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ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA EEL USP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ANDRÉ GUSTAVO THOMAZ ZACHARIAS Orientador: Prof. MSc. Antonio Carlos da Silva ESTUDO DE CASO DE UM SISTEMA PURIFICADOR DE ÁGUA E PROPOSTAS DE MELHORIA LORENA SP 2012

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ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA – EEL USP

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ANDRÉ GUSTAVO THOMAZ ZACHARIAS

Orientador: Prof. MSc. Antonio Carlos da Silva

ESTUDO DE CASO DE UM SISTEMA PURIFICADOR DE ÁGUA E

PROPOSTAS DE MELHORIA

LORENA – SP

2012

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ANDRÉ GUSTAVO THOMAZ ZACHARIAS

ESTUDO DE CASO DE UM SISTEMA PURIFICADOR DE ÁGUA E

PROPOSTAS DE MELHORIA

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Departamento de

Engenharia Química da Escola de

Engenharia de Lorena – Universidade

de São Paulo, como parte dos

requisitos para a conclusão do curso

de Engenharia Química.

Orientador: Prof. MSc. Antonio Carlos

da Silva

LORENA – SP

2012

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AGRADECIMENTOS

Os meus mais sinceros agradecimentos a:

Deus pela graça da vida.

Aos meus pais Claudimir e Tânia e ao meu irmão Gui, que me

ajudaram a construir valores e me incentivaram incondicionalmente

a buscar meus objetivos.

À Vivi que com me escutou, aconselhou e acima de tudo deu-me

confiança e amor em todos os momentos da execução deste

trabalho.

Aos meus amigos que estavam presentes durante todo o período

de graduação.

A empresa que disponibilizou os dados para estudo.

A todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a

execução desse trabalho.

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RESUMO

Neste trabalho foi realizado um estudo de caso do sistema de purificação de

água de uma multinacional do ramo de cosméticos e farmácia, a fim de

propor melhorias. Este trabalho focou nos três estágios do sistema, pré-

tratamento, geração e armazenagem/distribuição, propondo uma melhoria

para cada estágio. O sistema estudado foi originalmente projetado para

purificar, via osmose reversa, cerca de 10 m³ de água por hora seguindo os

padrões estabelecidos pela USP (United States Pharmacopeial). O trabalho

teve como objetivo principal propor melhorias para o aperfeiçoamento do

processo produtivo aumentando sua a produtividade e diminuindo perdas. Foi

proposta uma mudança de configuração para a osmose reversa bem como a

substituição do gerador de ozônio do setor de distribuição e eliminação do

processo de recloração.

.

Palavras-chave: Purificação de água; osmose reversa; ozônio; UV;

Farmacopéia.

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ABSTRACT In this paper, a case study about a water purification system utilized in

pharmacy industry was carried out. This work focused at three stages of the

system, pre-treatment, generation and storage/distribution proposing

improvements in each one. The system studied was originally designed to

generate about 10 m³ of purified water per hour. This paper had as objective

to propose improvements for the manufactories processes and developing

their productivity and decreasing the losses. It was proposed a change in

reverse osmosis configuration, an exchange of the ozone generator and the

elimination of chloration process.

Key words: Water purification; reverse osmosis; ozone; UV; pharmacopeia

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição da água no planeta terra Fonte: (Revista Escola, 2012) ....... 7

Figura 2 - Principais empregos da água Fonte: (Revista Escola, 2012) ................... 8

Figura 3 - Água para aplicações farmaceuticas Fonte: (THE UNITED STATES

PHARMACOPEIAL CONVENTION, 2011)............................................................ 18

Figura 4 – Ultrafiltração Fonte: Acervo Pessoal ................................................... 21

Figura 5 – cloração Fonte: Acervo Engenharia Johnson & Johnson ...................... 22

Figura 6 – Equipamento de destilação Fonte: (Aqua Chem) ................................. 23

Figura 7 – Deionizador Fonte: (Aqua Chem) ........................................................ 25

Figura 8 – Abrandadores Fonte: Acervo Engenharia Johnson & Johnson .............. 26

Figura 9 - eletro-deionizador Fonte: (AMORIM, GOMES, et al., 2005) .................. 27

Figura 10 - espectro eletromagnetico Fonte: (Aquafine) ....................................... 28

Figura 11 - Mutação do DNA ou RNA Fonte: (Aquafine) ....................................... 29

Figura 12 - Osmose reversa Fonte: (Medonline) .................................................. 30

Figura 13 - Skid osmose reversa Fonte: Acervo Engenharia Johnson & Johnson .. 31

Figura 14 - Sistema de purificação de água Fonte: Acervo pessoal ...................... 33

Figura 15 - Processos de filtração Fonte: (SureAgua) .......................................... 34

Figura 16 – Cloração Fonte: Acervo Engenharia Johnson & Johnson .................... 35

Figura 17 – Ozonificação Fonte: Acervo Engenharia Johnson & Johnson .............. 38

Figura 18 – Injeção de O3 Fonte: Acevo pessoal .................................................. 38

Figura 19 - Membrana da Osmose Reversa Fonte: .............................................. 39

Figura 20 - Simples passo Fonte: (AL-ENELI e FAWZI, 2002) ............................. 42

Figura 21 - Duplo passo Fonte: (AL-ENELI e FAWZI, 2002) ................................. 43

Figura 22 - Simples passo, Duplo estágio Fonte: (AL-ENELI e FAWZI, 2002) ........ 43

Figura 23 - Design atual Fonte: Acervo pessoal ................................................... 44

Figura 24 - Exemplo simples passo Fonte: (PAREKH, 1988) ................................ 45

Figura 25 - Exemplo duplo estágio Fonte: (PAREKH, 1988) ................................. 46

Figura 27 - Sistema proposto Fonte: Acervo Pessoal ........................................... 47

Figura 26 - aumento de TDS vs qualidade do permeado Fonte: (AL-ENELI e FAWZI,

2002) ................................................................................................................ 47

Figura 28 - Inativação dos microrganismos E.coli(■), S. aureus(●), BST (▲) e

Bacillus (▼), por ozonificação (B) e cloração (C) ................................................. 49

Figura 29 - Processos de desinfecção Fonte: (LECHEVALLIER e AU, 2004) ......... 50

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 7

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................ 11

2.1. A ÁGUA NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA................................................................................. 11

2.2. CONTAMINANTES DA ÁGUA ................................................................................................ 12

2.3. EMPREGOS DA ÁGUA........................................................................................................ 14

2.4. TIPOS DE ÁGUA ............................................................................................................... 15

2.5. TECNOLOGIAS DE PURIFICAÇÃO DE ÁGUA ............................................................................... 18

2.5.1 Filtração ................................................................................................................. 19

2.5.2 Ultrafiltração .......................................................................................................... 20

2.5.3 Cloração ................................................................................................................. 21

2.5.4 Destilação .............................................................................................................. 22

2.5.5 Deionização ............................................................................................................ 23

2.5.6 Eletro-deionização .................................................................................................. 26

2.5.7 Ultravioleta ............................................................................................................ 27

2.5.8 Osmose reversa ...................................................................................................... 29

2.6 GERAÇÃO, ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA PURIFICADA. ........................................... 31

2.7 DESCRIÇÃO DO SISTEMA .................................................................................................... 33

2.7.1 Pré-tratamento ....................................................................................................... 34

2.7.2 Geração .................................................................................................................. 38

2.7.3 Armazenagem e distribuição ................................................................................... 40

3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 41

4 PROPOSTAS DE MELHORIA .............................................................................................. 42

4.1 Design da Osmose Reversa ...................................................................................... 42

4.2 Eliminação da etapa de cloração ............................................................................. 48

4.3 Substituição do gerador de Ozônio .......................................................................... 51

5 CONCLUSÃO................................................................................................................... 54

6 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 55

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1. INTRODUÇÃO

A água é um dos recursos fundamentais para a vida. Sua abundância

no planeta causa um falso sentimento de inesgotabilidade, porém inúmeras

são as previsões relativas à escassez de água.

Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization), agência das

Nações Unidas para agricultura e alimentação, sediada em Roma, o consumo

de água dobrou em relação ao crescimento populacional do ultimo século.

Em varias partes do mundo, produtores agrícolas, enfrentam graves

problemas de estiagem ao tentar produzir alimentos suficientes e obter renda.

Como mostrado na Figura 2, o principal vilão do consumo de água é a

agricultura, principalmente nos países de terceiro mundo. Nos países da

Europa e America do norte, a indústria consome 55% e 48%. (Folha de São

Paulo 1999, apud (MACEDO, 2000)).

Figura 1 - Distribuição da água no planeta terra (Fonte: (Revista Escola, 2012))

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A água proporciona conforto, riqueza e saúde ao homem, por meio de

seus inúmeros usos como abastecimento da população, irrigação e produção

de energia. A ameaça da falta de água obriga a humanidade a refletir sobre

esta problemática em beneficio de suas gerações futuras.

No Brasil, a previsão é que nos próximos dez anos, por consequência

dos desperdícios, poluições dos mananciais e uso sem planejamento, falte

Figura 2 - Principais empregos da água (Fonte: (Revista Escola, 2012))

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água, não somente nos grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e

Recife, mas também em todas as regiões metropolitanas do país.

Estima-se que em São Paulo, as perdas cheguem a alcançar 40%,

número que é prontamente contestado pela SABESP (Companhia de

Saneamento Básico de São Paulo), que sustenta números na faixa de 17% a

24%. Em países do primeiro mundo estas perdas chegam a alcançar 30%.

Somente levando em consideração os vazamentos, estes elevam as

perdas em até 20% o que é o dobro do padrão aceito pela comunidade

internacional. (DIAS, 2007)

Além de afetar diretamente no custo da água encanada, a poluição dos

recursos hídricos causam problemas sérios à saúde pública, principalmente

em países em desenvolvimento. (Rainho 1999 apud (MACEDO, 2000))

As principais fontes de contaminação dos recursos hídricos são

esgotos sem tratamento lançados em rios e lagos; aterros sanitários que

afetam os lençóis freáticos; defensivos agrícolas que são carregados para os

rios após as chuvas; os garimpos que jogam produtos químicos tóxicos e as

indústrias que utilizam dos rios como fonte de recurso e como meio de

dispersão de resíduos. (Embrapa 1994 apud (MACEDO, 2000))

Portanto, aliadas à falta de água estão, a má distribuição e

contaminação do recurso. Cerca de 1,4 bilhões de pessoas não tem acesso a

água limpa, a cada oito segundos morre uma criança vitima de doença

relacionada com água contaminada, como disenteria e cólera. (Rainho, 1999

apud (MACEDO, 2000))

A Água na Indústria

A água é largamente utilizada como matéria prima, ingrediente e

solvente em processos, formulação e manufatura de produtos farmacêuticos,

princípios ativos, intermediários e reagentes analíticos. O controle da

qualidade da água, principalmente ao que se refere a controle microbiológico,

é importante e se faz necessário, pois muitos dos produtos fabricados a partir

desta, são produtos voltados para a saúde e estética do consumidor. (THE

UNITED STATES PHARMACOPEIAL CONVENTION, 2011)

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Os processos de fabricação na indústria farmacêutica foram sempre os

mais exigidos quanto a qualidade e confiabilidade. A fabricação dos

princípios ativos e a fabricação dos medicamentos são, em maioria,

processos de batelada, também chamados lotes.

As exigências dos departamentos governamentais, tais como a

vigilância sanitária (municipal, estadual e federal), ANVISA (Agência Nacional

de Vigilância Sanitária), e a internacional FDA (Food and Drug

Administration), contribuíram para as indústrias farmacêuticas não mudarem

seus sistemas de fabricação com o passar dos anos. Além disso, a qualidade

é garantida por uma série de normas, regulamentações e critérios

denominados GMP (Good Manufactory Process).

Por se tratarem de processos extremamente sensíveis e críticos, os

processos farmacêuticos, acabam sendo validados devido ao tempo e não

apresentam mudanças, em outras palavras, os profissionais deste tipo de

indústria se mostram relutantes a alterar o processo justificando que estes se

apresentam eficientes do jeito que são empregados e que qualquer mudança

pode acarretar em graves prejuízos às companhias. Daí provém a

estagnação nos projetos de melhoria em sistemas de purificação de água em

farmacêuticas.

O presente trabalho tem com objetivo apresentar o processo de

Purificação de água, propor mudanças que aumentem a eficiência deste e/ou

que mantenham a qualidade físico-química e microbiológica da água

purificada utilizada na empresa Johnson & Johnson Industrial Ltda.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. A Água na Indústria Farmacêutica

A estrutura química da água é peculiar, com um momento dipolo e

grande facilidade em formar ligações de hidrogênio. Essas propriedades

tornam a água um excelente meio para solubilizar, absorver, adsorver ou

suspender diversos compostos, inclusive para carrear contaminantes e

substâncias indesejáveis, que vão alterar a pureza e eficácia de um produto

farmacêutico (SAÚDE, 1990).

A água é sem dúvida o insumo mais importante utilizado na indústria

farmacêutica e cosmética. Seu emprego estende-se dos processos, onde é

utilizada como veículo ou matéria prima para fabricação de primária (drogas

ativas) e secundária (produção de medicamentos), aos processos de limpeza,

sanitização e testes para produtos finais (BOTET, 2006).

A água de alimentação é contaminada por inorgânicos e orgânicos ,

adquiridos devido a exposição ao meio ambiente no trajeto da fonte à entrada

no sistema. EUA, Japão e Comunidade Européia adotam como base para o

sistema de purificação, que a água de entrada deve chegar com

características de água potável (MACEDO, 2000).

Os requisitos da água potável, no Brasil, são definidos pela Portaria 36,

de 19 de janeiro de 1990, do Ministério da Saúde (SAÚDE, 1990), que

apresenta as normas e padrão de potabilidade da água destinada ao

consumo humano. Esta água pode ser utilizada na limpeza, extração, mas

não em produtos farmacopêicos. Quando utilizada para fabricação de

fármacos, esta deve ser purificada seguindo as normas vigentes e

classificada como água purificada, água para injetáveis ou água estéril.

Geralmente a água provém de superfície e sofre tratamento em

estações de tratamentos gerenciadas pelo poder público. Em geral unidades

fabris localizadas fora do trecho urbanizado utilizam águas de subsolo (poços

artesianos) (GONÇALVES, 2003).

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2.2. Contaminantes da água

O controle da contaminação da água é crucial tendo em vista sua alta

capacidade de agregar compostos e se recontaminar após a purificação. Os

contaminantes da água podem ser divididos em dois grupos:

Contaminantes químicos:

São os contaminantes inorgânicos e orgânicos advindos das mais diversas

interações da água com o meio, como absorção de gases; extração de

materiais que entraram em contato; resíduos poluentes; resíduos de produtos

utilizados na limpeza e sanitização de equipamentos. Estão incluídos neste

grupo, as endotoxinas bacterianas, contaminantes críticos e que devem ser

removidos adequadamente (HENDRICKS, 2011).

Esses contaminantes podem ser avaliados utilizando ensaios de TOC

(carbono orgânico total) e condutividade. A condutividade avalia a quantidade

de íons dissolvidos na água levando em conta seu poder de condutância

expresso em microsiemens por centímetro (µS/cm).

A maioria dos compostos orgânicos podem ser removidos por osmose

reversa pois possuem alto peso molecular; os compostos com baixo peso

molecular devem ser submetidos a técnicas adicionais para serem removidos .

(SAÚDE, 1990)

Contaminantes Microbiológicos

São constituídos principalmente por bactérias e são originários da própria

microbiota da fonte de água ou colonização nos equipamentos. A formação

de biofilmes em equipamentos devido à limpeza ou sanitização inadequada,

instalam um ciclo vicioso no qual os próprios contaminantes orgânicos

servem de nutrientes para os microrganismos.

A presença de bactérias pode comprometer a qualidade da água, pois

podem desativar reagentes ou alterar substratos por ação enzimática,

aumentar o conteúdo de TOC, produzir pirogênios e endotoxinas.

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A contagem de bactérias geralmente é feita por unidades formadoras de

colônia por mililitro (UFC/mL) a qual aumenta conforme o tempo de

estocagem aumente.

Os contaminantes mais comuns são os bastonetes gram-negativos,

principalmente dos gêneros Alcaligenes, Pseudomonas, Escherichia .

(Farmacopeia Brasileira, 2012)

Escherichia coli

Os coliformes fecais têm como principal representante a Escherichia coli,

que faz parte da flora intestinal da maioria dos mamíferos e representa um

importante indicador de contaminação fecal da água.

Em geral esses coliformes podem causar diarreia e graves infecções.

A diarreia é causadora de 4% das mortes em todo o mundo e cerca de 2.2

milhões de pessoas morrem anualmente devido a infecções causadas por

E.coli.(WHO 2007 apud (DIAS, 2007))

Pseudomonas

São microrganismos capazes de causar infecções externas no corpo

somente pelo simples contato com a água contaminada.

A Pseudomona Aeruginosa está largamente difundida na natureza e

pode causar doenças como infecções de ouvidos, olhos , trato urinário e

meningite.

Além de ser um das maiores causadoras de infecções hospitalares no

mundo (Arruda,1998 apud (DIAS, 2007)), a P.Aeruginosa também vem

preocupando pelo fato de aparecer em alto número em galões de água

mineral. (MACEDO, 2000)

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2.3. Empregos da Água

A água pode ser empregada de duas formas distintas:

Matéria-prima – suas características e uso são estritamente

regulamentados

Utilidades

o Caráter Crítico – a água pode entrar em contato com os produtos

então deve ser regulamentada (por conveniência segue-se a

mesma regulamentação usada na água como matéria-prima).

Utilizada na limpeza e lavagem de materiais.

o Caráter Não-crítico – a água nunca entra em contato com

produtos. Utilizada em trocadores de calor, esta não necessita

ser regulamentada fato que não quer dizer que não é tratada.

Águas para trocadores de calor, caldeiras, etc, passam por

tratamentos específicos a fim de proteger os equipamentos

(BOTET, 2006).

Partindo das aplicações descritas acima se conclui que em geral duas

categorias englobam todos os tipos de água:

Águas “regulamentadas” – tem suas características definidas por

alguma farmacopeia pois se trata de uma matéria prima e tem emprego

bem definido.

Águas “não-regulamentadas” – águas não utilizadas como matéria

prima e cujas características não estão definidas por uma norma. Cada

empresa cria a normalização que melhor atenda suas necessidades.

Segundo a United States Pharmacopeial existem diferentes graus de

pureza para águas de uso farmacêutico. Estas águas regulamentadas podem

por sua vez ser separadas em dois grupos:

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Bulk Waters – geralmente produzidas on site (produzidas no local de

uso);

Sterile Waters – são produzidas, envasadas e esterelizadas afim de

manter a qualidade evitando o desenvolvimento microbiano (BOTET,

2006).

2.4. Tipos de água

Água potável – Como primeira diretriz, a água potável é o ponto de

partida para qualquer processo de purificação de água para fins

farmacêuticos. Essa é obtida por tratamento da água retirada de

mananciais, por meio de processos adequados para atender às

especificações da norma - Anvisa; USP; Ph.Eur.- vigente, relativa aos

parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e radioativos, para um

determinado padrão de potabilidade e, portanto, não possui monografia

específica.

Normalmente esta água é empregada em etapas iniciais, processos de

limpeza e como matéria prima para obtenção de águas de mais alto

grau de pureza. Também pode ser empregada na síntese de

ingredientes intermediários ou em sistemas de refrigeração. É

fundamental um controle rigoroso da qualidade dessa água a fim de

garantir que o sistema utilizado de purificação esteja adequado à

qualidade da fonte de entrada.

A maioria das aplicações requer tratamento adicional da água potável,

por meio de destilação, deionização, troca iônica, osmose reversa,

isolados ou acoplados, ou outro processo adequado para produzir a

água purificada, livre da interferência de contaminantes que possam

afetar a qualidade dos medicamentos produzidos. (Farmacopeia

Brasileira, 2012)

Água Purificada (PW) – A água pura é produzida a partir da água

potável e deve seguir as características descritas na monografia que se

pretende seguir. Essa água não possui aditivos e é obtida via uma

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combinação de sistemas de purificação enfileirados de maneira lógica

tais como destilação, troca iônica, osmose reversa, eletrodeionização,

ultra filtração ou qualquer outro processo capaz de atender com

eficiência os limites estabelecidos para contaminantes.

Esta é empregada como excipiente em formas farmacêuticas não

parenterais e em formulações magistrais, desde que não haja

recomendação do uso de água com maior grau de pureza ou que não

necessite ser apirogênica (que não cause febre). Também é permitida

sua utilização para preparo de reagentes, lavagem de material,

microbiologia geral e análises clinicas principalmente as menos

exigentes.

Dependendo da aplicação pretendida esta água pode ser ester ilizada,

sem necessariamente atingir os limites de endotoxinas bacterianas

normalizados para Água para Injetáveis.

A Água Purificada não possui inibidor de crescimento microbiológico,

portanto necessita de monitoramento via contagem do total de

organismos aeróbicos viáveis na produção e estocagem.

A caracterização mínima para uma água estar classificada como

purificada é alcançada quando de obtém condutividade menor do que

1,3µS/cm (25ºC) ; TOC menor do que 0,50 mg/L (30-35ºC) e contagem

de unidades formadoras de colônia menor do que 100 UFC/mL.

O sistema de purificação deve ser validado a fim de assegurar a

qualidade da água que está sendo produzida. É permitido, que água do

padrão PW seja produzida e estocada para utilização em locais

diferentes de sua fabricação. Contudo, para esta modalidade, a água

deve ser produzida e estocada de forma a conter o crescimento

biológico, que a desclassificariam. (THE UNITED STATES

PHARMACOPEIAL CONVENTION, 2011)

Água Ultrapurificada (HPW) – Esta água possui maior grau de pureza

que a água purificada. Esta modalidade é empregada em análises e

diluições mais exigentes bem como na limpeza de final de

equipamentos e utensílios que entrem em contato direto com a amostra

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que requeira esse nível de pureza. É idealmente empregada em

métodos de análise que exigem mínima interferência para máxima

precisão e exatidão. A água ultrapurificada deve ser utilizada no

mesmo dia em que é produzida ou coletada.

A caracterização mínima para uma água estar classificada como Água

Utrapurificada é alcançada quando de obtém condutividade de 0,055 a

0,1µS/cm (25ºC ± 0,5ºC) ; TOC menor do que 0,05 mg/L e contagem de

unidades formadoras de colônia menor que 1 UFC/100mL.

Obs. Esta água somente é descrita na normalização da farmacopeia

Europeia. (BOTET, 2006)

Água para Injetáveis (WFI) - Utilizada na preparação de produtos

parenterais de pequeno e grande volume, fabricação de princípios

áticos de uso parenteral, excipientes e quaisquer outros produtos que

exijam o controle de endotoxinas bacterianas e não são submetidos

processo para remoção destes. Também é utilizada na limpeza e

preparação de processos, equipamentos e quaisquer componentes que

entrem em contato com as formas de parenterais na produção.

O processo de produção da água WFI é preferencialmente uma

sequência de processos sendo iniciado por um conjunto de pré-

tratamento e preferencialmente uma unidade de destilação (ou

processo superior) fabricada em aço inox AISI 316L, vidro neutro ou

quartzo.

O sistema de purificação bem como o de distribuição e

armazenamento, deve ser validado e ter um controle robusto de

qualidade a fim de assegurar a não ocorrência de contaminação

microbiana e endotoxinas.

A água para injetáveis deve atender aos requisitos pré-estabelecidos

para Água Purificada além de possuir contagem de unidades

formadoras de colônia menor do que 10 UFC/100mL, esterilidade,

particulados e endotoxinas bacterianas num valor máximo de 0,25 UI

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de endotoxina/mL. (THE UNITED STATES PHARMACOPEIAL

CONVENTION, 2011)

2.5. Tecnologias de purificação de água

Os projetos, equipamentos e a operação dos sistemas para produção dos

variantes tipos de água purificada, não apresentam diferenças consideráveis

tendo em vista que a única diferenciação está no controle de endotoxinas.

Figura 3 - Água para aplicações farmaceuticas Fonte: (THE

UNITED STATES PHARMACOPEIAL CONVENTION, 2011)

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19

2.5.1 Filtração

Processo em que a água passa por um material poroso que retira

fisicamente as partículas insolúveis. A eficiência do equipamento depende do

tamanho da partícula que se deseja remover e do tamanho do poro. Para

obtenção de água farmacêutica, porém, são limitados pela proliferação de

bactérias nos poros e consequente entupimento. Para evitar tal

consequência, utiliza-se métodos de filtração tangencial (BOTET, 2006).

Geralmente a filtração é empregada a fim de proteger os equipamentos e ou

processos subsequentes (MACEDO, 2000).

Para a filtração de micro-partículas e filtração absoluta de bactérias no

ponto de uso, indica-se filtro com porosidade de 0,22 µm ou menor. A

filtração não remove pirogênios, gases ionizados, sólidos ionizados

dissolvidos e materiais orgânicos dissolvidos (MACEDO, 2000).

Existem diferentes tipos de filtração:

Filtração em profundidade – neste processo o fluido com material

particulado é passado por um leito de material filtrante que os retém

mecanicamente. A filtração em profundidade pode basear-se na

gravidade (fluxo de cima para baixo) ou em pressão (fluido é obrigado

a atravessar colunas cheias de material filtrante). Os materiais mais

comumente usados são a areia e o carvão antracito mineral, que por

ser muito poroso, retém uma quantidade maior de impurezas do que a

areia. Os leitos podem também possuir camada mista.

Elementos filtrantes possuem grande capacidade e operam a

baixíssimos custos podendo trabalhar na faixa de 10-40 µm e não são

danificados pela ação do cloro. Porém, o risco de proliferação

bacteriana é mais grave em filtros deste tipo quando comparado aos

demais. Este tipo de filtro costuma utilizar de mecanismos que

garantam a eliminação das impurezas acumuladas, como retrolavagem.

Filtração frontal – o tamanho dos poros está diretamente relacionado

ao tamanho de particulado que será retido. Os poros são facilmente

obstruídos e apresentam grande risco de proliferação de micróbios. O

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principal emprego dos filtros tipo barreira é o controle de partículas

fugitivas como resinas, areia, carvão, restos de incrustações, etc.

Filtração Tangencial – O tamanho dos poros do elemento filtrante

também determina o tamanho das partículas que poderão ser

eliminadas. A obstrução dos filtros é mais difícil, mas há também maior

consumo de água. Igualmente apresentam risco de contaminação.

Filtro por carvão ativado – o carvão ativado, ou ativo, é composto de

carbono puro caracterizado por sua alta superfície específica (em

alguns casos 1 cm³ de carvão ativo pode alcançar superfície específica

de 100m²). O carvão ativado apresenta uma grande porosidade e pode

reter em seus micro-poros, impurezas e elementos poluentes.

Os leitos filtrantes de carvão ativo permitem também a eliminação de

cloro e algumas moléculas orgânicas. É uma técnica simples de al ta

capacidade e baixo custo, porém que apresenta evidente risco de

contaminação e, portanto deve receber rotinas de sanitização e retro-

enxugamento. Aconselha-se também a instalação de outro filtro a

jusante para capturar partículas de carvão fugitivas (BOTET, 2006).

2.5.2 Ultrafiltração

Processo no qual a água é forçada a passar através de pequenos dutos

sob pressão. Nesse processo duas variáveis influenciam a filtração, massa

molar e tamanho de partícula.

É considerado um processo com baixo consumo de energia com

possibilidade de regeneração da membrana e portanto considerado de baixo

custo. Considerando a pequena porosidade da membrana, é capaz de

remover pirogênio, microorganismos, material coloidal, material particulado e

material orgânico dissolvido de alto peso molecular (MACEDO, 2000).

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2.5.3 Cloração

Quando em contato com as bactérias presentes no fluido, o cloro induz

a uma série de eventos associados à atividade da membrana celular, como

alteração da permeabilidade, e modifica os ácidos nucleicos causando

mutações. A inativação dos vírus ocorre por modificações nos ácidos

nucléicos e na envoltória protéica. O cloro não apresenta boa eficiência na

remoção de protozoários devido a seu maior tamanho o que requer então um

processo auxiliar de remoção (GONÇALVES, 2003).

Dentre os fatores intervenientes, o tempo de contato bem como a

dosagem do desinfetante e a homogeneização do meio, são os que por

interferência externa aumentariam consideravelmente a eficiência do

processo.

Para desinfecção, três modalidades de cloro predominam no mercado:

Cloro gasoso, hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio.

Cloro gás (Cl2) – Gás que a pressão e temperatura ambiente se

apresenta amarelo-esverdeado e com densidade maior que o ar.

Quando comprimido sobre suas pressões de vapor o gás liquefaz

Figura 4 – Ultrafiltração

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liberando calor e reduzindo seu volume em aproximadamente 450

vezes facilitando seu transporte em cilindros.

Hipoclorito – as formas de hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio

também são muito utilizadas na desinfecção via cloração. A

concentração de cloro presente nessas espécies é normalmente

expressa em termos de cloro livre ou cloro disponível. Comercialmente

o hipoclorito de cálcio é encontrado na forma sólida, sendo

relativamente estável. O hipoclorito de sódio por sua vez é vendido na

forma líquida e apresenta instabilidade que varia de forma exponencial

com sua concentração, ou seja, quanto mais concentrado mais instável

quimicamente (MACEDO, 2000).

2.5.4 Destilação

O processo de destilação, consiste no aquecimento, evaporação,

condensação e resfriamento da água em um dispositivo conhecido como

destilador. Sendo um processo de purificação, evolve mudanças de fase da

água do estado liquido para vapor e depois por condensação, o vapor passa

para fase liquida, deixando no destilador, impurezas não voláteis. (MACEDO,

2000)

Figura 5 – cloração

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A desvantagem presente neste processo são os líquidos mais voláteis

que a água que são carregados para a fase pura pós condensador

comprometendo a qualidade da água. É um processo simples que não requer

nenhum insumo além de energia para aquecimento.

2.5.5 Deionização

Processo que utiliza resinas sintéticas para permitir a troca seletiva de

íons H+ e OH- por impurezas ionizadas presentes na água.

Os íons adicionados à água após a troca não comprometem sua

qualidade.

A água que será deionizada deve primeiramente ser submetida a um

pré-tratamento que consiste geralmente em dois filtros de cartucho, para

retenção de partículas de 5 e 1 µm respectivamente e um filtro de carvão

ativado que possui a função de reter cloro residual e alguns compostos

orgânicos (MACEDO, 2000).

O cloro residual deve majoritariamente ser removido, pois oxida a

estrutura da resina com o passar do tempo prejudicando a capacidade de

troca iônica.

Figura 6 – Equipamento de destilação (Fonte: (Aqua Chem))

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A atividade do carvão deve ser constantemente monitorada a fim de

garantir sua eficiência sendo muito comum a monitoração pela dosagem de

cloro pós-filtração.

A deionização ocorre em leito misto onde os íons são retirados até que

as resinas atinjam sua máxima capacidade se tornando saturadas e são

regeneradas ou em alguns casos substituídas (MACEDO, 2000).

É necessária a instalação de um filtro após o deionizador a fim de

evitar partículas fugitivas da coluna que podem tanto ser partículas geradas

dentro da coluna como resinas quebradas.

As resinas catiônicas, as quais retém cátions, são regeneradas com

acido clorídrico ou sulfúrico com concentrações que variam entre 2 e 4 %. As

resinas aniônicas, as quais retém anions, são regeneradas com solução de

hidróxido de sódio com concentrações que variam entre 2 e 10%. A eficiência

de deionização esta diretamente relacionada à uma regeneração eficaz das

resinas. (MACEDO, 2000)

A contaminação dos leitos das resinas é um evento comum com o

passar do tempo. Bactérias encontram um ambiente muito propício para

formar biofilmes e consequentemente comprometer a qualidade da água.

(BOTET, 2006)

A troca iônica é um processo eficaz na remoção de sólidos e gases

dissolvidos, porém não é capaz de remover particulado, material orgânico

dissolvido, bactérias e pirogênio. Como vantagem apresenta um custo baixo

para instalação e operação e as resinas podem ser regeneradas. (MACEDO,

2000)

O abrandamento é um processo de deionização muito utilizado para

retirar a dureza da água.

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Uma água dura é aquela que contém carbonatos, bicarbonatos ou

sulfatos de magnésio e cálcio dissolvidos. O problema relacionado a dureza

da água é a formação de depósitos insolúveis em tubulações, caldeiras ou

quaisquer outros equipamentos (LEE, 1999)

No processo de abrandamento, a água passa por uma resina de troca-

iônica onde os íons Ca2+ e Mg2

+ são substituídos por Na+ que não são

prejudiciais ao sistema.

O abrandador normalmente conta com duas células que funcionam de

forma continua e não simultânea. Enquanto uma célula está tirando a dureza

da água, a segunda célula está em processo de recuperação.

Na recuperação uma solução saturada de NaCl é passada pelo

abrandador onde os íons de Na+ voltam à resina expulsando os Ca2+ e Mg2

+

que são drenados. (SKOOG, HOLLER e NIEMAN, 2001)

Abrandamento:

R(-SO3Na)2 + Ca2+ → R (-SO3)2Ca + 2Na+ (1)

R(-SO3Na)2 + Mg2+ → R (-SO3)2Mg + 2Na+ (2)

Regeneração:

R(-SO3)2Ca + 2Na+ → R(-SO3Na)2 + Ca2+ (3)

R(-SO3)2Mg + 2Na+ → R(-SO3Na)2 + Mg2+ (4)

(SILVA e CARVALHO)

Figura 7 – Deionizador (Fonte: (Aqua Chem),2012)

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2.5.6 Eletro-deionização

Processo de tratamento onde a separação se dá devido a diferença de

potencial de compostos iônicos ou ionizáveis, devido a ação de eletrodos

carregados entre os quais são apresentadas membranas íon-seletivas e

resinas de troca iônica (MACEDO, 2000).

Os eletrodos induzem o movimento dos íons, sendo estes atraídos para

os eletrodos de carga oposta e após serem aceitos ou não a passar pela

membrana seletiva, fluem para o rejeito. A função da resina é capturar os

íons e manter a corrente elétrica entre eletrodos, uma vez que ao atingir

níveis de extrema pureza, a condutividade do meio é insuficiente para que a

energia elétrica atraia os íons.

Figura 8 – Abrandadores

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Este processo é capaz de garantir um alto grau de pureza no

tratamento de água porém necessita de um processo de pré-tratamento que

garanta a ausência de particulado, microrganismos, compostos moleculares e

orgânicos.

2.5.7 Ultravioleta

A radiação ultravioleta, em geral no comprimento de onda 254nm e

185nm, tem a propriedade de atuar diretamente no código genético dos

microorganismos, causando rapidamente sua inativação ou morte.

Esta também é muito empregada na destruição de ozônio, cloro e para

redução de TOC (Total Organic Carbon).

Figura 9 - eletro-deionizador Fonte: (AMORIM, GOMES, et al., 2005)

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Geralmente esta técnica é utilizada como complementar no tratamento

de processos, como descritos anteriormente, ou para evitar a proliferação de

microorganismos nos recipientes de água tratada (MACEDO, 2000).

O processo é capaz de inativar a maioria dos microrganismos

presentes na água, porém seu uso é questionado, uma vez que sua eficiência

decresce com a utilização das lâmpadas além de sua eficiência diminuir

conforme aumenta a distancia entre o microrganismo e a parede da lâmpada

(DIAS, 2007).

Figura 10 - espectro eletromagnetico (Fonte: (Aquafine),2012)

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2.5.8 Osmose reversa

A osmose reversa é um processo baseado no fenômeno natural da

osmose, onde a água passa de uma solução salina menos concentrada para

mais concentrada através de uma membrana semi-permeável. Ao aplicar uma

pressão hidráulica muito forte na solução concentrada, o fluxo de água

através da membrana mudará, passando do meio mais concentrado para o

meio mais diluído. Por isso aplica-se o nome reversa ao processo osmótico

(PAREKH, 1988).

Figura 11 - Mutação do DNA ou RNA (Fonte: (Aquafine),2012)

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Antes da purificação via osmose reversa, devem existir filtros para

particulado e carvão ativado posicionados imediatamente antes da entrada no

equipamento para evitar a entrada de cloro livre e ou quaisquer produtos que

degradem a membrana.

Durante o processo parte da água permeia pela membrana

semipermeável deixando para trás a maior parte das substâncias que se

encontravam diluídas ou não na água de alimentação (MACEDO, 2000).

A grande vantagem de se utilizar um sistema de tratamento via osmose

reversa está diretamente relacionada ao gasto de energia uma vez que não

ocorrem mudanças de estado físico da água.

As membranas diferentemente dos leitos de resina de troca iônica, não

saturam como o material, porém algumas substâncias podem degradá-la e

microrganismos podem criar biofilme em sua superfície, o que compromete

sua eficiência no processo (PAREKH, 1988).

A água produzida por osmose reversa é de alta pureza química e

microbiológica, sendo isenta de material particulado, microrganismos,

endotoxinas, material orgânico e inorgânico dissolvidos e material insolúvel.

Entretanto este tipo de tratamento não é capaz de remover gases ionizáveis

dissolvidos (MACEDO, 2000).

Figura 12 - Osmose reversa (Fonte: (Medonline),2012)

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2.6 Geração, Armazenamento e Distribuição de água purificada.

Na fábrica de produtos formulados da Johnson & Johnson - São José

dos Campos, o sistema de purificação de água é reconhecidamente um dos

pontos mais importantes de todo o processo. A água purificada não é

somente utilizada em todas as formulações, mas também na lavagem de

todos os reatores e ferramentais utilizados nas linhas de envase. O processo

de limpeza e sanitização é tão importante que, caso não seja totalmente

eficaz, contaminações chamadas cruzadas (contaminações de ferramentais

utilizados diretamente em contato com o produto) ocorreriam, resultando

eliminações de lotes inteiros e consequentemente em perdas contábeis.

A água purificada deve ter um controle rigoroso de condutividade,

pressão, temperatura e TOC(total organic carbon). Essas variáveis devem ser

registradas continuamente a fim de permitir a rastreabilidade deste insumo

nos produtos. (JOHNSON & JOHNSON CONSUMER PRODUCTS COMPANY,

2008)

Um controle de velocidade na tubulação que leva a água até os

reatores ou pontos de utilização em geral, também deve ser feito para

garantir o escoamento turbulento que evita a formação de biofilmes –

“películas” de microrganismos que se aderem a pontos de estagnação ou

também chamados “dead legs” na tubulação (BOTET, 2006).

Figura 13 - Skid osmose reversa

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Ao longo de todo sistema de geração, alguns pontos são escolhidos

para suportar um sistema de medição de condutividade, que garante que

nenhum volume de água seja transferido para o tanque de armazenagem

caso estejam fora de especificação.

O controle de temperatura é feito através de dois trocadores de calor

que atuam nos quatro anéis de distribuição.

Atualmente são mantidos dois anéis frios (temperatura 22ºC) e dois

anéis quentes (Temperatura 80ºC). O sistema de troca de calor é projetado

para controlar a temperatura de entrada nos tanques de estocagem, ou seja,

tanto para o tanque frio quanto para o tanque quente, toda água é passada

pelo trocador de calor imediatamente antes de ser estocada.

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2.7 Descrição do sistema

O sistema de purificação de água apresenta-se dividido em três

grandes partes: Pré-tratamento; Geração e Armazenagem/distribuição.

A água a ser purificada provém de seis poços artesianos e passa

previamente por um sistema de Ultra-filtração que eliminina material

particulado com diâmetro de até 0,01µm.

Figura 14 - Sistema de purificação de água

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2.7.1 Pré-tratamento

O Pré-tratamento conta com três etapas de tratamento e tem por

objetivo realizar a oxidação de microrganismos e abrandamento da água.

2.7.1.1 Primeira etapa: Cloração

Embora ultra-filtrada, a água pode arrastar partículas depositadas na

tubulação até o sistema. Para evitar a entrada de partículas, ao chegar, ao

sistema de purificação, a água passa por um filtro bolsa de 25 mícras que por

medidas preventivas de contaminação é trocado a cada 21 dias.

A água é re-clorada à 2 ppm de cloro livre, utilizando uma solução de

hipoclorito de sódio, que é injetada na tubulação após a passagem pelo filtro

bolsa.

Figura 15 - Processos de filtração (Fonte: (SureAgua),2012)

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O controle da concentração no tanque de contato é, portanto, feito via

controle antecipatório.

O tanque trabalha de forma a manter-se sempre em uma faixa de nível

que garanta o tempo de contato (entre 10 e 15 minutos) da água com o cloro.

(IDENOR INGENIERIA SRL., 2012).

Este tempo juntamente com a concentração, são estipulados segundo um

modelo que determina o produto da concentração pelo tempo necessário para

eliminar o micro-organismo de maior resistência do meio, que no caso é a

Pseudômona Aeruginosa.

2.7.1.2 Segunda etapa: Abrandamento

O abrandamento é o processo utilizado para desmineralizar, ou retirar a

dureza da água.

Figura 16 – Cloração

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Uma água dura é aquela que contém carbonatos, bicarbonatos ou sulfatos

de magnésio e cálcio dissolvidos. A água dura forma depósitos insolúveis em

tubulações, caldeiras ou quaisquer outros equipamentos (LEE, 1999).

A água proveniente da primeira etapa passa por um segundo filtro bolsa

de menor micragem (10 µm) que tem por objetivo reter partículas formadas

pelo contato com o cloro.

No processo de deionização chamado abrandamento, a água passa por

uma resina de troca-iônica catiônica forte onde os íons Ca2+ e Mg2+ são

substituídos por Na+ que não são prejudiciais ao sistema. Reações químicas

vide item 2.5.5.

O abrandamento conta com duas células que funcionam de forma contínua

não simultânea. Enquanto uma célula está retirando a dureza da água, a

segunda célula está em processo de recuperação.

Na recuperação uma solução saturada de NaCl é passada pelo

abrandador onde os íons de Na+ voltam à resina expulsando os Ca2+ e Mg2+

que são drenados (SKOOG, HOLLER e NIEMAN, 2001).

A água passa então por mais um filtro bolsa (5 µm) que retém resinas

finas fugitiva.

2.7.1.3 Terceira etapa: Ozonização

O emprego de processos oxidativos no tratamento de água visam:

1. Remover odor e gosto

2. Remover sulfeto de hidrogênio

3. Remover coloração

4. Precipitar ferro e manganês

5. Desinfecção

(CRITTENDEN, TRUSSEL, et al., 2005)

Dentre os métodos mais comuns de desinfecção via oxidação (cloro,

dióxido de cloro, peróxido de hidrogênio, ozônio, permanganato e radiação

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UV) foi empregado o ozônio devido seu maior potencial de oxidação.

(LAWRENCE e CAPPELLI, 1977)

Tabela 1: Potenciais de Oxidação

O Ozônio é produzido, através de uma descarga elétrica em atmosfera

de oxigênio, é injetado na tubulação do recirculado através de um Venturi,

Figura 18.

Da mesma forma que a etapa de cloração, o sistema fora projetado para

que a água fique exposta ao elemento oxidante pelo tempo necessário para

que mineralize os contaminantes.

Ao final do pré-tratamento tem-se água com um baixo nível de

microorganismos, porém ainda com alta condutividade e presença de carbono

organico que serão removidos na osmose reversa.

OXIDANTE POTENCIAL DE OXIDAÇÃO(V)

Flúor 3,03

Radical Hidroxila (•OH) 2,80

Oxigênio Atômico 2,42

Ozônio (O3) 2,07

Peróxido de Hidrogênio 1,78

Radical Hidroperoxila 1,70

Permanganato de Potássio 1,68

Ácido Hipobromoso 1,59

Dióxido de Cloro 1,57

Ácido Hipocloroso 1,49

Ácido Hipoiodoso 1,45

Cloro 1,36

Bromo 1,09

Fonte: (TEIXEIRA e W.F.JARDIM, 2002)

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2.7.2 Geração

A água proveniente do pré-tratamento chega à geração carregando

ozônio, cloro e com pH ácido ( ≈ 6,6) o que acarretaria em danos irreparáveis

às membranas da osmose reversa. (PAREKH, 1988)

Figura 18 – Injeção de O3

Figura 17 – Ozonificação

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Este fluxo é então exposto à radiação UV de 254nm a fim de destruir o

ozônio e logo em seguida recebe dosagens de Metabissulfito de Sódio

(Na2S2O5) e Hidróxido de Sódio (NaOH) para eliminação do cloro e ajuste do

pH respectivamente.

Água é bombeada em alta pressão através da superfície da membrana

sendo a parte que permeia por esta é chamada permeado, o qual é altamente

livre dos solutos presentes na entrada, e a água que não permeia chamada

concentrado ou rejeito (CRITTENDEN, TRUSSEL, et al., 2005).

Os três módulos de RO (Reverse Osmosis) estão ligados em um único

estágio e em simples passo, o permeado segue para o EDI

(eletrodeionizador) e o concentrado é enviado ao dreno.

O EDI recebe uma água com 95% dos solutos retirados apresentando

uma condutividade na faixa de 4-5 µS.

O setor de tratamento via osmose reversa e EDI possui sensores de

condutividade que enviam sinais ao PLC que por sua vez, controlam válvulas

pneumáticas automas e decidem pela armazenagem ou drenagem da água

tratada levando em conta os limites admissíveis segundo as normas.

Figura 19 - Membrana da Osmose Reversa

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2.7.3 Armazenagem e distribuição

A água tratada é escoada através de um trocador de calor do tipo

tubular regulado para liberá-la a temperatura de 22ºC. Esta água é injetada

no tanque de água fria através de “spray-balls”, conforme as normalizações

da United States Pharmacopelial e ANVISA. A água do tanque é ozonificada

novamente através de um sistema de recirculação e passagem por Venturi,

idêntico ao do pré-tratamento sendo que este nunca é desligado afim de não

deixar a água repousar por nenhum momento.

Os tanques de estocagem são importantes, pois permitem a

manutenção preventiva ou corretiva dos sistemas purificadores de maneira a

não comprometer o suprimento de água para a manufatura.

O design é um fator critico e importante afim de evitar ou diminuir a

incidência de biofilmes e corrosões (THE UNITED STATES

PHARMACOPEIAL CONVENTION, 2011).

O tanque quente é preenchido com água proveniente do tanque frio ,

que primeiramente passa por um UV afim de retirar o ozônio e em seguida

pelo trocador de calor que a aquece para 85°C (IDENOR INGENIERIA SRL.,

2012).

O sistema de distribuição deve permitir um fluxo constante turbulento

através de anéis (loopings) a fim de diminuir a incidência de biofilmes. Manter

pressão positiva na linha também é de extrema importância afim de evi tar

entrada de contaminantes (BOTET, 2006).

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3 METODOLOGIA

YIN (2005) define o estudo de caso como uma pesquisa empírica que

investiga um fenômeno dentro do contexto da vida real - No presente trabalho

foi realizado um estudo de caso do sistema de purificação de água de uma

indústria multinacional do ramo de cosméticos.

A empresa estudada está localizada na cidade de São José dos

Campos – SP, opera no país desde 1933 e hoje conta com aproximadamente

5 mil funcionários somente no Brasil e mais de 115 mil no mundo. Para sua

fábrica de líquidos produz aproximadamente 7.700 m³ de água purificada por

mês.

O sistema estudado foi usado como referência para a exposição do seu

estado atual e a partir da análise deste, propôs-se melhorias no processo de

produção.

Este trabalho foi realizado a partir das seguintes etapas:

1. Compreensão do processo de purificação, envolvendo todo um estudo

acerca de processos químicos e operações unitárias, além da definição dos

pontos com oportunidade de melhoria do processo;

2. Estudo da legislação farmacopêica vigente nacional (ANVISA) e

internacional (USP) aplicada à produção de água purificada na indústria de

fármacos;

3. Definição das grandes áreas do sistema/ processo;

4. Definição dos processos individuais de purificação;

5. Análise das oportunidades encontradas;

6. Definição dos objetivos do trabalho com base no referencial teórico;

7. Elaboração das propostas com base no referencial teórico visando

maior qualidade do produto final e redução de perdas.

É de grande relevância observar que cada sistema gerador de água

purificada é um caso isolado de estudo, mas as propostas apresentadas

podem ser utilizadas como referência para aprimorar o processo de outras

que almejam aprimorar seu processo e sua qualidade

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4 Propostas de melhoria

4.1 Design da Osmose Reversa

A principal vantagem do emprego da osmose reversa é a simplicidade

de layout quando comparado a sistemas de dessalinização térmica, como a

destilação. Outro ponto favorável é a facilidade de expansão e aumento de

capacidade proporcionada por equipamentos modulados. (AL-ENELI e

FAWZI, 2002)

Segundo Parekh, o caminho que a água de alimentação percorre

através dos módulos de membrana tem grande impacto na qualidade de água

bem como eficiência de purificação.

As duas configurações comumente empregadas são chamadas de

simples passo e duplo passo.

O simples passo ou único estágio é o layout mais simples de todas as

configurações e é comumente empregado em vários processos de

dessalinização (AL-ENELI e FAWZI, 2002)

O duplo passo é comumente empregado quando se necessita de um

permeado de maior pureza (HENDRICKS, 2011), ou seja, no caso da

purificação de água, menor condutividade.

O duplo estágio é empregado em geral para aumentar o “Overall

Recovery” ou eficiência do processo.

Nas figuras 20 , 21 e 22 estão representadas as três configurações

mencionadas anteriormente.

Figura 20 - Simples passo Fonte: (AL-ENELI e FAWZI, 2002)

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.

Figura 21 - Duplo passo Fonte: (AL-ENELI e FAWZI, 2002)

Figura 22 - Simples passo, Duplo estágio Fonte: (AL-ENELI e FAWZI, 2002)

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O cenário atual

A empresa estudada conta com um sistema de simples passo composto

por três membranas conforme figura 23 abaixo.

O cálculo do Overall Recovery é efetuado segundo Hendricks da

seguinte maneira:

(5)

(HENDRICKS, 2011)

O Overall Recovery ou eficiência da instalação atual é então calculada

a partir desta.

(6)

Enezi afirma que apesar de um sistema em simples passo retirar até

99,5% do TDS (Total dissolved Salts) da água, seu overall recovery é

relativamente baixo e usualmente fica em torno de 50% ou seja, do volume

da alimentação, somente metade é aproveitado.

Com essa eficiência, podemos concluir que de todo esforço, energia e

insumos empregados na ultra-filtração e pré-tratamento, 53,45 % estão sendo

Figura 23 - Design atual

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enviados para o dreno, sem contar o volume de 12,4 m³/H de resíduo que

está sendo enviado para a ETE por hora.

Proposta de melhoria

Uma possível melhoria a ser empregada no sistema consiste na

mudança do design da osmose a fim de transformá-la de um simples passo

para um simples passo com duplo estágio.

Segundo os exemplos e comentários de Parekh, para águas de

alimentação de TDS inferior a 500 ppm, como é o caso desse sistema que

gira em torno de 340 ppm, o overall recovery pode ser elevado para uma

faixa de 60% até 75% somente com a mudança da configuração da osmose.

Isso implicaria no sistema em um saving de 3,12 m³/H a 6,6 m³/H o que

em média significa o abastecimento de um reator a mais por hora na

fabricação dos produtos.

Duas imagens (mostradas nas figuras 24 e 25) extraídas dos livros

base desta proposta evidenciam esta mudança:

Figura 24 - Exemplo simples passo Fonte: (PAREKH, 1988)

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Portanto esta proposta incrementaria significativamente os processos

da fábrica como um todo, porém esse aumento na performance da osmose

acarreta em uma desvantagem perante a qualidade da água.

Os sistemas de osmose reversa são dimensionados sempre partindo do

volume necessário de permeado e qualidade de água de entrada.

(HENDRICKS, 2011)

Assim como estudado por Enezi, a mudança do sistema de simples

passo para simples passo com dois estágios acarreta no incremento de TDS

na alimentação do segundo estágio e consequentemente, a qualidade do

permeado proveniente do segundo estágio apresenta-se menor resultando

em uma não conformidade com a normalização.

Figura 25 - Exemplo duplo estágio Fonte: (PAREKH, 1988)

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Este inconveniente porém se descaracteriza tendo em vista que o

permeado da osmose reversa é ainda eletro-deionizada e seus níveis de

sólidos dissolvidos chegam proximos a zero.

Figura 27 - Sistema proposto

Figura 26 - aumento de TDS vs qualidade do permeado Fonte:

(AL-ENELI e FAWZI, 2002)

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4.2 Eliminação da etapa de cloração

A desinfecção é um processo essencial nos processos de purificação

de água em geral. Esses processos são importantes, pois mantém os

“clientes” dessa água longe de doenças infecciosas causada por

microrganismos patogênicos.

Dentre os métodos mais comumente empregados na desinfecção de

água costumam utilizar cloro, monocloro, dióxido de cloro, ozônio, peróxido

de hidrogênio, radiação UV e tratamento eletroquímico. A cloração é

historicamente o processo mais empregado na desinfecção de água, porém

os subprodutos formados por este processo tem sido fator de preocupação

atualmente. (LI, FANE, et al., 2008)

O cenário atual

O sistema estudado utiliza de uma etapa de cloração no pré-

tratamento. A água que entra no sistema já se encontra clorada porém o nível

de cloro é elevado à 1 ppm (mg.L -1) e permanece em um tanque de contato

por 15 minutos.

Após a recloração a água é enviada ao setor de abrandamento onde é

amolecida e segue para a ozonificação.

Muitas pesquisas vem sendo realizadas afim de comparar a eficiência

de desinfecção entre os métodos citados.

O Ozônio segundo a tabela 1 tem a maior capacidade oxidante e assim

reage com a parede celular dos microrganismos causando grandes danos

antes mesmo de penetrar no plasma. O cloro com menor poder oxidante

causa a inativação dos microrganismos pela reação direta com elementos no

plasma, ou seja não causa danos a parede celular. (LI, ZHU e NI, 2011)

Li realizou experimentos (figura 28) que classificaram a eficiência dos

processos na seguinte ordem processo-eletroquímico > ozonificação >

cloração > monocloroação.

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Proposta de melhoria

Após o profundo entendimento dos artigos e livros ficou

constatado a ineficiência da cloração frente ao tratamento com ozônio.

A planta purificadora de água conta com os dois processos como

pré-tratamento da água enviada à osmose na sequencia cloração →

abrandamento → ozonificação.

Figura 28 - Inativação dos microrganismos E.coli(■), S. aureus(●), BST (▲) e

Bacillus (▼), por ozonificação (B) e cloração (C)

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Segundo Hendricks e a fabricante do equipamento de osmose reversa,

Idenor Ingenieria, o contato de cloro com a membrana do equipamento,

mesmo por um curto período de tempo é inaceitável.

Para não permitir este contato, antes de chegar à osmose reversa, 500

mL.H-1 de Metabissulfito de Sódio (Na2S2O5) são dosados no fluxo de água.

O Metabissulfito reage com o cloro segundo a reação

Na2S2O5 + H2O → 2 NaHSO3 (7)

2 NaHSO3 + 2 HOCl → H2SO4 + 2 HCl + Na2SO4 (8)

Como é formado HCl na reação, então o sistema apresenta logo em

seguida uma dosagem de NaOH a fim de neutralizar o ácido.

E é claro o sistema de desinfecção por cloro é descartável tendo

em vista que um sistema mais eficiente (Ozonificação) está presente no pré-

tratamento. E que a concentração versus tempo de contato (15 min) também

não é suficiente para eliminação da maioria dos microrganismos conforme a

figura 29

Figura 29 - Processos de desinfecção Fonte: (LECHEVALLIER e AU,

2004)

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O sistema de cloração ainda representa perdas consideráveis no

processo:

O cloro em contato com a resina catiônica, compromete sua

integridade (MACEDO, 2000), quebrando-a e esta se acumula no filtro

bolsa de saída do sistema de abrandamento.

A adição de cloro, por consequência, obriga a adição de Metabissulfi to

de Sódio e Hidróxido de Sódio a fim de proteger as membranas. Esta

adição representa um incremento de TDS na solução na alimentação

da osmose reversa que como visto anteriormente está diretamente

relacionada ao overall recovery da osmose reversa. Portanto o cloro

está ajudando a saturar e aumentar a pressão osmótica na membrana

diminuindo sua eficiência.

Basicamente o sistema de cloração não agrega valor ao produto final e

por consequência implica em gastos desnecessários.

4.3 Substituição do gerador de Ozônio

A concentração de ozônio na água em sistemas de purificação

usualmente é empregada com dois objetivos: desinfecção em pré-tratamentos

e/ou manter baixos níveis de TOC nos tanques de armazenagem a frio

(BOTET, 2006).

Cenário atual

O sistema estudado neste trabalho apresenta dois geradores de ozônio.

O primeiro, presente no pré-tratamento, tem a função de oxidar todos os

contaminantes da água, reduzindo cor, sabor, cheiro e eliminando

microrganismos via oxidação da parede celular e elementos do plasma.

O segundo gerador de ozônio é empregado a fim de evitar o crescimento

bacteriológico (TOC) no interior no tanque de armazenagem de 30 toneladas.

Para isso, o gerador mantém a concentração de ozônio no interior do

tanque em 0,2 mg.L-1 (ppm) e mantém a água recirculando, o que dificulta a

formação de biofilmes.

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O gerador do setor de armazenagem também é empregado para fazer a

sanitização das linhas de distribuição semanalmente, alterando a

concentração do sistema para 0,5 mg.L -1 e circulando por 40 minutos.

O equipamento de geração de ozônio utiliza dos insumos ar-

comprimido, água e energia elétrica 24 horas por dia resultando no custo

médio de R$ 4,00 por hora de utilização.

Energia elétrica 2,65kWh → R$ 0,90 / hora

Ar-comprimido 36 m³/h → R$ 2,90 / hora

Água para refrigeração 90 L/h → R$0,20 / hora

O processo físico de desinfecção por exposição à radiação UV é capaz

de inativar quase todos os microrganismos encontrados em água (MACEDO,

2000).

Na Coreia, 76% dos processos de desinfecção são feitos via UV contra

19% de ozônio (LEE, YU, et al., 2012).

A radiação UV 254nm atua nas bases purínicas e pirimidínicas

constituintes do DNA celular onde a radiação provoca mutações irreversíveis

ou letais como dimerização da timina. Isto impede a replicação do DNA ou

RNA, provocando a inativação e eliminação da célula bacteriana (BOLTON e

LINDEN, 2003).

Segundo experimentos efetuados por Lee, 2012, fica evidenciada a

grande vantagem energética que o UV tem sobre o tratamento convencional

por Ozônio.

Tabela 2 - Eficiência dos processos de desinfecção

Tratamento UV Ozônio

Eliminação de 99% 0,044 1,430

Eliminação de 99,9% 0,052 2,700

Fonte: (LEE, YU, et al., 2012)

Unidade: W.h/L

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Proposta de melhoria

No momento da escolha do processo de desinfecção ou neste caso, de

um processo para manter níveis baixos de TOC, muitos aspectos devem ser

levados em consideração como economia, tecnologia, eficiência e segurança.

Os dois processos mencionados anteriormente são largamente

difundidos, confiáveis e eficientes, porém competem entre si em termos de

economia. (LEE, YU, et al., 2012)

Partindo dos dados de Lee, das afirmações de Hendricks e das

expectativas previstas pelo fabricante do sistema Idenor Ingenieria, podemos

afirmar que um sistema de UV é idealmente mais econômico do que o atual

sistema de Ozonificação.

Segundo o quadro de Lee, o processo via UV utiliza-se de 2% a 3% da

energia necessária para realizar um trabalho via ozonificação.

Levando em conta o mesmo fluxo de recirculação necessária para o

tanque, 18 m³/h e os dados da tabela de Lee pode-se prever um custo

operacional:

Previsão de consumo via UV: 66,25 Wh

Custo do kWh pago pela empresa: 0,034488 R$/kWh

Custo previsto diário: R$ 0,55

Portanto podem-se citar algumas vantagens do UV em relação ao

Ozônio:

Menor custo – redução de 86% no custo diário

Manutenção mais simples e rápida

Mais seguro - o O3 é um gás tóxico

A substituição do ozônio não afetaria os processos de sanitização que

continuariam acontecendo de forma periódica via aquecimento.

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5 CONCLUSÃO

As três propostas de melhoria apresentadas neste trabalho, além de

estarem alinhadas com práticas mais sustentáveis, efetivamente, também

refletem em aumento de produtividade, redução de perdas, aumento da

competitividade e participação no mercado.

Os processos estudados neste trabalho, apesar de especificamente

tratarem de melhorias direcionadas para um sistema de purificação existente,

podem ser adaptados e utilizados na melhoria de sistemas similares ou como

pontos de partida para o design de novos sistemas.

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