adolpho Bloch em 1983 e foi uma das cinco maiores redes do Brasil. Destacou-se no jornalismo e na teledramaturgia, além de contribuir na disseminação da cultura pop japonesa com a exibição de séries e animações japonesas. No entanto, no ano de 1998 e 1999, devido a questões econômicas internas e externas, as concessões foram transferidas para outro grupo, que fundou a Rede TV!. Essa transferência, contudo, trouxe também questões trabalhistas envolvendo a sucessão da TV Manchete pela RedeTV!, fato divulgado pela mídia de 1999 até os dias atuais.

EEDDIITTAARR CCRRIITTIICCAAMMEENNTTEE:: SSUUBBSSÍÍDDIIOOSS FFIIDDEEDDIIGGNNOOSS ÀÀ HHIISSTTOORRIIOOGGRRAAFFIIAA LLIITTEERRÁÁRRIIAA EEMM LLÍÍNNGGUUAA PPOORRTTUUGGUUEESSAA NNAASS OOBBRRAASS DDEE CCAAMMÕÕEESS EE DDEE MMAACCHHAADDOO DDEE AASSSSIISS

Renato Cardoso Corgosinho

(Doutorando – PUC/MG) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

O texto, manuscrito ou impresso, é o objeto fundamental da investigação filológica e literária. Portanto, o texto que foi ou será objeto de análises várias deve comportar apuro e ser minuciosamente explicado a partir do pressuposto metodológico da busca por sua genuinidade, aproximando-o o mais possível da última vontade de seu criador. Por esta premissa, entende-se que o texto de um escritor do passado não foi trabalho unicamente deste, mas que existiram outros personagens ativos na elaboração da obra final, a saber: o editor, o copista tipógrafo, o revisor de provas, o compositor, o corretor, enfim, todos os operários que participaram no trabalho de multiplicação dos exemplares. De sorte que, no caminho que partiu do autor e terminou na publicação de seu texto, não raro aconteceram pequenos incidentes que fugiram ao controle das pessoas envolvidas, o que acabou por produzir interpolações, emendas, inversões, duplicidades, repetições, etc., tanto mais se não houve um controle direto do autor. É o que ocorre, por exemplo, com as primeiras edições impressas da lírica de Camões (Rhythmas, 1595; Rimas, 1598), produzidas após a morte deste (1580). Fala-se também em variantes do autor, que são aquelas por este introduzidas, com o objetivo de corrigir, emendar ou aperfeiçoar seu texto quando da revisão manuscrita, datilográfica ou impressa. Em situações como esta, verifica-se o controle direto do autor. É exemplo o romance Quincas Borba, de Machado de Assis, cujas primeiras edições remontam a 1886 (em capítulos, na revista A Estação, até 1891), 1891 (primeira edição em livro), 1896 e 1899. Todas estas com modificações substanciais de uma para outra. Nosso objetivo, com esta comunicação, será reafirmar, através dos exemplos sugeridos, a importância crucial de se editar criticamente textos do passado e demonstrar que um texto já editado desta forma não está imune a novas propostas ou soluções críticas para as lacunas e diferenças existentes entre os testemunhos disponíveis da obra.

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AA PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA PPÓÓSS--CCOOLLOONNIIAALL EE OO RROOMMAANNCCEE DDEE LLOOBBOO AANNTTUUNNEESS

Rhiago Losso (Mestrando – UNESP/SJRP – FAPESP)

28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

Este trabalho sugere um diálogo entre a perspectiva de Homi K. Bhabha, em seu texto Locais da cultura (1998), a imagem da identidade nacional portuguesa proposta por Eduardo Lourenço em O labirinto da saudade (1991) e Mitologia da saudade (1999), e o romance contemporâneo português Boa tarde às coisas aqui em baixo (2003), de António Lobo Antunes. Tendo em vista que Bhabha sugere conceitos como o de “entre-lugar”, ou interstício, e discussões sobre hibridismo e a presença do estranho na literatura mundial, pretende-se formar uma possível imagem do sujeito na contemporaneidade e estabelecer uma relação desse sujeito com as personagens do romance de Lobo Antunes. Personagens fragmentárias que apresentam um possível novo elemento cultural na ex-colônia portuguesa, Angola, dentro de uma escrita totalmente conturbada. Esse novo elemento é constituído tanto pela influência cultural portuguesa quanto pela angolana, não tendo, no entanto, sua identidade hierarquicamente formada, isto é, ambas as culturas estão em conflito dentro de algumas personagens do romance sem que nenhum dos pólos de identificação se sobreponha ao outro, formando um sujeito híbrido e irresoluto. Na obra de Lobo Antunes, as personagens problematizam conceitos totalizantes de identidade, como as divisões binárias branco/negro, ou colonizador/colonizado. Assim, considera-se esse sujeito contemporâneo dentro da obra de Lobo Antunes como o sujeito do “entre-lugar”, um sujeito híbrido que reflete a realidade fragmentária do período pós-colonial em Angola. Esses sujeitos apresentam também uma peculiar imagem do povo português como sujeito coletivo. Para discutir tal perspectiva, as considerações feitas por Lourenço tornam-se relevantes e apresentam pontos essenciais na compreensão da identidade portuguesa, tais como os complexos de inferioridade e superioridade desse povo, as questões do saudosismo e do destino messiânico de Portugal, e os processos de descobrimentos e colonização como formadores de uma autoimagem irreal do povo lusitano.

NNAASS TTEERRRRAASS DDEE PPRREESSTTEE JJOOÃÃOO:: IIMMPPRREESSSSÕÕEESS AACCEERRCCAA DDAA EETTIIÓÓPPIIAA CCRRIISSTTÃÃ SSOOBB AA ÓÓTTIICCAA DDEE UUMM JJEESSUUIITTAA ((11660033--11662222))

Ricardo Sorgon Pires

(Graduando – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

Preste João, um mítico rei cristão, senhor de um vasto e poderoso império, foi uma figura muito presente na mentalidade portuguesa até o século XVI, sendo visto como a grande esperança para o triunfo da cristandade sobre os muçulmanos, uma vez que seu reino era conhecido por ter adotado o Cristianismo, embora este não fosse católico. Após uma obstinada busca, os portugueses acreditam terem alcançado seu objetivo ao chegarem à Etiópia em 1487. Findado o auxílio lusitano de expulsão dos muçulmanos que haviam invadido o reino cristão da Etiópia, no início do século XVI, os governantes locais, procurando conservar a aliança com os portugueses, acabam permitindo a chegada dos jesuitas. Assim, em 1603, um dos seus representantes, Pero Pais, chega à Etiópia e, após permanecer lá quase vinte anos, escreve em três volumes a obra História da Etiópia. Nesse livro são registradas diversas informações sobre o povo etíope ressaltando aspectos históricos, culturais, religiosos, dentre outros. Pero Pais apresenta a Etiópia de acordo com os seus valores e objetivos, ou seja, de um homem

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europeu do século XVII, católico e jesuita. Assim, com um olhar doutrinário, a leitura de Pais objetiva selecionar os aspectos que permitem uma compreensão dos etíopes (em especial os cristãos), com a intenção de facilitar o processo de conversão destes à versão católica do Cristianismo. Essa apresentação visa refletir sobre o olhar que o europeu – representado pelo jesuita – tinha a respeito da África, em especial da Etiópia, bem como conhecer aspectos da sociedade, da religião e da cultura de uma parcela da população deste reino africano, notadamente dos praticantes do cristianismo.

OO TTEEMMAA DDAA MMUULLHHEERR NNAA OOBBRRAA DDEE CCEECCÍÍLLIIAA MMEEIIRREELLEESS

Roberta Donega Silva (Graduanda – UNESP/Assis – FAPESP)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

Cecília Meireles possui um conjunto de obras muito vasto, abordando várias temáticas, com a presença constante da morte, da brevidade da vida, do desapego ao material, entre outros. Há também o tema da mulher, pouco explorado pelos seus pesquisadores. A poetisa é considerada alheia às mudanças e movimentos da sociedade de seu tempo. Porém, o que vemos com poemas cujo tema é as mulheres é bem distinto. Há sim uma preocupação com o social, não sendo necessário, para isso, o abandono de temas menos engajados. O trabalho que estamos desenvolvendo pretende construir uma antologia comentada, formada com poemas nos quais haja a figura feminina. Para isso, foram recolhidos poemas de toda a obra poética, excluindo-se o Romanceiro da Inconfidência e os livros para o público infantil. Nesse momento, serão apresentados alguns resultados parciais, obtidos com o estudo de poemas da obra Vaga música, de 1942. Com isso será possível mostrar como as várias representações do feminino acontecem na obra de Cecília Meireles.

OOSS DDOOIISS MMIISSTTÉÉRRIIOOSS:: LLIITTEERRAATTUURRAA EE PPIINNTTUURRAA NNOO PPRROOJJEETTOO AARRQQUUEEOOLLÓÓGGIICCOO DD’’AASS PPAALLAAVVRRAASS EE AASS CCOOIISSAASS,, DDEE MMIICCHHEELL FFOOUUCCAAUULLTT

Rodolfo Eduardo Scachetti

(Doutorando – UNICAMP – FAPESP) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

As palavras e as coisas, do filósofo Michel Foucault, mesmo não sendo um livro sobre a literatura e a pintura, seguramente se apoia nesses dois mistérios quando se debruça sobre dois de seus principais focos de interesse, a saber: o contraste entre os espaços do saber na época clássica e na moderna e a emergência e a precariedade de uma figura do homem própria ao saber moderno, pensável pelas ciências humanas (nos dois casos, Foucault trata, evidentemente, da história ocidental). O recurso ao quadro As meninas, de D. Velásquez, e a textos como Dom Quixote, de M. Cervantes e Justine et Juliette, do Marquês de Sade, não parece ilustrar essas investigações principais d’As palavras e as coisas, mas compor o próprio projeto arqueológico, sendo tais obras também atravessadas pela positividade de um saber histórico. Contudo, ao contrário da filosofia de F. Nietzsche, literatura e pintura aparecem, no livro de Foucault, transpassadas pela mesma positividade de um solo histórico (épistémè) que regra as ditas ciências, e, ao mesmo tempo, em situação que poderíamos chamar, seguindo o teatrólogo Heiner Müller, trans-histórica – verdadeiros divisores d’água epistêmicos. Nossa intenção é, portanto, expor esse posicionamento especial da literatura e da pintura na

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arqueologia do saber exercitada n’As palavras e as coisas, misterioso na medida em que ele nos parece formar, ao mesmo tempo, um bloco único e diferencial nesse empreendimento filosófico, histórico e, consequentemente, cultural e estético. Em sua inflexão própria, literatura e pintura parecem como que constituir paradoxalmente as bordas, pois Foucault majoritariamente está centrado no campo de possibilidade das ciências, e o cerne, pois não se pode negar a força sensível e cognitiva de seus encontros com as artes, da própria arqueologia.

TTÃÃOO LLOONNGGEE,, TTÃÃOO PPEERRTTOO:: IIMMAAGGEENNSS DDOO BBRRAASSIILL EE DDAA SSUUÍÍÇÇAA NNAA OOBBRRAA DDEE FFRRIIEEDDRRIICCHH DDÜÜRRRREENNMMAATTTT

Rogério Silva Assis

(Doutorando – USP) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 3 – Prédio I

A presente comunicação trata das imagens do Brasil na obra do escritor suíço-alemão Friedrich Dürrenmatt (1921-1990), investigadas a partir do cabedal teórico da Imagologia Literária Alemã, cujo intuito axial reside na análise e na interpretação de imagens de países e de povos estrangeiros, no âmbito específico da literatura. O espaço suíço é predominante em todas as obras de Dürrenmatt, de sorte que as imagens do Brasil emergem enquanto contraponto às imagens configuradas em torno da Suíça. Assim, Dürrenmatt promove um encontro inusitado entre as imagens do próprio país e as imagens do Brasil, encontro este que se vincula à estética grotesca, já que o escritor justapõe, de modo paradoxal, imagens entre países cujos liames (inter)culturais são tênues. Tendo em vista tal justaposição, percebe-e o intuito de Dürrenmatt no sentido de criticar determinados aspectos da Suíça, que se vê, na maior parte de suas obras, distante das imagens cristalizadas, há muito constituídas em torno do país alpino. Contudo, o caos e a desordem percebidos na Suíça são transferidos para o Brasil, determinando, muitas vezes, o surgimento de imagens estereotipadas e preconceituosas em relação ao nosso país, imagens estas marcadas pela alusão ao exotismo, ao mundo tropical e à sensualidade.

NNAAÇÇÃÃOO CCRRIIOOUULLAA:: JJOOSSÉÉ EEDDUUAARRDDOO AAGGUUAALLUUSSAA,, EESSCCRRIITTOORR DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA AAFFRRIICCAANNAA DDEE EEXXPPRREESSSSÃÃOO PPOORRTTUUGGUUEESSAA

Samanta Souza de Oliveira

(Graduanda – UNESP/Assis) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

A obra de José Eduardo Agualusa mostra os diferentes momentos do herói, Fradique Mendes, em suas viagens para Luanda, Lisboa, Paris e Rio de Janeiro no século XX. De origem portuguesa, Fradique Mendes se encontra em ambientes completamente distintos de Portugal e esta experiência faz com que ele tenha várias perspectivas novas diante dos fatos que estão acontecendo; através deste novo olhar, Fradique Mendes começa a se identificar com o povo africano. Fradique Mendes se envolve nos assuntos mais polêmicos da época como o fim do tráfico negreiro. No decorrer da obra, o herói é surpreendido quando conhece Ana Olimpia, escrava porém culta. Ela casou-se aos 14 anos com seu dono e o mesmo lhe proporcionou cultura, educação, senso crítico, mas morreu sem lhe dar o mais importante, sua carta de alforria. Fradique Mendes se apaixona por Ana Olímpia e faz de tudo para livrá-la de seu novo dono, levando-a para o Brasil no último navio negreiro, conhecido por Nação Crioula. José Eduardo Agualusa coloca de maneira poética os fatos, mas sem deixar de ressaltar os conflitos da época abordada. Esta comunicação tem como objetivo analisar a trajetória do herói por

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diferentes espaços e diferentes percepções da realidade em busca de um equilíbrio existencial causado pelo amor em relação à Ana Olímpia.

IIMMPPLLIICCAAÇÇÕÕEESS IIDDEEOOLLÓÓGGIICCAASS DDAA AARRTTEE EEMM PPRROOSSAA

Sandro Viana Essencio (Graduado – UNESP/Araraquara)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

O presente trabalho visa discutir alguns aspectos da evolução da prosa romanesca tendo em vista as transformações ideológicas que contribuíram para suas mudanças ao longo da história da cultura. Longe de fazer um levantamento minucioso das obras literárias e seus períodos para então compará-los, o interesse desse trabalho é promover uma revisão bibliográfica sobre algumas teorias literárias que se debruçam sobre a formação dos gêneros em prosa. Nesse caso, pretende-se uma leitura da obra teórica de Mikhail Bakhtin, Georg Lukács e Walter Benjamin, onde se busca ressaltar suas semelhanças e diferenças. Focar-se-á, o modo como as diferentes concepções de mundo dos grupos sociais ao longo da história puderam dar um impulso transformador para o romance enquanto uma representação da realidade e que, de certo modo, tende a agir sobre essa mesma realidade e sobre as concepções de mundo que a reconhecem enquanto tal.

UUMMAA VVIISSIITTAA AA FFÁÁTTIIMMAA

Sergio Henrique Rocha Batista (Mestrando – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 3 – Prédio I

Salma Ferraz de Azevedo de Oliveira, em sua tese de doutorado As faces de Deus na obra de um ateu – José Saramago, examinou de que maneira o Deus do monoteísmo judaico-cristão se manifesta na obra saramaguiana, tendo como hipótese de leitura ser Deus um tema recorrente e estruturador de alguns dos romances de Saramago. Semelhantemente, pretende-se nesse trabalho analisar o papel de Deus, ou mais precisamente da religião, em um trecho de um dos romances saramaguianos que Oliveira optou deixar de lado do seu corpus: a visita de Ricardo Reis a Fátima em O ano da morte de Ricardo Reis.

AA IIMMAAGGEEMM DDAA MMUULLHHEERR IINNDDIIAANNAA NNAASS LLIITTEERRAATTUURRAASS PPÓÓSS--CCOOLLOONNIIAAIISS.. UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE EEMM MMIIAA CCOOUUTTOO,, AARRUUNNDDHHAATTII RROOYY EE RRUUDDYYAARRDD KKIIPPLLIINNGG

Silvio Ruiz Paradiso

(Mestrando – UEL – CNPq) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

Não há como dissociar os estudos pós-coloniais com os estudos acerca da mulher na literatura. Tanto os estudos femininos quanto os estudos pós-coloniais são críticas que surgiram no século XX, em decorrência dos Estudos Culturais. Tais movimentos procuram, analogamente, desconstruir a ideologia imperialista e patriarcal no cânone literário hegemônico, para então entendê-lo e modificar suas estruturas. Um exemplo é a imagem da

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mulher indiana na cultura colonial, que, muitas vezes, tem sua representação sob a ótica da opressão, do silêncio e até mesmo da subversão – estratégias para denúncia e contra-ataque literário. Este artigo analisará as representações da mulher indiana na literatura pós-colonial, em especial, com as personagens Dia Kumari, de O outro pé da sereia (2006), de Mia Couto; Bisesa, do conto “Beyound the pale” (1888), de Rudyard Kipling e Ammu, de The God of Small Things (1997), de Arundhati Roy.

““LLAA LLOOBBAA””,, DDEE AALLFFOONNSSIINNAA SSTTOORRNNII,, EEMM UUMMAA OOFFIICCIINNAA DDEE MMUULLHHEERREESS,, NNAA PPRRIISSÃÃOO

Simone Lisboa Scheffler Anselmo (Mestranda – UFSC)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

Este estudo tem como tema uma experiência realizada com dezesseis mulheres no Presídio de Florianópolis/SC, em 2009, tendo como objetivo desenvolver uma alternativa de ressocialização através do ensino da literatura crítica. Utilizou-se dentre vários autores, o método da redação criativa do professor Samir Curi Meserani (PUC/SP, 2001), cujos procedimentos de leitura e avaliação são efetuados por todas as pessoas envolvidas, no processo de criação, incentivando o trabalho de conscientização com uma atividade intelectual significativa e prazerosa. A metodologia desenvolvida, embora tenha como ponto de partida a redação criativa, baseia-se também em exercícios corporais de caráter lúdico, técnica da profª. Alai Garcia Diniz (UFSC/SC), seguida de leitura poética e incentivo à escrita livre de prosas ou poesias. Nesta experiência, utilizou-se a poesia “La Loba”, de Alfonsina Storni. O estudo mostra como, em ambientes privados de liberdade, a literatura pode ser, além de terapêutica, motivo de criação, reflexão e possibilidades de mudança.

OOLLHHAARREESS CCRRÍÍTTIICCOOSS SSOOBBRREE AA LLIITTEERRAATTUURRAA EE AA NNAARRRRAATTIIVVAA PPAARRAAGGUUAAIIAASS

Suely Aparecida de Souza Mendonça (Doutoranda – UNESP/Assis – CNPq)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Mini-anfiteatro de História

Esta comunicação tem por objetivo apresentar um painel histórico-crítico da literatura paraguaia, enfatizando alguns aspectos dessa narrativa que tem como um dos baluartes a escritora Josefina Plá. A apreciação de alguns críticos paraguaios contemporâneos, como Francisco Pérez-Maricevich, Hugo Rodríguez-Alcalá, e de outros países, como Ángel Mateo del Pino e a própria Josefina Plá (Espanha), subsidiarão esse texto, levando em conta os aspectos mais apreciados por eles estudados.

OO DDEESSAAFFIIOO DDAA EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO EESSPPEECCIIAALL FFRREENNTTEE ÀÀ SSOOCCIIEEDDAADDEE CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEAA

Taís Reyes de Souza (Graduanda – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 5 – Prédio I

A educação inclusiva é um direito de complementar a constante busca pelo respeito aos direitos humanos para todos os cidadãos, qualquer que seja sua peculiaridade. Todos os

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indivíduos portadores de necessidades especiais devem ter garantido o seu direito de acesso e permanência no ensino regular, possibilitando, assim, uma vida independente e uma postura crítica perante os fatos ocorridos no cotidiano. O conceito de escola inclusiva, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (MEC/SEESP, 1998), propõe “ações que favoreçam a integração social e sua opção por práticas heterogenias”. Assim, a escola ofereceria uma educação de qualidade para todos, inclusive, para os educandos com necessidades especiais: “Inclusão, portanto, não significa simplesmente matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades específicas, mas significa dar ao professor e à escola o suporte necessário à sua ação pedagógica”. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo apresentar o conceito de educação inclusiva, inclusão social, e compreender os princípios desse novo paradigma, que vão desde a convivência desses alunos num espaço comum à reestruturação do trabalho pedagógico da escola como um todo e o investimento na infraestrutura necessária.

PPUUPPPPEETTSS OORR NNOOTT?? AA OOBBJJEETTIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDAA MMUULLHHEERR NNAA OOBBRRAA TTHHEE MMAAGGIICC TTOOYYSSHHOOPP EE NNOO CCOONNTTOO ““TTHHEE LLOOVVEESS OOFF LLAADDYY PPUURRPPLLEE””,, DDEE AANNGGEELLAA CCAARRTTEERR

Talita Annunciato Rodrigues

(Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio II (Psicologia)

Com base na metáfora “coded mannequim”, formulada pela crítica francesa Hélène Cixous, Paulina Palmer (1987) afirma que a imagem da boneca é recorrente nas obras da escritora inglesa Angela Carter (1940-1992), adotada no intuito de representar o papel da mulher (e, em certas ocasiões, dos homens) na sociedade. De fato, este tema está presente em várias obras da autora, dentre elas, o segundo romance, The Magic Toyshop, publicado em 1967, e o conto “The Loves of Lady Purple”, parte da coletânea Fireworks, de 1974. Enquanto no romance a protagonista Melanie tem que lutar contra a tentativa do patriarca Philip em manipular as pessoas a sua volta, transformando-as, desse modo, em marionetes, no conto, é a boneca quem retorna à vida, e vinga sua condição assassinando seu mestre, o “Professor”. Embora as abordagens sobre a mesma imagem se difiram nas narrativas, pode-se considerar que, em ambos os casos, o tema permite a discussão sobre a questão da objetificação da mulher diante do modelo de sociedade patriarcal. Assim, busca-se, neste trabalho, refletir sobre como tal tema é retratado na ficção carteriana e observar como ele contribui para expressar a crítica sugerida por Carter nas entrelinhas de suas obras, ou seja, a denúncia ao patriarcado e a possível ruptura com seus valores.

AA ““VVIIAAGGEEMM”” DDEE CCAARRAA--DDEE--BBRROONNZZEE EEMM SSAAGGAARRAANNAA:: OO DDUUEELLOO –– AA PPOOEETTIICCIIDDAADDEE NNAA RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDAA TTRRAAVVEESSSSIIAA

Tamiris Batista Leite

(Mestranda – IBILCE/UNESP – FAPESP) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

Com o presente artigo buscamos mostrar como se dá a construção da cena do funeral de Cara-de-Bronze no filme Sagarana: o duelo (1973), de Paulo Thiago, inspirado no conto Duelo da obra Sagarana (1946), de Guimarães Rosa, que serviu como fonte de adaptação livre, e permitiu ao cineasta a construção de uma obra que dialoga com outros textos do escritor,

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através de uma relação que estabelece contiguidade e entrelaçamento de ideias. Nosso intuito é mostrar de que maneira o cineasta transcende o documental, conferindo poeticidade à representação da travessia de Cara-de-Bronze pelo rio. Por isso evocaremos cenas de dois outros filmes: Troia (2004), dirigido por Wolfgang Petersen e Rei Arthur (2004), dirigido por Antoine Fuqua, devido à configuração das cenas de cerimônias fúnebres ligadas à travessia de um plano (anterior à morte) a outro (após a morte) e que, portanto, nos permite traçar um paralelo com esse momento representado em Sagarana: o duelo.

LLEEIITTUURRAA DDOO PPOORRMMEENNOORR NNOO PPRROOCCEESSSSOO DDEE TTRRAANNSSCCOODDIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDAA NNAARRRRAATTIIVVAA LLIITTEERRÁÁRRIIAA PPAARRAA AA NNAARRRRAATTIIVVAA FFÍÍLLMMIICCAA

Tânia Regina Montanha Toledo Scoparo

(Mestre – UFPR) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 4 – Prédio I

Este trabalho realiza um estudo entre linguagens midiáticas: faz uma análise comparativa de fragmentos do romance O Primo Basílio, de Eça de Queirós, e sua adaptação para o cinema, o filme homônimo do diretor Daniel Filho, analisando o processo de transcodificação da linguagem, da narrativa literária para a linguagem cinematográfica. Almeja-se a realização de uma leitura que busque compreender o significado de alguns elementos primordiais da estrutura romanesca: os pormenores – o sofá, o divã, a iluminação do ambiente, a cor dos objetos – no romance e no filme. Pode-se fazer da onipresença da cultura de massas, na vida contemporânea, um instrumento para o trabalho de transformação das pessoas e das relações com a vida, partindo de confrontos, entre as duas obras focadas, que movam a novos saberes.

EELLIIXXIIRREESS:: RREECCEEIITTAASS DDEE FFEELLIICCIIDDAADDEE NNAASS UURRBBEESS DDOOSS SSOONNHHOOSS

Tatiane Milene Torres (Doutoranda – USP)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 10 – Prédio I

Tendo em vista a forte influência da cultura francesa no Almanaque Brasileiro Garnier, publicado entre 1903 a 1914, propomos um estudo comparativo com o Almanach Hachette que esteve em circulação de 1894 a 1939, na França. O estudo analisa as similitudes e as diferenças entre os almanaques citados no que concerne ao hibridismo decorrente da literatura dita culta estar mesclada ao gênero popular. Também visa levar a um maior conhecimento e aprofundamento literário no âmbito dos estudos comparados e de enriquecer a pesquisa no tocante ao acervo da Littérature de Colportage e da Literatura Popular Brasileira. Tal diálogo permite a análise de temáticas utópicas em uma atmosfera popular repleta de conselhos de autoajuda, ou melhor, de saberes práticos. Neste universo quimérico, o profeta de tais livros populares – uma espécie de autor/mensageiro com faculdades divinatórias – busca amenizar as dores e as problemáticas humanas em cidades ideais, Rio de Janeiro e Paris, onde se tem o domínio, mesmo que feérico, de mazelas de qualquer ordem. Para tanto, destacamos os diversos elixires e medicamentos que transformam a atmosfera mística de tais almanaques em um microcosmo ideal para seus leitores/agentes, como bálsamos para todos os males, cuja eficácia simbólica se dá na crença coletiva de que tais panaceias têm poder, com suas fórmulas de joie de vivre, para erigir verdadeiras urbes dos sonhos. Logo, o mensageiro coxo, por meio de seus “analgésicos de felicidade”, cria cidades ideais onde a utopia funciona como

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uma espécie de consolo para as intempéries diárias, evitando que os leitores do Hachette e do Garnier, sempre bem informados, sejam tocados pelos perigos do mundo externo, construindo uma redoma na qual se tem tudo, desde cultura até controle do tempo e da vida, fazendo do almanaque um profeta às avessas “le messager boiteux” incumbido de trazer boas novas.

OOSS AACCEERRVVOOSS LLIITTEERRÁÁRRIIOOSS CCOOMMOO FFOONNTTEE DDEE PPEESSQQUUIISSAA AAOO HHIISSTTOORRIIAADDOORR

Thais Jeronimo Svicero (Mestranda – UNESP/Assis – FAPESP)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Anfiteatro Antônio Merisse

Os arquivos pessoais de escritores são frequentemente utilizados nas pesquisas relacionadas às diversas áreas, e principalmente, na literatura. O material presente nesses acervos fornece ao pesquisador a possibilidade de se entrar em contato “direto” com a trajetória pessoal e estética desses autores, além de propiciar um melhor conhecimento a respeito de seus modos e métodos de trabalho. A importância desses arquivos estende-se também aos historiadores, pois estes intelectuais participaram de diversos momentos históricos e suas produções, muitas vezes, traduzem suas formas de participação, marcadas por um sistemático envolvimento político com as grandes causas sociais. Dessa forma, essa comunicação pretende por meio do acervo do escritor João Antônio, que se encontra depositado na Faculdade de Ciências e Letras de Assis/UNESP, demonstrar as possibilidades de pesquisa presentes nesse tipo de acervo ao ser utilizado como fonte ao historiador.

MMOONNTTEEIIRROO LLOOBBAATTOO NNAASS PPÁÁGGIINNAASS DDOO JJOORRNNAALL:: UUMM EESSTTUUDDOO DDOOSS AARRTTIIGGOOSS PPUUBBLLIICCAADDOOSS EEMM OO EESSTTAADDOO DDEE SS.. PPAAUULLOO ((11991133--11992233))

Thiago Alves Valente

(Doutor – UNESP) (Professor – UENP – CP/CRELIT)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 9 – Prédio I

Este trabalho tem como objeto de análise os artigos de Monteiro Lobato publicados no jornal O Estado de S. Paulo, entre 1913 e 1923. Para constituição do corpus, foram consultadas todas as edições entre 1913 e 1930, período correspondente à fase de consolidação da imprensa no Brasil (Sodré, 1966; Bahia, 1954). Como objetivo central, tem-se a relação de Monteiro Lobato com o jornal O Estado de S. Paulo, procurando-se a identificação entre o discurso presente nos artigos do escritor e o discurso de um dos principais veículos da imprensa escrita da República Velha. O levantamento dos artigos no período de 1913 – ano do primeiro texto publicado por Lobato no Estado – e 1930 – data emblemática para a história do país e, portanto, para a imprensa de modo geral – desdobra-se ainda em outros focos de análise: a) abordagem das questões temáticas e formais dos textos de Lobato publicados no periódico; b) a participação do escritor nas atividades do Estado; c) a concepção de jornalismo e sociedade comuns ao jornal e ao articulista. A leitura dos textos e a análise sustentada, tanto pelos estudos lobatianos quanto pelos estudos sobre a história brasileira, revelam a sintonia de Monteiro Lobato com O Estado, ao menos na República recém-instaurada e tão precária no que diz respeito a um projeto de sociedade voltado aos brasileiros. O Estado é o espaço em que as ideias lobatianas dialogam intensamente com outros textos e autores, todos imbuídos da missão de, por meio da ciência e do desenvolvimento econômico, transformar o Brasil na

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potência americana dos trópicos. O conjunto de artigos comprova um posicionamento afinado entre o veículo midiático e Monteiro Lobato. Nesta simbiose emerge a figura de um Lobato jornalista, de quem os textos publicados em O Estado indicavam concepções de sociedade, imprensa, arte e dos mais diversos temas no sistema cultural brasileiro da primeira metade do século XX.

AA VVEELLHHIICCEE NNAA PPOOEESSIIAA DDEE CCAARRLLOOSS DDRRUUMMMMOONNDD DDEE AANNDDRRAADDEE

Valdney Gomes da Cruz (Graduado – FIO/Ourinhos)

27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Anfiteatro Antônio Merisse

Voltado para um assunto específico: a velhice, este trabalho analisa alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade, a saber, “Infância”, “Cerâmica”, “Confidência de Itabirano” e “Áporo”. A velhice na poesia de Drummond assume a perspectiva do tédio e da monotonia frente à realidade da vida moderna na cidade grande. Sua visão pessimista é contraposta à própria infância vivida em Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, que emerge aos anseios da sociedade recém industrializada do século passado, na qual viveu o poeta e nela construiu toda sua obra. Numa volta ao passado o autor mergulha nas reminiscências da infância para construir seu estilo saudosista. As imagens do campo e o cotidiano da fazenda retratam a paz e o sossego de uma vida bucólica que pouco se imagina viver nos grandes centros, em que o corre-corre, o trabalho e as muitas ocupações acabam por transformar o homem num ser máquina. Suas atividades agora são desenvolvidas de forma mecânica e sistematizadas. Para ele, o tempo se estende num espaço curto e determinado, sem perspectiva nenhuma de romper com essa realidade que por fim tende a desumanizar o indivíduo, diminuí-lo como ser humano e roubar-lhe a liberdade. Com isso, procura-se entender como esta passagem de nossas vidas (a velhice) é abordada na poesia de Drummond, com o intuito de levantar considerações sobre a postura adotada pelo poeta frente à realidade que o cerca em contraposição às expectativas humanas. Devido a pouca pesquisa sobre o assunto fazem-se necessárias maiores pesquisas sobre o tema. A metodologia aplicada aqui é baseada em uma pesquisa bibliográfica com algumas poesias do autor mais voltadas para a temática da velhice em sua obra. Finalmente, este trabalho propõe fazer uma reflexão da vida moderna na cidade grande pela ótica do poeta, focando o homem como objeto central no mundo em que vive, as relações humanas e principalmente, sua perspectiva de vida ao longo de sua existência.

AA MMOODDEERRNNIIDDAADDEE QQUUEE AASSSSOOLLAA OO PPAAÍÍSS:: OO OOLLHHAARR DDEE MMAACCHHAADDOO DDEE AASSSSIISS EE DDEE LLIIMMAA BBAARRRREETTOO

Vanessa Lopes Ribeiro

(Mestre – UFSC) 27 maio 2010 – 13h30-15h30 – Sala 1 – Prédio I

A proposta deste trabalho é apresentar uma análise de dois romances brasileiros produzidos nas primeiras décadas do século passado: Memorial de Aires (1908) e Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919), com base no método proposto por Roberto Schwarz em seu clássico Ao vencedor as batatas – forma literária e processo social. A partir dessa leitura, que realizará o levantamento de toda uma tradição crítica literária em torno dessas obras, pretende-se tratar o tema da modernidade como forma estruturante dos romances, os quais nos proporcionam

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espaço para refletir questões sociais de um Brasil que desejava fazer parte do processo de modernização mundial. É, portanto, por meio da análise dessas narrativas que se buscará desvendar o olhar que esses escritores, Machado de Assis e Lima Barreto, emprestaram as suas criaturas para compreender/criticar o processo de modernização que se instalava no país.

AA RREECCEEPPÇÇÃÃOO DDEE AANNAA MMAARRIIAA MMAACCHHAADDOO NNOO ÂÂMMBBIITTOO EESSCCOOLLAARR

Vanessa Regina Ferreira da Silva (Mestranda – UNESP/Assis – CNPq)

28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 9 – Prédio I

A escritora brasileira Ana Maria Machado (1942) é considerada uma referência em literatura infanto-juvenil contemporânea. Preocupada com a formação humanística dos brasileiros, a escritora não se esquiva de esforços na sua militância em prol dessa arte, seja por meio de sua produção infanto-juvenil propriamente dita, seja através da divulgação da importância da leitura literária. Enquanto escritora desse gênero literário, ela destaca-se como herdeira de Monteiro Lobato (1882-1948), sendo uma das vozes que atuou contra o discurso utilitário em prol do discurso estético nessa arte, conforme já apontara Perrotti (1986). Em franca militância por uma literatura para crianças e jovens com qualidade estética, a escritora produziu mais de cem obras, muita destas, premiadas em várias instâncias, como o respeitável prêmio Hans Christian Andersen, recebido em 2000. Considerando seu importante papel nesse sistema artístico – de sua produção artística e militância em prol do ato de ler – não podemos nos esquivar da compreensão da atuação da obra dessa autora em âmbito escolar, visto que, inclusive os documentos pedagógicos há tempos vêm enfatizando a necessidade da presença da literatura nacional contemporânea no currículo dos estudantes. Com o propósito de averiguar como se dá a recepção dessa autora no espaço escolar, em 2009 propomos a recepção da obra Amigos Secretos (1996) em duas escolas da cidade de Assis/SP (uma instituição pública e outra de caráter privado). Essa pesquisa atrela-se ao meu projeto de mestrado inserido na área de Literatura e Vida Social do Programa de Pós-Graduação em Letras da Faculdade de Ciências e Letras de Assis. Para melhor desenvolvermos o objetivo da pesquisa, dividimo-la em duas fases: a primeira, de natureza quantitativa, buscou averiguar o conhecimento dos leitores em relação à escritora e, a segunda, de natureza qualitativa, teve por finalidade investigar a leitura da obra proposta. São esses resultados que nos propomos a apresentar neste II colóquio de Letras.

OO IIMMPPRREESSSSIIOONNIISSMMOO CCRRÍÍTTIICCOO DDEE MMEEDDEEIIRROOSS EE AALLBBUUQQUUEERRQQUUEE ((11886677--11993344)) NNOO EESSTTUUDDOO DDEE RROOMMAANNCCEESS BBRRAASSIILLEEIIRROOSS ((11889977--11990088))

Vitor Celso Salvador

(Mestrado – UNESP-Assis) 28 maio 2010 – 13h30-15h30 – Mini-anfiteatro de História

Esta pesquisa visa à leitura, indexação e análise de textos significativos do crítico José Joaquim de Campos da Costa Medeiros e Albuquerque (1867-1934), único responsável pela coluna “Crônica literária” (1897-1908), do periódico carioca A Notícia. Para tanto, propõe-se observar o impressionismo crítico peculiar desse escritor no enfoque, especificamente, dos romances brasileiros resenhados nessa coluna jornalística. Além dele, colaboraram nesse jornal o poeta parnasiano Olavo Bilac, Valentim Magalhães, Visconde de Taunay, Artur

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Azevedo, Capistrano de Abreu, Raymundo Correa, João do Rio, entre outros nomes famosos. Afora a indexação das resenhas, será analisado também o método impressionista de Medeiros e Albuquerque nos romances brasileiros estudados por ele na referida seção, para, dessa forma, perceber seu magnífico talento em resenhar, visto que ele não apenas opinava sobre os romances, mas também deixava transparecer suas sensações sobre eles. Examinar o trabalho do crítico nesse periódico poderá proporcionar um conhecimento mais amplo da crítica literária divulgada em jornais, contribuindo também para o estudo do papel das fontes primárias para a história da literatura brasileira.

EELLEESS EE EELLAASS:: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE CCRRÍÍTTIICCAA DDOOSS EESSTTUUDDOOSS DDEE GGÊÊNNEERROO NNAASS CCRRÔÔNNIICCAASS DDEE JJÚÚLLIIAA LLOOPPEESS DDEE AALLMMEEIIDDAA

Viviane Arena Figueiredo

(Doutoranda – UFF/RJ) 27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 5 – Prédio I

Analisar o discurso presente na literatura de autoria feminina significa nos depararmos com um universo rico em informações históricas e culturais acerca do comportamento imposto aos gêneros. Júlia Lopes de Almeida, escritora notadamente reconhecida na virada do século XIX/XX, procurou construir sua obra de modo a fornecer excelente campo de investigação quanto às problemáticas relações envolvendo o casamento, as relações amorosas, a família e, consequentemente, os papéis sociais que delimitavam os espaços reservados ao masculino e ao feminino. Após a publicação de vários romances, tais quais: A falência (1901) e A intrusa (1904), Júlia Lopes de Almeida decide publicar uma coletânea de crônicas denominadas Eles e Elas (1910), fruto de uma série de artigos escritos para o Jornal O País, entre 1907 e 1909. Essa obra, além de consagrar Júlia Lopes como escritora de crônicas, também traz à tona a denúncia das tensas relações existentes entre os pensamentos masculino e feminino. Dentro desse panorama conflituoso, começa a ser delineado um avanço de ideias de cunho feminista, de modo que seus personagens começam a questionar as ideias impostas pelos papéis sociais que regiam a sociedade da época.

AA TTRRAADDIIÇÇÃÃOO DDEESSPPEEDDAAÇÇAADDAA:: UUMMAA AANNÁÁLLIISSEE DDAA MMOODDEERRNNAA PPOOEESSIIAA AAFFRRIICCAANNAA

William André Sávio Bonifácio (Graduando – UNESP/Assis)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 4 – Prédio I

Este trabalho destina-se à análise das representações das imagens nos poemas inseridos na obra Na noite grávida de punhais: antologia temática da poesia africana (1975), organizada por Mário Pinto de Andrade, cujos temas, centrados em problemáticas locais, transcendem para preocupações universais. Por temas universais entende-se: insularidade, evocação, protesto e prelúdio à liberdade. Os ecos das guerras, nos versos dos poetas africanos em busca da formação de uma literatura original, entremeiam-se com temas universais da estética da poesia moderna. Busca-se, ainda, a representação de uma unidade poética que se apresenta sob a escolha do vocabulário, o trabalho com imagens e a sonoridade que se aproximam de uma fragmentação do verso. Dessa forma, as dores, os conflitos (existenciais, sociais, psicológicos, culturais, raciais, entre muitos outros) percorrem os temas de diversos poetas escolhidos por Mario Pinto de Andrade para compor sua antologia temática.

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OO PPEERRCCUURRSSOO CCRRÍÍTTIICCOO:: RREEPPEENNSSAANNDDOO OO CCÂÂNNOONNEE EEMM AA MMOORRTTAA,, DDEE OOSSWWAALLDD DDEE AANNDDRRAADDEE

Winnie Wouters Fernandes Monteiro (Graduanda – UEL)

27 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 1 – Prédio I

Oswald de Andrade, escritor ponta de lança do Modernismo no Brasil, inegavelmente demonstra em suas obras ficcionais, bem como o próprio período o fez, o confronto entre a tradição e as vanguardas. Esse questionamento não parte, porém, para uma rejeição da tradição a priori, mas sim para a admissão de que não é tão nítida a distinção entre estes dois momentos. O drama, gênero pouco desenvolvido na obra de Oswald, mas que não abandona a qualidade e a complexidade como característica, se mostra perceptivelmente como veículo de crítica e questionamento teórico, seja por antecipar o uso de recursos dramáticos até então escassos do drama brasileiro ou por recuperar os paradigmas da tradição literária, colocando-os em análise. Partindo dessa premissa, rever-se-ão aqui os trajetos percorridos pelo personagem “Poeta” na peça A morta, que centra sua temática nas questões relativas à literatura em um período de transição. Por meio da peça, mostraremos a relevância da obra de ficcional de Oswald de Andrade para o pensamento teórico-crítico moderno, pois não podemos ignorar que o discurso crítico de um escritor o acompanhe em suas obras ficcionais, da mesma forma com que podemos observar nos textos críticos destes escritores características que atravessam a mera funcionalidade, dando-lhes o status de Literatura.

LLIITTEERRAATTUURRAA EE DDIIRREEIITTOOSS HHUUMMAANNOOSS:: UUMMAA RREEFFLLEEXXÃÃOO SSOOBBRREE AA IIMMPPOORRTTÂÂNNCCIIAA DDOO AATTOO DDEE LLEERR

Yago Rocha Arbex

(Graduado – UNESP/Assis) 28 maio 2010 – 16h00-18h00 – Sala 9 – Prédio I

Com este trabalho pretendemos refletir de forma abrangente sobre a influência da media em relação ao ensino da literatura para o público infantil e adolescente no contexto das relações entre formação do leitor e dos mecanismos de mediação. Nessa breve reflexão sobre literatura e sociedade, via relações entre leitura e mass media, analisa-se o processo de formação do leitor e a influência da literatura, e suas relações entre cultura de massa, cultura clássica e cultura popular, para a percepção da sociedade e, ainda, da influência na formação de caráter do indivíduo. Por fim, estabelece-se uma valiosa contribuição sobre o ensino e a importância do ato de ler. Apoiado em teóricos como Umberto Eco, Antonio Candido e Paulo Freire, o ato de ler pressupõe relações entre indivíduo, sociedade, interpretação e uma constante luta contra o processo de alienação causado pela negação do direito à literatura como um ingrediente básico na luta pelos direitos humanos.

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LANÇAMENTOS:

LITERATURAS DE VIAGEM: VIAGENS NA LITERATURA Antonio R. Esteves; Sérgio Augusto Zanoto (Orgs). ISBN: 978-85-61175-03-0 Assis-SP: Triunfal Gráfica e Editora, 2010 262 páginas

Triunfal Gráfica e Editora Rua José Vieira da Cunha e Silva, 920 – Assis-SP Fone: (18) 3322-5775

RESENHA

Literaturas de viagem – Viagens na literatura reúne uma série de textos que trazem

resultados parciais do Projeto de Pesquisa Gêneros Híbridos da Modernidade: literaturas de viagem/Viagens na literatura, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Narrativas Estrangeiras Modernas. Os autores, em sua maioria, fazem parte do Departamento de Letras Modernas da FCL/Assis, campus da UNESP. Muitos participam também do Programa de Pós-Graduação em Letras dessa Faculdade, seja como docente ou como discente. Somam-se os textos de José Carlos Barreiro, do Departamento de História da FCL, UNESP/Assis e de Rosana Cristina Zanelatto Santos, da UFMS, Pesquisadora do CNPq, que enriqueceram as discussões do Grupo.

O ensaio de abertura, a cargo de Antonio R. Esteves e Sérgio Augusto Zanoto, faz uma breve introdução à relação entre as viagens e as narrativas que delas tratam, apresentando uma tipologia textual básica (e provisória) para esse tipo de relato. Nos quinze textos que compõem o livro, o leitor encontrará uma série de leitura que circulam, com os mais variados graus de interrelação, não apenas entre “relatos de viagem”, propriamente ditos e “literatura de viagem”, mas também por obras literárias nas quais a viagem em si, seja aquela interior, ou aquela referencial, a que se refere Todorov, se apresenta como um motivo entre outros.

Pela própria origem da maioria dos autores, explicitamente o campo das letras, predominam os trabalhos que tratam de obras canonicamente consideradas como literatura. Boa parte deles, no entanto, trata dos interstícios entre os dois campos que cada dia se entrelaçam mais e cujas diferenças, como seria de se esperar, tendem a se desaparecer.

Trata-se, evidentemente, de um tema bastante disseminado cujo estudo vem merecendo a atenção de estudiosos em múltiplos campos do conhecimento. Desse modo, a presente coletânea, com as variadas leituras sugeridas, representa uma contribuição no mapeamento dessa categoria narrativa que circula por diversos gêneros narrativos, híbridos em sua maioria.

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MACHADO DE ASSIS NO JORNAL DAS FAMÍLIAS Jaison Luís Crestani ISBN 978-85-7751-036-8 São Paulo: Nankin Editorial & Edusp setembro de 2009 288 páginas

NANKIN EDITORIAL – Rua Tabatingüera, 140, 8. andar, cj. 803 – Centro – São Paulo – CEP 01020-000 – Tel. (0**11) 3106-7567, 3105-0261 – Fax (0**11) 3104-7033 www.nankin.com.br

RESENHA

Este livro aparece para o público brasileiro (e também para leitores estrangeiros de Machado

de Assis) como um formidável desmentido. As ideias feitas e os lugares-comuns que boa parte da crítica estabeleceu sobre o grande escritor escorrem pelo ralo e terão a partir de agora de ser abandonados. A novidade é consistente e de fato nova.

A qualificada pesquisa das fontes tem esse mérito especial. Desmentir o estabelecido e fixado, abrindo caminho para revisão daquilo que muitos repetem sem se dar ao trabalho de investigar as “verdades” que autoridades nem sempre suficientemente atentas firmaram como tal.

O resultado da pesquisa que este livro põe ao alcance do leitor revela um Machado de Assis inesperado, muito diferente do autor de notáveis obras-primas bem acabadas, como se caídas do céu. Ou, por assim dizer, este livro revela a gênese do gênio literário machadiano. A leitura refinada e sensível de Jaison Luís Crestani demonstra que, no Jornal das Famílias (entre 1863 e 1878), Machado de Assis questionou, com muitas armas críticas e dialéticas, o pacto ingênuo da leitura folhetinesca-romântica dominante nas narrativas da época. Esse pacto pressupunha a absoluta credibilidade moral e social do narrador e não podia descartar as soluções sentimentais/edificantes dos clichês do final feliz, e também da religiosidade (católica), o patriotismo, o respeito pela ordem familiar e patriarcal e, ainda, as tintas da cor local.

Para surpresa de muitos, e quase todos, os contos de Machado publicados naquele edificante Jornal das Famílias (o nome já diz muito...), durante cerca de 15 anos, destoam em muito do padrão e corroem expectativas, bom tom, bom mocismo e a alma cândida bem pensante. São contos que, bem lidos, já revelam em escala razoável, o discurso irônico repassado por inúmeras paródias, com narradores não-confiáveis e mesmo embusteiros ou fraudulentos. Exigem que o leitor se eduque criticamente e se ponha em guarda ante o discurso da autoridade. A autoridade fala por seus interesses...

As histórias contam inúmeros jogos de interesse, dialogam com leitores para desmascarar os bons sentimentos, injetam excelente antídoto humorístico, expõem ridículos, mesquinharias e ilusões tolas das personagens. Com isso desvanece a versão de que esses contos seriam obra ingênua de um Machadinho (como era então conhecido entre os amigos), principiante, mero aprendiz sem boas armas. Machado, desde muito moço, sabia o que queria e o que pensava da literatura. É de fato a gênese de um gênio.

Este livro é uma contribuição fundamental para isso e permite mesmo duvidar das duas fases de Machado. Será mesmo? Um grande escritor não começa pronto, mas também não começa do zero. Parece que ele desde cedo sabe o que quer. Este livro mostra isso.

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DISPERSA MEMÓRIA: ESCRITOS SOBRE REPRESENTAÇÃO E MEMÓRIA NA LITERATURA BRASILEIRA Luiz Roberto Cairo; Silvia Maria Azevedo e Marcio Roberto Pereira (Orgs.). ISBN 95-7917-060-7 Bauru-SP: Canal6; Assis-SP: UNESP, 2009. 251 páginas

RESENHA

O Grupo Acadêmico Memória e representação literária – GPMRL, da Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP foi criado em 1993 e credenciado junto ao CEPE, sob o número 66/94, aprovado em 10 de maio de 1994. O GA constitui de um grupo de pesquisadores, docentes, pós-graduandos e graduandos em Letras e História, do Campus de Assis, de outros Campi da UNESP e de outras Universidades do País, interessados na formação de um núcleo interdiciplinar sobre o tema geral “memória e representação literária”. Como programa, desenvolve o Projeto Integrado de Pesquisa “Memória e construção literária da América” que visa o estudo de textos literários, históricos e críticos, a partir dos conceitos de memória e representação.

Assim, apresenta como procedimentos metodológicos: revisão do sintagma linguístico procurando avaliar os usos da linguagem enquanto invenção e criação; análise de textos que recuperem diferentes imagens das Américas; discussão da tradição crítica e da historiografia literárias nas Américas, focalizando seus métodos, objetivos e conclusões; resgate de fontes; levantamento e discussão de material literário publicado em livros, periódicos, jornais e manuscritos; análise de obras canônicas e não-canônicas.

Abordando textos poéticos, históricos e críticos, confronta diversas perspectivas da representação literárias, discute as imagens de diferentes literaturas nacionais em diferentes épocas e condições de criação; tingindo-se seu embasamento crítico de matizes diversos, tornando-se imprescindível recorrer a elementos da historiografia e crítica literárias, da literatura comparada e outras correntes.

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NARRATIVAS DO EU: MEMÓRIAS ATRAVÉS DA ESCRITA Ana Maria Carlos; Esteves, Antônio Roberto (Orgs.) ISBN 978-85-7917-069-0 Bauru-SP: Canal6; Assis-SP: UNESP, 2009. 264 páginas

RESENHA

Narrativas do eu – memórias através da escrita traz a público os trabalhos parciais resultantes das reflexões do Grupo de Pesquisa “Narrativas Estrangeiras Modernas” dentro do Projeto Gêneros Híbridos da Modernidade, que vem desenvolvendo, desde 2002, o estudo dos gêneros literários híbridos como o romance histórico, a narrativa de viagem, etc. Como se poderá constatar nas páginas seguintes, os ensaios aqui selecionados, em sua maioria, trabalham com a apropriação literária da modalidade das escritas do eu: trata-se de leituras de textos em que a ficção se vale da estrutura da autobiografia para compor suas narrativas.

Se o nascimento da escrita autobiográfica, no sentido moderno do termo, está relacionado ao surgimento da noção de indivíduo, a desestabilização da ideia de sujeito, vivenciada desde a modernidade, provocou a revitalização da autobiografia e das formas de literatura íntima - como o diário, cartas, memórias, testemunhos e mais recentemente os blogs – que atuma na mente de quem as criam como um modo de resistência a perda da identidade e das certezas que cercavam um eu estável e separado do mundo de épocas anteriores.

A primeira questão que surge diante deste tipo de escritura é se ela caracterizaria o gênero literário. Iniciamos nossa coletânea, portanto, com dois ensaios que buscam sintetizar as linhas do debate teórico das últimas décadas sobre as narrativas do eu. Os demais apresentam análises interpretativas de obras bastante variadas, mas cujo processo narrativo de expressão das memórias vem sempre relacionado, como não poderia deixar de ser a questões históricas. Assim, a maioria dos livros estudados – quer se apresentem como memórias propriamente ditas, como reescrituras memorialísticas paródicas, como testemunho e reflexão política ou como memórias de viajantes na observação da diversidade – examina , mais do que qualquer outra coisa, a confluência entre as reminiscências individuais e a memória coletiva na reconstrução do passado, lançando, no mais das vezes, nova e diferente luz aos fatos registrados pela historiografia.

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LITERATURA, IMPRENSA E SOCIEDADE: ENSAIOS Alvaro Santos Simões Junior; Gilberto Figueiredo Martins (Orgs.) Marília-SP: Poïésis Editora, 2009. ISBN 978-85-61210-03-8 216 páginas

Poïesis Editora www.poiesiseditora.com.br Marília – São Paulo

RESENHA

Este livro surge em comemoração do bicentenário da imprensa no Brasil (1808-2008) e do cinquentenário do Departamento de Literatura (1958 – 2008), que, sob a antiga designação de Departamento de Letras Vernáculas, foi a primeira unidade departamental a organizar-se na Faculdade de Filosofia de Assis, hoje Faculdade de Ciências e Letras – UNESP, campus de Assis. Pode parecer arbitrário reunir em uma mesma celebração efemérides tão díspares. No entanto, há uma justificativa plausível para a dupla comemoração: muitos professores do Departamento dedicam-se ao estudo de periódicos e de fontes primárias neles disponíveis. Além disso, estimulam pesquisas nessa área com a orientação de alunos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Por estarem voltados aos problemas contemporâneos, jornais e revistas refletem intensamente as questões sociais. Assim, o estudo de periódicos vem a reforçar a mais tradicional área de pesquisa do Departamento, a que investiga as relações entre literatura e sociedade.

Com seus trabalhos, pretendem os autores dos ensaios deste livro contribuir modestamente para o estudo das complexas relações entre literatura, imprensa e sociedade, ao qual se dedica o Departamento de Literatura há 50 anos.

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O GÊNERO DA PARÁBOLA Marco Antônio Domingues Sant'Anna ISBN 978-85-393-0011-2 São Paulo : Ed. UNESP, 2010. 251 páginas

Fundação Editora da UNESP Praça da Sé, 108 – CEP 01001-900 São Paulo - SP Fone: (11) 3242-7171 Fax: (11) 3242-7172 http://www.editoraunesp.com.br/

RESENHA

O livro O gênero da parábola, de Marco Antônio Domingues Sant´Anna, preenche importante

lacuna dos estudos acadêmicos, no Brasil, sobre a gênese, evolução e constituição do discurso parabólico. Resulta de pesquisas realizadas em etapas diferentes, porém, revela-se obra coesa, com unidade temática, coerência teórica e analítica. Em um primeiro momento, o pesquisador defendeu sua tese de doutoramento A parábola, na Universidade Estadual Paulista, com a orientação de Carlos Erivany Fantinati; depois, buscou complementar a proposta inicial, que contemplava apenas a parábola antiga, com a realização de pesquisa sobre a manifestação moderna do gênero, em projeto de pós-doutoramento, com o apoio da Fapesp, realizado no Trinity College, da Universidade de Bristol (Inglaterra), com a supervisão do Dr. John Lesley Nolland.

A partir da etimologia do termo, Sant´Anna reconstrói o percurso do gênero, considerando sua inserção na literatura clássica grega, especialmente nos estudos de Aristóteles, que vê a parábola como o princípio do raciocínio em sua Arte retórica; aponta um confronto com a retórica latina, tomando como referência a obra de Quintiliano, Institution Oratoire, enfatiza a semelhança dos conceitos latinos com aqueles do pensamento aristotélico. As considerações sobre a parábola no corpus da retórica clássica conduzem o autor à conclusão sobre sua natureza de figura propiciadora de enriquecimento do discurso persuasivo e à consequente negação ao estatuto de gênero literário. A partir do rastreamento de obras de Homero, Ilíada e Odisseia, comprova que o que tem sido denominado “construção parabólica” configura impropriedade terminológica; são apenas processos comparativos.

Ao tratar da parábola no Velho Testamento, tendo em vista as ocorrências de mashal hebraico, traduzido, no grego, por parabolé, o autor estabelece importantes conexões entre o significado do termo e a constituição da parábola como gênero literário. A manifestação da forma mais desenvolvida de mashal, com estrutura narrativa mais variada, é apontada em textos bíblicos, nos Livros históricos (Números 23 e 24), sapienciais, (Jó 27 e 29), poéticos (Salmos 49 e 78) e proféticos (Ezequiel 17,20 e 24 e, ainda, Miqueias 2 e Habacuc 2).

A compreensão da parábola como forma literária e não mais como comparação desenvolvida, modo de ocorrência na literatura clássica, ou como alegoria, manifestação observada nos livros proféticos da Bíblia, permite-lhe concluir que somente no contexto do Novo Testamento a parábola adquire sua especificidade literária – narrativa curta, amimética e alegórica – em estreita conexão com sua função didática, propiciadora, inclusive, do confronto entre o eu e o outro. Finalmente, Sant´Anna propõe um modelo de estudo de textos parabólicos, confrontando as parábolas bíblicas da Ovelhinha pobre (Samuel, 11: 1-17) e do Bom samaritano (Lucas, 10: 25-37) com as parábolas modernas, A boa alma de Setzuan, de Bertolt Brecht, e textos de Kafka e Kierkegaard.

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MISCELÂNEA: REVISTA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS. Vol. 7, jan.jun.2010. ISSN 1984-2899 Assis-SP: UNESP. 402 páginas http://www.assis.unesp.br/miscelanea

RESENHA

No sétimo volume, a Miscelânea: Revista de Pós-Graduação em Letras da UNESP/Assis

apresenta o dossiê “A Literatura Comparada e seus múltiplos entrecruzamentos”. Essa vertente não se resume apenas à comparação entre textos, mas à busca de referências, à migração de temas e processos de estruturação de obras, entre outros, como bem afirma Tânia Franco Carvalhal. Desse modo, trata-se de uma forma de investigação que confronta duas ou mais literaturas, através de uma grande diversidade metodológica e analítica, tornando-se, portanto, um vasto campo de atuação. O dossiê comprova essa diversidade com artigos em que a dialética de textos vários e disciplinas distintas estará sempre presente.

O conjunto de artigos publicados explora essa vertente de investigação literária que confronta diferentes manifestações artísticas e referenciais culturais sob diversificadas perspectivas metodológicas e analíticas. A revista conta ainda com artigos de temática livre, resenhas de livro e uma gravura artística que ilustra a temática contemplada pelo volume.

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TRICEVERSA: REVISTA DE ESTUDOS ÍTALO-LUSO-BRASILEIROS. Vol. 3, n. 1, maio-out.2009. ISSN 1981-8432 Assis-SP: UNESP. 296 páginas http://www.assis.unesp.br/cilbelc/rev.htm

RESENHA

O número 1 do volume 3 da TriceVersa é inteiramente dedicado à literatura italiana. Literatura vista a partir de um olhar multifacetado que abarca um rico corpus de temas e autores, das origens até aos nossos dias. Tomando emprestada uma expressão celebrizada por Leopardi, poder-se-ia falar de um verdadeiro zibaldone da literatura italiana. De fato, apresenta-se um rico leque temático composto por várias contribuições de italianistas que atuam em diferentes universidades de diversos países: Brasil, Itália, Estados Unidos e Inglaterra.

Para começar das origens, encontra-se neste número de TriceVersa uma revisitação do modelo lírico proposto por Iacopone da Todi, assim como uma análise da viagem de Ulisses recuperada por Dante Alighieri no famoso canto XXVI do Inferno.

Outro grande clássico analisado, pelo viés da ironia, é o Orlando Furioso de Ludovico Ariosto, chegando assim ao século XVI. Já o Settecento é abordado a partir de um estudo das fábulas que, ao retomar os moldes indicados por Esopo, trazem à tona casos de misoginia.

Os séculos XVIII e XIX também estão bem representados. Da inquieta personalidade de um autor que perpassa por uma época de transformações, Ugo Foscolo, é salientado o aspecto teórico e intelectual, baseado na análise de um ensaio pouco conhecido, Dell’origine e dell’ufficio della letteratura. E não poderia faltar, de acordo com quanto acima citado, um artigo específico sobre o intenso e, da mesma forma, inquieto universo leopardiano, através de suas reflexões de caráter psico-antropológico com uma leitura crítica do Zibaldone.

Entre Decadentismo e Vanguardas, aparecem D’Annunzio, Pound e Marinetti, autores que refletem as travessias do fim de uma época e o início de outra, sendo aqui considerados a partir de um topônimo sugestivo e polivalente: Veneza. Há, ainda, um estudo temático sobre um lugar, desta vez eminentemente simbólico e imagético, o trem, visto nas suas valências e repercussões na narrativa italiana do século XX, em particular na primeira metade. Nesse roteiro, outros lugares emblemáticos da literatura italiana chamam a atenção: a região de Piemonte na visão humanamente perfilada de Cesare Pavese e a América atraente e repulsiva do escritor contemporâneo Andrea De Carlo, de acordo com a leitura crítica de Treno di panna.

Questões ideológicas e políticas perpassam pelas narrativas plurais e engajadas de outros escritores italianos do século XX: dá-se conta aqui da “anti-epopeia colonial” da guerra africana, contida no primeiro romance de Ennio Flaiano, Tempo di uccidere; da crítica aos totalitarismos no famoso romance de cenário lusitano, Sostiene Pereira, de Antonio Tabucchi; e, por fim, das estratégias narrativas de questionamento ao fascismo que são descortinadas por uma pontual análise comparada das obras de Ignazio Silone e Elio Vittorini.

Há ainda nesse número de TriceVersa artigos sobre três personalidades marcantes e talvez extemporâneas, pela sua unicidade, da literatura italiana: Dino Buzzati, visto no seu constante embate com o mundo moderno, Elsa Morante, considerada a partir dos “silêncios femininos” presentes na polifonia romanesca de Menzogna e Sortilegio, e o grande poeta Mario Luzi, analisado na sua última fase à luz da dialética mantida com a natureza. Completa essa edição um artigo sobre a escritora contemporânea Elvira Seminara, que trata de um fenômeno atual no contexto cultural italiano que é o da imigração.

Objeto de resenha neste número é um epistolário de Paolo Volponi, Scrivo a te come guardandomi allo specchio. Lettere a Pasolini (1954-1975), organizado por Daniele Fioretti. Há, ainda, uma traduçao inédita de um texto de Gian Pietro Lucini, dedicado ao fundador do Futurismo: Retrato de F.T. Marinetti quando jovem.

Para terminar, é com grande prazer que se oferecem ao leitor dois contos inéditos, La scomparsa di Ettore e Andromaca e L’uomo in redingote, de Ignazio Apolloni. Agradecemos ao autor por ter concedido a publicação dos contos em anteprima.

CILBELC

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INTELECTUAIS E IMPRENSA: ASPECTOS DE UMA COMPLEXA RELAÇÃO Alvaro Santos Simões Junior; Luiz Roberto Cairo; Cleide Antonia Rapucci (orgs.) ISBN 978-85-7751-042-9 São Paulo: Nankin Editorial & Edusp 2009 224 páginas

NANKIN EDITORIAL – Rua Tabatingüera, 140, 8. andar, cj. 803 – Centro – São Paulo – CEP 01020-000 – Tel. (0**11) 3106-7567, 3105-0261 – Fax (0**11) 3104-7033 www.nankin.com.br

RESENHA

Este é um livro exemplar na atualização de um antigo e curioso debate: a contribuição da

mídia escrita (jornais e revistas) para a formação e consolidação da cultura letrada no Brasil. Estamos falando do século 19, um mundo sem meios ou recursos eletrônicos de comunicação, onde e quando o debate cultural, político e literário se fazia pela escrita.

Num país com proporções alarmantes de população analfabeta e incapaz de ler (talvez algo como 90% a 95%) o suposto é de que o debate nos jornais e revistas só atingia um público mínimo, configurando assim uma “exclusão pré-histórica” num abismo entre a camada letrada e o resto...

Parece que não era geral a consciência dessa anomalia, tanto que foi bem pequeno – e quase circunstancial – o empenho dos letrados em favor da expansão do aparelho escolar. As letras eram privilégio de classe, fundado na perversidade da herança colonial, da violência escravista e da hegemoniada fração terratenente. A mesma literatura brasileira formava-se no interior desse quadro e também nele corriam os debates sobre a situação do país, de seus dilemas e suas perspectivas de futuro.

Porém, desde a chegada de D. João VI, abre-se um horizonte progressista, cuja evidência profundamente deformada não oculta, contudo, um avanço extraordinário que vai, aos poucos e lentamente, ganhando consistência e acumulando discussões, ideias, propostas, alternativas, ampliando o horizonte do país atrasado e periférico (ainda que tal vocabulário seja de agora, apenas).

A exemplaridade deste livro é que os ensaios de diferentes professores que o constituem – resultado do IX Seminário de Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, campus de Assis (SP) – fazem avançar um sólido conhecimento, através de pesquisas cuidadosas e originais, das fontes, origens e termos dos debates em que se empenhou a camada letrada do país, durante todo o 19 e parte do século 20.

Nesses ensaios estão perfil e substância do que fomos e, agora, século depois, mostram-se esclarecedores e esclarecidos para evidenciar os danos e os avanços da nossa formação, letrada principalmente, mas também do potencial que insemina matéria de futuro para o próprio país. A emancipação não se faz de um salto e este livro contribui para esse caminho longo e sinuoso.

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APOIO:

IEVASA Inst. de Estudos Vernáculos "Antonio Soares Amora"