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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
COMPORTAMENTO CÍCLICO DE ESTRUTURAS PORTICADAS DE BETÃO ARMADO REFORÇADO COM FIBRAS DE AÇO
Simulação Numérica e Análise Experimental
José Manuel de Sena Cruz
Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Estruturas de Engenharia Civil
JULHO DE 1998
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
COMPORTAMENTO CÍCLICO DE ESTRUTURAS PORTICADAS DE BETÃO ARMADO REFORÇADO COM FIBRAS DE AÇO
Orientador Científico
Raimundo Moreno Delgado
Co-Orientador Científico
Joaquim António Oliveira de Barros
Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, para obtenção do grau de
Mestre em Estruturas de Engenharia Civil
Publicação subsidiada pela Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica
José Manuel de Sena Cruz
Julho de 1998
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... iii
RESUMO............................................................................................................................... v
ABSTRACT ........................................................................................................................ vii
RÉSUMÉ.............................................................................................................................. ix
ÍNDICE DO TEXTO............................................................................................................ xi
ÍNDICE DE FIGURAS ..................................................................................................... xvii
ÍNDICE DE QUADROS................................................................................................. xxvii
SIMBOLOGIA ................................................................................................................. xxix
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO........................................................................................... 1
CAPÍTULO 2 - COMPORTAMENTO DOS BETÕES REFORÇADOS
COM FIBRAS DE AÇO ............................................................................. 7
CAPÍTULO 3 - CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS E DOS
PROTÓTIPOS ENSAIADOS ................................................................... 29
CAPÍTULO 4 - PROGRAMA EXPERIMENTAL EM PROVETES CILÍNDRICOS ...... 47
CAPÍTULO 5 - PROGRAMA EXPERIMENTAL EM VIGAS......................................... 73
CAPÍTULO 6 - MODELAÇÃO NUMÉRICA ................................................................. 109
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO......................................................................................... 189
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 193
ANEXO I........................................................................................................................... 199
ANEXO II.......................................................................................................................... 217
ANEXO III ........................................................................................................................ 225
ANEXO IV........................................................................................................................ 249
Agradecimentos
Ao longo do desenrolar desta dissertação muitos foram os que, de alguma forma,
contribuíram para a sua concretização. Tendo consciência de que seria impraticável agradecer
a todos, não poderei deixar de referir aqui, de um modo especial, algumas das pessoas que
contribuíram de uma forma decisiva para o seu aparecimento.
Ao Professor Raimundo Delgado, o orientador científico desta tese, manifesto aqui o meu
profundo agradecimento pela disponibilidade, o apoio, o incentivo e os ensinamentos
transmitidos, desde que comecei a ser seu aluno.
Ao meu amigo e colega Professor Joaquim Barros, co-orientador científico desta tese,
exprimo a minha gratidão por todo o apoio dado, pelos incentivos, ensinamentos, sugestões e
pela incansável disponibilidade demonstrada na discussão de todos os assuntos abordados
neste trabalho.
Manifesto o meu agradecimento ao Professor Aníbal Costa pela disponibilidade em prestar
diversos esclarecimentos que surgiram no desenvolvimento deste trabalho.
Ao Engenheiro Miranda Guedes pela exemplar disponibilidade manifestada na discussão dos
resultados experimentais e na análise do modelo numérico. Aos Professores Álvaro Azevedo,
António Arêde, Rui Faria e ao Engenheiro Humberto Varum e Rui Pinho pela disponibilidade
manifestada e pelos esclarecimentos efectuados.
Manifesto o meu agradecimento a todas as pessoas e entidades que contribuíram para a
realização dos ensaios experimentais, entre as quais se destacaram:
• o Engenheiro Fernando que teve um papel decisivo neste trabalho;
• o Engenheiro Erik Ulrix, representante da Bekaert que forneceu as fibras de aço;
• o Engenheiro Paulo Choupina e a Engenheira Raquel Figueira, pelo fornecimento
do cimento Secil;
• o Engenheiro Fernandes, representante da Pedreira da Madalena, que permitiu o
fornecimento da brita;
Agradecimentos
iv
• os funcionários do Laboratório de Estruturas da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, o Sr. Monteiro e o Sr. Jorge, pelo auxílio prestado durante a
realização dos ensaios;
• os funcionários do Laboratório de Engenharia Civil da Universidade do Minho, em
particular, o Sr. Carlos Jesus o Sr. Pokee, pelo auxílio no fabrico dos modelos.
Aos meus amigos António Topa, Nuno Santos, António Ventura, Castorina Vieira, Daniel
Oliveira, Paulo Costeira, Rui Calçada, Renato Bastos, Nicolau Melo, Luís Brás, Carlos
Coelho, Ademar Cruz e Rosemeri, agradeço todo o interesse, incentivo e companheirismo.
Ao Professor Manuel de Azeredo transmito aqui uma palavra de gratidão pelos ensinamentos
e espírito crítico que me conseguiu incutir, os quais me permitiram compreender muitos dos
problemas surgidos ao longo deste trabalho.
Um agradecimento geral aos meus colegas do Departamento de Engenharia Civil da Escola
de Engenharia da Universidade do Minho e, em particular, ao Professor Barreiros Martins.
Aos funcionários da Secção de Estruturas D. Clotilde Bento, Sr. Manuel, D. Maria Vitória e
D. Elvira pela colaboração prestada.
À Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica apresento os meus agradecimentos
pelo financiamento da parte escolar do mestrado.
Esta secção não ficaria completa sem que fosse aqui referida a minha família. Assim,
manifesto aqui o meu profundo agradecimento aos meus Pais, José Cruz e Lúcia Rodrigues,
sem os quais esta tese não existiria e, à minha irmã, Susana. Agradeço também à minha
família, em geral, pelo incentivo manifestado. Por último, agradeço à Cátia pela
disponibilidade manifestada na elaboração da dissertação, pela sua ternura, carinho e
compreensão demonstrados nos períodos mais difíceis deste trabalho.
Resumo
Nas últimas décadas, a utilização de fibras de aço no reforço de elementos de betão armado
tem aumentado significativamente. Contudo, o conhecimento do comportamento deste
compósito sob acções cíclicas é reduzido. Com este trabalho pretende-se contribuir para
um melhor conhecimento do comportamento do betão armado reforçado com fibras de aço
sob acções alternadas.
Assim, os resultados de uma campanha de ensaios cíclicos com modelos de betão armado
reforçado com fibras de aço (BARFA) são apresentados. Ensaios cíclicos de compressão
uniaxial em provetes cilíndricos de betão armado reforçado com fibras de aço e, ensaios
quase estáticos em modelos de viga de BARFA foram efectuados.
Em simultâneo com a análise experimental efectuada, foi desenvolvido um modelo
numérico de análise estática não linear material que permite simular estruturas porticadas
planas sujeitas a acções alternadas. As leis constitutivas para o betão e para a armadura
foram definidas com base em bibliografia da especialidade. O modelo numérico
desenvolvido baseia-se nas técnicas dos elementos finitos, tendo-se utilizado o elemento de
Timoshenko para discretizar as barras da estrutura. A secção transversal das barras é
discretizada em camadas, sendo simulado o comportamento elasto-plástico histerético do
betão e das armaduras. A aferição do modelo efectuou-se por intermédio de resultados
apresentados em bibliografia da especialidade e através dos resultados obtidos
experimentalmente.
Os resultados obtidos nos ensaios experimentais são discutidos, assim como, o
desempenho do modelo numérico desenvolvido.
Abstract
In the last decades, the use of steel fibre as reinforcement of concrete structures has
increased significantly. However, the knowledge of the behaviour of this composite under
cyclic loading is limited. The main objective of this work is to contribute to a better
knowledge of the behaviour of steel fibre reinforced concrete (SFRC) under cyclic actions.
The results of a set of experimental cyclic loading tests with SFRC models are presented in
this work. Cyclic compressive loading tests with cylindrical specimens of SFRC and
quasi-static tests with SFRC beams were carried out.
A numerical model for the material nonlinear static analysis was also developed, in order
to simulate the behaviour of plane frames under cyclic loading. Concrete and
reinforcement constitutive laws were based on the recommendations available in the
bibliography. The numerical model is based on finite element techniques. A frame can be
discretized by Timoshenko two or three noded elements. A cross-section of the bar is
divided in concrete and reinforcement layers. The elasto-plastic hysteretic behaviour of the
concrete and reinforcement layers was simulated. The model was calibrated using
experimental results and numerical simulations performed by others authors.
The results obtained in the experimental research plan are discussed, as well as the
performance of the numerical model developed.
Résumé
Durant les dernières decénnies, l’utilisation de fibres d’acier pour renforcer des éléments
en béton armé a beaucoup augmenté. Cependant, on connaît peu le comportement de ce
matériel composite sous l’effet d’actions cycliques. Ce travail vise apporter une
contribution pour que l’on connaîsse mieux le comportement du betón armé renforcé avec
des fibres en acier sous l’effet d’actions alternées.
Ainsi, nous présentons les résultats d’un programme d’essais cycliques avec des modèles
de béton armé renforcé avec des fibres en acier (BARFA). Nous avons éffectué des essais
cycliques de compréssion uniaxiale dans des éprouvettes cylindriques en BARFA, et des
essais quasi-statiques à l’aide de modèles de poutres de BARFA.
Parallèlement à l’analyse expérimentale, un modèle numérique d’analyse statique non
linéaire matérielle a été développé. Il permet de simuler des structures portiquées planes
soumises à des actions alternées. Les lois constitutives pour le béton et pour l’armature ont
été définies à partir d’une bibliographie spécialisée. Le modèle numérique développé se
base sur les techniques des éléments finis - l’élément de Timoshenko servant à définir les
barres de la structure dont la section transversale est définie par couches. On simule le
comportement élasto-plastique histérétique du béton et des armatures. L’étalonnage du
modèle a été effectué à travers les résultats présentés dans la bibliographie spécialisée et, à
travers ceux qui ont été obtenus expérimentalement.
Finalement, on analyse les résultats obtenus dans les essais expérimentaux et la
performance du modèle numérique développé.
ÍNDICE DO TEXTO
CAPÍTULO 1 - Introdução
1.1 Considerações gerais ....................................................................................................... 1
1.2 Objectivos do presente trabalho ...................................................................................... 3
1.3 Descrição da dissertação.................................................................................................. 4
CAPÍTULO 2 - Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
2.1 Introdução........................................................................................................................ 7
2.2 Comportamento ............................................................................................................. 10
2.2.1 Comportamento à compressão ............................................................................ 10
2.2.1.1 Betão não confinado ............................................................................... 10
2.2.1.2 Betão confinado ...................................................................................... 15
2.2.1.3 Comportamento cíclico do betão à compressão...................................... 19
2.2.2 Comportamento à tracção.................................................................................... 20
2.2.3 Comportamento à flexão ..................................................................................... 23
2.2.4 Comportamento ao corte ..................................................................................... 25
2.3 Conclusões..................................................................................................................... 27
CAPÍTULO 3 - Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
3.1 Introdução...................................................................................................................... 29
3.2 Materiais ........................................................................................................................ 30
3.2.1 Armadura............................................................................................................. 30
3.2.2 Fibras ................................................................................................................... 31
3.2.3 Betões .................................................................................................................. 33
3.3 Construção dos modelos................................................................................................ 34
3.4 Características dos modelos .......................................................................................... 35
Índice do Texto
xii
3.4.1 Provetes cilíndricos ..............................................................................................35
3.4.1.1 Geometria ................................................................................................36
3.4.1.2 Pormenorização das armaduras dos provetes cilíndricos ........................36
3.4.1.3 Nomenclatura utilizada............................................................................39
3.4.2 Vigas ....................................................................................................................41
3.4.2.1 Geometria ................................................................................................41
3.4.2.2 Pormenorização das armaduras das vigas................................................42
3.4.2.3 Nomenclatura utilizada............................................................................45
CAPÍTULO 4 - Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
4.1 Introdução.......................................................................................................................47
4.2 Sistema de ensaio ...........................................................................................................48
4.2.1 Equipamento ........................................................................................................48
4.2.2 Procedimento do ensaio .......................................................................................51
4.2.2.1 Historial de deslocamentos impostos.......................................................51
4.2.2.2 Velocidade de deformação ......................................................................53
4.2.2.3 Procedimento do ensaio...........................................................................53
4.3 Apresentação dos resultados ..........................................................................................54
4.3.1 Observações durante e após o ensaio ...................................................................54
4.3.2 Resultados numéricos...........................................................................................57
4.3.2.1 Diagramas de tensão versus extensão......................................................57
4.3.2.2 Evolução da degradação de rigidez na descarga/recarga.........................62
4.3.2.3 Energia em compressão ...........................................................................67
4.3.2.4 Tensão e extensão de pico e módulo de elasticidade inicial....................69
4.4 Conclusões .....................................................................................................................70
CAPÍTULO 5 - Programa Experimental em Vigas
5.1 Introdução.......................................................................................................................73
Índice do Texto
xiii
5.2 Configuração dos ensaios, instrumentação e aquisição de dados.................................. 75
5.2.1 Configuração dos ensaios .................................................................................... 75
5.2.2 Instrumentação .................................................................................................... 78
5.2.3 Sistema de aquisição de dados ............................................................................ 80
5.3 Sistema do ensaio .......................................................................................................... 81
5.3.1 Historial de deformações impostas...................................................................... 81
5.3.2 Procedimento do ensaio....................................................................................... 84
5.4 Apresentação dos resultados.......................................................................................... 86
5.4.1 Apresentação detalhada de um modelo ............................................................... 86
5.4.2 Apresentação sintetizada dos resultados referentes a todos os modelos ............. 93
5.4.3 Análise comparativa dos resultados .................................................................. 102
5.5 Conclusões................................................................................................................... 107
CAPÍTULO 6 - Modelação Numérica
6.1 Introdução.................................................................................................................... 109
6.1.1 Modelos das acções sísmicas ............................................................................ 109
6.1.2 Modelos para as estruturas ................................................................................ 111
6.1.3 Modelos de comportamento .............................................................................. 112
6.1.3.1 Modelos de comportamento não linear................................................. 113
6.2 Modelo de análise estática linear................................................................................. 115
6.2.1 Introdução.......................................................................................................... 115
6.2.2 Elemento de viga de Euler-Bernoulli ................................................................ 116
6.2.3 Elemento de viga de Timoshenko ..................................................................... 116
6.2.3.1 Campo de deslocamentos...................................................................... 117
6.2.3.2 Campo de deformações......................................................................... 118
6.2.3.3 Matrizes de deformação........................................................................ 120
6.2.3.4 Relações constitutivas........................................................................... 122
6.2.3.5 Esforços................................................................................................. 123
6.2.3.6 Equações regentes do fenómeno........................................................... 125
6.2.3.7 Matriz de rigidez ................................................................................... 127
6.2.4 Formulação por elementos finitos ..................................................................... 128
Índice do Texto
xiv
6.2.4.1 Elemento de dois nós. ............................................................................128
6.2.4.2 Elemento de três nós. .............................................................................134
6.2.4.3 Vector solicitação ..................................................................................138
6.2.5 Análise do elemento de viga de Timoshenko ....................................................138
6.3 Modelo de análise estática não linear...........................................................................143
6.3.1 Requisitos de um modelo ...................................................................................143
6.3.1.1 Comportamento de elementos de viga...................................................143
6.3.1.2 Comportamento de pilares.....................................................................147
6.3.2 Implementação do modelo .................................................................................147
6.3.2.1 Matriz de rigidez....................................................................................148
6.3.2.2 Forças internas .......................................................................................152
6.3.2.3 Leis constitutivas ...................................................................................154
6.3.2.3.1 Lei constitutiva do betão.........................................................154
6.3.2.3.2 Lei constitutiva da armadura...................................................158
6.3.2.4 Algoritmo de solução não-linear ...........................................................164
6.3.3 Critérios de rotura ..............................................................................................167
6.4 Exemplos de aplicação .................................................................................................170
6.4.1 Exemplo 1 ..........................................................................................................170
6.4.2 Exemplo 2 ..........................................................................................................176
6.4.3 Exemplo 3 ..........................................................................................................181
6.5 Conclusões ...................................................................................................................186
CAPÍTULO 7 - Conclusão
7.1 Conclusões gerais.........................................................................................................189
7.2 Sugestões para futuros desenvolvimentos....................................................................190
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................193
ANEXO I ...........................................................................................................................199
Índice do Texto
xv
ANEXO II......................................................................................................................... 217
ANEXO III ....................................................................................................................... 225
ANEXO IV ....................................................................................................................... 249
ÍNDICE DE FIGURAS
CAPÍTULO 2 - Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço Figura 2.1 - Diferentes formas geométricas de fibras de aço .............................................................................8
Figura 2.2- Diagrama de extensão/tensão para o betão à compressão uniaxial segundo o Código Modelo
CEB-FIP 1990 [MC90] ....................................................................................................................................11
Figura 2.3 - Diagramas σ-ε do betão a partir da lei proposta pelo Código Modelo CEB-FIP 1990 [MC90]
para diferentes classes de betão........................................................................................................................12
Figura 2.4 - Influência da percentagem de fibras nos diagramas σ-ε, para provetes de betão reforçado com
fibras de aço Dramix 50/.50 [Bal92] ................................................................................................................13
Figura 2.5 - Influência do confinamento no comportamento do diagrama σ-ε do betão [Ric28] ....................15
Figura 2.6 - Efeito dos diferentes tipos de cintagens no comportamento do diagrama σ-ε do betão [CEB83]16
Figura 2.7 - Zona de confinamento efectivo do betão do núcleo para a armadura transversal circular (a) e
rectangular (b) ..................................................................................................................................................17
Figura 2.8 - Diagrama monotónico do betão confinado [Sco82] .....................................................................18
Figura 2.9 - Lei de comportamento do betão simples à compressão cíclica uniaxial [Gom92] .......................20
Figura 2.10 - Lei de comportamento do betão confinado com armadura transversal à compressão cíclica
uniaxial [Tho80] ...............................................................................................................................................20
Figura 2.11 - Comportamento do betão à tracção: (a) betão simples e (b) betão armado [Bar98]...................21
Figura 2.12 - Resposta carga-deslocamento de um provete de betão reforçado com fibras num ensaio de
tracção uniaxial sob controlo de deslocamentos [Bar95].................................................................................22
Figura 2.13 - Relação tensão-deslocamento registada em ensaios cíclicos de tracção em provetes de betão
simples [Rei86] (a) e de betão reforçado com fibras de aço [Gop87] (b) ........................................................23
Figura 2.14 - Influência da quantidade de fibras na relação carga-flecha registada em ensaios de flexão sob
três pontos de carga em prismas de BRFA [Bal92] ..........................................................................................24
Figura 2.15 - Diagramas de distribuição de tensões ao longo da secção de uma barra de betão armado
reforçado com fibras [Rei79]............................................................................................................................25
Figura 2.16 - Relação entre a resistência ao corte e o parâmetro s/d para vigas de BRFA de extremidades
dobradas [Bat85] ..............................................................................................................................................26
Índice de Figuras
xviii
CAPÍTULO 3 - Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados Figura 3.1 - Resposta obtida para um varão de 6 mm e para um varão 8 mm ................................................. 30
Figura 3.2 - Pormenores das fibras Dramix ..................................................................................................... 32
Figura 3.3 - Plaquetas de fibras Dramix ZP30/.50........................................................................................... 32
Figura 3.4 - Molde utilizado no fabrico dos provetes cilíndricos .................................................................... 36
Figura 3.5 - Corte esquemático referente à armadura utilizada no fabrico dos provetes e correspondentes
características geométricas............................................................................................................................... 37
Figura 3.6 - Armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de 270 mm......................... 38
Figura 3.7 - Corte esquemático das armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de
270 mm ............................................................................................................................................................ 38
Figura 3.8 - Armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de 90 mm........................... 38
Figura 3.9 - Corte esquemático das armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de
90 mm .............................................................................................................................................................. 38
Figura 3.10 - Armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de 38.5 mm...................... 39
Figura 3.11 - Corte esquemático das armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de
38.5 mm ........................................................................................................................................................... 39
Figura 3.12 - Molde utilizado no fabrico das vigas ......................................................................................... 41
Figura 3.13 - Sistema de carga a aplicar às vigas. Diagramas de esforços transversos e momentos flectores 42
Figura 3.14 - Fotografia da armadura utilizada nas vigas com estribos afastados 750 mm............................. 44
Figura 3.15 - Fotografia da armadura utilizada nas vigas com estribos afastados 150 mm............................. 44
Figura 3.16 - Fotografia da armadura utilizada nas vigas com estribos afastados 75 mm............................... 44
Figura 3.17 - Corte transversal da vigas ensaiadas .......................................................................................... 44
CAPÍTULO 4 - Programa Experimental em Provetes Cilíndricos Figura 4.1 - Equipamento utilizado nos ensaios realizados em provetes......................................................... 48
Figura 4.2 - Fotografia da prensa MTS ............................................................................................................ 49
Figura 4.3 - Esquema da prensa utilizada nos ensaios de compressão uniaxial............................................... 49
Figura 4.4 - Esquema do módulo de controlo automático dos sensores realizado pelo equipamento de
ensaio ............................................................................................................................................................... 50
Figura 4.5- Procedimento P1 ........................................................................................................................... 52
Figura 4.6 - Procedimento P2 .......................................................................................................................... 52
Figura 4.7 - Encurvadura dos varões longitudinais de um provete da série C270_00 ..................................... 55
Figura 4.8 - Rotura da cinta de um provete da série C38_90........................................................................... 55
Figura 4.9 - Esboço dos principais modos de rotura ocorridos........................................................................ 56
Figura 4.10 - Procedimento utilizado na determinação do diagrama σ-ε para os ensaios cíclicos. ................. 59
Figura 4.11 - Procedimento utilizado na determinação do diagrama σ-ε para os ensaios monotónicos.......... 59
Índice de Figuras
xix
Figura 4.12 - Diagramas de σ-ε para ρw = 0.00 % ...........................................................................................60
Figura 4.13 - Diagramas de σ-ε para ρw = 0.38 % ...........................................................................................60
Figura 4.14 - Diagramas de σ-ε para ρw = 1.13 % ...........................................................................................60
Figura 4.15 - Diagramas de σ-ε para ρw = 2.65 % ...........................................................................................60
Figura 4.16 - Diagramas de σ-ε para Qf = 00 kg/m3 ........................................................................................61
Figura 4.17 - Diagramas de σ-ε para Qf = 30 kg/m3 ........................................................................................61
Figura 4.18 - Diagramas de σ-ε para Qf = 60 kg/m3 ........................................................................................61
Figura 4.19 - Diagramas de σ-ε para Qf = 90 kg/m3 ........................................................................................61
Figura 4.20 - Pontos necessários à determinação do Ec0 ..................................................................................63
Figura 4.21 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para ρw = 0.00 %.....................................................64
Figura 4.22 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para ρw = 0.38 %.....................................................64
Figura 4.23 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para ρw = 1.13 %.....................................................64
Figura 4.24 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para ρw = 2.65 %.....................................................64
Figura 4.25 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para Qf = 00 kg/m3..................................................66
Figura 4.26 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para Qf = 30 kg/m3..................................................66
Figura 4.27 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para Qf = 60 kg/m3..................................................66
Figura 4.28 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para Qf = 90 kg/m3..................................................66
Figura 4.29 - Evolução da energia em compressão para ρw = 0.00 % .............................................................67
Figura 4.30 - Evolução da energia em compressão para ρw = 0.38 % .............................................................67
Figura 4.31 - Evolução da energia em compressão para ρw = 1.13 % .............................................................68
Figura 4.32 - Evolução da energia em compressão para ρw = 2.65 % .............................................................68
Figura 4.33 - Evolução da energia em compressão para Qf = 00 kg/m3...........................................................68
Figura 4.34 - Evolução da energia em compressão para Qf = 30 kg/m3...........................................................68
Figura 4.35 - Evolução da energia em compressão para Qf = 60 kg/m3...........................................................69
Figura 4.36 - Evolução da energia em compressão para Qf = 90 kg/m3...........................................................69
CAPÍTULO 5 - Programa Experimental em Vigas Figura 5.1 - Alçado do pórtico utilizado nos ensaios em vigas........................................................................76
Figura 5.2 - Fotografia ilustrativa do equipamento utilizado num ensaio........................................................76
Figura 5.3 - Sistema de apoio utilizado para os carregamentos cíclicos ..........................................................77
Figura 5.4 - Sistema de aplicação das cargas na viga.......................................................................................77
Figura 5.5 - Disposição dos LVDT’s ao longo da viga....................................................................................78
Figura 5.6 - Disposição dos extensómetros de massa utilizados ......................................................................79
Figura 5.7 - Transdutor eléctrico......................................................................................................................79
Figura 5.8 - Extensómetro de massa.................................................................................................................79
Figura 5.9 - Célula de carga colocada entre o pórtico e o actuador .................................................................80
Índice de Figuras
xx
Figura 5.10 - Elementos pertencentes ao sistema de aquisição de dados......................................................... 81
Figura 5.11 - Lei de deslocamentos impostos às vigas ensaiadas .................................................................... 84
Figura 5.12 - Evolução da fendilhação ao longo do ensaio da viga V2_75_30. .............................................. 88
Figura 5.13 - Lei de deslocamentos impostos.................................................................................................. 88
Figura 5.14 - Lei de forças medidas................................................................................................................. 88
Figura 5.15 - Diagrama F-δ para o 1º nível de deformação imposta (semi-ciclo 1 ao 6) ................................ 89
Figura 5.16 - Diagrama F-δ para o 2º nível de deformação imposta (semi-ciclo 7 ao 12) .............................. 89
Figura 5.17 - Diagrama F-δ para o 3º nível de deformação imposta (semi-ciclo 13 ao 18) ............................ 89
Figura 5.18 - Diagrama F-δ para o 4º nível de deformação imposta (semi-ciclo 19 ao 24) ............................ 89
Figura 5.19 - Diagrama F-δ para o 5º nível de deformação imposta (semi-ciclo 25 ao 30) ............................ 89
Figura 5.20 - Diagrama F-δ para o 6º nível de deformação imposta (semi-ciclo 31 ao 36) ............................ 89
Figura 5.21 - Diagrama de extensões no betão ................................................................................................ 90
Figura 5.22 - Diagrama momento-curvatura.................................................................................................... 90
Figura 5.23 - Definição de energia total .......................................................................................................... 91
Figura 5.24 - Diagrama de energia total em função de semi-ciclos ................................................................. 92
Figura 5.25 - Diagrama de energia total em função do deslocamento acumulado........................................... 92
Figura 5.26 - Diagrama de ductilidade em função de semi-ciclos ................................................................... 93
Figura 5.27 - Diagrama de ductilidade em função do deslocamento acumulado............................................. 93
Figura 5.28 - Metodologia utilizada para a determinação do ponto de fendilhação ........................................ 96
Figura 5.29 - Diagrama de evolução da carga de fendilhação com a quantidade de fibras ............................. 99
Figura 5.30 - Diagrama de evolução da carga de cedência com a quantidade de fibras ................................ 100
Figura 5.31 - Diagrama de evolução da carga máxima com a quantidade de fibras...................................... 100
Figura 5.32 - Diagrama de energia total para as vigas com ρw = 0.04 % ...................................................... 103
Figura 5.33 - Diagrama de energia total para as vigas com ρw = 0.21 % ...................................................... 103
Figura 5.34 - Diagrama de energia total para as vigas com ρw = 0.42 % ...................................................... 103
Figura 5.35 - Diagrama de energia total para as vigas com Qf = 0 kg/m3...................................................... 104
Figura 5.36 - Diagrama de energia total para as vigas com Qf = 30 kg/m3.................................................... 104
Figura 5.37 - Diagrama de energia total para as vigas com Qf = 60 kg/m3.................................................... 104
Figura 5.38 - Diagrama de energia total para as vigas com Qf = 90 kg/m3.................................................... 104
Figura 5.39 - Diagrama de ductilidade para as vigas com ρw = 0.04 %......................................................... 105
Figura 5.40 - Diagrama de ductilidade para as vigas com ρw = 0.21 %......................................................... 105
Figura 5.41 - Diagrama de ductilidade para as vigas com ρw = 0.42 %......................................................... 105
Figura 5.42 - Diagrama de ductilidade para as vigas com Qf = 0 kg/m3........................................................ 106
Figura 5.43 - Diagrama de ductilidade para as vigas com Qf = 30 kg/m3...................................................... 106
Figura 5.44 - Diagrama de ductilidade para as vigas com Qf = 60 kg/m3...................................................... 106
Figura 5.45 - Diagrama de ductilidade para as vigas com Qf = 90 kg/m3...................................................... 106
Índice de Figuras
xxi
CAPÍTULO 6 - Modelação Numérica Figura 6.1- Modelos das Estruturas................................................................................................................111
Figura 6.2 - Comportamento dum elemento de viga ......................................................................................115
Figura 6.3 - Convenção de deslocamentos adoptada......................................................................................117
Figura 6.4 - Análise da deformação do elemento de viga de Timoshenko.....................................................119
Figura 6.5 - Distribuição das tensões normais devido ao esforço axial .........................................................124
Figura 6.6 - Distribuição das tensões normais devido aos momentos flectores .............................................125
Figura 6.7 - Distribuição das tensões normais devido a esforço de corte. Distribuição adoptada (a) e
distribuição real (b) ........................................................................................................................................125
Figura 6.8 - Estudo de convergência em função do número de elementos considerados ..............................140
Figura 6.9 - Estudo de convergência considerando elementos de 2 nós ........................................................142
Figura 6.10 - Estudo de convergência considerando elementos de 3 nós ......................................................142
Figura 6.11 - Principais fenómenos que ocorrem numa viga sujeita a deslocamentos alternados [Ma76] ....144
Figura 6.12 - Discretização da secção transversal em camadas de armadura e de betão ...............................148
Figura 6.13 - Simbologia utilizada na discretização das camadas..................................................................150
Figura 6.14 - Envolvente monotónica proposta por Scott, Park e Priestley [Sco82]......................................155
Figura 6.15 - Lei de descarga/recarga adoptada para o betão confinado .......................................................158
Figura 6.16 - Principais características do diagrama histerético σ-ε de um aço.............................................159
Figura 6.17 - Envolvente monotónica do aço utilizada no modelo numérico ................................................161
Figura 6.18 - Modelo cíclico da armadura implementado no modelo numérico............................................163
Figura 6.19 - Secção transversal estudada......................................................................................................171
Figura 6.20 - História de curvaturas aplicada no modelo desenvolvido versus modelo de Gomes ...............171
Figura 6.21 - Elemento de viga considerado ..................................................................................................173
Figura 6.22 - Resposta momento-curvatura obtida pelo modelo numérico desenvolvido .............................174
Figura 6.23 - Diagrama de tensão/extensão na armadura junto à face superior .............................................175
Figura 6.24 - Diagrama de tensão/extensão na primeira camada de betão (inferior) .....................................175
Figura 6.25 - Discretização da secção transversal para a simulação numérica da viga V1_75_00 ................176
Figura 6.26 - Sistema de aplicação de deslocamentos no modelo numérico..................................................178
Figura 6.27 - História de deslocamentos registados experimentalmente na viga V1_75_00 nos LVDT’s
2 e 4 ................................................................................................................................................................178
Figura 6.28 - Diagrama F-δ obtido numericamente e experimentalmente .....................................................179
Figura 6.29 - Diagrama de energia total obtido numericamente e experimentalmente. .................................179
Figura 6.30 - Diagrama F-δ obtido numericamente e experimentalmente .....................................................180
Figura 6.31 - Diagrama de energia total obtido numericamente e experimentalmente ..................................181
Figura 6.32 - Secção transversal do pilar P213C e correspondente discretização no modelo numérico .......182
Figura 6.33 - Sistema de aplicação dos deslocamentos..................................................................................183
Índice de Figuras
xxii
Figura 6.34 - Lei de deslocamentos impostos................................................................................................ 183
Figura 6.35 - Diagrama F-δ obtido experimentalmente e numericamente..................................................... 185
Figura 6.36 - Diagrama de energia total obtido numericamente e experimentalmente.................................. 186
ANEXO I Figura AI.1 - Configuração de rotura dos provetes da série C00_00 ............................................................ 201
Figura AI.2 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C00_00................................................... 201
Figura AI.3 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C00_00 .............................. 201
Figura AI.4 - Configuração de rotura dos provetes da série C00_30 ............................................................ 202
Figura AI.5 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C00_30................................................... 202
Figura AI.6 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C00_30 .............................. 202
Figura AI.7 - Configuração de rotura dos provetes da série C00_60 ............................................................ 203
Figura AI.8 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C00_60................................................... 203
Figura AI.9 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C00_60 .............................. 203
Figura AI.10 - Configuração de rotura dos provetes da série C00_90 .......................................................... 204
Figura AI.11 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C00_90................................................. 204
Figura AI.12 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C00_90 ............................ 204
Figura AI.13 - Configuração de rotura dos provetes da série C270_00 ........................................................ 205
Figura AI.14 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C270_00............................................... 205
Figura AI.15 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C270_00 .......................... 205
Figura AI.16 - Configuração de rotura dos provetes da série C270_30 ........................................................ 206
Figura AI.17 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C270_30............................................... 206
Figura AI.18 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C270_30 .......................... 206
Figura AI.19 - Configuração de rotura dos provetes da série C270_60 ........................................................ 207
Figura AI.20 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C270_60............................................... 207
Figura AI.21 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C270_60 .......................... 207
Figura AI.22 - Configuração de rotura dos provetes da série C270_90 ........................................................ 208
Figura AI.23 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C270_90............................................... 208
Figura AI.24 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C270_90 .......................... 208
Figura AI.25 - Configuração de rotura dos provetes da série C90_00 .......................................................... 209
Figura AI.26 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C90_00................................................. 209
Figura AI.27 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C90_00 ............................ 209
Figura AI.28 - Configuração de rotura dos provetes da série C90_30 .......................................................... 210
Figura AI.29 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C90_30................................................. 210
Figura AI.30 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C90_30 ............................ 210
Figura AI.31 - Configuração de rotura dos provetes da série C90_60 .......................................................... 211
Índice de Figuras
xxiii
Figura AI.32 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C90_60 .................................................211
Figura AI.33 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C90_60 .............................211
Figura AI.34 - Configuração de rotura dos provetes da série C90_90 ...........................................................212
Figura AI.35 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C90_90 .................................................212
Figura AI.36 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C90_90 .............................212
Figura AI.37 - Configuração de rotura dos provetes da série C38_00 ...........................................................213
Figura AI.38 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C38_00 .................................................213
Figura AI.39 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C38_00 .............................213
Figura AI.40 - Configuração de rotura dos provetes da série C38_30 ...........................................................214
Figura AI.41 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C38_30 .................................................214
Figura AI.42 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C38_30 .............................214
Figura AI.43 - Configuração de rotura dos provetes da série C38_60 ...........................................................215
Figura AI.44 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C38_60 .................................................215
Figura AI.45 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C38_60 .............................215
Figura AI.46 - Configuração de rotura dos provetes da série C38_90 ...........................................................216
Figura AI.47 - Diagrama de tensão-extensão dos provetes da série C38_90 .................................................216
Figura AI.48 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 nos provetes da série C38_90 .............................216
ANEXO II
Figura AII.1 - Evolução da extensão de pico para ρw = 0.00 %.....................................................................219
Figura AII.2 - Evolução da extensão de pico para ρw = 0.38 %.....................................................................219
Figura AII.3 - Evolução da extensão de pico para ρw = 1.13 %.....................................................................219
Figura AII.4 - Evolução da extensão de pico para ρw = 2.65 %.....................................................................219
Figura AII.5 - Evolução da extensão de pico para Qf = 00 kg/m3..................................................................220
Figura AII.6 - Evolução da extensão de pico para Qf = 30 kg/m3..................................................................220
Figura AII.7 - Evolução da extensão de pico para Qf = 60 kg/m3..................................................................220
Figura AII.8 - Evolução da extensão de pico para Qf = 90 kg/m3..................................................................220
Figura AII.9 - Evolução da tensão de pico para ρw = 0.00 % ........................................................................221
Figura AII.10 - Evolução da tensão de pico para ρw = 0.38 % ......................................................................221
Figura AII.11 - Evolução da tensão de pico para ρw = 1.13 % ......................................................................221
Figura AII.12 - Evolução da tensão de pico para ρw = 2.65 % ......................................................................221
Figura AII.13 - Evolução da tensão de pico para Qf = 00 kg/m3....................................................................222
Figura AII.14 - Evolução da tensão de pico para Qf = 30 kg/m3....................................................................222
Figura AII.15 - Evolução da tensão de pico para Qf = 60 kg/m3....................................................................222
Figura AII.16 - Evolução da tensão de pico para Qf = 90 kg/m3....................................................................222
Figura AII.17 - Evolução do módulo de elasticidade inicial para ρw = 0.00 % .............................................223
Índice de Figuras
xxiv
Figura AII.18 - Evolução do módulo de elasticidade inicial para ρw = 0.38 % ............................................. 223
Figura AII.19 - Evolução do módulo de elasticidade inicial para ρw = 1.13 % ............................................. 223
Figura AII.20 - Evolução do módulo de elasticidade inicial para ρw = 2.65 % ............................................. 223
Figura AII.21 - Evolução do módulo de elasticidade inicial para Qf = 00 kg/m3 .......................................... 224
Figura AII.22 - Evolução do módulo de elasticidade inicial para Qf = 30 kg/m3 .......................................... 224
Figura AII.23 - Evolução do módulo de elasticidade inicial para Qf = 60 kg/m3 .......................................... 224
Figura AII.24 - Evolução do módulo de elasticidade inicial para Qf = 90 kg/m3 .......................................... 224
ANEXO III Figura AIII.1 - Diagrama F-δ da viga V1_750_00......................................................................................... 227
Figura AIII.2 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_750_00 ....................................................... 227
Figura AIII.3 - Diagrama de energia total da viga V1_750_00...................................................................... 227
Figura AIII.4 - Diagrama de ductilidade da viga V1_750_00........................................................................ 227
Figura AIII.5 - Diagrama F-δ da viga V2_750_00......................................................................................... 228
Figura AIII.6 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_750_00 ....................................................... 228
Figura AIII.7 - Diagrama de energia total da viga V2_750_00...................................................................... 228
Figura AIII.8 - Diagrama de ductilidade da viga V2_750_00........................................................................ 228
Figura AIII.9 - Diagrama F-δ da viga V1_750_30......................................................................................... 229
Figura AIII.10 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_750_30 ..................................................... 229
Figura AIII.11 - Diagrama de energia total da viga V1_750_30.................................................................... 229
Figura AIII.12 - Diagrama de ductilidade da viga V1_750_30...................................................................... 229
Figura AIII.13 - Diagrama F-δ da viga V2_750_30....................................................................................... 230
Figura AIII.14 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_750_30 ..................................................... 230
Figura AIII.15 - Diagrama de energia total da viga V2_750_30.................................................................... 230
Figura AIII.16 - Diagrama de ductilidade da viga V2_750_30...................................................................... 230
Figura AIII.17 - Diagrama F-δ da viga V1_750_60....................................................................................... 231
Figura AIII.18 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_750_60 ..................................................... 231
Figura AIII.19 - Diagrama de energia total da viga V1_750_60.................................................................... 231
Figura AIII.20 - Diagrama de ductilidade da viga V1_750_60...................................................................... 231
Figura AIII.21 - Diagrama F-δ da viga V2_750_60....................................................................................... 232
Figura AIII.22 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_750_60 ..................................................... 232
Figura AIII.23 - Diagrama de energia total da viga V2_750_60.................................................................... 232
Figura AIII.24 - Diagrama de ductilidade da viga V2_750_60...................................................................... 232
Figura AIII.25 - Diagrama F-δ da viga V1_750_90....................................................................................... 233
Figura AIII.26 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_750_90 ..................................................... 233
Figura AIII.27 - Diagrama de energia total da viga V1_750_90.................................................................... 233
Índice de Figuras
xxv
Figura AIII.28 - Diagrama de ductilidade da viga V1_750_90 ......................................................................233
Figura AIII.29 - Diagrama F-δ da viga V2_750_90 .......................................................................................234
Figura AIII.30 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_750_90......................................................234
Figura AIII.31 - Diagrama de energia total da viga V2_750_90 ....................................................................234
Figura AIII.32 - Diagrama de ductilidade da viga V2_750_90 ......................................................................234
Figura AIII.33 - Diagrama F-δ da viga V1_150_00 .......................................................................................235
Figura AIII.34 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_150_00......................................................235
Figura AIII.35 - Diagrama de energia total da viga V1_150_00 ....................................................................235
Figura AIII.36 - Diagrama de ductilidade da viga V1_150_00 ......................................................................235
Figura AIII.37 - Diagrama F-δ da viga V2_150_00 .......................................................................................236
Figura AIII.38 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_150_00......................................................236
Figura AIII.39 - Diagrama de energia total da viga V2_150_00 ....................................................................236
Figura AIII.40 - Diagrama de ductilidade da viga V2_150_00 ......................................................................236
Figura AIII.41 - Diagrama F-δ da viga V1_150_30 .......................................................................................237
Figura AIII.42 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_150_30......................................................237
Figura AIII.43 - Diagrama de energia total da viga V1_150_30 ....................................................................237
Figura AIII.44 - Diagrama de ductilidade da viga V1_150_30 ......................................................................237
Figura AIII.45 - Diagrama F-δ da viga V2_150_30 .......................................................................................238
Figura AIII.46 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_150_30......................................................238
Figura AIII.47 - Diagrama de energia total da viga V2_150_30 ....................................................................238
Figura AIII.48 - Diagrama de ductilidade da viga V2_150_30 ......................................................................238
Figura AIII.49 - Diagrama F-δ da viga V1_150_60 .......................................................................................239
Figura AIII.50 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_150_60......................................................239
Figura AIII.51 - Diagrama de energia total da viga V1_150_60 ....................................................................239
Figura AIII.52 - Diagrama de ductilidade da viga V1_150_60 ......................................................................239
Figura AIII.53 - Diagrama F-δ da viga V2_150_60 .......................................................................................240
Figura AIII.54 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_150_60......................................................240
Figura AIII.55 - Diagrama de energia total da viga V2_150_60 ....................................................................240
Figura AIII.56 - Diagrama de ductilidade da viga V2_150_60 ......................................................................240
Figura AIII.57 - Diagrama F-δ da viga V2_150_90 .......................................................................................241
Figura AIII.58 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_150_90......................................................241
Figura AIII.59 - Diagrama de energia total da viga V2_150_90 ....................................................................241
Figura AIII.60 - Diagrama de ductilidade da viga V2_150_90 ......................................................................241
Figura AIII.61 - Diagrama F-δ da viga V1_75_00 .........................................................................................242
Figura AIII.62 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_75_00........................................................242
Figura AIII.63 - Diagrama de energia total da viga V1_75_00 ......................................................................242
Figura AIII.64 - Diagrama de ductilidade da viga V1_75_00 ........................................................................242
Figura AIII.65 - Diagrama F-δ da viga V1_75_30 .........................................................................................243
Índice de Figuras
xxvi
Figura AIII.66 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_75_30 ....................................................... 243
Figura AIII.67 - Diagrama de energia total da viga V1_75_30...................................................................... 243
Figura AIII.68 - Diagrama de ductilidade da viga V1_75_30........................................................................ 243
Figura AIII.69 - Diagrama F-δ da viga V2_75_30......................................................................................... 244
Figura AIII.70 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_75_30 ....................................................... 244
Figura AIII.71 - Diagrama de energia total da viga V2_75_30...................................................................... 244
Figura AIII.72 - Diagrama de ductilidade da viga V2_75_30........................................................................ 244
Figura AIII.73 - Diagrama F-δ da viga V1_75_60......................................................................................... 245
Figura AIII.74 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V1_75_60 ....................................................... 245
Figura AIII.75 - Diagrama de energia total da viga V1_75_60...................................................................... 245
Figura AIII.76 - Diagrama de ductilidade da viga V1_75_60........................................................................ 245
Figura AIII.77 - Diagrama F-δ da viga V2_75_60......................................................................................... 246
Figura AIII.78 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_75_60 ....................................................... 246
Figura AIII.79 - Diagrama de energia total da viga V2_75_60...................................................................... 246
Figura AIII.80 - Diagrama de ductilidade da viga V2_75_60........................................................................ 246
Figura AIII.81 - Diagrama F-δ da viga V2_75_90......................................................................................... 247
Figura AIII.82 - Diagrama de extensões a meio vão da viga V2_75_90 ....................................................... 247
Figura AIII.83 - Diagrama de energia total da viga V2_75_90...................................................................... 247
Figura AIII.84 - Diagrama de ductilidade da viga V2_75_90........................................................................ 247
ÍNDICE DE QUADROS
CAPÍTULO 2 - Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço Quadro 2.1 - Propriedades típicas das fibras [Ben95] ........................................................................................8
CAPÍTULO 3 - Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados Quadro 3.1 - Principais características mecânicas dos varões ensaiados .........................................................31
Quadro 3.2 - Principais características das fibras Dramix ZP 30/.50...............................................................32
Quadro 3.3 - Composição dos betões...............................................................................................................33
Quadro 3.4 - Resultados dos ensaios de avaliação de trabalhabilidade dos betões..........................................34
Quadro 3.5 - Percentagem de armadura transversal utilizada ..........................................................................37
Quadro 3.6 - Nomenclatura utilizada para designar as séries de provetes cilíndricos......................................40
Quadro 3.7 - Propriedades da armadura transversal utilizada ..........................................................................43
Quadro 3.8 - Principais características dos modelos de viga ensaiados ...........................................................45
CAPÍTULO 5 - Programa Experimental em Vigas Quadro 5.1 - Pontos notáveis no diagrama força-deslocamento. .....................................................................90
Quadro 5.2 - Modo de rotura dos modelos ensaiados ......................................................................................95
Quadro 5.3 - Valores relativos à fendilhação ...................................................................................................97
Quadro 5.4 - Valores relativos à cedência........................................................................................................97
Quadro 5.5 - Valores relativos à força máxima................................................................................................98
Quadro 5.6 - Valores máximos de energia dissipada e ductilidade................................................................101
Quadro 5.7 - Vigas representativas de cada série...........................................................................................103
CAPÍTULO 6 - Modelação Numérica Quadro 6.1 - Regras de integração numérica disponíveis para o elemento de dois nós.................................132
Quadro 6.2 - Regras de integração numérica disponíveis para o elemento de três nós..................................136
Quadro 6.3 - Valores mínimos do factor convencional de ductilidade em curvadura....................................169
Quadro 6.4 - Parâmetros caracterizadores da armadura longitudinal no exemplo 1 ......................................172
Índice de Quadros
xxviii
Quadro 6.5 - Características relativas ao betão confinado utilizadas no exemplo 1 ...................................... 173
Quadro 6.6 - Características relativas ao betão confinado utilizadas no exemplo 2 ...................................... 177
Quadro 6.7 - Parâmetros caracterizadores da armadura longitudinal no exemplo 2...................................... 177
Quadro 6.8 - Características relativas ao betão confinado utilizadas no exemplo 3 ...................................... 184
Quadro 6.9 - Parâmetros caracterizadores da armadura longitudinal no exemplo 3...................................... 184
ANEXO I Quadro AI.1 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C00_00 .................................. 201
Quadro AI.2 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C00_30 .................................. 202
Quadro AI.3 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C00_60 .................................. 203
Quadro AI.4 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C00_90 .................................. 204
Quadro AI.5 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C270_00 ................................ 205
Quadro AI.6 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C270_30 ................................ 206
Quadro AI.7 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C270_60 ................................ 207
Quadro AI.8 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C270_90 ................................ 208
Quadro AI.9 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C90_00 .................................. 209
Quadro AI.10 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C90_30 ................................ 210
Quadro AI.11 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C90_60 ................................ 211
Quadro AI.12 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C90_90 ................................ 212
Quadro AI.13 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C38_00 ................................ 213
Quadro AI.14 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C38_30 ................................ 214
Quadro AI.15 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C38_60 ................................ 215
Quadro AI.16 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C38_90 ................................ 216
Simbologia
SIGLAS
BARF − Betão armado reforçado com fibras
BARFA − Betão armado reforçado com fibras de aço
BF − Betão com fibras
BRF − Betão reforçado com fibras
BRFA − Betão reforçado com fibras de aço
BS − Betão simples
LP − Limite de proporcionalidade
PTV − Principio dos trabalhos virtuais
MATRIZES, VECTORES E ESCALARES
h − Altura
A − Área da secção transversal da viga
Ans − Área de armadura existente na camada n
Ac − Área de betão
A* − Área reduzida de corte da secção transversal da viga
α − Coeficiente de multiplicação da matriz de rigidez elástica
− Relação de corte
lf − Comprimento da fibra
L − Comprimento do elemento de viga
zn − Cota da camada de armadura n contabilizada em relação ao centro de
gravidade
zki − Cota inferior camada de betão k
zkm − Cota média camada de betão k
Simbologia
xxx
zks − Cota superior camada de betão k
ε − Deformação generalizada na viga
εc max − Deformação máxima no betão
φ y − Deformação por corte admitida de acordo com a teoria de Timoshenko
εc − Deformação por corte
εa − Deformação por esforço axial
ε f − Deformação por flexão
U − Deslocamento generalizado de qualquer ponto da estrutura
w x y z( , , ) − Deslocamento perpendicular ao eixo da viga
u x y z( , , ) − Deslocamento segundo o eixo da viga
Ua − Deslocamentos associados à deformação axial
Uc − Deslocamentos associados à deformação por corte
Uf − Deslocamentos associados à deformação por flexão
U − Deslocamentos generalizados verificados no eixo médio da viga
df − Diâmetro da fibra
γ xz − Distorção
Gc − Energia em compressão
λ − Esbelteza
Nx − Esforço axial do elemento de viga
ν − Esforço axial normalizado
Vz − Esforço transverso do elemento de viga
εx − Extensão
ε1 − Extensão correspondente à tensão máxima de compressão
εsh − Extensão correspondente ao início do endurecimento do aço
εsy − Extensão de cedência da armadura
εs − Extensão na armadura
εc − Extensão no betão
εsu − Extensão última na armadura
Simbologia
xxxi
ϕ − Flecha normalizada
f asint, − Forças nodais equivalentes aos esforços axiais na armadura
f abint, − Forças nodais equivalentes aos esforços axiais no betão
f csint, − Forças nodais equivalentes aos esforços de corte na armadura
f cbint, − Forças nodais equivalentes aos esforços de corte no betão
f fsint, − Forças nodais equivalentes aos esforços de flexão no armadura
f fbint, − Forças nodais equivalentes aos esforços de flexão no betão
( )Ni ξ − Função de forma do nó i
I − Inércia da secção transversal da viga
bk − Largura da linha média da camada de betão k
Ba − Matriz associada à deformação axial
Bc − Matriz associada à deformação por corte
Bf − Matriz associada à deformação por flexão
D − Matriz constitutiva
Ka − Matriz de rigidez associada à deformação axial
KaIE − Matriz de rigidez associada à deformação axial calculada com integração
exacta
Kc − Matriz de rigidez associada à deformação por corte
KcIE − Matriz de rigidez associada à deformação por corte calculada com
integração exacta
KcIR − Matriz de rigidez associada à deformação por corte calculada com
integração reduzida
Kf − Matriz de rigidez associada à deformação por flexão
KfIE − Matriz de rigidez associada à deformação por flexão calculada com
integração exacta
K − Matriz de rigidez do elemento
J − Matriz Jacobiana
Ec0 − Módulo de elasticidade longitudinal do betão na origem
Ec0 − Módulo de elasticidade do ramo de descarga/recarga
Simbologia
xxxii
E − Módulo de elasticidade longitudinal do material
Daf ns
, − Módulo de elasticidade longitudinal tangente da armadura
Daf kb
, − Módulo de elasticidade longitudinal tangente do betão para camada k
Ec1 − Módulo de elasticidade secante
G − Módulo de elasticidade transversal do material
My − Momento flector do elemento de viga
Naξ − Número de pontos de Gauss associado ao cálculo de Ka
Ncξ − Número de pontos de Gauss associado ao cálculo de Kc
Nfξ − Número de pontos de Gauss associado ao cálculo de Kf
Wf − Percentagem de fibras em peso da mistura
ρw − Percentagem volumétrica de cintas
ρw − Percentagem volumétrica de estribos
ρw r, − Percentagem volumétrica de estribos segundo o REBAP
Qf − Quantidade de fibras por metro cúbico de betão
fcm − Resistência máxima à compressão
θy − Rotação de uma secção da viga
Kffs − Submatriz de rigidez da armadura associada à deformação de flexão
Kafs − Submatriz de rigidez da armadura associada à deformação de iteração
axial-flexão
Kfas − Submatriz de rigidez da armadura associada à deformação de iteração
flexão-axial
Kaab − Submatriz de rigidez do betão associada à deformação axial
Kffb − Submatriz de rigidez do betão associada à deformação de flexão
Kafb − Submatriz de rigidez do betão associada à deformação de iteração axial-
-flexão
Kfab − Submatriz de rigidez do betão associada à deformação de iteração flexão-
-axial
σsy − Tensão de cedência da armadura
Simbologia
xxxiii
fc − Tensão máxima de compressão no betão simples
σs − Tensão na armadura
σc − Tensão no betão
σsu − Tensão última na armadura
σ − Tensões no elemento de viga
σx − Tensão normal
τxz − Tensão tangencial
δΓint − Trabalho interno de deformação virtual
δΓext − Trabalho produzido pelas forças exteriores
Lv − Vão de corte
P − Vector das forças generalizadas aplicadas em pontos do elemento
qL
− Vector das forças generalizadas e distribuídas ao longo do elemento
qV
− Vector das forças generalizadas proporcionais à massa do elemento
f − Vector das forças nodais
σ∆t − Vector de tensões devido à variação de temperatura
V − Volume
Vf − Volume de fibras
Capítulo 1
Introdução
1.1 Considerações gerais
Na forma de existir do planeta Terra, os acidentes naturais apresentam-se como uma forma
natural de co-habitação com o ser humano. De entre as diferentes catástrofes existentes, os
sismos são os que conduzem a resultados mais adversos para a economia de um país (veja-
-se o caso do sismo de Los Angeles de 1994, cujas estimativas do impacto económico total
apontavam para um valor de trinta biliões de dólares, perto do orçamento do Governo
português para o mesmo ano). Além dos efeitos económicos, é comum ainda a ocorrência
de perdas humanas e danos morais [Var95]. Face a esta visão envolvente da catástrofe
sismo, a Engenharia Sísmica surge como uma área específica da Engenharia Estrutural de
importância fundamental para a sociedade.
Nas últimas décadas tem-se assistido a um interesse crescente por parte dos investigadores
em interpretar e simular o comportamento de estruturas sob a acção de sismos. Muitas
Universidades e Instituições de investigação integram grupos de trabalho na área da
Engenharia Sísmica. Em geral, estas instituições localizam-se em zonas onde existe intensa
actividade sísmica. O Earthquake Engineering Center da Universidade da Califórnia, em
Berkeley, o Building Research Institut em Tsukuba, no Japão, o Politécnico de Milano, em
Itália e a Universidade Técnica de Atenas, na Grécia, são alguns exemplos [Gom92]. O
contributo prestado pela comunidade de investigadores tem permitido criar disposições
regulamentares (apoiadas em critérios de segurança adequados) com vista à concepção
adequada das estruturas.
Capítulo 1
2
Para a generalidade das estruturas e, em particular, para as estruturas de betão armado, a
actual regulamentação prevê critérios que têm por objectivo garantir um comportamento
satisfatório face ao tipo de sismo que actua sobre essas estruturas. Assim, é necessário que
a estrutura esteja preparada para suportar cargas cíclicas quando o comportamento da
estrutura é iminentemente não linear. Muitas vezes, este requisito estrutural é avaliado pela
ductilidade da estrutura, isto é, pela sua capacidade em dissipar energia sem perda de
resistência. As zonas da estrutura com grande ductilidade são os principais focos de
dissipação de energia. A rigidez deverá ser tal que permita a formação de rótulas com
distribuição uniforme, evitando-se, desta forma, o aparecimento de mecanismos
prematuros [Gom92]. Segundo a filosofia de dimensionamento sugerida no Eurocódigo 8,
estas rótulas plásticas deverão concentrar-se, essencialmente, nas vigas, isto é, o
dimensionamento das estruturas deverá ser feito atendendo ao conceito de viga-fraca e
pilar-forte [EC8].
Sempre que no betão armado ocorre uma fenda, a tracção sustida pelo betão passa a ser
absorvida, quase integralmente, pela armadura longitudinal que atravessa o betão
fendilhado. A armadura tem, portanto, uma importância relevante na capacidade de carga
do betão armado. Utilizando-se betões de alta resistência, o reforço dado pela armadura
tem uma importância acrescida devido ao facto destes betões serem mais frágeis que os de
resistência inferior. O betão ideal seria aquele que desenvolvesse, não somente, uma
elevada resistência à compressão e tracção, mas também, ductilidade suficiente e com
custos aceitáveis.
Contudo, este material ainda não existe, embora alguns passos tenham sido dados na sua
obtenção. O recurso à inclusão de fibras nos compósitos de matriz cimentícia é um
exemplo deste reforço. A participação das fibras aumenta consideravelmente a ductilidade
e a capacidade de absorção de energia dos betões. Porém, aumentos significativos de
resistência só são conseguidos à custa de elevadas percentagens de fibras, pelo que a
utilização deste compósito não é corrente nas construções em que o papel do reforço é
colmatar a resistência à tracção do betão [Bar95].
Introdução
3
A adição de fibras a materiais frágeis remonta à época dos Romanos e dos Egípcios, sendo
exemplo disso o reforço de pastas de argila com fibras naturais. Apesar do betão ter
surgido no século passado, somente a partir da metade do corrente século é que os betões
com adição de fibras começaram a ser utilizados na construção. As fibras mais utilizadas
têm sido as metálicas, de vidro, sintéticas, naturais e, mais recentemente, as de carbono.
Todavia, as fibras de aço e de vidro são as mais empregues na indústria da construção civil
devido à melhoria de propriedades que proporcionam, ao seu baixo preço e à sua
durabilidade [Bar95].
As fibras têm sido utilizadas mais frequentemente na construção de pavimentos térreos de
edifícios industriais, pavimentos de estradas, pistas de aeroportos, centrais de abasteci-
mento de combustíveis, em portagens de auto-estradas e em túneis [Bar95].
Tal como foi referido, as estruturas devem ser dotadas de zonas de dissipação de energia,
localizando-se, geralmente, nos nós de ligação viga/pilar. Correntemente, a ductilidade
pretendida é conseguida à custa de grande quantidade de armadura transversal, que
acarreta dificuldades acrescidas na betonagem. Com a utilização de fibras de aço, a
quantidade de armadura transversal poderá ser significativamente reduzida, resultando
numa construção mais eficiente face às acções sísmicas.
1.2 Objectivos do presente trabalho
A presente dissertação tem como principal objectivo o estudo do comportamento de
elementos de betão armado reforçado com fibras de aço (BARFA) envolvendo uma
componente experimental e o desenvolvimento de um modelo numérico. Relativamente à
análise experimental, tendo-se como base a utilização de betões de moderada resistência,
realizaram-se diversos ensaios cíclicos em elementos de betão armado reforçado com
fibras de aço, procurando-se, fundamentalmente:
• contribuir para o melhor conhecimento do comportamento do betão armado
reforçado com fibras de aço sujeito a acções cíclicas;
• avaliar o efeito do confinamento promovido pelas fibras;
Capítulo 1
4
• avaliar a degradação de resistência e rigidez em peças de betão armado
reforçado com fibras sujeitas a acções alternadas de compressão;
• avaliar o efeito do confinamento no comportamento do betão reforçado com
fibras;
• avaliar o comportamento cíclico do BARFA aos esforços de flexão e corte.
No que se refere ao modelo numérico, o objectivo essencial é construir uma ferramenta
que simule, com rigor suficiente, o comportamento de estruturas porticadas planas de betão
armado sujeitas a acções alternadas. Com base nas leis constitutivas dos materiais
intervenientes incluídas no modelo, procurou-se simular os principais fenómenos do
comportamento do betão armado sob acções cíclicas.
1.3 Descrição da dissertação
No Capítulo 2 é feita uma sucinta descrição do comportamento do betão reforçado com
fibras de aço. Neste capítulo, são referidos os principais benefícios promovidos pelas fibras
e são apontados alguns aspectos relacionados com o comportamento deste compósito sob
acções alternadas.
No Capítulo 3 é descrito o processo de fabricação dos modelos ensaiados (provetes
cilíndricos e modelos de viga), assim como, os materiais utilizados para a obtenção dos
mesmos.
O Capítulo 4 descreve os ensaios efectuados em provetes cilíndricos. Os procedimentos
adoptados para a realização dos ensaios são aí referidos. Procedeu-se à apresentação de
várias análises a partir dos resultados obtidos, no intuito de identificar os principais
benefícios da adição de fibras.
No Capítulo 5 são descritos os ensaios realizados nos modelos de viga. Referem-se os
procedimentos utilizados (tal como nos ensaios em provetes cilíndricos), assim como, os
Introdução
5
principais benefícios que se obtiveram resultantes da adição de fibras a elementos de viga
sujeitos a esforços de flexão e corte sob acções alternadas.
O Capítulo 6 descreve o modelo numérico desenvolvido para a análise de estruturas
porticadas planas de betão armado. Na primeira parte deste capítulo descreve-se o modelo
numérico desenvolvido para a análise estática linear. Na segunda parte, apresentam-se as
alterações introduzidas no modelo de forma a ser possível efectuar análises não lineares
materiais em regime estático de estruturas porticadas planas. As leis constitutivas
utilizadas para simular o comportamento do betão e da armadura são também referidas. Os
resultados obtidos com o modelo desenvolvido e os resultados determinados com modelos
numéricos desenvolvidos por outros investigadores são comparados de forma a aferir o
modelo desenvolvido neste trabalho. Para calibrar o modelo foram também utilizados
resultados experimentais obtidos na campanha experimental efectuada e, resultados
experimentais obtidos por outros autores.
Por último, no Capítulo 7 expõem-se as principais conclusões extraídas deste trabalho,
bem como diversos aspectos a serem objecto de futuros desenvolvimentos.
Capítulo 2
Comportamento dos Betões
Reforçados com Fibras de Aço
2.1 Introdução
O recurso ao uso de fibras com o objectivo de reforçar materiais é uma prática que se
realiza já há muitos anos. Provavelmente, o manuscrito mais antigo que relata a utilização
de fibras (naturais) encontra-se no Exodus 5:6-7,
“Nesse mesmo dia, o Faraó deu a seguinte ordem aos inspectores do povo e aos capatazes: ‘Não mais fornecereis ao povo palha para fazer tijolos como antigamente; que eles próprios a vão buscar’.”.
Contudo, só a partir da metade do corrente século é que a aplicação começou a
intensificar-se e, em especial, em materiais de matriz cimentícia, nomeadamente no betão.
Entende-se por betão reforçado com fibras (BRF) o compósito constituído por ligante
hidráulico, inertes de diferentes dimensões e fibras discretas. As fibras correntemente
usadas são as plásticas, cerâmicas, sintéticas, naturais, de vidro, de aço e de carbono.
Contudo, nas aplicações em betão, as fibras mais utilizadas são as de aço e de vidro. As
fibras apresentam uma considerável heterogeneidade de custo, eficácia e propriedades
(Quadro 2.1). Além destas propriedades, as fibras diferem também na forma da geometria
longitudinal e transversal (Figura 2.1). Nos anos 50 e 60 recorria-se a fibras rectas e lisas
para o fabrico do betão reforçado com fibras de aço - BRFA - (“Steel Fiber Reinforced
Concrete” na nomenclatura inglesa). Desde então, geometrias mais complicadas foram
desenvolvidas com o intuito de melhorar a ligação mecânica da fibra à matriz cimentícia.
As fibras actuais podem ser perfiladas, apresentando diferentes formas nas extremidades.
Capítulo 2
8
Quadro 2.1 - Propriedades típicas das fibras [Ben95].
Módulo de Resistência à Extensão na
elasticidade tracção rotura
(µm) (kg/m3) (GPa) (GPa) (%)
Aço 5 a 500 7840 200 0.5 a 2.5 0.5 a 3.5
Vidro 9 a 15 2600 70 a 80 2 a 4 2 a 3.5
Crosidolite (amianto) 0.02 a 0.4 3400 196 3.5 2.0 a 3.0
Crisólito (amianto) 0.02 a 0.4 2600 164 3.1 2.0 a 3.0
Prolipropileno 20 a 200 900 5 a 77 0.5 a 0.75 8.0
Carbono 9 1900 200 a 600 2 a 4 1.0
Nylon - 1100 4 0.9 13.0 a 15.0
Celulose - 1200 10 0.3 a 0.5 -
Acrílico 18 1180 14 a 19.5 0.4 a 1.0 3.0
Madeira - 1500 71 0.9 -
Sisal 10 a 50 1500 - 0.8 3.0
Diâmetro MassaFibra
( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 5 )
Figura 2.1 - Diferentes formas geométricas de fibras de aço.
As propriedades mecânicas das fibras que têm especial relevo são a resistência e a rigidez,
enquanto que a esbelteza (“aspect-ratio” segundo a nomenclatura inglesa) e as
características da superfície são os parâmetros geométricos das fibras com maior
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
9
importância na eficácia do reforço. Define-se esbelteza da fibra, como sendo a razão entre
o seu comprimento, lf, e o seu diâmetro, df. Caso a fibra não tenha secção circular,
determina-se o diâmetro correspondente de uma secção circular de área igual à da secção
real da fibra [Bar95].
As fibras podem apresentar dois modos de rotura distintos: por cedência ou por
deslizamento relativamente à matriz envolvente (“pull-out” segundo a nomenclatura
inglesa).
Se o objectivo é aumentar a resistência do compósito, dever-se-ão empregar fibras de
resistência e de esbelteza suficientemente elevadas, por forma a que a rotura do compósito
ocorra por cedência das fibras. Contudo, para se conseguir aumentos significativos de
resistência com adição de fibras curtas e distribuídas aleatoriamente ao longo do
compósito, é necessário adicionar elevadas percentagens de fibras ao betão (Vf = 5 %) e
fibras de elevada resistência. Para se assegurar a necessária trabalhabilidade de uma
composição de matriz cimentícia reforçada com fibras de aço, a percentagem e a esbelteza
das fibras devem ser limitadas, de forma a não prejudicar a referida trabalhabilidade. Para
valores elevados da percentagem de fibras é necessário adaptar a composição da matriz
cimentícia [Cas95].
Se o objectivo da adição de fibras é aumentar a capacidade de absorção de energia do
compósito (principal benefício das fibras), a percentagem e esbelteza das fibras deverão
ser definidas de modo a que a rotura das fibras se dê por deslizamento relativamente à
matriz cimentícia. Este modo de rotura por deslizamento é contrário ao que mobiliza a
cedência das fibras.
Por estes motivos, a esbelteza das fibras de aço não deve ultrapassar o valor de 100 e o
volume os 3 % [Bar95].
Capítulo 2
10
2.2 Comportamento
Os principais benefícios proporcionados pela adição de fibras ao betão são referidos nesta
secção, dando-se especial ênfase ao comportamento cíclico.
2.2.1 Comportamento à compressão
2.2.1.1 Betão não confinado
O diagrama tensão-extensão, σ-ε, representativo do comportamento uniaxial à compressão
pode ser razoavelmente traduzido por intermédio da lei proposta pelo Código Modelo
CEB-FIP 1990 [MC90] pelas seguintes expressões (Figura 2.2):
σ
εε
εε
εε
ε εc
ci
c
c
c
c
c
ci
c
c
c
cm c c
EE
EE
f se, ,lim11 1 1
2
1 11 2
=⋅ −
+ −
⋅
× < (2.1)
com,
−
+⋅⋅+
+⋅⋅⋅ε=ε
21
2
1c
ci
1c
ci1clim,c 2
11EE
21
411
EE
21
21
(2.2)
e,
( )
σ
ε εξ
ε ε
εε ε ε
ξεε
ε εccm
c c c c
c
c c c
c
c
c c
fse,
,lim ,lim ,lim
,lim2
1 1
21
2
1 1
1 2 4=
⋅ −
⋅
+ −
⋅
≥ (2.3)
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
11
com
2
1c
ci
1c
lim,c
1c
ci
1c
lim,c
1c
ci
2
1c
lim,c
12EE
EE22
EE4
−
−⋅
εε
−
εε
⋅+
−⋅
ε
ε⋅
=ξ (2.4)
em que ciE é o módulo de elasticidade tangente e 1cE corresponde ao módulo secante
medido da origem até à tensão máxima de compressão (fcm). Por sua vez, cσ é a tensão de
compressão, cε a correspondente extensão do betão e 1cε é o valor da extensão
correspondente à tensão de compressão máxima no betão. Para εc1 é sugerido o valor de
0.0022.
σc
fcm0.5
ε c1
eq.(2.1)
eq.(2.3)
εcεc,lim
Eci
c1E
fcm
ε cu
Figura 2.2 - Diagrama de extensão/tensão para o betão à compressão uniaxial segundo o Código Modelo CEB-FIP 1990 [MC90].
Neste diagrama é possível observar uma redução de rigidez antes de se atingir o valor
máximo de compressão, fcm, devida à ocorrência de microfissuração no seio do material.
Após o pico (tensão máxima), o diagrama σ-ε desenvolve um ramo descendente,
Capítulo 2
12
usualmente designado por ramo de amolecimento (“softening”). Em geral, os betões
simples têm um comportamento frágil na fase de amolecimento, isto é, para deformações
crescentes a resistência diminui consideravelmente. Esta fragilidade acentua-se com o
aumento da resistência (Figura 2.3).
σc(MPa)
C12C20C30C40C50C60C70C80
ε c
Figura 2.3 - Diagramas σ-ε do betão a partir da lei proposta pelo Código Modelo
CEB-FIP 1990 para diferentes classes de betão [MC90].
Quando à matriz cimentícia são adicionadas fibras, o comportamento do diagrama σ-ε do
betão reforçado com fibras até alcançar a tensão máxima é praticamente insensível ao
reforço proporcionado por percentagens correntes de fibras. A extensão correspondente à
tensão máxima de compressão aumenta ligeiramente com a percentagem de fibras. As
alterações induzidas pelas fibras manifestam-se, fundamentalmente, na fase de
amolecimento do betão, aumentando a capacidade de absorção de energia com o aumento
da quantidade de fibras. Assim, o declive do ramo de amolecimento é tanto mais suave,
quanto maior for a quantidade de fibras e melhor forem as propriedades de fixação destas à
matriz envolvente. Estes aspectos podem ser observados na Figura 2.4.
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
13
0
7
14
21
28
35
42
49
Tensão(MPa)
.002 .004 .006 .008 .01
Betão simples
30kg/m3
60kg/m3
90kg/m3
3120kg/m
extensão
Figura 2.4 - Influência da percentagem de fibras nos diagramas σ-ε, para provetes de betão reforçado com fibras de aço Dramix 50/.50 [Bal92].
Na fase de amolecimento, a percentagem de fibras tem maior efeito que a sua geometria e
esbelteza. O aumento da ductilidade depende ainda das propriedades da matriz. Na
bibliografia da especialidade é possível encontrar leis analíticas para a simulação do
BRFA, para betões de moderada resistência. Em geral, estas leis baseiam-se em expressões
propostas para o betão simples (BS), introduzindo-se parâmetros “correctores“. Estes
parâmetros são calibrados experimentalmente e, habitualmente, em função do tipo e da
quantidade de fibras utilizadas. Exemplo disso é o caso da lei proposta por Barros para
simular o BRFA [Bar95]. Barros verificou que a lei proposta pelo Código Modelo
CEB-FIP 1990 [MC90] para simular o comportamento uniaxial do betão simples é
inadequada à resposta observada no BRFA (para betões de moderada resistência). Assim, a
expressão sugerida é (para fibras do tipo ZP30/.50 da Dramix):
Capítulo 2
14
σ
εε
εε
εε
c cm
c
c
c
c
c
c
qp
f
p q q p
= ⋅
− − + ⋅ + ⋅
−1
1 1
1
1( )
(2.5)
em que os parâmetros calibrados experimentalmente obtêm-se por intermédio das
seguintes expressões:
f f W W Wcm cmBS
f f f= + ⋅ − ⋅ − ⋅516992 0 72506 0 520252 3. . . , (2.6)
( )εc f f fW W W13 2 31 10 2.49286 2.04730 2.1355 0 54871= × ⋅ + ⋅ − ⋅ + ⋅− . , (2.7)
e
p W Wf f= − + ⋅ − ⋅0 9291 156292 0 38051 2. . . (2.8)
com
q pEE
c
ci= − −1 1 . (2.9)
fcm é a resistência à compressão do BRFA definida por intermédio da resistência máxima
de compressão do correspondente betão simples, fcmBS , e Wf é a percentagem em peso de
fibras na composição do BRFA.
Barros [Bar95] conclui que em betões de moderada resistência, a principal propriedade
beneficiada é o decréscimo do declive do ramo de amolecimento, isto é, o aumento da
ductilidade do material, efeito esse simulado pela lei (2.5).
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
15
2.2.1.2 Betão confinado
Os elementos de uma estrutura têm que ser capazes de dissipar a energia transmitida pelos
sismos. Esta dissipação é conseguida à custa de deformações inelásticas nos elementos da
estrutura. O aço é um material dúctil com elevada capacidade de dissipação de energia, ao
contrário do betão que atinge a rotura para deformações muito inferiores às de rotura do
aço. Contudo, a ductilidade do betão pode ser significativamente aumentada confinando o
betão por intermédio de uma eficiente cintagem - recorrendo a uma armadura transversal -
e por meio da adição de armadura longitudinal [Gom92].
De entre os numerosos trabalhos realizados nessa área, um dos mais interessantes
reporta-se ao ano de 1928 e foi realizado por Richard, Brandtzaeg e Brown [Ric28]. O
ensaio consistiu em analisar o comportamento do betão à compressão sob diferentes graus
de confinamento proporcionados por uma pressão lateral (ver Figura 2.5). É possível
observar que a ductilidade e a resistência do betão crescem significativamente com o
aumento da pressão lateral.
Tensão (MPa)
Extensão
Resistência do betão não confinado = 25 MPa
Figura 2.5 - Influência do confinamento no comportamento do diagrama σ-ε do betão [Ric28].
Capítulo 2
16
Na Figura 2.6 é possível observar o efeito qualitativo dos diferentes tipos de armadura
transversal. O confinamento promovido por esta armadura é muitas vezes designado por
confinamento passivo (“passive confinement” na bibliografia inglesa).
Pressão hidráulica
Estribos circulares
Estribos rectangularespouco espaçados
Betão simples
Extensão
Tensão
Figura 2.6 - Efeito dos diferentes tipos de cintagens no comportamento do diagrama σ-ε do betão [CEB83].
Quando o betão está sujeito a cargas uniaxiais, este sofre uma expansão lateral, por efeito
do coeficiente de Poisson que é significativo para valores elevados de deformação axial. A
armadura transversal oferece resistência à expansão do betão do núcleo (“concrete core”),
isto é, do betão interior à armadura transversal, pelo que este betão fica confinado. A
pressão lateral depende da deformação da armadura transversal, sendo tanto maior quanto
menor for a deformação das armaduras transversais. Um outro aspecto bem mais relevante,
relaciona-se com o facto de o reforço da armadura transversal ser discreto, o que conduz a
uma zona de confinamento efectivo inferior à zona do betão do núcleo. No confinamento
efectivo do betão, a geometria da armadura transversal tem uma importância fundamental,
como se ilustra na Figura 2.7. É possível observar que os estribos circulares garantem um
maior volume de confinamento efectivo que o proporcionado pelos estribos
rectangulares [CEB83].
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
17
Zona de betão efectivamente confinado
Betão do núcleo não confinado (a)
Zona de betão efectivamente confinado
Betão do núcleo não confinado (b)
Figura 2.7 - Zona de confinamento efectivo do betão do núcleo
para armadura transversal circular (a) e rectangular (b).
Na bibliografia da especialidade existem variadíssimos trabalhos experimentais relativos
ao comportamento dos diagramas tensão-extensão, σ-ε, para o betão confinado por
armadura transversal, sendo rectangular a forma da secção transversal dos provetes e da
correspondente armadura transversal (na maior parte dos casos). As principais conclusões
que é possível extrair dos diagramas σ-ε são [CEB83]:
• o confinamento não modifica grande parte do ramo ascendente;
• a ductilidade aumenta com o confinamento. A extensão correspondente à tensão
máxima é significativamente mais elevada que a dos elementos não confinados.
Verifica-se que o declive do ramo de amolecimento diminui e a extensão última
aumenta com a quantidade de armadura de confinamento;
• constata-se, ainda, que a resistência máxima aumenta com o grau de
confinamento introduzido.
Quando a razão entre a área do betão do núcleo e a área total da secção transversal é
pequena, o confinamento promovido pela armadura é reduzido. A principal razão para este
facto deve-se à perda prematura de resistência por parte do betão de recobrimento.
Para simular os diagramas σ-ε do betão confinado, a generalidade dos modelos analíticos
têm como ponto de partida os resultados observados em ensaios experimentais, em
Capítulo 2
18
provetes confinados por armadura transversal e longitudinal. Nestes ensaios, procura-se
retirar os efeitos provocados pela existência do betão de recobrimento e da armadura
longitudinal. Assim, como resultado obtêm-se diagramas σ-ε do betão do núcleo que
simulam o comportamento “médio” do betão efectivamente confinado. Em geral, os
modelos analíticos são definidos por intermédio das principais propriedades do betão
simples e das características geométricas, mecânicas e de disposição da armadura
transversal ao longo do elemento. Na Figura 2.8 apresenta-se a título exemplificativo, o
modelo de Scott, Park e Priestley [Sco82]. O significado das variáveis encontra-se definido
no Capítulo 6, na secção 6.3.2.3.1.
0 2. ⋅ ⋅k fc
k fc⋅
εc maxεc20k c⋅ ε 0
Ec0
z k fc⋅ ⋅
ε c
σc
Figura 2.8 - Diagrama monotónico do betão confinado [Sco82].
As informações disponíveis relativas ao betão confinado reforçado com fibras de aço são
em número muito inferior às que existem para o betão simples confinado. A partir dos
resultados experimentais observados em elementos de betão armado reforçado com fibras
de aço (BARFA), conclui-se que [Gan90]:
• o incremento da quantidade de armadura transversal conduz a um aumento da
resistência do betão reforçado com fibras de aço;
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
19
• nos betões confinados reforçados com fibras de aço, a extensão de pico aumenta
com a percentagem de fibras de aço;
• pequenos níveis de confinamento no BRF são equivalentes a níveis de
confinamento elevado nos betões simples.
Relativamente aos modelos analíticos, estes ainda são mais escassos que as observações
experimentais. Verifica-se que estes modelos são calibrados com um número reduzido de
amostras pelo que a sua fiabilidade pode ser questionável.
2.2.1.3 Comportamento cíclico do betão à compressão
A ocorrência de acções alternadas devidas à natureza da actividade sísmica nas estruturas,
impõe a necessidade de compreender o comportamento cíclico do betão. Em geral, para os
betões simples e confinados admite-se que a envolvente superior no diagrama σ-ε, devido
a acções alternadas, acompanha o correspondente diagrama monotónico. Assim, a partir
dos diagramas monotónicos definem-se leis de descarga e recarga de modo a simularem o
comportamento verificado experimentalmente. Contudo, devido à natureza da dimensão
das deformações adoptam-se leis de descarga e recarga muito simples [Gom92]. A título
ilustrativo apresentam-se duas leis de simulação do carregamento cíclico do betão à
compressão (Figura 2.9 e Figura 2.10).
Figura 2.9 - Lei de comportamento do betão simples à compressão cíclica uniaxial [Gom92].
Figura 2.10 - Lei de comportamento do betão confinado com armadura transversal à compressão cíclica uniaxial [Tho80].
Capítulo 2
20
No que diz respeito ao comportamento do BRF sujeito a acções alternadas, da bibliografia
pesquisada, foi possível concluir que [Ott88 e Ott88a]:
• o conceito de envolvente do diagrama σ-ε para carregamentos alternados de
compressão uniaxial em betão simples (BS) é também válido para o caso dos
betões reforçados com fibras;
• o comportamento das descargas e recargas do BRFA, sob acções cíclicas, é
similar ao do BS;
• para adaptar os modelos de simulação do comportamento do BS à compressão
cíclica, de forma a simular-se o BRF, é essencial ter em conta o comportamento
mais dúctil na fase de amolecimento do material e a maior extensão sob o pico
de carga.
O comportamento uniaxial do BRFA confinado por armadura transversal sob compressão
cíclica encontra-se, ainda, numa fase muito insipiente sendo, por isso, uma área a ser
explorada.
2.2.2 Comportamento à tracção
O BS à tracção desenvolve valores de tensões máximas, fctm , significativamente inferiores
aos que este mesmo compósito apresenta quando sujeito à compressão. Quando fendilha, o
betão simples desenvolve alguma capacidade de retenção de tensões de tracção que
diminui com o aumento da deformação. Porém, a capacidade do betão fendilhado resistir a
esforços de tracção aumenta com a introdução de armaduras como elemento de
reforço [Bar95]. Após a fendilhação do betão, εcr , as respostas do BS e do BA são
significativamente diferentes e são designadas na literatura inglesa por “tension-softening”
e “tension--stiffening”, respectivamente. Na Figura 2.11 ilustra-se o diagrama de tensão
versus extensão média para o BS e para o BA, à tracção.
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
21
εctp cr2ε
Eci
εcr p cr1ε
α fctm
σctso
fctmEstabilização da fendilhação
(a) εct
Eci
εcr εctCεctBεctA
σctBst
σctAst
σctst
fctm
C
B
A
Estabilização da fendilhação
Plastificação da armadurana fenda
A extensão média alcançaa extensão de cedênciada armadura
(b) Figura 2.11 - Comportamento do betão à tracção: (a) betão simples e (b) betão armado [Bar98].
Geralmente, quando se procura simular o comportamento das estruturas submetidas à
acção sísmica, despreza-se a capacidade resistente do betão à tracção, pois estão em causa
grandes deformações para as quais o BS e/ou o BA apresentam reduzida capacidade de
retenção de tensões de tracção. Todavia, quando se pretende simular o comportamento à
tracção, é corrente considerar como envolvente a resposta monotónica à tracção, à qual são
associadas leis de descarga e recarga lineares e com rigidez igual ao módulo de
elasticidade longitudinal do betão, Eci .
A relação carga-deslocamento que se regista num ensaio de tracção de um provete de BRF
apresenta o comportamento genérico que se ilustra na Figura 2.12. Tal como nos provetes
de BS, a resposta de provetes de BRF apresenta um ramo I com comportamento
linear-elástico. Comparativamente com a resposta dos provetes de BS, nos BRF verifica-se
que o ramo não linear (ramo II), compreendido entre o limite de proporcionalidade (LP) e
o ponto de carga máxima, apresenta maior amplitude. O ramo III tem menor declive e a
deformação última, δu, é mais elevada.
Capítulo 2
22
Carga F
Zona de fractura
F,III
I
II
LP
Deslocamento δ
III
δu
δ F,δ
Figura 2.12 - Resposta carga-deslocamento de um provete de betão reforçado com fibras num ensaio de tracção uniaxial sob controlo de deslocamentos [Bar95].
A resistência à tracção aumenta com a percentagem, esbelteza e capacidade de fixação das
fibras à matriz. Contudo, para percentagens volumétricas de fibras de aço inferiores a 2 %,
o aumento da resistência à tracção (sem adição de aditivos) não é significativo. Verifica-se
ainda que, a resistência à tracção depende do método de manufacturação do
compósito [Bar95].
Na rotura dos provetes de betão simples observa-se, usualmente, o desenvolvimento de
uma única fenda, enquanto que nos betões reforçados com fibras ocorrem, normalmente,
mais do que uma macrofenda. Verifica-se que o comportamento do BRF em fase de
amolecimento depende, prioritariamente, das propriedades mecânicas e geométricas das
fibras, para além da sua distribuição e orientação [Bar95].
No que diz respeito às acções alternadas em tracção é possível verificar que no BRF a
envolvente pode ser traduzida pela monotónica, tal como no BS. Todavia, constata-se que
no BRF existe maior deformação residual que no BS, dado que as fibras que atravessam as
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
23
fendas oferecem resistência ao fecho destas, diminuindo, por isso, a deformação restituída
(ver Figura 2.13).
(a)
Deslocamento (10 m)
Tensãoaxial,(MPa)
0
1
2
3
4
25 50 100 125 150 17575
BRFA
V =1.5%f
Carreg. monotónico
Carreg. monotónicoCarreg. cíclico
σ
-6 (b)
Figura 2.13 - Relação tensão-deslocamento registada em ensaios cíclicos de tracção em provetes de betão simples [Rei86] (a) e de betão reforçado com fibras de aço [Gop87] (b).
2.2.3 Comportamento à flexão
O aumento da resistência à flexão com a percentagem de fibras só é significativo para
quantidades de fibras acima dos 60 kg/m3 (60 kg de fibras por metro cúbico de betão),
como se pode observar na Figura 2.14 que inclui diagramas carga-flecha, em ensaios de
flexão em provetes de betão reforçado com diferentes quantidades de fibras de aço
Dramix 50/.50. Nesta figura constata-se que o comportamento pós-pico é o mais
beneficiado pelo reforço das fibras.
Capítulo 2
24
kg/m3
Figura 2.14 - Influência da quantidade de fibras na relação carga-flecha registada em ensaios de flexão sob três pontos de carga em prismas de BRFA [Bal92].
Como principais aspectos que contribuem para o aumento da resistência à flexão, refere-se
o aumento do comprimento das fibras e da respectiva esbelteza. As fibras com
extremidades dobradas proporcionam maior aumento de resistência à flexão que as fibras
lisas.
Quando se efectua o cálculo orgânico de secções de betão armado submetidas à flexão, em
geral, despreza-se a resistência à tracção. A não contabilização desta resistência no caso de
BRF conduz a erros que poderão ser consideráveis no cálculo da capacidade última da
secção. Na Figura 2.15 representa-se, esquematicamente, alguns tipos de diagramas tipo
usados na análise à flexão de peças de BRF.
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
25
(a) (b) (c) (d) (e)cfσ
Figura 2.15 - Diagramas de distribuição de tensões ao longo da secção de uma barra de betão armado
reforçado com fibras [Rei79].
Em termos de ensaios cíclicos à flexão, é possível encontrar diversas publicações relativas
ao BARF. Os ensaios experimentais mais frequentes são ensaios cíclicos em modelos do
tipo nó de ligação viga-pilar. A partir destes conclui-se que [Cha97, Fil94, Lak86]:
• a adição de fibras permite melhorar o comportamento do material e preservar a
integridade estrutural;
• os modelos de BRF são mais dissipativos que os de betão convencional;
• a degradação de rigidez do material é muito similar à do BA, contudo os BRFA
exibem menor degradação de resistência;
• constata-se que as fendas apresentam menor abertura.
2.2.4 Comportamento ao corte
Sendo frágil, o modo de rotura por corte deve ser evitado. Para evitar a ocorrência deste
modo de rotura utiliza-se correntemente uma armadura transversal que contribui de forma
decisiva para a resistência ao esforço de corte. Em zonas de elevada densidade de
armadura transversal - zonas de dissipação de energia devido a acções alternadas - a
betonagem é, por vezes, de difícil execução. A substituição parcial de armadura transversal
(estribos ou cintas) por fibras permite diminuir a percentagem dessas armaduras,
facilitando o processo de betonagem, obtendo-se, assim, um betão com melhores
propriedades. Esta substituição impõe que a participação das fibras permita a conversão de
um modo de rotura por corte num modo de rotura por flexão [Bar95]. A conversão do
modo de rotura depende, fundamentalmente, da percentagem de armadura longitudinal de
tracção e do parâmetro s/d (s é o vão de corte e d a altura útil da viga). Diversos trabalhos
Capítulo 2
26
têm demonstrado que a resistência ao corte aumenta com a percentagem de fibras. Este
aumento parece ser mais significativo nas vigas com s d < 3 do que naquelas com s d > 3
(ver Figura 2.16).
Vu Vu
Vu Vu
Figura 2.16 - Relação entre a resistência ao corte e o parâmetro s/d para vigas
de BRFA de extremidades dobradas [Bat85].
O aumento da resistência ao corte com a participação das fibras deve-se,
fundamentalmente, à maior resistência à tracção do BRF fendilhado e ao aumento da
resistência ao deslizamento entre as bielas de betão comprimido que se formam nas vigas.
As fibras aumentam a resistência última ao corte, a ductilidade e a capacidade de
dissipação de energia quando empregues em nós de ligação viga/pilar sujeitos a esforços
alternados de corte [Jin92].
Comportamento dos Betões Reforçados com Fibras de Aço
27
2.3 Conclusões
Neste capítulo abordaram-se as principais propriedades que interessam saber relativamente
ao betão, em especial o betão reforçado com fibras de aço sujeito a acções alternadas. O
comportamento do betão reforçado com fibras depende tanto das propriedades do betão
como das fibras. Verifica-se que é necessário limitar os valores da quantidade de fibras e
respectiva esbelteza, de forma a obter a necessária trabalhabilidade da mistura.
Os principais benefícios do BRF revelam-se após a fendilhação, sendo a capacidade de
absorção de energia a propriedade mais favorecida. Em termos de compressão, os BRF
apresentam ductilidade superior, quer devido ao aumento da extensão de pico, quer devido
à diminuição do declive do ramo de amolecimento. O comportamento à tracção do BRF vê
a sua resistência aumentada com o aumento da quantidade de fibras. Verifica-se que o
comportamento cíclico em tracção e compressão uniaxial do BRF é similar ao do betão
convencional. Com o aumento da quantidade de fibras constata-se que o comportamento
em termos de flexão e corte melhora significativamente.
De acordo com a bibliografia pesquisada, verificou-se que existe, ainda, um grande
desconhecimento do comportamento do BRF sob acções cíclicas. Este desconhecimento
acentua-se ainda mais quando se pretende obter, a partir da bibliografia, leis analíticas que
simulem o comportamento uniaxial do BRFA à compressão e à tracção. Face ao potencial
deste tipo de compósito justifica-se que o comportamento cíclico do BRFA seja objecto de
estudo.
Capítulo 3
Caracterização dos Materiais
e dos Protótipos Ensaiados
3.1 Introdução
No anterior capítulo foram referidos os principais benefícios da adição de fibras ao betão.
Verificou-se que este tipo de compósito melhora o comportamento das estruturas sob
acções alternadas. Todavia, o conhecimento do betão armado reforçado com fibras de aço
sujeito a este tipo de acções é escasso, o que motivou a realização de ensaios
experimentais.
O principal objectivo dos ensaios experimentais (descritos nos Capítulos 4 e 5) é fornecer
um conjunto de resultados que auxiliem na caracterização do comportamento de elementos
de betão armado reforçado com fibras de aço sujeitos a acções cíclicas. Realizaram-se
ensaios de caracterização do comportamento uniaxial à compressão do BARFA com
recurso a provetes cilíndricos e ensaios cíclicos em modelos de viga.
A composição, processo de fabrico e cura foram similares em todos os protótipos
ensaiados. Devido a este facto, a descrição dos procedimentos afectos à sua obtenção será
descrita neste capítulo.
O programa experimental foi realizado no Laboratório de Estruturas da Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto em colaboração com o Laboratório de Engenharia
Civil da Escola de Engenharia da Universidade do Minho.
Capítulo 3
30
3.2 Materiais
3.2.1 Armadura
Para a construção dos protótipos utilizaram-se três tipos distintos de varões de aço: de 3, 6
e 8 milímetros de diâmetro. Com vista à caracterização da armadura efecturam-se ensaios
de tracção uniaxial, apresentando-se na Figura 3.1 a resposta obtida para um varão de 6 e 8
milímetros de diâmetro.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Extensão (%)
Tens
ão (M
Pa)
φ6
φ8
Figura 3.1 - Resposta obtida para um varão de 6 mm e para um varão 8 mm.
Com base nas curvas tensão-extensão obtidas foi possível obter as principais
características mecânicas (ver Quadro 3.1). As principais características da resposta dos
varões com 3 mm de diâmetro foram estudadas por Barros [Bar95], pelo que neste trabalho
apresentam-se apenas os resultados obtidos.
Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
31
Quadro 3.1 - Principais características mecânicas dos varões ensaiados.
Ext. no Início Ext. no Início do Tensãoda Cedência Endurecimento Ext. na Rotura Tensão de Cedência Máxima
(%) (%) (%) (MPa) (MPa)
φ3 0.111 - 57 175 288
φ6 0.200 - 12 690 740
φ8 0.215 4 18 430 528
Varão
É possível verificar que a resposta dos varões com 6 mm de diâmetro não apresenta
patamar de cedência, contudo, têm elevada tensão máxima. Este tipo de varões tem poucas
alterações de comportamento, revelando-se adequado aos ensaios em provetes cilíndricos.
Os varões φ3 e φ8 foram utilizados na armadura das vigas. Observa-se que os varões φ8
têm grande ductilidade.
3.2.2 Fibras
Nos betões reforçados com fibras utilizaram-se fibras de aço inox designadas comercial-
mente por Dramix ZP30/.50 (Figura 3.2). As duas letras da designação comercial
caracterizam a geometria e a forma como as fibras se apresentam (coladas ou
soltas) [Bek91]. Os dois números que figuram estão associados ao comprimento,
l mmf = 30 , e diâmetro, d mmf = 05. , o que corresponde a uma esbelteza de
l df f = =30 05 60/ . . Estas fibras apresentam-se com as extremidades dobradas, são
fornecidas em plaquetas de aproximadamente 30 fibras (ver Figura 3.3), sendo embaladas
em sacos de 30 kg. As extremidades dobradas garantem uma superior eficiência em termos
de ancoragem das fibras ao betão.
Capítulo 3
32
Figura 3.2 - Pormenores das fibras Dramix. Figura 3.3 - Plaquetas de fibras Dramix ZP30/.50.
O fornecimento das fibras em plaquetas evita a aglomeração das fibras durante a
amassadura, o que melhora a trabalhabilidade da mistura e assegura uma mistura
homogénea. A cola que agrega as fibras dissolve-se durante o processo de amassadura,
pelo que as fibras recuperam a sua própria esbelteza, conferindo eficácia ao reforço
pretendido [Bar95]. No Quadro 3.2, apresentam-se as principais características das fibras
utilizadas.
Quadro 3.2 - Principais características das fibras Dramix ZP 30/.50.
Massa Volúmica Resistência à Tracção Módulo de Elasticidade Extensão Última(g/cm3) (MPa) (GPa) (%)
ZP 30/.50 7.8 1250 200 3 a 4
Tipo de Fibras
Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
33
3.2.3 Betões
A composição adoptada para o fabrico dos betões foi baseada numa das composições
utilizadas por Barros [Bar95], a qual se revelou adequada para a adição de fibras e
obtenção de betões de moderada resistência. No Quadro 3.3 é apresentada a composição
utilizada. Os inertes utilizados (areia e brita) são provenientes da Pedreira da Madalena em
Vila Nova de Gaia.
Quadro 3.3 - Composição dos betões.
Composição(kg/m3 de betão)
Cimento 450
Areia (0-3 mm) 729
Brita (0-15 mm) 1000
Água 202.5
Fibras 0, 30, 60, 90
Elemento
O cimento utilizado, fornecido pela SECIL, foi o Portland classe B. Todas as composições
foram amassadas numa betoneira de eixo vertical, segundo o seguinte procedimento:
i. com a betoneira em movimento introduziu-se a água;
ii. de seguida, adicionava-se o cimento de uma forma gradual;
iii. adição dos inertes, introduzindo-se em primeiro lugar a brita, seguindo-se a
areia;
iv. ao fim de dois minutos a amassadura era interrompida (o tempo indispensável)
para retirar betão suficiente para a realização do “VB Test” e “Slump Test”;
v. em seguida, prosseguia-se a amassadura durante a qual se adicionava
gradualmente as fibras de aço por forma a evitar a criação de “novelos” de
fibras;
vi. repetição do procedimento iv.
Capítulo 3
34
Com o intuito de avaliar a trabalhabilidade dos betões, efectuaram-se os ensaios
convencionais: o ensaio do cone de Abrams (designado também por “Slump Test”) e o
“VB Test”. Estes ensaios realizaram-se para o betão sem e com adição de fibras segundo a
sequência referida no procedimento para o fabrico dos betões. Os resultados obtidos para
as diferentes composições figuram no Quadro 3.4.
Quadro 3.4 - Resultados dos ensaios de avaliação de trabalhabilidade dos betões.
Tipo de
ComposiçãoAntes da adição
de fibras
Após adição de
fibras
Antes da adição
de fibras
Após adição de
fibras
Betão sem Fibras 185 - 4.1 -
Betão com 30 kg/m3 de fibras 192 121 4.1 8.4
Betão com 60 kg/m3 de fibras 196 65 5.4 8.6
Betão com 90 kg/m3 de fibras 185 34 4.1 11.0
"Slump Test " (mm) "VB Test " (segundos)
É possível verificar um decréscimo dos valores do “Slump Test” com o aumento da
quantidade de fibras. Assiste-se ainda, a um aumento do tempo de leitura do “VB Test”
com o crescimento da quantidade de fibras, embora este aumento seja menos pronunciado
que o registado no “Slump Test”, o que revela que, sob vibração, o BRFA desenvolve boa
trabalhabilidade.
3.3 Construção dos modelos
Para a obtenção dos modelos utilizou-se sempre o mesmo procedimento. Inicialmente,
realizou-se o corte e a dobragem das armaduras. Esta tarefa foi realizada por profissionais
exteriores aos Laboratórios por forma a assegurar-se a montagem das armadura com a
melhor qualidade possível, no mais curto intervalo de tempo.
Em seguida procedia-se à montagem das armaduras e das cofragens. Estas cofragens
metálicas dispunham de um eficiente sistema de montagem/desmontagem. O posicio-
Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
35
namento das armaduras era feito com cuidado de modo a garantir os recobrimentos
pretendidos.
A betonagem dos modelos foi feita retirando-se betão da betoneira e colocando-o nos
moldes com auxílio de colheres de trolha. Todos os modelos eram vibrados em mesa
vibradora com o objectivo de eliminar “chochos” e de expelir tanto quanto possível
“bolhas” de ar e, garantir que o betão envolvesse de forma eficiente toda a armadura.
O processo de cura envolvia os seguintes passos:
i. após serem betonados, os elementos eram colocados durante uma semana em
câmara húmida;
ii. ao fim dessa semana processava-se à descofragem dos modelos que eram
imersos em água até aos 28 dias;
iii. findo este tempo, retiravam-se da água sendo colocados na câmara húmida até à
véspera do ensaio.
3.4 Características dos modelos
3.4.1 Provetes cilíndricos
A caracterização do comportamento uniaxial do BARFA foi feito a partir de ensaios em
provetes cilíndricos. Adoptou-se uma armadura longitudinal constante, fazendo-se variar a
quantidade de armadura transversal, no intuito de avaliar o efeito de confinamento
garantido por esta no BRFA. No que se segue descrevem-se as principais características
dos provetes cilíndricos fabricados.
3.4.1.1 Geometria
As dimensões recomendadas pelo REBAP [Reb86] e pelo EC2 [EC2] no fabrico dos
provetes cilíndricos são 150 mm de diâmetro e 300 mm de altura. Na Figura 3.4
Capítulo 3
36
apresenta-se um dos moldes utilizados para fabricar os provetes com as dimensões acima
referidas.
Figura 3.4 - Molde utilizado no fabrico dos provetes cilíndricos.
3.4.1.2 Pormenorização das armaduras dos provetes cilíndricos
Com vista à avaliação da influência do confinamento lateral garantido pela armadura
transversal no betão reforçado com fibras de aço, utilizaram-se quatro níveis distintos de
confinamento. No Quadro 3.5 apresenta-se o afastamento entre cintas utilizado nas
diferentes séries. Inclui-se ainda a correspondente percentagem de armadura transversal,
ρw, definida pela razão entre o volume de cintas e o volume de betão, por unidade de
comprimento do provete.
Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
37
Quadro 3.5 - Percentagem de armadura transversal utilizada.
Espaçamento entre
cintas (mm)
sem cintas 0.00
270 0.38
90 1.13
38.5 2.65
ρw (%)
Para a realização das cintas utilizaram-se varões com 6 mm de diâmetro. Verificou-se que
este diâmetro era o mais adequado para os ensaios em causa. Para armadura de suporte das
cintas, armadura longitudinal, utilizou-se a 6φ6. Com esta armadura construtiva adoptada,
procurou-se minimizar a sua influência no comportamento global dos provetes. Nas
Figuras que se seguem (da 3.5 à 3.11) ilustram-se pormenores das armaduras utilizadas nos
provetes cilíndricos.
ATotal (mm2) 17671
ANúcleo (mm2) 11474
Perímetro médio das cintas (mm) 413
φ6@270, 90 e 38.5
6φ6
Figura 3.5 - Corte esquemático referente à armadura utilizada no fabrico dos provetes e correspondentes características geométricas.
Na Figura 3.5 constata-se que a forma das cintas não é circunferencial, mas sim,
hexagonal, dado que o equipamento disponível por parte dos profissionais que construíram
as cintas, só permitia a realização destas por segmentos rectos. O recobrimento foi de 3
mm.
Capítulo 3
38
3
Figura 3.6 - Armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de 270 mm.
Figura 3.7 - Corte esquemático das armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas
afastadas de 270 mm.
Figura 3.8 - Armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de 90 mm.
Figura 3.9 - Corte esquemático das armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas
afastadas de 90 mm.
Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
39
Figura 3.10 - Armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas afastadas de 38.5 mm.
Figura 3.11 - Corte esquemático das armaduras utilizadas no fabrico dos provetes com cintas
afastadas de 38.5 mm.
3.4.1.3 Nomenclatura utilizada
No intuito de simplificar a exposição e compreensão deste trabalho, optou-se por criar uma
nomenclatura própria para designar cada provete cilíndrico. Esta nomenclatura foi criada
de forma a que a sua leitura fosse perfeitamente clara e permitisse a rápida identificação
em termos de afastamento entre cintas e quantidades de fibras utilizadas. Assim, para um
provete genérico a descrição Ci_j_k, efectuada da esquerda para a direita, é a seguinte:
i. a letra “C” em todos os provetes, referindo que se trata de provetes cilíndricos;
ii. em seguida aparece um número (i) que representa o afastamento entre cintas
(valor em milímetros). Para o caso particular dos provetes cilíndricos sem
armadura utilizou-se o valor zero (“00”);
iii. um número (j) que representa, em quilogramas, a quantidade de fibras de aço
por metro cúbico de betão;
iv. um número (l) identificando individualmente os provetes dentro da mesma série.
Entende-se por série como o conjunto de provetes cilíndricos com a mesma quantidade de
armadura transversal e de fibras. A designação adoptada para as séries corresponde a
Capítulo 3
40
omitir o ponto iv. do procedimento, pelo que para uma série genérica ter-se-à Ci_j. Foram
fabricados 5 provetes cilíndricos para cada série, o que perfaz um total de oitenta unidades.
Em certos casos houve necessidade de fazer referência a grupos de séries. Estes são
constituídos por diversas séries, tendo como propriedade comum, o afastamento entre
cintas. Assim, no procedimento anterior corresponde a considerar os passos i. e ii. (Ci).
A título exemplificativo o provete “C38_30_4” significa que se trata do quarto provete da
série em que existe um afastamento entre cintas de 38.5 mm e 30 kg/m3 de fibras. Este
provete pertence à série C38_30 e ao grupo de séries C38.
No Quadro 3.6 sintetizam-se todas as séries utilizadas neste trabalho. A variável Wf
representa a percentagem de fibras em peso da mistura e Vf o volume de fibras. Para o
cálculo da percentagem e do volume de fibras na mistura considerou-se que a massa
específica das fibras é de 7850 kg/m3.
Quadro 3.6 - Nomenclatura utilizada para designar as séries de provetes cilíndricos.
Afastamento entre Quantidade decintas ρw fibras(mm) (%) (kg/m3) (%) (%)
C00_00 - 0.00 0 0.00 0.00C00_30 - 0.00 30 1.25 0.38C00_60 - 0.00 60 2.50 0.76C00_90 - 0.00 90 3.75 1.15C270_00 270.0 0.38 0 0.00 0.00C270_30 270.0 0.38 30 1.25 0.38C270_60 270.0 0.38 60 2.50 0.76C270_90 270.0 0.38 90 3.75 1.15C90_00 90.0 1.13 0 0.00 0.00C90_30 90.0 1.13 30 1.25 0.38C90_60 90.0 1.13 60 2.50 0.76C90_90 90.0 1.13 90 3.75 1.15C38_00 38.5 2.65 0 0.00 0.00C38_30 38.5 2.65 30 1.25 0.38C38_60 38.5 2.65 60 2.50 0.76C38_90 38.5 2.65 90 3.75 1.15
Wf VfSérie
Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
41
3.4.2 Vigas
3.4.2.1 Geometria
As vigas foram construídas com as dimensões 75×150×1600 mm3 (largura×altura×
comprimento) ilustrando-se na Figura 3.12 o molde-tipo utilizado no seu fabrico.
Figura 3.12 - Molde utilizado no fabrico das vigas.
A aplicação das forças à viga realizou-se aos terços (a descrição pormenorizada
encontra-se no Capítulo 5), o que implica a existência de três zonas distintas de esforços
com comprimentos de 0.50 m (Figura 3.13).
Neste caso a relação de corte (“shear ratio”, da nomenclatura inglesa), α, é de:
α =⋅
=⋅
=M
V d
P
P4
2 014357
.. (3.1)
e o vão de corte (shear span), Lv, é de:
LMV
P
P mv = = =4
20 50. , (3.2)
em que M é o momento flector, V o esforço transverso e d a altura útil da secção. Segundo
o CEB [CEB83], para a relação de corte e valor de armadura longitudinal em causa, será de
prever um efeito conjugado dos esforços de corte e de flexão, sendo a rotura por corte.
Capítulo 3
42
0.50 m 0.50 m 0.50 m
P/2 P/2
P/2
-P/2
P/4
Esfo
rço
Tran
sve r
soM
omen
to
Flec
tor
Figura 3.13 - Sistema de carga a aplicar às vigas. Diagramas de esforços
transversos e momentos flectores.
3.4.2.2 Pormenorização das armaduras das vigas
A armadura longitudinal adoptada baseou-se em valores que Barros [Bar95] utilizou em
ensaios de vigas com betão armado reforçado com fibras de aço. Para essas vigas a
armadura utilizada na face traccionada foi de 3φ8. Verificou-se que esta armadura estava
adequada à capacidade máxima das células de carga disponíveis. A utilização de armadura
simétrica, em ambas as faces, não conduz a um acréscimo significativo da resistência.
Assim, utilizou-se para armadura longitudinal 3φ8 junto à face inferior e 3φ8 junto à face
superior, à qual corresponde uma percentagem de armadura de 1.4 %. Refira-se que o
REBAP [Reb86] impõe para percentagem de armadura mínima e máxima os valores de
0.25 e 4.0 %, respectivamente.
O REBAP [Reb86] preconiza para armadura transversal o valor mínimo de 0.16 %. Dado
que em carregamentos monotónicos Barros [Bar95] verificou a possibilidade de substituir
Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
43
parcialmente os estribos por fibras, privilegiou-se neste trabalho, situações em que a
percentagem de estribos é inferior à mínima. Assim, consideraram-se três quantidades
distintas de estribos:
• uma primeira situação que corresponde à ausência de armadura de esforço
transverso. Contudo, foi necessário utilizar armadura construtiva para a
armadura longitudinal. Assim, utilizaram-se estribos afastados de 750 mm;
• uma segunda situação correspondeu a verificar os valores preconizados pelo
REBAP [Reb86]. Para tal, consideraram-se estribos afastados de 75 mm;
• uma terceira situação (intermédia), para a qual se adoptou estribos afastados de
150 mm.
No Quadro 3.7 apresenta-se a percentagem de armadura transversal associada a cada caso.
Neste quadro figuram dois parâmetros distintos: ρw como sendo a razão entre o volume de
estribos e o volume de betão interno aos estribos, por unidade de comprimento da viga e
ρw,r como sendo e percentagem de armadura transversal definida de acordo com REBAP.
Como se pode verificar, nos dois primeiros casos a armadura transversal é inferior à
mínima proposta por este regulamento. Cortes e fotografias das armaduras utilizadas são
representadas nas Figuras 3.14 à 3.17. Para a realização das vigas admitiu-se um
recobrimento de 3 mm.
Quadro 3.7 - Propriedades da armadura transversal utilizada.
Espaçamento entre
estribos
750 0.04 0.025
150 0.21 0.126
75 0.42 0.250
ρw (%) ρw,r (%)
Figura 3.14 - Fotografia da armadura utilizada nas vigas com estribos afastados 750 mm.
Capítulo 3
44
Figura 3.15 - Fotografia da armadura utilizada nas vigas com estribos afastados 150 mm.
Figura 3.16 - Fotografia da armadura utilizada nas vigas com estribos afastados 75 mm.
ATotal (mm2) 11250
ANúcleo (mm2) 9515
Perímetro médio dos estribos (mm) 424
3φ8
3φ8
150
75
φ3@ 750 ou 150 ou 75
Figura 3.17 - Corte transversal da vigas ensaiadas.
3.4.2.3 Nomenclatura utilizada
Tal como para os provetes cilíndricos, também nas vigas foi necessário criar uma
nomenclatura própria, procurando-se diferenciar os diferentes modelos com base na
Caracterização dos Materiais e dos Protótipos Ensaiados
45
quantidade de fibras e de estribos utilizados. Assim, para uma viga genérica Vi_j_k, a
designação é a seguinte:
i. a letra “V” que designa a viga;
ii. segue-se um número (i) que identifica individualmente cada viga da mesma
série;
iii. um número (j) que representa o afastamento dos estribos (valor em milímetros);
iv. um número (k) que representa a quantidade de fibras utilizada (valor em kg/m3 de betão).
No Quadro 3.8 resumem-se as principais características de cada viga, em função da sua
designação, sendo cada série, neste caso, composta por duas vigas com igual quantidade de
fibras e igual afastamento entre estribos.
Quadro 3.8 - Principais características dos modelos de viga ensaiados.
Espaçamento entre Quantidade de estribos ρw Fibras
(mm) (%) (kg/m3)
V1_750_00V2_750_00V1_750_30V2_750_30V1_750_60V2_750_60V1_750_90V2_750_90V1_150_00V2_150_00V1_150_30V2_150_30V1_150_60V2_150_60V1_150_90V2_150_90V1_75_00V2_75_00V1_75_30V2_75_30V1_75_60V2_75_60V1_75_90V2_75_90
0.21
0.21
0.21
0.21
60
30
00
90
000.42
0.42
90
90
60
30
0.42
0.42
75
75
75
75
150
150
150
150
00
750
750
60
30
0.04
0.04
0.04750
750 0.04
Designação
Capítulo 4
Programa Experimental
em Provetes Cilíndricos
4.1 Introdução
Neste capítulo descreve-se o programa experimental efectuado em provetes cilíndricos de
betão armado reforçado com fibras de aço. Estes provetes foram sujeitos a acções uniaxiais
cíclicas de compressão. Com a realização destes ensaios pretendeu-se compreender o
comportamento uniaxial do betão armado reforçado com fibras de aço sujeito a acções
cíclicas de compressão. Procurou-se avaliar a influência das fibras no confinamento do
betão, na degradação de rigidez e de resistência. O efeito do confinamento das cintas no
comportamento do betão reforçado com fibras de aço foi ainda objecto de estudo.
Seguidamente, é exposto o sistema de ensaio adoptado, referindo-se o tipo de equipamento
e procedimentos utilizados nos ensaios. Os principais resultados do programa
experimental, assim como, as conclusões fundamentais são, igualmente, salientadas.
4.2 Sistema de ensaio
4.2.1 Equipamento
Na Figura 4.1 apresenta-se o equipamento utilizado na realização dos ensaios em provetes
cilíndricos.
Capítulo 4
48
(a) Prensa (c) Controlador digital (e) Computador
(b) Grupo hidráulico (d) Painel de controlo
Figura 4.1 - Equipamento utilizado nos ensaios realizados em provetes.
Este equipamento é constituído pelos seguintes elementos: uma prensa, um grupo
hidráulico, um controlador digital, um painel de controlo de carga e um computador. A
prensa da série 315 da MTS, cuja fotografia e esquema simplificado se incluem nas
Figuras 4.2 e 4.3, aplica ao provete a força mecânica em resposta aos comandos
transmitidos pelo controlador digital. Esta prensa permite realizar ensaios de
compressão/tracção, sendo a aplicação da carga ao provete realizada por intermédio de um
actuador hidráulico com movimento segundo o eixo vertical da prensa. A este actuador
podem acoplar-se aduelas de aço de 221 mm de diâmetro, por forma a possibilitar o ensaio
de provetes de dimensões diferentes. O prato superior da prensa possui uma calote esférica
dotando-o de características de rótula. A carga é registada por intermédio de um sistema
hidrodinâmico de pressão, podendo-se aplicar cargas até um limite máximo de 2700 kN. A
prensa está munida de um transdutor de deslocamentos que pode registar deformabilidades
até 200 mm.
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
49
MTS
Célula de carga
Aduelasamovíveis
actuadorhidráulico
transdutor
caixa dealojamento do
Figura 4.2 - Fotografia da prensa MTS. Figura 4.3 - Esquema da prensa utilizada nos ensaios de compressão uniaxial.
O grupo hidráulico fornece a pressão requerida pelo ensaio. Por sua vez, o controlador
digital realiza a interface entre o software e o resto do sistema. O software inclui módulos
de controlo do equipamento, de definição dos sensores e de conexão de equipamento
externo. O painel de controlo permite que o operador mova o dispositivo de aplicação de
carga da prensa ou do actuador, sob o modo de controlo desejado, até posicionar
correctamente o provete para ser ensaiado. Os comandos do sistema e os procedimentos de
ensaio são definidos por software próprio instalado no sistema.
O equipamento (Figura 4.4) está organizado por forma a constituir um servomecanismo
que permite fazer o controlo automático dos sensores acoplados ao sistema. Na Figura 4.4
representa-se, em termos simplificados, um ciclo de controlo automático realizado pelo
sistema durante o ensaio. Trata-se de um ciclo no qual o equipamento de controlo
(computador e controlador digital) fornece o sinal de comando do programa ao elemento
Capítulo 4
50
controlado constituído pela servoválvula, actuador hidráulico e provete. O sensor de
controlo do ensaio envia um sinal de retorno ao controlador digital indicando como o
elemento controlado respondeu. O controlador digital reage à diferença entre os sinais de
comando e de retorno e ajusta o sinal de comando que activa o actuador hidráulico por
forma a corrigir a diferença registada. O presente equipamento está dotado dos módulos de
controlo CLC (“Channel, Limited, Channel”) e PIDF (“Proportional, Integral, Derivative
and feed Forward”) [Bar95, MTS93].
CICLO DECONTROLOAUTOMÁTICO
Servoválvula
Sinal de controlo
Pressão hidráulica
Actuador hidráulico
Controlador digital
Sinal de retorno
Prensa
PROVE
TE
Figura 4.4 - Esquema do módulo de controlo automático dos
sensores realizado pelo equipamento de ensaio
4.2.2 Procedimento do ensaio
4.2.2.1 Historial de deslocamentos impostos
Não existindo um procedimento unanimemente aceite para efectuar este tipo de ensaios,
procurou-se criar um procedimento que desse resposta aos objectivos propostos na
introdução. Assim, fez-se uma estimativa dos deslocamentos correspondentes à força
máxima e ao esgotamento da capacidade de absorção de energia (carga nula). Com base
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
51
nestes dois deslocamentos, construiu-se um historial de deslocamentos impostos que
procurou para cada provete avaliar:
i. o andamento global da curva tensão/extensão;
ii. a capacidade de absorção de energia;
iii. a degradação de rigidez da resposta descarga/recarga até ao esgotamento da
capacidade de carga.
Adoptaram-se os dois procedimentos distintos P1 e P2, ilustrados nas Figuras 4.5 e 4.6. O
procedimento - P1 - foi utilizado nos grupos de séries C38, C90 e C270, enquanto que o
procedimento - P2 - foi utilizado na série C00. A principal razão deste critério tem a ver
com a capacidade de absorção de energia dos provetes de cada série.
Durante o decorrer dos ensaios da série C270_00 constatou-se que o primeiro
procedimento, P1, (Figura 4.5) não permitia retirar qualquer tipo de conclusões
relativamente às zonas das descargas/recargas, dado que estas se efectuavam quando o
provete apresentava reduzida capacidade de carga. Por este facto, para a série C270_00
adoptou-se o procedimento P2.
Refira-se que as descargas efectuadas cessavam quando se atingia uma força mínima de
10 kN. Este valor era suficientemente reduzido para se poder afirmar que o provete estava
descarregado, e suficientemente elevado para garantir a estabilidade do ensaio.
Efectuaram-se leituras de dois em dois segundos, obtendo-se um número suficiente de
registos que permite caracterizar o comportamento do provete durante todo o ensaio.
Capítulo 4
52
Deformação crescente até 1.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Deformação crescente até 2.0 mm
Deformação crescente até 4.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Deformação crescente até 10.0 mm
Deformação crescente até 8.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Deformação crescente até 6.0 mm
Deformação crescente até 14.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Deformação crescente até 30.0 mm
Fim do Ensaio
Deformação crescente até 1.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Deformação crescente até 2.0 mm
Deformação crescente até 3.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Deformação crescente até 6.0 mm
Deformação crescente até 5.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Deformação crescente até 4.0 mm
Deformação crescente até 7.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Deformação crescente até 15.0 mm
Fim do Ensaio
Deformação crescente até 8.0 mm
Descarga até Fmin = 10.0 kN
Figura 4.5 - Procedimento P1. Figura 4.6 - Procedimento P2.
Para cada série ensaiaram-se cinco provetes, quatro dos quais segundo o historial de
deslocamentos correspondente à série em causa, sendo o quinto provete ensaiado sem se
efectuar qualquer descarga (carregamento monotónico). Pretendeu-se, assim, verificar se a
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
53
monotónica obtida a partir deste ensaio apresentava um andamento sensivelmente distinto
dos restantes elementos da mesma série, ensaiados segundo o procedimento cíclico.
4.2.2.2 Velocidade de deformação
O ramo de amolecimento da resposta tensão-extensão (σ-ε) tem tanto maior desenvolvi-
mento quanto menor for a resistência do betão. A maior ductilidade na fase de amoleci-
mento do provete acentua-se com a adição de fibras ao betão.
Os ensaios deverão ser efectuados com velocidades de deformação entre os 10 µm/s e
30 µm/s, de forma a ser garantida a estabilidade do ensaio [Bar95]. Refira-se que este
intervalo está de acordo com o sugerido pela norma Japonesa [JSC84] para ensaios de
compressão em provetes de betão reforçado com fibras de aço. A velocidade adoptada foi
de 20 µm/s (valor médio).
4.2.2.3 Procedimento do ensaio
Dois a três dias antes de ser ensaiado, as faces de contacto do provete com os pratos de
carga eram alisadas e horizontalizadas com equipamento apropriado. Para se efectuar o
ensaio procedia-se da seguinte forma:
i. o provete era medido e pesado;
ii. por intermédio do computador, era lido o ficheiro no qual se encontrava definido
o procedimento do ensaio que continha entre outros aspectos: a lei de
deslocamentos imposta, a velocidade de deformação e o intervalo de leituras;
iii. em seguida o provete era colocado entre os pratos da prensa e, com recurso ao
painel de controlo, instalava-se uma força reduzida de compressão (0 a 2 kN);
iv. finalmente, realizava-se o ensaio.
A duração de um ensaio variava entre 20 a 40 minutos.
Capítulo 4
54
4.3 Apresentação dos resultados
Do programa experimental realizado com os provetes cilíndricos, obtiveram-se dois tipos
de resultados distintos, nomeadamente:
• informação resultante da observação dos provetes durante e após o ensaio;
• deslocamentos e correspondentes forças.
4.3.1 Observações durante e após o ensaio
Durante os ensaios procurou observar-se as alterações externas ocorridas nos provetes.
Estas observações não se estenderam a todos os provetes, devido ao elevado número de
unidades ensaiadas e ao tempo de duração de cada ensaio. Após a conclusão dos ensaios de
cada série, cada provete foi inspeccionado no intuito de retirar mais elementos sobre o seu
estado final, sendo os aspectos mais significativos anotados.
Em qualquer ensaio verificou-se sempre o aparecimento de fendilhação vertical, em geral,
associada à aproximação da capacidade de carga máxima do provete. Esta fase era
acompanhada pelo esgotamento da resistência do betão de recobrimento. Esta ineficácia do
betão de recobrimento foi bastante notória, principalmente nos provetes fortemente
cintados, em que estes pareciam ter sido “descascados” (ver as fotografias do Anexo I).
A rotura do betão de recobrimento (fenómeno que na literatura da especialidade é
designado por descasque) facilitou a ocorrência da encurvadura dos varões longitudinais
(ver Figura 4.7). Em geral, o comprimento de encurvadura correspondeu à distância entre
cintas. Contudo, não foi possível observar a partir de que estado de deformação a
encurvadura ocorria. Os varões encurvados localizavam-se numa zona afastada das
extremidades do provete devido, essencialmente, ao efeito de cintagem imposto pelos
pratos da prensa.
A encurvadura dos varões longitudinais, a pressão exercida pelo betão cintado e o
descasque foram os aspectos fundamentais que contribuíram para a rotura das cintas (ver
Figura 4.8). Esta aconteceu, de um modo geral, para valores elevados de deformação,
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
55
ocorrendo, sempre, no ponto de “fecho” da cinta. A rotura das cintas pode também ser
observada nos diagramas tensão-extensão (na secção 4.3.2.1) e corresponde aos ramos em
que existe uma queda brusca de tensão para um pequeno incremento de deformação.
De um modo geral, a concentração dos principais fenómenos (encurvadura, descasque e
rotura das cintas) ocorridos nos provetes localizava-se predominantemente no terço
superior do provete. A principal razão deste fenómeno tem a ver com o processo de fabrico
e ensaio dos provetes: a zona mais compactada (junto à face inferior) era colocada sobre o
prato inferior da prensa.
Figura 4.7 - Encurvadura dos varões longitudinais de um provete da série C270_00.
Figura 4.8 - Rotura da cinta de um provete da série C38_90.
Capítulo 4
56
Da análise do estado dos provetes durante e após os ensaios verificou-se que a integridade
aumentava com a percentagem de fibras e cintas. Os modos de rotura ocorridos nos
provetes cilíndricos podem ser agrupados em quatro (Figura 4.9). O modo de rotura MR1
inicia-se, geralmente, durante o pós-pico de carga, em que as camadas laterais da zona
central do provete se destacam. A capacidade de absorção de carga passa a ser garantida,
fundamentalmente, pelo contacto entre dois cones e pelo atrito entre superfícies de rotura.
No segundo modo de rotura, MR2, verifica-se que as superfícies de fractura contornam os
inertes, pelo que se desenvolve um maior embricamento e atrito entre estas superfícies.
Assim, desenvolve-se uma superfície de rotura de corte ao longo da diagonal do provete. O
modo MR3 verifica-se quando existe um desenvolvimento de inúmeras fendas, sem
contudo ocorrer nenhuma superfície de rotura principal. No modo MR4 a camada externa
do encaixe do cone desagrega-se acentuadamente com o aumento da deformação imposta
ao provete. Contudo, não existe qualquer superfície de rotura principal. Verifica-se que
este modo ocorre principalmente em provetes que apresentam uma diferente rigidez ao
longo da sua altura. A concentração de fibras na zona inferior do provete, com o
correspondente acréscimo de confinamento, é a principal causa para a ocorrência deste
modo de rotura.
Figura 4.9 - Esboço dos principais modos de rotura ocorridos.
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
57
Para as séries ensaiadas, verificou-se que:
• nos grupos de séries C00 ocorreram, fundamentalmente, os modos de rotura
MR1 e MR2. O modo MR2 apareceu em maior quantidade nas séries C00_00 e
C00_30, enquanto que o MR1 surgiu mais nas séries C00_60 e C00_90;
• nos grupos de séries C270 o principal modo de rotura foi o MR1, excepto para a
série C270_90 à qual correspondeu, preponderantemente, o modo MR4;
• para os grupos de séries C90 e C38, o modo fundamental foi o MR3.
4.3.2 Resultados numéricos
Após a realização destes ensaios obtiveram-se 80 ficheiros de resultados. Cada um
continha os deslocamentos versus forças, de cada provete. Foi então necessário proceder
ao tratamento destes resultados com vista à obtenção das seguintes grandezas (para cada
provete e cada série):
• o diagrama tensão versus extensão (σ-ε);
• a evolução da degradação de rigidez do ramo de descarga/recarga;
• a energia em compressão;
• a extensão e tensão de pico;
• o módulo de elasticidade inicial.
Neste trabalho, para as diferentes análises realizadas, desprezaram-se as alterações de
comportamento motivadas pelo comportamento não linear material e geométrico dos
varões longitudinais. Refira-se, ainda, que a relação entre a força máxima dos 6φ6
(armadura longitudinal) e a carga máxima dos provetes variou entre 10 % e 20 %.
4.3.2.1 Diagramas de tensão versus extensão
Devido à posição do transdutor de deslocamentos da prensa (ver Figura 4.3), os
deslocamentos lidos incluem a deformação das aduelas, entre outros deslocamentos
parasitas. Para eliminar os deslocamentos parasitas, os deslocamentos lidos, δlido, eram
Capítulo 4
58
corrigidos de modo a se obter os deslocamentos reais, δreal, por intermédio da expressão
seguinte [Bar95]:
δ δreal lido
F= −
1400 (4.1)
em que F é a força em kN correspondente ao deslocamento lido. Os deslocamentos δreal e
δlido deverão estar definidos em milímetros. Para a obtenção da tensão dividiu-se a força
pela área da secção transversal do provete. Por sua vez, a extensão obteve-se dividindo o
valor do deslocamento real pela altura total do provete.
Apesar das faces dos provetes terem sido rectificadas, verificou-se a existência de uma
resposta não linear na fase inicial nas curvas tensão-extensão (σ-ε). Para eliminar a fase
inicial não linear, desenvolveu-se um algoritmo. Neste procurava-se o maior valor do
módulo de elasticidade inicial, Eci, cumprindo-se os seguintes requisitos:
• utilização de quatro pontos consecutivos da curva;
• o máximo ponto susceptível de ser utilizado coincidiu com o ponto correspon-
dente ao início da primeira descarga ou com o ponto correspondente à tensão
máxima (para os provetes ensaiados sem qualquer descarga);
• utilização do método dos mínimos quadrados.
Constatou-se que o valor de Eci ocorria entre os 40% e 50% da carga máxima, com
coeficientes de correlação muito próximos da unidade. Determinado o módulo de
elasticidade, procedeu-se à rectificação da curva σ-ε. Para esse efeito considerou-se que o
módulo de elasticidade seria válido até ao ponto de maior deformação que foi utilizado na
determinação de Eci. De seguida a relação σ-ε era transladada. Nas Figuras 4.10 e 4.11
encontra-se esquematizado o procedimento adoptado para a obtenção das curvas σ-ε nos
ensaios com historial de deformações cíclicas e nos ensaios monotónicos, respectivamente.
No Anexo I apresentam-se as curvas σ-ε até 5.0 % de deformação, relativas a todos os
provetes, à excepção do C270_00_1 e do C90_30_1. A não consideração destes provetes
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
59
está relacionada com a discrepância dos seus resultados face aos restantes da mesma série.
Relativamente ao provete C270_00_1 a explicação tem a ver com o facto deste ter sido
ensaiado com o procedimento P1, ao contrário dos restantes provetes da mesma série, que
foram ensaiados com o procedimento P2. Infelizmente, para o provete C90_30_1, não se
encontrou qualquer explicação para o referido fenómeno.
Ponto máximosusceptível de serutilizado
DiagramaInicial
DiagramaFinal
Conjunto depontosutilizados nadefinição de Eci
ε
σ
Zona decomportamentonão linear
σ
ε
Conjunto de pontosutilizadosna definição doMódulo deElasticidade Inicial
Diagrama Inicial
Diagrama Final
Translação dodiagrama
Eci
Ponto máximosusceptível de serutilizado
Figura 4.10 - Procedimento utilizado na determinação
do diagrama σ-ε para os ensaios cíclicos.
Figura 4.11 - Procedimento utilizado na determinação do diagrama σ-ε para os ensaios monotónicos.
A partir de uma breve análise de todos os diagramas σ-ε conclui-se que os primeiros
quatro provetes de cada série (ensaiados com historial de deformação cíclico em
compressão), tiveram um andamento semelhante ao quinto, da mesma série (ensaio
monotónico). Em geral, as respostas da mesma série, incluindo os ramos de
descarga/recarga, apresentaram um andamento muito próximo.
No sentido de comparar as diferentes séries, tornou-se necessário determinar o
comportamento representativo de cada série. Este foi definido com base na determinação
da curva média σ-ε referente aos provetes com historial de deformação cíclico em
compressão. Da Figura 4.12 à 4.15 apresentam-se os diagramas de tensão versus extensão
Capítulo 4
60
para níveis crescentes de quantidade de fibras e igual percentagem de armadura transversal
(ρw constante).
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_00
C00_30
C00_60
C00_90
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C270_00
C270_30
C270_60
C270_90
Figura 4.12 - Diagramas de σ-ε para ρw = 0.00 %. Figura 4.13 - Diagramas de σ-ε para ρw = 0.38 %.
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C90_00
C90_30
C90_60
C90_90
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C38_00
C38_30
C38_60
C38_90
Figura 4.14 - Diagramas de σ-ε para ρw = 1.13 %. Figura 4.15 - Diagramas de σ-ε para ρw = 2.65 %.
Da observação das figuras é possível concluir que:
• ao aumento da quantidade de fibras não corresponde um aumento significativo
da tensão e correspondente extensão de pico;
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
61
• o declive do ramo de amolecimento é tanto mais suave quanto maior for a
percentagem de cintas e de fibras, pelo que o comportamento do provete é mais
dúctil na fase de amolecimento;
• há um aumento da capacidade de absorção de energia com o aumento da
quantidade de fibras.
Realizando um re-arranjo dos diagramas σ-ε, foi possível obter diagramas para níveis
crescentes de percentagem de armadura transversal, mantendo-se constante a quantidade
de fibras, Qf. Estas relações estão apresentadas nas Figuras 4.16 a Figura 4.19.
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_00
C270_00
C90_00
C38_00
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_30
C270_30
C90_30
C38_30
Figura 4.16 - Diagramas de σ-ε para Qf = 00 kg/m3. Figura 4.17 - Diagramas de σ-ε para Qf = 30 kg/m3.
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_60
C270_60
C90_60
C38_60
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_90
C270_90
C90_90
C38_90
Figura 4.18 - Diagramas de σ-ε para Qf = 60 kg/m3. Figura 4.19 - Diagramas de σ-ε para Qf = 90 kg/m3.
Capítulo 4
62
A partir destes diagramas concluí-se que:
• a tensão e a extensão de pico aumentam com o crescimento da percentagem da
armadura transversal;
• a capacidade de absorção de energia aumenta com a percentagem de armadura
transversal;
• a forma do ramo de amolecimento é idêntica em qualquer das séries, sofrendo
apenas uma translação com a variação da percentagem de armadura transversal e
quantidade de fibras.
4.3.2.2 Evolução da degradação de rigidez na descarga/recarga
Quando se efectua uma descarga, esta apresenta um comportamento essencialmente não
linear. Não obstante, a recarga manifesta um comportamento muito próximo do linear. Em
geral, na bibliografia da especialidade os ramos de descarga/recarga das leis constitutivas
do betão são simulados por segmentos rectos. Na presente dissertação, a evolução dos
ramos de descarga/recarga foi também determinada admitindo-os como sendo rectos. No
cálculo do módulo de elasticidade correspondente a um ramo genérico de descarga e de
recarga recorreu-se ao seguinte procedimento (ver Figura 4.20):
i. determinou-se o ponto a partir do qual se iniciava a descarga, PT1;
ii. determinou-se o ponto PT2, no ramo de recarga, correspondente ao primeiro
ponto com deformação superior à deformação do ponto PT1;
iii. calculou-se o ponto médio PTM, definido a partir dos pontos PT1 e PT2;
iv. determinou-se o ponto PT3, correspondente à deformação mais baixa
encontrada;
v. o módulo de elasticidade foi definido a partir do declive da recta que passa pelos
pontos PTM e PT3.
Com o módulo de elasticidade representativo dos ramos de descarga e recarga, Ec0,
traçaram-se diagramas da sua evolução para diferentes níveis de deformação. Os módulos
de elasticidade foram avaliados nos pontos PTM (Figura 4.20), aos quais estão associadas
as extensões, εPTM. Os valores Ec0 e os correspondentes εPTM constituem o conjunto de
pontos que definem curvas designadas por diagramas de degradação de rigidez de Ec0. No
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
63
Anexo I apresentam-se os diagramas de evolução de Ec0 para todos os provetes ensaiados.
Da Figura 4.21 à 4.24 representam-se os diagramas de degradação de rigidez de Ec0
correspondentes às séries ensaiadas. Estas curvas foram determinadas a partir das curvas
σ-ε representativas de cada série.
σ
ε
PT1
PT3
PT2
PTM
Ec0
Figura 4.20 - Pontos necessários à determinação do Ec0.
É possível verificar uma evolução semelhante de todos os diagramas. Estes apresentam
uma forma de evolução que se aproxima de uma lei exponencial. Existe uma diminuição
da degradação de rigidez com o aumento da percentagem de fibras. Refira-se, ainda, que o
módulo de elasticidade inicial, Eci, apresenta, em certos casos, (preponderante nos grupos
de séries C00 e C270) valores inferiores aos verificados para níveis superiores de
deformação. As dificuldades associadas à determinação de Eci poderão ter contribuído para
o aparecimento deste aspecto.
As curvas de degradação de rigidez da série C38_00 (Figura 4.24) são mais idênticas que
as curvas das restantes séries (Figura 4.21 a 4.23). Este facto poderá sugerir que, acima de
Capítulo 4
64
determinados níveis de confinamento produzidos pela armadura transversal, deixa de ser
oportuno aumentar a percentagem de fibras.
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C00_00
C00_30
C00_60
C00_90
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
intu
dina
l (G
Pa)
C270_00
C270_30
C270_60
C270_90
Figura 4.21 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para ρw = 0.00 %.
Figura 4.22 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para ρw = 0.38 %.
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C90_00
C90_30
C90_60
C90_90
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C38_00
C38_30
C38_60
C38_90
Figura 4.23 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para ρw = 1.13 %.
Figura 4.24 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para ρw = 2.65 %.
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
65
Nas Figuras 4.25 a 4.28 estão representados os diagramas da evolução de degradação de
rigidez dos ramos de descarga/recarga, para valores crescentes de ρw, mantendo-se
constante o valor da quantidade de fibras (Qf). O aumento de ρw conduz a uma variação
notória do diagrama, podendo afirmar-se que, para efeitos de diminuição da degradação de
rigidez, as cintas são mais eficientes que as fibras.
Todavia, pode também verificar-se que, por exemplo, o comportamento dos provetes
reforçados com 60 kg/m3 de fibras e com ρw = 113. % - C90_60 - (Figura 4.27) é
semelhante ao desenvolvido pelos provetes de betão simples com ρw = 2 65. % - C38_00 -
(Figura 4.25). Isto significa que, no caso de ser necessário aplicar percentagem elevada de
cintas, o que pode prejudicar o processo de betonagem, estas podem ser parcialmente
substituídas por fibras, sem prejuízo da capacidade de retenção de rigidez do material.
Constata-se que a eficácia das cintas, para o fenómeno em análise, diminui com o aumento
da percentagem de fibras. Verifica-se que as séries C270 têm pior comportamento que as
C00. A ocorrência deste fenómeno poderá estar relacionada com os seguintes aspectos:
• nas séries C270 as cintas estão colocadas nas extremidades do provete (ver
Capítulo 3). Estas cintas têm um reduzido contributo em termos de
confinamento do betão, pelo que o confinamento é essencialmente garantido
pelos pratos da prensa nas séries C00 e C270;
• a existência da armadura longitudinal nas séries C270 favoreceu o descasque da
camada de recobrimento diminuindo o volume de betão resistente e, consequen-
temente, a rigidez do provete.
Capítulo 4
66
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C00_00
C270_00
C90_00
C38_00
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C00_30
C270_30
C90_30
C38_30
Figura 4.25 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para Qf = 00 kg/m3.
Figura 4.26 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para Qf = 30 kg/m3.
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C00_60
C270_60
C90_60
C38_60
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C00_90
C270_90
C90_90
C38_90
Figura 4.27 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para Qf = 60 kg/m3.
Figura 4.28 - Diagrama de degradação de rigidez de Ec0 para Qf = 90 kg/m3.
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
67
4.3.2.3 Energia em compressão
A propriedade do material mais beneficiada pelo reforço das fibras é a capacidade de
absorção de energia registada após o pico de carga. Esta energia aumenta com a quantidade
de fibras [Bar95]. Neste trabalho definiu-se energia em compressão, Gc, como sendo a área
do diagrama σ-ε correspondente à envolvente monotónica. No Anexo I apresentam-se os
valores de Gc obtidos em todos os provetes ensaiados. Nas Figuras 4.29 a 4.36 apresenta-se
a evolução da energia em compressão, quer para valores crescentes da quantidade de
fibras, quer para percentagens crescentes de armadura transversal, para os diferentes
grupos de séries.
Nestes diagramas, figura também o valor do coeficiente de variação, associado ao cálculo
da energia em compressão. Este coeficiente é definido pelo cociente entre o desvio padrão
e a média, tendo-se utilizado, como amostra, os quatro provetes de cada série sujeitos a um
historial de descargas/recargas.
0
250
500
750
1000
1250
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Ener
gia
em C
ompr
essã
o (k
N/m
m2 )
0.0
1.7
3.3
5.0
6.7
8.3
10.0
Coe
ficie
nte
de V
aria
ção
(%)
Média
Coef.Variação
0
250
500
750
1000
1250
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Ener
gia
em C
ompr
essã
o (k
N/m
m2 )
0.0
5.0
10.0
15.0
Coe
ficie
nte
de V
aria
ção
(%)
Média
Coef. Variação
Figura 4.29 - Evolução da energia em compressão para ρw = 0.00 %.
Figura 4.30 - Evolução da energia em compressão para ρw = 0.38 %.
Capítulo 4
68
0
250
500
750
1000
1250
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Ener
gia
em C
ompr
essã
o (k
N/m
m2 )
0
2
4
6
8
10
Coe
ficie
nte
de V
aria
ção
(%)
Média
Coef.Variação
0
250
500
750
1000
1250
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Ener
gia
em C
ompr
essã
o (k
N/m
m2 )
0
2
4
6
8
10
Coe
ficie
nte
de V
aria
ção
(%)
Média
Coef.Variação
Figura 4.31 - Evolução da energia em compressão para ρw = 1.13 %.
Figura 4.32 - Evolução da energia em compressão para ρw = 2.65 %.
0
250
500
750
1000
1250
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Ener
gia
em C
ompr
essã
o (k
N/m
m2 )
0
4
8
12
16
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
250
500
750
1000
1250
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Ener
gia
em C
ompr
essã
o (k
N/m
m2 )
0
4
8
12
16
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura 4.33 - Evolução da energia em compressão para Qf = 00 kg/m3.
Figura 4.34 - Evolução da energia em compressão para Qf = 30 kg/m3.
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
69
0
250
500
750
1000
1250
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Ener
gia
em C
ompr
essã
o (k
N/m
m2 )
0
3
6
9
12
15
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
250
500
750
1000
1250
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Ener
gia
em C
ompr
essã
o (k
N/m
m2 )
0
3
6
9
12
15
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura 4.35 - Evolução da energia em compressão para Qf = 60 kg/m3.
Figura 4.36 - Evolução da energia em compressão para Qf = 90 kg/m3.
A partir destes diagramas é possível concluir que, em geral, ocorre aumento da energia em
compressão com o aumento quer da quantidade de fibras, quer da percentagem de
armadura transversal.
Verifica-se que a lei de evolução da energia em compressão (para valores crescentes da
quantidade de fibras) não sofre variação significativa quando se consideram valores
crescentes de ρw. Situação idêntica é verificada para o caso da evolução da energia em
compressão para valores crescentes da percentagem de armadura transversal.
4.3.2.4 Tensão e extensão de pico e módulo de elasticidade inicial
A tensão e extensão de pico, assim como, o módulo de elasticidade são parâmetros de
extrema importância na caracterização do diagrama σ-ε. No entanto, a apresentação neste
capítulo de todos os diagramas obtidos iria conduzir a uma situação de pouco conforto na
explanação das ideias. Assim, optou-se por reportar todos os valores e diagramas para o
Anexo I e o Anexo II. Os valores da extensão de pico, εc1, tensão máxima, fcm, e módulo de
elasticidade inicial, Eci, encontram-se no Anexo I. No Anexo II apresentam-se os diagramas
de evolução destes três parâmetros com a quantidade de fibras e com a percentagem de
Capítulo 4
70
armadura transversal, para os diferentes grupos de séries. Refira-se, ainda, que os
parâmetros εc1, fcm e Eci de cada série apresentados no Anexo II, foram determinados com
base nas curvas σ-ε dos diferentes provetes de cada série (Anexo I) e não com base nas
curvas σ-ε representativas de cada série.
Da análise dos resultados obtidos, verifica-se que a extensão de pico sofre um ligeiro
aumento com a quantidade de fibras. Contudo, este aumento é muito mais pronunciado
com o aumento da percentagem de armadura transversal. É de referir que a lei de evolução
da extensão parece ser diferente quando existe ou não armadura transversal.
Mantendo-se constante ρw, a tensão máxima parece não sofrer alterações com o aumento
da quantidade de fibras. Verifica-se ainda que a tensão máxima aumenta com a
percentagem de armadura transversal.
Da análise dos resultados relativos ao módulo de elasticidade inicial, Eci, verifica-se que a
sua evolução não varia significativamente, quer com a quantidade de fibras, quer com a
quantidade de cintas.
4.4 Conclusões
Dos resultados obtidos nos ensaios cíclicos de compressão uniaxial, efectuados com
provetes cilíndricos de betão armado com fibras de aço, verificou-se que a capacidade de
absorção de energia foi a propriedade mais beneficiada com a adição de fibras ao betão. É
então possível concluir que a adição de fibras aumenta a ductilidade. O aumento de
ductilidade, propriedade de elevada importância do ponto de vista das acções sísmicas, é
traduzida num ramo de amolecimento de menor declive e, no aumento da extensão de pico.
Com o aumento da quantidade de fibras, verificou-se um ganho de rigidez dos ramos de
descarga/recarga, enquanto que a tensão de pico e o módulo de elasticidade inicial não
sofreram alterações significativas.
Programa Experimental em Provetes Cilíndricos
71
As curvas tensão-deformação registadas nos ensaios monotónicos com provetes de BRFA
correspondem às envolventes das curvas tensão-deformação obtidas nos ensaios cíclicos de
compressão uniaxial.
A introdução de armadura transversal (cintas) conduz a um aumento da tensão e extensão
de pico, da energia em compressão e da rigidez dos ramos de descarga/recarga.
Verificou-se, também, que o módulo de elasticidade inicial não varia significativamente
com o grau de confinamento dado pela armadura transversal.
Para finalizar, refere-se que é possível substituir, parcialmente, cintas por fibras, sem
prejuízo da capacidade de retenção de energia e de rigidez do material.
Capítulo 5
Programa Experimental
em Vigas
5.1 Introdução
Neste capítulo é descrito o programa experimental efectuado em vigas. Os principais
objectivos que presidiram à realização dos ensaios em vigas de betão armado reforçado
com fibras foram os seguintes:
• observar o comportamento sob o efeito de acções alternadas;
• obter resultados de modo a desenvolver e aferir um modelo numérico de análise
não linear material de pórticos sujeitos a acções cíclicas;
• avaliar o efeito das fibras no comportamento ao esforço transverso;
• determinar parâmetros indicadores do comportamento dos elementos de viga.
A caracterização do comportamento inelástico das estruturas pode ser efectuada através de
ensaios quase-estáticos, de ensaios pseudo-dinâmicos, ou ainda, de ensaios em mesa
sísmica.
Os ensaios quase-estáticos realizam-se, em geral, em peças individuais ou em pequenas
estruturas constituídas por um número reduzido de peças, encastradas num maciço ou
simplesmente apoiadas. Estas peças são sujeitas a um historial de cargas ou deslocamentos
cíclicos simples. Como vantagens deste tipo de ensaios, referem-se [Pip93]:
• a simplicidade do ensaio permitindo, por isso, realizar estudos à escala real;
• a realização do estudo com elevado detalhe do comportamento de zonas críticas
onde ocorre a dissipação de energia.
Capítulo 5
74
As principais limitações estão associadas:
• à não adequabilidade em extrapolar os resultados obtidos para estruturas mais
complexas;
• à diferença de velocidades de deformação que se verifica aquando da história de
deformações de um sismo;
• à não reprodução da história de deformações de um sismo, sendo a história de
deformações um parâmetro relevante no resultado final.
Os ensaios pseudo-dinâmicos constituem um método híbrido, tendo-se por objectivo a
caracterização da resposta a um acelerograma pré-definido. As forças de inércia e de
amortecimento são modeladas numericamente e, as forças de restituição são determinadas
a partir do modelo, por forma a satisfazer, em cada passo de integração, as equações de
equilíbrio dinâmico. Trata-se de um ensaio que decorre de uma forma quase-estática. Esta
via de realizar ensaios permite utilizar modelos à escala real. Contudo, o aparecimento de
erros numéricos e experimentais levanta alguns cuidados acrescidos [Gue97].
Nos ensaios em mesa sísmica, a estrutura ou sub-estrutura é sujeita a um acelerograma real
ou artificial. A reprodução das condições reais das solicitações faz com que se possa
afirmar que este tipo de ensaios é considerado como o mais representativo das
características de comportamento não linear das estruturas quando sujeitas a acções
sísmicas. Todavia, existem inconvenientes a realçar [Pro96]:
• o elevado custo deste tipo de ensaios;
• os problemas que surgem quando se pretende estabelecer a correspondência do
comportamento do modelo à escala reduzida com o comportamento da estrutura
real, por intermédio da teoria da semelhança;
• as limitações associadas às dimensões das mesas sísmicas, à capacidade, níveis
de força e potência hidráulica dos equipamentos de aplicação de movimento;
• dificuldades associadas à instrumentação.
Programa Experimental em Vigas
75
O Laboratório de Estruturas de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto dispõe de um pórtico metálico e de actuadores, permitindo a
realização de ensaios cíclicos, quase-estáticos em vigas simplesmente apoiadas.
Nas secções seguintes deste capítulo são referidos os aspectos fundamentais da realização
dos ensaios, tais como a configuração dos ensaios, a instrumentação, o sistema de
aquisição de dados e o sistema de ensaio. A apresentação dos resultados é feita de forma
detalhada para um modelo, seguindo-se uma apresentação sintética de todos os modelos.
Efectuaram-se comparações entre os diferentes modelos de modo a obter as principais
conclusões.
5.2 Configuração dos ensaios, instrumentação e aquisição
de dados
5.2.1 Configuração dos ensaios
O pórtico metálico autoportante utilizado nos ensaios quase-estáticos representado na
Figura 5.1 é constituído por um sistema de elementos metálicos (perfis HE180A), em que o
posicionamento dos elementos horizontais pode ser ajustado em função das dimensões do
elemento a ensaiar. Na Figura 5.2 apresenta-se uma fotografia do equipamento utilizado
nos ensaios.
Para realizar os ensaios foi necessário criar um dispositivo de fixação das vigas, por
intermédio de dois apoios extremos (com recurso a perfis INP120). A fixação da viga a
estes perfis foi feita por intermédio de duas chapas aparafusadas (ver pormenor na
Figura 5.3), existindo, entre as duas chapas, duas meias canas de 20 mm de raio que
estabeleciam o contacto directo com as vigas.
Capítulo 5
76
570
1500
2000
2010
HE180A
HE180A
HE1
80A
HE1
80A
Figura 5.1 - Alçado do pórtico utilizado nos ensaios em vigas.
Figura 5.2 - Fotografia ilustrativa do equipamento utilizado num ensaio.
Programa Experimental em Vigas
77
A aplicação das cargas foi feita aos terços da viga, por intermédio de actuadores
hidráulicos (Enerpac) comandados por uma bomba hidráulica manual. Estes actuadores
apresentam um curso máximo de 70 mm. Na extremidade do êmbolo de cada actuador,
existe um dispositivo de rótula. A força proveniente do actuador era transferida para um
perfil INP100 que, por sua vez, transmitia a força à viga por intermédio de duas meias
canas (ver Figura 5.4).
Viga
INP1
2 0 Meias Canas
Figura 5.3 - Sistema de apoio utilizado para os carregamentos cíclicos.
Viga
Act
uado
rA
ctuado r
INP100
INP100
Capítulo 5
78
Figura 5.4 - Sistema de aplicação das cargas na viga.
A aplicação alternada das cargas, com uma única bomba hidráulica, foi realizada com
recurso a um sistema de válvulas que permitia fornecer a pressão ao actuador desejado,
mantendo o outro actuador inactivo. Saliente-se que só se aplicava pressão num actuador
quando o outro estivesse completamente descarregado e o êmbolo recolhido.
5.2.2 Instrumentação
A instrumentação das vigas foi efectuada usando transdutores de deslocamentos,
extensómetros de massa e células de carga.
Os transdutores de deslocamentos (LVDT’s - Linear Voltage Displacement Transducer) -
ver Figuras 5.5 e 5.7 - foram dispostos de forma a determinar os deslocamentos verticais
verificados ao longo do eixo da viga. Para tal, colocaram-se cinco LVDT’s afastados entre
si de 250 mm (Figura 5.5). Dois deles coincidiam com os pontos de aplicação das cargas e
um outro permitia medir os deslocamentos a meio vão. Os LVDT’s encontravam-se
ligados a uma barra de alumínio de secção transversal tubular, que por sua vez, se
encontrava apoiada na viga em dois pontos fixos. Este sistema evitava que fossem
registados deslocamentos parasitas, tais como a deformação do pórtico e o esmagamento
do betão sobre os apoios. Os LVDT’s em causa tinham um campo de leitura com uma
amplitude linear de ±25 mm.
2 5 0 2 5 0
LVD
T1
LVD
T 2
LVD
T 3
LVD
T4
LVD
T5
2 5 0 2 5 0 2 5 0 2 5 0
Figura 5.5 - Disposição dos LVDT’s ao longo da viga.
Programa Experimental em Vigas
79
Para avaliar as extensões médias nas armaduras e calcular a curvatura, na secção de meio
vão, utilizaram-se dois extensómetros de massa (ver Figura 5.8), posicionados a meio do
vão da viga, da forma ilustrada na Figura 5.6. Estes aparelhos eram fixos à viga por
intermédio de uns suportes colados nas devidas posições. A distância entre pontos fixos
dum extensómetro de massa é de 100 mm e seu campo de leitura linear é de ± 4 mm.
100
135
Ext2
Ext1
Figura 5.6 - Disposição dos extensómetros de massa utilizados.
A força transmitida pelo actuador às vigas era medida por intermédio de uma célula de
carga com uma capacidade máxima de carga de 50 kN. A célula de carga era colocada
entre o actuador e a placa de fixação do actuador hidráulico ao pórtico (ver Figura 5.9).
Figura 5.7 - Transdutor eléctrico. Figura 5.8 - Extensómetro de massa.
Capítulo 5
80
Figura 5.9 - Célula de carga colocada entre o pórtico e o actuador.
5.2.3 Sistema de aquisição de dados
Para além das células de carga, dos transdutores de deslocamentos e dos extensómetros de
massa, o sistema de aquisição de dados é composto, sucintamente, pelas seguintes
unidades (Figura 5.10):
• micro-computador que inclui o software para conversão dos sinais analógicos
em valores digitais, apresenta-os no ecrã e arquiva-os em ficheiro;
• unidade de aquisição de dados, constituída por um Data Acquisition/Control
Unit HP3497A;
• caixas concentradoras para LVDT’s, células de carga e extensómetros de massa;
• fonte de alimentação.
Programa Experimental em Vigas
81
Legenda: (1) Computador (2) Data Acquisition/
Control Unit HP3497A (3) Fonte de alimentação (4) Caixa concentradora
Figura 5.10 - Elementos pertencentes ao sistema de aquisição de dados.
5.3 Sistema do ensaio
5.3.1 Historial de deformações impostas
Não existindo normas que indiquem qual o procedimento a adoptar para este tipo de
ensaios, tem sido utilizada, na maioria das situações, como referência, a recomendação
proposta pelo ECCS [ECCS85] para ensaios cíclicos de subestruturas metálicas. Esta
recomendação propõe uma história convencional de deslocamentos impostos alternados,
expressos em termos do deslocamento de cedência, δy. Tais recomendações visam
constituir uma base de trabalho que permita a unificação e a comparação de resultados de
diferentes tipos estruturais, assim como, de resultados provenientes de diferentes
laboratórios. Refira-se que tal proposta não visa obter a resposta do comportamento de
elementos estruturais quando sujeitos a uma acção sísmica, mas antes obter a resposta a
cargas alternadas.
A aplicação da recomendação do ECCS a elementos de betão armado sofre algumas
alterações, de forma a ter em conta a especificidade deste compósito. Assim, a história de
Capítulo 5
82
deslocamentos proposta é constituída por conjuntos de três ciclos completos alternados e
simétricos com as seguintes amplitudes: 1 4 2 4 3 4 4 4 2 3, , , , , , ..., n de δy. É de salientar
que o recurso a repetições visa obter a estabilização quer da rigidez, quer da resistência.
Verifica-se que o número de repetições necessárias à estabilização aumenta com a redução
da relação de corte (shear ratio) [Gom92].
A partir da bibliografia consultada foi possível concluir que, na generalidade dos casos, a
paragem dos ensaios resulta do cumprimento de uma condição de rotura. Quando o modelo
exibe uma rotura frágil, a condição de rotura é inquestionável. No caso de uma rotura
dúctil, haverá então que definir uma rotura designada correntemente, na bibliografia da
especialidade, por rotura convencional. Segundo Proença [Pro96], esta rotura deverá
reflectir um compromisso entre a exploração do comportamento inelástico, considerações
de ordem económica e de segurança. Em geral, os critérios de rotura baseiam-se na
comparação da força de pico ocorrida no ciclo corrente, Fpico, com uma percentagem da
força máxima , Fmax, ou percentagem da força de cedência Fy [Gom92]:
F Fpico = ⋅08. max (5.1)
ou
F F ou Fpico y y= ⋅ ⋅10 0 75. . . (5.2)
Gomes [Gom92] procurou encontrar a forma de determinar δy em pilares de betão armado.
Obteve resultados concordantes recorrendo a um dos seguintes três processos:
i. por extrapolação, prolongando a recta secante ao diagrama monotónico, nos
pontos F Fy= ⋅0 6. e F Fy= ⋅0 75. , até atingir Fy (calculado analiticamente);
ii. impondo deslocamentos até se atingir Fy (calculado analiticamente);
iii. por controlo da deformação instalada no extensómetro situado na armadura mais
traccionada (calculado experimentalmente).
Programa Experimental em Vigas
83
Neste trabalho, face às limitações existentes ao nível do equipamento optou-se por utilizar
a segunda via. Para tal, recorreu-se a um programa numérico que permite determinar a
resposta de uma secção de betão armado reforçado com fibras de aço para uma história de
curvaturas crescentes, com esforço axial associado, desenvolvido por Barros [Bar98].
Considerou-se, para a simulação numérica, uma viga com 60 kg/m3 de fibras. Refira-se que
a percentagem de armadura transversal não foi tida em conta, dado que o modelo apenas
contém leis de betão não confinado. Obteve-se para deslocamento a meio vão da viga no
momento de entrada em cedência da armadura, δy, o valor de 6.25 mm. Como foi possível
constatar, este valor aproximou-se com rigor suficiente dos valores registados
experimentalmente. Na Figura 5.11 ilustra-se o diagrama de deslocamentos impostos a
todas as vigas ensaiadas. Antes de δy, criou-se um conjunto de 3 ciclos suplementares,
tendo em vista observar o comportamento na fase que antecede a fendilhação. É possível
verificar que só existem três ciclos com deformação imposta superior a δy. A razão desta
decisão deve-se a:
• por um lado verificou-se em ensaios realizados no âmbito de outros trabalhos de
investigação, uma certa instabilização por parte do sistema de actuação das
cargas quando alcançadas cargas de elevado valor. Não sendo possível criar um
sistema de contraventamento da viga na direcção perpendicular àquela onde
actuam as cargas optou-se, por razões de segurança, não atingir deformações
muito elevadas;
• por outro lado, o próprio campo de medida linear dos LVDT’s não permitia
atingir valores de deslocamentos muito mais elevados do que os propostos, a fim
não serem registadas leituras no domínio não linear dos LVDT’s e,
principalmente, de não os danificar.
Neste trabalho o ensaio era terminado quando:
i. toda a lei de deformações era executada;
ii. ocorria rotura frágil.
Capítulo 5
84
-25.0
-20.0
-15.0
-10.0
-5.0
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclo
Des
loca
men
to
|Deslocamento|
(mm)
1 a 6 0.50
7 a 12 1.56
13 a 18 3.13
19 a 24 4.69
25 a 30 6.25
31 a 36 18.75
Semi-ciclo
δ +
−δ
Figura 5.11 - Lei de deslocamentos impostos às vigas ensaiadas.
5.3.2 Procedimento do ensaio
Na véspera da realização do ensaio era necessário efectuar diversas tarefas prelimilares
sobre a viga, nomeadamente:
i. limpeza da viga;
ii. marcação da viga. Nesta fase realizava-se a marcação do posicionamento dos
elementos necessários à fixação dos extensómetros, dos apoios da barra metálica
que suporta os LVDT’s e da furação para a colocação dos dispositivos
necessários para que os LVDT’s pudessem registar os deslocamentos;
iii. furação da viga;
iv. colagem e aparafusamento de todos os elementos;
v. pintura da viga de forma a que fosse possível detectar a fendilhação;
vi. nas zonas da aplicação das cargas e nos apoios eram introduzidas chapas de
chumbo, com o objectivo de evitar o esmagamento localizado do betão;
Programa Experimental em Vigas
85
vii.por último, a viga era colocada no pórtico, fixada e instrumentada.
O ensaio era iniciado com o sistema totalmente descarregado. A carga era aplicada de uma
forma quase-estática, procurando-se alcançar o deslocamento máximo de cada semi-ciclo.
Convencionou-se que os deslocamentos verticais descendentes em relação ao eixo da viga
eram positivos (ver Figura 5.11). Por vezes excedeu-se o deslocamento previsto, devido ao
facto de ser difícil cumprir com rigor a lei de deslocamentos pretendida, quando se utiliza
um sistema manual de aplicação da carga, enquanto que, noutros casos o deslocamento
ficava ligeiramente aquém. O controlo do deslocamento era feito com recurso ao software
gráfico e numérico existente no computador que permitia saber “on-line” todos os
resultados nos aparelhos de medida. Verificou-se que o tempo de varrimento para a leitura
dos aparelhos rondava os três segundos, período durante o qual não se aplicava qualquer
carga à estrutura. A duração do ensaio era de cerca de 3 horas. O ensaio era finalizado
quando se verificava uma das duas condições enumeradas em 5.3.1.
O critério adoptado para descrever o diagrama histerético procurou sempre estabelecer, tal
como nos ensaios dos provetes cilíndricos, um compromisso entre a qualidade do diagrama
e o número de leituras. O número de leituras era definido em função do deslocamento
máximo para cada semi-ciclo, de forma a obter-se um número suficiente que possibilitasse
reproduzir o comportamento de cada semi-ciclo.
Capítulo 5
86
5.4 Apresentação dos resultados
Do programa experimental obteve-se um elevado volume de informação. Nestas
circunstâncias, as possibilidades de combinação são praticamente ilimitadas sendo, por
isso, necessário adoptar um critério consistente de apresentação dos resultados. Este deverá
pôr em evidência os aspectos mais relevantes de cada modelo e permitir comparar os
diversos modelos.
O processamento da informação poderá ser resultado quer das medições directas, quer das
medições indirectas. As primeiras surgem directamente a partir da instrumentação: forças,
deslocamentos e extensões, sendo as segundas obtidas a partir das primeiras com recurso a
expressões algébricas. São exemplo de medições indirectas a energia dissipada, a
ductilidade e os níveis de dano.
5.4.1 Apresentação detalhada de um modelo
A título ilustrativo faz-se uma apresentação exaustiva dos resultados obtidos num dos
modelos ensaiados, o modelo V2_75_30 (2ª viga reforçada com estribos afastados de
75 mm e com 30 kg/m3 de fibras), ilustrando-se na Figura 5.12 a evolução da fendilhação
ao longo do ensaio. Observou-se que a fendilhação iniciou-se nos semi-ciclos 7 e 8 para o
deslocamento positivo ( δ f+ ) e para o deslocamento negativo ( δ f
− ), respectivamente. A
cedência ocorreu nos semi-ciclos 31 e 32 para δy+ e δy
− , respectivamente, verificando-se
que a rotura convencional foi dúctil. Até ao semi-ciclo 19 as principais fendas eram de
flexão. A partir daí surgiram fendas de corte, sem terem contudo assumido
desenvolvimento significativo.
Na Figura 5.13 representa-se a lei dos deslocamentos verticais impostos a meio vão e, na
Figura 5.14 a força medida, em função do semiciclo. Da Figura 5.15 à Figura 5.20
apresentam-se gráficos relacionando as grandezas anteriores para níveis de deformação
Programa Experimental em Vigas
87
crescente. Estes diagramas foram designados por diagramas força-deslocamento (F-δ),
resumindo-se no Quadro 5.1 os pontos notáveis.
Semi-ciclo: 1
Semi-ciclo: 7
Semi-ciclo: 8
Semi-ciclo: 12
Semi-ciclo: 13
Semi-ciclo: 14
Semi-ciclo: 18
Semi-ciclo: 19
Semi-ciclo: 20
Semi-ciclo: 24
Capítulo 5
88
Semi-ciclo: 25
Semi-ciclo: 26
Semi-ciclo: 31
Semi-ciclo: 32
Figura 5.12 - Evolução da fendilhação ao longo do ensaio da viga V2_75_30.
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Des
loca
men
tos
(mm
)
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Forç
as (k
N)
Figura 5.13 - Lei de deslocamentos impostos. Figura 5.14 - Lei de forças medidas.
Para o primeiro nível de deformação (Figura 5.15) observa-se que o comportamento é
praticamente linear. Após a fendilhação (Figura 5.16) a rigidez diminui. Nos restantes
níveis de deformação a rigidez mantém-se quase inalterável. A cedência da armadura
(Figura 5.20) conduz a uma alteração significativa da rigidez.
Programa Experimental em Vigas
89
-10
-7.5
-5
-2.5
0
2.5
5
7.5
10
-1.0 -0.8 -0.5 -0.3 0.0 0.3 0.5 0.8 1.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
O - Fendilhação
Figura 5.15 - Diagrama F-δ para o 1º nível de
deformação imposta (semi-ciclo 1 ao 6). Figura 5.16 - Diagrama F-δ para o 2º nível de
deformação imposta (semi-ciclo 7 ao 12).
-30.0
-22.5
-15.0
-7.5
0.0
7.5
15.0
22.5
30.0
-4.0 -3.0 -2.0 -1.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
-6.0 -4.0 -2.0 0.0 2.0 4.0 6.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Figura 5.17 - Diagrama F-δ para o 3º nível de
deformação imposta (semi-ciclo 13 ao 18). Figura 5.18 - Diagrama F-δ para o 4º nível de
deformação imposta (semi-ciclo 19 ao 24).
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
-10.0 -7.5 -5.0 -2.5 0.0 2.5 5.0 7.5 10.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
- Plastificação da armadura∗ - Rotura da viga
Figura 5.19 - Diagrama F-δ para o 5º nível de
deformação imposta (semi-ciclo 25 ao 30). Figura 5.20 - Diagrama F-δ para o 6º nível de
deformação imposta (semi-ciclo 31 ao 36).
Capítulo 5
90
Quadro 5.1 - Pontos notáveis no diagrama força-deslocamento.
Nível de dano Semi-ciclo δ+(mm) F+(kN) Semi-ciclo δ-(mm) F-(kN)
Fendilhação 7 0.63 8.88 8 -0.40 -7.00
Cedência 31 8.10 37.05 32 -4.10 -36.15
Força Máxima 31 17.49 38.75 26 -6.38 -37.35
O diagrama de extensões ao nível da armadura superior e inferior representa-se na
Figura 5.21. É possível observar que após a cedência da armadura longitudinal obtêm-se
extensões médias da ordem dos 5.25×10-3. Na Figura 5.22 é apresentado o diagrama
momento/curvatura para a secção de meio vão. Para definição deste diagrama utilizou-se
os registos das referidas extensões e a carga aplicada.
-6
-3
0
3
6
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
-10.0
-7.5
-5.0
-2.5
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
-0.075 -0.050 -0.025 0.000 0.025 0.050 0.075
Curvatura (1/mm)
Mom
ento
(kN
m)
Figura 5.21 - Diagrama de extensões no betão.
Figura 5.22 - Diagrama momento-curvatura.
A caracterização e interpretação do comportamento de uma estrutura sob acções cíclicas é
correntemente efectuada por intermédio de parâmetros apropriados, sendo os mais
utilizados a ductilidade e a capacidade de dissipação de energia. É também corrente
utilizarem-se indicadores para caracterizar, num dado instante do carregamento, o nível de
dano e de capacidade de resposta a futuras acções. Um bom indicador deverá ser simples,
Programa Experimental em Vigas
91
devendo incluir o menor número possível de variáveis [Gom92]. Alguns dos indicadores
da qualidade do comportamento e nível de danos, são [Gom92]:
• ductilidade em termos de deslocamentos ou curvaturas;
• energia total (muitas vezes designada por energia dissipada);
• energia dissipada normalizada;
• rotação acumulada normalizada;
• índice normalizado de dissipação de energia;
• índice de danos.
Neste trabalho utilizaram-se os dois seguintes indicadores: energia total e ductilidade. A
energia total permite ter em consideração o efeito da repetição de ciclos de igual
amplitude. Contudo, este indicador não permite representar de forma explícita a
importância do nível de deformação imposta. A energia total pode ser determinada por
intermédio do diagrama histerético força-deslocamento, como se ilustra na
Figura 5.23 [Var95].
Forç
a G
ene r
aliz
ada
Deslocamento Generalizado
Energia total dissipada por histerese
Energia recuperável por deformação elástica
Deslocamento Acumulado
Ener
gia
Tota
l
ou Semi-ciclo
A
B
A
B Energia total dissipada por histerese
Energia Total
Figura 5.23 - Definição de energia total.
Capítulo 5
92
É possível realizar diversas combinações para obter diagramas envolvendo a energia total
acumulada. As mais correntes são aquelas que consideram em abcissas deslocamentos
acumulados ou semi-ciclos. Na Figura 5.24 e Figura 5.25 são expostas as duas situações.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Ener
gia
(kN
m)
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
Figura 5.24 - Diagrama de energia total em função de semi-ciclos.
Figura 5.25 - Diagrama de energia total em função do deslocamento acumulado.
Definiu-se coeficiente de ductilidade, µδ, em termos de deslocamentos a meio vão, a partir
das expressões:
µδδδ =
+
+i
y (5.3)
e
µδδδ =
−
−i
y, (5.4)
sendo δ i o deslocamento máximo atingido no semi-ciclo de ordem i e δy o deslocamento
de cedência em correspondência com o sentido de δ i . Nas Figuras 5.26 e 5.27 apresentam-
-se diagramas de ductilidade em função de semi-ciclos e deslocamentos acumulados,
respectivamente. Obteve-se na rotura convencional uma energia dissipada de 4000 kNm e
uma ductilidade de 5.2.
Programa Experimental em Vigas
93
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-Ciclos
Duc
tilid
ade
0
1
2
3
4
5
6
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)D
uctil
idad
e
Figura 5.26 - Diagrama de ductilidade em função de semi-ciclos.
Figura 5.27 - Diagrama de ductilidade em função do deslocamento acumulado.
Neste caso, verifica-se que os diagramas relativos a ductilidade apresentam-se com uma
espécie de “dentes”, devido aos deslocamentos δy+ e δy
− serem muito diferentes, para a
viga em causa.
5.4.2 Apresentação sintetizada dos resultados referentes a todos os modelos
Durante o decorrer de todos os ensaios foi possível constatar alguns aspectos que se
consideraram relevantes, nomeadamente:
• a rotura dos modelos foi por corte, por flexão e por flexão-corte. A rotura frágil
por corte ocorreu apenas nas vigas V1_750_00, V2_750_00 e V2_750_30. A
rotura por flexão desenvolveu-se nas vigas em que apenas houve plastificação
da armadura longitudinal. O modo de rotura flexão-corte ocorreu nas vigas em
que houve, numa fase inicial, a cedência das armaduras longitudinais, após a
qual, se seguiu o desenvolvimento de fendas de corte que conduziram à rotura
por corte do modelo. No Quadro 5.2 descrimina-se o tipo de rotura que ocorreu
em cada modelo;
Capítulo 5
94
• com o aumento da quantidade de fibras, a fendilhação tornava-se mais densa.
Este fenómeno está relacionado com o facto das fibras constituírem um reforço
mais homogéneo promovendo uma maior redistribuição de esforços e uma
melhor distribuição das fendas;
• a fendilhação iniciou-se sempre devido a esforços de flexão. Para níveis de
deformação superiores, a fendilhação intensificou-se quer em quantidade, quer
em profundidade. Após a entrada em cedência da armadura, a fendilhação
passou a concentrar-se na zona da plastificação da armadura, entrando as
restantes fendas em descarga. Por vezes, verificou-se a “rotação” das fendas de
corte;
• as fendas de flexão concentraram-se, preponderantemente, na zona de esforço
transverso nulo - flexão pura - entre pontos de aplicação da carga, sendo nessa
zona que se deu a cedência da armadura;
• as fendas de corte apareceram nas zonas compreendidas entre os pontos de
aplicação da carga e os apoios, zona essa onde se deu a rotura das vigas que
romperam por corte;
• as vigas em que ocorreu rotura frágil (por corte), reforçadas com maior
quantidade de fibras, romperam de uma forma mais dúctil. É de sublinhar que,
para as vigas V750 sem fibras, a rotura deu-se sem aviso prévio. Nas vigas do
mesmo grupo, mas com fibras, foi sempre possível visualizar a formação do
mecanismo de rotura;
• em alguns casos constatou-se o destaque do betão de recobrimento.
Os diagramas força-deslocamento a meio vão dos modelos ensaiados, as leituras nos
extensómetros de massa, os diagramas de energia total e os diagramas de ductilidade são
apresentados no Anexo III.
Programa Experimental em Vigas
95
Quadro 5.2 - Modo de rotura dos modelos ensaiados.
Viga Modo de Rotura A história de deslocamentos foi percorrida na totalidade
V1_750_00 Corte NãoV2_750_00 Corte NãoV1_750_30 Flexão/Corte (1) NãoV2_750_30 Corte NãoV1_750_60 Flexão/Corte NãoV2_750_60 Flexão/Corte NãoV1_750_90 Flexão/Corte NãoV2_750_90 Flexão/Corte NãoV1_150_00 Flexão/Corte (1) NãoV2_150_00 Flexão/Corte (1) NãoV1_150_30 Flexão/Corte NãoV2_150_30 Flexão/Corte NãoV1_150_60 Flexão/Corte NãoV2_150_60 Flexão/Corte NãoV1_150_90 Flexão/Corte NãoV2_150_90 Flexão/Corte NãoV1_75_00 Flexão/Corte NãoV2_75_00 Flexão/Corte NãoV1_75_30 Flexão SimV2_75_30 Flexão SimV1_75_60 Flexão SimV2_75_60 Flexão SimV1_75_90 Flexão SimV2_75_90 Flexão Sim
(1) Nestas vigas a cedência da armadura deu-se apenas numa das faces.
Neste Anexo não figuram os resultados dos modelos V1_150_90 e V2_75_00, porque no
decorrer destes ensaios, o sistema de suporte dos LVDT’s descolou-se da viga,
inviabilizando a extracção de resultados. Na viga V1_75_90 só figuram valores a partir do
semi-ciclo 18 dado que, no decorrer do ensaio deste modelo, houve falha de energia
eléctrica, tendo o ficheiro de resultados ficado parcialmente danificado. Da análise dos
resultados apresentados no Anexo III verifica-se que algumas das vigas pertencentes às
séries V150 apresentam resultados em que a história de deslocamentos afastou-se da pré-
-definida. Na realidade este grupo de séries foi o primeiro a ser ensaiado e dado não ter
sido possível efectuar testes preparatórios, os ensaios destas séries serviram também para
afinar os procedimentos de ensaio.
Capítulo 5
96
A partir dos diagramas de força-deslocamento (F-δ) é possível, desde já, retirar algumas
conclusões:
• o efeito de Pinching é pouco pronunciado;
• na generalidade dos casos verificou-se uma menor capacidade de dissipação de
energia para forças ascendentes (no diagrama F-δ, negativas). A principal razão
tem a ver com a forma da betonagem dos modelos (ver Capítulo 3): as vigas
ensaiadas foram sempre colocadas com a face não cofrada voltada para cima. A
vibração promoveu uma maior concentração de fibras na zona inferior da viga,
pelo que é de esperar uma maior capacidade de carga e de dissipação de energia
para cargas descendentes.
Nos Quadros 5.3, 5.4 e 5.5 apresentam-se os pontos notáveis dos diagramas F-δ, isto é, os
pontos referentes ao deslocamento e correspondente força associada ao início da
fendilhação, da cedência e força máxima. Para a determinação da força e do deslocamento
correspondente à fendilhação utilizou-se o critério ilustrado na Figura 5.28. O ponto
correspondente à cedência foi lido directamente no diagrama F-δ, pois neste ponto
verifica-se uma alteração brusca de rigidez, resultante da plastificação das armaduras
longitudinais. O ponto de Fmax corresponde ao maior valor de força lida no diagrama F-δ.
Qualquer destes procedimentos foi efectuado para os dois sentidos do carregamento.
Ponto deFendilhação
F
δ
Figura 5.28 - Metodologia utilizada para a determinação do ponto de fendilhação.
Programa Experimental em Vigas
97
Quadro 5.3 - Valores relativos à fendilhação.
Viga Semi-ciclo δ+ (mm) F+ (kN) Semi-ciclo δ− (mm) F− (kN)
V1_750_00 7 0.63 8.75 8 -0.63 -8.75V2_750_00 7 0.63 8.75 8 -0.38 -7.50V1_750_30 7 0.63 8.80 8 -0.40 -8.00V2_750_30 7 0.63 9.00 8 -0.40 -7.50V1_750_60 7 0.75 9.00 8 -0.63 -9.00V2_750_60 7 0.62 9.00 8 -0.50 -7.00V1_750_90 7 0.75 9.00 8 -0.50 -7.60V2_750_90 7 0.63 8.75 8 -0.47 8.70V1_150_00 7 0.60 8.75 8 -0.50 -7.50V2_150_00 7 0.63 9.00 8 -0.40 -6.00V1_150_30 7 0.76 9.00 8 -0.51 -8.80V2_150_30 7 0.60 9.00 8 -0.40 -8.00V1_150_60 7 0.60 9.00 8 -0.40 -8.00V2_150_60 7 0.61 9.50 8 -0.39 -8.00V1_150_90V2_150_90 7 0.62 8.75 8 -0.40 -7.40V1_75_00 7 0.63 8.75 8 -0.51 -8.70V2_75_00V1_75_30 7 0.63 8.60 8 -0.40 7.70V2_75_30 7 0.63 8.80 8 -0.38 -7.00V1_75_60 7 0.61 8.75 8 -0.50 -7.50V2_75_60 7 0.63 10.00 8 -0.40 -7.50V1_75_90V2_75_90 7 0.63 8.90 8 -0.38 -7.20
Quadro 5.4 - Valores relativos à cedência.
Viga Semi-ciclo δ+ (mm) F+ (kN) Semi-ciclo δ− (mm) F− (kN)
V1_750_00V2_750_00V1_750_30 31 6.23 35.98V2_750_30V1_750_60 31 6.71 37.99 32 -7.24 -34.99V2_750_60 31 6.59 38.38 32 -6.54 -36.52V1_750_90 31 6.89 39.65 32 -7.68 -37.63V2_750_90 31 7.37 40.68 32 -7.19 -37.99V1_150_00 25 5.55 34.33V2_150_00 31 7.07 35.70V1_150_30 31 6.58 36.51 32 -6.44 -38.49V2_150_30 25 5.58 36.70 32 -5.06 -37.07V1_150_60 31 7.28 34.07 34 -9.35 -35.49V2_150_60 25 4.89 34.93 26 -5.32 -35.59V1_150_90V2_150_90 31 7.72 38.56 32 -4.56 -34.28V1_75_00 25 5.87 34.83 26 -6.26 -34.66V2_75_00V1_75_30 27 6.25 35.43 26 -6.12 -38.22V2_75_30 31 8.10 37.05 32 -4.10 -36.15V1_75_60 25 5.91 36.77 26 -5.16 -37.24V2_75_60 25 5.32 36.26 26 -5.36 -35.70V1_75_90 31 6.52 37.28 26 -6.52 -38.78V2_75_90 31 6.52 38.96 32 -4.87 -37.12
(1)(1)
(1)(1)
(1)
(1)(1)(1)(1)
Capítulo 5
98
Quadro 5.5 - Valores relativos à força máxima.
Viga Semi-ciclo δ+ (mm) F+ (kN) Semi-ciclo δ− (mm) F− (kN)
V1_750_00 19 4.68 29.18 20 -4.99 -27.77V2_750_00 19 4.63 29.14 20 -4.60 -29.38V1_750_30 31 16.14 38.83 26 -6.92 -36.79V2_750_30 25 6.12 37.44 26 -6.71 -37.78V1_750_60 31 12.51 40.44 32 -13.27 -36.42V2_750_60 31 11.63 41.18 32 -12.76 -37.68V1_750_90 35 13.98 40.43 34 -15.36 -38.22V2_750_90 31 7.37 40.68 32 -9.16 -39.27V1_150_00 31 12.43 36.24 25 -6.37 -36.89V2_150_00 31 14.95 36.78 28 -6.53 -34.94V1_150_30 33 15.56 39.88 32 -6.44 -38.49V2_150_30 37 21.54 41.45 32 -9.91 -39.30V1_150_60 25 6.62 37.28 34 -12.76 -38.29V2_150_60 37 17.79 37.75 38 -23.22 -37.62V1_150_90V2_150_90 33 14.86 40.21 26 -6.89 -39.58V1_75_00 31 16.45 36.89 26 -6.26 -34.66V2_75_00V1_75_30 33 12.35 38.17 26 -6.69 -38.59V2_75_30 31 17.49 38.75 26 -6.38 -37.35V1_75_60 37 23.97 39.57 26 -7.04 -39.56V2_75_60 31 17.28 40.34 32 -18.05 -38.45V1_75_90 31 13.52 41.79 32 -15.61 -40.16V2_75_90 31 17.65 42.97 34 -19.99 -39.32
A observação (1) assinalada no Quadro 5.4 pretende indicar que a armadura longitudinal dessas vigas não
chegou a plastificar.
Em termos gerais, a análise do Quadro 5.3 permite concluir que os valores do
deslocamento correspondente à carga de fendilhação apresentaram alguma dispersão. O
mesmo ocorre para os deslocamentos correspondentes à carga de cedência (Quadro 5.4).
Contudo, o valor médio do deslocamento de cedência aproxima-se do valor estimado.
Relativamente à carga máxima, esta cresceu na relação directa com a quantidade de fibras.
Verificou-se que o maior valor ocorria, na generalidade do casos, para forças
descendentes. A justificação deste fenómeno tem a ver com o sentido da betonagem (como
já foi referido anteriormente). Pode ainda concluir-se que a adição de fibras melhora
significativamente a resistência ao esforço transverso, permitindo que a rotura ocorra por
plastificação da armadura, impedindo, por conseguinte, uma anticipação da carga última
devido à rotura por corte.
Programa Experimental em Vigas
99
No intuito de permitir uma melhor compreensão dos quadros elaborados relativos aos
pontos notáveis, elaboraram-se diagramas que procuraram traduzir a evolução do
comportamento das vigas com o aumento da quantidade de fibras. Assim, para quantidades
de fibras crescentes apresentam-se os diagramas de evolução da força de fendilhação, de
cedência e força máxima (somente para forças positivas), nas Figuras 5.29, 5.30 e 5.31,
respectivamente.
ρω (%)
6
8
9
11
12
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3)
Forç
a de
Fen
dilh
ação
(kN
)
0.04 0.21 0.42
Figura 5.29 - Diagrama de evolução da carga de fendilhação com a quantidade de fibras.
A Figura 5.29 permite concluir que a carga de fendilhação se mantém relativamente
insensível à quantidade de fibras e percentagem de armadura de esforço transverso
utilizadas. Nas vigas com 60 kg/m3 de fibras ocorre uma dispersão significativamente
superior à registada nas restantes vigas.
Capítulo 5
100
ρω (%)
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3)
Forç
a C
edên
cia
(kN
)
0.04 0.21 0.42
Figura 5.30 - Diagrama de evolução da carga de cedência com a quantidade de fibras.
ρω (%)
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3)
Forç
a M
áxim
a (k
N)
0.04 0.21 0.42
Figura 5.31 - Diagrama de evolução da carga máxima com a quantidade de fibras.
Observando os gráficos relativos à força de cedência e carga última, constata-se que estas
crescem com o aumento da quantidade de fibras, contudo, não apresentando um
crescimento linear com o aumento da quantidade de armadura transversal.
Em algumas vigas ensaiadas, os extensómetros de massa acabaram por descolar da viga,
inviabilizando a leitura dos seus valores. No Anexo III figuram todos os resultados que
Programa Experimental em Vigas
101
foram possíveis extrair dos extensómetros de massa. Face à ausência destes valores optou-
-se por não descrever os ensaios em termos de diagramas momento-curvatura.
Para determinar a energia dissipada a partir do diagrama de energia total procurou
localizar-se o último ponto correspondente à situação em que o sistema estava
completamente descarregado. Nas vigas onde a história de deslocamentos foi
integralmente percorrida, o referido ponto coincidiu com o final do ensaio. Nos modelos
que romperam por corte, não cumprindo integralmente a história de deslocamentos
definida, o ponto considerado foi o do último semi-ciclo completo.
A determinação dos diagramas de ductilidade processou-se da forma descrita na
secção 5.4.1. Contudo, para as vigas em que não ocorreu plastificação da armadura foi
necessário definir um critério para determinar o valor de δy. O critério adoptado para o
cálculo de δy corresponde ao deslocamento médio de cedência (em correspondência com o
sentido de aplicação da carga) de todas as vigas com a mesma quantidade de fibras, em que
a armadura plastificou. No Quadro 5.6 apresentam-se os valores máximos de energia
dissipada e ductilidade.
Quadro 5.6 - Valores máximos de energia dissipada e ductilidade.
Viga Energia (kNm) µmax
V1_750_00 172 0.8V2_750_00 191 0.8V1_750_30 760 2.8V2_750_30 347 1.8V1_750_60 2797 3.6V2_750_60 3099 4.0V1_750_90 1566 2.1V2_750_90 531 1.3V1_150_00 716 2.7V2_150_00 293 2.7V1_150_30 4123 3.2V2_150_30 1823 3.9V1_150_60 1970 2.1V2_150_60 3883 4.4V1_150_90V2_150_90 3383 5.3V1_75_00 977 3.5V2_75_00V1_75_30 3621 3.3V2_75_30 3990 5.1V1_75_60 3125 4.1V2_75_60 2071 4.2V1_75_90V2_75_90 4583 5.7
Capítulo 5
102
A partir do Quadro 5.6 é possível concluir que, de um modo geral, a adição de fibras aos
modelos ensaiados favoreceu, significativamente, o comportamento destes sob acções
cíclicas, aumentando os valores da energia dissipada e da ductilidade.
No entanto, os resultados relativos à ductilidade e energia dissipada apresentam uma certa
dispersão, dificultando a extracção de um maior número de conclusões. Esta dispersão
poderá estar associada ao facto da história de deslocamentos aplicados não ter sido
perfeitamente igual em todas as vigas, aos modos de rotura terem sido distintos e à
distribuição não homogénea das fibras.
No sentido de minimizar este inconveniente, na secção seguinte, procedeu-se, a uma
análise comparativa dos resultados baseada num sub-conjunto de resultados em que se
seleccionou para cada caso a viga mais representativa.
5.4.3 Análise comparativa dos resultados
Com o objectivo de comparar a eficiência do reforço proporcionado pela armadura
transversal e pelas fibras, houve necessidade de seleccionar uma das duas vigas de cada
série. Esta selecção justifica-se dado que nem sempre existiam resultados de ambas as
vigas, a história de deslocamentos não coincidia, e os resultados existentes nem sempre
eram completos, o que inviabilizou a criação da “viga média” de cada série. Assim, foi
necessário definir o ensaio representativo de cada série segundo o seguinte critério:
i. o comportamento global do ensaio foi assegurado;
ii. não houve instabilidade lateral;
iii. a leitura efectuada pelos LVDT’s decorreu normalmente;
iv. os extensómetros de massa não descolaram.
Com base nestes critérios consideraram-se as vigas indicadas no Quadro 5.7.
Quadro 5.7 - Vigas representativas de cada série.
Programa Experimental em Vigas
103
Qf (kg/m3) ρw = 0.04 % ρw = 0.21 % ρw = 0.42 %
0 V1_750_00 V1_150_00 V1_75_00
30 V2_750_30 V1_150_30 V2_75_30
60 V2_750_60 V2_150_60 V1_75_60
90 V1_750_90 V2_150_90 V2_75_90
Assim, da Figura 5.32 à Figura 5.34 apresentam-se os diagramas de energia total para valor
constante de afastamento entre estribos. Da Figura 5.35 à Figura 5.38 apresentam-se os
diagramas de energia total para valor constante da quantidade de fibras.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
V1_750_00
V2_750_30
V2_750_60
V1_750_90
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
V1_150_00
V1_150_30
V2_150_60
V2_150_90
Figura 5.32 - Diagrama de energia total para
as vigas com ρw = 0.04 %. Figura 5.33 - Diagrama de energia total para
as vigas com ρw = 0.21 %.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
V1_75_00
V2_75_30
V1_75_60
V2_75_90
Figura 5.34 - Diagrama de energia total para as vigas com ρw = 0.42 %.
Capítulo 5
104
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
V1_750_00
V1_150_00
V1_75_00
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
V2_750_30
V1_150_30
V2_75_30
Figura 5.35 - Diagrama de energia total para as vigas com Qf = 0 kg/m3.
Figura 5.36 - Diagrama de energia total para as vigas com Qf = 30 kg/m3.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
V2_750_60
V2_150_60
V1_75_60
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
V1_750_90
V2_150_90
V2_75_90
Figura 5.37 - Diagrama de energia total para as vigas com Qf = 60 kg/m3.
Figura 5.38 - Diagrama de energia total para as vigas com Qf = 90 kg/m3.
A partir dos gráficos anteriores verifica-se que, em geral, com o aumento da quantidade de
fibras a energia dissipada aumenta. É possível observar que os modelos sem fibras
evidenciaram uma capacidade de absorção de energia diminuta, resultante da antecipação
da carga de rotura por corte. Algumas vigas reforçadas com 60 kg/m3 de fibras,
apresentam, numa fase inicial, uma menor capacidade de dissipação de energia
(comparativamente com os restantes modelos). Contudo, para níveis de deformação
superiores acabam por recuperar esse “atraso”. As vigas com Qf = 90 kg/m3 são as que têm
Programa Experimental em Vigas
105
melhor capacidade de absorção de energia, sendo esta, significativamente superior às vigas
sem fibras. Conclui-se ainda que, com o aumento da percentagem de armadura de esforço
transverso (estribos), os modelos têm maior capacidade de dissipação de energia. Por
último será de referir que o modelo V1_75_00 teve pior comportamento que os modelos
V2_750_60 e V1_750_90, o que revela que as fibras têm boa capacidade de absorção do
esforço transverso. Nas Figuras 5.39 à 5.45 apresentam-se diagramas de ductilidade.
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
V1_750_00
V2_750_30
V2_750_60
V1_750_90
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
V1_150_00
V1_150_30
V2_150_60
V2_150_90
Figura 5.39 - Diagrama de ductilidade para as vigas com ρw = 0.04 %.
Figura 5.40 - Diagrama de ductilidade para as vigas com ρw = 0.21 %.
0
1
2
3
4
5
6
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
V1_75_00
V2_75_30
V1_75_60
V2_75_90
Figura 5.41 - Diagrama de ductilidade para as vigas com ρw = 0.42 %.
Capítulo 5
106
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
V1_750_00
V1_150_00
V1_75_00
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
V2_750_30
V1_150_30
V2_75_30
Figura 5.42 - Diagrama de ductilidade para as vigas com Qf = 0 kg/m3.
Figura 5.43 - Diagrama de ductilidade para as vigas com Qf = 30 kg/m3.
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
V2_750_60
V2_150_60
V1_75_60
0
1
2
3
4
5
6
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
V1_750_90
V2_150_90
V2_75_90
Figura 5.44 - Diagrama de ductilidade para as vigas com Qf = 60 kg/m3.
Figura 5.45 - Diagrama de ductilidade para as vigas com Qf = 90 kg/m3.
Com o aumento da quantidade de fibras os valores de ductilidade crescem, observando-se
que os maiores níveis de ductilidade são conseguidos para os modelos com Qf = 90 kg/m3.
Verifica-se que o aumento da percentagem de estribos conduz, igualmente, a modelos com
maior ductilidade.
Programa Experimental em Vigas
107
Particularmente notório é o facto de, para a mesma quantidade de armadura transversal, os
modelos sem fibras apresentarem menos de metade da ductilidade dos modelos com
Qf = 90 kg/m3.
5.5 Conclusões
Neste capítulo foi descrito o estudo experimental efectuado em modelos de viga sujeitas a
cargas alternadas, reforçadas com diferentes quantidades de fibras e armadura transversal.
Em termos gerais, verificou-se que a adição de fibras permite aumentar a capacidade
última das vigas, assim como, o valor da carga que conduz à plastificação da armadura.
Com o aumento da quantidade de fibras e de estribos obtêm-se modelos mais dissipativos e
com ductilidade superior.
A partir destes ensaios concluiu-se que as fibras apresentam grande capacidade de
absorção ao esforço transverso. Verifica-se que é possível fazer uma substituição parcial
da armadura de esforço transverso por fibras de aço. A questão que reside é saber se o
emprego do BARF aplicado a estruturas porticadas é económico. Este tema merece um
plano de investigação abrangendo os domínios envolvidos.
Capítulo 6
Modelação Numérica
6.1 Introdução A modelação numérica de uma estrutura submetida a acções sísmicas passa pela
consideração dos seguintes três modelos distintos: os modelos das acções sísmicas, os
modelos para as estruturas e os modelos de comportamento das estruturas. Os modelos
para as acções sísmicas têm em vista a simulação dos movimentos sísmicos que solicitam
as estruturas. Estas estruturas poderão ser modeladas bi ou tridimensionalmente, com
recurso a análises estáticas ou dinâmicas, sendo necessário definir o comportamento das
estruturas quando são solicitadas pelas acções sísmicas.
6.1.1 Modelos das acções sísmicas
Os movimentos sísmicos, em geral, têm características muito diferentes, podendo ser
classificados, segundo Newmark e Rosenblueth [New71], nos quatro tipos seguintes:
• tipo 1: impulsos de curta duração;
• tipo 2: vibrações muito irregulares com durações moderadas;
• tipo 3: vibrações de longa duração nas quais é possível distinguir frequências
predominantes;
• tipo 4: vibrações provocando movimentos de grande amplitude e deformações
permanentes no terreno.
As vibrações do tipo 1 ocorrem em terrenos firmes, a pequena distância do epicentro e
correspondem a sismos de magnitude moderada com pequena distância focal. Os seus
movimentos são essencialmente uni-direccionais com um sentido predominante.
Capítulo 6
110
As vibrações do tipo 2 verificam-se em terrenos firmes, a moderadas distâncias focais e
apresentam uma intensidade semelhante em todas as direcções. A energia produzida
reparte-se de uma forma aproximadamente uniforme numa banda de frequências
relativamente larga. Grande parte das vibrações sísmicas intensas pertence a este tipo.
A caracterização das vibrações de tipo 3 resulta da passagem das vibrações de tipo 1 e 2
em terrenos muito brandos, dando origem a amplificações selectivas da intensidade de
determinadas frequências.
Para quantificar as acções sísmicas é usual recorrer a uma das três possibilidades
seguintes:
• valores de pico;
• espectros de resposta;
• espectros de potência.
A quantificação das vibrações sísmicas a partir dos valores de pico, isto é, da aceleração
máxima, velocidade máxima e deslocamento máximo, tem sido, nos últimos tempos,
preterida pelas outras duas possibilidades.
O espectro de resposta é uma função que traduz a resposta sísmica em termos de
deslocamentos, velocidade ou aceleração de um oscilador linear com um grau de liberdade.
Esta resposta é função do valor do amortecimento considerado.
Os espectros de potência, especialmente indicados para representar os movimentos
sísmicos do tipo 2 e 3, têm subjacente a idealização dos movimentos do terreno recorrendo
aos princípios e métodos da teoria dos processos estocásticos [Vaz93].
É possível relacionar os diferentes modelos caracterizadores da acção sísmica, isto
é, estabelecer [Vaz93]:
• relações entre os valores de pico e espectros de resposta;
• relações entre espectros de resposta e espectros de potência;
• relações entre espectros de potência e valores de pico.
Modelação Numérica
111
No que se refere ao desempenho dos diferentes modelos de quantificação das acções
sísmicas, os modelos que usam os valores de pico são muito restritivos, estando limitados a
determinado tipo de estruturas. Os espectros de resposta apenas permitem calcular o valor
máximo da resposta para cada modo de vibração, deixando em aberto a sua sobreposição.
Por sua vez os modelos baseados em espectros de potência apresentam as seguintes
principais vantagens [Vaz93]:
• a duração das vibrações pode ser considerada;
• o cálculo do valor máximo da resposta para cada modo de vibração e sua
sobreposição pode ser efectuado.
6.1.2 Modelos para as estruturas
Os modelos das estruturas podem dividir-se em dois grandes grupos: os modelos planos e
os modelos tridimensionais. Num segundo nível, estes modelos subdividem-se em termos
do tipo de análise a efectuar: análise estática ou análise dinâmica. Assim, é possível definir
4 tipos de modelos estruturais (Figura 6.1).
MODELOS
PlanosP
TridimensionaisT
EstáticosTE
DinâmicosTD
EstáticosPE
DinâmicosPD
Figura 6.1 - Modelos das Estruturas.
A despeito do maior volume de informação que envolvem, apenas os modelos
tridimensionais reproduzem um conjunto de fenómenos que, na generalidade dos casos,
são determinantes na resposta das estruturas dos edifícios face à acção sísmica. De entre
Capítulo 6
112
estes fenómenos, destacam-se os seguintes:
• o carácter tridimensional da acção. Se desprezadas as componentes de rotação,
as acelerações impostas na base da estrutura apresentam, três componentes cuja
variação ao longo do tempo e valores de pico são diferentes;
• o fenómeno da torção envolvendo diferentes rotações das lajes de piso. Os pisos,
vulgarmente assimilados a diafragmas indeformáveis no seu plano, apresentam
movimentos de torção que não são contabilizados explicitamente nos modelos
planos. A torção pode surgir, quer da não coincidência entre o centro de massa e
o centro de rigidez, quer da excentricidade decorrente do comportamento não
linear das peças, quer ainda dos movimentos de rotação do solo;
• a flexão composta desviada dos pilares.
Para além dos fenómenos referidos, existem ainda edifícios, como sejam aqueles cuja
estrutura reticulada não se desenvolve segundo dois eixos ortogonais em planta, para os
quais é difícil idealizar modelos planos representativos.
6.1.3 Modelos de comportamento
Os modelos de comportamento das estruturas podem classificar-se em modelos lineares e
modelos não lineares. Os primeiros estão associados ao comportamento elástico e linear,
enquanto que os segundos estão associados ao comportamento elástico não linear
geométrico ou ao comportamento não linear material histerético. O comportamento
elástico não linear geométrico está associado aos deslocamentos elevados da estrutura. O
comportamento não linear material histerético refere-se a não linearidades físicas devidas
ao comportamento pós-elástico dos materiais face a acções alternadas [Vaz93].
As estruturas porticadas de betão armado sujeitas à acção sísmica desenvolvem um
comportamento que é essencialmente não linear material histerético. Assim, no que se
segue, apresentar-se-á o enquadramento do modelo de comportamento não linear material
implementado no código computacional desenvolvido.
Modelação Numérica
113
6.1.3.1 Modelos de comportamento não linear
Existem várias perspectivas para classificar os modelos não lineares. A perspectiva
apresentada nesta dissertação aponta para uma correspondência entre o número de peças
que constituem a estrutura e o número de elementos finitos que a pretendem discretizar.
Esta metodologia está em consonância com a bibliografia consultada [Pro96, CEB94].
Assim, de acordo com o grau de discretização obtém-se uma modelação:
• por pontos;
• global;
• por peças.
Quando a estrutura é representada por um número de elementos finitos que excede (em
ordem de grandeza) o número de peças que constitui a estrutura, está-se em presença de
um modelo de discretização por pontos.
Nos modelos de discretização global, a cada elemento finito considerado na modelação
corresponde diversas peças da estrutura.
Nos modelos de discretização por peças existe uma correspondência directa (geométrica)
entre a estrutura e o número de elementos finitos. Habitualmente a correspondência é de
1:1, havendo, contudo, casos em que a uma peça da estrutura correspondem diversos
elementos finitos. Dentro dos modelos de discretização por peças é habitual
distinguirem-se duas abordagens:
• os modelos fenomenológicos, em que as características do comportamento não
linear dos materiais são consideradas de uma forma empírica, sem que haja
correspondência directa com os fenómenos físicos que lhes estão subjacentes;
• os modelos físicos, em que o comportamento não linear material decorre
directamente dos fenómenos físicos em causa. A complexidade do modelo
depende da quantidade de fenómenos que se procura simular. O modelo de
fibras, incluído nos modelos físicos é designado, segundo o CEB [CEB94] por
modelo fundamental, pois constitui o melhor compromisso actual entre a
fidelidade da simulação dos efeitos não lineares e a eficiência computacional.
Capítulo 6
114
As principais vantagens do modelo de fibras na simulação do comportamento não
linear das estruturas de betão armado são as seguintes:
• a pormenorização da estrutura é tida em conta de uma forma explícita. As
vigas e pilares são simulados com as características geométricas reais;
• os efeitos da degradação de rigidez e de resistência do betão armado podem
ser parcialmente reproduzidos desde que sejam adoptados modelos
materiais que considerem, ao nível material, os efeitos equivalentes. O
mesmo se passa com o fenómeno do colapso progressivo global sempre que
este decorra do colapso material;
• é possível contabilizar o efeito do confinamento do betão do núcleo. Para
tal, o betão de recobrimento e o betão do núcleo devem ser tratados de
forma distinta, dado terem diferente grau de confinamento. Assim, a lei
constitutiva do betão do núcleo deve ter em conta o efeito das armaduras
transversais;
• é considerado o efeito do estreitamento dos diagramas histeréticos
(pinching).
As principais limitações do modelo de fibras são as seguintes:
• não tem em conta, de uma forma explícita, o efeito do escorregamento
relativo aço-betão;
• conduz a um elevado volume computacional.
No âmbito desta dissertação desenvolveu-se um modelo numérico de análise estática não
linear material de pórticos planos de betão armado. Este modelo baseia-se no método dos
elementos finitos (MEF) formulado pelo método dos deslocamentos. Dentro dos modelos
de comportamento não linear, o modelo desenvolvido constitui um modelo de fibras.
Modelação Numérica
115
6.2 Modelo de análise estática linear
6.2.1 Introdução
Nesta secção são expostos os fundamentos teóricos subjacentes ao modelo de análise
estática linear. Na secção seguinte, são referidas as alterações efectuadas no modelo de
forma a ser possível efectuar análises estáticas em estruturas porticadas com
comportamento não linear material.
Na simulação do comportamento de vigas com recurso ao método dos elementos finitos é
corrente o uso das formulações de Euler-Bernoulli e de Timoshenko [Tim70]. No elemento
de viga de Euler-Bernoulli, as secções transversais normais ao eixo da viga, antes da
deformação, mantêm-se planas e ortogonais ao referido eixo após a deformação. Desta
hipótese resulta que a rotação de uma secção transversal é igual à inclinação do eixo da
viga, pelo que, a deformação por corte é ignorada. Assim, a aplicação desta formulação
deve ser limitada a estruturas constituídas por peças lineares delgadas. Na teoria de
Timoshenko as secções planas e normais ao eixo, antes da deformação, permanecem
planas mas não necessariamente ortogonais ao eixo em causa, pelo que é possível simular a
deformação por esforço transverso. Na Figura 6.2 ilustra-se o comportamento da viga
segundo as hipótese de Euler-Bernoulli e de Timoshenko.
Normal à superfície média após adeformação: teoria de Euler-Bernoulli
Deformação real
Deformação admitida nateoria de Timoshenko
z,w
x,u
Figura 6.2 - Comportamento de um elemento de viga.
Capítulo 6
116
6.2.2 Elemento de viga de Euler-Bernoulli
Para além da hipótese referida na introdução, o elemento de viga de Euler-Bernoulli
recorre ainda a outras duas, a saber:
i. os deslocamentos verticais de todos os pontos de uma qualquer secção
transversal são pequenos quando comparados com a altura da viga, e são iguais
aos do seu eixo;
ii. o deslocamento lateral é nulo.
As equações de equilíbrio de um elemento podem ser obtidas por intermédio do Princípio
dos Trabalhos Virtuais (PTV). No caso da teoria de Euler-Bernoulli, as equações de
equilíbrio resultantes envolvem segundas derivadas dos deslocamentos verticais. Para
garantir a continuidade dos deslocamentos e suas primeiras derivadas será necessário
utilizar funções de forma da classe C1 (funções e suas respectivas primeiras derivadas
contínuas) [Oña92]. Esta imposição tem em vista evitar singularidades no cálculo dos
integrais. Consequentemente, é corrente utilizarem-se as funções de forma hermitianas que
asseguram a continuidade do campo de deslocamentos e do campo das rotações.
6.2.3 Elemento de viga de Timoshenko
A teoria utilizada no elemento de viga de Timoshenko suporta-se nas seguintes hipóteses:
i. os deslocamentos verticais de todos os pontos de uma qualquer secção
transversal são pequenos face à altura da viga, e são iguais aos do seu eixo;
ii. o deslocamento lateral é nulo;
iii. as secções planas e normais ao eixo da viga, antes da deformação, permanecem
planas mas não necessariamente normais ao eixo da viga.
Neste tipo de deformação recorre-se a um campo de deslocamentos em que existe uma
independência entre os deslocamentos horizontais, verticais e rotações, sendo possível
simular a deformação por esforço transverso. Em geral, adoptam-se elementos de viga de
dois ou três nós, aos quais correspondem funções da classe C0.
Modelação Numérica
117
Neste trabalho optou-se pela formulação de Timoshenko dado que permite analisar quer
vigas delgadas, quer vigas espessas, pelo que será resumidamente descrita nas próximas
secções.
6.2.3.1 Campo de deslocamentos
Os deslocamentos de qualquer ponto da estrutura, { }U u w y
T= , ,θ , podem ser expressos à
custa dos deslocamentos verificados no eixo médio da viga, { }U u w y
T= , ,θ . Na Figura 6.3
ilustra-se a convenção adoptada para o campo dos deslocamentos. O sobre-índice “−” em
qualquer grandeza pretende designar que essa grandeza é expressa em função dos graus de
liberdade dispostos ao longo do eixo médio da viga.
θy
h
L u
wpy
z
y
x
Py
My
O ≡ x ≡ u
z
y
hθy
w
Figura 6.3 - Convenção de deslocamentos adoptada.
Assim, para um determinado ponto que se encontre à cota z, tem por campo de
deslocamentos:
( ) ( )( )
u x y z u x y z z x y z
w x y z w x y zy( , , ) , , , ,
( , , ) , ,
= = = − ⋅ = =
= = =
0 0 0 0
0 0
θ
(6.1)
Capítulo 6
118
6.2.3.2 Campo de deformações
As deformações em relação ao sistema de eixos x, y, e z do referencial local do elemento
de viga podem ser traduzidas pelo seguinte vector:
ε
εγ
=
x
xz.
(6.2)
Adoptando-se a hipótese dos pequenos deslocamentos e procurando traduzir as
deformações à custa dos deslocamentos generalizados ao nível do eixo médio, obtém-se,
para o campo das deformações, o vector:
ε
∂∂∂∂
∂∂
∂∂
∂θ∂
θ∂∂
=+
=− ⋅
− +
uxuz
wx
ux
zx
wx
y
y
.
(6.3)
Cada uma das diferentes parcelas de ε é susceptível de interpretação física. Com o auxílio
da Figura 6.4, é possível concluir que:
i. a parcela ∂∂
ux
representa a variação de deslocamento ao longo do eixo da barra
por unidade de comprimento da mesma (constante ao longo da secção). Trata-se,
portanto, da deformação axial;
ii. a parcela − ⋅zx
y∂θ∂
corresponde também a uma variação de deslocamento por
unidade de comprimento. No entanto, neste caso, esta deformação é variável ao
longo da altura da secção transversal. Conclui-se daqui que esta deformação diz
respeito à deformação por flexão;
iii. a parcela − +θ∂∂y
wx
não é mais do que o valor simétrico da deformação por
corte pois:
θ
∂∂
φy y
wx
= +
(6.4)
ou seja,
Modelação Numérica
119
φ
∂∂
θy y
wx
= − + ,
(6.5)
sendo, φ y , a deformação por corte.
Normal à superfície média após adeformação.
Deformação real
Deformação admitida nateoria de Timoshenko
z,w
∂∂wxφy
θy
x,u
∂θ∂
yx
∂θ ∂y x z⋅
∂∂
ux
O, yx, u
z, w
z
Figura 6.4 - Análise da deformação do elemento de viga de Timoshenko.
É então possível reduzir o vector das deformações à seguinte forma:
ε
ε
εε
=
+
a
c
f
0
(6.6)
em que
ε
∂∂a
ux
=
(6.7)
representa a deformação axial,
ε
∂θ∂f
yzx
= − ⋅
(6.8)
ou
ε εf fz= − ⋅
(6.9)
Capítulo 6
120
representa a deformação de flexão, e
ε θ
∂∂c y
wx
= − +
(6.10)
a deformação de corte.
6.2.3.3 Matrizes de deformação
O modelo desenvolvido permite discretizar uma estrutura por intermédio de elementos
isoparamétricos de 2 e 3 nós. O estado de deformação num determinado ponto de um
elemento pode ser obtido por intermédio dos deslocamentos nodais desse elemento, isto é,
ε = ⋅
=∑B Ui ii
n
1
(6.11)
ou ainda,
ε =
+ ⋅
⋅
=
⋅
=∑
B z BB U
BB
U
a i f i
c ii
n
i
af
c
, ,
,1
(6.12)
em que n é o número de nós do elemento, Ui representa os deslocamentos generalizados
correspondentes ao nó i, ao nível do eixo médio, e Ba , Bf e Bc são as matrizes de
deformação correspondentes à deformação axial, de flexão e de corte, respectivamente.
Assim, para um nó genérico i, as matrizes de deformação apresentam o seguinte aspecto
(para elementos de dois nós):
( ) ( )BN
xN
xa i, =
∂ ξ∂
∂ ξ∂
1 20 0 0 0 ,
(6.13)
Modelação Numérica
121
( ) ( )B zN
xz
Nxf i, = − ⋅ − ⋅
0 0 0 01 2∂ ξ
∂∂ ξ
∂
(6.14)
e
( ) ( ) ( ) ( )BN
xN
Nx
Nc i, = − −
0 01
12
2
∂ ξ∂
ξ∂ ξ
∂ξ
(6.15)
em que ( )Ni ξ é a função de forma correspondente ao nó i, que se encontra definida num
sistema de eixos isoparamétricos (ξ,ζ = 0,η = 0). Os deslocamentos generalizados de um nó
apresentam-se na forma,
{ }U u wi i i y i
T= , , ,θ .
(6.16)
Procurando associar os graus de liberdade às correspondentes deformações, obtém-se,
{ }U ua i=
(6.17)
como sendo o grau de liberdade associado à deformação axial,
{ }Uf y i= θ ,
(6.18)
o grau de liberdade associado à deformação de flexão, e
{ }U wc i y i
T= , ,θ
(6.19)
os graus de liberdade associados à deformação de corte.
Capítulo 6
122
6.2.3.4 Relações constitutivas
Num elemento de viga o vector das tensões é constituído pelas duas seguintes
componentes:
{ }σ σ σ= af c
T
(6.20)
em que
{ }σ σaf x=
(6.21)
é a tensão normal (segundo x) que se desenvolve na secção transversal do elemento de
viga, e
{ }σ τc xz=
(6.22)
é a tensão tangencial (tensão numa faceta ortogonal a x e dirigida segundo z) . A relação
entre tensões e deformações é estabelecida por intermédio da matriz constitutiva, D ,
σ ε= ⋅D .
(6.23)
No caso de se admitir que o elemento de viga é constituído por um material homogéneo,
isotrópico e com comportamento linear, a matriz D apresenta as seguintes componentes:
D
EG=
00
(6.24)
sendo E e G, os módulos de elasticidade longitudinal e transversal do material,
respectivamente. Decompondo a tensão, σaf , na componente axial, σa , e de flexão, σ f , a
relação entre tensões e deformações passa a ser traduzida da seguinte forma:
Modelação Numérica
123
σσσσ
εεε
εεε
=
=
⋅
=⋅⋅⋅
a
f
c
a
f
c
a
f
c
EE
G
EEG
0 00 00 0
(6.25)
6.2.3.5 Esforços
Às tensões normais, de flexão e de corte, correspondem esforços axiais, momentos
flectores e esforços transversos, respectivamente. A obtenção destes esforços
generalizados pode ser feita por meio da integração das tensões ao longo da secção
transversal. Assim:
NMV
z dA z dz dbx
y
z
x
x
xzA
x
x
xzh
h
b
= ⋅
= ⋅
∫ ∫∫−
σσ
τ
σσ
τ2
2
.
(6.26)
Substituindo (6.25) em (6.26) e tendo em conta (6.9) obtém-se:
NMV
E dzdb
z E dzdb
G dzdb
x
y
z
mh
h
b
fh
h
b
ch
h
b
=
⋅
⋅ ⋅ ⋅
⋅
−
−
−
∫∫
∫∫
∫∫
ε
ε
ε
2
2
2
2
2
2
2
(6.27)
em que Nx , My e Vz representam o esforço axial, o momento flector e o esforço
transverso, respectivamente, do elemento de viga. No caso particular da secção transversal
apresentar forma rectangular de largura b, e altura h, a expressão (6.27) reduz-se à
seguinte:
NMV
b h Eb h
E
b h G
x
y
z
a
f
c
=
⋅ ⋅ ⋅
⋅⋅ ⋅
⋅ ⋅ ⋅
ε
ε
ε
3
12,
(6.28)
Capítulo 6
124
ou ainda,
NMV
E A
E IG A
x
y
z
a
f
c
=
⋅ ⋅
⋅ ⋅
⋅ ⋅
⋅
ε
ε
ε*
(6.29)
em que A, I, e A* representam, respectivamente, a área, o momento de inércia à flexão e a
área reduzida de corte da secção transversal.
Da Figura 6.5 à Figura 6.7 encontra-se ilustrada a distribuição de tensões. Nestas figuras é
possível constatar que, quer nas tensões normais devidas à deformação axial, quer nas
tensões normais devidas à deformação por flexão, a distribuição admitida coincide com a
distribuição exacta. Em termos de tensões de corte, a distribuição admitida ao longo da
secção transversal é constante, não coincidindo com a distribuição real que, no caso mais
simples da secção rectangular de material homogéneo, é uma função parabólica. Tal
discrepância prende-se com o facto de na teoria de Timoshenko, se considerar que as
normais ao folheto médio se mantêm rectilíneas, isto é, a deformação por corte é
independente da coordenada z. Para corrigir esta deficiência do modelo introduz-se um
factor correctivo na área da secção transversal, de forma a garantir que a energia de
deformação de corte na espessura do elemento seja igual à energia de deformação de corte
real [Bar89]. No caso particular de secções rectangulares de material homogéneo, o factor
correctivo da área é 5/6.
Nx
z
y
x
Nx
z
O ≡ yx
Figura 6.5 - Distribuição das tensões normais devido ao esforço axial.
Modelação Numérica
125
Myx
y
z
My
O ≡ z
z
x
Figura 6.6 - Distribuição das tensões normais devido aos momentos flectores.
Vz
z
y
x
Vy
z
O ≡ y x
(a)
Vy
z
O ≡ yx
(b)
Figura 6.7 - Distribuição das tensões normais devido a esforço de corte. Distribuição adoptada (a) e distribuição real (b).
6.2.3.6 Equações regentes do fenómeno
Nos problemas da mecânica estrutural, as equações regentes do comportamento
estabelecem o equilíbrio em qualquer ponto do domínio. Quando se procura estabelecer o
equilíbrio com recurso ao método dos elementos finitos recorre-se principalmente [Del84,
Zie89]:
Capítulo 6
126
• à aplicação do Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV), em que “é condição
necessária e suficiente para que um corpo esteja em equilíbrio elástico, sob a
acção de um sistema de forças exteriores que, numa deformação virtual do
corpo, o trabalho virtual das forças exteriores seja igual ao trabalho virtual de
deformação”, isto é,
δΓ δΓint = ext
(6.30)
em que δΓint representa o trabalho interno de deformação virtual, e δΓext o
trabalho produzido pelas forças exteriores durante a deformação virtual. O
trabalho interno de deformação virtual pode ser definido por,
δΓ δε σint = ⋅∫ T
V
dV
(6.31)
sendo V o volume do elemento e δ significa que a entidade que lhe está
adjacente, à direita, é uma grandeza virtual. O trabalho externo é traduzido por,
δΓ δ δ δ δε σext VV
LL
T t
V
U P U q dV U q dL dVT T T
= ⋅ + ⋅ + ⋅ − ⋅∫ ∫ ∫ ∆
(6.32)
Com P , qV
e qL
pretende-se representar os vectores das forças generalizadas
aplicadas em pontos do elemento, proporcionais à massa do elemento e
distribuídas ao longo do elemento, respectivamente. O vector de tensões devido
à variação de temperatura é traduzido por σ∆t ;
• à aplicação do Método dos Resíduos Pesados: após a obtenção da equação
diferencial regente do fenómeno para o comportamento da viga, é quantificado o
erro resultante da aproximação adoptada para o campo dos deslocamentos. Com
a utilização de um conjunto de funções de peso que ponderam o erro, é possível
obter as equações que definem o equilíbrio. Dependendo do tipo de funções de
peso obtêm-se vários métodos des resíduos pesados: o método da colocação
Modelação Numérica
127
pontual, o método da colocação por sub-domínio ou, ainda, o método de
Galerkin;
• à aplicação de Métodos Variacionais, em que se procura que um dado funcional,
neste caso concreto a energia potencial total, satisfaça uma condição de
estacionaridade (condição de máximo ou mínimo).
Através de qualquer dos métodos é-se conduzido a um sistema de equações de
equilíbrio
K U f⋅ =
(6.33)
em que K representa a matriz de rigidez do elemento, U os deslocamentos nodais e f o
vector das forças nodais estaticamente equivalentes às forças de volume, de superfície,
pontuais e variações de temperatura aplicadas no elemento. No desenvolvimento deste
trabalho, optou-se por aplicar o PTV dada a simplicidade da sua formulação.
6.2.3.7 Matriz de rigidez
Através do desenvolvimento matemático da expressão que define o trabalho interno de
deformação virtual [Bar95] obtém-se a matriz de rigidez do elemento de viga,
K
B D B z B D B
z B D Bz B D B
B D B
dV
aT
af a aT
af f
fT
af a
fT
af f
cT
c c
V
=
⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅
⋅ ⋅ ⋅⋅ ⋅ ⋅
+
⋅ ⋅
∫ 2 .
(6.34)
Estando interessado em obter a matriz de rigidez correspondente a um comportamento
linear elástico tem-se,
Capítulo 6
128
K
B D B
z B D B
B D B
dV
aT
af a
fT
af f
cT
c c
V
=
⋅ ⋅
⋅ ⋅ ⋅+
⋅ ⋅
∫
0
0
2
(6.35)
6.2.4 Formulação por elementos finitos
Na formulação desenvolvida utilizaram-se elementos finitos de viga com 2 e 3 nós.
6.2.4.1 Elemento de dois nós
O elemento de dois nós, quando referido a um sistema de eixos isoparamétricos, é
caracterizado pelas funções de forma seguintes:
1-1
1
ξ0
1
1-1 ξ0
N1
12
=− ξ
N2
12
=+ ξ
(6.36)
sendo as correspondentes derivadas cartesianas,
∂∂ξN1 1
2= −
(6.37)
e
∂∂ξN2 1
2= .
(6.38)
Modelação Numérica
129
O campo de deslocamentos de qualquer ponto interior do elemento é definido à custa dos
deslocamentos nodais, isto é,
( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )
u N u N u
w N w N w
N Ny y y
ξ ξ ξ
ξ ξ ξ
θ ξ ξ θ ξ θ
= ⋅ + ⋅
= ⋅ + ⋅
= ⋅ + ⋅
1 1 2 2
1 1 2 2
1 1 2 2, ,
(6.39)
ou matricialmente,
( )( )( )
uw
NN
N
NN
N
uw
uwy
y
y
ξξ
θ ξ
θ
θ
=
⋅
1
1
1
2
2
2
1
1
1
2
2
2
0 00 00 0
0 00 00 0
,
,
(6.40)
ou ainda
U N u= ⋅
(6.41)
Em 6.2.3.3 foi definido o vector de deformação, ε , para o elemento de viga de
Timoshenko. Realizou-se ainda a sua decomposição, de forma a obter a deformação axial
εa , de flexão ε f e de corte εc . Assim, atendendo a que o campo de deslocamentos se
refere a um sistema isoparamétrico, tem-se,
( ) ( )ε ξ ξa a aB U= ⋅
(6.42)
( ) ( ) ( )ε ξ ξ ξf f f f fB U z B U= ⋅ = ⋅ ⋅
(6.43)
( ) ( )ε ξ ξc c cB U= ⋅
(6.44)
sendo
Capítulo 6
130
( ) ( )B
Nx
Nxa =
∂ ξ∂
∂ ξ∂
1 20 0 0 0
(6.45)
( ) ( )B z
Nx
zN
xf = − ⋅ − ⋅
0 0 0 01 2∂ ξ∂
∂ ξ∂
(6.46)
( ) ( ) ( ) ( )BN
xN
Nx
Nc = − −
0 011
22
∂ ξ∂
ξ∂ ξ
∂ξ
(6.47)
e
[ ]U u ua = 1 20 0 0 0 ,
(6.48)
[ ]Uf y y= 0 0 0 01 2θ θ, , ,
(6.49)
e
[ ]U w wc y y= 0 01 1 2 2θ θ, ,
(6.50)
são os graus de liberdade do elemento correspondentes à deformação axial, de flexão e de
corte, respectivamente. Os termos das submatrizes Ba , Bf e Bc são constituídos por
funções de forma definidas no sistema de eixos isoparamétrico, ξ, e por derivadas destas
funções em relação ao eixo local da viga, x. Para resolver estas derivadas efectua-se o
seguinte procedimento:
( ) ( )∂ ξ∂ξ
∂ ξ∂
∂∂ξ
N Nx
xi i= ×
(6.51)
ou
∂∂
∂∂ξ
∂∂ξ
∂∂ξ
Nx
N x NJi i i
=
×
=
×
−
−
11 .
(6.52)
Modelação Numérica
131
No caso de se considerar elementos de 2 nós ou elementos de 3 nós, com o nó intermédio
localizado a meio do elemento, o valor de J, matriz Jacobiana, é igual a metade do
comprimento do elemento (consultar Anexo IV), isto é,
J
L=
2
(6.53)
em que L representa o comprimento do elemento de viga. Assim, as matrizes de
deformação associadas à deformação axial, de flexão e de corte, eliminando os termos
nulos, podem ser traduzidas, respectivamente, da seguinte forma:
B
L La = −
1 1 ,
(6.54)
B
L Lf = −
1 1 (6.55)
e
( ) ( )BL Lc = − − ⋅ − − ⋅ +
1 12
1 1 12
1ξ ξ .
(6.56)
A matriz de rigidez tem de ser determinada atendendo ao facto de o referencial de cálculo
ser isoparamétrico. O aspecto formal da matriz de rigidez passa a ser então,
K
B D B B D B
B D BB D B
B D B
J d dA
aT
af a aT
af f
fT
af a
f af f
c c c
A
=
⋅ ⋅ ⋅ ⋅
⋅ ⋅⋅ ⋅
+⋅ ⋅
×−∫∫1
1
det ξ
(6.57)
Admitindo comportamento linear, obtém-se:
Capítulo 6
132
( )
( )
K
B EA B
B EI B
B GA B
Ld
aT
a
f f
c c
=
⋅ ⋅
⋅ ⋅+
⋅ ⋅
×
∗
−∫
0
021
1
ξ
(6.58)
O cálculo dos integrais referentes à matriz de rigidez é feito de forma numérica, recorrendo
à integração numérica de Gauss-Legendre. Realizando este cálculo para cada submatriz
associada às diferentes deformações, obtém-se:
[ ]K B E A B
LWa a
Ta
p
N
pa
a
= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅=
∑ ξ
ξ
21,
(6.59)
[ ]K B E I BL
Wf fT
fp
N
pf
f
= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅=
∑ξ
ξ
21,
(6.60)
e
[ ]K B E A BL
Wc cT
cp
N
pc
c
= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅∗
=∑
ξ
ξ
21,
(6.61)
em que, Naξ , N
fξ e Ncξ representam o número de pontos de Gauss no cálculo de Ka, de
Kf e de Kc, respectivamente. No Quadro 6.1 referem-se as regras de integração numérica
disponíveis para o código computacional desenvolvido.
Quadro 6.1 - Regras de integração numérica disponíveis para o elemento de dois nós.
Ordem de ElementoIntegração Funções de Forma Linear
Axial e Flexão 1Exacta
Corte 2
Axial e Flexão 1Selectiva Corte 1
Modelação Numérica
133
Dado que se trata de um elemento de simples formulação, é possível obter as submatrizes
de rigidez. Assim, apresentam-se as diferentes submatrizes para o caso de elementos de
viga de Timoshenko de secção transversal constante:
K
E ALa
IE =⋅ −
−
1 11 1
(6.62)
corresponde à submatriz associada à deformação de axial (integrada de forma exacta),
K
E ILf
IE =⋅ −
−
1 11 1
(6.63)
a submatriz associada à deformação de flexão (integrada de forma exacta) e
KG A
L
L L
L L L
L
SimL
cIR =
⋅
−
−
−
∗
12
12
4 2 4
12
4
2 2
2
.
,
(6.64)
KG A
L
L L
L L L
L
SimL
cIE =
⋅
−
−
−
∗
12
12
3 2 6
12
3
2 2
2
.
(6.65)
as submatrizes associadas à deformação de corte, integradas de forma reduzida e exacta,
respectivamente. O estudo do comportamento da matriz de rigidez global adoptada
(dependente do tipo de integração) será objecto de estudo neste trabalho.
Capítulo 6
134
6.2.4.2 Elemento de três nós.
As funções de forma do elemento de viga de três nós apresentam a seguinte forma,
0 1-1
1
ξ
1
0 1-1 ξ
1
0 1-1 ξ
( )N1 21= ⋅ −
ξξ ( ) ( )N2 1 1= − ⋅ +ξ ξ ( )N3 2
1= ⋅ +ξ
ξ (6.66)
sendo as correspondentes derivadas cartesianas,
∂∂ξ
ξN1 1
2= − ,
(6.67)
∂∂ξ
ξN2 2= − ⋅
(6.68)
e
∂∂ξ
ξN3 1
2= +
(6.69)
O campo de deslocamentos de qualquer ponto interior do elemento é definido à custa dos
deslocamentos nodais, isto é,
( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )
u N u N u N u
w N w N w N w
N N Ny y y y
ξ ξ ξ ξ
ξ ξ ξ ξ
θ ξ ξ θ ξ θ ξ θ
= ⋅ + ⋅ + ⋅
= ⋅ + ⋅ + ⋅
= ⋅ + ⋅ + ⋅
1 1 2 2 3 3
1 1 2 2 3 3
1 1 2 2 3 3, , ,
(6.70)
ou matricialmente,
Modelação Numérica
135
( )( )( )
uw
NN
N
NN
N
NN
N
uw
uw
uw
y
y
y
y
ξξ
θ ξ
θ
θ
θ
=
⋅
1
1
1
2
2
2
3
3
3
1
1
1
2
2
2
3
3
3
0 00 00 0
0 00 00 0
0 00 00 0
,
,
,
(6.71)
ou ainda,
U N u= ⋅ .
(6.72)
Para este elemento as matrizes de deformação apresentam a seguinte configuração,
( ) ( ) ( )BN
xN
xN
xa =
∂ ξ∂
∂ ξ∂
∂ ξ∂
1 2 30 0 0 0 0 0
(6.73)
( ) ( ) ( )B zN
xz
Nx
zN
xf = − ⋅ − ⋅ − ⋅
0 0 0 0 0 01 2 3∂ ξ
∂∂ ξ
∂∂ ξ
∂
(6.74)
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )BN
xN
Nx
NN
xNc = − − −
0 0 01
12
23
3
∂ ξ∂
ξ∂ ξ
∂ξ
∂ ξ∂
ξ
(6.75)
Os deslocamentos generalizados são:
[ ]U u u ua = 1 2 30 0 0 0 0 0
(6.76)
[ ]Uf y y y= 0 0 0 0 0 01 2 3θ θ θ, , ,
(6.77)
[ ]U w w wc y y y= 0 0 01 1 2 2 3 3θ θ θ, , ,
(6.78)
Assim, eliminando os termos nulos, as matrizes de deformação associadas à deformação
axial, de flexão e de corte, podem ser traduzidas da seguinte forma:
Capítulo 6
136
B
L L La = −
⋅ − ⋅ ⋅ +
⋅
ξ ξ ξ
12
22
2 12
2,
(6.79)
( )B z
Lz
Lz
L
zL
f = − ⋅ −
⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅ − ⋅ +
⋅
= − ⋅ ⋅ − − ⋅ +
ξ ξ ξ
ξ ξ ξ
12
22
2 12
2
2 12
212
,
(6.80)
( ) ( ) ( )( ) ( )BL L Lc = −
− − − + − +
− +
ξ
ξξ ξ ξ ξ ξ
ξξ
12
22
1 22
1 112
22
1 . (6.81)
Substituindo as matrizes de deformação (6.79), (6.80) e (6.81) nas expressões que
permitem o cálculo das diferentes contribuições para a matriz de rigidez do elemento
(6.59), (6.60) e (6.61), respectivamente, obtêm-se as submatrizes de rigidez. Na integração
da matriz de rigidez do elemento de 3 nós, o código computacional desenvolvido permite
utilizar regras de integração resumidas no Quadro 6.2.
Quadro 6.2 - Regras de integração numérica disponíveis para o elemento de três nós.
Ordem de ElementoIntegração Funções de Forma Parabólica
Axial e Flexão 2Exacta
Corte 3
Axial e Flexão 2Selectiva Corte 2
Do cálculo analítico das submatrizes de rigidez resulta:
KE A
LSim
mIE =
⋅
−
−
73
83
13
163
83
73
.
,
(6.82)
Modelação Numérica
137
integrada de forma exacta,
KE IL
Sim
fIE =
⋅
−
−
73
83
13
163
83
73
.
(6.83)
integrada de forma exacta,
KG A
L
L L L
L L L L L
L
L L L
L
SimL
cIS =
⋅
−⋅
−
−⋅
−
−⋅
⋅−
⋅
−
∗
73 2
83
23
13 6
92
3 9 6 18163
083
23
49
23 9
73 2
9
2 2 2
2 2
2
.
,
(6.84)
integrada de forma selectiva e,
KG A
L
L L L
L L L L L
L
L L L
L
SimL
cIE =
⋅
−⋅
−
⋅−
⋅−
−⋅
⋅−
⋅
−
⋅
∗
73 2
83
23
13 6
215
23 15 6 30
163
083
23
815
23 15
73 2
215
2 2 2
2 2
2
.
(6.85)
integrada de forma exacta.
Capítulo 6
138
6.2.4.3 Vector solicitação
Neste trabalho é possível simular forças concentradas, forças de superfície, forças de
volume, variações de temperatura e assentamentos de apoio. O vector solicitação é obtido
com recurso à expressão do trabalho externo do PTV. Substituindo (6.40) em (6.32)
obtém-se:
( ) ∫ ∫ ∫ ∆σ⋅δ−⋅δ+⋅δ+⋅δ=ΓδV L V
tTT
L
TT
V
TTTText dVBUdLqNUdVqNUPUU
(6.86)
que conduz a um vector solicitação, extf , dado por,
∫ ∫ ∫ ∆σ⋅−⋅+⋅+⋅=V L V
tT
L
T
V
TText dVBdLqNdVqNPUf ,
(6.87)
que resulta do facto do PTV ser aplicável para qualquer campo de deslocamentos virtuais, TUδ .
Na integração numérica correspondente ao cálculo do vector solicitação utilizou-se a
integração exacta.
6.2.5 Análise do elemento de viga de Timoshenko
Associado ao estudo de estruturas por elementos finitos surgem, em geral, problemas de
pesquisa da solução exacta. Este procedimento deve-se ao facto de o campo de
deslocamentos ser simulado por funções aproximadas das reais, podendo implicar a
existência de “erros” nas soluções obtidas. Contudo, existem formas de minimizar estes
erros, quer explorando as técnicas de integração numérica da matriz de rigidez, quer
procedendo ao refinamento da malha.
Nesta secção, apresenta-se um breve estudo do comportamento do elemento de viga de
Timoshenko de 2 e 3 nós em regime elástico, linear e estático, com vista a retirar
conclusões relativamente ao comportamento destes dois elementos.
Modelação Numérica
139
Considerou-se uma viga simplesmente apoiada com um vão de 10.00 m, sujeita à acção de
uma carga uniformemente distribuída de 1000 kN/m. A secção transversal apresenta a
forma rectangular de 0.30×0.50 m2 (largura×altura). Admitiu-se o valor de 10.0 GPa para o
módulo de Young e, 0.10 para o coeficiente de Poisson. No intuito de obter a convergência
com o refinamento da malha, estudaram-se as seguintes soluções:
− elemento de 2 nós com integração exacta (ie);
− elemento de 2 nós com integração selectiva (is);
− elemento de 3 nós com integração exacta (ie);
− elemento de 3 nós com integração selectiva (is).
Assim, para cada caso, procurou comparar-se o deslocamento vertical a meio vão, com o
correspondente deslocamento vertical dado pela solução exacta. Por solução exacta
entende-se a solução resultante da equação diferencial que rege a lei dos deslocamentos
verticais de uma viga, segundo as hipóteses de cálculo de Timoshenko [Tim70] e que, para
este caso, vale:
δTeorico
p lEI
p lGA
=⋅ ⋅
⋅+
⋅⋅ ∗
5384 8
4 2
(6.88)
em que p é a carga uniformemente distribuída, l o vão da viga, EI a rigidez à flexão e GA∗
a rigidez ao corte. Na Figura 6.8, apresentam-se os resultados obtidos.
É possível concluir que, em relação ao elemento de 2 nós com integração exacta, a
convergência para a solução teórica é lenta. Contudo, quando é adoptada a integração
reduzida, a solução obtida com um número reduzido de elementos conduz a erros
pequenos. A excessiva rigidez do elemento de viga de 2 nós com integração exacta pode
ser compreendida através da análise dos modos de deformação [Del84]. Assim,
considerando apenas os graus de liberdade associados à deformação por flexão e corte
(deslocamentos perpendiculares ao eixo da viga e rotações), Delgado [Del84] constatou
que a excessiva rigidez se deve ao facto do 3º modo de deformação ser obtido apenas por
distorção e o 4º modo incluir uma parcela de distorção não existente na solução teórica. No
entanto, a constatação mais importante é a de que é possível obter a solução exacta com o
Capítulo 6
140
elemento de viga de 2 nós de secção constante, desde que se multiplique a matriz de
rigidez pelo parâmetro dado por:
α =
+⋅
⋅
∗
1
112
2l GAEI
.
(6.89)
No elemento de 2 nós com recurso à integração selectiva, somente o cálculo do 4º modo de
deformação vem alterado. Neste a parcela da rigidez devida à deformação por corte é nula,
obtendo-se, portanto, um 4º modo de deformação coincidente com o obtido através da
solução teórica. Assim, é possível concluir que os bons resultados obtidos se devem ao
facto de ser possível representar de forma exacta a flexão circular [Del84].
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
0 4 8 12 16 20
Número de Elementos Utilizado
Des
loca
men
to a
mei
o vã
o (m
)
2 nós (ie)2 nós (is)3 nós (ie)3 nós (is)Solução Teórica
Figura 6.8 - Estudo de convergência em função do número de elementos considerados.
Em relação ao elemento de viga de 3 nós, é possível constatar que, para o caso da
integração exacta, a convergência é razoável. No caso da integração selectiva a solução
Modelação Numérica
141
coincide com a exacta. Quando o elemento de viga de 3 nós é integrado de forma selectiva
e o nó intermédio é condensado para os extremos, obtém-se a matriz de rigidez
correspondente à solução teórica [Del84]. Face aos resultados obtidos é possível concluir
que, em geral, a integração selectiva conduz a muito bons resultados.
Outras técnicas têm sido utilizadas para contornar os problemas numéricos associados à
integração da matriz de rigidez, tais como técnicas de interpolações distintas para o campo
de deslocamentos e de rotações. Outras determinam a posição dos pontos de Gauss onde
deve ser calculada a matriz de rigidez por deformação de corte. Estes pontos são obtidos
com base num elemento submetido a flexão pura, dado que neste caso, o trabalho de
deformação por corte tem de ser nulo [Oña92, Zie89].
Realizou-se um segundo estudo em que se considerou a mesma viga, no entanto com um
número de elementos finitos fixo: 8. Alterou-se o valor da carga uniformemente distribuída
para 100 kN/m. Fixou-se a largura da viga em 1.0 m. Em seguida, fez-se variar a altura
desta. Nas Figuras 6.9 e 6.10 apresenta-se a relação entre a flecha normalizada, ϕ, e a
esbelteza da viga, λ, para o elemento de 2 e 3 nós. Por esbelteza entende-se a relação entre
o vão da viga, l, e a respectiva altura, h. A flecha normalizada é obtida pela razão entre a
flecha obtida e a flecha determinada segundo a formulação de Euler-Bernoulli,
BernoulliEuler−δ , isto é:
EI384lp5 4
BernoulliEuler ⋅⋅⋅
=δ − .
(6.90)
No que se refere ao elemento de 2 nós é possível constatar que, quando se utiliza a
integração exacta, com o aumento da esbelteza a solução obtida afasta-se da solução
teórica. No caso do elemento de 2 nós com integração selectiva a solução aproxima-se
razoavelmente da teórica.
No elemento de 3 nós com integração selectiva, os resultados obtidos coincidem com os da
solução teórica. Para o caso do elemento de 3 nós com integração exacta, é possível
Capítulo 6
142
verificar que a solução é bastante boa para esbeltezas baixas. Contudo, à medida que a
esbelteza aumenta a solução afasta-se ligeiramente da teórica.
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1 10 100 1000
λ
ϕ
Integração ExactaIntegração SelectivaSolução de TimoshenkoSolução de Euler-Bernoulli
Figura 6.9 - Estudo de convergência considerando elementos de 2 nós.
0.90
0.95
1.00
1.05
1.10
1.15
1.20
1.25
1.30
1.35
1.40
1 10 100 1000
λ
ϕ
Integração Exacta
Integração Selectiva
Solução de Timoshenko
Solução de Euler-Bernoulli
Figura 6.10 - Estudo de convergência considerando elementos de 3 nós.
Neste trabalho dar-se-á preferência às integrações selectivas e, em particular, ao recurso ao
elemento de viga de 3 nós.
Modelação Numérica
143
6.3 Modelo de análise estática não linear
6.3.1 Requisitos de um modelo
Os modelos numéricos de análise não linear material de estruturas porticadas submetidas a
cargas alternadas deverão procurar reproduzir os principais fenómenos que ocorrem nos
seus principais elementos constituintes, isto é, vigas e pilares. No que se segue, serão
expostos os principais fenómenos ocorridos em vigas e pilares quando sujeitos a cargas
cíclicas.
6.3.1.1 Comportamento de elementos de viga
O CEB [CEB94] procedeu a um levantamento dos ensaios cíclicos em vigas de betão
armado, que apresentavam fundamentalmente as seguintes características:
• a grande maioria dos ensaios decorria sob controlo dos deslocamentos
alternados numa das extremidades;
• prevalecia a deformabilidade por flexão;
• as secções transversais apresentavam forma rectangular e eram simetricamente
armadas.
Os resultados típicos neste tipo de ensaios são diagramas força-deslocamento (F-δ),
momento-curvatura (M-ρ) e momento-rotação (M-θ).
Os aspectos mais importantes que foi possível observar (alguns dos quais também
observados nos ensaios quase-estáticos descritos no Capítulo 5) foram os seguintes
(Figura 6.11):
i. o carácter envolvente e, por vezes, assimptótico do diagrama monotónico;
ii. o efeito da degradação de rigidez na descarga;
iii. o efeito de estreitamento dos diagramas histeréticos (pinching);
iv. o efeito da degradação de rigidez na recarga;
v. o efeito da degradação de resistência;
Capítulo 6
144
vi. o colapso progressivo.
Estreitamento dodiagrama
histerético
Degradação da rigidez na recarga
Degradação darigidez na descarga
Degradação daresistência
Início da plastificação daarmadura longitudinal
Início do endurecimentoda armadura longitudinal
Figura 6.11 - Principais fenómenos que ocorrem numa viga sujeita
a deslocamentos alternados [Ma76].
De uma forma geral, os diagramas monotónicos correspondem à envolvente superior dos
diagramas de ensaios cíclicos. O diagrama monotónico pode ser decomposto em três
ramos, ou zonas perfeitamente distintas. O primeiro ramo apresenta um andamento
praticamente elástico até ao início da fendilhação. O processo de fendilhação
desenvolve-se de uma forma gradual, traduzido pela suave diminuição de rigidez do ramo
seguinte. Nesta fase, ocorre um escorregamento da armadura longitudinal traccionada. A
entrada no terceiro ramo do diagrama coincide com uma perda brusca de rigidez, devida à
Modelação Numérica
145
entrada em cedência das armaduras traccionadas. Depois da cedência a resistência do
elemento continua a aumentar dado que, por um lado, o braço do binário resistente
aumenta e, por outro, dá-se o início do endurecimento do aço (“hardening” na
nomenclatura inglesa). Nesta fase, a rotura do betão de recobrimento (“spalling of concrete
cover”), designada no presente trabalho por descasque, provoca uma ligeira diminuição da
resistência. Dependendo da magnitude das deformações a armadura comprimida poderá
plastificar.
A primeira descarga a partir do ramo de cedência apresenta, numa fase inicial, uma rigidez
superior à rigidez elástica. A partir daí assiste-se a uma descompressão progressiva e
gradual da região de betão anteriormente comprimido, resultando uma perda da rigidez
(“stiffness degradation”). Quando o elemento está completamente descarregado permanece
uma deformação permanente significativa, resultante das deformações plásticas
permanentes na armadura e do escorregamento residual entre a armadura e o betão.
Existem fendas permanentes para força nula.
O ramo de recarga compreendido entre a intersecção com o eixo das deformações e a carga
no sentido contrário ao do anterior semi-ciclo, apresenta-se, numa fase inicial, muito
suave. A reduzida rigidez desta fase é consequência das ocorrências no semi-ciclo anterior,
nomeadamente:
• a existência de fendas abertas;
• a incursão plástica das armaduras;
• a existência do escorregamento entre o betão e as armaduras.
Nesta fase a resistência do elemento é garantida, exclusivamente, através dos varões
longitudinais. Como resultado existe um aparente amolecimento do comportamento
durante o ramo de recarga. As fendas vão-se gradualmente fechando até que as duas faces
opostas, estejam em contacto, mobilizando novamente a rigidez do betão. Normalmente,
esta fase ocorre depois da cedência da armadura comprimida. O fecho das fendas e a
reactivação do betão conduz a um aumento gradual da rigidez do ramo de recarga. Os
fenómenos descritos conduzem a um estreitamento do diagrama histerético, conforme se
ilustra na Figura 6.11. Ao efeito de estreitamento dos diagramas histeréticos dá-se,
usualmente, a designação de pinching.
Capítulo 6
146
Após o efeito de pinching ter terminado, o ramo de recarga inicia novamente um efeito de
amolecimento devido à entrada em cedência da armadura traccionada. Embora esta recarga
possa ser considerada como sendo um carregamento virgem para a direcção em causa,
verifica-se que a resposta obtida para esta direcção face à anterior é mais suave. Esta
suavidade resulta, do efeito de Bauschinger ocorrido quer nas armaduras da face superior,
quer nas armaduras da face inferior.
Nos ciclos seguintes assiste-se a uma degradação de resistência traduzida no facto dos
diagramas cíclicos se afastarem progressivamente para o interior dos correspondentes
diagramas monotónicos. As principais razões para este facto são as seguintes:
• a alternância de abertura e fecho das fendas causam degradação de rigidez e de
resistência do betão comprimido, assistindo-se a uma degradação da ligação das
faces das fendas;
• a deterioração das condições de aderência aço-betão para ciclos repetidos de
igual amplitude degrada a contribuição do betão entre fendas (“tension-stiffening
effect”);
• o descasque do betão de recobrimento (“spalling of concrete cover”);
• a encurvadura dos varões longitudinais.
O colapso progressivo está associado à degradação de resistência, verificando-se que
quando existe falta de estabilização da resistência para ciclos repetidos de igual amplitude,
o colapso está iminente. Segundo o CEB [CEB94], o colapso é gradualmente controlado
pela progressiva degradação das zonas de compressão. A deterioração inicia-se com o
descasque, agrava-se com a encurvadura local dos varões longitudinais que perderam o
suporte lateral proporcionado pelo betão de recobrimento e aumenta com a desintegração
do betão do núcleo muitas vezes precipitada pela propagação de fendas de corte na zona de
compressão. De uma forma geral, propõe-se para critério convencional de colapso o final
de um determinado semi-ciclo em que se obteve, pelo menos, uma resistência 20 % mais
baixa que a resistência máxima observada.
Modelação Numérica
147
6.3.1.2 Comportamento de pilares
Relativamente a ensaios em pilares, o CEB [CEB94] refere que os ensaios mais correntes
são aqueles em que o pilar de secção transversal rectangular, simetricamente armado e
encastrado na base, é sujeito na extremidade livre a um esforço axial constante e a uma
história de deslocamentos transversais alternados.
Os resultados típicos, tal como nos ensaios em vigas, são diagramas força-deslocamento
(F-δ), momento-curvatura (M-ρ) e momento-rotação (M-θ).
A introdução do esforço axial modifica o comportamento inelástico à flexão, sendo os
aspectos mais relevantes aqui realçados:
• a acção do esforço axial induz também acentuados efeitos de pinching; contudo,
ao contrário das vigas (sujeitas a flexão simples), o binário resistente é
complementado com a intervenção activa do betão;
• a degradação de resistência aumenta consideravelmente ao longo dos ciclos de
amplitude crescente com o crescimento do valor de esforço axial normalizado,
( )ν = ⋅N A fc c , especialmente, para valores da ordem de 0.4. A gradual ou
abrupta ocorrência do colapso é influenciada pelo valor do esforço axial e do
nível de confinamento transversal;
• a redução do nível de ductilidade.
6.3.2 Implementação do modelo
Para modelar o comportamento não linear histerético, no programa de elementos finitos
desenvolvido, utilizou-se uma formulação em que a secção transversal é decomposta em
camadas paralelas à linha neutra. Estas camadas podem ser de betão ou de armadura, sendo
o comportamento do elemento regido ao nível dos pontos de Gauss, na direcção
longitudinal. Com base na lei de deformações ao longo da secção, e considerando as
hipóteses de Timoshenko, é possível avaliar a rigidez de cada camada e, por conseguinte, a
rigidez do elemento. Esta rigidez é definida por intermédio das leis constitutivas dos
materiais intervenientes. Estes aspectos são esquematizados na Figura 6.12.
Capítulo 6
148
y
z
x,G
εbetão
εarmadura
Figura 6.12 - Discretização da secção transversal em camadas de armadura e de betão.
As leis constitutivas dos materiais intervenientes são iminentemente não lineares, pelo que
o sistema de equações de equilíbrio é não linear. A resolução deste sistema de equações é
efectuada por intermédio da aplicação do método de Newton-Raphson [Aze85, Zie90]. As
alterações efectuadas na determinação da matriz de rigidez, o processo de cálculo das
forças internas e o algoritmo não linear adoptado, são apresentados nas próximas secções.
6.3.2.1 Matriz de rigidez
Para proceder à análise não linear material, a matriz de rigidez de cada elemento passa a
ter um aspecto formal diferente. Assim, esta é determinada por meio da contribuição de
cada camada, quer de betão quer de armadura. As diferentes componentes da matriz de
rigidez associadas às camadas de betão obtêm-se da seguinte forma:
K B D B J Waab
aT
a
b
ap
N
p
af
af
= ⋅ ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
1
ξ
ξ
det , (6.90)
com,
Modelação Numérica
149
D D b z za
b
af kb
k ks
ki
k
NC∧
== ⋅ ⋅ −∑ , ( )
1, (6.91)
K B D B J Wafb
aT
af
b
fp
N
p
af
af
= ⋅ ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
1
ξ
ξ
det , (6.92)
K B D B J Wfab
fT
fa
b
ap
N
p
af
af
= ⋅ ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
1
ξ
ξ
det , (6.93)
em que,
D D D b z z zaf
b
fa
b
af kb
k ks
ki
k
NC
km
∧ ∧
== = ⋅ ⋅ − ⋅∑ , ( )
1 (6.94)
K B D B J Wffb
fT
f
b
fp
N
p
af
af
= ⋅ ⋅
⋅ ⋅
∧
=∑
1
ξ
ξ
det , (6.95)
com,
( )D D b z z zf
b
af kb
k ks
ki
k
NC
km
∧
== ⋅ ⋅ − ⋅∑ , ( )
1
2 (6.96)
em que, Kaab , Kaf
b , Kfab e Kff
b são as submatrizes de rigidez associadas à deformação axial,
à deformação de interacção axial-flexão e flexão-axial e à deformação de flexão,
respectivamente. Por sua, vez Daf kb
, e bk são o módulo de elasticidade longitudinal
tangente e a largura da linha média da camada genérica k. zki , zk
m e zks são,
respectivamente, a cota inferior, intermédia e superior da camada k (ver Figura 6.13),
medidas a partir do centro de gravidade da secção. NC corresponde ao número de camadas
de betão em que a secção é discretizada.
Capítulo 6
150
y
z
x,G
iz
kb
k kmz z s
k
Figura 6.13 - Simbologia utilizada na discretização das camadas.
Neste modelo foi desprezada a rigidez à flexão da própria camada. Caso se pretendesse
obter a contribuição da rigidez à flexão da própria camada, a expressão de Df
b∧
passaria a
ser dada por [Bar89]:
( ) ( )[ ]D D b z zf
b
af kb
k ks
ki
k
NC∧
== ⋅ ⋅ −∑ ,
3 3
13. (6.97)
É de salientar que esta simplificação não introduz erros significativos desde que se utilize
um número de camadas suficiente para simular adequadamente o comportamento da
secção transversal. É possível verificar que para uma secção discretizada em 10 a 12
camadas, o erro é inferior a 1.0 % [Bar95].
No modelo desenvolvido admitiu-se comportamento linear para deformação por corte. A
contribuição dos termos de rigidez de corte para a matriz de rigidez do elemento
processa-se de forma igual à descrita na secção 6.2.
Modelação Numérica
151
As armaduras são discretizadas em elementos finitos de 2 ou 3 nós. À rigidez dos
elementos finitos que simulam o betão, é adicionada a rigidez dos elementos que simulam
a armadura. Porém, as camadas de armadura, excentricamente posicionadas em relação à
linha média da secção, introduzem termos de flexão na matriz de rigidez do elemento. A
matriz de rigidez da armadura é definida por:
K B D B J Waas
aT
a
s
ap
N
p
af
af
= ⋅ ⋅
⋅ ⋅
∧
=∑
1
ξ
ξ
det , (6.98)
com,
D D Aa
s
af ns
ns
n
NS∧
== ⋅∑ ,
1, (6.99)
K B D B J Wafs
aT
af
s
fp
N
p
af
af
= ⋅ ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
1
ξ
ξ
det , (6.100)
K B D B J Wfas
fT
fa
s
ap
N
p
af
af
= ⋅ ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
1
ξ
ξ
det , (6.101)
em que,
D D D A zaf
s
fa
s
af ns
ns
n
NS
n
∧ ∧
== = ⋅ ⋅∑ ,
1, (6.102)
K B D B J Wffs
fT
f
s
fp
N
p
af
af
= ⋅ ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
1
ξ
ξ
det , (6.103)
sendo,
( )D D A zf
s
af ns
ns
n
NS
n
∧
== ⋅ ⋅∑ ,
1
2, (6.104)
em que, Kaas , Kaf
s , Kfas e Kff
s são as submatrizes de rigidez associadas à deformação axial,
de deformação de interacção axial-flexão e de flexão-axial e deformação de flexão,
Capítulo 6
152
respectivamente. Por sua vez, Daf ns
, é o módulo de elasticidade longitudinal tangente da
armadura, Ans é a área de armadura existente na camada n, à cota zn medida em relação ao
centro de gravidade da secção transversal. NS corresponde ao número de camadas de
armaduras consideradas.
Utilizou-se a mesma regra de integração para o cálculo da matriz de rigidez dos elementos
de betão e de armadura.
6.3.2.2 Forças internas
No estabelecimento da configuração de equilíbrio é necessário calcular as forças nodais
equivalentes ao estado de tensão instalado. Assim, para um determinado elemento, as
expressões que determinam as forças nodais no betão são:
{ }f N B N J Wab
xb
aT
bp
N
paf
af
int, det= = ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
ξ
ξ
1 (6.105)
em que
( )N b z zb af kb
k ks
ki
k
NC∧
== ⋅ ⋅ −∑σ ,
1, (6.106)
{ }f M B M J Wfb
yb
fT
bp
N
paf
mf
int, det= = ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
ξ
ξ
1 (6.107)
em que
M b z z zb af kb
k ks
ki
k
NC
km
∧
== ⋅ ⋅ − ⋅∑σ , ( )
1 (6.108)
e,
Modelação Numérica
153
{ }f V B Q J Wcb
y cT
bp
N
pc
c
int, det= = ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
ξ
ξ
1 (6.109)
sendo
Q Ab c
∧∗= ⋅ τ . (6.110)
Sendo A∗ a área reduzida de corte e τc a tensão tangencial. Nas expressões anteriores
f abint, , f f
bint, e f c
bint, são as forças nodais equivalentes aos esforços axiais, de flexão e de
corte, respectivamente. σaf kb
, é a tensão normal na camada k.
Na armadura, as forças nodais equivalentes aos esforços axiais, f asint, , e de flexão, f f
sint, , são
determinadas da seguinte forma:
{ }f N B N J Was
xs
aT
sp
N
paf
af
int, det= = ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
ξ
ξ
1 (6.111)
em que
N As mf ns
ns
n
NS∧
== ⋅∑σ ,
1 (6.112)
{ }f M B M J Wfs
ys
fT
sp
N
paf
af
int, det= = ⋅
⋅ ⋅∧
=∑
ξ
ξ
1 (6.113)
em que
M A zs af ns
ns
nn
NS∧
== ⋅ ⋅∑σ ,
1, (6.114)
Capítulo 6
154
sendo σaf ns
, a tensão normal para a armadura n. No cálculo das forças nodais equivalentes
no betão e na armadura recorreu-se à mesma ordem de integração, que foi adoptada para a
integração da matriz de rigidez daqueles materiais.
6.3.2.3 Leis constitutivas
As leis constitutivas da armadura e do betão que foram implementadas no modelo
pretenderam modelar o comportamento global que se verifica em ensaios experimentais
(ver secção 6.3.1).
6.3.2.3.1 Lei constitutiva do betão
Na resposta de peças lineares de betão armado a acções cíclicas, o comportamento
mecânico das regiões de betão é muito menos relevante que o do aço, sendo a importância
dos caminhos de descarga/recarga diminuta. Assim, a modelação do comportamento do
betão passa pelo recurso a modelos relativamente simples. Contudo, estes deverão
apresentar especial cuidado na envolvente monotónica, pois esta marca de algum modo, a
resposta global [Gom92].
É habitual classificar os modelos para betão de triaxiais, biaxiais e uniaxiais, consoante
estes tenham por base ensaios experimentais triaxiais, biaxiais ou uniaxiais de compressão
e de tracção. Ao nível analítico, a distinção entre os modelos faz-se quando as relações
constitutivas se exprimem à custa do tensores das tensões e das deformações, ou apenas de
uma componente considerada como dominante. Dentro dos modelos triaxiais existe a
seguinte classificação [Pro96]:
• modelos baseados na Teoria da Elasticidade;
• modelos baseados na Teoria da Plasticidade;
• modelos baseados na Mecânica da Fractura.
Os modelos uniaxiais são os mais utilizados, devido à simplicidade da sua formulação e à
facilidade de serem integrados nos modelos de fibras. Dado que não foi considerado o
efeito de encurvadura optou-se por desenvolver apenas um modelo que tem em conta o
Modelação Numérica
155
efeito do confinamento no betão promovido pela existência de cintas, no caso de pilares, e
de estribos no caso de vigas.
Um dos modelos mais utilizados tem sido o de Scott, Park e Priestley [Sco82]. Neste
trabalho, apresenta-se uma versão de Gomes [Gom92] que conjuga a envolvente de Scott,
Park e Priestley com as regras de descarga e recarga seguidas por Thompson e
Park [Tho80]. O modelo proposto considera o efeito da cintagem quer na tensão máxima e
correspondente extensão máxima, quer na inclinação do ramo descendente. Com base em
resultados experimentais, a envolvente monotónica é definida por três ramos (Figura 6.14):
0 2. ⋅ ⋅k fc
k fc⋅
εc maxεc20k c⋅ ε 0
Ec0
z k fc⋅ ⋅
ε c
σc
Figura 6.14 - Envolvente monotónica proposta por Scott, Park e Priestley [Sco82].
Capítulo 6
156
( )[ ]σ
εε
εε
ε ε
ε ε ε ε ε
ε ε ε
c
cc
c
c
cc c
c c c c c c
c c c c
k fk k
se k
k f z k se k
k f se
=
⋅ ⋅⋅⋅
−⋅
≤ ⋅
⋅ ⋅ − ⋅ − ⋅ ⋅ < ≤
⋅ ⋅ < ≤
2
1
0 2
0 0
2
0
0 0 20
20. max
(6.115)
em que:
• εc e σc são a extensão e tensão do betão;
• fc é a tensão média de rotura à compressão em cilindros (de altura e diâmetro,
300 e 150 mm, respectivamente) expressa em MPa;
• k é o parâmetro que define o efeito de cintagem dado por,
kf
v sw
c= +
⋅1 0ρ σ
; (6.116)
• z é o coeficiente que define o declive do ramo descendente da curva,
zf
fbs
kc
cv c
=+ ⋅⋅ −
+ ⋅ ⋅ − ⋅
0503 0 29
145 100034 0
.. '
ρ ε; (6.117)
• ρv é a relação volumétrica da armadura transversal definida por:
ρvswAs
b db d
= ⋅ ⋅+⋅
2' ' '
' '; (6.118)
sendo Asw' a área de um ramo do estribo, b’ e d’, a largura e altura do núcleo
cintado da secção, medidas em relação às faces exteriores do estribo,
respectivamente, e s é o espaçamento dos estribos;
Modelação Numérica
157
• k c⋅ ε 0 é a extensão correspondente ao ponto onde ocorre a tensão máxima
( εc0 0 002= . );
• a deformação limite do ramo descendente é dada por:
ε εc ckz20 0
08= ⋅ +
.; (6.119)
• σsw0 é a tensão de cedência dos estribos expressa em MPa. A deformação
máxima, εc max , é dada por:
ε ρσ
c vsw
max . .= + ⋅ ⋅0 004 0 9300
0 . (6.120)
Os caminhos de descarga e recarga são definidos por ramos rectos (Figura 6.15). A lei é
definida a partir do ponto de inversão (εc1, σc1) e é dada por:
( )σ ε ε σc c c c cE= ⋅ − ⋅1 1 1 , (6.121)
sendo Ec1 o declive do ramo de descarga/recarga dado por:
( )
E
E se k
kk
E se k
E se
c
c c c
c c
c cc c c c
c c c c
1
0 0
1 0
20 00 0 20
0 20
0 8 0 7
01
=
≤ ⋅
− ⋅− ⋅− ⋅
⋅ ⋅ < ≤
⋅ < ≤
ε ε
ε εε ε
ε ε ε
ε ε ε
. .
. max
(6.122)
e Ec0 é o módulo de elasticidade longitudinal na origem (em MPa), dado por:
Capítulo 6
158
E fc c0 1000= ⋅ (6.123)
ε c
σc
k fc⋅
0 2. ⋅ ⋅k fc
Ec1
Ec1
Ec1
k c⋅ ε 0 ε c maxεc20
Figura 6.15 - Lei de descarga/recarga adoptada para o betão confinado.
6.3.2.3.2 Lei constitutiva da armadura
Tal como foi referido na secção 6.3.1, a armadura tem um papel fundamental no
comportamento dos elementos de betão armado sujeitos a acções alternadas. Haverá, pois,
que utilizar um modelo constitutivo para a armadura com rigor suficiente, devendo este ser
capaz de simular os seguintes fenómenos [CEB96] (ver Figura 6.16):
• ramo elástico, patamar de cedência (“Yield plateau”), ramo de endurecimento,
(“Hardening branch”) na primeira incursão;
• o efeito de Bauschinger e a redução do módulo de elasticidade na zona não
elástica;
• o endurecimento cíclico isotrópico.
Modelação Numérica
159
σsy
σsy
σs
Es
Es
εs
Troço deEndurecimento
Patamar deCedência
Efeito deBauschingerEndurecimento cíclico
isotrópico
Degradação do módulode elasticidade, após ainversão da deformação
Figura 6.16 - Principais características do diagrama histerético σ-ε de um aço.
Por incursão entende-se o ramo do diagrama σ-ε compreendido entre pontos de inversão
do sentido da deformação. Uma incursão plástica é uma incursão em que ocorrem
deformações plásticas.
O efeito de Bauschinger traduz-se na antecipação do ramo não elástico para uma tensão
inferior à de cedência. Este efeito só ocorre após uma incursão plástica e, quanto maior for
esta, mais acentuado é esse efeito.
O endurecimento isotrópico consiste no aumento do valor da tensão em ciclos posteriores a
incursões plásticas.
O CEB [CEB96] classifica os modelos existentes com base no tipo de expressão
matemática, a saber:
i. equação algébrica explícita em tensões na forma,
( )σ σ εs s= ; (6.124)
Capítulo 6
160
ii. equação algébrica explícita em extensões na forma,
( )ε ε σs s= ; (6.125)
iii. equação algébrica implícita na forma,
( )f s sε σ, ; (6.126)
iv. equação diferencial de primeira ordem na forma,
( )δσδε
σs
sp s
psE f= = . (6.127)
Por εs representa-se a extensão, σs, a tensão, εsp , a componente plástica da deformação e
Esp o módulo de elasticidade plástico da armadura. Os modelos do tipo i. e ii. são os mais
usados face à sua simplicidade formal. Quando se recorre a modelos baseados no método
dos elementos finitos as formulações do tipo i. são as mais utilizadas.
O modelo do aço implementado foi baseado numa versão de Guedes [Gue97]. A
envolvente monotónica (ver Figura 6.17) é constituída por três ramos distintos. O ramo
elástico é definido à custa do módulo de elasticidade longitudinal, Es , na forma:
σ εs s sE= ⋅ , (6.128)
para 0 ≤ ≤ε εs sy , em que, σs e εs representam a tensão e extensão na armadura, respec-
tivamente. σsy e εsy são a tensão e a correspondente extensão de cedência da armadura. O
patamar de cedência é definido por:
σ σs sy= , (6.129)
válido no intervalo ε ε εsy s sh≤ ≤ . A extensão, εsh , corresponde ao ponto de deformação a
partir da qual se inicia o ramo de endurecimento isotrópico, sendo este ramo de
Modelação Numérica
161
endurecimento definido com recurso a um polinómio de quarto grau e, válido entre os
pontos ( )ε σsh sy, e ( )ε σsu su, :
( )σ σ σ σε εε εs su su sy
su s
su sh= − − ⋅
−−
4
(6.130)
O ponto ( )ε σsu su, é usualmente designado por ponto de rotura.
εshεsy εsu ε
syσ
su
Es
σ
σ
Figura 6.17 - Envolvente monotónica do aço utilizada no modelo numérico.
Como o efeito da encurvadura dos varões longitudinais não é tido em conta, a monotónica
em tracção coincide com a monotónica em compressão.
Nos carregamentos cíclicos Guedes [Gue97] utilizou uma formulação do tipo Giuffré e
Pinto e implementada por Menegotto [Men72]. O modelo cíclico é activado, deixando de
ser válida a envolvente monotónica a partir de uma descarga que inclua a plastificação da
armadura e verifique a relação:
Capítulo 6
162
ε εε
s ssy
max − ≥3
(6.131)
sendo, εs max , a máxima incursão plástica verificada na curva monotónica. Refira-se ainda
que, enquanto a condição (6.128) não for verificada, as descargas na monotónica são
elásticas, isto é, com um módulo de elasticidade de descarga igual ao Es . A expressão que
define a tensão para carregamentos cíclicos é dada por (Figura 6.18):
( )
( )( )σ ε
εεs s
s
R Rsb
b∗ = ⋅ +−
+
⋅*
*
*1
11 , (6.132)
onde
σσ σσ σs
s sr
s sr
* =−−0
, (6.133)
e
εε εε εs
s sr
s sr
* =−−0
, (6.134)
R Ra
a= −
⋅+0
1
2
ξξ
. (6.135)
O ponto ( )ε σsr sr, corresponde ao ponto de inversão da deformação e o ponto ( )ε σs s0 0,
corresponde ao ponto de intersecção das duas assímptotas de inclinação Es e Esh. O
parâmetro b é a razão entre o módulo de elasticidade inicial, Es, e o módulo de elasticidade
do ramo de endurecimento, Esh. Este módulo de elasticidade pode ser estimado pela
seguinte expressão:
Modelação Numérica
163
Eshsu sy
su sy=
−−
σ σε ε
(6.136)
Os parâmetros a1, a2 e R0 que figuram na expressão (6.135) deverão ser aferidos
experimentalmente. O parâmetro R define a forma de transição da curva e está
directamente ligado ao efeito de Bauschinger. O parâmetro ξ mede a diferença entre a
maior deformação verificada ao longo da direcção do carregamento, εs max e, εs0, dividida
por ( )ε εs i sr i0 1, ,− − , isto é,
ξε εε εis s i
s i sr i=
−−
−
−
max ,
, ,
0 1
0 1 (6.137)
εshεsy ε
syσ
σ
sΕ
shΕ
Εshσsy
( )R ξ2
( )R ξ1
( )ε σs s0 0 2,
( )ε σsr sr, 1
( )ε σsr sr, 0( )ε σs s0 0 1,
( )ε σsr sr, 2
Figura 6.18 - Modelo cíclico da armadura implementado no modelo numérico.
Capítulo 6
164
6.3.2.4 Algoritmo de solução não-linear
A resolução de problemas não lineares é efectuada usualmente recorrendo-se a um
processo incremental e iterativo. O vector solicitação é dividido num determinado número
de incrementos e em cada incremento as equações de equilíbrio são resolvidas por
intermédio do método de Newton-Raphson [Aze85, Zie90]. No modelo desenvolvido
implementaram-se as diferentes vertentes do método de Newton-Raphson, podendo a
matriz de rigidez ser calculada:
• em cada incremento e iteração;
• no 1º incremento e 1ª iteração;
• na 1ª iteração de cada incremento;
• na 2ª iteração de cada incremento;
• na 1ª e 2ª iteração de cada incremento.
O código computacional dispõe destas diferentes possibilidades. Verificou-se que, para os
exemplos realizados, (ver secção 6.4) a terceira opção conduzia a uma convergência mais
rápida.
Na resolução de um problema estrutural não linear, em cada fase do processo iterativo é
necessário minimizar o erro associado às equações de equilíbrio da estrutura. O processo
iterativo termina, isto é, a convergência é satisfeita, quando o erro é inferior a determinado
limite. Os principais critérios de convergência podem ser definidos em termos de forças, de
deslocamentos, ou ainda, em termos energéticos.
Para uma determinada iteração i de um incremento n, a convergência em termos de forças
estabelece uma comparação entre a norma das forças nodais não equilibradas, ∆f inint, e a
norma das forças exteriores correspondentes ao referido incremento n, f extn , isto é:
∆f
f
f f
ftoleri
n
extn
extn
in
extn
int, int,=
−≤ . (6.138)
ou,
Modelação Numérica
165
r
ftoleri
n
ext in
,
≤ . (6.139)
Nos critérios em termos de deslocamentos, realiza-se a comparação entre a norma dos
acréscimos de deslocamentos da iteração i e incremento n, ∆din e a norma dos
deslocamentos totais na primeira iteração do incremento n, dn1 , isto é:
∆dd
tolerin
n1
≤ . (6.140)
São vários os critérios usados em termos energéticos. A título exemplificativo,
apresenta-se o critério que estabelece a comparação entre o trabalho realizado pelas forças
residuais na iteração i, no incremento n, r in , nos acréscimos de deslocamento
correspondentes à iteração i, nid∆ , e o trabalho desenvolvido pelas forças residuais na
primeira iteração do incremento n, r n1 , nos acréscimos de deslocamentos correspondentes
∆dn1 , ou seja:
( )( )r d
r dtoleri
n T
in
n T n
⋅
⋅≤
∆
∆1 1
. (6.141)
Em geral, para os critérios de convergência em termos de forças, de deslocamentos e de
energia adoptam-se valores de tolerância (toler) de 0.1 %, 0.1 % e 0.0001 %, respectiva-
mente [Nev93].
A selecção do critério ideal passaria pela utilização simultânea de todos eles. Contudo,
para os problemas em causa, o critério de convergência em termos de forças tem-se
revelado bastante eficiente [Bar95], sendo por isso, o adoptado neste trabalho. A tolerância
Capítulo 6
166
procurou estabelecer um compromisso entre os resultados a obter e o dispêndio de tempo
de cálculo.
O algoritmo não-linear utilizado para o modelo numérico desenvolvido, numa iteração
genérica i de um incremento n é o seguinte:
1. Cálculo da matriz de rigidez tangente, Kin , com base na deformação instalada
na iteração i-1, ain−1 ;
2. Resolução do sistema de equações, sendo rin−1 o vector das forças residuais da
iteração i−1: K a ri
nin
in⋅ = −∆ 1 ;
3. Actualização dos deslocamentos:
a a ain
in
in= +−1 ∆ ;
4. Cálculo das forças nodais equivalentes, f inint, , com base nos deslocamentos ai
n ;
5. Cálculo das forças residuais nodais equivalentes:
r f fin
extn
in= − int, ;
6. Verificação do critério de convergência:
• se rf
tolerin
extn ≤ , implementar novo incremento de carga, ao qual deverá
ser somado o resíduo rin ;
• senão voltar a 1.
Modelação Numérica
167
Durante o processo de convergência, nos exemplos expostos na secção 6.4 ocorreram
problemas numéricos associados ao mau condicionamento da matriz de rigidez. Estes
surgiam, fundamentalmente, na fase em que a armadura sofria incursões plásticas (ao qual
corresponde um módulo de elasticidade tangente reduzido). Para contornar o problema,
adoptou-se a metodologia proposta por Guedes [Gue97], que consiste no estabelecimento
de uma matriz de rigidez, K , resultante da adição de uma percentagem da matriz de
rigidez tangente, Kt , devida ao estado de deformação existente, com uma percentagem da
matriz de rigidez elástica, Kelast , (calculada na primeira iteração do primeiro incremento),
isto é,
( )K K Kt elast= ⋅ − + ⋅1 α α (6.142)
Verificou-se que, em geral, com α = 10 % se obtinha uma convergência rápida com
ausência de problemas numéricos.
6.3.3 Critérios de rotura
No estudo das estruturas sujeitas a acções cíclicas há interesse em explorar todo o
comportamento inelástico do material. Assim, o tipo de critérios de paragem ou rotura dos
modelos numéricos terá, necessariamente, de permitir que nas estruturas sejam atingidos
níveis de deformação superiores àqueles que conduzem à resistência máxima da
secção [Gom92].
A rotura de uma estrutura poderá ser definida ao nível local ou global. A rotura local (ao
nível da secção) consiste em definir um conjunto de critérios bastante objectivos, a partir
dos quais é possível afirmar se a secção rompeu. Em termos da rotura global, os critérios
para a definir são mais complexos e, ainda hoje, o problema está longe de ser resolvido,
dado o número de factores envolvidos (modo de rotura da estrutura, carregamento a que a
estrutura está sujeita, características geométricas e mecânicas das secções, entre outros
factores). Assim, os critérios de rotura que geralmente se utilizam são ao nível local.
Alguns dos critérios de rotura, ao nível local, mais utilizados são [Gom92, Gue97]:
Capítulo 6
168
i. F Fpico y< ⋅0 75. ;
ii. a rotura por esmagamento da secção de betão;
iii. a rotura da armadura.
O primeiro critério consiste em considerar que a rotura ocorre quando se verifica que a
força generalizada, Fpico, é inferior a 75 % da força generalizada que conduziu à cedência
da armadura, Fy.
O segundo critério corresponde, em termos numéricos, a considerar que a deformação das
camadas de betão ultrapassaram o valor máximo de deformação admissível, εcmax.
Definir a rotura dos varões longitudinais (terceiro critério), em termos numéricos,
corresponde a considerar-se que o varão rompe quando o valor acumulado de toda a
história de carga das deformações plásticas de cada incursão, εsplast , atinge um determinado
valor limite, εslim , isto é,
ε εsplast
s∑ ≥ lim . (6.143)
Paralelamente a este critério para a rotura da armadura longitudinal, é possível definir
outro que consiste em admitir que a rotura ocorre quando o nível de deformação, εs ,
excede o valor da deformação de rotura de um ensaio monotónico, εsult , ou seja:
ε εs sult≥ . (6.144)
O Eurocódigo 8 [EC8] também refere um critério de rotura em termos de ductilidades.
Assim, se o dimensionamento for baseado no conceito de pilar-forte e viga-fraca, as zonas
de dissipação de energia concentrar-se-ão nas vigas, exigindo que em todas as zonas
críticas, em especial nos nós de ligação das vigas aos pilares, seja satisfeito o factor
convencional de ductilidade em curvatura, µ 1r (CCDF - “conventional curvature ductility
factor”). O CCDF é dado por:
Modelação Numérica
169
µµµ1
0 85
r y= . , (6.145)
em que, µ0 85. é a curvatura correspondente ao momento pós-pico de 85 % do momento
máximo resistente e, µy é a curvatura de cedência. Em caso algum, as extensões no betão,
εc, e na armadura, εs, deverão ultrapassar os seguintes limites:
ε εc cu≤ e ε εs su k≤ , , (6.146, 6.147)
sendo, εcu a extensão no betão correspondente à tensão pós-pico de 85 % da tensão
máxima de compressão e, εsu k, o valor característico da extensão de rotura da armadura.
No Quadro 6.3 apresentam-se os valores mínimos que as zonas críticas devem apresentar
em termos de factor convencional de ductilidade em curvatura, em função da classe de
ductilidade.
Quadro 6.3 - Valores mínimos do factor convencional de ductilidade em curvatura.
Classe de Ductilidade µ1/r
Baixa 5
Média 9
Elevada 13
No presente modelo numérico apenas foram definidos critérios de rotura ao nível da
secção, a saber:
• rotura da secção por esmagamento do betão;
• rotura da secção por fractura da armadura, devido a ter alcançado a deformação
última na armadura εsult .
Capítulo 6
170
6.4 Exemplos de aplicação
A calibração do modelo numérico foi realizada por intermédio de resultados apresentados
na bibliografia da especialidade e de resultados obtidos experimentalmente, tendo-se
analisado três exemplos.
No primeiro exemplo avalia-se o desempenho do modelo ao nível da simulação do
comportamento de uma secção. Para tal, é comparada a resposta obtida pelo modelo
numérico desenvolvido e por um modelo um existente na bibliografia.
No segundo exemplo é simulado numericamente um dos ensaios efectuados, a viga
V1_75_00.
No terceiro exemplo, os resultados obtidos num ensaio experimental efectuado num pilar
sujeito a acções alternadas são comparados com os resultados obtidos por intermédio do
modelo numérico desenvolvido.
6.4.1 Exemplo 1
Para avaliar o desempenho do modelo desenvolvido ao nível da secção, utilizou-se os
resultados obtidos pelo modelo numérico desenvolvido por Gomes [Gom92] na simulação
do comportamento de uma secção sob acções cíclicas alternadas, em flexão composta. A
semelhança destes modelos ao nível da simulação do comportamento de uma secção de
betão armado está na base da selecção deste exemplo, dado ser possível, desta forma, aferir
o modelo desenvolvido. Gomes [Gom92] estudou uma secção de um pilar de um edifício
(Figura 6.19), sujeita a um esforço axial constate de 400 kN e a uma história de curvaturas
alternadas crescentes representada na Figura 6.20 (considerou 0.009/m como sendo o valor
da curvatura de cedência). A secção foi discretizada em 50 camadas de betão confinado e
150 camadas de betão de recobrimento com 2.0 cm de espessura [Gom92].
Modelação Numérica
171
A armadura longitudinal dista do centro de gravidade da secção de 0.166 m, estando as
suas características mecânicas e outros parâmetros indicados no Quadro 6.4. A armadura
transversal, φ[email protected], apresenta uma tensão de cedência, σsw0, de 400 MPa.
0.30 m
0.40 m8φ16
Figura 6.19 - Secção transversal estudada.
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
0 10 20 30 40 50Semi-ciclo
Cur
vatu
ra/C
urva
tura
de
cedê
ncia
Figura 6.20 - História de curvaturas aplicadas no modelo desenvolvido.
Capítulo 6
172
O betão do núcleo (betão confinado) da classe B30 tem as suas principais características
referidas no Quadro 6.5.
Quadro 6.4 - Parâmetros caracterizadores da armadura longitudinal no exemplo 1.
Módulo de Elasticidade Es 200 (GPa)
Rigidez do Troço de Endurecimento Esh 4 (GPa)
Tensão de Cedência σsy 400 (MPa)
Extensão de Cedência εsy 2.00 (1/1000)
Extensão do início do endurecimento εsh 2.3 (1/1000)
Tensão de Rotura σsu 600 (MPa)
Extensão de Rotura εsu 52 (1/1000)
R0 20.0
a1 19.0
a2 0.30
Parâmetros histeréticos
Com vista à simulação numérica deste exemplo com o modelo numérico desenvolvido,
utilizou-se uma viga simplesmente apoiada (ver Figura 6.21), discretizada com um
elemento de 3 nós, integrado de forma selectiva, ao qual se aplicou, nas extremidades, uma
história de rotações θ. Para que uma viga simplesmente apoiada tenha uma curvatura ρ é
necessário aplicar nas extremidades uma rotação θ de valor ρ/2. Assim, a história de
rotações que foi aplicada à viga correspondeu à história de curvaturas utilizada no modelo
de Gomes e multiplicada por 0.5 (ver Figura 6.20). Aplicou-se ainda o um esforço axial de
400 kN.
Modelação Numérica
173
Quadro 6.5 - Características relativas ao betão confinado utilizadas no exemplo 1.
Tensão média de rotura à compressão em cilindros σc0 25.00 (MPa)
Coeficiente que considera o efeito de cintagem k 1.07
Tensão máxima de compressão kσc0 26.77 (MPa)
Módulo de elasticidade longitudinal na origem Ec0 25.00 (GPa)
Extensão correspondente à tensão máxima kεc0 2.14 (1/1000)
Coeficiente que define o declive do ramo descendente z 81.65
Extensão máxima εcmax 9.28 (1/1000)
Extensão limite do troço descendente εc20 11.94 (1/1000)
Na análise efectuada a secção transversal foi discretizada em 20 camadas de betão, nas
quais se utilizou as características referidas no Quadro 6.5. Para a armadura considerou-se
os parâmetros que figuram no Quadro 6.4.
400 kN
θ = ρ/2θ = ρ/2
1.00 m
Figura 6.21 - Elemento de viga considerado.
No processo incremental-iterativo considerou-se uma tolerância de 1×10-6 e um valor de α
de 10 % no cálculo da matriz de rigidez (ver expressão (6.139)). Na Figura 6.22
apresenta-se o diagrama de momento-curvatura (M-ρ) obtido para uma qualquer secção da
viga e o obtido por Gomes.
É possível verificar que o andamento da curva M-ρ é muito idêntico ao obtido por
Gomes [Gom92]. Contudo, para deformações mais elevadas, as respostas obtidas com os
Capítulo 6
174
dois modelos afastam-se ligeiramente dado que, contrariamente ao modelo de Gomes, o
modelo desenvolvido no presente trabalho não faz distinção entre betão não confinado e
betão confinado. Além disto, nos dois modelos as leis constitutivas do aço são ligeiramente
distintas (no modelo desenvolvido é desprezado o efeito de encurvadura dos varões
longitudinais, enquanto no modelo de Gomes esse efeito é considerado). Nas Figuras 6.23
e 6.24 apresenta-se o diagrama de tensão/extensão (σ-ε) para a armadura junto à face
superior e o diagrama σ-ε na primeira camada de betão.
-0.225
-0.15
-0.075
0
0.075
0.15
0.225
-0.08 -0.06 -0.04 -0.02 0 0.02 0.04 0.06 0.08
Curvatura (1/m)
Mom
ento
(MN
m)
Modelo numérico desenvolvido
Modelo de Gomes
Figura 6.22 - Resposta momento-curvatura obtida pelo modelo numérico
desenvolvido versus modelo de Gomes.
É possível verificar, que o diagrama σ-ε da armadura determinado com o modelo numérico
desenvolvido encontra-se ligeiramente deslocado para a direita (no sentido positivo das
extensões), comparativamente com o obtido por Gomes [Gom92]. Uma das razões está
associada ao facto de, no modelo desenvolvido, a secção transversal apenas conter betão
confinado, o que conduz a uma secção de betão capaz de receber tensões de compressão
mais elevadas, originando o mesmo nível de esforço numa menor área comprimida e,
portanto, uma menor compressão na armadura.
Modelação Numérica
175
-600
-400
-200
0
200
400
600
-0.01 -0.005 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025
Extensões
Tens
ões
(MPa
)
Figura 6.23 - Diagrama de tensão/extensão na armadura junto à face superior.
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0-0.012-0.01-0.008-0.006-0.004-0.0020
Extensões
Tens
ões
(MPa
)
Figura 6.24 - Diagrama de tensão/extensão na primeira camada de betão (inferior).
Por último, será de referir que a rotura no modelo de Gomes deu-se para o critério de
M Mpico y< ⋅0 75. , aquando da encurvadura dos varões longitudinais. Não foi possível obter
Capítulo 6
176
a rotura convencional que Gomes obteve, dado que o algoritmo desenvolvido não
contempla tal critério de rotura.
6.4.2 Exemplo 2
Neste exemplo, procedeu-se à comparação dos resultados experimentais obtidos na viga
V1_75_00 com a simulação numérica. A viga foi discretizada longitudinalmente em 15
elementos finitos de 3 nós de igual comprimento, e transversalmente por 20 camadas de
betão e 2 camadas de armadura (Figura 6.25). As principais características do betão
figuram no Quadro 6.6, e as principais características da armadura longitudinal
encontram-se representadas no Quadro 6.7. A solicitação imposta à viga consistiu em
aplicar deslocamentos nos pontos correspondentes aos deslocamentos δ2 e δ4 (Figura 6.26).
Esses deslocamentos aplicados na simulação numérica (Figura 6.27) resultaram do valor
médio registado experimentalmente nos LDVT’s 2 e 4 (ver Capítulo 5).
6φ8 φ3@75
Figura 6.25 - Discretização da secção transversal para a
simulação numérica da viga V1_75_00.
Modelação Numérica
177
Quadro 6.6 - Características relativas ao betão confinado utilizadas no exemplo 2.
Tensão média de rotura à compressão em cilindros σc0 35.00 (MPa)
Coeficiente que considera o efeito de cintagem k 1.02
Tensão máxima de compressão kσc0 35.70 (MPa)
Módulo de elasticidade longitudinal na origem Ec0 35.00 (GPa)
Extensão correspondente à tensão máxima kεc0 2.04 (1/1000)
Coeficiente que define o declive do ramo descendente z 122.55
Extensão máxima εcmax 9.28 (1/1000)
Extensão limite do troço descendente εc20 8.57 (1/1000)
Utilizou-se integração selectiva para o cálculo da matriz de rigidez e das forças nodais
equivalentes. Durante o processo incremental iterativo considerou-se uma tolerância de
1×10-6 e uma parcela da matriz de rigidez elástica, α, de 10 %.
Quadro 6.7 - Parâmetros caracterizadores da armadura longitudinal no exemplo 2.
Módulo de Elasticidade Es 200 (GPa)
Rigidez do Troço de Endurecimento Esh 0.567 (GPa)
Tensão de Cedência σsy 450 (MPa)
Extensão de Cedência εsy 2.25 (1/1000)
Extensão do início do endurecimento εsh 30 (1/1000)
Tensão de Rotura σsu 528 (MPa)
Extensão de Rotura εsu 175 (1/1000)
R0 20.0
a1 18.5
a2 0.15
Parâmetros histeréticos
Capítulo 6
178
0.50 m 0.50 m0.50 m
δ δ2 4
Figura 6.26 - Sistema de aplicação de deslocamentos no modelo numérico.
Na Figura 6.28 ilustra-se a resposta força-deslocamento (F-δ) no ponto de imposição do
deslocamento δ2, estando o correspondente diagrama de energia total representado na
Figura 6.29.
-20.00
-15.00
-10.00
-5.00
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
0 5 10 15 20 25 30 35
Semi-ciclos
Des
loca
men
tos
(mm
)
LVDT2
LVDT4
Figura 6.27 - História de deslocamentos registados experimentalmente
na viga V1_75_00 nos LVDT’s 2 e 4.
Modelação Numérica
179
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Numérico
Experimental
Figura 6.28 - Diagrama F-δ obtido numericamente e experimentalmente.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 50 100 150 200 250
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
Numérico
Experimental
Figura 6.29 - Diagrama de energia total obtido numericamente e experimentalmente.
Capítulo 6
180
A partir das Figuras 6.28 e 6.29 conclui-se que o modelo numérico de uma forma global
aproxima razoavelmente os resultados experimentais, embora numa fase inicial a
aproximação não seja tão boa. Como razões fundamentais refere-se, por um lado, o facto
do modelo numérico não contemplar a resistência à tracção do betão (o efeito de “tension
stiffening” e “tension softeting”) e, por outro, para níveis baixos de deformação, a lei
constitutiva numérica do betão à compressão ser muito pouco dissipativa. Para valores de
deformação mais elevados (da ordem dos 110 mm - deslocamentos acumulados) constata-
-se que o modelo reproduz com maior rigor a realidade. É possível verificar que o modelo
numérico simulou melhor o comportamento da viga para valores de força positivos. A
razão deste fenómeno está associada à heterogeneidade verificada nas vigas, já referida no
Capítulo 5.
Na Figura 6.30 ilustra-se a resposta F-δ obtida numericamente e experimentalmente a meio
vão da viga. O valor da força, F, considerado foi o dobro do valor obtido numericamente
no ponto correspondente a δ2, e corresponde à força que os actuadores exercem sobre a
viga. A correspondente energia total representa-se na Figura 6.31.
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
-25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Numérico
Experimental
Figura 6.30 - Diagrama F-δ obtido numericamente e experimentalmente.
Modelação Numérica
181
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 50 100 150 200 250 300
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
Numérico
Experimental
Figura 6.31 - Diagrama de energia total obtido numericamente e experimentalmente.
O comportamento obtido a meio vão foi em tudo idêntico ao obtido num dos pontos de
aplicação de deformação (δ2 e δ4). Contudo, para este caso verifica-se um diferencial de
deslocamento entre o valor obtido numericamente e experimentalmente (mais visível na
fase final do diagrama de deslocamentos acumulados).
No modelo numérico não foi possível simular a rotura da viga V1_75_00 dado que rompeu
por corte.
6.4.3 Exemplo 3
No terceiro exemplo realizado procedeu-se à comparação dos resultados experimentais
obtidos num dos pilares ensaiados por Guedes [Gue97] com os resultados obtidos com o
modelo numérico desenvolvido. O pilar ensaiado P213C (designação adoptada por
Guedes) com 7.82 m de altura, cuja secção transversal se ilustra na Figura 6.32, foi sujeito
a uma história de deslocamentos horizontais no topo (extremidade livre) representada na
Figura 6.34. O ponto de aplicação dos deslocamentos localizava-se a 8.40 m da
Capítulo 6
182
extremidade encastrada (ver Figura 6.33). Ao pilar P213C foi-lhe ainda aplicado uma força
de compressão uniaxial de 1700 kN. Considerou-se um recobrimento de 8 mm.
20φ8 6φ12 14φ14
1280
φ5@60
160 160
160
480
160
Figura 6.32 - Secção transversal do pilar P213C e correspondente discretização no modelo numérico.
Modelação Numérica
183
7.82
m0.
58 m
1700 kN
Deslocamento Imposto
Figura 6.33 - Sistema de aplicação dos deslocamentos.
-0.30
-0.20
-0.10
0.00
0.10
0.20
0.30
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Semi-ciclos
Des
lcam
ento
Impo
sto
(m)
Figura 6.34 - Lei de deslocamentos impostos.
Capítulo 6
184
Para a discretização longitudinal do pilar utilizaram-se 10 elementos com 840 mm de
comprimento e, para a discretização transversal utilizaram-se 24 camadas de betão com a
espessura de acordo com a Figura 6.32 e, 14 camadas de armadura longitudinal.
Utilizaram-se elementos de 3 nós com integração selectiva, considerou-se α = 10 % e uma
tolerância de 1×10-4. As características utilizadas para definir o betão confinado
encontram-se no Quadro 6.8, enquanto que no Quadro 6.9 referem-se as características
associadas à armadura longitudinal.
Quadro 6.8 - Características relativas ao betão confinado utilizadas no exemplo 3.
Tensão média de rotura à compressão em cilindros σc0 39.00 (MPa)
Coeficiente que considera o efeito de cintagem k 1.07
Tensão máxima de compressão kσc0 41.81 (MPa)
Módulo de elasticidade longitudinal na origem Ec0 39.00 (GPa)
Extensão correspondente à tensão máxima kεc0 2.14 (1/1000)
Coeficiente que define o declive do ramo descendente z 100.00
Extensão máxima εcmax 10.00 (1/1000)
Extensão limite do troço descendente εc20 10.14 (1/1000)
Quadro 6.9 - Parâmetros caracterizadores da armadura longitudinal no exemplo 3.
Módulo de Elasticidade Es 206 (GPa)
Rigidez do Troço de Endurecimento Esh 2.39 (GPa)
Tensão de Cedência σsy 500 (MPa)
Extensão de Cedência εsy 2.43 (1/1000)
Extensão do início do endurecimento εsh 23 (1/1000)
Tensão de Rotura σsu 625 (MPa)
Extensão de Rotura εsu 98 (1/1000)
R0 10.0
a1 9.0
a2 0.15
Parâmetros histeréticos
Modelação Numérica
185
Na Figura 6.35 ilustra-se o diagrama F-δ obtido numericamente e experimentalmente para
o ponto onde foi imposto o deslocamento (a 8.40 m da secção de encastramento). Na
Figura 6.36 ilustra-se o respectivo diagrama de energia total.
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3
Deslocamentos (m)
Forç
a (M
N)
Experimental
Numérico
Figura 6.35 - Diagrama F-δ obtido experimentalmente e numericamente.
É possível constatar a partir do diagrama de F-δ obtido que, numa fase inicial, o
comportamento é idêntico. Para deformações crescentes os valores de força obtidos
numericamente aproximam-se, por defeito, aos valores registados experimentalmente.
Uma das razões poderá ter a ver com uma deficiente estimativa das características dos
materiais. Verificou-se, também, que para valores relativamente reduzidos de força, o
modelo revela um acentuado efeito de estreitamento do diagrama histerético. Um factor
que contribuiu para o afastamento dos valores tem a ver com o efeito de encurvadura dos
varões longitudinais, fenómeno esse que o modelo numérico não consegue simular.
Capítulo 6
186
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
0 1 2 3 4 5 6 7
Deslocamento Acumulado (m)
Ener
gia
(MN
m)
Experimental
Numérico
Figura 6.36 - Diagrama de energia total obtido numericamente e experimentalmente.
A partir do diagrama de energia total verificou-se que na fase inicial de deformação o
modelo numérico acompanhou com elevado rigor os valores registados
experimentalmente. Para valores crescentes de deformação os valores de energia total
afastaram-se ligeiramente (numéricos/experimentais). Contudo, verificou-se uma
concordância razoável entre a simulação numérica e os valores experimentais.
6.5 Conclusões
A implementação do elemento finito de viga de Timoshenko veio a revelar-se bastante útil
para a obtenção do modelo de análise não linear. Uma das principais conclusões que foi
retida relativamente ao modelo de análise estática linear, foi a excelência dos resultados
obtidos com o elemento de 3 nós com integração selectiva.
Modelação Numérica
187
O modelo numérico de análise estática não linear desenvolvido permitiu reproduzir o
comportamento não linear material de elementos pertencentes a estruturas porticadas em
betão armado. A partir dos exemplos efectuados foi possível concluir que os principais
fenómenos que ocorrem (degradação de rigidez na descarga e na recarga, efeito de
pinching, degradação de resistência e de rigidez) são simulados com rigor aceitável.
Porém, verificou-se que o efeito de pinching era um pouco acentuado. Os critérios de
rotura implementados revelaram-se insuficientes para prever os modos de rotura ocorridos
experimentalmente.
A implementação de algumas melhorias no modelo numérico torná-lo-ão ainda mais
eficiente, entre as quais de destacam:
• introdução de alterações na lei constitutiva do betão em termos de
descargas/recargas, com vista à “suavização” do efeito de pinching;
• introdução de leis constitutivas para o betão não confinado;
• simulação da encurvadura dos varões longitudinais;
• simulação do escorregamento entre os varões longitudinais e o betão;
• definição de critérios de rotura.
Capítulo 7
Conclusão
7.1 Conclusões gerais
O trabalho efectuado desenvolveu-se em duas áreas complementares: a análise
experimental de elementos de betão armado reforçado com fibras de aço e, o
desenvolvimento de um código computacional para a simulação do comportamento de
estruturas porticadas planas de betão armado sujeitas a acções alternadas.
A análise experimental realizada contemplou o estudo do comportamento uniaxial cíclico
em compressão de provetes cilíndricos e, a realização de ensaios quase-estáticos em vigas.
Quer os provetes, quer as vigas eram armados com diferente percentagem de armadura
transversal e reforçados com 0, 30, 60 e 90 kg de fibras por metro cúbico de betão.
No que diz respeito aos ensaios em provetes cilíndricos o principal benefício da adição de
fibras ao betão verificou-se no aumento da energia em compressão. Aumentando a
percentagem de fibras, verifica-se que a rigidez dos ramos de descarga e recarga, Ec0,
aumenta e, observa-se, ainda, um ligeiro aumento da extensão correspondente à tensão de
pico. Contudo, a tensão de pico não sofreu alterações significativas com a introdução de
fibras de aço. Aumentando a percentagem de armadura transversal a tensão de pico e a
correspondente extensão aumentam, bem como a rigidez das descargas e recargas, Ec0, e a
capacidade de absorção de energia em compressão. O módulo de elasticidade inicial, Eci, é
praticamente independente da quantidade de fibras e cintas utilizadas no reforço dos
provetes ensaiados. Foi ainda possível concluir que existe a possibilidade de substituir,
parcialmente, armadura transversal por fibras sem prejuízo do comportamento do material.
Capítulo 7
190
Dos ensaios efectuados em vigas foi possível concluir que a existência de fibras contribui
de forma decisiva para o comportamento mais dúctil destes elementos. Constatou-se ser
possível substituir parcialmente estribos por fibras. Para valores crescentes da quantidade
de fibras obteve-se valores crescentes da carga de cedência e da carga máxima. A adição
de fibras conduz a elementos com maior capacidade de dissipação de energia e com maior
ductilidade. O material apresenta um melhor comportamento global, permitindo uma maior
redistribuição de esforços e uma melhor distribuição das fendas.
O modelo numérico desenvolvido foi baseado no método dos elementos finitos, tendo sido
utilizado o elemento de Timoshenko para discretizar as barras da estrutura. Da análise
estática linear foi possível concluir que o elemento de 3 nós integrado de forma selectiva
conduz aos resultados dados pela solução exacta. Da análise estática não linear material foi
possível concluir que o modelo reproduz, com rigor aceitável, os principais aspectos que se
observam no comportamento de elementos de betão armado sujeitos a acções alternadas.
Dos exemplos analisados verificou-se que o fenómeno de pinching é demasiado acentuado.
7.2 Sugestões para futuros desenvolvimentos
Em muitos aspectos e a despeito do facto de se terem globalmente atingido os objectivos
inicialmente estabelecidos, a limitação temporal deste trabalho inviabilizou o desenvol-
vimento de alguns aspectos considerados como interessantes, a saber:
• com base nos ensaios em provetes cilíndricos, desenvolver uma lei constitutiva
para a simulação do comportamento uniaxial cíclico em compressão do betão
reforçado com fibras;
• modificações a efectuar no modelo numérico:
1. com vista a suavizar o efeito de pinching, adoptar a lei constitutiva para
o betão de forma que a transição tracção/compressão e
compressão/tracção se dê de uma forma gradual;
2. distinção ao nível da secção transversal entre betão confinado e não
confinado;
3. simulação da encurvadura dos varões longitudinais;
Conclusão
191
4. simulação do escorregamento entre os varões longitudinais e o betão;
5. introdução de leis constitutivas de modelação do comportamento do BRF
à tracção e à compressão de modo a poder reproduzir, com rigor, os
ensaios cíclicos realizados;
6. implementação de um algoritmo de simulação dinâmica de estruturas
porticadas de BARFA de forma a determinar coeficientes de comporta-
mento e demonstrar os benefícios da introdução de fibras de aço neste
tipo de estruturas;
7. adaptar o modelo de forma a analisar estática e dinamicamente estruturas
reforçadas com diferentes tipos de materiais, com especial ênfase, nos
reforços com materiais compósitos.
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Anexo I
Anexo I
201
Não foi possível fotografar osprovetes desta série.
Figura AI.1 - Configuração de rotura dos provetes da série C00_00 (1).
Quadro AI.1 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C00_00.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C00_00_1 48 36.1 35.1 1.7 21.0 209.6 300 12.70
C00_00_2 48 36.7 37.3 1.5 23.8 177.1 300 12.75
C00_00_3 48 35.5 30.9 1.8 19.9 176.1 298 12.70
C00_00_4 48 35.9 24.3 1.9 18.8 179.9 295 12.55
C00_00_5 48 32.9 23.9 1.9 17.8 170.8 298 12.65
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_00_1
C00_00_2
C00_00_3
C00_00_4
C00_00_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C00_00_1
C00_00_2
C00_00_3
C00_00_4
Figura AI.2 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C00_00. Figura AI.3 - Diagrama de degradação de rigidez de
Ec0 nos provetes da série C00_00.
(1) Não foi possível fotografar os provetes desta série.
Anexo I
202
Figura AI.4 - Configuração de rotura dos provetes da série C00_30.
Quadro AI.2 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C00_30.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C00_30_1 40 33.9 28.4 2.0 17.1 291.8 300 12.60
C00_30_2 40 33.8 25.5 1.8 19.0 318.2 299 12.65
C00_30_3 40 32.4 14.9 3.1 10.5 305.0 298 12.60
C00_30_4 40 35.4 31.5 1.8 19.6 296.0 298 12.70
C00_30_5 40 33.9 24.9 2.1 16.2 386.9 298 12.60
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_30_1
C00_30_2
C00_30_3
C00_30_4
C00_30_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Logi
ntud
inal
(GPa
)
C00_30_1
C00_30_2
C00_30_3
C00_30_4
Figura AI.5 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C00_30. Figura AI.6 - Diagrama de degradação de rigidez de
Ec0 nos provetes da série C00_30.
Anexo I
203
Figura AI.7 - Configuração de rotura dos provetes da série C00_60.
Quadro AI.3 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C00_60.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C00_60_1 40 34.1 22.2 2.8 12.3 426.6 300 12.75
C00_60_2 40 34.7 30.6 2.0 17.3 420.7 297 12.75
C00_60_3 40 32.1 19.2 2.5 12.6 422.7 298 12.70
C00_60_4 40 36.6 31.9 1.9 19.4 460.6 299 12.75
C00_60_5 40 34.3 29.3 1.8 18.7 429.1 300 12.80
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_60_1
C00_60_2
C00_60_3
C00_60_4
C00_60_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C00_60_1
C00_60_2
C00_60_3
C00_60_4
Figura AI.8 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C00_60. Figura AI.9 - Diagrama de degradação de rigidez de
Ec0 nos provetes da série C00_60.
Anexo I
204
Figura AI.10 - Configuração de rotura dos provetes da série C00_90.
Quadro AI.4 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C00_90.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C00_90_1 40 32.9 27.5 2.1 15.9 473.2 300 12.75
C00_90_2 40 33.3 24.3 2.4 13.7 535.1 298 12.75
C00_90_3 40 33.1 25.2 2.3 14.6 541.0 298 12.75
C00_90_4 40 34.7 31.6 2.2 16.0 533.0 300 12.90
C00_90_5 40 32.6 25.3 2.7 11.9 629.5 299 12.70
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C00_90_1
C00_90_2
C00_90_3
C00_90_4
C00_90_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C00_90_1
C00_90_2
C00_90_3
C00_90_4
Figura AI.11 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C00_90. Figura AI.12 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C00_90.
Anexo I
205
Figura AI.13 - Configuração de rotura dos provetes da série C270_00.
Quadro AI.5 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C270_00.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C270_00_1 41 (1) (1) (1) (1) (1) 300 13.15
C270_00_2 41 32.2 22.1 1.7 18.9 170.7 299 13.05
C270_00_3 41 32.3 20.7 2.1 15.2 242.2 296 13.15
C270_00_4 41 35.6 31.4 1.6 22.6 197.5 298 13.10
C270_00_5 41 31.7 31.4 1.5 21.6 185.9 298 13.10
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C270_00_2
C270_00_3
C270_00_4
C270_00_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C270_00_2
C270_00_3
C270_00_4
Figura AI.14 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C270_00. Figura AI.15 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C270_00. (1) Não foram considerados os resultados deste provete.
Anexo I
206
Figura AI.16 - Configuração de rotura dos provetes da série C270_30.
Quadro AI.6 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C270_30.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C270_30_1 48 38.7 30.2 1.7 22.2 377.9 300 13.20
C270_30_2 48 28.2 24.3 1.9 14.5 339.6 285 13.15
C270_30_3 48 32.8 28.5 1.9 17.5 395.9 280 13.10
C270_30_4 48 30.8 29.1 2.0 15.6 311.2 300 13.20
C270_30_5 48 36.3 34.9 1.4 25.3 337.1 295 13.20
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C270_30_1
C270_30_2
C270_30_3
C270_30_4
C270_30_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C270_30_1
C270_30_2
C270_30_3
C270_30_4
Figura AI.17 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C270_30. Figura AI.18 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C270_30.
Anexo I
207
Figura AI.19 - Configuração de rotura dos provetes da série C270_60.
Quadro AI.7 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C270_60.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C270_60_1 45 33.8 27.1 2.3 15.0 477.6 300 13.25
C270_60_2 45 31.8 29.3 1.8 17.5 421.2 310 13.30
C270_60_3 45 31.2 19.3 2.6 12.2 447.1 285 13.20
C270_60_4 45 30.3 25.6 2.1 14.2 371.4 280 13.15
C270_60_5 45 30.6 26.7 2.0 15.2 441.5 285 13.25
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C270_60_1
C270_60_2
C270_60_3
C270_60_4
C270_60_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C270_60_1
C270_60_2
C270_60_3
C270_60_4
Figura AI.20 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C270_60. Figura AI.21 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C270_60.
Anexo I
208
Figura AI.22 - Configuração de rotura dos provetes da série C270_90.
Quadro AI.8 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C270_90.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C270_90_1 68 28.7 18.6 3.2 9.0 488.3 300 13.10
C270_90_2 68 33.0 22.1 2.9 11.2 613.0 298 13.15
C270_90_3 68 28.6 23.8 2.3 12.4 449.3 298 13.00
C270_90_4 68 31.7 25.2 2.2 14.6 524.7 300 13.30
C270_90_5 68 32.2 19.5 4.2 7.6 529.7 298 13.15
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C270_90_1
C270_90_2
C270_90_3
C270_90_4
C270_90_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C270_90_1
C270_90_2
C270_90_3
C270_90_4
Figura AI.23 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C270_90. Figura AI.24 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C270_90.
Anexo I
209
Figura AI.25 - Configuração de rotura dos provetes da série C90_00.
Quadro AI.9 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C90_00.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C90_00_1 55 41.3 34.5 2.4 17.3 471.7 297 13.20
C90_00_2 55 38.2 44.3 2.8 13.4 424.1 298 13.25
C90_00_3 55 39.5 42.6 3.0 13.0 440.7 297 13.20
C90_00_4 55 37.7 30.3 3.1 12.0 419.6 297 13.25
C90_00_5 55 44.0 35.1 2.6 17.2 404.3 298 13.35
Amostra
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C90_00_1
C90_00_2
C90_00_3
C90_00_4
C90_00_5
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C90_00_1
C90_00_2
C90_00_3
C90_00_4
Figura AI.26 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C90_00. Figura AI.27 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C90_00.
Anexo I
210
Figura AI.28 - Configuração de rotura dos provetes da série C90_30.
Quadro AI.10 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C90_30.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C90_30_1 54 (1) (1) (1) (1) (1) 297 13.25
C90_30_2 54 37.3 24.8 4.2 8.8 643.3 298 13.25
C90_30_3 54 36.8 26.0 4.0 9.2 603.5 296 13.30
C90_30_4 54 35.4 29.5 3.3 10.7 650.1 300 13.25
C90_30_5 54 36.3 25.3 3.5 10.5 616.9 296 13.10
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C90_30_2
C90_30_3
C90_30_4
C90_30_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Logi
tudi
nal (
GPa
)
C90_30_2
C90_30_3
C90_30_4
Figura AI.29 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C90_30. Figura AI.30 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C90_30. (1) Não foram considerados os resultados deste provete.
Anexo I
211
Figura A1.31 - Configuração de rotura dos provetes da série C90_60.
Quadro AI.11 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C90_60.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C90_60_1 54 39.5 30.3 4.1 9.5 763.2 299 13.30
C90_60_2 54 35.5 26.7 4.7 7.5 691.7 300 13.30
C90_60_3 54 35.9 26.1 3.6 10.1 729.6 299 13.30
C90_60_4 54 37.8 29.1 3.6 10.5 654.2 296 13.40
C90_60_5 54 38.3 28.5 3.4 11.1 753.9 296 13.30
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C90_60_1
C90_60_2
C90_60_3
C90_60_4
C90_60_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C90_60_1
C90_60_2
C90_60_3
C90_60_4
Figura AI.32 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C90_60. Figura AI.33 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C90_60.
Anexo I
212
Figura AI.34 - Configuração de rotura dos provetes da série C90_90.
Quadro AI.12 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C90_90.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C90_90_1 49 34.5 22.6 6.1 5.6 852.4 301 13.30
C90_90_2 49 34.6 24.3 4.6 7.6 784.1 298 13.30
C90_90_3 49 37.6 25.7 4.8 7.9 904.8 296 13.25
C90_90_4 49 35.4 27.6 4.4 8.0 761.9 300 13.30
C90_90_5 49 39.4 25.9 3.9 10.0 876.1 298 13.50
Amostra
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C90_90_1
C90_90_2
C90_90_3
C90_90_4
C90_90_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C90_90_1
C90_90_2
C90_90_3
C90_90_4
Figura AI.35 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C90_90. Figura AI.36 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C90_90.
Anexo I
213
Figura AI.37 - Configuração de rotura dos provetes da série C38_00.
Quadro AI.13 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C38_00.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C38_00_1 47 47.8 28.4 6.2 7.7 850.0 300 13.75
C38_00_2 47 43.4 24.2 8.0 5.4 849.5 299 13.35
C38_00_3 47 40.9 24.2 5.9 7.0 760.7 300 13.70
C38_00_4 47 47.0 28.8 6.4 7.3 933.0 301 13.70
C38_00_5 47 46.0 18.1 6.3 7.3 863.2 299 13.75
Amostra
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C38_00_1
C38_00_2
C38_00_3
C38_00_4
C38_00_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C38_00_1
C38_00_2
C38_00_3
C38_00_4
Figura AI.38 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C38_00. Figura AI.39 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C38_00.
Anexo I
214
Figura AI.40 - Configuração de rotura dos provetes da série C38_30.
Quadro AI.14 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C38_30.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C38_30_1 53 49.2 36.9 5.7 8.7 857.4 300 13.75
C38_30_2 53 48.9 33.1 6.1 8.0 956.9 300 13.70
C38_30_3 53 48.1 36.9 6.8 7.1 924.6 296 13.60
C38_30_4 53 46.5 32.2 6.0 7.8 980.6 300 13.70
C38_30_5 53 47.9 32.9 5.9 8.1 975.6 295 13.70
Amostra
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C38_30_1
C38_30_2
C38_30_3
C38_30_4
C38_30_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C38_30_1
C38_30_2
C38_30_3
C38_30_4
Figura AI.41 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C38_30. Figura AI.42 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C38_30.
Anexo I
215
Figura AI.43 - Configuração de rotura dos provetes da série C38_60.
Quadro AI.15 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C38_60.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C38_60_1 57 50.1 31.7 6.6 7.6 1049.6 300 13.70
C38_60_2 57 49.1 28.9 6.4 7.7 1173.5 280 13.65
C38_60_3 57 48.7 24.8 7.0 6.9 1002.8 300 13.75
C38_60_4 57 49.4 32.1 6.3 7.9 1119.1 300 13.90
C38_60_5 57 46.0 34.0 5.2 8.8 1058.8 295 13.65
Amostra
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C38_60_1
C38_60_2
C38_60_3
C38_60_4
C38_60_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C38_60_1
C38_60_2
C38_60_3
C38_60_4
Figura AI.44 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C38_60. Figura AI.45 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C38_60.
Anexo I
216
Figura AI.46 - Configuração de rotura dos provetes da série C38_90.
Quadro AI.16 - Resultados dos ensaios dos provetes correspondentes à série C38_90.
Idade fcm Eci εc1 Ec1 Gc Altura Peso(dias) (MPa) (GPa) (x10-3) (GPa) (kN/mm2) (mm) (kgf)
C38_90_1 47 45.9 23.0 6.9 6.6 1165.5 300 13.75
C38_90_2 47 40.9 23.2 7.8 5.2 1070.0 302 13.35
C38_90_3 47 46.2 24.6 7.5 6.1 1121.2 299 13.70
C38_90_4 47 45.7 26.5 7.6 6.0 1204.3 298 13.70
C38_90_5 47 45.0 24.7 9.1 4.9 1264.1 300 13.75
Amostra
0
10
20
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Tens
ões
(MPa
)
C38_90_1
C38_90_2
C38_90_3
C38_90_4
C38_90_5
0
10
20
30
40
0 10 20 30 40 50
Extensões (x10-3)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
C38_90_1
C38_90_2
C38_90_3
C38_90_4
Figura AI.47 - Diagrama de tensão-extensão dos
provetes da série C38_90. Figura AI.48 - Diagrama de degradação de rigidez
de Ec0 nos provetes da série C38_90.
Anexo II
Anexo II
219
Diagramas correspondentes à extensão de pico:
0
2
4
6
8
10
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Exte
nsão
cor
resp
onde
nte
à te
nsão
máx
ima
(x10
-3)
0
6
12
18
24
30
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
2.5
5
7.5
10
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Exte
nsão
cor
resp
onde
nte
à te
nsão
máx
ima
(x10
-3)
0
5
10
15
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.1 - Evolução da extensão de pico
para ρw = 0.00 %. Figura AII.2 - Evolução da extensão de pico
para ρw = 0.38 %.
0
2.5
5
7.5
10
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Exte
nsão
cor
resp
onde
nte
à te
nsão
máx
ima
(x10
-3)
0
5
10
15
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
2.5
5
7.5
10
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Exte
nsão
cor
resp
onde
nte
à te
nsão
máx
ima
(x10
-3)
0
5
10
15
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.3 - Evolução da extensão de pico
para ρw = 1.13 %. Figura AII.4 - Evolução da extensão de pico
para ρw = 2.65 %.
Anexo II
220
0
2
4
6
8
10
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Exte
nsão
Máx
ima
de C
ompr
essã
o (x
10-3
)
0
4
8
12
16
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
2
4
6
8
10
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Exte
nsão
Máx
ima
de C
ompr
essã
o (x
10-3
)
0
6
12
18
24
30
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.5 - Evolução da extensão de pico
para Qf = 00 kg/m3 de betão. Figura AII.6 - Evolução da extensão de pico
para Qf = 30 kg/m3 de betão.
0
2
4
6
8
10
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Exte
nsão
Máx
ima
de C
ompr
essã
o (x
10-3
)
0
4
8
12
16
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
2
4
6
8
10
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Exte
nsão
Máx
ima
de C
ompr
essã
o (x
10-3
)
0
4
8
12
16
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.7 - Evolução da extensão de pico
para Qf = 60 kg/m3 de betão. Figura AII.8 - Evolução da extensão de pico
para Qf = 90 kg/m3 de betão.
Anexo II
221
Diagramas correspondentes à tensão de pico:
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Tens
ão M
áxim
a de
Com
pres
são
(MPa
)
0
2
4
6
8
10
Coeficiente de Variação (%
)Média
Coef.Variação
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Tens
ão M
áxim
a de
Com
pres
são
(MPa
)
0
5
10
15
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.9 - Evolução da tensão de pico
para ρw = 0.00 %. Figura AII.10 - Evolução da tensão de pico
para ρw = 0.38 %.
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Tens
ão M
áxim
a de
Com
pres
são
(MPa
)
0
2
4
6
8
10
Coeficiente de Variação (%
)Média
Coef.Variação
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Tens
ão M
áxim
a de
Com
pres
são
(MPa
)
0
2.5
5
7.5
10
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.11 - Evolução da tensão de pico
para ρw = 1.13 %. Figura AII.12 - Evolução da tensão de pico
para ρw = 2.65 %.
Anexo II
222
0
10
20
30
40
50
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Tens
ão M
áxim
a de
Com
pres
são
(MPa
)
0
2
4
6
8
10
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
10
20
30
40
50
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Tens
ão M
áxim
a de
Com
pres
são
(MPa
)
0
3
6
9
12
15
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.13 - Evolução da tensão de pico
para Qf = 00 kg/m3 de betão. Figura AII.14 - Evolução da tensão de pico
para Qf = 30 kg/m3 de betão.
0
10
20
30
40
50
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Tens
ão M
áxim
a de
Com
pres
são
(MPa
)
0
2
4
6
8
10
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Tens
ão M
áxim
a de
Com
pres
são
(MPa
)
0
2
4
6
8
10
Coe
ficie
nte
de V
aria
ção
(%)
Média
Coef.Variação
Figura AII.15 - Evolução da tensão de pico
para Qf = 60 kg/m3 de betão. Figura AII.16 - Evolução da tensão de pico
para Qf = 90 kg/m3 de betão.
Anexo II
223
Diagramas correspondentes ao módulo de elasticidade inicial:
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal I
nici
al (G
Pa)
0
6
12
18
24
30
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal I
nici
al (G
Pa)
0
5
10
15
20
25
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.17 - Evolução do módulo de
elasticidade inicial para ρw = 0.00 %. Figura AII.18 - Evolução do módulo de
elasticidade inicial para ρw = 0.38 %.
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal I
nici
al (G
Pa)
0
5
10
15
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
10
20
30
40
50
0 30 60 90
Quantidade de Fibras (kg/m3 de betão)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal I
nici
al (G
Pa)
0
5
10
15
20
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.19 - Evolução do módulo de
elasticidade inicial para ρw = 1.13 %. Figura AII.20 - Evolução do módulo de
elasticidade inicial para ρw = 2.65 %.
Anexo II
224
0
12.5
25
37.5
50
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
0.0
6.3
12.5
18.8
25.0
Coeficiente de Variação (%
)Média
Coef.Variação
0
12.5
25
37.5
50
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
0.0
7.5
15.0
22.5
30.0
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.21 - Evolução do módulo de elasticidade
inicial para Qf = 00 kg/m3 de betão. Figura AII.22 - Evolução do módulo de elasticidade
inicial para Qf = 30 kg/m3 de betão.
0
12.5
25
37.5
50
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
0
7.5
15
22.5
30
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
0
10
20
30
40
0 1 2 3
Percentagem de Cintas, ρw (%)
Mód
ulo
de E
last
icid
ade
Long
itudi
nal (
GPa
)
0.00
3.75
7.50
11.25
15.00
Coeficiente de Variação (%
)
Média
Coef.Variação
Figura AII.23 - Evolução do módulo de elasticidade
inicial para Qf = 60 kg/m3 de betão. Figura AII.24 - Evolução do módulo de elasticidade
inicial para Qf = 90 kg/m3 de betão.
Anexo III
Anexo III
227
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
-10.0 -7.5 -5.0 -2.5 0.0 2.5 5.0 7.5 10.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.1 - Diagrama F-δ da viga
V1_750_00. Figura III.2 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_750_00.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.3 - Diagrama de energia total
da viga V1_750_00. Figura III.4 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_750_00.
Anexo III
228
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
-10.0 -7.5 -5.0 -2.5 0.0 2.5 5.0 7.5 10.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.5 - Diagrama F-δ da viga
V2_750_00. Figura III.6 - Diagrama de extensões a meio
vão da viga V2_750_00.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.7 - Diagrama de energia total
da viga V2_750_00. Figura III.8 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_750_00.
Anexo III
229
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.9 - Diagrama F-δ da viga
V1_750_30. Figura III.10 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_750_30.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.11 - Diagrama de energia total
da viga V1_750_30. Figura III.12 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_750_30.
Anexo III
230
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.13 - Diagrama F-δ da viga
V2_750_30. Figura III.14 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V2_750_30.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.15 - Diagrama de energia total
da viga V2_750_30. Figura III.16 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_750_30.
Anexo III
231
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.17 - Diagrama F-δ da viga
V1_750_60. Figura III.18 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_750_60.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.19 - Diagrama de energia total
da viga V1_750_60. Figura III.20 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_750_60.
Anexo III
232
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.21 - Diagrama F-δ da viga
V2_750_60. Figura III.22 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V2_750_60.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.23 - Diagrama de energia total
da viga V2_750_60. Figura III.24 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_750_60.
Anexo III
233
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.25 - Diagrama F-δ da viga
V1_750_90. Figura III.26 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_750_90.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.27 - Diagrama de energia total
da viga V1_750_90. Figura III.28 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_750_90.
Anexo III
234
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.29 - Diagrama F-δ da viga
V2_750_90. Figura III.30 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V2_750_9.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.31 - Diagrama de energia total
da viga V2_750_90. Figura III.32 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_750_90.
Anexo III
235
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-4
-3
-1
0
1
3
4
5
0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.33 - Diagrama F-δ da viga
V1_150_00. Figura III.34 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_150_00.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Dut
ilidad
e
Figura III.35 - Diagrama de energia total
da viga V1_150_00. Figura III.36 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_150_00.
Anexo III
236
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.37 - Diagrama F-δ da viga
V2_150_00. Figura III.38 - Diagrama de extensões a meio
vão da viga V2_150_00.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.39 - Diagrama de energia total
da viga V2_150_00. Figura III.40 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_150_00.
Anexo III
237
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.41 - Diagrama F-δ da viga
V1_150_30. Figura III.42 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_150_30.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Deslocamentos Acumulados (mm)
Duc
tilid
ade
Figura III.43 - Diagrama de energia total
da viga V1_150_30. Figura III.44 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_150_30.
Anexo III
238
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.45 - Diagrama F-δ da viga
V2_150_30. Figura III.46 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V2_150_30.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos-Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.47 - Diagrama de energia total
da viga V2_150_30. Figura III.48 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_150_30.
Anexo III
239
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.49 - Diagrama F-δ da viga
V1_150_60. Figura III.50 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_150_60.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.51 - Diagrama de energia total
da viga V1_150_60. Figura III.52 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_150_60.
Anexo III
240
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.53 - Diagrama F-δ da viga
V2_150_60. Figura III.54 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V2_150_60.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.55 - Diagrama de energia total
da viga V2_150_60. Figura III.56 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_150_60.
Anexo III
241
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.57 - Diagrama F-δ da viga
V2_150_90. Figura III.58 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V2_150_90.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.59 - Diagrama de energia total
da viga V2_150_90. Figura III.60 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_150_90.
Anexo III
242
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.61 - Diagrama F-δ da viga
V1_75_00. Figura III.62 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_75_00.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.63 - Diagrama de energia total
da viga V1_75_00. Figura III.64 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_75_00.
Anexo III
243
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.65 - Diagrama F-δ da viga
V1_75_30. Figura III.66 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_75_30.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.67 - Diagrama de energia total
da viga V1_75_30. Figura III.68 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_75_30.
Anexo III
244
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.69 - Diagrama F-δ da viga
V2_75_30. Figura III.70 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V2_75_30.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40
Semi-Ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.71 - Diagrama de energia total
da viga V2_75_30. Figura III.72 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_75_30.
Anexo III
245
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.73 - Diagrama F-δ da viga
V1_75_60. Figura III.74 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_75_60.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.75 - Diagrama de energia total
da viga V1_75_60. Figura III.76 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_75_60.
Anexo III
246
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.77 - Diagrama F-δ da viga
V1_75_90. Figura III.78 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V1_75_90.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
0 10 20 30 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.79 - Diagrama de energia total
da viga V1_75_90. Figura III.80 - Diagrama de ductilidade
da viga V1_75_90.
Anexo III
247
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
-30.0 -25.0 -20.0 -15.0 -10.0 -5.0 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0
Deslocamento (mm)
Forç
a (k
N)
Fendilhação
Plastif icação da armadura
Rotura da viga
-5
-3.75
-2.5
-1.25
0
1.25
2.5
3.75
5
0 5 10 15 20 25 30 35 40Semi-ciclos
Exte
nsõe
s (x
10-3
)
Extensão ao nível da armadura inferiror
Extensão ao nível da armadura superior
Figura III.81 - Diagrama F-δ da viga
V2_75_90. Figura III.82 - Diagrama de extensões a meio vão
da viga V2_75_9.
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200 300 400 500
Deslocamentos Acumulados (mm)
Ener
gia
(kN
m)
0
1
2
3
4
5
6
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Semi-ciclos
Duc
tilid
ade
Figura III.83 - Diagrama de energia total
da viga V2_75_90. Figura III.84 - Diagrama de ductilidade
da viga V2_75_90.
Anexo IV
Anexo IV
251
Comprovação matemática que J corresponde a metade do comprimento do elemento (elemento de 2 nós):
( ) ( )( )( ) ( )
( )
∂∂ξ
∂∂ξ
ξ ξ
∂ ξ∂ξ
∂ ξ∂ξ
xN x N x
Nx
Nx
x x
x x
L c q d
= ⋅ + ⋅
= ⋅ + ⋅
= − ⋅ + ⋅
= ⋅ −
= ⋅
1 1 2 2
11
22
1 2
2 1
12
12
1212
. . .
Comprovação matemática que J corresponde a metade do comprimento do elemento (elemento de 3 nós):
( ) ( ) ( )( )( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )( )
∂∂ξ
∂∂ξ
ξ ξ ξ
∂ ξ∂ξ
∂ ξ∂ξ
∂ ξ∂ξ
ξ ξ ξ
ξ
ξ
xN x N x N x
Nx
Nx
Nx
x x x
x x x x x x
LL L
L c q d
= ⋅ + ⋅ + ⋅
= ⋅ + ⋅ + ⋅
= −
⋅ + − ⋅ ⋅ + +
⋅
= ⋅ − + ⋅ − + −
= ⋅ + ⋅ − +
= ⋅
1 1 2 2 3 3
11
22
33
1 2 3
3 1 1 2 3 2
12
212
1212 2 212
. . .