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FACULDADE POLITÉCNICA DE UBERLÂNDIA DÉBORA RODRIGUES LIMA EDVALDO SANT´ANA LOURENÇO GESTÃO DE PROJETOS SOCIAIS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA O GESTOR DE RECURSOS HUMANOS UBERLÂNDIA/MG 2013

FACULDADE POLITÉCNICA DE UBERLÂNDIA DÉBORA …static.recantodasletras.com.br/arquivos/4756687.pdf · 8 RESUMO O objetivo deste trabalho monográfico é apresentar a análise e

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FACULDADE POLITÉCNICA DE UBERLÂNDIA

DÉBORA RODRIGUES LIMA

EDVALDO SANT´ANA LOURENÇO

GESTÃO DE PROJETOS SOCIAIS: DESAFIOS E

POSSIBILIDADES PARA O GESTOR DE RECURSOS HUMANOS

UBERLÂNDIA/MG

2013

2

DÉBORA RODRIGUES LIMA

EDVALDO SANT´ANA LOURENÇO

GESTÃO DE PROJETOS SOCIAIS: DESAFIOS E

POSSIBILIDADES PARA O GESTOR DE RECURSOS HUMANOS

Trabalho de Conclusão de curso apresentado

ao Curso Superior em Tecnologia de Gestão

de Recursos Humanos da Faculdade

Politécnica, como exigência parcial para a

obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de

Recursos Humanos, sob a orientação da Profª.

MSc. Cláudia Helena da Cruz.

UBERLÂNDIA/MG

2013

3

FICHA CATALOGRÁFICA

4

SUBSTITUIR PELA ATA DE APROVAÇÃO

5

Dedico aos meus amados pais,

irmãos e minha filha Lorraine

pela paciência, incentivo,

carinho e força no decorrer do

curso.

(Débora Rodrigues de Lima)

Dedico ao meu avô Joaquim

Sant`Ana, que foi um líder

humano e sensível as

necessidades dos seus e a todos

os gestores de talentos humanos

que se esmeram em extrair o

melhor de seus “parteners”.

(Edvaldo Sant`Ana Lourenço)

6

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que me iluminou na caminhada de conquista de

um curso superior. Em segundo lugar agradeço a minha mãe Maria Aparecida Souza Lima que

me apoiou e todas as noites rogou por minha existência e sucesso. Em terceiro lugar agradeço

a minha filha Lorraine Rodrigues de Lima que de forma especial e carinhosa me deu força e

coragem nos momentos de dificuldades.

Agradeço também aos professores que me acompanharam durante a graduação, em

especial a professora Cláudia Helena Cruz responsável pelo acompanhamento na realização

desse trabalho monográfico.

Agradeço em especial Nayara Souza Feitosa, Edvaldo Sant`Ana Lourenço e Marilúcia

Cecílio Ramos que tornaram meus dias na faculdade mais agradáveis e prazerosos.

(Débora Rodrigues de Lima)

Agradeço a Deus, pelo dom da vida, e a todos que contribuíram e colaboraram para

que o sonho de um curso acadêmico fosse possível.

Agradeço a meus pais, senhor Aparecido Lourenço e dona Maria Sant´Ana Lourenço,

por me ter dado a vida e a educação que me trouxe a este momento sublime, que é a conclusão

da graduação em Gestão de Recursos Humanos e meus queridos irmãos Edirlene, Edimara,

Luciana, Luciele e Edelson, minha eterna gratidão pela força e confiança.

Aos professores pelo esforço dedicação e carinho, Cláudia Helena da Cruz que, com

grande disponibilidade, auxiliou-me na elaboração deste trabalho e auxiliou nas provocações

para a reflexão em Gestão de Recursos Humanos e na elaboração deste trabalho que em muito

contribuiu para meu desenvolvimento pessoal.

Aos colegas graduandos em R.H pelo companheirismo e amizade, partilha e

construção de conhecimento que muito me enriqueceu. Gratidão a todos os colaboradores,

facilitadores e instigadores do conhecimento.

(Edvaldo Sant`Ana Lourenço)

7

“A regra da igualdade não consiste

senão em quinhoar desigualmente

aos desiguais, na medida em que se

desigualam. Nesta desigualdade

social, proporcionada à

desigualdade natural, é que se acha

a verdadeira lei da igualdade...

Tratar com desigualdade a iguais,

ou a desiguais com igualdade, seria

desigualdade flagrante, e não

igualdade real.”

(Rui Barbosa, 1919 )

8

RESUMO

O objetivo deste trabalho monográfico é apresentar a análise e os resultados do projeto

“Prevenção: Seja diferente! Drogas Não”, desenvolvido na Casa da Criança e do Adolescente

Cristina Cavanis, bem como, o papel do gestor de pessoas no gerenciamento de projeto social

para a promoção da Responsabilidade Socioambiental. Nesse sentido, entende-se que para a

gestão eficaz no cenário organizacional contemporâneo, o profissional de Recursos Humanos

precisa trabalhar em linha de staff conjuntamente com as áreas e setores da empresa, por meio

de um plano organizacional que envolva as variáveis administrativas de planejamento,

organização, direção e controle para a elaboração do planejamento: estratégico – a longo

prazo, tático – médio prazo e operacional - a curto prazo, organizados com planos de ações

específicos para cada atividade da empresa. A partir da identidade do ramo de atividade da

empresa, o gestor de Recursos Humanos tem a missão de oferecer condições para elaboração

de ferramenta e instrumentais a fim de executar uma gestão de qualidade que traga resultados

significativos de acordo com os objetivos da empresa, viabilizando o comprometimento ético

e responsável com a sociedade e o meio ambiente. Diante do exposto, o problema que este

estudo buscou responder foi: quais as possibilidades de atuação do Gestor de Recursos na

gestão de projetos sociais (Terceiro Setor)? Em busca dessa resposta foi realizado um estudo

de caso e o diagnóstico da pesquisa qualitativa sobre a gestão de projetos sociais, demonstrou

a escassez de profissionais com formação em Recursos Humanos atuando no Terceiro Setor

em Uberlândia. Por outro lado, descobriu-se um vasto campo em ascensão, em que o gestor de

Recursos Humanos pode atuar e construir uma carreira profissional por possuir domínio

técnico e teórico das ferramentas de gerenciamento de projetos utilizados em projetos sociais.

Como resultados parciais desta pesquisa, identificou-se que o uso correto das ferramentas de

gestão com meta específica, clara e concisa, mensurável, acordada, realista e dentro de tempo

limitado, foram de grande importância para o sucesso do projeto estudado e o mesmo teve um

impacto social muito amplo, sendo para o próximo ano (2014).

Palavras – chave: Projetos sociais, Gestão de Recursos Humanos, Responsabilidade

socioambiental.

9

ABSTRACT

The purpose of this monograph is to present the analysis and results of the project "Prevention:

Be different ! No Drugs”, developed in the House of Child and Adolescent Cristina Cavanis ,

as well as the role of managing people managing social project to promote Corporate Social

Responsibility . In this sense , it is understood that for effective management in contemporary

organizational setting , the Human Resources professional needs of staff working online

together with the areas and sectors of the company , through an organizational plan that

involves variables administrative planning , organization, direction and control for the

preparation of planning : strategic - long-term , tactical - medium term and operational - in the

short term , organized with specific action plans for each business activity. From the identity

of the field of activity of the company , the manager of Human Resources mission is to

provide conditions for the development of tools and instruments in order to implement a

quality management to bring significant results according to the company's goals , enabling

the ethical commitment and responsibility to society and the environment . Given the above,

the problem that this study sought to answer was : what are the possibilities of performance of

Resource Manager in the management of social projects ( Third Sector ) ? In pursuit of this

response was carried out a case study and diagnosis of qualitative research on the management

of social projects , demonstrated the lack of trained professionals in Human Resources

working in the Third Sector in Uberlândia . Moreover , it was found a vast field on the rise , as

the manager of Human Resources can act and build a career by owning technical field and

theoretical tools of project management used in social projects . As partial results of this

research , it was found that the correct use of management tools to target specific , clear,

concise , measurable , agreed , realistic and within limited time , were of great importance for

the success of the project studied and even had a very broad social impact , and for the next

year ( 2014 ) .

Key - words: Social projects, Management Human of Resources, Environmental

responsibility.

10

LISTA DE SIGLAS

ADCE - Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas.

CF - Constituição Federal.

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente.

FAGEN - Faculdade de Administração, Gestão e Negócio.

IBASE - Instituto Ecofuturo e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

ISSO - Organização Internacional de Normalização.

LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social.

ONG - Organização Não Governamental.

ONU - Organização Das Ações Unidas.

PAD - Prevenção: Seja diferente! Drogas Não.

PMI – Planejamento Internacional

PMU - Prefeitura Municipal de Uberlândia.

PNBE - Pensamento Nacional das Bases Empresariais.

PPGED - Programa de Pós-Graduação em Educação.

RH - Recursos Humanos.

UFU - Universidade Federal de Uberlândia.

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12

2 A ORGANIZAÇÃO PESQUISADA ............................................................................... 14

2.1 Histórico da instituição....................................................................................... 14

2.1.2 Ações desenvolvidas....................................................................................... 16

2.1.3 Programas desenvolvidos................................................................................ 17

2.1.4 Projetos............................................................................................................ 18

2.1.5 Serviços e ações.............................................................................................. 21

2.2 Projeto: “Prevenção as Drogas: Seja diferente! Drogas Não”........................... 22

3. DIAGNÓSTICO.............................................................................................................. 26

3.1 Diagnóstico do projeto “Prevenção: Seja diferente! Drogas Não”.................... 26

4. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................ 28

4.1 A Responsabilidade Social e o Terceiro Setor................................................... 28

4.1 Diferenciando Responsabilidade Social e Socioambiental, Assistencialismo e

Marketing Social..................................................................................................................

33

4.2 Filantropia e Voluntariado................................................................................. 35

4.3 A Gestão de Projetos Sociais no Terceiro Setor................................................ 37

4.4 Gerenciamento de Projetos Sociais.................................................................... 41

5. AÇÕES DE MELHORIA................................................................................................ 43

6. APRESENTAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO E DOS RESULTADOS.............................. 44

7. AVALIAÇÃO DA EMPRESA........................................................................................ 45

CONCLUSÃO .................................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS................................................................................................................... 49

ANEXOS ............................................................................................................................ 51

12

INTRODUÇÃO

A finalidade deste trabalho monográfico é analisar o projeto “Prevenção: Seja

diferente! Drogas Não”1, desenvolvido na Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis,

bem como, o papel do gestor de pessoas no gerenciamento de projeto social para a promoção

da Responsabilidade Socioambiental. Diante disso, o problema de pesquisa que norteou este

estudo foi saber: quais as possibilidades de atuação do Gestor de Recursos na gestão de

projetos sociais (Terceiro Setor)?

Para responder tal indagação, fez-se necessário pensar a importância do profissional de

Recursos Humanos que tem se esmerado e conquistado seu espaço no mercado de trabalho

cada vez mais fragmentado, competitivo e exigente. A demanda por profissionais tem

aumentado, já que as empresas procuram cada dia oferecer melhores condições de trabalho

aliado a benefícios para atrair e reter talentos. A partir desta perspectiva, o gestor de talentos

humanos se tornou ainda mais importante para as empresas que a cada dia, encontra escassez

de profissionais de qualidade e comprometidos com os interesses, valores, missão e visão da

organização.

Para uma gestão eficaz neste novo cenário organizacional, o profissional de Recursos

Humanos precisa propor um trabalho conjunto que pense a organização dentro de um plano e

envolva desde as variáveis administrativas até um planejamento: estratégico – a longo prazo,

tático – médio prazo e operacional a curto prazo. Dentro da proposta da empresa, o gestor de

Recursos Humanos precisa oferecer ferramenta e instrumentais para que em uma linha de

staff2 junto aos líderes possam executar uma gestão de qualidade que traga resultados

significativos e para a organização.

A partir desta concepção de Gestor de Recursos Humanos, este trabalho monográfico

analisou a atuação deste profissional no Terceiro Setor. Todas as entidades, associações,

1 O projeto “Prevenção: Seja diferente! Drogas Não” é um projeto de promoção de Responsabilidade

Socioambiental desenvolvida pela ONG Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, que tem como

objetivo educar e promover para uma reflexão ampla sobre os malefícios causados pelas drogas, para crianças e

adolescentes, oferecendo-lhes condições para formação da consciência, autonomia e responsabilidade, bem como

incentivar a desenvolver hábitos saudáveis no seu quotidiano. Este projeto é gerenciado por uma psicóloga que

tem mais de 14 anos de gestão de Recursos Humanos. 2 Staff: é o conjunto de pessoas que fazem parte de um determinado grupo de trabalho ou que trabalham em

conjunto.( GOLDSTEIN, 2010, P.36)

13

ONGs são possíveis espaços de atuação para o gestor de Recursos Humanos que tem domínio

técnico e teórico das ferramentas de gestão.

No modelo de gestão das empresas privadas o Terceiro Setor tem aos poucos intentado

implementar uma gestão administrativa mais profissionalizada, pois até então, o Terceiro

Setor era visto como instituições promotoras de “caridade” e não como empresa que tem fim

último a Responsabilidade Socioambiental em vários campos de atuação.

Assim, o crescimento do Terceiro Setor surge mais um campo de atuação para o Gestor

de Recursos Humanos, seja como gestor de pessoas ou gestor de projetos sociais. No que se

refere a gestão de projetos sociais, esta pesquisa encontrou dificuldades pelo número muito

reduzido de profissionais de Recursos Humanos exercendo esta função em Uberlândia. Das

300 instituições sociais, existem apenas um profissional formado em Gestão de Recursos

Humanos atuando como gestor de projetos, mas a pesquisa com este profissional foi

inviabilizada e por questões éticas não serão tratadas aqui.

Como este campo de atuação ainda é bastante restrito, a pesquisa foi realizada na Casa

da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, onde atua uma psicóloga com mais de 14 anos

de experiência em Gestão de Recursos Humanos e gerencia um projeto de grande impacto

socioambiental, que foi apresentado no capítulo 2 deste trabalho.

Assim, a metodologia adotada foi pesquisa qualitativa com delineamento de estudo de

caso. O instrumento de pesquisa utilizado para realização do diagnóstico foi entrevista

estruturada com questionário aberto. Também foram utilizadas fontes primárias para a coleta

de dados, como os documentos fornecidos pela instituição e fontes secundárias para

fundamentação do tema como: livros, artigos científicos e sites relacionados ao Terceiro Setor

e a Gestão de Recursos Humanos.

14

2. A ORGANIZAÇÃO PESQUISADA

Este capítulo tem como objetivo apresentar a instituição Casa da Criança e do

Adolescente Cristina Cavanis, sub sede da Associação Antonio e Marcos Cavanis na qual este

estudo de caso foi realizado.

2.1 Histórico da instituição

A história da Cada da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis está entrelaçada com

a história da Associação Antônio e Marcos Cavanis e com Província Antônio e Marcos

Cavanis (Brasil) Instituição religiosa da Congregação das Escolas de Caridade – Instituto

Cavanis (Itália).

A obra Cavanis nasceu sob a inspiração de um ideal iniciado por dois irmãos religiosos

há mais de dois séculos. Uma linda história de dedicação ao trabalho com a juventude, que foi

iniciada na Itália no ano de 1802, pelos irmãos: Padre Antônio Ângelo Cavanis e Padre

Marcos Antônio Cavanis. Desde então o ideal dos dois irmãos, que abandonaram tudo para

dedicar-se ao cuidado gratuito dos jovens, tem se estendido pelo mundo todo. Ficaram mais

conhecidos como “Irmãos Cavanis” e destacaram-se no trabalho educacional com a juventude.

No ano de 1968, a Congregação das Escolas de Caridade – Instituto Cavanis veio para

o Brasil, fundando a província Antônio e Marcos Cavanis. Um ano depois, no ano de 1969, foi

fundada a Associação Antônio e Marcos Cavanis, como a organização responsável pela

manutenção das obras sociais da Congregação religiosa e da sua província no Brasil.

A Associação Antônio e Marcos Cavanis nasceu da sensibilidade dos religiosos da

Congregação das Escolas de Caridade em colaborar com a redução dos problemas sociais da

região dos campos gerais, através da promoção do acesso aos direitos fundamentais de

cidadania.

Com o passar do tempo esta associação estendeu o seu trabalho social por outros

estados do nosso país da criação de sub-sedes executoras, as quais desenvolvem programas

específicos nas áreas de assistência social e educação de crianças, adolescentes e jovens.

Como resultado do seu desenvolvimento surgiu a Casa da Criança e do Adolescente

Cristina Cavanis, entidade vinculada à Associação Antônio e Marcos Cavanis, que tem sede

15

na cidade de Castro/PR. Esta associação foi fundada pela Congregação das Escolas de

Caridade. Um dos membros da Associação Antonio e Marcos Cavanis iniciou atividades

educativas em Uberlândia-MG no ano de 2000, com um pequeno grupo de crianças no bairro

Aurora, no contra turno escolar, usando como local de trabalho neste primeiro momento a

Capela São Francisco, recebendo apoio da comunidade e uma equipe de voluntários.

No ano de 2002 foi conseguida uma subvenção social repassada pela Prefeitura

Municipal de Uberlândia, podendo ampliar o atendimento para dois turnos, aumentando a

quantidade de atendidos e oferecendo-lhes uma programação diversificada de atividades

culturais, além do auxílio à tarefa escolar, café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.

A Associação possui como missão proteger e educar com amor paterno crianças e

adolescentes, assegurando direitos fundamentais e valores essenciais para o seu

desenvolvimento integral e desenvolve o Programa de Apoio Sócio Educativo em Meio

Aberto. Este programa proporciona aos atendidos oportunidades de convívio em diversas

atividades culturais que estimulam o desenvolvimento de suas potencialidades, oferecendo-

lhes um ambiente propício para a formação de valores éticos, o fortalecimento da auto-estima

e autonomia. A Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis atende hoje150 crianças e

adolescentes do bairro Laranjeiras e região adjacentes, desenvolvendo atividades educativas e

culturais.

Missão: acolher, proteger, educar e promover com amor paterno, crianças,

adolescentes e jovens, assegurando direitos fundamentais e valores essenciais para o seu

desenvolvimento integral.

Visão: a Associação Antônio e Marcos Cavanis tem como visão de futuro ser uma

organização de excelência, criando condições para o desenvolvimento integral das crianças,

adolescentes e jovens através da prestação de serviços sociais e educacionais.

Valores: a Associação Antônio e Marcos Cavanis fundamenta-se e orienta-se por

princípios cristãos e por um conjunto de valores que denominamos de “Carisma Cavanis”. O

Carisma Cavanis é a herança deixada pelos nossos fundadores (Pe Antonio e Pe Marcos

Cavanis), que tem como enfoque e diretriz a paternidade cuja característica principal é o amor.

Acreditamos que amar as crianças, adolescentes e jovens como filhos constitui o

grande diferencial para a educação no mundo atual, carente de valores éticos, sociais e

cristãos. Neste sentido os educadores são convidados a desenvolver no cotidiano “mais a

16

missão de pais do que de mestres”, mantendo um vínculo de amor e proximidade com as

crianças, adolescentes e jovens.

Este amor é gratuito, nada espera em troca, inspira-se na paternidade divina (Deus ama

a todos sem distinção e gratuitamente) buscando a garantia de direitos que proporcionem a

promoção do desenvolvimento integral.

O “Carisma Cavanis” realiza-se através do compromisso assumido pelos envolvidos no

processo educativo que se desdobra em “formar o coração” da juventude através da promoção

de valores éticos cristãos, mantendo um relacionamento feito de atenção, confiança, respeito e

comunhão com as crianças, adolescentes e jovens sem exclusão social e através do diálogo

aberto para o enriquecimento cultural e espiritual. É fundamental ainda desenvolver um

trabalho em equipe como requisito indispensável para obter resultados satisfatórios.

A Caridade é à base do Carisma Cavanis. Mas o conceito de “Caridade-Amor”; o amor

que move a vontade, à busca efetiva do bem dos outros e procura identificar-se com o amor de

Deus: ágape, amor-caridade.

Neste entendimento a Caridade é sinônimo de amor: amor gratuito que move á ação,

que produz direitos fundamentais e estes garantem a promoção social da juventude. Quando

acolhemos e atendemos as crianças, adolescentes e jovens com base nos valores do “Carisma

Cavanis” estaremos cumprindo o nobre ideal dos nossos fundadores que desejavam “Ser mais

pais que mestres”, acreditando assim contribuir com a missão da família e assegurar o futuro

da sociedade.

2.1.2 Ações desenvolvidas

A Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis desenvolve e executa programas

em regime de apoio sócio educativo em meio aberto para crianças, adolescentes e jovens de

acordo com o previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90) e na Lei

Orgânica da Assistência Social (Lei 8742/93). Bem como, programas de orientação e apoio

sócio-familiar, de forma conjunta com o programa de apoio sócio educativo, focando as

famílias das crianças e adolescentes ou a sua comunidade.

Atua em defesa dos direitos da criança e do adolescente, através de denúncia ao

Conselho Tutelar e/ou outros órgãos competentes, quando constatamos maus tratos contra

17

criança ou adolescente da instituição. E também desenvolve projetos sociais que fortalecem a

rede de proteção social à criança e adolescente.

2.1.3 Programas desenvolvidos

Programa de Apoio Sócio Educativo em Meio Aberto : este programa tem como objetivo a

realização de projetos, serviços e ações sócio-educativas, voltadas para crianças e adolescentes

na faixa etária de 6 a 15 anos, visando seu desenvolvimento integral através da promoção de

oportunidades de proteção, educação, socialização e fortalecimento dos vínculos familiares e

comunitários.

Atualmente temos seis unidades trabalhando com este programa nas cidades de Castro,

Ortigueira, Ponta Grossa e Maringá no Estado do Paraná; Uberlândia e Belo Horizonte no

estado de Minas Gerais e na Capital de São Paulo.

Também conta com unidades em outros continentes e países.

Figura 1: Atuação da Associação Antonio e Marcos Cavanis

FONTE: Plano de Promoção Social e Marketing (2010)

Programa de orientação e apoio sócio-familiar: este programa tem como objetivos prevenir

situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades, do fortalecimento de

vínculos institucionais, familiares e comunitários. Destina-se às famílias das crianças e

18

adolescentes atendidas, que vivem em situação de vulnerabilidade social decorrente da

pobreza, privação e, ou, fragilização de vínculos afetivos.

2.1.4 Projetos

Projeto de Auxílio à Tarefa Escolar: está embasado na necessidade de acompanhamento do

processo de desenvolvimento sócio-educacional das crianças e adolescentes, dado pela

realidade de que o conhecimento tem cada vez mais importância na sociedade atual. Focado

no desenvolvimento educacional do participante através da assessoria a tarefa, pesquisa e

trabalhos escolares; tendo momentos intensos de incentivo à leitura e desenvolvimento de

atividades lúdicas.

Projeto Integração Familiar: para o desenvolvimento desta proposta, num primeiro

momento, é necessário unir a família à entidade, desmistificando a imagem de instituição

apenas para as crianças e adolescentes. Sendo assim, a instituição cria momentos em que a

família é convidada a participar, na intenção de fortalecimento de vínculos. Juntamente a esse

processo, são realizadas visitas domiciliares, objetivando conhecer a realidade dessas famílias,

para sugerir, posteriormente, projetos de aprimoramento social. Logo, nosso objetivo geral

neste projeto é promover um processo de comprometimento e formação, integrando as

famílias e a instituição.

Projeto de Formação Humana: o objetivo geral é propiciar espaços de formação e

desenvolvimento dos valores humanos centrada nas potencialidades do “ser” para interagir em

sociedade.

Projeto de Informática Básica: o domínio da informática básica transforma-se num

instrumento que permite maior participação social, viabilizando aos cidadãos atendidos

oportunidades de acesso a informação, a educação e conhecimento, com melhoria da auto-

estima e das opções de lazer. O objetivo geral do projeto é promover o aprendizado básico de

informática como capacitação e ampliação do conhecimento.

19

Projeto de Informática e Cidadania: esse projeto desenvolve noções práticas de cidadania

através da informática, enquanto um instrumento gerador de conhecimentos que permitem

minimizar os efeitos da exclusão social e digital. O projeto inicia abordando conhecimentos

básicos acerca da conceituação de cidadania e informática, evoluindo para os problemas

comunitários a fim de desenvolver os comportamentos e práticas comuns ao cidadão

consciente e participante.

Projeto de Esporte e Recreação: o projeto contribui especialmente para o desenvolvimento

integral através da interdisciplinaridade, reconhecendo a importância das dimensões física,

social, espiritual e intelectual, através da integração, da reciprocidade e do intercâmbio co

outros profissionais da instituição.

Projeto Oficina de Artes: este projeto tem como objetivo promover atividades artísticas e

manuais, visando o desenvolvimento da capacidade de percepção, criação e apreciação da arte

como instrumento de ampliação da compreensão do mundo e de si mesmo.

Projeto de Reciclagem e Meio Ambiente: este projeto objetiva alcançar conhecimentos

necessários para o despertar da consciência dos atendidos e seus familiares, sobre a

importância da coleta seletiva do lixo e a reciclagem para a preservação do meio ambiente.

Projeto Alimentação e Saúde: busca orientar as crianças e adolescentes no cotidiano da

instituição para adquirirem hábitos saudáveis de higiene e alimentação, através da promoção

do conhecimento do valor nutritivo dos alimentos e funcionamento do organismo.

Projeto Oficina de Expressão Corporal: tem a finalidade primordial de atender as crianças e

adolescentes que frequentam a instituição, propiciando diversas modalidades de dança,

esporte, teatro e jogos cooperativo-lúdicos, beneficiando o desempenho motor, cognitivo e

social de cada indivíduo envolvido no projeto.

Projeto Oficina de Dança e Teatro: capacita e promove por meio da dança e do teatro, o

bem estar físico e mental proporcionando maior interação entre os participantes, despertando

20

assim o talento individual para os diversos ritmos da dança e conseqüentemente a consciência

da linguagem corporal, melhorando a qualidade de vida dos mesmos.

Projeto Oficina Brinquedoteca: proporciona desenvolvimento cognitivo, afetivo e social,

bem como favorecer integração e resgate das brincadeiras de roda.

Projeto Terapia Amor Exigente: possibilita diálogo e reflexão sobre os conflitos inter e intra

pessoais e familiares oferecendo ferramentas para que os adolescentes gerenciem melhor as

mudanças e transformações, próprias desta fase da vida.

Projeto Capoeira: proporciona atividades recreativas, jogos, dinâmicas e exercícios que

explore o desenvolvimento motor e incentive a pratica esportiva salutar, bem como relações

cooperativas.

Projeto Clube da Leitura: oferece condições para contato direto com a leitura e a escrita

formal, por meio de livros e material pedagógico, no intuito de melhorar a compreensão de

textos e a escrita, sendo capaz de construir e contar sua própria história, otimizando a

aprendizagem e a capacidade de entendimento da realidade que o cerca para promoção a

transformação e a emancipação social.

Projeto Prevenção as drogas: orienta sobre as causas das drogas no organismo e oferecer um

leque de possibilidades e saídas para o problema da drogadição. Estimular bons hábitos de

saúde e motivá-los a serem bons cidadãos sabedores e cumpridores de seus direitos e deveres.

Projeto Corte e Costura: ensina as mães dos atendidos a cortar e costurar roupas,

desenvolvendo a criatividade e produzindo peças para comercialização a fim de otimizar a

renda familiar e preparar para o mercado de trabalho.

Projeto Cantinho da Beleza: mantêm e acompanha a higiene pessoal dos atendidos,

possibilitando adequação da auto-estima e desenvolvimento do hábito de se manter limpo e

com um bom visual.

21

Projeto Blog e O Educador: viabiliza veiculação das atividades realizadas na instituição e

tornar conhecido o trabalho realizado na linguagem dos atendidos, tanto nas mídias sociais

como nas mídias impressas.

Projeto Estagiários e Voluntários: abertura de espaço a sociedade civil organizada das

diferentes áreas do conhecimento, para que possam colocar suas habilidades, a serviço da

promoção de nossas crianças e adolescentes. “Considera-se serviço voluntário, para fins desta

Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer

natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais,

educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade”.

2.1.5 Serviços e ações

Os principais serviços são:

- Serviço Alimentação;

- Serviço de Cadastramento e Registro de Usuários Informatizado;

- Serviço de Encaminhamento as Especialidades;

- Serviço de Encaminhamento a Rede Pública de Atendimento;

- Serviço de Orientação Social para crianças e adolescentes;

- Serviço de Orientação Social para famílias;

- Serviço de Pesquisa Social;

- Dentre outros serviços.

Ações: são atividades pontuais necessárias para o funcionamento das sub-sedes executoras da

Associação Antônio e Marcos Cavanis. Como exemplos: palestras, treinamentos,

fornecimento de material escolar, participações em festas e eventos comemorativos,

participação nas instâncias democráticas (conselho municipal de assistência social, conselho

municipal dos direitos da criança e adolescente), etc.

22

2.2 Projeto: “Prevenção as Drogas: Seja diferente! Drogas Não”

Dentre os projetos desenvolvidos pela Casa da Criança e do Adolescente Cristina

Cavanis, foi escolhido para ser objeto deste estudo de caso o projeto de “Prevenção as

Drogas: Seja diferente! Drogas Não”, uma vez, que o mesmo é gerido por uma profissional

(psicologia) com vasta experiência em Recursos Humanos.

Apresentação: o projeto Prevenção as Drogas é resultado de uma parceria firmada com a

Universidade Federal de Uberlândia, onde são desenvolvidas atividades preventivas com

crianças, adolescentes e familiares do bairro Laranjeiras e adjacentes. O mesmo tem como

objetivo educar crianças e adolescentes, promovendo uma reflexão ampla sobre os malefícios

causados pelas drogas. Oferecendo-lhes condições para formação da consciência, autonomia e

responsabilidade, bem como incentivar a desenvolver hábitos saudáveis no seu quotidiano.

O projeto de Prevenção as Drogas fez emergir muitas ações criativas a fim de

fortalecer a pensamento crítico sobre o assunto. Realizamos atividades no mês de maio, em

que o objetivo foi a de tirar as crianças e adolescentes da posição de espectadores para a de

orientadores na troca de correspondências preventivas com crianças e adolescentes da mesma

idade, de uma sub sede da Associação Antonio e Marcos Cavanis – Casa do Menor Irmãos

Cavanis - no Paraná.

Cada um de acordo com seu grau de desenvolvimento pôde demonstrar a partir de

ilustrações ou textos, sua opinião ou mesmo sua preocupação relativa às drogas. Dois itens

apareceram com mais ênfase na visão deles e que foram expressas em suas cartas - a violência

gerada pelas drogas, e como uma infância sadia (o brincar, o estudar, a família) pode afastar a

criança e o adolescente das drogas.

A troca de correspondência, também é uma forma de ampliar a visão de mundo das

crianças e adolescentes. Aproximando realidades e trocando experiências. Criança e

adolescente da mesma faixa etária farão as respostas às cartas enviadas. A expectativa

positiva, pela espera da resposta, também é um fator que influencia até a auto-estima dessas

crianças, demonstrando o quanto ela é importante para o outro, que pensou nela com carinho

mesmo sem conhecê-la.

23

Percebe-se o quanto é difícil tratar o assunto de prevenção as drogas, especialmente

devido o meio em que essas a crianças e adolescentes vivem. Mas sabemos que este é o

caminho que realmente pode salvar muitas delas. A união de profissionais e a diversidade de

formas de se trabalhar o assunto, cria um clima mais favorável para se falar e tratar o assunto.

A Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, realmente adotou o tema como

prioridade em sua rotina e o trabalho tem trazido inúmeros benefícios. Isso é muito

gratificante e certamente trará ainda mais, bons frutos.

Para contribuir com o desenvolvimento das atividades preventivas do projeto de

Prevenção as Drogas, contamos com o apoio de profissionais da psicologia, pedagogia,

educação física e conselho comunitário de prevenção ao uso indevido de drogas. Cada

profissional desenvolveu suas formativas que contou com a capacitação de educadores,

palestra para pais e responsáveis, pesquisa quantitativo sobre bem como apresentação cultural

preventiva das atividades produzidas pelos atendidos nas oficinas, na com mais de crianças e

adolescentes e com mais de alunos da rede municipal de ensino.

Quadro 1: Apresentação cultural preventiva

Escolas, ONGs e famílias Alunos

Escola Municipal Valdemar

Firmino

350

ONG Maria Lobato 75

Escola Eurico Silva 350

ONG Estação Vida 75

ONG CCACC 150

Caminhada pela vida 1000

Famílias 120

Total 2120

Fonte: elaborado pelos autores (2013)

Este projeto trouxe inúmeros benefícios às crianças, adolescentes, educadores e

familiares do bairro Laranjeiras e adjacentes. Em função da excelência na gestão este projeto

foi aprovado e recebeu verba do segundo setor, Secretaria Municipal Anti – Drogas e Defesa

24

Social da PMU – Prefeitura Municipal de Uberlândia, para continuar as atividades preventivas

no próximo ano. A gestora projeto o apresentou como proposta de estudo e análise no PPGED

- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, Programa de Mestrado da UFU.

Justificativa: o Projeto Prevenção as Drogas surgiu da demanda real e necessidades de nossos

atendidos que relatavam que sabiam onde parentes escondiam as drogas, que sentiam o cheiro

da substancia sendo consumida dentro de casa, de relatos dramáticos em que a criança contou

assustada de acordar no meio da noite em meio a tiroteios e a polícia invadindo sua casa para

levar parentes preso por tráfico e comercialização de produtos ilícitos.

Foi trabalhado com palestras formativas de ex-usuários que estavam a mais de dez

anos “limpos”, onde foram criadas atividades didáticas em que foi possível responder o que as

crianças entendiam por drogas. Foram desenvolvidas inúmeras atividades como, concursos de

desenho e redações sobre prevenção as drogas, cartazes, painel de relatos. Foi trabalhado com

músicas, paródias, teatros, vídeos, filmes e no final foi encerrado com um desfile em repudio

as drogas.

Foram trabalhadas definições a cerca da temática, drogas lícitas e ilícitas, bem como

quais são os benefícios das drogas manipuladas pela indústria farmacêutica e quais são os

malefícios do uso indevido de drogas. Como o projeto foi muito produtivo e trouxe bons

resultados, gostaríamos de dar continuidade a este trabalho preventivo em parceira com a

Universidade Federal, para que mais crianças e adolescentes possam ter acesso as informações

preventivas e possam usufruir as praticas educativas que lhes abrem novos horizontes e

possibilidades, a partir do artigo 227 da Constituição Federal/88, que diz,

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao

adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,

à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,

à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo

de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,

crueldade e opressão (BRASIL, CF/88, Art. 227).

No ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 4º, bem como todas as

orientações preventivas que promovem a cultura da vida são bases fundamentais para a

construção da cidadania e da responsabilidade social.

25

Objetivo Geral: educar e promover para uma reflexão ampla sobre os malefícios causados

pelas drogas, para crianças e adolescentes, oferecendo-lhes condições para formação da

consciência, autonomia e responsabilidade, bem como incentivar a desenvolver hábitos

saudáveis no seu quotidiano.

Objetivos específicos:

Evitar a experimentação e o uso de drogas;

Empoderar os atendidos sobre conhecimento dos malefícios das drogas;

Acolher e integrar os atendidos de maior risco social;

Tomar as atitudes necessárias para solução dos problemas reais;

Oferecer profissionais capacitados, para que por meio das técnicas adequadas os

atendidos possam expressar seus sentimentos;

Fortalecer a autoestima;

Incentivar a cidadania e responsabilidade social;

Favorecer e motivar bons hábitos de saúde;

Promoção da Responsabilidade socioambiental;

Metodologia: as atividades do projeto são desenvolvidas por palestras formativas com

profissionais contratados pelo projeto, atividades didáticas - pedagógicas educativas e

atividades manuais. São realizados círculos de atividades pedagógicas, psicológicas,

assistência social e expressão corporal que corroborarão para a formação e o desenvolvimento

dos atendidos e ajudarão diretamente com a prevenção as drogas.

A partir desta apresentação do projeto, na próxima seção será apresentado o

diagnóstico do mesmo.

26

3. DIAGNÓSTICO

O objetivo deste estudo é demonstrar as funções e analisar o papel do gestor de

Recursos Humanos na gestão de projetos sociais para a promoção da responsabilidade

socioambiental. Após pesquisa e levantamento de dados, diagnosticou-se a escassez de

profissionais de Recursos Humanos atuando na área, resultado que dificultou a realização

deste estudo de caso.

Para exemplificar, os dados apresentados são resultado de uma pesquisa realizada pelo

grupo de estudos Empreendedorismo Social ligado a FAGEN – Faculdade de Administração,

Gestão e Negócio da UFU - Universidade Federal de Uberlândia, sob a coordenação da Profª

Drª Edileusa Godói de Sousa, administradora e estudiosa de empreendedorismo social e gestão

de projetos.

Os dados a seguir demonstram o cenário das instituições sociais Uberlândia:

Quadro 2: Cenário das instituições sociais de Uberlândia.

IDENTIFICAÇÃO RESULTADOS

NÚMERO DE INSTITUIÇÕES FILANTROPICAS 300

NÚMERO DE GESTORES DE PROJETOS SOCIAIS 290

NÚMERO DE GESTORES DE PROJETOS SOCIAIS COM

FORMAÇÃO EM RECURSOS HUMANOS

01

FONTE: FAGEN (2013)

Os dados acima possibilitaram o diagnóstico de que existe uma grande carência de

profissionais de RH atuando na gestão de projetos sociais, mas por outro lado, demonstrou que

existe um campo de trabalho aberto que pode e deve ser explorado por estes profissionais.

Sendo assim, esta pesquisa direcionou para o estudo de um projeto social que é gerido

por uma psicóloga com mais de 14 anos de experiência em Gestão de Recursos Humanos em

uma empresa de renomada em Uberlândia.

3.1 Diagnóstico do Projeto

Em entrevista com a psicóloga, especialista em MBA-Administracão e Marketing e

Certificação em Coaching, Ivana de Cássia Ribeiro Rosa Camilo, gestora de Recursos

27

Humanos a mais de 14 anos e gestora do projeto “Prevenção: Seja diferente! Drogas Não”,

levantou–se os pontos positivos e os pontos a serem melhorados no projeto, referente ao

gerenciamento a partir das ferramentas próprias do RH.

De acordo com os dados da entrevistada, para ser um gestor de projetos sociais, se faz

necessário:

- Articulação pessoal (comunicação e relacionamento);

- Noções de políticas globais;

- Facilidade para promover conhecimento, educar, orientar, oferecer feedback;

- Facilidade em expor idéias, acompanhar, medir e apresentar resultados;

Dentre os pontos a serem melhorados, identificou-se:

1º) A necessidade de conseguir parcerias junto a empresas privadas e órgãos públicos,

a fim de captar recursos financeiros para dar continuidade ao projeto, possibilitando assim,

aumentar as possibilidades de benefícios do mesmo a comunidade.

2º) O gestor do projeto precisa criar estratégias que tragam os pais para dentro da

instituição os pais, pois a análise da pesquisa de diagnóstico aplicada antes do lançamento do

projeto, demonstrou que as grandes chances de experimentação e uso de drogas lícitas estão

dentro de casa e por vezes os parentes são os primeiros a iniciarem os menores no uso de

entorpecentes com as “ingênuas” bicadinhas.

3ª) Também foi percebido a necessidade de se contratar um profissional de Recursos

Humanos que fique responsável pela gestão dos projetos sociais, haja vista que a psicóloga

não trabalha duas vezes na semana e possui muita demanda de atendimento psicológico,

restando pouquíssimo tempo para a gestão dos projetos e captação de novos recursos.

Por fim, a entrevista possibilitou uma visão mais atenta e acadêmica sobre as

possibilidades e desafios na atuação da gestão de projetos sociais.

28

4. REFERENCIAL TEÓRICO

A finalidade deste capítulo é conceituar os termos relacionados a promoção da

Responsabilidade socioambiental no Terceiro Setor e o gerenciamento de projetos sociais,

apresentando os termos característicos deste novo campo de atuação do gestor de Recursos

Humanos.

4.1 A Responsabilidade Social e o Terceiro Setor

A Responsabilidade Socioambiental pode ser definida como o relacionamento ético

da empresa no meio interno e externo, onde os vários grupos de interesses influenciam ou são

impactados pelos parceiros da organização. Este relacionamento das empresas com os

stakeholders3 e o meio ambiente, deve estar de alinhado com sua missão, visão, valores,

políticas, cultura e estratégias organizacionais. Na medida em que a empresa está inserida na

sociedade, pode-se observar uma relação de interdependência entre ambas, uma sinergia que

pode ser qualificada como responsabilidade social da empresa.

Para Ashley (2005, p. 28), no início do século passado, as empresas desconheciam a

responsabilidade social e as informações empresariais, além de guardar segredo de seu

desempenho financeiro onde a lei obrigava a divulgar somente algumas poucas informações

das empresas. Com o passar do tempo e com as influências das conferências da ONU –

Organização das Nações Unidas, as empresas começaram a se abrir. Hoje, embora distante do

ideal se tenha algumas poucas empresas, é claro, que se preocupam e promovem atividades

socialmente responsáveis e muitas tem uma cota de seus lucros destinados a Responsabilidade

Socioambiental.

A Responsabilidade Socioambiental praticada pelas empresas é muito recente e tem se

tornado nos últimos anos, quase que um modismo, o que é bom para os negócios, entretanto,

não se toma consciência da real necessidade de faz com que elas ouçam os interesses das

partes, dos acionistas aos seus colaboradores.

Após as várias conferências da ONU e iniciativas não governamentais e

3 Stakeholders: Pessoa ou grupo com interesse na performance de organização e no meio ambiente na qual opera.

29

governamentais, foi se criando aos poucos, uma nova concepção a cerca da compreensão do

mercado sustentável foi se constituindo. Algumas empresas mesmo pressionadas pelos órgãos

competentes e responsáveis por estabelecer certa ordem global de justiça e equidade, a fim de

diminuir a emissão de poluentes na camada de ozônio, só começaram alterar suas práticas de

produção “predatória” para praticas ecologicamente corretas ao perceberem que a

sustentabilidade traz benefícios comerciais e retorno financeiro plausíveis.

Dentre as principais conferências está a Conferência intergovernamental sobre

Educação Ambiental em Tbilisi, na Geórgia, de 1977, dá seus primeiros passos num processo

global orientado para criar as condições e formação uma nova consciência sobre o valor da

natureza, foi o início de um itinerário formativo que ainda não atingiu o seu auge.

De acordo com Loureiro (2004) a conferência de Geórgia aponta para a necessidade da

Educação Ambiental como um meio educativo pelo qual se podem compreender de modo

articulado as perspectivas dimensionais ambientais e sociais problematizando a realidade na

busca das raízes da crise civilizatória.

Já o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade

Global redigido durante a Conferência Rio-92, traz dezesseis princípios fundamentais da

educação para formação de uma sociedade sustentável e estabelece a possibilidade de uma

habilidade do pensamento crítico, onde a coletividade e a solidariedade fazem parte

constituinte da diversidade. (LOUREIRO, 2004)

Este tratado sugere um conjunto de compromissos coletivos para a formação

consciente da sociedade civil planetária, em que o Estado, empresas, Terceiro Setor, gestor de

Recursos Humanos e líderes organizacionais têm papel importantíssimo na concretização

destes compromissos, bem como na formação de opinião da sociedade.

O desenvolvimento da comunidade em que está inserida, a preservação do meio

ambiente, uma comunicação transparente interna e externa, o investimento no

ambiente de trabalho, no bem estar dos funcionários, o retorno aos acionistas, a

satisfação dos clientes e a sinergia com os stakeholders - parceiros são exemplos de

ações que caracterizam responsabilidade social empresarial. (GARCIA, 2002, p. 56)

A empresa precisa redefinir seu papel social na contemporaneidade, pois a cada dia

cresce a conscientização de que não basta gerar empregos, criar produtos, oferecer benefícios

à sociedade, pois elas também produzem resultados indesejáveis como à poluição, degradação

30

do meio ambiente. Ou seja, danos ocasionados pela empresa a terceiros - pessoas ou

comunidade - enfim, a empresa tem que demonstrar sua utilidade social e sua contribuição

para amenizar estes problemas, buscando o bem comum de maneira criativa e sustentável.

(JACOBI, 2005, p. 196)

É indispensável a qualquer empresa iniciante o cumprimento da legislação ambiental

federal, estadual e municipal do local onde está situada, pois ela tem como objetivo assegurar

aos cidadãos os direitos de usufruir com responsabilidade dos benefícios do meio ambiente de

maneira consciente e respeitável.

Em nosso país, particularmente, nos estados mais desenvolvidos do ponto de vista

industrial, como, por exemplo, São Paulo, e respaldado por uma legislação ambiental

considerada como uma das mais avançadas do mundo, a sociedade tem conseguido

bloquear projetos que em outros tempos teriam pouca ou nenhuma resistência por

serem considerados fonte de desenvolvimento e novos empregos. (DIAS, 2006, p.72)

A legislação ambiental brasileira é muito complexa e não é cumprida adequadamente

de maneira que possa garantir a preservação e a correta utilização dos recursos renováveis e

não renováveis do meio ambiente. O gestor de Recursos Humanos precisa estar ciente das

normas e regras, bem como das suas mudanças e alterações, do segmento empresarial, na qual

ela deve obedecer.

A Educação Ambiental baseada nos princípios da Agenda 21 engloba tanto a educação

institucional, como a informal, dando maior atenção a promovida pela sociedade civil

organizada, pois teoricamente essas instituições têm como objetivo exclusivo a formação

cidadã e o compromisso socioambiental.

A Conferência Rio + 20 se tornou um símbolo do debate entre ambientalistas, ONGs,

do governo e empresas mundiais, onde foi possível perceber como esse assunto é urgente e

necessário a ser debatido, problematizado no intuito de trazer resultados razoáveis para todos,

neste momento histórico ímpar que estamos vivendo. Para auxiliar o gestor de Recursos

Humanos nas empresas, se faz necessário o uso das ferramentas adequadas disponíveis,

atrelada ao Gerenciamento de Projetos trará excelentes resultados.

Para Toldo (2002, p. 77), “pode-se considerar como início da responsabilidade social

no Brasil a criação, em 1960, da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE),

que reconheceu a função social da empresa associada”. Mas foi principalmente a partir da

31

década de 80 que várias iniciativas foram tomadas, como o lançamento do prêmio Eco de

cidadania empresarial em 1982, pela Câmara Americana do Comércio de São Paulo,

promovido até hoje. Em 1984, a destaca-se por ser a primeira empresa brasileira a publicar um

Balanço Social4.

No início da década seguinte, em 1992, o banco Banespa divulgou todas as suas ações

sociais, e no mesmo ano foi realizada no Rio de Janeiro a Eco 92, que discutiu a importância

do meio ambiente e sua preservação, pertencente a uma das áreas da responsabilidade social.

A Agenda 21, resultado da Conferência do Rio em 1992, sendo o mais importante

documento internacional que reúne os princípios da educação ambiental. Ela enfatiza o papel

da educação na promoção do desenvolvimento sustentável, através da concentração de

esforços dos países na universalização da educação ambiental que deveria ser ensinada a partir

do ingresso da criança nas escolas.

Mudanças de comportamento através do desenvolvimento de práticas sociais

ambientalmente responsáveis e menos predatórias bem como a adoção de novos

valores e concepções baseados na compreensão das relações entre as sociedades

humanas e a natureza, entre os problemas ambientais, globais e o nível local são as

diretrizes básicas da educação ambiental baseadas nos princípios estabelecidos pela

Agenda 21 adotadas em escala mundial. (BARCELOS, 2005, p. 49).

Em 1993, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou a Campanha Nacional da

Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, com o apoio do Pensamento

Nacional das Bases Empresariais (PNBE), constituindo o marco da aproximação dos

empresários com as ações sociais.

Já em 1997, Betinho lançou também um modelo de balanço social, e, em parceria com

o jornal Gazeta Mercantil, criou o selo Balanço Social, para estimular as empresas brasileiras a

divulgarem seus resultados na participação social. No mesmo ano foi criado o Instituto Ethos

de Empresas e Responsabilidade Social. Como demonstrado a seguir:

4 Balanço Social é o nome dado ao material informativo publicado anualmente que mostra a situação da empresa

em relação às questões sociais e ambientais. O objetivo desse material é difundir informações a todos os

interessados, como acionistas, sindicatos, funcionários e seus familiares, comunidades afetadas pela empresa,

mídia, ONGs etc.

32

No caso do Ethos nota-se uma preocupação da entidade em demonstrar que as

atividades empresariais socialmente responsáveis estão inseridas num contexto mais

amplo, ainda que capitalista, no qual deve-se fomentar o desenvolvimento e a

Balanço Social é o nome dado ao material informativo publicado anualmente que

mostra a situação da empresa em relação às questões sociais e ambientais. O objetivo

desse material é difundir informações a todos os interessados, como acionistas,

sindicatos, funcionários e seus familiares, comunidades afetadas pela empresa, mídia,

ONGs etc. (GARCIA, 2002, p. 32):

Atualmente, existe uma série de instituições no país, como a Fundação Abrinq pelos

Direitos das Crianças e Adolescentes, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o

Instituto Ecofuturo e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), que,

além de desenvolverem ótimos trabalhos para o bem-estar social, também auxiliam as

empresas que se interessam em desenvolver algum trabalho nesse sentido.

O IBASE lista todos os anos o balanço social de todas as empresas associadas a ele,

reunindo informações sobre planos, programas, projetos e demais ações sociais e ambientais

dirigidas a funcionários, investidores, analistas de mercado, comunidades etc. Até o ano de

2005 a instituição tinha contabilizado mais de 1000 Balanços Sociais de empresas, publicados

em seu modelo e disponíveis para consulta. Além disso, durante o ano são divulgados

argumentos e indicadores a partir da análise desses Balanços Sociais das empresas. Assim, o

Instituto acredita estar interferindo no debate público, ampliando as articulações e a

capacidade crítica da sociedade civil no âmbito da responsabilidade social empresarial

(IBASE, 2005).

Outras conquistas empresariais relevantes como as normas ISO 14001, da Organização

Internacional de Normalização, em vigor desde setembro de 1996, que prega o

combate ao desperdício, a economia de recursos, o incentivo à inovação para produzir cada

vez mais usando cada vez menos, homologando a forma de como a empresa gerencia o

impacto de suas atividades e de seus produtos sobre o meio ambiente, mostram o empenho

empresarial em contribuir para uma sociedade com qualidade de vida melhor para todos.

A primeira norma de certificação social - “Social Accountability 8000” – foi criada em

1997 pelo “The Council on Economic Priorites Acreditation Agency – CEPAA, (MELO

NETO, 1999, p. 174). É conhecida como SA 8000, norma internacional que visa implementar

códigos sociais de conduta com o intuito de melhorar as condições de trabalho, como saúde e

segurança, liberdade se associação, remuneração justa, entre outras, tanto na empresa auditada

como em sua cadeia de fornecedores.

33

A Responsabilidade Socioambiental na empresa contribui para:

Quadro 3: Benefícios da Responsabilidade Socioambiental.

Proteger e fortalecer a imagem da marca e sua reputação, favorecendo a imagem da

organização.

A credibilidade passa a ser uma importante vantagem, um diferencial competitivo

no mundo globalizado.

Diferenciação dos concorrentes.

Visão positiva da empresa.

Fonte: elaborado pelos autores (2013)

4.1 Diferenciando Responsabilidade Social e Socioambiental, Assistencialismo e

Marketing Social.

Para que o trabalho social seja eficaz e traga resultados à comunidade é preciso

planejamento, organização, direção e controle, as variáveis administrativas que ajuda o gestor

da entidade beneficente5 a trazer melhores resultados sociais, como: captação de recursos,

atração de parcerias, atividades culturais e tantas outras que fazem a diferença na vida dos

atendidos6 e possibilidade de novos olhares e perspectivas de sonhos e realizações.

Para que o trabalho alcance os índices de indicadores de Responsabilidade social, se

faz necessária constatação de atividades e projetos realmente traga condições de

transformação social, seja em sua forma de pensar, agir ou de compreensão do mundo e de seu

meio social. Responsabilidade social é um compromisso assumido com o individuo

desfavorecido, ou seja, com a pessoa que se encontra a margem do mercado e da vida social,

desprovida de condições que possibilite sua emancipação social, ou seja, capacidade de

construção ativa de sua história e não sofrer passivamente as ações severas e periclitantes do

sistema que a cerceia.

O conceito de Responsabilidade Social é aplicado principalmente no âmbito das

organizacional para as empresas dos três setores, Estado, empresas privadas e Terceiro Setor.

Segundo definição dada pelo Instituto Ethos, Responsabilidade Social:

5 Entidade beneficente é aquela que atua em benefício de outros que não o da própria entidade ou dos seus

integrantes, podendo ou não estabelecer contrapartida. 6 Atendidos são os destinatários do trabalho social das organizações.

34

É uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira

e co-responsável pelo desenvolvimento social. (...) A empresa socialmente

responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes

partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores,

comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento

de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos

acionistas ou proprietários. A Responsabilidade Social foca a cadeia de negócios da

empresa e engloba preocupações com um público maior (acionistas, funcionários,

prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-

ambiente), cujas demandas e necessidades a empresa deve buscar entender e

incorporar em seus negócios. Assim, a Responsabilidade Social trata diretamente dos

negócios da empresa e como ela os conduz. (INSTITUTO ETHOS, 2013)

No entanto, o conceito de responsabilidade social pode ser aplicado tanto no âmbito do

Estado, quando este busca o aprimoramento e a maior eficiência na condução de suas políticas

públicas de combate aos problemas sociais como também em relação ao cidadão, quanto este

procura realizar trabalhos voluntários ou de alguma forma contribuir junto às entidades do

Terceiro Setor e às questões que lhe são pertinentes.

As organizações do terceiro setor existem para isso, para fazer ser cumprido os direitos

e os deveres do cidadão, oferecendo as condições e os meios para que saiam da condição de

vitimas e passam a ser autores de sua vida e história. Todas as ações sócias estão intimamente

ligadas a promoção humana, a renovação dos valores e o resgate da ética e da moral, afim de

que as pessoas possam viver melhor.

Responsabilidade socioambiental refere-se ao cuidado com a vida, seja humana, seja

animal, vegetal e mineral. Cuidar do planeta é cuidar das pessoas e oferecer melhores

condições de vida com mais qualidade de vida e saúde7.

Faz-se necessário também esclarecer que o Assistencialismo é uma pratica paternalista

protetiva que não emancipa socialmente o indivíduo. Com esse tipo de ação política é fácil de

ganhar eleição, manter o poder, mas não é o caminho para construção de uma sociedade

salutar que pensa e age em direção a um futuro melhor.

No que se refere ao Marketing Social, este é uma releitura e a aplicação dos conceitos

e métodos clássicos de marketing para disseminar idéias benéficas para o homem e a

sociedade. Para se desenvolver Marketing Social pressupõe análise, planejamento,

instrumentação e controle dos programas desenhados para criar, construir e manter o

7 Saúde segundo a OMS é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de

doenças.

35

intercâmbio de relações benéficas com os públicos escolhidos para alcançar os objetivos da

organização sempre pautada pela ética e Responsabilidade Socioambiental.

Portanto, o Marketing Social tem como função aumentar o potencial de arrecadação

das entidades do terceiro setor, reforçar sua imagem institucional e conseguir respostas mais

rápidas e eficientes às suas ações. Contudo, existem ações do Marketing Social que recorrem a

mecanismos ilícitos e de má fé, que ferem a imagem da instituição, manipulando os dados e as

informações.

Nesse sentido, o verdadeiro marketing social deve estar em consonância com a missão,

visão e valores da instituição, de modo a consolidar suas ações, objetivando atrair parceiros

que tenham interesse em investir na atividade social.

4.2 Filantropia e Voluntariado

Filantropia é uma palavra composta filo/antropos (em grego) amor ao homem, desejo

de ajudar ao próximo e à sociedade. A entidade filantrópica atua pelo interesse ou benefício de

terceiros, mas sem qualquer contrapartida por parte destes, ou seja, os benefícios são gerados

por meio do patrimônio da entidade, sem ônus direto aos beneficiados. Pode ser considerada

uma "espécie" do gênero "entidade sem fins lucrativos". O conceito de entidade filantrópica

está intimamente ligado ao de assistência social, a qual é prestada sem qualquer cobrança de

taxas, mensalidade ou contraprestação.

As ações filantrópicas são de maneira eventual, como distribuir parte dos lucros a

instituições sociais, ONGs, fundações etc., lembrando que isso acontece esporadicamente. Na

maioria das vezes os projetos de cunho filantrópico não têm uma continuidade, não há

propostas sólidas de forma que a empresa possa concluí-las ou torná-las sustentáveis. Já a

responsabilidade social está associada aos objetivos permanentes e ações cotidianas de

determinada organização (PAGLIANO, 2005, p.15).

É bem verdade que a prática da filantropia é importante e sempre traz algum tipo de

conforto para os desvalidos, sobretudo num país de população tão carente como o Brasil. Mas

ela não é suficiente para substituir políticas públicas. Nos moldes em que é realizada acaba se

tornando um paliativo para o grave quadro social, porque, em muitos casos, não busca a

36

continuidade das ações e se concentra, geralmente, em promoções episódicas, como

campanhas de agasalho no inverno e arrecadações de brinquedos no período natalino.

Entidade sem fins lucrativos são aquela que não distribui eventuais excedentes

operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu

patrimônio auferidos mediante o exercício de suas atividades, entre os seus sócios e

associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores e que os aplica integralmente na

consecução do respectivo objeto social.

Estatuto Social é conjunto de cláusulas contratuais por meio do qual a associação ou

fundação é constituída e administrada. De forma geral, o estatuto deve estabelecer, entre

outras disposições qual a denominação, os objetivos e a sede da entidade, quais os requisitos

necessários para a admissão, retirada e exclusão dos associados, direitos e deveres dos

associados, os órgãos deliberativos, sua composição e funcionamento, quem representará a

entidade em juízo e fora dele, hipóteses de alteração do estatuto e causas de dissolução e

destinação do patrimônio qualquer pessoa jurídica somente passa a existir legalmente quando

o seu estatuto for registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

O trabalho voluntário é uma atividade não remunerada, prestada por pessoa física a

entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha

objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social,

inclusive mutualidade. Foi regulamentado pela Lei nº 9.608/98 que instituiu o Termo de

Adesão ao Trabalho Voluntário e a possibilidade de ressarcimento de despesas efetuadas pelo

voluntário no desempenho de suas atividades.

O trabalho voluntário não gera vínculo empregatício, não havendo qualquer obrigação

de natureza trabalhista ou previdenciária para as entidades. é considerado como de suma

importância para o desenvolvimento e a consolidação da cidadania participativa, através da

implantação e cultivo de uma cultura moderna de voluntariado.

Voluntário é pessoa física que realiza atividade não remunerada junto a entidade

pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha

objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social,

inclusive mutualidade (definição baseada na Lei nº 9.608/98, que regulamentou o trabalho

voluntário no Brasil).

37

4.3 A Gestão de Projetos Sociais no Terceiro Setor

O Gerenciamento de Projetos é de extrema necessidade neste mundo em constante

transformação. A eficiência e eficácia é condição necessária para o sucesso de qualquer

organização, desde a mais incipiente às poderosas que movimentam milhões de reais por ano.

Para uma gestão estratégica competitiva que prioriza a excelência em qualidade, o projeto é de

extrema necessidade. Como demonstram Gido e Clementes:

Um projeto é um conjunto de atividades temporárias, realizadas em grupo, destinadas

a produzir um produto, serviço ou resultado únicos é esforço para se atingir um

objetivo específico por meio de um objetivo único de tarefas inter-relacionadas e a

utilização eficaz de recursos. Tem um objetivo bem definido em termos de escopo,

cronograma e custo. (GIDO; CLEMENTS, 2007, p. 45)

O Gerenciamento de Projetos, portanto, é a aplicação de conhecimentos, habilidades

e técnicas para a execução de projetos de forma efetiva e eficaz. Trata-se de uma competência

estratégica para organizações, permitindo com que elas unam os resultados dos projetos com

os objetivos do negócio–e, assim, melhor competir em seus mercados. A gestão de projetos é

um processo implementado para atingir um objetivo proposto.

Como demonstra Gido e Clements (2007, p. 46), o projeto tem uma vida dividida em

quatro fases:

Quadro 4: Fases de um projeto.

Primeira fase Identificação de uma necessidade ou um problema.

Segunda fase Solução proposta para resolver o problema.

Terceira fase A implementação da solução proposta, é a execução.

Quarta fase ou fase final Conclusão e avaliação e projeto.

Fonte: Gido e Clementes (2011).

Quanto às fases são em geral sequências e definidas normalmente por algum tipo de

formulário com informações de transferência de uma fase para outra, com a especificação das

entregas em cada fase. Quanto ao custo e pessoal: custo baixo ao início e pouco pessoal

alocado. Os custos e qualidade de pessoal alocado atingem o valor máximo durante as fases

intermediárias e caem conforme o projeto vai sendo finalizado.

Quanto ao nível de incerteza, no início do projeto, o nível de incerteza é mais alto,

significando uma maior expressão ao risco. À medida que o projeto desenvolve, o nível de

incerteza começa a diminuir. Quanto à capacidade de influenciar: a capacidade das partes

38

interessados de influenciar o objetivo final e os custos do projeto é mais alta no inicio e se

torna menor conforme o projeto se desenvolve.

O gerenciamento de projetos é um trabalho que exige a integração de todos os

processos assegurando que cada um esteja corretamente conectado a outro, de maneira a

facilitar a coordenação. É papel do gerente de projetos, que também pode ser o gestor de

Recursos Humanos, atuar na integração desses processos, garantindo que todos os interessados

sejam atendidos adequadamente.

A disciplina de integração do projeto está focada, principalmente, nas seguintes

atividades e seus respectivos resultados: desenvolver o termo de abertura do projeto e criação

do documento que autoriza formalmente um projeto ou uma fase do projeto.

Desenvolver a declaração preliminar do escopo do projeto: a criação da declaração

preliminar do escopo fornece uma descrição de alto nível do escopo do produto ou serviço

para o qual o projeto foi destinado.

Para desenvolver o plano de gerenciamento do projeto precisa-se de documentação das

ações necessárias para definir, preparar, integrar e coordenar todos os planos auxiliares em um

plano de gerenciamento. Orientar e gerenciar a execução do projeto, ou seja, executar o

trabalho definido no plano de gerenciamento para atingir os requisitos do projeto definidos na

declaração do escopo do projeto.

Controlar e monitorar o trabalho do projeto são alguns dos processos usados para

iniciar, planejar, executar e encerrar um projeto, de modo a atender aos objetivos de

desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto. E controlar as mudanças,

consiste na revisão de todas as solicitações de mudança e do controle de mudanças que se

referem às entregas que acontecem nas diferentes fases do projeto.

O encerramento formal do projeto, ou uma de suas fases, requer a finalização de todas

as atividades em todos os grupos de processos de gerenciamento de projetos, conforme orienta

o autor. (KERZNER, 2006, p. 67).

Um projeto surge em resposta a um problema concreto, portanto, elaborar um projeto

é, antes de qualquer coisa, contribuir para a solução de problemas, transformando idéias em

ações. Nesse sentido, organizar o projeto através de documentos nos auxilia a sistematizar o

trabalho em etapas a ser cumprido, compartilhar os objetivos que se deseja alcançar,

39

identificar as principais deficiências a superar e apontar possíveis falhas durante a execução

das atividades previstas.

Antes de ser iniciado, um projeto necessita ser aprovado, caberá aos interessados no

projeto apresentar os argumentos que o justifiquem, mostrar sua viabilidade técnica e

econômica, descrever o que será produzido por ele e seus objetivos e apresentar sua duração

prevista e os custos envolvidos.

Dentro da metodologia aqui tratada, para então iniciarmos um projeto devidamente

aprovado, será necessário desenvolver um documento chamado Termo de Abertura do Projeto,

que basicamente contém a autorização formal do projeto e identifica o gerente de projetos

apontado para gerenciá-lo. Uma vez indicado, o gerente de projetos recebe a autoridade para

aplicar os recursos necessários para empreender o projeto (KEELING, 2002, p. 93).

As entradas do processo de iniciação são as seguintes: descrição do produto/serviço,

plano estratégico, histórico e critérios de seleção. A saída do processo é o termo de abertura do

projeto. As ferramentas usadas no processo são os métodos de seleção e o parecer de

especialistas.

A descrição do produto ou serviço a ser entregue pelo projeto é retratada em um

documento contendo a descrição de todos os produtos ou serviços a serem criados pelo

projeto. O nível de detalhamento poderá variar conforme o grau de conhecimento do produto

ou serviço a ser desenvolvido no projeto, sendo a descrição refinada e detalhada com o

andamento do projeto.

Em outras palavras, o documento de descrição do produto registra as características do

produto/serviço final do projeto e contém menos detalhes nas fases iniciais e mais detalhes

conforme o projeto avança e as características do produto/serviço são progressivamente

elaboradas.

E um projeto é único no sentido de que não se trata de uma operação de rotina, mas

um conjunto específico de operações destinadas a atingir um objetivo em particular.

Assim, uma equipe de projeto inclui pessoas que geralmente não trabalham juntas –

algumas vezes vindas de diferentes organizações e de múltiplas geografias.

(KEELING, 2002, p. 125).

O projeto deve estar alinhado com os objetivos estratégicos da organização

empreendedora, sendo plenamente justificado pela necessidade que o originou. Em geral, os

40

projetos são derivados de estímulos, internos ou externos, que são chamados de oportunidades,

desafios ou mesmo problemas, e que geram as necessidades acima citadas.

Nessa linha, os seguintes tópicos estimulam o surgimento de projetos: uma demanda de

mercado; uma nova necessidade do negócio; um requisito do cliente; um avanço tecnológico;

e uma exigência legal.

Os critérios para seleção dos projetos são definidos, normalmente, em função do

planejamento estratégico da organização empreendedora e do produto/serviço que o projeto se

propõe a realizar. São, portanto, específicos de cada organização e envolvem aspectos como:

retorno financeiro, participação de mercado, percepção da concorrência e outros critérios

específicos da organização/instituição.

A relação entre meio ambiente e educação assume um papel cada vez mais desafiador,

demandando a emergência de novos saberes para apreender processos sociais cada vez mais

complexos e riscos ambientais que se intensificam. Nas suas múltiplas possibilidades, abre um

estimulante espaço para um repensar de práticas sociais e o papel dos educadores na formação

de um sujeito preocupado com a ecológica.

A restrita presença do debate ambiental, seja como disciplina, seja como eixo

articulador nos currículos dos cursos de formação de professores, é um bom indicador do

desafio de internalização da educação ambiental nos espaços educativos. Isto coloca a

necessidade de uma permanente sensibilização dos professores, educadores e capacitadores

como transmissores de um conhecimento necessário para que os alunos adquiram uma base

adequada de compreensão dos problemas e riscos socioambientais, do seu impacto no meio

ambiente global e local, da interdependência dos problemas e da necessidade de cooperação e

diálogo entre disciplinas e saberes que forma o sujeito.

Esse fato demonstra a importância em estudar projetos e o seu adequado

gerenciamento. Nessa etapa introdutória abordou-se as características de um projeto

definindo-o como um esforço temporário, progressivamente elaborado para produzir um

produto ou serviço único.

O gerenciamento de projeto é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e

técnicas às atividades do projeto e que é composto por processos que têm como objetivo

iniciar, planejar, executar, controlar e encerrar os projetos.

41

O gerenciamento de projetos tem o objetivo de promover a Responsabilidade

Socioambiental visando atender as necessidades reais da comunidade respaldada pelo

alinhamento com o plano estratégico da organização.

A formação do homem ético, responsável, consciente e capaz de transformar a sua

realidade socioambiental de maneira inteligentemente criativa, é uma das alternativas para

construção de uma sociedade produtiva, autônoma e sustentável. Nesse sentido, este estudo

destaca o papel do gestor de Recursos Humanos como missão de ser agente transformador do

ambiente organizacional e também promotor da Responsabilidade Socioambiental por meio de

Gerenciamento de Projetos e das ferramentas adequadas.

4.4 Gerenciamento de Projetos Sociais

Este trabalho, portanto, por meio da pesquisa bibliográfica se caracteriza pela posição e

contraposição de ideais e, por fim, a realização de uma síntese desse movimento de

contradição, procura evidenciar os entendimentos postulados pelos autores de Gerenciamento

de Projetos e de Responsabilidade Socioambientais.

Para tanto, inicialmente, tendo por base as obras “Responsabilidade Social: das grandes

corporações ao Terceiro Setor” de Ilana Goldstein, “Gestão socioambiental no Brasil” de

Rodrigo Berté, “Responsabilidade Social: das grandes corporações ao Terceiro Setor”, bem

com “O Gerenciamento de projetos” de Carlos Magno da Silva Xavier, apontar-se-ão os

principais conceitos que os autores formulam sobre o tema aqui selecionado.

Finalmente, com o apoio de outras literaturas complementares, seja de comentadores

dessas obras ou de trabalhos acadêmicos que versam sobre o tema aqui proposto, proceder-se-

á uma análise comparativa com a finalidade de se obter uma síntese sobre o conceito de

Gerenciamento de Projetos e Responsabilidade Socioambiental no Terceiro Setor.

Uma das propostas dês trabalho é ajudar a transformar a interdependência real do

sujeito em solidariedade, preparando o individuo para compreensão de si mesmo e do outro,

condição necessária para uma verdadeira transformação socioambiental. A educação manifesta

em seu caráter insubstituível a capacidade de fomentar e imprimir nas pessoas consciência,

autônoma e liberdade pra construir e significar seu espaço.

42

O gestor de Recursos Humanos tem como objetivo, preparar os colaboradores e a

empresa para ser capaz de responder com convicção e sensatez as situações pertinentes à vida

pessoal e profissional dos colaboradores, mas também na promoção da Responsabilidade

Socioambiental, bem como, produtores de soluções criativas, com eficiência e eficácia.

Portanto, após o diagnóstico e a fundamentação teórica do tema, segue na próxima

seção as ações de melhoria como contribuição deste estudo.

43

5. AÇÕES DE MELHORIA

Entende-se que um profissional de Recursos Humanos pode colaborar aplicando as

ferramentas de sua área de formação, que contribuirão para a visibilidade da instituição, bem

como para os resultados e impactos destas ações que atingem mais de 2 mil pessoas direta e

indiretamente.

Segue abaixo a proposta de ação de melhoria apresentada pelos autores do trabalho,

que foi aprovada pela Diretoria Executiva.

Quadro 5: Plano de ação.

O que Quem Quando Quanto Por que Como Onde

Captar

recursos

financeiros

e parcerias

com

entidades

públicas.

Gestor de

projetos

sociais da

instituição

formado

em Gestão

de

Recursos

Humanos.

Durante o

ano todo – na

abertura de

editais e

renovação de

convênios.

R$ 100,00 –

para custear

transporte

Manter e

expandir e

ampliar as

ações do

projeto a sua

atuação para

benefícios

para as

famílias e a

comunidade

Visita e

apresentaçõ

es do

portífólio de

sucesso da

empresa.

Empresas

privadas

e órgãos

públicos;

Aproximar

a relação da

instituição

com as

famílias e a

comunidad

e;

Equipe

gestora da

instituição.

Durante o

desenvolvim

ento dos

projetos

R$ 300,00 –

Custeio de

lanches.

Para

aproximar as

famílias da

instituição e

melhoras as

possibilidade

s de

acompanham

entos.

Projeto que

favoreça

integração

familiar e

responsabili

dade social.

Na

instituiçã

o.

Contratação

de

profissional

formação

em

Recursos

Humanos;

Diretoria

Executiva

da

instituição

Janeiro de

2014

R$ 1200,00 Trará

excelentes

resultados

para a

instituição.

Mais

projetos e

melhor

gestão.

Na

instituiçã

o

Fonte: adaptado do modelo PMI (2013).

44

6. APRESENTAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO E DOS RESULTADOS

A proposta de melhoria juntamente com o plano de ação detalhado foi apresentada na

reunião da Diretoria Executiva para apreciação e deliberação. Depois discutirem e debaterem

chegaram a conclusão que o plano de ação é plausível e viável, assim, incluiram todas as

propostas no plano de ação da instituição para o ano seguinte (2014).

A primeira proposta foi aceita, aprovada e colocada em prática imediatamente, por

meio de parceria e captação de recursos o PAD, será renovado para o próximo ano (2014) e

contará com a assessoria e participação da Secretaria Anti-Drogas e Defesa Social, bem como,

com a gestão de um profissional de Recursos Humanos, tendo em vista que, a atual gestora

tem muita demanda de trabalho na área de atendimento personalizada as famílias

acompanhadas pelo PAD.

A segunda proposta também foi aceita e será implementada no Plano de Trabalho do

próximo ano (2014), pois a profissional de psicologia fará atendimentos às famílias, inclusive

com visitas domiciliares, mas com uma carga horária mais reduzida em função dos custos para

manter um profissional de alto nível de desempenho. Assim, há maior possibilidade de

estreitar as relações interpessoais entre as famílias, ONG e a comunidade.

A terceira proposta sofreu um pouco mais de resistência em função dos custos, mas foi

aceita e será implementada para o próximo ano (2014). O salário viável para a ONG é de R$

1.000,00 para que o gestor de Recursos Humanos faça a gestão de todos os projetos sociais da

instituição, capte recursos financeiros e novos projetos e atraia parcerias e benefícios para a

organização.

Esta decisão foi tomada em função dos custos para manter um profissional de

psicologia na gestão de projetos sociais. Haverá um remanejamento de profissionais e o

profissional de Recursos Humanos será incorporado ao corpo de colaboradores da instituição,

pois é um profissional que tem competência técnica, teórica e metodológica para desenvolver

esta função com eficiência e eficácia.

45

7. AVALIAÇÃO DA EMPRESA

O Diretor Executivo João Pedro Pinheiro, bem como toda a Diretoria Executiva

agradeceram a pela escolha da ONG Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis para

fazer este estudo sobre projetos sociais e pelas contribuições oferecidas pelo grupo à

instituição. Foi avaliado como excelente esta iniciativa da faculdade em possibilitar integração

entre teoria e prática, pois oferece uma boa base para o profissional que sai do curso direto

para a o mercado de trabalho.

O diagnóstico foi muito produtivo, pois junto com a coordenação e os educadores pode

ser discutidos que até então não era pertinente e que foi suscitado pelo grupo e trouxe

benefícios e colaboração.

Algumas ideias apresentadas pelo grupo já haviam sido discutida na Diretoria, mas

nunca fora feito um estudo para a viabilidade de implantação. Com este trabalho, ficou mais

fácil visualizar os problemas e encontrar soluções razoáveis.

O trabalho do grupo foi muito bem aceito, pois trouxe dados novos que eram antigos e

não tinha em mãos. Com o plano de ação foi bem mais fácil pensar as soluções e implementar

as melhorias. Como o trabalho social é feito sobre planejamento e plano de trabalho, as ações

de melhorias serão implementadas para o próximo, onde será previstos todos os gastos

apresentado pelo grupo.

Todas as ações sugeridas foram implementadas e uma das melhorias sugeridas trouxe

excelente resultados. Em função da sugestão do grupo a atual gestora entrou em contato com

possíveis parceiros, a fim de captar recursos e projetos para o próximo ano, foi apresentado

portifólio de projetos bem sucedidos e dois projetos serão renovados e outro será implantado

com parceria de empresas do Primeiro e do Segundo Setor.

Os alunos foram comprometidos, chegaram no horário marcado, apresentaram as

propostas conforme o combinado, estavam interessados, faziam perguntas sobre os projetos e

participaram voluntariamente de atividades dos projetos da ONG.

A avaliação do grupo foi positiva, pois foram profissionais e cumpriram tudo o que

estava previsto. As propostas de melhoria foram apresentadas de forma clara e objetiva,

demonstrando conhecimento e convicção do que estavam propondo. O trabalho foi produtivo

e enriquecedor para ambas as partes.

46

CONCLUSÃO

Após realização deste estudo de caso, conclui-se que os objetivos foram alcançados e

que o problema de pesquisa foi respondido satisfatoriamente, uma vez que, ficou evidente a

gama de possibilidades para atuação do Gestor de Recursos Humanos no Terceiro Setor,

especificamente na gestão de projetos sociais.

Observou-se neste estudo que na área de RH existem várias frentes de trabalho, e para

que o gestor possa orientar e acompanhar cada uma, é necessário que estejam organizados em

planos, com prazos, responsáveis, metas e indicadores. A análise do impacto de cada ação do

RH na empresa deve ser avaliada, pois sendo uma área que não gera resultados diretamente na

receita da organização, esta deve demonstrar sua relevância por meio dos benefícios que traz

para os colaboradores, para o desenvolvimento da empresa, para a imagem frente à

comunidade e para a perenidade da mesma. Estes resultados indiretos tornam-se cada vez mais

valiosos para as empresas, na medida em que esta deseja se diferenciar no mercado, pois uma

empresa com maior credibilidade é aquela que zela por todo o contexto que ela impacta,

social, econômico, financeiro, ambiental e político.

No que tange ao Projeto Prevenção as Drogas (PAD), percebeu-se a necessidade de

estabelecer os objetivos gerais do projeto, os objetivos específicos, as frentes de trabalho

divididas entre os profissionais habilitados para desenvolver cada uma e os indicadores

esperados com a aplicação das metodologias. Nesse contexto, o gestor deve ter uma visão

ampla sobre as metodologias de gestão de projetos, a fim de que possa, dentre tantas variáveis,

promover um alinhamento que leve a todos ao objetivo maior da instituição, manter os

atendidos esclarecidos sobre as drogas e seus impactos, bem como empoderá-los da

capacidade de se manter longe das drogas.

O PAD trabalha em várias frentes, com a participação de diferentes profissionais:

Psicólogo, Assistente Social, Educador Físico e Pedagogo. Com essa multidisciplinaridade é

possível que a criança vivencie o aprendizado de maneiras diferentes, e isso possibilita que ela

se desenvolva no aspecto pessoal, emocional e intelectual. O fortalecimento da estima, um

olhar individual sobre suas potencialidades, a interação em grupo, os jogos, tudo isso desperta

na criança um interesse por si próprio, a liberdade e o desejo de conquistar mais espaço, ser

uma pessoa melhor. A criança pode sentir-se capaz de levar para onde for, em casa, na rua, na

47

escola, a sua força pessoal e transformar esse mundo que a rodeia, sendo ainda capaz de

enfrentar adversidades, ou mesmo de encontrar recursos para auxiliá-la nos desafios diários.

Todos os profissionais envolvidos elaboram seus planos com os objetivos e

metodologias a serem aplicadas, e após a realização das atividades produzem os relatórios

qualitativos que fornecem informações sobre as atividades desenvolvidas (Que bom/ Que Tal/

Que Pena/ Sugestões). Reuniões periódicas, diagnósticos e entrevistas quantitativas são

realizadas no intuito de avaliar os conteúdos e resultados obtidos de forma que possibilitam

que o projeto mantenha-se alinhado com os objetivos da instituição.

Os projetos sociais são uma forma de trazer para dentro da instituição a realidade que

está além dos muros, e que pode impactar diretamente a vida dos seus profissionais, clientes, e

toda a cadeia de valor da instituição ou empresa. A oportunidade de fazer algo que beneficie

alguém, é uma fonte de valor pessoal que gera motivação as pessoas a participar dos projetos

sociais.

Deve-se ter sempre a visão de beneficiar o maior número de pessoas possível, nos

projetos que se desenvolve. Projetos com alcance limitado, também limita os interesses e

incentivos para que sejam desenvolvidos. Alem disso, deve-se ter agilidade para aplicar as

idéias, estrutura de suporte para aplicação das ações, feedbacks constantes e planejamento.

Estes pontos são fundamentais para que se tenha sucesso como um profissional nessa área e

obtenha destaque.

O PAD tem o intuito de atingir o maior número de pessoas possível, porém ainda é

limitado no que tange ao pagamento de profissionais capacitados para atender as demandas do

dia a dia. O projeto existe em função de patrocínio que não tem compromisso com a

continuidade e é limitado, para que continue a trazer benefícios se faz necessário, captação de

recursos junto as empresa privadas e órgãos públicas e parcerias com associações e entidades

organizadas da sociedade civil.

O atendimento as famílias estão muito aquém do esperado e precisa de parceria para

proporcionar mais atividades que atraia os familiares. Um profissional de RH disponível para

gerir projetos pode ficar disponível para gerenciar estas atividades e trazer inúmeros

benefícios para a comunidade e para a instituição de um modo geral.

Nesse intuito, cumpriu-se o objetivo da pesquisa que é o aprendizado aliado à

contribuição prática para com a empresa analisada, colaborando para que a instituição alcance

48

seus indicadores, associando a postura ética com a prática da Responsabilidade

Socioambiental, impactando efetivamente na vida das pessoas.

49

REFERÊNCIAS

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município de Campos Gerais (MG) sob o enfoque da gestão ambiental. 2005. Dissertação

(Mestrado em Administração e Produtividade Organizacional) - FACECA , Varginha.

BERTE, Rodrigo. Gestão socioambiental no Brasil. Edição especial. – Curitiba: Ibepex,

2009.

DIAS, R. Responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2006.

GARCIA, B.G. et al. Responsabilidade social das empresas: a contribuição das

universidades. São Paulo: Fundação Peirópolis, 2002.

GIDO, Jack; CLEMENTE, James P. Gestão de Projetos. Tradução Vétice Tranlate; São

Paulo: Cengage Learning, 2011.

GOLDSTEIN, Ilana. Responsabilidade Social: das grandes corporações ao Terceiro Setor.

São Paulo. Ática. 2010.

JACOBI, Pedro Roberto. Educação e Pesquisa (Revista) São Paulo, v. 31, n. 2, p. 233-250,

maio/ago. 2005

KEELING, Ralph. Gestão de Projetos: uma abordagem global. Tradução Cid Knipel

Moreira. São Paulo: Saraiva, 2002.

KERZNER, Horold. Gestão de projetos: as melhores práticas. Tradução Lene Belon Ribeiro.

2. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

LOUREIRO, C. Trajetória e fundamentos da educação ambiental. São Paulo: Cortez,

2004.

SIMÕES, Haroldo; OLIVEIRA, Valter. Introdução ao Gerenciamento de Projetos.

Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional,

2011.

XAVIER, Carlos Magno da Silva. Gerenciamento de projetos: como definir e controlar o

escopo do projeto. São Paulo: Saraiva, 2005.

TOLDO, M. A responsabilidade social. Responsabilidade social das empresas – a

contribuição das universidades. São Paulo, 2002

MELO NETO, F. P; Froes, C. Responsabilidade Social e cidadania empresarial: a

administração do terceiro setor. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.

50

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). População

brasileira em números. Disponível em: _http/:www.ibge.gov.br_. Acesso em: 29 de

setembro de 2013.

BSI BRASIL. Isso. Disponível em http://www.bsibrasil.com.br. Acesso em 29 de setembro de

2013.

51

ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA EMPRESA

Trabalho de Conclusão de Curso

Cursos Superiores de Tecnologia da Faculdade Politécnica de Uberlândia

Caro empresário;

Pedimos a sua colaboração em responder esse questionário, com a finalidade de avaliar o

trabalho desenvolvido pelos alunos da Faculdade Politécnica de Uberlândia em sua empresa.

Empresa:

__________________________________________________________________________

Avaliador:

_________________________________________________________________________

1. Qual a avaliação que você faz de projetos como esse que unem “teoria e prática” dos

estudantes?

( ) Excelente ( ) Regular

( ) Ótimo ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Péssimo

2. Como foi o processo de diagnóstico que os estudantes realizaram em sua empresa?

Por que?____________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

( ) Excelente ( ) Regular

( ) Ótimo ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Péssimo

3. No processo de diagnóstico foi possível levantar informações importantes para melhorias na

empresa?

52

( ) Sim ( ) Não

4. Você já tinha conhecimento dos pontos a melhorar levantados pelo grupo no diagnóstico?

( ) Sim ( ) Não

5. Anteriormente você havia desenvolvido ações de melhoria para os problemas levantados em

diagnóstico?

( ) Sim ( ) Não

6. Qual a sua avaliação das Ações de Melhoria sugeridas pelo grupo?

Por que?_____________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

( ) Excelente ( ) Regular

( ) Ótimo ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Péssimo

7. Como foi o processo de Implantação das Ações sugeridas pelo grupo?

( ) Excelente ( ) Regular

( ) Ótimo ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Péssimo

8. Todas as ações sugeridas foram implantadas?

( ) Sim ( ) Não

Se não, por que?________________________________________________________________

9. Quais foram os resultados alcançados com as ações implantadas?

__________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

53

10. Quais são os resultados esperados com as demais ações ainda não implantadas?

__________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

11. Qual a avaliação que você faz da postura do grupo de estudantes (seriedade,

comprometimento, responsabilidade e profissionalismo)? Por que? _____________________

_______________________________________________________________________________

( ) Excelente ( ) Regular

( ) Ótimo ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Péssimo

12. De forma geral, qual o seu nível de satisfação com o projeto e trabalho desenvolvido pelos

estudantes? Por que?___________________________________________________________

_______________________________________________________________________________

( ) Totalmente satisfeito ( ) Insatisfeito

( ) Muito Satisfeito ( ) Muito Insatisfeito

( ) Satisfeito ( ) Totalmente Insatisfeito

54

Anexo 2

Fotos das ações do Projeto “Prevenção: Seja diferente! Drogas Não”.

Figura 1: Ação do Projeto Prevenção - Caminhada pela Vida.

Figura 2: Ação do Projeto Prevenção: Apresentação Cultural.