26
D FACU Desafi ULDADE DE ios na E ECONOM a soci Ana C C MIA UNIV edad Cristina Fo Coimbra 201 VERSIDAD e de i onseca 12 DE DE COIM inform MBRA maçã o

FACULDADE DE ECONOM IA UNIVERSIDADE DE COIMBRA - … · Imagem da capa: Fotografia da autora, 2012 ... Pequena história da desinformação – do cavalo de Tróia à Internet. Assim,

Embed Size (px)

Citation preview

 

FACU

Desafi

ULDADE DE

ios na

E ECONOM

a soci

Ana C

C

 

MIA ‐ UNIV

 

edad

 

 

Cristina Fo

 

 

Coimbra 201

VERSIDAD

e de i

onseca 

12

DE DE COIM

inform

MBRA 

mação 

 

 

 

FACULDADE DE ECONOMIA ‐ UNIVERSIDADE DE COIMBRA 

 

 

Desafios na sociedade de informação  

 

 

Trabalho realizado na unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica 

Docente: Paulo Peixoto 

Ano lectivo: 2012/2013 

 

Imagem da capa: Fotografia da autora, 2012  

 

 

 

 

 

 

Ana Cristina Fonseca 

 

 

Coimbra 2012

ÍNDICE 

 

1. Introdução ...........................................................................................................   1 

2. Os desafios da sociedade de informação ............................................................   3 

  2.1. A publicidade e os jovens ........................................................................   3 

  2.2. Os idosos e o silêncio da informação ......................................................   6 

  2.3. O poder da guerra de palavras numa guerra militar ..............................   10 

3. Descrição Detalhada da Pesquisa ........................................................................   11 

4. Avaliação da página da Internet ..........................................................................   12 

5. Ficha de Leitura....................................................................................................   14 

6. Conclusão  ............................................................................................................   18 

7. Referências Bibliográficas ....................................................................................   19 

 

 

 

Anexo A  

  Página da Internet avaliada 

 

Anexo B  

  Texto de suporte da ficha de leitura

Desafios na sociedade de informação  

  1 

1. INTRODUÇÃO  

Através da  avaliação  contínua da disciplina de  Fontes de  Informação  Sociológica do primeiro  ano  da  licenciatura  de  sociologia,  decidi  optar  pelo  tema  “Desafios  na sociedade de  informação” de entre a possibilidade de escolha de mais dois temas “A Europa  e  os  migrantes  no  século  XXI”  e  “Envelhecimento  e  dinâmicas  sociais”. Assim,  a  escolha  do  meu  tema  deteve‐se  essencialmente  na  vontade  de  querer explorar mais relativamente aos desafios que esta nova sociedade de informação pode trazer aos indivíduos. 

De  entre  todos  os  textos  disponibilizados  na  página  da  disciplina  de  Fontes  de Informação  Sociológica  relativamente  aos  desafios  da  sociedade  de  informação,  a minha  decisão  recaiu  sobre  o  texto  do  autor  Vladimir Volkoff  cujo  titulo  do  livro  é Pequena história da desinformação  – do  cavalo de Tróia à  Internet. Assim, Vladimir Volkoff demostra através da  sua obra que o  ser humano é um consumidor ativo de informação e por isso de tão bem a conhecer, muitas vezes altera‐a, com o intuito de satisfazer os seus desejos e  interesses. Então  isto quer dizer que a  informação não é algo  garantido  e muito menos  totalmente  verídico.  Em  suma  o  autor  na  sua  obra analisa  as  grandes operações de desinformação da  história  que  vão  desde  o mítico cavalo de tróia à tão recente internet.  

Ora, a primeira coisa que me chamou a atenção foi definitivamente o título do livro de Volkoff. O conceito desinformação era definitivamente algo novo para mim, por  isso despertou  logo  a minha  atenção.  Assim  foi  feita  a minha  escolha  relativamente  ao texto e tema a trabalhar. 

Com  este  trabalho  pretendo  abordar  três  pontos  que  na  minha  opinião,  são fundamentais  para  a  compreensão  do  conceito  de  desinformação  ou  excesso  de informação 

Então para  tentar explorar da melhor  forma possível os desafios da  informação nos dias  de  hoje  vou  focar  este  trabalho  em  três  temas:  a  publicidade  alimentar  e  os consumidores adolescentes; os  idosos como vítimas do silêncio de  informação e por fim o poder da guerra de palavras numa guerra física. 

No  primeiro  tópico,  irei  descrever  como  a  publicidade  alimentar  chega  aos adolescentes ou classes mais  influenciáveis da sociedade e quais os  impactos da sua chegada. No segundo ponto irei abordar qual a relação entre o silêncio de informação, ou  seja,  a  falta  de  informação  e  o  número  assaltos  ao  domicílio  em  pequenas povoações.  Por  fim,  tenho  como  objetivo  demostrar  que  através  das  palavras,  da persuasão  é  possível  vencer,  por  exemplo,  uma  batalha, manipulando  o  adversário através da intoxicação. 

Desafios na sociedade de informação  

  2 

Todas  as  referências  iram  ser  realizadas  no  estilo  Chicago  Décima  Quinta  Edição, citando livros, revistas, artigos, teses de doutoramento e sites da Internet. 

Desafios na sociedade de informação  

  3 

2.1. PUBLICIDADE E JOVENS 

Comecemos então por definir o termo publicidade. Publicidade é o “conhecimento público, divulgação, difusão” (Varios Autores s.d.) de mensagens cujo objetivo principal não é informar, nem esclarecer, mas sim influenciar. Então desde já é possível deduzir que a publicidade não é a divulgação de informações necessariamente corretas ou verídicas. A publicidade pode ser definida quanto: ‐ À maneira como é divulgada e a forma como chega ao público; ‐ Aos objetivos que se propõe atingir; ‐ À via que utiliza. 

Quanto  à  forma  como  a  publicidade  pode  ser  difundida,  esta  pode  ser  aberta  ou fechada. Considera‐se a forma da publicidade aberta quando esta é reconhecida como publicidade  logo  à  primeira  vista.  Considera‐se  a  publicidade  fechada  quando  o consumidor não se apercebe logo de imediato que se encontra perante um anúncio de publicidade. Dentro deste tipo de publicidade existe ainda a publicidade dissimulada, oculta e sublimar. A publicidade dissimulada é quando, “um anúncio está “camuflado”, por exemplo num jornal, sob a forma de notícia” (C. Afonso, Publicidade, Adolescentes e  Alimentação  1994a),  um  exemplo  de  publicidade  oculta  quando  alguma  pessoa famosa  se  associa  a  alguma marca  como  consumidor  e  por  fim  como  publicidade sublimar  temos  como  exemplo  o  refrigerante  Coca‐Cola,  que  visa  essencialmente atingir  o  inconsciente  “a  pessoa  capta  a mensagem  sem  se  aperceber”  (C.  Afonso, Publicidade, Adolescentes e Alimentação 1994b). 

Quanto à forma como a informação chega ao público a publicidade pode ser: ‐privada ‐ coletiva (diferentes anunciantes com a mesma campanha em seu benefício) ‐ associada (anunciantes de produtos diferentes focados na mesma campanha). 

Relativamente aos seus objetivos a publicidade tem cinco categorias: ‐De lançamento (coloca‐se algum produto novo no mercado) ‐De expansão (o produto atinge novos mercados) ‐De manutenção (manter o seu estatuto no mercado) ‐De recordação (para não cair no esquecimento) ‐ De prestígio (os anúncios não focam o produto, mas sim a empresa)  Por  fim em  relação  à  via utilizada a publicidade pode  ser direta em que ocorre um envio individual do produto que se quer promover e pode ser também  indireta neste tipo de via a mensagem destina‐se a mais que uma pessoa, ou a uma classe. 

Todo este processo de difusão de informação tem como objetivo principal o alcance de determinados  fins  comerciais  e  atua principalmente  no  irracional,  ou  seja, na  parte mais inconsciente da pessoa, onde as mensagens mais irracionais podem chegar.  

Desafios na sociedade de informação  

  4 

Tomemos como exemplo o slogan do refrigerante Coca‐Cola em 1927 Pure as Sunlight, ora provavelmente nem os produtores deste refrigerante acreditam verdadeiramente na  completa  pureza  desta  bebida, mas  no  entanto,  o  que  interessava  não  era  se  a Coca‐Cola era pura, no  sentido de  saudável, mas  sim  influenciar a  inconsciência dos consumidores que o era. 

Assim, sendo o principal objetivo da publicidade influenciar, existem por norma grupos mais  vulneráveis  para  tal  fim.  Sendo  a  adolescência  a  passagem  entre  duas  fases etárias de extrema importância, da infância à fase adulta, é natural que o adolescente seja  influenciável pois  “esta etapa  tem  como  tarefa principal o desenvolvimento da identidade  pessoal”  (Pires  e  Brandão  2011)  e  a  imitação  dos  diferentes  papéis  dos outros faz parte da criação da identidade do adolescente. 

É praticamente automático um  jovem, depois da escola ou trabalho, quando chega a casa,  sentar‐se no  sofá e  ligar a  televisão,  faz parte da  rotina. E  como elemento da rotina a televisão influencia‐nos, marca a nossa forma de pensar e responder a certas filosofias  de  vida  por  parte  dos  outros  indivíduos.  Então  a  publicidade  televisiva tornou‐se um fenómeno marcante na nossa comunicação (Shmidt 1991). Os assuntos do dia‐a‐dia da  sociedade  são marcados pelo que a  televisão nos expõe,  somos por isso indivíduos frequentemente influenciados pela comunidade televisiva. 

Ora, mas para além da influência que a televisão tem nos adolescentes para materiais físicos,  como  a  vontade  de  querer  usar  roupas  de marca,  ou  ter  o  telemóvel mais recente,  os  programas  televisivos  podem  também  influenciar  o  adolescente  num ponto  em  que  se  passa  uma  simples  vontade  de  querer  para  uma  necessidade  de querer  ter.  Então  para  além  das  influências  dos  grupos,  da  família,  dos  valores fisiológicos, das experiências pessoais ou conhecimentos, existe  também a  influência da televisão (Carvalho 2009) 

A ANACOM realizou em Setembro de 2011 um estudo (Lima e Cardoso 2011) no qual pretendia analisar as tendências de consumo e apropriação de televisão em Portugal em  comparação  com  outros  meios  de  comunicação  e  outras  plataformas. Assim,  cerca  de  99.0%  dos  indivíduos,  em  Setembro  de  2011,  tem  algum  tipo  de aparelho de televisão em casa. E a esmagadora maioria considera que a televisão é a plataforma mais importante para se obter informações sobre acontecimentos recentes ou acontecimentos que já aconteceram há algumas horas. 

Com  este  estudo,  podemos  então  perceber  que  a  televisão  é  já  uma  componente indispensável na  vida de praticamente  toda  a  sociedade, por  isso  se entende o  seu alargado espetro de atuação tanto em adultos como, principalmente, nos jovens, que despendem grande parte do seu tempo focados num ecrã. 

Então  quais  as  possíveis  consequências  de  toda  esta  absorção  de  informação? Com o consumo de  televisão vem necessariamente o encontro dos  indivíduos com a 

Desafios na sociedade de informação  

  5 

publicidade. E como a publicidade tem  influência nos comportamentos podem surgir alguns problemas, principalmente com os jovens. 

Existem  de  facto,  determinadas massas  televisivas  produzidas  para  expor,  difundir determinados  alimentos  unicamente  com  fins  comerciais.  A  televisão é então uma das muitas novas  tecnologias que  influenciam grande parte dos jovens de hoje. 

A alimentação na adolescência é de extrema importância daí ser também de extrema importância  a  educação  e  informação  alimentar  nesta  idade.  Assim,  as mensagens publicitárias,  já que  têm uma  relação  tão próximas com os  jovens, deveriam  ser um meio de  transmissão de bons conceitos e comportamentos alimentares, no entanto, muitas  vezes,  os  produtos  publicitados  não  são  saudáveis  (Cabral  1989)  e  apenas existem para fins lucrativos. 

Então,  podem  surgir  nos  jovens  duas  doenças  que  derivam  essencialmente  da má publicidade, pois esta pode levar “à total ou parcial identificação do consumidor com o ambiente que rodeia o produto” (C. Afonso 1994) 

Através  da  exposição  de  apenas  30  segundos  de  publicidades  variadas  os  jovens tornam‐se  vulneráveis  às  políticas  dos  media.  Ou  seja,  a  exposição  de  alimentos inofensivamente calóricos de uma forma “natural” torna os  jovens consumidores dos produtos  publicitados  e  por  isso  vítimas  do  excesso  de  informação.  Daqui  podem resultar distúrbios alimentares como a obesidade, que tem como base, para além de outros  factores,  como  a má  repartição  do  tempo,  a  influência  causada  pelos maus anúncios  televisivos. Ora, com tanto tempo a ver televisão, os jovens ficam sem tempo para o desporto que é vital para uma saúde inquestionável. 

Existe  também o outro  lado do problema. Quando a má publicidade  traz o patamar que a alimentação perfeita é não comer, e os  jovens na  formação da sua  identidade imitam  esta  atitude,  encontramos  o  outro  extremo  dos  distúrbios  alimentares.  A criação do mito que a magreza é sinal de beleza é  já uma generalização e  tem uma incidência cada vez maior principalmente nas adolescentes. 

 

 

 

 

 

Desafios na sociedade de informação  

  6 

2.2. OS IDOSOS E O SILÊNCIO DA INFORMAÇÃO  

Se separarmos o conceito por palavras, o silêncio da  informação é a falta, ou quando existe, a omissão de informação. 

Especificamente no  caso dos  idosos o  silêncio no  campo da  informação pode  trazer vários  problemas  tanto  a  nível  físico  como  a  nível  psicológico. Esta fase da vida que surge a partir dos cinquenta anos é uma etapa que se caracteriza essencialmente  “pelo  isolamento  social  e  pelo  surgimento  de  sentimentos  de inutilidade”  (Pires e Brandão, PSI 12 B Parte 2, Psicologia 12º ano Ensino Secundário 2011b). Então é natural que a  informação  chegue a esta  classe de uma  forma  fácil. Como  vimos,  99%  da  população  portuguesa  tem  televisão,  factor  de  elevada importância  para  combater  a  solidão. No  entanto,  essa  quantidade  de  população  é apenas uma amostra, não existiam  inquiridos de aldeias  isoladas nem terras que não estão comtempladas no mapa. 

Segundo dados no INE num estudo realizado à situação demográfica em Portugal entre 2007  e 2009  existe uma diminuição bastante  significativa da  taxa de natalidade, de 11% para 9.4%.  “A  taxa bruta de natalidade  segue,  assim,  a  evolução  contrária nos últimos  anos  em  alguns  países  com níveis de natalidade  fracos”  (Carrilho  e  Patrício 2010) 

QUADRO I 

NATALIDADE E FECUNDIDADE EM PORTUGAL 2001‐2009  FONTE: http://www.ine.pt, 2008 

 

Desafios na sociedade de informação  

  7 

Com  estes  resultados  podemos  concluir  que  o  número  de  idosos  em  Portugal  tem vindo a aumentar “o processo de envelhecimento da população portuguesa expresso no índice de envelhecimento, que é hoje de 112 idosos por cada 100 jovens e em 2046 será de 238 pessoas  com mais de 65 anos por  cada 100 até aos 14 anos”  (Instituto Nacional  de  Estatística  2008)    no  entanto  as  políticas  de  adaptação  dos mesmos  à então sociedade de informação continuam em estado latente. 

GRÁFICO I 

 

Nº DE IDOSOS COM TELEVISÃO EM PORTUGAL FONTE OBERCOM, 2011 

 

Quais as consequências da falta de informação em idosos? 

O que faz disto um problema é a desigualdade que existe na quantidade de informação disponível entre as principais fachas etárias. Ora se os idosos têm, a maior parte deles, um grande défice de  informação  já os adultos tem  informação disponível a mais que pode ser utilizada de uma forma imprópria vitimizando os idosos. 

A utilização de informações erradas ou dissimuladas podem levar os idosos a sofrerem graves consequências. Foquemo‐nos em dois exemplos: ‐ Assaltos ao domicílio ‐ Compra de produtos inexistentes  Existem vários contextos para uma pessoa idosa poder ser vítima de crime, ou seja, muitas vezes uma pessoa idosa como já se encontra frágil fisicamente devido essencialmente ao avanço da idade e sobretudo ao isolamento que é vítima o contexto em que ocorre o crime é diferente do idoso que não sofre isolamento.  O idoso pode ser vitimizado através: ‐Família; 

Desafios na sociedade de informação  

  8 

‐Instituições; ‐Na rua;  ‐Na sua casa ‐ quando este vive sozinho.  Quando o  indivíduo  sofre de violência em casa diz‐se que este é vítima de violência doméstica. Nestas situações o indivíduo tem uma diminuta significância pessoal para a família,  tendo por  isso uma  relação muito  fria com a maior parte das pessoas à  sua volta,  pois  sentem‐se  sempre  algo  a  mais  na  vida  dos  outros. Estes componentes tornam o individuo mais favorável à vitimização, o que ajuda muito o papel dos agressores. 

Em contexto de instituição, a pessoa idosa pode ser vítima de crime no momento em que  lhe  tiram  a  sua  liberdade  e  a  sujeitam  às  regras  e  horários  das  instituições. Acompanhado deste sentimento vem o de abandono por parte da família e a falta de intimidade pessoal. 

Ora, mas quando o  idoso vive só em sua casa, os casos de vitimização podem ser um pouco mais complicados. Quando a pessoa não tem nenhum familiar ou amigo que a visite  esta  fica  consequentemente  mais  isolada  e  um  alvo  mais  fácil  para comportamentos criminais, como assaltos, burlas ou mesmo violência física. 

Existem por  fim, crimes em contexto de  rua quando os agressores  se apercebem da rotina do idoso e o assaltam. (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima 2002) 

Tomemos  como  exemplo  a  notícia  do  Jornal  de  Notícias  de  5/11/12  que  relata  o assalto a um casal de idosos nas Caldas da Rainha, enquanto este dormia foi assaltado por  dois  indivíduos  que  os  agrediram  e  levaram  as  suas  peças  em  ouro  e  outros objetos (Jornal de Notícias 2012b). 

Este exemplo pode demostrar a falta de  informação por parte dos  idosos. Ora, neste exemplo o assalto realizou‐se fora do contexto de isolamento total do idoso. 

Com  isto  quero  dizer  que muitas  vezes  nos  locais mais  isolados,  em  que  existem muitos  poucos  habitantes  nalguma  aldeia,  a maior  parte  das  pessoas  passam,  por necessidade,  grande  parte  do  seu  tempo  sozinhas  e  por  conseguinte  sem  acesso  a informação. Neste contexto ocorrem a maior parte dos crimes. 

Um conjunto de indivíduos num grupo mais ou menos numeroso batem à porta de um idoso e passam por aquilo que não são, pedem dinheiro e os idosos dão. Tudo a favor de uma causa ou instituição que não existe. 

Existe também a possibilidade de o individuo ser vítima de falta de informação quando adquire produtos que não existem, ou seja, quando o idoso é vítima de burla.      

Desafios na sociedade de informação  

  9 

A  formação de negócios ou produtos que não  existem é  cada  vez mais  comum por parte dos assaltantes e tem como objetivo principal extorquir o máximo de dinheiro à população idosa que essencialmente por falta de informação não percebe quando está a ser enganada. Mais uma vez este tipo de crimes é mais frequente quando a pessoa está em casa sozinha e vive num local mais isolado. 

 

Tomemos  a  notícia  de  14  de  Novembro  do  Jornal  de  Notícias  como  exemplo.  “Uma mulher de 85 anos foi burlada […] em Ponte de Lima, ao entregar a dois falsos médicos cerca de 50.000 euros em dinheiro que guardava em casa […].O caso ocorreu na  freguesia  da  Ribeira,  concelho  de  Ponte  de  Lima,  cerca  das  11  horas,  com  a abordagem à idosa, que vive sozinha com o marido […]” (Jornal de Notícias 2012a). 

Assim concluo que a  realidade de  informação dos  idosos é exatamente o oposto da realidade de informação dos jovens e adultos. 

Esta disparidade de quantidade e qualidade de informação trás implicações sérias para os idosos, podendo essas implicações terem efeito nas próprias vidas dos mesmos. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desafios na sociedade de informação  

  10 

2.3. O PODER DA GUERRA DE PALAVRAS NUMA GUERRA MILITAR 

Ora segundo Vladimir Volkoff, em Pequena história da desinformação – do cavalo de Tróia  à  Internet  existe  um  tipo  de  informação  falaciosa  que  tem  como  principal objetivo  atingir  o  adversário  –  em  cenário  de  guerra  ‐  fornecendo‐lhe  informações erradas para que o adversário tome as decisões errados e nós as corretas. 

Então se é possível  fornecer aos outros  informações erróneas relativamente a algum assunto  favorecendo‐nos  ao  mesmo  tempo  porque  não  utilizar  isso  no  dia‐a‐dia? Utilizar  informações  falsas  é  errado  pois  embora  haja  um  favorecimento  de  pelo menos uma das partes, a utilização frequente desta forma de passar mensagens pode prejudicar  uma  sociedade  ou  até  mesmo  um  país  inteiro,  gerando  um  conflito permanente. 

Assim,  em  tempos  de  guerra  e  de  incertezas  sociais  é  muito  fácil  recorrer  à manipulação da informação tendo como principal tutor a emoção (Romano 2008). Ou seja,  quando  tudo  aparenta perdido, quando  as  incertezas  reinam na  sociedade, os indivíduos tomam muitas das suas decisões baseados na emoção. 

Embora a objetividade devesse ser a característica principal da  informação difundida tal era de  impossível concretização pois não é possível a um  individuo desligar‐se do social onde pertence. 

Então a  linguagem pode ser uma  forma de vitimizar alguém, pode ser uma forma de terrorismo  pois  exerce  sobre  as  pessoas  “violência  simbólica  ou  psicológica”.  “As palavras  são  como  doses minúsculas  de  veneno  que  podemos  engolir  sem  darmos conta” (Romano 2008). 

Portanto é muito fácil ser‐se vítima das palavras basta só existir uma boa capacidade de persuasão de um dos lados e o “veneno” está lançado. 

No  caso  específico  de  uma  situação  de  guerra  o  controlo  da  informação  que  é difundida é um elemento essencial para que não sejam vistas ou ouvidas mensagens ou  noticias  que  possam  abalar  o  “nosso”  lado.  Toda  a magnitude  que  a  linguagem possa causar deve ser para o lado do inimigo. 

Durante  a  II  Guerra  Mundial,  por  exemplo,  a  intoxicação  foi  vital  para  o desmembramento militar da Jugoslávia ou durante o golpe de estado de 24 de Abril de 1994  quando  a  tão  famosa  música  nacional  de  José  Afonso  passou  nas  rádios portuguesas, iniciou‐se a revolução. Ambos começaram através da circulação de ideias falsas e ambos acabaram com o derrube do adversário. 

Em suma, a  informação pode ser então uma arma muito poderosa que deve ser bem gerida  pois  através  dela  é  possível  influenciar  tanto  o  indivíduo  como  a  sociedade. Tudo depende dos interesses do informador. 

Desafios na sociedade de informação  

  11 

3. DESCRIÇÃO DETALHADA DA PESQUISA 

A pesquisa para a realização deste trabalho baseou‐se em procura de documentos na Internet  utilizando  assim  estudos  do  Instituto  Nacional  de  Estatística  mais especificamente sobre a taxa de fecundidade e natalidade em Portugal e a quantidade de idosos com televisão em casa, de teses de Licenciatura e Doutoramento disponíveis na  íntegra  em  PDF;  pesquisa  no  catálogo  da  biblioteca  da  FEUC  na  tentativa  de encontrar alguma livro relacionado com a sociedade de informação e na biblioteca do CES. Então depois da tentativa de pesquisa de livros da biblioteca da FEUC e do CES percebi que em  livros não  iria encontrar muita  informação, por  isso cingi‐me à utilização dos documentos  recolhidos  na  Internet,  aos  dados  do  INE,  a  artigos  de  jornais  e  à informação recolhida no texto do livro utilizado para a ficha de leitura Pequena história da desinformação – do cavalo de Tróia à Internet de Vladimir Volkoff, 2000. 

Assim, para encontrar a informação na internet, uma vez que foi o meu poço principal de  informação, tentei pesquisar no motor de busca Google as palavras principais dos meus subtítulos. No meu primeiro subtítulo “Publicidade e Jovens” procurei no Google a palavra publicidade  tentando depois  relacioná‐la com os  jovens e os problemas da atualidade característicos da idade da adolescência. 

Seguidamente  para  o  segundo  subtítulo  designado  “  Os  idosos  e  o  silêncio  de informação”  foquei‐me essencialmente na situação dos  jovens  isolados que por  falta de  informação  aceitam  produtos  ou  confiam  em  pessoas  que  apenas  estão interessadas  em  exercer  corrupção  nos  idosos.  Para  este  subtema  para  além  das fontes  da  internet  já  referidas  (INE  e  trabalhos  académicos)  utilizei  uma  notícia  do Jornal  de Notícias  de Novembro  de  2012  com  o  objetivo  de  demostrar  a  realidade publicitada já pelos jornais. 

Finalmente no último subtítulo “O poder da guerra de palavras numa guerra militar” tentei  demostrar  o  papel  da  intoxicação  numa  guerra  militar.  Como  a  força  das palavras  pode  vencer  a  força  física  em  contexto  de  guerra.  A  utilização  de  factos históricos relativamente à recorrência da persuasão nas guerras militares foi um factor determinante. 

Então  juntamente  com  toda  a  informação  recolhida  em  trabalhados  académicos  na internet conciliei utilizando como principal  linha de orientação, os tópicos do excerto do livro Pequena história da desinformação – do cavalo de Tróia à Internet. Através do surgimento  da  informação  que  eu  considerava  mais  pertinente  surgiu  também  a possibilidade de analisar e expor dois estudos do  INE para ajudar a complementar o trabalho. 

Desafios na sociedade de informação  

  12 

4. AVALIAÇÃO DA PÁGINA DA INTERNET 

A  página  da  internet  que  eu  decidi  abordar  designa‐se  Sociedade  da  informação  – Wikipédia, a enciclopédia livre. 

Escolhi esta página para avaliar pois  foi uma das primeiras páginas que utilizei para tentar perceber qual o contexto do tema do meu trabalho. No entanto não utilizei esta página para citar, daí ela não aparecer nas referências bibliográficas. 

A página está disponível no site: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_da_informa%C3%A7%C3%A3o  .Encontra‐se em português no  entanto é possível encontrá‐la numa enorme  variedade de outras línguas. É uma página editada por qualquer pessoa uma vez que é uma enciclopédia livre,  não  tenho  por  isso  um  autor  específico. Daqui  se  retira  já  o  subcritério  da  fiabilidade  que  se  inclui  dentre  do  critério  da validade  de  uma  página. Ora,  é  óbvio  que  não  se  pode  por  qualquer  conteúdo  na página sem qualquer relação com o tema, no entanto, as  informações tem sempre a hipótese de ser  fiáveis ou não. Logo o prestígio do autor é muito baixo, pois nem se sabe quem é o autor. Relativamente à validade é ainda possível falar de autenticidade e acessibilidade. 

 Assim,  a  autenticidade desta página  é garantida pois é  constantemente  actualizada pelos  diversos  utilizadores,  a  sua  última  utilização  foi  de  17  de  Outubro  de  2012 (12h51min),  logo foi actualizada à relativamente pouco tempo. A sua acessibilidade é também bastante boa uma vez que é muito fácil aceder ao site, a informação está bem sinalizada  sendo  por  isso  muito  fácil  chegar  até  aos  diversos  tópicos  existentes (“sociedade  de  informação”;  “adaptação  do  homem  a  um  novo  paradigma  da sociedade”…) existindo sete  ligações externas, sendo por  isso muito rápido encontrar toda a informação relativamente ao tema e também informações relacionadas. 

É  uma  página  que  embora  tenha  uma  grande  amplitude  uma  vez  que  consegue abranger uma grande variedade de assuntos não  tem um alcance muito elevado na minha opinião uma vez que esta página não se destina a por exemplo crianças, existem termos demasiados complexos para a devida compressão do assunto em causa. 

Relativamente  à  profundidade  da  página  é  algo  também  um  pouco  negativo  pois aborda  os  assuntos  de  uma  forma  muito  superficial,  apenas  o  suficiente  para escolhermos  um  tema  ou  o  outro.  A  avaliação  é  semelhante  relativamente  ao conteúdo do site, uma vez que a página pode tanto conter informações verdadeiras ou falsas,  mais  uma  vez  devido  à  facilidade  de  edição  da  página  e  relativamente  ao formato da página devido à inexistência de conteúdo áudio, apenas existe leitura. 

Em  contrapartida  tem  avaliação  positiva  relativamente  à  pertinência  do  período  de tempo uma vez que é uma página que cobre a informação durante um vasto período de tempo, à integridade da informação, pois considero que toda a informação exposta é objetiva e neutra, não existindo juízos de valor específicos. 

Desafios na sociedade de informação  

  13 

Em  relação à categoria, singularidade da página penso que o  tem uma vez que mais nenhuma página tem, tendo por isso uma avaliação positiva, tal o grau de recuperação da informação, no site da wikipédia é possível recuperar a informação que já não está disponível online, devido à opção “histórico”. 

Relativamente grafismo esta é uma página com incapacidade de aumentar o tamanho das letras do texto o que pode dificultar a compreensão a alguns leitores, no entanto um aspeto mais positivo é relativo à cor da página do site. Este  tem o  fundo branco com  letras  pretas,  uma  cor  neutra  que  permite  uma  melhor  concentração  e consequente uma maior absorção da informação pesquisada. Nesta página da Internet existe apenas uma imagem que, na minha opinião, não elucida muito o tema. 

Por fim, este é um sítio sem qualquer tipo de publicidade, outro aspeto positivo, que ajuda numa melhor concentração. 

Para  concluir  avalio  este  sítio  Sociedade  da  informação  – Wikipédia,  a  enciclopédia livre  com  uma  avaliação  boa  pois  os  apetos  positivos  sobrepõem‐se  aos  aspetos negativos.

Desafios na sociedade de informação  

  14 

5. FICHA DE LEITURA 

Título do Livro: “Pequena história da desinformação ‐ do cavalo de Tróia à Internet” 

Autor: Vladimir Volkoff 

Localização: Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra     

Local da publicação: Lisboa 

Ano da publicação: 2000 

Editora: Editorial Notícias 

Páginas consultadas: 19‐46 

Assunto: Posição da sociedade relativamente à informação pública, o que pode afetar a informação que recebemos, tipos de informação e desinformação. 

Palavras‐chave:  informação,  comunicação,  intervenientes  na  transmissão  da informação, desinformação, sociedade moderna. 

Resumo: O mundo  está  rodeado de  factos, no  entanto  grande parte deles não  são informação. Segundo  Vladimir  Volkoff  (primeiro  escritor  dedicado  à  questão  do  que  é “politicamente  correto”),  existem  três  tipos de  falácias de  informação,  contudo não consideradas desinformação: publicidade, propaganda e intoxicação. Desinformação  é  pois,  um  tipo  de  informação  falsa, manipulação  voluntariamente. Desde  a  idade  média  ou  cavalo  de  tróia  até  aos  dias  de  hoje  ou  internet,  a credibilidade do que circula à nossa volta é muito duvidosa e depende, para além do informador,  do  informado  e  do  canal  da  informação,  de  muitos  outros  factores externos que nos são facilmente controláveis a favor dos nossos interesses.   Desenvolvimento:  Na  nova  sociedade  em  que  vivemos  existe  então  demasiada circulação de informação que não nos permite compreender afinal o que é verdadeiro e o que o é.  Ora,  se  existe  tanta  informação,  de  onde  provém  ela? De  agentes  destacados  para cumprir determinados objectivos e irem de encontro a interesses muito específicos.  Assim,  a  informação  que  nos  é  transmitida  tem  como  principais  intervenientes:  o informador‐  o  agente  que  nos  transmite  a  informação,  real  ou  manipulada, dependendo  dos  interesses  e  dos  fins  para  o  qual  está  destacado;  o  canal  de informação que pode influenciar fortemente a informação que nos é transmitida, pois mesmo que não exista malícia por parte de quem nos transmite a informação, o canal de  informação  pode  falhar  e  distorcer  a  informação  involuntariamente  através  de ruídos durante  a  transmissão  de  informação  ao  telefone, por  exemplo  e  por  fim,  o último  agente  que  intervém  na  transmissão  de  informação  é  designado  informado. 

Desafios na sociedade de informação  

  15 

Este  agente  tal  como  os  dois  anteriores  pode  também  provocar  alterações  na informação de uma forma involuntária, por exemplo através da subjectividade natural do ser humano, o que se pode tornar um problema grave quando a  informação  já se encontra modificada através dos processos anteriores.   Portanto,  o  que  deveria  chegar  até  ao  informado  como  informação,  chega muitas vezes já tão modificado que pode ser considerado desinformação.  Em suma, a informação nunca pode ser totalmente verdadeira pois depende de vários fatores externos à própria noção de informação; nunca é totalmente objetiva, devido à subjetividade proveniente do ser humano, pois é ele que manipula a informação e por fim, a informação mais viável é aquela que tem mais realidades sobre o mesmo facto, ou seja, se um determinado facto tem diferentes opiniões de pessoas diferentes, quer dizer  que  não  existiu  combinação  de  ideias  entre  as  diferentes  pessoas,  logo  a informação é mais verdadeira.  Assim, a objetividade apenas é considerada na informação de caráter científico, onde a mesma  experiência  realizada  por  vários  experimentados  leva  sempre  aos mesmos resultados.  Tudo o que tem origem na opinião pública não tem, segundo o autor, qualquer tipo de rigor ou veracidade.  A desinformação é então, o transporte de  informação voluntariamente errada de um agente  para  outro,  tendo  o  primeiro  interesses  consideráveis  na  passagem  de informação  errónea,  pois  isso  ajuda  a  cometer  atos  colectivos  ou  a  difundir  juízos desejados pelos desinformadores.  Mas, no entanto, podemos distinguir dois  tipos de desinformação, a desinformação, deliberada  e  a  não  deliberada.  Ou  seja,  antes  de  qualquer  malícia  por  parte  do desinformador, existem  só os  interesses profissionais na  transmissão de  informação destorcida  da  realidade,  por  exemplo,  pretende‐se  obter  da  opinião  pública  certas atitudes para se executar certas ações. Depois existe a  informação que é totalmente falsa e provém de desinformadores voluntariamente desinformados e com  interesse em propagar  informação errada, passamos então da desinformação não deliberada a deliberada.  Consideremos  agora  três  processos  que  poderiam  ser  considerados  desinformação, pois são uma alusão falsa à realidade, mas no entanto não o são. O que há de comum entre estes três processos é o facto de eles não deixarem ver para além daquilo que nos  é  transmitido,  devido  essencialmente  à  capacidade  de  persuasão  dos  seus intervenientes. Comecemos então pela propaganda. 

Desafios na sociedade de informação  

  16 

 A propaganda pressupõe a transmissão a um determinado público de uma informação que lhe deve ser útil e que o informador não toma nunca como falsa, pois aquela é a única  realidade  que  lhe  é  exposta,  não  a  podendo  por  isso  tomar  como  falsa.  No entanto, com o passar dos anos a definição de propaganda passou a  ter um sentido mais pejorativo e passou a significar o domínio da opinião e das  ideias públicas. Um exemplo de propaganda é a propaganda política. O que difere então a propaganda da desinformação  é  o  facto  desta  de  apresentar  a  rosto  descoberto,  ou  seja,  não  se realiza  por  processos  ocultos,  aliás  o  grande  objectivo  da  propaganda  é mesmo  a absorção da informação pelo maior número de pessoas possíveis.  Agora, a publicidade, outro processo de transmissão de informação falsa, é em alguns aspetos semelhante à propaganda pois também visa a transmissão da sua informação ao  maior  número  de  pessoas  possíveis,  mas,  no  entanto,  esta  não  procura  a veracidade  a  cem  por  cento,  pois o  seu  objetivo  principal  não  é  informar mas  sim, influenciar,  exercer  uma  ação  psicológica  sob  o  público.  Por  isso,  tal  como  a propaganda esta tem carácter pejorativo e explora também, mas de uma forma mais intensa,  o  irracional,  ou  a  imaginação  do  seu público,  com  informações  utópicas. A publicidade tem assim fins políticos e comerciais.  Por  fim, o último processo é a  intoxicação. Este  conceito  surge  como  algo bastante negativo,  quase  como  um  envenenamento  para  a  informação.  Assim,  o  objectivo principal da utilização deste processo na manipulação da  informação é a afetação do adversário de uma forma muito subtil. Ou seja, utilizar a intoxicação significa fornecer ao nosso  adversário  informações erradas que o  levarão mais  tarde  a  cometer erros que nos  irão beneficiar a nós,  transmissores das  informações  falsas. Este processo é muito utilizado na tática militar, por exemplo.  Concluindo, a desinformação é então a manipulação da opinião pública por processos ocultos e com objetivos políticos.  Por conseguinte, um dos exemplos mais conhecidos de desinformação é o cavalo de Tróia. Ora, segundo Virgílio, os gregos, depois de dez anos de cerco a Pallas, cidade de Tróia,  decidiram,  para  conseguirem  conquistar  a  cidade,  construir  um  cavalo  de madeira, esconder militares gregos  lá dentro e  coloca‐lo às portas da cidade, assim, conseguiriam entrar muito mais facilmente em Pallas e conquistá‐la.  Tudo  isto se passou então sem qualquer explicação de nenhuma das partes, ou seja, tudo se realizou por processos ocultos, no entanto, as evidências existiam. Existia um misterioso  cavalo  de madeira  gigante  oferecido  pelo  povo  inimigo,  então,  naquela altura, existia a  capacidade de  se protegerem  contra  a  futura  tomada de posse dos gregos  pela  cidade,  havia  portanto  a  capacidade  de  se  protegerem  contra  a desinformação. No entanto, a influência da opinião pública fez toda a diferença para a introdução  do  cavalo  na  cidade,  Sinone  influenciou  os  Troianos  com  a  opinião  que aquele cavalo era uma oferenda dos gregos à deusa da cidade. Assim entrou o cavalo de madeira na cidade, assim conquistaram os gregos Tróia. 

Desafios na sociedade de informação  

  17 

 Em  suma,  desta  história  concluímos  que:  o  cavalo  de madeira  foi  o  suporte  para  a desinformação; o tema da desinformação era a proteção de Pallas pelos Troianos e a opinião pública (Sinone) influenciou fortemente o desfecho desta história.  Um  desinformado  é  então  levado  muitas  vezes  a  tornar‐se  desinformador, involuntariamente, mas uma  falta de vontade que depois o conduz à propagação da informação de uma forma irracional.  Outro exemplo de desinformação, mas menos épico é o exemplo do Sun Tzu. Sun Tzu foi um general chinês que era apologista da guerra sem combate, ou seja, para este general, a  forma mais eficaz de vencer o  inimigo era através da desinformação. Assim,  o  general  sabia  que  para  derrotar  um  país,  para  destruir  a  sua  identidade bastava  deixar  de  acreditar  nos  seus  valores  mais  nucleares,  como  os  valores tradicionais  e  isto  bastava,  já  nem  era  preciso  as  más  intenções  de  outros intervenientes.  Exemplo  desta  desacreditação,  através  da  desinformação:  a superioridade da Igreja cristã sobre o paganismo.  Foi também com a manipulação da  informação que Filipe  II da Macedónia conseguiu vencer  o  seu  principal  inimigo,  Demóstenes,  em  Atenas.  Esquino,  agente  de  Filipe, forneceu ao seu companheiro  informação sobre o  também seu  inimigo Demóstenes. Assim, através da manipulação de opinião Filipe consegui alcançar os seus objetivos e vencer o inimigo.  Através  da  desinformação  também  a  igreja  conseguiu  sobreviver  durante  muito tempo. Manipulando a opinião pública, passando a ideia de instituição perfeita através de  processos  ocultos.  Muitos  destes  processos  tinham  como  objetivo  principal favorecer a política pois era ela que sustentava a igreja.   Em  suma,  conclui‐se  que,  embora  a  sociedade  esteja  sobcarregada  de  informação, devido a vários fatores externos à própria noção de informação, apenas uma pequena quantidade  pode  ser  considerada  cem  por  cento  verdadeira.  A  outra  quantidade  é informação  criada  por  desinformadores  que  se  focam  em  modificá‐la  tornando‐a utópica e irracional para interesses políticos e comerciais.   Linguagem: Considerei este  texto bastante acessível e com uma  linguagem bastante fácil. Consegui por  isto, uma ótima  retenção da  informação o que me  facilitou uma melhor compreensão do texto.  Pontos  fracos  e  fortes:  Durante  a  leitura  deste  texto  não  encontrei  qualquer dificuldade  em  ler  e  compreender  a  informação  presente,  talvez  pela  utilização frequente  de  exemplos muito  concretos  e  também  pela  estruturação  do  texto  por pontos. Achei este texto portanto, muito interessante e útil, para a compreensão dos seus conceitos fulcrais. Por fim, por ter sido este um dos primeiros escritores a tratar o tema  da  desinformação  e  do  que  se  pode  considerar  “politicamente  correto”, considero  este  texto  inovador,  pois  ao  invés  de  o  autor  apenas  tentar  definir informação, define também a desinformação. 

Desafios na sociedade de informação  

  18 

6. CONCLUSÃO 

A escolha deste tema foi realizada essencialmente pela curiosidade do título do  livro. Já  a  escolha  da  imagem  da  capa  teve  como  principal  objetivo  demostrar  como  o Homem se deixa consumir pela  informação que vai tomando conhecimento ao  longo da vida. 

Durante a elaboração deste trabalho, um dos meus maiores objetivos foi expor o tema de forma a elucidar os leitores para a nova sociedade que emerge nos dias de hoje, a sociedade de informação. 

Comecei por realizar uma ficha de leitura relativamente a um livro de Vladimir Volkoff que  relata pequenas histórias  sobre  a  sociedade de  informação  e  alguns elementos que a caracterizam, como a publicidade, a intoxicação e propaganda. 

Neste trabalho deparei‐me imensas vezes com o conceito de desinformação, conceito não muito bem definido, pois não quer dizer exatamente o contrário do conceito de informação.  Resume‐se  à  transmissão  de  informações  falsas  de  uma  forma propositada, no entanto como o conceito de informações falsas é muito subjetivo não existe com clareza a diferença entre informação e desinformação. 

Os conceitos de publicidade, falta de informação e informação nas pessoas mais idosas e  a  intoxicação  fizeram  também  parte  do  meu  estudo,  considerei  importante  a referencia  a  estes  dois  tópicos  uma  vez  que  os  três  são  derivados  da  transmissão errónea de informações sem nunca chegar ao conceito de desinformação. 

As  dificuldades  que  eu  considero  terem  sido mais  relevantes  na  elaboração  deste trabalho prendem‐se essencialmente com a recolha de  informação relevante para os tópicos escolhidos. Contudo o balanço da realização deste trabalho é bastante positivo pois adquiri informações uteis para a minha vida futura académica. 

Desafios na sociedade de informação  

  19 

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

o Afonso, Claúdia  Isabel Pontes Neves. Publicidade Adolescentes e Alimentação. Tese de  licenciatura em Ciências da Nutrição, Porto: Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, 1994a e b. 

o Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. “Projeto Titónio‐Para o Atendimento de Pessoas Idosas Vítimas de Crime.” Compreender, 2002: 11‐12. 

o Cabral, A. “Televisão, publicidade e alimentação das crianças.” O consumidor, 1989: 22‐23. 

o Carrilho,  José Maria  e  Patrício,  Lurdes.  “Revista  de  Estudos Demogáficos.” A Situação Demográfica Recente em Portugal, s.d. de s.d. de 2010: 101‐136. 

o Carvalho, Érica Blascovi de. “Alimentação, Atividade Física e Qualidade de Vida dos  Ecolares  do Município  de  Vinhedo/SP.”  Influências  das  Propagandas  de Televisão  na  Alimentação  de  Crianças  e  adolescentes,  2009. http://www.fef.unicamp.br/departamentos/deafa/qvaf/livros/alimen_saudavel_ql_af/escolares/escolares_cap3.pdf (acedido em 17 de Novembro de 2012). 

o Carvalho, Érica Blascovi de. Alimentação, Atividade Física e Qualidade de Vida dos  Ecolares  do Município de Vinhedo/SP.  Tese de  Licenciatura  em Nutrição, Brasil: Puc‐Campinas, 2009. 

o Instituto Nacional de Estatística.  INE: número de  idosos aumentará um milhão até  2050.  16  de  Junho  de  2008.  http://www.app.com.pt/ine‐numero‐de‐idosos‐aumentara‐um‐milhao‐ate‐2050 (acedido em 18 de Novembro de 2012). 

o Jornal de Notícias . “Jornal de Notícias.” Idosa de Ponte de Lima burlada em 50 mil euros, 14 de Novembro de 2012a. 

o Jornal de Notícias.  “Jornal de Notícias.” Casal de  idosos assaltado e agredido nas Caldas da Rainha, 05 de Novembro de 2012b. 

o Lima,  Tiago,  e Gustavo  (org)  e Hespanha,  Rita  (org)  Cardoso. A  Televisão  na Sociedade  em  Rede. Obercom  ‐ Observatório  de  Comunicação,  Setembro  de 2011. 

o Pires,  Catarina  e  Brandão,  Sara.  PSI  12  B  Parte  2,  Psicologia  12º  ano  Ensino Secundário. Porto: Areal Editores, 2011a e b 

o Romano, Vicente. 2008. A Intoxicação Linguística‐ página 13, 2008 

Desafios na sociedade de informação  

  20 

o Shmidt,  L.  “"Estratégias  e  "Eficácias"  da  publicidade  no  público  consumidor juvenil.” Expresso, a revista 1030 (1991). 

o Varios Autores, VA. Dicionário  da  Língua  Portuguesa  da  Porto  Editora  ‐  com Acordo Ortográfico. Porto: Porto Editora, s.d. 

o Instituto Nacional de Estatística. Revista de Estudos Demográficos: A Situação Demográfica Recente em Portugal. Revista de Estudos Demográficos, Lisboa, nº48, pp 107, 2010.  

o Lima, Tiago; Cardoso, Gustavo (org); Espanha, Rita (org). A Televisão na Sociedade em Rede. Obercom ‐ Observatório de Comunicação, Lisboa. Setembro 2011 

 

 

 

 

 

   

 

      

ANEXO A 

 

 

 

Página da internet avaliada 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_da_informa%C3%A7%C3%A3o    

 

 

 

ANEXO B 

 

 

 

Capítulo do livro utilizado para a ficha de leitura 

 

 

Volkoff, Vladimir (2000), Pequena história da desinformação – do cavalo de Tróia à Internet. Lisboa:  Editorial Notícias, 19‐46